267841 apostila de financeira 1 bira

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    UNIVERSIDADE CATLICA DE PELOTAS

    ESCOLA DE CINCIAS ECONMICO-EMPRESARIAIS

    O AMBIENTE FINANCEIRO

    (Apostila 01)

    I N D I C E

    I N D I C E .................................................................................................................................1

    1 CONCEITOS BSICOS EM FINANAS ......................................................................................3

    1.1 FINANAS.....................................................................................................................................31.2 AS PRINCIPAIS REASEM FINANAS..................................................................................................31.3 O MERCADO FINANCEIRO...............................................................................................................41.4 A INTERMEDIAO FINANCEIRA........................................................................................................41.5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - SFN ......................................................................................... ...5

    2 POLTICA ECONMICA ................................................................................................................8

    2.1 POLTICA FISCAL...........................................................................................................................82.2 POLTICA CAMBIAL........................................................................................................................82.3 POLTICADE RENDAS.....................................................................................................................82.4 POLTICA MONETRIA....................................................................................................................9

    3 MERCADO MONETRIO ..............................................................................................................9

    3.1 FUNESDA MOEDA......................................................................................................................93.2 MULTIPLICADORBANCRIO - CRIAOE DESTRUIODA MOEDA .....................................................103.3 MEIOSDE PAGAMENTO.................................................................................................................113.4 INSTRUMENTOSDA POLTICA MONETRIA........................................................................................133.5 MERCADODE TTULOS PBLICOS...................................................................................................16

    4 RENTABILIDADE, LIQUIDEZ E SEGURANA ......................................................................19

    5 RISCO ..............................................................................................................................................20

    5.1 PRINCIPAIS TIPOSDE RISCO...........................................................................................................215.2 METODOLOGIASDE AVALIAODO RISCO........................................................................................22

    6 TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO ..................................................................23

    6.1 POSIODE CAIXADAS INSTITUIES FINANCEIRAS...........................................................................236.2 TAXAS REFERENCIAISDO MERCADO................................................................................................236.3 TAXASDE MERCADO....................................................................................................................24

    6.4 TAXASDERENTABILIDADE.............................................................................................................246.5 TAXASDE EMPRSTIMOS...............................................................................................................25

    7 CLASSIFICAO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS ...................................................25

    7.1 ATIVOS REAIS ............................................................................................................................267.2 OBRIGAES - (DVIDAS) ..............................................................................................................26

    8 SEGMENTAO DO MERCADO FINANCEIRO .....................................................................26

    9 MERCADO DE CAPITAIS .............................................................................................................27

    9.1 INTRODUO ..............................................................................................................................27

    9.2 COMPANHIA ABERTA.....................................................................................................................289.3 AES ......................................................................................................................................289.4 ANALISEDE AES......................................................................................................................309.5 COMOESCOLHERUMA AO .........................................................................................................30

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    ESCOLA DE CINCIAS ECONMICO-EMPRESARIAIS

    9.6 INDICADORESE NDICESDO MERCADO.............................................................................................319.7 O MERCADODE AES ...............................................................................................................329.8 BOLSASDE VALORES....................................................................................................................339.9 SOCIEDADE OPERADORADO MERCADODE ATIVOS SOMA ................................ .............................339.10 SERVIOSDE LIQUIDAOE CUSTDIA - CLEARINGS........................................................................349.11 CORRETORASDE VALORES...........................................................................................................34

    9.12 FORMASDE NEGOCIAODAS AES............................................................................................349.13 PONTOSDOPREGO....................................................................................................................359.14 A DINMICADAS OPERAESEM BOLSA ......................................................................................369.15 FORMAODO PREO NO MERCADOA VISTA................................................................................379.16 RISCOSDO MERCADODE AES .................................................................................................38

    10 TITULOS PRIVADOS DE RENDA FIXA ...................................................................................38

    10.1 DEBNTURES.............................................................................................................................3810.2 COMMERCIAL PAPERS.................................................................................................................3910.3 EMISSESNO MERCADO EXTERNO................................................................................................39

    11 GOVERNANA CORPORATIVA E O NOVO MERCADO ....................................................40

    11.1 GOVERNANA CORPORATIVA........................................................................................................4011.2 NOVO MERCADO.......................................................................................................................40

    12 MERCADO DE DERIVATIVOS ..................................................................................................41

    12.1 INTRODUO ............................................................................................................................4112.2 DEFINIODE DERIVATIVOS.........................................................................................................4212.3 MERCADOA TERMO (FORWARD) .............................................................................. ............... .....4312.4 MERCADO FUTURO (FUTURES) ............................................................................................ .........4312.5 OPES.................................................................................................................................. .4612.6 SWAP.......................................................................................................................................4712.7 PARTICIPANTESDO MERCADODE DERIVATIVOS................................................................................5112.8 OBJETIVOSDAS OPERAESCOM DERIVATIVOS ..............................................................................5212.9 PRINCIPAIS FUNESDO MERCADODE DERIVATIVOS................................................................... .....5212.10 VANTAGENSDO MERCADODE DERIVATIVOS..................................................................................52

    13 BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS BM&F ..............................................................52

    14 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .........................................................................................54

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    1 CONCEITOS BSICOS EM FINANAS

    1.1 Finanas

    O dicionrio Aurlio define o termo Finanas como sendo a cincia e a profisso do manejo dodinheiro, particularmente do dinheiro do Estado. De uma forma mais ampla, dizemos que ela trata doprocesso, instituies, mercados e instrumentos envolvidos na transferncia de fundos entre pessoas,empresas e governos. Praticamente todos os indivduos e organizaes obtm receitas ou levantam fundos,gastam ou investem. Em ltima anlise, Finanas a arte e a cincia de administrar fundos.

    Analisando o conceito parece ser alguma coisa um pouco distante do nosso dia-a-dia masdiariamente temos envolvimento com as finanas. Tomamos decises financeiras a todo o momento. Naescolha pelo produto mais caro ou mais barato, na matrcula em um curso, no parcelamento de algumadvida, negociao salarial, escolha de um fundo de aposentadoria mais adequado e assim por diante. Assim,precisamos entender de assuntos financeiros e tomar as decises financeiras corretas.

    1.2 As Principais reas em Finanas

    Verifica-se, ano a ano, uma tendncia cada vez maior de executivos oriundos da reafinanceira ocupando os cargos mais altos nas organizaes. Conseqentemente, as matrculas nosprogramas financeiros, tanto ao nvel de graduao quanto de ps-graduao, vem crescendo em grandespropores. Nesse contexto, algumas reas vm se destacando e atraindo a ateno de estudantes eprofissionais por serem excelentes oportunidades de carreira. So elas: Finanas Corporativas (ouEmpresariais), Investimentos, Instituies Financeiras, Finanas Internacionais e, por ltimo, Consultoria emFinanas Pessoais.

    Finanas Empresariais requer do profissional financeiro conhecimento para decises vitais no

    mbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou planejamento econtrole da gesto e obteno de resultado de empresas e rgos governamentais. o tema principal destadisciplina e ser discutido mais detalhadamente no decorrer do semestre.

    A rea de Investimentos lida com ativos financeiros, tais como aes, debntures, ttulospblicos e privados, derivativos e outras obrigaes. E sua atividade o profissional financeiro calcula preosdesses ativos, determina os riscos envolvidos e o retorno possvel, analisa o contexto para definio damelhor composio de carteiras para cada tipo de investidor. Esse profissional pode atuar como Operador deBolsa de Valores, Administrador de Carteiras de Fundos ou ainda como Analista de ttulos.

    As Instituies Financeiras so aquelas que lidam primeiramente com assuntos financeiros,como Bancos, Associaes de Poupana e Emprstimo e Seguradoras. Essas instituies necessitamprofissionais para uma grande variedade de tarefas relacionadas a finanas. Pode atuar na rea de

    emprstimos, captao de recursos, seguros, previdncia privada e capitalizao entre outras.

    Finanas Internacionais pode ser definida como uma especializao que requer conhecimentoem todas as reas citadas, sua atuao envolve aspectos internacionais como taxa de cmbio e riscopoltico, emprstimos internacionais, administrao de carteira e anlise de ttulos de empresas sediadas emvrios paises.

    Consultoria em Finanas Pessoais uma atividade com certa tradio nos Estados Unidos. NoBrasil vem se desenvolvendo de forma crescente. O Consultor de Finanas Pessoais (CFP), conhecidotambm como Planejador de Finanas Pessoais, tem um foco de atuao muito forte no planejamentofinanceiro. Sua atividade bsica consiste em gerir as finanas pessoais para facilitar o alcance de objetivoseconmico-financeiros pretendidos pelos clientes. Pode auxiliar na administrao do oramento domstico,

    na anlise e na busca de alternativas para endividamentos elevados, orientaes sobre aplicao derecursos nas modalidades mais adequados para cada perfil de investidor. Orienta ainda, na escolha deseguros e planos de aposentadoria.

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    1.3 O Mercado Financeiro

    A palavra mercado remonta a perodos anteriores existncia da moeda e o seu significadooriginal designa o local onde as pessoas se encontram para comprar, vender ou trocar mercadorias. Com opassar do tempo, o termo mercado foi evoluindo para um conceito de conjunto de elementos envolvidos nocomrcio de determinado produto: produtores, consumidores, intermedirios, regulamentos, preos, etc. Hoje,

    quando falamos no mercado do pssego, estamos nos referindo ao conjunto de pessoas que produzem,apreciam (consumidores finais), aos atravessadores, aos doceiros, aos preos praticados, etc.

    O Mercado Financeiro tambm tem o seu produto. Ele o uso do dinheiro no tempo, quesignifica a transferncia temporria, entre agentes econmicos, da capacidade de consumo, ou seja, dopoder de compra que a posse do dinheiro proporciona. Mercado Financeiro, portanto, o conjunto demecanismos voltados para a transferncia de recursos entre os agentes econmicos. Seu papel essencial viabilizar e operacionalizar os fluxos de financiamentos na economia. Como qualquer mercado, o Financeiro,tambm tem suas figuras bsicas, que so os compradores (tomadores de emprstimos), vendedores(poupadores) e os intermedirios (instituies financeiras).

    1.4 A Intermediao Financeira

    Ao pouparem as pessoas deixam de utilizar a capacidade de consumo do dinheiro nomomento, acreditando que essa atual capacidade de consumo trar maiores benefcios no futuro, seja frentea algum imprevisto, para economizar dinheiro e comprar algo de maior valor ou simplesmente para sustentara famlia na aposentadoria. Quando os poupadores optam por vender suas mercadorias, se transformamem investidores. No sentido econmico, investir significa a aplicao de capital para produzir bens eservios, num sentido mais amplo significa direcionar recursos para a obteno de juros ou lucros.

    Os poupadores, portanto, so os agentes econmicos superavitrios dispostos a transformarsuas disponibilidades monetrias em ativos financeiros, atravs da oferta de recursos, sujeitando-se aosriscos de mercado, com a finalidade de obter retornos reais positivos. So os criadores de fundos para ofinanciamento do crescimento econmico.

    Os tomadores, aqueles que adquirem o produto comercializado no Mercado Financeiro soos industriais, comerciantes, pessoas fsicas, etc. que, necessitando de dinheiro para utilizar o seu poder decompra, dispe-se a pagar por essa utilizao. So os agentes econmicos deficitrios, que demandamrecursos e esto dispostos a financiar seu dficit a custo de mercado.

    Cabe aos intermedirios financeirosefetuar a ponte entre os dois segmentos. Ao concentraros recursos dos agentes superavitrios, os intermedirios financeiros viabilizam a ampliao das escalas deproduo, financiando investimentos de maior vulto.

    Quadro 1 A intermediao Financeira

    Quando o mercado financeiro eficiente, a produo e o consumo de mercadorias estimulado, as empresas tm acesso a recursos mais baratos, podendo investir mais na produo e,conseqentemente gerar mais lucros, que sero reinvestidos dando continuidade a um crculo virtuoso queocasiona a gerao de mais riqueza, maior oferta de empregos e melhores salrios. As pessoas tm acessoa financiamentos que possibilitam a aquisio de mais bens, aumentando o consumo.

    Quando a sociedade no consegue gerar um excedente de produo ou este no reinvestido,obstruindo a transformao da poupana em investimentos, a gerao de bens e servios reduzida e obem-estar material das pessoas diminui.

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    AgentesEconmico

    sSuperavit

    rios

    Intermedirios

    Financeiros

    Financeir

    os

    AgentesEconmic

    osDeficitri

    os

    ofertade

    recursos

    demandade

    recursos

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    A circulao do dinheiro tem a capacidade de aumentar ou diminuir a produo de bens eservios, aumentando ou diminuindo o bem-estar material das pessoas, por esse motivo o mercadofinanceiro recebe uma ateno especial do governo que, atravs da atuao das autoridades financeirasinterfere na economia.

    Um sistema financeiro eficiente aquele que tem capacidade de viabilizar a realizao definanciamentos de curto, mdio e longo prazos, sob condies de minimizao de risco e atendendo aos

    desejos e necessidades dos agentes superavitrios, que determinam a oferta de recursos, e dos agentesdeficitrios, que materializam a demanda por recursos.

    1.5 Sistema Financeiro Nacional - SFN

    Fortuna (1999) conceitua sistema financeiro, de uma forma abrangente, como conjunto deinstituies que se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condies satisfatrias para a

    manuteno de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. Esse sistema, operando dentro domercado financeiro, oferece condies para que um agente econmico que no deseje aplicar seus recursosexcedentes em algum empreendimento prprio seja colocado em contato com outro que deseja investir emalguma atividade montante de recursos superior s suas disponibilidades.

    O Sistema Financeiro Nacional - SFN est dividido em dois grandes subsistemas: o normativoque regulamenta e fiscaliza, e o de intermediao e instituies auxiliares, que recebe o dinheiro dospoupadores (agentes econmicos superavitrios) e os repassa para os tomadores (agentes econmicosdeficitrios). As funes dos rgos de regulao e fiscalizao integrantes do subsistema normativo estodescritas a seguir.

    O Conselho Monetrio Nacional CMN o rgo supremo do SFN. Sua f inalidade formulara poltica da moeda e do crdito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econmico esocial do pas. O Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento e Oramento e o Presidente do BancoCentral so os componentes efetivos, sendo porm, permitido ao Presidente do Conselho convidar Ministrosde Estado e representantes de entidades pblicas ou privadas para participar das reunies, no lhes sendo

    permitido o direito a voto. O CMN rene-se ordinariamente uma vez por ms e, extraordinariamente, sempreque for convocado pelo seu Presidente. O Banco Central funciona como secretaria executiva do Conselho.

    Ao Banco Central do Brasil - BCB cabe, alm da responsabilidade pela Poltica Monetria dopas, a funo de executivo central do SFN, responsvel pela fixao e cumprimento das disposies queregulam o funcionamento do sistema de acordo com as normas do CMN. O Banco Central est sediado emBraslia, com representaes regionais em vrias capitais. definido seu objetivo em trs macroprocessos:Formulao e gesto das polticas monetria e cambial, compatveis com as diretrizes do Governo Federal;Regulao e superviso do Sistema Financeiro Nacional e Administrao do sistema de pagamentos e domeio circulante.

    A Comisso de Valores Mobilirios CVM uma autarquia vinculada ao Ministrio da

    Fazenda, com a finalidade de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobilirios, aqueleem que so negociados ttulos emitidos pelas empresas para captar, junto ao pblico, recursos destinados aofinanciamento de suas atividades. Esse mercado negocia, predominantemente, aes, debntures e quotasde fundos de investimento em renda varivel, compreendendo ainda um universo mais amplo de ttulos.

    A Superintendncia de Seguros Privados - SUSEP o rgo responsvel pelo controle efiscalizao dos mercados de seguro, previdncia privada aberta, capitalizao e resseguro. Autarquiavinculada ao Ministrio da Fazenda.

    A Secretaria de Previdncia Complementar - SPC, um rgo do Ministrio da PrevidnciaSocial, tem as atribuies de supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com aprevidncia complementar fechada e a fiscalizao das atividades das entidades fechadas de previdncia

    privada, quanto ao cumprimento da legislao e normas em vigor e aplicar as penalidades cabveis;

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    Quadro 2 Sistema Financeiro Nacional

    Subsistema Normativorgos Regulao e Fiscalizao Subsistema de Intermediao e Instituies Auxiliares

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    CMN

    Co

    nse

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    SecretariadePrevidncia

    Superintendnciade

    Comissode

    Banco

    Complementar

    Segur

    osPrivados

    ValoresMobilirios

    CentraldoBrasil

    Institu

    iesFinanceiras

    Captad

    orasdeDepsitos

    Vista

    Bancos Mltiplos com Carteira Comercial

    Bancos Comerciais

    Caixas Econmicas

    Cooperativas de Crdito

    Demais

    InstituiesFinanceiras Bancos Mltiplos sem Carteira Comercial

    Bancos de Investimento

    Bancos de Desenvolvimento

    Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento

    Sociedades de Crdito Imobilirio

    Companhias Hipotecrias

    Associaes de Poupana e Emprstimo

    Agncias de Fomento

    Sociedades de Crdito ao Microempreendedor

    OutrosintermediriosouAuxiliaresFinanceiros Bolsas de Mercadorias e de Futuros

    Bolsas de Valores

    Sociedades Corretoras de Ttulos e Valores Mobilirios

    Sociedades Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios

    Sociedades de Arrendamento Mercantil

    Sociedades Corretoras de Cmbio

    Representaes de Instituies Financeiras Estrangeiras

    Agentes Autnomos de Investimento

    ntidadesLigadasaos

    SistemasdePrevidnciaeSeguros

    Entidades Fechadas de Previdncia Privada

    Entidades Abertas de Previdncia Privada

    Sociedades Seguradoras

    Sociedades de Capitalizao

    Sociedades Administradoras de Seguro-Sade

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    2 POLTICA ECONMICA

    o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um pas com o objetivo de atuar e influirsobre os mecanismos de produo, distribuio e consumo de bens e servios. Embora dirigidas ao campoda economia, essas medidas obedecem tambm a critrios de ordem poltica e social. Em sntese, a poltica

    econmica global do Governo consiste em promover o desenvolvimento econmico, garantir o plenoemprego e sua estabilidade, equilibrar o volume financeiro das transaes econmicas com o exterior,estabilidade de preo e controle da inflao, promover a distribuio da riqueza e da renda. Para alcanar osobjetivos da poltica econmica global, so utilizadas quatro polticas com dinmicas prprias: Fiscal,Cambial, de Rendas e Monetria.

    2.1 Poltica Fiscal

    a poltica de receitas e despesas do Governo Federal, Estadual e Municipal. Envolve adefinio e aplicao da carga tributria exercida sobre os agentes econmicos, bem como a definio dosgastos do Governo. Quando as receitas so superiores soma das despesas, diz-se que o governo tem um

    supervit fiscal primrio e, caso sejam inferiores, um dficit fiscal primrio.

    Tem forte impacto sobre a poltica monetria quando os prazos de recolhimento de impostosafetam o fluxo de caixa dos agentes econmicos. Uma poltica fiscal adequada permitiria reduzir oendividamento interno do Tesouro atravs de um supervit fiscal. Para aumentar as receitas necessriauma Reforma Tributria que melhore a capacidade arrecadadora e, para reduzir as despesas, uma ReformaAdministrativa que diminua despesas de custeio. A Reforma da Previdncia ajudaria tanto na reduo docusto quanto no aumento da receita.

    De acordo com a teoria Keynesiana, o governo de um pas, em vez de procurar o equilbrio nooramento, deveria praticar uma poltica fiscal de elevao dos gastos pblicos e/ou reduo de impostos,mesmo que incorrendo em dficits oramentrios. denominada poltica expansionista da demanda e da

    produo.

    2.2 Poltica Cambial

    Instrumento da poltica de relaes comerciais e financeiras entre um pas e o conjunto dosdemais pases, est fundamentalmente baseada na administrao da taxa de cmbio e no controle dasoperaes cambiais. A atuao do Governo sobre essa taxa, com mecanismos que podem valoriz-la oudesvaloriza-la, afeta diretamente as exportaes, importaes e o movimento internacional de cmbiofinanceiro.

    A poltica cambial deve ser cuidadosamente administrada no que tange ao seu impacto sobre apoltica monetria. O desempenho muito forte nas exportaes gera um efeito monetrio pelo ingresso dedivisas, a converso da moeda estrangeira para reais implica na expanso da emisso de moeda que fatogerador de inflao. A oferta monetria via cmbio, por exportaes ou por captaes externas, prejudica ocontrole dos juros aumentando o custo do governo, que se obriga a aumentar a dvida pblica mobiliria paraenxugar a moeda que entra em circulao. A remunerao dos dlares em reservas internacionais menordo que remunerao paga internamente nos ttulos federais. Uma boa poltica cambial deve permitir umelevado fluxo de moedas com o exterior nos dois sentidos.

    2.3 Poltica de Rendas

    a poltica que o governo exerce estabelecendo controles diretos sobre a remunerao dosfatores diretos de produo envolvidos na economia, tais como salrios, depreciaes, lucros, dividendos epreos dos produtos intermedirios e finais. Os principais objetivos dessa poltica so: propiciar ganhos depoder aquisitivo aos salrios, no caso de controle de outros preos; redistribuir a renda; garantir a renda. ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 8

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    mnima a determinados setores ou classes sociais; reduzir o nvel das tenses inflacionrias, visando aestabilidade dos preos.

    2.4 Poltica Monetria

    Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando adequar os meios de pagamentosdisponveis s necessidades da economia do pas. Uma das principais funes da poltica monetria ocontrole da oferta de moeda e das taxas de juros, a fim de que sejam atingidos os objetivos da polticaeconmica do governo. A atuao do governo procura regular a moeda circulante no mercado financeiro, oque ocasiona reflexos nas taxas de juros.

    Ao governo interessa ter instrumentos capazes de interferir no mercado financeiro, dada aimportncia desse mercado perante o setor produtivo da economia. A taxa de juros tem papel fundamentalna realocao de recursos entre os agentes econmicos, assim, quando ocorrem flutuaes imprevisveis dataxa de juros o governo utiliza instrumentos para manter essas flutuaes dentro de uma faixa deprevisibil idade que no provoque srias distores ao setor produtivo, seguindo uma programao monetriaprvia.

    A poltica monetria pode recorrer a diversas tcnicas de interveno, controlando a taxa de juros pela alterao nos critrios e nas taxas cobradas em operaes de redesconto do Banco Central,regulando as operaes de Mercado Aberto (Open Market), alterando os percentuais de exigibilidade emDepsitos Compulsrios. Em relao ao crdito podem ser adotadas medidas restritivas ou prticas seletivas.As restritivas consistem na fixao de limites de crdito bancrio e na reduo dos prazos de pagamento dosemprstimos. As prticas seletivas visam sobretudo direcionar o crdito para atividades mais rentveis eprodutivas da economia.

    No Brasil, como na maioria de outros pases, o Banco Central o rgo responsvel pelaexecuo das polticas monetria e cambial do Pas, bem como pela regulao e fiscalizao do SFN. Oprimeiro conjunto de atribuies o de um banco central clssico, objetivando a estabilidade interna e

    externa da moeda. J as funes de rgo supervisor, nem sempre a cargo do banco central em outrospases, objetivam manter a estabilidade e solvncia do sistema financeiro.

    A independncia do banco central, em discusso atualmente no Congresso, significa dar a eleautonomia plena na execuo da poltica monetria, sem a interferncia poltica do governo. A supostanecessidade dessa independncia um forte argumento a favor da excluso da atividade de supervisobancria do elenco de atribuies de uma autoridade monetria. Em maior ou menor grau, este argumentode proteo ao guardio da moeda vem historicamente explicando a opo poltica de muitos pases emretirar do banco central a funo de superviso bancria, transferindo-a para outro rgo do governo. Fica obanco central com foco na Poltica Monetria do pas.

    3 MERCADO MONETRIO

    3.1 Funes da Moeda

    Um dos aspectos importantes da moeda que, sendo um ativo, uma forma de aplicao dosrecursos dos indivduos, um bem que possui o seu prprio mercado, oferta, demanda e preo. Ela tambmpode ser descrita como um conjunto de bens financeiros (papel-moeda, depsito bancrio, cheque deviagem, etc.) com a caracterstica especial de poder ser utilizado para transaes entre outros bens,permitindo ao seu detentor maior poder de deciso sobre seus recursos com relao ao espao e tempo. Seuuso generalizado gerou consenso a respeito das funes que a moeda deve exercer: como intermedirio detrocas, unidade de conta ou medida de valor e como reserva de valor.

    A funo de intermedirio de trocas permite a superao da economia de escambo e apassagem para a economia monetria. Essa caracterstica d moeda a condio de funcionar como

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    intermedirio prtico para as transaes econmicas, facilitando a aquisio de bens entre os agentes. afuno por excelncia da moeda, permite que se realizem trocas indiretas entre bens e servios, ou seja, quehaja separao entre a compra e a venda. A moeda suprime a exigncia de dupla coincidncia de desejos.

    A utilizao generalizada da moeda implica a criao de uma unidade de medida, qual soconvertidos os valores de todos os bens e servios disponveis. A moeda serve como denominador comum,pois todos os bens e servios podem ser expressos em relao a ela. Em decorrncia dessa funo damoeda, torna-se possvel realizar a contabilizao da atividade econmica como a contabilidade, clculos deagregados de produo, consumo, poupana, investimento e outros fluxos econmicos.

    A terceira funo exercida pela moeda a que decorre da particularidade de servir comoreserva de valor, desde o momento em que recebida at o instante em que gasta por seu detentor. Oindivduo recebe a moeda por uma transao, no precisa gasta-la, pode guarda-la para uso posterior, istosignifica que ela serve como reserva de valor. Para que bem cumpra esse papel, necessrio que tenhavalor estvel, de forma que quem a possua tenha idia precisa do quanto pode obter em troca. Se aeconomia estiver num processo inflacionrio, o valor da moeda vai se deteriorando, fazendo com que essafuno no se cumpra.

    3.2 Multiplicador Bancrio - Criao e Destruio da Moeda

    O processo de criao de moeda pelos bancos comerciais ocorre pela multiplicao dosdepsitos vista por eles recebido (moeda escritural). O banco capta depsitos em dinheiro do pblico parao manter em segurana e disponvel para saques do depositante, assim a moeda originalmente injetada peloBanco Central tende a transformar-se em depsitos bancrios. Se o banco no aplicar esse dinheirodepositado, se diz que as reservas monetrias desse banco so na ordem de 100% do valor depositado.

    Sendo altamente improvvel que, em condies normais, todos os depositantes saquem osseus recursos ao mesmo tempo. Assegurando a manuteno de reservas que permitam honrar os saquesdirios (apurada estatisticamente com base em dados histricos), o banco passa a conceder emprstimos

    baseados nos depsitos captados. Os emprstimos normalmente retornam ao sistema bancrio em forma denovos depsitos, que geram novos emprstimos, que geram novos depsitos e assim sucessivamente. Ouseja, o total de oferta monetria aumenta. Naturalmente, se houvesse uma corrida ao banco, no haveriafundo suficiente, de imediato, para atender a todos, o que obrigaria o banco a fazer desaplicaes ou arecorrer tambm a emprstimos.

    Como os bancos tm necessidade de manter certa quantidade de recursos, na forma de umpercentual sobre os depsitos e que chamamos de encaixe, destinado para honrar os saques dirios, surge aium limitador na capacidade de criao de moeda pelos bancos. Alm disso, visando administrar a oferta demoeda na economia, principalmente quando se busca a reduo dessa oferta, o Banco Central adota omecanismo chamado Depsito Compulsrio. Por meio dos depsitos compulsrios os bancos so obrigadosa depositar no Banco Central uma percentagem de seus depsitos, reduzindo a capacidade de os bancos

    criarem moeda.

    Exemplo:

    Vamos supor que o Banco Central emita $ 1.000,00 em moedas e as coloque em circulao, e queo pblico deposite toda essa quantia em bancos.

    Consideraremos neste exemplo um encaixe necessrio para garantir os saques na ordem de 10%e que o depsito compulsrio estipulado pelo Banco Central seja tambm de 10%.

    Desta forma, restaria para emprstimos, 80% do saldo dos depsitos captados.

    O processo depsito/emprstimos dar-se-ia de acordo com a seguinte tabela:

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    Etapas Depsitos vista Encaixe (10%)Compulsrio

    (10%)Emprstimos

    concedidos (80%)

    primeira 1.000,00 100,00 100,00 800,00

    segunda 800,00 80,00 80,00 640,00

    terceira 640,00 64,00 64,00 512,00quarta 512,00 51,20 51,20 409,60

    ...

    ...

    Final 5.000,00

    Na tabela, o valor final dos depsitos vista obtido pela soma de uma progresso geomtricaonde o primeiro termo $ 1.000,00 e a razo 0,80. Denominamos ro percentual destinado concesso denovos emprstimos, neste caso 80%. Desta forma, o multiplicador bancrio m pode ser obtido pela seguinteexpresso:

    Em nosso exemplo, r = 0,80. Portanto, m = 5, ou seja, os depsitos iniciais no valor de $1.000,00 multiplicados por 5 resultam em $ 5.000,00, conforme apurado na tabela.

    O termo (1 r) equivale soma dos percentuais retidos sob as formas de encaixe tcnico e attulo de depsitos compulsrios. Portanto, podemos simplificar a frmula da seguinte maneira:

    Se o governo tiver a inteno de diminuir a liquidez na economia, pode atuar sobre a capacidadede criao de moeda pelos bancos, elevando o percentual de depsitos compulsrios. Se o interesse for ode injetar recursos na economia, basta reduzir o percentual de depsitos compulsrios. No exemplo,alterando a taxa do compulsrio para 40%, o multiplicadorm seria 2. Se no houvesse compulsrio (0%), omultiplicadormpassaria para 10.

    3.3 Meios de Pagamento

    A teoria tradicional considera como meios de pagamento na economia o papel-moeda empoder do pblico mais os depsitos vista nos bancos comerciais, aquele dinheiro que os depositantessacam a qualquer momento. A soma nos d o conceito de M1 (M1 = papel-moeda em poder do pblico +depsitos vista). Hoje denominamos Meios de Pagamento Restritos.

    O Banco Central reformulou conceitual e metodologicamente os Meios de PagamentoAmpliados oficiais do Brasil, tendo por base o Padro Especial de Disseminao de Dados (PEDD) e astendncias internacionais na rea. A metodologia foi implantada a partir do levantamento dos saldos

    nacionais de julho de 2001.

    Os novos conceitos de meios de pagamentos ampliados representam mudana de critrio deordenamento de seus componentes, que deixaram de seguir o grau de liquidez, passando a definir os

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 11

    1m = -------- 1 - r

    1m = -------- e + d

    m = multiplicador bancrio

    e = encaixe tcnico

    d = compulsrio

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    agregados por seus sistemas emissores. Nesse sentido, o M1 gerado pelas instituies emissoras dehaveres estritamente monetrios, o M2 corresponde ao M1 e s demais emisses de alta liquidez realizadasprimariamente no mercado interno por instituies depositrias (as que realizam a multiplicao do crdito).O M3, por sua vez , composto pelo M2 e captaes internas por intermdio dos fundos de renda fixa e dascarteiras de ttulos registrados no Sistema Especial de Liquidao e Custdia SELIC. O M4 engloba o M3 eos ttulos pblicos de alta liquidez.

    3.3.1 Conceitos Atua is de Meios de Pagamento

    a) Meios de pagamento restritos:

    M1 = papel-moeda em poder do pblico + depsitos vista

    b) Meios de pagamento ampliados:

    M2 = M1 + depsitos especiais remunerados + depsitos de poupana + ttulos emitidos porinstituies depositrias

    M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operaes compromissadas registradas noSELIC

    c) Poupana Financeira

    M4 = M3 + ttulos pblicos de alta liquidez

    Mesmo com as inovaes implementadas, necessrio atentar para o fato de que osconceitos mais restritos de meios de pagamento tendem a subestimar todos os recursos disponveis paraliquidao de transaes, enquanto os conceitos mais amplos, alm de poder deixar alguns desses recursos margem, no mensuram adequadamente os ativos financeiros que estariam funcionando como quase-moeda. Essa situao decorre da intensificao das inovaes financeiras, como a disseminao dos cartesde crdito e de dbito, dos caixas eletrnicos, das transaes pela internet e outras formas de pagamento eaplicaes financeiras automatizadas.

    Em conceitos ampliados, no tem sido possvel segregar adequadamente os instrumentos que

    estariam sendo utilizados apenas como poupana financeira, dada a elevada liquidez de todos os ativosfinanceiros, que adquirem o carter de quase-moeda a critrio do seu detentor. Em conseqncia, osformuladores e analistas da poltica econmica tm relegado os agregados monetrios a uma posiosecundria.

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 12

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    Quadro 3 - Meios de Pagamento (M1 e M2)

    Quadro 4 - Meios de Pagamento (M3 e M4)

    Perodo M3 R$ milhes M4 R$ milhes Quotas de

    fundosOp.compro-missadas Total Ttulos Ttulos Total

    renda fixa com ttulos R$ Variao percentual federais estaduais e R$ Variao percentual

    federais milhes No msEm12 meses (Selic) municipais milhes No msEm 12 meses2001Dez 285 329 18 115 625 057 1,7 12,3 128 569 2 555 756 181 -0,2 16,02002 Jan 295 977 15 352 625 847 0,1 11,2 129 868 2 608 758 323 0,3 15,4

    Fev 299 410 12 939 628 537 0,4 10,2 126 786 2 630 757 953 0,0 13,7

    Mar 299 076 15 964 639 016 1,7 11,9 120 158 2 679 761 853 0,5 12,9Abr 303 479 12 483 638 630 -0,1 11,3 123 443 2 636 764 710 0,4 12,5Mai 302 490 11 240 638 272 -0,1 9,7 123 863 2 548 764 683 0,0 10,9

    Jun 285 348 11 137 638 515 0,0 8,1 128 269 2 795 769 578 0,6 11,0

    Jul 276 541 10 800 640 851 0,4 6,6 127 695 2 839 771 385 0,2 7,6

    Ago 267 922 11 526 648 651 1,2 6,9 113 802 2 881 765 333 -0,8 4,7Set 272 009 10 714 658 618 1,5 7,9 115 982 2 130 776 730 1,5 4,0

    Out 272 107 11 663 665 956 1,1 8,7 118 299 1 896 786 151 1,2 4,7Nov 276 765 13 009 675 384 1,4 9,9 118 909 1 922 796 215 1,3 5,1

    Dez 281 181 11 205 690 522 2,2 10,5 116 802 1 971 809 294 1,6 7,0

    3.4 Instrumentos da Poltica Monetria

    A poltica monetria intervm na sociedade para controlar as variveis monetrias: moeda,crdito e taxa de juros. Essas variveis so controladas pelo governo por meio dos instrumentos monetrios disposio do governo, os principais instrumentos so: depsitos compulsrios, taxa de redesconto e asoperaes de Open Market ou mercado aberto.

    3 .4 .1 D ep s ito Co mp ul s ri o

    Este instrumento de controle chamado Depsito Compulsrio um mecanismo que representa

    o recolhimento de parte do capital captado pelas instituies financeiras aos cofres do BACEN, esterilizandoa moeda, inibindo o poder de multiplicao da moeda bancria. Com a fixao de um percentual decompulsrio o Banco Central obrigar a instituio financeira a no emprestar integralmente os recursoscaptados. Assim, somente uma parcela retornar para o mercado financeiro, seja na forma de depsitos . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1

    Perodo M1 R$ milhes M2 R$ milhes

    R$ Variao percentual Depsito de Ttulos Total

    milhes No ms Em 12 meses poupana privados R$ Variao percentual

    milhes No ms Em12meses

    2001 Dez 83 707 19,2 12,6 120 030 117 875 321 612 6,5 13,3

    2002 Jan 74 672 -10,8 12,2 120 036 119 810 314 519 -2,2 13,8Fev 73 939 -1,0 8,2 120 501 121 749 316 189 0,5 13,0

    Mar 73 216 -1,0 10,9 120 787 129 972 323 975 2,5 16,4

    Abr 74 761 2,1 13,6 120 419 127 488 322 668 -0,4 15,4

    Mai 73 787 -1,3 12,7 120 909 129 846 324 542 0,6 14,5Jun 79 667 8,0 20,0 126 974 135 389 342 029 5,4 18,3

    Jul 82 771 3,9 22,9 131 993 138 747 353 511 3,4 21,7Ago 85 510 3,3 26,5 136 872 146 820 369 202 4,4 24,9

    Set 88 177 3,1 28,8 138 716 149 001 375 894 1,8 26,7

    Out 88 821 0,7 31,5 139 522 153 843 382 187 1,7 29,2

    Nov 91 947 3,5 30,9 140 305 153 358 385 610 0,9 27,7Dez 108 255 17,7 29,3 141 010 148 870 398 135 3,2 23,8

    13

    Fonte: BACEN

    Fonte: BACEN

    Fonte: BACEN

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    vista ou a prazo. O banco, antes de fazer um novo emprstimo, ter que recolher o valor correspondente aocompulsrio para ento repassar o valor residual novamente ao mercado, dando continuidade ao ciclo.

    O excesso de liquidez bancria sofreu um substancial aumento ao longo de 2002 devido a umasrie de fatores como os resgates lquidos de ttulos pblicos federais e a rolagem da dvida cambial porintermdio de swaps solteiros (sem vnculo com ttulos pblicos) a partir de maio. Em conseqncia, aposio de liquidez bancria esterilizada diariamente pela mesa de mercado aberto do Banco Central

    aumentou continuadamente durante o ano, passando de uma situao de necessidade de injeo de liquidezde R$ 18,7 bilhes no incio do ano para um excesso de liquidez de R$ 64,1 bilhes no fechamento do ano eR$ 80,7 bilhes no fim de janeiro de 2003.

    Utilizando esse instrumento de controle, o Banco Central alterou em diversas ocasies aregulamentao dos recolhimentos compulsrios e dos encaixes obrigatrios sobre recursos bancrios, deforma a neutralizar o excesso de liquidez bancria. O total de depsitos compulsrios no Banco Centralaumentou de R$ 63,2 bilhes no final de 2001 para R$ 123,1 bilhes em dezembro de 2002. No dia 19 defevereiro, o BACEN elevou a alquota de recolhimento compulsrio sobre depsitos vista de 45% para60%.

    As alquotas do recolhimento compulsrio e do encaixe obrigatrio sobre depsitos a prazo e

    de poupana tambm foram alteradas em 2002, e foi instituda exigibilidade adicional sobre os recursos vista, a prazo e de depsitos de poupana. O cumprimento da exigibilidade feito mediante a vinculao dettulos pblicos federais no Selic.

    Quadro 5 - Principais Aspectos da Regulamentao Sobre Recolhimentos Compulsrios

    Tipo Base de Clculo Alquota Perodo de Clculo Cumprimento daexigibilidade

    Recursos Vista

    Mdia diria, deduzida em R$ 44 milhes:Depsitos vista;Depsitos de Aviso Prvio.Recursos em Trnsito de Terceiros;Cobrana e Arrecadao de Tributos eAssemelhados;Cheques Administrativos;

    Contratos de Assuno de Obrigaes -Vinculados a Operaes no pasObrigaes por Prestao de Servio dePagamento.Recursos de Garantias Realizadas.

    60%

    duas semanasconsecutivas, com

    incio na 2 da primeirasemana e trmino na

    6 da segunda

    semana.

    da 4 da segundasemana do perodode clculo at 3 da

    semanasubseqente.

    Recursos a Prazo

    Mdia diria das rubricas, deduzida de R$ 30milhes:

    Depsitos a PrazoRecursos de Aceites CambiaisCdulas Pignoratcias de DebnturesTtulos de Emisso Prpria Contratos deAssuno de Obrigaes - Vinculadas aOperaes c/exterior

    15% de 2 a 6

    da 6subseqenteao perodo de

    clculo at a 5seguinte

    Depsitos Judiciais

    Saldo de balancete da rubrica:Depsitos Judiciais com remunerao

    A exigibilidade corresponde soma das parcelas,limitada a 60% do saldo de balancete a que sereferir a posio:I - Valor recolhido em 15.6.1994, atualizado pelaTR do dia 15,acrescida de 0,5% am;II - 100% do acrscimo sobre o saldo debalancete existente em30.6.1994.

    Margem,limitado a60% dosaldo

    mensal1 ms com incio nodia 15 do ms

    seguinte ao dereferncia

    Poupana - Encaixe

    Mdia diria das rubricas:Depsitos de PoupanaAPE- Recursos de Associados Poupadores

    At 60% da exigibilidade da Poupana Ruralpodem ser cumpridos com aplicaes de quetrata o inciso II do art. 1 da Res. 2971/2002.

    20% de 2 a 6

    da segunda 2subseqente ao

    perodo de clculoat a 6 seguinte

    Exigibilidade

    Adicional SobreRecursos Vista,Recursos a Prazo eDepsitos dePoupana

    Soma, deduzida em R$ 100 milhes, das

    seguintes parcelas aps aplicao das alquotas:Mdia do VSR dos recursos vistaMdia do VSR dos recursos de poupanaMdia do VSR dos recursos a prazo

    8%10%8%

    de 2 a 6da segunda 2subseqente ao

    perodo de clculoat a 6 seguinte

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 14

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    3 .4 .2 L in ha de Redescon to

    Outro instrumento da poltica monetria utilizado pelo governo a linha de redesconto, onde,de acordo com os seus objetivos, promover o aumento/reduo do volume financeiro destinado a esta linhade socorro ou ento a elevao/reduo do custo financeiro, fazendo com que as instituies financeiras

    mais dependentes desta linha atuem de uma maneira menos agressiva, reduzindo, portanto, o grau dedescasamento ou desequilbrio de seus caixas.

    uma assistncia de liquidez nos momentos em que determinado banco no consegueresolver seus problemas de caixa com captao junto ao pblico nem via mercado interbancrio. Asoperaes de Redesconto so concedidas, a exclusivo critrio do Banco Central, por solicitao da instituiofinanceira interessada. As operaes de redesconto podem ser:

    1. intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez de instituio financeira, ao longo do dia;

    2. de um dia til, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento decurtssimo prazo no fluxo de caixa de instituio financeira;

    3. de at quinze dias teis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total no ultrapasse quarenta

    e cinco dias teis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez provocadas pelo descasamentode curto prazo no fluxo de caixa de instituio financeira e que no caracterizem desequilbrioestrutural;

    4. de at noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total no ultrapassecento e oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste patrimonial de instituio financeira comdesequilbrio estrutural.

    O redesconto contempla ttulos e valores mobilirios e direitos creditrios descontadosintegrantes do ativo da instituio financeira interessada, sendo a taxa de redesconto varivel em funo dosativos e estabelecida, segundo critrios prprios do BACEN, levando-se em conta, dentre outros fatores, ovalor presente, o valor de mercado, o risco de crdito, o prazo de vencimento, a liquidez e a volatilidade dopreo de cada ativo.

    3.4.3 Mercado Aberto (Open Market)

    O Brasil, como a maioria dos pases que adotam um regime de metas para a inflao, utiliza ataxa de juros bsica como principal instrumento na conduo da poltica monetria. A meta para a taxa Selic definida mensalmente pelo Comit de Poltica Monetria - Copom. Cabe ao Departamento de Operaesdo Mercado Aberto - Demab manter a taxa Selic prxima meta estabelecida pelo Comit, atravs dasoperaes de mercado aberto.

    Na prtica, o Banco Central realiza operaes compromissadas (compra de ttulos pblicoscom compromisso de revenda ou venda de ttulos pblicos com compromisso de recompra) de curto prazo, amaioria das vezes por um dia. Essas tambm so conhecidas como repos (repurchase agreements).

    Operacionalmente, a mesa de operaes efetua leiles informais, de forma geral em sistemaeletrnico, dos quais participam todos os 22 dealers primrios selecionados duas vezes ao ano dentre asinstituies mais ativas do sistema financeiro. Os dealers intermedeiam o relacionamento do Banco Centralcom o restante do mercado, e so escolhidos atravs de critrios de performance, incluindo o desempenhode cada instituio nos mercados primrios e secundrios de ttulos pblicos, no mercado de operaescompromissadas e seu relacionamento com o Banco Central.

    Quadro 6 Dealers Credenciados pelo Banco Central

    INSTITUIES CREDENCIADAS A OPERAR COM O DEMAB

    Nome da Instituio Perodo: 08/10/2002 a 07/04/2003BANCO ABN AMRO REAL S.A.

    BANCO BBA CREDITANSTALT S.A.BANCO BRADESCO S.A.BANCO CITIBANK S.A.BANCO DE INVESTIMENTO CREDIT SUISSE FIRST BOSTON GARANTIA S.A.BANCO DO BRASIL S.A.

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 15

    Fonte: FOCUS/BACEN

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    BANCO FIBRA S.A.BANCO ITA S.A.BANCO J.P. MORGAN S.A.BANCO NOSSA CAIXA S.A.BANCO PACTUAL S.A.BANCO PROSPER S.A.BANCO SAFRA S.A.BANCO SANTANDER BRASIL S.A.

    BANCO SUDAMERIS BRASIL S.A.BANCO VOTORANTIM S.A.BANKBOSTON BANCO MLTIPLO S.A.CAIXA ECONMICA FEDERALHSBC BANK BRASIL S.A.LLOYDS TSB BANK PLCPEBB - CORRETORA DE VALORES LTDA.UNIBANCO - UNIO DE BANCOS BRASILEIROS S.A.

    A periodicidade dos leiles depende das condies dirias de liquidez e/ou de decises depoltica monetria, podendo ser doadores ou tomadores. De acordo com a necessidade, podem ocorrervrios leiles em um mesmo dia. O Banco Central, com base no contato com seus dealers e na avaliao docenrio macroeconmico e nas condies do mercado, decide o montante a ser leiloado e os prazos. Deforma geral, so realizados diversos leiles, sendo a estratgia de rolagem iniciada uma ou duas semanasantes do vencimento dos swaps ou dos ttulos indexados variao cambial (NBCE ou NTN-D). Em ltimainstncia, a deciso da Diretoria do Banco Central, a quem cabe definir qualquer alterao da polticaimplementada.

    A divulgao dos leiles do Banco Central e do Tesouro feita atravs de Comunicado BACENe Portaria STN Secretaria do Tesouro Nacional, respectivamente, tornando pblicas as condiesespecficas de cada leilo (caractersticas do ttulo, data e hora limite para a apresentao das propostas,data e hora da divulgao do resultado do leilo, data da emisso, liquidao financeira e vencimento dosttulos, critrio de seleo das propostas, sistema eletrnico a ser utilizado, etc.).

    O acompanhamento da liquidez no mercado de reservas bancrias realizado de duas formas.Primeiro, o BACEN realiza previso, diria e mensal, dos principais fatores condicionantes da basemonetria que provocam oscilaes no mercado de reservas bancrias. Os mais importantes so os saquesou depsitos de moeda manual, as receitas e despesas da Unio (a conta nica do Tesouro est no BC), osrecolhimentos compulsrios em moeda, as emisses e resgates de ttulos pblicos, e as operaes decompra e venda de dlares contratadas pela mesa de cmbio do Banco Central. Segundo, a mesa deoperaes do BACEN acompanha diariamente o estado de liquidez bancria junto a 52 instituiesfinanceiras.

    3.5 Mercado de Ttulos Pblicos

    A lei 4595, de 31.12.1964, outorgou ao Banco Central a atribuio de efetuar operaes decompra e venda de ttulos pblicos federais, como instrumento de poltica monetria, no jargo econmico,conhecidas como operaes de mercado aberto. Paralelamente coube a ele a tarefa de executar as diretrizestraadas pelo Conselho Monetrio Nacional - CMN. Em conseqncia, a evoluo do mercado aberto seconfunde no Brasil, a partir daquele momento, com a evoluo do mercado de ttulos pblicos federais.

    Nos primeiros anos de atividade do BACEN a conduo da poltica monetria estava ancoradana concesso de emprstimos bancrios por intermdio da sistemtica de redesconto e na exigncia derecolhimentos compulsrios. Posteriormente, medida que o mercado de ttulos pblicos se consolidava, emespao relativamente curto de tempo este instrumento passou a ser largamente utilizado nas intervenesque buscavam eliminar desequilbrios de curto prazo no mercado de reservas bancrias.

    O Banco Central foi por muito tempo responsvel direto pela administrao da dvidamobiliria interna do Governo Federal. Atualmente participa com a Secretaria do Tesouro Nacional - STN nagesto da dvida mobiliria federal e utiliza sua estrutura para a operacionalizao das transaes com ttulospblicos junto aos agentes econmicos, aparentando sobreposio de objetivos das polticas monetria e. ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 16

    Fonte: BACEN

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    fiscal. As vendas de ttulos de emisso do Banco Centrais tm a f inalidade de regular a base monetria,enxugar a liquidez, desmonetizar a economia, enquanto que os ttulos de emisso do Tesouro Nacionalbuscam o financiamento/rolagem do dficit pblico, regular os desequilbrios de caixa do Governo.

    As vendas em nome da STN somente acontecem por ocasio da emisso dos ttulos, uma vezque a Secretaria no mantm carteira de ttulos. As vendas realizadas em nome do BACEN podem ter comoobjeto ttulos previamente emitidos que eventualmente pertenam a sua carteira. Assim, quando os leilesde compra so feitos por ordem da STN os ttulos simplesmente deixam de existir mas, se a compra for deresponsabilidade do Banco Central, os ttulos adquiridos passam para sua carteira, podendo ser objeto dequalquer outra operao no futuro ou no mesmo dia.

    O mercado primrio compreende as ofertas pblicas de venda em que a transferncia dettulos para o comprador ocorre na prpria data de emisso, bem como as ofertas pblicas de compra emque os ttulos so destrudos pelo emissor na mesma data em que so transferidos para sua custdia.

    O mercado secundrio compreende as demais operaes com ttulos pblicos:

    a ) sempre que no h participao do Banco Central ou do Tesouro Nacional;

    b ) quando o Banco Central vende ttulos de sua carteira;

    c ) quando o BACEN compra ttulos para sua carteira, exceto as feitas nos leiles de venda doTesouro Nacional.

    Os ttulos pblicos so registrados no Sistema Especial de Liquidao e Custdia - Selic,administrado pelo Banco Central, ou na Central de Custdia e de Liquidao Financeira de Ttulos - Cetip. OQuadro 7 apresenta os principais ttulos pblicos federais que compem a Dvida Pblica Mobiliria Federalinterna - DPMFi, bem como suas caractersticas mais importantes.

    O Sistema Especial de Liquidao e de Custdia SELIC, criado em 1979, destina-se aoregistro de ttulos e de depsitos interfinanceiros por meio de equipamento eletrnico de teleprocessamento,em contas grficas abertas em nome de seus participantes, bem como ao processamento, utilizando-se o

    mesmo mecanismo, de operaes de movimentao, resgate, ofertas pblicas e respectivas liquidaesfinanceiras.

    A Central de Custdia e de Liquidao Financeira de Ttulos CETIP, criada em 1986, registrae custodia todos os Crditos Securitizados da Unio, da Dvida Agrcola (Lei no 9.138, de 29/11/95), dosTtulos da Dvida Agrria TDA e dos Certificados Financeiros do Tesouro CFT. A CETIP uma dasmaiores empresas de custdia e de liquidao financeira da Amrica Latina e se constitui em um mercado debalco organizado para registro e negociao de ttulos e valores mobilirios de renda fixa.

    Quadro 7 Caracterstica dos Principais Ttulos Pblicos Federais

    Ativo Emissor Objetivo Rentabilidade Registro

    Letra do Tesouro Nacional(LTN) STN

    Cobertura de dficitoramentrio Prefixada Selic

    Letra Financeira do Tesouro(LFT)

    STN Cobertura de dficitoramentrio

    Ps-fixada (Taxa Selic) Selic

    Nota do Tesouro Nacional(NTN) STN

    Cobertura de dficitoramentrio

    Ps-fixada (exceto NTN-F), com diversas sries

    com ndice prprio (IGP-M, Dlar, TR, etc)

    Selic

    Certificado Financeiro doTesouro (CFT) STN

    Realizao de operaesfinanceiras definidas em lei

    Ps-fixada (exceto CFT-F), com diversas sries

    com ndice prprio (IGP-M, Dlar, TR, etc)

    Cetip

    Certificado do TesouroNacional (CTN) STN

    Garantia do principal na

    novao de dvidas demuturios do crdito agrcolajunto s instituies

    financeiras

    Ps-fixada (IGP-M) Cetip

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    Certificado da DvidaPblica (CDP)

    STNQuitao de dvidas junto aoInstituto Nacional do Seguro

    Social INSSPs-fixada (TR) Cetip

    Ttulo da Dvida Agrria(TDA) STN Promoo da reforma agrria Ps-fixada (TR) Cetip

    Dvida Securitizada STNAssuno e renegociao dedvidas da Unio ou por ela

    assumidas

    Ps-fixada, com diversassries com ndice

    prprio (IGP-DI, Dlar eTR)

    Cetip

    Nota do Banco Central doBrasil - Srie E (NBCE) BCB Poltica Monetria Ps-fixada (Dlar) Selic

    Quadro 8 Dinmica do Mercado Financeiro Envolvendo Ttulos Pblicos

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 18

    Fonte: FOCUS/BACEN

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    4 RENTABILIDADE, LIQUIDEZ E SEGURANA

    A funo administrativa que tem como objetivo a adequao das fontes e das aplicaes dosrecursos de uma empresa objetivando o lucro chamada de Gesto Financeira. A maximizao do lucrocomo medida de eficincia na gesto financeira da empresa baseada na crena de que a busca do maiorlucro que possa ser proporcionado por um ativo conduz a uma eficiente alocao dos recursos.

    A poltica de maximizao de lucros poder trazer conseqncias graves se a busca de umresultado de curto prazo sacrificar a segurana de retorno do capital investido, podendo at inviabilizar aempresa no longo prazo. Por outro lado, cautela excessiva, segurana em demasia na alocao dos ativospode reduzir a rentabilidade, porque ativos seguros tendem a oferecer menor remunerao por nonecessitarem compensar o risco.

    As opes existentes para qualquer tipo de investimento devem ser decompostas nos seus trsfatores fundamentais: rentabilidade, liquidez e segurana. Este trip sustenta os investimentos e devem sersempre avaliados. Em condies normais, percebe-se que quanto maior a rentabilidade menor a liquidez,

    quanto maior a liquidez menor a segurana, quanto maior a segurana menor a rentabilidade e assim pordiante.

    Entendemos como rentabilidade o aumento da capacidade de consumo pelo seu adiamento,ou seja, o grau de rendimento proporcionado por um investimento. Liquidez, a capacidade de consumir omais rpido possvel, ou seja, a capacidade de transformar um investimento em dinheiro. E segurana, acerteza de poder consumir no futuro o retorno que se espera daquele investimento, ou seja, a certeza deretorno do dinheiro aplicado.

    O aumento da capacidade de consumo, que a rentabilidade, se d pela apreciao do capitalao longo do tempo, ou seja, ao final do horizonte de investimento

    Existem dois momentos distintos no clculo da rentabilidade. A rentabilidade calculada antes

    de realizado o investimento a que o investidor espera que corra. A outra a calculada depois de realizado oinvestimento e a que realmente aconteceu ou est acontecendo .A rentabilidade calculada antes tambm conhecida como rentabilidade esperada (ex antes), ou retorno esperado do investimento. A rentabilidadecalculada depois do vencimento da aplicao ou da realizao do ativo conhecida como rentabilidade. ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 19

    Ttulos doTesouro

    GOVERNO

    Tesouro

    EXTERIORUS$

    BACEN

    R$

    Ttulos doBC

    R$

    MERCADO INTERBANCRIO

    BANCO 1 BANCO 2 BANCO 3 BANCO N

    P B L I C O

    CDI R$

    R$CDB R$LC R$RDB R$C/C R$COTAS FUNDOS

    Fonte: Adaptado de Fortuna (1.999)

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    observada (ex post). Se a rentabilidade ex antes fosse sempre igual a ex post, o mundo financeiro seriamuito simples, porm, em geral a esperada diferente da observada. Segurana justamente o quoprxima est a rentabilidade ex post da ex antes.

    A melhor forma de entender a segurana atravs da anlise do seu contrrio, que o risco.

    5 RISCO

    O risco est sempre presente na atividade humana. Quando os mdicos realizam cirurgias oudiagnsticos, engenheiros projetam novas construes, pessoas iniciam negcios, o risco um parceiroinevitvel. Atravessar a rua pode ter como resultado um acidente. Tudo o que fazemos ou dizemos podegerar uma conseqncia diferente daquela que imaginamos.

    Embora lidemos diariamente com as mais variadas formas de risco, sua conceituao no fcil. Isto pode estar relacionado com a dificuldade de estabelecermos a averso ao risco, pois a atitudefrente ao risco diferente para cada pessoa. Situaes de alto risco para um pode ser de risco aceitvel paraoutros. As diferentes perspectivas, geradas por diferentes conjuntos de informaes, que estabelecero onvel de risco para um evento. Explica-se assim, o fato de uma pessoa aplicar suas economias em bolsas devalores enquanto outra prefere a segurana de uma caderneta de poupana.

    A variedade de posturas individuais em relao ao risco que permite, muitas vezes, arealizao de um grande volume de negcios, como veremos no estudo do Mercado de Derivativos.

    Conceitos distintos so utilizados para risco e para incerteza, no podendo ser confundidos.Em Finanas podemos dizer que o Risco existe quando o tomador da deciso pode embasar-se emprobabilidade para estimar diferentes resultados, de modo que a sua expectativa se fundamente em dadoshistricos. Ou seja, a deciso tomada a partir de estimativas julgadas aceitveis. A incerteza ocorre quandoo tomador no dispe de dados histricos acerca de um fato, o que poder exigir que a deciso se faa deforma subjetiva, apenas pelo feeling.

    A atuao do Administrador Financeiro deve procurar eliminar sempre a incerteza, ou seja,estimar a probabilidade de ocorrncia do evento, saindo do conceito de incerteza e chegando ao conceito derisco. Como no h possibilidade de extino do risco, cabe ao profissional de finanas aprender comoadministra-lo. Em toda e qualquer atividade em que a empresa atue existe um componente de risco que sermaior ou menor dependendo de duas variveis: primeiro, o impacto quantitativo que possa causar sobre osresultados ou receitas da empresa e, segundo, a probabilidade estatstica de que esse fato ou impactoacontea.

    Gesto de Risco tomar providncias hoje, para garantir a sobrevivncia do empreendimentono futuro caso ocorra um cenrio improvvel, porm possvel. Para saber qual providncia deve ser tomada, necessrio mesurar o risco.

    De um modo geral, o risco total de um ativo subdividido em uma parcela causada poreventos controlveis pela empresa e uma parcela causada por eventos no controlveis pela empresa,

    denominados riscos sistemticos ou sistmicos e riscos prprios.Risco Sistemtico ou Sistmico, aquele proveniente de mudanas no cenrio

    macroeconmico, aqueles que os sistemas econmico, poltico e social, impem em geral a todos os ativos enaturalmente sua taxa de retorno. Nesta categoria esto aqueles riscos que nenhum administrador ouinvestidor pode controlar ou evitar. O Risco No Sistemtico ou Especfico consiste no risco intrnseco aoativo e gerado por fatores que atingem diretamente o ativo em estudo, ou no mximo um pequeno nmerode ativos, no atinge os demais. Esse tipo de risco evitvel, uma vez que a determinante a escolha ouno dessa classe de investimento.

    Incertezas sobre condies econmicas gerais, como PIB, taxa de juros ou inflao, soexemplos de risco sistmico, pois afetam praticamente todas as empresas em algum nvel. O anncio dadescoberta de um novo remdio para determinada doena por uma empresa afetar principalmente aquela

    empresa e seus competidores, no envolvendo outras, , portanto, um evento no sistmico.

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    5.1 Principais Tipos de Risco

    5 .1 .1 R is co de Cr d it o

    Risco de crdito est relacionado a possveis perdas quando um dos contratantes no honraseus compromissos. As perdas aqui esto relacionadas aos recursos que no mais sero recebidos ou ao seu

    recebimento fora do prazo ou das condies pactuadas. De maneira geral o mercado tende a associartamanho da instituio com sua capacidade de pagamento. Risco de crdito pode ser dividido em trsgrupos:

    a ) Risco da Falta de Pagamento ou de Inadimplncia - quando uma das partes em umcontrato no pode mais honrar seus compromissos assumidos;

    b ) Risco de Concentrao de Crdito - possibilidade de perdas em funo da nodiversificao do crdito concedido a clientes;

    c ) Risco Soberano ou Risco do Pas - quando existem restries ao fluxo livre de capitaisentre pases, podem ser originrios de golpes militares, novas polticas econmicas,resultados de novas eleies, etc., ou como no caso das moratrias de pases latino-

    americanos.

    5 .1 .2 R is co de Me rc ad o

    Risco de Mercado depende do comportamento do preo do ativo diante das condies demercado. Para entender e medir possveis perdas devido s flutuaes do mercado importante identificar equantificar o mais corretamente possvel as volatilidades e correlaes dos fatores que impactam a dinmicado preo do ativo. Risco de mercado pode ser dividido em quatro grandes reas:

    a ) risco do mercado acionrio possibilidade de perdas decorrentes de mudanas adversasnos preos de aes ou em seus derivativos;

    b ) risco do mercado de cmbio possibilidade de perdas devido a mudanas adversas nataxa de cmbio ou em seus derivativos;

    c ) risco do mercado de juros possibilidade de perdas no valor de mercado de uma carteiradecorrentes de mudanas adversas nas taxas de juros ou seus derivativos;

    d ) risco do mercado de commodities possibilidade de perdas decorrentes de mudanasadversas nos preos de commodities e/ou em seus derivativos.

    5 .1 .3 R isco Operaci o na l

    Risco operacional est relacionado a possveis perdas como resultado de sistemas e/oucontroles inadequados, falhas de processos internos, gerenciamento e erros humanos. O risco operacional

    pode ser dividido em trs grandes reas:a ) Risco Organizacional est relacionado com uma organizao ineficiente, administrao

    inconsistente e sem objetivos de longo prazo bem definidos, fluxo de informaes internose externos deficientes, responsabilidades mal definidas, acesso a informaes internas porparte de concorrentes, etc.

    b ) Risco de Operaes pode ser relacionado com problemas tecnolgicos, equipamentos(telefonia, eltrico, computacional, etc.), processamento e armazenamento de dados, fluxooperacional inadequado, etc.

    c ) Risco de Pessoal pode estar relacionado com falhas humanas, como empregados no-qualificados, por exemplo, ou fraudes, do tipo adulterao de documentos, vazamento de

    informaes privilegiadas, desvio de valores, entre outras.

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    5 .1 .4 Ri sc o Le ga l

    O risco legal pode estar associado a perdas oriundas de falta da definio tcnica legal ouorganizao jurdica em alguma operao realizada. Pode ser com respeito a ausncia de tcnica jurdica naelaborao de contratos, expondo a organizao excessivamente a uma contra parte ou levando aofechamento de contratos sem garantias suficientes de execuo. Pode estar relacionado ainda inexistnciade verificao sobre a legitimidade de contra partes ou autenticidade de documentos apresentados, etc.

    5 .1 .5 R is co de Ima ge m

    Risco de imagem est relacionado a perdas decorrentes de causas imateriais, gerando apossibilidade de perdas decorrentes de desgastes com a imagem da instituio junto ao mercado ouautoridades, em razo de publicidade negativa, de aes particulares ilegais ou irresponsveis, que podemser verdadeiras ou no.

    5.2 Metodologias de Avaliao do Risco

    No existe muita uniformidade no clculo do risco de instituies financeiras e de empresas.

    Em comum as metodologias para estimao do risco requerem conhecimentos sobre a mecnica dosmercados de interesse, alguma sofisticao matemtica, e sistemas computacionais e de informaesconfiveis. No caso de risco operacional e risco legal o problema de medir risco deve ser tratado em umaabordagem caso por caso.

    De forma geral os Sistemas Bancrios das principais naes desenvolvidas e emdesenvolvimento se adaptaram as exigncias do Comit da Basilia e utilizam o clculo e divulgao doVAR - Valor Em Risco, que a perda mxima possvel em um intervalo de tempo, calculada com um graude confiana bem definido. Quantifica a exposio de uma carteira ou de uma instituio, ao risco domercado.

    No caso das empresas, tambm podemos pensar em condies de riscos em relao ao

    que pode ocorrer com elas, em um intervalo de tempo futuro, diferente das situaes esperadas. Destaforma uma empresa pode ser vista como uma carteira de ativos e passivos que tero seus valores alteradosao longo do tempo e que apresentam variaes em relao aos valores esperados, em funo das variaesque ocorram na economia, do macro setor e do segmento especfico em que a empresa se insere; que omercado da empresa.

    Jos Roberto Securato (FEA/USP), em recente artigo intitulado Valor em Risco de umaEmpresa com Base em Dados Contbeis prope uma definio do VAR de mercado da empresa; ou Valorem Risco de Mercado da empresa, que seria o valor da pior perda possvel do patrimnio dentro de umintervalo de tempo e dado um intervalo de confiana estando o mercado da empresa, economia do pas,macro setor e segmento especfico, em condies que no apresentam expectativas de anormalidade.

    Muitas instituies financeiras utilizam ainda modelos de Teste de Stress (Stress Testing)

    como ferramentas complementares para avaliao do risco de mercado. VaR e Stress passam a atuarconjuntamente, o primeiro refletindo o risco do cotidiano e o segundo o risco numa situao de crise.Apesar da parceria entre VaR e Stress ser bem aceita e difundida, a literatura sobre VaR sempre foi muitomais rica e ativa do que a sobre Stress.

    O VaR tem atrado mais a ateno de acadmicos por utilizar tcnicas matemticas eestatsticas. O modelo atualmente utilizado de Teste de Stress procura ser menos subjetivo e maisabrangente que o tradicional, sanando boa parte das deficincias que vinham sendo apontadas. Para finsdidticos, pode ser dividido em 4 etapas bsicas: decomposio de todos os ativos em fatores de risco,determinao de um conjunto de cenrios para cada fator de risco, determinao das regiesmacroeconomicamente plausveis e, clculo do risco em cada regio e escolha da pior delas.

    Em outros estudos, para o risco de mercado e para o risco de crdito algumas metodologias jse encontram em uso, podem ser medidos das seguintes formas: Risco de Mercado Relativo, que umamedida do descolamento dos rendimentos de uma carteira de investimentos em relao a um ndice

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    utilizado como benchmark (desvio padro). E Risco de Mercado Absoluto, que mede as perdas de umacarteira de investimentos sem qualquer relao a ndices de mercado.

    So utilizadas outras medidas estatsticas de avaliao do risco, como: Medida de posio(mdia, mediana, moda); Medida de disperso (Desvio padro, varincia, amplitude total, dispersoabsoluta); Probabilidade (Estudo do risco); Regresso Linear Simples, Linear Mltipla, Logstica e AnliseDiscriminante. Tcnicas no lineares mais utilizadas so as Redes Neurais e Algoritmos Genticos.

    6 TAXAS DE JUROS DO MERCADO FINANCEIRO

    No processo de intermediao financeira a taxa de juros representa uma das principaisvariveis, pois define o preo do aluguel pelo uso do dinheiro nesse processo de troca. Alguns fatoresinterferem na formao da taxa de juros e interagem entre si de acordo com a dinmica da economia. Noprocesso de formao da taxa de juros como um todo trs fatores se destacam e atuam de forma efetiva:apoltica monetria praticada pelo governo, aposio de caixa das instituies e o custo futuro do dinheiro. Aconjugao dos trs fatores atua de forma direta no processo.

    6.1 Posio de Caixa das Instituies Financeiras

    O fluxo de caixa das instituies financeiras bastante dinmico e est sujeito a sofrerconstantes desequilbrios ou descasamentos. Os principais so os descasamentos monetrios, de moeda edeprazo.

    O descasamento monetrio envolve o repasse (emprstimo) de recursos inexistentes nomomento da efetivao da operao, ou ento a tomada de recursos (captao) sem a imediata aplicao.No momento em que a instituio capta recursos de um agente superavitrio, a uma taxa de 26% a.a. porexemplo, firmou o compromisso de devolver esse recurso no prazo combinado, se no aplicar de imediato auma taxa superior corre o risco de no conseguir a aplicao nessas condies por uma eventual oscilaona taxa de juros, tornando a aplicao deficitria.

    Para evitar o descasamento de moeda, a instituio procura emprestar o recurso levando emconsiderao a moeda utilizada na captao desse recurso. Se capta no mercado externo em dlares, o ideal que a aplicao seja feita atravs de uma linha indexada moeda americana. A oscilao da moeda podecausar perdas ou ganhos, cujo risco ser da instituio financeira.

    O descasamento de prazo ocorre quando no h coincidncia de prazo entre o capital captadoe o capital emprestado. Esse desequilbrio pode representar oportunidades de ganhos ou de perdas. A maiorou menor incidncia no fluxo de caixa da instituio caracteriza uma gesto do caixa mais ou menosagressiva. A instituio financeira que tenha uma gerncia conservadora do seu caixa vai procurar a zeragemdiria para minimizar os riscos inerentes a um descasamento.

    As principais formas de se buscar a zeragem do caixa so: a rede de agncias da instituio,o mercado interfinanceiro ou interbancrio e a linha de redesconto do Banco Central.

    6.2 Taxas Referenciais do Mercado

    No mercado financeiro brasileiro e internacional h inmeras siglas de taxas referenciais quecostumam dificultar a leitura e a compreenso de determinados assuntos. A seguir, um resumo dos conceitosdas principais taxas referenciais.

    TBF - Taxa Bsica Financeira - foi criada atravs de Medida Provisria e convertida na Lei n10.192, de 14.2.2001, correspondente mdia ponderada das taxas de juros dos CDBs de 31 diaslanados pelas 30 maiores instituies financeiras, sendo as duas taxas extremas (a menor e amaior) expurgadas do clculo. Ao contrrio da TR, a TBF no est sujeita a redutor. Tem a

    exclusiva finalidade de balizar a atualizao do valor das operaes financeiras de prazo igual ousuperior a 60 dias. No tem relao com as operaes em que o Bacen figura como uma daspartes do negcio.

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    TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo - fixada pelo Banco Central e aplicvel s operaesfinanceiras de longo prazo realizadas pelo BNDES, o que corresponde a aproximadamente 70%dos crditos totais do banco. Vrias alteraes j aconteceram na sua forma de clculo, atualmente calculada com base num somatrio de meta de inflao, fixada pelo CMN, e um prmio de risco,que incorpora taxas de juros real internacional e componente de risco Brasil com projeo demdio e longo prazos. Aplica-se aos depsitos do PIS/PASEP e outras aplicaes como FINAME,

    FAT, etc. TR - Taxa Referencial - uma taxa bsica, criada no Governo Collor, com o propsito de

    estabelecer um patamar mvel (semelhante Prime Rate, dos Estados Unidos , ou LIBOR, doReino Unido), para fundamentar as demais taxas de juros. Corresponde mdia mvelponderada das taxas de captao de CDBs, com prazos de 30 e 35 dias, praticadas pelas 20principais instituies financeiras. Sua frmula, determinada pelo Ministrio da Fazenda, temvariado ligeiramente ao longo do tempo, especialmente devido a mudanas do coeficiente dereduo que introduzido na frmula. Estranhamente, a variao da TR, que decorre tanto demodificaes da inflao esperada quanto de alteraes no custo bsico do capital, tem sidousada como indexador financeiro.

    6.3 Taxas de Mercado

    As taxas de juros mais representativas da situao do mercado monetrio (curtssimo prazo),que influenciam toda estrutura de taxas do mercado financeiro (prazos curto, mdio e longo), so asdescritas a seguir:

    TMS - Taxa Mdia Selic (Over/SELIC) - a taxa mdia de todas as operaes efetuadas comttulos federais de um dia (overnight) do SELIC - Sistema Especial de Liquidao e Custdia, ondeso realizadas as operaes envolvendo ttulos pblicos federais. Tem como finalidade definir ocusto do dinheiro Open Market. Atualmente a taxa de referncia dos juros no mercado financeiro.

    CDI Certificado de Depsito Interfinanceiro (Over/CDI) - a taxa referente s transaes deum dia (overnight) realizadas com CDI - Certificados de Depsito Interbancrio, atravs do CETIP -

    Central de Custdia e Liquidao Financeira de Ttulos, onde so registradas as transaesenvolvendo ttulos privados. A taxa CDI , portanto, a taxa que se aplica s transaes financeirasde um dia lastreadas em tais ttulos;

    Taxa CDB -A taxa dos Certificados de Depsitos Bancrios (CDB) a principal taxa de captaode recursos dos bancos comerciais, incidindo sobre depsitos de alto valor e de prazo fixo (30/60dias). Influencia decisivamente as taxas dos emprstimos bancrios.

    6.4 Taxas de rentabilidade

    Uma taxa de rentabilidade baseada na variao de preos de um ativo financeiro emdeterminado perodo de tempo, geralmente de um ms. Corresponde proporo r do incremento de valor(P1-P0) para o valor aplicado (P0). Pode ser calculada pela seguinte frmula: r= [P1/P0] - 1. Cada ativocomprado por um preo e vendido por outro tem uma taxa de rentabilidade. As taxas de rentabilidade sogeralmente calculadas para os seguintes tipos de ativos financeiros:

    6 .4 .1 t ax as d i ri as

    a) dlar (variao da taxa de cmbio)b) ouro (variao do preo em bolsa)c) ibovespa ( variao do ndice BOVESPA)

    6 .4 .2 t ax as m en sa is

    d) poupana (taxa de rentabilidade)e) CDB (taxa de remunerao)f) fundos de investimento financeiros (variao da cotao)

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    A rentabilidade pode ser calculada em termos nominais ou reais. A rentabilidade nominal levaem conta apenas os preos de compra e venda do ativo no perodo. A rentabilidade real (RR) retira darentabilidade nominal (RN) a variao correspondente taxa de inflao ()) do perodo da transao,atravs da frmula: (1 + RR) = (1 + RN)/(1 + )

    6.5 Taxas de Emprstimos

    As taxas mais significativas do mercado de crdito, representativas das taxas de aplicao dasinstituies financeiras, so as seguintes:

    Desconto de duplicatas: Taxa aplicada aos emprstimos concedidos por desconto de duplicatasde empresas mediante contrato prvio determinando saldo mdio, percentual de desconto(geralmente 80%) e dbito automtico de duplicatas vencidas e sem pagamento.

    Capital de giro: Taxa aplicada aos emprstimos para capital de giro garantido por contrato eemisso de nota promissria.

    Cheque especial: Taxa aplicada ao saldo devedor de conta de depsito, funcionando comoemprstimo de emergncia e de curto prazo. acompanhada da cobrana de taxa de servio por

    cheque pago sem cobertura. Conta garantida: Taxa aplicada ao saldo devedor de conta corrente garantida por ativo financeiro

    ou real.

    7 CLASSIFICAO DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS

    Os meios empregados para se alcanar o objetivo de investir so chamados de instrumentosfinanceiros. O investimento pode ser feito por meio do instrumento chamado caderneta de poupana, aoda Cia Vale do Rio Doce ou fundo de investimento, entre outras modalidades existentes. Todos os ativos emodalidades operacionais existentes so instrumentos, porm, somente os ativos ou modalidadesoperacionais disponveis no mbito do mercado financeiro so instrumentos financeiros . Os instrumentosfinanceiros so emitidos ou intermediados por uma instituio financeira, estando assim, sob a fiscalizaodas instituies do subsistema normativo do SFN.

    Quadro 9 Classificao dos Instrumentos

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 25

    INSTUMENTOS

    ATIVOS

    DERIVATIVOS

    REAIS

    OBRIGAES

    Dvida Contratual

    (emprstimo)

    Dvida Securitizada(ttulos de crdito)

    Exemplos:TermoFuturoOpesSwap

    Exemplos:AesOuroImveisCommodities

    Exemplos:Poupana

    Conta-correnteRDB

    Exemplos:DebnturesCDBLFT, NTNBBC,NBC,LBC

    Fonte: Adaptado de B.Brasil, Consultoria Investimentos Financeiros (1.999)

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    UNIVERSIDADE CATLICA DE PELOTAS

    ESCOLA DE CINCIAS ECONMICO-EMPRESARIAIS

    7.1 Ativos Reais

    Reais, de ativos reais, vem do latim rs, que significa bens, propriedades, coisas concretas.Ativos reais so a propriedade de coisas concretas. Quando o investidor faz investimentos nesses ativos, srecebe o seu dinheiro de volta quando vender para algum aquilo que comprou, assim, para consumir apoupana que foi aplicada no investimento em ativos reais, o aplicador fica na dependncia de algum

    comprar dele aquele bem. Ningum tem a obrigao de transformar aquele ativo em dinheiro para oinvestidor em nenhum momento. A rentabilidade de um ativo real a diferena entre o preo de compra e opreo de venda do ativo.

    Certos tipos de ativos reais podem proporcionar algumas rendas ao proprietrio, como aluguisno caso dos imveis e os dividendos no caso das aes. Essas rendas tambm entram no clculo darentabilidade do investimento.

    7.2 Obrigaes - (Dvidas)

    Emprestar confiar a algum certa soma de dinheiro para que faa uso dela durante certo

    tempo, restituindo-a depois ao dono. Enquanto no devolver, quem pegou emprestado tem uma dvida comquem o emprestou. Personaliza-se essa dvida por meio de documentos nos quais o tomador se obriga adevolver ao doador os recursos recebidos.

    A dvida pode ser contratual ou dvida securitizada.

    7.2.1 Dvida Contra tua l (Emprst imo)

    Sempre que existe um emprstimo existe um contrato. Contrato um acordo entre as partesque pode, para ficar bem claro, ser escrito com as condies combinadas e assinado pelas partes. Outrasvezes no so escritos, como o caso da feira onde compramos uma ma, existe um acordo do feirantenos entregar a ma no estado em que a examinamos na banca e de ns entregarmos o dinheiro a ele naquantidade indicada na tabela de preos. Este contrato no est escrito em nenhum lugar. Certamente, se ocontrato for por escrito fica mais fcil cobrar sua execuo no futuro, at mesmo junto justia.

    Se o tomador de uma dvida contratual no pagar o emprstimo, ou houver divergncia sobreas condies pactuadas, o credor ter que contratar um advogado e ingressar em juzo com um processo deconhecimento para que, depois de julgado favoravelmente, inicie um segundo processo, o de execuo, paraforar o devedor ao cumprimento do acordo.

    7.2.2 Dvida Secur i ti zada (T tu lo De Crd ito )

    Na dvida securitizada existe a emisso de um ttulo de crdito. Securitizar extrair de uma

    dvida um ttulo de crdito. Ttulo de crdito um documento formal representativo de dvida lquida e certa ecirculao desvinculada do negcio que o originou. A grande diferena que o ttulo de crdito no precisado processo de conhecimento, o prprio ttulo executvel. De posse do ttulo de crdito o credor pode partirdireto para o processo de execuo, tornando muito mais fcil ter o dinheiro de volta.

    Da mesma maneira que o credor da dvida contratual, o credor da dvida securitizada pode tero seu dinheiro de volta de duas maneiras: vendendo a obrigao a um outro investidor ou esperando oresgate pelo devedor. Mas como o ttulo de crdito representa uma dvida lquida e certa com circulaodesvinculada do negcio que o originou, muito mais fcil vender esse tipo de obrigao do que a anterior.Nos dois tipos possvel , s que no de dvida contratual quase no acontece, pois muito complicado eincerto. No de dvida securitizada, basta a negociao do ttulo de crdito. muito mais simples e fcil deprecificar.

    8 SEGMENTAO DO MERCADO FINANCEIRO

    . ADMINISTRAO FINANCEIRA - 2003/1 26

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    ESCOLA DE CINCIAS ECONMICO-EMPRESARIAIS

    Mercado Prazos Objetivos

    Monetrio Curto e CurtssimoControle de liquidez da economiaSuprimento de capital monetrio

    Crdito Curto/mdio Financiamento do consumoCapital de giro das empresas

    Capitais Curto/mdioIndeterminado

    Financiamento de capital fixo eFinanciamentos especiais

    Derivativos Curto/mdio HedgeEspeculao

    Cambial vista Curto Converso de moedaComrcio internacional

    9 MERCADO DE CAPITAIS

    9.1 Introduo

    A funo primordial dos mercados financeiros aproximar os dois agentes econmicosnormalmente separados no mercado, o superavitrio e o deficitrio. Ao permitir que recursos sejamtransferidos de pessoas que no tm oportunidades produtivas para investir para aquelas que as tm, essesmercados possibilitam um aproveitamento das oportunidades em toda a economia.

    O mercado de capitais e, especificamente, o mercado acionrio, permite a diluio do risco denovos investimentos e promove uma democratizao e socializao do capital. Permite a pulverizao daparticipao na propriedade das empresas para os pequenos poupadores, seja diretamente, seja atravs de

    fundos mtuos ou, de maneira crescente nas economias mais modernas, atravs de fundos de previdncia.

    Alm dos efeitos macroeconmicos na alocao de recursos, o mercado de capitaisproporciona um aumento da eficincia microeconmica nas empresas. Quando uma empresa assumecompromissos de longo prazo com terceiros, seja na forma de emisso de ttulos de dvidas ou da aberturade capital, ela passa a partilhar seus riscos com um grande nmero de investidores. Necessariamente, ela seobriga a fornecer informaes mais detalhadas sobre seu desempenho ao mercado. Os investidores passama