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9 o ANO 4 o TERMO

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9o ANO4o TERMO

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Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 9o ano/4o termo do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), 2013.il. (EJA – Mundo do Trabalho)

Conteúdo: Caderno do Estudante. ISBN: 978-85-65278-92-8 (Impresso) 978-85-65278-86-7 (Digital)

1. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Ensino Fundamental 2. Artes – Estudo e ensino 3. Língua Inglesa – Estudo e ensino 4. Língua Portuguesa – Estudo e ensino I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série.

CDD: 372

FICHA CATALOGRÁFICA

Sandra Aparecida Miquelin – CRB-8 / 6090Tatiane Silva Massucato Arias – CRB-8 / 7262

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.

*Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas neste material que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Nos Cadernos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram verificados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados, após a data de consulta impressa neste material.

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Geraldo AlckminGovernador

Nelson Luiz Baeta Neves Filho Secretário em exercício

Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete

Ernesto Masselani NetoCoordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

Herman VoorwaldSecretário

Cleide Bauab Eid BochixioSecretária Adjunta

Fernando Padula NovaesChefe de Gabinete

Maria Elizabete da CostaCoordenadora de Gestão da Educação Básica

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap

Wanderley Messias da Costa

Diretor Executivo

Márgara Raquel Cunha

Diretora de Políticas Sociais

Coordenação Executiva do Projeto

José Lucas Cordeiro

Coordenação Técnica

Impressos: Selma Venco

Vídeos: Cristiane Ballerini

Equipe Técnica e PedagógicaAna Paula Alves de Lavos, Clélia La Laina, Dilma Fabri Marão Pichoneri, Emily Hozokawa Dias, Fernando Manzieri Heder, Laís Schalch, Liliana Rolfsen Petrilli Segnini, Maria Helena de Castro Lima, Odair Stephano Sant’Ana, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Walkiria Rigolon

AutoresArte: Carolina Martin, Eloise Guazzelli, Emily Hozokawa Dias e Laís Schalch. Ciências: Gustavo Isaac Killner. Geografia: Mait Bertollo. História: Fábio Luis Barbosa dos Santos. Inglês: Eduardo Portela. Língua Portuguesa: Claudio Bazzoni e Giulia Mendonça. Matemática: Antonio José Lopes. Trabalho: Selma Venco.

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Antonio Rafael Namur Muscat

Presidente da Diretoria Executiva

Alberto Wunderler Ramos

Vice-presidente da Diretoria Executiva

Gestão de Tecnologias em Educação

Direção da Área

Guilherme Ary Plonski

Coordenação Executiva do Projeto

Angela Sprenger e Beatriz Scavazza

Gestão do Portal

Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e

Wilder Rogério de Oliveira

Gestão de Comunicação

Ane do Valle

Gestão EditorialDenise Blanes

Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira

Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Amanda Bonuccelli Voivodic, Beatriz Chaves, Beatriz Ramos Bevilacqua, Bruno de Pontes Barrio, Camila De Pieri Fernandes, Carolina Pedro Soares, Cláudia Letícia Vendrame Santos, Lívia Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi

Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Fernanda Catalão, Juliana Prado, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto PolacovApoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios

Projeto gráfico-editorial: R2 Editorial e Michelangelo Russo (Capa)

CTP, Impressão e Acabamento

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Coordenação Geral do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez

Equipe TécnicaCibele Rodrigues Silva, João Mota Jr. e Raphael Lebsa do Prado

Concepção do programa e elaboração de conteúdos

Gestão do processo de produção editorial

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Caro(a) estudante,

É com grande satisfação que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, apresenta os Cadernos do Estudante do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho, em atendimento a uma justa reivindicação dos educadores e da sociedade. A proposta é oferecer um material pedagógico de fácil compreensão, para complementar suas atuais necessidades de conhecimento.

Sabemos quanto é difícil para quem trabalha ou procura um emprego se dedi-car aos estudos, principalmente quando se retorna à escola após algum tempo.

O Programa nasceu da constatação de que os estudantes jovens e adultos têm experiências pessoais que devem ser consideradas no processo de aprendi-zagem em sala de aula. Trata-se de um conjunto de experiências, conhecimen-tos e convicções que se formou ao longo da vida. Dessa forma, procuramos respeitar a trajetória daqueles que apostaram na educação como o caminho para a conquista de um futuro melhor.

Nos Cadernos e vídeos que fazem parte do seu material de estudo, você perceberá a nossa preocupação em estabelecer um diálogo com o universo do trabalho. Além disso, foi acrescentada ao currículo a disciplina Trabalho para tratar de questões relacionadas a esse tema.

Nessa disciplina, você terá acesso a conteúdos que poderão auxiliá-lo na procura do primeiro ou de um novo emprego. Vai aprender a elaborar o seu currículo observando as diversas formas de seleção utilizadas pelas empresas. Compreenderá também os aspectos mais gerais do mundo do trabalho, como as causas do desemprego, os direitos trabalhistas e os dados relativos ao mercado de trabalho na região em que vive. Além disso, você conhecerá algumas estra-tégias que poderão ajudá-lo a abrir um negócio próprio, entre outros assuntos.

Esperamos que neste Programa você conclua o Ensino Fundamental e, pos-teriormente, continue estudando e buscando conhecimentos importantes para seu desenvolvimento e para sua participação na sociedade. Afinal, o conheci-mento é o bem mais valioso que adquirimos na vida e o único que se acumula por toda a nossa existência.

Bons estudos!

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação

Secretaria da Educação

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Sumário

Arte .........................................................................................................................................7Unidade 1

Música e cultura popular brasileira 9

Unidade 2 Cinema e música 27

Unidade 3 Desenho como expressão 47

Unidade 4 A arte de criar esculturas 67

Inglês ................................................................................................................................ 85

Unit 1 Life narratives 87

Unit 2 The Internet and the world of work 99

Unit 3 Professions of the future 109

Unit 4 Other horizons in the world of work 119

Língua Portuguesa ........................................................................................127

Unidade 1 Texto teatral: a palavra encena 129

Unidade 2 As opiniões no mundo 151

Unidade 3 Poetas e cantadores: na trilha do cordel 177

Unidade 4 O mundo da Ciência, a Ciência do mundo 191

Unidade 5 Textos sobre textos: o essencial e o acessório na escrita de resumos 213

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Arte

Caro(a) estudante,

Este Caderno de Arte tem a proposta de aprofundar seus conhecimentos relacionados à cultura do Brasil, por meio da apreciação, da reflexão e da pro-dução artística.

Na Unidade 1, você vai explorar o universo da música e refletir sobre como ela faz parte de sua vida e da sociedade na qual vive. Ao estudar os gêneros musicais brasileiros, inclusive os típicos de sua região, você poderá perceber as influências e as transformações pelas quais a cultura brasileira passou e ainda passa. Além disso, você e sua turma criarão uma agenda cultural com eventos, como shows, concertos, espetáculos etc., que poderá ser disponibilizada para toda a escola.

Na Unidade 2, você estudará a relação da música com outra forma de arte: o cinema. Ao fazer essa relação, vai conhecer características do cinema mudo e entender o processo de inserção do som no cinema. Vai também estudar alguns momentos da chamada sétima arte no mundo e no Brasil, observando como o cinema reflete a cultura de um país. Ao final, você será convidado a produzir um filme.

Na Unidade 3, você vai explorar o desenho como forma de expressão, presente em ilustrações, histórias em quadrinhos, tirinhas e charges. Verá também os desenhos de alguns artistas e terá a oportunidade de elaborar seus próprios desenhos.

Na Unidade 4, você estudará a arte da escultura. Vai conhecer o trabalho de alguns escultores e refletir sobre criações que dialogam com a contempora-neidade e o seu cotidiano.

Após essas discussões e reflexões sobre o universo da arte, você poderá uti-lizar os conhecimentos adquiridos para aguçar seu olhar diante da vida.

Bons estudos!

9o ANO 4o TERMO

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A música faz parte do dia a dia e de momentos marcantes em nos-sas vidas. Ela é uma linguagem que teve e ainda tem importância em todas as sociedades ao longo da história.

Nesta Unidade, você vai explorar alguns gêneros da música popu-lar brasileira, com base em atividades de pesquisa, apreciação e pro-dução. Por meio delas, você poderá refletir sobre a formação da cul-tura brasileira e da região em que vive.

Para iniciar...

• O que você conhece sobre a música?

• Em sua opinião, como e quando a música surgiu?

• Quais gêneros musicais você conhece?

• Em sua opinião, quais gêneros musicais podem ser considerados os principais do nosso País?

• Esses gêneros musicais sempre estiveram presentes no Brasil? Ou, em sua opinião, houve mudanças nos gêneros musicais brasileiros?

• Que tipo de música você mais gosta de ouvir?

• Você toca algum instrumento ou canta?

Música como expressão humanaApesar de não haver registros sonoros propriamente ditos, pode-

-se dizer que o surgimento da música ocorreu na Pré-história, pois instrumentos de sopro, como flautas, descobertos em escavações, datam desse período.

Desde seu surgimento, a música esteve associada às necessida-des humanas de comunicação e expressão, representando, muitas vezes, aspectos do cotidiano e do lugar habitado. Era por meio dela que os povos expressavam suas crenças e realizavam rituais, como os de caça.

Música e cultura popular brasileira

Flauta produzida há cerca de 32 mil anos, no período Paleolítico.

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As primeiras manifestações musicais podem ser consideradas pri-mitivas, pois os sons, produzidos por meio de cantos e instrumentos, eram baseados principalmente em experiências cotidianas. Com o tempo, graças a um constante processo de aperfeiçoamento, o “fazer” música foi se transformando: aliado às características de cada socie-dade e conforme as tecnologias disponíveis, surgiram diferentes ins-trumentos e gêneros musicais. Hoje, a música está cada vez mais aces-sível, podendo ser reproduzida e gravada em celulares, rádios, MP3, internet, CDs, pen drives, entre outros.

A música no BrasilOs indígenas foram os primeiros povos a produzir música nas terras

que hoje compõem o Brasil. As primeiras manifestações musicais estavam relacionadas a rituais, que ocorriam principalmente de modo coletivo. Embora as músicas variassem conforme as características culturais de cada tribo, predominavam os cantos e o uso de instrumentos que se apro-ximam dos hoje chamados chocalho, trombeta, tambor e flauta.

Indígenas da tribo Saterê-Maué, da região amazonense, tocando buzina feita de bambu, 2010.

Com a chegada dos portugueses, diferentes rituais, como a Festa Junina, a Folia de Reis e o Carnaval, passaram a fazer parte da cultura brasileira. Com o passar do tempo, eles foram sofrendo influência de outras culturas e se modificando, adquirindo, assim, novas caracterís-ticas. Os principais instrumentos trazidos para o Brasil por esses euro-peus foram de corda, sopro e percussão, como tambor, caixa, tamboril, viola, cavaquinho, rabeca, gaita, reque-reque e matraca.

Você sabia que os intercâmbios culturais existem desde a Antiguidade?Segundo o antropólogo argentino Néstor García Canclini (2006), desde a Grécia Clássica e o Império Romano, havia inúmeras trocas e interações que continuaram a ocorrer durante a expansão da Europa em direção à América e à África. Quando um povo entrava em contato com diferentes culturas (de outros países ou de várias regiões e comunidades dentro de um mesmo Estado ou cidade), sofria muitas transformações. Assim, o que é considerado tradição, na realidade, também foi influência de outras culturas.ReferênciaCANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para sair e entrar na modernidade. São Paulo: Edusp, 2006.

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Companhia de Reis Os magos do Oriente, de Ituverava (SP), durante a Festa do Divino Pai Eterno em Trindade (GO), 2011.

Quando os africanos chegaram ao Brasil, trouxeram uma grande diversidade de músicas e danças ritualísticas de diferentes regiões da África, cuja finalidade era realizar celebrações sociais e religiosas.

Apesar de tais manifestações culturais terem sido desestimuladas e até mesmo proibidas durante o período da escravidão, a música africana influenciou muito a cultura brasileira, com seu ritmo forte e compas-sado, marcado principalmente por instrumentos, como berimbau, afoxé, agogô, cuíca, reco-reco e tambor.

Bloco Afro Ilú Obá de Min, de São Paulo (SP), durante o Carnaval paulistano, 2013.

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Música popular brasileira

Com o passar do tempo e graças à incorporação de diferentes cul-turas, surgiram novos gêneros musicais tipicamente brasileiros, que se renovaram e continuam se renovando de acordo com os contextos social e cultural, as influências nacional e internacional etc.

Heitor Villa-Lobos: expoente da música brasileira

Um grande músico brasileiro, que combinou música erudita com diferentes gêneros da música popular brasileira, foi Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

Sua inspiração foram as viagens que realizou pelo Brasil, nas quais entrou em contato com músicas folclóricas e tradicionais, como as canções da Amazônia, o choro e a moda caipira.

Villa-Lobos foi um dos principais responsáveis pela difusão da cultura brasileira no exterior.

Os diversos gêneros de música popular brasileira

Dentre os gêneros de música popular brasileira, destacam-se: choro, samba, frevo, forró, sertanejo, baião, bossa nova, axé, modinha, maxixe, além de outros.

A seguir, você verá dois deles.

Na época da escravidão, os africanos que chegavam ao Brasil eram proibidos de expressar suas crenças e manifesta-ções culturais. No entanto, muitos mantiveram suas tradições às escondidas.

Com a abolição da escravatura em 1888, os costumes africa-nos passaram a influenciar mais a cultura do País, tendo contri-buído muito para a música popular brasileira.

Na atualidade, apesar de ainda haver preconceito racial, a música afro-brasileira é respeitada e valorizada nacional e internacionalmente.

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Arte – Unidade 1

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Baião

No baião, música típica do Nordeste brasileiro, a sanfona, o bumbo e o triângulo acompanham as letras de músicas, que reve-lam a cultura própria da região. Um grande expoente desse gênero musical foi Luiz Gonzaga (1912-1989), conhecido como “o rei do baião”.

Apresentação musical com triângulo e sanfona.

Fica a dica

Para comemorar o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, foi lançado o filme Gonzaga – de pai para filho (direção de Breno Silveiro, 2012). O filme trata da relação entre Luiz Gonzaga e seu filho, Gonzaguinha, ambos representantes da música brasileira, mas com muitas divergências na vida.

Bossa nova

A bossa nova surgiu no Rio de Janeiro, no final da década de 1950. Uma de suas características marcantes foi a união entre gêneros inter-nacionais – em especial o jazz – e gêneros populares brasileiros, como o samba.

Não se pode falar em bossa nova sem mencionar a canção Garota de Ipanema, escrita por Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980) e reconhecida internacionalmente.

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Congada (ou congado)

Grupo de congado Guarda de Moçambique do Divino Espírito Santo, de Belo Horizonte (MG), 2012.

Atividade 1 Ouvindo diversos gêneros da música popular brasileira

Em grupo, procurem CDs ou sites com exemplos dos vários gêne-

ros musicais brasileiros, como baião, bossa nova, forró e choro. Com-

partilhem as impressões que tiveram desse momento, quais foram as

músicas de que mais gostaram, quais já conheciam, quais ouviram

pela primeira vez.

Depois, registrem, no caderno, suas opiniões sobre as músicas

apreciadas.

Atividade 2 Influências na música brasileira

1. Em grupo, observem as imagens de manifestações musicais atuais e discutam sobre elas: Vocês conhecem algum desses grupos? E esses gêneros musicais? E os instrumentos que aparecem nas imagens?

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Frevo

Grupo de frevo de Recife (PE), com músicos e dançarinos, 2010.

Música caipira

Orquestra Piraquara de Viola Caipira, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, de São José dos Campos (SP), 2012.

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2. Em grupo, escolham um dos gêneros musicais representados nas ima-gens e façam uma pesquisa. Para ajudá-los, sigam o roteiro proposto.

• Quais transformações esse gênero sofreu ao longo da história?

• Ele manteve os instrumentos tradicionais?

• Hoje em dia, utiliza novos instrumentos?

Escreva, a seguir, as conclusões do grupo.

3. Compartilhem com os outros grupos as informações obtidas no Exercício 2 e as relacionem com as experiências musicais que você e seus colegas já viveram.

Música popular no Estado de São Paulo

Como você já estudou, no Brasil, existem diversos gêneros de música popular, devido, principalmente, à influência das culturas indígena, europeia e africana.

No Estado de São Paulo, por causa do intenso fluxo de migração de estrangeiros e de brasileiros vindos de outros Estados, a região apre-senta grande variedade cultural (não apenas na música, mas também na gastronomia, na moda etc.).

Conheça agora alguns exemplos da variedade musical existente nesse Estado.

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Arte – Unidade 1

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Advindos de outros Estados brasileiros, alguns gêneros musicais, ao chegarem ao Estado de São Paulo, desenvolveram caracte rísticas parti-culares. É o caso do samba, que surgiu no século XIX e ganhou força no início do XX, na cidade do Rio de Janeiro.

O samba geralmente é acompanhado por violão e cavaquinho, e tem o ritmo marcado por instrumentos de percussão, como pandeiro, cuíca e tamborim. Na cidade de São Paulo, ele recebeu características próprias com o músico Adoniran Barbosa.

Grupo de fandango Tamanco Cuitelo, de Capão Bonito (SP), 2006.

Fica a dica

Se você quiser saber mais sobre a história do samba – como ele surgiu, qual foi a primeira canção, por quais transformações passou, quem são seus compositores etc. – de maneira muito divertida, acesse o Trem do Samba.

Disponível em: <http://super.abril. com.br/multimidia/trem-samba-722528.shtml>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Os diversos gêneros de música popular no Estado de São Paulo

O cururu é um gênero típico dos municípios de Piracicaba, Tietê, Sorocaba e Capivari. Trata-se de um desafio trovado que é acompanhado de viola, violão e uma dança de roda tipicamente formada por homens.

A catira (ou cateretê), originada das culturas indígena e portu-guesa, é comum no interior paulista. Em geral, é tocada em festas tra-dicionais, como as do Divino, de São Benedito e de Santa Cruz. Uma das formas de apresentação mais comuns é a formação de duas filas, uma de homens e outra de mulheres, que dançam batendo palmas e sapateando, marcando o ritmo com os violeiros.

O fandango, tradicional em muitas regiões do Brasil, é tocado no litoral de São Paulo, em bailes nos quais grupos, geralmente de homens, batem os pés no chão acompanhando o ritmo de instrumen-tos, como viola, rabeca, adufe, violão e cavaquinho.

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Gêneros musicais de outros países também passaram por transfor-mações ao chegarem a São Paulo. Dois exemplos são o rap e o hip-hop, originários dos Estados Unidos, que ganharam características pró-prias ao se desenvolver especialmente nas periferias de zonas urbanas do Estado e do País. Suas músicas têm letras em tom de denúncia e são cantadas na forma de falas ou rimas. As melodias são com-postas, muitas vezes, com base na mescla de músicas já existentes, apropriando-se de trechos de canções populares, propagandas de TV, entre outros, por meio de tecnologias que vão desde o uso de discos de vinil até computadores.

Atividade 3 Agenda cultural

Em grupo, pesquisem em revistas, jornais ou na internet sobre shows e concertos gratuitos que ocorrerão em datas próximas, no município ou na região onde vivem. Depois, compartilhem as informações pesquisadas com os colegas e componham um painel com a agenda cultural.

Atividade 4 Música regional de São Paulo

1. Em grupo, pesquisem qual é a música popular típica de sua região e quais são suas principais características.

2. Escolham uma composição musical que, na opinião do grupo, me-lhor represente esse gênero. Após a escolha, pesquisem informações sobre essa música: Quem é o compositor? Quais instrumentos são utilizados? Há letra na música?

Fica a dica

Nos seguintes sites, você encontra informações sobre música e eventos musicais no Estado de São Paulo:

• Portal do Governo do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.saopaulo.sp.gov.br/conhecasp/cultura_musica>. Acesso em: 21 jun. 2013.

• Revelando São Paulo. Disponível em: <http://revelandosaopaulo.org.br/rv/>. Acesso em: 21 jun. 2013.

• Sesc São Paulo. Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/sesc/>. Acesso em: 21 jun. 2013.

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Trem das onze

João Rubinato, mais conhecido como Adoniran Barbosa (1910-1982), nasceu em Valinhos (SP). Deu nova roupagem ao samba, incorporando elementos da vida popular da cidade de São Paulo nesse gênero musical. Uma de suas músicas mais conhecidas, Trem das onze, ganhou fama nacional, principalmente depois de ter sido gravada pelo grupo Demônios da Garoa.

João Rubinato(Adoniran Barbosa)

Não posso ficar nem mais um minuto com vocêSinto muito amorMas não pode serMoro em JaçanãSe eu perder este tremQue sai agora às onze horasSó amanhã de manhã.[...]Além disso mulherTem outra coisaMinha mãe não dorme enquanto eu não chegarSou filho únicoTenho minha casa pra olharE eu não posso ficar. [...]

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Di Cavalcanti. Baile popular, 1972. Óleo sobre tela, 89 cm x 116 cm. Acervo particular.

3. Elaborem uma apresentação com o resultado da pesquisa. Para ajudá-los, seguem algumas dicas.

• Verifiquem a possibilidade de ouvir a música pela internet e levá-la para a sala de aula, a fim de que a turma toda a ouça.

• Escolham o formato da apresentação, que pode ser musical, teatral, performático, de dança, a montagem de um painel etc., com utilização dos mais diversos materiais. Para tanto, lembrem-se dos procedimentos e das linguagens artísticas estudadas nos anos/termos anteriores, sem ter receio de mis-turá-las em um mesmo trabalho.

• Observem, a seguir, diferentes linguagens para tratar do tema “música popular brasileira”: um quadro de Di Cavalcanti sobre um baile popular e uma cena da peça musical que retrata a vida do sambista Noel Rosa. Vocês podem se ins-pirar nessas manifestações artísticas para produzir a própria apresentação.

4. Se possível, exibam a apresentação para toda a escola.

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O início do CarnavalHoje, o Carnaval é considerado a maior festa popular brasileira e é

conhecido no mundo todo. Nele, a música se mescla às artes visuais e à dança de maneira exuberante. Mas nem sempre foi assim. Suas origens remontam às festividades populares da Antiguidade que, com jogos e outras manifestações, comemoravam o fim do inverno e o início da época de plantio.

Quando o cristianismo adotou a festa, associando-a a datas reli-giosas, o Carnaval passou a ter outra conotação: a de diversão, ante-cedendo um período de resguardo.

O Carnaval no Brasil

O Carnaval chegou ao Brasil com os colonizadores (portugueses) e adquiriu características próprias da cultura local ao se mesclar com os costumes indígenas e africanos. Foram os colonizadores que trouxeram a cultura das marchinhas – inspiradas na marcha dos militares. Suas principais características são: ritmo acelerado, melodia simples e letra de duplo sentido. A primeira marchinha brasileira de que se tem notí-cia é de 1899, produzida por Chiquinha Gonzaga (1847-1935) para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro. Muito populares entre os anos 1920 e 1960, hoje o Carnaval vem resgatando as marchinhas.

CordãoGrupo de foliões.

CYa. Grita Absoluta e Grupo JB Samba. Noel Rosa – o poeta, o músico, cronista de uma época. Cena do espetáculo, que é uma biografia musical do sambista Noel Rosa. São Paulo (SP), 2011.

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Solte sua linha

Thar e Marco Aurélio

É um prazer poder fazer

Este favor pra você

Te levar pro desbunde

Como se isso fosse a coisa mais normal

Meu nome é bumbo, meu nome é bumbo

Bum buc, bum buc, bum buc

Eu sou o coração do Carnaval

Quando o coração baterQue nem um bumbo cê pode saberQue chegou o CarnavalE esse batuque é pra chamar vocêPra avisar que tá na hora de sair pra ruaPra viver de fantasia e dar adeus à soli solidãoMe dê a mão, meninaSolte a sua linha e vem voar no somNo som que essa banda não se cansa de tocarMas que chama marcação a maisHá bem no seu peito o instrumento que faltaPara o Carnaval nunca parar

Fica a dica

Para conhecer essa e outras marchinhas da banda Estrambelhados, acesse o site do grupo. Disponível em: <http://www.bandaestrambelhados.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

O Carnaval em São Luiz do Paraitinga

Em São Luiz do Paraitinga, no Estado de São Paulo, há, desde 1981, um resgate das marchinhas de Car-naval da cidade, em uma tentativa de preservar e fomentar a música local.

Em 1984, a cidade teve o primeiro festival de marchinhas, com cerca de 20 composições inéditas desse gênero. A partir daí, a produção foi se conso-lidando, e hoje o Carnaval e as mar-chinhas de São Luiz são referências no Estado de São Paulo.

Leia a letra de uma delas a seguir. Bloco carnavalesco de São Luiz do Paraitinga (SP), 2007.

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Variedades carnavalescas

Com o tempo, surgiram diversas manifestações carnavalescas, como os trios elétricos, os blocos de rua ou de clube, os desfiles de escolas de samba e os novos cordões – que trazem músicas diferentes das marchinhas, de acordo com as culturas locais.

Os trios elétricos tiveram origem na Bahia. Trata-se de caminhões equipados com aparelhos de sonorização e enfeitados de maneira ale-gre e colorida, sobre os quais grupos de música se apresentam para uma grande multidão.

Os blocos de rua tiveram início na cidade do Rio de Janeiro e se popularizaram pelo Brasil todo. Em geral, os integrantes se vestem com a mesma fantasia. Há desde pequenos blocos, formados por amigos, até alguns bem maiores e organizados, que se apresentam com bandei-ras, instrumentos e abre-alas.

Bloco do Grupo Artístico Percussivo Conxitas, de Olinda (PE), 2009.

As escolas de samba são agremiações populares que, geralmente, competem entre si, avaliadas por critérios chamados “quesitos” (enredo, alegorias e adereços, samba-enredo etc.). Surgiram no Rio de Janeiro e hoje também são tradicionais em outros locais do País.

O Carnaval de hoje no Estado de São Paulo

Atualmente, os desfiles de escolas de samba no sambódromo se tor-naram uma marca registrada da cidade de São Paulo. Além desse grande desfile anual e do festival de São Luiz do Paraitinga, que você já viu nesta Unidade, há blocos de rua e festas em clubes por todo o Estado.

SambódromoPista onde acontecem os desfiles de Carnaval.

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O Carnaval faz parte da atração turística de muitos municípios do Estado de São Paulo, gerando recursos para a economia local, além de empregos em hotéis, restaurantes, bares, lojas etc.

Atividade 5 Carnaval da sua região

1. Observe as imagens de Carnaval vistas até agora nesta Unidade e discuta com os colegas o que vocês conhecem sobre essa festivida-de e o que apreciam ou não nessa manifestação popular.

2. Em grupo, conversem sobre como é o Carnaval de sua cidade ou região e identifiquem alguns personagens, alegorias, músicas e instrumentos.

3. Após essa discussão, façam uma pesquisa com grupos de Carnaval de sua região. Procurem entrevistar pessoas que participam da produção do Carnaval, investigando como é a criação da música, das fantasias, dos carros alegóricos etc.

4. Ao final, apresentem para os colegas o resultado da pesquisa reali-zada. Se possível, na hora da apresentação, coloquem uma música de Carnaval de que tenham gostado, para que a turma a ouça.

Você sabia que o sambódromo do município de São Paulo foi construído em 1993?

Ele é chamado de Sambódromo do Anhembi, mas seu nome original é Polo Cultural e Esportivo Grande Otelo. Foi projetado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. É nele que acontecem, todos os anos, os desfiles de escolas de samba que antes ocorriam nas grandes avenidas da cidade. Tem capacidade para receber 32 mil pessoas.

Fonte: ANHEMBI Parque. Sambódromo do Anhembi,

um projeto de Oscar Niemeyer. Disponível em:

<http://www.anhembiexpo.com.br/sambodromo-do-anhembi-um-projeto-de-oscar-niemeyer>. Acesso

em: 21 jun. 2013.

Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mocidade Alegre. Desfile das campeãs do Carnaval. Sambódromo do Anhembi, São Paulo (SP), 2009.

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Carnaval, economia e trabalho

A indústria do Carnaval surgiu devido à crescente movimentação da economia de diversos setores da sociedade brasileira e ao envolvi-mento de milhares de profissionais em sua criação e execução.

Com relação às escolas de samba, há os carnavalescos, que são os responsáveis pela produção do enredo e do desfile. O enredo é o tema central de que a escola de samba vai tratar no Carnaval. Após defini--lo, os carnavalescos desenham as fantasias e alegorias para, depois, entrar no processo de produção efetivamente. Costureiras preparam as fantasias; marceneiros e escultores produzem e decoram os carros alegóricos. Esses e muitos outros profissionais fazem com que haja um desfile belo e único nas avenidas.

Vários trabalhadores têm emprego garantido o ano todo, pois, logo que as escolas de samba se apresentam, já precisam começar a se preparar para o ano seguinte.

Assim, devido a esse conjunto de fatores, em muitos locais, o Carnaval tem perdido, com o passar dos anos, seu caráter simples, e de certa maneira amador, para se tornar uma produção grandiosa e bem planejada.

Atividade 6 Carnaval na escola

1. Em grupo, pesquisem os elementos que fazem parte de uma escola de samba, como enredo (tema), samba-enredo (canção), comissão de frente e demais alas, fantasias e carros alegóricos, bateria, ma-drinha de bateria, porta-bandeira, mestre-sala etc.

2. Imaginem que a turma vai criar um desfile para o Carnaval do ano seguinte.

a) Qual seria o enredo? Que tipo de carros alegóricos o desfi-le teria? E quanto às fantasias? Vocês podem demonstrar o projeto do desfile por meio de desenhos e colagens. Não se esqueçam de dar um nome à escola de samba.

b) Analisem o projeto criado: Há possibilidade de utilizar mate-rial reciclado em alguma fantasia ou carro alegórico? Como? Registrem as conclusões.

c) Agora é hora de criar. Ainda em grupo, façam uma fantasia e/ou uma maquete de carro alegórico com o material reciclado escolhido.

Para se inspirarem, observem as imagens a seguir da escola de samba Pérola Negra.

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Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Pérola Negra. Carnavalesco trabalhando no carro abre-alas, no barracão da escola de samba. São Paulo (SP), 2013.

Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Pérola Negra. Carro alegórico aguardando na concentração para desfilar no Carnaval. Sambódromo do Anhembi, São Paulo (SP), 2013.

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Pense sobre

A cultura é algo vivo e sempre está em transformação, sofrendo influências locais, nacionais e internacionais. Nesta Unidade, você conheceu influências e trans-formações em gêneros mais tradi-cionais, como o samba e a música de Carnaval. Mas você já parou para pensar em transformações mais atuais, por exemplo, as que deram origem ao manguebeat? Na década de 1990, músicos per-nambucanos inseriram ao tradi-cional maracatu a música eletrô-

nica, o rock e o hip-hop. Esse novo gênero teve como figura-chave o músico Chico Science e a banda, da qual fazia parte, Nação Zumbi. O que você acha da combinação desses ritmos? Já teve oportunidade de ouvir manguebeat?

Você conhece alguma outra combinação não mencionada nesta Unidade? Que gêneros de música ela combina?

Grupo Mundo Livre S.A., que faz parte do movimento manguebeat.

Você estudou

No decorrer desta Unidade, você explorou e conheceu alguns gêneros musicais típicos do Brasil e do Estado de São Paulo. Além disso, pôde verificar como diferentes culturas influenciaram a mú-sica popular brasileira.

Estudou também o Carnaval, manifestação cultural popular, e como ele acontece em sua região. Por fim, conheceu os prepa-rativos envolvidos na produção das escolas de samba.

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Nesta Unidade, você estudará cinema, uma arte que envolve diver-sas linguagens artísticas e cuja história está relacionada também às inovações tecnológicas. Você verá que, em um filme, a imagem em movimento e o som se complementam para despertar emoções no espectador, fazê-lo pensar, informá-lo e entretê-lo.

Por fim, ao conhecer mais sobre o cinema nacional, você poderá ampliar seus horizontes acerca da cultura do País.

Está pronto? A sessão vai começar!

Para iniciar...

Converse com os colegas a respeito das seguintes questões.

• Você gosta de ver filmes? Se sim, de que tipo?

• Você tem o hábito de ir ao cinema? Assiste a filmes na TV?

• Costuma reparar nas músicas dos filmes? Em sua opinião, todos os filmes têm música?

• A música pode ajudar na compreensão de uma cena? Como?

• O que é melhor, assistir a um filme na TV ou no cinema? O es-paço tem alguma influência na atenção que você dá ao que está assistindo?

• Quais são os diferentes profissionais que, em sua opinião, traba-lham na criação, produção e exibição de um filme?

História do cinemaO cinema só se tornou possível após o desenvolvimento de várias

tecnologias. Uma das primeiras máquinas usadas na reprodução de imagens foi o cinematógrafo: aparelho portátil que registrava e depois projetava seguidamente as imagens, criando a ilusão de movimento, por meio de uma lente fotográfica que as ampliava.

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Cinematógrafo desenvolvido para projeção de imagens. Um cinematógrafo semelhante a esse foi utilizado pelos irmãos Lumière na primeira sessão pública de cinema, em 1895.

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Sequência de imagens que mostra cavalo e cavaleiro em movimento,

filmada pelos irmãos Lumière.

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune). Direção: Georges Méliès.

França, 1902. 13 min.

O cinematógrafo foi utili-zado na primeira sessão pública de cinema, que ocorreu em 1895, na França, com uma sequência de imagens apresentadas pelos irmãos Lumière. As imagens cap-turadas por Auguste (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) tra-tavam de cenas do cotidiano, tais como a fa mosa locomotiva che-gando à estação, que teria feito o público fugir correndo com medo de ser atropelado.

Pouco tempo depois , o mág ico e c ineasta f rancês Georges Méliès (1861-1938) percebeu que esse aparelho era uma potencial ferramenta para contar histórias. Ele produziu, dirigiu e distribuiu mais de 500 filmes entre 1896 e 1912, como O homem-orquestra (L’homme orchestre, 1900), O homem da cabeça de borracha (L’homme à la tête en caoutchouc, 1901) e Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902).

Fica a dica

Para conhecer um pouco mais a história de Georges Méliès, vale a pena conferir o filme A invenção de Hugo Cabret (Hugo, direção de Martin Scorsese, 2011), que homenageia o diretor Méliès e seu filme Viagem à Lua.

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Até meados dos anos 1920, os cineastas não possuíam tecnologia para incluir o som diretamente nos filmes. Por isso, as produções cinema-tográficas dessa época são conhecidas como cinema mudo.

Em virtude da impossibilidade de reproduzir em áudio a fala dos per-sonagens, alguns recursos eram usa-dos para favorecer a compreensão do enredo pelo espectador.

FotogramaCada impressão ou quadro de um filme cinematográfico.

© iDicionário Aulete. <www.aulete.com.br>.

Você sabia que o cinema também é conhecido como “sétima arte”?

Há um consenso que enumera as artes. A primeira é a música (som); a segunda, a dança (movimento); a terceira, a pintura (cor); a quarta, a escultura (volume); a quinta, o teatro (representação); e a sexta, a literatura (palavra). A sétima – definida em 1911 – é o cinema, que, diversas vezes, dialoga com todas as demais.

Mas não para por aí. A oitava é a fotografia (imagem), a nona é a popularmente conhecida como BD, sigla de banda desenhada ou quadrinhos (cor, palavra, imagem), a décima são os jogos de computador e de vídeo e a décima primeira é a arte digital, que integra as artes gráficas computadorizadas 2D, 3D, além da programação.

Na filmagem, a atuação dos atores era permeada por gestos sua-ves durante os diálogos e por movimentos com maiores expressões corporal e facial nas cenas de ação, trágicas ou cômicas, como mostra o fotograma seguinte.

Londres depois da meia-noite (London after midnight). Direção: Tod Browning. Estados Unidos, 1927. 69 min.

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Na edição (ou montagem) do filme, pequenos textos, chamados intertítulos, eram incluídos entre os fotogramas para dar sentido às imagens em movimento que estavam sendo apresentadas. Esses intertí-tulos indicavam passagens do enredo e apresentavam algumas falas de personagens consideradas importantes para o entendimento da trama, conforme se observa na sequência de fotogramas da próxima página.

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O circo (The circus). Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos, 1928. 71 min.

No filme O circo (The circus, di-reção de Charles Chaplin, 1928), o Vagabundo (personagem célebre de Chaplin), após ser confundido com um ladrão de carteiras, é persegui-do por policiais e acaba, sem querer, invadindo o espetáculo de um circo. Por causa de todas as suas trapalha-das, faz muito sucesso com a plateia. Isso chama a atenção do dono do cir-co, que o convida para um teste. No entanto, o dono do circo não acha a apresentação engraçada.

Como será o final dessa história?

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A tentativa.

“Vá em frente e seja engraçado.”

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Atividade 1 Cinema mudo

Os fotogramas apresentados na próxima página são do filme ale-mão O gabinete do dr. Caligari (Das cabinet des dr. Caligari, direção de Robert Wiene, 1920), considerado uma das produções mais impor-tantes do cinema mudo.

Fica a dica

Para saber mais sobre a transição do cinema mudo para o cinema sonoro, assista ao filme O artista (The artist, direção de Michel Hazanavicius, 2011). Nele você poderá observar a estética utilizada pelo cinema mudo, além de se envolver com a trama do galã George Valentin, um ator do cinema mudo que teme a chegada do cinema sonoro.

O misterioso dr. Caligari chega a um vilarejo com o sonâm-bulo Cesare, que estaria hipnotizado há 25 anos. Este, durante os espetáculos, prevê a morte de um dos personagens, Alan, que é encontrado morto na manhã seguinte. Durante a investigação, Cesare é considerado um dos suspeitos de matá-lo por ordem do dr. Caligari. Francis, amigo de Alan, ajuda a polícia a investigar o caso. O dr. Caligari ordena a Cesare que mate a noiva de Francis, Jane. Mas Cesare se apaixona por Jane e não consegue matá-la...

Observe os fotogramas de diferentes momentos do filme e discuta com a turma as questões a seguir.

• Em sua opinião, qual(is) é (são) o(s) gênero(s) desse filme: ação, suspense, comédia, drama, terror, romance, ficção científica etc.? Como você chegou a essa conclusão?

• Você acha que a expressão corporal desses atores é mais exagera-da do que a expressão dos atores nos filmes atuais? Por quê?

• Além da expressão corporal, alguma(s) outra(s) característica(s) despertou(aram) sua atenção? Qual(is)?

Pianista tocando trilha sonora ao vivo para o filme O homem mosca (Safety last!, direção de Fred Newmeyer e Sam Taylor, 1923).

Um último recurso do cinema mudo era usado durante a exibi-ção dos filmes. Pianistas ou peque-nas orquestras tocavam uma trilha sonora ao vivo para acompanhar as cenas.

Mesmo com a descoberta de novas tecnologias que permitiam a inclusão do som nos filmes e a sin-cronização entre áudio e vídeo, o cinema mudo continuou sendo pro-duzido durante muitas décadas, espe-cialmente fora de Hollywood, por causa dos altos custos de produção.

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O gabinete do dr. Caligari (Das cabinet

des dr. Caligari). Direção: Robert

Wiene. Alemanha, 1920. 78 min.

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Cinema e músicaO cinema sonoro propõe uma experiência estética audiovisual

diferente da experiência do cinema mudo. Com a integração de sons, músicas e diálogos às imagens em movimento, surge uma nova unidade expressiva.

Em cada filme, essa unidade é intencionalmente pensada para melhor expressar ideias e sentimentos, enriquecer a narrativa e aumen-tar seu impacto sobre os espectadores, além de possibilitar que eles se “conectem” a outro lugar e outra época.

Experimente tirar o som de uma cena de terror, por exemplo. O impacto da cena sem o som é o mesmo gerado quando a cena está com o som?

Além disso, a música sincronizada ao filme propiciou o desenvol-vimento de um novo mercado de trabalho, e muitos compositores e músicos passaram a produzir trilhas sonoras para cinema.

A trilha sonora

A trilha sonora é composta, em geral, por diferentes músicas que, junto a outros elementos, como cenário, diálogo e caracterização dos personagens, dão sentido ao filme. Mas como ela é criada?

O processo criativo para a elaboração de uma trilha sonora é complexo e envolve diversas etapas. O compositor da trilha, com criatividade e conhecimento teórico musical, alia músicas a um con-texto visual, pontuando e destacando o fluxo rítmico, dramático, temporal e emocional planejado pelo diretor do filme. Essa composi-ção, no entanto, prevê uma constante reelaboração junto com outros profissionais que participam da produção cinematográfica.

Em um filme, são utilizados diferentes tipos de músicas e sons, como músicas de abertura, músicas-tema, músicas relativas a locais e épocas, além de sons da natureza, por exemplo.

Você já viu como são criadas as trilhas sonoras atuais. Mas e quanto às mais antigas?

Como você estudou, no início do cinema mudo, pianistas ou pequenas orquestras faziam ao vivo a trilha sonora, de acordo com a narrativa do filme. Era comum, portanto, encontrar trilhas dife-rentes para o mesmo filme.

Sem a tecnologia necessária para incluir o som diretamente nos fil-mes, os profissionais da indústria do cinema enfrentavam uma série de desafios: precisavam descobrir como captar diálogos e sons produzidos durante a filmagem e, em seguida, reproduzi-los simultaneamente com a imagem em movimento, garantindo a sincronia.

Fica a dica

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta periodicamente concertos sobre músicas de filmes, acompanhados por projeção de trechos da respectiva produção cinematográfica. Você pode conferir a programação no site da Osesp. Disponível em: <http://www.osesp.art.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

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Ao longo da década de 1920, esses desafios foram postos e diversas tecno-logias foram desenvolvi-das para superá-los. Uma delas foi o Vitaphone, um sistema de som no qual a trilha sonora era repro-duzida em discos de vinil. Com o Vitaphone, foi pos-sível realizar o musical Cantor de jazz (The jazz singer, direção de Alan Crosland, 1927), consi-derado por muitos o pri-meiro filme com diálogo sincronizado.

No entanto, som e imagem em movimento ainda eram captados e reproduzidos separadamente, o que fazia com que os problemas de sin-cronização continuassem frequentes. Posteriormente, o áudio e o vídeo passaram a ser captados ao mesmo tempo por uma mesma câmera e registrados em uma única película. Embora o problema da sincronia estivesse “resolvido”, o processo de edição ainda continua va acarre-tando “rupturas” no áudio. Como essa edição se baseava nas imagens, a trilha era interrompida muitas vezes.

Só em meados da década de 1930, áudio e vídeo puderam ser captados por equipamentos diferentes e editados em separado, antes de ser gravados em uma única película. Esse sistema respon-deu tão bem aos desafios da época do cinema mudo que ele conti-nua sendo usado até hoje na produção de audiovisuais, apesar dos aperfeiçoamentos tecnológicos desenvolvidos desde então.

Reprodução do som nas salas de cinema

Durante todo esse período de desenvolvimento do som aliado à imagem em movimento, as salas de cinema também tiveram de se adaptar às novas tecnologias de produção de filmes. Os espaços para apresentação de música ao vivo cede-ram lugar aos alto-falantes, que precisaram ser instalados para amplificar os sons reproduzidos nos novos equipamentos de áudio.

Cantor de jazz (The jazz singer). Direção: Alan Crosland. Estados Unidos, 1927. 88 min.

Pedaço de película com duas pistas de som óptico indicadas em destaque à esquerda.

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Inicialmente, o sistema era monofônico, ou seja, uma única caixa transmitia todo o som do filme, por meio de um único canal de áudio. Depois, já na década de 1940, começaram a surgir filmes com sistema de áudio estéreo, que utilizava dois canais sincronizados e duas caixas, para tentar “recriar” a situação da audição humana. O primeiro desses filmes foi Fantasia (direção de Walt Disney, 1941). Se houvesse, por exemplo, uma explosão no lado esquerdo da cena, o canal da esquerda captaria melhor esse sinal e, na exibição do filme, o alto-falante da esquerda o reproduziria com maior intensidade, sendo “percebido” pelo espectador, portanto, como um som vindo do lado esquerdo.

Hoje, com o desenvolvimento das tecnologias, as salas de cinema das grandes cidades utilizam um dinâmico sistema digital de som, que possibilitam até mesmo uma experiência sensorial tridimensional, uma vez que o som “viaja” pelas caixas, “representando sonoramente” o movimento apresentado nas imagens.

Atividade 2 Criando sequência e trilha sonora

1. A proposta é que você exercite a relação entre imagem e som. Em grupo, observem, na próxima página, os fotogramas de um filme do cinema mudo e os espaços para composição de intertítulos.

a) Com base na observação dos fotogramas, escrevam uma peque-na história, que não precisa necessariamente seguir a sequência de imagens posta no Caderno. Vocês podem pensar em uma nova ordem, numerando, de acordo com ela, os quadrados em branco inseridos na parte superior desses fotogramas.

b) Criem intertítulos para a sequência de imagens. Vocês não precisam utilizar todos os espaços para intertítulos; usem apenas os que acharem necessários.

c) Qual(is) música(s) vocês utilizariam como trilha sonora desse “filme”que imaginaram?

2. Pesquise em revistas, jornais ou internet um filme do cinema mudo. Descubra se ele tem trilha sonora. Se não tiver, pense nas músicas que poderiam compô-la; se já tiver, crie outra trilha sonora. Se pos-sível, apresente a composição elaborada para a turma.

3. Compartilhe com os colegas o que foi mais significativo nesta ati-vidade. Se houve dificuldades, apresente quais foram elas.

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O homem mosca (Safety last!). Direção: Fred C. Newmeyer e Sam Taylor. Estados Unidos, 1923. 70 min.

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Cinema no mundo

No decorrer das décadas, o cinema se desenvolveu em diversos paí-ses. No entanto, é possível observar que a produção hollywoodiana teve maior repercussão internacional, proporcionada por uma forte indústria que se consolidou no mercado cinematográfico.

Nos anos 1930, essa produção se destacou com o gênero western (conhecido, no Brasil, como “faroeste”).

Já a década de 1960 foi marcada pelo gênero suspense, com fil-mes como Psicose (Psycho, direção de Alfred Hitchcock, 1960), que apresentaram inovações técnicas nos movimentos de câmera e nos efeitos de luz, além de trilhas sonoras marcantes.

Psicose (Psycho). Direção: Alfred Hitchcock. Estados Unidos, 1960. 109 min. 14 anos.

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Nos anos 1970, Tubarão (Jaws, direção de Steven Spielberg, 1975) foi uma das produções de destaque pela inovação nos efeitos especiais, que hoje se desenvolvem com a tecnologia digital, em filmes como Avatar (direção de James Cameron, 2009) ou As aventuras de Pi (Life of Pi, direção de Ang Lee, 2012), que em 2013 ganhou o Oscar de melhor diretor, trilha sonora, fotografia e efeitos visuais.

Além de os Estados Unidos terem investido fortemente na criação de uma indústria cinematográfica, diversos outros países contribuíram e contribuem para o desenvolvimento da sétima arte, com a produção de filmes pelos quatro cantos do mundo. Veja, a seguir, alguns países e continentes que também se destacaram.

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Vidas secas. Direção: Nelson Pereira dos Santos. Brasil, 1963. 103 min. Livre.

Um dos marcos do cinema se deu na Rús-sia, na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com a técnica da montagem de imagens que ganhou destaque como inova-ção, principalmente na década de 1920. Essa técnica consiste em fil-mar cenas isoladas e, durante a edição do f i lme , montá- las de forma sequencial, cons-truindo uma narrativa. Antes de seu desenvol-vimento, era preciso que, na filmagem, as cenas apresentassem uma sequência similar ao teatro.

Essa nova técnica foi largamente difundida e é utilizada até hoje em diversos filmes, seriados, novelas e outras produ-ções audiovisuais.

Para melhor compreensão da técnica da montagem, observe acima uma sequên cia do filme Vidas secas (direção de Nelson Pereira dos Santos, 1963). Nela, percebe-se que o personagem (Fabiano) mata a cachorra (Baleia), devido à montagem das imagens e pelo fato de termos conhecimento prévio sobre o que acontece em situações nas quais uma pessoa aponta uma arma para outro ser.

Assim, pelo modo como as cenas foram montadas, é possível entender o que ocorreu, sem que toda a ação precise ser apresen-tada (Fabiano aponta, atira, a cachorra recebe o tiro e morre).

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Outro marco do cinema ocorreu na Itália, com destaque para o movimento neorrealista, iniciado por cineastas que se preocupavam com a condição social e política do país, devastado pela 2a Guerra

Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette). Direção: Vittorio De Sica. Itália, 1948. 93 min.

Os incompreendidos (Les quatre cents coups). Direção: François Truffaut. França, 1959. 99 min. 12 anos.

Na França, na virada dos anos 1950 para os 1960, o movimento que se destacou foi a nouvelle vague (que significa “nova onda”). Suas características marcantes são o realismo e o destaque para o diretor do filme, que tinha uma “assinatura” própria, marcando seu estilo em cada produção. Alguns exemplos: Os incompreendidos (Les quatre cents coups, direção de François Truffaut, 1959) e Acossado (À bout de souffle, direção de Jean-Luc Godard, 1960).

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Mundial. Para dar mais realismo aos filmes, os diretores filmavam as cenas nas ruas e trabalhavam com atores não profissionais, como se pode observar nas obras Roma, cidade aberta (Roma, città aperta, direção de Roberto Rossellini, 1945) e Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette, direção de Vittorio De Sica, 1948). A Itália possui também outros grandes gênios da sétima arte, como Federico Fellini (1920-1993), Michelangelo Antonioni (1912-2007) e Pier Paolo Pasolini (1922-1975).

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gegen alle, direção de Werner Herzog, 1974) e Alice nas cidades (Alice in den Städten, direção de Wim Wenders, 1974) são alguns filmes de destaque desse movimento.

Na Espanha, o cineasta Pedro Almodóvar (1949-) chamou atenção ao fazer fil-mes com cores vibrantes e personagens femininos fortes, como Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, 1999) e Volver (2006).

Volver. Direção: Pedro Almodóvar. Espanha, 2006. 121 min. 14 anos.

Sonhos (Yume). Direção: Akira Kurosawa.

Japão/Estados Unidos, 1990. 119 min.

A Ásia e a África também foram, e ainda são, grandes produtoras de cinema. A Ásia produz filmes desde o início do século XX, apesar de eles terem se tornado conhecidos no Ocidente apenas em meados da década de 1950. Um dos responsáveis por essa difusão foi o dire-tor japonês Akira Kurosawa (1910-1998), que, após ser premiado no Festival de Veneza de 1951, chamou atenção do mundo com a singu-laridade do cinema japonês. De seus filmes, destacam-se: Rashomon (Rashômon, 1950), Os sete samurais (Shichinin no samurai, 1954) e Sonhos (Yume, 1990).

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Na Alemanha dos anos 1970, Werner Herzog (1942-) e Wim Wenders (1945-) fizeram parte de um grupo de jovens cineastas responsáveis pelo chamado novo cinema alemão, que apresentava críticas sociais e políticas. O enigma de Kaspar Hauser (Jeder für sich und Gott

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O cinema indiano também tem se destacado, especialmente com Bollywood, indústria de cinema na Índia, que é muito popular no país.

Na África, países como o Senegal produzem cinema com menos interesse comercial, e os filmes circulam em tribos e são apresentados ao ar livre. Um destaque é o cineasta Ousmane Sembene (1923-2007), considerado pai do cinema africano. Dele, destacam-se os filmes Black girl (1966) e Moolaadé (2004).

É interessante perceber que alternativas ao cinema hollywoodiano têm conquistado cada vez mais público, valorizando as culturas pouco divulgadas em filmes e na mídia em geral.

Atividade 3 Trabalhando com a montagem

1. Releia o exemplo sobre montagem de imagens do filme Vidas secas e responda às questões propostas.

a) Que elementos nas imagens ajudam você a compreender que Fabiano matou a cachorra Baleia? É necessário que a cena mostre toda a ação?

b) Como você leu, a técnica de montagem utilizada em Vidas secas, em que cabe ao espectador atribuir sentido à cena, ain-da é um recurso frequente na TV e no cinema de hoje em dia. Em quais tipos de cenas essa técnica pode ser utilizada?

2. Agora você vai montar uma cena com recortes de revistas e/ou jornais. Primeiro, pense em uma história que queira montar. Em seguida, busque, no material disponível, as imagens necessárias para realizar o exercício. Ordene-as de modo que possa construir um sentido com elas. Ao final, apresente o resultado obtido para os colegas, observando se a mensagem que você quis construir com as imagens foi transmitida.

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Cinema brasileiro

No Brasil, a primeira exibição de filme ocorreu em 1896, no Rio de Janeiro, com produções estrangeiras de um minuto de dura-ção. No ano seguinte, foram rodados os primeiros filmes mudos nacionais.

Na primeira década do século XX, foram produzidos diver-sos filmes, muitos deles com histórias reais. Nos anos 1920, São Paulo se destacou com adaptações de obras literárias que retrata-vam o Brasil, como O guarani e Iracema, do escritor José de Alencar (1829-1877). Na década de 1930, no entanto, houve uma inva-são de filmes estadunidenses, fazendo a produção nacional entrar em declínio.

Entre as décadas de 1930 e 1950, as chanchadas se destacaram como gênero cinematográfico. Com canções carnavalescas e lingua-gem simples, utilizavam sátira, paródia e deboche para fazer crítica a questões sociais e do cotidiano.

Nos anos 1940, surgiram duas grandes produtoras de filmes bra-sileiros, Atlântida e Vera Cruz, que aos poucos reergueram o cinema nacional.

Fica a dica

Para saber mais sobre o cinema, principalmente o brasileiro, você pode acessar o site da Cinemateca Brasileira, que possui o maior acervo de filmes da América Latina. Disponível em: <http://www.cinemateca.gov.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Deus e o diabo na terra do Sol. Direção: Glauber Rocha. Brasil, 1964. 125 min. 14 anos.

Nos anos 1960, o cinema brasileiro explorou, de maneira realista e crítica, temas e pro-blemas da sociedade brasileira da época, por meio do cinema novo. Dessa fase, destacou-se o cineasta Glauber Rocha (1939- 1981), que produziu filmes de baixo orçamento, muitos deles em preto e branco, roda-dos em paisagens naturais do País. Um dos mais conhecidos é Deus e o diabo na terra do Sol (1964), filmado em Monte Santo, na Bahia.

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Cidade de Deus. Direção: Fernando Meirelles. Brasil, 2002. 130 min. 18 anos.

Na década de 1970, devido à censura imposta pelo governo mili-tar, acompanhada de perseguição e violência, as pessoas não podiam se expressar livremente, e por isso a produção de cinema nacional se retraiu, fenômeno que se manteve na década seguinte.

Em 1990, o cinema brasileiro, estimulado por incentivos gover-namentais, iniciou uma nova fase, produzindo filmes que entraram no circuito internacional, como Carlota Joaquina, princesa do Brasil (direção de Carla Camurati, 1995) e O quatrilho (direção de Fábio Barreto, 1995), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Central do Brasil (direção de Walter Salles, 1998) foi outro grande sucesso, que venceu prêmios internacionais e nacionais e também recebeu indicação ao Oscar.

No início do século XXI, as produções nacionais alcançaram cada vez mais espectadores e reconhecimento internacional. Na primeira década, muitos filmes trataram de problemas sociais, como Cidade de Deus (direção de Fernando Meirelles, 2002) e Tropa de elite (direção de José Padilha, 2007).

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Fica a dica

Caso você queira saber mais sobre as produções atuais do cinema nacional e as regras e diretrizes que regem o setor do audiovisual no Brasil, você pode acessar o site da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Disponível em: <http://www.ancine.gov.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

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Roteiro de cinema

Uma das primeiras etapas na produção de um filme é a elabora-ção do roteiro – a forma escrita que orienta como o filme será exe-cutado. O roteiro envolve um projeto que descreve os personagens, a narrativa, os diálogos, a posição dos atores e das câmeras nas cenas, os cenários, a iluminação, as músicas e os sons, o figurino e outras diversas orientações para toda a equipe de filmagem.

Um roteiro de cinema pode ter a seguinte estrutura: cabeçalho de cena, ação, diálogos e transições de uma cena para outra.

Como exemplo, veja, a seguir, um trecho do roteiro do filme Barbosa (direção de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, 1988). É a história de Paulo, que volta a 1950 para tentar evitar a derrota da Seleção Brasileira de Futebol diante do Uruguai, na decisão da Copa do Mundo de Futebol.

O governo brasileiro, para incentivar a produção cinematográ-

fica nacional, realizou algumas ações. Entre elas, pode-se destacar

a Lei do Audiovisual (Lei federal no 8.685/1993). Trata-se de um

incentivo fiscal que permite às empresas abaterem do Imposto de

Renda os recursos investidos em filmes.

Outro incentivo foi a criação da Agência Nacional do Cinema

(Ancine) em 2001, por meio da Medida Provisória no 2.228-1.

Essa agência cuida do fomento, da regulação e da fiscalização do

mercado do cinema e do audiovisual no Brasil.

Por fim, em 2008, o governo federal lançou o Fundo Setorial

do Audiovisual (FSA), que reserva verbas públicas para fomen-

tar o cinema nacional.

Referência

AGÊNCIA Nacional do Cinema (Ancine). Disponível em: <http://www.ancine.gov.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Em seus mais de 110 anos, o cinema nacional vem se esforçando cada vez mais para estruturar sua indústria cinematográfica.

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Observe que, no cabeçalho, há o número da cena, o tipo de locali-dade, ou seja, se a cena será interna (INT) ou externa (EXT), o período em que será filmada (dia, tarde e noite) e em que lugar (no caso, laboratório). Em seguida, tem-se a ação, que descreve o que acontece na cena. Depois, há a fala (diálogo) do personagem, que, no exemplo, é uma voz em off, ou seja, um personagem fala, mas não aparece na tela. Por fim, há mais uma ação (transição), na qual se marca um “salto” para a próxima cena.

Atividade 4 Produção de um filme

Agora, você e seus colegas vão criar o próprio filme!

1. Em grupo, definam um tema para criar um roteiro. Ele pode estar ligado a questões ou problemas sociais da região em que vocês moram, à história de alguém do bairro ou da escola etc.

• Elaborem uma história curta, pensando nos personagens, nos diálogos entre eles e na locação, isto é, onde será rodado o filme. Descrevam suas características.

• Com esses elementos em mãos, elaborem, cena a cena, um roteiro (seguindo o exemplo visto anteriormente), incluindo nele tudo o que estudaram até aqui. O roteiro pode ter três ou quatro cenas.

2. Agora é hora de colocar o roteiro em prática! Escolham quem fará cada parte do filme: os atores, o diretor, o responsável pelo cenário, pelo figurino, pela trilha sonora etc.

FURTADO, Jorge; AZEVEDO, Ana Luiza; ASSIS BRASIL, Giba. Barbosa. (Roteiro de curta-metragem). Porto Alegre: Casa de Cinema de Porto Alegre, 1988. Disponível em: <http://roteirodecinema.com.br/

roteiros/curtas.htm>. Acesso em: 21 jun. 2013. (cores adicionadas)

CENA 6 – INT/NOITE – LABORATÓRIO

Paulo acerta os últimos detalhes para a viagem. Confere dinheiro,câmara, ingressos. Veste uma roupa anos 50. Age mecanicamente.

PAULO (OFF) Não sei ao certo se foi para mudar o destino desse homem ou se para salvar a minha própria vida que programei a máquina para o dia 16 de julho de 1950. Minha fé e minha infância foram soterradas pelo gol de Ghiggia. Eu agora iniciava uma viagem para o centro do meu pesadelo.

Ao final da locução, Paulo ativa a máquina e desaparece.

Diálogo

Transição

Cabeçalho de cena

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Pense sobre

O cinema pode adquirir um papel político ao propor uma refle-xão sobre a condição humana e sobre as questões e os problemas sociais, políticos e culturais. Contudo, ele também pode ser utilizado como veículo de propagação de ideias que nem sempre estão voltadas para a democracia, a liberdade e a igualdade social.

Quando você assiste a um filme, costuma refletir sobre as ideias que ele transmite? Você já parou para pensar se concorda ou não com elas?

Você estudou

Nesta Unidade, você conheceu um pouco mais sobre a his-tória do cinema, desde seu surgimento até os dias atuais, refle-tindo sobre a passagem do cinema mudo para o cinema sonoro. Além disso, explorou sua relação com a música, por meio de trilhas sonoras. Por fim, leu o trecho de um roteiro de filme na-cional e viveu a experiência de produzir seu próprio filme, po-dendo refletir sobre os diversos processos nos quais a produção cinematográfica está envolvida.

• Distribuídas as funções, vocês podem dar início aos ensaios e, em seguida, se possível, à filmagem. Sugere-se que o filme produzido por vocês tenha por volta de cinco minutos.

• Se possível, organizem uma sessão com esses filmes para toda a escola.

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Nesta Unidade, você vai estudar o desenho como forma de expressão capaz de provocar debates, causar espanto, fazer rir e refle-tir sobre situações ou temas diversos.

Para tanto, terá a possibilidade de apreciar o desenho em livros ilustrados, histórias em quadrinhos, tirinhas e charges. Além disso, você pensará sobre o processo de criação dessa arte, conhecendo alguns artistas e produzindo os próprios desenhos.

Para iniciar...

Você já reparou na quantidade de desenhos presente em seu coti-diano? Pense em jornais, revistas, livros, internet, gibis, televisão ou ainda em embalagens de produtos que você consome.

• Há desenhos neles?

• Esses desenhos transmitem alguma mensagem ou é necessário que um texto acompanhe as imagens? Por quê?

• Você concorda que há imagens que “valem mais que mil palavras”?

Desenhos como meio de expressão

O desenho é uma forma de expressão que existe desde tempos remotos. Ele pode ser feito por meio de diversas técnicas artísticas e com diferentes objetivos: fazer o projeto de uma obra de arquitetura, criar uma escultura, contar uma história (por exemplo, em histórias em quadrinhos), representar situações cômicas (como em charges), ilustrar um texto ou conceito (por exemplo, desenhos científicos) ou mostrar um produto (como a propaganda).

Está preparado para explorar alguns desenhos que aparecem nesses contextos?

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Desenhos como ilustração

O desenho é uma das linguagens utilizadas para a produção de ilustrações. A ilustração é a arte de criar imagens para complementar, acompanhar, sintetizar ou mesmo “enfeitar” um texto, seja ele literá-rio, científico, jornalístico etc.

Há textos ilustrados desde a Antiguidade, feitos por vários povos, com diferentes técnicas e materiais. Os egípcios, por exemplo, utiliza-vam papiros como suporte para textos e desenhos que, muitas vezes, representavam seus rituais e seus deuses.

Na Idade Média, monges católicos faziam textos acompanhados por ilustrações, as chamadas iluminuras.

PapiroFolha produzida por meio de uma técnica criada pelos egípcios, que utiliza uma planta de mesmo nome.

Iluminura atribuída a Fouquet para o livro A luta entre a Virtude e a Fortuna, de Martin Le Franc.

Poema para Felipe, duque de Borgonha. Pergaminho,

28,5 cm x 20,5 cm, 101 p. Biblioteca Nacional Russa,

São Petersburgo, Rússia.

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Fica a dica

A Sociedade dos Ilustradores do Brasil (SIB), fundada em 2001, promove encontros e debates sobre diversos aspectos da ilustração. Para conhecê-la, acesse o site da associação, disponível em: <http://www.sib.org.br>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Os livros ilustrados no Brasil

Os primeiros livros ilustrados que chegaram ao Brasil foram trazidos pelos portugueses, sendo a maioria sobre religião e medicina. Durante a maior parte do período colonial, não era permitida a produção de livros no País. As editoras e os ilustradores nacionais começaram a ganhar des-taque somente após a proclamação da República.

Atualmente, com o desenvolvimento das tecnologias digitais, os artistas podem utilizar variadas técnicas na produção de seu desenho. Segundo o escritor e ilustrador paulista Odilon Moraes (1966-), uma das maneiras de escolher material e técnica é levar em consideração a narrativa do texto a ser ilustrado. Se, por exemplo, o texto retratar o século XIX, é interessante que as técnicas e os materiais empregados na produção do desenho ajudem a representar a época.

Odilon Moraes. Ilustração para o livro Germinal, de Émile Zola. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 118.

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Aldemir Martins. Ilustração para o livro Os Pastores da noite, de Jorge Amado. Nanquim sobre

papel, 30 cm x 22 cm.

Para o artista Aldemir Martins (1922-2006), a cultura bra-sileira foi a grande inspiração na criação de seus traços. Muitos de seus desenhos representam a fauna, a flora, a temática e os personagens típicos do Nordeste. Em sua produção, ele utilizava técnicas de pintura, desenhos com traços marcantes, jogos de luz e sombra em branco e preto, além de cores fortes e contrastantes. O artista fez contribuições importantes para as obras literárias de grandes escritores nacionais, entre eles Jorge Amado (1912-2001), nos livros Os pastores da noite (1964), A bola e o goleiro (1984) e Navegação de cabotagem (1992).

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Atividade 1 Ilustração de poemas

1. Leia os poemas de Alice Sant’Anna na próxima página, que são acompanhados por uma ilustração de Felipe Cohen. Em seguida, discuta com a turma as questões propostas.

• Que sensação(ões) os poemas lhe causa(m)?

• E a imagem?

• Imagem e textos se comunicam? Se sim, como?

2. Pesquise na biblioteca, ou ainda nos Cadernos do Estudante de Arte e de Língua Portuguesa de anos/termos anteriores, um poema que lhe agrade. Em seguida, realize os passos propostos.

• Leia o poema escolhido para um colega.

• Crie uma ilustração, tentando representar a sensação ou as sensações que o poema lhe causou. Você pode também repre-sentar uma parte específica do poema. Lembre-se de que:

–seu desenho pode ser tanto figurativo como abstrato;

–é importante escolher a técnica e o suporte para sua ilustração.

• Depois de concluir o trabalho, você pode apreciar a produ-ção dos colegas.

3. Registre, a seguir, como foi o processo de elaboração do desenho, considerando as etapas de trabalho pelas quais você passou.

Você sabia que o livro A divina comédia, de Dante Alighieri (1265-1321), foi ilustrado por diversos artistas?

Sandro Botticelli (1445-1510), William Blake (1757-1827), Gustave Doré (1832-1883) e Salvador Dalí (1904-1989) destacam-se entre os ilustradores dessa obra que é considerada um clássico da literatura mundial. Os artistas ilustraram a jornada poética do Inferno, Purgatório e Paraíso utilizando traços próprios para nos dar uma ideia do que imaginavam a respeito do tema tratado no livro.

Fonte: ANTUNES, Ricardo. Guia do ilustrador. Disponível

em: <http://www.guiadoilustrador.com.br/

Guia_do_Ilust.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2013.

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SANT’ANNA, Alice. Dois poemas. Especial para

a Folha. Ilustração: Felipe Cohen. Folha de S.Paulo, São Paulo, 10 mar. 2013.

Ilustríssima, p. 8.

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Fica a dica

Um exemplo de quadrinhos para adultos é Persépolis, de Marjane Satrapi (tradução de Paulo Werneck, capa de Mariana Newlands. São Paulo: Cia. das Letras, 2007). A trama se desenvolve pelo olhar de uma menina que vivencia o regime xiita (corrente de pensamento do islamismo) no Irã.

Desenhos nas histórias em quadrinhos (HQs) e nas tirinhas

As histórias em quadrinhos e as tirinhas estão presentes em livros, revistas, jornais e na internet, atendendo a todos os públicos, desde o infantil até o adulto. Elas podem ser compos-tas apenas por imagens ou por textos e imagens. Em qualquer caso, elas revelam ideias, ações e situações.

Quando as HQs e as tirinhas são feitas com imagens e textos, não é possível dissociá--los, pois eles interagem entre si, formando um todo significativo.

O desenho é, portanto, um dos elementos que compõem as HQs e as tirinhas. Além dele, há o design, a criação de texto etc.

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Você sabia que há vários filmes inspirados em histórias em quadrinhos?

Entre os mais populares estão Superman – o filme (Superman, direção de Richard Donner, 1978) e Homem-Aranha (Spider-Man, direção de Sam Raimi, 2002), mas há outros: O Sombra (The Shadow, direção de Russell Mulcahy, 1994), Watchmen (direção de Zack Snyder, 2009) etc.

O artista, com seu estilo e técnica, cria no desenho um contexto e uma sequência de ações que contribuem para a compreensão e inter-pretação da história. Veja, por exemplo, como um gesto – no caso, o de um personagem com a mão na boca – adquire diferentes signifi cados con-forme o contexto em que aparece. Ou seja, o gesto é interpretado de acordo com os outros elementos, como a ves-timenta, o plano de fundo, a expressão dos personagens etc. Além disso, os artistas podem dar closes ou exagerar em expressões e gestos dos persona-gens, a fim de destacar um sentimento ou uma ação.

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A maneira de produzir os desenhos que vão compor os quadri-nhos ou as tirinhas variam de artista para artista. Hoje, alguns deles se valem de tecnologias digitais; outros optam por diferentes técnicas e materiais, como Lourenço Mutarelli (1964-), quadrinista brasileiro que, em seus diversos quadrinhos, utiliza o nanquim.

Cleats, by Bill Hinds, 7 jun. 2007.

Em narrativas em que há movimento e som, os artistas utilizam uma série de recursos para representá-los. Na imagem a seguir, por exemplo, traços horizontais reforçam a ideia de movimento, dada também pela expressão corporal e facial dos personagens.

OnomatopeiaFigura de linguagem que representa, por meio de uma palavra ou um vocábulo, sons e ruídos.

Outro recurso muito adotado e que ajuda o lei-tor a compreender a narrativa são as onomatopeias, como bang, pow, nhoc nhac, glup e argh.

Calvin & Hobbes, by Bill Watterson.

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MUTARELLI, Lourenço. Diomedes – A trilogia do acidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 9.

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Atividade 2 O tema “trabalho” na tirinha

1. Observe a tirinha a seguir.

Dilbert, by Scott Adams.

a) Se fossem retiradas as falas ou os desenhos dessa tirinha, a mensagem seria a mesma? Por quê?

b) Os sons pow e shtk dizem respeito a quê? Em relação a shtk, há algum recurso que indique movimento?

c) Como a demissão é retratada na tirinha?

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d) A demissão foi realizada de acordo com o que foi dito no pri-meiro quadrinho? Quais elementos da tirinha você observou para responder à questão?

2. Pense em situações que tratem de dificuldades e peculiaridades de alguma atividade profissional. Reflita sobre possíveis maneiras de representar essa situação e produza uma tirinha. Algumas ques-tões podem ajudá-lo nessa reflexão:

3. Apresente sua tirinha para os colegas, explicando por que esco-lheu essa determinada situação.

4. Organize com os colegas uma coletânea de tirinhas para expor os trabalhos na sala de aula, a fim de que todos possam apreciar a produção da turma.

• Quem será(ão) o(s) personagem(ns)?

• Haverá falas? Caso haja mais de um personagem, haverá diálogo entre eles?

• Como será o cenário?

• Que objetivo você quer atingir com a tirinha: gerar uma re-flexão mais séria ou mais cômica?

• Quais recursos você pode utilizar para alcançar esse objetivo?

• Escolha os materiais com os quais se sinta mais à vontade para trabalhar: lápis, grafite, lápis de cor, giz de cera, caneti-nha etc. Além do desenho, você também pode usar imagens de revistas e jornais para produzir montagens com diálogos, onomatopeias etc. Ou ainda, se tiver acesso a um computa-dor, pode criar uma tirinha usando tecnologia digital.

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5. Como foi a experiência de representar uma situação com dese-nhos e palavras?

Atividade 3 História em quadrinhos: análise

Você vai ler o trecho de uma HQ que conta a história do reinado de dom João VI no Brasil. Com pesquisa e muitos esboços, a histo-riadora Lilia Moritz Schwarcz e o ilustrador Spacca retrataram esse período de maneira bem-humorada e rica em detalhes.

1. Com alguns colegas, em um pequeno grupo, leiam o trecho da HQ apresentado na próxima página. Nele, é retratada a vinda de artistas europeus ao Brasil e o incentivo que a corte de dom João VI deu a eles para a formação de uma escola de Arte aqui. Apreciem os detalhes das ilustrações. Em seguida, respondam às questões propostas.

a) Como os personagens são representados?

b) Como as falas e a narração foram inseridas nas imagens?

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SCHWARCZ, Lilia Moritz; SPACCA. D. João Carioca – a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 56.

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2. Agora, observe os desenhos feitos pelo artista Spacca durante seu processo de produção.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; SPACCA. D. João Carioca – a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 81.

O que é possível perceber do processo de criação do artista? Ele criou livremente seu personagem? Por quê?

3. Você se interessou em ler a história em quadrinhos completa? Pes-quise na biblioteca ou na internet essa ou outras HQs que retra-tam algum fato histórico.

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Desenhos nas charges

As charges (do francês charger, que significa “carga”, “exagero”), em geral, satirizam questões sociopolíticas do período em que são produzidas, representando criticamente personagens e situações que revelam escândalos, fraudes e problemas sociais de diferentes tipos.

Muitas vezes, o tom ao mesmo tempo cômico e crítico é repre-sentado por meio de caricaturas de personagens envolvidos em um acontecimento.

Revista Illustrada, fev. 1887. Charge de Angelo Agostini: Pedro II e o sono da indiferença. Note que a charge critica a monarquia e que foi publicada um ano antes da proclamação da República. O texto diz: “El Rei, nosso Senhor e amo, dorme o sono da... indiferença. Os jornais, que diariamente trazem os desmandos desta situação, parecem produzir em S. M. [Sua Majestade] o efeito de um narcótico. Bem-aventurado Senhor! Para vós o reino do Céu e para o povo... o do inferno!”.

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Charges no Brasil

A princípio, as charges apareceram no Brasil em perió-dicos e revistas. Os desenhos vinham sozinhos ou acompa-nhavam crônicas e outros tex-tos, com o objetivo de chamar a atenção do leitor, tornando o texto mais atraente.

No final do século XIX, surgiu no País uma revista que se tornaria famosa: a Revista Illustrada. A iniciativa foi do artista Angelo Agostini (1843- 1910), que, com uma produ-ção humorística, veiculava opiniões críticas ao Império e retratava o cotidiano carioca.

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Como a charge apresenta um caráter crítico, vários chargistas que trabalharam na imprensa escrita foram perseguidos por regimes políticos autoritários pelo mundo afora.

No Brasil, as primeiras charges publicadas passa-vam pela censura do go-verno, por isso os jornais, que não podiam divulgá-las livremente, adotaram a im-pressão de charges avulsas como solução para a veicu-lação das críticas ilustradas.

O momento mais mar-cante das charges ocorreu durante o regime militar. A censura a textos jornalísti-cos era tão grande que as charges se tornaram uma forma de resistência con-tra o autoritarismo e a vio-lência da ditadura. Muitas vezes, elas traziam ideias subentendidas em imagens ou textos de duplo senti-do, mas, dependendo da situação, o chargista podia até mesmo ser preso. Nes-sa época surgiram nomes conhecidos até hoje, como Millôr Fernandes, Henfil, Lan, Chico Caruso, Fortuna e Jaguar.

Com a liberdade democrática garantida por lei, as charges passaram a ser publica-das em jornais, revistas e na televisão, o que levou à sua popularização em massa. Hoje em dia, elas não só tratam de questões sociopolíticas, como satirizam diversos persona-gens públicos, como atores, cantores e jogadores de futebol.

Charge de Henfil. Produzida nos anos 1980, final do regime militar, retrata o apelo popular pela volta das eleições diretas.

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ArnaldoAngeliFilho,maisconhecidocomoAngeli,nasceuem1956eéum

renomadocartunistabrasileiroquetratadequestõessociopolíticasnacionais.

Eleficouconhecidoporcriardiversospersonagensquetransgridemasnor-massociais,comoChicletecomBanana,RêBordosa,BobCuspe,WoodeStock,alémdeoutros.ÉtambémumdosresponsáveispelachargedoeditorialdeumdosmaioresjornaisdoPaís,aFolha de S.Paulo,retratandodiariamenteaconteci-mentosdoBrasil.

Glauco VillasBoas(1957-2010),desenhistaecartunistabrasileiro,destacou-seporsuaschargespolíticasesociaisqueapresentavampiadasrápidas,humorácidoeumtoquedemalícia.Vejacomooartistadescreveusuatécnica:

Eu desenho a nanquim com papel, depois eu escaneio e quando é para aplicar cor eu uso o computador. Tentei usar o computador para dese-nhar, mas meu desenho sai como se fosse uma criança. Não tenho o do-mínio ainda. Mesmo aquela canetinha que tem uma tela. Para meu tipo de traço, estou acostumado com a pena, que dá um traço todo peculiar.

GAMA, Mara. Glauco sempre sentou na turma do fundão. Quem é Glauco. Glauco. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/glauco/queme.shtml>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Atividade 4 Charges

1. Observe as charges de Angeli (1956-) e Glauco (1957-2010), na próxima página, e discuta com os colegas da turma a que episódios ou situações elas se referem. Observe os traços, as cores e outros elementos utilizados para que o desenho expres-se a mensagem desejada. Em seguida, responda às questões.

a) Que diferenças você notou entre os traços das charges de Glauco e de Angeli?

b) Os artistas empregaram balões, títulos e cores em suas charges? O que os cenários mostram? Como esses elementos contribuem para sua interpretação?

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ANGELI. Dia da Consciência Negra. Folha de S.Paulo, São Paulo, 20 nov. 2006. Opinão, p. A-2.

ANGELI. Constituição da República. Uol, 17 ago. 2009.

GLAUCO. CPI. Folha de S.Paulo, São Paulo, 25 nov. 1993. Opinião, p. 1-2.

GLAUCO. Limpar os pés. Folha de S.Paulo, São Paulo, 14 abr. 1994. Opinião, p. 1-2.

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Você já notou que o desenho também é utilizado em propagan-das? Elas têm forte apelo para o consumo de inúmeros produtos. Quem nunca viu uma propaganda e teve o desejo de comprar o que ela mostrava? E quem também nunca se decepcionou com determi-nado produto, por acreditar demais na propaganda? Você se lembra de alguns exemplos?

Desde bebidas alcoólicas até brinquedos infantis, o desenho é um dos elementos que contribuem consideravelmente para esse apelo. Por tal razão, há leis e projetos de lei que buscam regulamentar a publicidade, de modo a amenizar o incentivo do consumo de alguns produtos. Você conhece algum exemplo de propaganda desse tipo? O que pensa a respeito?

Pense sobre

Nesta Unidade, você explorou diferentes tipos de desenho em-pregados em livros ilustrados, histórias em quadrinhos, tirinhas e charges. Foi convidado também a experimentar essa forma de expressão de maneira livre, sem se preocupar com o certo ou o errado, mas considerando que há diferenças de traços.

Você estudou

2. Agora é sua vez! Pesquise em jornais, revistas ou internet algum acontecimento recente sobre o qual você tenha críticas. Tente expres-sar sua crítica por meio do desenho. Busque sintetizá-la em apenas um quadro, assim como nas charges desta atividade. Sinta-se livre para utilizar os materiais e as técnicas que desejar.

3. Por fim, avalie: O que foi mais difícil na criação do desenho? O que foi mais fácil? Em sua opinião, você conseguiu transmitir sua crítica por meio do desenho?

4. Compartilhe com os colegas sua charge e a avaliação que fez do próprio trabalho.

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Você já parou para pensar que a arte da escultura não está apenas em museus? As esculturas fazem parte do nosso cotidiano e, muitas vezes, não nos damos conta disso.

Nesta Unidade, você vai explorar a arte tridimensional da escul-tura, cujas formas podem ser figurativas ou abstratas. Além disso, conhecerá alguns escultores e os diferentes materiais que eles utilizam na criação de suas obras. Por fim, você vai fazer as próprias esculturas.

Para iniciar...

• Que esculturas você vê em seu dia a dia?

• Você tem alguma escultura em casa? A princípio, você pode achar que não tem nenhuma, mas reflita bem: Será que não há um biscuit, um enfeite, uma estátua de santo, de bichinho, mesmo que seja de plástico?

• No caderno, faça um esboço de uma das esculturas lembradas. Com base nesse esboço, converse com os colegas sobre as ques-tões a seguir.

– O que foi considerado “escultura”?

– De que materiais são feitas as esculturas lembradas?

– Quem as fez?

Esculturas e escultores

A escultura é uma expressão artística que trabalha com a tridi-mensionalidade, ou seja, com a altura, o comprimento e a largura, de maneira que a obra ganhe corpo e relevo. Com essa linguagem espe-cífica de expressão, uma variedade de temas pode ser tratada, tanto de modo figurativo (em que há uma aproximação com o objeto real ou imaginário representado) como abstrato (quando a forma não se aproxima da realidade).

4 a arte De criar esculturas

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No decorrer da história, matérias, ferramentas e procedimentos variados são utilizados pelas sociedades para produzir esculturas com distintas finalidades e que ocupam diferentes espaços, como casas, ruas, praças, templos, museus etc. Algumas das chamadas antigas civilizações, por exemplo, produziam esculturas para “materializar” elementos importantes de sua crença e cultura, como deuses e perso-nagens ilustres da sociedade. Com o passar do tempo, os significados, as funções e os processos da escultura se ampliaram.

Nicolas Vlavianos. Grande astronauta, 1985.

Aço inox soldado e polido, 210 cm x 159 cm x 21 cm.

Estátua de Chacmool. Cancún, México.

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Em seu processo criativo, os escultores podem explorar diversos materiais, como barro, pedra, bronze, cera, gesso, madeira, ferro, bor-racha e material reciclado. Para a produção da escultura, eles podem utilizar diferentes procedimentos, como modelagem ou construção.

Edgar Degas. Pequena dançarina de quatorze anos, 1878-1881. Escultura fundida em bronze posteriormente. Museu de Arte da Filadélfia, Filadélfia, Pensilvânia, EUA.

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Michelangelo. David, 1501-1504. Escultura em mármore. Galeria da Academia, Florença, Itália.

Véio (Cícero Alves dos Santos). Sem título. Nossa Senhora da Glória (SE).

Ao esculpir, o artista expressa ideias, conceitos, sentimentos e muita criatividade, imprimindo à sua obra significados e poéticas sin-gulares. Há diversas maneiras de dar início a uma escultura. Alguns fazem esboços, desenhando em papel; outros fazem pequenos protóti-pos, isto é, modelos experimentais para a construção final.

Um escultor pode, por exemplo, selecionar os materiais em função da ideia, como fez Michelangelo (1475-1564) ao escolher uma grande pedra de mármore para fazer uma de suas mais famo-sas obras: David (1501-1504). O artista pode também ter uma ideia com base nos materiais, como Véio (Cícero Alves dos Santos) (1947-), artista de Sergipe, que dá vida a troncos de árvore mortos ao compor sua obra.

Esculturas no Brasil: o corpo como inspiração

No Brasil, a escultura tem grande importância como forma de expressão, podendo ser associada a diversas crenças, costumes e cor-rentes artísticas. Isso pode ser evidenciado, por exemplo, nos diferen-tes modos de representação do corpo humano.

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As bonecas dos karajás

O povo karajá, que vive no Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins, produz bonecas em cerâmica que fazem parte de rituais de passagem da vida infantil para a vida adulta.

Essas bonecas são dadas pela avó materna às meninas da tribo quando elas completam 5 ou 6 anos de idade. Elas transmitem aspec-tos socioculturais do povo karajá de geração a geração. Entre as bonecas, há uma, por exemplo, toda vermelha, que simboliza o banho de urucum que o recém-nascido karajá recebe.

Apesar de somente as meninas ganharem as bonecas, os meninos da tribo também se familiarizam com toda a simbologia nelas contida.

Aleijadinho

Outra maneira de representar o corpo pela escultura pode ser apreciada na arte barroca brasileira, cujo destaque está nas esculturas de santos. Um dos expoentes dessa arte foi Aleijadinho (1738-1814), escultor mineiro que, por volta dos 40 anos, teve uma doença que lhe deformou as pernas e as mãos. Para esculpir, cinzel e martelo eram amarrados a suas mãos.

O artista possui vasta obra de temática religiosa, como Os doze profetas, do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (MG).

Atividade 1 O corpo em escultura

1. Observe, a seguir, esculturas que representam o corpo humano.

Você sabia que a boneca karajá é considerada um patrimônio cultural brasileiro?

Em 2012, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural registrou os ofícios e os modos de fazer essas obras (as bonecas) como patrimônio cultural brasileiro, sendo elas um dos principais símbolos da cultura karajá, além de referência à cultura indígena.

Fonte: BONECAS karajá são declaradas patrimônio

cultural brasileiro. Portal Brasil.

Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/

arquivos/2012/01/26/bonecas-karaja-sao-

declaradas-patrimonio-cultural-brasileiro>.

Acesso em: 21 jun. 2013.

Edgard de Souza. Sem título, 2005; Sem título, 2002; Sem título, 2000. Esculturas em bronze. Instituto Inhotim, Brumadinho (MG).

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Carybé. Maternidade. Escultura em bronze.

Manuel Eudócio. Retirantes, 2012. Escultura em barro.

Caruaru (PE).

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2. Considerando todas as esculturas vistas nesta Unidade, converse com os colegas sobre as questões a seguir. Atente para a expressi-vidade da forma e os materiais utilizados.

• O que mais chamou sua atenção nas esculturas?

• Em sua opinião, os materiais das esculturas estão relacionados com as ideias que os artistas quiseram representar? Por quê?

• Como o corpo humano foi representado nas diversas escultu-ras? Quais sentimentos elas despertam em você?

3. Agora é a sua vez de fazer uma escultura representando o corpo humano. Sinta-se à vontade para escolher os materiais a ser utili-zados. Você pode também observar as esculturas apresentadas ao longo da Unidade para se inspirar.

Modelar e construir: algumas ações do escultor

Diferentes procedimentos podem ser utilizados para que o escultor, em seu processo criativo, transforme a matéria bruta em escultura. Eles podem ser transmitidos de geração para geração, aprendidos ao obser-var a produção de outros artistas, ensinados em academias de Arte ou, ainda, inventados pelos artistas, especialmente os contemporâneos.

Bonecas em cerâmica da tribo karajá, 2009. Ilha do Bananal (TO).

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Modelagem

A técnica de modelagem consiste em trabalhar com um material macio e flexível – como argila, cera, papel machê –, que permite ao escultor dar o contorno desejado à obra.

Com a argila, também conhecida como barro, o artista pode modelar peças de diferentes formas e tamanhos, desenvolvendo seu processo criativo nos mínimos detalhes. No acabamento das obras, para alisar ou fazer texturas e desenhos, o artista pode, por exemplo, utilizar lixas, limas e palhas de aço.

Você sabia que trabalhos em cerâmica (argila cozida) acompanham a história da humanidade desde a Pré-história?

Artista trabalhando com argila, compondo busto de um indígena nativo. Missoula, Montana, EUA.

A argila é bastante utilizada na produção de esculturas, uma vez que é um material de fácil acesso, disponível na natureza. Ela provém da fragmentação de rochas, minerais e outros elementos orgânicos que se depositam nas margens de rios, por isso há diferentes cores, dependendo da composição geológica do local.

No Brasil, o Estado de Pernambuco se destaca pela vasta produ-ção de esculturas feitas com argila, sendo que as cidades mais conheci-das por esse tipo de trabalho são Goiana, Tracunhaém e Caruaru. O bairro Alto do Moura (Caruaru), reconhecido como o maior centro de artes figurativas das Américas, é o local onde viveu Mestre Vitalino (1909-1963), considerado uma referência no trabalho com barro.

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As primeiras cerâmicas encontradas datam de cerca de 5000 a.C. e, desde então, são utilizadas por diversas sociedades.

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Atividade 2 Esculturas em barro

1. Nesta atividade, você fará uma escultura de argila. Mas, antes de iniciar o trabalho, observe, a seguir, algumas peças que utilizam a argila como matéria-prima. Em seguida, discuta com os colegas as questões propostas.

Luiz Antonio da Silva. Esculturas em argila. Caruaru (PE), 2012.

Isabel Mendes da Cunha. Bonecas em cerâmica. Vale do Jequitinhonha, Turmalina (MG), 2007.

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Escultura em argila

Materiais

• Argila.

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Procedimentos

• Parafacilitaroprocesso,façaumesboçodesuaescultura,ouseja,umdese-nhodecomovocêaimagina,antesdeproduzi-la.

• Modeleaescultura.Aotrabalharaargila,sefornecessário,molheosdedosemáguaparatornaraargilamaleável.Aáguatambémserveparajuntarpar-tesoufazeroacabamento.Deve-setomarmuitocuidado,noentanto,paraquenãohajaáguaemexcesso.

• Emseguida,vocêpodeutilizarpalitosdedenteoudesorveteparafazerdetalhes.

• Deixesuaesculturasecarlentamente,depreferênciacobertacomumplásticooupanoumedecido.

• Aofinal,seconsiderarpertinente,uselixaoupalhadeaçoparadartexturaàescultura.Vocêpodeescolhersequerumatexturalisaougrossa,eoresul-tadodependedalixaselecionadaedomododeusá-la.Vocêtambémpodedeixarasmarcasdeseusdedosnaargila,comomuitosartistasfazem.

• Dêumtítuloàsuaescultura.

3. Apresente sua escultura à turma. Como seus colegas compreende-ram sua obra? Depois lhes conte o porquê da escolha do tema e quais sentimentos você gostaria de despertar com a peça.

4. Com os colegas, organize uma exposição das obras para toda a escola. Vocês podem elaborar um catálogo que contenha o nome do autor e o título de cada escultura. Pensem também em um títu-lo para o evento.

• Quais sentimentos e sensações essas obras despertam em você?

• Observando-as, você imagina que os artistas elaboraram al-gum tipo de esboço antes de produzi-las? Por quê?

• Quais ferramentas, além das mãos, você considera que os es-cultores utilizaram em cada uma das obras?

• Quais os temas tratados em cada escultura?

2. Agora é sua vez de criar! Pense com qual tema gostaria de traba-lhar. Depois, observe o passo a passo no quadro a seguir.

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Arthur Bispo do Rosário(1911-1989)[*]nasceuemJaparatuba(SE)emor-reunoRiodeJaneiro(RJ).Antesdeserinternado,exerceuasocupaçõesdemari-nheiroelutadordeboxe.Em1938,Bispoouviuvozesquelhediziampara“setrancaremumquartoereconstruiromundo”.Eleentãoseapresentouaummos-teiro,queoconduziuaumhospitalpsiquiátrico,ondefoidiagnosticadocomoesquizofrênicoeparanoico.Posteriormente,foitransferidoparaaColôniaJulianoMoreira,ondepassouavidaproduzindosuaarte.[*] Não há certeza de sua data de nascimento. Fontes oscilam entre 1909 e 1911.

Fonte: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Artes Visuais. Rosário, Arthur Bispo do (1911-1989). Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/Enc_Artistas/artistas_imp.cfm?cd_

verbete=568&imp=N&cd_idioma=28555>. Acesso em: 21 jun. 2013.

Construção

A constituição de uma obra por meio da construção de obje-tos também é uma das maneiras de produzir esculturas. Para tanto, os artistas ordenam matérias-primas com a finalidade de dar um novo sentido aos objetos, transformando-os em arte.

Os materiais utilizados são os mais variados: placas de aço, botões, garrafas pet vazias, papelão, arames, tecidos, pneus etc.

Arthur Bispo do Rosário, por exemplo, empregava, em suas obras, objetos descartados pelo hospital psiquiátrico em que vivia, no Rio de Janeiro. Ele reconstituía com essas peças um mundo mís-tico, que o ajudava a resistir aos tratamentos violentos utilizados pela psiquiatria na época.

Arthur Bispo do Rosário. Manto de apresentação. Tecido, metal, papel e linha, 219 cm x 130 cm. Coleção Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (RJ).

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Assim como as matérias-primas utilizadas, a maneira de conceber essa arte também é muito variada.

Como você viu, alguns artistas pensam na obra a partir dos materiais que querem utilizar e outros têm a ideia para a obra e só depois esco-lhem os materiais que vão dar vida ao que foi inicialmente pensado. Há, ainda, os que têm a ideia da obra, criam um projeto para desenvolvê-la e precisam contratar pessoas para executá-la.

Enfim, há inúmeras formas de fazer esculturas, sendo cada uma peculiar ao artista e/ou à obra concebida.

Tony Cragg. George e o dragão, 1984. Plástico, madeira e alumínio, 110 cm x 400 cm x 120 cm. Coleção do Conselho de Artes, Londres, Reino Unido.

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Dentro do universo da construção, a reciclagem

No momento atual, uma das maiores preocupações são as ques-tões socioambientais. A quantidade de lixo produzida pelo ser humano se tornou um problema, e, para resolvê-lo, começaram a surgir alter-nativas, como as que tentam reaproveitar uma parte dele. O material reciclado pode ser utilizado para diferentes finalidades, desde criações artísticas até a geração de renda.

Esse tipo de material (vidros, plásticos, papéis, latas e isopores, entre outros) permite que se elaborem esculturas de diferentes formas e tamanhos, propiciando também variedade de cores e texturas.

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Mircea Cantor. Rosácea, 2007. Latas de refrigerante, cinzeiros, plástico acrílico e alumínio. Museu de Israel, Jerusalém, Israel.

Atividade 3 Esculturas de material reciclado

1. A proposta nesta atividade é que você crie uma escultura de ma-terial reciclado. Imagine que pediram a você que representasse, por meio de uma escultura, algum problema ambiental enfren-tado na atualidade. Antes de começar a produção, o ideal é que você pesquise sobre essa temática em jornais, revistas ou na in-ternet, buscando, por exemplo, alguma notícia sobre a devasta-ção ambiental, suas consequências e o que tem sido feito para contê-la.

2. Procure coletar em casa, na escola ou no trabalho materiais re-cicláveis como vidros, plásticos, papéis, papelão, panos, caixas, brinquedos quebrados etc. Utilizando esses materiais coletados, construa uma escultura (figurativa ou abstrata) que remeta ao que foi pesquisado. Dê um título à sua obra.

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3. Como você descreveria seu trabalho? Aponte também se você en-controu alguma dificuldade na elaboração dele.

A escultura em São Paulo

No Estado de São Paulo, os temas, os materiais e as técnicas de produção de esculturas são múltiplos. Alguns dos exemplos que podem ser encontrados são: no Vale do Ribeira, com a influência das culturas indígena e africana, são feitas esculturas figurativas em cerâmica rústica; no Vale do Paraíba, são comuns esculturas de barro e madeira, influenciadas pelas culturas nacional e de imigrantes; e no litoral, são elaboradas esculturas de madeira e barro com temas das culturas caiçara e indígena. Veja a seguir algumas esculturas confec-cionadas no Estado.

Casal de barro. Artesanato da cultura popular. Vale do Paraíba (SP).

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Artesanato indígena em madeira (onça-pintada), 2011. Aldeia Guarani Tenondé Porã, Etnia Guarani Mbyá, Parelheiros, São Paulo (SP).

Esculturas em barro, 2005. Museu da Cerâmica, Vale do Ribeira, Apiaí (SP).

No Brasil, o artesanato é uma fonte de renda para várias famílias e comunidades, por isso, muitas vezes, faz parte de po-líticas públicas. Em alguns municípios, é um atrativo turístico, que impulsiona a economia local.

Para atender às demandas do mercado, os artesãos costu-mam se organizar em grupos que produzem as peças em suas próprias casas ou em pequenas oficinas; quando trabalham so-zinhos, eles, geralmente, se associam com outros artesãos para vender seus trabalhos.

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Atividade 4 Escultura na minha região

1. Em grupo, pesquisem quais são os artesanatos típicos de sua re-gião. Observem os itens a seguir, que podem ajudá-los a organizar melhor a pesquisa:

• Como as obras são criadas?

• Há alguma comunicação entre a cultura regional e as peças produzidas?

• Como os artistas as comercializam? Há um local específico para isso? Há alguma feira de artesanato, por exemplo?

• O trabalho deles é valorizado pela comunidade?

• Se possível, entrevistem um artista da região.

2. Elaborem para a turma uma apresentação da pesquisa realizada.

3. Após a apresentação, discutam com os demais colegas da turma:

• O mercado de trabalho é favorável aos artistas da região? Por quê?

• Há alguma política de incentivo para o artesanato da região?

4. Quais os aspectos comuns e discrepantes entre as pesquisas reali-zadas pelos grupos?

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A arte está presente em nosso dia a dia. Tentar estabelecer limites para ela, definindo gêneros, empobrece a riqueza que ela traz para nossa vida. A combinação de linguagens artísticas está cada vez mais presente no mundo das artes, assim como no cotidiano. Os artistas de hoje dialogam com esse mundo contemporâneo e híbrido. É o poeta que ilustra, o artista plástico que recita, o escultor que escreve.

Na próxima página, veja um poema do escultor Amilcar de Castro e aprecie uma de suas esculturas. Deixe fruir as sensações, as correlações que as obras literária e tridimensional despertam em você.

Esse novo “olhar” contemporâneo muda sua maneira de apreciar o mundo que o cerca? Como?

Pensando que este é o último ano/termo do Ensino Fundamental, você acredita que adquiriu uma nova forma de ver a arte? O que você leva para sua vida de tudo o que estudou e produziu em Arte?

Pense sobre

Nesta Unidade, você estudou a escultura. Viu que ela é produzida desde a Pré-história e que faz parte do cotidiano das pessoas até os dias atuais. Pôde observar também que as esculturas são feitas com diversos materiais e de diferentes maneiras. Você estudou as técnicas de modelagem e constru-ção, e pôs esses conhecimentos em prática para confeccionar sua própria obra. Além disso, obteve informações sobre o ar-tesanato da região em que vive, refletindo acerca do mercado de trabalho do qual os artistas regionais fazem parte.

Você estudou

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CASTRO, Amilcar de. Amilcar de Castro: depoimento. 2. ed. Belo Horizonte: C/Arte, 2002, p. 31. (Circuito Atelier). Licenciado por inARTS.com.

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Amilcar de Castro. Escultura de Corte e Dobra redonda, 1998. Aço, 23 cm x 0,3 cm (diâmetro e espessura).

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