60 - emater/rs - referência de qualidade em extensão rural · a cadeia de produção de um bem de...

12
LEIA NO EDITORIAL Datas celebram a agricultura LEIA NESTA EDIÇÃO Trigo: mesmo com contratempos, plantio da lavoura chega ao seu final N.º 1.460 27 de julho de 2017 Aqui você encontra: Editorial Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 Porto Alegre RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento GPL Núcleo de Informações e Analises NIA Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões. EDITORIAL Datas celebram a agricultura A cada dia que passa, aumenta nosso compromisso com a melhoria da qualidade de vida do agricultor gaúcho. Isso ocorre de forma natural, porque, enquanto extensionistas, entendemos a importância fundamental de termos agricultores assessorados pela principal política pública que podemos oferecer ao homem do campo: a nossa Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), gratuita, permanente e continuada, desenvolvida no Rio Grande do Sul pela Ascar há mais de 62 anos. Nessas tão valorosas datas, que são o Dia do Colono e do Motorista (25/07) e Dia do Agricultor (28/07), queremos homenagear essas pessoas que foram e são essenciais para o desenvolvimento do Brasil. O Dia do Colono lembra a chegada dos primeiros alemães ao Brasil, em julho de 1824, sendo recebidos em Porto Alegre pelos governantes da época. Já o Dia do Agricultor foi criado em 1960, em comemoração ao aniversário de 100 anos da fundação do Ministério da Agricultura. Enfim, os anos se passaram e a vocação de produzir alimentos saudáveis se fortalece, inclusive com o nosso apoio, garantindo alimentos de qualidade para toda a população. Ao produzir alimentos, a agricultura e a pecuária geram empregos e renda para as famílias e contribuem para o desenvolvimento do nosso Estado. O RS tem 441.467 estabelecimentos rurais, dos quais 378.546 são da agricultura familiar. Este setor primário gera 1 milhão e 200 mil empregos diretos e é responsável por 66,6% das exportações, respondendo por em torno de 40% do PIB do RS. A chegada dos colonos trabalhadores, a dedicação e o amor pela terra, a pujança do trabalho em solo fértil, a garra e a determinação, aliados ao nosso apoio e assessoramento, têm tornado essas datas ainda mais especiais, pois resgatam a história e a cultura das famílias, das comunidades e regiões, valorizando as peculiaridades do meio rural, capacitando o agricultor e a agricultora, assim como seus filhos, e incentivando a permanência e a melhoria da estrutura e da qualidade de vida desses verdadeiros profissionais do campo. Nesses momentos em que saudamos o colono e o agricultor, é importante reconhecer o valor desse trabalhador, de sua força e sua persistência na produção de alimentos, na melhoria da renda e das condições de vida de todos nós. Salve o colono e o agricultor e salve os motoristas, que transportam o alimento do campo para nossas mesas, sendo fundamentais para a segurança e a soberania alimentar da população. Lino Moura Diretor técnico e presidente em exercício da Emater/RS e superintendente técnico da Ascar

Upload: vuongkhuong

Post on 01-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

LEIA NO EDITORIAL Datas celebram a agricultura LEIA NESTA EDIÇÃO

Trigo: mesmo com contratempos, plantio da lavoura chega ao seu final

N.º 1.460

27 de julho de 2017

Aqui você encontra:

Editorial

Panorama Geral

Condições Meteorológicas

Grãos

Hortigranjeiros

Criações

Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações e Analises – NIA Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

Informativo Conjuntural – Desde 1989 auxiliando você na tomada de decisões.

EDITORIAL

Datas celebram a agricultura

A cada dia que passa, aumenta nosso compromisso com a melhoria da qualidade de vida do agricultor gaúcho. Isso ocorre de forma natural, porque, enquanto extensionistas, entendemos a importância fundamental de termos agricultores assessorados pela principal política pública que podemos oferecer ao homem do campo: a nossa Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), gratuita, permanente e continuada, desenvolvida no Rio Grande do Sul pela Ascar há mais de 62 anos. Nessas tão valorosas datas, que são o Dia do Colono e do Motorista (25/07) e Dia do Agricultor (28/07), queremos homenagear essas pessoas que foram e são essenciais para o desenvolvimento do Brasil. O Dia do Colono lembra a chegada dos primeiros alemães ao Brasil, em julho de 1824, sendo recebidos em Porto Alegre pelos governantes da época. Já o Dia do Agricultor foi criado em 1960, em comemoração ao aniversário de 100 anos da fundação do Ministério da Agricultura. Enfim, os anos se passaram e a vocação de produzir alimentos saudáveis se fortalece, inclusive com o nosso apoio, garantindo alimentos de qualidade para toda a população. Ao produzir alimentos, a agricultura e a pecuária geram empregos e renda para as famílias e contribuem para o desenvolvimento do nosso Estado. O RS tem 441.467 estabelecimentos rurais, dos quais 378.546 são da agricultura familiar. Este setor primário gera 1 milhão e 200 mil empregos diretos e é responsável por 66,6% das exportações, respondendo por em torno de 40% do PIB do RS. A chegada dos colonos trabalhadores, a dedicação e o amor pela terra, a pujança do trabalho em solo fértil, a garra e a determinação, aliados ao nosso apoio e assessoramento, têm tornado essas datas ainda mais especiais, pois resgatam a história e a cultura das famílias, das comunidades e regiões, valorizando as peculiaridades do meio rural, capacitando o agricultor e a agricultora, assim como seus filhos, e incentivando a permanência e a melhoria da estrutura e da qualidade de vida desses verdadeiros profissionais do campo. Nesses momentos em que saudamos o colono e o agricultor, é importante reconhecer o valor desse trabalhador, de sua força e sua persistência na produção de alimentos, na melhoria da renda e das condições de vida de todos nós. Salve o colono e o agricultor e salve os motoristas, que transportam o alimento do campo para nossas mesas, sendo fundamentais para a segurança e a soberania alimentar da população.

Lino Moura Diretor técnico e presidente em exercício da Emater/RS

e superintendente técnico da Ascar

Page 2: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

2

PANORAM A GERAL

Água invisível A água é um dos maiores bens para a humanidade, e é finito, por isso deve ser bem cuidado. O Instituto Akatu, que trata de consumo consciente para a sustentabilidade, destaca alguns produtos e o quanto é gasto de água para produzi-los, dando a dimensão do que se chama de “água invisível”. Segundo dados da ONU, cada pessoa consome diariamente de dois a cinco mil litros de água invisível contida nos alimentos. Para chegar a esses números, os pesquisadores analisam toda a cadeia de produção de um bem de consumo, com cálculos baseados em padrões que variam conforme os processos e a região de cada produtor. Melhorar os processos de produção para conseguir usar a água de forma mais eficiente é um dever, e é certamente de interesse, das empresas. Do ponto de vista empresarial, é preocupante ser dependente desse recurso que é cada dia mais escasso. E, além disso, cada pessoa e cada família pode fazer a sua parte buscando consumir apenas o necessário, evitando o desperdício desse recurso tão essencial. Uma única maçã consome 125 litros, desde a irrigação, passando pela colheita, seleção e comercialização. Para cada quilo de carne bovina, são gastos mais de 15 mil litros ao longo da cadeia produtiva. Um único smartphone consome cerca de 12.760 litros. Essa quantidade equivale ao volume transportado por um caminhão-pipa médio. Uma calça jeans consome 10.850 litros, e contabiliza desde a água gasta na irrigação do algodoeiro, fabricação do tecido, até a água da confecção da peça. Fonte: Instituto Akatu

ILPF já atingiu a marca de 11,5 milhões de hectares do agronegócio brasileiro

Em pesquisa encomendada pela Rede de Fomento, revela-se que a ILPF - Integração Lavoura-Pecuária-Floresta aumentou em quase dez milhões de hectares em dez anos e já sequestrou 21,8 milhões de toneladas de CO2 no Brasil. A investigação foi feita pelo Kleffmann Group, a pedido da Rede de Fomento ILPF (uma parceria público-privada formada por empresas, cooperativas, da qual participa a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A Rede faz parte de um esforço conjunto para intensificar a adoção dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta por produtores rurais. Em

termos de configuração, o sistema mais utilizado é o da integração lavoura-pecuária, apontado por 83% dos produtores; 9% disseram utilizar integração lavoura-pecuária-floresta; 7% mantinham integração pecuária-floresta; e 1% aplicava a integração lavoura-floresta. O Rio Grande do Sul é o terceiro Estado brasileiro em área destinada à produção com o sistema, com 1,4 milhão de hectares. A pesquisa constatou ainda que a integração ganhou adesão maior nos últimos anos, pois 29% dos entrevistados disseram que adotaram o sistema entre 2011 e 2015. Nesse período, a área média com ILPF subiu de 4,3%, para 9,4% da área agricultável das unidades produtivas. Entre os pecuaristas que usam a ILPF, a previsão é de que o espaço médio destinado ao sistema chegue a 20,6% da área agricultável de suas propriedades em 2030. Outro dado bastante animador para o sistema é que 84% dos pecuaristas estão satisfeitos com os resultados da ILPF. Entre os benefícios destacam-se os seguintes: aumento da renda líquida, permitindo maior capitalização do produtor; melhoria da qualidade e conservação das características produtivas do solo; aumento da produção de grãos, carne, leite, produtos madeireiros numa mesma área; possibilidade de aplicação em propriedades de qualquer tamanho; redução da sazonalidade do uso de mão de obra; maior otimização dos processos produtivos; estabilidade econômica com a redução da incerteza devido à diversificação da produção; além da redução da pressão pela abertura de novas áreas com vegetação nativa. A adoção da sistemática de integração também resulta em benefícios ambientais. A pesquisa encomendada pela Rede de Fomento também constatou que, entre 2010 e 2015, o incremento de 5,96 milhões de hectares foi responsável pelo sequestro de 21,8 milhões de toneladas de CO2. Outros benefícios decorrentes do sistema foram os seguintes: a manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da agropecuária, a otimização e intensificação da ciclagem de nutrientes no solo e a melhoria do bem-estar animal, em decorrência do maior conforto térmico proporcionado pelo compartilhamento da floresta com a pastagem. Fonte: Embrapa

GRÃOS Trigo – O plantio da área destinada à área de trigo para a safra 2017 está praticamente concluído dentro da época recomendada pelo zoneamento agroclimático para o Estado, apesar dos

Page 3: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

3

contratempos enfrentados pelos triticultores durante esta fase. As lavouras em sua grande maioria estão em desenvolvimento vegetativo, sendo que no Norte e Noroeste do Estado, junto ao rio Uruguai, 1% delas se encontra em início da fase de floração (emissão da folha bandeira/emborrachamento). De maneira geral o desenvolvimento vegetativo foi favorecido pelos dias de sol forte e frio intenso ocorridos na semana anterior. Porém, esta fase do desenvolvimento se encontra aquém do ideal para a época, em função da baixa umidade no solo na maioria das regiões. As lavouras implantadas em julho apresentam, de forma nítida, germinação desuniforme devido à falta de chuva após o plantio. Tal fato traz risco iminente de maturação desuniforme, com redução na qualidade final do produto, situação essa não superada pela baixa precipitação em alguns locais. Onde as chuvas ocorreram em volumes maiores, houve a retomada da aplicação de adubos nitrogenados em cobertura, porém com resultado apenas parcial no aproveitamento dos nutrientes em função da pouca umidade presente no solo. Em lavouras localizadas em áreas topográficas mais altas, a germinação tem ocorrido de forma bastante irregular, sendo que em algumas situações há relatos de morte de plantas devido ao já prolongado período com chuvas bem abaixo da média para esta época. Assim sendo, produtores dão indicativos de acionar o Proagro, entre outras alternativas, por conta do mau desempenho das lavouras. Seriam necessárias chuvas de no mínimo 40 mm para melhorar o desenvolvimento e crescimento vegetativo. Assim, a produtividade das lavouras de trigo desta safra, em alguns casos, tende a reduzir em relação à expectativa inicial. Todavia é prematuro estabelecer um percentual preciso, tendo em vista o atual estágio da cultura e o quanto ainda está por vir por conta das condições meteorológicas. A pouca comercialização de trigo só ocorre para troca de insumos para as lavouras de verão, ao preço médio de R$ 32,26 a saca de 60 quilos. Canola - A cultura se encontra majoritariamente nas fases de desenvolvimento vegetativo e floração, prejudicada pela pouca umidade no solo e, agora, também pelas fortes geadas ocorridas, com desenvolvimento insatisfatório, poucas folhas e baixa emissão de flores; em muitas áreas, tais condições causam morte das plantas nas baixadas e na encosta de matos e sangas. A lavoura se encontra em melhores condições somente na

região da Fronteira Noroeste, onde o plantio do cedo já alcança a fase de enchimento de grãos. Nas demais, os tratos culturais foram suspensos até a reabilitação das plantas das geadas e a retomada de umidade do solo. Em alguns casos, produtores procuram os agentes financeiros para solicitar amparo do Proagro. Preço médio de referência girando entre R$ 58,00/sc. (Planalto) e R$ 60,00/sc. de 60 quilos (no Alto Jacuí e Celeiro). Cevada – Lavoura em fase de crescimento, estressada pelas geadas de alta intensidade e consecutivas, injuriadas também pela reduzida umidade no solo, em decorrência das baixas precipitações do mês. Essa baixa umidade, somada ao estresse causado pela geada, impossibilita a realização dos tratos culturais (aplicação de defensivos agrícolas e nitrogênio em cobertura). As plantas estão com aspecto amarelado e com porte pequeno para o período do ano. Se não ocorrer o retorno das precipitações em curto espaço de tempo, o rendimento das lavouras poderá sofrer reflexos negativos. Preço referencial - balcão R$ 34,00/sc. de 60 quilos. Aveia branca - Cultura com grandes danos em decorrência das geadas em muitas regiões de produção. Por se encontrar em estádio reprodutivo ou elongação, a lavoura nessas áreas sofreu fortes danos, ainda não contabilizados na sua totalidade. Já na Fronteira Noroeste e Missões, a geada da semana passada não afetou a cultura, mas a lavoura se encontra com o seu desenvolvimento estagnado devido à baixa de umidade no solo, em razão da baixa precipitação do período. Linhaça - A cultura implantada no Noroeste do Estado, que já apresentava sinais de déficit hídrico anterior, sofreu com as geadas ocorridas nesse último período. Em áreas com maior quantidade de palha na superfície, a geada causou tombamento de até 30% das plantas, o que refletirá significativamente no estande de plantas das lavouras. Feijão – Na região Sul, produtores já estão realizando junto aos cerealistas e fornecedores a encomenda de sementes de feijão preto para o próximo plantio. Nos municípios de São Lourenço do Sul e Canguçu, está havendo dificuldade de comércio para o feijão preto colhido.

Page 4: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

4

Produtores rurais negociam o feijão variando de R$ 130,00 a R$ 180,00/sc. de 60 quilos.

HORTIGRANJEIROS Situações Regionais Nas regiões Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí, as geadas danificaram as culturas cultivadas a campo como repolho, brócolis, beterraba e temperos. No cultivo protegido, o tomate foi a cultura mais prejudicada, principalmente nas áreas nas quais os produtores estavam antecipando o plantio para comercialização no período de maior valor. Alface em hidroponia teve danos que começam a se manifestar, pois houve o congelamento da coroa. Nos sistemas de irrigação (fertirrigação e hidroponia), ocorreu congelamento da solução nas canalizações, interrompendo a circulação de água ou solução. As perdas constatadas são de pequena monta, causando baixo impacto na produção e oferta. O período mais frio contribuiu para a diminuição da pressão de insetos em ambiente protegido, como mosca branca e pulgão. Produtores intensificam a produção de mudas das culturas de verão, principalmente pepino e tomate. Houve declínio na comercialização de citros, devido ao final da produção das cultivares de bergamotas e laranjas; restam a bergamota variedade Montenegrina e da laranja Valência. É intensificada a poda do pessegueiro e tem início a da videira; esta se dá em período não recomendado, pois os produtores têm intenção de antecipar a produção visando lucros rápidos. Geadas provocam danos em frutos e algumas flores do morangueiro, mas não comprometem a cultura. Produtores realizam aplicação de calda sulfocálcica nos pomares. No Alto Uruguai (região Norte), as fortes geadas no início da semana trouxeram prejuízos aos produtores de verduras e legumes que abastecem as feiras, mercados e restaurantes em Erechim. Nos plantios de canteiros externos como plantações de beterraba, chicória e batata-salsa, alguns produtores tiveram perdas totais devido à queima das folhas. Na região, produtores que plantaram batata-salsa há poucos dias terão perdas totais. O frio intenso prejudicou também as plantas protegidas no interior de estufas, como é o caso do tomate. O frio da última semana foi favorável às frutíferas. É necessária a ocorrência de temperaturas abaixo

de 7,2ºC para um melhor desenvolvimento das variedades frutíferas. Dados apontam que até o momento não chegou a 150 o número de horas de frio com menos de 7,2ºC, e a maioria das frutíferas necessita de até 400 horas. Portanto, são necessários mais dias de frio para a boa frutificação das plantas. Preocupa a possibilidade de ocorrência de geadas tardias no final de setembro e início de outubro. Realizaram-se dois eventos de fruticultura em Erechim e Barra do Rio Azul com a presença de 250 produtores e técnicos que abordaram assuntos relacionados a videira, caqui, pêssego, figo e outras frutíferas. Nos vales do Caí e Taquari, o cenário do período nos últimos 21 dias teve clima bem variado, com muitas oscilações no período, indo de temperaturas altas para o momento, acima de 28ºC, a temperaturas negativas. As chuvas foram abaixo do normal para o período (32 mm). Ocorreu interrupção de cultivos a céu aberto que se estendiam (abobrinha e milho, por exemplo), mas as geadas registradas em 18 e 19 de julho provocaram poucos danos na maioria dos cultivos, mesmo em cultivos sensíveis, como abobrinha, em ambiente protegido. Os preços reagiram um pouco, em decorrência da menor oferta provocada pelo excesso de chuvas e umidade que ocorreu no final de maio e início de junho, o que atrasou plantios e determinou um lento desenvolvimento das hortaliças, principalmente folhosas. Olerícolas Cebola – Na Serra Gaúcha, segue forte o ritmo do transplantio das variedades precoces, embora a chuva do início da semana tenha sido de baixo volume. Uma vez realizada esta operação, imediatamente a maioria dos cebolicultores estarão incrementando a umidade do solo por meio da irrigação; desta maneira, o pegamento das mudas torna-se mais seguro. Sementeiras das variedades tardias estão com boa sanidade, bastante favorecidas pelo primeiro período de frio intenso e prolongado, dias ensolarados e baixa umidade do ar. Irrigação na dose requerida, tratamentos preventivos a fitopatias e controle químico das ervas espontâneas são práticas culturais em andamento. Outra atividade em voga é a distribuição de adubos orgânicos e sua incorporação ao solo, constituindo o preparo preliminar dos canteiros que receberão as mudas das cultivares tardias.

Page 5: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

5

Batata-doce - Período é de colheita e comercialização da safra 2016/17 na região Centro Sul, em Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro e Sertão Santana. Das áreas implantadas, já foram colhidos e comercializados em torno de 42% da produção. A principal atividade desenvolvida no momento é a colheita. Porém alguns produtores já estão iniciando a aquisição de insumos, equipamentos e preparo de solo para próxima safra. As lavouras estão produzindo em média 14 t/ha, com produto de boa qualidade. Os preços no momento estão em baixa, devido à grande oferta do produto na região, forçando os preços para baixo; isso é válido para os preços praticados na batata-doce de casca branca; a roxa está sendo negociada na lavoura a R$ 8,00/cx; porém, a batata-doce de casca rosa recebe um preço diferenciado, R$ 10,00/cx. de 20 quilos. A produção é comercializada na Ceasa e nas redes de supermercados, minimercados, fruteiras da região e do município. Pimenta - Produtores da região Sul, em Turuçu, estão ainda com pimenta seca armazenada. Estão acontecendo negócios a valores de R$ 20,00/kg. A safra de pimenta foi de excelente qualidade. A cultivar mais plantada é a Dedo de Moça. Expectativa de aumento de área de plantio passando para 8 hectares. Abóbora Híbrida Japonesa - Produtores da região Sul ainda comercializam a safra armazenada. As produtividades foram elevadas, ficando entre 10 a 15 toneladas por hectare. No entanto o preço do produto segue abaixo do esperado devido à grande oferta do produto. Hoje o preço praticado na região está entre R$ 0,40 a R$ 0,50/kg na lavoura. A comercialização está ocorrendo em ritmo lento, sendo que boa parte da produção ainda está estocada, aguardando colocação. Em Herval alguns produtores estão preparando as áreas para a próxima safra. Em virtude do resultado negativo desta safra, haverá uma redução na área cultivada no município: dos atuais 1.500 hectares deve haver uma redução para mil hectares; ainda assim a cultura apresenta grande relevância na agricultura familiar do município. Pepino – No Vale do Caí, muitas unidades de produção encontram-se em entressafra, com produtores se planejando para o plantio de novas áreas, encaminhando as mudas e fazendo limpeza das áreas e manutenção das estufas. Nas áreas em fase vegetativa e início de produção, tanto

para o pepino conserva quanto para o pepino salada, o clima dos últimos dias não foi favorável; alguns produtores relataram que mesmo em estufa houve problemas causados pela geada que se formou e pelo frio, causando algumas perdas. A procura do pepino conserva está em alta nos mercados e o preço está muito atrativo. Tomate - O clima dos últimos dias não foi favorável para o desenvolvimento da cultura, podendo causar algumas perdas futuras. Os preços de comercialização para as poucas unidades de produção que estão colhendo tomate cereja neste momento ficaram entre R$ 4,50 e R$ 6,00/kg ou de R$ 2,80 a R$ 3,50/bandeja. A maioria das unidades de produção do Vale do Caí está em entressafra, ajustando áreas e preparando mudas para transplantio. Couve-flor, repolho e brócolis - O cultivo das brássicas está com bom desenvolvimento e sanidade. As geadas de 18 e 19 de julho que atingiram Linha Nova, o principal município que cultiva brássicas do Vale do Caí, não afetaram o bom andamento desses cultivos, pois nesta época as variedades que estão a campo são cultivares de inverno que toleram bem tal condições. Comercialização: brócolis de R$ 18,00 a R$ 20,00/dz.; couve-flor de R$ 20,00 a R$ 25,00/dz.; repolho a R$18,00/dz. Frutícolas Pêssego – O frio intenso durante toda a semana na região Serrana, computando entorno de 100 horas abaixo de 7,2°C, trouxe conforto aos ânimos dos fruticultores, pois estavam muito preocupados com as condições climáticas adversas para a época. Esse panorama climático condicionou a interrupção do florescimento e da brotação das variedades precoces, condicionando também a permanência no estádio de dormência dos materiais de ciclo médio e tardio. Pessegueiros que haviam já florescido podem ter tido algum dano pelas geadas intensas dessa semana; porém, isso só será evidenciado na fase de pegamento das frutas. Pessegueiros já recebem tratamentos antifúngicos nas flores. Seguem com intensidade a operação da poda de inverno e os tratamentos com caldas específicas para a redução de pragas e incidência de fitopatias durante a etapa vegetativa/reprodutiva. Foi retomada a atividade de plantio de áreas, embora a umidade do solo já andasse escassa, mas a

Page 6: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

6

presença do frio mantém as mudas com baixo metabolismo, facilitando seu pegamento. Na região Nordeste, em São José do Ouro e David Canabarro, os cultivos encontram-se na entressafra e ainda não iniciaram a poda. Com a incidência de geadas que ocorreram ao longo da semana de 17 a 24 de julho, em ambas as culturas, que já se encontravam em movimentação de gemas, estas agora vão retardar a brotação e brotarão com maior uniformidade. Podas devem iniciar no final de julho para pessegueiros, estendendo-se até meados de agosto, dependendo da incidência de baixas temperaturas. Na Zona Sul, segue o problema de alguns produtores fornecedores de agroindústrias da região que ainda não receberam o valor total da sua produção entregue na safra passada. Persicultores estão preocupados com as amplas variações das temperaturas que vêm ocorrendo e o acúmulo de horas de frio. O total de horas de frio acumuladas abaixo e igual a 7,2ºC está muito defasado. Segundo dados da Estação Automática da Embrapa Clima Temperado localizada na Cascata, estão acumuladas até a primeira semana de julho apenas 77 horas de frio. No mesmo período do ano passado, já estavam acumuladas 208 horas de frio. Produtores encaminham-se para o final das atividades de poda nos pomares e dos tratamentos fitossanitários de inverno, utilizando principalmente as caldas bordalesa e sulfocálcica. Com as incertezas sobre a comercialização da safra futura, o tempo de poda é bastante curto e já foi realizada em torno de 76% dos pomares. A maioria dos pomares está em plena floração. Produtores pagam valores entre R$ 1,20 a R$ 1,40 por poda, dependendo do tamanho dos pessegueiros. Ainda se realiza a prática da poda de frutificação em pomares na região do Alto da Serra do Botucaraí. A geada ocorrida na semana passada não ocasionou grandes danos, mesmo que a cultura esteja em plena floração. Os produtores das regiões com maiores altitudes devem ficar atentos para a ocorrência de geadas, as quais podem prejudicar a floração e principalmente a fixação dos frutos. Uma das práticas para prevenir danos de geada é manter os ramos carregadores selecionados (não despontar). Ramos carregadores são galhos/ramos de ano que irão produzir frutos.

Citros - Na região do Vale do Caí, as geadas ocorridas em 18 e 19 de julho não causaram danos significativas às bergamoteiras e laranjeiras, entretanto queimaram as brotações novas da lima ácida Tahiti, espécie mais sensível ao frio. O tempo bom tem facilitado a colheita de frutas cítricas, que se encontra no auge. Segue em bom ritmo a colheita da bergamota variedade Montenegrina, que é a tangerina com a maior área plantada no Estado. As frutas colhidas encontram-se com excelente qualidade, suculentas, graúdas e saborosas. O preço médio recebido pelos citricultores pela caixa de 25 quilos da Montenegrina, que estava em R$ 24,00 no início do mês, agora está em R$ 26,00 (veja quadro). A laranja Valência, cultivar com maior área plantada no Estado, está sendo colhida em maiores volumes, e o preço médio recebido pelos citricultores para a fruta de mesa está estabilizado em R$ 13,00/cx. desde o início de julho. Para a fruta destinada à indústria de sucos, o citricultor recebeu em média R$ 260,00/ton., preço bem inferior ao praticado em junho para laranjas destinadas à indústria, quando o citricultor recebeu R$ 330,00/ton. pela laranja comum. Para a laranja Monte Parnaso, fruta de mesa por excelência, o preço médio recebido pelo citricultor está extremamente baixo se comparado a anos anteriores, e reduziu drasticamente quando comparado com o preço recebido pelas primeiras frutas colhidas. Já o preço recebido pela laranja do céu tardia, fruta sem acidez, está estabilizado. Em relação à lima ácida Tahiti, também conhecida como limão da caipirinha, os preços recebidos pelos citricultores continuam em ascensão, tendo atingido R$ 40,00/cx. Entretanto, a oferta da fruta gaúcha está baixa, pois há poucas frutas em ponto de colheita nos pomares. A perspectiva é de que o preço continue em elevação nos próximos meses. A planta da lima ácida Tahiti floresce durante todo o ano, e, portanto, também tem colheita durante todo o ano, sendo que os maiores volumes são colhidos no primeiro semestre. As geadas ocorridas em 18 e 19 de julho atingiram as brotações novas e as flores das plantas cultivadas em pomares situados em baixadas, onde o acúmulo de geada foi maior, comprometendo a formação de frutas para os próximos meses.

Page 7: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

7

Quadro de percentual colhido e preços das frutas cítricas no Vale do Caí

Fruta (caixas de 25

quilos)

% colhido

até 21.07

R$/cx. em 07/07

R$/cx. em 21/07

Bergamota Montenegrina

15% 24,00 26,00

Laranja céu tardia

60% 14,00 14,00

Laranja umbigo Monte

Parnaso

40% 21,00 15,00

Laranja Valência

mesa 15% 13,00 13,00

Lima ácida Tahiti

65% 30,00 40,00

No Médio Alto Uruguai e região do Rio da Várzea, os citros estão em processo de colheita das cultivares com a característica de venda in natura, tais como Iapar 73, Rubi, Salustiana, laranja umbigo Bahia, consideradas precoces/meia estação. Os compradores da região estão realizando o pagamento médio de R$ 0,40/kg. No momento temos enfrentado uma estiagem que já é percebida pela planta como deficiência hídrica momentânea. A colheita das frutas destinadas à venda para indústria para suco está em fase inicial. A situação climática, em função do inverno menos rigoroso, está acelerando o processo de maturação dos frutos. O preço médio pago ao produtor para a laranja de suco nesta semana está em R$ 0,25/kg da fruta. A área da nossa região está bastante restrita à cultivar Valência. No Vale do Rio Pardo e nos Altos da Serra do Botucaraí, encontram-se em colheita as tangerinas variedades Ponkan, Pareci e Caí. As laranjas de umbigo e comuns também estão na fase de colheita. A qualidade dos frutos é boa, por conta das condições climáticas favoráveis, com temperatura amena e boa incidência de radiação solar. Na região da Serra do Botucaraí, com o frio intenso do início da semana, as tangerinas em ponto de colheita foram prejudicadas, apresentando redução de qualidade. Comercialização de Hortigranjeiros

Dos 35 produtos principais analisados semanalmente pela Gerência Técnica da CEASA/RS, entre o período de

18/07/2017 a 25/07/2017, tivemos 18 produtos estáveis em preços, 11 em alta e 06 em baixa. Observamos que são analisados como destaques em alta ou em baixa somente os produtos que tiveram variação de 25% para cima ou para baixo. Nenhum produto destacou-se em baixa. Um produto destacou-se em alta: Couve-flor – De R$ 2,08 para R$ 2,91 / cabeça (+ 39,90%). Dias anteriores com temperaturas baixas e pouca insolação reduziram a oferta desta hortaliça-flor elevando assim as cotações de atacado.

PRODUTOS EM ALTA

18.07 (R$)

25.07 (R$)

Aumento (%)

Abacate (kg) 3,00 3,25 8,33 Banana Prata - Branca (kg)

2,00 2,25 12,50

Laranja suco (kg) 0,90 1,00 11,11 Maçã Fuji (kg) 1,67 1,94 16,17 Moranguinho (kg) 12,00 13,00 8,33 Brócolis (unidade) 2,08 2,50 20,19 Couve-flor (cabeça) 2,08 2,91 39,90 Milho verde (bandeja)

1,80 2,00 11,11

Batata (kg) 1,00 1,10 10,00 Batata-doce (kg) 0,90 1,00 11,11 Ovo branco (dúzia) 3,33 3,50 5,11

PRODUTOS EM BAIXA

18.07 (R$)

25.07 (R$)

Redução (%)

Banana Caturra - Nanica (kg)

1,50 1,25 16,67

Limão Tahiti (kg) 2,25 2,00 11,11

Manga (kg) 3,75 3,61 3,73

Alface (pé) 0,67 0,58 13,43 Tomate caqui longa-vida (kg)

3,50 3,00 14,29

Vagem (kg) 7,00 6,00 14,29 Fonte: Ceasa/RS

Page 8: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

8

Os preços na feira do produtor de Passo Fundo tiveram aumento para algumas folhosas em função das baixas temperaturas e também do aumento da procura por esses produtos. As fortes geadas, com temperaturas atingindo até cinco graus negativos, prejudicaram os cultivos desprotegidos, queimando as folhosas, com o consequente aumento do preço. TABELA DE PREÇOS PRATICADOS NA FEIRA

PRODUTOR DE PASSO FUNDO

Fonte: Diretamente do produtor rural/EM Passo Fundo

Referências de preços na comercialização de cultivos diversos, nos vales do Taquari e Caí.

Morango: R$ 22,00/cx. com meia dúzia de

cumbucas

Alface: R$ 8,00/dz. (o preço ainda agrada

as famílias que produzem esta cultura)

Tomate: R$ 70,00/cx. de 20 kg (houve boa

reação e o preço agrada as famílias

produtoras)

Tomate cereja: R$ 2,00 a bandeja de 300

gramas (agrada as famílias)

Pimentão: de R$ 45,00 a R$ 50,00/cx. de

10 kg (preço agrada as famílias que

produzem esta cultura)

Pepino conserva: de R$ 90,00 a R$

100,00/cx. de 20 kg (preço agrada muito

as famílias)

Pepino salada: de R$ 45,00 a R$ 55,00/cx.

de 20 kg (famílias estão contentes)

Temperos em geral: R$ 6,00/dz. (agrada

as famílias)

Feijão-vagem: de R$ 25,00 a R$ 30,00/sc.

de 10 kg (tendência de baixar o preço)

Brócolis: R$ 10,00/dz. (mantém-se

estável)

Repolho: de R$ 10,00 a R$ 12,00/sc. com

meia dúzia de unidades (agrada as

famílias)

Berinjela: de R$ 40,00 a R$ 50,00/cx. de

12 kg (preço agrada as famílias)

CRIAÇÕES

Pastagens - A semana de temperaturas baixas e a ocorrência de geadas retardaram o desenvolvimento das pastagens. Os campos naturais continuam com pequena oferta de pasto no geral, e com este cenário haverá uma consequente redução de oferta nas próximas semanas, pois após o pastejo o rebrote vem sendo muito baixo. Na última semana, na maioria dos municípios do Estado, tivemos três dias de geada, o que aumentou o crestamento do campo nativo. Com a boa luminosidade e a diminuição das chuvas, melhoraram as condições de piso nas pastagens, permitindo o pastoreio nas áreas mais úmidas. As pastagens anuais de inverno estão em melhores condições de produção de massa verde nos últimos dias e com razoáveis condições de pastejo e oferta de forragens. As pastagens nas restevas de soja, na integração lavoura-pecuária, apresentam bom desenvolvimento, e os pastoreios também estão sendo realizados. Os produtores continuam realizando limpeza nas áreas de pastagens de potreiro. Bovinocultura de corte - Devido à queda na qualidade das áreas de campo nativo, em função de temperaturas mais baixas e da ocorrência de geadas, os animais estão apresentando redução das condições corporais, com perda de peso.

Produto Preço (R$)

Unidade/medida

Alface lisa e/ou crespa

2,00 pé

Alface americana 1,50 pé

Alface produzida em estufa

1,10 pé

Almeirão 1,00 pé

Rúcula 1,50 pé

Brócolis 2,00 molho

Chicória 1,00 pé

Couve-flor 2,50 cabeça

Couve-folha 1,00 molho

Tempero verde 1,00 molho

Cenoura 2,00 kg

Beterraba 2,50 molho

Aipim 2,50 pac. c/1 kg

Repolho roxo 2,50 cabeça

Repolho verde 2,00 cabeça

Rabanete 1,50 molho

Abóbora Cabotiá 2,00 kg

Tomate R$4,00 kg

Milho verde R$3,00 pac. c/4 espigas

Page 9: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

9

Alguns produtores implantaram pastagens de inverno; porém de modo geral as áreas são pequenas para atender à necessidade dos animais, com situação piorada pela falta de água no solo e baixas temperaturas. As pastagens não estão aguentando o pastoreio devido à falta de ressemeadura natural e ao pouco replantio de azevém; isto configurou pastagens com baixa densidade de plantas e pouca adubação, ocasionando baixo desenvolvimento e reduzindo a carga animal destas pastagens. A baixa umidade do solo está atrasando o desenvolvimento das pastagens de inverno, forçando os produtores a diminuírem a lotação de animais por hectare. Alguns produtores utilizam o sal proteinado em áreas de campo nativo que ainda têm volume de forragem mais fibrosa, ofertando-o principalmente para as categorias de vaquilhonas e terneiras, em áreas de criação. A fase predominante é a gestação; em algumas propriedades, continuam realizando os diagnósticos de gestação. Os produtores estão vacinando as terneiras de três a oito meses contra a brucelose. No município de São José dos Ausentes, até o momento, segundo dados da Secretaria da Agricultura do município, em torno de 98% das terneiras foram imunizadas. O rebanho apresenta boas condições sanitárias, com tendência de diminuição do uso de carrapaticidas, pois os dias mais frios durante essa semana deverão influenciar negativamente na reprodução e infestação do carrapato. No município de Arroio Grande, as baixas temperaturas e as oscilações térmicas não têm interferido nas altas infestações de carrapatos, que continuam atacando os bovinos e causando prejuízos aos criadores, pois além de os animais estarem fracos pelo inverno, sofrem também com o estresse pelo manejo dos banhos carrapaticidas. Comercialização Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 1981 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 24 a 27/07/2017 o preço do boi gordo varia entre R$ 4,65 a R$ 5,40/kg vivo. O preço médio fica em torno de R$ 4,93, quando na semana passada, tínhamos R$ 4,99/kg vivo, ou seja, uma leve baixa de menos 1,20%. A comercialização de animais para abate e reposição continua fraca, com poucos negócios concretizados; há pouca procura por gado gordo. Grande oferta de gado magro; preços atrativos, mas pouca comercialização. Os frigoríficos não

conseguem repassar a carne, e os preços continuam estabilizados na região; produtores estão preocupados com a alimentação do rebanho. Nas regiões de Santa Rosa e extremo Sul, produtores estão apreensivos com o futuro da pecuária. Compradores continuam não manifestando muito interesse de ir às compras, sendo que os pecuaristas não estão conseguindo realizar a comercialização dos terneiros pelos preços pagos no ano passado. Em propriedades que oferecem lotes menores, a dificuldade é aumentada e muitos o fazem com preços bem abaixo do esperado e com um prazo de pagamento de até 90 dias. A oferta de gado gordo segue alta, na contramão da demanda, que segue em baixa. Frigorífico da região Noroeste informa que há grande oferta de carne no mercado e que, neste momento, não está comprando gado gordo. Na Fronteira Noroeste vem crescendo entre os produtores a criação intensiva de gado com sistema de alto grão, principalmente nas propriedades onde há milho próprio. Bovinocultura de leite - Na última semana, as condições climáticas se apresentaram ruins para a produção de leite, uma vez que o déficit hídrico foi agravado por baixas temperaturas e formação de geadas, prejudicando o desenvolvimento das pastagens e consequentemente a oferta de forragens. Fica prejudicado também o manejo da adubação nitrogenada, um dos principais elementos químicos da nutrição das pastagens. Para suplementação da dieta, são utilizadas áreas com forrageiras nativas, silagens, feno, milho, sorgo e rações, aumentando assim os custos de produção. Na região de Ijuí, ocorreu uma leve chuva na semana anterior, que favoreceu o desenvolvimento das pastagens anuais de inverno, especialmente de aveia e azevém, permitindo que os produtores colocassem os animais em pastoreio. No município de Campina das Missões, em muitas propriedades não há mais oferta de pastagens de inverno, pois o rebrote não tem ocorrido devido à falta de chuvas. Alguns produtores têm comprado silagem ensacada ou bobinas de pré-secado para alimentação do gado. Na região do Alto da Serra do Botucaraí, onde foi registrada temperatura negativa durante vários dias, até mesmo a aveia e o azevém comum, que estavam na fase de pré-florescimento, foram severamente danificados pelas fortes geadas. Produtores de feno na região de Santa Rosa, em

Page 10: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

10

função da alta procura, aumentaram o preço do fardo de feno, de R$ 8,00 para R$ 12,00. Nesta época do ano ocorre a maior taxa de natalidade, que deveria impulsionar o aumento de vacas em lactação e consequentemente o aumento da produção leiteira; mas a produção diária ainda é mais baixa que a do mesmo período do ano passado, como reflexo das dificuldades causadas pelo longo período de estiagem no desenvolvimento das pastagens. Comercialização Conforme o Newsletter do Sindilat, que cita o trabalho da Cepea/Esalq, o custo de produção do leite caiu 3,28% no Estado, durante os quatro primeiros meses do ano. Os produtores avaliam que a redução não foi suficiente para ajudá-los porque os preços de venda na entressafra não subiram como nos anos anteriores. Minimizar o prejuízo com a entressafra atípica vai depender de quanto o agricultor irá conseguir melhorar sua produção dos próximos meses. Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 1981 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 24 a 28/07/2017 o preço do leite tem variado entre R$ 0,98 a R$ 1,36/L, variável de acordo com o volume e a qualidade do produto. O preço médio fica em torno de R$ 1,17/L; preço estabilizado, embora as empresas estejam avisando para os produtores que o preço médio do leite deve baixar em torno de sete centavos (- R$ 0,07/L). Ovinocultura - Os rebanhos apresentam queda de condição corporal, pois os campos nativos apresentam queda no desenvolvimento. Os ovinos não são afetados pela deficiência de forragem observada para bovinos, pois têm o hábito de pastejo mais rasteiro. No município de Jaguari, os produtores estão suplementando a alimentação no cocho. O rebanho ovino apresenta boas condições, sendo que boa parte se encontra em final de gestação, com bom estado corporal. O clima favoreceu a parição das ovelhas para os produtores que planejaram os partos para o cedo, e as matrizes que estão no terço final de gestação têm bom estado corporal devido ao inverno estar mais ameno em sua fase inicial. Alguns produtores ainda estão realizando esquila pré-parto, como os do município de Jaguarão, pois na maioria das propriedades o nascimento dos cordeiros se dá no mês de agosto. Com o nascimento de cordeiros, aumenta a preocupação com o ataque dos predadores

(graxains, cachorros e caranchos). É época dos banhos para controle obrigatório da sarna ovina e piolho, que devem ser informados às inspetorias sanitárias dos municípios. Continua o monitoramento das verminoses, ectoparasitas e doença do casco. Comercialização Conforme levantamento do relatório de preços semanais recebidos pelos produtores (nº 1981 – Núcleo de Informações e Análises – GPL/Emater/RS-Ascar), no período de 24 a 28/07/2017 o preço do cordeiro para abate tem variado entre R$ 5,00 a R$ 7,00/kg vivo. O preço médio fica em torno de R$ 5,79/kg vivo, demonstrando um leve aumento de mais 1,76% em relação à semana passada. A época é de mais procura de cordeiros e menos oferta; preços reagindo; comercialização de ovelhas de descarte com preço baixo e pouca oferta. Suinocultura - Os produtores continuam insatisfeitos com a situação em relação ao retorno econômico obtido com a atividade, mesmo com o baixo preço do milho e do farelo de soja em relação aos anos anteriores, o que reduz o custo da ração. Na região de Santa Rosa, a atividade da suinocultura está praticamente restrita a terminadores integrados a um frigorífico, pois os produtores autônomos estão praticamente extintos, reduzindo-se a criações para consumo familiar, com sérios problemas de rentabilidade e inclusive de venda da produção excedente. Segundo pesquisa realizada pela ACSURS em 24/07/2017, o preço do suíno independente aumentou R$ 0,14/kg vivo esta semana, ficando em R$ 3,66/kg vivo. O número de animais da pesquisa foi de 16.010, com peso médio de 113 quilos. A cotação agroindustrial média do suíno é de R$ 2,98/kg vivo, mais bonificação. Evento Em 11 de agosto próximo ocorrerá em Boa Vista do Buricá o 43º Dia Estadual do Porco, evento realizado pela ACSURS e Prefeitura de Boa Vista do Buricá, com apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa Suínos e Aves, Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi/RS), Emater/RS-Ascar, Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips/RS), Associação dos Suinocultores de Nova Candelária e Boa Vista do Buricá, Sindicato dos

Page 11: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

11

Trabalhadores Rurais de Boa Vista do Buricá e Nova Candelária e Câmara de Vereadores de Boa Vista do Buricá. Os produtores de suínos de Nova Candelária, Boa Vista do Buricá, São José do Inhacorá, Santo Cristo, Cerro Largo, Salvador das Missões, Santa Rosa e São Pedro do Butiá, estão se mobilizando para participar deste evento estadual; são 700 produtores que estarão vindo de todos os municípios do Rio Grande do Sul.

Page 12: 60 - Emater/RS - Referência de Qualidade em Extensão Rural · a cadeia de produção de um bem de consumo, ... 1% delas se encontra em início da fase de floração ... apenas parcial

ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES

Produtos Unidade Semana Atual

Semana Anterior

Mês Anterior Ano Anterior Médias dos Valores da Série

Histórica – 2012/2016

27/07/2017 20/07/2017 29/06/2017 28/07/2016 GERAL JULHO

Arroz em Casca 50 kg 39,66 39,62 39,07 52,04 43,39 42,77

Feijão 60 kg 141,05 143,00 141,33 216,41 172,04 181,56

Milho 60 kg 22,24 22,42 22,43 46,29 32,66 32,21

Soja 60 kg 61,91 62,35 59,21 75,93 76,19 78,13

Trigo 60 kg 32,26 32,10 31,42 42,35 27,76 36,72

Boi para Abate kg vivo 4,93 4,99 5,00 5,67 5,00 5,23

Vaca para Abate kg vivo 4,28 4,36 4,37 5,10 4,49 4,69

Cordeiro para Abate kg vivo 5,79 5,69 5,64 5,79 5,34 5,49

Suíno Tipo Carne kg vivo 3,19 3,20 3,28 3,32 3,72 3,50

Leite (valor liquido recebido) litro 1,17 1,17 1,20 1,24 1,02 1,06

24/07-28/07 17/07-21/07 26/06-30/06 24/07-29/07 - -

Fonte: Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Gerência de Planejamento / Núcleo de Informações e Análises (NIA). Índice de correção: IGP-DI (FGV).

NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da Série Histórica , são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinquênio 2012-2016 corrigidos. A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2012-2016.