40 dias na amazônia boliviana

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Quinta-feira, 3 de julho de 2014 3 Turismo por Edlayne de Paula Imagina ficar 40 dias no meio da Floresta Amazônica, registrando animais e plantas, acampado no meio do mato, sem ver ne- nhum outro ser humano durante esse perí- odo. Essa experiência fez parte do trabalho do documentarista de natureza Fernando Lara, em uma incursão feita para o Institu- to Boliviano de Investigação Florestal (Ibif) em uma região conhecida como La Chon- ta, próximo a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Apesar de ter ocorrido em 2008, Fer- nando Lara não esquece a experiência e, sempre que possível, reforça para seus alu- nos a importância do bom preparo psico- lógico para a realização de trabalhos no campo. “Durante meus cursos, o módu- lo sobre Psicologia da Sobrevivência é um dos mais importantes. É nele que consigo avaliar como o aluno se comporta em si- tuações de muito estresse e se é capaz de terminar uma atividade com êxito, mesmo estando sob uma forte pressão”, declara o documentarista. O trabalho fez parte de um projeto do Ibif para verificar o resultado da implan- tação do manejo florestal em La Chonta. Uma determinada região da floresta é di- vidida em 30 partes. A cada ano, uma des- sas áreas é explorada com corte de madei- ra e obtenção de outros recursos, mas nem todas as árvores são derrubadas, manten- do boa parte da floresta em pé e parte da fauna e flora preservada. O objetivo des- se tipo de manejo é fazer com que os in- teresses comerciais de exploração possam caminhar juntos com as necessidades de conservação ambiental. Fernando Lara chegou a La Chonta para registrar a fauna e flora da primeira área explorada, 30 anos depois do início do manejo. Segundo o documentarista, o resultado foi surpreendente. “Esses 40 dias lá foram essenciais para a obtenção de bom resultado. À medida que o tempo foi passando, os animais começaram a se acostumar com o meu cheiro e minha pre- sença, e se aproximavam. Cheguei a ver uma anta todas as noites, bem ao lado da minha barraca”, comenta. No Brasil, a proposta de exploração de madeira por meio do manejo florestal tam- bém já foi implantada. Uma delas é a Flo- resta Nacional do Jamari, em Rondônia, registrada por Fernando Lara durante a Expedição Rotas Verdes Brasil, em 2011. Assim como ocorre na Bolívia, o sistema é regulado por uma lei federal e fiscalizado por um órgão do governo. Aqui, esse pa- pel é feito pelo Serviço Florestal Brasileiro. Esta página é uma produção da Fauna e Flora Documentários, em parceria com o jornal Diário do Aço, Agência O Giro, TV Cultura Vale do Aço, Gráfica Art Pu- blish, Pop Pneus, Wanderley Autopeças, Aço Molas, Quality Signs e In Vista Comu- nicação. Para mais informações sobre nos- so trabalho, acesse www.facebook.com/ rotas.brasil. Beleza rara na Amazônia boliviana Fotos: Fernando Lara

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Fernando Lara conta como foi sua experiência de ficar 40 dias incursionado solitariamente na Amazônia Boliviana Texto: Edlayne de Paula Fotos: Fernando Lara

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Page 1: 40 dias na Amazônia Boliviana

Quinta-feira, 3 de julho de 2014 3Turismo

por Edlayne de Paula

Imagina ficar 40 dias no meio da Floresta Amazônica, registrando animais e plantas, acampado no meio do mato, sem ver ne-nhum outro ser humano durante esse perí-odo. Essa experiência fez parte do trabalho do documentarista de natureza Fernando Lara, em uma incursão feita para o Institu-to Boliviano de Investigação Florestal (Ibif) em uma região conhecida como La Chon-ta, próximo a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

Apesar de ter ocorrido em 2008, Fer-nando Lara não esquece a experiência e, sempre que possível, reforça para seus alu-nos a importância do bom preparo psico-lógico para a realização de trabalhos no campo. “Durante meus cursos, o módu-lo sobre Psicologia da Sobrevivência é um dos mais importantes. É nele que consigo avaliar como o aluno se comporta em si-tuações de muito estresse e se é capaz de

terminar uma atividade com êxito, mesmo estando sob uma forte pressão”, declara o documentarista.

O trabalho fez parte de um projeto do Ibif para verificar o resultado da implan-tação do manejo florestal em La Chonta. Uma determinada região da floresta é di-vidida em 30 partes. A cada ano, uma des-sas áreas é explorada com corte de madei-ra e obtenção de outros recursos, mas nem todas as árvores são derrubadas, manten-do boa parte da floresta em pé e parte da fauna e flora preservada. O objetivo des-

se tipo de manejo é fazer com que os in-teresses comerciais de exploração possam caminhar juntos com as necessidades de conservação ambiental.

Fernando Lara chegou a La Chonta para registrar a fauna e flora da primeira área explorada, 30 anos depois do início do manejo. Segundo o documentarista, o resultado foi surpreendente. “Esses 40 dias lá foram essenciais para a obtenção de bom resultado. À medida que o tempo foi passando, os animais começaram a se acostumar com o meu cheiro e minha pre-

sença, e se aproximavam. Cheguei a ver uma anta todas as noites, bem ao lado da minha barraca”, comenta.

No Brasil, a proposta de exploração de madeira por meio do manejo florestal tam-bém já foi implantada. Uma delas é a Flo-resta Nacional do Jamari, em Rondônia, registrada por Fernando Lara durante a Expedição Rotas Verdes Brasil, em 2011. Assim como ocorre na Bolívia, o sistema é regulado por uma lei federal e fiscalizado por um órgão do governo. Aqui, esse pa-pel é feito pelo Serviço Florestal Brasileiro.

Esta página é uma produção da Fauna e Flora Documentários, em parceria com o jornal Diário do Aço, Agência O Giro, TV Cultura Vale do Aço, Gráfica Art Pu-blish, Pop Pneus, Wanderley Autopeças, Aço Molas, Quality Signs e In Vista Comu-nicação. Para mais informações sobre nos-so trabalho, acesse www.facebook.com/rotas.brasil.

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Fotos: Fernando Lara