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RECURSOS
ERGOGÊNICOS E
DOPING
UNIDADE II
STEPHANIE CARVALHO BORGESJEAN CARLOS FERNANDO BESSON
SOBRE OS AUTORES
Stephanie Carvalho BorgesMestre em Ciências Biológicas na área de atuação em Biologia Celular e Molecular pela UniversidadeEstadual de Maringá – UEM.Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD.
Stephanie Carvalho Borges, mestre em Ciências Biológicas na área de
concentração em Biologia Celular e Molecular e atualmente é doutoranda na
mesma área de concentração. Possui experiência de cinco anos em sala de aula,
incluindo dois anos em Ensino Superior pela Universidade Estadual de Maringá
– UEM. Atua nas áreas de morfologia, histologia, biologia celular, biologia
molecular e bioquímica, com enfoque em sistema nervoso entérico, isquemia e
reperfusão, doenças parasitárias, diabetes mellitus, obesidade, estresse oxidativo e
tratamento antioxidante.
Jean Carlos Fernando BessonMestre em Ciências Biológicas, área de Concentração – Biologia Celular e Molecular – UniversidadeEstadual de Maringá (UEM) – Maringá-PR.Especialista em Microbiologia Clínica e Laboratorial – Academia de Ciência e Tecnologia (AC&T) – São Josédo Rio Preto-SP.Graduação em Ciências Biológicas (Bacharelado) – Universidade Paranaense - UNIPAR/Toledo-PR.
Jean Carlos Fernando Besson, Doutorando em Ciências Biológicas, Mestre em
Ciências Biológicas, na área de concentração em Biologia Celular e Molecular e
especialista em Microbiologia Clínica e Laboratorial, possui experiência nas áreas
de bioquímica, inflamação e morfologia, trabalhando especialmente com
síndrome e programação metabólica; cicatrização de feridas cutâneas; doenças
inflamatórias intestinais; neuroproteção no Sistema Nervoso Entérico; inflamação;
estresse oxidativo; biotecnologia médica, atuando na pesquisas de novos fármacos
bioativos presentes em plantas e ambientes marinhos. Realizou uma parte do
doutorado na Mayo Clinic – Rochester – Minnesota – EUA, realizando pesquisas
relacionadas com neuroregeneração do Sistema Nervoso Entérico.
Introdução
IntroduçãoSeja bem-vindo(a) aluno(a) às discussões sobre Recursos Ergogênicos e Doping,
um tema atual e amplamente presente na sociedade contemporânea, não só em
centros esportivos e de exercícios físicos, mas no cotidiano da maioria dos
indivíduos que buscam qualidade de vida e saúde corporal. Esse material foi
elaborado com o objetivo de esclarecer conceitos sobre o tema e introduzir
aspectos relevantes relacionados a exercícios físicos e alimentação. O conteúdo se
baseia em artigos científicos e livros.
Na unidade I serão abordados aspectos sobre a nutrição ergogênica e os
principais conceitos que a definem. Será discutida a legislação e classificação dos
elementos nutricionais; as principais classes de recursos ergogênicos e sua
indicação.
Na unidade II você tomará conhecimento sobre a formação dos radicais livres
que ocorrem normalmente nos organismos e entenderá como que a formação
exacerbada dessas substâncias pode causar o estresse oxidativo. A partir dessas
discussões, será possível compreender como que os sistemas antioxidantes atuam e
de que forma podemos auxiliar na homeostase corporal por meio da alimentação.
A unidade III permitirá compreender sobre as principais classificações e
exemplos de hormônios e/ou substâncias e métodos que não devem ser utilizados
por praticantes de esportes e não praticantes.
Para finalizar, pautamos na unidade IV a caracterização dos recursos
ergogênicos e suas diversas formas de uso. A partir desses conhecimentos será
possível compreender o que é doping e de que maneira ela está inserida no meio
desportivo e na sociedade. Finalizaremos conceituando ética e sua relevância
para os praticantes de esporte, frequentadores de academias, atletas profissionais
e Comitês Olímpicos.
Por fim, ao final do estudo, você encontrará indicações de livros e artigos que
permitirão a otimização deste processo de ensino e aprendizagem. Esperamos que
consiga internalizar os conteúdos e compreender os principais conceitos
envolvidos. Bons estudos!
Stephanie Carvalho Borges
Jean Carlos Fernando Besson
UNIDADE II
Estresse oxidativo e ação
antioxidanteStephanie Carvalho Borges
No contexto da unidade II, cujo tema central de estudos é a formação de
espécies reativas e suas diversas funções, o objetivo inicial é conceituar radicais
livres e compreender seus efeitos, que podem ser siológicos ou patológicos. Os
conteúdos aqui desenvolvidos serão amparados, em perspectivas de autores da
área, e terão um viés para que se compreendam os processos patológicos
ligados a esse tema, que tem como nalidade o estudo geral do chamado
estresse oxidativo e as potenciais ações antioxidantes cujo propósito é
combater as espécies radicalares e, consequentemente, o dano oxidativo.
Para compreensão intrínseca do tema, será abordado primeiramente os
conceitos referentes a cada estrutura estudada, e a posterior conexão entre
cada elemento, de forma a facilitar a percepção do panorama geral que
engloba todo o estudo de estresse oxidativo. A partir desse ponto, será possível
relacionar alimentação adequada com a manutenção da homeostase corporal,
por meio da identi cação dos alimentos que possuem potencial antioxidante.
Radicais livresno meio científico, a teoria da evolução é um dos temas mais discutidos,
principalmente no que se refere à teoria da evolução celular, que propõe, e que é
amplamente aceito, a endossimbiose entre células anaeróbicas. Desse
englobamento ocorrido a milhares de anos, surgiram organelas nas células
eucariontes e um desses compartimentos agora chamado de mitocôndria possui a
capacidade de sintetizar adenosina trifosfato (ATP), a moeda energética celular.
A síntese de ATP só é possível por meio de reações com moléculas de oxigênio
(O2), o que caracteriza uma importante evolução para as espécies no planeta
Terra.
Essa característica proporciona aos organismos a capacidade de realizar
inúmeras vias metabólicas, de possuir uma enorme diversidade funcional e de
aproveitar de forma inteligente os nutrientes advindos da alimentação. Assim, as
células são capazes de participar tanto de reações anabólicas quanto de reações
catabólicas, e é a partir desse processo de oxidação de macromoléculas na
presença de oxigênio que a maioria das espécies reativas são produzidas, ou seja,
a síntese de radicais livres são subprodutos naturais formados por nosso
organismo.
O que são radicais livres?
O que são radicais livres?Os átomos são constituídos basicamente por prótons (carga positiva) e nêutrons
que se localizam centralmente; os elétrons, que possuem carga negativa, circulam
em volta do núcleo em diferentes orbitais, de acordo com seu número atômico.
Radicais livres são átomos ou moléculas que possuem elétrons desemparelhados,
portanto se encontram instáveis e para se estabilizar retiram elétrons de outros
átomos ou moléculas tornando-os também instáveis, causando assim uma cascata
de formação de radicais livres.
Esses átomos ou moléculas instáveis “sequestram” elétrons preferencialmente de
lipídeos de membrana, proteínas e DNA, podendo transformar essas estruturas
em novas espécies reativas ou simplesmente alterar suas estruturas químicas
fazendo com que percam sua função básica. Sabendo que essas estruturas são de
fundamental importância para a constituição e para a fisiologia celular, sua
alteração é extremamente prejudicial às células.
Espécies reativasa produção de espécies reativas é parte integrante do metabolismo humano e é
observada nas diversas funções biológicas. Quando falamos de espécies reativas,
nos referimos às estruturas desestabilizadas eletronicamente, as quais derivam de
alguns elementos químicos presentes normalmente no nosso organismo. As
espécies radicalares podem ser extremamente reativas, enquanto que espécies não
radicalares, ou seja, não reativas, não atuam diretamente como radicais livres,
porém possuem propriedades que proporcionam a formação de espécies
radicalares.
A partir deste panorama podemos destacar as espécies derivadas de cloro como
o ácido hipocloroso HOCl e o cloreto de nitrila NO Cl; as derivadas de enxofre,
por exemplo, o radical tiíla RS , e os miscelâneos e metais como o Fe, Cu, Mn,
entre outros. Porém, as principais espécies reativas formadas no organismo, são
aquelas derivadas de oxigênio e nitrogênio. Para espécies reativas de oxigênio
temos o ânion-radical superóxido O e o poderoso radical hidroxila OH que são
as principais formas encontradas, além disso destacamos também a formação de
radicais peroxila RO e alcoxila RO, além do oxigênio singlete O * e o ozônio
O . Não podemos deixar de falar do peróxido de hidrogênio H O , que apesar de
não ser uma espécie reativa de oxigênio, é intermediário para a formação destas.
Para espécies reativas de nitrogênio, destacamos principalmente o óxido nítrico
ou monóxido de nitrogênio ON e o dióxido de nitrogênio NO . Há também uma
poderosa espécie radicalar chamada peroxinitrito ONOO que é formada a partir
da reação de um ânion superóxido e um óxido nítrico O + ON → ONOO .
Formação dos radicais livres
2
.
2.- .
2. . 1
2
3 2 2
. 2.
-
2.- . -
Os radicais livres podem ser formados a partir de indutores exógenos ou agentes
endógenos, que mediante alterações químicas causam o desequilíbrio redox
celular. Várias são as fontes exógenas de produção de espécies reativas: radiação
solar e nuclear, poluição do ar, uso indiscriminado de anti-inflamatórios, cigarros,
bebidas alcoólicas, drogas, dietas alimentares pobres e xenobióticos, por exemplo,
aditivos alimentares.
Porém, é de difícil controle sobre a produção endógena de espécies reativas, pois
sintetizamos normalmente espécies radicalares e não radicalares em nossas
células. Podemos citar principalmente as mitocôndrias como fonte produtora de
ânions superóxido e os peroxissomos como fonte de peróxido de hidrogênio, além
de sistemas enzimáticos como o citocromo P450, NADPH oxidase e sistema
xantina oxidase. Além disso, também ocorre uma produção de espécies reativas
de oxigênio (EROs) e espécies reativas de nitrogênio (ERNs) durante infecções e
processos inflamatórios, onde podemos citar a mieloperoxidase que utiliza de sua
capacidade de síntese de radicais livres para eliminar patógenos.
Reflita
Uma vez que podemos evitar a produção exacerbada de espécies reativas
devemos tomar certos cuidados diários, evitando tomar sol em horários de
maior incidência dos raios UV e sempre fazendo uso do protetor solar, evitar
o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, evitar a automedicação e o
consumo exagerado de “fast food”.
FIGURA 1.2 - Agentes indutores da formação de radicais livres FONTE Google Imagens
Estresse oxidativocomo vimos anteriormente, a produção de espécies reativas no nosso organismo
pode ser induzida por meio de fatores exógenos ou pelo próprio organismo
mediante as reações bioquímicas que nele ocorrem. Sabendo que essas espécies
contribuem de maneira benéfica, mas também podem atuar causando prejuízos,
ao longo de milhares de anos, por intermédio da evolução, sistemas antioxidantes
foram criados a fim de combater as diversas espécies reativas e manter a
integridade corporal. O sistema antioxidante endógeno é constituído de sistemas
enzimáticos e não enzimáticos cujo único objetivo é combater as espécies
radicalares e não radicalares a fim de manter o equilíbrio redox das células,
sendo que esses sistemas atuam inter e intracelularmente protegendo células,
órgãos e sistemas.
Quando, devido a vários fatores, ocorre uma síntese exacerbada de radicais
livres e os sistemas antioxidantes endógenos não são capazes de controlar e
reestabelecer o equilíbrio bioquímico, ocorre o que chamamos de estresse
oxidativo. Portanto, o estresse oxidativo resulta do desequilíbrio entre o sistema
pró e antioxidante (SCHAFER, 2001; FINKEL, 2000).
O dano oxidativo ocorre primariamente no DNA, lipídeos e proteínas, o que
pode acarretar na perda da função e até mesmo morte celular. Além de
causarem alterações genéticas quando atacam DNA, os radicais livres quando
sequestram elétrons de lipídeos de membrana, provocam uma cascata de
produção de espécies reativas, chamada peroxidação lipídica, onde o lipídeo
atacado se torna uma espécie reativa capaz de sequestrar o elétron do lipídeo ao
lado. A peroxidação lipídica é um indicador secundário de estresse oxidativo e
pode promover uma desestruturação celular e até mesmo o rompimento da
membrana.
Outro marcador padrão de estresse oxidativo se refere a ataques de radicais
livres a proteínas celulares, causando a carbonilação de proteínas como
consequência oxidativa. Quando as proteínas sofrem ataque, grupos carbonilas,
como aldeído e cetonas, aparecem em suas estruturas e por meio de técnicas
bioquímicas é possível avaliar o estado oxidativo celular ou tecidual.
A peroxidação lipídica e a carbonilação de proteínas são os principais produtos
da ação dos radicais livres. O tamanho do dano oxidativo depende do estado
redox das células, uma vez que podem se encontrar extremamente reduzido ou
extremamente oxidado e assim as células respondem de maneiras diferente a
diferentes graus de estresse oxidativo. Dependendo do estado oxidativo, lipídeos
quando atacados, por exemplo, podem promover quebra de cadeia e aumento da
fluidez e permeabilidade da membrana. As proteínas sofrem modificações sítio
específicas de aminoácidos, fragmentação de cadeia, alteração de cargas elétricas,
perda da função e aumento da susceptibidade de proteólise. Por fim, o DNA pode
sofrer remoção de nucleotídeos, modificação de bases, ligação indevida à
proteínas e quebra de cadeia.
Reflita
O processo de estresse oxidativo só irá surgir caso ocorra algum processo
patológico no indivíduo, onde a quantidade de radicais livres supera a
capacidade antioxidante endógena. Uma vez que o indivíduo não apresenta
patologia, cabe somente a ele o controle na síntese de espécies reativas, pois
ele é capaz de evitar os indutores exógenos: raios UV, bebidas alcoólicas,
cigarros e principalmente alimentos pobres em nutrientes.
Uma vez que instalada o processo de estresse oxidativo, certamente ocorrerá
dano celular que pode implicar em envelhecimento ou doença, porém os sistemas
antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, quando eficientes, são capazes de
combater as espécies reativas e manter a homeostase fisiológica e a integridade
corporal.
Biologia dos radicais livres
Uma vez que a oxidação é parte integrante da via aeróbica e, portanto, do
metabolismo, as espécies reativas tanto de oxigênio (EROs) quanto de nitrogênio
(ERNs) estão sendo produzidas a todo o momento em nosso organismo. Quando
falamos de radicais livres, logo remetemos a efeitos danosos às estruturas
celulares, porém algumas espécies reativas possuem papel fundamental em
determinadas reações bioquímicas que ocorrem nas células e entre elas. Porém, de
maneira geral, a maioria dos radicais sintetizados pode atuar de forma deletéria
causando danos e até mesmo a morte celular.
Processos siológicosA presença de espécies reativas no corpo permite que alguns processos
bioquímicos ocorram a fim de facilitar o equilíbrio celular e a homeostase
corporal. Essa capacidade de utilizar espécies reativas que, teoricamente seriam
danosas, em substâncias benéficas só foi possível graças a milhares de anos de
evolução das células e organismos aprendendo a conviver com os radicais livres
produzidos por eles mesmos.
EROs e ERNs desempenham papéis fisiológicos importantes. Eles podem atuar
no controle da pressão sanguínea, na sinalização celular, apoptose, fagocitose de
agentes patogênicos, fertilização de ovos e amadurecimento de frutos (VASCONCELOS
et al., 2007). Além disso, estão relacionados à transformação celular e ao processo de
envelhecimento. O óxido nítrico em especial desempenha funções imprescindíveis
como regulação do fluxo sanguíneo, da motilidade intestinal e contração
muscular, além de desempenhar funções metabólicas como aumento da oxidação
de ácidos graxos, redução da síntese de triacilgliceróis e redução da lipogênese no
tecido adiposo (JOBGEN et al., 2006). Assim sendo, são substâncias que, dependendo da
sua forma de atuação e capacidade de alteração bioquímica, podem contribuir
positivamente para o controle de reações bioquímicas importantes e manutenção
diária do organismo.
Processos patológicosDna, lipídeos e proteínas são os principais alvos de ataque dos radicais livres,
sendo que a ordem de preferência depende de vários fatores, como a
disponibilidade de íons metálicos e sua capacidade de se associar a essas
moléculas, a localização de síntese dessas espécies reativas e a capacidade
relativa de uma macromolécula ser oxidada. É importante observarmos que as
células possuem maquinaria especializada em degradar lipídeos e proteínas
modificadas que já não são mais capazes de executar suas funções básicas, porém,
a molécula de DNA, portadora de todas as informações genéticas, não sofre esse
tipo de degradação e a célula que sofreu lesão no seu material genético, se
encontra permanentemente comprometida. Assim sendo, a ação de radiais livres
sobre o DNA é responsável por mutações e aparecimento de câncer.
Além de indução do câncer, espécies reativas podem atuar de maneiras nocivas
no organismo contribuindo na fisiopatologia de muitas doenças crônicas, por
exemplo, em doenças autoimunes, doenças cardíacas, doenças pulmonares,
intoxicação por xenobióticos e na propagação da AIDS em pacientes soropositivos
(HIV+). Doenças como o Alzheimer, esclerose múltipla, diabetes mellitus e
anemia falciforme também estão relacionadas às alterações do estado redox
celular (VASCONCELOS et al., 2007).
É importante salientar que também somos responsáveis por grande parte da
síntese de radicais livres em nosso organismo. Alta percentagem da população
possui uma dieta alimentar pobre, faz uso de álcool e cigarros e não possui
prática diária de exercícios físicos, o que caracteriza sedentarismo.
Porém, exercícios físicos devem ser realizados de acordo com a capacidade física
de cada indivíduo, uma vez que segundo Bloomer e colaboradores (2007),
atividades físicas extenuantes podem promover danos e mudanças bioquímicas
na área afetada, levando à geração de citocinas inflamatórias e espécies reativas
de oxigênio que podem degradar proteínas musculares e contribuir para os sinais
e sintomas de lesões como a perda de força muscular e extravasamento de
proteínas celulares para o sangue. A produção de espécies reativas de oxigênio
ocorre por meio do processo de isquemia e reperfusão que acontece durante o
exercício físico, devido a um desvio natural da circulação sanguínea para os
músculos em atividade causando temporariamente uma hipóxia em outros
tecidos e, portanto, produzindo radicais livres, que podem contribuir para o
envelhecimento e para o aparecimento de doenças.
Contudo, de maneira geral, indivíduos menos treinados, que realizam exercícios
com intensidade e duração além do estado de condicionamento físico, são os mais
atingidos pela síntese excessiva de espécies reativas. Em contrapartida, o
treinamento físico com sobrecargas progressivas e ajustadas além de poder gerar
adaptações, é capaz de prevenir contra os efeitos danosos causados pelos radicais
livres.
Umas das teorias mais plausíveis para explicar os benefícios do exercício físico se
refere a mitohormesis, a qual se refere a adaptação de antioxidantes endógenos e
consequente aumento da capacidade de defesa, mediante graduais estresses
oxidativos (NAVARRO et al., 2012).
Ação antioxidanteO organismo se protege contra os efeitos deletérios causados pelas espécies
reativas por meio de um complexo sistema antioxidante o qual possui substâncias
enzimáticas e substâncias não enzimáticas. Essas substâncias são capazes de
retardar ou inibir a oxidação dos substratos e assim impedir o processo de estresse
oxidativo provocado pela formação de radicais livres. O sistema antioxidante
ainda é capaz de interagir com determinadas espécies reativas tornando-as
menos tóxicas ao organismo.
De acordo com Halliwell (2000), antioxidante é qualquer substância que quando
presente em baixa concentração comparada a do substrato oxidável, regenera o
substrato ou previne significativamente a oxidação do mesmo. Esses
antioxidantes são macro e micromoléculas de origem endógena ou obtido
diretamente da alimentação que quando presentes no organismo podem agir
diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar
indiretamente dos sistemas enzimáticos.
Antioxidantes endógenos enzimáticos e não
Antioxidantes endógenos enzimáticos e nãoenzimáticosAs enzimas participantes do sistema antioxidante são encontradas em todas as
células e em seus compartimentos, como mitocôndrias, núcleo e citoplasma, além
disso, estão presentes também no espaço extracelular. A proteção enzimática
baseia-se quase que exclusivamente na decomposição do ânion superóxido ou
dismutação do peróxido de hidrogênio:
a. Superóxido Dismutase (SOD): é a primeira linha de defesa enzimática e
dependendo de sua localização encontra-se complexada com Zn, Cu ou Mn.
A SOD catalisa a dismutação do ânion superóxido O convertendo-o em
O e H O .
b. Glutationa Peroxidase (GPx): reduz o peróxido de hidrogênio H O à H O e
O . Essa enzima utiliza como cofator e doador de elétrons o tripeptídeo GSH
também chamado de glutationa reduzida. A GPx se encontrada no citosol,
mitocôndria e espaço extracelular.
c. Catalase (CAT): assim como a GPx, reduz o peróxido de hidrogênio H O a
H O e O porém ela se encontra dentro dos peroxissomos.
d. Glutationa Redutase (GR): responsável por regenerar o tripeptídeo GSH,
uma vez que quando oxidado se encontra na forma de GSSG. O GSH
trabalha como doador de elétrons participando das reações da GPx, assim,
para que essa enzima trabalhe na redução de peróxidos é necessário a
manutenção dos níveis de GSH, por isso a importância da enzima GR.
2.-
2 2 2
2 2 2
2
2 2
2 2,
Além das quatro enzimas acima citadas, a Glutationa-s-transferase (GST), que
trabalha com o GSH como cofator, impede indiretamente a formação de espécies
reativas, uma vez que participa dos processos de desintoxicação de compostos
xenobióticos, por exemplo, toxinas ambientais, agentes quimioterápicos, outros
medicamentos, pesticidas e aditivos alimentares, impedindo assim que esses
compostos se acumulem no organismo causando danos.
Com relação ao sistema antioxidante endógeno não enzimático já citamos a
glutationa reduzida (GSH), um tripeptídeo capaz de doar elétrons para as
enzimas GPx e GST, as quais inibem estruturas radicalares e não radicalares. Já a
tiorredoxina possui um grupamento tiol em sua estrutura capaz de doador
elétrons participando assim de processos antioxidantes. Ela está presente no
citoplasma, membranas, mitocôndrias e espaço extracelular. Por fim, podemos
citar os hormônios melatonina e o estrogênio, que possuem propriedades
antioxidantes, a melatonina atuando sinergicamente com as vitaminas C e E e o
estrogênio agindo similarmente à vitamina E.
Antioxidantes exógenosquando nos alimentamos, ingerimos substâncias que são essenciais para o bom
funcionamente do corpo, facilitando a atividade das vias metabólicas e
dificultando o aparecimento de doenças oportunistas. Mediante uma alimentação
saudável adquirimos nutrientes que atuam como antioxidantes, uma vez que
esses nutrientes possuem a capacidade de doar elétrons neutralizando espécies
reativas. Além disso, algumas dessas substâncias podem ainda participar
indiretamente dos sistemas enzimáticos. Os antioxidantes exógenos são
extremamente importantes, pois combatem direta e indiretamente os radicais
livres mantendo a saúde corporal.
Uma dieta suplementada com antioxidantes fornece uma abordagem prática e
razoável para a redução do nível de estresse oxidativo, pois ela também é capaz
de regenerar os danos causados em sistemas biológicos essenciais:
a. Ácido ascórbico ou vitamina C: desempenha papéis metabólicos
fundamentais possuindo papel redutor, assim ele é capaz de ser oxidado
pela maioria das ERO e ERN. No organismo é encontrado na forma de
ascorbato, que é a forma que atua como antioxidante e se localiza
preferencialmente no citosol e em fluidos extracelulares atuando
diretamente sobre o ânion superóxido, radicais hidroxil e oxigênio singlete,
convertendo-os em espécies inofensivas (BARREIROS, 2006). Pode ser obtido por
meio do consumo de frutas e vegetais e encontra-se em maior quantidade
na acerola, limão, laranja, brócolis, repolho, couve-flor e pimentão verde. O
consumo de bebidas alcoólicas e o ato de fumar podem reduzir ou até
mesmo esgotar os níveis de vitamina C no organismo.
b. Vitamina E: sua forma biológica mais ativa é o α-tocoferol que atua como
eficiente inibidor da peroxidação de lipídios. Pode ser adquirido
principalmente mediante o consumo de sementes de cereais, abacate,
brócolis e folhas verdes.
c. Carotenoides incluindo a vitamina A: alguns carotenoides atuam como
precursores na síntese da vitamina A. Estão presentes em vegetais e frutas
com coloração intensa, como frutas amarelas e alaranjadas e em folhas
verdes. Sua função antioxidante em vivo se constitui em desativar do
oxigênio singlete ou como sequestrador de radicais peroxila (BARREIROS, 2006).
d. Polifenois incluindo flavonoides: os polifenois compreendem os flavonoides,
fenóis, ácidos fenólicos, ligninos e taninos. São encontrados nas frutas,
vegetais, vinho tinto, nozes, cervejas, chás, sementes, grãos, temperos e
plantas medicinais atuando como importantes antioxidantes. De acordo com
Pietta (2000), pode ser ingerido de 50 a 800 mg/dia. Podemos citar como
exemplo o resveratrol presente nas uvas, vinho tinto e ameixas; quercetina
presente na cebola, chás, brócolis e vinho tinto; antocianinas presente em
frutas de coloração avermelhada e as catequinas encontradas no chá verde
e no cacau.
e. Minerais: Zinco (Zn), Cobre (Cu), Manganês (Mn), Ferro (Fe) e Selênio
(Se) são componentes-chaves das enzimas que possuem ação antioxidante,
sendo, portanto, importante estarem presentes na dieta cotidiana.
Para que o organismo possa adquirir uma suplementação adequada desses
antioxidantes exógenos é necessário que se faça uma dieta balanceada para que
o organismo não se sobrecarregue e que mantenha os níveis ideais dessas
estruturas a fim de propiciar um ambiente saudável, resistente e livre de doenças.
Para indivíduos que estão em processos de recuperação, uma combinação de
antioxidantes pode ser uma via interessante de suplementação.
Durante o exercício físico, espécies reativas têm sua produção aumentada e
podem promover lesão muscular e inflamação. Atletas buscam a todo o
momento, proteção contra esse tipo de estresse, encontrando nos antioxidantes
uma via interessante de suplementação, que podem atuar inibindo os efeitos
danosos dos radicais livres e acelerando o processo de recuperação (Figura 2.2).
Deve-se ainda levar em consideração fatores como a idade, estado emocional e
nutricional, nível de treinamento e tipo de exercício físico, pois esses fatores
podem influenciar nos resultados da suplementação com antioxidantes.
FIGURA 2.2 - Exercício físico e a suplementação com antioxidantes: Estilo de vida saudável
FONTE Google Imagens
Fique por dentro
Atividade física intensa altera o estado redox celular promovendo a
produção de radicais livres, o que pode favorecer o aparecimento de
doenças e o envelhecimento, portanto é ideal que a intensidade dos
exercícios seja feita de maneira progressiva para que o organismo se adapte
de maneira saudável. Além disso, a suplementação com antioxidantes deve
ser feita com o acompanhamento de um profissional da área, pois apenas
em pequenas quantidades que essas substâncias trabalham de maneira
benéfica diminuindo as espécies reativas e promovendo saúde e bem-estar.
Indicação de leitura
Nome do livro: Editorial: Estresse Oxidativo, causa ou consequência
Vale ressaltar que nenhum fármaco, alimento, suplemento ou recurso
ergogênico é capaz de promover tantos efeitos benéficos, mediados pelas espécies
reativas, quanto a prática regular de exercícios físicos prescritos (NAVARRO et al., 2012).
Editora: Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício
Autor: Francisco Navarro (Editor Chefe)
ISBN: 1981-9900
Trata-se de um editorial escrito e revisado por mais de 20 estudiosos da
área, que aplicam seus estudos sobre exercício físico aos estudos recentes de
estresse oxidativo.
Indicação de leitura
Nome do livro: Aspectos Bioquímicos do exercício excêntrico e a
suplementação de antioxidantes
Editora: Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte
Autor: SILVA, L. A.; PINHO, C. A.; SOUSA, L. C.; SILVEIRA, P. C.; PINHO, R. A.
Artigo científico direcionado para as implicações bioquímicas da
suplementação de antioxidantes sobre osmarcadores de estresse oxidativo
decorrentes do exercício excêntrico.
Conclusão
ConclusãoComo vimos na leitura desse livro, o uso de recursos ergogênicos é uma prática
comum presente em todas as esferas da sociedade, e é motivado por muitos
aspectos, entre eles a melhora na estética, no desempenho físico e na qualidade
de vida. As pessoas estão cada vez mais se acostumando às novas tendências
alimentares e desportivas, o que vêm modificando os estilos de vida e os valores
sociais.
Motivado por essas mudanças, profissionais da área esportiva e nutricional vêm
se especializando e se adequando às novas perspectivas dessa geração.
Suplementos, vitaminas e sheiks vêm sendo consumidos em grande escala e cabe
a esses profissionais auxiliarem no consumo sadio e coerente.
Quando recursos ergogênicos ou outras substâncias que alteram o metabolismo
ou a composição corpórea do indivíduo são utilizados de maneira inapropriada,
efeitos colaterais podem surgir e tal fato ocorrendo entre atletas profissionais é
caracterizado doping. Por isso, devemos saber a importância de utilizarmos
corretamente os recursos ergogênicos lícitos para promover a igualdade entre as
pessoas e a melhora na qualidade de vida.
Portanto, o conteúdo desse livro permite a(o) aluna(o) uma visão mais criteriosa
em relação aos recursos ergogênicos, substâncias e métodos proibidos, dando
enfoque final nas questões éticas e morais que envolvem a sociedade. Ficam
nossas recomendações de complementação de leituras e atualização de
conhecimento, visto que dia a dia novos conceitos e novas formas de aplicação
surgem como métodos de aprendizagem.
Stephanie Carvalho Borges
Jean Carlos Fernando Besson
Referências
ReferênciasALVES, L. A. Recursos Ergogênicos Nutricionais. Revista Mineira de Educação
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<http://www.abcd.gov.br/arquivos/lista2016.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2016.
BARREIROS, A. L. B. S.; DAVID, J. M. Estresse oxidativo: relação entre geração
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BLOOMER, R. J. et al. Prior exercise and antioxidants supplementation: effect on
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Atividades - Unidade II
Sobre o conceito de espécies reativas, assinale a alternativa correta:
A) São lipídeos de membrana, proteínas e DNA.
B) Moléculas que possuem um ou mais átomos desemparelhados em sua estrutura.
C) Átomos ou moléculas que possuem elétrons desemparelhados.
D) Átomos ou moléculas que possuem elétrons em diferentes orbitais.
E) Espécies reativas são formadas a partir de lipídeos de membrana, proteínas e DNA.
Assinale a alternativa correta:
A) Radicais livres são formados a partir de reações enzimáticas que ocorrem nos lipídeos, proteínas
e DNA.
B) Raios UVA e UVB são os principais causadores de espécies reativas e por isso devemos sempre
fazer uso de protetor solar.
C) Radicais livres podem se formar a partir de estímulos exógenos e/ou endógenos e sua produção
exacerbada causa um desequilíbrio redox nas células prejudicando a homeostase celular.
Atividades
D) Lipídeos de membrana, proteínas e DNA são as principais fontes endógenas de radicais livres.
E) Podemos evitar a síntese exacerbada de radicais livres de fontes exógenas e endógenas
mediante atitudes simples como evitar bebidas alcóolicas, cigarros e uso indiscriminado de
anti-inflamatórios.
A molécula de oxigênio é fundamental no processo de oxidação sofridopelos alimentos nas vias catabólicas, porém é um dos principais responsáveisno processo de produção de espécies reativas de oxigênio. Considerado essaafirmação, assinale a alternativa correta:
A) O oxigênio absorvido na respiração é responsável pela produção de radicais livres sendo que
uma dieta alimentar menos calórica diminuiria a quantidade necessária de absorção de
moléculas de oxigênio e, por fim, seriam produzidos menos radicais livres.
B) Graças a presença da molécula de oxigênio nos sistemas biológicos, é possível a síntese de ATP e
como consequência a produção de radicais livres, que possuem apenas efeitos deletérios nas
células.
C) Os alimentos sofrem oxidação nas diferentes vias catabólicas com o objetivo final de síntese de
ATP e para que esse processo ocorra é necessário que moléculas de oxigênio estejam presentes
para evitar a produção de radicais livres, uma vez que essa é a única fonte de espécies reativas
nos sistemas biológicos.
D) A evolução celular permitiu que o oxigênio fosse utilizado nas vias catabólicas com o propósito
de evitar a produção excessiva de espécies reativas de oxigênio, uma vez que essa molécula
trabalha como aceptor de elétrons na membrana mitocondrial interna proporcionando a
eficiente síntese de ATP.
E) A evolução celular permitiu que espécies reativas fossem produzidas a fim de trabalharem em
diferentes vias metabólicas do organismo resultando na síntese de ATP.
Sobre os marcadores para estresse oxidativo, assinale a alternativa correta:
A) Morte celular e envelhecimento atuam como marcadores de estresse oxidativo, uma vez que
são de fácil identificação nos indivíduos.
B) Os marcadores de estresse oxidativo são lipídeos, proteínas e DNA, que uma vez alterados
indicam ataque por radicais.
C) Peroxidação lipídica e carbonilação de proteínas.
D) Os marcadores para estresse oxidativo são: peroxidação de lipídeos e DNA alterado.
E) Apenas carbonilação de proteínas e DNA alterado são marcadores para estresse oxidativo.
Assinale a alternativa que conceitua corretamente o termo estresseoxidativo:
A) Estado redox nas células alterado induzido por fatores exógenos.
B) O desequilíbrio entre os sistemas pró-oxidante e antioxidante causam a síntese exacerbada de
radicais livres, que atua de maneira deletéria nas células causando o estresse oxidativo.
C) Estresse oxidativo ocorre quando as defesas antioxidantes são eficientes e/ou ocorre controle na
produção de espécies reativas.
D) Estresse oxidativo são alterações sofridas no DNA, lipídeos e proteínas por ataque de radicais
livres que sequestram elétrons para se tornarem estáveis.
E) O desequilíbrio entre os sistemas pró e antioxidante causam o estresse oxidativo, uma vez que a
síntese de radicais livres está diminuída e os sistemas antioxidantes endógenos são eficientes.
Fazem parte dos processos fisiológicos promovidos por radicais livres:
A) Controle da pressão sanguínea, transformação e sinalização celular, alterações bioquímicas de
lipídeos e proteínas, envelhecimento, morte programada e geração de citocinas inflamatórias.
B) Controle da pressão sanguínea, transformação e sinalização celular, apoptose,
amadurecimento de frutos, fagocitose de agentes patogênicos, envelhecimento e fertilização
de ovos.
C) Transformação celular, apoptose, amadurecimento de frutos, fagocitose de agentes
patogênicos, envelhecimento, ativação de proteólise e alteração do material genético.
D) Apoptose, sinalização celular, envelhecimento, proteólise, fagocitose de agentes patogênicos,
transformação celular e controle da pressão sanguínea.
E) Câncer, mutação, proteólise, alterações em lipídeos de membrana, alteração do material
genético e geração de citocinas inflamatórias.
Considerando os processos patológicos causados por excesso de radicaislivres no organismo, assinale (V) para alternativa(s) verdadeira(s) e (F) paraalternativa(s) falsa(s):
A) Quando radicais livres se encontram em excesso, eles podem atacar várias estruturas celulares e,
consequentemente, haverá mutação no material genético das células afetadas, de maneira
que acarreta no desenvolvimento de vários tipos de câncer.
B) Indivíduos menos treinados, com fraco condicionamento físico ao fazerem exercício extenuante,
têm maiores chances de produção acentuada de radicais livres, enquanto que indivíduos
treinados e adaptados têm maiores chances de se prevenir contra os efeitos danosos causados
pelo excesso de espécies reativas.
C) A síntese exacerbada de radicais livres ocorre por algum defeito genético, ou seja, por meio de
processos endógenos, sendo que os indivíduos afetados não são responsáveis pelo controle do
aparecimento de espécies reativas.
D) Doenças crônicas, câncer, diabetes, esclerose, Alzheimer e intoxicação por xenobióticos são
exemplos fisiopatológicos de doenças relacionadas ao aparecimento de radicais livres.
E) Isquemia e reperfusão é um processo que pode ocorrer durante o exercício físico, causando
hipóxia temporária nos tecidos e com isso promovendo a síntese de radicais, os quais causam
envelhecimento e pode contribuir para o surgimento de doenças.
Assinale a alternativa que compreende o sistema antioxidante enzimático:
A) Superóxido dismutase, glutationa reduzida, glutationa redutase, catalase e glutationa-s-
transferase.
B) Superóxido dismutase, glutationa peroxidase, catalase, glutationa redutase e glutationa-s-
transferase.
C) Superóxido dismutase, catalase, glutationa reduzida, glutationa redutase e tiorredoxina.
D) Glutationa redutase, catalase, glutationa peroxidase, glutationa-s-transferase, glutationa
reduzida e superóxido dismutase .
E) Glutationa redutase, glutationa reduzida, tiorredoxina, melatonina e estrogênio.
Considerando os sistemas antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos,assinale (V) para alternativa(s) verdadeira(s) e (F) para alternativa(s) falsa(s):
A) Fazem parte do sistema antioxidante não enzimático apenas o GSH, a tiorredoxina, a
melatonina e o estrogênio.
B) Uma dieta suplementada com antioxidantes é importante para os atletas, pois eles ingerem
substâncias capaz de combater espécies reativas e de se integrarem nos sistemas enzimáticos.
C) Fazem parte do sistema antioxidante não enzimático substâncias sintetizadas pelo próprio
organismo como o GSH, a tiorredoxina, a melatonina e o estrogênio e também substâncias
adquiridas por meio da alimentação, como vitaminas e minerais.
D) Os sistemas antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos trabalham de maneira integrada, a
fim de promover uma eficiente defesa contra espécies reativas produzidas no dia a dia ou até
mesmo durante a prática de exercícios.
E) Antioxidantes adquiridos pela alimentação servem apenas para aumentar a proteção contra
radicais livres, uma vez que já possuímos um sistema antioxidante enzimático endógeno capaz
de manter a homeostase corporal.
Analisando o panorama geral que envolve estresse oxidativo, assinale aalternativa correta:
A) Os radicais livres podem ser sintetizados pelo próprio organismo ou por meio de indutores
exógenos, porém, o sistema antioxidante enzimático está presente no organismo para impedir
que ocorra a síntese desses radicais, o que poderia provocar o aparecimento do estresse
oxidativo.
B) Indutores endógenos e exógenos promovem a síntese de radicais livres, causando o chamado
estresse oxidativo.
C) O estresse oxidativo ocorre apenas em indivíduos que estão expostos aos indutores exógenos.
São eles: fumantes, alcoólatras e obesos.
D) Os radicais livres podem ser sintetizados pelo próprio organismo ou mediante indutores
exógenos, porém os sistemas antioxidantes estando operando de forma eficiente, são capazes
de combater as espécies reativas e impedir o aparecimento do estresse oxidativo.
E) Radicais livres podem atacar estruturas celulares a fim de transformá-las em novas espécies
reativas. Quando há um descontrole entre os sistemas pró e antioxidante surge o estresse
oxidativo e apenas a suplementação com vitaminas e minerais na dieta é capaz de neutralizar
as espécies reativas e reestabelecer a homeostase corporal.