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    Anais - 4oSimpsio de Tecnologia em Meio Ambiente e Recursos Hdricos FATEC - Jahu

    Gesto de Residuos na IndstriaCaladista de Ja: Estudo de Caso

    Beatriz BASSOTTOOsvaldo Jr, CONTADORTania Leme de ALMEIDA3

    Resumo

    A gesto de resduos industriais decorrentes dos processos produtivos da indstria

    de calados exige procedimentos que promovam a mitigao dos impactos ambientaisgerados pelo descarte indevido desses resduos. Nota-se que apenas algumas inds-trias enquadram-se e praticam a regulamentao pertinente e a fiscalizao no atuade forma eficiente, permitindo que tais resduos sejam descartados de forma irregu-lar, causando externalidades negativas ao meio ambiente. Desde 2005 existe um sis-tema de coleta, controle e destinao dos resduos industriais gerados por essas in-dstrias, porm, percebe-se que na maioria das empresas no procedem de formaeficiente a segregao e acondicionamento desses resduos. o caso da Empresa X,usada neste estudo, onde verificou-se a inexistncia de separao e estocagem provi-sria de resduos, provocando a contaminao daqueles que poderiam ser recicladose perdem sua utilidade, tornando-se rejeitos. Assim sendo, se faz necessria a reali-zao do trabalho de educao ambiental com todos os funcionrios envolvidos nosprocessos, para que entendam e consigam implementar o adequado gerenciamentodestes resduos. Com esse estudo, foi possvel a identificao dos resduos perigosose daqueles que geram maior volume dentro do ambiente empresarial, possibilitan-do, no futuro a elaborao de projeto de gerenciamento de resduos dentro da em-presa em questo.

    Palavras-chave:Gerenciamento de resduos, Indstria de Calados, Processo Produtivo.

    1. Introduo

    Conforme dados do Sindicalados, 2011, na cidade de Ja (SP), conheci-da como Capital Nacional do Calado Feminino esto instaladas inmerasindstrias caladistas de pequeno e mdio porte com a capacidade instaladade produo de 130.000 pares de calados femininos por dia. Essa atividadecomeou por volta de 1915 pelos imigrantes italianos e o seu crescimento

    1. Faculdade de Tecnologia de Jahu [email protected]. Faculdade de Tecnologia de Jahu [email protected]. Faculdade de Tecnologia de Jahu [email protected].

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    atraiu empresrios interessados na continuidade da produo, na busca deinovaes tecnolgicas, fatos que propiciaram o crescimento e fortalecimentoda economia local e tambm regional.

    Como todo processo produtivo gera externalidades, o descarte dos res-

    duos industriais gerados pela indstria caladista de Ja se tornou motivo depreocupao dos rgos competentes, uma vez que, o volume gerado exigiuestudos para a implantao e gesto desses resduos, ou seja, coleta, controlee destinao para aterros industriais ambientalmente certificados.

    Trata-se de resduos classificados, conforme a Norma ABNT NBR 10.004,2004, como resduos Classe I - Perigosos com procedimentos de gerenciamentonorteados pela Cmara Ambiental da Indstria de couros, peles, assemelha-dos e calados da CETESB. Assim sendo, diversos procedimentos de P+L

    (Produo+Limpa) foram adotados, Sindicalados, 2011.Conforme a mesma fonte, grande parte das indstrias trabalha com omesmo sistema de coleta, controle e destinao final dos resduos e assimestas empresas conseguem adequar seus sistemas produtivos a umgerenciamento de resduos. Porm, esse sistema no abrange cem por centodas indstrias e tal fato torna o sistema ineficiente, ou seja, o descarte indevidoainda acontece. Por sua vez, o gerenciamento de resduos deve abordar umcontexto geral, pois importante que todas as pessoas envolvidas com o em-preendimento tenham conhecimento dessa necessidade e participem das eta-pas de segregao, acondicionamento e destinao correta, pois ao juntar re-sduo perigoso com resduo comum, acaba-se por contaminar os demais,inviabilizando a destinao e disposio correta dos mesmos. Essa uma pre-ocupao que deve ser geral, os proprietrios devem instruir os colaborado-res para que o gerenciamento seja eficaz e os colaboradores devem ter conhe-cimento de que o gerenciamento se trata de uma responsabilidade social,ambiental e econmica da empresa.

    Em vista do exposto, este estudo teve como objetivo quantificar e quali-

    ficar os resduos gerados na empresa X, indstria de calados, que atual-mente tem produo mdia de 4000 pares de calado por dia, gerandoexternalidades negativas decorrentes dessa produo, ou seja, resduos in-dustriais, classe I perigosos e classe II no inertes. A tabela 1 enquadra osresduos da indstria caladista na Norma NBR 10.004:

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    Tabela 1 Classificao de Resduos Perigosos, codificados a partir de suas caractersticase de fontes geradoras especficas; e Limite mximo de concentrao no extratoobtido no ensaio de lixiviao, segundo a NBR 10.004

    Fonte:Cultri, 2008

    Nota-se que os resduos da indstria caladista, principalmente os res-duos de couro so considerados altamente perigosos, txicos pelo fato de quecontm cromo hexavalente

    Dado que a periculosidade de um resduos se refere a caracterstica apre-sentada pelo mesmo, que, em funo de suas propriedades fsicas, qumicasou infecto contagiosas possam apresentar riscos a sade pblica, provocandoou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade por inci-dncia de doenas e ou riscos ao meio ambiente, quando o resduos e manu-seado, destinado e disposto de forma inadequada.

    A Companhia Ambiental do Estado de So Paulo, CETESB, atravs daDeciso de Diretoria n 145/2010/P de 11 de maio de 2010, dispe sobre aaprovao do Procedimento de gerenciamento de resduos de aparas de cou-ro e de p de rebaixadeira oriundos do curtimento ao cromo.

    A Figura 1, a seguir, mostra o fluxograma roteiro para caracterizao decouro.

    Nesse sentido, esse trabalho apresenta a importncia do gerenciamentode resduos de couro e demais resduos para as atividades coureiro caladistase demonstra a situao de uma empresa perante o assunto.

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    Figura 1 Fluxograma roteiro para caracterizao de resduos de couro para fins degerenciamento de resduos de aparas de couro provenientes de couros curtidosao cromo (K193) e serragem e ps de couro provenientes de couros curtidos aocromo (K194). Fonte:CETESB. Deciso de Diretoria, 2010.

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    2. Materiais e Mtodos

    2.1. Local de Estudo

    A Empresa X, instalada em Ja desde 2006, est consolidada no

    mercado, com abrangncia nacional e boa relao comercial com consumido-res. Seu processo produtivo utiliza o espao fsico de trs prdios, divididosem almoxarifado e setor de corte, setor de pesponto e setor montagem e ad-ministrao. Conforme j exposto, produz em mdia de 4.000 pares/dia eos calados so comercializados em todo territrio nacional.

    Em caso de devoluo os calados so revendidos para uma cooperativaa um preo acessvel em forma de comrcio solidrio. Isso mostra que a em-presa busca o diferencial de responsabilidade social, porm informalmente,pois no existe um plano definido e amplamente divulgado na empresa.

    O processo produtivo gera resduos desde o momento em que os mate-riais entram na linha de produo sendo estes: sobras de couro sinttico, teci-dos utilizados para a limpeza, papeis, embalagens de solvente, adesivo, pa-pelo e plstico em geral.

    Por sua vez e de forma preliminar, a segregao desses materiais ocorreda seguinte forma: o couro sinttico e os tecidos para limpeza so mantidosseparados de todos os outros materiais, as latas de solvente e adesivo soacondicionadas e estocadas em locais prprios e os demais resduos socoletados pelo sistema de coleta domiciliar de Ja. Os resduos industriaisespecficos do processo produtivo de calados so destinados ao aterro in-dustrial de Guatapar dentro das normas de Gesto de Resduos imple-mentada pelo Sindicato das Indstrias de Calados de Ja.

    2.2 Metodologia

    Na parte conceitual, o trabalho requereu ampla reviso da literaturafocada em duas frentes de anlise. A primeira abrangendo estudos sobre a

    gesto de resduos industriais em geral, ou seja, normas, classificao, acon-dicionamento, transporte e disposio. E uma segunda frente de anlise so-bre a gerao e gesto de resduos da indstria coureiro caladista, especifi-camente de uma indstria localizada em Ja - SP.

    As tcnicas utilizadas para o levantamento de dados foram: aplicao deentrevistas semi-estruturadas, com um roteiro pr-estabelecido, com a finali-dade de contemplar os objetivos especficos, observaes e pesquisa docu-mental.

    Na parte emprica foram realizados pesquisa documental e levanta-mento de dados primrios, a partir da realizao de entrevistas semi-estruturadas em instncias de representao empresarial.

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    Foi feita ampla pesquisa e investigaes no campo de estudo, reconheci-mento dos resduos gerados, estudo e reconhecimento com a legislao espe-cfica, visitas tcnicas, entrevistas, levantamento de documentao atravs defotos e constataes identificadas no prprio local pesquisado.

    3. Resultados e Discussoes

    Conforme REZENDE, J.H., CONTADOR Junior. (2005), percebe-se nasindstrias caladistas da cidade de Ja, referencia na produo de caladosfemininos, a dificuldade que os proprietrios tm para gerenciar de formacorreta os resduos gerados no processo produtivo. Por muitas vezes no con-sideram a importncia do assunto, adotam posturas de indiferena e quandotentam tomar alguma atitude de mudana e de implantao de umgerenciamento de resduos adequado, esbarram na falta de informaes, nafalta de cultura ambiental e acabam postergando medidas importantes, tantosobre o aspecto ambiental como de melhoria nos processos produtivos, cus-tos e etc.

    Pensando num futuro prximo, sabe-se que possvel concretizar umplano simples de gerenciamento de resduos, esclarecendo o porqu reduzir,reciclar, ou at mesmo depositar o resduo em locais corretos, minimizandoos riscos com o meio ambiente. E em longo prazo, possvel a elaborao deum plano geral, para que todas as indstrias de calados e at mesmo outros

    ramos, possam realizar sua produo de forma mais limpa, eficiente, e eco-nmica.

    Durante o processo produtivo, a indstria caladista gera diversos tiposde resduos, dentre eles os resduos provenientes do processo de expanso deplacas, que se do em forma de p devido ao processo de lixamento. As lixasque do acabamento ao calado tambm geram um p fino que armazena-do na prpria mquina.

    Por sua vez, os resduos encontrados em maior volume so retalhos queso provenientes do corte de materiais sintticos ou de couro, que so corta-dos atravs de prensas atravs de laminas para realizao do trabalho.

    Outro tipo de resduo importante so os provenientes de adesivos esolventes, usados no acabamento do calado. Esses ltimos no so descarta-dos diretamente no ambiente, porm, so armazenados juntamente com osdemais resduos e acabam contaminados. As latas de solventes e colas soarmazenadas em local coberto, fresco e separadamente de outros materiaisat que sejam encaminhadas para locar apropriado para o descarte.

    Os resduos provenientes do corte do calado, geralmente so embala-dos para serem coletados por uma transportadora credenciada, portadora de

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    CADRI - Certificado de Aprovao para Destinao de Resduos Industriais,emitido pela CETESB que autoriza o transporte e disposio desses resduospara um local apropriado e regularizado. A transportadora vai at as inds-trias, recolhe o resduo e a partir da, fica responsvel pela sua destinao.Essa transportadora deve sempre cobrar e carregar por peso e deve emitirrelatrios mensais ao Sindicato do Calado e tambm esclarecimentos paraas empresas.

    Um dos problemas que contribuem para que esse sistema no seja efici-ente est no fato de que a disposio interna nas indstrias, at que a trans-portadora faa a coleta, destinao e disposio correta precrio. Muitasvezes no existe uma rea reservada e apropriada para que os resduos sejamdepositados. Dessa forma acontece o descarte indevido, acarretando uma seriede conflitos, causando grande impacto no ambiente, poluio no solo, visual,

    que podem servir como vetores para a transmisso de doenas, proliferaode insetos e outros pequenos animais, alm de existir o risco de combusto.

    Normalmente so descartados em periferias do municpio, locais de di-fcil acesso, ou longe da fiscalizao. A tabela a seguir demonstra os resduosgerados pela indstria caladista:

    Tabela 2 Resduos gerados pela indstria caladista.

    MODELAGEM

    Insumos Tipo deembalagem

    Sadas Destino

    Moldes de cartolina Papelo Retalhos papel Aterro

    Fita crepe Plstico Plstico/Bobina papel Aterro

    Papel e papelo Papel e papelo Adesivo Aterro

    CORTE

    Couro Fitilhos de plsticoRetalhos

    couro/fitilhosAterro

    Espuma Fitilhos de plsticoRetalhos

    espuma/fitilhosAterro

    Forro Plstico

    Retalhos

    forro/fitilhos AterroNavalha Papelo Caixas Venda

    Facas Papelo Caixas Venda

    Grampos Plstico/Papelo Lata/Saco Aterro

    Escovas de plo e pano Plstico/Papelo Lata/Saco Aterro

    Filetes de metal Plstico/Papelo Lata/Saco Aterro

    PESPONTO

    Cola a base de solvente Ao Lata Venda

    Gs Butijo Retornvel

    Solvente 668 Ao Lata Aterro

    Fita crepe Plstico/papel Lata/Saco AterroFita de pano Plstico/papel Lata/Saco Aterro

    Embalagens Plstico Saco Aterro

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    Tabela 2 Resduos gerados pela indstria caladista (continuao).

    MONTAGEM

    Cola em macarro Plstico Bobina Plstico Aterrogua (forno) Rede pblica

    Solvente (para limpar) Ao Lata Aterro

    Tinta base de Solvente Ao Lata AterroApresco Plstico Lata Aterro

    Removedor Ao Lata AterroCaixa de papel Papel Caixa Aterro

    ACABAMENTO E PRANCHEAMENTO

    Silicone Plstico Lata AterroApresco (bomba 200L) Plstico Bomba Retornvel

    Tinta Plstico Lata AterroHalogeneo Plstico Lata Aterro

    Gs Butijo Retornvel

    Solvente Ao Lata AterroCola base de gua Plstico Lata Aterro

    Linha Plstico Bobina de Plstico AterroTEG (etiquetas) Plstico Saco Aterrogua (p/ forno) Rede pblica

    Escova ao Papelo Caixa AterroCanetinha Papelo Caixa AterroEtiqueta Papel Saco Aterro

    Demais Componentes Plstico Lata/Saco Aterro

    Fonte:Cultri, Camila, 2008.

    3.1 Caracterizao Qualitativa

    As figuras a seguir mostram os locais estudados:

    Figura 2 Viso do setor de montagem.

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    Os resduos gerados so descritos a seguir: Papis: O papel sulfite gerado na fabrica tem origem no setor da

    administrao. O restante de papel gerado proveniente dosbanheiros, que no total so 5 (cinco). Esses papeis so considerados

    resduos no perigosos, e so descartados em lixo comum eencaminhados para aterro. No h ainda um programa de reciclagempara que os papis sulfite. A indstria poderia encaminhar o papelsulfite apenas para reciclagem, porm, no a faz. Entretanto estdentro da lei, que no obriga a reciclagem de papeis em indstriasde pequeno porte. (Classe II).

    Papelo: A origem do papelo gerado proveniente de caixas decalado e rolos dos materiais comprados (rolo de couro sinttico),esse resduo no perigoso, e recolhido diariamente por homensque o encaminham para cooperativas de reciclagem. A empresa nose preocupa com isso, j que tem pessoas fixas que o recolhem e fazemdestinao correta. (Classe II).

    Plsticos: Os plsticos so gerados atravs de copos descartveisutilizados pelos colaboradores e embalagens plsticas de produtosutilizados para a produo. No so resduos perigosos, portanto sodescartados em lixo comum e encaminhados para aterro sanitrio.Para os plsticos gerados no h um plano de reciclagem. Entretanto

    a empresa no infringe lei alguma, j que no h legislao que obriguea reciclagem de plstico para esse tipo de indstria. (Classe II). Couro sinttico: Este resduo proveniente do setor de corte, onde

    sobram retalhos que so acondicionados separadamente de outrosresduos, pois so considerados perigosos, no so reutilizados, soencaminhados para aterro industrial. A legislao vigente aprova oencaminhamento desses resduos para aterro industrial.A indstriaacondiciona rolos de materiais corretamente, em local apropriado,

    seco e arejado. Aps o corte em maquinas, os resduos soacondicionados em sacos plsticos e permanecem dentro da empresa,at que a transportadora contratada venha e faa o transporte atGuatapar, no aterro industrial. (Classe I).

    Tecidos: Os tecidos gerados provm da limpeza realizada nos caladosao final da produo, esses tecidos contm solvente e adesivos,portanto so considerados resduos perigosos. Esse material segregado e encaminhado para aterro industrial. Os tecidos so dealgodo e no so considerados perigosos inicialmente. Porem com o

    contato com adesivos e solventes, que so considerados resduos peri-gosos, o algodo fica contaminado, e se torna perigoso igualmente.

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    Por isso feita a segregao e o encaminhamento dos mesmos paraaterro industrial, juntamente com os retalhos de couro. (Classe I).

    Figura 3 Acondicionamento de couro sinttico.

    Figura 4 Acondicionamento de retalhos de couro sinttico.

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    Figura 5 Maquina de corte de couro sinttico

    Figura 6 Acondicionamento de adesivos e solventes.

    Embalagens de Solvente: As embalagens de solvente so consideradasresduo perigoso, so separadas dentro da empresa, recolhidas

    diariamente e encaminhadas para reciclagem. O recolhimento feitopor operrios que encaminham as latas para cooperativas e realizam

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    a reciclagem de forma correta. O acondicionamento das latas naempresa feita de forma parcialmente correta, j que se encontramem um local separado, longe de outros materiais, arejado, e sinalizado.Porem ainda h falta de caneletas para conteno em caso devazamento. (Classe I).

    Embalagens de adesivos: As embalagens de adesivos so consideradasresduos perigosos, so separadas dentro da empresa, recolhidasregularmente e encaminhadas para reciclagem. O recolhimento feitopor operrios que encaminham as latas para cooperativas e realizama reciclagem de forma correta. O acondicionamento das latas naempresa feita de forma parcialmente correta, j que se encontramem um local separado, longe de outros materiais, arejado, e sinalizado.Porem ainda h falta de caneletas para conteno em caso de

    vazamento. (Classe I).

    3.2 Caracterizao Quantitativa

    Tabela 3 Quantificao dos principais resduos gerados na empresa.

    Materiais descartados Quantificao

    Papeis [diversos] 8 kg/ms

    Papelo 75kg/ms

    Plasticos [embalagens/copos] 4 kg/msCouro sintetico 1500 kg/ms

    Embalagens de solvente 4 latas/ms

    Embalagens de adesivos 80 latas/ms

    Tecidos 30 kg/ms

    4. Concluso

    De acordo com a quantificao e qualificao os resduos gerados, em-bora no segregados minuciosamente, so destinados corretamente segundoa legislao pertinente, no causando assim grande impacto para o ambientee populao. Porm, percebe-se que muitos dos resduos descartados, pode-riam ser reaproveitados, evitando desperdcios, contribuindo com o meioambiente e elevando o nvel de competitividade da empresa.

    A implantao de um plano de gerenciamento contribui para que a em-presa se torne ambientalmente responsvel e para isso necessrio que todos

    os colaboradores contribuam e participem como atores socioambientais, umavez que participam ativamente dos processos da empresa. Este fato muito

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    importante para o sucesso do plano. Um projeto de sensibilizao deve serimplementado juntamente com a implantao do plano de gerenciamento.

    Devem existir lixeiras exclusivas para cada tipo de resduo, para queno haja mistura de Classe I, com Classe II.

    Este artigo, realizado com dados da Empresa X poder servir de basepara posterior trabalho, que ser realizado na prpria empresa. Assim sendo,pretende-se obter a reduo no consumo de energia, de materiais e tempo,para que mesmo sem a certificao a indstria se enquadre nos parmetrosda ISO 14000, para que possa ser exemplo para outras industrias caladistasde Ja.

    No segundo momento, aps a efetivao do projeto de Gerenciamentode Resduos Industriais a ser desenvolvido na empresa X, haver a

    constatao de que a implantao e utilizao do gerenciamento de resduos essencial para qualquer indstria, uma vez que hoje no mercado caladista,um dos problemas que mais atrapalham as indstrias, sua rentabilidade, parao desenvolvimento econmico e ambiental, so os resduos.

    5. Referncias BibliogrficasABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas. 10004: Resduos Slidos Classificao.Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

    CONTADOR JNIOR, Osvaldo. ecnologia e proteo ambiental nas indstrias do couro ecalados na regio de Ja-S. 165 f. 2004. Dissertao (Mestrado em Desenvolvimento Regionale Meio Ambiente). Araraquara: Centro Universitrio de Araraquara, 2004.

    CULTRI, Camila. importncia da viso sistmica para articular aes ambientais na cadeiaprodutiva coureiro caladista: uma discusso sobre os resduos do couro. Franca SP: In.: 4Congresso Brasileiro de Sistemas, Uni FACEF, 2008.

    GARLET, G. & GREVEN, H. A. proveitamento De esduos De .V.. Da Indstriaaladista a onstruo ivil. Anais do Workshop sobre Reciclagem e reutilizao deresduos como materiais de construo civil. So Paulo: ANTAC - PCC /USP, 1996;

    PACHECO, Jos Wagner Faria. urtumes. Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbiental (CETESB). Secretaria Estadual do Meio Ambiente. So Paulo: CETESB, 2005.

    REZENDE, H. J.; CONTADOR JNIOR. O. erenciamento de resduos industriais. Curso deGerenciamento de Resduos da Indstria Coureiro Caladista do Arranjo Produtivo Local deJa. So Paulo: FATEC JH, 2005.

    SO PAULO. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). SecretariaEstadual do Meio Ambiente. Deciso de Diretoria da CETESB, Relatrio n 012/2010/P demaio 2010. So Paulo: 2010.

    SINDICALADOS - Sindicato das Indstrias de Calados de Ja. Dados da Industria Caladistano Arranjo Produtivo Local APL Ja. Ja, 2011.