51 mafra -...

8
GAZETA LITTERARIA DO PORTO 51 MAFRA bro do li 1 i com t:io festas qne todo o cncarcl·i- mcnto viria curto dt•1wis de se dizer que orçou por du- sentos mil cruzados o custo d'ellas. Quem lê dcsprevenidnmcnto aR relaç<ics do J,auçada :\ primcirn pedra, os operarios de modo como foi executada a trnçr1 mngnific('nto do con- ,-inte a vinte e c·iuco mil di:iriam!lnte; mas n'algumns lom- vonto cio Mafra, crê e pasma na co1worg<'ncia de forças, poradag trnhalh:wam passante de quarent:i mi l pcsso:w do vontades e de,·oção do paiz a condjuvarom o pensa- matricnladas nos roos dos j ornaes. menlo de D. João V. .A.o cabo cio treze unnos, convertidos o estagnados Primeiro que tudo, saibámos como so na alguns milhares do contos n'aquella serra. cio cnnlaria, ou fnulnsi:1 do filho de Pedro II 11quell:1 pedreira . bagal.elw cotno lhe chama o sr . .A.. Herculnno, Um dia encontraram- se no paço o bis1>0 D. Nuno ojubilosorci, aponlamlo para os paramentos saccrdotac:< da Cunha e o franciscano fr . Antonio de . José. quemaudãra expor no pa,·imento da bazilica, dizia: «Sai- 0 bispo capellão- mor disse ao frade: bam que isto que .,êem me custou mais clinhciro <1 ue to- - Y. Reverencia encommeude a Deus S. Magesta- da essa grande maquina ele pedra que nos cerca.» de para que lhe succe•súo. El-rei nosso senhor anda Eshwa cow,ummada e perpetuada a pia par\"Oit·c, triste, por<1uc :1 rai11ha nossa senhora lhe ni•O filhos. que em rclai;ilo no tompo era o maximo arrôjo cl'um ani- 0 .cn·o ele Deus respondeu: mo e mprchondcdor. O Luiz XIV por tugucz n•minwa->o - E l- rei terá filhos, se quizor. no seu Louvre. O conlriclo das façanhas juvenis, oxcr- 0 fradinho sahiu . E o bispo inquisidor, refleotindo citadas por cor we11 to>1 do monjas, cuidava q ue por do traz na resposl :t mysteriosa de fr. Anton io, perguntou ao mar- da. ingcnto bakilica do lllnfra o niio Ycria Deu:<, nem o quoz de GoU\·ea: supremo jniz, uc puro atordoado com ns -Que conceito faz da virtude d'cste arrábido? frades e o estridor do c:H"rilh:lo, ouviria :\ecusaçõt•s de -'r:11n: 111ho, que o fiz padrinho d'um filho meu . qucixo•os. -Oh!-cxclamou o futuro cardt>al. Voh ' tmdo agora ao principio d'este escripto, torne- \' oh· idos dias, ,·oh·cu D. Nnno da Cunha a cncou- mos a do fcnoroso auxilio que prc-tou {1 tr:1r-' . e com o frade e a perguntar-lhe o hentido latente 1 do rt•i o p:1i1. r<'pre:'('ntado ºº' milhares dl' op<' - da sua n'"Jlº"ta. O arrábido poz o.; olho> no Ct'O e disse : rarios, que alli concorriam de longes terras. Aquclla - Promctta ol-rei a Deus fazer um ron,·cnto ua pontancidaclc, •e a n:io explica o liberal cstipcndio, hc- vill:1 ck i\ Jafra, qtie logo Deus lh<' dari\ succcssão. mos ele arguil-a no 1•spil"ito piedoso que ja vimos obrar Dito o feito, foito quero dir.cr ni•o o eo1 wento, mas procligios na cdifirai;iio da 8('nhora da Lapa cio Porto, so o frnt0 dcsojaclo. No me8rno anno cio 1711 deu a r ainha é li cito comprmw a obrn do Padre Angelo de Siq11<' ira it J ur. um:1 menina . ele fr. Antonio do S. José. Fr. Antonio, quando :1 prin cc•z:t 1 1ascou, tinha ja Ora, se o l<'ifor qncr V<'l' que nem picdaclf', nem gc- mnrrido. mas o 1·cstigio que na term é neroso est ipcndio t>xplic·:11n o af:m n':1qnel- "'l'tillo: é o con,·cnto de )fafra. Saiha-s<', e apregôo-sc les trcz<' annos d1• inc·c•,,anfr trabalho. leia uma <·arta ine- c,f<' nome aos ingratos de hoje. f'<• não ti,c•<;c cxi>tido <lira <1nc um clom ahbadc bcnedictino e•cn•,·ia a outro um carpinteiro que, aos nntec cinco anno.,, ve,tiu a tuuica rcspond<'ndo no co1witt> de irem com :1 cortt> n••i•- do :5. Franci,eo, e se chamou fr. _ \nt onio de S. Jose, nf10 tir :\ sagr:11;:\o da ha•ili<·n em 22 de outubro dt> 1730. A teria Portug:1l aquelle poema do granito <ptc mostrar :LOS carta <>•to,·c ardti,:ula C'm Tibacn;. até que o c:irlorio so estrnngcim• c:;paut:1cliços, poema (pto na ordem do" poc- desfez e o:<p:1lhou. La g11ardan11n os frade• <'St:i paginn mas c·orn• parelhas em pczo e scrn•ahor ia C"Om :L Jlalaca do <tjornal opposicionista» dºaqnellc tempo. Frad<-< t>rnn1 co111pti.<1ada, com a ú1y8ippo e outros qne t:l("s das gordas então os politicos, º' obrc•iros clandestinos das ol\jtr rga- da nosstL tcrru. to1·ias laia <l'<'sla .. Justos ou injustos, imitanl<'• cios Sahirnm, logo que a rainha deu de fecunda, modernos, 1iq1wll<'• publi cistas inoditos hwnwam os S<'ltS trcs frades para a fundar o hospido, <' D. Joito V protestos dia11tt> da post<'l"idad(' . Por isso ficaram, <' for- foi JlCb•Oalmcntc escolher o togar do co_mcnto. As mam hojr a .hi sl01:i:1 . S1• o• atirassem prelos e .os di- pri:1çocs e clamnos causados nos eomns1- ns p:ux<1<'• do dia, chegariam atei nos st>m nho• cm di,·er"as epocas sommaram 14:738."150 rei•. O I força nem prcpondc•raP<'ia na balança cio bom I' mau do prim<'iro ,·oto do rei tinha sido ('('onomiéO : a promessa sceulo pa--ado. o pcor para o frade, Ct'rto. rnio •<>rin fcit:\ a Deus era de con,·cnto para tr<'Z(' fr:ul<'• · Depois, o do ><'li artii::o dt> ali::mn <>ditor subiu a quarenta; depois a oitentn; <'ultimamente a tre- lhºo E' lll'm de cr<>r que lh'o tmsl:uln.-<'m z!'nto, . N'r•tn conformicladcdl.'iinC'ou onrchitecto alemão para fi•rro <'lll braza , :i noticia do corrC'ge- Llt(lovici a •na traça. dor do bairro c·hegn•'e a •Pguintc carta: Carnr:un-•e os alicerces a hraço• de• quatro centos !<l\[cu amigo e V. ll. me convida para 1',fa galhofa nté sciM centos homens por dia e a vinte do profnn- de l\lafra, o 1•tr tc•nho por galhofa rogar -me vm.'" pam didade. cst .a por qu<', podendo caber nas clauzula• cl:I l•'oi benzida :1 pr.imcirn p<'dra no di11 17 do no vem- rasào o nprtit<' de ' º(' r novidncl c•, não •e omp:1clec<' com Jff)lf,Jl (l 6

Upload: duongdien

Post on 17-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GAZETA LITTERARIA DO PORTO 51

MAFRA bro do li 1 i com t:io lu,•ida~ festas qne todo o cncarcl·i­mcnto viria curto dt•1wis de se dizer que orçou por du­sentos mil cruzados o custo d'ellas.

Quem lê dcsprevenidnmcnto aR pomposa~ relaç<ics do J,auçada :\ primcirn pedra, ~ubiram os operarios de modo como foi executada a trnçr1 mngnific('nto do con- ,-inte a vinte e c·iuco mil di:iriam!lnte; mas n'algumns lom­vonto cio Mafra, crê e pasma na co1worg<'ncia de forças, poradag trnhalh:wam passante de quarent:i mi l pcsso:w do vontades e de,·oção do paiz a condjuvarom o pensa- matricnladas nos roos dos j ornaes. menlo de D . João V. .A.o cabo cio treze unnos, convertidos o estagnados

Primeiro que tudo, saibámos como so dc~euhou na alguns milhares do contos n'aquella serra. cio cnnlaria, ou fnulnsi:1 do filho de Pedro II 11quell:1 pedreira. bagal.elw 11uimtiiU10~a, cotno lhe chama o sr . .A.. Herculnno,

Um dia encontraram-se no paço o bis1>0 D . Nuno ojubilosorci, aponlamlo para os paramentos saccrdotac:< da Cunha e o franciscano fr. Antonio de . José. quemaudãra expor no pa,·imento da bazilica, dizia: «Sai-

0 bispo capellão-mor disse ao frade: bam que isto que .,êem me custou mais clinhciro <1 ue to-- Y. Reverencia encommeude a Deus S. Magesta- da essa grande maquina ele pedra que nos cerca.»

de para que lhe dê succe•súo. El-rei nosso senhor anda Eshwa cow,ummada e perpetuada a pia par\"Oit·c, triste, por<1uc :1 rai11ha nossa senhora lhe ni•O dá filhos. que em rclai;ilo no tompo era o maximo arrôjo cl'um ani-

0 .cn·o ele Deus respondeu: mo emprchondcdor. O Luiz XIV por tugucz n•minwa->o - E l- rei terá filhos, se quizor. no seu Louvre. O conlriclo das façanhas j uvenis, oxcr-0 frad inho sahiu. E o bispo inquisidor, refleotindo citadas por corwe11 to>1 do monjas, cuidava q ue por do t raz

na resposl:t mysteriosa de fr. Antonio, perguntou ao mar- da. ingcnto bakilica do lllnfra o niio Ycria Deu:<, nem o quoz de GoU\·ea: supremo jniz, uc puro atordoado com ns p~nlmodias do~

-Que conceito faz da virtude d'cste arrábido? frades e o estridor do c:H"rilh:lo, ouviria :\ecusaçõt•s de -'r:11n:111ho, que o fiz padrinho d'um filho meu. qucixo•os. -Oh!-cxclamou o futuro cardt>al. Voh' tmdo agora ao principio d'este escripto, torne-\' oh· idos dias, ,·oh·cu D. Nnno da Cunha a cncou- mos a m:1ra,·ilh:1:·-110~ do fcnoroso auxilio que prc-tou {1

tr:1r-'. e com o frade e a perguntar-lhe o hentido latente

1

cJc,·~:io do rt•i o p:1i1. r<'pre:'('ntado ºº' milhares dl' op<'­da sua n'"Jlº"ta. O arrábido poz o.; olho> no Ct'O e disse : rarios, que alli concorriam de longes terras. Aquclla <'~­

- Promctta ol-rei a Deus fazer um ron,·cnto ua pontancidaclc, •e a n:io explica o liberal cstipcndio, hc-vill:1 ck i\Jafra, qtie logo Deus lh<' dari\ succcssão. mos ele arguil-a no 1•spil"ito piedoso que ja vimos obrar

Dito o feito, foito quero d ir.cr ni•o o eo1wento, mas procligios na cdifirai;iio da 8('nhora da Lapa cio Porto, so o frnt0 dcsojaclo. No me8rno anno cio 1711 deu a rainha é licito comprmw a obrn do Padre Angelo de Siq11<' ira tí it Jur. um:1 menina. ele fr. Antonio do S. José.

Fr. Antonio, quando :1 princc•z:t 11ascou, tinha ja Ora, se o l<'ifor qncr V<'l' que nem picdaclf', nem gc-mnrrido. Pa~.<ou; mas o 1·cst ig io que dci~ou na term é neroso est ipcndio t>xplic·:11n o procligio~o af:m n':1qnel­"'l'tillo: é o con,·cnto de )fafra. Saiha-s<', e apregôo-sc les trcz<' annos d1• inc·c•,,anfr trabalho. leia uma <·arta ine­c,f<' nome aos ingratos de hoje. f'<• não ti,c•<;c cxi>tido <lira <1nc um clom ahbadc bcnedictino e•cn•,·ia a outro um carpinteiro que, aos nntec cinco anno.,, ve,tiu a tuuica rcspond<'ndo no co1witt> de irem com :1 cortt> n••i•­do :5. Franci,eo, e se chamou fr. _\ntonio de S. Jose, nf10 tir :\ sagr:11;:\o da ha•ili<·n em 22 de outubro dt> 1730. A teria Portug:1l aquelle poema do granito <ptc mostrar :LOS carta <>•to,·c ardti,:ula C'm Tibacn;. até que o c:irlorio so estrnngcim• c:;paut:1cliços, poema (pto na ordem do" poc- desfez e o:<p:1lhou. La g11ardan11n os frade• <'St:i paginn mas c·orn• parelhas em pczo e scrn•ahoria C"Om :L Jlalaca do <tjornal opposicionista» dºaqnellc tempo. Frad<-< t>rnn1 co111pti.<1ada, com a ú1y8ippo e outros qne t:l("s das gordas então os polit icos, º' obrc•iros clandestinos das ol\jtr rga­mu~as da nosstL tcrru. to1·ias tí laia <l'<'sla .. Justos ou injustos, imitanl<'• cios

Sahirnm, logo que a rainha deu signnc~ de fecunda, modernos, 1iq1wll<'• publicistas inoditos hwnwam os S<'ltS

trcs frades para ~fafra a fundar o hospido, <' D . Joito V protestos dia11tt> da post<'l"idad(' . Por isso ficaram, <' for­foi JlCb•Oalmcntc escolher o togar do co_mcnto. As cxp~·~- 1 mam hojr a .hisl01:i:1 . S1• o• atirassem a~s prelos e .os di­pri:1çocs e clamnos causados nos agrt<'ultor<·~ eomns1- nllgm'~<'m ns p:ux<1<'• do dia, chegariam atei nos st>m nho• cm di,·er"as epocas sommaram 14:738."150 rei•. O I força nem prcpondc•raP<'ia na balança cio bom I' mau do prim<'iro ,·oto do rei tinha sido ('('onomiéO : a promessa sceulo pa--ado. )la~ o pcor para o frade, Ct'rto. rnio •<>rin fcit:\ a Deus era de con,·cnto para tr<'Z(' fr:ul<'• · Depois, o dc~credito do ><'li artii::o dt> oppo~ição. ca~o ali::mn <>ditor subiu a quarenta; depois a oitentn; <'ultimamente a tre- lhºo e<tamp:t•~(' . E' lll'm de cr<>r que lh'o tmsl:uln.-<'m z!'nto,. N'r•tn conformicladcdl.'iinC'ou onrchitecto alemão para ª'costa~:\ fi•rro <'lll braza, ~e :i noticia do corrC'ge-Llt(lovici a •na traça. dor do bairro c·hegn•'e a •Pguintc carta:

Carnr:un-•e os alicerces a hraço• de• quatro centos !<l\[cu amigo e ~r. V. ll. me convida para 1',fa galhofa nté sciM centos homens por dia e a vinte palnro~ do profnn- de l\lafra, o 1•tr tc•nho por galhofa rogar-me vm.'" pam d idade. cst.a fm:c~iio; por qu<', podendo caber nas clauzula• cl:I

l•'oi benzida :1 pr.imcirn p<'dra no di11 17 do no vem- rasào o nprtit<' de ' º('r novidnclc•, não •e (·omp:1clec<' com Jff)lf,Jl(l 6

Page 2: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GAZETA LITTERARIA DO l'OLlTO

1\ rrofis"'º dt• 1•ntholicos poder achar gosto no que tom re•peito, to1nantln-llu:s '" "'"tn•. hois (' 1•:1rros. Choram sido ª"umpto do tanto" pezares, nem ter olhos para ver as communidad('' do, n·liión.,os, por que fom d'hor:is se o que tem >ido cegucir.1 de todo este reino, nem meno>' lhe< rompem :i- sn:h dauzura,, e n'dlas entram o~ belc­quc haja ri1.0 onde •o,.~ tanto cb?rar. So V . H. eot1i de guin,, e-birro• e l:11·ai1>- 1111e com el-rc•i na barrigaosn:to animo para ''t•r mi•eri:b, hhtimas o estragos, pode faz<'r ex<'Cptu:un tia- 1 ulgart•- i11"1I.·1H"ÍM que t·ostumam pra-11 sua jornada, qu<' eu, ;,egunclo a lei que profc<so, me ticar. Choram o• grand .. ~ dn corte o -cu abati1111•nto; que não P"'"'> co;1pacit:1r que stja licito o ver nem applamlir lhes nfw ~uard:un n•1uclle• foros qm• grangearnnr :i custa a~ ohr:h <lt• ~larr.1; <', por que a proposição nfl.o pareça a das pr0<•,:1s <1u1• •1'11• :1nl1•p:1.-a1los obral':lm cx1,.,111lo as vm."' 11h•olu!:1, retorra aos meios que se tomaram para a 1 .-idas e fazenda; para (•111 toda,ª' quatro parte.- do nnm­edifü•:1<;ilo d\•,to l!(lificio, <' º' achar:í. to•almcnte contra- do estalicll'<'Cl'('lll dorninio a<h r.·i~ d'csla 111011archi:1, e rios i1 dispo,iç:io <la lei natural e di»ina; ele cuja con~i- por lhe su,kn!an•m na c:al)l'Ça a coroa que logra; n<'hnn­dcrn<;:1o 'ª"<' l1•gitima a minha c:onsequencia . do-se reduzido, ao foro d1• ph•h('11s,•cm nqm•lla disti1}('çfl.o

"J~m prinwiro Ioga!'. foi errado o meio ele cons!ran- com que foram Mndccora<lo, ainda pela..~ rn<',ntas lei, Cho­gcr o• honwn~ n'<•,ta :ipetito•n obra, por ser Yolnntaria r:i a corte o •l'U 11ni1•or~nl "'trago pol' que"" :uTuin:un o 11í10 util <' n<'ct••saria :10 reino, por que o príncipe, ain- º" S(Jns ed ifi<-io., s1•m 1"011wdio por folra ti<' artil\<'t's e ma­dii qu<• ,ob;·rano, 11ào tl'm dominio na liberdado dos sous lt•l'iacs parn s1• t\('t'lr<lir rw' "'"" reparos. ~a mesma oor­vl\8s:1los ao• constmng\Jr inroluntarios nas coisas que 1<' rbornrn º" lt•rnplos po1·11111• s1· acham as ,antas imagens p1·ivatil'1L111(•11(<> portcnc'<·m ao gosto do 111esmo principc, spru ''C11ora1;flo l' "''Ili limp1•l.:L Uhornm ª' po,·oac;ões do e quando ohra ahsolutn, fic:i trnnsgressora do direito na- mino o ~ou c~I rn~<" Uhora111 as aldl'ias e os cnmpos a tural co1110 11ualqucr outro part.iculal'. 'r 1)stemnnlras ela falta do .uulturn por que n:io ha agricultores que os fo.­coacção 1· da '•ioil'1wia niio somente somos nós que co111 brique111. Uhonirn os monh'< porquo lhes falta a soeii:,~ nosso• olho< ,•irno< li tantos homens arra~tllclos polas es- daclc clox pa,,torl's e dos g :u(oij . Choram os animaes soh­trada, 1• r1rn8 com <'ordas o cadeias conduzidos por bcli- postos n cxcc~•ivo trabalho sem t\lirnonto. Tudo quanto h:• gui.1' 1·mno clt•linquentcs jl1stificados, como tambenr sf10 no reino chora, por qne tudo éoscr:wid:Io sem esperança. as m ••111'1" pC'dra~ a quem feriam os gemidos faminto;. de rc,,gatc, poi,, ;,e fazem irrcpt1r:wcis as perdas o damnos em 11111' d(l<afog:1va111 aquclles corações affiictos, ou ji1 por <lno se experimentaram e '':\o <'XIXll'Írnentanclo. que "'' considt•nn-am reduzidos a estado de cscradcliio "No cx<.~·-•o tia MI:\ dor disia D:wid que lhe scn·iam imm •rceida. ou por qno na tyrmrnia cios conductores ex- do p:io a~ lagrinr:h dt• di:i " de nontc; e com diffcrento pcriml'lltal'am inbnmanidade.•. 1 rnotivo c-tamo• 'cn1lo 11uc s<•r.-cnr cio pi10 a• lagrimas,

.:Foi errado tarnb!'m o meio ele i.e fabricar o magni- noite e di11, ao-< ruorndon:' de Portugal. Xo eco ainda se fico t•lifü·io tÍ cu•ta da' fazenda;; alheias, porque o priD- ou,·orn o etcrn:111wn11· 0111 ir:1o os brado• do :.anguc de CÍ)ll' 11 ·,., ~ >enbor d:i- fazenda~ cios "<'11~ \':\SS.'l!os para a~ .\.licl inj11sla1111•nh' ,J •rrama•lo :Í• 111flo" da t~·ranu.ia de com·crkr e tli"tribuir a 'º" :\h•idrio; c é absolutamente '<'li irmão ('ai1u. E porqul· u:lo s(' uu,·irao no eco os bra­con :a a 11•i divina t•nnar o alh<'io conh·a a ,·ontade cl" cio< cio -angm• d1• tantos .\ll<'is dt>rramado 1i itL~tancia de •ou ,) mo>. g nolt: bem, nwn amigo, :;e é que pode caber maior ty .. annia 1• 111111<·:1 ,.i,ta l'rncldado? ua 1• ,,,.1,rt'lu·n•ào o <1n<1 podo ser abysmo, as perdas <' «~c;à1ll'~lt•,os11wio~, mon amigo,dig:t-1110 V. R. fal­dam:ro, cm que ,e t!'m arruinado este reino com as obrn; lando 1:01110 homem 1• !'orno C'at holico, como pode ser o seu de !ilafm, I'ª""º a dcsc:orrcr particularmente por ell:ls, e fim do agrado cl<' Dc•u.;? Por mnis <pie se me diga que achar.'1 'I"º nem uma só p<'~soa cl'este l'cino poderá 1li,,er esta obra "'' 0111·:11ninha ao st'rl'it;o de Deus e sen lom•or,

00111 , ••J'd:t lc 1p1e ~o :1ch:t eximida d'ell:is; e, corno pelo" por fol't;a do fc t'slou olirigado :l crer qne n:'io podem ser offci .u· r·lwganr<>• ao conhecimento das causas, recorra do agrado d1• D(•111<. As obrns cio que Deus se agrada silo viu."' :i~ lai.:rim:1s quo HO tom chorado o se viio ebornnclo u< do 11ti<eri<·ordi11 l' ju•liça cxt'rcitndns como l'Írtnde. p~r.1 d'd la~ inf'uri r a~ ponla~ o darnnos que "üo a.~ Ia- O~ras fe itas l"Onlrn a 1•irtucluda jusliç11 o n1i~cricordia .;;ão grim.i• <'0111 •<' <•xpli C"am OH v:1ss:1los opprimidos. Cl1om111 obra• do 1liaho, <1110 n:1o do 1><'11~. 1"11rlar p:mtclarcsmolas

08 hmncns ns perda• cios seus bens con.-ertidos contra é proposição co11d,1111na<l:i. Fuzor templos dedicn<los a Deus voutadc ,;ua <'m l':lidndcs; choram a perda da sande em ~'0111 pr<'jni ~o de turc:ciro 1i C'u<tu do sangue dos pobres; nfl.o nm "º11 rinuo gir.l <lo trahalho, expostos ao rigor do frio se aju•ta com a ll'i que profos•<tmos. E, se não podo ser do aem camn cm um deserto, no intenso das calmas, sem som- ngr:1clo de DouK, que quer o mon amigo que vamos ver a bra 1..,111 abrigo; choram n misoria da fome sem paga- i\lafrn? Qm• potlomo• l'or 1p1c nf10 seja inceutirn para mcnt•i; choram :\ pcr1l:1 ela~ ,·iclas o. das almas na falta do, n111goa? Que foz que '<jam marrno1es delicadamente Ia­aacr:uucnto• om artigo ele mort<'. com evidente perigo de 1Tado~, i;c :i t'<>n-itl1•ra(;:\o <' pi1•d:1de de c:uholic."<> me con-1111(1 .1iJu1. <i 1·:111>!1) rni'l'ria~ vida a di-..-utT..r •1m· t1,.lo •••lt' n•ino tem ~ido t.'Ordeiro de

"l 'horam :" mulhcrl'S a falta de .cus marido>, por cujas ,·eia' t:orrl'U o ~nnguc pam mnollccer as durczas do llll'' faltar o >O<'l'Orl'O dos jornae3 oom que as amp:ira- marmorc? Q1"' importa:\ i1wxplcc:\\'cl pcrfoit;iio cl'aquel­vam. Cbornm '" filhos por que não tem pais que lho ad- le 1.~lificio se a rnzão mo ohriga a pcnear qnc os seus ma­mini~lrcm um bocadinho de pão. Choram os ecclesiasti- teriac~ foram :un:i,,11dos c-om lagrim:\S e ouor do root.o oos 11, immuuidades ela egreja, por que lhes faltam ao do• tJQlm.!>? Que monta a nrngnificencia do templo, se

Page 3: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GAZE'!'.\ LITTERARIA DO PORTO 53

nf10 hn pedm c·m cuja f1:011to núo . P~tt:!am ~rn' ada>< c~m l para ~o 1·\'limr do,.~,. 1\faf'ra (i qual ou nilo oh.amarei tem­Iettras do sangueª" cfig1os da nH11 01· nolencia o ty rall nrn' pio de Dt•us, mas s11 n º'pel1111ca de ladroes. E por niio ap-

1\Ieu a.migo, que . omos nós, catholicos ~u ~·a ri.aro~, 8e I !iro,·ar o que 11f10 pode ~<'r do agrado de D<lu~, uào quero catholtcos, 11 :10 dt·,·~mos com a 110.-a C'uno,ulad1• appro- 1r a )lafra ek.» var eff1.'ilo' eh -olwrba e dc.-hunrnnidadc. E n;íocominba mai, a io,olente carta do dom abbado

«De q111• "'·1·,·c a compo~içf10 cios sino~ parn a ,oJfü be1wdi1•tino. Heluz n 'olla o que cpter <JUO seja do ,·crda­

dos mintu:•tc.,, se a lettrn que 1l11 toum silo os gemidos e la- de e jnsti<;a. Escriptoros cocvos em termos moderados e mentoil com qn<' desafoga 1> cornc:i10 de um reino aflli cto? t ímidos delataram o despotis mo com que a~ auctoridadcs

N o templo de D eu,, a melhor ~olfa para cnlour >t'll' lou- pr<winciac . .; c·ompclliam os agri<'ultores o oflici:ws a irem ,·ores é aq1wll:1 <pie >C com pi);• do h•mpo perfoito que é o ela trah·llh:ir cm ;)fafra. U 11 rscriptor nosso contcmpor:rneo

graça. e a <ptc tem por propri1•1h1dco as boasco1i-1·iencia~, pre,umr CJllC D. J of10 V ignor:wa as ,·iolcnci:t> pratica­

por n>zl'., ,._ omÇóes, por lii.:uru' M ,·irtnd1•,, por pan- elas, e aceitava como ospontaneidadc amorosa ele seue

sas :i ob:1cn •1111 cia dos prer1•ito11, por pontc,s os da pc1·- nl><salo~ a prodigiosa concorrcncia ele bmço~ . (•) Como

fo ição no• <·0:11l11 n1·><, e por nwstrc da capclla o autor de quer quc1 fosse, a prcs<a qno tinluto rei de l'Cp1·01l117.ir-se,

D eu• . . ~h' m••• ;uita~ <lo• hc•1't•g1» é que somcnll• podem e o ,·a limento de fr. An to nio com a~ força• fr ·nndativM

fazl•r hoa <· ui-.onan.·ia <h 111inu1·tes , hon ... inet•ntivo .... 11nt• tl1•-.t• •m do ceo. ~t•1-.tra1n grandc.s an:,tu..,tia .... , cnor­para vit"Í•>-.Trn1· 11nos º' tcm11l<i- cm 1llC'<t11ita-; J><>i- n~ nws ,J .. ,per1li<•io< e um ac••n·o d1• pc. la<;os dt' 111 ·1r111 ire que

mo' que parn )fafra. CJUI' lul\ ia de >cr tt•mplo tio• 1) "''' t"nto rnrmt:un alli cotu•) n:t< pedreira< d'oncl1• º' qacbra­~c compo<l'l':\111 º' inirrnêt<'' da< 11l('<q11itas de. fogl1terrn. ram. Do, zimborio< oxplt1ndid•>S cio templo para .. im:1 es­

S('.ja Deu' •lllllJH't• lonrndo, pois pcrn1i ttc q11 l' o~ (':lpuxi-

1

tit o <·t•o, onde', primeiro q11c1 a< ornçõc~ dos f'r:tcl us, ch<'ga­

nho~ da .\ rrnliida Pª~"l-'Clll cio c•,taclo de h111nild1·~ ao chi ram ª' l111u1•1itações do~ op1·imiclo• 1wl1i- , ·,•rtlugo' do br:i­

grau<l ••;\, ela 1·-tn•ite'a cio- c·11l1iculos á amplitmk• cl"tun "º rt•:il. .\.11uillo não <·on' ida almas dc•,·ut:i- nem pocti ­

p:1Ja .. j >, d:\ pohrc-a das e-m ria- p••tli1h•, ií r.1.;ao p.itu:ia- l''l•. O 'JU<' n••umbra da opul,•ncia carram·ud:t 1• dnra do

na com 1:1111:1 fartura nclmini,trn.la, ela 1110<11•,tia clt• ü·a- tant:1 (>"tira ,·c.•tida dc l.u;:lrÜ• '' folh 1~e11' l: 111uiti..sim:t

dc•• :l ha iliu·in o.< do min neta,, qu1• 'ale o ~1u•smo CJ no de 1 h,1 po<'ri·i·1 <' mnitis•imo ouro q1ll' ja ,·inhn o ·n1lhado ela& virtuoso• f'rnnl' i•c·auos a lltH r.•l,ix \ 1 n·,•.; L i.h 'l'<H . ~ou- lag ri m • d"outros opprimiclos cr alcm-mar.

tms tanta, mil yczes "~ª D,•u• krn,·:u lo poi• pcnni tt iu e. CA:;'1•1a.1,o-u11ANCO.

que r1.•,u1·;.ri ...... ,. a ~oh .. •rh•t (lc B 1h ·l~ e <llh' l' ;ta torr • ~t· t-<>niÍntw ... u1n nu ... confurulir ª' lin,gn<-h p~lr;l 1alartao ... not

cd•' i11alnwnll', uwu amigo, para ver )fafra ll a<J ,: ue- 1

w•"11rio ir a ~ l afra; por ,jlJC C'ila po · nos,os Jh'l't-:u(o, c'-

ECCOS DE LISíW \

tit l"'lll to<h :l partt• Cl.> rt\ill • ! J> )i' 11 lO h:\\'{'l'.Í n\•Jlt• )>·'; l"111 ~ulcillio.-.. \ ll1'1UU\l\'ll1h ttlliCida cif' JWIHO~ (li<ls.-De

... O;\ 1l_ll' u to t-.·nh t tour1 lo t'atr.• cl •u .. •.;a . . :\I.tfr.l, t• :t 11.lO coiuu 11111 l tuulher ,;.\• t l\'iou p:lr:\ R mort .... <:um1> ,. ... "on pRra

trag .. l atr ne~,td·i na :,! .. lr~.utt.t , .. eor·t•;ão . .. Xo rt•Hn .. ti~ 11·11 \ f l 1 -Cm1tra1lit m ti 111u <"-.nirito allm·i111Hl 1. - R ri.Jtla .!I ,1~., t('IU ,.., dt•-.c >h•)rt'> 0 iuim~ l . \"";\Hl,h ti.-.uulu a tlu wm11 ti li< )f .-Xiu~u rn ttaL•rs ·r ?P\·i..,t·\•lo. -.\e 1srlrl com

· c-.cn1pulo11.-H••t.lrigo d l Ftm.c ~ 1. ~l tga.lh·\ ~ t• o fin tcl1, miuh~· 1nnscat"t. H •p;tl't' h?lll <tll<' !'-!'' t•i-.·n1,oe .)f l ·ra dt• <·inco trotlo Br.1:1.il.-O:ie:;piritwu•l1•\'.tdms n lOtt•mPmo ri,fü:u1o.-Uma

lcttnl< <[ll<' trnla< tlcnotam il uo••:I )lJ l'lliçáo. Dllnola o ,J[ c1 •• l'"•'H''" do ~;gypto.-0 poço hi•toricn cl 1ru1 d, l'rati1.-<}tH' Sl'J°''ll\0.., mm•fos; O . l -1 ~,1,/0(; f> f 1-_(un·/i1/C)"11' O ft- .\11ti;t 1'11 th rlll'll; rom·trl hl.-('onlHc:to nt\ (':Urn) il'li t~:io.-.\K <:Í~-

rQllf> ui> : e 0 ui' 'm 1 .. 1- lri 111.fw/a ... . E. ~. ª'"'ol:ulo:-., rou- tn1Mtt mouri"<'•'L~ e o~ ru110" cio JW"te.

h:tclo·. nn•li•i >·. :tt" .t•ta (.,,''morº' •:io º' ll'r•·1"' a '111 • O :1<·uut1•cimcnto nui- not:wd cl't--11•, ultimo-dia~ é nos :WÍl:llll•h l"l lnsi (o,. por pra•j 'lll'CXJll'rÍl'llCi:t tll'jll•ti- Ulll :\l'Ollll'!'imcnto h1•lll l;hlÍIUO,O: é ll•ll sni<·idio. o~ Rni ­

~a, est·bw>• 11lu:i:,:.1.los 11.di ·r ni·il ''" :'\l tfrn 1' dc•, •'l't\tl-a: l eidio<, l•lll Lisho:i, tc1•m-s1• tornado iuti•lit.ml'llh' uma en­

pois tle.,lt• o d1l11no 11nin•i·s:1l "~llin• .ro<e•nad'.' uo ca~C'a· forn iicl:ult• moral f°rNJllt'lltl', mas este sing nl:u·i sa-se pela~ uhar cio tn111ulo parn ,c•r o chlu' tr> unt\'Cr>al d t•,[11 l'l'lllo. cin·unstanc·ias extraordinari:" que o :\companhar:un.

· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · • Foi uma mulher :1 suit·i1bcla: eontava <p1ar!'nta e tantos ._);,io JM'"º· meu amigo, ak 1111;:1r o o<lio •Jllf' tem o anno, . • \inda !'ra formo-a,. de gentil c l'lt" ada "'tatnra.

rei ~Vh .. pn ... '.t ..... ~110 .... nciu t:ln 11• • •legcncra"l-... CIH para ... er Fiearn 'iuva. ha. anno"", t' cl"t•"'tc con ... or<"Ío ti\"t•ra un1 ti­dt•slicrdaclo cl":1ep1t>lle ag•1'11lho 'llll' m<'r!'e<'rau1 ª'" rei' lbo, ljlll' lu~jc é homem . l>C'JIOÍ8, amanccbou-<1', com um ~cus prcd1°l'l'K•<<11'!••; ponpll' 11:1 1·01i-tancia do •offl'inwnto incli"idno hom cshtbclt•<" ido, n'nm cios 111T11a111<·1itos da

t' le:thbclt< cio< att;•ch' nãoº' lia mai• clNlic·ailo.•. O t•c•rto liaixa, 11,. •[lll'l11 h•\'c mai" si·i~ filho,, q1w todos o pae cn­

é que e-t<· al1:1timPnto é 1li-po i~ :o<> ]':Ira nos fal.•'I ' apoi-ta- jeitara, nwtt<'nclo- os na ro1l:t ... '.

tar d:t l ·i. para o qne é i:I pri:11·ipio "'h atte...i·uh qnf'l,ra Fom "'mpre <'Olll 1·ntr.111hado de-zo-to, •1uc a j.t<>brc com :l s • 1 • ap·"tnlit•a e - 1·r:l'• º' lin• a nw"1ui a .i .. )fa- mullwr Yira l'l'ali-:tr c-tt> acto, e . pelos modo' c:hegára fra., on<h• por l'l'C'Cado~ no,:.;o~ \'t•rt·1no:-: a!i <"Primonia~ dn lei escripta . Dl't1K nos di' ela "1'1 gra<;R e t011lia d<' <ua mão 1

n que nau d1•"•;pcremos da sal va•;:io, e a V. ll. df· luz (º) Pu"r1rat11a. 4.0 ,·01. cln 1.• Serie. pag 6G.

Page 4: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

54 GAZETA LJ'ITEfl.\IU.\ DO PORTO

algurua,. wzc~ até a cxprolmw t.10 d!'$:'1mor:wel cl<'~apêgo t<•rin . Porilm, <1":1qui em diante o< pormenon•s cl"e>tc sne­no homem que, com bens da fortuna e não dnvicl:mdo da o.·1••,o 3,,1111u•m a gra,·idadc qn<' SÍ> 11111:1 inl·onc·~lJi,·el fir­patcrnidadc do3 rcccm-mi-cido~, o>:repnl•ára pam o lo- nw'a de c~pirito, e, ainda mni~, num in('ont!',h\\'el do­ca!, onde a sollicitndc da caridaclc ofticial conigc a im- nu;:1o dc• caracter, lhe poderiam impri111ir. mora.lidado de tão ruins ;1cntimcntos . Uomo di,sc, a porta da casa foi arrombada o aborta.

Estas magoas o onlrns, gcrnra1>1 dosaYenç:15 enl m g eom qnc e~pectaculo dcr:rn1 os ollw,, um! de\'aS-cstas dnas crcaturil8, que as Lc•nçiíos da igreja não nn ia111 sa t•nm o que l:i i>t der tro? 1w111 um :tffocto xanto e noh1·c pnrific:wa para com a hc- H n\' ia ~6 u1>1:t 8aleta: para <lcntrn 1111m ako"a, e ao nc,·olcncia chi sociedade. O hnmcm via n'ella t:11Yez uni- lado a p<•q 11c11:1 cosinh:i da rasa . camcntc a $Ulisf:u;i\o urn!al do~ H'll~ dc~<'jo~ mai~ anim:1(•,; .\ c•ntrada da alc·t'"ª fi('arn 111<1,1110 c•111 frc·ntc e :L al­e clla, a desdito:.a, cncoutra,·a 11 'cllc por ,·cntuni um g1111" )lll"º' c:<t porta da t'scada, por i-so o• c·urioso, que dºcstes "''"11ijos, q1w, para a mulher, tC<'m apena" a "i- 1 ac·udir:lm a prc-1•11c·iar C$te Jane<'. ª''im <)llt' l'lltraram, gnifieat;:io que um empn•go qttulcptcr tem para um ho- clc•mm log" d•• chapa <'om o tri,tc• pai1wl. 11ue ahi ,-ou mcm. d1·-crr,·rr.

Afinal ,·cio a di,<.'Qrdia e, com ella, a •cparai;:10. Xa pari<' 'upcrior da <'nlrncla cln al<·•i' a, C"ntrc os Ma,; a scparac;fto cht•gou pam a infoliz, com a circnms- ali•<ll't•,, lr:wiam 11iclo p:18sadas 1111111~ <·orda• e d"<''"'ªs tanci,t infamante de nunca mais lho ser aberta a poda C'<u·da< pc•ndia o corpo d:t in!Ort11nacla 111111lwr. tla cas:t do homem com <1uo111 c~ti' cm . E"te homem t inha Por 11111:t illusilo do optic:L, ponpll' o f1111do d:t alcô­nm<t filha da esposa, que lho follccêra, pois hunbom era va rslav:t cscnro, e a claridade h11t i:1 d<• fi\rn na infeliz, vill\·o, nu•nina a qnunr 11111ito qm·ri a a s uicidada . Dc•a- n·alçando- ll tc as forma~, ou tnh·l'z pol' 1111m d':tcp1cllas peg:ida crnclmcnto do~ f'ructos que reclamavam o 8CU al lucinaçõc•s dos sentido~ facc i ~ de ox1H•ri111en tar cm affc<:to 111:1terno, aqncll<.! conu;ilo de miic como qu<' ado- 111011wntos tac", a todos pa1·er·c11 Ycr, qn<' o <:orpo suspcn­pt:ír:\ a filha alheia, por :ilimcutar o sentimento que as- ~o caminba,·a para a l'rcntc, como \'indo!\ l'('C'l'ber :t gen­•i:n ~nbsistia menos exacerbado de saudades. ~:lo tornar te que cntraYa. poi, a ,·er aquclla menina, cm cuja estima consuh>tan- Uma repulsão ele paYor foz r<'cuar º" mai• adianta-ciava todos os carinhos e ext remos de mãe, tornava-se o do» golpe mais fundo cp1e lhe podia dci;carregar a ad,·crsi­dadc. Arrancar-lho ,cn8 filho, fOra j:í nma crne-1.a; nrns prirnl- a do olijecto com <JUO o sentimento materno se

Y;•nciclo e-te mo,·imento irl\'olnnt:u·io, o~ olhos po­dl.'rnm analy-ar :t~ p:1rticularidade~ cl'l'St:t "cc•na.

1~111 c·onst•quencia cio pe>O do rorpo 'cr granclc, por­que a ttnicidada era nut rida, e :1< eo1·clas ha,·crcm sido

<'S<·olh ida~ com ram e desgraçada sagacidade, pois eram ddgadai<, forte" <' <•,Mrregad ias, o la<;O linha <.'On ido 0

>l)l\'rlado estreitamente, e o pesc·oço csbwa cortado do lado da garganta.

illndia, eni uurn. irnpicdado. E sta rcsoh1ç~o dcsalmad:t operou mi or~nisac;-ilo d11

pobre crcattm1, como opcrnm "" grnndcs dores : ra~gon­lho o cora<;:io e turbo11-lho o inteudimento . D 'ahi por diante fallou sempre cm qncrcr 111utar-~e, e por mais do urua vez attenton contra n vicia. E~tas tentatirns, ~abi­da. a tempo, e IH'C'cnidn,, podcram ser mallograd:i-. mas por fim :1 monomnnia suicida pôde mais que tod:i­

as cauteUas. :\' nm dia, pela m:rnhr1, a leiteira bateu- lhe 1í porta,

e ningucm rc,pouclou . Depois ,-cio o aguadeiro, e da

mcoma sorte batcn, •cm <[UC lh'a abrissem. Inquietou-se o disse-o {Ls visinhas . Estas vieram

o descarregaram !orles pancadM ~oLre a cancdla, sem que ti.-essom melhor rcsullado.

Pozeram o ouvido :'1 cscuu1, e n:lo sent iram rumor ; espreitaram pol:i fechadura, o não viram ningucm.

Soliresaltou-a~ c·ntilo <L s uspeita. V cio-lhes à lem­brança a tcrrh'cl 1n:rni:1 da maJ:t,·cntur11dn mulher. Dcu­se parto ás auctori1b1lc-, <' cst:is vieram e arrombaram a J>Orta.

Agora comcc;:t a singularicladc c1·c-te acontecinwnto. Até aqui não pa-.:wa de nm c1·e~tcs lastim:n·ei, cpi­

~lios, clesgraçad:1111cntc ,.,if~arcs n'cstco no,sos tempos, o sobretudo em Lisboa, cm que, a.p:tgaclo todo o ,-is lnm­brc da csperan~:t no conlliclo de gnn·es tmnstornos mo­raes, a pobre crcalum dcsc:r~ da proviclcncii~ d il'i 1111 o appell:i desesperadamente pnm o chamado 11ada da ma-

~otc-,.e, por<im, o mais cxtrnortl inario. A 111aJn,·<·nturacla mnlher tinha-:<<• pn•parado como

,(• f;ira para uma fonç:10. E,t:n-a q•,fida cl<• ,cda preta, 1)('11tcnda com c .. mcro e até com g:wridicc, 1• do ln ,·as de p<:llica calçadas e abotoada- ... . ~

Co1110 entender c:<t:1 pcrh1xidado n:i mulher que só 'ia na <t/llÚ'Jltilaç<1<> o termo dos males <l'•••lc> nHmdo?

Como admittir, qno a cabeça q1u• adopt:wa o sui­r·id io <'<11110 a •olução nnica elas grnntle< t 1·iscH da vicl:L, s<' oc·cupar ia a p<'nS:H' no~ adorno" mni" fn tc·is da btí'uh-1 ia fc 111 iui11a?

Inconcchi"cis incohcrencias que todnx "<' enconlram n'c,tc insonda,·el abysmo, chamado cspil'ito humanol

.\ um lado, sobre uma mc:<a, fôrn J>O,to um cruxifi­xo; diantC" uma lamparina: <' para que a luz Hl 11:"10 ex­tinguis•<'<' e-ta formula do culto 11:10 :ifrouxa•,e, a lam­parina <»t:tYa toda c·heia ele n7.<.'it<', <' n:io m<'ia ele ngoa c·tu1f(u·in:' lo u~o.

Quc1>1 l'Xplica i<to? Que ideia teria da rol igião de ,fr,ns e• da .-ida eterna

aq1u•lla, que na mc,rna hora cm que se p1·oslr:wa cm cs­piri to diante da san ta imagem , <'Omet tia o rn:1is pusilla-11i11w dos c::ri 1 nc~, attentando contra os prnprios dias?

Page 5: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GAZETA LlT'l'ERARll DO POHTO 55

Seria aquelhi luz alli nccza uUJa snpplica do IX'rdfto O;; csp<>ctadorc- parece que cntr<:viram a allusào, e ou jll. o instincto do arrependimento, vislumhrnndo por riram. Mas o s 1'. l\Iacicl l\Ioutciro, que <]ucria disparatar e ntre as trevns da allucinaçiiO montai? cm punhos sem ti mofa da satirn publica, reclamou cou­

Não o sei cu, nem ningucm. 06 labios que o podiam tra o nttcntado, '"'pulando-o <]uc.~t:io i1ilenwl'ional!. . dizer, cstarnm gellados o inertes. Que tal?

O que mais certo ,;e pode infC'rir é quo o tr:111-torno )fas d'c,ta ,·ez não foram os t'')K><:ladorcs cio Gvm-clnii faculdades intellccluae• é verdadeiro, quando im- nasio qut' rirnm, foi o ministro do reino, que era · Ro­pellem o incli,;duo a acto8 1:10 dc.'«lsper.\dos. drigo da l•'.111 .. t'('a . Apre~ntaram-lbo a rccl:11naç-ào, e elle

1fas contra este mc>-mo C$taclo protc~tam muitas <fü~e qne iria propriamente rnr a Rl'l'i•to, afim de se as­cart:t• que a finnda deixou, ,. que se viam espalhadas por segurar por Hens olhos ela rasfto do r<'prescnlante brazi­ci111:1 d:i mesa. Nno poclor iam tor levado, menos do dois leiro. 011 tn•• dias a e"crovcr, o <•111 todas cllas o r:wiot inio ern Foi, e <lo um camarote, sentado ao fundo, assistiu <'l:ll'o. Desapego do mundo <' r~solnç-ão inab:ilavcl do ~ui- á reprcsl•ntaç-:10, qunsi ~em pro de olho, fochaclos e c:1bcç1i ciclio, eram a cxpres~ào vi-ivel do sen conth!'udo. Oco- empertigada para tmz, como era ôCll ("OStumc. rnç-:10 faU:wa por vezes atr:wcz 11·e:'tes llCutinwnto~ frio. Terminada :1 peça mandou dmmar a dirccçiio do e oinbtros. theatro, e di.-c-lhc, que ,;sto o ministro do Brazil uiio

Entrando-se na alcôva, dava-se com a cama feita gostar de ver cm l!CC11:t aqnellc homem do8 pw1hos gran­de fresco, e no tnwcR~eiro h:wi>t folbos e la<;os dr fita, e des, que o tirassem; e se o auctor carN·ia por força ele na dobrn de lençol, nnm pequena renda de linho. alguem, parn nquclle logar que o mottcssc a ello Roch-igo.

N'um:1 g>wctn foram encontrados un• 300$000 reis. Aqni t('<'111 como um espirito ~nporior responde aos Poucas horas d(•pois, o filho chorava ao lado cio i11C!i1-icluo~, que só permittem que lhes tirem o retrato

corpo, dizendo a todos, cnlrc sinceros e pcnctrnntcs ~o- senclo favorecido. lw;o-, que a triste mania de sua mãe fõra fiCmpr<' aquc•I- E,tc·vc por um triz a repctir-í'C em Lillboa, o mi-ln, h.I\ ia mais ele doi~ auuo,. lagre elas prngas do EgYJ>lo. la comt-çaudo pela dos

_\.gora arredemos a 1·i•ta creste painel mt-lancholi- mosquitos. Ft•lizmente, o sr. ~lc:.quita, activo e intelli-co, e procuremo~ as•umpto mais ele satisfa~ão . gente delegado cio saudc, tc1·e m:io n'c;.ta tradição bi-

A Revi8la de 18671

110 theatro das Varicd:Hlcs, não blica. procluziu o que cspcrnl"a 11 cmprcza. O pri meiro defeito O cn~o snccrdcn assim. da N~t'i.•ta, a meu ver, (. não revistw nada. As allnsões Nn. nrn dos Algibebes começou de· apparecer uma apparccem Uo rcbu<;acla•, a <'ritica !Ilo gcucric·a, que as nu,'em de mosquitos, que entravam pelas casas e ilwn.­i11<\i, idu:\lidades cit'snuw<.·cm-sc aos olhos do r~p .. ·ct:ulor. diam as loja~ aos cardumes, t:1o grandes como vesp:\S. ~-omo nu1·en• de fumo n que a 1·i,ta clcbald11 tc•uta deli- Xão mordiam que n:io cleixa.·~•em empola, e ele 1:1o ruim mitar os contorno,. qnalidacle qnc apostcm:wa. HoLwc exemplo~ até de apo-

Cousa .ingularl Pouca" cpocas tccm b1wiclo de mais clrecercm pci;>h do carne, e a,·rs mortas, logo depois to­impudcncia nos costumes, e alar<lo d'e~sa mcsnlll impu- cadas pelo~ tcrril"cis insectos. <lenda como esta nossa , e· todavia é cm tempo• lncs que Anelava tudo inquieto, princ·ipa lmonte sabendo-se n. <·cnsura, esta velha lt_rpocr irn ele escrnpulos nwntidos, que d'cstns mordeduras se origin:i muitos vezes >t pustuhi arreda o. olhos com >-anlo horror para não ver <'m cari- maligrni. catura os e,,cnndalo~ que a niio irritaram pratir:ido~ pelos Proce<fou-se tis mais escrnpuJo,ati im·estigaÇóCs e proprio> auctorcs! ,\ '-llll auJ<tcridade permiti<' a dern~;i - ,-istorias pdos •nguões, cocheinis e locacs reputados in­dão, mas não permii!c qu<' se lhe faça a historia! O ca~- salubre~, ma~ nada se encontrou que jn>tifi~\SSC as t igo deve ir ao historiador. :;nspei.ta~. Por fim, a diligente acti1·iclade do sr . .llcs-

Lembra-me, a este n•spcito, uma anccdot :1, pnssada quita, foi <k•scohrir >t c:u.u;a n'um poço da rua ela Prata, com o finado estadista, Rodrigo da Fonsoc:1 i\fognlhiies, f:11noso na e:ipital pelas suas tradir,ocs historicas . Esto quo prova o ,·nlor que <'li(• dani aos chan1ados na<•lindrcs poço >tpron•iton, na •u:i constnJC<·:1o primitiva, as ruinas de cer tos Tartufos. de uma,; thc•1·111:1•, ou banhos romanos, 1<cndo o mannn-

llcpresent:i,-a-•c no Gym11a•io uma revista do nnno. eia] tão ahundante e perenne, que ó dos poucos que cou­N'e>>e tempo o f:1lle1·i1lo mini•tro do Brazil, )fo<·id :\fon- seguem accuclir ús neccs~idadcs cios h11hit:111te., da locali­wiro, morto ha pouco 1· .. 111 o titulo de barilo d1• lt:unnra- cinde, nas gr:mdcs ~cccas do cstio. O po,·o narra contos cll., and:n-a ~emprc por <'•'ª' ruas de J,ishoa t'Om nn> C'xtraordin:iriu,. n r!'spcito d"cste 1~0, e eff'ecti1·amentc amplo• punhoo voltado•, de tal abund:mcia dt· ti1z1•11da. I no >CU int<'rio1· ex istem largas escadas 1• arcm·ias qnc ~o que se diria que as frnldas da ~unis:\ lhe sahiam {i flux estell(lc111 n' nnm grande íarea suhtNnllH'a. o qne se per­pclm; mangas da casaca . ccbe pelos r<•p<lt idos e longinqnos é<·cos que rcboa111,q11au-

O :rnctor d:a R1•viRla, 1·on10 aquillo <'rfl ~ll<"< "<'"º do Ido º' baldes t•111hal<'m p<·las quina< d'aqurlla Y:1$ta e :umo, nwttcn em ;cena nm indi,,ic\110, que w di1.ia hra- lll) stcrio.a J>1•d raria. zilciro, adornado c·om mi-. punhos, cujas climc1i-ll1·- po- )las \"llnw• ti C'ou,;a achada. <Liam -cn·ir para o gigautC' adamastor. Toclo, -ahrm n terramoto qnr 1r111 ido pelas ma• ele

Page 6: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

56 GAZETA LITTERARIA DO PORTO

Lisboa, dês que dcrnm l'lll aor1r '·ano~ wor.i <:.1110-, 'l'lll rn r1·t·ordo dizt:r- nw cllc lia dia• 11'11ma carta que bre­pre,;amente haver conh1'<·i111<;·1to de tr;u:ado' j.í <'xi-- v(•n11•nh' lf'n<'iona•·a ,-ir aqui . tentes. O re~ultado d't·•ta impr~•·icl1'1wi;t é n•rmos C:HIO• -~im? Pois eotimo nn "crdudt~llt'<'t1diu An~lmo.

de limpesa a salta rem por cima ela canalisac·:w ela~ 11goa~ -Folgo do ter e:<<a oc·casião do o nbrayur. e estas a eneontrar-Ro c:ou1 o< tubo• cio gaz. .~ruma pa- .J :i a ''"C tempo a trnvoada <·•laltwa colll toda i• sua J3yra,unrn e~pceiC' clC' oy"lt·ma arterial ma~ t·onru,o e• atro- fo 1·~a ~obrC' o carnmanch:io. pellando-sc, mina actualuJC'lllP as nossa~ ru:t>< , <'<>Ili pr<'· --:') .. J c~onimo! 8ant:\ Barbo1·a Virg1>m!-l)xclama-jnizo ela salubridade,<' atl- clamn<J para o~ prNlio". •·a D . • \ntonia alerrada.-- :'\i\o foll1•111 agora cm rique-

Parece qno, n'nma d'<·•ta< ol;ra< da ean:di,a<;fio, dt> za• . Boa• ri11uczas s:io os,· 1:" do ('('O, l' a paz da cous­limpeza, uão hom·c• ç:llltl'lla, e tanto >e >n-i•inbou "ª' <·i1·1wiu. E cnt:io c'tª' m ninas qrw wio tem medo-­paredes do poço da run da l'rata. qnC' ,.., furou. O po~o pro•1•gui11 alongando o pl·,.ç0<;0 por diante do marido. assim aberto no imp"clim •nt '• n•,-.•b •u a agoa <·or1·up1:1 ( 'lr:uua-as .\n>dmo, ~ ,-:uno, a re<·olhC'r; o l<'mpo ª"'usta­e immuodicc•, rcpre,nmlo tudo n-• fündo, o <1111• formou 1111'. E•hh tro•·oada" do ,nJ '''º J cri~o-ao.

um pautano ~ubtorr:uwo>, o mai• p<'•tilero clc> todo• O• - Ynmo. rnís ,alaindo 11'1111ni, <Jut' a d1ma não tnr­pantanos. Das ago:h "'tagua la,, e por fim d<' t1·111po,, olani- rc•pondl'n o.marido.-Yojo n111:1' 11un·11> negras a empestada, lev:111tara111·•<• <'n1<111•u:1;1•• mia-mati<·:t<, e g1·- 11·01.,.,.,. <Jn<· hrevcnwnto <:>tnrüo co111110 ,,co n' um agua-rararn-sc os in~llctoM <pie ~altcaram a •·i,iuhanc;a. l'ciro.

Hoje lrnta-.o de cxgohr o poço, o <1111' n:·w ,,.,..\ - \'a1110,, nunos,-di"o logo JH'Cns urosa D. Antonia obrn facil, e por esta ocoa<i:io os :rrchcologos tcr;io mnis Jop1 11 ta11do·se. -lfogin:d .l!;ngt'nia! r1•1·olh:11n-so 111onin:1s: um ensejo do ost11d11r o in•111<•l"ir o~ m.r~terio~ d'c«ta V<'· o ll'mpo nào csl1t t..0111 para pnoM·ios. lliaria roman11 qnP tcr1i d" c·,•rto <'111 seu fa\"Or a r<•rom- Eugl•nia nJio ~ahir-lh<·• ao l'ncoutro <liz('ndo: menclação ela historia ,111a• q u1• uos i:t sendo furw,ta, como ()' mam:i ainda_ {j t:io c<-<lo: En 11ao tenho medo. a qnella.• cistC'rna, nionri,c:i•, d., qut• nos falia a m,,•tholo~ia -X:1da'. ua<la'. 011.ia tu 1·nt:lo, IJlll' anila~ com es.a a.rabe da no~~a Jl<'nin,ula. ondt• o l'Urin<o, n par d<• clw- to.-1·•inh:l >L'l":I de que cn go,to l>t•m J>Ollcv~ ~ te mo­souros fabuloo;o,, d1•p:1rava muita' "''zc- com r:unodc p<•.- ll1a-.c' potlia• J.ll'iorar.

te. O ramo de pc•tc, t(•li1.111 •n <'. d'c,t:r ,·ez, foi nt:rlhadn - .\!:" e •1uc eu 11:10 n:io dwH·r, 111t1111ã'. o· Regina, a tempo: queira Dou< <(111' app:11·1 .. ·a111 <l,!!<>r:l º' tlu••ouro-. c·hoq•m ~ rwrguntou ;\ 11\t'llina :i ir111;, •111c •C acon::i\"a elo para cura e compcn'ª''"'" ol i- 111uit:1• !i·1Toada, •111<· lo"·a- grnpo, u ·,.,,ll 11101111.'nto. ram os logistas c in<1uili1w• da loealidatk'. -l'arc<:é-111c 1p1c nao--rt» pondt•u l'stn lita1ulo o ar.

JOsfÍ "AIH' n',1Nn1ut>•: nmrrnrn.\ . -X110 in1porta-lornou U. Anto11 ia com ,oberania

RO:'il.\N('g OHIGJXAL

GASTÃO VID~L o:: NEG8ê:IROS.

Ha muito tempo, "'" •·i•('•n11l1', •Jll•' 11 niio fall.1 d1· ~u amigo Ah·im. <._>,1w •\ 1;.ito <l'o•lle? t'into 1;1: ,· 11:10 tt·nha TOitado ao Porto. ÂIJnil lo <'ra 11111 <·orni;fw às dir<•il:ts! Lembr:i-me scrnpn' <la g r:11ul1• ma,go:• " resigna•;.b <·0111 que sotf'rcu o golpo ela l"'rd·t d:t '''l'º"i. Boa '''nhora, na verd:iclc! e <Jll!' grnnd1•< pr<l\':ts llu• clt•n do muito que• Jlu• queria. Ouvi dizl'I' tpl<' a famili:1 d'dla lil'OU d"'P"it:11la com o te'tnm!'nto; t'•J><•n•·:1111 :i falta de filhos anti•rir a •ua grand<' ri<ttll'Z:t. B1•111 foz l'lla. H1•1·om1>< n-ou <·omo de>ia o carinho e• t•,tr1•111n rn111 1pie fora tratada. O <-:H> é que elle hoj1· ct .. ,.c 1•,tar i1111n~1i-·1mt'ntc ri<·o! X:\o é Terdnde, sr. visc:ond1•?

-Quem? 11:10 •t•i 111• 'llll'lll l'•t.i fallando,-rcspon­dcu o interpdlado, cl1• todo allll'io :í palestra de .Ans1•lmo.

-X:w sahc! d<• .)11.;tino 1l'.Aki111.

-Ah! .... Tt1n1 11111n c.·n~a magnifica na provin<:ia; e yi\·e C'om um fansto como S<' c'ti•·c"e c:n Li,bon. Ago-

-vamo:-- para <.:~•za .

-<._>,ne é i o~o, filha?-dissc AnSC!l1110 sorl'indo-Dei:Ka as pc·qm•na': uao lc zangu(•,- <' 1·0111 in11011 'ohado a cllas: Orn •·anws a '1\Uer quul é a qnc nao 1<'111 medo da chuva Ht1m do~ trov<>t•:--!' r..s tu, L 6t·nia!"

- :->011 )"IJ>:t-rc•,po1u1 11 "''ª pron1pta111('11tt>. - 1', tu, minha :.ci,m:ulora. !:1111111.·111 (,, animo forte?

- 111.·rguntou alagando com tlvi, d .. <1,,, ª' lace' de Re-giua.

l'oi, liqnem 111ai, um hot·ndo, ma• 11:10 i.e alon­gnl'lll do jardi111. Eu c'tou por clt·ntl'O do, 'itlro,, e cha-1110-a, <1ua11do for tempo.

l'ois si111 pap.t- -Ola111ara111 110 n1(•'i110 tompo as 1111•11i11as ,altando ao pcbCOc;o d'A11,d11w a ('Olhcr 1111i:i ca-1·i,,ia p:tt"r11a.

-- l<:'tú l;oml e~ti1 bom'.- rn111·11111rou I>. Anto11ia.­fu <~ <1110 a~ ~straga~.

DPixa-a.~ dei:ta- :1s .\.ntonia. _x,;, tamlwm já a>sim têuuo ... :

I': ao lado ela l'~l'°'ª C' do 'i·1·ond1·. ramiahon t>ntre­gtu~ ti~ "'lUl:-; rctlcxóc~~

Qttl'll\ ~crá cstn. eleganti ... ~imn t·rt'at 11r3?

-(~ual? ... -Ohl que mnlber !

Page 7: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GAZh:'l'A LJ'rJ'ERAlUA DO POHTO

-)la, 11uc mulher? em quem folia, tu? -Xo camarote 2 ela oegunda, não ' ê"~ ~iu~uem

:1 conhece aqui! Pro,·iucian:i não pocl1• ~er! os no,~o•

montado, nf10 dão caça tão fina. - - Lii isso é verdade. N'a11uclla <1)herlia cahc<;a ha

u111 ,._.,·to abandono do posiçiw, fa111il iar ás 11111lhore" ha­bit11.1 la8 n frcquontar o gmwlo 1111111110. l~ scn1o, n•pam no 1r.1jar. Que magnifica sini:1licidu1lt•! Ucnuo lhú ª"cuta bom '' ,.o,tido Jc velludo <·ór .lu c,·l'l\j a limpo cl .. l'l'l\das e

,. 1•nlt·iks... 1 -8vr;Í c~traugeira? -~.\o: a menos que não •cja ,,c,·ilhan:t . :\'aquclk·s

olho- t;1o bem r:L•gado. ha :1 mciguic,., e o ardor pcnin-1

$UJ:11· .

- Reparai que de:.<lcuho.:t in<litfim·nc:a! Co1110 rdan­<:ea a •:i,ta por tudo isto! .. E' um:1 formosura cxpl1•mlida1

-O homem que a acompanh:i, scd1 pai ou 111ariclo? - Olha .. .. quem entra agora no N1marote? Nüo é

Haph:icl Oarcia? -1~' ollcl Sfto conhecidos. Lú o nbrn~·:1 o ,,.,Jho. A

~cnhor:1 parece commovida. Quem scr.í e•ta gcnh'? P l~8:wa-~e esta scena. no thcatro de S. João ent re

um limitado c·ircnlo dos ch:unaclos «janota~n do Porto. l 'ouco e pouco. o magote foi cre.•cendo :ité que um

~ug,•it l ulti111am~ute eheg.tdo, d'e.te~ que ~alX'm tudo, 1nti••I '- a 1·urio~id:1<le geral.

-E-ta mulher-disse elle-t a viS(·ond1·--a tl1· • • • foi :1 mai~ liochi rapariga cio Porto.

_ g• vcrclacle-clamaram itlgun~, é n·rclntlc, é cl ln. -8<•m iluvida a lguma-continuou o quo d1•m a 1w­

t icia. -Conheço-a per foitamcnte . O pai or:i um dos mai~ opu lc•nto~ 11cgocia11tes d'cshl pra<;:i . A. 11111bi~ito ele ''"" as filhM l'il'''arem-se, perdon-o. Uoitado ! Vive -ozinho com um l'reaclo, mas dcmcnft>, dizt>m, d1•llllt1 <jUI' p1•rdL·u a mulher. :1 qual succmnbiu ª" dc~go.to de ver dua~ filha,; unit"i" q1w tinha. ~acrificaJ:1 i cubiç:1 cio orgulho pat1•r­no. J•:ug<'nia, a mais vdba. n. 1taram-llic o eorpo confra­riamlo-Jhe 11111a affoiç<io de crc:1111;a; C' C'<ta, qu1• alli ,·êcle~

mata ram-lhe a almaobrigando-a a 1•:11:1r t~un aqtu•llt· ho­tnt•nt.

(l'out•1,,l11 .J

UWR L\l \1011'1'\ L

Aml..-."' ú me:--ma janéllt\ um dornin~o nos chegàmos v u brnndu C.'<)lirar do dia t•m ~ill•JH:io co1.ternploí.mo"'·

F:xnn't18 n·. o ni~to ft'el11\ p1 ofu n h\ 1Helnoffllin. cu tat11ltl'm tribh.: a 8\!ll l:u.lo 11'cseu tnrllo mu sentia.

N Olf ()('\'(;"ai; (' uo prado ucna j:l flores nos i::o;oi·riam,

•Xô Ct.·O ir·ec-hllo reunir ori teu,. amoros e os tuousl '3

nem j•l c.rnt .. ,· .11t att a,·cH apenA:l o~ to· 111:.. s111tvri;

do siuo ao luugt• "C ouviarn.

-~laria-l!w "li"'"\' t•11t.10--

1·u fl;,•i pon111,• hafr nucioeo agorn o iut•n t•ora'rúo: não t t 101 dc·""A"ruç:Hlnm<:nt c um corn~·1to 1·nri11l1ot10 'luc r.:spouda iw que t.•llu fl•1t1Le!

Deu-2110 t•tn rl·l'lpoHtll. u111 isur;;.piro .• • mas o ttuhpiro \'Xtnitnia qunuto u MI l ttlm 1 t-- ntiu!

E t>r::ucnJo eh 01Jmi1 u Deus. dcpoi:. uu; dh.,.,c o bOrrir: • Xo c-.-u ir-~··-lulo rl'.unir 111 OA um~ 111non•s e• o mcut.; !

l l

Pas1:Himo1'4 u111 nuno 1unn11do-n0& com o nmor do tloiis infnuttt! : uns dcl iciot101J itHitanlcH •••

que tnuu1uillo o tu.111to n11101·! Que vc:ut u ra n ele doiM t•ntc:~ que \'i\lean H~Hi11 1 u11ido;.i por l.açot1: trio im1occ11te.8 ... oh! que cnlt.•vo do~ t«-'ut iJot;! que amor Jo,. uujos, 8cuhur !

E ha quem chft.mC \'31 tle lagrimu e1>te munJo e111 qtw "ivt.·m<>::i:! An1cmos, quo aaiuu1do ' 'tm(l(C todo este muuclo florir! Maria, a iug<·mu cl'l!RI•\~ª <1ue aml1wn 1~ f1,lgar <-·0111migo em volta. A.o rnKill itmigo, louro hC1t11<' do ei;porn1u;n que ent1to pl'i11cipinva n nbrir. Marin no torrcr du idade, hotilo 1.·ouvc . .'rtidu t.•111 ru~il, Mnriu :1 ~011hrutn Cl'ltKRta.

e quni..i, jó qmttsi rniulia, aluu·"\' da tt-rra um Jia b:~tc1ulo u~ caoJi<lutf n.zat­pontnt: t:mlim t•rn JKllHbi11l1a do <.'t.·· , e· 1111t no ccu \'ol\'ia! ~~o foi n·gauc.lo com prn11t~ o camiul10 qtH' .,1·guíl1: cl'ci:it\•rt nrnrul:1110~ :imorcK uau «uida,•11, poi~ ~•tl;iu1 tlllê u HUR al11rn uo l'CO lml.,iu ..•

t' por i hl-lt) C(lWlll ~\" ' '(•Zl'8

t'rguC'rHlu º" ol hn8 a Ü l'llloi

cita 111t\ ditil'tc a hurrir: "' No <:4..'0 ir·ttl··IHlo rcuuir

OS lt-\Vl lllllOT~f'I (' OK IU\'ll!S ! 1t

Ili

t 'itvn.:i J.lr~o t~mpu R austucia Ja que tn.o f."(;•dv par1int! llojc a 111110 ti. Pto\·i·&lucia s._'t""' Hl·t.1C' o p:- 11111 • e :t 1uiuluJ alnta.

) ·•r outrn 101111,lo iil'tl'"}'ir:t!

)\,io 111111' 11 n rou11>:mlu:ira l1o:-; uwn" hrillfJHt.•clo1' tl1• i11fnnt~ ~wu uHmr n catln itu~tnnt c,

11u:i~ 1, i1111oct-nl1:, fogucir.\,

Page 8: 51 MAFRA - hemerotecadigital.cm-lisboa.pthemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/GazetaLiterariadoPorto/N... · ... wam passante de quarent:i mil pcsso:w do vontades e de,·oção

GaZE1'A Lff ... .'fü:.u:L\ l 'O POUTO

vok e cio <"Nt JHr•' mim. Em"' t1 lr~m .Me ~nlri&ll'"'"º· e ~~ V'1Cil1o 1114.' illllpATit,

e 100 an imn 84." t8111orcço co'n luz d1\ ct1pcrnm;n t·111fiiu! Oli! quilo g1'Rto ó c.·rcr. 111(1u ] )1.·o~!

Dl'baixo d'cKHn jnn~·llo ondo 11111 din 08 lflhim1 Kt.'UK

111il prutcrJlori 111c j11mrh10, n~jd~l uurn flor ~ iag< • l u.

timidn ílnr. que •• 111.10• tl'~IJ,1 <"nidMl011as ''11ltiv"rft1n. QUR11do ~~ rnrd~• •1•p•n:ç" por ella me cli• n ftor: V. .\Y iiu IUI' l'M'J IU .. 'tlJf, llWU amor~ • e ·u n·!lipt11hlo : .. Yt7o lt t ""JUl'<:'fl ! "

Ai! neto morreu a do111;clla que nh·orl>\'•uln 11111 clo1oi11g•> rnc di"~C 1i.1ph·llu j1u1l'lla erguenrlo o• 01110• n Deu• com an~elico l'lOrril': uNo eco ir-l-!O·hilo 1'Cu11ir t.lOl:l ICHH 1U11orc8 (' OK IUCtud li

Setcmhro M 18G1;.

: e: ~o: e ::

IIODAS

Bl:LH.\0 rATO.

Uma ela~ grnndc~ difliculdades, hoje em dia, é entrar o cseriptor no artigo modas, o mnis importante, e trans­cendente para o sexo amavel. Fallem-lbe cm comicios populares; eleitores bem quistos; abismos de divida pu­blica; necedades d'c~w ou d'aquelle minisfro-veios estes nunca esgotados por nós •e quereis matar-lhe a graça do sorriso fino o epigramatico <1ue lhe notaes nos labios; quando se trata de nnal.r.nr o:- ata,-ios e enfeites de duas ou tres amigas intimas <ttte esti,-eram no ultimo baile.

P ois é coisa que me tem leito scismar! A dama do intclligencia mais 1>htusn, <' d<' ar sinceramente pan no, em se tratando cl<! motln~, s1w do seu serio: anima-se palrn,g<irgar1:ja com n ' 'ÍHinha, e- coisa notMoH-torna­so espirituosa! E•lo 111ilag1·0 é, no meu entender, mil vozes mais estnpenclo quo n varinha de Jlioi~és.

E, em YC'rdado, slio tanto~ OR bollea<los, os rufo~ dC' gla.cl e selim: oo; <'into< fr:u~jados e de g r:mdC'< rozetas que é nec.e<,,,1rio para foliar <'m todas estas e~p<'cialidades da toilelle elegante muita paci<'nl'ia. e folcgo de tre• pul­mões.

Os sint n . 1.1011•tro-, ' ó c-'r•'. Que profusão de fitas, e ele laçaria5! F. º' Ji1·/11í,. ti l\laria Antoiuete; e as longas cbarpas de Sl'da ou tu l; <' ª" guarni<;Ocs das saias forman­do ora nma espiguilhn do follias, ora as bandas recama­das ele arnhescos, <' vidr ilho•? ll<Jalmento esta profusn.0 de mod>ls é cncantadom por quo se topa a cada passo rom cxhihiçi'w que deixa a g<·nte pnsnrncla.

J :í l:í ':ii o :l'mpo cm qm· um figurino C'ra de sobra. pnr:1 um :111110'. Os w~ticlos todos li>.inhos, ~o dilforiam na c{)r e qualidade clns estofos. E o,; chapcu .....

A propo,ito, qn<' nw dizcm cl'<•ssas pratci rinhas de gl'lêa po8tas sobre a 11ucn~

Uma das choradns bar1·otina .. d<· uos~as miics davn. l1ojo fazenda quo farto para vi ut<•!

K a nn ica contra<liçii <• cm que :1cl1 :1111os as dictacln­ras da clcga1wia.

O que estamos Ycndo, pro,·11-nos qn<• rcfrOC'('{[emo~, <• ,·oltamos ao ;,eculo dezoito com a dillC-reru;-n de lhe fal­tarem a• plumai< e os ,!!l'lllldc~ ch·1p<'no.

"t.mc Emmelinc Raymond cJc,<'ohrin-no• no mesmo •<•u jornal La Jlode illu.<tr(P, qu<' pdn maior parte as loilP/IPH que no• parCC<'m hoj<' m:1i• C'X<'C'll!riras são ,·isi­n•l o li ttcralmente copiadas da• do• cclt•brc1< retratos da galoria tlc Ver~ailles.

l~mfim, par:1 não dar As damaR port 11cnRCR uma re­prti~iio do quo todos os dias •C <'•hÍ dizundo nos jornaes, follnrNno• nos modernos corpinho!<, <p•e ~ào inegavel­nwnte bonito~, e ainda pou<'o n7.ado8.

Fazem-se com fita de seda preta, de meio cen time­tro do largura, bordado " contas de ,·idro ou com fitas ele moir<' lambem preta, tres centimctros de largura, e renda ela nw-11111 côr dois a quatro cenlimctro• ele largo. Pode '<'I' guarnecido a contas, ,·idrilho. ou botoo,.

Corta-se a mus.~cfü~a em duns pnrtes ti foiçiio cio cor­po, rostas inteiras, e formam-se as prcgninhail no peito, rc1u1indo-as todas na hazc. Sobre c,to c•tofo ja prepara­do so dispõe it fita on galrio prct.o que f'ornm os quadm­dos vindo a terminar n:i cintura. O ln,!o Hnpcrior do cor­pinho ~ guarnecido com nma fita dc moiro d'um centi­mctro, no qual prende a mais cotreifa das duas rendas, e a~ ('O•t ura' siío tomada< pl'1;1 mais l 11rga, de maneira que 'Cm ª' dua• a finclnr no cin to ele moirt• dt• trcz centime­tros e meio ele largo coberto com a n •nda. Do outro lado da eint:1 prendem-se as ponta' que dc"em ter cada uma quarC'nta centimetros e silo foitn' com :1 fita de moire. O bordo d<• cada ponta, é cortada cm trinngulo, e adornada ('0111 pingentes de ,·idrilho~; outras""º bo rdada~ a contas cm todo o comprimcuto e com botões rndondos que preu­d('m n mei1i a ltura as pontas <lnfr<•lnçadas. Os colcbet.es quo fediam na cinta silo O<'culto~ po 1· um boraco ou caza, foibi na fita de moire e pelos bordado,; d:ts contns ou vi­drilhos.

E, por hoje, termino, aconsC'lhando as minhas elegan­tes leitor:Lo; a que em ,-ist:i da grande ' 'llriedade de vestna­rio componham ellas mesmas, o ,cjam ns principaes ins­piradoras ele suas modi.tas, e :1,,.,im podcr;"'10 alliando o bom go~to e<.m a originaliclncle tornarcm-~e rainhas da moda. E' mais facil esta tran,mnta~·ào que escre,·er eu. n'este sentido mais duas linha•.

• • •