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24/03/2015 05:00
S&P mantém nota e perspectiva do Brasil
Por Thais Folego
A agência de classificação de riscos Standard and Poor's (S&P)manteve ontem a nota de crédito do Brasil em "BBB", comperspectiva estável, apenas um nível acima do grau de investimento.A avaliação da nota veio exatamente um ano após a última ação derating da agência, em 24 de março do ano passado, quando reduziu aclassificação brasileira em um degrau.
A S&P é a agência com a menor classificação soberana para o Brasil. Orating "Baa2" pela Moody's e a nota equivalente "BBB" pela Fitch
estão dois níveis acima do grau de investimento mas com perspectivas diferentes: a da Moody's é negativa e a daFitch é estável.
Como as duas agências fizeram visitas recentes ao país, a expectativa é que elas se pronunciem nos próximosmeses. As agências costumam adotar um período regulamentar para a avaliação de ratings soberanos, que variamde intervalos de 12 a 18 meses. A última avaliação da Fitch foi em julho e da Moody's, em setembro.
Em comunicado, a S&P destaca que a presidente Dilma Rousseff "enfrenta um cenário político e econômicoextremamente desafiadores, em meio a um acentuado declínio nas taxas de aprovação, contração econômica einvestigações de corrupção na Petrobras ".
A agência reconhece a reversão das políticas adotadas no primeiro mandato e que Dilma encarregou sua equipeeconômica de elaborar um "considerável" ajuste em várias políticas, não apenas a fiscal, para restaurar acredibilidade perdida e fortalecer os agora enfraquecidos perfis fiscal e econômico do país.
A manutenção da perspectiva estável da nota reflete a expectativa da S&P de que a "correção" em curso daspolíticas econômicas, ainda que cheia de desafios políticos, vai continuar tendo o suporte de Dilma e conquistarátambém o apoio do Congresso. Para a S&P, a continuidade dos ajustes restauraria, de forma gradual, acredibilidade, abrindo caminho para uma perspectiva de crescimento mais forte a partir do próximo ano. Aagência projeta uma contração de 1% do PIB neste ano, um avanço de 2% em 2016 e de 2,3% em 2017.
"Isso também proporcionaria ao Brasil flexibilidade suficiente na formulação de políticas e na capacidade deresistir a choques econômicos consistentes com uma classificação baixa de grau de investimento", disse a S&P.
A agência afirmou que poderia elevar a nota do país após a execução de políticas consistentes que reforcem ascontas fiscais e reduzam o peso da dívida sobre o PIB, além de sinais de uma agenda de reformas mais proativa,que apoie um maior crescimento econômico no médio prazo. "Isso provavelmente geraria maior confiança do setorprivado e aumento do investimento, e daria mais flexibilidade fiscal e monetária ao governo", diz a S&P.
No outro cenário, a S&P rebaixaria o rating após nova deterioração dos indicadores externos e fiscais, juntamentecom um recuo do país no compromisso com uma política pragmática e nas várias correções das políticas emcurso. "O fracasso no avanço dos ajustes fiscais e outras políticas poderiam resultar em uma erosão maior do quea esperada no perfil financeiro do Brasil e um impacto adicional na confiança e nas expectativas de crescimento,levando a um rebaixamento", diz a agência.
A S&P fará uma teleconferência hoje, às 10h30 (horário de Brasília).