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    COARACI

      DERNO CULTUR L

    65º EXEMPLAR - 42.250 exemplares distribuídos gratuitamenteDEZEMBRO DE 2010 - MAIO DE 2016

    FAZENDA LOCALIZADA NA ESTRADA COARACI - ALMADINA - FOTO DE E. ADONAI ANDRADE

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    Caderno Cultural de Coaraci, 5 anos com você - 42.250 exemplares distribuídos gratuitamente

    MAIO CONGRESSO NACIONAL, UM TEATRO POLÍTICO 2016

    DATAS COMEMORATIVAS

    Politicos Calunistas

    PauloSNSantana

    No dia da votação do impeachment da Presidente Dilma Rousseff, quasetodos os deputados a favor do impedimento, dedicaram os seus votos, àmãe, aos avós, filhos e netos, e pasmem, até evocaram o nome de ’’Deus’’,esquecendo eles que estavam falando ao povo e em nome do povobrasileiro, razão de sua existência no cenário politico nacional. Achei aquilotragicômico, e me lembrei dos discursos do personagem de Dias Gomes,Odorico Paraguaçu, na época ele queria construir um cemitério em suapequena cidade:

    Odorico Paraguaçú tinha certo magnetismo pessoal. Era demagogo, bemfalante, teatral no mau sentido, mas menos nocivo e perigoso que os de

    hoje. Sua palavra prendia a atenção, sua figura impressionava econvencia. Vestia terno branco de linho, usava chapéu Panamá, mas nãoviajava de avião, nem tinha contas no exterior. Era homem de palavra,respeitado em suas bases.

    Ele arrebatava as atenções, quando falava aos seus eleitores:

    - Bom governante, minha gente, é aquele que governa com o pé no presente e o olho no futuro. E o futuro de todo nós é o campo-santo. É preciso garantir o depois-de-amanhã, para ter paz e tranquilidade noagora. Quem é que pode viver em paz mormentemente sabendo que,depois de morto, defunto, vai ter que defuntar três léguas pra serenterrado? Uma vergonha! Mas, eu, Odorico Paraguaçu, vou acabar comessa vergonha. (...) Mas eu vou fazer. Os que votarem em mim paravereador sabem que cumpro o que prometo. Prometi acabar com o futebolno largo da igreja e acabei. Prometi acabar com o namorismo e osemvergonhismo atrás do forte e acabei. Agora prometo acabar com essahumilhação para nossa cidade, que é ter que pedir a outro municípiolicença pra enterrar lá quem morre aqui. E vou cumprir (GOMES, 1992, p.26-7).

    Tempos depois, ele concluía...

    - Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de Prefeito, aquiestou para receber a confirmação, ratificação, a autentificação e por quenão dizer a sagração do povo que me elegeu. Eu prometi que meu primeiroato como prefeito seria ordenar a construção do cemitério. Botando de ladoos entretantos e partindo pros finalmentes, é uma alegria poder anunciarque prafentemente vocês já poderão morrer descansados, tranqüilos edesconstrangidos, na certeza de que vão ser sepultados aqui mesmo,nesta terra morna e cheirosa de Sucupira. E quem votou em mim, bastadizer isso ao padre na hora da extrema-unção, que tem enterro e cova degraça, conforme o prometido. (GOMES, 1992, p.31)

    Nos dias de hoje ele diria:

    - É com alma lavada e enxaguada, que digo não ao golpe das figurasoportunistas, trepidantes e dinamitosas do Eduardo Cunha e Michel Temer.Este impeachmente entrará para os anais e menstruais do Brasil. Isto deveser obra da direita, marronzistas e baderneira. Quem é que pode viver empaz, mormentemente sabendo que pode defuntar uma presidenta e emseu lugar botar dois calunistas sacramentados!

    Diretor: Paulo Sérgio Novaes SantanaRua José Evangelista de Farias, 16, 1º andar

    Tel.(073) 3241 - 2405 - (073) 8121-8056Correção Textual, diagramação e arte-final: PauloSNSantana

    Site: www.informaticocultural.wix.com/coaraciFotografias de Edison Adonai Andrade - Impressão Gráfica Mais

    E-mail: [email protected] Pagina nº.02

    OS NOVOS ’’ODIRICO PARAGUACÚ’’ DO CONGRESSO NACIONAL.

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    MAIO ÉTICA, RESPEITO E DIGNIDADE 2016

    Alberto, mas cresceu na cidade com o nome de Caboco,devido às suas feições físicas e ao seu jeito um tanto rude de

    manifestar sua opinião e vontade. Brigador de natureza,vinha de uma família que não tinha tanto recursos e comonão quis estudar foi embora para São Paulo muito cedo,onde trabalhou como pintor profissional e criou família. Erasimpatizante do Golpe Militar porque via nele umdesenvolvimento e oportunidades econômicas que já nãovia por aqui. Mas estudara pouco e sequer entendia bem osmotivos pelos quais jovens como ele davam a vida paracombater um regime que mesmo sendo radical estavabotando o país para funcionar. Sua percepção políticasempre foi mais instintiva e não se podia esperar que eleentendesse de endividamento e corrupção, muito menos dedireitos humanos e tortura. Crescera numa terra em que oempregado era covardemente emboscado nas estradas,morto e roubado quando inventava de “pedir as contas” ouquestionar posse de terra a ele “prometida de boca”.  Já Onofre, não. Este era filho de fazendeirotruculento e temido. Seu pai sempre fora rude com todos ossubordinados, inclusive os filhos. Exigia de Onofre sempre

     “o melhor” no estudo, a moderação com as moças da 1º deJaneiro, ou com os vícios de cartas e bebida. Para seu pai, ostempos eram outros e um homem com essecomportamento já enraizado entre os mais velhos, poderiaencontrar dificuldades morais no futuro, pois a cidade vinhase moralizando e desenvolvendo de tal sorte que logo não sepoderia mais manter o funcionamento constante de umarua daquelas. Onofre, contudo, libertou-se do julgo do Paiem Salvador e meteu-se com os jovens comunistas esocialistas; frequentava farras e orgias, estudava filósofos eliteratura engajada, fazia tudo que podia, menos formar-seem medicina ou direito como seu pai esperava. Com a crise

    teve de voltar para casa, fez concurso público, sindicalizou-se e encontrou na militância política uma válvula de escapepara suas aspirações idealistas. Infelizmente, talvez aformação dura de seu pai – que também era assistencialistae amado por seus inúmeros compadres, comadres eafilhados; a quem sempre soubera ajudar e trazer sob suavigilância ou, talvez pelos estudos que fizera, sua presençanão era valorizada entre os políticos que sempre o usavamcomo formador de opinião, mas nunca ouviam ou seguiamquaisquer de suas opiniões. Disto decorreu um tom cadavez mais amargurado e pedante de suas observações econjecturas, sem que isso lhes tirasse a beleza ou acoerência ideológica.Voltando ao que eles discutiam, eu não posso afirmar oinício da conversa que pelos fragmentos, mas imagino

    tratar-se de política e corrupção. O que me chamou aatenção e me fez acompanhar o diálogo um grito de Cabocoao levantar-se, golar sua cachaça e bater o copo na mesa.--- Ai você tá de brincadeira comigo! Nem vou perder meutempo com uma bobagem dessas. Parece até que você é umadolescente e não viveu as coisas. Você acha mesmo que naépoca em que os vereadores não recebiam salário a políticaera melhor? Acredita que não havia corrupção? Que todosos homens que participavam das eleições faziam issopuramente por ideologia e trabalhavam voluntariamentepelo bem da comunidade? Não! Não posso crer que depoisdestes anos todos conversando contigo aqui nesse mesmoboteco, hoje essa pinga tenha lhe causado desvarios. Logovocê? Você que estudou tanto e que leu sobre os políticos eos governos? Zaqueu! Traga mais uma aqui que essa tiradado Onofre não desceu bem!!! Acho que vou ter de tomarmais uma para entender.

    Tiradentes num Boteco de Coaraci 

    No último feriado de Tira Dentes, eu estava sentado em meucantinho do balcão no boteco, enquanto degustava umacerveja lendo o Caderno Cultural de Coaraci, mas não pudedeixar de me distrair da leitura para ouvir uma conversa que

    acontecia do lado oposto do grande balcão onde mesentara. Em uma mesinha de canto, duas grandes figurasconversavam com entusiasmo e por vezes alteravam a vozentre um gole e outro da pinga, ou um cigarro. Como essa éa primeira vez que falo destes meus conhecidos, vocêstalvez não entendam porque a conversa deles, mesmopouco compreendida já despertava interesse. São doisgrandes amigos que conheço desde menino; o mais velhodeve ter hoje seus 65 anos e o mais novo 53, mas amboscompartilharam uma mesma faze de juventude em nossacidade e cresceram com os mesmos padres, professores,times e festas populares. Suas mães certamente devem tersido comadres ou algo semelhante e suas famílias tinhamótima relação. Daí o fato de serem amigos há mais de 45anos e ainda assim não se entenderem quando o assunto épolítica.O mais velho dos nossos interlocutores se chama Carlos...

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.03

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    MAIO VALORES E DIREITO 2016

    --- Tá! Tá bom, você só ouve o que quer, sabe que não foi bem isso quequis dizer.

    Respondeu Onofre enquanto fazia sinal para o bodegueiro trazer maisuma pra ele também. Eu observava a cena e por um momento achei atéque iam partir logo pra ofensas de sempre: “xibungo de universidade!”

     “Filhinho de Papai lascado!” “lambe bota de milico” etc, pois sempreusaram esses tratamentos ofensivos a que estávamos acostumadosdesde que pararam de sair no murro por causa do Vasco e do Flamengo.--- Você precisa me ouvir para entender o que eu quis dizer – atalhouOnofre. – Temos de fazer uma ponderação sobre os fatos que sabemosocorridos, mas não podemos deixar de avaliar os princípios que nemsempre foram seguidos. Veja bem. Imagine que seja abolido o salário devereadores como era no passado; você acha que os mesmosinteressados (ou todos) em ser vereador agora iriam se candidatar?Não! Seriam gastos tantos milhões em campanhas e compra de votos?Não. O povo então teria oportunidade de pela primeira vez votar sempensar no que ganharia em troca, certo? É por isso que acredito naparticipação desinteressada como solução para a política – completouOnofre. --- Se observarmos bem, muitas pessoas de bem e preparadaspoliticamente não conseguem cargos eletivos porque a disputa ébaseada em capital financeiro e apoios que eles não têm; professores,administradores, advogados, enfermeiros, pedreiros, e tantos outrosprofissionais que conhecemos e sabemos serem íntegros não sãoeleitos. Por isso acredito que vereadores sem salário é a solução.Nessa hora o velho Caboco deu uma gargalhada tremenda. Ele, queapesar de aposentado ainda trabalha em sua atividade de pintor comalguns ajudantes, quase como um profissional liberal, pois ainda nãopercebeu que pode ser um microempresário, respondeu com a mesmatática de perguntas retóricas e respostas previstas.--- Veja Onofre, respeito seu argumento, mas observe como podemosver de outro modo o que você disse. Iniciemos pensando na atividadepolítica voluntária. Na época em que existiam vereadores sem salários,quem mais se dispunha a participar eram trabalhadores pobres ou

    homens com posses que dispunham de tempo livre? Não precisaresponder, pois sabemos que os mais pobres precisam de todo seutempo para ganhar dinheiro e sustentar suas famílias. Sendo a Câmaraum importante componente político, do qual os prefeitos dependem paragovernar, você acredita que mesmo naquela época não havia jogo deinteresse e disputas entre oposição e situação? Claro que havia. O fatode não receber salário, embora desestimule a cobiça de muitos, podeimpedir que o vereador eleito seja beneficiado de forma indireta para serconivente com atos reprováveis do gestor? Evidente que não. Seriamesmo possível que um trabalhador que já ocupa 40 horas de suasemana a serviço de seu patrão possa ainda dispor de tempo para atuarde forma produtiva como vereador? Dificilmente, não acha? Então, ovício na atuação e a corrupção não podem ser combatidos assim tãofacilmente; e muito me admira que o amigo, tão ciente das ciênciaspolíticas, ainda credite nessa hipótese. Ao contrário de você, acredito

    que receber um salário justo e poder se desligar de suas atividades paraatuar politicamente assegura um maior compromisso do vereador.--- Você está pegando pesado, não quer acreditar na postura correta doshomens, sem interesse econômico envolvido. Para você tudo se limita aganhos financeiros; é o velho toma lá, da cá! Eu já esperava isso de vocêque sempre apoiou os ricos e o liberalismo.--- Não meu caro Onofre. Não acredito que tudo seja na base da troca deinteresse e nem sei bem o que você quer dizer quando me xinga deliberal. Sei que trabalhei a vida toda e tive pouco tempo, condição ouafinidade com os estudos. Aprendi bem foi minha profissão e dela vivicom dignidade. Mas tenho de ser justo. Se eu atuasse como vereadorsem receber salário, quem pintaria as casas para eu sustentar minhafamília.Se eu estivesse sem segurança financeira, como poderia serindependente do poder executivo? Você tem bons sonhos, um idealismolindo. Mas a realidade implica que reconheçamos que a corrupção nãoadvém dos homens, como escolha pessoal, mas do sistema que está ai.Temos de combater esse comportamento aprendido pelos homens e ...

      criar condições de fiscalizar para que nãopequem. Sabe aquela velha máxima bíblica que

    você e seu comunismo renegam: “vigiai e orai!”Pois é, o vigiai diz respeito ao que todos têm defazer sempre, nem só sobre seus atos, massobre os atos públicos. E o orai diz respeito aotrabalho, à ação que cada um pratica paramudar as coisas. Devemos educar o povo sobrecorrupção, mas sem promessas milagrosas. Amudança de uma sociedade é uma luta que sedesenrola por muito tempo; não pode ser feitapor decreto.--- Você é um bajulador dos poderosos, quefechar os olhos para a corrupção.--- Você é um sonhador que não olha para omundo como é e sim como gostaria quefosse.Assim, deixei os dois de lado e voltei àminha leitura antes que desembestasse nosxingamentos de sempre, pois sei que depoistomariam mais uma pinga e mudariam adiscussão para futebol ou mulheres. Fiqueipensando comigo mesmo, em meus debatesinternos: “vereador ou deputado servir ainteresses de partido, empresário, facção ououtro deputado" não é algo novo. Tambémsabemos que os governos, por melhor que semostrem, sempre terão oposição, e sempredesconfiaram das intenções daqueles que oscriticam. Afinal, o importante é que discutamossempre com respeito e cordialidade – mesmoum tanto ácidas como as dos meus amigosCaboco e Onofre. Sejamos respeitosos eatentos às regras de qualquer debate. Minha

    posição discursiva tem de aceitar a do outro,ainda que a coexistência de ambas se mostreimpossível. Dois discursos, ou uma pluralidadede discursos é o que temos para todo equalquer tema. Sejamos plurais, apresentemosnossas opiniões e asseguremos o direito dooutro à sua opinião. Embora seja difícil vivercom tantas diferentes opiniões, não serádesqualificando e ofendendo meu interlocutorque obterei o resultado que eu desejo.(Os personagens citados são puramenteficcionais e qualquer semelhança com arealidade é mera coincidência).  Luiz Caetano Junior

    Poeta e Cronista

    Aniversariouno dia 14 deAbril, a nossa

    queridaamiga,Nilcéia

    Soares, umamulher queatravés dassuas ações

    semprevoltadas para

    o bemcomum,muito

    enriquece a

    sociedadecoaraciense.

    E-mail: [email protected] Pagina nº.04

    Nilcéia Soares

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    MAIO MARLI, A ORFÃ 2016

    SANGUE DE SERPENTE

    De - Ivo B. RamosESTRELA

    Pereirinha tinha vinte e três anosquando comprou Estrela, o seu cavalomalhado. Branco, com malhas negrasno dorso e uma na testa com formatode estrela. A bela crina que caía pelopescoço esguio e o topete quechegava até próximo ao focinho,chamavam a atenção. Estrela eramuito bem tratado e estava semprepróximo ao seu dono, lhe obedecendoquando era chamado. Atendia

    fielmente às ordens que lhe eramsussurradas… Pereirinha não usavaesporas e nem chibatas! Estrela eraum Mangalarga Marchador, de quartoanos.

    vida, apareceu alguém que,contra a sua vontade, mexeuprofundamente em seuCoração:

    MARLI, A ÓRFÃFilha de D. Zulmira – mãesolteira – Marli nasceu emPimenteiras – Distrito deIlhéus – onde viveu até D.Zulmira falecer, quando elatinha dezesseis anos. Marliera afilhada de minha mãeque, vendo-a sozinha, ...

    Montado em Estrela, Pereirinhapercorria as Fazendas vizinhas embusca de eventos festivos para os finsde semana. Charmoso e muitoatraente, se aproximava de qualquermulher, desde que fosse jovem e nãose preocupava se elas tinham algumcompromisso ou mesmo se eramcasadas… Dizia que era maisemocionante!

    Forte e atlético, com um metro eoitenta de altura, olhos azuis emúsculos forjados no trabalho pesadoda lavoura de cacau, Pereirinha era

     “brigão” e não corria de desafios ou deuma boa refrega. Se divertia fazendoarruaças nas festas e nos bailes queaconteciam nas fazendas vizinhas,onde sempre havia animadas disputasde futebol. Jogava no ataque, sempreimplicando e brigando em campo. Os

     jogadores o conheciam… Era um jogador muito bom e um ótimocompanheiro; gostavam dele assimmesmo… Com implicâncias e tudo!Nessas idas e vindas em sua divertida 

    a levou para nossa casa, que ficava na principal rua da pequena Vila, próximo àIgreja de N. S. das Graças, no topo da ladeira. Por mais de um ano, minha mãecuidou da mocinha, como uma de suas filhas. Linda, Marli lembrava Elizabeth no

    filme “Assim Caminha a Humanidade!”. Chamava a atenção quando passava pelarua a caminho da Escola da Professora Marinalva. Altiva e às vezes demonstrandouma saudável timidez, mexia com os sentimentos dos colegas, atraindo umapequena legião de admiradores. Marli, com um metro e setenta e muito bem feitade corpo… Era muito bonita!

    Pereirinha sempre que ia a Pimenteiras era convidado a almoçar em nossa casae lá conheceu Marli. Impressionado com sua beleza, não parava de elogiá-la.Fortemente atraída, a moça correspondia e agradecia tais elogios. Minha Mãe aprotegia e se preocupava com o assédio de Pereirinha… Conhecia bem a sua famade deflorador inveterado. Na esperança de revê-la, o “Dom Juan” não perdia umafesta em Pimenteiras, que ficava a apenas uns nove quilômetros da FazendaEsperança, onde nasceu e vivia com a mãe viúva – D. Silvia – e mais oito irmãos(quatro homens e quatro mulheres). QUERINO, O TIO - Querino Santana, irmãode D. Zulmira por parte de pai, era um homem de quarenta anos, que vivia só em

    sua fazenda, que ficava num local isolado chamado “Saco do Alferes”, no Vale doBraço do Norte, região cacaueira de Ilhéus.

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    MAIO PIMENTEIRAS 2016

    Possuía ali uma produtiva plantação de cacau, umaárea de pasto, um bom cafezal, uma barcaça e uma casade farinha, além de uma confortável casa onde residia nacompanhia de uma cabocla – pataxó – que cuidava detudo… Uma espécie de governanta. Durante uns dois

    anos, viveu amasiado com uma mulher jovem e muitobonita (ex-prostituta) trazida de Coaraci. Certo dia,almoçando na casa do meu avô, informou que Ivanetehavia ido embora. Uma semana depois, tio Nenenencontrou Querino na feira de Itajuípe e perguntou-lhe:

     “Como vai D. Cabocla?” Ele respondeu que Cabocla, hámais de cinco meses, havia voltado para junto de suafamília, perto de Olivença. Nunca mais a viu!

    Trabalhadores que passavam pelas fazendas em buscade trabalho, durante a safra, comentavam que as duasmulheres haviam sido assassinadas por Querino. A Políciade Ilhéus chegou a investigar, mas não achou nada queajudasse a encontrar o paradeiro das duas supostasvítimas, considerando que não se sabia os seus

    verdadeiros nomes. Assim, os boatos de assassinatosforam considerados infundados.Após o falecimento de sua irmã, D Zulmira, Querino

    ficou aliviado em saber que sua sobrinha continuava emPimenteiras e que era muito bem cuidada e educada nacompanhia de uma ótima e próspera Família. Em suascostumeiras viagens a Pimenteiras, ficou sabendo doassédio de Pereirinha, de cuja fama já tinhaconhecimento e do perigo que corria a sua sobrinha,mesmo sob a proteção da família que a amparou.

    Meu pai tinha uma sortida casa comercial de secos emolhados na rua principal de Pimenteiras, onde forneciamercadorias a varejo e por atacado. Era um Sábado demuito movimento, como sempre, quando da sua velhaescrivaninha, avistou mais um freguês: Era Querino quechegava montado em uma bela mula viajeira, puxando 

    pelo cabresto um cavalo arreado. Deixando os animaisamarrados em argolas de ferro cravadas no passeio, dirigiu-se ao meu pai:

    -“Bom Dia seu Raimundo, gostaria de falar com D. Vitória ever minha sobrinha, se for possível.” 

    – “Querino, você almoça comigo e poderá conversar comVitória e ver Marli. Ela vai muito bem nos estudos!” Enquantosubiam a ladeira calçada de pedras irregulares, Querinoperguntou: “Pereirinha tem aparecido? Não gosto dele!…” Meupai fez que não ouviu…

    Depois de muitos argumentos e justificativas e até de umcerto mal estar, foi com verdadeira tristeza, que meus pais sedespediram de Marli. Naquele mesmo dia ela foi, chorandomuito, morar com o seu tio “emprestado”, na fazenda do Sacodo Alferes. Foi a última vez que vimos Marli.

    Nego Zedimundo (José Edmundo), era um rapaz de unsdezenove anos, que foi criado por minha avó desde os seis.Uma ou duas vezes por mês, minha avó o enviava aPimenteiras, montado em Quarador. Viajava sentado no meio

    da cangalha entre dois caçuás carregados de frutas, legumese verduras. “Tem visto Marli?” Perguntou minha mãe, enquanto o rapaz

    esvaziava os caçuás. “D. Cesária (parteira itinerante) esteveno Saco do Alferes, na semana passada e almoçou em suacasa. Ela disse que Marli está amasiada com Querino há maisde seis meses, mas observou que ela não aparentava alegria esim, muita tristeza… Até apanhava de chibata! Informou queseu tio era muito ciumento e sempre a maltratava!” Minhamãe, muito triste, chorou quando soube de tais notícias. Meupai também ficou muito sentido e preocupado com a sorte daafilhada.

    PASSARAM-SE QUATRO MESESEra meados de Junho e as festas de São João se aproximavam.O Saco do Alferes era uma região cortada pelo Rio Braço doNorte, em cujas margens havia três grandes sedes de 

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    LUCIANO CRED

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    ABRIL QUADRILHA JUNINA 2016

    Fazendas, formando um pequeno e animado povoado,que era liderado pela Fazenda São João. A sede da Fazenda

    de Querino ficava afastada cerca de um quilômetro.Moças e rapazes se preparavam com grande animação eexpectativa, para a festa anual do Saco do Alferes, ondetodos os fazendeiros da vizinhança, colaboravam, para osucesso dos festejos. Fogueiras, salão decorado,sanfoneiros, tocadores de pífaros, triângulos e pandeiros,além dos rufadores de zabumba, fogos de artifício e o farto etradicional churrasco. Canjica, mungunzá, mingau de pubae tapioca, além de uma boa quantidade de garrafões delicores de vários sabores, que não podiam faltar.

    O senhor João Rodrigues era o proprietário da grande epróspera Fazenda São João. Casado com D. Gracinha (Mariadas Graças), tinham nove filhos (cinco moças e quatrorapazes) e era um líder regional muito respeitado. Construiu

    a Capela no alto da colina, onde havia dois altares: O de SãoJoão Batista e o de Nossa Senhora das Graças, cujosfestejos aconteciam no mês de maio.

    A “QUADRILHA”Para os ensaios da Quadrilha, foram convocados vinte

    rapazes e vinte moças – incluindo os seus nove filhos. SeuJoão efetuou um sorteio colocando os nomes das moças edos rapazes em duas caixinhas de madeira. D. Gracinhasorteava um rapaz que faria par com a moça que erasorteada por seu João.

    UM MÊS ANTES… “Bom dia seu Raimundo, bom dia D. Vitória! Vim pedir quehospede Marli, até a minha volta. Vou à Bahia (Salvador) anegócios e volto daqui a quinze ou vinte dias. Vou ficarmuito agradecido!” Falou Querino.Minha mãe e Marli se abraçaram e emocionadas, choravam

    e sorriam dominadas por uma alegria recolhida, que agoraexplodia e contagiava a todos! Após o almoço, Querinodespediu-se deixando um pequeno envelope nas mão deminha mãe. “É para ajudar…”  “Tome querida, use como quiser… É seu!” Disse minhamãe. “Querino, o compadre João me pediu para arranjar seismoças para os ensaios dos festejos do São João. Gostariaque Marli participasse.” Pediu minha mãe. “Claro D. Vitória,Marli é como sua filha… Ela pode ir!” Marli participou detodos os ensaios, com alegria e dedicação ao lado dePereirinha, mas os pares só seriam definidos dois dias antesda festa.

    OS FESTEJOSMarli, juntamente com meus pais e minhas irmãs, se

    dirigiu ao Saco do Alferes. Querino havia chegado deSalvador e conversava na sala com seu João e D. Gracinha.Ficou muito alegre quando nos viu, enquanto abraçava Marlie lhe entregava um presente. “Marli, o sorteio foi feito e o seu par deu pulos de alegria

    quando soube que era você que dançaria a Quadrilha comele!” Informou D. Gracinha.“Quem vai ser o meu par?”  “Pereirinha!” Respondeu D. Gracinha. “Oh! Deus, que

    maravilha!” Gritou Marli batendo palmas, sem se conter! “IMPOSSÍVEL!!! Não vou permitir que Marli forme par com

    aquele canalha!” Gritou Querino – para espanto de todos –enquanto de um salto levantava da cadeira e sem mais uma

    palavra, apanhou o chapéu e desceu as escadas!

    Apenas minha mãe sabia o motivo da reação de Querino,considerando que ele mantinha em sigilo o seurelacionamento amoroso com a sobrinha, bem como do oseu cego e perigoso ciúme.

    Encontrando Pereirinha entre um grupo de amigos,falando sobre as qualidades de Estrela, Querino o chamou àparte:

     “Quero falar com você!” Após alguns minutos de conversaentre os dois, o grupo observou que Querino estava muitoirritado e proferia palavras terríveis e ameaçadoras,enquanto Pereirinha estava pouco ligando para as ameaçase para aquela “conversa chata!” 

    A festa teve início na manhã de Sábado, com umaimponente procissão até à Capela, em cujo altar foicolocada a imagem do padroeiro São João Batista e ao seulado o Carneirinho. Após a apresentação da Quadrilha,composta dos 20 casais em traje caipira (Pereirinha e Marli,

     juntos) e à queima dos fogos de artifício, às vinte e umahoras teve início o Baile.O salão estava lotado e o conjuntomusical se revessava nas músicas típicas e alegres dasfestas de São João. Muitas famílias ocupavam mesas e

    cadeiras ao longo da ampla varanda para assistirem aoscasais rodopiarem ao ritmo das marchas, xotes e baiões,iluminados pela luz difusa dos candeeiros e aladins. Do ladode fora, duas grandes fogueiras afastavam a escuridão esuas brasas serviam para assar milho e batata doce.Com obraço em volta da cintura de Marli, Pereirinha rodopiava aoritmo da música, esquecido de tudo, de todos… E do mundo.O mesmo acontecendo com Marli que cada vez mais unia oseu corpo ao dele, enquanto o olhava embevecida eapaixonada. Alheios ao que se passava ao redorentregaram-se a um longo e infinito beijo, atraindo para sias atenções e uma demorada salva de palmas eassobios!Largando a moça com quem dançava, pálido eespumando de ódio, Querino aproximou-se por trás,

    segurou Pereirinha pelo pescoço, enquanto lhe aplicava

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    MAIO UM CORPO FECHADO 2016

    cinco violentas e mortais facadas na linha da cintura de suavítima. Com um terrível e lancinante urro de dor, surpresa e

    desespero, o rapaz caiu ensanguentado no meio do salão.Segurando a faca “peixeira” que lhe manchava de sangue acalça branca , Querino afastou-se do Salão e desapareceu naescuridão da noite, sob o olhar estarrecido de todos.Marli tremia e em prantos, sentada no chão, mantinha no colo acabeça do seu amado, enquanto ouvia as suas últimas esussurradas palavras: “Adeus, querido Amor!” A tristeza, a surpresa e a dor tomaram conta de todos. A festaacabou!

    UM ANO DEPOIS… “Boa tarde seu Romão!” Cumprimentou Mané Rufino

    entrando na sala acompanhado de seu fiel “Ninguém” – um cãopastor todo negro, com uma pequena mancha branca no peito.

     “Boa tarde Rufino, senta… Vamos tomar um café pilado

    agora. Já se passou um ano e até hoje, não se sabe o paradeirodo assassino do meu afilhado! Você soube alguma coisa arespeito?” 

    Manoel de Souza Rufino, vivia só em sua propriedadelocalizada no meio da Serra do Roncador. Um lugar ermo e dedifícil acesso dentro de uma densa floresta. Saindo do vale doBraço do Norte, se viajava o dia todo até a clareira onde estavaa palhoça que lhe servia de moradia. Havia ainda um curralpara dois burros e uma mula, além de um cercado sob abarcaça, para abrigar gansos, perus e galinhas. Os gansosserviam para dar alarme à chegada de qualquer ser que seaproximasse.

    A uns cinquenta metros da moradia e ao lado das raízes deuma centenária Sapucaia, havia uma misteriosa construção dequatro por três metros, coberta de telhas. O chão era de terrabatida e as paredes de barro não tinham janelas, apenas aporta de entrada pintada de um vermelho encardido, que eramantida sempre fechada. No fundo, distante uns dez metros,havia uma antiga cacimba (seca) de uns dois metros deprofundidade, onde Mané Rufino criava seus “bichos deestimação”: Umas doze serpentes! Para atraí-las, tocava umapito feito de barro queimado, que imitava o canto do Juriti eusando um cesto de cipó preso a uma corda, escolhia a quesubiria até à superfície para receber alimento de suas mãos:ratos, pintos, lagartos, sapos … Vivos!Tomando mais umacaneca de café, Mané Rufino perguntou ao meu avô: “O senhorquer mesmo ouvir?”“Sim!” Respondeu meu avô, dando umalonga baforada no cigarro de palha que acabara de enrolar.

    Rufino, ajeitando-se na rangente poltrona de vime,narrou o seguinte: “Dois meses antes do “evento”,encontrei Querino no Saco do Alferes e ele puxouconversa: “O que fazer para ter o “Corpo Fechado” e qualo preço? Preciso “dar fim” a um desafeto e não quero serencontrado e nem preso!” 

     “Corpo Fechado? É caro… Vá sexta feira, dia 13, aomeu Terreiro. Traga uma faca virgem, um chapéu novo eo dinheiro e o seu pedido será atendido!” 

    Era cerca de quatro horas da tarde quando “Ninguém”,com fortes latidos, avisava da chegada de Querino. Achuva pesada que caÍa acompanhada do ribombar dostrovões, cobria a mata de densa escuridão que eraquebrada de tempos em tempos, pelo intenso fulgor dosrelâmpagos!

     “Às onze começaremos o ritual dentro da casinha doterreiro. À meia noite estará terminado. Esteja prontoporque assim que acabar, você retorna para sua fazendae até o dia do “evento” não pode ter mulher!”  

    A CASA DA PORTA VERMELHA

    No centro da casinha havia uma mesa rústica demadeira e dois tamboretes. Sentados um em frente aooutro, Rufino pediu a faca peixeira, colocando-a nocentro da mesa, sob a luz amarelada de uma vela. De umpequeno cesto de cipó retirou uma nervosa Jararaca,assustando Querino que ameaçou levantar-se. “Fique

    onde está e tire a camisa!” Ordenou Rufino. De repente,usando a afiada faca, Rufino decepou de um só golpe acabeça da cobra e despejou o sangue numa tigela debarro, que já continha uma mistura gosmenta e escuraque exalava um forte cheiro de carne estragada. Com aponta da faca traçou um pequeno círculo na pele deQuerino, na altura do coração. Com um imundo dedoindicador, retirou um pouco da mistura preparada natigela e esfregou no ferimento, misturando com as gotasde sangue que escorriam. Com a garganta seca, Querinotremia…“Pronto! O seu corpo está “fechado”, conformesua encomenda!” Nesse momento, as cercanias foramiluminadas pelo fulgor violeta de um relâmpago, seguidode um poderoso trovão, cujo estrondo fez estremecer a

    casa da porta vermelha. “Agora que o seu corpo está “fechado”, não procure mulher até o “evento”, mantenha

    SANGUE DE SERPENTE

    E-mail: [email protected] Pagina nº.08

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    MAIO COARACI NA ÁREA DO DIREITO 2016

    a faca na bainha e não a use para nada! Agorapegue sua montaria e desapareça, sem olhar

    para trás!” Com toda a chuva, relâmpagos etrovoadas, Querino montou, mas antes decomeçar a descer a Serra do Roncador,perguntou: “Que mistura foi aquela que medeu para beber?” “O sangue da serpente!”Respondeu Rufino, batendo a porta.

    O PREÇO DA MALDADE

    Enchendo outra caneca, Rufino voltou àconversa com meu avô: “Foi por isso que elenunca foi encontrado… Desapareceu,deixando para trás tudo que construiu, comtanto esforço! O senhor se lembra de Toinho

    de Leléu?” Continuou Rufino: “Encontrei comele no “Saco do Alferes”… me contou quechegou de São Paulo, há quinze dias e láencontrou Querino.

    Em estado deplorável, muito doente,cabelos e barba grandes e emaranhados,usava roupas imundas e esfarrapadas,sentado na calçada do Viaduto de Chá, pediaesmolas. Se apoiava em muletas, pois haviasido atropelado e teve que amputar a pernadireita, logo acima do joelho. Estava cego deum olho…” 

    Penalizado diante daquele “farrapohumano”, aproximou-se com uma esmola,sem reconhecer o pedinte, quando ouviuaquela voz roufenha e abafada: “Toinho, soueu… Querino do Saco do Alferes! Pelo amorde Deus, me entregue à Polícia… !” 

    Impressionado, Toinho deixou no chão aesmola e afastou-se sem dizer uma palavra,preferindo deixar Querino seguir seu própriodestino.

     “Agora é minha vez de perguntar: Por ondeanda a moça que ficou viúva antes de casar?” 

     “Marli voltou a morar e a estudar emPimenteiras. Meses depois, aceitou umconvite de Vitória para acompanhá-la ao Riode Janeiro, onde iria passar uns três meses.Lá conheceu um rapaz de tradicional famíliade Santa Catarina que a pediu emcasamento. Hoje residem em Joinville evivem felizes. Eu mesmo me sentiimensamente aliviado e satisfeito quandosoube!” Respondeu o velho Romão, enquantopreparava mais um cigarro de palha. Aos pésde Rufino, “Ninguém” dormia, enquantoaguardava o retorno para a Serra doRoncador.

    FIM

    Obs.: O presente relato foi baseado emfatos reais, porém qualquer semelhança compessoas, lugares ou datas, é mera

    coincidência.

    HISTORIA RETIRADA DO LIVROMINHAS GARATUJAS

    De Dr. Eldebrando Morais Pires págs. 73,74

    ADVOGADOS NASCIDOS EMCOARACI

    A cidade vivia cheia de advogados vindos de fora. Só Ananias Evaristo erade lá mesmo. A região era pródiga em questões judiciais, crimes de mandoetc., rica, o cacau mandando ver, portanto aconchego para os causídicos.

     Assim, pelo alto, de lá de Coaraci a gente pode lembrar os advogados:Célia (de Joaquim), Vanderlei (Toleba), Bernardo Filho de D. Amanda (hoje

     juiz), Moreirinha; Ana Cláudia, filha de Cleonice do SESP, nossa visitadorasanitária, a primeira e talvez a única mulher divorciada de Coaraci; Maria

    Auxiliadora; as duas filhas de Rita Sandes e Nelson (pais de minha queridaIrene), Iracema e Nadja; Isaque e Sara, filhos de professora Cândida eLázaro; Eduardo de Fanda; Maria Gualberto; Nilzelina Reis Matos, mulherde Valdo Matos; Franklin de José Almiro, Itana de Erasmo; Vera Datoli deDona Aidê, mulher de Renato Datoli; Carmem Pereira; JosemarGualberto; Gilmeire e Coronel Santana; Cizenando; Saulo Costa; MarcosPinto, grande político e militante, filho do meu compadre Antônio;Alexandre Sobral; Maria das Graças e Jorge Fraife. José Nilton; Magnólia (aMaguila; Celina filha de Carmen Pereira; Concinha e Carminha de Anita eViana; os irmãos Roney (juiz) e Tânia; Maria José; os irmãos Rubem (juiz)e Roberto, delegado. Vamos parar por aí. (Brevemente publicaremos anova geração de advogados e juízes coaracienses). Outra hora, com maistempo, agente disseca vida desses heróis da justiça hoje tão maltratada,mas, nas suas mãos, fonte de grande busca do saber, da igualdade, da

    separação entre o bem e o mal, da verdade. Enfim, da Justiça ou "J" bemgrande. Felicidade para eles e para Terezinha Sales. Olha aqui, gente: atéAdemar Vilela (aquele dentista meio pancada, do SESP, língua solta defogo), Pernambuco de Coaraci, que se mete em tudo e, às vezes acerta,andou estudando "Direito" (para se consertar) e fez do filho Wagner maisum advogado.Na minha ignorância eu acho que a justiça não pode sercega, não. Ela deve enxergar e muito bem.

    A daqui do Brasil, por enquanto, não enxerga nada...

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    MAIO FATOS HISTÓRICOS 2016

    UM DIÁLOGO ENTRERELIGIOSOS

     Autor Joaquim de FreitasMoreira (1977)

    e num vacilo do motorista apossou-se das chaves,entregando-as mais tarde a Ataliba, que junto com Antônio

    Pinheiro de Queiroz, o Painé, já de sobreaviso ficaramencarregados de escondê-lo de acordo com um planopreviamente traçado.

     Esse esconderijo seria numa fazenda no município deUbaitaba, tendo a cobertura de Gilberto, com a sua picape.Mesmo correndo o risco de uma provável interceptação,devido à grande distância entre Coaraci e aquele município,um pneu furado logo no início da fuga alterou todo o plano. Anova e imediata opção, seria esconder o carrão noalambique de Gilberto Lyrio, recém-adquirido de CarlitoQuadros, e situado a cerca de três quilômetros após UniãoQueimada, ao longo da rodovia ainda sem o recurso doasfalto. Era um grande galpão, cheio de caçuás, cestos,cabrestos e cangalhas, e que fora esvaziado em menos deum minuto e logo ocupado pelo veículo, e as marcas de seuspneus foram rapidamente apagadas pelos sapatos deLaudelino. Uma viagem até Itajuípe, no carro de GilbertoLyrio, foi realizada como parte do plano para despistar auma eventual investigação policial.

     No dia seguinte, o soldado Levita entregava nas mãos deLaudelino, uma ordem de busca e apreensão do veículo, quemesmo assim não foram cumpridas. Depois de um curtoperíodo de mandos e desmandos, a justiça afastou-se docaso alegando ser uma questão política, entre poderlegislativo e executivo. Enquanto isso expirava-se omandato tampão de Laudelino, um grande coaraciense. Ocarro fora então devolvido logo após a posse do novoprefeito, o senhor Jairo de Araújo Góes.

    De Belo Horizonte pro Rio viajaram no trem aquela linhamuitas pessoas inclusive um pastor protestante e um padreda religião católica. Sendo os dois homens esclarecidosinteligentes em frente ao outro na cadeira do trem. Porordem do destino, Eu estava sentado junto ao pastor aapreciar a conversa entre os dois. Isto lembro-me senhoresleitores como se fosse hoje gostando até do diálogo. A certaaltura da conversa o Reverendo católico perguntou aopastor protestante: aonde o meu prezado vai saltar? Estelhe respondeu: - Vou saltar em Lourenço.

    O Vigário que conhecia a estrada lhe perguntou com vozfirme: Não é a São Lourenço uma estação Balneária quetemos aqui adiante? Este respondeu com voz mais firme: É,mas eu chamo de Lourenço porque não gosta de Santo. Opadre franziu a testa, não disse nada e nem podia dizer.Quando foi chegando perto da estação Lourenço ou SãoLourenço, o maquinista daquele trem, deu ordem aos seusauxiliares pra ir em freando as classes. Ouvir am-se batidassuaves, o que era natural em todos os trens.

     O pastor sentindo que o trem ia parar, levantou-se,estendeu a mão para o Reverendo e lhe disse: - SenhorReverendo apesar de sermos de religiões diferentes, eu medespeço do Senhor com ótima impressão. O meu nome éCupertino. O Reverendo levantou-se com a presteza de umraio e disse: - Pois não ,senhor Pertino. Este ele observou e

    retrucou: - Meu nome é Cupertino. O Reverendo lhe disseentão: - Chamo-lhe Pertino, porque eu não gosto daprimeira sílaba do seu nome. Rsrsrsrs...

    Umchevrolett

    1955 aserviço

    doprefeitoAristidesOliveira

    Ao iniciar a sua administração em 1955, Aristides Oliveira

    adquire um carro de luxo marca Chevrolet, bem acima dasnecessidades e condições do recém-criado município, ecomo não pretendia deixar para seus sucessores, planejavavendê-lo em obediência aos trâmites legais da lei.Informado, Laudelino como presidente da Câmara foratomar satisfações de Aristides que ignorou sua autoridade edesconheceu os direitos e deveres do poder legislativo.Como a exiguidade do tempo impedia a aplicação da leiatravés da justiça, Laudelino Souza, João Cardoso, GilbertoLyrio e Odilon Almeida, vereadores, arquitetaram um planopara tirar o carro das mãos do prefeito. Dias depois,Laudelino, na época proprietário do posto de gasolina domunicípio, localizado na Avenida Juracy Magalhães,observara a aproximação do referido automóvel paraabastecimento. Aproximou-se sorrateiramente e sobre opretexto de uma carona pediu ao motorista Chiquinho,comoera conhecido, que o levasse a determinado lugar, ...

    COLABORADORES DESTE EXEMPLAR 

    Dra. Suzy Santana Cavalcante, o Presidente daCâmara de Vereadores do Município de Coaraci, Sr.Antônio Carlos Maia, o Gerente da Cargil, WashingtonCarlos Cerqueira, a Professora Ilce Liane Souza

    Barreto.

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    MAIO CACAUICULTURA 2016

    CEPLAC VIRA DEPARTAMENTO E PERDEAUTONOMIA

     Autor Ezequiel Bispo dos Santos. A CEPLAC hoje tem unidades em seis Estados. A mudança

    há meses ventilada, agora é concreta: Foi publicado noDiário Oficial da União desta sexta-feira dia primeiro de abrilo decreto que transforma a CEPLAC em comissão executivado plano da lavoura cacaueira, no departamento doMinistério da Agricultura. Segundo a assessoria decomunicação, a CEPLAC, agora será um departamento daSecretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e doCooperativismo. O órgão, criado há 59 anos Para apoiar acacauicultura, tem unidades em seis estados brasileiros. Nasede regional, há 1.300 funcionários. Com a mudança, umadas principais consequências é a perda de autonomia eredução no orçamento da CEPLAC.

    O órgão em decadência e sem função, que não representamais da região cacaueira, que já foi modelo e sintetizada nafrase proferida pelo General Ernesto Geisel durante visita a

    nossa região: "Feliz do Brasil se contasse com duas ou trêsCEPLAC. Hoje virou pó.  Como fica a situação dos funcionários? Todos os

    funcionários da CEPLAC, sem exceção, já completaram aidade média da aposentadoria. 40 anos de serviçosprestados e serão beneficiados com aposentadoriacompulsória e com salário integral. E por sinal um bomsalário. Um engenheiro agrônomo recebe na ativa 22.000reais, um técnico agrícola, formado em agropecuária,recebe 12.000 reais, um técnico de planejamento 16.000reais, o menor salário é do escriturário, hoje chamado deagente administrativo, o que faz o serviço burocrático é de7.000 reais.

    A história do cacau e o trabalho escravoque abastece os mercados de chocolate

    no mundo

    Carolina Vellei | 03/12/2014Tem coisa no seu dia a dia que acaba passando batido por

    você, né? Por exemplo, hoje. Comprei um chocolate e fiqueipensando: será que o cacau dele veio do Brasil ou de outrolugar? Lembrei da época de vestibular e de quando estudei o

     “Ciclo do Cacau” na literatura do baiano Jorge Amado – aBahia é o maior estado produtor do fruto no Brasil – eimaginei que provavelmente teria vindo de lá. Mas, lembreitambém de algumas reportagens publicadas entre outubroe novembro que relacionavam o surto de ebola a uma crisedo chocolate. Você pode estar se perguntando: o que os doisassuntos têm a ver? Nem todo mundo sabe, mas um poucomais de 70% da produção de cacau no mundo vem de 4países da África: Costa do Marfim, Gana, Nigéria eCamarões. O surto de ebola atingiu alguns territórios quefazem fronteira com esses países, principalmente Guiné,Libéria e Serra Leoa. Ou seja, o avanço da doença poderiadesencadear uma crise na produção de cacau edesabastecer os mercados que o importam, fazendo comque o preço do chocolate aumentasse.

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    27 DE MAIO É O DIA DOS  

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    MAIO PROFESSORES E EDUCAÇÃO MUNICIPAL 2016

    Mais de 70% do cacau usado para produzir chocolates nomundo vem da África, no entanto, antes de pirar com uma

    possível escassez de chocolate, que tal refletir sobre ocontexto histórico por trás dessa questão? Afinal, como ocacau foi parar na África, se ele é um fruto nativo daAmérica? E, além disso, porque a região que abastece quasetodo o mundo com chocolate continua sendo uma das maispobres do mundo?

    A exploração colonial feita pelos europeus tem tudo a vercom a resposta para essas perguntas. O cacau já era usadopelos Aztecas para fazer uma bebida considerada sagradahá mais de 2000 anos. Junto com a semente, eraacrescentado mel e baunilha. A mistura recebeu o nome detchocoatl e deixou o espanhol Hernán Cortez, recém-chegado ao México, muito interessado na receita. E não erapara menos. O gosto peculiar da bebida não se parecia comnada antes provado pelo europeu. O cacau era muito

    importante para o Império Azteca, era usado como moeda evalia mais do que a prata e o ouro. Era considerado umafruta enviada pelos deuses. Na viagem de volta à Espanha, ocolonizador Cortez levou consigo algumas mudas decacaueiro, que resolveu plantar pelo caminho. Primeiro noCaribe – no Haiti e em Trinidad – e, por último, na África.

    financiando o conflito interno entre o governo da Costa doMarfim, que tem controle sobre o sul, e os rebeldes, que

    comandam a guerrilha no norte. Segundo um relatório feitopela ONG Global Witness.Em 2010, um jornalista dinamarquês investigou o

    trabalho escravo e produziu o documentário “O Lado Negrodo Chocolate”. Ele foi até a África com ajuda de liderançaslocais e filmou com câmeras escondidas o tráfico de criançaspara as plantações de cacau da Costa do Marfim.

    PROFESSORES DE COARACIAumento da jornada de trabalho...

    A prefeita Josefina Castro estendeu a jornada de trabalho

    de professores da rede municipal ensino de 20 para 40horas semanais, através da portaria nº 021/2016,publicada no dia 30 de março. Foi considerado anecessidade de adequação da atividade docente no âmbitomunicipal e de ampliação e reconhecimento da estabilidadefuncional do quadro docente. “Essa ação do governo, faz-secumprir ao artigo de Lei municipal do Plano de Carreira,valoriza a categoria dos professores e proporcionaestabilidade aos profissionais contemplados”, afirma asecretária de educação Maria das Neves. Segundo DasNeves, os critérios analisados para a efetivação dosprofessores com a nova carga horária foram: a assiduidade,eficiência e dedicação exclusiva ao exercício do magistério eatende a requerimento administrativo dos professores.Uma das professoras efetivadas destacou a importância do

    decreto para a classe dos professores. “Esperávamos poressa efetivação, pois valoriza e reconhece nossa dedicaçãocom a educação e com a capacitação dos alunos”, disse LíviaCristiane Ribeiro.

     Os espanhóis foram os primeiros europeus a teremcontato com o fruto do cacauzeiro (foto: Getty Images)Mas o chocolate como doce só se popularizou no século

    XIX, quando o suíço Henri Nestlé (1814-1890) descobriuum método para condensar o leite e deixar as barras dechocolate menos amargas e mais parecidas com o quetemos hoje. Por isso, as plantações de cacau na África sócomeçaram a se expandir nesse período e se intensificaramcom o advento do neocolonialismo e da dominação dosterritórios do continente pelos europeus. Mesmo depois daindependência de grande parte das colônias a partir de1960, grandes multinacionais do ramo dos chocolatescontinuaram a financiar as fazendas de cacau, que usavam(e continuam usando) trabalho escravo em suasplantações, incluindo a exploração de crianças.Além dasdenúncias de trabalho escravo feitas nos últimos anos,umahistória publicada pela Aventuras na História, mostrou queparte dos lucros pela venda do cacau poderia estar

    financiando o conflito interno entre o governo da Costa doMarfim, parte dos lucros pela venda do cacau poderia estar

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    MAIO POESIA E DUCAÇÃO 2016

    HOMENAGEM PÓSTUMA

    Uma casinha na SerraDe Olinda Bernardes

    Lá no pé da serra,naquele pedacinho de terra,

    tudo que plantava dava.Eu vivia numa casinha envarada,

    coberta de palha,

    que chegava até no chão.Meu coração, batia sem aflição,eu não tinha medo de ladrão,

    nem da poluição.

    Naquele pedacinho de terra,lá no pé da serra,

    eu plantava milho e feijão,mandioca, bananeiras, cajueiros,

    pitangueiras e mamão,para que nada faltasse não.

    Respirava ar puro,acordava cedinho, para ouvir o cantico dos pássaros,

    pra ver as borboletas coloridas, voando,elas pareciam pintadas à mão.As formiguinhas trabalhavam,

    picotando folhas, para armazenar, enquanto eu, com a enxada nas mãos,

    cuidava da plantação.

    Lá, havia uma linda cachoeira,eu a chamada de ’’zoada’’,

    sua água era limpinhae escorria pedra abaixo,formando até riachos.Tudo ia acontecendo,

    e com ’’Deus’’ me protegendo,

    eu ia vivendo.

    Era na beira da mata,onde eu ouvia o canto da aracuã.

    Ouvi-la cantar, era um encantamento, uma inspiração,eu flutuava na imaginação.

    O sol nascia parecendo estar perto,eu ficava encantada.

    À tardinha, o sol se punha vermelho como fogo.

    Eu desejava fotografá-lo,como não possuía uma câmera,

    registrava tudo em meus pensamentos,depois, saia com um pote na cabeça,

    ia pegar água fresquinha na fonte,era uma nascente de água doce e límpida.

      Prof.ª Mª Lêda Araújo Amaral Feitosa

    Homenagem de Madalena Araújo Amaral 

    Lêda Feitosa, nasceu em 27 de setembro de 1936, faleceuem 06 de março de 2016, era filha de Ernesto Sá Feitosa ede Julieta Araújo Feitosa. Era a filha mais velha dos seisfilhos do casal. Era uma filha dedicada e carinhosa com seuspais. Logo cedo, começou a trabalhar para ajudar a família.

    Viveu toda a sua vida ao lado da família, ajudando a todoscomo podia. Formou-se em geografia e trabalhou por 42anos, nos Colégios Municipal de Coaraci, Paulo Américo eGildarte Galvão. Era uma educadora carinhosa ecomprometida com a sua comunidade e com a sua família.Ela costumava dizer a todos, os mais próximos: - “a vida devocês, só depende, de vocês mesmos”.

    Com muito carinho e dedicação, ajudou a encaminharseus irmãos: Ernesto filho, Pamina Mª das Graças, LuisAntônio e Antônio Cesar.

    Eu Madalena Araújo, sua prima, cheguei aqui aindaadolescente, para estudar e compartilhei da suagenerosidade, sou muito grata por ter compartilhado do seucarinho para com todos ao seu redor. Que Deus a abençoe,minha querida prima, minha eterna gratidão. Você, em toda

    a sua vida, só fez o bem, espero que hoje esteja colhendo obem, ao lado de Jesus. Descansa em paz.

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    MAIO CIDADE EM ALERTA 2016

    PARCERIA DO MUNICÍPIO DE COARACI COMO GOVERNO DO ESTADO, PODERÁ RESOLVER

    PROBLEMAS COMO A RECUPERAÇÃOASFÁLTICA DA PRINCIPAIS RUAS E AVENIDASDO CENTRO DA CIDADE, ASSIM COMO ADESAPROPRIAÇÃO DO HOSPITAL GERAL.

    A prefeita Josefina Castro esteve na manhã de quarta-feira (09)de abril de 2016, na Secretaria de Relações Institucionais - SERIN,participando de reunião com o Secretário Josias Gomes, oDeputado Estadual Rosemberg Pinto e o Procurador Jurídico domunicípio de Coaraci, Dr. Ruy Correia Soares. Na pauta dareunião, ratificava o pedido do asfalto das ruas da cidade, rodoviaCoaraci - Itajuípe, Coaraci - Itapitanga e tratou da desapropriaçãodo Hospital Geral de Coaraci entre outros assuntos referentes aos

    funcionários cedidos pelo Estado. Na oportunidade a prefeitaJosefina, expôs, mais uma vez, a necessidade urgente, daparceria do Governo do Estado, na resolução da mobilidade, norecapeamento asfáltico das ruas do Centro de Coaraci, e dasrodovias circunvizinhas.O Deputado Rosemberg firmou com o representante do Governo,

    Secretario Josias, o compromisso urgente de um Convênio juntocom os órgãos competentes, para resolução desses problemas.

    COLÉGIO MUNICIPAL DE COARACIREALIZOU FAXINAÇO CONTRA O

    MOSQUITO DA DENGUE

    Diante de tantos surtos de arboviroses como dengue,Zica e Chikungunya em todo o Brasil, o ColégioMunicipal de Coaraci- CMC não poderia ficar fora destacampanha de mobilização contra o principal vetordessas doenças, o mosquito Aedes Aegypti.Com objetivo conscientizar a população coaraciense,alunos, professores, diretores e demais profissionaisdo CMC, também foram as ruas realizando o popularfaxinaço, com a coleta de objetos que possam

    acumular água e assim servir como criadouro para omosquito e levando muitas dicas de como eliminar osfocos da dengue através de informações em áudios eparódias, carro de som, além de faixas, cartazes edistribuição de panfletos.

    RESTAURANTE PALADAR 

    Preocupado com o estado precário dasavenidas e ruas de Coaraci, e sem saber comodirimir dúvidas sobre as ações do município emrelação o recapeamento asfáltico da cidade,fomos pesquisar e encontramos no Facebook da

    Prefeitura, a seguinte informação:

    E-mail: [email protected] Pagina nº.14

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    MAIO CIDADE EM ALERTA!!! 2016

     

    Imagem da Rua Fernando M. Goes

    MAIS UMA AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE

    Várias árvores às margens do Rio Almada, em Coaraci, no centro da cidade, foram serradas. Qual o motivo?Local: Av Almerinda Carvalho Santos, 6 - Centro - Coaraci, Bahia - frente à Escola Sagrada Família

    Site: www.informativocultural.wix.com/coaraci Pagina nº.15PORQUE FEZERAM ISSO

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    Fotografo:AdonaiEstrada Coaraci-Almadina - Fotografia Edison Adonai

    LAVAR AS MÃOSCOM ÁGUA E SABÃO

    ANTES DAS REFEIÇÕES

    NÃO COMPARTILHAR OBJETOS DE USO

    PESSOAL

    LAVAR AS MÃOSCOM ÁGUA E SABÃO

    ANTES DAS REFEIÇÕES

    MANTER O AMBIENTEBEM VENTILADO

    EVITAR AGLOMERAÇÕES

    EVITAR CONTATOPRÓXIMO A PESSOAS

    QUE APRESENTEMSINAIS E OU SINTOMAS

    DE GRIPE

    UTILIZAR LENÇODESCARTÁVEL PARALIMPAR O NARIZ E ABOCA AO TOSSIR OU

    ESPIRRAR 

    As fotografias da cidade de Coaraci, neste Caderno Cultural, são do Fotografo Profissional E. Adonai Andrade

    65º CADERNO CULTURAL DE COARACI