70694293 protecao e controle de incendios e explosoes
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Proteção e Controle de Incêndios e Explosões
Segurança do TrabalhoProf. Jéferson Cabrelon
Jéferson Cabrelon
PROTEÇÃO E CONTROLE DE INCÊNDIOS E EXPLOSÕES
Educação a Distância
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 5 1 PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE INCÊNDIO 6 2 SEGURANÇA DAS VIDAS 7 3 SEGURANÇA DA PROPRIEDADE 8 4 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEVERIDADE DE UM
INCÊNDIO 10
5 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DE VIDAS
11
6 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DA PROPRIEDADE
12
7 A DESCOBERTA DO FOGO 15 7.1 FOGO 17 7.2 INCÊNDIO 17 7.3 EXPLOSÃO 17
8 QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO 19 8.1 TEORIA DA COMBUSTÃO 19 8.2 COMBUSTÃO LENTA 20 8.3 COMBUSTÃO COMPLETA 20 8.4 COMBUSTÃO TURBULENTA 21 8.5 COMBUSTÃO INCOMPLETA 21
9 ANALOGIAS GEOMÉTRICAS DO FOGO 23 9.1 TRIÂNGULO DO FOGO 23 9.2 TETRAEDRO DO FOGO 23
10 PROPAGAÇÃO DO FOGO 25 10.1 CONDUÇÃO 25
10.2 CONVECÇÃO 25 10.3 IRRADIAÇÃO 26
11 CLASSES DE INCÊNDIO 27 12 TEMPERATURAS IMPORTANTES 28 12.1 PONTO DE FULGOR 28 12.2 PONTO DE COMBUSTÃO 28 12.3 TEMPERATURA DE IGNIÇÃO 29
13 MÉTODOS PARA CONTROLE E EXTINÇÃO 30 13.1 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO MATERIAL (ISOLAMENTO) 30 13.2 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO COMBURENTE (ABAFAMENTO) 30 13.3 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO CALOR (RESFRIAMENTO) 31 13.4 EXTINÇÃO QUÍMICA 31
14 EXTINTORES PORTÁTEIS DE INCÊNDIO 32 15 ALGUNS TIPOS DE EXTINTORES: 34 15.1 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA 34 15.2 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL 34 15.3 EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA (POUCO UTILIZADO) 34 15.4 EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2) 35 15.5 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) 35 15.6 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO COM CILINDRO DE GÁS 35 15.7 TABELA DE USO DE AGENTES EXTINTORES 36 15.8 MANUTENÇÃO E REVISÃO DE EXTINTORES 36
16 SISTEMA HIDRÁULICO 39 17 ALARMES DE INCÊNDIO 41 18 ROTAS DE FUGA 42 19 ORIENTAÇÕES BÁSICAS EM CASO DE INCÊNDIO 43 20 BRIGADA DE INCÊNDIO 44 20.1 ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA 44 20.1.1 Ações de Prevenção 44
20.1.2 Ações de Emergência 44 20.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE EMERGÊNCIA 45 20.2.1 Alerta 45 20.2.2 Análise da situação 45 20.2.3 Primeiros socorros 45 20.2.4 Corte de energia 45 20.2.5 Abandono de área 45 20.2.6 Confinamento do sinistro 46 20.3.7 Isolamento da área 46 20.2.8 Extinção 46 20.2.9 Investigação 46 20.3 ORGANIZAÇÃO DA BRIGADA 46
21 GLOSSÁRIO DO INCÊNDIO 49 BIBLIOGRAFIA 64
5
INTRODUÇÃO
Para que se tenha noção do que significa exatamente "Prevenção de
Incêndios" devem ser analisadas "a priori" quais as condições que possibilitam o
surgimento de um foco de incêndio, pois prevenir nada mais é que impedir que haja
fogo ou que ele fuja do controle do homem. O fogo ajudou o homem a sair das
cavernas, deu-lhe conforto, projetou-o no espaço, fê-lo pousar na lua e explorar
planetas, mas em contraposição ele trouxe grandes males como os grandes
incêndios provocando destruição e mortes, obrigando-o a fazer proteção contra
incêndios para sobreviver. Para fazer prevenção contra incêndios foi necessário
conhecer o fogo sob todos os aspectos: sua constituição, suas causas, seus efeitos
e, principalmente, com o dominá-lo.
O propósito global da segurança contra incêndio em edificações é a
redução do risco de vidas e da propriedade, sendo o conceito principal a segurança
das pessoas. O melhor projeto de segurança contra incêndio é realizado pela
implantação de um conjunto de sistemas de proteção ativa (detecção do fogo,
combate ao incêndio, etc.) e de proteção passiva (resistência ao fogo das estruturas,
compartimentação etc).
A seleção de um sistema de segurança deve ser determinada pela
probabilidade de ocorrência do incêndio e o conseqüente risco à segurança das
vidas. Adicionalmente, é necessário identificar a extensão do dano à propriedade
que pode ser considerada tolerável.
6
1 PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DE INCÊNDIO
Os fatores que devem ser considerados são:
a) a atividade e o conteúdo de combustíveis (carga de incêndio) na
edificação; por exemplo, os riscos são maiores em uma fábrica de
produtos de madeira do que em uma indústria metalúrgica.
b) o tipo de edificação; por exemplo, um prédio térreo com um
pavimento extenso sem compartimentação constitui um risco maior do
que um edifício de múltiplos andares subdividido em grande número de
compartimentos resistentes ao fogo
c) a prevenção ativa do incêndio; as chances de desenvolvimento de
um incêndio são fortemente reduzidas se forem instalados detectores
de fumaça e chuveiros automáticos.
7
2 SEGURANÇA DAS VIDAS
Na avaliação da segurança dos ocupantes de uma edificação, o número
de pessoas, suas idades, estado de saúde e tempo requerido para escape são
fatores de grande importância. Entretanto, as medidas de precaução com a
segurança devem ser diferentes para prédios com alta densidade de pessoas, como
escritórios, hotéis, shoppings e teatros, daquelas para os com poucas pessoas,
como depósitos de mercadoriasNa avaliação da segurança dos ocupantes de uma
edificação, o número de pessoas, suas idades, estado de saúde e tempo requerido
para escape são fatores de grande importância. Entretanto, as medidas de
precaução com a segurança devem ser diferentes para prédios com alta densidade
de pessoas, como escritórios, hotéis, shoppings e teatros, daquelas para os com
poucas pessoas, como depósitos de mercadorias
Adicionalmente, a distinção deve ser feita entre edificações projetadas
para estadia de pessoas com pouca mobilidade ou que estejam dormindo, como
hospitais, daquelas usadas para academias de ginástica, por exemplo.
Cuidados devem ser também tomados com o fim de limitar o
espalhamento de fumaça e do fogo, pois afetam a segurança de pessoas que
estejam em locais distantes da origem do incêndio, ou mesmo em prédios vizinhos.
O número de pavimentos, que influencia o tempo de escape, é também importante
fator para definição da segurança das vidas
8
3 SEGURANÇA DA PROPRIEDADE
O uso de equipamentos de proteção ativa, como detectores de fumaça e
chuveiros automáticos, normalmente limita o desenvolvimento do incêndio e
assegura que os serviços de combate ao fogo possam ser chamados para a cena o
mais rápido possível.
Um fator importante, neste caso, é a distância entre a edificação e o corpo
de bombeiros e também sua capacitação técnica para atender à
ocorrência.Sistemas de proteção passiva são usados ainda para prevenir o
desenvolvimento de altas temperaturas nas estruturas metálicas carregadas.
Isto pode ser feito com a aplicação de materiais de proteção passiva e/ou
com a realização de um projeto da edificação em que a estrutura metálica tenha
uma proteção natural dos pisos, tetos e paredes, ou mesmo tirando partido do
concreto e alvenarias que revestem elementos estruturais.Um bom projeto muitas
vezes deve usar sistemas de proteção ativa e passiva, conduzindo a prêmios de
seguros muito mais favoráveis.
Perdas monetárias causadas por danos ao edifício, perdas dos conteúdos,
interrupção da produção, danos à vizinhança ou ao ambiente, e vários outros fatores
também influenciam a seleção do nível e tipo de medidas de precaução contra
incêndios
9
Medidas de proteção ativa e passiva
Ventilação durante o
incêndio
Ventilação bem projetada exaure o calor e a
fumaça, e assim facilita o combate contra o
incêndio e reduz a temperatura dos gases
quentes
Todas estas
medidas devem
ser
regulamentadas
e verificadas
pelos
bombeiros e
autoridades
locais. Elas
influenciam
favoravelmente
a segurança e
os custos dos
seguros contra
o incêndio
Compartimentação
resistente ao
incêndio
Boa compartimentação limita a propagação do
incêndio (permitindo que as pessoas sejam
retiradas com mais facilidade) e reduz perdas.
Projeto de proteção
contra incêndio
Bom projeto de proteção reduz propagação,
limita danos à estrutura e facilita o combate
contra incêndio.
Detecção do
incêndio
Detecção mais rápida apoiada pela proximidade
de bombeiros com recursos reduz riscos de
propagação do incêndio.
Brigada contra
incêndio
Proximidade, recursos e acesso dos bombeiros
influencia as perdas com incêndio.
Suprimento de água Água e disponibilidade de linhas de suprimento
são necessárias para a extinção do incêndio.
Chuveiros
automáticos
Chuveiros automáticos bem projetados e com
boa manutenção reduzem a velocidade de
propagação do incêndio.
Disponibilidade de
bombeiros e
extintores de
incêndio
Imediato combate ao incêndio aumenta a
probabilidade de rápida extinção do fogo.
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4 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEVERIDADE DE UM INCÊNDIO
A intensidade e duração de um incêndio, medido pela curva
temperatura/tempo dos gases no compartimento com fogo, dependem das
características de combustão dos materiais deste compartimento, das condições de
ventilação e das propriedades térmicas dos materiais dos fechamentos (paredes,
tetos).
A transição de um incêndio localizado para um incêndio desenvolvido, chamado
"flashover", é uma etapa essencial para avaliação da segurança estrutural contra
fogo.
Antes do flashover, normalmente não há risco de falha estrutural, seja no
concreto seja na estrutura metálica, apesar de poder ocorrer algum dano localizado
no conteúdo do compartimento sob fogo. A intensidade do fogo observada é
modificada pelo uso das precauções ativas e passivas relacionadas no Quadro 1.
Quadro 1 : Fatores que influenciam a severidade do incêndio
Fatores Técnicos Comentários
Todos estes
fatores
influenciam
diretamente
as exigências
de resistência
ao fogo das
estruturas.
Carga de incêndio
A carga de incêndio é determinada pela quantidade
e tipo de materiais. A correlação entre o total da
carga térmica e as perdas de vidas e da
propriedade é significante.
Distribuição da carga de
incêndio
Materiais podem ser armazenados de maneira que
o oxigênio tenha fácil acesso a eles.
Características da
ventilação do
compartimento
Este fator influencia a intensidade e a duração do
incêndio.
Propriedades térmicas dos
pisos e paredes que
envolvem o compartimento
Esse fator influencia a intensidade e a duração do
incêndio
11
5 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DE VIDAS
Ocorrências de ferimentos ou óbitos são usualmente provocados pela
fumaça e calor. Estas casualidades, dentro de um compartimento sujeito ao fogo,
podem ser descritas em termos do tempo requerido para atingir os limites perigosos
de fumaça, da temperatura dos gases tóxicos, comparados com o tempo que os
ocupantes levam para escapar do local sob análise. Isto significa que uma rota de
escape correta é um método essencial para proteger vidas contra o incêndio. Esta e
outras medidas que contribuem para a evacuação segura de pessoas estão listadas
no Quadro 2.
Quadro 2 - Fatores que influenciam a segurança de vidas
Fatores Comentários
Detecção do incêndio e alarme Detecção do incêndio e alarme dão aos ocupantes aviso da ocorrência.
Rotas de escape seguras Asseguram a evacuação.
Chuveiros automáticos Limitam a propagação de incêndios e geração de fumaça e gases perigosos.
Ventilação Boa ventilação mantém as rotas de escape livres de níveis elevados de temperaturas, de gases e fumaça.
Compartimentação resistente ao fogo
Este fator tem pequeno efeito na segurança das vidas nas edificações com menores alturas, mas é essencial nos edifícios altos com muitos andares. Neste caso permite tempo maior para escape seguro dos ocupantes e promove trabalho seguro dos bombeiros.
Corpo de bombeiros Proximidade, recursos e acesso dos bombeiros limitam perdas com incêndio.
Disponibilidade de bombeiros e de extintores de incêndio
Imediato combate aumenta a probabilidade de extinção rápida do incêndio.
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6 FATORES QUE INFLUENCIAM A SEGURANÇA DA PROPRIEDADE
Normalmente, não há risco de falha estrutural antes do flashover. O risco
de dano estrutural pode ser expresso em termos do tempo para atingir o flashover
no compartimento em relação com o tempo requerido para início das ações de
combate ao incêndio. Se o flashover ocorre, o compartimento inteiro será envolvido
pelo fogo e um controle bem sucedido do incêndio deixa de ser esperado. Isto
significa que evitar o flashover é a principal tarefa para assegurar a segurança da
propriedade. Medidas que reduzem o risco do flashover e a propagação do incêndio
estão listadas no Quadro 3.
Quadro 3 - Fatores que influenciam a segurança da propriedade
Fatores Comentários
Detecção do incêndio e alarme Facilita o imediato combate ao incêndio
Chuveiros automáticos Limitam a propagação do incêndio e muitas vezes controlam o fogo. São verdadeiramente o mais efetivo meio de controle do incêndio
Ventilação Boa ventilação facilita o combate ativo pois exaure a fumaça e
dissipa os gases quentes
Bombeiros Proximidades, recursos e acesso dos bombeiros limitam as perdas com o incêndio.
Compartimento resistente ao incêndio
Compartimentos bem projetados contêm o fogo dentro dos seus
limites.
Projeto de proteção contra incêndio
Projetos de proteção bem realizados reduzem a propagação do
incêndio, limitam os danos às estruturas e facilitam o combate
dos bombeiros, por exemplo, cuidadosamente concebendo os
acessos e as rotas de escape.
Disponibilidade de bombeiros e
extintores de incêndio
Aumentam a probabilidade de imediata detecção e extinção do
incêndio.
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Falhas nos elementos estruturais em edificações térreas têm pouca
influência nas perdas do conteúdo do prédio, que provavelmente estará danificado
antes do flashover.
Contudo, em edifícios de múltiplos andares, a resistência ao fogo dos
elementos estruturais é mais importante no sentido que pode evitar danos no
conteúdo de partes do prédio que estão distantes do local do incêndio. É muito mais
importante proteger estes conteúdos, quando eles têm valor monetário elevado, do
que fazer a proteção dos elementos estruturais das edificações.
O Quadro 4 mostra análise custo/benefício (grosso modo) das medidas de proteção
contra incêndio em edificações térreas realizada pelo Swedish Institute of Steel
Construction
Quadro 4 - Relações entre benefícios por custos antecipados e investimentos, tendo por base uma vida média da edificação de 20 anos para correspondente investimento
Medidas de proteção para edificações térreas
Carga de
incêndio
Chuveiros
automáticos Ventilação
Resistência ao fogo
Estruturas
Carregadas Compartimentação
Alta 4 0,8 0,1 10
Média 1 2 0,2 3
Baixa 0,1 0,6 0,03 0,8
Todas: Baixa-Alta 1,3 1,2 0,1 4
Os resultados indicam os custos / benefícios antecipados, na Suécia, das
diferentes medidas. Dados superiores a 1,0 mostram benefícios, enquanto que
14
números inferiores a 1,0 indicam que o investimento inicial pode não ser recuperado
no período médio de vida da edificação de 20 anos, para aquelas medidas de
proteção consideradas.
As principais conclusões são: os chuveiros automáticos e a
compartimentação resistente ao fogo de edificações com médias e altas cargas
térmicas promovem economias úteis e são medidas mais importantes do que a
proteção estrutural em prédios horizontalizados.
Estes resultados não incluem as vantagens da ventilação em combinação
com a compartimentação. A ventilação reduz a alta pressão causada pelo fogo e
facilita a habilidade do compartimento resistente de manter o incêndio localizado.
É interessante notar que o aumento das exigências de resistência ao fogo
de edifícios horizontalizados não faria o investimento com mais revestimento das
estruturas terem retorno, pois não é possível diminuir as perdas com o incêndio para
níveis aceitáveis usando esta metodologia
15
7 A DESCOBERTA DO FOGO
Uma lenda grega, imortalizada na tragédia Prometeu Acorrentado de
Ésquilo (525 a.C. – 456 a.C.), relata que o gigante Prometeu roubou o fogo dos
deuses para presentear aos homens, por esse motivo, recebeu como castigo uma
terrível tortura. Libertado por Hércules, ficou conhecido como Deus do Fogo, sendo
considerado seu guardião. Rubens (1577-1640), o maior expoente da pintura
Barroca, transcreveu em tela o suplício de Prometeu. Eis aí uma explicação,
mitológica como era comum no princípio da humanidade, para explicar a descoberta
do fogo, fonte de luz e calor e que seria seu ato pioneiro de descoberta científica.
As descobertas chamadas empíricas ocorrem, geralmente, segundo uma
seqüência que envolve, grosso modo, observação, experimentação, aplicação. A
descoberta do fogo não fugiu a essa regra. Os hominídeos perceberam pela primeira
vez o fogo há muitos milênios, em uma época que não podemos precisar, mas há
provas substanciais de que já era usado na Europa e na Ásia na Era do Paleolítico
Posterior e na do Neolítico. Assim, cerca de 500 mil anos antes de Cristo, o
chamado Homem de Pequim (Pithecantropus pekinensis) utilizava o fogo, havendo
disto evidências encontradas em cavernas.
Quimicamente, o fogo corresponde à combustão, que envolve a
combinação do oxigênio da atmosfera com o carbono contido em materiais
orgânicos, folhas, grama, madeira etc. É uma reação que pode ser espontânea ou
iniciada por um agente energético natural ou intencional. A reação espontânea pode
ocorrer em ambientes orgânicos muito secos, como conseqüência de elevação de
temperatura e ao ser atingido o ponto de ignição. Outra forma da ocorrência do fogo
é por meio da ação de relâmpagos na madeira de árvores. Em ambas as situações,
nos primórdios da humanidade, uma vez formadas as fagulhas e o fogo iniciado, a
ação do vento pôde fazer com que ele se espalhasse através de florestas e campos
num processo contínuo, como o que ainda hoje ocorre em incêndios que podem se
estender por milhares de quilômetros quadrados. O homem primitivo inicialmente
observou esse fogo surgido espontaneamente e começou a utilizá-lo de maneira
esporádica e desorganizada, como fonte de iluminação e aquecimento. Para isso foi
necessário, num primeiro momento, descobrir como mantê-lo vivo, o que resultou
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provavelmente da observação de que brasas resultantes da queima natural de
madeira podiam ser reativadas pela ação do vento, ou pelo sopro, fazendo a chama
reaparecer. A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo. Talvez
a observação de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas
indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Dessa forma,
a descoberta de que o atrito entre dois pedaços de madeira seca elevava a
temperatura até produzir uma chama, que podia ser ativada pelo sopro, deu inicio à
jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza. Ainda atualmente, o
método do atrito na produção do fogo é encontrado entre povos primitivos, como em
algumas tribos de índios brasileiros. Na seqüência, outro método foi desenvolvido,
consistindo na percussão de duas pedras para a produção de faíscas. A observação
de que fagulhas têm o poder de começar uma chama e que o choque de algumas
rochas produz faíscas conduziu a mais uma forma de iniciar uma combustão.
Existem observações de achados originários da Era Paleolítica que indicam esse
processo sendo usado pelo emprego de pirita (sulfeto de ferro) sob a forma de
pequenos grãos ou ainda de sílex (variedade de rocha formada principalmente por
dióxido de silício), material extremamente duro. Muito tempo depois foi descoberto
que as fagulhas formadas eram mais fortes e persistentes quando se batia sílex com
ferro ou aço. Esse processo persistiu até o séc. XIX. Na Europa e no Brasil ainda era
encontrado no começo do séc. XX. O avanço seguinte, e bem mais recente, de um
processo simples de produção de fogo, surgiria com a invenção, na Inglaterra em
1827, do palito de fósforo. O elemento fósforo combina-se com o oxigênio tão
facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os primeiros fósforos fabricados
acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito desagradável. Mais adiante, em
1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos de segurança, cuja cabeça
combustível contém outros componentes não-inflamáveis, garantindo a sua
utilização de forma segura.
17
7.1 FOGO
É uma forma de combustão, caracterizada por uma reação química que
combina materiais combustíveis com o oxigênio do ar, com desprendimento de
energia luminosa e energia térmica. Figura 1
7.2 INCÊNDIO
É um acidente provocado pelo fogo, o qual, além de atingir temperaturas
bastante elevadas, apresenta alta capacidade de se conduzir, fugindo ao controle do
ser humano. Nesta situação se faz necessária a utilização de meios específicos a
sua extinção. Conceitua-se incêndio como a presença de fogo em local não
desejado e capaz de provocar, além de prejuízos materiais: quedas, queimaduras e
intoxicações por fumaça. Figura 2
7.3 EXPLOSÃO
Uma explosão é um processo caracterizado por súbito aumento de volume
e grande liberação de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas e
produção de gases. Uma explosão provoca ondas de pressão ao redor do local onde
ocorre. Explosões são classificadas de acordo com essas ondas: em caso de ondas
subsônicas, tem-se uma deflagração, em caso de ondas supersônicas (ondas de
choque), tem-se uma detonação. Os explosivos artificiais mais comuns são os
explosivos químicos, que se decompõem através de violentas reações de oxidação
e produzem grandes quantidades de gás e calor. Figuras 3
18
FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3
19
8 QUÍMICA E FÍSICA DO FOGO
O primeiro cientista a estudar o fogo e defini-lo como sendo uma “reação
química denominada combustão, que se caracteriza pelo desprendimento de luz e
calor”, foi Lavoisier. Antes dele nada se conhecia sobre o fogo.
Sendo o fogo o resultado da combinação do oxigênio do ar com certos
corpos submetidos a ação do calor, conclui-se tratar-se de uma reação química
denominada combustão e mantida pelo calor produzido durante o processamento da
reação, devido a ruptura das ligações moleculares do combustível. O conceito de
incêndio baseia-se na ação destruidora do fogo, o que ocorre sempre que o mesmo
foge ao controle humano. Prevenção nada mais é do que evitar que ocorram
simultaneamente as condições prévias para o surgimento de um incêndio ou
explosão. No combate a incêndio, a extinção trata de interromper o processo de
combustão, eliminando, pelo menos, uma destas condições.
A combustão sendo um fenômeno químico, ou melhor, uma reação
química, deve ter no mínimo dois elementos que reajam entre si, bem como uma
circunstância que forneça tal reação. Os elementos essenciais são quatro, os quais
para efeito didático são representados por um tetraedro, que busca expressar a
relação entre os quatro componentes conhecidos da combustão: oxigênio
(comburente), combustível, calor e reação em cadeia.
8.1 TEORIA DA COMBUSTÃO
Combustão ou queima é uma reação química exotérmica entre uma
substância (o combustível) e um gás (o comburente), usualmente o oxigênio, para
liberar calor. Em uma combustão completa, um combustível reage com um
comburente, e como resultado se obtém compostos resultantes da união de ambos,
além de energia, sendo que alguns desses compostos são os principais agentes
causadores do efeito estufa. Os principais produtos da combustão e seus efeitos à
vida humana são:
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1. GASES (CO, HCN, CO2, HCl, SO2, NOx, etc., todos tóxicos);
2. CALOR (pode provocar queimaduras, desidratação, exaustão,
etc.);
3. CHAMAS (se tiverem contato direto com a pele, podem provocar
queimaduras); e
4. FUMAÇA (a maior causa de morte nos incêndios, pois prejudica
a visibilidade, dificultando a fuga).
8.2 COMBUSTÃO LENTA
A combustão lenta é uma forma de combustão que acontece à baixas
temperaturas. A respiração celular e formação de ferrugem são exemplos de
combustões lentas.
8.3 COMBUSTÃO COMPLETA
Em uma combustão completa, o reagente irá queimar no oxigênio,
produzindo um número limitado de produtos. Quando um hidrocarboneto queima no
oxigênio, a reação gerará apenas dióxido de carbono e água. Quando elementos
como carbono, nitrogênio, enxofre e ferro são queimados, o resultado será os óxidos
mais comuns. Carbono irá gerar o dióxido de carbono. Nitrogênio irá gerar o dióxido
de nitrogênio. Enxofre irá gerar dióxido de enxofre. Ferro irá gerar óxido de ferro III.
A combustão completa é normalmente impossível de atingir, a menos que a reação
ocorra em situações cuidadosamente controladas, como, por exemplo, em um
laboratório.
21
8.4 COMBUSTÃO TURBULENTA
A combustão turbulenta é caracterizada por fluxos turbulentos. É a mais
usada na indústria (ex: turbinas de gás, motores a diesel, etc.), pois a turbulência
ajuda o combustível a se misturar com o comburente.
8.5 COMBUSTÃO INCOMPLETA
Na combustão incompleta não há o suprimento de oxigênio adequado
para que ela ocorra de forma completa. O reagente irá queimar em oxigênio, mas
poderá produzir inúmeros produtos. Quando um hidrocarboneto queima em
oxigênio, a reação gerará dióxido de carbono, monóxido de carbono, água, e vários
outros compostos como óxidos de nitrogênio. Também há liberação de átomos de
carbono, sob a forma de fuligem. A combustão incompleta é muito mais comum que
a completa e produz um grande número de subprodutos. No caso de queima de
combustível em automóveis, esses subprodutos podem ser muito prejudiciais à
saúde e ao meio ambiente.
Para que ocorra a combustão são necessários:
• Material oxidável (combustível sólido, líquido ou gasoso) capaz de reagir com
o comburente (em geral o oxigênio) numa reação de combustão. De maneira
geral, todas as matérias são combustíveis a uma determinada temperatura,
porém, para efeito prático, foi arbitrada a temperatura de 1000ºC como um
marco divisível entre os materiais considerados combustíveis (entram em
combustão a temperaturas iguais ou inferiores a 1000ºC) e os incombustíveis
(entram em combustão a temperaturas superiores a 1000ºC).
• Material oxidante (comburente) são todos os elementos químicos capazes de
alimentar o processo de combustão, dentre os quais o oxigênio se destaca
como o mais importante, por ser o comburente obtido de forma natural no ar
atmosférico que respiramos, o qual é composto por 78% de nitrogênio, 21%
de oxigênio e 1% de outros gases. Hoje em dia, já se conhecem outros
elementos químicos que atuam como comburente, porém, só podem ser
obtidos em laboratório. Para que haja uma combustão completa é necessário
22
que a porcentagem de oxigênio esteja na faixa de 13% a 21%. Caso esta
faixa esteja entre 4% e 13% a combustão será incompleta, ou ainda, não se
processará, em porcentagens inferiores a 4%.
• Fonte de ignição (calor) é a condição favorável que provoca a interação entre
os dois reagentes, sendo este o elemento de maior importância no triângulo
do fogo, uma vez que é responsável pelo início do processo de combustão, já
que os dois outros reagentes, em condições naturais, encontram-se
permanentemente associados. Dá início do processo de combustão,
introduzindo na mistura combustível/comburente, a energia mínima inicial
necessária.
• Reação em cadeia é o processo de sustentabilidade da combustão, pela
presença de radicais livres, que são formados durante o processo de queima
do combustível.
As fontes de ignição mais comuns nos incêndios são: chamas, superfícies
aquecidas, fagulhas, centelhas e arcos elétricos (além dos raios, que são uma fonte
natural de ignição).
23
9 ANALOGIAS GEOMÉTRICAS DO FOGO
9.1 TRIÂNGULO DO FOGO
De uma maneira simplificada, podemos associar o fogo à figura
geométrica de um triângulo eqüilátero (Figura 4), cujos lados, de igual tamanho entre
si, atribuem aos elementos que o compõem, igual importância à produção ou
manutenção do fogo. Neste caso, o fogo só existirá se os três elementos
representados na figura ao lado, combustível, comburente e calor, se combinarem
em proporções adequadas.
FIGURA 4
9.2 TETRAEDRO DO FOGO
A partir da incluso da reação em cadeia ocorreu à substituição pelo
TETRAEDRO DO FOGO (Figura 5).
FIGURA 5
24
Eliminando-se um desses 4 elementos, terminará a combustão e,
conseqüentemente, o foco de incêndio. Pode-se afastar ou eliminar a substância
que está sendo queimada, embora isto nem sempre seja possível. Pode-se eliminar
ou afastar o comburente (oxigênio), por abafamento ou pela sua substituição por
outro gás não comburente. Pode-se eliminar o calor, provocando o resfriamento, no
ponto em que ocorre a queima ou combustão. Ou pode-se interromper a reação em
cadeia.
25
10 PROPAGAÇÃO DO FOGO
O fogo pode se propagar:
• Pelo contato da chama em outros combustíveis;
• Através do deslocamento de partículas incandescentes;
• Pela ação do calor.
O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada
do atrito dos corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão:
10.1 CONDUÇÃO
É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material, de
molécula a molécula ou de corpo a corpo. Figura 6.
FIGURA 6
10.2 CONVECÇÃO
É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que
se desloca do local em chamas, levando para outros locais quantidade de calor
suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de
combustão, originando outro foco de fogo. Figura 7.
26
FIGURA 7
10.3 IRRADIAÇÃO
É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do espaço, sem utilizar
qualquer meio material. Figura 8
FIGURA 8
27
11 CLASSES DE INCÊNDIO
De acordo com o material consumido, os incêndios podem pertencer a 4
classes:
CLASSE A: Incêndios em materiais sólidos fibrosos, tais como: madeira, papel,
tecido, etc. que se caracterizam por deixar após a queima, resíduos como carvão e
cinza. Figura 9
CLASSE B: Incêndios em líquidos e gases inflamáveis, ou em sólidos que se
liquefazem para entrar em combustão: gasolina, GLP, parafina, etc. Figura 10
CLASSE C: Incêndios que envolvem equipamentos elétricos energizados: motores,
geradores, cabos, etc. Figura 11
CLASSE D: Incêndios em metais combustíveis, tais como: magnésio, titânio,
potássio, zinco, sódio, etc. Figura 12
FIGURA 9 FIGURA 10
FIGURA 11 FIGURA 12
28
12 TEMPERATURAS IMPORTANTES
12.1 Ponto de Fulgor
É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, os quais, combinados com o oxigênio do ar em contato com uma chama, começam a se queimar, mas a chama não se mantém porque os gases produzidos são ainda insuficientes. (Figura 13).
FIGURA 13 12.2 Ponto de Combustão
É a temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda
vapores ou gases inflamáveis que, combinados com o oxigênio do ar e ao entrar em
contato com uma chama, se inflamam. Mesmo que se retire a chama, o fogo não se
apaga, pois essa temperatura faz gerar, do combustível, vapores ou gases
suficientes para manter o fogo ou a transformação em cadeia. Figura 14
FIGURA 14
29
12.3 Temperatura de Ignição
É aquela em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão
apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor.
Figura 15.
FIGURA 15
EXEMPLOS:
Combustíveis Inflamáveis Ponto de Fulgor Temperatura de
Ignição Álcool etílico
Gasolina Querosene
Parafina
12,6°C -42,0°C
38,0°C a 73,5°C 199,0°C
371,0°C 257,0°C 254,0°C 245,0°C
30
13 MÉTODOS PARA CONTROLE E EXTINÇÃO
Os incêndios, em seu início, são muito fáceis de controlar e extinguir.
Quanto mais rápido o ataque às chamas, maiores serão as possibilidades de reduzi-
las e eliminá-las. A principal preocupação no ataque consiste em desfazer ou
romper o tetraedro do fogo. Mas, que tipo de ataque se faz ao fogo em seu início?
Qual a solução que deve ser tentada? Como os incêndios são de diferentes tipos, as
soluções também serão diferentes e os equipamentos de combate ao fogo também
serão de tipos diversos. Os métodos mais utilizados são:
13.1 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO MATERIAL (ISOLAMENTO)
Esse método consiste em duas técnicas: A retirada do material que está
queimando e a retirada do material que está próximo ao fogo. Figura 16
FIGURA 16
13.2 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO COMBURENTE (ABAFAMENTO)
Este método consiste na diminuição ou impedimento do contato de oxigênio com o combustível. Figura 17
FIGURA 17
31
13.3 EXTINÇÃO POR RETIRADA DO CALOR (RESFRIAMENTO)
Este método consiste na diminuição da temperatura e eliminação do calor, até que o combustível não gere mais gases ou vapores e se apague. Figura 19
FIGURA 19
13.4 EXTINÇÃO QUÍMICA
Ocorre quando interrompemos a reação em cadeia. Este método consiste
no seguinte: o combustível, sob ação do calor, gera gases ou vapo-res que, ao se
combinarem com o comburente, formam uma mistura inflamável. Quando lançamos
determinados agentes extintores ao fogo, suas moléculas se dissociam pela ação do
calor e se combinam com a mistura inflamável (gás ou vapor mais comburente),
formando outra mistura não–inflamável. AGENTES EXTINTORES Agente extintor é
todo material que, aplicado ao fogo, interfere na sua química, provocando uma
descontinuidade em um ou mais lados do triângulo do fogo, alterando as condições
para que haja fogo. Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados
sólidos, líquidos ou gasosos. Existe uma variedade muito grande de agentes
extintores. Os agentes mais empregados na extinção de incêndios e que
possivelmente teremos que utilizar em caso de incêndios são: água, espuma
(química e mecânica), gás carbônico e pó químico seco, agentes alogenados
(Halon), agentes improvisados como areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc, que
normalmente extinguem o incêndio por abafamento, ou seja, retiram todo o oxigênio
a ser consumido pelo fogo.
32
14 EXTINTORES PORTÁTEIS DE INCÊNDIO
Os aparelhos extintores são os vasilhames fabricados com dispositivo que
possibilitam a aplicação do agente extintor sobre os focos de incêndio. Normalmente
os aparelhos extintores recebem o nome do agente extintor que neles contém. Os
aparelhos extintores destinam-se ao combate imediato de pequenos focos de
incêndio, pois, acondicionam pequenos volumes de agentes extintores para
manterem a condição de fácil transporte. São de grande utilidade, pois podem
combater a maioria dos incêndios, cujos princípios são pequenos focos, desde que,
manejados adequadamente e no momento certo.
São inúmeros os agentes extintores existentes, porém os mais comuns são:
ÁGUA ESPUMA (Mecânica ou Química)
GÁS CARBÔNICO (C02)
PÓ QUÍMICO SECO (PQS)
HALON
IMPORTANTE A partir de 1999, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, proibiu a fabricação de extintores portáteis ou sobre rodas, cujo agente extintor fosse espuma química. Os extintores de espuma química existentes poderão ser recarregados e vistoriados normalmente. A recomendação é que seja substituído gradativamente por outros extintores, por sua falta de segurança no manuseio, sua eficiência duvidosa no combate ao fogo, e seu custo de manutenção alto. Nos Estados Unidos o uso desse extintor foi abolido há várias décadas.
33
O extintor receberá sempre o nome do agente extintor que transporta e
deverá ser construído conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Poderá ser: Portátil, quando seu peso total for igual ou inferior a
25 kg., e operado por uma única pessoa figura 20 ou carreta, quando for sobre rodas
e operação exigir mais de uma pessoa. Figura 21 quando seu peso total passar de
25 kg, ou sua operação exigir mais de uma pessoa.
Depois de instalado, um extintor nunca poderá ser removido, a não ser
quando para uso em combate ao fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre
sinalizado e seu acesso desobstruído.
FIGURA 20
FIGURA 21
34
15 ALGUNS TIPOS DE EXTINTORES
15.1 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA
MODO DE USAR a) Retirar o pino de segurança b) Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o
jato para a base do fogo. c) Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similaresd) Não usar em equipamentos elétricos.
15.2 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL
MODO DE USAR
a) Abrir a válvula do cilindro de gás.Atacar o fogo, dirigindo o jato para abase das chamas.
b) Só usar em madeira, papel, fibras,plásticos e similares.
c) Não usar em equipamentos elétricos.
15.3 EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA(POUCO UTILIZADO)
MODO DE USAR
a) Inverter o aparelho o jato dispararáautomaticamente, e só cessará quando acarga estiver esgotada
b) Não usar em equipamentos elétricos.
35
15.4 EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2)
MODO DE USAR
a) Retirar o pino de segurançaquebrando o lacre.
b) Acionar a válvula dirigindo o jato paraa base do fogo
c) Pode ser usado em qualquer tipo deincêndio.
15.5 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)
MODO DE USAR a) Retirar o pino de segurança b) Empunhar a pistola difusora c) Atacar o fogo acionando o gatilho. d) Pode ser usado em qualquer tipo de
incêndio. e) Utilizar o pó químico em materiais
eletrônicos, somente em último caso.
15.6 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO COM CILINDRO DE GÁS
MODO DE USAR
a) Abrir a ampola de gás b) Apertar o gatilho e dirigir a nuvem de
pó à base do fogo c) Pode ser usado em qualquer tipo de
incêndio. d) Utilizar o pó químico em materiais
eletrônicos, somente em último caso.
OBSERVAÇÕES
O extintor de espuma mecânica substituiu com vantagem o extintor de
espuma química, tanto pela sua eficiência na extinção do fogo, como pela duração
de sua carga, de cinco anos. Possui um maior poder de penetração em materiais
sólidos comuns, comparado com a água.
36
15.7 TABELA DE USO DE AGENTES EXTINTORES
Classe de Incêndio ÁGUA ESPUMA PQS CO2 HALON
A SIM Excelente
SIM Regular
Somente na superfície
Somente na superfície
Somente na superfície
B NÃO
SIM Excelente
SIM Excelente
SIM Bom
SIM Excelente
C NÃO NÃO SIM Bom
SIM Excelente
SIM Excelente
D NÃO NÃO PQS Especial NÃO NÃO
UNIDADE EXTINTORA 10 litros 9 litros 4 Kg 6 Kg 2 Kg ALCANCE MÉDIO DO
JATO 10 m 5 m 5 m 2,5 m 3,5 m
TEMPO DE DESCARGA 60 seg 60 seg 15 seg 25 seg 15 seg
Observação: para incêndio classe D (materiais pirofóricos: sódio, potássio,
magnésio, alumínio em pó, etc., os agentes extintores utilizados são: grafite em pó,
areia seca, limalha de ferro fundido.
15.8 MANUTENÇÃO E REVISÃO DE EXTINTORES
EXTINTOR DE ESPUMA PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor
Mensal Verificar se o extintor está com carga e se o bico está desobstruído
Anual Descarregar completamente o extintor (usar durante instrução), verificar o estado geral do aparelho. Em caso de qualquer avaria mecânica, deve ser submetido ao teste hidrostático. Usar carga sempre nova
Cada 5 anos Por ocasião da recarga, submeter o extintor ao ensaio previsto pelas normas EB-14 (espuma química-portáteis), EB-52 (espuma química-carretas) e EB-1002 (espuma mecânica) da ABNT no próprio fabricante autorizado, esse teste revalida o extintor por mais 5 anos.
37
EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO
PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor ao lacre e pino de segurança
Semestral Verificar o peso total do extintor, conferindo com o peso marcado na válvula. Havendo uma diferença de 10% para menos, é preciso fazer a inspeção e o recarregamento.
Cada 5 anos Usar o aparelho para instrução e submetê-lo ao teste de conformidade com a norma EB-150-NBR 11716.
EXTINTOR DE ÁGUA-GÁS
PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor
Mensal Verificar se o extintor está carregado e se o lacre da ampola está em ordem
Semestral Verificar o peso da ampola lateral e se a diferença for maior que 10% deve ser substituída.
Anual Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste hidrostático.
Cada 5 anos Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a norma EB-149-NBR 11715.
EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO
PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor e os lacres
Semestral Verificar o peso do cilindro de gás, se for constatado um peso de 10% para menos, é necessário recarregá-lo e conferir o ponteiro do manômetro está na faixa verde.
Anual Examinar o estado do pó químico e se houver empedramento, o extintor deve ser recarregado
Cada 3 anos Descarregar o extintor, usando-o para instrução
Cada 5 anos Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a norma EB-148-NBR 10721.
38
EXTINTOR DE HALON
PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor
Semestral Conferir se o ponteiro do manômetro está na faixa verde.
Anual Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste hidrostático.
Cada 5 anos Recarga obrigatória e teste hidrostático, norma EB-1232.
39
16 SISTEMA HIDRÁULICO
No assunto anterior estudamos os meios primários de combate ao fogo, os
extintores que são de extraordinário valor no combate a princípios de incêndios,
entretanto quando o incêndio toma um certo grau de desenvolvimento e se alastra,
eles não podem oferecer suficiente proteção, pois não apresentam continuidade de
ação e esta é limitada a quantidade de material que contém a carga. Pelo fato
exposto, concluímos que há necessidade de meios que possam dar continuidade de
ação, no fornecimento de agente extintor, para dominar o fogo; o único meio de se
obter essa continuidade é por meio de hidrante.
Os sistemas de hidrantes compõem-se basicamente de redes de distribuição,
providas de pontos de hidrantes (simples ou duplos) compreendendo:
• Abrigo metálico compartimento destinado a guardar e proteger o hidrante,
mangueiras e seus pertences. Figura 22
FIGURA 22
• Mangueiras de incêndio: condutor flexível de lona ou de materiais sintéticos forrada internamente com borracha. Figura 23.
FIGURA 23
40
• Esguichos sólidos (Figura 24) ou reguláveis (figura 25) peça destinada a formar e
orientar o jato de água;
FIGURA 24 FIGURA 25
• Chave de Mangueira: peça utilizada para acoplar ou desacoplar mangueiras em
hidrantes, mangueiras em outras mangueiras e esguichos em mangueiras. Figura 26
FIGURA 26
Os pontos de hidrantes são permanentemente conectados a um conjunto
moto bomba que garante à pressurização do sistema. Os sistemas de hidrantes são
instalados em edificações acima de 750 metros quadrados, em atendimento a
solicitações do Corpo de Bombeiros.
41
17 ALARMES DE INCÊNDIO
Outra forma de prevenção a incêndios são os alarmes e detectores de
incêndio.
Detectores de fumaça: instalados estrategicamente, com atuação ativa, pois
monitora o ambiente, detectando qualquer anormalidade, como a elevação rápida da
temperatura, presença de fumaça ou poeiras e vapor d’água. O detector (Figura 27)
dá o alerta através da Central de Alarme, que aciona os dispositivos de alerta com
estrobes (Figura 28)e sirenes
FIGURA 27
FIGURA 28
Acionador Manual (Figura 29) : Dispositivos instalados estratégicamente
em locais de facial acesso. Sua função é dar o alarme geral, toda vez que for
acionado manualmente
FIGURA 29
42
18 ROTAS DE FUGA
Rota de fuga: é a via considerada mais segura, por onde devem seguir as
pessoas das áreas já atingidas ou passíveis de serem atingidas por uma
contingência, sendo o caminho ou direção a ser tomado. Constituem-se de
corredores, passagens e escadas, sinalizadas por placas (Figura 30) de fundo verde
e com indicações de símbolos pictográficos brancos, instaladas nas paredes das
edificações. No caso de falta de energia, estas placas também podem ser
visualizadas em um período de até seis (seis) horas, pois são luminescentes.
FIGURA 30
43
19 ORIENTAÇÕES BÁSICAS EM CASO DE INCÊNDIO
1. Não corra, ande sempre ordenadamente, siga a fila, mantenha-se sempre à direita do corredor e nas escadas oriente-se pela rota de fuga existente, ela o levará a um local seguro. Leve consigo visitantes que estiverem em seu local de trabalho. Não se afaste do grupo.
2. Nunca use o elevador. Desça sempre as escadas, segure-se no corrimão. Se estiver usando sapatos de salto alto retire-os para caminhar com facilidade e evitar quedas. Não pare nos andares, corredores ou escadas.
3. Antes de sair de uma sala, toque na porta, se ela estiver quente não abra não saia da sala e vede as frestas das portas com panos ou toalhas umedecidas.
4. Ao deixar um local feche sempre às janelas e portas sem trancá-las para isolar o fogo. Nunca volte ao local para apanhar objetos.
5. Em situações de emergência, todos devem seguir as orientações dos brigadistas e no dia-a-dia, devem preservar e zelar pelos dispositivos e equipamentos de segurança, eles significam sua proteção além da prevenção de acidentes.
6. Mantenha sempre os hidrantes e extintores bem como as áreas de circulação desobstruídas. Em situações de emergência não ascenda ou apague luzes, principalmente se sentir cheiro de gás.
7. É muito importante conhecer bem seu local de trabalho: saber onde estão os extintores de incêndio, hidrantes, portas de acesso e de emergência, os quadros de energia elétrica, além de saber operá-los. No abandono de área não correr, não empurrar, não gritar e não fazer algazarras.
44
20 BRIGADA DE INCÊNDIO
A atuação da brigada de incêndio define as conseqüências que um
princípio de fogo irá causar: um simples registro de incidente ou uma grande
tragédia. A brigada de combate a incêndio é uma organização interna, formada por
empregados da empresa, treinada para atuar com rapidez e eficiência em princípios
de incêndio.
20.1 ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA
20.1.1 Ações de prevenção
a) Avaliação dos riscos existentes;
b) Inspeção geral dos equipamentos de combate a incêndio;
c) Inspeção geral das rotas de fuga;
d) Elaboração de relatório das irregularidades encontradas;
e) Encaminhamento do relatório aos setores competentes;
f) Orientação à população fixa e flutuante;
g) Exercícios simulados.
20.1.2 Ações de emergência
a) Identificação da situação;
b) Alarme/abandono de área;
c) Acionamento do Corpo de Bombeiros e/ou ajuda externa;
d) Corte de energia;
e) Primeiros socorros;
f) Combate ao princípio de incêndio;
g) Recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros;
h) Preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros;
i) Encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de dados
estatísticos.
45
20.2 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE EMERGÊNCIA
20.2.1 Alerta
Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa pode alertar,
através dos meios de comunicação disponíveis, os ocupantes e os brigadistas.
20.2.2 Análise da situação
Após o alerta, a brigada deve analisar a situação, desde o início até o final
do sinistro; havendo necessidade, acionar o Corpo de Bombeiros e apoio externo, e
desencadear os procedimentos necessários, que podem ser priorizados ou
realizados simultaneamente, de acordo com o número de brigadistas e os recursos
disponíveis no local.
20.2.3 Primeiros socorros
Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou
restabelecendo suas funções vitais com SBV (Suporte Básico da Vida) e RCP
(Reanimação Cardiopulmonar) até que se obtenha o socorro especializado.
20.2.4 Corte de energia
Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos
equipamentos, da área ou geral.
20.2.5 Abandono de área
Proceder ao abandono da área parcial ou total, quando necessário,
conforme comunicação preestabelecida, removendo para local seguro, a uma
distância mínima de 100 m do local do sinistro, permanecendo até a definição final.
46
20.2.6 Confinamento do sinistro
Evitar a propagação do sinistro e suas conseqüências.
20.2.7 Isolamento da área
Isolar fisicamente a área sinistrada, de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem ao local.
20.2.8 Extinção
Eliminar o sinistro, restabelecendo a normalidade.
20.2.9 Investigação
Levantar as possíveis causas do sinistro e suas conseqüências e emitir
relatório para discussão nas reuniões extraordinárias, com o objetivo de propor
medidas corretivas para evitar a repetição da ocorrência.
20.3 ORGANIZAÇÃO DA BRIGADA
A brigada de incêndio deve ser organizada, como segue:
a) Brigadistas: membros da brigada que executam as atribuições
citadas acima;
b) Líder: responsável pela coordenação e execução das ações de
emergência em sua área de atuação (pavimento/compartimento). É
escolhido dentre os brigadistas aprovados no processo seletivo;
c) Chefe da brigada: responsável por uma edificação com mais de um
pavimento/compartimento. É escolhido dentre os brigadistas aprovados
no processo seletivo;
47
d) Coordenador geral: responsável geral por todas as edificações que
compõem uma planta. É escolhido dentre os brigadistas que tenham
sido aprovados no processo seletivo.
Os candidatos a brigadista devem atender preferencialmente aos seguintes critérios básicos:
a) Permanecer na edificação;
b) Preferencialmente possuir experiência anterior como brigadista;
c) Possuir boa condição física e boa saúde;
d) Possuir bom conhecimento das instalações;
e) Ter responsabilidade legal;
f) Ser alfabetizado.
NOTA: MATERIAL COMPLEMENTAR PARA ESTUDO E IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO CONFORME CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO. MATERIAL DISPONÍVEL PARA
CONSULTA E IMPRESSÃO NO SITE: http://www.polmil.sp.gov.br
INSTRUÇÃO TÉCNICA DESCRIÇÃO
01 Procedimentos Administrativos
02 Conceitos Básicos de Proteção Contra Incêndio.
03 Terminologia de Proteção Contra Incêndio.
04 Símbolos Gráficos para Projeto de Segurança Contra Incêndio.
05 Segurança Contra Incêndio - Urbanística.
06 Acesso de Viatura na Edificação e Área de Risco.
07 Separação entre Edificações.
08 Segurança Estrutural nas Edificações - Resistência ao fogo dos elementos de construção.
09 Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical. 10 Controle de Materiais de Acabamento e Revestimento.
11 Saídas de Emergência em Edificações.
12 Dimensionamento de Lotação e Saídas de Emergência em Recintos Esportivos e de Espetáculos Artístico - Culturais.
13 Pressurização de Escada de Segurança.
48
14 Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco.
15 Controle de Fumaça.
16 Plano de Intervenção de Incêndio.
17 Brigada de Incêndio
18 Iluminação de Emergência.
19 Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio.
20 Sinalização de Emergência. 21 Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio.
22 Sistema de Hidrantes e de Mangotinhos para Combate a Incêndio.
23 Sistema de Chuveiros Automáticos.
24 Sistema de Resfriamento para Líquidos e Gases Inflamáveis e Combustíveis.
25 Sistema de Proteção por Espuma.
26 Sistema Fixo de Gases para Combate a Incêndio.
27 Armazenagem de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis.
28 Manipulação, Armazenamento, Comercialização e Utilização de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
29 Comercialização, Distribuição e Utilização de Gás Natural.
30 Fogos de Artifício.
31 Heliponto e Heliporto.
32 Medidas de Segurança para Produtos Perigosos.
33 Cobertura de Sapé, Piaçava e Similares.
34 Hidrante de Coluna.
35 Túnel Rodoviário.
36 Pátios de Contêineres.
37 Subestações Elétricas.
38 Proteção Contra Incêndios em Cozinhas Profissionais.
49
21 GLOSSÁRIO DO INCÊNDIO
ABAFADOR: haste de madeira geralmente contendo tiras de mangueira ou até
mesmo ramos vegetais verdes, usada para apagar fogo em mato. É também
conhecida como “vassoura-de-bruxa”.
ABAFAMENTO: ato de abafar o fogo; uma das três técnicas de extinção de incêndio.
ABALO: diz-se do tremor causado pela natureza ou por fadiga de estrutura.
ABASTECIMENTO: suprimento de água durante um incêndio, imprescindível para o
extermínio do mesmo.
ABRAÇADEIRA: também conhecida como “tapa-furos”, é confeccionada em couro
envolto por tiras, usada para tapar mangueiras furadas; chapa de ferro usada para
segurar paredes ou vigas de madeiramento.
ABRASÃO: desgaste por fricção; raspagem.
ACEIRO: limpeza destinada a impedir acesso do fogo a cercas, árvores, casas, etc.,
mediante roçada, carpa, desobstrução.
ACERAR: afiar; aguçar; amolar.
ACETILENO: gás formado pela ação da água sobre a hulha; etino.
ACETONA: líquido inflamável e volátil, obtido por destilação seca.
ACHA: peça de madeira rachada para o fogo.
AÇO: liga de ferro com carbono que se torna extremamente dura quando, depois de
aquecida, é esfriada repentinamente.
ACONDICIONAR: arranjar, arrumar; preservar contra deteriorização (cordas, cabos
ou mangueiras).
ACOPLAR: unir, ligar, juntar.
50
AÇUDE: construção destinada a preservar águas pluviais.
ADAPTAÇÃO: qualquer peça usada para suprir dificuldades de encaixe; peça usada
por bombeiros para ligar ou unir mangueiras com juntas de união diferentes.
ADUCHAR: ato de enrolar a mangueira de forma a permitir que a mesma permaneça
bem acondicionada, e propiciando uma forma fácil de transportá-la e prepará-la para
uso com rapidez; diz-se de todo acondicionamento de material com o objetivo de
preservá-lo.
ADUTORA: canal, galeria ou encanamento que leva água de um manancial para um
reservatório; diz-se da linha de mangueira principal para o combate a um incêndio (a
que leva água para as linhas de ataque direto).
AERODUTO: duto de ar nas instalações de ventilação.
AFERIR: medir; conferir; calibrar.
AGENTE EXTINTOR: que age, que exerce, que produz efeito sobre o fogo,
extingüindo-o.
ÁGUA: líquido formado de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, sem cor,
cheiro ou sabor, transparente em seu estado de pureza; agente extintor universal.
AGULHETA: tipo de esguicho de jato sólido e único, sem regulagem de proporções
ou demanda.
ALAGAMENTO: enchente de água; inundação de terras.
ALARME: aviso de algum perigo; dispositivo usado para alertar ou acionar alguém
sobre um perigo.
ALASTRAR: estender; espalhar (o fogo).
ALAVANCA: barra inflexível, reta ou curva, apoiada ou fixa num ponto de apoio fora
de sua extensão, e destinada a mover, levantar ou sustentar qualquer corpo.
51
ALAVANCA CYBORG: espécie de alavanca multi-uso, possuindo uma extremidade
afilada e chata formando uma lâmina, cuja lateral estende-se um punção, e em seu
topo predomina uma superfície chata. Na outra extremidade há uma unha afiada
com entalhe em “V”. É também conhecida como “Quic-bar”.
ALCATRÃO: substância obtida pela destilação da madeira, turfa ou carvão mineral.
ALICATE: pequena ferramenta torquês, geralmente terminada em ponta mais ou
menos estreita, com variadas utilidades como prender, segurar ou cortar objetos.
ALICERCE: maciço de alvenaria que serve de base às paredes de um edifício.
ALVARÁ: documento passado por uma autoridade judiciária ou administrativa, que
contém ordem ou autorização para a prática de determinados atos.
ALVENARIA: obra feita de pedras e tijolos ligados por argamassa, cimento, etc.
AMIANTO: silicato refratário ao fogo e aos ácidos; asbesto.
AMÔNIA: solução aquosa do gás amoníaco.
AMONÍACO: gás incolor, de odor intenso e picante, muito solúvel em água,
resultante de uma combinação de nitrogênio e hidrogênio, de fórmula NH2.
ANCORAGEM: ato ou efeito de se ancorar; amarra feita com o intuito de pendurar
algo, ou manter a segurança de algo ou alguém.
ANDAIME: estrado de madeira ou metal, provisório, de que se utilizam os pedreiros
para erguerem um edifício.
ANEMÔMETRO: aparelho de medir a velocidade e a força dos ventos.
ANTEPARO: peça que se põe diante de alguma coisa ou de alguém para
resguardar.
APARELHO DE HIDRANTE: artefato para expedição de água, geralmente em forma
de “T”, usado sempre em hidrante do tipo subterrâneo, com rosca em sua
extremidade de acoplamento, para fácil e rápido manuseio.
52
AQUEDUTO: canal, galeria ou encanamento destinado a conduzir água de um lugar
para outro.
AR COMPRIMIDO: ar engarrafado em cilindro, sob pressão, usado por bombeiros
para proteção respiratória em casos de incêndio.
ARCO VOLTAICO: ocorre quando a energia elétrica procura um caminho para
“terra” e “salta” de um ponto energizado para um condutor em contato com o solo.
ARVORAR: ato de erguer, levantar ou elevar a escada de bombeiros.
ATAQUE: diz-se do ato do bombeiro que avança sobre o incêndio, com o intuito de
exterminá-lo; denomina-se linhas de ataque as mangueiras que são usadas para o
extermínio do incêndio.
BACKDRAFT: através de uma queima lenta e pobre em oxigênio, o fogo fica
confinado por algum tempo, sem alimentação do comburente. Quando o comburente
entra no local, ocorre uma explosão, onde é dada esta denominação para o
fenômeno.
BALACLAVA: gorro justo de malha de lã, em forma de elmo, que cobre a cabeça, o
pescoço e os ombros.
BANDÓ: espécie de protetor posterior da nuca, usado junto ao capacete, de material
refratário.
BANZO: cada uma das duas peças longitudinais principais da escada, onde de
encaixam os degraus.
BARBARÁ: espécie de hidrante, também conhecido como “de coluna”, cuja abertura
é feita por um registro tipo gaveta, possuindo uma expedição de 100mm e duas de
63mm.
BLEVE: sigla de “Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion”, acerca de um
fenômeno que ocorre em recipientes com líquidos inflamáveis sob pressão,
explodindo devido a queda de resistência das paredes do cilindro.
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BLOCO CONTRA FRICÇÃO: peça destinada a eliminar o atrito das mangueiras com
quinas ou cantos abrasivos.
BOIL OVER: fenômeno que ocorre devido ao armazenamento de água no fundo de
um recipiente, sob combustíveis inflamáveis, sendo que a água empurra o
combustível quente para cima, durante um incêndio, espalhando-o e arremessando-
o a grandes distâncias.
BOLSÃO: tem por finalidade carregar escombros durante o rescaldo ou servir de
recipiente para imersão de materiais em brasa.
BOMBA DE INCÊNDIO: equipamento constituído de bomba d’água hidráulica
acoplada a motor próprio (moto-bomba). Pode ser fixa, transportável por veículo ou
portátil.
BOMBA FLUTUANTE: motobomba utilizada para drenagem de água de pavimentos
subterrâneos, alagamentos, etc.
BOTA: um dos itens do Equipamento de Proteção Individual do bombeiro, podendo
ser de borracha ou couro.
CABEÇA: denominação dada a parte do incêndio florestal que se propaga com
maior rapidez, caminhando no sentido do vento. O fogo ali queima com maior
facilidade.
CABO DA VIDA: cabo solteiro feito de material sintético, de 12mm de diâmetro e 6
metros de comprimento, destinado à proteção individual do bombeiro.
CALOR: forma de energia que se transfere de um sistema para outro graças à
diferença de temperatura entre eles. Um dos quatro itens do tetraedro do fogo,
indispensável para o incêndio.
CANHÃO: esguicho constituído de um corpo tronco de cone montado sobre uma
base coletora por meio de junta móvel. É empregado quando de necessita de jato
contínuo de grande alcance e volume.
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CAPA DE PINO: peça metálica em forma trapezoidal, com uma tomada quadrada,
que tem por finalidade acoplar a chave “T” no registro do hidrante, para que este não
gire em falso.
CAPACETE: um dos itens do Equipamento de Proteção Individual do bombeiro.
CHAVE “T”: ferramenta que consiste em uma barra de ferro com munhões em forma
de “T”, e em sua parte inferior, uma tomada quadrada para o acoplamento ao
registro do hidrante.
CHUVEIRO: forma de jato d’água, ideal para resfriamento.
CHUVEIRO AUTOMÁTICO: também conhecido como “sprinkler”, é um sistema de
proteção contra incêndio que, através de uma rede de distribuição de água, por
tubulação, é acionado por meio automático.
COLETOR: peça que se destina a conduzir, para uma só linha, água proveniente de
duas ou mais linhas, ocasionando, então, mais pressão.
COLUNA D’ÁGUA: linha de mangueira que consiste em recalcar água até um
esguicho na extremidade superior da edificação.
COMBATE: técnica de extinção do incêndio, formada por linhas de ataque.
COMBURENTE: um dos quatro itens do tetraedro do fogo, fundamental para se
obtê-lo. É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O
exemplo mais comum é o oxigênio.
COMBUSTÃO: reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz,
calor, fumaça e gases.
COMBUSTÍVEL: um dos quatro itens do tetraedro do fogo. É toda a substância
capaz de queimar e alimentar a combustão, sendo o elemento que serve para a
propagação do fogo.
CONDUÇÃO: forma de propagação de calor. É a transferência de calor através de
um corpo sólido de molécula a molécula.
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CONFINAMENTO: cercar o fogo, delimitá-lo em ambiente fechado para esgotar a
reserva de oxigênio, e, conseqüentemente, extingui-lo.
CONVECÇÃO: forma de propagação de calor. É a transferência de calor pelo
movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si próprios.
CORRETOR DE FIOS: conhecido também como “troca-fios”, é utilizado na correção
de padrões de fios diferentes entre duas juntas do tipo rosca, sendo empregado na
rosca macho.
CORTA-A-FRIO: ferramenta para cortar telas, correntes, cadeados e outras peças
metálicas.
COSTAS OU RETAGUARDA: parte do incêndio florestal que situa-se em posição
oposta à cabeça. Queima com pouca intensidade e pode se propagar contra o vento
ou em declives.
CROQUE: ferramenta constituída de uma haste comprida, geralmente de madeira
ou plástico rígido, tendo na sua extremidade uma peça metálica com ponta e fisga.
DEDO: parte do incêndio florestal, que se predomina por faixa longa e estreita que
se propaga rapidamente a partir do foco principal.
DERIVANTE: peça metálica destinada a dividir uma linha de mangueira em outras
de igual diâmetro ou de diâmetro inferior.
DESABAMENTO: queda ou desmoronamento de estrutura sólida.
EDUTOR: peça metálica com introdução de 38mm e expedição de 63mm, possuindo
uma válvula de retenção que impede o alagamento do compartimento, caso haja
queda de pressão na introdução ou alguma obstrução no tubo de descarga.
EMPATAÇÃO: nome dado à fixação, sob pressão, da junta de união de engate
rápido no duto da mangueira.
ENTRELINHAS: equipamento acoplado numa linha de mangueira para adicionar o
líquido gerador de espuma à água para o combate ao incêndio.
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ENXADA: ferramenta de sapa que consiste em uma lâmina de metal, com um orifício
em sua parte oposta em que se encaixa um cabo de madeira no sentido
perpendicular. Usada para revolver ou cavar a terra e rescaldos.
ENXADÃO: parente da enxada, com variação no tamanho.
EPI: sigla de “Equipamento de Proteção Individual”.
EPR: sigla de “Equipamento de Proteção Respiratória”.
ESCADA: os tipos de escadas que os bombeiros utilizam são: simples, de gancho,
prolongável (constituída de dois corpos ligados entre si), crochê (dobrável) e de
bombeiro (leve e com um único banzo).
ESCORA: peça geralmente de madeira ou de metal, utilizada para proteger
estruturas em colapso.
ESCORAMENTO: operação emergencial para impedir o processo de desarticulação
ou desabamento de uma construção.
ESGUICHO: peça metálica adaptada à extremidade da linha de mangueira
destinada a dar forma e controlar o jato d’água. Os bombeiros utilizam os tipos
agulheta, regulável, universal, canhão, monitor, pescoço de ganso, proporcionador
de espuma e lançador de espuma.
ESPUMA: agente extintor e uma das formas de aplicação de água, sendo
constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou gás, formada por solução aquosa,
apagando o fogo por abafamento e resfriamento.
ESTRANGULADOR: utilizado para permitir contenção do fluxo da água que passa
por uma linha de mangueira, sem que haja necessidade de parar o funcionamento
da bomba de incêndio ou de fechar registros.
EXPLOSÃO: arrebentação súbita, violenta e ruidosa provocada pela libertação de
um gás ou pela expansão repentina de um corpo sólido que, no processo, se faz em
pedaços.
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EXTINÇÃO: fase do combate ao incêndio em que o fogo é completamente apagado,
para posteriormente dar-se início ao rescaldo.
EXTINTOR DE INCÊNDIO: aparelho portátil de fácil manuseio, destinado a
combater princípios de incêndio.
FACÃO: ferramenta semelhante a faca, porém maior que esta, utilizada
principalmente em vegetações.
FILTRO: peça metálica acoplada nas extremidades de admissões de bombas de
incêndio, para evitar que nelas entrem corpos estranhos.
FLANCO: a lateral do incêndio florestal que separa a cabeça das costas ou
retaguarda. A partir do flanco, forma-se o dedo.
FLASHOVER: fenômeno apresentado quando, na fase de queima livre de um
incêndio, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando
determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá
uma queima instantânea desses produtos, o que poderá acarretar uma explosão
ambiental.
FOCO: ponto central de onde provém o fogo.
FOCO SECUNDÁRIO: provocado por fagulhas que o vento leva além da cabeça ou
por materiais incandescentes, durante o incêndio florestal.
FOGO: fenômeno que consiste no desprendimento de calor e luz produzidos pela
combustão de um corpo.
FRANCALETE: cinto de couro estreito e de comprimento variado dotado de fivela e
passador, utilizado na fixação de mangueiras e outros equipamentos.
FUMAÇA: porção de vapor resultante de um corpo em chamas.
GADANHO: espécie de “garfo” de sapa com dentes de ferro, utilizado no rescaldo
para arrastar ou remover materiais.
GLP: sigla de “Gás Liquefeito de Petróleo”, mais conhecido como “gás de cozinha”.
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GOLPE DE ARÍETE: força ocasionada quando o fluxo da água, através de uma
tubulação ou mangueira, é interrompido de súbito. A súbita interrupção do fluxo
determina a mudança de sentido da pressão, sendo instantaneamente duplicada,
acarretando sérios danos aos equipamentos hidráulicos e à bomba de incêndio. Tal
acidente pode ser evitado com o uso da válvula de retenção.
HALON: agente extintor de compostos químicos formados por elementos halogênios
(flúor, cloro, bromo e iodo).
HIDRANTE: dispositivo colocado na rede de distribuição de água, permitindo sua
captação pelos bombeiros para combate a incêndio. Pode ser encontrado nas
versões de coluna (barbará) e subterrâneo.
HT: sigla para “hand-talk”, rádio portátil com bateria recarregável usado pelo
bombeiro.
INCÊNDIO: fogo de origem acidental, geralmente sem controle.
IRRADIAÇÃO: uma das formas de propagação de calor, transmitida por ondas de
energia calorífica que se deslocam através do espaço.
ISOLAMENTO: método cercar o fogo, impedindo sua propagação; manter a
integridade de um local.
JATO: forma da água ao sair do esguicho. Pode ser sólido ou contínuo, chuveiro e
neblina.
JUNTA DE UNIÃO: peça metálica utilizada para efetuar a conexão de mangueiras,
mangotes e mangotinhos entre si e a outros equipamentos hidráulicos.
LANÇADOR DE ESPUMA: espécie de esguicho que tem por finalidade produzir
espuma por baixa pressão, através de um dispositivo que arrasta o ar para seu
interior, adicionando-o à mistura por meio de batimento, que dará como resultado a
espuma.
LANCE: fração de mangueira que vai de uma a outra junta de união.
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LANÇO: corpo da escada, compreendido geralmente por dois banzos.
LGE: sigla de “Líquido Gerador de Espuma”.
LINGA: cabo curto de aço com alças em suas extremidades, que tem por objetivo
laçar algum objeto para transporte, içamento ou arrasto.
LINHA: conjunto de mangueiras acopladas, que formam um sistema para conduzir
água. Subdivide-se em adutora, ataque e siamesa.
LUVAS: item do “Equipamento de Proteção Individual” do bombeiro. Pode ser de
raspa, PVC, nitrílica e de borracha. Também há a luva de procedimentos, usadas
em primeiros socorros, compostas de látex.
MACETE DE BORRACHA: martelo de borracha maciça e cabo de madeira, que tem
por finalidade auxiliar o acoplamento de peças com junta de união de rosca, através
de batidas nos munhões, sem, contudo, danificá-las.
MACHADO: instrumento constituído de cunha de ferro em um dos lados, com cabo
de madeira, destinado ao corte de árvores ou arrombamento.
MALHO: grande martelo, de cabeça pesada, sem unhas e sem orelhas, usado em
arrombamentos.
MANANCIAL: lago, nascente ou fonte d’água.
MANGOTE: duto de borracha, reforçado com armação interna de arame de aço,
para resistir, sem se fechar, quando utilizado em sucção de água.
MANGOTINHO: tubo flexível de borracha, reforçado para resistir a pressões
elevadas e dotado de esguicho próprio. Geralmente é pré-conectado à bomba de
incêndio, e utilizado em pequenos focos.
MANGUEIRA: equipamento de combate a incêndio, constituído de um duto flexível
dotado de juntas de união, destinado a conduzir água sob pressão. Seu
revestimento interno é um tubo de borracha, e o externo uma capa de lona
confeccionada de fibras naturais.
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MANGUEIROTE: mangueira especial utilizada para o abastecimento de viaturas em
hidrantes. Em suas extremidades observa-se juntas de união de rosca fêmea,
dotadas de munhões para fácil acoplamento.
MANILHA: peça de metal em forma de “U”, com furos em suas extremidades, por
onde passa uma espécie de ferrolho, destinada a prender amarras.
MARRETA: espécie de pequeno malho.
MARTELETE: ferramenta utilizada para cortar ou perfurar metais e alvenaria. É
encontrado nas versões hidráulico e pneumático.
MÁSCARA AUTÔNOMA: equipamento constituído de máscara facial, válvula de
demanda e traquéia, acoplados a um cilindro de ar-comprimido respirável, utilizados
em ambientes com alta concentração de fumaça.
MONITOR: esguicho de grande vazão, abastecido por duas ou mais linhas
siamesas.
MOTO-ABRASIVO: aparelho com motor dois tempos que, mediante fricção, produz
cortes em materiais metálicos e em alvenarias.
MOTOBOMBA: equipamento constituído de bomba d’água hidráulica acoplada a
motor próprio. Pode ser fixa, transportável por veículo ou portátil.
MOTO-EXPANSOR: aparelho com motor próprio, constituído com uma tela onde é
lançada a pré-mistura, e de uma hélice, que funciona como ventilador, projetando
uma corrente de ar também sobre a tela e a pré-mistura, formando a espuma.
MUNHÃO: haste que tem por objetivo facilitar a pegada manual para diversos fins.
NEBLINA: forma de jato d’água gerado por fragmentação da mesma em partículas
finamente divididas, através do mecanismo do esguicho.
OXIGÊNIO: elemento químico mais abundante na crosta terrestre, indispensável à
vida dos animais e vegetais. É o comburente mais comum.
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PÁ: utensílio de sapa que consiste numa folha de metal larga ou grande colher,
adaptado a um cabo comprido, utilizado para escavar ou remover terra e rescaldo.
PÁ DE ESCOTA: pequena pá que pode se transformar em pequena enxada,
destinada a trabalhos que exigem cuidado, como soterramento.
PASSADEIRA: lona de grande proporção destinada a proteger materiais durante a
operação de rescaldo.
PASSAGEM DE NÍVEL: equipamento confeccionado de metal ou madeira que
possui um canal central para a colocação de mangueira, protegendo-a e permitindo
o tráfego de veículos sobre as linhas de mangueiras dispostas no solo.
PÉ-DE-CABRA: espécie de alavanca que em uma de suas extremidades apresenta
uma unha curva em forma de gancho, e à outra extremidade uma unha chata.
PESCOÇO DE GANSO: espécie de esguicho longo em forma de “L”, com jato de
chuveiro, que tem objetivo proteger a linha de ataque durante o combate ao
incêndio.
PICARETA: instrumento que consiste em uma peça de ferro com duas pontas
aguçadas, da qual se estende um cabo de madeira, que tem por objetivo cavar terra
ou remover pedras.
PIROFÓRICO: metal combustível.
PIRÓLISE: transformação por aquecimento de uma mistura ou de um composto
orgânico em outras substâncias.
PITOT: aparelho constituído de manômetro que serve para medir a pressão de
cilindros. PÓ
QUÍMICO SECO: agente extintor formado por substâncias constituídas de
bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio.
PORÃO: esguicho próprio para extinguir incêndios em pavimentos inferiores de
difícil acesso, que produz jato chuveiro.
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PRESSÃO: é a força que se aplica na água para esta fluir através de mangueiras,
tubulações e esguichos, de uma extremidade a outra.
PROPORCIONADOR DE ESPUMA: espécie de esguicho que reúne o lançador de
espuma e o entrelinhas em uma única peça.
RALO: peça metálica que situa-se na introdução da bomba de incêndio para impedir
a entrada de detritos em suspensão na água.
REAÇÃO EM CADEIA: um dos itens do tetraedro do fogo, que torna a queima auto-
sustentável.
REDUÇÃO: peça metálica utilizada para a conexão de juntas de união de diâmetros
diferentes.
REGISTRO DE RECALQUE: extensão da rede hidráulica, constituído de uma
conexão (introdução) e registro de paragem em uma caixa de alvenaria fechada por
tampa metálica, situando-se abaixo do nível do solo (no passeio), junto à entrada
principal da edificação.
REIGNIÇÃO: nova ignição de incêndio já combatido e extinto, que dá-se devido à
brasas e focos escondidos não encontrados no rescaldo.
RESCALDO: fase do serviço de combate a incêndio em que se localizam focos de
fogo escondidos ou brasas que poderão tornar-se novos focos.
RESFRIAMENTO: método de extinção de incêndio que consiste em diminuir a
temperatura do material combustível que está queimando, diminuindo,
conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis.
SALVATAGEM: conjunto de ações que visa diminuir os danos causados pelo fogo,
pela água e pela fumaça durante e após o combate ao incêndio.
SAPA: conjunto de ferramentas usadas em escavações ou remoções (pá, enxada,
gadanho, etc.).
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SIAMESA: espécie de linha composta por duas ou mais mangueiras adutoras,
destinadas a conduzir água da fonte de abastecimento para um coletor, e deste, em
uma única linha, aumentando o volume de água a ser utilizada.
SINISTRO: acontecimento que causa dano, perda, sofrimento ou morte; acidente;
desastre; incêndio.
SPRINKLER: também conhecido como chuveiro automático.
SUPLEMENTO DE UNIÃO: peça metálica utilizada na correção de acoplamentos de
juntas de rosca, quando há encontro de duas roscas macho ou duas roscas fêmea.
SUPORTE DE MANGUEIRA: peça metálica com uma tira de couro ou nylon,
utilizada para fixar a linha de mangueira na escada.
TAMPÃO: peça metálica que destina-se a vedar as expedições desprovidas de
registro que estejam em uso, e a proteger as extremidades das uniões contra
eventuais golpes que possam danificá-las.
TETRAEDRO DO FOGO: esquema de quatro faces para exemplificar os quatro
elementos essenciais do fogo: calor, combustível, comburente e reação em cadeia.
TORRE D’ÁGUA: linha de mangueira ou tubulação que consiste em recalcar água
até um esguicho na extremidade superior da viatura aérea.
VÁLVULA DE RETENÇÃO: peça metálica utilizada para permitir uma única direção
do fluxo da água, possibilitando que se forme coluna d’água em operações de
sucção e recalque. Impede o golpe de aríete.
VASSOURA-DE-BRUXA: denominação popular do “abafador”, utilizado em incêndio
florestal.
VENTILAÇÃO: remoção e dispersão sistemática de fumaça, gases e vapores
quentes de um local confinado, proporcionando a troca dos produtos da combustão
por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos bombeiros durante o combate ao
incêndio
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BIBLIOGRAFIA
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CAMILO JUNIOR, A. B. Manual de Prevenção de Combate a Incêndio. 9ª edição,
Editora SENAC São Paulo. São Paulo, 2007.
DA COSTA, A. T. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho, Normas
Regulamentadoras – NRS. 1º Edição, Editora Fusão. São Caetano do Sul/São Paulo
2007.