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RELA TÓRIO DE ESTÁGIO M 2016-17 REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras ULSNE Bragança Catarina Toledo Paula 201109374

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RELAT ÓRI OD E EST Á GI O

M 2016- 17

REALIZADO NO ÂMBITO DO MESTRADO INTEGRADO

EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras

ULSNE Bragança

Catarina Toledo Paula 201109374

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Relatório de Estágio Farmácia Comunitária Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras

janeiro de 2017 a maio de 2017

Catarina Toledo Paula

Orientador : Dra Sofia Boavida

________________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutor (a) Helena Vasconcelos

________________________________________

Setembro de 2017

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Relatório de Estágio Farmácia Comunitária Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

Declaração de Integridade

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº

__________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade

de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na

elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou

partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores

pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras,

tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de

______

Assinatura: ______________________________________

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Relatório de Estágio Farmácia Comunitária Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto e à comissão de estágios, por todo o trabalho realizado em prol

da nossa formação.

Em particular, e para a realização deste relatório, tenho a agradecer à

Professora Helena Vasconcelos, pela disponibilidade demonstrada ao longo da

realização do relatório.

À Drª Carla Silveiro, diretora técnica da na Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras

pela oportunidade de realização do estágio curricular, pela confiança que me incutiu,

pela amabilidade e pela ajuda prestada sempre que solicitada.

À Drª Marta Gaspar e Sofia Boavida pela excelente orientação prestada, pelo

conhecimento transmitido, pela segurança que depositaram em mim e pela alegria que

demonstravam todo os dias.

À Joana por todas as vezes que me assegurou os erros, pela segurança que

me deu e pela amizade e companheirismo.

À Paula Pinto por me fazer perder o medo do telefone, pela amabilidade e pelo

seu sentido de organização irredutível.

À Grishma, à Lara e à Luciana pela boa disposição, pelas dúvidas que me

esclareceram e pela calma e tranquilidade que me transmitiam

À Matilde pela alegria de todas as manhãs.

A toda a equipa da NP consultoria e gestão pela amabilidade, pelos

conhecimentos transmitidos e pela disponibilidade.

Por fim, gostaria de agradecer a todos os que me acompanharam ao longo dos

5 anos de curso, aos que comigo aprenderam a ser mais e melhor. Aos meus

incansáveis amigos, à minha família, às minhas Irmãs e Mãe por tudo o que me

fizeram e fazem ser. E a ti Pai por seres o sossego que trago ao peito.

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Relatório de Estágio Farmácia Comunitária Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

I

ÍNDICE

Resumo I

Índice de Tabelas II

Índice de anexos III

Abreviaturas V

Parte I: Descrição das atividades desenvolvidas no estágio 1

1. A farmácia Sacoor do Fórum Oeiras 1

1.1. Localização e estrutura externa 1

1.2. Estrutura Interna e horário de funcionamento 1

1.3. Recursos Humanos 1

1.4. Os utentes 2

2. Gestão da farmácia 2

2.1. Sistema informático 2

2.2. Gestão de stocks 3

2.3. Encomendas 3

2.3.1. Gestão de Encomendas 3

2.3.2. Receção de encomendas 4

2.3.3. Armazenamento de encomendas 5

2.3.4. Devoluções e quebras 6

2.4. Controlo de qualidade: prazos de validade 6

3. Dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos 7

3.1. A Receita médica 7

3.2. Regime de comparticipação de medicamentos 9

3.3. Sistema de Preços referência 10

3.4. Conferência e Faturação de receituário 10

3.5. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) 11

3.6. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) 12

3.7. Medicamentos genéricos 13

3.8. Medicamentos manipulados 13

3.9. Medicamentos sujeitos a legislação especial 14

3.9.1. Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes Mellitus 14

3.9.2. Estupefacientes e psicotrópicos 14

4. Outros produtos farmacêuticos 15

4.1. Medicamentos de uso veterinário 15

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4.2. Dispositivos médicos 15

4.3. Puericultura 16

4.4. Produtos Dermocosméticos e de Higiene Corporal 16

4.5. Suplementos alimentares 17

4.6. Produtos homeopáticos 17

4.7. Nutrição específica 18

5. Cuidados e serviços farmacêuticos 18

5.1. O papel do farmacêutico 18

5.2. Automedicação 19

5.3. Farmacovigilância 19

6. ValorMed 20

7. Formação continua 20

8. Conclusões 21

ParteII 22

Caso de estudo 1: Avaliação do risco Cardiovascular: rastreio de triglicerídeos 22

1. Enquadramento geral e objetivos 22

1.1. Diabetes Mellitus 23

1.2. Excesso de peso e perímetro abdominal 23

1.3. Tabagismo 24

1.4. Hipertensão 25

1.5. Consumo de álcool 25

1.6. Colesterol 25

1.7. Triglicerídeos 26

2. Risco cardiovascular: SCORE 27

3. Rastreio de triglicerídeos 28

4. Considerações finais 28

Caso de estudo 2: Importância dos serviços farmacêuticos: determinação de parâmetros

bioquímicos e fisiológicos. 29

1. Enquadramento geral e objetivos 29

2. Determinação de parâmetros bioquímicos 31

2.1 Determinação da glicémia: Conceito, procedimento e cuidados a ter 31

2.2. Colesterol total, Colesterol-HDL e Colesterol_LDL e triglicerídeos 32

2.3. Rácio Internacional Normalizado (INR) 33

2.4. Análise à urina 33

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2.5. Teste de gravidez 34

2.6. Pressão arterial 34

2.7. Enzimas GOT, GGT, GPT 35

2.8. Creatinina 35

2.9. Hemoglobina 36

2.10. Hemoglobina glicada 36

2.11. Cessação tabágica 36

2.12. Administração de vacinas 37

2.13. Pensos e Feridas 37

2.14. Determinação de perímetro abdominal, índice de massa corporal e consulta de

nutrição 37

2.15. Ácido Úrico 38

3. Considerações finais 38

Caso de estudo 3: A importância do marketing farmacêutico 40

Bibliografia 41

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I

Resumo

O estágio curricular em farmácia comunitária é uma etapa obrigatória para o

culminar do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, servindo este relatório

como forma de transmitir os conhecimentos adquiridos ao longo dos 4 meses de

estágio, nomeadamente no que concerne ao nível prático e científico.

Foram inúmeras as áreas com as quais pude contactar ao longo do estágio, tal

como os desafios que foram surgindo no seu decorrer, quer a nível do

aconselhamento do doente, quer a um nível de gestão organizacional. O principal

objetivo é perceber qual o princípio regente do local onde se inicia a carreira

profissional propriamente dita, pois é a partir desse que toda a conduta é realizada e

desenvolvida.

A primeira missão pressupõe de um envolvimento nas demais temáticas que

fazem parte de farmácia comunitária, sendo que o primeiro desafio é o contacto com o

utente, que cada vez se torna mais imprescindível no que diz respeito à valorização do

farmacêutico enquanto profissional de saúde.

A elaboração de casos de estudo permitiu um maior envolvimento e

complementou a minha formação, uma vez que a execução de rastreios me

possibilitou uma maior aproximação da comunidade e por sua vez a revisão e

elaboração de fichas técnicas de apoio aos serviços farmacêuticos me fez perceber a

importância do acompanhamento do utente e da monitorização do mesmo com

análises simples e rápidas que poderão prevenir e salvaguardar o doente de algumas

patologias.

No decorrer do estágio pude ainda assistir a formações que me foram uteis a

fim de conhecer os produtos farmacêuticos mais a pormenor e começar a desenvolver

algum espirito crítico.

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II

Índice de Tabelas

Tabela 1: Resumo das atividades desenvolvidas e formações assistidas

durante o estágio ……………………………………………………………………….pág 18

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III

Índice de anexos

Anexo 1: Percentagem de óbitos pelas principais causas de morte no total das

causas de morte em Portugal.

Pág50

Anexo 2: Efeitos adversos da obesidade (adaptado de 38). Pág 50

Anexo 3: Mecanismo do dano vascular e do miocárdio na obesidade (adaptado de

38).

Pág 51

Anexo 4: Indicadores de mortalidade relativos a doenças isquémicas do coração

(todas as idades, < 65 anos e ≥ 65 anos), por sexo, em Portugal Continental (2008 a

2012).

Pág 51

Anexo 5: Documento de registo de determinações no rastreio de triglicerídeos. Pág 52

Anexo 6: Relatório de avaliação de risco cardiovascular Pág 52

Anexo 7: Ficha técnica - Procedimento de URYSIS Pág 53

Anexo 8: Ficha técnica- Procedimento Glucocard: Pág 53

Anexo 9: Ficha Técnica – Coaguchek XS Pág 54

Anexo 10: Ficha técnica- Procedimento Tensiómetro Pág 54

Anexo 11: Ficha técnica- Procedimento Tanita Pág 55

Anexo 12: Ficha técnica- Procedimento I-CHROMA Pág 55

Anexo 13: Ficha técnica- Procedimento Reflotron Pág 56

Anexo 14: Ficha técnica- Determinação da glicose Pág 56

Anexo 15: Ficha técnica- Determinação da Colesterol Total Pág 57

Anexo 16: Ficha técnica- Determinação da Colesterol-LDL e HDL Pág 57

Anexo 17: Ficha técnica- Determinação de triglicerídeos Pág 58

Anexo 18: Ficha técnica- Indicações alimentares Pág 58

Anexo 19: Ficha técnica- Determinação de INR Pág 59

Anexo 20: Ficha técnica- Análise à urina Pág 59

Anexo 21: Ficha técnica-Teste de Gravidez Pág 60

Anexo 22: Ficha técnica- Determinação de Pressão Arterial Pág 60

Anexo 23: Ficha técnica- Determinação de GPT Pág 61

Anexo 24: Ficha técnica- Determinação de GGT Pág 61

Anexo 25: Ficha técnica- Determinação de GOT Pág 62

Anexo 26: Ficha técnica- Determinação de creatinina Pág 62

Anexo 27: Ficha técnica- Determinação da Hemoglobina Pág 63

Anexo 28: Ficha técnica- Determinação da Hemoglobina Glicada Pág 63

Anexo 29: Ficha técnica- Cessação Tabágica Pág 64

Anexo 30: Ficha técnica- Cessação tabágica: tabelas de orientação Pág 64

Anexo 31: Ficha técnica- Administração de Vacinas e injetáveis Pág 65

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IV

Anexo 32: Ficha técnica- Procedimentos Pensos e Feridas Pág 65

Anexo 33: Ficha técnica-Determinação de IMC Pág 66

Anexo 34: Ficha técnica- Determinação do Ácido Úrico Pág 66

Anexo 35: Ficha técnica- Determinação do Perímetro Abdominal Pág 67

Anexo 36: Ficha técnica- Aconselhamento de obesidade Pág 67

Anexo 37: Ficha técnica- Determinação de Ácido úrico Pág 68

Anexo 38: Anúncio efetuado na rede Social Facebook ®: campanha de solares Pág 68

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V

Abreviaturas

CT Colesterol Total

DC Doenças Coronárias

DCV Doenças Cardiovasculares

DCI Denominação Comum Internacional

DM Dispositivo Médico

DM2 Diabetes Mellitus 2

DT Diretor(a) Técnico(a)

FEFO First Expire first Out

FIFO First In First Out

FSFO Farmácia SACOOR do Fórum Oeiras

GH Grupo Homogéneo

GGT Gama Glutamil Transferase

GOT Glutamato Oxaloacetato Transaminase

GPT Glutamato Piruvato Transaminase

IMC Índice de Massa Corporal

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de

Saúde, I.P.

INR Rácio Internacional Normalizado

MG Medicamento Genérico

MM Medicamento Manipulado

MNSRM Medicamento não sujeito a receita médica

MSRM Medicamento sujeito a receita médica

MUV Medicamento de Uso Veterinário

PR Preço Referência

PVP Preço de Venda ao Público

SAMS Serviços de assistência médico-social do sindicato dos

bancários do norte

SI Sistema Informático

SNS Sistema Nacional de Saúde

TP Tempo de Protrombina

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1

Parte I: Descrição das atividades desenvolvidas no estágio

1. A farmácia Sacoor do Fórum Oeiras

1.1. Localização e estrutura externa

O meu estágio curricular teve como lugar a Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras

(FSFO), localizada na Rua Dr. José da Cunha 28A,em Oeiras. Faz parte do grupo

Sacoor, composto por mais 3 farmácias Sacoor, a farmácia Sacoor do

Riviera,Farmácia Sacoor do Chiado e a farmácia Sacoor (Palmeiras), a farmácia Mãe,

e ainda a farmácia Almeida Araújo, Seixas Martins e a mais recente a farmácia Bairro

Azul.

De acordo com o Decreto-Lei nº307/2007, de 31 de agosto, o nome do diretor

técnico deve encontrar-se visível interna e externamente com uma placa de

identificação. Para além disso na zona exterior pode-se encontrar a cruz verde que

está iluminada sempre que a farmácia se encontra de serviço [1].

Fisicamente dispõe de duas portas de vidro e ainda de 6 montras, onde é

colocada a publicidade pretendida para o mês em questão.

1.2. Estrutura Interna e horário de funcionamento

Internamente encontra-se dividida em várias zonas, sendo estas: zona de

atendimento, local de receção de encomendas, backoffice, gabinete de apoio ao

utente, casa de banho e armazém.

A zona de atendimento é constituída por 4 balcões, havendo mais 2 que não servindo

para atendimento são usados para rececionar encomendas diárias, em torno destes

encontra-se uma ampla área de lineares de fácil acesso ao público, onde podem

encontrar na sua maioria produtos de dermocosmética e puericultura.

Relativamente ao horário de funcionamento, de segunda a sábado, a farmácia

encontra-se aberta das 8:30 às 20:30, sendo que aos domingos e feriados se encontra

aberta das 10 às 20 horas. É de ressalvar que a farmácia se encontra inserida no

regime de rotatividade dos dias de serviço, sendo que nesse dia esta se encontra

aberta até às 24 horas e a partir daí é feita por um postigo.

1.3. Recursos Humanos

A equipa de recursos humanos da Farmácia Sacoor do Fórum Oeiras é

multidisciplinar e composta tanto por farmacêuticos com técnicos de farmácia e

auxiliares, sendo que cada tem a seu cargo diferentes objetivos e responsabilidade a

partir do qual gerem e organizam o seu dia a dia. A equipa:

● Diretora Técinca (DT): Dr.ª Carla Silveiro

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2

● Dr.ª Sofia Boavida: Farmacêutica

● Dr.ª Marta Gaspar: Farmacêutica Substituta

● Dr.ªCatarina Toscano: Farmacêutica

● Luciana Neves: Técnica de Farmácia

● Grishma Dramce: Técnica de Farmácia

● Joana Fonsesa: Auxiliar

● Ana Paula Pinto:Técnica Auxiliar de Farmácia

1.4. Os utentes

A localização da FSFO permite-lhe uma abrangência variada do tipo de

comunidade que a frequenta, uma vez que se situa no Fórum Oeiras, um local ao ar

livre circundado com outros pontos comerciais e na proximidade de pontos de saúde

como clínicas médicas privadas e hospitais privados que lhe facilita a afluência de

doentes com receituário. No entanto, e porque está inserida em ambiente de habitação

familiar, é de notar a afluência de casais jovens, normalmente com filhos e pessoas

mais idosas, já clientes habituais.

Foi me percetível o ambiente familiar no qual está inserida a FSFO, não

deixando de ser versátil e diversificado uma vez que está próximo, como já referido,

nas proximidades de unidades de saúde.

2. Gestão da farmácia

2.1. Sistema informático

O sistema informático usado no atendimento e do armazém da FSFO é o

sistema Sifarma 2.9.2. Este programa é dotado de diversas funcionalidades que

promovem um fácil atendimento ao utente e uma gestão adequada de produtos. Este

sistema é uma ferramenta indispensável à gestão eficiente da farmácia pois minimiza

o tempo de trabalho, uma vez que facilita as tarefas, tanto de gestão de stocks e como

de projeção de encomendas e a sua receção. Através das suas funcionalidades é

possível uma maximização da produtividade e uma maior atenção ao utente, tornando

o seu atendimento eficaz, seguro e prestável.

É uma ferramenta bastante intuitiva e de simples perceção, pois apresenta uma

interface onde é feito o registo dos produtos dispensados e posterior impressão de

fatura e recibo; um ecrã de gestão e receção de encomendas, onde são efetuadas e

rececionadas as encomendas; gestão de lotes por faturar; gestão de utentes, que

permite aceder à lista de utentes que têm ficha registada na farmácia; e uma opção de

gestão de produtos, onde constam todos os produtos disponíveis na farmácia.

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3

O Sifarma é bastante útil para consulta de stocks, verificação de preços,

comparticipações, identificação de componentes de medicamentos, reações adversas,

interações medicamentosas, confirmar posologias, e ainda encomendá-lo caso não

faça parte do stock da farmácia.

2.2. Gestão de stocks

Uma das etapas mais importantes na gestão de uma empresa, e

respetivamente numa farmácia, é a gestão de stocks, uma vez que é assim que se

torna possível atingir um equilíbrio financeiro e a sustentabilidade da farmácia. Sendo

por isso de extrema importância saber, em cada momento, a quantidade exata de

produto existente em armazém.

O stock deve estar referenciado no sistema informático, ou seja, desde a sua

compra até à sua saída, para que os registos sejam os mais próximos dos stocks

reais, garantindo assim uma boa racionalização de medicamentos. Uma vez que caso

a quantidade seja baixa poderá existir comprometimento de qualidade do serviço

farmacêutico, levando a uma possível insatisfação por parte do utente, por poder ter

de esperar pela encomenda do mesmo, já uma quantidade elevada de produto poderá

acarretar perdas monetárias, e um aumento de desperdício.

O Sifarma® permite fazer uma análise de cada produto quanto ao seu stock,

máximo e mínimo recomendado, propondo a sua encomenda ao responsável pelas

encomendas. Para além disso, informa acerca da data em que foi feita a última

compra e venda, bem como a sua evolução e o número de saídas do produto do

stock, sendo, por isso, uma ferramenta útil na orientação da quantidade de cada

produto a encomendar.

A gestão do stock é ajustada tendo em conta que a sazonalidade das vendas

de alguns produtos, sendo essencial ajustar as quantidades mínimas e máximas nas

diferentes épocas do ano. No entanto, e apesar do sistema informático permitir

contagens de produto, é por vezes necessário atualiza-o, pois poderão existir

discrepâncias nas existências, sendo por isso útil efetuar inventários. Durante o meu

estágio pude participar na execução de inventário.

2.3. Encomendas

2.3.1. Gestão de Encomendas

As encomendas podem ser efetuadas de duas maneiras distintas, ou são feitas

diretamente aos laboratórios de indústrias farmacêuticas ou são feitas pelos

distribuidores grossistas. As encomendas feitas diretamente ao laboratório são menos

frequentes, uma vez que só serão feitas quando existe algum beneficio para a

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4

farmácia, ou porque se pretende adquirir uma quantidade mais volumosa ou porque há

vantagens económicas associadas ao produto. Por estas razões é habitual a farmácia

optar pelos distribuidores grossistas, selecionando pelo menos dois para poder

simplificar todo o processo. A FSFO conta com vários distribuidores sendo que apenas

4 possibilitam encomendas instantâneas pelo sistema informático, sendo elas: a OCP

Portugal, Alliance Healthcare, Botelho e Plural, a Botelho e a OCP Portugal, são os

principais fornecedores, no entanto o principal distribuidor é a Botelho.

O fornecedor principal faz 4 rotas diárias: 09h,12h30, 15h30,18h30, aos

sábados e feriados são apenas 3. Nos dias de serviço permanente há uma entrega

extra por volta das 21h

O sifarma® está dotado de uma componente de Gestão de Encomendas que

possibilita a elaboração de diferentes encomendas: encomendas diárias, encomendas

tipo, encomendas de reforço de stock, encomendas dos esgotados.

2.3.2. Receção de encomendas

A receção de encomendas é efetuada em local apropriado provido de um

computador destinado a dar entrada dos produtos informaticamente. As encomendas

chegam à farmácia em contentores específicos de cada armazenista e fazem-se

acompanhar de uma fatura, com duplicado e original, ou guia de remessa.

Primeiramente é conferido o local destinatário, para garantir que a encomenda não se

destinada a outra farmácia, posteriormente à conferência inicial, deve-se escolher o

item Receção de Encomendas do Sifarma®, que irá mostrar algumas das encomendas

que estão a ser efetuadas ou ainda pendentes, o passo seguinte passa por procurar o

numero de encomenda respetivo, pesquisando em cada uma o seu conteúdo. Após se

ter encontrado a encomenda respetiva, associa-se esta ao número de fatura e o seu

valor monetário. Caso se trate de encomendas instantâneas, e caso venham juntas no

mesmo contentor, estas devem ser associadas, uma vez que o Sifarma® assim o

permite.

Para dar inicio à receção propriamente dita começa-se por inserir os códigos

de barra respetivos dos produtos, a sua quantidade previamente conferida e há alguns

aspetos que também devem também ser tidos em conta como: o prazo de validade, o

preço de venda à farmácia (PVF), o preço de venda ao público (PVP), a margem de

lucro para produtos que não apresentem preço inscrito na cartonagem (PIC) e o

imposto sobre o valor acrescentado (IVA).

Após todos os produtos terem sido introduzidos no programa é conferido o valor

apresentado com o valor faturado, tal como o número de produtos, caso haja alguma

anomalia, esta deve ser reportada ao armazenista, caso seja preciso devolver, pedir

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5

nota de crédito, ou mesmo caso esteja em falta algum produto. Findada a

confirmação, a receção fica concluída com a impressão da confirmação no verso da

fatura original num local apropriado correspondente a cada armazenista.

No final, caso haja produtos que necessitem são impressos os códigos de

barras para os quais seja necessário fazer a marcação de preço, incluindo produtos de

cosmética e de venda livre.

Caso haja benzodiazepinas, substâncias psicotrópicas e estupefacientes na

encomenda estas vêm acompanhadas de uma requisição, que deve ser armazenada

num local apropriado tal como os medicamentos, uma vez que não podem estar num

local comum aos outros produtos. Uma farmacêutica é responsável pela preparação e

emissão das listas de entradas e saídas de psicotrópicos, estupefacientes e

benzodiazepinas da farmácia.

2.3.3. Armazenamento de encomendas

Após a receção e conferência da encomenda, é da responsabilidade da

farmácia garantir a segurança e viabilidade dos produtos, devendo para esse efeito,

armazena-los em locais apropriados a fim de manterem as suas características.

O armazenamento é feito tendo em conta o espaço disponível, a rapidez e a facilidade

do seu acesso, estando para isso todos os locais devidamente etiquetados para que

possam ser facilmente alcançados. As características do produto rececionado também

influencia no seu armazenamento, sendo que os Medicamentos Sujeitos a Receita

Médica (MSRM) são armazenados numa área reservada, fora do alcance dos utentes,

enquanto que os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) e os

produtos de venda livre estão em locais de maior visibilidade, próximas da zona de

atendimento, possibilitando uma maior visibilidade.

Todos os produtos farmacêuticos estão distribuídos segundo métodos de

armazenagem FEFO "First-Expire, First-Out" e FIFO “First-In, First-Out” ou seja, os

produtos rececionados mais recentemente e os produtos com prazos de validade

maiores são armazenados atrás dos já existentes em stock, garantindo que as

primeiras existências a entrar em armazém e com menor prazo de validade são as

primeiras a ser escoadas. As zonas de armazenamento devem respeitar determinadas

condições de iluminação, temperatura, humidade e ventilação de forma a assegurar o

estado de conservação dos medicamentos. Segundo as recomendações gerais, os

medicamentos devem ser conservados a uma temperatura ambiente entre 15-25ºC,

controlada por um ar condicionado, e num teor de humidade não superior a 65%, já os

medicamentos de frio deverão ser conservados a temperaturas entre 2-8ºC, num

frigorifico apropriado para o efeito [2]. De forma a garantir o cumprimento destas

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Relatório de Estágio Farmácia Comunitária Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

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condições, existem vários termohigrómetros dispersos pela farmácia, que controlam a

humidade e temperatura. Mensalmente é feita a recolha dos gráficos das variações de

temperatura e humidade onde se efetua o registo da temperatura e da humidade

máxima e mínima de forma a verificar se houve uma conformidade ou não

conformidade dos parâmetros analisados.

2.3.4. Devoluções e quebras

Quando existem anomalias tanto na receção como no armazenamento dos

produtos, podem ser feitas devoluções. As irregularidades podem ser diversas, tais

como: produtos não recebidos, mas faturados ou encomendados, produtos enviados

mas não encomendados, embalagens danificadas ou mesmo produtos com preços

desatualizados. Nestes casos, o Sifarma® permite a emissão de um documento de

devolução ao fornecedor, onde consta o número da guia de transporte, nome da

farmácia, código do produto, quantidade devolvida e motivo devolução. Dependendo

da política do próprio fornecedor, a devolução pode ser, ou não aceite, caso seja

aceite, pode ser emitida uma nota de crédito. Caso a devolução seja revogada este é

devolvido à farmácia, ficando este em situação de quebra, que deve ser devidamente

documentada, a fim de justificar o seu valor contabilístico.

Um produto farmacêutico pode ainda ser devolvido quando o seu prazo de validade

termina num período de 2 meses, no entanto produtos que fazem parte do programa

de controlo da diabetes (tiras, lancetas, etc) têm que ser devolvidos com 5 meses de

antecedência. Produtos comprados diretamente ao laboratório ou produtos

alimentares como Resource, Leites Infantis só são devolvidos no mês em que termina

a validade. Estes produtos deverão ser separados num contentor especifico e

enviados para o seu fornecedor, fazendo-se acompanhar com a nota de devolução

respetiva.

2.4. Controlo de qualidade: prazos de validade

O controlo de qualidade dos prazos de validade assume elevada importância

no que concerne à diminuição de desperdícios, à minimização de gastos e perdas

económicas e a um aumento na segurança e qualidade do serviço farmacêutico, uma

vez que se evita a dispensa de produtos com prazo de validade curto ou expirado. Por

esse motivo é importante que no ato de rececionar se atualizem os prazos de validade

quando o stock do mesmo se encontra nulo.

Para garantir que todo o processo de controlo se efetue de modo inequívoco,

mensalmente é feita uma verificação dos prazos de validade, auxiliada por uma

listagem de produtos cujos prazos de validade terminem em dois meses, é também

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elaborada uma listagem dos produtos que têm entre 2 e 6 meses de validade para

fazer a sinalização do que é necessário escoar com prioridade. Conforme essa mesma

listagem procede-se à remoção física dos produtos que se encontrem dentro dos

limites. Com este procedimento é possível assegurar a remoção atempada dos

produtos, podendo estes, posteriormente, ser devolvidos ao fornecedor, e alertar os

demais produtos prioritários a serem vendidos, colocando-os em locais chave de fácil

visualização e acesso.

3. Dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos

A dispensa ou cedência de medicamentos é o ato profissional em que o

farmacêutico se encontra envolvido, após uma avaliação criteriosa da medicação

estes são cedidos mediante uma prescrição médica ou em regime de automedicação

ou ainda sob indicação farmacêutica. Esta tarefa deve ser sempre acompanhada de

toda a informação de forma a permitir um uso correto dos medicamentos. O

farmacêutico deve ter ainda em atenção a identificação de possíveis interações e

problemas que possam advir do uso dos medicamentos a dispensar, de modo a

proteger a saúde do doente e garantir a sua segurança e eficácia destes [2].

3.1. A Receita médica

A receita médica intitula-se como um documento imprescindível para a

dispensa de medicamentos. Esta encontra-se regulamentada segundo a Portaria n.º

137-A/2012, de 11 de maio, que prevê que a prescrição médica seja efetuada em

formato eletrónico, excetuando situações como: falência informática, inadaptação

fundamentada pelo prescritos, caso a prescrição seja feita ao domicílio, entre outras

situações, nunca ultrapassando as 40 receitas manuais por mês [3].

Segundo a Lei nº 11/2012, de 8 de março, tornou-se obrigatório, ainda, a

prescrição pela Denominação Comum Internacional (DCI), adequando-se assim o

formato das receitas médicas a estas mudanças [4].

Para que a receita seja válida há alguns requisitos que têm de satisfazer, estes

são: a) Número da receita; b) Local de prescrição; c) Identificação do médico

prescritor; d) Nome e número de utente ou de beneficiário de subsistema; e) Entidade

financeira responsável; f) Referência ao regime especial de comparticipação de

medicamentos (caso se aplique); g) Denominação comum internacional da substância

ativa (DCI); h) Dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem, número de

embalagens; i) Assinatura do médico prescritor. Só depois de verificados todos os

pontos acima mencionados é que a receita se encontra pronta para ser aviada.

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Ao longo do tempo foram surgindo diferentes modelos de receitas, hoje existem 3

tipos, as manuais, as eletrónicas renováveis por 30 dias, podendo apresentar até 3

vias, e as mais recentes eletrónicas, denominadas como receita eletrónica sem papel

em que podem constar na mesma receita medicamentos com prazos de validade

diferente (30 dias ou 6 meses).

Relativamente à receita eletrónica com papel em cada receita podem ser prescritos

até 4 medicamentos distintos, ou seja, medicamentos que não tenham a mesma

substância ativa, dosagem, forma farmacêutica ou agrupamento de forma

farmacêutica. Por medicamente podem ser prescritas, no máximo, duas embalagens.

No entanto, caso os medicamentos prescritos sejam apresentados sob forma de

embalagem unitária podem ser prescritas até quatro embalagens.

Relativamente à receita manual, esta cumpre uma série de requisitos para ser

considerada válida, uma vez que: não pode estar rasurada, conter caligrafias

diferentes, ser escrita com canetas de cor diferente ou mesmo ser redigida a lápis, o

número de embalagens deve aparecer em número cardinal e por extenso. Outra

particularidade deste tipo de receita é só poder apresentar uma via. Na receita manual

para além dos requisitos mencionados anteriormente, são necessários outros pontos

como: vinheta de identificação do médico prescritor, identificação do local de

prescrição (podendo ou não constar), contacto telefónico do prescritor e identificação

de especialidade médica (se aplicável).

É de ressalvar que as receitas eletrónicas incluem um código de barras na parte

superior destas, para que possa ser feita a sua introdução automática nos sistemas

informáticos, tal como um código de barras correspondente ao medicamento prescrito

que facilita o acesso à base de dados de medicamentos com as características

referidas idênticas (medicamentos do mesmo grupo homogéneo ou com o mesmo

Código nacional de prescrição eletrónica médica (CNPEM), permitindo que o doente

tenha o direito de escolha. Informações como tipo de receita e regime de

comparticipação são também facultadas pelo código associado a cada receita,

tornando-a única e inviolável.

Relativamente à prescrição médica, esta pode ainda incluir denominação

comercial, por marca ou nome de titular de autorização de introdução de mercado,

caso se trate de um medicamento de marca, para o qual não existe medicamento

genérico comparticipado; ou quando o médico prescritor apresenta as exceções à

prescrição por DCI, que podem ser: a) Margem ou índice terapêutico estreito (A receita

tem que conter a menção “Exceção a) do n.º 3 do art. 6.º”); b) Reação adversa prévia

(A receita tem de conter a menção “Exceção b) do n.º 3 do art. 6.º - reação adversa

prévia”) esta alínea aplica-se em casos onde tenha ocorrido uma reação adversa

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prévia reportada à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

(INFARMED). O prescritor deve ainda registar esta opção no processo clínico do

doente, para monitorização. Podem ainda apresentar a exceção c) Continuidade de

tratamento superior a 28 dias (A receita tem de conter a menção “Exceção c) do n.º 3

do art. 6.º - continuidade de tratamento superior a 28 dias”), aplicando-se em

tratamentos com duração estimada superior a 28 dias. É de salientar que apesar da

exceção, o utente pode optar por medicamentos dentro do mesmo Grupo Homogéneo

(GH), ou seja, com a mesma DCI, forma farmacêutica, dosagem e tamanho de

embalagem similares ao prescrito desde que o seu preço seja inferior a este [3].

Segundo o despacho de 25 de fevereiro de 2016, a receita sem papel adquiriu

caráter obrigatório a partir de 01 de abril de 2016. Este modelo eletrónico, para além

de ser prático, simples e mais sustentável, permite a prescrição de diferentes tipos de

medicamentos, ou seja, pode incluir tanto medicamentos comparticipados como

tratamentos não comparticipados, e permite, ainda, a prescrição de mais do que 4

medicamentos por receita. Este modelo permite ainda que o utente possa aviar todos

os produtos ou parte deles, em locais e dias diferentes desde que a receita se

encontre com validade. O utente poderá apresentar no seu telemóvel a mensagem do

Ministério da Saúde com o número da receita, o “código de acesso e dispensa” e o

“código de direito de opção” que após introduzidos no sistema permite o acesso à

prescrição. Caso seja necessário é fornecido pelo médico uma guia de tratamento com

os medicamentos prescritos e a sua posologia [5,6]. Ou ainda ser apresentada a

mesma informação por email.

3.2. Regime de comparticipação de medicamentos

A comparticipação é variável consoante a classificação farmacoterapêutica dos

medicamentos, sendo que no regime geral de comparticipação existem diferentes

escalões, nomeadamente o escalão A: 90% comparticipação do preço de referência

pelo estado, o escalão B:69%; escalão C: 37% e por último o escalão D:15%.

Caso o utente seja pensionista à comparticipação geral acresce 5% no escalão A, e

um aumento de 15 % nos restantes escalões [7].

Para além destas situações existem ainda os regimes especiais de

comparticipação, nomeadamente para certas patologias, ou grupos de doentes, onde

se verifica majoração da comparticipação. Sendo assim o preço do regime geral é o

valor pago pelo utente, que corresponde ao PVP deduzido da comparticipação, já o

regime especial corresponde ao valor pago na farmácia pelos pensionistas deste

regime.

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Existem ainda enumeras entidades que fazem complementaridade na

comparticipação, tais como: como os Serviços de Assistência Médico-Social do

Sindicato dos Bancários do Norte (SAMS), o Serviço de Assistência Médico-Social do

Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SAMS- QUADROS), seguros

de saúde como Médis, Multicare e de acidentes de trabalho como Fidelidade, Generali

entre outras. Nestes casos é necessário procurar qual o código do organismo

correspondente, para que o sistema informático possa efetuar a comparticipação

devida. Nestes casos é necessário ainda verificar sempre que necessário o cartão do

organismo de saúde do utente, tal como a sua validade, e por vezes é necessária uma

cópia do mesmo.

3.3. Sistema de Preços referência

Este sistema é aplicável a todos os medicamentos passiveis de

comparticipação incluídos no mesmo grupo homogéneo que sejam prescritos e

dispensados no âmbito do SNS. O responsável pela atualização das listagens

referentes aos GH é o INFARMED.

O Preço de Referência (PR) diz respeito ao “valor sobre o qual incide a

comparticipação do Estado no preço dos medicamentos incluídos em cada um dos

grupos homogéneos, de acordo com o escalão ou regime de comparticipação que lhes

é aplicável” e deve corresponder à média dos cinco medicamentos mais baratos

existentes no mercado integrados em cada grupo homogéneo [8,9].

É de salientar que o PVP dos novos medicamentos a comparticipar, quando já

existe um GH onde estes se incluam, deve ser inferior em 5 % relativamente ao PVP

máximo do medicamento genérico de preço inferior, com pelo menos 5 % de quota do

mercado de medicamentos genéricos no grupo homogéneo [10]. Nos casos em que o

PVP seja inferior ao PR, a comparticipação é calculada atendendo ao PVP, caso em

que o contrário se verifique a comparticipação irá ser calculada em função do PR,

sendo o calor adicional suportado pelo utente [8]. Este sistema possibilita uma

diminuição nos custos da comparticipação, permitindo uma alternativa económica ao

utente, garantindo sempre uma eficácia e qualidade do produto.

3.4. Conferência e Faturação de receituário

No ato na dispensa é necessário verificar o cumprimento dos requisitos das

receitas para que estas sejam válidas. No passo seguinte à validação e à dispensa

dos medicamentos, no verso da receita, excetuando as receitas sem papel, é impresso

um documento de faturação identificando a farmácia, o(s) medicamento(s)

dispensado(s), o preço, o valor total da receita, o encargo do utente em valor, a

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comparticipação do Estado por medicamento e no seu total, data da dispensa, número

de registo dos medicamentos e o seu código de barras respetivo, tal como um espaço

dedicado para a assinatura do utente e as declarações necessárias. Após impressão

no verso da receita o utente deve assinar a declaração e o farmacêutico deve

carimbar, assinar e colocar a data respetiva. A receita deve ser guardada num local

especifico, para que depois possa ser feita uma conferência do receituário. A

conferência do receituário consiste em agrupar as receitas, separando-as pelos seus

organismos, agrupando-as por lotes, com um máximo de 30 receitas por lote.

Posteriormente é feita uma nova revisão de todos os requisitos a que uma receita

deve obedecer, verificando ainda se os medicamentos dispensados foram os corretos,

ou seja se a substância ativa, dosagem e forma correspondem, se a comparticipação

e os organismos foram bem identificados. Caso se verifiquem erros procede-se à

correção destes através do SI. Por fim procede-se ao fecho do lote, onde se imprime o

verbete, resumo do lote, anexado-os após estarem carimbados e rubricados. Para o

efeito emite-se ainda a Relação Resumo de Lote e Fatura Final Mensal, em triplicado.

Esta documentação referente ao SNS é por fim enviada até o dia 5 de cada mês para

o centro de conferência de faturas do SNS, que fica encarregue do pagamento à

farmácia do montante relativo às receitas do SNS, até ao dia 20 do respetivo mês. Os

documentos referentes a outros organismos são enviados por correio à APF atá ao dia

5, sendo que uma das cópias fica na farmácia para ser enviada para a contabilidade.

Se houverem receitas devolvidas à farmácia procede-se à correção destas sendo

posteriormente emitido uma nota de crédito no mês seguinte. A conferência de

receituário é uma das áreas que exige maior concentração, apesar de ser uma tarefa

bastante intuitiva. Durante o meu estágio tive a oportunidade de observar e praticar

todas as etapas incluídas, o que foi uma mais valia porque me elucidou melhor acerca

dos organismos e dos sistemas de comparticipação.

3.5. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)

Os medicamentos sujeitos a receita médica só são dispensados, aquando da

presença de uma receita por vários motivos, sendo estes: caso o medicamento se

destine a administração parentérica; caso sejam utilizados sem vigilância médica; se

destinem a uso frequente em quantidades consideradas para fins não terapêuticos

assegurados; caso possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde do

utente; caso sejam medicamentos que contenham substâncias cuja atividade ou as

suas reações adversas necessitem de ser aprofundadas. A dispensa destes

medicamentos pode ser efetuada depois da receita ser validade consoante o

mencionado no ponto anterior, consoante o tipo de receita apresentado. Nas receitas

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sem papel o primeiro passo será a leitura do código com o número da receita, o código

de acesso e dispensa, posteriormente são apresentados todos os medicamentos que

poderão ser dispensados, cabendo ao utente identificar os que quer aviar, caso seja

necessário é ainda disponibilizado o código de direito de opção. Posteriormente é feita

a recolha dos produtos a serem dispensados, seguindo-se a verificação dos produtos

através do seu código CNP, feito pelo SI, caso seja um receita sem papel o regime de

comparticipação é feito automaticamente, a não ser que tenha um organismo de

comparticipação não incluído, devendo, o utente, mostrar sempre o seu número de

benificiário, para comprovar o mesmo, neste tipo de receitas não é necessário a

impressão no verso da receita, caso seja uma receita manual, ou eletrónica deverá ser

feita a escolha do regime de comparticipação, tal como a impressão no verso da

receita, e caos haja outros regimes de comparticipação é necessária uma cópia desta

para poder imprimir o regime da mesma.

Para além do ato da dispensa propriamente dita, os utentes devem ser

devidamente elucidados acerca da posologia, via de administração, contraindicações,

interações e ainda outras informações que sejam por estes solicitadas. O farmacêutico

deve ainda perceber se é feito um uso correto, se há adesão à terapêutica e possíveis

efeitos adversos. Este processo de acompanhamento individualizado ao doente é

imprescindível para que a terapêutica esteja salvaguardada tal como a saúde do

doente.

3.6. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

Os medicamentos não sujeitos a receita médica, tal como nome indica, são

isentos de apresentação de receita no ato da dispensa, no entanto podem constar na

receita, caso seja de indicação por parte do médico, normalmente estes produtos não

são abrangidos pelos preços dos MSRM, sendo este, determinado pela farmácia na

sua maioria. Para além da sua venda em farmácias, alguns destes medicamentos

podem, também, ser vendidos em locais devidamente autorizados pela entidade

reguladora do medicamento, o INFARMED, desde que a dispensa seja garantida por

um profissional devidamente qualificado. Neste grupo de medicamentos constam

produtos usados para afeções menores, como problemas gastrointestinais,

constipações, e afeções respiratórias leves, tratamento sintomático de alergias, entre

outros tipos de afeções que não necessitem de consulta médica. Apesar do seu

carater mais liberal, o farmacêutico deve garantir a segurança e eficácia da dispensa,

devendo estar seguro da dispensa efetuada, explicando ao utente todas as

informações necessárias para o uso racional e consciente do medicamento. É de

salientar, ainda, que na incapacidade de diagnóstico ou de dúvida por parte do

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farmacêutico, este deve encaminhar o utente para o seu médico, para que o seu

diagnóstico seja feito corretamente, não colocando em risco a saúde do mesmo [11].

3.7. Medicamentos genéricos

Um Medicamento Genérico (MG) define-se como um medicamento em que a

mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas (SA), a mesma

forma farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento de referência tenha

sido demonstrada por estudos de biodisponibilidade apropriados [11]. Este tipo de

medicamentos é facilmente identificável, uma vez que apresentam na sua embalagem

a designação de MG. Após a entrada em vigor da Lei n.º11/2012 de 8 de março o

farmacêutico tem o dever de informar o utente quais os medicamentos que estejam

contemplados no mesmo GH, sendo possível ao utente optar pelo medicamento da

sua preferência. Os MG, são 20 ou 35% mais baratos do que o medicamento de

referência, caso não haja grupo homogéneo, o que se torna uma vantagem económica

para os utentes e para o SNS, o que nos permite concluir que, na sua maioria, estes

têm a mesma qualidade, eficácia e segurança e um preço inferior ao do medicamento

original. As farmácias devem dispor de um stock no mínimo de três dos cinco

medicamentos de preço mais baixo, pertencentes ao mesmo grupo homogéneo,

dispondo de um prazo de 12h para restabelecer o stock e garantir a presença dos MG

na farmácia.

No decorrer do estágio foi-me possível verificar que ainda há algum receio por

parte da população no que diz respeito à toma de medicamentos genéricos,

nomeadamente se estes tiverem regimes de complementaridade, no caso de

antibióticos e se for medicação que estejam a fazer pela primeira vez. Por sua vez,

alguma população mais idosa opta pela medicação genérica, muito em parte pela

vantagem económica.

3.8. Medicamentos manipulados

A área de manipulação farmacêutica encontra-se regulamentada pelo Decreto-

Lei nº 95/2004, de 22 de abril, que define um Medicamento Manipulado (MM) como

qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal executado segundo as indicações

inscritas na farmacopeia ou em um formulário, preparado em farmácia de oficina ou

em ambiente hospitalar, nomeadamente nos serviços farmacêuticos e dispensado sob

responsabilidade de um farmacêutico [12].

Na FSFO não se realizam MM, no entanto uma das farmácias do grupo

SACOOR é responsável pelos MM de todas as farmácias do grupo, enviando-os, em

corretas condições de conservação, por um auxiliar responsável para esse efeito.

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Durante o meu estágio tive a oportunidade de elaborar dois MM, um deles uma

vaselina salicilada, e um outro, um álcool boricado. Para além da elaboração, tive

ainda oportunidade de perceber qual a dinâmica entre farmácias, no pedido e na

previsão do PVP, sendo que este, nas farmácias de oficina, é calculado conforme os

critérios estabelecidos na Portaria n.º 769/2004, de 1 de julho destes medicamentos.

Os MM podem ter uma comparticipação até 30% de acordo com o Decreto-Lei n.º106-

A/2010, desde que na receita esteja mencionado “manipulado” ou “f.s.a”(fac secundum

artem), e desde que constem na Farmacopeia Portuguesa ou no formulário Galénico

Português [13].

3.9. Medicamentos sujeitos a legislação especial

3.9.1. Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes Mellitus

No sentido de existir um maior controlo da diabetes em Portugal, o Ministério

da saúde e o setor farmacêutico têm colaborado entre si. Esta patologia tem-se

tornado uma das mais prevalentes nos dias de hoje, sendo debilitante e tornando a

população dependente de medicação. Houve, portanto, a necessidade de criar um

Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes Mellitus regulada pela

Portaria n.º 364/2010, de 23 de junho [14]. A comparticipação para os medicamentos e

os dispositivos médicos difere, sendo que as insulinas para o controlo da glicémia, e

os dispositivos médicos de medição, incluindo lancetas e agulhas, são

comparticipadas em 100%, já não acontece para as tiras reativas, que são

comparticipadas em 85%. É de ressalvar que no atendimento nestes casos deve ser

feita a consciencialização do utente para esta temática, tal como para a importância da

automedicação.

3.9.2. Estupefacientes e psicotrópicos

Considera-se estupefaciente toda a substância capaz de atuar no Sistema

Nervoso Central (SNC), com capacidade psíquica estimulante, depressora ou

desviante, como por exemplo analgesia e inconsciência. Sendo por esse motivo de

uso exclusivo em patologias do foro psíquico e no tratamento da dor, uma vez que são

passiveis de causas dependência, levando a abusos no seu uso. Devido às suas

características farmacológicas e às suas ações no SNC estes estão sujeitos a um

controlo rigoroso, consoante o descrito no Decreto-Lei n°15/93 de 22 de janeiro [15].

Assim sendo a encomenda destes produtos deve fazer-se acompanhar de uma

requisição dos mesmos em duplicado, onde devem constar vários pontos, tais como: a

designação da substância, quantidade, data do pedido, número da requisição e

número do registo interno. O duplicado é no final de cada mês assinado, carimbado e

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enviado ao fornecedor correspondente, ficando o original arquivado durante 3 anos na

farmácia. Para um maior controlo o armazenamento destes produtos é feito

separadamente dos demais, num local fora do alcance do público [16,17].

No que diz respeito à dispensa, esta apresenta algumas particularidades, pois

a receita vem assinalada com a sigla de receita especial “RE”, e para que se possa

fazer a dispensa o utente, que pode não ser o mesmo que faz a medicação, tem de

fornecer os seus dados pessoais como número e validade do cartão de identificação,

morada, data de nascimento, entre outros dados necessários.

Caso se trate de uma receita eletrónica o SI emite um talão no final da dispensa, de

movimento de psicotrópico, o qual deve ser arquivado no seu local destinado a

armazenamento. Mensalmente é feito o envio ao INFARMED do registo de

movimentos de medicamentos psicotrópicos do mês anterior [18].

4. Outros produtos farmacêuticos

4.1. Medicamentos de uso veterinário

O Medicamentos de Uso Veterinário (MUV) são “toda a substância, ou

associação de substâncias, apresentada como possuindo propriedades curativas ou

preventivas de doenças em animais ou dos seus sintomas, ou que possa ser utilizada

ou administrada no animal com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário

ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar,

corrigir ou modificar funções fisiológicas” segundo o decreto-lei n.º 148/2008, de 29 de

julho [19].

Na FSFO a dispensa deste tipo de produto farmacêutico corresponde a uma

pequena parcela no volume total de vendas, no entanto há ainda alguma procura,

também pelo facto de existir uma clinica veterinária próxima.

Os medicamentos mais solicitados são os antiparasitários para os animais de

estimação, de toma oral ou de aplicação tópica local, tal como alguns

anticoncecionais.

Durante o meu estágio fui-me apercebendo que esta temática deveria ser mais

aprofundada tanto a nível académico como a nível de formação profissional, pois o

serviço de aconselhamento farmacêutico nestes casos é tão importante como os

medicamentos para uso humano, que são muitas vezes usados em animais.

4.2. Dispositivos médicos

Definem-se como dispositivos médicos, segundo o decreto-lei nº145/2009 de17

de junho, todos instrumentos, aparelhos, equipamentos, software material e ou artigo

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destinado a ser utilizado em seres humanos, mas cujo o mecanismo de ação ou efeito

não é atingível por meios imunológicos, farmacológicos ou metabólicos, embora a sua

função possa ser apoiada por esses meios, sendo destinado pelo fabricante a ser

utilizado para fins de diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de

uma doença, de uma lesão ou de uma deficiência e ainda estudo, substituição ou

alteração da anatomia ou de um processo fisiológico e controlo da conceção [20]. É de

salientar que os dispositivos médicos são classificados consoante as suas

características e funções, duração do contacto com o corpo humano, invasibilidade,

entre outros.

A FSFO dispunha de uma grande variedade em dispositivos médicos, incluindo

dispositivos para ostomia, material de penso, meias de compressão, material de uso

para controlo da glicémia, entre outros.

É de ressalvar a importância de um conhecimento mais aprofundado por parte

dos profissionais para conseguir assegurar um uso correto destes dispositivos, tal

como assegurar a segurança e eficácia da sua aplicação, explicando de modo simples

e correto o modo de utilização.

4.3. Puericultura

A puericultura é a área da saúde que se preocupa com o desenvolvimento

infantil, proporcionando um acompanhamento integral do processo de

desenvolvimento da criança. Destina-se a proporcionar o conforto tanto a nível do

sono, como relaxamento e a higiene das crianças. Estes produtos encontram-se num

local de fácil acesso ao utente.

4.4. Produtos Dermocosméticos e de Higiene Corporal

De acordo com o decreto lei n°189/2008 de 24 de setembro, “um produto

cosmético é qualquer substância ou mistura destinada a ser posta em contacto com as

partes externas do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e

órgãos genitais externos) ou com os dentes e as mucosas bucais, tendo em vista,

exclusiva ou principalmente, limpá-los, perfumá-los, modificar-lhes o aspeto, protegê-

los, mantê-los em bom estado ou corrigir os odores corporais.” [21].

A crescente preocupação com a pele e patologias associadas a este, tem vindo

a despoletar um consumo crescente deste tipo de produtos, o que tem aumentado o

interesse pela indústria nesta área, desenvolvendo cada vez mais produtos e

tornando-os cada vez mais particulares e inovadores.

A FSFO trabalha com enumeras marcas, possibilitando um aconselhamento

vasto e individualizado. Os cosméticos englobam uma panóplia alargada de produtos,

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desde produtos de higiene, hidratação, tratamentos cutâneos tanto curativos como

preventivos, produtos de beleza, maquilhagem, vernizes, tintas capilares, entre outros.

Ao longo do estágio pude contactar com diversos produtos, o que me fez ter

uma ideia muito geral destes, no entanto deparei-me com alguma dificuldade

relativamente ao aconselhamento, uma vez que senti que, por vezes, me faltavam

algumas bases e pormenores relativos ao produto. Por este motivo tomei a liberdade

de começar a ler os folhetos de cada produto, falar com alguns dos delegados sobre

produtos que desconhecia, e tirar duvidas com os farmacêuticos e técnicos sempre

que surgiam.

4.5. Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são definidos como “géneros alimentícios que se

destinam a complementar o regime alimentar normal e que constituem fontes

concentradas de determinados nutrientes ou outras substâncias com efeito nutricional

ou fisiológico" [22].

Este tipo de produtos tem vindo a ser alvo de uma procura crescente, uma vez que a

preocupação da população com a suplementação é uma das temáticas cada vez mais

abordadas em saúde.

Tal como em todos os aconselhamentos, o farmacêutico deve deter

conhecimento acerca destes produtos de modo a prestar um melhor acompanhamento

e aconselhamento ao utente, indicando o melhor suplemento adequando-o à terapia

do utente, salvaguardando-o de eventuais efeitos adversos ou mesmo interações.

4.6. Produtos homeopáticos

Um medicamento homeopático é “um medicamento obtido a partir de

substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com

um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia, ou na sua falta, em

farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode ter vários

princípios” [23].

Os medicamentos homeopáticos seguem a regra de que quanto mais diluídos

estes estiverem, maior a sua potência. Na FSFO existem alguns produtos

homeopáticos nomeadamente os do laboratório Boiron® existentes para várias

patologias. A farmácia contacta ainda com a farmácia Melo, especializada em

formulações de homeopatia, a fim de encomendar algumas preparações caso o utente

assim o desejar e a farmácia disponibilizar.

Apesar de serem ainda produtos que suscitam alguma relutância já se verifica

algum acréscimo nas vendas deste tipo de produtos.

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4.7. Nutrição específica

A nutrição específica compreende todos os produtos utilizados numa alimentação

especial, sendo destinados a complementar a alimentação em determinadas

condições, nas quais o indivíduo necessita de um aporte nutritivo suplementar [24].

O uso de nutrição complementar destaca-se em situações de desnutrição,

anorexia, úlceras, doentes oncológicos ou com determinados problemas metabólicos

ou mesmo quando existe uma necessidade de produtos isentos de determinados

compostos. Pode também incluir-se a nutrição geriátrica, uma vez que nesta faixa

etária começam a surgir algumas deficiências energéticas, vitamínicas e minerais, e

também a nutrição infantil. Apesar da preferência pela amamentação dos bebés até

aos 2 anos de idade devido a todas as vantagens descritas relativamente ao leite

materno, nem sempre é possível optar e por este motivo terem sido criadas fórmulas

adaptadas capazes de mimetizar o leite materno. É de salientar ainda que cada vez

mais se criam fórmulas adequadas a certo tipo de necessidades e a certas

intolerâncias alimentares, como por exemplo leites isentos de glúten e lactose e com

proteína de leite de vaca hidrolisada.

5. Cuidados e serviços farmacêuticos

De acordo com a Portaria nº 1429/2007, de 2 de novembro as farmácias

podem e devem prestar cuidados e serviços farmacêuticos, sendo o farmacêutico

capaz de prestar um seguimento farmacoterapêutico ao utente, promover a educação

para a saúde, monitorizar parâmetros bioquímicos e/ou fisiológicos e administrar

medicamentos [25,26].

Estes serviços devem ser divulgados de modo a todos os utentes terem conhecimento

dos mesmos, tal como o seu respetivo preço definido e visível. Os cuidados e os

serviços farmacêuticos têm sido cada vez mais solicitados pelo utente e, do mesmo

modo, anunciados pelos profissionais de saúde, com intuito de promover uma maior

monitorização, e aumentar a confiança do utente para com o farmacêutico.

5.1. O papel do farmacêutico

O farmacêutico, na maioria dos casos, é o profissional que contacta em

primeira linha com o utente, quando prevêem algum problema de saúde, quando têm

alguma dúvida ou mesmo antes de recorrer aos hospitais. Por este motivo, o

farmacêutico detém um papel multidisciplinar e duplo de promotor de saúde pública,

cabendo-lhe prezar pelo uso racional e correto do medicamento, tal como aconselha-lo

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de modo a salvaguardar o objetivo primordial da prática farmacêutica, passando pelo

zelo e pela saúde e bem-estar do utente.

É ainda importante salientar que a excelência de um aconselhamento

farmacêutico tem como finalidade um aumento de adesão à terapêutica, aumentar a

proximidade ao utente, e possibilitar uma terapêutica segura e sobretudo eficaz.

5.2. Automedicação

A automedicação é definida como: “a utilização de medicamentos não sujeitos

a receita médica de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento

de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou

aconselhamento opcional de um profissional de saúde”. No entanto, ao longo do

tempo, tem se verificado um aumento nesta prática, tendo, por esse motivo, existido a

necessidade de se limitar esta de modo a torna-la segura, estas situações encontram-

se definidas segundo o Despacho n.º 17690/2007, de 23 de julho.

Cabe ao farmacêutico a tarefa de perceber a etiologia dos pedidos do utente,

tentar reverter a espontaneidade dos mesmos, e direcionar o utente para a melhor

opção, e se necessário encaminha-lo para um profissional de saúde. Nesta medida, o

farmacêutico assume um papel de proteção de saúde pública e social do

medicamento, não deixando que se transforme numa prática irracional e

inconsequente.

5.3. Farmacovigilância

A farmacovigilância visa a gestão do ciclo do medicamento para uso humano

de modo a garantir a sua segurança, em defesa do utente e da saúde pública, através

da deteção, avaliação e prevenção de possíveis reações adversas ou outros

problemas relacionados com o medicamento [27,28].

A importância da monitorização está relacionada com o facto da ausência de

certas notificações de efeitos adversos, que por várias razões não são detetáveis nos

ensaios clínicos realizados aquando da saída do medicamento para o mercado. Por

esse motivo é imprescindível notificar novas reações adversas, que poderão ser

efetuadas através do portal de notificação, via online, por via telefónica, ou ainda por

email. [27]

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6. ValorMed

A ValorMED,criada em 1999 é sociedade gestora de resíduos de embalagens

vazias e medicamentos fora de uso que tem como principal objetivo a gestão de todos

estes resíduos de embalagens vazias e medicamentos sem uso [29].

As seringas e outros produtos biologicamente contaminados devem ser colocados em

contetores próprios que não os do valorMed. Quando o contentor se encontra cheio o

mesmo deve ser selado e pesado, cabendo a um distribuidor levar e assinar na altura

da recolha. Recentemente foram criados contentores de menor capacidade que o

utente pode levar para casa, utilizar e posteriormente devolver à farmácia.

Durante o meu estágio pude constatar que os utentes da FSFO se encontram

familiarizados com esta temática, e sensibilizados para a questão da importância da

preservação ambiental.

7. Formação continua

A formação contínua tem-se mostrado cada vez mais imprescindível na

atividade farmacêutica uma vez que nos encontramos numa época em que a inovação

é constante, a exigência é cada vez maior e a qualidade se torna um ponto chave na

atividade farmacêutica.

No decorrer do estágio tive a oportunidade de assistir a várias formações em

várias áreas de interesse, o que me facultou informação por mim desconhecida,

tornando-se uma mais valia para a minha formação.

Na tabela 1 é possível verificar quais as formações que pude assistir.

Tabela 1Resumo das atividades desenvolvidas e formações assistidas durante o

estágio.:

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Data Formações e atividades

7-02-2017 Formação Ginocanesten e da nova gama de hidratação da Uriage

20-02-2017 a

27-02-2017

Rastreio de triglicerídeos

21-02-2017 Formação de produtos de dermocosmética da Lierac

03-04-2017 Dia na Farmácia das Palmeiras ( grupo SACOOR): área de

manipulados

(vaselina salicilada e álcool boricado)

04-04-2017 a

7-04-2017

Semana na Np consultoria e gestão

18-04-2017 Formação sobre Risco Cardiovascular facultada pela Bial

19-04-2017 Formação sobre produtos Curaprox

20-04-2017 Formação sobre vulvovaginites facultada pela Ordem dos

Farmacêuticos

8. Conclusões

Durante o período de estágio em farmácia comunitária tive a oportunidade de

contactar com uma realidade desconhecida, com profissionais de saúde exemplares

que me instruíram de um modo gratificante.

Numa fase inicial foi uma experiência desafiante, quer a nível pessoal quer

profissional, uma vez que foi dos primeiros contactos com o público e com o

medicamento em si. Ao longo do tempo fui-me apercebendo das valências e das

responsabilidades de um farmacêutico, tal como da sua importância, muitas vezes

desvalorizada pelo utente. Cabe-me assim continuar a reconhecer a formação que

obtive tal como a aprendizagem e o respeito pela profissão.

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PARTEII

Caso de estudo 1: Avaliação do risco Cardiovascular: rastreio de

triglicerídeos

1. Enquadramento geral e objetivos

As doenças cardiovasculares (DCV) são o atual flagelo da sociedade, uma vez que

são as causas mais comuns de morbilidade e mortalidade mundialmente. As

constantes mudanças nos padrões de morbilidade e mortalidade na população têm

vindo a ser alvo de estudo e preocupação por parte das entidades reguladoras da

saúde, estando estas cada vez mais associadas a planos de ação e de investigação

de modo a encontrar soluções para prevenir e assegurar a saúde da população [30].

As DCV estão associadas a fatores de risco complexos e multivariáveis uma vez que

se tratam de doenças capazes de induzir alterações objetivas ao nível da saúde dos

indivíduos, a curto e longo prazo. Um fator de risco á uma condição capaz de

aumentar o risco cardiovascular, ou seja, que eleva a probabilidade de sofrer um

evento cardiovascular, estes podem ser modificáveis, ou não modificáveis, sendo os

modificáveis: diabetes, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, hipertensão arterial,

excesso de peso e obesidade, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e

sedentarismo, já os não modificáveis são todos os fatores inalteráveis como a idade, o

género e a história familiar de doenças cardiovasculares, ou seja fatores genéticos[31].

O leque de fatores de risco é diverso sendo que estes fatores por vezes se conjugam

aumentando a probabilidade de um individuo vir a sofrer um evento cardiovascular.

Torna-se por este motivo importante ressalvar a relevância da monitorização destes

fatores de risco de modo a obter uma maior resposta face a estas variáveis por vezes

incontornáveis, tornando-se cada vez mais importante a consciencialização para esta

temática. No anexo 1 é possível verificar que, apesar da tendência decrescente

descrita em anos anteriores, as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares

mantêm-se na mesma posição como principal causa de morte [32].

Com o intuito de promover a consciencialização da população para a temática das

doenças cardiovasculares e do risco de sofrer eventos coronários, a FSFO permitiu

que fosse feito um rastreio de triglicerídeos com duração de uma semana entre 20 e

24 de fevereiro. Outro dos objetivos desta ação comunitária visava aproximar o utente

ao profissional de saúde, tentando melhorar o acompanhamento do utente, permitindo

uma melhor adequação da terapia, ajudando também a perceber algumas das

patologias já apresentadas por estes e permitindo uma farmacovigilância mais eficaz e

segura.

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1.1. Diabetes Mellitus

A diabetes Mellitus do tipo 1 (DM1) é caracterizada por uma deficiência absoluta

de insulina causada por uma destruição autoimune mediada por células T de células β

pancreáticas. A diabetes tipo 2 é caracterizada por uma disfunção nas células β

pancreáticas uma diminuição de libertação de insulina e ainda uma tolerância

periférica a esta. Em ambos os casos há diferenças no que diz respeito ao surgimento

de doenças cardiovasculares, uma vez que ambas têm um perfil fisiopatológico

diferente, variável e individual. Não obstante o comprometimento dos vasos é

igualmente preocupante e induz diversas consequências cardiovasculares podendo

colocar em risco a população portadora deste tipo de patologia [33].

Estudos recentes concluem que a aterosclerose num contexto de DM1 é

caracterizada por estenoses mais severas (maior pressão) e por um envolvimento

mais extenso em número de vasos afetados, relativamente a pacientes não portadores

de DM [34]. O risco cardiovascular está aumentado em doentes com diabetes, uma

vez que este tipo de doentes se encontra associado a outro tipo de condicionantes,

como a hipertensão, excesso de peso, colesterol e triglicerídeos aumentados, tal como

um défice de atividade física [35]. Relativamente à epidemiologia da diabetes a

Organização Mundial de Saúde, prevê ainda um aumento global da prevalência da

diabetes para o dobro, chegando aos 300 milhões até 2025 [36]. Por este motivo a

sinalização de doentes com este tipo de patologia tem se mostrado uma mais valia,

uma vez que permite aos profissionais de saúde uma monitorização mais alargada e

eficaz, pois poderão ser evitadas algumas das consequências inerentes a estes casos

1.2. Excesso de peso e perímetro abdominal

A obesidade é um dos fatores de risco estabelecido das doenças cardiovasculares,

tendo vindo a aumentar em proporções epidémicas tanto nos adultos como em

crianças. A obesidade é definida, nos adultos, como índice de massa corporal superior

ou igual a 30Kg/m2. Já o perímetro abdominal é considerado preocupante quando em

mulheres se encontra superior a 88 cm e em homens superior a 102 cm [37].

A obesidade está associada a uma menor função endotelial arterial e a um aumento

da aterosclerose subclínica, contribuindo parcialmente para o aumento do risco de

eventos cardiovasculares em adultos com obesidade. É de ressalvar os benefícios em

saúde vascular em resposta ao tratamento associado a uma perda de peso e a um

estilo de vida saudável colocados em maior perspetiva, tanto no cenário de pesquisa

como potencialmente na prática clínica. Estudos recentes permitiram elucidar acerca

do impacto das alterações estruturais e fisiológicas associadas à obesidade, sendo

que se observaram alterações na espessura da intima da carótida e da dilatação

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mediada pelo fluxo sanguíneo. Na população com obesidade verificou-se a existência

de um aumento na espessura da intima e uma diminuição na dilatação arterial

mediada pelo fluxo sanguíneo. Estes marcadores poderão vir a ser usados em ensaios

clínicos para intervenção de perda de peso na obesidade, tal como na diminuição do

perímetro abdominal, que se sabe ser um dos fatores a ter em conta em casos de

doentes com patologias associadas ao risco cardiovascular [37]. No anexo 2

encontram-se apresentados os efeitos adversos associados à obesidade, desde a

resistência à insulina até ás neoplasias. No anexo 3 é possível analisar um dos

mecanismos de patofisiologia da obesidade. O adipócito atua como um órgão

endócrino capaz de regular os níveis de leptina, uma hormona que controla a ingestão

de comida e o metabolismo energético. Uma desregulação nos níveis desta hormona,

levarão a certas consequências, como é o caso de aumento da resistência à insulina,

aparecimento de diabetes tipo 2, hipertensão e por consequência um aumento do

dano vascular e do miocárdio [38].

1.3. Tabagismo

Apesar do seu estatuto de fator independente para o risco cardiovascular, o tabaco

apresenta ainda efeitos multiplicativos de interação entre outros fatores de risco para

as doenças cardiovasculares, uma vez que a presença de tabagismo isolado dobra a

probabilidade de vir a sofrer um evento cardiovascular e caso existam outros fatores

de risco, este risco quadruplica [39].

Fumar contribui para o endurecimento e para a diminuição da elasticidade das

artérias, promovendo a aterosclerose, isto é, a acumulação de gordura na parede dos

vasos responsável pelo desenvolvimento de um estado inflamatório, tal como a

indução de um estado de hipercoagulação, proporcionando episódios trombóticos.

Estudos recentes permitiram verificar que níveis de nicotina doseados através de

amostras de cabelos estavam correlacionados diretamente com a pressão sanguínea

e com a proteína C reativa do soro e inversamente com o colesterol de elevada

densidade (colesterol-HDL). Com isto conseguiu-se concluir que a nicotina está

relacionada com um aumento dos fatores inflamatórios, um aumento da pressão

arterial tal como uma diminuição de colesterol-HDL importante no metabolismo dos

lípidos.

É de ressalvar que o tabagismo passivo acarreta também implicações a nível

cardiovascular, principalmente em idade juvenil [40].

No anexo 4 é possível observar os indicadores de mortalidade relativos a doenças

isquémicas do coração em todas as idades, por sexo, em Portugal Continental de

2008 a 2012, a figura permite-nos ainda verificar que tem havido uma diminuição das

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taxas de mortalidade associadas, em muito relacionadas com as campanhas de

cessação tabágica que têm vindo a ser dinamizadas ao longo dos anos [41].

1.4. Hipertensão

Existe uma relação contínua, forte e gradual entre a pressão arterial e as doenças

cardiovasculares, no entanto não existe nenhum valor limiar concreto que individualize

os que terão ou não eventos cardiovasculares futuros.

No entanto, é de conhecimento científico que o risco cardiovascular depende da

pressão arterial, e da coexistência com outros fatores de risco capazes de induzir

comprometimento orgânico [42]. A pressão arterial elevada aumenta o fluxo de sangue

no interior dos vasos sanguíneos o que poderá provocar lesões nas paredes destes.

Neste processo de reparação das lesões, o tecido acaba por aumentar a chamada ao

local de glóbulos brancos, colesterol e outras substancias essenciais ao processo de

reparação, que contribuirão para o processo de espessamento da parede, limitando a

sua elasticidade, capacitando a formação de coágulos que levam à sua oclusão e

consequente dano vascular [34,44].

Em Portugal sabe-se que a taxa de prevalência da Hipertensão Arterial (HTA) se

situa nos 26,9%, sendo mais elevada no sexo feminino (29,5%) do que no masculino

(23,9%) [3]. Compreender a epidemiologia da hipertensão terá resultados significativos

na diminuição da morbidade e mortalidade associadas à hipertensão.

1.5. Consumo de álcool

O consumo moderado de álcool tem sido associado a bons indicadores de

diminuição de doenças cardiovasculares, uma vez que os seus constituintes

antioxidantes são responsáveis por alguns efeitos, tais como: diminuição da

resistência à insulina, diminuição da coagulação sanguínea e alteração dos processos

inflamatórios. Não obstante o seu uso excessivo poderá estar relacionado com efeitos

nefastos à saúde, como por exemplo o aumento de triglicerídeos e do colesterol total.

O consumo de álcool está ainda associado a um dano orgânico e celular, uma vez

que interfere com ciclos celulares e com a oxigenação das células, pelo aumento da

pressão arterial e ainda por alterações no metabolismo da glicose [45,46].

O consumo de álcool não deve ultrapassar os 6 copos por semana, para que os

malefícios deste não se sobreponham às suas vantagens [46].

1.6. Colesterol

O colesterol é uma molécula biológica essencial para a estrutura e função da

membrana celular e para a síntese de hormonas e vitaminas nos mamíferos.

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Para alem do colesterol total é importante referir as lipoproteínas como o colesterol-

HDL, também conhecido como o “bom” colesterol, uma lipoproteína de elevada

densidade, e o colesterol-LDL comumente chamado de “mau” colesterol por ser uma

lipoproteína de baixa densidade. O colesterol-LDL tem como função transportar o

colesterol e triglicerídeos do sangue para os tecidos, já o colesterol-HDL é um

transportador retrogrado, uma vez que se encarrega de retirar o colesterol dos tecidos

e devolve-lo ao fígado para ser posteriormente excretado [47].

A relação entre colesterol e aterosclerose está associada a um aumento da sua

concentração plasmática, embora outros mecanismos também possam intervir na sua

formação. O processo começa em idade precoce com acumulação de colesterol na

camada íntima das artérias, o que produz lesões e que consequentemente irá gerar a

formação da placa aterosclerótica. Assim que esta atinge o lúmen do vaso

despoletam-se episódios trombóticos associados ao aparecimento de doenças

cardiovasculares.

A hipercolesterolemia é um fator de risco cardiovascular que aumenta a

incidência de doenças ateroscleróticas. As medidas terapêuticas recomendadas para

prevenir doenças cardiovasculares e para reduzir os níveis de colesterol, centralizam-

se em mudanças de estilo de vida e medicamentos hipolipemiantes, dando potencial

destaque às estatinas, apresentando-se como a terapias com maiores taxas de

sucesso uma vez que diminuem os níveis de colesterol total [48]. As Estatinas têm

como principal mecanismo de ação a inibição de uma das enzimas chave

responsáveis pela produção de colesterol endógeno, a 3-hidroxi-3-metil-glutaril-

coenzima A reductase (HMG-CoA).

Outras terapias foram aparecendo para colmatar os níveis elevados de colesterol-LDL

e níveis baixos de HDL-colesterol [49].

1.7. Triglicerídeos

A hipertrigliceridemia, patologia associada a um aumento de triglicerídeos no

sangue, apesar de ainda controverso é considerada como fator de risco

cardiovascular, no entanto uma hipertrigliceridemia pos-prandial tem um papel

importante na aterosclerose, principalmente se associados a níveis baixos de

colesterol-HDL [50]. Os níveis de triglicerídeos podem estar associados tanto à sua

produção excessiva como a uma diminuição do seu catabolismo, que

consequentemente irá influenciar quer níveis de colesterol-LDL como de HDL [51].

É importante ressalvar que a sobrecarga de triglicerídeos não é uma característica

patológica clássica das placas de ateroma, uma vez que os ácidos gordos fazem parte

da constituição das células e das suas membranas celulares, servindo também de

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fonte de energia para os miócitos e ainda como fonte de reserva de energia

armazenada nos adipócitos. No entanto no processo metabólico destes o produto

gerado a partir dos triglicerídeos, as lipoproteínas remanescentes poderão ser

responsáveis pela formação de células semelhantes ao colesterol-LDL passiveis de

desencadear respostas proaterogénicas em células endoteliais isoladas, tal como

induzir um aumento da expressão de genes proinflamatórios como a interleucina-6,

que irão desencadear processos como a apoptose e acentuar respostas inflamatórias

[52].As causas para os níveis elevados de triglicerídeos são diversas estando muitas

vezes associadas a fatores genéticos, alimentares e à individualidade de cada doente.

A terapia de tratamento de triglicerídeos passa pela adoção de estilos de vida

saudáveis incluindo dietas pobres em ácidos gordos, prática regular e continuada de

exercício físico, podendo associar-se uma terapia farmacológica fibratos [53].

2. Risco cardiovascular: SCORE

O aumento da prevalência de doenças cardiovasculares tornou necessário a

avaliação do risco global, fatal e não fatal da população [54]. A probabilidade de

surgimento de doenças cardiovasculares está relacionada com caraterísticas

individuais capazes de despoletar eventos de origem cardiovascular ou até mesmo

complicações de outros foros [55].

O cálculo do risco cardiovascular tem como principal objetivo gerar uma estimativa

do sinergismo entre os fatores de risco individuais permitindo identificar os utentes

com riscos elevados, tal como assegurar a eficácia da intervenção terapêutica

motivando os utentes a seguir a estratégia de tratamento podendo gerar resultados

benéficos em saúde. Por outro lado, a prevenção de eventos cardiovasculares deve

ter como foco a redução de risco global associado ao utente e aos seus fatores de

risco. Para isso, foi desenvolvido um sistema de estimativa, para calcular o risco

cardiovascular europeu, que se denomina de SCORE. Este baseia-se em estudos de

coorte europeus de acompanhamento clinico de doentes, este sistema permite

conjeturar o risco de eventos cardiovasculares fatais em 10 anos. Esta avaliação tem

em conta variáveis como: género, idade, tabagismo, pressão arterial sistólica e

colesterol total (mg/dl ou mmol/l).

A classificação é feita em 7 categorias, diferenciadas através de um espetro de cores,

que variam de 1% a 15% ou superior [56]. A estratificação de escolha de utente em

análise visa priorizar a prevenção de eventos cardiovasculares e auxiliar os

profissionais e saúde acerca das terapias a implementar, incluindo terapias

farmacológicas e não farmacológicas. Este estudo engloba equipas multidisciplinares

capazes de avaliar todas as situações de modo a garantir um seguimento eficaz e

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seguro da população [57]. A avaliação SCORE é efetuada aquando da ausência de

doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, doença renal crónica ou em caso de

existência de fatores de risco vascular isolados muito elevados como hipertensão

arterial grave ou dislipidemia familiar. O risco pode ser estratificado em baixo (<1%),

moderado (≥1 e <5%), alto( ≥ e < 10%) e muito alto (≥10%).

As tabelas de cálculo de risco absoluto têm em atenção fatores como tabagismo,

colesterol, idade, e pressão arterial sistólica. É ainda possível calcular relativamente o

risco nos jovens, através de tabelas próprias, tal como calcular o risco absoluto

consoante valores de colesterol-LDL, existindo, do mesmo modo, tabelas especificas

para o efeito [54].

3. Rastreio de triglicerídeos

No âmbito da importância do cálculo do risco cardiovascular e importância da

monitorização de parâmetros fisiológicos, propus a realização de um rastreio gratuito

de triglicerídeos com duração de uma semana com intuito de estabelecer uma ponte

de contacto profissional de saúde-utente, consciencializando-o para a importância da

monitorização e do acompanhamento farmacêutico. Este tipo de abordagem tem como

objetivo aproximar o utente e assumir um compromisso com o mesmo, para que se

possam recolher resultados em saúde e melhorar o bem-estar geral da população.

Sendo o nível sérico de triglicerídeos um fator modificável, foi escolhido para ser a

variável em estudo no rastreio, uma vez que o colesterol total é mais frequentemente

pedido de modo autónomo pelo utente, seria importante dar a conhecer outros

parâmetros também considerados pertinentes para avaliar o risco cardiovascular. Para

realizar o rastreio foi pedido que o utente viesse em jejum, uma vez que é um

parâmetro variável com a alimentação.

É de ressalvar que a determinação de triglicerídeos isolada não tem vantagem sobre a

determinação de colesterol isolado, apesar da sua correlação com eventos coronários,

no entanto o objetivo é permitir a consciencialização da interindividualidade entre

doentes e aumentar a aderência a este tipo de análise de parâmetros.

No anexo 5 está representado o documento utilizado para a anotação dos resultados

obtidos, já no anexo 6 apresento o documento utilizado para posterior calculo do risco

cardiovascular.

4. Considerações finais

Considero esta intervenção uma mais valia para a FSFO e para os utentes que a

frequentam, uma vez que para além de ser uma ação de intervenção gratuita, revelou-

se um meio eficaz de aproximação com o doente, bem como, para a minha

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autonomização na determinação dos parâmetros, e de algum modo perceber quais as

principais duvidas deste, conhecer o seu histórico, (muitas vezes menosprezado em

atendimento ao balcão, maioritariamente por falta de tempo e disponibilidade do

utente) acompanhar e controlar a terapia do mesmo, tornando-o cada vez mais

consciente da importância desta temática. Não obstante às vantagens por mim

inumeradas, não houve a afluência desejada, tendo em conta que o rastreio teria de

ser feito em jejum, e por ainda indisponibilidade dos utentes.

Para divulgação do rastreio, foram efetuadas campanhas de sensibilização nas

redes socias e na própria farmácia, quer no atendimento, quer em cartazes, e ainda

envio de mensagens telefónicas para os utentes com ficha.

A sensibilização do utente para o início de um novo parâmetro a realizar na FSFO,

o cálculo do risco cardiovascular, foi, também, um dos objetivos deste rastreio,

representado no modelo de relatório desenvolvido para o efeito, presente no anexo 6.

Caso de estudo 2: Importância dos serviços farmacêuticos: determinação

de parâmetros bioquímicos e fisiológicos.

1. Enquadramento geral e objetivos

Os serviços farmacêuticos têm surgido, cada vez, mais como ideia central em

torno da saúde do utente, tendo por esse motivo vindo a ser considerados como um

modo de desenvolvimento da satisfação profissional, para além de contribuírem para

uma diferenciação significativa entre farmácias, assumindo cada vez uma importância

crescente, principalmente desde a publicação do Decreto-lei 307/2007 que institui à

farmácia capacidade de prestar e promover saúde e bem-estar ao utente [58].

A determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos permite a medição

de indicadores para avaliação do estado de saúde do doente, devendo por isso ser

efetuada por pessoal qualificado. Tem-se verificado, cada vez mais importante efetuar

este tipo de determinação, uma vez que a monitorização de certos parâmetros tem

contribuído para a regressão de algumas doenças, tal como um melhor

acompanhamento do doente e farmacovigilância [59].

Os serviços farmacêuticos devem ser entendidos como um conjunto de ações

integrantes do sistema de saúde, que têm em vista a promoção do bem-estar do

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utente e que permitem responder às necessidades da população individual e coletiva

obtendo ganhos em saúde pública. Há vários critérios aos quais os serviços

farmacêuticos devem obedecer tais como: o profissionalismo, a credibilidade, a

segurança, a acessibilidade e a capacidade de resposta por parte do farmacêutico.

Enquanto espaço de saúde, a farmácia possibilita a determinação de parâmetros

bioquímicos e fisiológicos dos utentes, permitindo a efetividade do seguimento

farmacoterapêutico do utente [60,61].

Atendendo à importância do aconselhamento em farmácia comunitária achei

pertinente a criação de fichas técnicas em que principal intuito fosse criação de um

manual onde constasse toda a informação necessária para tornar o aconselhamento

farmacêutico mais sustentável, credível e de fácil perceção quer para o utente quer

para o profissional de saúde. Sendo assim a ficha técnica deve conter toda a

informação necessária para que a determinação seja efetuada de forma equitativa por

todos os profissionais que o efetuarem, e para que caso hajam duvidas possam ser

esclarecidas com o referido documento. Estas fichas técnicas são documentos

informativos, uns contêm a informação científica de cada teste ou determinação, e

outros são documentos onde consta o procedimento que deve ser tomado em cada

caso, para que em cada farmácia do grupo SACOOR haja uma uniformização da

técnica, assumindo assim um compromisso com o utente de prestar um cuidado

seguro, credível e uniforme nas farmácias do grupo.

Nestas fichas técnicas foram incluídas ainda informações acerca dos cuidados a ter

nas determinações, tal como especificações que foram consideradas pertinentes a ter

em conta e aspectos que deveriam ser abordados com o utente.

A determinação dos parâmetros fisiológicos e bioquímicos é realizada numa sala

de atendimento personalizada capacitada com o material necessário para a

determinação de todos os parâmetros. O ambiente gerado permite ao farmacêutico um

maior contacto com o utente o que lhe possibilita conhecer a história clínica do utente,

perceber o seu nível de adesão à terapêutica, esclarecer as suas dúvidas, quer

relativamente à medicação quer às patologias associadas ou mesmo a casos pontuais

que necessitem de atenção especial por parte do profissional de saúde e por último

participar ativamente na promoção de saúde e prevenção da doença garantindo

ganhos em saúde. É cada vez mais fulcral a intervenção farmacêutica como mediador

de identificação precoce de fatores de risco, proporcionando o acompanhamento

farmacoterapêutico dos doentes com terapêutica instituída.na sua farmácia de

referência.

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2. Determinação de parâmetros bioquímicos

Na execução clínica da determinação de parâmetros bioquímicos há certos

aspetos que devem ser tidos em conta, uma vez que poderão alterar o resultado das

determinações acarretando consequências negativas para o utente.

Nas determinações em que é necessário proceder-se à extracção de sangue ou

mesmo na determinação da pressão arterial há um logaritmo procedimental que deve

ser seguido para que o resultado obtido, qualitativo ou quantitativo, possa ser dado

como fidedigno.

É de ressalvar que na FSFO é feita uma análise e registo de alterações que

possam aparecer aquando das determinações, ou seja, sempre que um valor ou

resultado esteja fora dos valores normais este é registado acoplado aos dados

pessoais do utente, para que posteriormente possa ser contacto a fim de saber qual o

seguimento que o utente obteve e se este já se encontra normalizado.

Todas as determinações disponíveis no gabinete de apoio ao utente da FSFO

estão asseguradas por aparelhos de medição apropriados, devidamente calibrados e

conhecidos pelos profissionais responsáveis pela execução dos testes. Tal como para

os testes, foram também feitas fichas técnicas onde constassem todos os parâmetros

a respeitar no manuseamento do material a usar, tal como todos os cuidados a ter

com o procedimento do mesmo. O objetivo primordial desta ação foi a uniformização

dos procedimentos em todas as farmácias integrantes do grupo SACOOR, garantindo,

deste modo, a qualidade e a eficácia das determinações. Os anexos (8,9,10,11,12,13)

dizem respeito às fichas técnicas dos aparelhos de medição analisados segundo os

manuais da qualidade de cada um, associando sempre ao teste correspondente.

De seguida irão ser abordadas todas as determinações disponibilizadas pela

FSFO ao utente, tal como a razão da sua importância para a farmácia e para o doente.

2.1 Determinação da glicémia: Conceito, procedimento e cuidados a ter

Atendendo ao crescente aumento do número de casos de Diabetes Mellitus tipo 2

em Portugal e ao consequente aumento do número de óbitos, o que pode ser

verificado no anexo 7, destaca-se a relevância deste serviço farmacêutico no sentido

de evitar algumas das complicações, muitas das vezes irreversíveis, tal como na

deteção de novos casos e no seu acompanhamento, associado sempre à

farmacovigilância [62].

A medição de glicose no sangue é indicada principalmente para rastreio e para

controlo de possíveis alterações nos níveis de glicémia resultantes da diabetes

mellitus. Quando em jejum se verificam alterações dos níveis de glicose e de

tolerância à glicose, estes são vistos como casos de pré – diabetes e estão

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associados a um elevado risco de desenvolvimento da doença. Se houver défice de

produção de insulina como no caso da diabetes tipo 1 ou uma resistência à insulina

por parte das células β como na diabetes tipo 2, o nível de glicose no sangue aumenta

[62].

A determinação é feita com auxílio de um aparelho apropriado, podendo variar

entre farmácias, no entanto o conceito de determinação é igual para qualquer

aparelho, estando o farmacêutico habilitado a qualquer um. Este serviço é

disponibilizado pela FSFO, com um custo associado. O anexo 14 faz referência à ficha

técnica da determinação da glicose capilar, onde constam os cuidados a ter na

punção, os valores de referência a ter em conta, o aconselhamento que deve ser feito

e ainda situações que possam desencadear os valores fora dos parâmetros normais.

2.2. Colesterol total, Colesterol-HDL e Colesterol_LDL e triglicerídeos

O número de mortes e de eventos cardiovasculares, tal como já referido

anteriormente têm vindo a

A determinação do colesterol e triglicerídeos é essencial para prevenção primária e

secundária de doenças cardiovasculares uma vez que são alguns dos principais

fatores de risco da aterosclerose e das doenças coronárias (DC). Deste modo, a

medição dos níveis de colesterol com precisão constitui um elemento primordial para a

avaliação do risco de DC. Devendo por esse motivo dar-se especial atenção à

avaliação dos níveis de Colesterol-Total (CT), colesterol-LDL e colesterol-HDL,

enquanto fatores de risco de DC independentes [63].

O colesterol-LDL e HDL não são realizados com a mesma frequência que o CT,

primeiramente por desconhecimento do utente da importância destes indicadores, e da

realização destes na farmácia, e porque sendo o CT uma estimativa de todos os

parâmetros é possível arbitrar um valor subjetivo para estes.

É de ressalvar a importância do jejum necessário para determinação de

triglicerídeos. [63]

O anexo 15 faz referência à ficha técnica da determinação de Colesterol-Total, o

anexo 16 à determinação de Colesterol-LDL e HDL, já o 17 diz respeito à

determinação de triglicerídeos. Ambas as fichas técnicas contêm informações relativas

aos cuidados a ter em ambas a determinações, tal como valores de referência e o

aconselhamento que deve ser dado ao utente. O anexo 18 apresenta uma tabela com

as indicações alimentares que devem ser dadas ao utente sempre que este apresente

valores preocupantes e que não se incluam nos valores de referência. Esta tabela

deve ser mostrada ao utente no ato do atendimento de modo a contribuir para uma

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promoção de um estilo de vida saudável, uma vez que a alimentação, aliada ao

exercício físico, contribuem em muito para o sucesso da terapia estabelecida.

2.3. Rácio Internacional Normalizado (INR)

O INR é uma unidade de medição do tempo de protrombina (TP) que permite

medir a velocidade de coagulação do sangue. Sendo a informação chave necessária

para se escolher a dose mais adequada do medicamento anticoagulante. Existe um

intervalo no qual os valores de INR terão de se manter para que a terapêutica tenha

sucesso e para isso é fulcral o autocontrolo do INR, uma vez que vai minimizar o risco

de hemorragias ou de complicações trombóticas, tal como monitorizar a terapêutica de

anticoagulantes orais. [64]

Este tipo de determinação tem como principal objetivo aumentar a monitorização

dos utentes com patologias associadas à coagulação do sangue, para que estas se

sintam mais seguras na sua rotina habitual. Outros dos objectivos é também perceber

a progressão da doença, avaliar se a terapêutica está a ser eficaz e aproximar o

utente ao farmacêutico. No anexo 19 é possível analisar a ficha técnica da

determinação do INR, tal como as outras fichas esta contém uma breve introdução do

conceito, cuidados a ter na determinação, o aconselhamento que dever ser dado,

fatores que influenciem os valores de INR e ainda uma tabela informativa e de apoio

para que o utente comece por perceber qual o tipo de alimentação que deve ou não

seguir, e quais os alimentos que possam alterar os valores da determinação.

2.4. Análise à urina

A análise à urina é feita através de um método semi-quantitativo destinado a

identificar: doenças do trato urinário, doenças renais, doenças do metabolismo de

hidratos de carbono (diabetes mellitus) tal como doenças hepáticas e hemolíticas, pela

deteção de parâmetros como: leucócitos, nitritos, proteínas, pH, sangue (eritrócitos,

hemoglobina), densidade, glicose, corpos cetónicos, urobilinogénio e bilirrubina.

Apesar do seu carater não absoluto e semi-quantitativo, através do aparelho

disponível na FSFO a Urysis ® é possível obter um resultado quantitativo dos

parâmetros pretendidos para análise [65].

Este parâmetro tem se mostrado cada vez mais importante na prática diária na

farmácia, nomeadamente em situações de infeções urinárias recorrentes, podendo ser

um intermediário útil no diagnóstico destas situações, encaminhando posteriormente o

utente a um especialista, ou mesmo no despiste de outras patologias

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No anexo 20 está representada a ficha técnica da análise à urina onde constam

informações como o seu conceito, valores de referência, parâmetros a analisar,

aconselhamento e cuidados a ter na determinação.

2.5. Teste de gravidez

O teste de gravidez baseia-se num método imunocromatográfico capaz de

pesquisar a hormona coriónica humana (β-hCG), uma glicoproteína produzida, em

quantidades elevadas, pelos trofoblastos durante a gravidez. Tal como nas outras

determinações é necessário ter alguns cuidados aquando da sua realização uma vez

que se apresenta como um teste sensível. Caso haja alguma dúvida, ou caso o

resultado se apresente positivo o aconselhamento deve passar pela indicação de ida a

um profissional de saúde adequado para o efeito [66].

É de salientar que a divulgação deste tipo de determinação deve ser imparcial,

devendo ficar no anonimato, de modo a salvaguardar a privacidade do utente.

O anexo 21 faz referência à ficha técnica do teste de gravidez, onde se pode

encontrar informação referente aos cuidados a ter na sua determinação e ao

aconselhamento e acompanhamento a dar ao utente.

2.6. Pressão arterial

O controlo da pressão arterial é um dos pontos chave dos planos que têm vindo a

ser desenvolvidos pelo Sistema Nacional de Saúde, com o objetivo de diminuir a

morbilidade e mortalidade associada a esta temática. A pressão arterial elevada é um

dos problemas cardiovasculares com maior impacto na vida de um individuo uma vez

que está associado a complicações como acidentes vasculares cerebrais (AVC) e

enfartes agudos do miocárdio (EAM).

O farmacêutico tem, deste modo, um papel imprescindível no controlo e prevenção

destes eventos cardiovasculares, monitorizando os valores dos utentes que o

solicitam, e aconselhando outros a iniciar esse mesmo controlo. Sempre que oportuno

e analogamente à monitorização de valores, deve ser feita uma avaliação dos

cuidados a ter, de possíveis terapias não farmacológicas, e, sempre que possível,

alterações a nível dos hábitos e estilos de vida. Esta prática clínica nunca deve

substituir uma ida ao médico, mas deve ser sim um complemento à prática clínica para

que em equipa multidisciplinar se possam obter os melhore resultados para o utente

[67].

O anexo 22 diz respeito à ficha técnica da pressão arterial, que se intitula como

uma dais mais utilizadas na FSFO, por ser um dos testes mais solicitados e

recomendados. Esta ficha inclui toda a informação incluída nas outras fichas e ainda

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informação relativa ao modo de atuar quando o utente se encontre em híper e

hipotensão.

2.7. Enzimas GOT, GGT, GPT

A enzima GOT (glutamato oxaloacetato transaminase) ou (aspartato amino

transferase) - (AST) é uma enzima que se encontra nas mitocôndrias e no citoplasma

de todas as células, a sua determinação é um procedimento básico para o diagnóstico

e para a monitorização de doenças hepatocelulares ou lesões musculares. O aumento

da GOT está correlacionado com a extensão e a gravidade de danos celulares, uma

vez que é libertada para o sangue quando as células estão danificadas [68].

A GPT-(glutamato piruvato transaminase) ou (alanina aminotransferase ) - ALT

pertence ao grupo das transaminases, sendo uma enzima especifica do fígado cujo

aumento no sangue reflete seguramente dano hepático como por exemplo hepatite,

cirrose ou tumores hepáticos. Na maior parte dos tipos de doença hepática a atividade

da GPT é superior à da GOT; exceto no caso da hepatite alcoólica [68].

A GGT(gama glutamil transferase) é usada para o diagnóstico e monitorização de

doenças do fígado e do trato biliar. A atividade elevada desta enzima, geralmente em

isolamento, é um dos indicadores mais sensíveis da doença hepatobiliar. Esta é

também usada para a deteção de alcoolismo não declarado. Valores elevados são

também encontrados em doentes com medicação a longo prazo de fenobarbital e

fenitoina, por exemplo [68].

Este tipo de determinação é invulgarmente solicitada pelos utentes na FSFO,

muitas vezes por desconhecimento do seu valor e da sua importância, sendo pedida

em casos específicos de doentes que padeçam de alguma doença hepática.

Contudo não deixa de ser considerada uma mais valia para a farmácia.

O anexo 23 refere-se à ficha técnica à GPT, o 24 à GGT e o anexo 25 à

determinação da GOT. Ambos os anexos incluem informação relativa aos cuidados a

ter nas determinações, aos valores de referência e ao aconselhamento indicado para

cada situação.

2.8. Creatinina

A creatinina é o marcador mais importante da função renal, pelo facto de ser

produzida de forma constante pelos músculos e eliminada através dos rins pela urina,

é produzida a partir da creatina e da fosfocreatina, durante o metabolismo do músculo.

Na função renal normal, é eliminada pela filtração glomerular. A sua determinação é

usada no diagnóstico e monitorização de distúrbios renais crónicos e agudos, na

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monitorização da diálise, tal como na monitorização de alguns fármacos como as

estatinas [69].

Este tipo de determinação é também pouco solicitado na FSFO, uma vez que, tal

como descrito se intitula como uma determinação com alguma especificidade e

desconhecida pela maioria dos utentes. Não obstante é de salientar a sua importância

na monitorização de utentes que façam terapia com estatinas, uma vez que o seu

consumo está associado a níveis elevados de creatinina [70].

2.9. Hemoglobina

A Hemoglobina é uma metaloproteína constituída por ferro que está presente nos

eritrócitos, esta é responsável pelo transporte de oxigénio no sangue, desde os

pulmões até aos tecidos, transportando também dióxido de carbono dos tecidos para

os pulmões. A sua determinação tem-se tornado importante no diagnóstico de

possíveis anemias, na monitorização de algumas patologias e ainda em casos

pontuais de despiste de certas anomalias sanguíneas [71].

2.10. Hemoglobina glicada

O doseamento da hemoglobina glicada, também chamada de hemoglobina

glicosilada, hemoglobina A1c ou simplesmente HbA1c, é um exame de sangue muito

utilizado para o acompanhamento dos utentes diabéticos, por ser uma forma eficaz de

avaliar os níveis médios da glicose sanguínea nos últimos 2 ou 3 meses, uma vez que

o tempo de semi vida do eritrócito é de 120 dias. A hemoglobina glicada também pode

ser utilizada para o diagnóstico de diabetes, apesar da glicemia em jejum ainda ser o

exame mais utilizado para esse fim. Esta monitorização tem-se mostrado fulcral, dado

que níveis glicêmicos persistentemente elevados de glicose desencadeiam danos para

o organismo e o descontrolo prolongado resultar em complicações graves, muitas

vezes associado a danos em diversos tecidos, perda da função normal e falência de

vários órgãos [72].

Este tipo de determinação tem vindo a ser mais divulgado e pedido pelos

profissionais de saúde, no entanto ainda não se tornou prática clinica em farmácias.

Uma das principais vantagens é controlar o nível de glicose em 120 dias, o que já não

acontece com a glicose determinada por punção capilar.

2.11. Cessação tabágica

Sendo o hábito tabágico um problema de saúde mundial, a cessação tabágica

constitui uma das vertentes fundamentais para o controlo desta epidemia, cabendo ao

farmacêutico a consciencialização dos seus utentes para esta que é uma das maiores

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ameaças à saúde evitáveis A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o

consumo de tabaco seja causa maioritária de morte prematura, de cerca de 6 milhões

de pessoas por ano [73].

Esta campanha tem um objetivo informativo de caracter preventivo para os utentes da

FSFO relativamente aos riscos do consumo de tabaco e aos benefícios da cessação

tabágica, tal como avaliar e promover programas de prevenção personalizáveis à

imagem de cada utente.

Este tipo de campanha está neste momento em suspenso, no entanto a FSFO

pretende num futuro próximo começar por implementar este serviço de modo corrente

e de forma a dar resposta a este problema emergente de saúde pública.

2.12. Administração de vacinas

Segundo a Deliberação do Conselho Directivo do Infarmed (nº 139/CD/2010 e nº

145/CD/2010), “a administração de vacinas nas farmácias é da responsabilidade do

farmacêutico, executada apenas por farmacêuticos com formação adequada

reconhecida pela Ordem dos Farmacêuticos. A administração de vacinas não incluídas

no Plano Nacional de Vacinação é um dos serviços de promoção da saúde prestados

na FSFO, com custo associado. Este serviço tem-se tornado um meio de aproximação

farmacêutico utente, atribuindo-lhe sentido de responsabilidade e valor profissional

[74].

2.13. Pensos e Feridas

A área de pensos e feridas é também uma das responsabilidades dos

farmacêuticos enquanto promotores de saúde pública. Esta temática está associada a

uma formação constante uma vez que implica uma revisão de conteúdos e conceitos

contínua.

É de ressalvar que o gabinete de apoio ao utente possui todo o material

necessário para o efeito, sendo também atribuído um valor consoante os casos.

Neste tipo de abordagem e serviço farmacêutico é necessário salvaguardar a

segurança do utente e do farmacêutico, devendo por isso haver um rigor mais

acentuado nesta prática. Caso não se consiga oferecer um serviço capaz de promover

o bem-estar do utente este deve ser dirigido a um especialista.

2.14. Determinação de perímetro abdominal, índice de massa corporal e

consulta de nutrição

Tendo em conta o crescente aumento da obesidade em Portugal e sendo este um

problema de saúde pública, cabe ao farmacêutico a promoção de um estilo de vida

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saudável e capaz de diminuir a morbilidade associada. Neste sentido a FSFO tentou

proporcionar aos seus utentes a possibilidade de ter acesso a consultas de nutrição,

como resposta à crescente preocupação sentida com esta temática. Para isso todas

as quintas-feiras da parte da tarde, o gabinete de apoio ao utente da FSFO estava

reservado para consultas com a nutricionista do programa DIETA EASYSLIM®, que

adequa o plano a cada utente proporcionado um acompanhamento coerente e

individualizado de forma a conseguir alcançar objetivos realistas e que se possam

manter posteriormente [75].

Nestas consultas é possível determinar vários parâmetros imprescindíveis para a

avaliação do utente, sendo da responsabilidade do nutricionista esta determinação,

caso este pretenda iniciar o programa.

Caso o utente pretenda apenas uma avaliação a fim de tomar conhecimento dos seus

valores, poderá efetuar medições de vários parâmetros, como o perímetro abdominais,

peso, índice de massa corporal, índice de massa gorda e magra, gordura visceral,

entre outras, recorrendo a um aparelho denominado Tanita®.

É importante referir que muitos dos dados recolhidos nestas determinações podem ser

fulcrais na avaliação do risco cardiovascular, como por exemplo, a determinação de

perímetro abdominal, muito associado a doenças cardiovasculares, sendo por isso

imprescindível a avaliação por parte do farmacêutico a fim de incentivar o utente na

alteração do estilo de vida, adotando um estilo de vida mais saudável e correto.

2.15. Ácido Úrico

O ácido úrico é uma substância produzida pelo fígado após metabolização das

purinas, presentes em diversos tipos de alimentos, principalmente nos de origem

animal. Cerca de 40% das purinas são obtidas pela dieta e 60% produzidas pelo

próprio organismo. A determinação do ácido úrico é usada para o diagnóstico e

monitorização de vários distúrbios renais e metabólicos, como a insuficiência renal,

gota, leucemia, psoríase, situações de jejum ou outras doenças com distúrbios

nutricionais, assim como em doentes tratados com antineoplásicos [76].

Este tipo de determinação era muitas vezes solicitada de forma autónoma pelos

utentes da FSFO, o que era uma mais valia quer para o utente como para o

farmacêutico pois permitia um maior contacto entre ambos e um maior controlo do

próprio utente.

3. Considerações finais

Considero que a elaboração das fichas técnicas foram uma mais-valia para as

farmácias do grupo Sacoor, uma vez que possibilitou a existência de um documento

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capaz de resumir todos os serviços disponibilizados pelo grupo. Este documento tinha

como objetivo primordial, tornar a prática uniforme, capacitar o profissional para a

determinação dos parâmetros, esclarecer as dúvidas dos profissionais quer dos dos

utentes e assegurar a eficácia/excelência dos serviços.

É evidente a importância do estabelecimento do contacto com o utente, bem como

a determinação de parâmetros biológicos no sentido de perceber as suas dúvidas,

incentivar a terapêutica, caso esteja a realizar alguma, e sempre que possível

incentivar estilos de vida saudáveis, para que o bem-estar do utente seja o lema de

todos os atendimentos.

Torna-se também importante reconhecer o valor do farmacêutico tornando-o um

meio de promoção para a saúde.

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Caso de estudo 3: A importância do marketing farmacêutico

O marketing e a publicidade são, cada vez mais, pontos chave e de

importância crescente na as empresas, o que não é exceção no setor farmacêutico,

uma vez que este inclui uma vertente comercial inerente e indissociável. As

campanhas publicitárias têm, primariamente, a função de captar a atenção do utente,

tentando deste modo que este se dirija à farmácia. A FSFO possui uma empresa de

marketing, consultoria e gestão que inclui farmacêuticos responsáveis pela gestão do

marketing da farmácia, a NP Gestão e Consultoria.

O marketing em ambiente de farmácia comunitária tem como objetivo

primordial a comunicação e a informação captativa dirigida ao utente. De modo a

assegurar um interesse exponencial do utente pela farmácia, a FSFO valoriza a

inovação e a individualidade dos seus espaços físicos, tornando-os fieis à imagem da

empresa, garantindo a uniformidade do grupo SACOOR.

Não só a nível do espaço, mas também a nível do medicamento e de outros

produtos farmacêuticos é feito um esfoço constante de organização de lineares,

campanhas publicitárias e promocionais, de modo a reter a atenção do utente para

produtos com interesse comercial para a farmácia, não só para produtos com prazo de

validade curto, mas também no que diz respeito a produtos sazonais.

Deste modo foi-me proposto uma visita à NP Gestão e Consultoria, para que pudesse

reter e perceber melhor o conceito e as atividades realizadas por parte do setor de

marketing, sendo esta uma das vertentes que tem vindo a ser implementada, com

maior grau de inovação, e com importância comercial para as farmácias. Durante esta

visita pude criar uma das publicações feita no Facebook® da farmácia (anexo 38), de

uma das campanhas publicitárias de verão, esta plataforma tem-se declarado, do

mesmo modo, vantajosa uma vez que aumenta o alcance da publicidade de forma

gratuita e com um grande impacto.

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receita médica, no âmbito da regulamentação da Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de

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[12] Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho. Aprova as boas práticas a observar na

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[13] Decreto-Lei nº 106-A/2010, de 1 de outubro 2010. Adota medidas mais justas no

acesso aos medicamentos, combate à fraude e ao abuso na comparticipação de

medicamentos e de racionalização da política do medicamento no âmbito do Serviço

Nacional de Saúde (SNS) e altera os Decretos-Leis nº 176/2006, de 30 de Agosto,

242-B/2006, de 29 de Dezembro, 65/2007, de 14 de Março, e 48-A/2010, de 13 de

Maio.

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[14]NHS,Diabetes–Overview.Disponível em:

http://www.nhs.uk/Conditions/Diabetestype2/Pages/Introduction.aspx. [acedido a 23 de

abril de 2017].

[15] Ordem dos Farmacêuticos: Circular Informativa nº 166/CD/100.20.200- Infarmed

harmoniza procedimentos para registo de psicotrópicos e estupefacientes

[16] Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos. Decreto-

Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro 1993.

[17] Decreto Regulamentar n.º 28/2009, de 12 de outubro 2009. Procede à terceira

alteração ao Decreto Regulamentar n.º 61/94, de 12 de Outubro, que veio proceder à

regulamentação do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro, relativo ao controlo do

tráfico ilícito de estupefacientes, de substâncias psicotrópicas e dos precursores e

outros produtos químicos essenciais ao fabrico de droga.

[18] Ordem dos Farmacêuticos: Circular Informativa nº 166/CD/100.20.200- Infarmed

harmoniza procedimentos para registo de psicotrópicos e estupefacientes

[19] Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, “Decreto-Lei n.º

148/2008 de 29 de julho,” Diário da República, 1.ª série, n.º 145, pp. 5048 – 5095.

[20] Regras a que devem obedecer a investigação, o fabrico, a comercialização, a

entrada em serviço, a vigilância e a publicidade dos dispositivos médicos e respetivos

acessórios. Decreto-Lei nº 145/2009, de 17 de junho.

[21]Infarmed.Disponívelem: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/cosmeticos

[Acedido em 10 de maio de 2017

[22] Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. Decreto-Lei n.º

136/2003, de 28 de junho.

[23]Infarmed:Disponívelem:http://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamen

tos-uso-humano/autorizacao-de-introducao-no-mercado/medicamentos-homeopaticos,

[acedido a 30 Maio 2017]

[24] Regime geral dos géneros alimentícios destinados a alimentação especial.

Decreto- Lei 74/2010, de 21 de junho.

[25] Santos, H.J., et al., Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária

(BFP); 3.ª edição; Conselho Nacional da Qualidade, Ordem dos Farmacêuticos. 2009.

Boas Práticas Farmacêuticas

[26] Infarmed: Portaria 1429/2007, de 2 de Novembro - Define os serviços

farmacêuticos que podem ser prestados pelas farmácias.

[27] Regulamento de Execução (UE) N.o 520/2012 da Comissão de 19 de junho de

2012 relativo à realização das atividades de farmacovigilância previstas no

Regulamento (CE) nº 726/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho e na Diretiva

2001/83/CE do Parlamento Europeu e do Conselho.

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[28] Portal de perguntas frequentes do INFARMED sobre Farmacovigilância. Acessível

em:http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PERGUNTAS_FREQUENTE

S/MEDICAMENTOS_USO_HUMANO/MUH_FARMACOVIGILANCIA#P. [acedido a 8

de junho de 2017].

[29]Valormed: Disponível em http://valormed.pt/pt/conteudos/conteudo/id/5 [Acedido

em 4 de Maio de 2017]

[30]Fundação Portuguesa de Cardiologia Fatores de risco, Disponível em

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[74] Decreto lei nº 139/CD/2010 e nº 145/CD/2010 de 21 outubro aprova a

administração de vacinas e medicamentos injectáveis em farmácia comunitária.

[75] Dieta easy-slim. Disponível em: https://www.dietaeasyslim.com/. [acedido a 5 julho

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[76] Martinon, F., Pétrilli, V., Mayor, A., Tardivel, A., & Tschopp, J. (2006). Gout-

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ANEXOS

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Anexo 1: Percentagem de óbitos pelas principais causas de morte no total das causas

de morte em Portugal

Anexo 2: Efeitos adversos da obesidade (adaptado de 38)

Efeitos adversos da obesidade

Aumento da resistência à insulina Intolerância à glicose

Síndrome metabólico

DM2

Hipertensão

Dislipidemia

Colesterol Total, LDL, não HDL Elevados

Triglicerídeos elevados

Aumento de apolipoproteína-B

Decréscimo de Colesterol-HDL

Diminuição de Apo-A1

Geometria anormal do ventrículo esquerdo Hipertrofia ventricular

Disfunção endotelial

Aumento do estado inflamatório e protrombótico

Disfunção sistólica e diastólica

Falha cardíaca

Fibrilação atrial

Apneia do sono

Albuminúria

Osteoartrite

Cancro

Anexo 3: Mecanismo do dano vascular e do miocárdio na obesidade (adaptado de 38)

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Anexo 4: Indicadores de mortalidade relativos a doenças isquémicas do coração

(todas as idades, < 65 anos e ≥ 65 anos), por sexo, em Portugal Continental (2008 a

2012

Obesidade

Resistência à

leptina

Hiperleptinemia

Resistência à

insulina

DM2

Hipertensão

Dano vascular e

do miocárdio

SNC

SNP

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Anexo 5: Documento de registo de determinações no rastreio de triglicerídeos

Anexo 6: Relatório de avaliação de risco cardiovascular

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Anexo 7: Ficha técnica - Procedimento de URYSIS

Anexo 8: Ficha técnica- Procedimento Glucocard:

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Anexo 9: Ficha Técnica – Coaguchek XS

Anexo 10: Ficha técnica- Procedimento Tensiómetro

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Anexo 12: Ficha técnica- Procedimento I-CHROMA Anexo 11: Ficha técnica- Procedimento Tanita

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Anexo 13: Ficha técnica- Procedimento Reflotron Anexo 14: Ficha técnica- Determinação da glicose

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Anexo 15: Ficha técnica- Determinação da Colesterol Total Anexo 16: Ficha técnica- Determinação da Colesterol-LDL eHDL

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Anexo 17: Ficha técnica- Determinação de triglicerídeos Anexo 18: Ficha técnica- Indicações alimentares

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Anexo 19: Ficha técnica- Determinação de INR Anexo 20: Ficha técnica- Análise à urina

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Anexo 21: Ficha técnica-Teste de Gravidez

Anexo 22: Ficha técnica- Determinação de Pressão Arterial

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Anexo 23: Ficha técnica- Determinação de GPT Anexo 24: Ficha técnica- Determinação de GGT

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Anexo 25: Ficha técnica- Determinação de GOT Anexo 26: Ficha técnica- Determinação de creatinina

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Anexo 27: Ficha técnica- Determinação da Hemoglobina Anexo 28: Ficha técnica- Determinação da Hemoglobina Glicada

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Anexo 30: Ficha técnica- Cessação tabágica: tabelas de orientação Anexo 29: Ficha técnica- Cessação Tabágica

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Anexo 31: Ficha técnica- Administração de Vacinas e injetáveis Anexo 32: Ficha técnica- Procedimentos Pensos e Feridas

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Anexo 33: Ficha técnica-Determinação de IMC Anexo 34: Ficha técnica- Determinação do Ácido Úrico

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Anexo 35: Ficha técnica- Determinação do Perímetro Abdominal Anexo 36: Ficha técnica- Aconselhamento de obesidade

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Anexo 38: Anúncio efetuado na rede Social Facebook ®: campanha de solares Anexo 37: Ficha técnica- Determinação de Ácido úrico

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

ULSNE: Unidade Local de Bragança

maio de 2017 a julho de 2017

Catarina Toledo Paula

Orientador : Dr.(a) Maria Angela Gonçalves Rocha Aragão

_____________________

Setembro 2017

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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

Declaração de Integridade

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº

__________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade

de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na

elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo

por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele).

Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a

outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso

colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de

______

Assinatura: ______________________________________

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Relatório de Estágio em Farmácia Hospitalar Ano letivo 2016/2017 | Catarina Paula

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Faculdade de Farmácia da

Universidade do Porto e à comissão de estágios, por todo o trabalho realizado em prol

da nossa formação.

Em particular, e para a realização deste relatório, tenho a agradecer à Professora

Helena Vasconcelos, pela disponibilidade demonstrada ao longo da realização do

relatório.

Gostaria ainda de agradecer aos Serviços Farmacêuticos da ULSNE de

Bragança pela oportunidade e pelos excelentes profissionais que abarca.

À Doutora Ângela pelo empenho notório, pelo apoio incondicional, pela simpatia

e delicadeza.

À equipa de técnicos que sempre me ajudou em todos os momentos e que

sempre me esclareceu as dúvidas.

À Dona Lurdes pela amabilidade e pela disponibilidade garantida.

Aos meus, porque sem eles nada seria igual.

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Índice

Abreviaturas ................................................................................................................................... I

Índice de Anexos .......................................................................................................................... II

Resumo ......................................................................................................................................... III

Introdução .................................................................................................................................... 1

1. Organização da unidade Local de Saúde do Nordeste ............................................................... 1

1.1 Serviços Farmacêuticos da Unidade Local do Nordeste ......................................................... 1

1.2. Horário de funcionamento ........................................................................................ 1

1.3. Recursos humanos .................................................................................................... 2

1.4. Qualidade ...................................................................................................................... 2

1.5. Sistema informático ...................................................................................................... 2

2. Ciclo de medicamento ....................................................................................................... 2

2.1.Seleção ................................................................................................................................ 3

2.2. Aquisição de Estupefacientes e Psicotrópicos .............................................................. 4

2.3. Receção e conferência de produtos adquiridos ............................................................ 4

2.4. Armazenamento de produtos farmacêuticos ............................................................... 5

3. Sistemas de distribuição de medicamentos ...................................................................... 5

3.1. Distribuição clássica ...................................................................................................... 6

3.2. Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária ......................................... 6

3.3. Reposição de stock por níveis ....................................................................................... 7

3.3.1. Armazéns de recurso ............................................................................................. 7

3.3.2. Carros de emergência ........................................................................................... 7

3.4. Distribuição semi-automática: pyxis ............................................................................. 8

3.5. Distribuição em regime de ambulatório ....................................................................... 9

3.6. Distribuição de medicamentos sujeitos a controlo especial ....................................... 10

3.6.1. Hemoderivados ................................................................................................... 10

3.6.2. Estupefacientes e psicotrópicos .......................................................................... 11

3.6.3. Estimulantes da eritropoiese .............................................................................. 11

4. Distribuição para agrupamentos de centros de saúde ................................................... 11

5. Devoluções ...................................................................................................................... 11

6. Validação da prescrição médica ...................................................................................... 12

7. Farmacotecnia: produção e controlo de medicamentos ................................................ 12

7.1. Unidade de reembalamento e fracionamento ................................................................ 12

7.2. Unidade de preparação de medicamentos não estéreis ................................................. 13

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8. Comissões ........................................................................................................................ 14

8.1. Comissão de Farmácia e Terapêutica ............................................................................... 14

8.2. Comissão de controlo da infeção e resistência aos antimicrobianos .............................. 14

8.3. Comissão de ética ............................................................................................................. 15

9. Centro de informação do medicamento ......................................................................... 15

9.1. Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia clinica ...................... 15

10. Farmacovigilância e monitorização da terapêutica .................................................... 16

10.1. Norma de medicamentos LASA ........................................................................... 16

10.2. Identificação de medicamentos potencialmente perigosos ............................... 17

11. Farmácia clínica ........................................................................................................... 17

12. Considerações finais .................................................................................................... 18

Bibliografia .................................................................................................................................. 19

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I

Abreviaturas

AIM Autorização de Introdução no Mercado

AE Autorização Excecional

AO Assistentes Operacionais

AT Assistentes Técnicos

AUE Autorização de Utilização Excecional

CFTH Comissão de Farmácia e Terapêutica do

Hospital

CIM Centro de Informação e Medicamento

CNFT Comissão Nacional de Farmácia e

Terapêutica

DCI Denominação Comum Internacional

DT Diretora Técnica

EPE Empresa Publica Empresarial

FEFO First expired first out

FIFO First in first out

FNM Formulário Nacional do Medicamento

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos de Saúde

NE Nota de encomenda

RCM Resumo das Caraterísticas do

Medicamento

SDIDDU Sistema de Distribuição Individual Diária

em Dose Unitária

SF Serviços Farmacêuticos

ULSNE Unidade Local de Saúde do Nordeste,

E.P.E.

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II

Índice de Anexos

Anexo 1: Organograma do Serviço de Farmácia Pág 23

Anexo 2. Impresso para a requisição de estupefacientes, psicotrópicos e benzodiazepinas.

Pág 24

Anexo 3. Modelo n.° 1804 – Impresso para a requisição, distribuição e administração de Hemoderivados.

Pág 25

Anexo 4. Autorização de Utilização Excecional. Pág 26

Anexo 5. Modelo n.° 1509 – Impresso para a requisição de estupefacientes, psicotrópicos e benzodiazepinas.

Pág 27

Anexo 6. Lista de medicamentos Sound-alike look-alike Pág.28

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III

Resumo

A realização de um estágio curricular em diversas áreas profissionais é uma mais

valia para o aluno, não só porque possibilita um primeiro contacto com a realidade da

profissão de farmacêutico, mas também porque permite ao mesmo estabelecer noções

mais gerais acerca da atividade. Sendo assim, foi me possível realizar um estágio nos

serviços farmacêuticos da ULSNE- unidade local e saúde do Nordeste, sobre orientação

da Dª Luísa Fernandes, de modo a acompanhar todo o trabalho desenvolvido tal como

conhecer e perceber as tarefas adjacentes a um farmacêutico hospitalar e reconhecer

a sua relevância enquanto profissional de saúde.

Sendo um hospital uma equipa multidisciplinar, os farmacêuticos assumem uma ação

de elevada importância e relevância, uma vez que contribuem para uma aquisição

racional e uma boa gestão, que preparam e distribuem com rigor e segurança de forma

eficaz e que geram a informação de que o sistema carece.

O principal objetivo do farmacêutico é assegurar o processo terapêutico do

doente e promover o uso racional do medicamento. É de igual forma importante

ressalvar que existe uma vertente cientifica e pedagógica aliada à prática farmacêutica

o que lhe confere ainda mais qualificação.

A oportunidade de estabelecer uma ligação entre a teoria adquirida no decorrer do curso

e o mundo do trabalho é uma mais valia, uma vez que permite ao aluno aprofundar e

obter competências, tanto, cientificas como técnicas e deontológicas.

É importante assumir um papel multidisciplinar e de autonomia perante esta nova

realidade, que nos permite assumir um papel de responsabilidade no que diz respeito

ao reconhecimento do farmacêutico como papel fulcral no meio hospitalar, dotado de

competências na gestão, execução, validação e ensino.

Deste modo, o presente relatório tem como objetivo descrever todo o trabalho efetuado,

de modo sistemático, claro e conciso, as diversas áreas em que se insere a prática

farmacêutica.

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1

Introdução

1. Organização da unidade Local de Saúde do Nordeste

A Unidade Local de Saúde Do Nordeste (ULSN), E.P.E., foi criada segundo o

Decreto-Lei n.º 67/2011, de 2 de junho, substituindo assim o Centro Hospitalar do

Nordeste, E.P.E. A criação da ULSN surge no seguimento de um processo a nível

nacional, iniciado em 1999 com a constituição da Unidade local e saúde de Matosinhos,

E.P.E. A ULSN é constituída pelos cuidados especializados através das Unidades

Hospitalares de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela, e pelos cuidados

primários por todos os centros de saúde do distrito de Bragança.

O meu estágio decorreu nos serviços farmacêuticos da unidade hospitalar de

bragança composta por aproximadamente duzentas e sessenta camas, distribuídas

pelos respetivos serviços clínicos.

1.1 Serviços Farmacêuticos da Unidade Local do Nordeste

De acordo com o Decreto-Lei nº 44 204, de 2 de fevereiro de 1962, os serviços

farmacêuticos (SF) integram departamentos com autonomia técnica, sem prejuízo de

estarem sujeitos à orientação geral dos órgãos da administração, respondendo pelos

resultados do seu exercício [1].

O Farmacêutico Hospitalar (FH) é todo o farmacêutico que trabalha em ambiente

hospitalar representado pela Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares

(APFH), estando ainda inscrito na Ordem dos Farmacêuticos (OF) como membro

efetivo. O FH tem como funções: o desenvolvimento e preparação de diversas formas

farmacêuticas; aquisição, seleção, armazenamento, conservação e distribuição dos

medicamentos e dispositivos médicos de uso humano; interpretação e avaliação das

prescrições médicas; colaborar com todos os profissionais de saúde, promovendo o uso

seguro, eficaz e racional dos medicamentos; dispensar ao doente o medicamento

correspondente à prescrição médica ou exercer a escolha que melhor satisfaça a

relação benefício/risco e benefício/custo; deve, também, assegurar que em todas as

situações as boas práticas estejam garantidas [2].

1.2. Horário de funcionamento

Os serviços farmacêuticos encontram-se abertos de Segunda a Sexta-feira das

9h-00 Horas às 18h-00 Horas e sábado das 10h-00 às 16h-00 Horas, no entanto, aos

sábados, os serviços são assegurados por um Farmacêutico, um Técnico de

Diagnóstico e Terapêutica e um Auxiliar de Ação Médica. É de ressalvar que existe um

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2

regime de prevenção caso surja a necessidade de algum medicamento, fora do horário

de funcionamento, sendo este regime assegurado por um Farmacêutico [3].

1.3. Recursos humanos

Segundo o exigido pela legislação em vigor, a direção dos SF está a cargo de

um farmacêutico hospitalar. Esse farmacêutico é nomeado pelo Conselho de

Administração do Hospital. Atualmente a direção clínica dos SF está sob

responsabilidade da Drª. Ângela Aragão que gere uma equipa de 8 farmacêuticos, 8

técnicos de diagnóstico e terapêutica (TDT) e 4 assistentes operacionais (AO).

Consultar o Anexo 1 do organograma dos SF da ULSNE.

Relativamente aos SF da Unidade Hospitalar de Bragança, a equipa multidisciplinar é

constituída por quatro farmacêuticos e quatro Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica

uma Assistente Técnica e dois Assistentes Operacionais.

1.4. Qualidade

A qualidade em saúde é um conceito que compreende um diverso leque de

propriedades que têm como objetivo primordial conferir eficácia na satisfação das

necessidades inerentes ao doente [4].

O sistema de garantia de qualidade tem como base procedimentos padronizados, que

visam o estabelecimento de uma uniformização, pois estes devem ser, documentados,

revistos e atualizados periodicamente. De forma a garantir essa mesma qualidade e de

modo a implementar uma politica de qualidade assente num acréscimo da satisfação

por parte do utente é possível encontrar o “Manual de qualidade” nos serviços

farmacêuticos. [4]

1.5. Sistema informático

Nos SF da ULSNE é usada a plataforma informática denominada SGIS

desenvolvida pela Glintt Healthcare solutions. A promoção da informatização tem sido

cada vez maior, uma vez que permite um aumento na segurança, reduzindo os erros de

medicação, tal como os riscos de interações medicamentosas, uma vez que a avaliação

farmacológica se encontra facilitada desta forma. Da mesma forma, com esta promoção,

foi também possível fazer um controlo maior e mais rigoroso do stock, facilitando assim

o uso racional do medicamento.

2. Ciclo de medicamento

O ciclo de vida do medicamento compreende várias etapas desde a sua seleção,

aquisição, armazenamento, distribuição e por ultimo a dispensa ao doente. De acordo

com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, o medicamento é “toda a substância

ou composição que possua propriedades curativas ou preventivas das doenças e dos

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3

seus sintomas, do homem ou do animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico

ou a restaurar, corrigir ou modificar as suas funções” [4]. Aos SF Hospitalares compete

a gestão de existências dos produtos farmacêuticos, incluindo etapas como a seleção,

aquisição e armazenamento, de modo a garantir a sua dispensa apropriada e o uso

correto dos mesmos, salvaguardando a racionalização e a diminuição de desperdícios

[4].

De modo a uniformizar a informação relativa aos medicamentos em meio hospitalar

foi criado o Código Hospitalar Nacional do Medicamento (CHNM), um código atribuído

pelo Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) a todos

os medicamentos com autorização de introdução no mercado (AIM) ou com autorização

de utilização especial (AUE), Anexo 2) que possibilita, que os hospitais, possam aceder

de forma automática a um conjunto de informações imprescindíveis para o bom

desempenho das suas funções [5,6].

2.1.Seleção

A seleção de medicamentos deve ter em conta o Formulário Nacional de

Medicamentos (FNM) assim como as necessidades terapêuticas dos doentes

integrantes do hospital. De acordo com o Despacho n.º 8333/2014, de 19 de junho, os

serviços que integram o Sistema Nacional de Saúde (SNS), como os SF hospitalares,

apenas podem adquirir medicamentos que constem no Formulário Nacional de

Medicamentos (FNM), o qual é estabelecido pela Comissão Nacional de Farmácia e

Terapêutica (CNFT), comissão técnica especializada e pelo INFARMED [4]. Segundo o

decreto-lei nº. 18/2008, a aquisição de medicamentos carece de obrigatoriedade de se

integrar no catálogo dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). O SPMS

têm, deste modo, a missão de centralização das funções de compras, financeira de

recursos humanos do Ministério da Saúde, contribuindo também para a promoção da

eficácia da gestão de recursos. Deste modo esta entidade está encarregue de lançar

concursos públicos de aprovisionamento, com respetivos fornecedores ou serviços que

serão posteriormente adquiridos pelas entidades de saúde em causa. No caso de serem

medicamentos biológicos, ou caso a situação financeira o justifique, a obrigatoriedade

de aquisição consoante os acordos-quadro, é dispensada, consoante o previsto pela

circular normativa nº.1/2015 do SPMS. Se o medicamento não constar no SPMS é

possível adquiri-lo por ajuste direto, concurso público ou concurso público internacional.

Esta escolha estará condicionada ao valor do contrato. A seleção de medicamentos é

baseada em evidências clínicas, eficácia, segurança e qualidade, tendo em

consideração a relação custo/benefício [9]. Caso o hospital necessite de um

medicamento que não tenha Autorização de Introdução no Mercado (AIM) em Portugal,

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4

pode fazer um pedido de autorização de utilização especial (AUE) ao INFARMED. O

hospital deve apresentar anualmente um pedido único de AUE por medicamento

pertencente ao FNM, para vigorar no ano seguinte. Este inclui o preenchimento de um

impresso próprio e uma justificação clinica (ver anexo VII). Após tomada de

conhecimento o INFARMED irá decidir a sua aprovação ou revogação do pedido. Um

outro tipo de autorização que necessita de distinção é a autorização excecional (AE),

que corresponde a uma autorização destinada a um medicamento detentor de AIM, de

uso exclusivo hospitalar, para que a autorização seja válida é necessária uma

justificação clínica, sendo que a autorização é individual e especifica para um doente. O

pedido de AE deve ser executado pelo médico responsável, onde devem constar:

diagnóstico, história clínica, nome e número do processo do doente. Numa segunda

etapa o pedido carece de aprovação por parte do INFARMED [10,11,12].

2.2. Aquisição de Estupefacientes e Psicotrópicos

No caso de medicação como estupefacientes, psicotrópicos ou

benzodiazepinas, os SF elaboram um pedido de compra, atendendo à média mensal de

consumos e aos stocks existentes, posteriormente, e tendo em conta a legislação

própria, a nota de encomenda, gerada original (NE) segue via correio, juntamente com

o Anexo VII da Portaria nº 981/98, de 8 de junho (Anexo 2) [13].

2.3. Receção e conferência de produtos adquiridos

Após as etapas de seleção e aquisição de um produto, segue-se a sua respetiva

receção e conferência. A receção de medicamentos e outros produtos farmacêuticos

está dividida em duas fases. Numa primeira abordagem compete ao TDT e ao AO

responsável verificar, aquando da receção da encomenda, o número de unidades

entregues, o seu estado de conservação, ou integridade, e se o local de destino

corresponde à ULSNE. Posteriormente, numa segunda fase, os prazos de validade são

conferidos, tal como o respetivo lote e as faturas. Durante este processo é necessário

priorizar os produtos de frio [16]. Se a encomenda se encontrar conforme, proceder-se-

á à assinatura e datação da guia de remessa ou fatura. No entanto, caso se verifique

alguma não conformidade a situação deve ser solucionada com o transportador [6].

Após confirmação da guia de remessa ou fatura, a informação do produto é introduzida

no programa informático por um assistente técnico (AT), sendo registados a quantidade,

o lote, o prazo de validade e o n.º de fatura ou guia de remessa. No final do processo o

produto passa a constar do stock dos SF [7].

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5

2.4. Armazenamento de produtos farmacêuticos

O armazenamento adequado dos medicamentos é crucial para garantir a sua

qualidade, eficácia e segurança, devendo ter-se em conta as características destes, de

forma a garantir a sua conservação em condições adequadas de luminosidade,

temperatura e humidade. Com intuito de garantir uma dispensa correta e segura, os

medicamentos são organizados por ordem alfabética do seu princípio ativo, nas

respetivas áreas de armazenamento, de modo a diminuir possíveis erros na sua

identificação. Relativamente aos prazos de validade, estes, são verificados segundo

dois princípios fundamentais: “first expire first out” (FEFO) isto é, o medicamento com

prazo mais curto deve ser o primeiro a ser dispensado, e o “first in first out” (FIFO) que

indica que caso os medicamentos em causa tenham a mesma validade, o primeiro a ser

dispensado deverá ser o que se encontra à mais tempo nos SF. De modo a facilitar a

sua identificação, os medicamentos cujo prazo de validade se encontra a expirar, devem

ser identificados com uma etiqueta de cor amarela para que se torne mais fácil e seguro

o escoamento deste produto. Caso este não seja utilizado dentro do prazo esperado,

deverá ser retirado da prateleira, para que posteriormente seja devolvido ao fornecedor,

ou incinerado. [14] É de notar que alguns produtos farmacêuticos têm de ser

armazenados em áreas especificas. Toda a área de armazenamento é monitorada por

um sistema de parametrização registado, tanto da humidade, como da temperatura.

caso haja alguma anomalia o sistema aciona um alarme que transmite a informação à

farmacêutica de prevenção [15,16].

3. Sistemas de distribuição de medicamentos

A distribuição de medicamentos e de produtos farmacêuticos, por parte dos SF,

é uma das atividades com maior encargo e visibilidade a nível hospitalar, uma vez que

é nesta etapa que os SF exercem um maior contacto com os diferentes serviços clínicos.

Os principais objetivos da distribuição devem ser o cumprimento da prescrição médica,

a racionalização da distribuição e dos custos da terapêutica, a garantia da sua correta

administração e a diminuição do tempo desta. [4,16] Os SF da unidade hospitalar de

Bragança são responsáveis pela distribuição de medicamentos e dispositivos médicos

essencialmente a dois tipos de cuidados de saúde, aos Cuidados Primários de Saúde e

aos Cuidados Diferenciados. O processo de distribuição divide-se, sobretudo, em dois

grandes grupos, a Distribuição de Medicamentos a Doentes em Regime Ambulatório

(DMDRA) e Distribuição de Medicamentos a Doentes Admitidos (DMDA), sendo o

critério de distinção a admissão ou não à unidade hospitalar. A Distribuição

Individualizada subdivide-se, ainda, em Distribuição de Medicamentos em Dose Unitária

(DDU) e Distribuição Personalizada (DP), distinguem-se pelo tempo de permanência de

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24 horas no caso da DDU ao contrário da DP que não pressupõe internamento nem

período de tempo pré-estabelecido. A DP é essencialmente utilizada para a dispensa

de medicamentos Psicotrópicos, Estupefacientes e Derivados do Plasma Humano. A

Distribuição não individualizada subdivide-se em Distribuição Tradicional (DT) e

Distribuição por Reposição de Nível (DRN), sendo distinguíveis pela existência de um

stock máximo e um stock mínimo. [17]

3.1. Distribuição clássica

É o sistema de distribuição mais antigo e entende-se pelo envio de uma

requisição em impresso próprio pelos serviços de enfermagem dos respetivos serviços

clínicos, aos SF. Uma vez que o envio dos medicamentos é feito para todo o serviço e

não é individualizado, reduz a especificidade ao doente, o que limita a intervenção

farmacêutica a nível da vigilância farmacoterapeutica. para além disso há formação de

stocks nos armários das enfermarias, o que poderá promover o uso inadequado dos

medicamentos, tal como erros de medicação e aumento dos desperdícios com

medicamentos. Todavia, com este sistema permite que os serviços clínicos tenham ao

seu dispor uma maior disponibilidade de medicamentos para administrar em situações

urgentes. A ULSNE tem um sistema de distribuição clássico otimizado de modo a

diminuir o desperdício, uma vez que estabelece previamente o stock que cada serviço

clinico deve ter [17].

3.2. Sistema de Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

Este sistema de distribuição individual diário em dose unitária (SDIDDU) é

sobretudo um sistema personalizado contrariamente ao sistema de distribuição clássica.

Este tipo de distribuição aumenta a segurança no circuito do medicamento, permite um

melhor detalhe relativamente ao perfil farmacoterapêutico do utente e detetar mais

facilmente possíveis interações medicamentosas. No que diz respeito aos enfermeiros,

estes poderão disponibilizar mais tempo para os cuidados dos doentes e menos a

questões relacionadas com a gestão do medicamento. A nível da gestão da FH torna-

se possível uma melhor gestão de custos e consequentemente uma redução de

desperdícios. Neste sistema os medicamentos são dispensados por doente de modo a

salvaguardar as suas necessidades num período de 24 horas, no que diz respeito a dias

úteis, 48 horas em caso de feriado e ao fim-de-semana. Na unidade de Bragança este

sistema não abrange serviços como a urgência nem o bloco operatório. A prescrição

médica é enviada para os SF via eletrónica sendo posteriormente validada por u

farmacêutico, o que permite que haja um maior envolvimento e controlo por parte dos

farmacêuticos. A prescrição médica tem de vir identificada com o serviço ao qual o

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doente pertence, o nome do utente, número do seu processo, número da cama, médico

prescritos, datação da prescrição, DCI do medicamento, forma farmacêutica, frequência

e via de administração e possíveis observações que possam ser relevantes como

alergias. Posteriormente ao envio da prescrição para os SF e a sua validação, há uma

emissão de um mapa por serviço clínico que segue para os TDT que deverão preparar

a medicação em gavetas devidamente identificadas com o serviço, nome do doente e a

sua respetiva cama, que estarão associadas a uma mala. Esta, de seguida, será

conferida pelos TDT e distribuídas pelos AO a cada um dos serviços correspondentes.

A Saída das malas é feita pelas 15 horas, no entanto no decorrer do dia vão saindo

alterações aos mapas de prescrição, estando os TDT responsáveis pela alteração da

medicação na respetiva gaveta. É de ressalvar que sempre que o AO entrega as malas

nos serviços clínicos, recolhe as que estavam lá e devolve-as aos SF, para que possam

fazer as da próxima recolha [4,17].

3.3. Reposição de stock por níveis

Este sistema de reposição de stocks surge como alternativa ao SDIDDU nos

casos em que este não permite a distribuição dos medicamentos aos doentes [4]. Neste

sistema de distribuição o stock de cada produto é acordado entre o enfermeiro chefe e

o farmacêutico, com conhecimento do diretor do serviço clínico e a diretora dos serviços

farmacêuticos. Uma vez estabelecido o número de unidades existentes de cada produto,

a reposição é feita periodicamente com períodos definidos, recorrendo a um sistema de

rotas. Todavia, os enfermeiros podem fazer pedidos eletrónicos adicionais, caso

prevejam gastos adicionais ou se houver rutura do stock. No final procede-se à respetiva

imputação de consumos por serviço clínico que posteriormente corresponderá a um

número de registo que será devidamente anotado e associado ao pedido [4].

3.3.1. Armazéns de recurso

Nas enfermarias de cada um dos serviços clínicos é possível localizar os

armários de recurso que contêm um determinada stock previamente definido. Esta

quantidade é definida de acordo com os consumos médios efetuados em cada um dos

serviços e atendendo ao tempo de reposição. Caso a medicação seja consumida, os

enfermeiros, recorrendo a um impresso próprio enviam para os SF as faltas, associando

ao doente a medicação em falta, para que possa ser efetuada a reposição.

3.3.2. Carros de emergência

O carro de emergência é uma estrutura móvel que inclui um conjunto de

equipamentos, fármacos e outros dispositivos médicos, indispensáveis à reanimação

cardiorrespiratória. A sua organização, e o seu conteúdo são ferramentas

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indispensáveis para o sucesso da abordagem ao doente em estado grave, por este

motivo e segundo o Despacho nº 5414/2008, de 28 de Fevereiro os carros de

emergência devem existir em todas as salas de emergência de toos os serviços da

rede.[18] É de ressalvar que o conteúdo destes está uniformizado, sendo que a

organização dos fármacos e do material deverá ser adaptável às características do carro

de cada unidade de saúde/serviço, considerando que a facilidade e o acesso rápido são

uma prioridade, de modo a diminuir a probabilidade de erro. Os carros devem

permanecer selados até sua utilização, posteriormente a medicação deve ser reposta

após envio de uma requisição aos SF de reposição. Aos SF compete a responsabilidade

pela auditoria periódica dos e seus registos, com pré-aviso onde se faz o controlo dos

prazos de validade dos medicamentos, quantidade existente, estado físico e condições

de armazenamento. Após termino de auditoria deve ser garantida a colocação de um

novo selo, e a anotação do número do anterior quebrado. Durante o estágio foi me

possível acompanhar auditorias, aos carros de emergência dos serviços clínicos, de

psiquiatria, urgência-observação, urgência pediátrica e medicina intensiva.

3.4. Distribuição semi-automática: pyxis

De modo a garantir uma gestão automatizada da medicação, surge um sistema

semiautomático que permite estabelecer stocks mínimos e máximos para cada serviço

hospitalar, atendendo às suas características inerentes. Este sistema é constituído por

diferentes estações distribuídas pelos serviços desejados, no caso do centro hospitalar

de Bragança este encontra-se na Urgência e na unidade de cuidados intensivos,

estando os outros serviços assegurados com a distribuição tradicional, e por uma

estação central, ou consola, que se encontra no local da validação. Este sistema tem

vindo a ser associado a benefícios: operacionais uma vez que reduzem o tempo

despendido em tarefas administrativas por parte do pessoa de assistência, com o

consequente aumento da disponibilidade para prestação de cuidados diretos ao doente;

benefícios clínicos pois permite iniciar a terapia mais rapidamente, reduzindo o tempo

de espera para a primeira dose, assegura ainda a disponibilidade dos medicamentos na

unidade em que está inserida, incluindo fora do horário dos SF, minimiza os riscos desde

o inicio do processo de medicação, e limita o acesso a doses unitárias disponibilizando

informação acerca da administração e benefícios financeiros uma vez que permite uma

melhor otimização da gestão de custos, e uma redução de desperdícios, pois melhora

a racionalização de custos com redução de inventário imobilizado tal como uma

monitorização da utilização de medicamentos e produtos farmacêuticos. [19] Os Pyxis

® registam ainda todas as entradas e saídas na consola central disponibilizando

informação relevante sobre a administração dos fármacos [19sara]. Ele é composto por

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três níveis de segurança: máxima, média e mínima. A segurança máxima, destina-se a

medicamentos que necessitem de um controlo rigoroso, como os estupefacientes e

psicotrópicos. Sendo apenas disponibilizado uma única unidade da substância

pretendida. Realçando, que neste caso a dispensa não requer o preenchimento do

Anexo X (Anexo 3), sendo esta a única exceção para esta classe. A segurança média,

corresponde a uma prateleira que é composta por diferentes cubies que apenas é aberta

se corresponder ao medicamento que se pretende dispensar. Dentro da segurança

média, existe ainda uma gaveta designada por carrossel, que se ocupa essencialmente

pelo armazenamento de ampolas. Na segurança mínima, encontra-se toda a medicação

que está ao dispor da equipa de enfermagem que faz o levantamento da medicação

prescrita.

3.5. Distribuição em regime de ambulatório

Segundo o Decreto-Lei n º 206/2000 de 1 de setembro a dispensa de

medicamentos pela FH foi aprovada, de modo a contrariar possíveis emergências que

pudessem comprometer a normal dispensa de medicamentos, com risco de haver

descontinuação da terapia, ou caso fosse necessário uma acessibilidade imediata ao

medicamento [20]. Este tipo de distribuição permite um maior controlo e vigilância

perante determinadas patologias e respetivas terapias, nomeadamente aquelas em que

possam ocorrer efeitos adversos, ou que necessitem especial atenção em assegurar a

adesão da terapêutica. Os medicamentos abrangidos pelo regime de ambulatório, são

comparticipados a 100% e são relativos a doenças como: doença renal crónica,

esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, Síndrome de Lennox-Gastaut,

paraplegias espásticas familiares e ataxias cerebelosas hereditárias, deficiência da

hormona do crescimento, acromegalia, doenças inflamatórias intestinais (Doença de

Crohn e colite ulcerosa), artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriática,

artrite idiopática juvenil e psoríase em placas, Hepatite C, Infeção pelo vírus da

imunodeficiência humana (VIH), Tuberculose, doenças oncológicas, cirurgia de

ambulatório, vacinação contra infeções por Streptococcus pneumoniae e grupos de

risco acrescido para doença invasiva pneumocócica (DIP) – em idade adulta ou

pediátrica. Para cada patologia enumerada existe um Decreto Lei que estabelece quais

os medicamentos a dispensar. [21] Atendendo ao Decreto Lei n.° 99/2003 de 27 de

agosto caso haja acidentes durante o horário laboral a dispensa de medicação em

regime de ambulatório está salvaguardada [22]. A distribuição em regime de ambulatório

deve ser feita por farmacêuticos hospitalares, devendo assegurar a privacidade do

doente com instalações com acesso exterior aos serviços farmacêuticos e

preferencialmente próximos dos locais de consultas. Segundo o Despacho nº

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13382/2012, de 4 de outubro a dispensa tem de ser realizada por um sistema de

prescrição eletrónica, de modo a permitir a rastreabilidade da prescrição do doente,

reduzindo assim os erros na dispensa e aumentando a adesão à terapêutica. [23]

Quando o doente se desloca à unidade de ambulatório tem que de trazer a prescrição

eletrónica onde deve constar o nome, número de processo, número de utente,

especialidade médica e assinatura do médico prescritor. O medicamento vem

identificado por DCI, forma farmacêutica, posologia, via de administração e duração do

tratamento. Aquando do processo de dispensa o farmacêutico deverá questionar o

utente acerca da adesão à terapêutica, se este toma uma outra medicação que possa

ter interações com a dispensada, deve também detetar possíveis reações adversas e

se este segue o regime posológico pré-estabelecido [24,25]. Após validação da

prescrição, a medicação é dispensada, seguindo-se do seu registo informático de saída

do medicamento. O utente deve assinar o impresso como comprovativo de dispensa,

para isso deverá trazer consigo o documento de identificação, caso o utente não possa

fazer o levantamento, este poderá ser efetuado por qualquer cuidador, desde que seja

apresentada a devida identificação. Para que o processo esteja conforme o

farmacêutico deverá ainda proceder ao registo da quantidade dispensada, da validade

da prescrição médica e medicação e do lote. Na ULSNE, o ambulatório é constituído

por uma sala de espera e um balcão de atendimento, sendo o horário de funcionamento

das 9:00H às 18:00H nos dias úteis.

3.6. Distribuição de medicamentos sujeitos a controlo especial

3.6.1. Hemoderivados

A obtenção de produtos derivados do plasma humano encontra-se

regulamentada pelo Despacho nº 28356/2008, de 13 de outubro que circunscreve que

essa aquisição tenha de ser um processo centralizado, ou seja, todos os atos de

requisição clinica, distribuição e administração aos doentes tenham de ser registados

na ficha modelo, este registo é regulado pelo Despacho conjunto nº 1051/2000, de 14

de Setembro. Para a requisição de um hemoderivado é necessário o preenchimento de

uma ficha modelo anexo X, (Anexo 4) que tem duas vias, a “Via Farmácia” e a “Via

Serviço”. Estas vias são enviadas aos SF posteriormente ao preenchimento pelo médico

que deve identificar o doente, indicar o seu nome, nº mecanográfico, assinar e datar, tal

como indicar o nome, forma farmacêutica e via de administração, dose/frequência de

administração, duração do tratamento e justificação clínica. No ato da dispensa o

farmacêutico indica o nome do derivado, o nº de lote, a quantidade enviada, o fornecedor

e o nº de certificado do INFARMED. A “Via Farmácia” fica arquivada nos SF, ao invés

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da “Via Serviço” que ficará arquivada no processo clinico do doente após registo de

administração pelo respetivo enfermeiro. [26,27]

3.6.2. Estupefacientes e psicotrópicos

Os estupefacientes e psicotrópicos são alvos de regulamentação especial uma

vez que são substâncias passiveis de causarem dependência física, psíquica, e de

estarem associados a fenómenos de tolerância. Sendo assim, a sua dispensa encontra-

se regulamentada e de acordo com portaria nº 981/98, de 8 de junho, a sua utilização

carece do preenchimento do modelo nº 1509, respetivamente anexo X (Anexo 3).[28]

Este Anexo contém a informação necessária acerca do medicamento pretendido, nele

consta a denominação comum internacional, a forma farmacêutica, a dosagem, o seu

código segundo o FNM, a quantidade e a respetiva informação do doente. O enfermeiro

responsável pela administração deve assinar o documento e discriminar a quantidade

administrada e rejeitada, caso aconteça. Este deve ser posteriormente arquivado, após

assinatura pelo DT dos SF. É de ressalvar que em cada registo apenas um

medicamento pode ser prescrito. [11,13]

3.6.3. Estimulantes da eritropoiese

De acordo com o Despacho n.º 11619/2003 de 22 de maio, n.º 10/96 de 16 de

maio, n.º 9825/98 de 13 de maio, a eritropoietina, hormona estimulante da

hematopoiese, pode ser dispensada gratuitamente aos doentes com insuficiência renal

crónica. Após requisição devidamente documentada e arquivada, a medicação deve ser

transportada em local frio, com o rótulo informativo:” Nefrologia” [4,29,30].

4. Distribuição para agrupamentos de centros de saúde

Os SF da ULSNE são responsáveis pela distribuição de medicamentos aos

ACES do distrito de Bragança. O pedido é feito eletronicamente, atendendo sempre ao

stock existente e ao mínimo e máximo acordado. A reposição de medicação para os

ACES é feita pelos TDT, em caixas apropriadas e devidamente identificadas.

Posteriormente um motorista responsável fica encarregue pela sua distribuição.

5. Devoluções

As devoluções dos fármacos aos SF após saída destes para os serviços clínicos

que por algum motivo não foram administrados aos doentes, como por exemplo, caso o

doente tenha tido alta, ou haja uma mudança de medicação, ou mesmo em caso de

óbito, ocorrem após a SDIDDU. Após chegada dos medicamentos aos SF é feita uma

análise aos mesmo, respetivamente ao seu estado, à sua validade, dosagem, forma

farmacêutica e substância ativa. Uma vez feito o reconhecimento do medicamento, este

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é contabilizado, registado e arrumado no seu local respetivo. Este é um processo

importante para garantir uma gestão correta de stocks. [16]

6. Validação da prescrição médica

A validação da prescrição médica tem um papel fulcral na medida em que

minimiza potenciais problemas relacionados com os medicamentos, tal como custos

económicos que advêm destes. O principal objetivo prende-se em otimizar os resultados

da farmacoterapia através de um uso racional de medicamentos, maximizando a

eficácia e minimizando o risco de aparecimento de efeitos adversos. Os principais erros

associados à medicação incluem o erro da própria prescrição, o erro de administração

e da dispensa. No processo de validação o farmacêutico deve ter em conta vários

parâmetros e aspetos, como: dose, e se esta se adequa ao perfil farmacoterapêutico do

doente, frequência, horário de prescrição, possíveis interações medicamentosas e

reações adversas. Para que o processo de validação ocorra consoante o esperado e o

melhor possível, é cada vez mais imprescindível que o farmacêutico tenha acesso ao

perfil do doente, e a informações clinicas como o diagnóstico, análises clinicas,

medicação domiciliárias e história do doente. Caso o farmacêutico faça alguma

alteração, deve documenta-la e informar o prescritor da mesma de modo a tornar o

processo rápido e seguro para o doente. [31 e 32]

7. Farmacotecnia: produção e controlo de medicamentos

A farmacotecnia é o setor onde se efetua a preparação de medicamentos

necessários à terapêutica do doente que não se encontram disponíveis no mercado. A

existência deste setor permite assegurar e garantir uma maior qualidade e segurança

na preparação de medicamentos, uma maior resposta às necessidades especificas do

doente, uma redução significativa do desperdício relacionado com a preparação de

medicação e uma gestão mais racional dos recursos.

7.1. Unidade de reembalamento e fracionamento

Com o objetivo de uniformizar e tornar os produtos farmacêuticos dispensados

personalizados e adequados a cada doente, surge a unidade de reembalamento. Esta

abordagem permite facilitar processos como o armazenamento, distribuição, erros

associados à medicação, e tornar o processo próprio e especifico para o doente. O

intuito primordial deste processo é proceder ao fracionamento e reembalagem de

medicamentos para posteriormente disponibilizar à SDIDDU. É de ressalvar que todo o

processo deve ser efetuado de acordo com as boas práticas farmacêuticas. Todas as

unidades preparadas têm de ser devidamente identificadas, com DCI de acordo com os

princípios ativos, dose, forma farmacêutica, nº de lote, e prazo de validade. Quando para

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um determinado medicamento não está comercializada uma dose é necessária por

vezes recorrer ao fracionamento, para que a prescrição seja assegurada de modo

controlado. Posteriormente ao fracionamento, os medicamentos têm de ser

reembalados, no entanto para que a técnica possa ocorrer terão de ser asseguradas

algumas condições como a proteção mecânica, da luz, do ar, humidade de modo a

conseguir preservar a integridade total do medicamento, sem que a sua atividade seja

alterada, salvaguardando assim a segurança do doente. O processo de reembalagem

é efetuado numa sala exclusiva para esta atividade, sendo o TDT o responsável pela

função de reembalar e fracionar, e o farmacêutico responsável pela supervisão,

avaliando a conformidade do processo de reembalagem. Para cada operação é

necessário documentar todas as condições em que o processo foi efetuado, o

medicamento, o material usado. Os medicamentos reembalados são devidamente

rotulados com DCI, dose, Laboratório, nº de lote original, data de reembalamento e

prazo de validade final. Existem duas situações possíveis relativamente ao prazo de

validade, existem duas situações possíveis, caso o fármaco permanecer no interior do

blister de origem, a validade será a pré definida pelo fornecedor, caso seja necessário

fracionar e remover o medicamento do blister o prazo de validade deve ser 25% da

validade do prazo original, com máximo de 6 meses. O processo de reembalagem é

efetuado de forma semiautomática, recorrendo-se a uma máquina embaladora Sargent

Auto-Print™ Unit Dose Systems, Medical Packaging INC., que se encontra acoplada a

um sistema informático que permite a programação da reembalagem, e da rotulagem

dos medicamentos reembalados. De modo a minimizar riscos de contaminação

cruzada, é recomendado a reembalagem de um único medicamento por operação [33].

7.2. Unidade de preparação de medicamentos não estéreis

As formas farmacêuticas não estéreis são preparadas por um TDT e

supervisionadas por um farmacêutico. O TDT é responsável, após receção e

confirmação da prescrição, pela impressão das fichas de preparação e dos rótulos

respetivos. [34]As fichas de preparação encontram-se previamente feitas, estando

compostas pela identificação da preparação, as matérias primas (lote, fornecedor,

quantidade pretendida e medida), o material usado, ensaios de verificação, e a próprio

procedimento com a técnica de preparação. É relevante referir que todas as matérias-

primas se devem fazer acompanhar pelo seu certificado de análise. Finalizada a

preparação o farmacêutico responsável verifica a conformidade da preparação

aprovando ou rejeitando a mesma. Para terminar procede-se à rotulagem da

preparação. Durante todo o processo de manipulação, deve ser garantido o emprego

dos protocolos de segurança e qualidade, tal como a aplicação das Boas Práticas de

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Fabrico de Medicamentos Manipulados [35]. Para esse efeito são adotadas medidas

básicas de higiene como o uso de luvas e máscara. No decorrer do estágio tive o

privilégio de assistir e participar na preparação de uma solução alcoólica a 50% , de

uma solução de ácido acético a 3%, de uma solução de permanganato de potássio e

papeis medicamentosos de Espiramicina.

8. Comissões

Segundo o decreto regulamentar nº 3/88 de 22 de janeiro é obrigatória a criação

de comissões técnicas de apoio constituídas por órgãos consultivos, indispensáveis

para a implementação de normas e procedimentos de utilização de medicamentos e

produtos farmacêuticos. [36] A existência de comissões técnicas contribui para uma

maior reafirmação e valorização do farmacêutico na melhoria dos cuidados prestados

ao doente, uma vez que este ao se inserir nestas, possibilita um maior planeamento no

que diz respeito aos procedimentos tanto de qualidade como de segurança em

situações de risco para a saúde pública.

8.1. Comissão de Farmácia e Terapêutica

De acordo com o Despacho n.º 1083/2004, de 1 de dezembro de 2003, esta deve

ser constituída no máximo por seis membros, sendo metade médicos e metade

farmacêuticos. Têm como principais competências atuar como órgão de vínculo dos

serviços médicos e farmacêuticos, elaborar adendas de aditamento ou exclusão, emitir

pareceres e relatórios acercas de todos os medicamentos, garantir o cumprimento do

FNM, proferir acerca das alterações da terapêutica prescrita e avaliar os custos da

terapêutica. Esta comissão deve para garantir o seu bom funcionamento reunir,

obrigatoriamente, de 3 em 3 meses, podendo, no entanto, reunir sempre que for

necessário [37].

8.2. Comissão de controlo da infeção e resistência aos antimicrobianos

De acordo com o Despacho n.°15423/2013 compete coordenar localmente o

Programa de Prevenção de Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos

(PPCIRA), criado pelo Despacho nº 2902/2013, de 22 de fevereiro. Este grupo de

coordenação deve ser presidido uma equipa multidisciplinar, que inclui médicos,

enfermeiros, farmacêuticos e outros técnicos de saúde [38]. Considerando a evidência

de Portugal ser um país com elevadas taxas de infeção associada aos cuidados de

saúde , que a prática de prescrição antibiótica inclui dismorfias passíveis de correção,

que a taxa de resistência a antimicrobianos é preocupante, e a perceção de que todos

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estes problemas estão intimamente relacionados e têm de ser abordados de forma

global e integrada, foi determinada a criação do programa de saúde prioritário, a

PPCIRA. Este programa visa reduzir a taxa de infeção associada aos cuidados de

saúde, a promoção do uso racional dos antimicrobianos e a diminuição da resistência

destes.

8.3. Comissão de ética

O incremento do conhecimento ao nível da ciência tal como o aparecimento de

novas terapêuticas e novos fármacos, levaram a uma consciencialização para a

responsabilidade acrescida do profissional de saúde o que levou ao surgimento de um

setor, a bioética. As comissões de ética (CES)têm como principal objetivo proteger e

garantir a dignidade e integridade humanas. As CES são órgãos multidisciplinares

constituídas por sete membros designados entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos,

juristas, teólogos, psicólogos, sociólogos e técnicos de saúde relacionados com a área

de ciências sociais e humanas [39].

9. Centro de informação do medicamento

De modo a contribuir para uma terapêutica mais segura e racional, tal como

permitir uma participação do farmacêutico no cuidado do doente e em atividades de

promoção da saúde é cada vez mais importante disponibilizar informação acerca de

medicamentos. O centro de informação do medicamento (CIM) da Ordem dos

Farmacêuticos como um serviço destinado a disponibilizar informação independente,

avaliada e atual com intuito de resolver problemas relacionados com o uso de

medicamentos e como ajuda na tomada de decisões sobre o seu uso. O CIM

disponibiliza ainda fontes de informação que possibilitem o auxilio aos profissionais de

saúde, de modo a poderem aceder a fontes de informação seguras [40].

9.1. Informação sobre medicamentos e outras atividades de farmácia

clinica

Sendo o farmacêutico o especialista do medicamento este deverá estar apto a

solicitar e obter qualquer tipo de informação associada ao medicamento de modo a

permitir um sucesso crescente nas terapêuticas realizadas em ambiente hospitalar.

Sabe-se que o farmacêutico incute diversas vantagens com a sua presença na equipa

clínica uma vez que permite uma redução nos erros de medicação, um aumento na

relação custo-efetividade do plano terapêutico tal como uma melhoria dos padrões de

qualidade da prescrição médica.

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10. Farmacovigilância e monitorização da terapêutica

A farmacovigilância denomina a ciência e as atividades associadas com a deteção,

avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas a medicamentos (RAM).

Este conceito surge da necessidade de promover e divulgar a informação das RAM,

baseando-se num estudo sistemático e multidisciplinar dos efeitos dos medicamentos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma reação adversa é uma resposta

indesejada e prejudicial a um medicamento que ocorre para doses variadas existindo

um efeito de causalidade entre a ocorrência e o medicamento [41]. Atualmente é

globalmente aceite que as RAM constituem um problema de saúde pública relevante,

constituindo ainda uma cauda de mortalidade e de internamento, justificando por vezes

um aumento do recurso aos serviços de saúde. [42]. O Sistema Nacional de

Farmacovigilância foi criado em 1992, regulado atualmente pelo Decreto-Lei n.o

242/2002 de 5 de novembro. Este sistema opera entre o INFARMED I.P, entidade

nacional responsável pelo Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), as Unidades

Regionais de Farmacovigilância (URF) e a Agência Europeia do Medicamento. O

principal objetivo é a proteção da saúde pública e maior transparência para os cidadãos,

com primordial intuito de prevenir ou reduzir a probabilidade da ocorrência de uma RA

associada à exposição ao medicamento ou, no caso de esta ocorrer, minimizar a sua

gravidade. Para que o processo de farmacovigilância vigore tem sido cada vez mais

importante a sensibilização para a notificação espontânea pelos profissionais de saúde

através do preenchimento de um formulário on-line, para que possam ser gerados sinais

de alerta para determinados medicamentos, que posteriormente serão avaliados com

estudos epidemiológicos [43,44].

10.1. Norma de medicamentos LASA

Os medicamentos LASA são medicamentos cujo nome ortográfico e/ou fonético

e/ou aspeto semelhante que podem ser confundidos entre si, originando por vezes erros

e troca de medicação, sendo denominados por medicamentos look-alike ou sound-alike

. A Norma da DGS n.º 020/2014 de 31 de dezembro de 2014 visa evitar, prevenir ou

corrigir eventos adversos concomitantes ao uso de medicamentos. Uma vez que a

existência de denominações semelhantes entre princípios ativos é uma das causas mais

comuns associada a estes eventos adversos. Assim, justifica-se a normalização de

práticas que dificultem ou impeçam a ocorrência de erros [45].

De modo a minimizar possíveis erros, recorreu-se ao método Mid-type Tall Man

Lettering, método de alteração ortográfica, que se baseia na inserção seletiva de letras

maiúsculas no meio das denominações de medicamentos ortograficamente

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semelhantes para a sua diferenciação. A lista destes medicamentos pode ser

consultada no Anexo 6 [45,46]

10.2. Identificação de medicamentos potencialmente perigosos

Com o intuito de melhorar e tornar clara e legível a identificação de medicamentos,

na ULSNE adotou-se uma medida de identificação por cores, atendendo ao principio

que o uso de sinalética deve ser restrito, dado que o excesso de informação gr´fica e/ou

visual poderá ser contraproducente na implementação de gestão de risco do

medicamento. Sendo assim determinou-se a utilização de sinalética de cor, sendo a cor

vermelha usada para identificação de medicamento potencialmente perigoso, a cor azul

para medicamento Sound-alike , a cor verde para medicamento Look-alike e a cor

amarela par medicamentos cujo prazo de validade se encontre próximo. Estas medidas

tornam-se um apoio fulcral na gestão de risco do medicamento, tornando o seu uso

seguro e apoiando o profissional de saúde na sua atividade clínica [46].

11. Farmácia clínica

O conceito de farmácia clínica centraliza-se no doente tendo como objetivo a

otimização da terapêutica farmacológica promovendo ou prevenindo a doença. A sua

implementação passa pela inclusão do farmacêutico numa equipa multidisciplinar,

potenciando o contacto com o doente e outros profissionais de saúde, promovendo uma

interligação entre áreas de saúde, proporcionando uma terapêutica mais eficaz, segura

e de sucesso para o doente. Dentro das inúmeras vantagens desta associação

destacam-se a são a elaboração de um plano terapêutico, o desenvolvimento e

implementação de protocolos clínicos, promover a informação acerca do uso racional

do medicamento, alargar conhecimentos acerca da farmacocinética, farmacodinâmica,

interações, monitorização da adesão à terapêutica e dos resultados da própria

terapêutica. É de ressalvar que este conceito tem como mais valia um acréscimo à

saúde do doente, sendo este o primordial objetivo de todas alterações que têm vindo a

ser feitas relativamente ao contributo do farmacêutico em meio hospitalar. A prestação

de cuidados farmacêuticos tem como ideias basilares a eficácia e segurança do perfil

farmacoterapêutico do doente, sendo por isso o farmacêutico responsável pelo total

cumprimento dessas premissas. Um dos aspetos mais importantes prende-se na

individualização da terapêutica, uma vez que deve ser tida sempre em conta a inter e

intra-variabilidade genética, que tem influencia na resposta à terapêutica. Os

polimorfismos devem ser avaliados e respeitados aquando na tomada de decisões,

sendo por isso a reconciliação da terapêutica RT) um tema de elevada importância no

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que concerne à prática clínica. A RT é um processo formal de obtenção de uma lista

atualizada, completa e precisa de medicação pré-hospitalar dos doentes, que será

comparada com a lista de medicação prescrita pelo clínico nas diferentes etapas como

a admissão, transferência e alta hospitalar), para a deteção de discrepâncias. O grande

objetivo da RT é evitar os erros de medicação em todas as transições de cuidados. Além

da identificação e análise das possíveis discrepâncias é de crucial importância avaliar o

potencial de adesão do doente à terapêutica, dado o papel cada vez mais ativo que é

necessário incutir aos doentes e/ou cuidadores, no que se refere à gestão da sua

doença e da sua terapêutica [47].

12. Considerações finais

Considero estes dois meses de estágio profissionalizante uma mais valia para a

minha experiência académica e profissional, enquanto futura farmacêutica, ressalvando

a importância desta experiência, recomendando-a a futuros colegas. Foi-me possível

experienciar a importância da atividade farmacêutica num centro hospitalar e da sua

interdisciplinaridade e polivalência. Durante o estágio foi me permitido contactar com

diversas realidades vividas diariamente por um farmacêutico hospitalar, o que me

permitiu constatar a responsabilidade e importância que revelamos e da qual não

podemos prescindir nem menosprezar.

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Bibliografia

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hospitalar. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso.

[2] Ordem dos Farmacêuticos: Farmácia Hospitalar. Lisboa 2013. Acessível em:

www.ordemfarmaceuticos.pt. [acedido em 23 de Maio de 2017].

[3] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.081.FAR – Horário de funcionamento dos serviços farmacêuticos da

ULSNE ULSNE – Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[4] Manual da Farmácia Hospitalar, C. E. (2005). Manual da farmácia hospitalar. Lisboa:

Ministério da Saúde.

[5] Portaria n.º 155/2007, de 31 de janeiro de 2007. Cria o Código Hospitalar Nacional

do Medicamento(CHNM). INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso.

[6] INFARMED: Código Hospitalar Nacional do Medicamento. Acessível em:

http://www.infarmed.pt/web/infarmed/perguntas-frequentes-area

transversal/codigohospitalar- nacional-do-medicament. [acedido a 14 de junho de 2017].

[7] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.368.FAR – Aquisição, armazenamento e controlo de stocks nos

serviços farmacêuticos ULSNE – Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[9] FHNM acessível em: www.infarmed.pt/formulario/frames.php?fich=prefacio, acedido

[a 17 de junho de 2017]

[10] 13. Despacho n.° 8333/2014, de 19 de junho de 2014. Determina novas

competências e novos membros para a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica

Diário da República, n.° 121, série II, de 26 de junho de 2014.

[11] Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto de 2006. Estatuto do Medicamento.

Artigo 92.° - Autorização de utilização excecional. INFARMED – Gabinete Jurídico e

Contencioso.

[12]Despacho n.°13877-A/2013, de 30 de outubro de 2013. Designa como centros

especializados para a utilização excecional de medicamentos (CEUEM) os

estabelecimentos que constam em anexo. Diário da República, 2.° Série, n.° 210-Supl,

de 30 de outubro de 2013.

[13]Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.088.FAR – Distribuição de Estupefacientes e Psicotrópicos. ULSNE –

Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[14] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.089.FAR – Circuito de distribuição da medicação. ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[15] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.0556.FAR – Controlo e registo de temperaturas. ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[16] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Políticas de

Trabalho POL.743.FAR – Armazenamento seguro, prescrição, administração e

eliminação de medicamentos ULSNE – Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

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[17] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.090.FAR – Sistemas de distribuição de medicação ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[18] Ministério da Saúde. Despacho nº 5414/2008, de 28 de Fevereiro.

[19] Grifols Intenational, S.A.Manual de Intruções, Pyxis ® MedStation ® 3500. Espanha

[20] Ministério da Saúde. Decreto de Lei nº 206/2000, de 1 de Setembro: Dispensa de

medicamentos pela farmácia hospitalar por razões objetivas. Diário da República nº

202/2000, Série I-A, de 2000-09- 01

[21].Viegas, Erica. Falcão, Fátima. Cabrita, José. Tópicos em Farmácia Clínica e

Intervenção Farmacêutica. Manuel José Guedes da Silva, Espanha.

[22] Decreto Lei n.° 99/2003, de 27 de agosto de 2003. Aprova o Código de Trabalho.

Diário da República n.º 197, série I-A, de 27 de agosto de 2003.

[23] Ministério da Saúde. Despacho nº 13382/2012, de 4 de Outubro: Determina que a

prescrição de medicamentos, para dispensa em regime de ambulatório pelas farmácias

hospitalares, é obrigatoriamente realizada através de sistemas de prescrição eletrónica.

Diário da República 2ª Série, nº 198, de 2012-10-12

[24] Ministério da Saúde. Despacho nº 28356/2008, de 13 de Outubro: Aquisição dos

produtos derivados do plasma humano. Diário da República 2ª Série, nº 215, de 2008-

11-05

[25] Lucca JM, Ramesh M, Narahari GM, Minaz N (2012). Impact of clinical pharmacist

interventions on the cost of drug therapy in intensive care units of a tertiary care teaching

hospital. Journal of Pharmacology and Pharmacotherapeutics; 3(3): 242-247

[26] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.087.FAR – Distribuição de hemoderivados. ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[27] Ministério da Saúde. Portaria nº 981/98, de 8 de Junho: Execução das medidas de

controlo de estupefacientes e psicotrópicos. Diário da República 2ª Série, nº 216, de

1998-09-18

[28] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.088.FAR – Distribuição de Estupefacientes e Psicotrópicos. ULSNE –

Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[29] Despacho n.° 19/96, de 16 de maio de 1996. Acesso à hormona eritropoietina, para

os doentes insuficientes renais crónicos (IRC). Diário da República, Série II, n.° 135, de

12 de junho de 1996.

[30] Despacho n.° 11291/97, de 27 de outubro. Atualiza o regime de acesso por parte

dos doentes insuficientes renais ao medicamento eritropoietina humana recombinante.

Diário da República, Série II, n.° 267, de 18 de novembro de 1997.

[31] Cardinal L, Fernandes C (2014). Intervenção Farmacêutica no Processo da

Validação da Prescrição Médica. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços

de Saúde; 5(2):14-19

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[32] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.083.FAR – Gestão de erros de medicação. ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[33] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.085.FAR – Reembalagem de formas orais sólidas de medicamentos

ULSNE – Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[34] Ministério da Saúde, Decreto-Lei nº 95/2004, de 22 de Abril; Estabelece as

considerações a ter em conta na produção de medicamentos em ambiente industrial.

[35] USP Pharmacist's Pharmacopeia 31-NF26, Capítulo 795 - "Pharmaceutical

Compounding-Nonsterile Preparations”.

[36] Decreto regulamentar nº 3/88 de 22 de Janeiro

[37] Despacho n.° 1083/2004, de 1 de dezembro de 2003. Regulamenta as comissões

de farmácia e de terapêutica dos hospitais do sector público administrativo (SPA)

integrados na rede de prestação de cuidados de saúde referidos na alínea a) do n.º 1

do artigo 2.º do regime jurídico da gestão hospitalar, aprovado pela Lei n.º 27/2002, de

8 de novembro. Diário da Republica, 2.° série, n.° 14, de 17 de janeiro de 2014.

[38] Despacho n.°15423/2013, de 22 de fevereiro de 2013. Tem como objeto de fusão

o Programa Nacional de Controlo de Infeção com o Programa Nacional de Prevenção

das Resistências aos Antimicrobianos. Diário da Republica, 2.° serie, n.°229, 26 de

novembro de 2013.

[39] Decreto-Lei n.° 97/95, de 10 de maio de 1995. Regulamenta as comissões de ética

para a saúde. INFARMED – Gabinete Jurídico e Contencioso.

[40][http://www.ordemfarmaceuticos.pt/scid//ofWebInst_09/defaultCategoryViewOne.as

p?categoryID=2015]

[41] World Health Organization. Importance of Pharmacovigilance. Geneve 2002

[42] Einarson TR. Drug-related hospital admissions. Ann Pharmacother 1993;27:832-

840

[43] Herdeiro, M. T., Ferreira, M., Ribeiro-Vaz, I., Polónia, J. J., & Costa-Pereira, A.

(2012). The portuguese pharmacovigilance system. Acta medica portuguesa, 25(4),

241-249.

[44] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.080.FAR – Reações adversas a medicamentos ULSNE – Centro

Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[45] Norma n.° 020/2014 de 31 de dezembro de 2014. Medicamentos com nome

ortográfico,fonético ou aspeto semelhantes. Direção-Geral da Saúde.

[46] Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do Bragança, E.P.E. Procedimentos

de Trabalho PRO.0859.FAR – Identificação e armazenamento de medicamentos LASA

e potencialmente perigosos ULSNE – Centro Hospitalar de Bragança, E.P.E.

[47] Meyer C, Stern M, Wendy Woolley, Jeanmonod R, Jeanmonod D. How reliable are

patient-comleted medication reconciliation forms compared with pharmacy lists. Am J

Emerg Med. 2012;30:1048-54

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ANEXOS

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Anexo 1: Organograma da ULSNE

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Anexo 2: Impresso para a requisição de estupefacientes, psicotrópicos e

benzodiazepinas.

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Anexo 3: Autorização de Utilização Excecional.

AUTORIZAÇÃO DE UTILIZAÇÃO EXCECIONAL

Alínea a) artigo 92.º (medicamentos de benefício clínico bem

reconhecido)

JUSTIFICAÇÃO CLÍNICA

Estabeleciment

o de saúde:

Serviço

proponente:

Deliberação n.º 1546/2015

Nome do

medicamento:

Substância(s)

Activa(s): Pertence ao

F.H.N.M.: SIM NÃO

Dosagem: Apresentação:

Quantidade

unitária:

Indicações

Terapêuticas

para as quais

se pretende o

medicamento e

posologia:

Estratégia

terapêutica

para a situação

em causa:

Listagem de

terapêuticas

alternativas

existentes no

mercado e

motivos da sua

inadequação à

situação em

análise:

Fundamentação

científica da

utilização do

medicamento:

Assinatura do Diretor de Serviço (deverá ser identificada sob a forma de carimbo e/ou

vinheta):

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Anexo 4: Modelo n.º 1804 – Impresso para a requisição, distribuição e administração

de Hemoderivados.

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Anexo 5: Modelo n.º 1509 – Impresso para a requisição de estupefacientes,

psicotrópicos e benzodiazepina, para um doente especifico.

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Anexo 6: Lista de medicamentos Sound-alike Look-alike

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