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1. NO QUE ACREDITAMOS

2. NOSSO MOMENTO

3. NO QUE MIRAMOS

4. COM QUEM CAMINHAMOS

5. QUE PEGADA DEIXAMOS

6. ANEXOS

2 Razão de Ser 2 Visão 3 Crenças 4 Direcionadores de cultura

5 Mensagem do Conselho de Administração 7 Mensagem do Comitê Executivo 9 Perfi l 14 Nossos compromissos 16 Governança 24 Sistema de Gestão Natura

25 Perspectiva e estratégias 28 Temas prioritários de sustentabilidade 34 Inovação da inovação 37 Construção coletiva

38 Qualidade das relações 43 Colaboradores 53 Consultoras e CNOs 59 Consumidores 61 Fornecedores 64 Comunidades fornecedoras 68 Comunidades do entorno 71 Acionistas 73 Governo

78 Cadeia de valor Natura 79 Geração de valor ambiental 92 Geração de valor social 98 Geração de valor econômico

101 Demonstrações Contábeis 134 Parecer DNV 136 Sobre o relatório 137 Pacto Global 138 Índice remissivo

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1. NO QUE ACREDITAMOS

A Natura, por seu comportamento empresarial, pela qualidade das relações que estabelece e por seus produtos e serviços, será uma marca de expressão mundial, identifi cada com a comunidade das pessoas que se comprometem com a construção de um mundo melhor através da melhor relação consigo mesmas, com o outro, com a natureza da qual fazem parte, com o todo.

VISÃO

Nossa Razão de Ser é criar e comercializar produtos e serviços que promovam o bem-estar/estar bem.

BEM-ESTAR é a relação harmoniosa, agradável, do indivíduo consigo mesmo, com seu corpo.

ESTAR BEM é a relação empática, bem-sucedida, prazerosa, do indivíduo com o outro, com a natureza da qual faz parte, com o todo.

RAZÃO DE SER

A vida é um encadeamento de relações. Nada no universo existe por si só, tudo é interdependente.

Acreditamos que a percepção da importância das relações é o fundamento da grande revolução humana na valorização da paz, da solidariedade e da vida em todas as suas manifestações.

A busca permanente do aperfeiçoamento é o que promove o desenvolvimento dos indivíduos, das organizações e da sociedade.

O compromisso com a verdade é o caminho para a qualidade das relações.

Quanto maior a diversidade das partes, maior a riqueza e a vitalidade do todo.

A busca da beleza, legítimo anseio de todo ser humano, deve estar liberta de preconceitos e manipulações.

A empresa, organismo vivo, é um dinâmico conjunto de relações. Seu valor e sua longevidade estão ligados à sua capacidade de contribuir para a evolução da sociedade e seu desenvolvimento sustentável.

CRENÇAS

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DIRECIONADORES DE CULTURA

OS DIRECIONADORES DE CULTURA FO-RAM CRIADOS A PARTIR DE NOSSA ESSÊN-CIA PARA ORIENTAR NOSSAS ESCOLHAS E ATITUDES. SÃO COMO TRILHOS, DESE-NHANDO CAMINHOS CONCRETOS E SI-NALIZANDO O QUE MERECE NOSSA ESPE-CIAL ATENÇÃO NO DIA A DIA DO NOSSO TRABALHO.

OS DIRECIONADORES SÃO FRUTO DE UM PROCESSO COLABORATIVO QUE ENVOL-VEU OS FUNDADORES DA EMPRESA, OS MEMBROS DO COMITÊ EXECUTIVO E O TIME DE LIDERANÇA. TAMBÉM NOS BASEAMOS NAS REFLEXÕES DOS DIÁLOGOS DE CUL-TURA, EVENTOS REALIZADOS EM 2009, COM 150 COLABORADORES DOS PÚBLICOS AD-MINISTRATIVO, OPERACIONAL E DA FORÇA DE VENDAS, PROVENIENTES DE TODAS AS POSIÇÕES. SÃO ELES:

COMPROMISSO COM A VERDADE Ser autêntico e íntegro, mantendo o compromisso consigo mesmo e com os outros. Defender o que acredita e agir de acordo com o discurso.

CUIDAR DAS RELAÇÕES Fazer junto é melhor : abrir-se para o outro com generosidade e empatia, criando um ambiente de confi ança com vínculos de qualidade. Reconhecer que o outro é diferente de você, ouvir sem julgamento, respeitar sua opinião, acolhendo divergências em busca do melhor resultado para o todo.

APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO Melhorar sempre, evoluir em todas as dimensões: material, emocional, intelectual e espiritual.Buscar continuamente o autoconhecimento, reconhecendo seus próprios talentos e limitações.Criar um ambiente que promova a aprendizagem, o aperfeiçoamento contínuo e reconheça alta performance.

FAZER BEM FEITO Ser obstinado em fazer tudo com simplicidade, porém com beleza, qualidade e cuidado com os detalhes.Ter disciplina para cumprir o combinado.

INOVAÇÃO Empreender, ser protagonista, fazer o que nunca foi feito e assumir os riscos. Questionar continuamente o já estabelecido e se estimular com a busca do novo.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Entregar permanentemente resultados superiores e valor relevante nas dimensões econômica, social e ambiental.Gerir o curto prazo com o compromisso de construir o futuro da empresa.

PRAZER E ALEGRIA Encarar os desafi os do dia a dia com otimismo, leveza e bom humor.Celebrar as conquistas, alimentando o entusiasmo e a energia que nos encorajam a evoluir e a continuar fazendo mais e melhor. Encontrar no trabalho realização, afi nidade com seu propósito de vida, colocando signifi cado em tudo o que é feito.

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2.1MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

NA REALIDADE,TUDO NA VIDA ESTÁINTERRELACIONADO.TODAS AS PESSOAS ESTÃO PRESAS EM UMA TE IA INESC APÁVEL DEMUTUALIDADES, ENTRELAÇADAS EM UM ÚNICO TECIDO DO DESTINO.O QUE QUER QUE AFETE A MIMDIRETAMENTE, AFETA A TODOSINDIRETAMENTE. EU NÃO POSSO SER O QUE DEVER IA , ATÉ QUE VOCÊ SEJA O QUE DEVE SER. E VOCÊ NUNCA PODERÁ SER O QUE DEVE, ATÉ QUE EU SEJA O QUE DEVO SER. ESTA É A ESTRUTURA INTERLIGADA

DA REALIDADE. Martin Luther King

License granted by Intellectual Properties Management, Inc., Atlanta, Georgia, as

exclusive licensor of the Estate of Dr. Martin Luther King, Jr.

INDIVÍDUOS, EMPRESAS E PAÍSES PRECISAM DE UM NORTE. UM OBJETIVO. UM IDEAL. OU-VÍAMOS AINDA FORTEMENTE O ECO DA MENSAGEM, DOS SONHOS E DAS UTOPIAS DE MARTIN LUTHER KING QUANDO FUNDAMOS A NATURA, TAMBÉM EMBALADOS POR UM PROPÓSITO QUE PARECIA INATINGÍVEL.

Desde então, a determinação de construir a empresa foi alimentada pelo sonho de construir um mundo melhor. Como Martin Luther King, estamos convictos de que a vida só faz sentido se pensar-mos, sentirmos e agirmos sistemicamente.

A FORÇA DA TRANSFORMAÇÃO

2. NOSSO MOMENTO

E S T A M O S CONECTADOSCOM AS PESSOAS E COM OSDESAFIOS DO NOSSO TEMPO.T R A B A L H A M O S PA R A AP E R M A N E N T E E V O L U Ç Ã ODE NOSSAS ATIVIDADES E DASC O M U N I D A D E SQUE NOS RECEBEM.

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ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRA

PEDRO LUIZ BARREIROS PASSOS

Copresidentes do Conselho de Administração

Contemplamos o embate de forças por vezes antagônicas. Individualismos exacerbados, que buscam apenas a maximização de valor material, convivem com o crescimento de uma visão voltada ao inte-resse coletivo. As ações e a ampliação da consciência em torno da causa socioambiental são exemplos reveladores da emergência de uma mudança civilizatória. Devemos, portanto, mobilizar a sociedade para a construção de uma agenda transformadora.

Ao longo dos anos, fi ca cada vez mais claro que essa agenda, para prosperar, tem de ser vivida por todos os que fazem a Natura e – ambição confessa – por aqueles com quem nos relacionamos. Vi-vemos intensamente esse objetivo, com a consciência de que há excluídos no mundo, preconceitos, desigualdades sociais, corrupção... Enfi m, sombras que provocam indignação e exigem ações imediatas, pois atentam contra a ética da vida, da justiça e da possibilidade da paz.

A visão individualista pode considerar ingênuo o ideal da empresa que reconhece a necessidade de mudança. Com todo o respeito por aqueles que pensam diferente, acreditamos que é preciso levar em conta o mundo que nos cerca. Olhando para nossa história, para o sonho que, pouco a pouco, se transforma na mais concreta realidade, sabemos que é possível ser bem-sucedido com base nessa crença. E a evolução da Natura vem revelando o acerto de nossas escolhas.

Iniciamos, em 2008, um período de preparação de nossas estruturas para o desenvolvimento futuro. Nesse período, reforçamos os traços de nossa cultura organizacional, estreitamos o alinhamento das lideranças com nossa Essência, construímos um novo sistema de gestão, redesenhamos nosso modelo logístico e concentramos os esforços de expansão geográfi ca dos negócios na América Latina, am-pliando nossa participação de mercado em toda a região e fortalecendo nossa liderança no Brasil.

O futuro nos reserva oportunidades e desafi os. Estamos atentos a um ambiente concorrencial mais acirrado e permanecemos confi antes em nossas forças: uma marca vigorosa, que inspira nossos con-sumidores, atendidos por 1,2 milhão de consultoras e consultores; nossa capacidade inovadora, que se manifesta desde a forma como promovemos a qualidade das relações até a transformação de ativos da biodiversidade em produtos; e nossa revigorada capacidade de gestão e execução.

Queremos expressar nosso reconhecimento ao time de liderança, motivado e talentoso, que condu-ziu esse processo e que agora dedica sua energia para dar sequência aos planos de expansão de nos-sas atividades. Estendemos também esse agradecimento a toda a comunidade Natura, pelo empenho e pelo engajamento às nossas causas comuns.

É a partir da mobilização de todos os que formam nossa rede de relações que esse movimento se tornará cada vez mais abrangente. Acreditamos que podemos contribuir para a superação dos desa-fi os futuros, por meio de nossa disposição em encontrar soluções que transformem os dilemas so-cioambientais em oportunidades de negócios sustentáveis, com geração de prosperidade para todos.

Essa vocação histórica da Natura torna nossa proposta de valor ainda mais atraente, o que nos permite ambicionar ir além das atuais fronteiras e ver nossa marca transformando realidades ainda mais distantes.

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2.2 MENSAGEM DO COMITÊ EXECUTIVO

A NATURA ESTÁ EM CONDIÇÕESDE RESPONDER AOS DESAFIOS DOS NOVOS TEMPOS. NOSSA CONFIANÇASE APOIA NO BOM DESEMPENHO CONTINUADO DOS ÚLTIMOS ANOS.EM 2010, F IC AMOS FELIZES PORTER ALCANÇADO RESULTADOS EXPRESSIVOS , AO MESMO TEMPO EM QUE EVOLU ÍMOS CONSISTENTEMENTE NA EXECUÇÃO DO PLANO INICIADO EM 2008, DESTINADO A MANTER NOSSO RITMO DE CRESCIMENTON O B R A S I L E , E M PA R A L E L O, LANÇAR AS BASES PARA NOSSO

DESENVOLVIMENTO

COMPROMISSO

COM O FUTURO

EMBORA ALGUMAS DE NOSSAS INICIATIVAS SEJAM ESTRUTURAIS E DEMANDEM MAIS TEM-PO PARA ATINGIR A MATURIDADE, FICAMOS ENTUSIASMADOS AO CONSTATAR QUE AL-CANÇAMOS TODOS OS OBJETIVOS INICIALMENTE PROPOSTOS.

Por mais um ano, expandimos nossos negócios vigorosamente. Crescemos a receita líquida conso-lidada em 21,1% e o Ebitda em 24,6%. Atraímos mais consultoras e consultores em todas as nossas operações. Nesse cenário, a América Latina ganha cada vez mais relevância em nossos resultados. Para fazer frente aos nossos planos de expansão na região, decidimos iniciar a produção local por meio de parceiros na Argentina, na Colômbia e no México. No Brasil, nossa marca mostrou-se ainda mais forte e atingiu a preferência de 49% dos consumidores. Ampliamos nossa liderança em 1,1 pon-to percentual, alcançando 23,6% de participação em nosso mercado-alvo. Geramos e distribuímos mais valor para todos os nossos principais públicos de relacionamento. Mobilizamos o setor empre-sarial em torno do tema da biodiversidade e reduzimos o impacto ambiental de nossos produtos.

Nem tudo, entretanto, aconteceu do jeito que planejamos. Apesar dos avanços realizados em 2010, ainda devemos evoluir no nível do serviço que prestamos a nossas consultoras e consultores. Temos confi ança, no entanto, de que os investimentos realizados em infraestrutura alcem nosso atendimento ao padrão que almejamos. Embora tenhamos nos empenhado, também não alcança-mos os resultados que esperávamos no clima organizacional, fi cando aquém da evolução almejada. Estamos, porém, seguros de ter adotado as medidas corretas para avançar na qualidade da relação com nossos colaboradores. Por ser um tema de extrema relevância para a Natura, vamos redobrar a atenção para elevar o nível de satisfação.

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O plano que colocamos em prática a partir de 2008 reunia iniciativas de efeito imediato e outras mais perenes. Entre as medidas que já contribuíram para o atual resultado estão: a inovação em nosso modelo comercial, com a implementação das Consultoras Natura Orientadoras; a concentração de nosso portfólio em lançamentos mais relevantes, como a linha de maquiagem Una, a perfumaria Amó e o antissinais Chronos; e a ampliação dos investimentos em comunicação e marketing com o aporte adicional de R$ 410 milhões, fi nanciados por ganhos de produtividade de R$ 449 milhões.

Promovemos também ações mais duradouras: implementamos um modelo de gestão, apoiado a partir de uma visão de processos e estruturado em Unidades de Negócios e Unidades Regionais; revigoramos nossa cultura organizacional, com foco no desenvolvimento e atração de lideranças alinhadas com nossa Essência; estruturamos e demos ritmo à gestão da qualidade das relações, com a ampliação das práticas de engajamento; e investimos em projetos estruturais, com evoluções no modelo de produção, logística e tecnologia da informação para aperfeiçoar os serviços prestados a nossas consultoras, consultores e consumidores, com ganhos econômicos e redução do impacto ambiental de nossas operações.

Ao mesmo tempo em que trabalhamos no curto e médio prazos, em 2010 estendemos nosso olhar para um horizonte mais distante e construímos nossa Visão 2030. Essa refl exão reforça nosso compromisso com o futuro da Natura e nos alerta para os desafi os e as incertezas de um mundo em acelerada transformação. Reitera também o nosso propósito de gerar resultados sustentáveis no tempo e de contribuir para uma sociedade mais justa, inclusiva e responsável.

Muitos dos acontecimentos de 2010 trazem um traço comum: o entusiasmo por um projeto que re-nova nossa energia a cada ciclo de realizações. Queremos agradecer a todos aqueles que se dedicam e torcem pela nossa Natura. É a nossa atuação conjunta que vai proporcionar as soluções inovadoras tão necessárias para transformar os desafi os dos próximos 20 anos em oportunidades de desenvolvimento para toda a sociedade.

ALESSANDRO CARLUCCIDiretor-presidente

JOÃO PAULO FERREIRA Vice-presidente de Operações e Logística

JOSÉ VICENTE MARINOVice-presidente de Negócios

MARCELO CARDOSO Vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade

ROBERTO PEDOTE Vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação

TELMA SINICIOVice-presidente de Inovação

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A Natura é uma empresa do setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos de origem bra-sileira e com forte presença na América Latina. Desde nossa fundação, em 1969, construímos uma cultura de valorização das relações e pautamos nosso comportamento empresarial na promoção do desenvolvimento sustentável, despertando a consciência sobre o uso responsável e inovador dos ativos da biodiversidade. Busca-mos gerar valor a partir de soluções e novas oportunidades, identifi cadas de maneira compartilhada, por meio da cocriação e da parceria, sempre orientados para a melhor equação entre os impactos sociais, ambientais e econômicos dos nossos negócios.

Adotamos a venda direta como modelo comercial porque acreditamos em nossa capacidade de gerar e dis-tribuir renda, oferecer alternativas de desenvolvimento e mobilizar as mais de 1,2 milhão de consultoras e consultores na disseminação de nossa proposta de valor aos nossos consumidores.

Contamos com mais de 7 mil profi ssionais. Nossa sede corporativa está localizada em Cajamar (SP) e possu-ímos cinco escritórios comerciais no Brasil: Salvador (BA), Campinas (SP), Alphaville (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). Temos fábricas e Centros de Pesquisa e Tecnologia em Cajamar e em Benevides (PA), e, desde 2006, contamos com um Centro Avançado de Tecnologia em Paris. No Brasil, nossos produtos são entregues às consultoras e consumidores a partir Centros de Distribuição localizados em Cajamar (SP), Jundiaí (SP), Canoas (RS), Matias Barbosa (MG), Uberlândia (MG), Simões Filho (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), e em Castanhal (PA).

Temos operações próprias na França, na Argentina, no Chile, na Colômbia, no México e no Peru. Por meio de distribuidores locais, nossos produtos também são comercializados na Bolívia, na Guatemala, em Honduras e em El Salvador. Em 2010, demos início à expansão da nossa manufatura internacional pela Argentina por meio de parceiros locais. Possuímos ainda as Casas Natura, espaços de apoio ao trabalho e capacitação de nossas consultoras, onde consumidores podem conhecer nossos produtos. Temos sete no Brasil, concentradas espe-cialmente no estado de São Paulo, e 15 no exterior.

Somos uma empresa de capital aberto desde 2004. Cerca de 40% de nossas ações estão disponíveis no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) e há cinco anos consecutivos, fi guramos, no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (leia mais na página 71, Acionistas).

PRINCIPAIS DESTAQUES DO ANO

ECONÔMICOS

¾ Nossa receita líquida alcançou R$ 5,1 bilhões, com crescimento de 21,1%.

¾ Registramos o Ebitda de R$ 1,2 bilhão, crescimento de 24,6% em relação ao ano anterior, e a margem Ebitda de 24,5%, ante 23,8 em 2009.

¾ Alcançamos o lucro líquido R$ 744,1 milhões, 8,8% maior que o do ano anterior.

¾ Distribuímos mais recursos para nossos públicos. Ampliamos em 20% os recursos aos colabora-dores, 19% para as CNs e 17% aos acionistas.

¾ Demos início à manufatura internacional, por meio de parceiro, na Argentina. Em 2011, daremos início à produção no México e na Colômbia.

2.3 PERFIL

POR MEIO DE NOSSOS PRODUTOS E SERVIÇOS, QUEREMOS ESTIMULAR O AUTOCONHEC IMENTO E PROMOVER O BEM ESTAR BEM. NOSSO DESE JO É PROPICIAR AOS CONSUMIDORES NOVAS MANEIRAS DE ESTABELECEREM LIGAÇÕES CONSIGO MESMOS, COM AQUELES QUE ESTÃO AO SEU REDOR E COM O MUNDO.

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SOCIAIS

¾ O número de consultoras e consultores chegou a 1,2 milhão, um crescimento de 17% no Brasil e de mais de 20% nas nossas Operações Internacionais.

¾ O Programa Natura Crer para Ver arrecadou R$ 10 milhões, recorde do programa e volume 168% superior a 2009. Nas Operações Internacionais arrecadamos R$ 1,3 milhões. A receita pro-vém da venda de itens do nosso portfólio e é investida em ações de educação.

¾ Embora tenha evoluído, ainda não conseguimos elevar a qualidade do serviço para as consultoras aos patamares que desejamos. Seguimos buscando melhorias para reduzir nosso índice de não-atendimento (INA), que registra os produtos não disponíveis pedidos pelas consultoras.

¾ A pesquisa de clima revelou índice geral de favorabilidade de 73% com nossos colaboradores, um ponto percentual abaixo de 2009. A queda foi motivada por reduções no indicador em nossas Operações Internacionais e no público operacional no Brasil.

¾ A lealdade das consultoras e consultores no Brasil avançou de 17% para 21%, mas recuou entre as Consultoras Natura Orientadoras (CNOs) de 37%, para 32%.

AMBIENTAIS

¾ Estendemos para 2013 o prazo de alcance da meta de reduzir 33% nossas emissões relativas de Gases Causadores do Efeito Estufa. O prazo inicial era 2011. Até 2010, reduzimos 21%.

¾ Lançamos a primeira embalagem de refi l de polietileno produzido a partir da cana-de-acúcar, fonte de energia renovável. Além de ser 100% reciclável, ela reduz em 58% a emissão de gases causadores de aquecimento global, em relação ao plástico comum.

¾ Reduzimos em 10% nosso consumo relativo de água. O resultado foi alcançado em função de melhorias a efi ciência no uso dos recursos.

¾ Criamos a primeira metodologia de valoração dos impactos socioambientais em nossa cadeia de suprimentos para aprimorar a seleção de fornecedores.

¾ Fomos autuados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por ausência de autorizações prévias para a realização de pesquisas com insumos da biodiversidade brasileira. A Natura não concorda com o procedimento e contestou formalmente essas autuações.

PRÊMIOS E RECONHECIMENTOS RECEBIDOS PELA NATURA EM 2010

ATENDIMENTO AO CLIENTE

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

As 25 melhores empresas em atendimento ao cliente do País IBRC/Exame2ª no ranking geral

1ª no ranking do setor de cosméticos

COMUNICAÇÃO

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Prêmio Comunique-se Comunique-se

Melhor profi ssional de comunicação corporativa: Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos Corporativos e

Relações Governamentais da Natura

FINANÇAS

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

As 100 melhores ações Revista Você S/A 7ª colocada em melhores ações

As Melhores da Dinheiro Revista Isto É DinheiroA melhor empresa do setor farmacêutico, de higiene e limpeza

Las 1.000 empresas que más facturan – Argentina Revista Mercado 120ª no ranking geral

Las mayores empresas de América Latina Revista America Económica 92ª no ranking geral

Ranking Destaque Agência Estado Estado de S. Paulo5ª no ranking geral das 10 melhores empresas listadas na Bovespa

Valor 1.000 Jornal Valor EconômicoA melhor empresa do setor de higiene e cosméticos

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INSTITUCIONAL

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Mais admiradas - Carta Capital Revista Carta Capital

A empresa mais admirada no Brasil

A empresa mais admirada no setor de higiene pessoal

10º líder lais admirado: Alessandro Carlucci

Melhores e Maiores Exame3ª melhor empresa do setor bens de consumo

68ª no ranking Melhores e Maiores

Pesquisa Quanto Vale a Imagem de uma Empresa Revista Exame e Reputation Institute - NY5ª colocação em melhor reputação entre empresas do Brasil

Ranking Euromoney Revista Euromoney

A melhor empresa na categoria bens de consumo da América Latina

A empresa excelência em gestão corporativa no Brasil

Ranking de imagen 100 mejores - Argentina Revista Imagen 59ª no ranking geral

GRI e RCA Awards The GRI Amsterdam Global Conference

1ª colocada em cadeia de valor

5º melhor relatório anual no The GRI Reader’s Choice Award

The Bizz World Confederation of Businesses 1ª em excelência empresarial

INTERNET

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Padrão de Qualidade em B2B Revista B2BMelhor empresa na categoria cosméticos, higiene e limpeza

Prêmio Top of Mind Internet UOLFomos reconhecidos como a marca mais lembrada pelos consumidores da web na categoria produtos de beleza

MARCA

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Marcas de Quem Decide Jornal do Comércio RSReconhecida como a marca líder no setor de higiene e beleza pessoal e em preservação do meio ambiente

Marcas Mais Valiosas do Brasil Interbrand e Isto É DinheiroFicou em 5º lugar no ranking das marcas mais valiosas.

Prêmio Apex Brasil Apex Melhor gestão internacional da marca

Prêmio IMPAR – Índice das Marcas de Preferência e Afi nidade Regional

Revista Impar/PR2ª colocada em preferência estadual/Paraná no segmento perfume e cosméticos

Prêmio Intangíveis do Brasil – PIB Grupo Padrão e Revista do Consumidor Moderno 1ª colocada em pioneirismo em intangíveis

Prêmio Recall de Marcas Jornal do Commercio – Recife 1ª colocada em Sustentabilidade

Ranking das 100 marcas mais valiosas do Brasil Revista The Brander/IAM 48ª marcar mais valiosas do Brasil

Top of Mind Folha de São PauloMarca mais lembrada na categoria preservação do ambiente

Top of Mind Marcas de Sucesso Minas Gerais Revista Mercado Comum (MG)Marca mais lembrada na categoria liderança em produtos de beleza feminina.

Top of Mind Revista Amanhã – Porto Alegre Revista AmanhãMarca mais lembrada nas categorias sustentabilidade e perfumes

Top Vale Jornal Vale Paraibano 1ª colocada em cosméticos e meio ambiente

World’s Hottest Brands Advertising Age Brasil Advertising Age Foi reconhecida como marca regional – Brazil South America

Marcas de Confi ança Revista Seleções

Eleita a empresa mais responsável socialmente, melhor marca na categoria cremes para pele. Além disso, o diretor presidente Alessandro Carlucci foi eleito o executivo do ano

MARKETING, PRODUTO E EMBALAGEM

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

ABRE Design e Embalagem Associação Brasileira de Embalagem

Melhor embalagem de cosméticos e cuidados pessoais: nova linha Natura Chronos

Módulo marketing – melhor estratégia de comunicação: Safra Açaí 2009

Atualidade Cosmética Revista Atualidade Cosmética e J.R. Paula Jr. Design

1ª colocada em tratamento facial Chronos

Perfume masculino latino-americano: Essencial Exclusivo

Prêmios de Beleza Elle - México Grupo Expansión Mejor producto spa

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Prêmio Nova Beleza Revista Nova

Cabelo: Finalizador Natura Fixplant Pós-Escova Anti-Frizz. Melhor shampoo e condicionador para cabelos lisos Natura Plant Liso

Esfoliante facial Chronos

Dupla Ação – Natura Una Batom

Sabonete em barra Natura Ekos – Sabonete de cupuaçu para fatiar

RECURSOS HUMANOS

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Prêmio Personalidade de RH do Ano da ABTD/PR ABTD/PRMarcelo Cardoso foi reconhecido como Personalidade de RH do Ano

Prêmio Você RH Profi ssional do Ano Editora Abril

Marcelo Cardoso venceu como profi ssional do Ano 2009 no Setor Higiene e Limpeza.

RH do Ano: Marcelo Cardoso, vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade

Great Place to Work - Peru Great Place to Work Institute e Jornal El Comércio33º colocada no rankingmelhores empresas para se trabalhar no Peru

Mejores empresas para trabajar México Grat Place to Work11ª colocada no ranking melhores empresas para se trabalhar

Empresa dos Sonhos dos Jovens Grupo DMRH e Cia de Talentos5ª colocada no ranking das 10 primeiras empresas na preferência dos jovens brasileiros

SUSTENTABILIDADE

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

2011 Global 100 Corporate Knights66º colocada entre as 100 companhias mais sustentáveis do mundo

ET Carbon Verifi cation Leaders Award – Environmental Investment Organisation (EIO)

Carbon Disclosure Project1ª colocada como empresa global por suas estratégias de controle, verifi cação e divulgação de emissões de carbono

Global 100 Most Sustainable Corporations in the WorldCorporate Knights Inc., Innovest Strategic Value Advisors, Asset 4 e Bloomberg

99ª colocada entre as 100 empresas mais sustentáveis do mundo

Mejores Prácticas de Responsabilidad Social - México Centro Mexícano para la Filantropia1ª colocada em melhores práticas: vínculo com a comunidade

Prêmio Ciudadanía Empresarial AMCHAM - Argentina AMCHAM Argentina2ª colocada na categoria gestão orientada à sustentabilidade

Ranking As 100 empresas mais sustentáveis segundo a mídia

Mídia B + Portal Imprensa

2ª colocada no ranking geral

1ª colocada no setor farmacêutico, higiene, cosméticos e limpeza

Ranking Fundación Chile: Las Empresas Mejor Preparadas para el Cambio Climático

Fundación Chile y Revista Capital3ª colocada entre as empresas mais bem preparadas para as mudanças climáticas

Ranking Nacional de RSE Las Empresas Chilenas Socialmente Reponsables

Fundación Prohumana y Revista Que PasaMenção honrosa em empresas chilenas socialmente responsáveis

Ranking RSE - Argentina Revista Apertura 16ª colocada no ranking geral

Road to Credibility SustainAbility e FBDS Melhor relatório sustentabilidade

Top Consumidor Excelências nas Relações de Consumo e Respeito ao Meio Ambiente – Rio Grande do Sul

INEC – Instituto Nacional do Consumidor e do Cidadão e Consumidor Teste

1ª colocada em compromisso com o consumo sustentável

RELAÇÕES COM INVESTIDORES

Reconhecimento Organização Colocação/categoria premiada

Abrasca – Melhor Relatório Anual Companhia Aberta 7ª colocada no ranking dos melhores relatórios

Ranking Empresas Mais Transparentes do Ibovespa BM&FBovespa6ª colocada entre as empresas mais transparentes do Ibovespa

Ranking As Top Companhias para os Acionistas Revista Capital Aberto1ª colocada no ranking top companhias para os acionistas

IR Magazine BRazil AwardsIBRE – Instituto Brasileiro de Economia e FGV – Fundação Getúlio Vargas

Melhor governança corporativa e melhor sustentabilidade socioambiental

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NOSSO MERCADOMais uma vez o setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos ampliou a série histórica de crescimento, desta vez, em meio ao cenário de forte expansão da economia brasileira, estimada em 7,5% do PIB em 2010. Com menos vigor, mas também de forma consistente, as economias da América Latina segui-ram a tendência de aumento da atividade econômica – com destaque para Chile e México.

O ritmo de crescimento do mercado latino-americano de cosméticos foi o dobro do experimentado pelos países da Europa e dos Estados Unidos na última década, alcançando cerca de 15% do mercado mundial e evidenciando a dimensão das oportunidades que temos na América Latina.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Sipatesp/Abihpec), o mercado-alvo brasileiro teve evolução nominal de 13,5% em 2010. Nossa proposta de valor demonstrou novamente seu vigor, ampliando nossa liderança em mais de um 1,1 ponto percentual de participação, alcançando 24 % no nosso mercado-alvo.

O segmento de vendas diretas também continua a atrair mais pessoas a cada ano. A Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas totaliza 2,7 milhões de revendedores no país, o que representa uma ampliação de 12,2% no canal de vendas sobre os 2,4 milhões de 2009.

.

MAPA DE OPERAÇÕES

México

França

Brasil

Colômbia

Argentina

Chile

Peru

OPERAÇÕES COMERCIAIS

FÁBRICAS

ESCRITÓRIOS REGIONAIS

CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

CASAS NATURA

LABORATÓRIO DE PESQUISA TECNOLÓGICA

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CONSULTORAS E CNOS 2

QUALIDADE DAS RELAÇÕES

4. META 2010: Atingir 18% no índice de lealdade com as consultoras e consultores.ATINGIDA:Chegamos a 21% de lealdade com nossas CNs

META 2011: Atingir 22% no índice de lealdade com as consultoras e consultores.

5. META 2010: Atingir 40% no índice de lealdade com as Consultoras Natura Orientadoras.NÃO ATINGIDA: A lealdade das CNOs foi de 32%.

META 2011: Atingir 37% no índice de lealdade com as Consultoras Natura Orientadoras.

EDUCAÇÃO

6. META 2010: Registrar 500 mil participações de CNs em treinamentos.ATINGIDA: Tivemos 517,4 mil participações de CNs em treinamentos.META 2011: Registrar 540 mil participações de consultoras e consultores nos treinamentos.

7. META 2010: Arrecadar R$ 6 milhões com a venda dos produtos da linha Crer para Ver.ATINGIDA: Registramos arrecadação recorde de R$ 10 milhões

META 2011: Arrecadar R$ 13 milhões com a venda dos produtos da linha Crer para Ver.

COLABORADORES

QUALIDADE DAS RELAÇÕES

1. META 2010: Atingir 76% 1 de favorabilidade na pesquisa de clima Natura.NÃO ATINGIDA: A Natura alcançou 73% de favorabilidade.

META 2011: Registrar 76% de favorabilidade na pesquisa de clima Natura.META 2011: Atingir 32% de lealdade do colaborador.1. Por um erro de cálculo publicamos no relatório de 2009 a meta de 77%.

EDUCAÇÃO

2. META 2010: Atingir 100 horas médias de treinamento por colaborador no Brasil.NÃO ATINGIDA: Registramos média de 90 horas de treinamento por colaborador na Operação Brasil.

META 2011: Atingir 100 horas médias de treinamento por colaborador no Brasil. META 2011: Registrar 88 horas médias de treinamento na média geral Natura, incluindo as Operações Internacionais.

2.4 NOSSOS COMPROMISSOS APRESENTAMOS, ANO APÓS ANO, NOSSO

COMPROMISSO COM A MELHORIA DOS INDICADORES DE DESEMPENHO. ELES REFLETEM NOSSA DISPOSIÇÃO PARA EVOLUIR NA GESTÃO DOS TEMAS PRIORITÁRIOS DE SUSTENTABILIDADE, SEMPRE ALINHADOS AO NOSSO CICLO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. PARA SABER MAIS SOBRE AS METAS APONTADAS, CONSULTE OS TEXTOS DOS RESPECTIVOS PÚBLICOS OU TEMAS PRIORITÁRIOS.

8METAS

ATINGIDAS

2COMPROMISSOS

EM ANDAMENTO

7METAS

NÃO ATINGIDAS

COMUNIDADES FORNECEDORAS

QUALIDADE DAS RELAÇÕES

3. META 2010: Aumentar em 44% os recursos destinados às comunidades fornecedoras (composto por fornecimento, repartição de benefícios, fundos e apoios, uso de imagem, capacitações, certifi cação, estudos e assessorias).ATINGIDA: Ampliamos os recursos em 57% em relação a 2009.

META 2011: Aumentar em 25% os recursos destinados às comunidades em relação a 2010. META 2011: Atingir nota média de 3,7 na avaliação do BioQlicar.META 2011: Atingir 44% de lealdade das comunidades fornecedoras.

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MEIO AMBIENTE

GASES DO EFEITO ESTUFA (GEE)

13. META 2010: Reduzir as nossas emissões relativas de GEE em 33% até 2011, levando em consideração o inventário que realizamos em 2006.COMPROMISSO EM ANDAMENTO. Atingimos até 2010, 21% de redução.

META: Estimativa de redução de 33% foi postergada para 2013.

14. META 2010: Reduzir nossas emissões de GEE em 10% até 2012 relacionadas ao escopo 1 e 2 do GHG Protocol, tomando como base as emissões de 2008 do Brasil.COMPROMISSO EM ANDAMENTO. A avaliação acumulada de 2008 a 2010 apresentou aumento em 38%.

META: Reduzir nossas emissões de GEE em 10% até 2012 relacionadas ao escopo 1 e 2 do GHG Protocol, tomando como base as emissões de 2008 do Brasil.

IMPACTO DOS PRODUTOS

15. META 2010: Atingir 18,5% na venda de refi l sobre itens faturados no Brasil.NÃO ATINGIDA: Alcançamos 16,9% de venda de refi l, o que representa queda no percentual em relação a 2009.

16. META 2010: Reduzir em 6% o peso total de resíduos por unidade faturada. NÃO ATINGIDA: Nosso índice subiu 8%, chegando a 25,7 gramas por unidade faturada.

META 2011: Reduzir em 3% o peso total de resíduos por unidade faturada.

17. META 2010: Reduzir em 10% o consumo de água por unidade faturada.ATINGIDA: Conseguimos reduzir os 10%.

META 2011: Reduzir em 3% o consumo total de água por unidade faturada.

FORNECEDORES

QUALIDADE DAS RELAÇÕES

12. META 2010: Atingir 85% de satisfação de fornecedores com a empresa.NÃO ATINGIDA: Registramos 81%, mantendo o mesmo patamar alcançado em 2009.

META 2011: Manter em 28% o índice de lealdade dos fornecedores com a Natura.

Notas: 1. Para ter um retrato mais completo da qualidade da relação com nossos públicos também estamos adotando o índice de lealdade, que analisa três aspectos: a satisfação, a intenção de continuar o relacionamento com a Natura e a recomendação da nossa marca, diferente-mente da pesquisa de satisfação, que considera apenas um destes aspectos. Para os colaboradores, além da lealdade, mantemos a pesquisa de clima que avalia questões mais específi cas de gestão, ambiente de trabalho e carreira. 2.Os indicadores de qualidade de relação acima apresentam uma margem de erro que corresponde ao intervalo de confi ança de 95%. 3. Os compromissos de Qualidade das Relações, exceto favorabilidade na Pesquisa de Clima, referem-se à Operação Brasil.

CONSUMIDORES

IMPACTO DOS PRODUTOS

9. META 2010: Eliminar os parabenos do portfólio até 1° de dezembro de 2010.NÃO ATINGIDA: Em função de difi culdades técnicas de processo, sistema e formulação, não conseguimos excluir o parabeno como ingrediente de formulação de todos os produtos do portfólio, incluindo as Operações Internacionais.

META 2011: Eliminar os parabenos do portfólio até 30 de junho de 2011.

10. META 2010: Eliminar os ftalatos do portfólio como ingrediente de formulação até 1° de julho de 2010.ATINGIDA: A Natura excluiu os ftalatos como ingrediente de formulação de todos os produtos do seu portfólio.

QUALIDADE DAS RELAÇÕES

11. META 2010: Manter em 46% o índice de lealdade do consumidor no Brasil.ATINGIDA: Alcançamos 53% de consumidores leais no Brasil.

META 2011: Atingir 54% de lealdade do consumidor.

8. META 2010: Ter 100 mil consultoras e consultores engajados no Movimento Natura.ATINGIDA: 113,1 mil CNs se envolveram no Movimento Natura.

META 2011: Chegar a 135 mil CNs engajadas no Movimento Natura.META 2011: Atingir 13% de penetração das consultoras e consultores ao programa Crer para Ver.

2. Metas referentes à Operação Brasil.

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O Conselho de Administração é composto por dois sócios-fundadores: Antonio Luiz da Cunha Seabra e Pedro Luiz Barreiros Passos. O terceiro sócio-fundador, Guilherme Peirão Leal, renunciou à função em maio de 2010 para disputar as eleições presidenciais como candidato a vice-presidência na chapa liderada pelo Par tido Verde (PV) (leia quadro abaixo). Outros quatro integrantes formam o Conselho, sendo três deles independentes.

A escolha dos conselheiros considera as qualificações, o conhecimento sobre sustentabilidade, a com-plementaridade de vivências executivas e a ausência de conflitos de interesse. São remunerados por uma parcela fixa mensal e uma variável anual, vinculada aos resultados econômico-financeiros, sociais e ambientais da Natura.

Continuamos a busca dos mais elevados padrões de governança, aprimorando e reforçando o ambiente de controles e processos internos o que nos levou a alcançar a cer tificação SOx – baseada nos critérios da Lei nor te-americana Sarbanes-Oxley para empresas listadas na bolsa de valores de Nova York. A Natura é uma das primeiras empresas brasileiras a obter a Cer tificação SOx sem ter a obrigatoriedade legal de realizar essa adequação. Em nossa visão, o principal benefício em ter um ambiente de controles mais eficiente é propiciar transparência e segurança aos nossos públicos de relacionamento sobre a execução de nossas operações, garantindo que as demonstrações financeiras apresentem a precisão dos processos de negócio.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

PEDRO LUIZ BARREIROS PASSOS Conselheiro e Copresidente em exercício da Presidência

ANTONIO LUIZ DA CUNHA SEABRAConselheiro e Copresidente

EDSON VAZ MUSAConselheiro

JOSÉ GUIMARÃES MONFORTE Conselheiro e Presidente do Comitê de Auditoria, Gestão de Riscos e Finanças

JULIO MOURA NETO Conselheiro e Presidente do Comitê Estratégico

LUIZ ERNESTO GEMIGNANI Conselheiro e Presidente do Comitê de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional

ELEIÇÕES PRESIDENCIAISA participação do então copresidente do Conselho de Administração, Guilherme Leal, nas eleições presidenciais de 2010 foi dos principais defadios da governança da Natura no ano. Reforçamos nossa postura transparente e deixamos clara a separação entre a decisão individual de um dos nossos acionistas controladores de candidatar-se a um cargo público e a atuação da Natura. Guilherme Leal renunciou suas funções na Natura logo após o lançamento da chapa do Partido Verde, indicando seu nome como candidato a vice-presidente.

A estrutura de governança da Natura garantiu que todas as decisões necessárias fossem tomadas de forma adequada. Montamos um comitê especial para acompanhar como a Natura e seu cofundador estariam sendo expostos durante o pleito. Acreditamos que saímos amadurecidos desse processo, fruto de uma trajetória de autonomia e independên-cia, desenvolvida ao longo dos últimos anos.

Um exemplo dessa postura é nossa Política de Doações de Campanha, em vigor desde 2006, que evidencia nossa decisão de não realizar doações a candidatos ou a partidos políticos, e que ganhou ainda mais relevância neste ano.

2.5 GOVERNANÇA T E M O S A P R I M O R A D O

P E R M A N E N T E M E N T E NOSSA GOVERNANÇA CORPORATIVA NUM ESFORÇO QUE SE ACENTUOU, ESPECIALMENTE, DESDE 2004, ANO DA ABERTURA DE CAPITAL NA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO.

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AVALIAÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Realizamos, em 2010, dois processos de avaliação de nossos conselheiros e dos membros dos Comitês de apoio: a autoavaliação e uma avaliação externa, que permitiram identifi car as oportunidades de evolução de nossa governança.

A autoavaliação foi conduzida no âmbito do Comitê de Governança, que realizou uma série de entrevistas individuais com o objetivo de capturar as impressões dos integrantes a respeito da dinâmica do Conselho, da autonomia para tomada de decisões e outros temas. Os principais apontamentos e conclusões foram consolida-dos e apresentados ao próprio Conselho. Entre os avanços decorrentes dessa autoavaliação estão: a retomada das sessões executivas e melhorias nas pautas das atividades.

Na avaliação externa, realizada por uma consultoria, a análise incluiu o estudo sobre o tamanho e a composição do Conselho e de seus Comitês de apoio, o grau de empoderamento, o clima, o valor adicionado ao trabalho por seus membros, entre outras questões. Formuladas com autonomia pela consultoria, as entrevistas individuais basearam-se em um cruzamento das iniciativas da Natura com as melhores práticas de governança encontradas internacionalmente.

Os aspectos que alcançaram maior pontuação na avaliação externa dizem respeito ao bom clima de trabalho, à liberdade para tratar dos temas e apresentar as considerações, além da clareza das informações disponibilizadas para que o Conselho tome decisões. Por outro lado, constantou-se que os critérios do processo de avaliação do Conselho e de seus comitês devem ser mais disseminados para a alta direção da empresa. Identifi cou-se também que as informações gerais são veiculadas de forma adequada, embora o fl uxo possa ser aprimorado para que os integrantes tenham mais tempo para análise. As evoluções decorrentes dessa avaliação serão im-plementadas ao longo de 2011.

Com o objetivo de aproximar os Conselheiros das características locais das diferentes regiões onde atuamos, passamos a realizar encontros fora da sede da empresa. Das seis reuniões ordinárias do ano, uma ocorreu no Rio de Janeiro, em abril, e outra no México, em setembro. Em 2011, manteremos essa prática com a realização de um encontro em uma regional brasileira e outra em uma unidade internacional.

O Conselho de Administração é apoiado por quatro comitês: Estratégico; de Governança Corporativa; de Pessoas e Desenvolvimento Organizacional; e de Auditoria, Gestão de Riscos e Finanças. Este último foi reformulado em dezembro de 2010, passando a contar apenas com membros externos e independentes. A mudança teve o objetivo de aprimorar o ambiente interno de controle. O Comitê é responsável pelas análises de cenários sobre os temas contábeis, fi scais, tributários, societários e de novos investimentos. Os novos integrantes iniciaram suas atividades em fevereiro de 2011 e são apoiados tecnicamente por um grupo de especialistas externos e executivos da Natura.

COMITÊS DE APOIO AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

AUDITORIA, GESTÃO DE RISCOS E FINANÇASDesde o início de 2011, é formado pelos conselheiros independentes José Guimarães Monforte, Edson Vaz Musa e o Luiz Ernesto Gemignani, apoiado pelos especialistas externos Gilberto Mifano e Taiki Hirashima; pelo vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação, Roberto Pedote; pelo diretor de Governança Corporativa, Moacir Salzstein; e pela gerente de Gestão de Riscos e Auditoria Interna, Mercedes Stinco, que secretaria o comitê. Reúne-se quatro vezes ao ano e entre suas principais atribuições está o apoio ao Conselho de Administração na análise fi nanceira, de riscos e de relacionamento com as auditorias externas.

ESTRATÉGICOÉ composto por três conselheiros – Pedro Luiz Barreiros Passos, Julio Moura Neto e Edson Vaz Musa –, além do diretor-presidente Alessandro Carlucci. Eles analisam os temas estratégicos, preparando orientações e recomen-dações para o Conselho de Administração. O Comitê acompanha os projetos estratégicos em curso, defi nidos no Planejamento Estratégico, e discute as ações de longo prazo da Natura. Reúne-se mensalmente, exceto em janeiro e julho de cada ano.

GOVERNANÇA CORPORATIVAEntre suas atribuições está a discussão das melhorias e avanços do processo de governança e na operação do negócio. Formado por três conselheiros: Pedro Luiz Barreiros Passos, José Guimarães Monforte e Júlio Moura Neto, além de Moacir Salzstein, diretor de Governança Corporativa, que secretaria o Comitê. Os encontros são trimestrais e, em 2010, o grupo reuniu-se cinco vezes, sendo um encontro extraordinário para avaliação das modifi cações no Comitê de Auditoria, Gestão de Riscos e Finanças. O Comitê também foi responsável pelo processo de autoavaliação do Conselho de Administração e de seus comitês de apoio, bem como pela liderança no processo de avaliação externa que ocorreu no último trimestre de 2010.

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PESSOAS E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONALÉ composto por três conselheiros – Pedro Luiz Barreiros Passos, Edson Vaz Musa e Luiz Ernesto Gemig-nani –; pela participante externa, ingressa em 2010, Fátima Raimondi; pelo diretor-presidente, Alessandro Carlucci; e pelo vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, Marcelo Cardoso. As reuniões são mensais, exceto em janeiro e julho, quando não há reuniões. Entre os temas avaliados pelo comitê estão questões relativas à remuneração, à condução dos projetos de liderança, à sucessão, à capacitação, a temas de interesse da área de Recursos Humanos, ao Programa de Cultura e ao Sistema de Gestão Natura.

Em 2010, procuramos ampliar a participação dos acionistas individuais na Assembleia Geral Ordinária. Reunimos cerca de 200 investidores em nossa unidade em Cajamar para acompanharem em tempo real a assembleia realizada na sede da Natura em Itapecerica da Serra. No evento, os investidores também tiveram a oportunidade de aproximar-se de nossa empresa, dos acionistas controladores e dos executivos (leia mais na página 71, Acionistas).

Desde 2007, a Natura integra o Company Circle of Latin American Corporate Governance, associação formada por um grupo de corporações latino-americanas, escolhidas pelo International Financial Corpo-ration, do Banco Mundial, pela qualidade das práticas de governança. .

GOVERNANÇA EXECUTIVAPrincipal instância executiva da Natura, o Comitê Executivo (Comex) é composto pelo diretor-presidente, Alessandro Carlucci, e por cinco vice-presidentes. Suas funções principais estão vinculadas à gestão dos negócios e avaliação de resultados, que considera os aspectos econômico, social e ambiental; e ao acom-panhamento do Planejamento Estratégico e dos nossos Projetos Estratégicos.

COMITÊ EXECUTIVOALESSANDRO CARLUCCIDiretor-Presidente

JOÃO PAULO FERREIRA Vice-Presidente de Operações e Logística

JOSÉ VICENTE MARINOVice-Presidente de Negócios

MARCELO CARDOSO Vice-Presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade

ROBERTO PEDOTE Vice-Presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação

TELMA SINICIO Vice-Presidente de Inovação

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DIRETORIA EXECUTIVA DA NATURA EM 2010

ALEXANDRE CRESCENZI Diretor de Gestão Comercial Brasil

ALESSANDRA DA COSTADiretora de Recursos Humanos Brasil

ANA LUIZA MACHADO ALVESDiretora de Marca

ANGEL MEDEIROSDiretor de Inovação Logística

ARMANDO MARCHESAN NETODiretor de Serviços ao Cliente Brasil

ARNÔ ARAÚJODiretor Comercial México

AXCEL MORICZDiretor Geral Colômbia

CECÍLIA GOYA MEADEDiretora-Geral México

DANIEL GONZAGADiretor Geral Peru

DANIEL LEVYDiretor de Novos Negócios

DENISE ALVESDiretora de Cultura

DENISE FIGUEIREDODiretora de Unidade de Negócios

DIEGO DE LEONEDiretor de Unidade de Negócios

ERASMO TOLEDODiretor de Desenvolvimento e Inovação Comercial

FLÁVIO PESIGUELODiretor de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade Operações Internacionais

GILBERTO XANDÓDiretor de Negócios Brasil

HERIOVALDO SILVADiretor de Gestão Comercial Operações Internacionais

JORGE ROSOLINODiretor de Finanças Brasil

JOSELENA PERESSINOTO ROMERODiretora de Disponibilização Produtos

JOÃO CARLOS MOCELINDiretor Industrial

JOÃO AUGUSTO PEDREIRADiretor de Unidade de Negócios

LUCILENE PRADODiretora Jurídica

LUIS BUENODiretor de Unidade Regional

LUIZ CARLOS LIMADiretor de Finanças Corporativo

MARCEL GOYADiretor de Finanças Operações Internacionais

MARCOS PELAEZDiretor de Tecnologia da Informação

MARCUS OLIVER RISSELDiretor de Unidade Regional

MOACIR SALZSTEINDiretor de Governança Corporativa

MÔNICA GREGORIDiretora de Comunicação e Marketing

NESTOR FELPIDiretor de Serviços ao Cliente Operações Internacionais

PEDRO GONZALESDiretor Geral Argentina

PEDRO VILLARESSuperintendente do Instituto Natura

RENATO ABRAMOVICHDiretor de Unidade Regional

RICARDO FAUCONDiretor de Suprimentos

ROBERT CLAUS CHATWINDiretor de Desenvolvimento de Negócios

RODOLFO WITZIG GUTTILLADiretor de Assuntos Corporativos e Relações Governamentais

ROGÉRIO CHERDiretor de Recursos Humanos Corporativo

TATIANA PIGNATARIDiretora de Unidade de Negócios

TOMAS JANSDiretor de Negócios Operações Internacionais

VICTOR FERNANDESDiretor de Ideia, Conceitos, Ciência e Tecnologia

Com a chegada dos novos vice-presidentes de Operações e Logística e de Inovação, o Comitê Executivo viveu em 2010 seu primeiro ciclo de trabalho completo dentro da nova confi guração. Sua atuação também se consolida a partir do desenvolvimento das lideranças da empresa, o que possibilita um olhar global dos negócios, além de foco na construção da visão de futuro da empresa. O Comex conta com o apoio de oito comitês, que atuam como espaços de discussões temáticas e representam o poder executivo nas iniciativas ligadas aos temas: marca, sustentabilidade, ética, inovação comercial, produtos, processos e, no início de 2011, foram criados os de clientes e de ideias e conceitos.

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COMITÊS DE APOIO AO COMEX

CLIENTESCriado em janeiro de 2011, sua principal função é monitorar a qualidade dos serviços prestados pela Natura aos consumidores fi nais e a consultoras e consultores. É liderado pelo vice-presidente de Operações e Logística, João Paulo Ferreira, e tem ainda como representantes do Comex, a vice-presidente de Inovação, Telma Sinicio.

ÉTICAAcompanha os assuntos relacionados aos Princípios de Relacionamento da Natura e toma decisões a respeito de casos práticos de desvios desses princípios. Tem como líder o vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnolo-gia da Informação, Roberto Pedote, e como membros do Comex participantes o diretor-presidente, Alessandro Carlucci, e o vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, Marcelo Cardoso.

IDEIAS E CONCEITOSLiderado pelo diretor-presidente, Alessandro Carlucci, foi criado em março de 2011 e atua na defi nição de ideias e conceitos inovadores de longo prazo para a empresa. Também participam deste comitê a vice-presiden-te de Inovação, Telma Sinicio, e os acionistas e membros do Conselho de Administração, Pedro Luiz Barreiros Passos e Antonio Luiz da Cunha Seabra.

INOVAÇÃO COMERCIALTem como principal atribuição analisar os projetos que proporcionam inovações comerciais para o negócio. É liderado pelo vice-presidente de Negócios, José Vicente Marino, e também conta com a presença do vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação, Roberto Pedote.

MARCAÉ voltado à gestão da marca Natura e analisa temas como arquitetura da marca, avaliação da linguagem Natura e seus principais movimentos. É liderado pelo diretor-presidente Alessandro Carlucci, além do vice-presidente de Negócios, José Vicente Marino, e do vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, Marcelo Cardoso.

PROCESSOSAcompanha a implementação da Gestão por Processos, defi nindo focos de atuação e estratégias. Seu líder é o vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, Marcelo Cardoso. O vice-presidente de Operações e Logística, João Paulo Ferreira, também representa o Comex nessa instância.

PRODUTOSMonitora os fl uxos e processos que envolvem a aprovação de novos produtos criados pela Natura. É liderado pela vice-presidente de Inovação, Telma Sinicio, e tem ainda a presença do diretor-presidente Alessandro Car-lucci e do vice-presidente de Negócios, José Vicente Marino.

SUSTENTABILIDADEAcompanha gestão dos temas de sustentabilidade ligados ao ciclo de Planejamento Integrado da empresa, tais como: acompanhamento do Orçamento Socioambiental (as metas e compromissos assumidos pela Natura nestes temas) e defi nição da Matriz de Materialidade. Além disso, monitora a gestão de projetos estratégicos ligados à sustentabilidade, como Carbono Neutro e o de Resíduos Sólidos. O grupo também é responsável por avaliar posicionamentos e estratégias conectados à visão de sustentabilidade e de Qualidade das Relações. É liderado pelo vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, Marcelo Cardoso, e tem a participação dos vice-presidentes de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação, Roberto Pedote, e de Operações e Logística, João Paulo Ferreira.

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GESTÃO DE RISCOSA gestão de riscos da Natura analisa dois grupos principais de aspectos do negócio: os estratégicos, que consi-deram cenários de possíveis riscos capazes de afetar a continuidade da empresa; e os operacionais, que avaliam nossos processos internos, verifi cados de maneira periódica pelo gestor responsável e por sua equipe. Em ambos os casos, a análise considera os aspectos econômicos, sociais e ambientais.

Na Natura, os principais riscos estratégicos e operacionais e os controles de todos os processos são iden-tifi cados, incluindo riscos físicos, mas nenhum relacionado às mudanças climáticas. Entretanto, nossas ações incorporam a análise de riscos regulatórios e de oportunidades de oferecer novas tecnologias e produtos para enfrentar os desafi os que as alterações do clima impõem.

Uma importante evolução de 2010 foi a consolidação do mapa de riscos estratégicos da Natura, incorporado ao nosso planejamento estratégico, em um processo que contou com o envolvimento do Comex. O mapa também passou a ser acompanhado por todos os Comitês que apoiam as estruturas de governança corporativa e executiva.

Estruturamos um sistema de prevenção de crise, explorando os cenários mais relevantes vividos pela em-presa, dentro do plano de contingência mais abrangente, iniciativa que vem sendo desenvolvida pela Natura desde 2009.

Dentro da revisão dos nossos processos de controle, redefi nimos perfi s de acesso a informações e dados da Natura, aprimorando nossa gestão para a prevenção de fraudes. Também revisamos os Princípios de Re-lacionamento, incluindo mais detalhes e esclarecimentos de dois princípios específi cos para colaboradores e terceiros residentes que se referem a confl itos de interesse e favorecimentos pessoais (leia mais na página 43, Colaboradores).

Desde 2009, a Natura realiza a Autoavaliação de Controles que serve para identifi car os principais riscos operacionais e os controles de todos os seus 132 processos. A autoavaliação envolveu a aplicação de 212 questionários e a mobilização de 219 gestores e diretores. Além de direcionar os riscos mais relevantes para o planejamento estratégico, eles foram incorporados ao planejamento dos processos da Natura. Também traba-lhamos com a estruturação de planos de ações específi cos para mitigar aqueles considerados mais altos.

AUDITORIA INTERNAFormada por um grupo de 16 profi ssionais, a equipe de auditoria interna da Natura reporta-se ao Comitê de Auditoria, Gestão de Riscos e Finanças. Essa estrutura garante a independência de atuação dos auditores, sem a interferência de qualquer outra área da companhia. Ao longo do ano, foram realizadas 33 auditorias, incluindo auditorias técnicas, de processos e internacionais na Natura, volume bem superior às 13 realizadas em 2009.

A auditoria interna da Natura contempla uma série de testes e procedimentos que avaliam o ambiente de con-trole, considerando, inclusive, as possibilidades de fraude e corrupção. As avalições abrangem todas as unidades da Natura, incluindo as Operações Internacionais. Em 2010, foram recebidas 11 denúncias, envolvendo todas as operações, comunicadas por diferentes canais, com destaque para a Ouvidoria. Foram comprovados cinco casos de irregularidades – os que confi guraram desvio de conduta resultaram em seis desligamentos de colaborado-res. Todos os casos contribuíram para que aprimorássemos nossos mecanismos de controle.

REMUNERAÇÃO DA ALTA GESTÃOA composição do pacote de remuneração da Natura procura estimular o empreendedorismo e o engajamento dos executivos, além de equilibrar ganhos de curto, médio e longo prazos, vinculando-os ao crescimento e à valorização da empresa. Nosso sistema de Participação de Lucros e Resultados dos executivos é composto por múltiplos de salários, conforme o nível de atribuição na estrutura organizacional. Esse modelo foi revisado em 2009, ampliando o componente variável e posicionando a Natura de forma mais competitiva frente a seu mercado de atuação.

Para um grupo de executivos, que envolve o diretor-presidente, vice-presidentes, diretores e gerentes seniores, atrelamos o ganho de forma consistente ao compromisso com o nosso projeto de longo prazo por meio do Programa de Opção de Subscrição ou Compra de Ações

O Programa de Opção de Subscrição ou Compra de Ações prevê, desde 2009, que sua outorga está atrelada à decisão do executivo de investir, no mínimo, 50% do valor líquido recebido a título de participação nos lucros e resultados na aquisição de ações da Natura. As ações só poderão ser exercidas após um período de vesting (carência) de três anos, para 50% das ações, e de quatro anos, para 100% das ações. Nos dois casos, a validade do plano é de oito anos, fi cando as ações indisponíveis para a venda até o fi nal do terceiro ano.

Em 2008, tivemos um teto máximo, estabelecido pelo Conselho de Administração, de 0,6% ao ano, e de 3% do total de ações. O modelo instituído em 2009, mais agressivo que o anterior, prevê que, anualmente, o limite a

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ser outorgado seja de 0,75%, acumulando um máximo de 4%. Em dezembro de 2010, o volume de opções em posse dos executivos representava cerca de 1,59% das ações da Natura, ante 1,29% em 2009. A quantidade de ações da Natura em 31 de dezembro de 2010 era de 430.881.416.

Outorgamos, desde 2002, 19.638.804 opções, sendo que 23% delas foram canceladas em razão da saída de executivos.

QUANTIDADE DE OPÇÕES

Plano Outorgado Exercido Saldo Maduro Saldo Não Maduro Canceladas

2002 3.533.610 2.712.645 0 0 820.965 23%

2003 3.969.220 3.404.495 0 0 564.725 14%

2004 1.901.460 1.606.063 0 0 295.397 16%

2005 1.120.760 567.874 83.48 0 469.406 42%

2006 1.153.756 230.227 392.492 0 531.037 46%

2007 1.305.508 110.852 236.987 347.839 609.831 47%

2008 1.800.010 0 0 1.039.961 760.049 42%

2009 2.742.128 0 0 2.404.809 337.319 12%

2010 2.112.352 0 0 2.077.658 34.694 2%

Total 19.638.804 8.632.156 712.959 5.870.267 4.423.423 23%

VALORIZAÇÃO DOS PLANOS

Valores em Milhares de R$

Plano

Valor Atualizado do

Plano

Desconto Real Obtido no Exercício

Desconto Obtido no Exercício1

Desconto Potencial do

Saldo Maduro2

Desconto Potencial do Saldo Não Maduro2

Status do Plano

2002 R$ 6,85 42.412,4 52.216,3 0,0 0,0 Vencido

2003 R$ 3,84 66.917,3 79.701,6 0,0 0,0 Vencido

2004 R$ 9,44 26.152,8 29.308,9 0,0 0,0 Vencido

2005 R$ 20,25 6.712,1 7.032,5 2.302,6 0,0 100% Maduro

2006 R$ 30,17 2.664,6 2.739,4 6.930,7 0,0 100% Maduro

2007 R$ 28,53 1.703,9 1.742,2 4.573,2 6.712,4 50% Maduro

2008 R$ 22,16 0,0 0,0 0,0 26.700,5 Não Maduro

2009 R$ 24,17 0,0 0,0 0,0 56.909,6 Não Maduro

2010 R$ 35,46 0,0 0,0 0,0 25.706,1 Não Maduro

Total 146.563,1 172.740,9 13.806,6 116.028,6 1. Valores acumulados, corrigidos pelo IPCA até dezembro de 2010.2. Valor das ações NATU3, em 30 de dezembro de 2010: R$ 47,83.

50% Maduro 100% Maduro Validade

10-abr-05 10-abr-06 10-abr-08

10-abr-06 10-abr-07 10-abr-09

10-abr-07 10-abr-08 10-abr-10

16-Mar-08 16-Mar-09 16-Mar-11

29-Mar-09 29-Mar-10 29-Mar-12

25-abr-10 25-abr-11 25-abr-13

22-abr-11 22-abr-12 22-abr-14

22-abr-12 22-abr-13 22-abr-17

19-Mar-13 19-Mar-14 19-Mar-18

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23

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL

A Remuneração Variável tem como objetivo reconhecer e recompensar os executivos da Natura pelo seu desempenho e resultados do ano, garantir a competitividade com o mercado, além de manter o alinhamento entre os interesses dos executivos e acionistas. O montante anual total da participação nos lucros e resultados, base do programa de incentivo de longo prazo, não pode ultrapassar 10% do lucro líquido. Com esses limites, a Natura conta com um sistema coerente e bem controlado que evita distorções entre a remuneração e o desempenho da empresa.

O componente variável, sejam os ganhos de curto ou de longo prazo, representa uma parcela maior para executivos seniores em relação aos demais colaboradores. Além de limites bem-defi nidos, toda a remuneração variável está vinculada ao efetivo alcance das metas e à superação das expectativas mínimas de crescimento estabelecidas anualmente pela gestão. Assim, o desempenho da Natura deve atingir um mínimo estipulado para que haja esse pagamento.

Os critérios que determinam seu alcance consideram indicadores de desempenho, derivados do Planejamento Estratégico, distribuídos em três dimensões. Em 2010, foram considerados os seguintes indicadores:

¾ Econômicos – Ebitda consolidado, Brasil e Operações Internacionais; ¾ Sociais – Pesquisa de clima organizacional dos colaboradores Brasil e Operações Internacionais e

índice de lealdade das consultoras e consultores; ¾ Ambientais – As emissões de carbono; ¾ Outros – Índice de Não Atendimento (INA), que representa o percentual de produtos não disponí-

veis para a venda no momento do pedido por nossas consultoras Conheça abaixo os montantes da remuneração dos principais grupos de profi ssionais:

2010

Média de colaboradores (em

quantidade)Salário total (em

milhões)1Variável total (em milhões)2

Stock Options Plano de 2011 (em quantidade

de opções)3

Conselho 6 2,64 2,08 -

Comitê Executivo 6 5,25 6,28 -

Alta gerência e diretoria 86 27,04 17,83 -

Média gerência 336 42,17 18,14 -

Administrativo 1.255 63,63 6,29 -

Força de vendas 905 44,60 43,19 -

Operacional 2.542 41,89 10,33 -

Total 2010 5.135 227,23 104,13 -

1. Salário total: Considera salário base médio anual, em 12 meses (sem encargos) e horas extras (com DSR) em milhões.2. Variável total: Bônus, PLR e Prêmio de Vendas (com DSR) pagos no ano.3. Stock Options: Plano de 2011 será aprovado em março/11.

1. Salário total: Considera salário base médio anual, em 12 meses (sem encargos) e horas extras (com DSR) em milhões.2. Variável total: Salário total mais gratifi cações, PLR e prêmio de vendas (com DSR). A PLR é referente ao ano de competência, paga no ano posterior.3. A quantidade de opções é referente ao plano do ano vigente.4. Reclassifi cação para Comitê Executivo de 1 membro reportado inadequadamente no Conselho em 2009.

2009

Média decolaboradores

(em quantidade)Salário total

(em milhões)1Variável total(em milhões)2

Stock OptionsPlano de 2010(em quantidade

de opções)3

Conselho4 7 3,49 1,33 -

Comitê executivo4 5 3,96 7,78 683.656

Alta gerência e diretoria 74 19,77 20,17 1.347.440

Média gerência 283 32,86 20,50 0

Administrativo 903 44,63 5,59 0

Força de vendas 981 43,76 46,25 0

Operacional 2.239 37,09 5,59 0

Total 2009 4.492 185,56 107,21 2.031.095

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2008

Média decolaboradores

(em quantidade)Salário total

(em milhões)1Variável total(em milhões)2

Stock OptionsPlano de 2009(em quantidade

de opções)4

Conselho5 7 2,64 1,33 0

Comitê executivo5 6 5,45 7,29 694.726

Alta gerência e diretoria 81 24,31 21,22 2,040.93

Média gerência 302 39,85 22,57 0

Administrativo 971 53,54 8,67 0

Força de vendas 1.097 43,81 40,06 0

Operacional 2.132 37,89 8,63 0

Total 2009 4.597 207,50 109,77 2.735.657

Para organizar esse fl uxo de informações que perspassa todos os processos da Natura e garantir o alinhamento das decisões aos nossos princípios, desenvolvemos o Sistema de Gestão Natura, que vem sendo construído desde 2008, quando incorporamos ao nosso modelo as Unidades Regionais (em todas as regiões do país e nas Operações Internacionais) e Unidades de Negócios (por segmentos de produtos).

O Sistema é concebido para reproduzir a nossa forma de operar onde quer que seja, por meio de processos e rituais bem-defi nidos, aprimorando o modelo de gestão descentralizado e integrado, com maior autonomia para o gestor e proximidade com consultoras e consumidores. Esse novo modelo ganha ainda mais importância com a expansão da nossa atuação internacional.

Nosso desafi o para os próximos anos é fazer com que essa forma de gerir integrada seja compreendida e apropriada por todos. Para auxiliar nesse processo, identifi camos os 12 componentes prioritários que in-tegram o Sistema de Gestão Natura e que estão relacionados entre si: liderança, planejamento estratégico, relações, sustentabilidade, aprendizagem, indivíduos, processos, marca, cultura, clientes, inovação e resultados tripple bottom line.

A gestão por processos é o componente cuja implementação está mais avançada, pois teve início junto com a criação das Unidades de Negócio e as Unidades Regionais. Em 2010, conseguimos implementar integralmente os 22 processos identifi cados na Natura. Para garantir a implementação adequada de cada um, promovemos uma avaliação e certifi cação dos processos. Também estabelecemos indicadores para cada um deles e dese-nhamos seis novos processos que serão certifi cados em 2011. Com isso, ganhamos mais disciplina no monito-ramento da execução dos 18 projetos estratégicos da Natura. Todos diretamente ligados à nossa proposta de crescimento para os próximos anos, foram aprovados pelo Conselho de Administração e são acompanhados regularmente pela alta administração.

2.6 SISTEMA DE GESTÃO NATURA

QUEREMOS ATUAR DE FORMA QUE NOSSOS COLABORADORES, ENGAJADOS E INSPIRADOS PELA LIDERANÇA, E APOIADOS EM PROCESSOS BEM DEFINIDOS, GARANTAM A EXPRESSÃO DO NOSSO MODELO DE NEGÓCIO DIFERENCIADO.

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Em continuidade a um intenso ciclo de evoluções estruturais, a Natura encontra-se em condições de apro-veitar as oportunidades que o mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos oferece no Brasil e na América Latina. Esse processo de fortalecimento de nossos diferenciais competitivos acon-tece no momento em que a região que atuamos apresenta perspectivas positivas. A ampliação da atividade produtiva, da participação da mulher no mercado de trabalho, a redução do desemprego e o aumento da renda das famílias fazem com que muitos dos países latino-americanos experimentem períodos contínuos de crescimento econômico.

Reconhecemos que a atratividade do nosso mercado também traz consigo o aumento da competição, mas ainda vemos muito espaço de crescimento no mercado brasileiro, seja pela regionalização de nossa atuação, seja pela ocupação de espaços em que nossa marca ainda não está presente. Nossas operações internacionais tornam-se, a cada ano, mais robustas. Contamos hoje com infraestrutura, conhecimento de mercado, lideranças, produtos, canal de vendas e redes de relacionamento capazes de evoluir nossa participação nesses mercados.

Entramos em um ciclo em que a inovação será cada vez mais relevante em todos os aspectos de nos-sos negócios, não apenas para o desenvolvimento de produtos, mas também no modelo comercial, na construção de relacionamentos e de soluções diante dos desafi os socioambientais. Inspirados em nossa cultura, devemos radicalizar a busca por soluções para que possamos exercer nosso papel como agentes transformadores da sociedade.

EVOLUÇÕES ESTRUTURAISEm 2010, demos início à manufatura internacional por meio de parcerias. A evolução do modelo exportador para o de produção local permitirá que nossa atuação amplie a geração de benefícios sociais e reduza o impacto ambiental, combinação necessária para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável.

Na Argentina, a operação teve início no segundo semestre de 2010, com o envase de perfumaria. Em 2011, daremos início às operações no México e na Colômbia. Em três anos, queremos alcançar o índice de 50% do

3.1 PERSPECTIVA E ESTRATÉGIAS

NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS, CONCILIAMOS SIGNIFICATIVOS RESULTADOS DE CRESCIMENTO DOS NEGÓCIOS COM AS NECESSÁRIAS EVOLUÇÕES EM NOSSO MODELO DE GESTÃO E INFRAESTRUTURA, E DE RELACIONAMENTO COM OS PÚBLICOS.

AC R E D I TA M O S NO PODER TRANSFORMADORDOS INDIVÍDUOS, DAS EMPRESAS,DAS REDES, DAS COMUNIDADESE QUEREMOS SER PROTAGONISTASNESSE MOVIMENTODE EVOLUÇÃO DANOSSA SOCIEDADE.

3. NO QUE MIRAMOS

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faturamento das Operações Internacionais na América Latina com produtos fabricados fora do Brasil. Quando totalmente implementado, em 2013, essa nova confi guração da manufatura permitirá redução das emissões relativas de GEE de cerca de 70%, referentes à logística de abastecimento nesses países.

Reestruturamos algumas posições executivas para termos um acompanhamento mais próximo de todas as operações sem perder a agilidade e a fl exibilidade necessárias para a gestão. Unifi camos as vice-presidências de Negócios e de Internacionalização e criamos duas diretorias gerais – para o Brasil e para as Operações In-ternacionais. Dessa forma, as nossas lideranças ganharam mais autonomia e o Comitê Executivo, um olhar mais estratégico e global. Desde janeiro de 2010, nossas operações internacionais são gerenciadas a partir da nossa sede instalada em Buenos Aires, na Argentina.

O novo modelo de produção e logística sustentará o desenvolvimento nacional e internacional esperado para os próximos anos e as inovações previstas devem aperfeiçoar os serviços prestados às nossas consultoras, consultores e consumidores.

O ciclo de crescimento dos próximos anos também será apoiado por um grande investimento em Tecnologia da Informação que deverá proporcionar a nossa plataforma de sistemas mais robustez, escalabilidade, integra-ção das operações e conectividade. Vale destacar que já recebemos hoje cerca de 85% dos pedidos de nossas consultoras e consultores via internet.

Para adequar nossos espaços físicos às evoluções da Natura também iremos transferir, em 2011, a unidade ad-ministrativa e o Centro de Distribuições de Itapecerica da Serra para uma nova instalação na cidade de São Pau-lo. Sabemos que essas mudanças, que devem proporcionar melhores condições de trabalho aos colaboradores, também provocarão impactos à comunidade local, especialmente na arrecadação tributária do município. Nosso processo de transição está sendo conduzido de forma a minimizar esses efeitos com o comunicado antecipado ao governo municipal sobre a transferência e a manutenção do investimento social local (leia mais na página 69, Comunidade do Entorno). Também serão transferidas para São Paulo algumas áreas administrativas de Cajamar e a central de picking (preparação das caixas com os produtos para envio às consultoras).

NOSSO PLANEJAMENTORealizamos em 2010 um novo ciclo de Planejamento Estratégico, visando o período de 2011 a 2015. O trabalho permitiu defi nir nossos objetivos estratégicos, identifi car fatores críticos de sucesso e os indicadores e metas necessárias para chegarmos aonde desejamos.

Concluímos que faz parte da nossa estratégia fomentar o protagonismo das pessoas e formar líderes aderentes à nossa Essência, que possam se tornar verdadeiros agentes de transformação da sociedade. Também queremos promover um ambiente interno de constante aprendizado, com uma forte cultura organizacional e multicultural, representante de todos os países onde estamos presentes. Defi nimos como prioridades o aprofundamento de nossa atuação na promoção do desenvolvimento sustentável, na busca por novos serviços e na captura das oportunidades que a conectividade possibilita.

Esses elementos serão os norteadores do nosso planejamento estratégico para os próximos cinco anos, per-mitindo a manutenção da nossa liderança no mercado brasileiro de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos e a expansão do nosso modelo de venda direta na América Latina. Também ampliará a geração de valor para todos os públicos com os quais nos relacionamos e nos permitirá continuar encantando e sendo en-cantados pelos nossos consumidores, promovendo o bem estar bem de forma inovadora, fortalecendo a nossa marca e mantendo relações de qualidade com nossos públicos.

Pensar no futuro é um dos primeiros passos para a inovação. E um dos trabalhos que mais impulsionaram o pensamento inovador na Natura nos últimos anos foi a formulação da Visão 2030, construída ao longo de 2010 dentro do processo de Planejamento Estratégico. Com o envolvimento da alta direção e de toda a liderança, estendemos nosso olhar para além dos ciclos de planejamento de cinco anos e miramos em planos de longo prazo em busca de respostas para desafi os futuros.

Diante dos cenários possíveis que projetamos para o mundo em 2030, percebemos uma tendência positiva, de evolução da consciência coletiva despertada pelas ameaças climáticas. No entanto, se mantidos os atuais padrões produtivos e de consumo do planeta, a degradação ambiental poderá tomar contornos devastadores.

Nesse contexto, devemos reafi rmar nossa posição de agentes de transformação social e empregar nossa capa-cidade de inovação em busca do equilíbrio de nossas atividades, investindo em novas tecnologias e práticas de produção e infl uenciando os parceiros da cadeia produtiva – dos fornecedores de matéria-prima aos nossos consumidores. Queremos fazer parte da rede de organizações comprometidas com a criação de um novo modelo de desenvolvimento.

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SUMÁRIO EXECUTIVO DA VISÃO DA NATURA EM 2030

Um só olhar sobre o que a humanidade está vivendo nos dá conta de desigualdades, corrupção, fome, doenças e guerras que assolam as sociedades. Como pano de fundo de todo esse fl agelo, a devastação ambiental e o crescente aquecimento global, consequências também da ação do homem, indicam que nossa vida em 2030 estará ameaçada.

Convivendo com esse quadro desolador, a globalização segue seu processo com atividade econômica febril nos gran-des centros, no entanto, ainda não temos uma governança global voltada para solução dos desafi os socioambientais. Apesar disso, notamos, diante da dimensão da ameaça que paira sobre o destino do planeta, o despertar de uma consciência coletiva de respeito à vida se sobrepondo a todo e qualquer outro valor ou interesse.

Ao olharmos essa nova esperança, vemos que nosso elenco de crenças, valores e Razão de Ser será cada vez mais valorizado. Nesse contexto, também acreditamos que o Brasil poderá ser uma fonte de inspiração para esse mundo desequilibrado e em acelerado processo de globalização e universalização. Poderá, pois é um país megadiverso, com muitas riquezas culturais, sociais e ambientais. E, como empresa brasileira que somos, poderemos contribuir para nos tornarmos um país protagonista no desenvolvimento da nova economia do século 21.

Estarmos vivos nesse mundo em constante transformação não apenas nos inspira como também nos convoca para um exercício mais radical, amplo e profundo dos nossos valores. Temos todas as oportunidades para contribuir para o desenvolvimento de um novo processo civilizatório e acreditamos que a comunidade internacional reconhecerá cada vez mais as iniciativas de empresas comprometidas com essa mudança.

Para a Natura, imperiosa será a busca obstinada do equilíbrio de nossas atividades, diminuindo os impactos negativos sobre o meio ambiente, até que possamos garantir processos positivos em toda a cadeia produtiva. Ao mesmo tempo, e com igual determinação, procuraremos, com o entusiasmo contagiante que o mundo precisa, exercer nossa vocação de agente de transformação social, remunerando condignamente a rede envolvida na geração e na comercialização de nossos produtos e promovendo oportunidades de inserção à população excluída do acesso. Deveremos com-partilhar conhecimentos e oportunidades para que todos possam, de maneira positiva e autônoma, inserir-se numa consciência coletiva de respeito à vida, à condição humana e ao planeta.

Assim, acreditamos que nossa marca terá presença e reconhecimento global e que seremos reconhecidos pelo pioneirismo no desenvolvimento de novos negócios a partir da transformação dos desafi os socioambientais em oportunidades. Também acreditamos que faremos parte de uma rede de empresas e empreendedores interligados e reconhecidos pela formação de líderes comprometidos com a criação de um novo modelo de desenvolvimento.

Com igual responsabilidade, empregaremos nossa capacidade de inovação da forma mais abrangente, considerando a visão integral do ser humano e nossa missão de atender criativamente as necessidades dos consumidores, ao mesmo tempo em que buscamos respeitar e cuidar da ameaçada teia da vida, inspirada pelo sonho coletivo de legarmos um futuro mais saudável para o planeta.

GESTÃO DA SUSTENTABILIDADEA busca por um plano de desenvolvimento sustentável orienta a nossa maneira de fazer negócios. Sabemos que a gestão conjunta dos aspectos econômico, social e ambiental em todos os processos é um grande desafi o, mas temos evoluído na incorporação efetiva dessa visão integrada ao cotidiano das nossas operações. O tema é uma diretriz transversal em nossos processos e também faz parte do Planejamento Estratégico Natura, acompanhado de perto pela alta gestão e aprovado pelo Conselho de Administração. Nossos principais indicadores socioambientais integram as metas estratégicas da empresa e também são desdobrados por todas as unidades de negócio e processos com objetivos de curto e longo prazo.

A Diretoria de Sustentabilidade funciona como guardiã desse processo e exerce papel mobilizador, educador e dis-seminador das práticas em toda a empresa. Tanto no Brasil como nas Operações Internacionais, contamos com uma rede de líderes de sustentabilidade responsável por garantir o desdobramento das defi nições globais para cada uma das unidades e de sua integração à tomada de decisão. O Grupo Gestor da Biodiversidade, acompanha sistematica-mente o processo de gestão do uso sustentável da biodiversidade de forma a garantir que o conjunto de competên-cias – desenvolvimento de tecnologia, manejo sustentável, relação comercial ética e repartição de benefícios – gerem impactos sociais positivos valorizando os povos locais onde estão inseridos e conservem os recursos naturais.

Também procuramos evoluir continuamente na construção da nossa matriz de materialidade. Trata-se de um pro-cesso de refl exão sobre os aspectos mais relevantes para o negócio e também para os nossos públicos de relaciona-mento, realizado a cada dois anos. Os desdobramentos das ações relacionadas aos seis temas prioritários em 2010 (Amazônia, Biodiversidade, Gases do Efeito Estufa, Educação, Impacto dos Produtos e Qualidade das Relações) são reportados por meio do Comitê de Sustentabilidade à alta gestão da Natura. No período, ampliamos o escopo dos públicos para a defi nição dos temas materiais, incluindo, pela primeira vez, as nossas Operações Internacionais. O resul-tado da nossa nova matriz de materialidade será incluído no próximo ciclo de relato e incorporado no planejamento estratégico de 2011 (leia mais na página 138, Sobre este Relatório).

Manter a qualidade das relações que estabelecemos com nossos públicos também faz parte do processo de gestão da sustentabilidade e incorpora as ações de educação para a relação e de diálogo com os públicos (leia mais na página 38, Qualidade das Relações).

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3.2 TEMAS PRIORITÁRIOS DE SUSTENTABILIDADE

ENXERGAMOS A REGIÃO AMAZÔNICA COMO ESTRATÉGICA PARA O DESENVOLVIMENTO D O PA Í S . E N C O N T R A R NOVAS OPORTUNIDADES É FUNDAMENTAL PARA A GARANTIA DAS GERAÇÕES FUTURAS.

Há 12 anos, decidimos incorporar os ativos de biodiversidade em nossos produtos de forma sustentável, valorizando o conhecimento das comunidades tradicionais e gerando renda para as famílias locais.

A partir dessa experiência, desenvolvemos o Programa Amazônia, um plano que busca incentivar a criação de cadeias sustentáveis e de novos negócios a partir da ciência, da inovação e do empreende-dorismo, além do patrimônio natural e cultural da região. Dessa maneira, esperamos contribuir para a consolidação de propostas de desenvolvimento sustentável que proporcione oportunidades a seus habitantes e preserve a fl oresta em pé.

Como parte da elaboração dessa estratégia, realizamos uma refl exão sobre os aprendizados da nos-sa atuação local e ofi cinas sobre a Amazônia com a alta gestão da Natura. O conhecimento gerado nessas ações deu origem ao programa, que se baseia na ampliação de nossa atuação em ciência, tec-nologia e inovação; cadeias produtivas sustentáveis; e fortalecimento institucional da região.

ÓLEO DE PALMA

Para discutir um modelo sustentável de cultivo da palma na região amazônica, realizamos um painel de diálogo, com formadores de opinião, especialistas, representantes da sociedade civil, do governo, aca-demia, comunidades produtoras e empresas. A partir deste encontro, foi possível construir diretrizes fundamentais para o uso e produção sustentável que apoiarão a empresa na construção de um plano de ação. Dentre os principais componentes identifi cados: defi nição de critérios ambientais para a produção sustentável da palma na Amazônia; aperfeiçoamento do marco regulatório, e investimentos em políticas e ações de desenvolvimento social para as comunidades da Amazônia.

Em função do histórico de práticas agrícolas incorretas que agrediram ecossistemas em países da Ásia, a produção de óleo de palma tem impactado negativamente a biodiversidade de fl orestas tropicais.

No entanto, acreditamos que é possível garantir o uso e a produção de óleo de palma e com isso incentivar a geração de renda e desenvolvimento regional.

Em 2010, aderimos ao Roundtable On Sustainable Palm Oil (RSPO), iniciativa mundial liderada pela WWF para certifi car o processo produtivo e assegurar o cumprimento de critérios sociais, ambien-tais e econômicos. Nosso fornecedor do insumo, a Agropalma, deu início ao processo para certifi car sua produção, e a Natura deve iniciar a sua certifi cação a partir de então.

Queremos acompanhar as discussões nacionais sobre o impacto da palma e articular com as lide-ranças regionais a criação de um plano interno para o cultivo sustentável. Desde 2008, temos uma parceria com a Embrapa para a pesquisa de sistemas agrofl orestais de produção da palma associada a outras a espécies na Amazônia, e seu uso combinado com outras oleaginosas.

AMAZÔNIA

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Nossa experiência mostra que processos produtivos de menor impacto ambiental e soluções inova-doras podem gerar valor positivo para a sociedade e para as empresas. Nosso modelo de produção envolve cerca de 2,3 mil famílias em todo o Brasil e está baseado na criação de cadeias de valor de preço justo, com a remuneração feita pelo uso do patrimônio genético e do conhecimento tradicional às comunidades fornecedoras, manejo adequado dos insumos e incentivo ao desenvolvimento local (leia mais na página 64, Comunidades Fornecedoras). Nossas ações são norteadas pela Política Natura de Uso Sustentável da Biodiversidade e do Conhecimento Tradicional, criada em 2008 com base na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que estabelece as diretrizes relacionadas ao uso dos insumos e à repartição de benefícios.

Reafi rmamos nosso papel de protagonistas no tema e lideramos, em 2010, o Movimento Empresarial Brasileiro pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade. A mobilização teve início com uma carta de compromisso voluntário do setor empresarial em favor da sociobiodiversidade brasileira. O documento estimula o governo a defi nir um marco regulatório indutor da pesquisa e dos avanços cientí-fi cos, integrando produção, consumo e conservação. O Movimento enviou a carta ao governo federal e apresentou-a na 10ª Conferência das Partes sobre a Convenção da Biodiversidade (COP 10), realizada em Nagoya, no Japão. Mais de 80 organizações da sociedade civil e empresas aderiram ao movimento.

Em 2011, em consequência dessa legislação imperfeita, fomos autuados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) por suposto acesso irregular à biodiversidade (leia mais na página 79, Geração de Valor Ambiental).

BIODIVERSIDADERECONHECEMOS QUE AS EMPRESAS, A SOCIEDADE E O ESTADO TÊM RESPONSABILIDADES COMPARTILHADAS PELA CONSERVAÇÃO DOS BIOMAS E PELA BUSCA DE OPORTUNIDADES ECONÔMICAS PARA A GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS.

SUSTENTABILIDADE DEVE SER VISTA COMO PARTE INTEGRANTE DO NEGÓCIO, NÃO DISSOCIÁVEL.

Christian Moura, fornecedor.

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EDUCAÇÃO

Em 2010, criamos o Instituto Natura, organização sem fi ns lucrativos, responsável por todo nosso inves-timento social privado. Por meio do programa Natura Crer para Ver investimos em iniciativas capazes de impactar a qualidade do ensino no Brasil e na América Latina. Os recursos são provenientes da venda de produtos de uma linha especial. Também oferecemos tecnologias educativas para a sociedade, de maneira que elas também possam infl uenciar positivamente às políticas públicas de educação, como alcançamos no Brasil, com o Projeto Trilhas, de estímulo à leitura e à escrita na Educação Infantil, que será compartilhado com o Ministério da Educação. O Crer para Ver obteve em 2010 a maior arrecada-ção de recursos da história do programa, de cerca de R$ 10 milhões, 168% superior ao ano anterior. A mobilização também avança em nossas operações internacionais, onde arrecadamos R$ 1,3 milhão em 2010 (leia mais na página 92, Geração de Valor Social).

A educação dos nossos colaboradores também merece especial atenção. No momento em que o Brasil enfrenta os desafi os de mão de obra qualifi cada para a construção de seu desenvolvimento, fi ca clara a lacuna de formação tanto do Ensino Médio, Técnico e Superior. Desta forma, buscamos oferecer aos nossos colaboradores programas educativos e de desenvolvimento profi ssional para os diversos níveis e cargos e, em 2010, avançamos na criação de um plano de formação específi co para o público operacio-nal que atrela a evolução na carreira à educação. Também ampliamos de maneira signifi cativa o número de menores aprendizes e lançamos um programa que prepara esses jovens para o mercado de trabalho (leia mais na página 45, Colaboradores).

Em 2011, vamos oferecer cursos preparatórios para as seleções de vagas na Natura na comunidade de Cajamar como forma de elevar as chances de empregabilidade dos candidatos nas seleções da Natura e de outras empresas (leia mais na página 68, Comunidade do Entorno). Investimos ainda na capacitação e no treinamento de nossas consultoras de maneira a prepará-las para a atividade de consultoria. Em 2010, registramos mais de 500 mil participações de CNs em treinamentos, especialmente aquelas com até 3 anos de relacionamento com a Natura (leia mais na página 55, Consultoras e CNOs).

A EDUCAÇÃO É UM GRANDE DESAFIO A SER VENCIDO EM TODA A AMÉRICA LATINA. A CAPILARIDADE GEOGRÁFICA DO NOSSO NEGÓCIO OFERECE ESPAÇO E CONDIÇÕES PARA EMPREENDER PROJETOS E INICIATIVAS DE ESCALA AMPLIADA, INFLUENCIANDO POSITIVAMENTE UM MOVIMENTO PELA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.

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Além de neutralizar nossas emissões por meio de apoio a projetos socioambientais, nos comprome-temos a reduzir 33% nossas emissões relativas de Gases do Efeito Estufa (GEE) entre 2007 e 2011.

Ao fi nal de 2010, atingimos uma redução total de 21%. Com base no aprendizado que tivemos nesses cinco anos, reconhecemos que somente alcançaremos nossa meta inicial em 2013.

Com a redução obtida nos últimos quatro anos, mesmo com o crescimento de nossa produção, acumulamos importantes aprendizados. Hoje, o tema carbono está inserido na estratégia da Natura e infl uencia a tomada de decisões da companhia. Adotamos iniciativas inovadoras e promovemos uma análise mais detalhada do impacto em cada processo da empresa de modo que nossos gestores tivessem conhecimento sobre a representação de cada processo na emissão de gases de efeito estufa.

Realizamos um amplo diagnóstico das nossas operações em 2010 de maneira a identifi car novas oportunidades de redução e mobilizar toda a empresa para que o resultado seja alcançado. O novo estudo contempla os ganhos previstos com os diversos projetos estruturais em andamento, desde a revisão da massa dos produtos e do uso de biopolímeros em embalagens até o processo de distri-buição com o novo modelo logístico e início da manufatura internacional.

A complexidade das ações, que envolvem uma profunda transformação na forma de fazer negócios, explicam, em parte, a revisão da meta. O ponto importante a ser destacado é que nosso compromis-so de redução não contempla apenas nossa operação, mas, também a extração das matérias-primas por nossos fornecedores, o que torna ainda mais complexo os esforços pela redução e mais signifi -cativos os resultados alcançados (saiba mais sobre o tema na página 79, Geração de Valor Ambiental).

Também temos o desafi o adicional de reduzir 10% das emissões absolutas da Natura (os chamados escopos 1 e 2) da Operação Brasil até 2012, aquelas resultantes do nosso processo produtivo interno, em relação às emissões de 2008. Mantemos a meta, apesar do atraso na implementação de alguns programas e da mudança da matriz energética brasileira, que aumentou o uso das termelétricas, mais poluentes, elevando as emissões de carbono para produção de energia elétrica.

NÃO É FÁCIL MUDAR A POLÍTICA DE UM PAÍS, MAS É POSSÍVEL EDUCAR E CRIAR UMA MASSA CRÍTICA QUE TOMARÁ DECISÕES SUSTENTÁVEIS

Claudia Rodríguez, representante de organização da sociedade civil

“GASES

DO EFEITO ESTUFA

SABEMOS QUE APENAS CORTES SIGNIFICATIVOS NO VOLUME DE CARBONO LANÇADO NA ATMOSFERA SERÃO REALMENTE CAPAZES DE CONTER AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. NOSSA AÇÃO AFIRMATIVA EM RELAÇÃO A ESSE TEMA FOI A CRIAÇÃO, EM 2007, DO PROGRAMA CARBONO NEUTRO.

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IMPACTO DOS PRODUTOS

A gestão de resíduos sólidos foi apontada como prioritária nos painéis com nossos públicos de relacio-namento. Para aprimorá-la, elaboramos em 2010 um programa ampliado com diretrizes e dilemas defi -nidos em parceria com fabricantes de embalagens, catadores, indústria, profi ssionais do meio acadêmico, especialistas e consumidores. O programa que terá suas primeiras ações em 2011 e tem o desafi o de buscar efi ciência e soluções inovadoras em toda a nossa cadeia produtiva, da extração das matérias-primas ao pós-consumo, contemplando as atividades dos fornecedores e a produção terceirizada.

Vale destacar que novos conceitos ganharam destaque na recém-instituída Política Nacional de Resíduos Sólidos como a priorização da redução antes da reciclagem e a corresponsabilização do consumidor, en-tendido como parte da cadeia. O setor empresarial passa a ter o desafi o adicional de buscar alternativas de tratamento dos seus resíduos, inclusive no pós-consumo.

Outra prioridade é a gestão do consumo da água. Neste ano, decidimos ampliar a análise de nosso impacto neste recurso natural, que estava restrita aos nossos processos internos e principais fornece-dores e passamos a utilizar o conceito de pegada hídrica. Com este conceito podemos ter uma visão mais ampla de como interagimos com os recursos hídricos e quais os impactos gerados ao longo do ciclo de vida de um produto ou processo. A pegada hídrica não só contempla o consumo de água, mas também o potencial de poluição deste recurso. Desde 2009, somos parceiros do grupo Water Footprint Network (WFN), cujo objetivo é a promoção de um uso sustentável, equitativo e efi ciente da água. Em 2010, utilizamos a metodologia do Water Footprint Manual em dois produtos de nosso portfólio para melhor compreender os impactos e a aplicabilidade em nosso negócio. A Natura é a primeira empresa de cosméticos no mundo a aplicar esta metodologia para produtos cosméticos (leia mais na página 88, Geração de Valor Ambiental).

UM DOS GRANDES DESAFIOS É A REDUÇÃO DOS IMPACTOS CAUSADOS PELA FABRICAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E USO DOS NOSSOS PRODUTOS, O QUE NOS LEVA A INVESTIR EM PRÁTICAS, TECNOLOGIAS E INSTRUMENTOS QUE NOS AJUDEM A MINIMIZAR ESSES EFEITOS, ESPECIALMENTE, EM DOIS ASPECTOS: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E DO CONSUMO DE ÁGUA.

O FOCO ESTÁ EM TRATAR O PROBLEMA. POUCO FOI DISCUTIDO SOBRE COMO NÃO GERÁ-LO.

Lucio Di Domenico, representante de organização da sociedade civil

“ “

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QUALIDADEDAS RELAÇÕES

Investimos na construção de canais de diálogo efi cientes, na troca de experiências, na transparência, no comportamento ético e na criação de espaços para a busca de soluções compartilhadas.

Contamos com diversos canais formais de interação como o Canal de Atendimento Natura e o Serviço Natura de Atendimento ao Consumidor, específi cos para nossas consultoras e consultores e consumidores, respectivamente, se comunicarem conosco. Por meio da Ouvidoria, nossos cola-boradores, fornecedores e CNs também podem buscar informações ou fazer denúncias.

Temos o objetivo de ampliar a voz dos nossos públicos de relacionamento de maneira que eles nos auxiliem a aprimorar a forma de planejar e gerir nossas operações. Um refl exo desse posi-cionamento foi a evolução dos painéis de diálogos no ano passado que serviram de base para o estabelecimento de uma série de novas iniciativas na Natura, como a cocriação de ações para programa de gestão de resíduos (leia mais na página 32, Temas Prioritários/Impacto dos Produtos) e também do nosso posicionamento a respeito do uso sustentável da palma (leia mais na página 28, Temas Prioritários/Amazônia). Os resultados desses diálogos infl uenciam nossas decisões e a construção do nosso planejamento estratégico e ainda nos auxiliam na evolução de nossos pro-cessos e comportamentos, contribuindo para a mudança de patamar nos nossos relacionamentos. Passamos também a inserir nossas Operações Internacionais no processo de defi nição da matriz de materialidade (leia mais na página 136, Sobre o Relatório) com a realização de painéis de diálogo na Colômbia, no México, no Peru, na Argentina, em 2010 e, em março de 2011, no Chile (saiba mais sobre o tema na página 38, Qualidade das Relações).

ACREDITAMOS QUE A CONSTRUÇÃO DE RESPOSTAS PARA OS ATUAIS DESA-FIOS ENFRENTADOS PELA HUMANIDADE PASSA POR UM PROCESSO COLETIVO DE PENSAR O FUTURO, COM FOCO NA AMPLIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA E NO DIÁLOGO. POR ISSO, MANTER RE-LAÇÕES DE QUALIDADE É UMA BUSCA CONSTANTE DA NATURA.

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Em 2010, tivemos dois importantes movimentos: a construção da Visão 2030 (leia mais na página 26) e da visão de inovação da Natura. Embora independentes, esses trabalhos estão interligados ao esforço de estender nosso olhar para o longo prazo, traçando cenários futuros e defi nindo os caminhos que quere-mos seguir.

Identifi camos a necessidade de desenvolver novas competências, para além das ciências clássicas, desenvol-vendo propostas com uma abordagem mais integral. Ao mesmo tempo em que focam o aprofundamento do conhecimento das ciências da sustentabilidade, da sociobiodiversidade e das experiências sensoriais, essas estratégias também incluem explorações de inovação em novos territórios do conhecimento ligados a percepções e comportamentos e aos rituais de cada grupo de pessoas. Essas novas frentes estratégicas repercutiram no refi namento do nosso direcionamento em ciência e tecnologia.

Essa visão também reforça nosso compromisso de buscar alternativas para redução dos nossos potenciais impactos ambientais e incorporar o princípio do ecodesign (desenvolver produtos, processos e serviços que considerem esses impactos) em todas as nossas ações de inovação. Como parte desse compromisso, a Natura estabeleceu, por exemplo, um limite de emissão de carbono para aprovação de novos produtos na empresa (leia mais na página 79, Geração de Valor Ambiental).

Entre outras iniciativas inovadoras na gestão da sustentabilidade, elaboramos uma metodologia para a valoração dos impactos socioambientais de nossos fornecedores (leia na página 63, Fornecedores) e desenvolvemos uma experiência-piloto de cálculo da nossa pegada hídrica em dois produtos de nosso portfólio – incluindo não só o consumo de água, mas também o potencial de poluição deste recurso (leia na página 88, Geração de Valor Ambiental).

Para apoiar essas mudanças, ampliamos os investimentos em pesquisa, ciência e tecnologia e na criação de redes de conhecimento. O índice de investimento da nossa receita líquida em ações de inovação avançou para 2,8% e o volume absoluto de recursos chegou a R$ 139,7 milhões. Esse valor foi aplicado, especial-mente, em ciência e tecnologia, gestão da inovação e parcerias, desenvolvimento de produtos e marketing, gestão de assuntos regulatórios e segurança do produto.

Nosso conhecimento de gestão estratégica de portfólio indica que o índice ideal de inovação deve variar entre 55% e 65%. Em 2010, registramos 61%, o que garantiu uma presença diferenciada da Natura no mercado e o vigor apropriado ao canal.

3.3 INOVAÇÃO DA INOVAÇÃO

1. INVESTIMENTO EM INOVAÇÃO (R$ MILHÕES)

103,0

2008

111,8

2009

139,7

2010

2. NÚMERO DE PRODUTOS LANÇADOS (UN)

118

2008

103

2009

168

2010

A INOVAÇÃO ESTÁ NO CENTRO DA CRIAÇÃO DE VALOR PARA A NATURA E PERMEIA TODOS OS PILARES ESTRATÉGICOS DA COMPANHIA. ELA SE EXPRESSA EM NOSSOS PRODUTOS, MODELOS COMERCIAIS, S ISTEMA DE GESTÃO E NA FORMA COMO TRANSFORMAMOS OS DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS EM OPORTUNIDADES DE APRENDIZADO E SUPORTE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. PARA NÓS, O SENTIDO DA INOVAÇÃO É CRIAR UM FLUXO DE EXPERIÊNCIAS DE BEM ESTAR BEM QUE ULTRAPASSEM AS EXPECTATIVAS DE NOSSOS PÚBLICOS.

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INDICADORES DE INOVAÇÃO (%)

2008 2009 2010Porcentagem da receita líquida investida em inovação 2,8 2,6 2,8Índice de Inovação1 67,5 67,6 61,4

1. Receita Bruta dos últimos 12 meses proveniente dos produtos lançados nos últimos 24 meses versus a Receita Bruta total dos últimos 12 meses.

A inovação na Natura é sustentada pela busca da excelência em:

¾ Pesquisas científi cas para a identifi cação de ativos da sociobiodiversidade brasileira e para a viabiliza-ção desses novos ingredientes na elaboração de produtos com benefícios diferenciados;

¾ Fundamentos científi cos sobre pele e cabelo e profundo entendimento das necessidades do consumidor; ¾ Novos modelos e métodos para garantir a segurança dos produtos e as estratégias globais de assun-

tos regulatórios; ¾ Sistema de Cosmetovigilância, que monitora possíveis efeitos adversos dos produtos, ampara o con-

sumidor fi nal e alimenta o processo de inovação; ¾ Foco em entendimento científi co de elementos controversos e estratégia de substituição; ¾ Entendimento sistêmico sobre o bem-estar e suas correlações nas dimensões físicas, emocionais,

culturais e sociais; ¾ Conceituação e desenvolvimento de novos produtos que alimentam um fl uxo contínuo de lança-

mentos em curto e longo prazo; ¾ Novas embalagens, formas inovadoras e diferenciadas de levar o benefício ao consumidor, com o

mínimo impacto ambiental; ¾ Transformação de desafi os socioambientais em oportunidades de negócio e produtos, incluindo o

uso sustentável de recursos naturais, da sociobiodiversidade, ecodesign e indicadores ambientais.

Entre as nossas principais iniciativas, lançamos produtos com conceitos profundamente ligados às nossas cren-ças, levando o consumidor a novas experiências e refl exões. Um exemplo é a linha antissinais Chronos, relança-da no ano passado, que inovou ao mostrar que as marcas do tempo podem ser diferentes entre as mulheres, mesmo que elas tenham a mesma idade. Dessa forma, desenvolvemos um produto de acordo com os sinais da pele e não apenas com a idade de nossas consumidoras.

A nova fragrância Amó, por sua vez, tem a intenção de estimular os sentidos, a intimidade e o encontro entre as pessoas. A linha procura levar os consumidores a refl etirem sobre suas relações e propõem um resgate do amor verdadeiro.

Da mesma forma, na nova linha de maquiagem Natura Una, refl etimos sobre a motivação do ato de se pintar e suas simbologias. Além de matérias-primas de alto desempenho, a linha também inova em suas embalagens e nos ativos utilizados nos produtos, unindo sofi sticação e naturalidade.

A alta tecnologia a serviço da sustentabilidade também foi destaque com o lançamento dos refi s de sabonete para mãos Natura Erva Doce, fabricados com polietileno verde, feitos a partir da cana-de-açúcar. Trata-se do primeiro cosmético com esse tipo de embalagem do mercado, contribuindo para o cumprimento de nossa meta de reduzir os impactos de nossos produtos (leia mais nas páginas 86, Geração de Valor Ambiental).

INOVAÇÃO ABERTAA ampliação do escopo de inovação promovida em 2010 está integrada a nossa estratégia de inovação aberta (conhecida como open innovation), desenvolvida desde 2005, que baseia o desenvolvimento de novos produtos, processos e ferramentas em parcerias com centros de pesquisa e ciência no Brasil e no Exterior. Em 2010, promovemos parcerias com grandes centros de referência, como o Massachusetts Insti-tute of Technology, de Boston (EUA), e estreitamos relações com outros parceiros internacionais. Também formamos 27 colaboradores em gestão de inovação em um programa de certifi cação internacional da escola de negócios Hult Business School, em parceria com o IXL Center, uma capacitação creditada pelo Global Innovation Management Institute.

Aprimoramos os treinamentos oferecidos aos colaboradores para o desenvolvimento de competências para a inovação, incluindo ideias e conceitos, convergência de tecnologias, sustentabilidade e outros temas inspira-dores ligados a nossa Essência. Contabilizamos no ano passado mais de 8 mil horas de treinamento para os públicos de Inovação das Unidades de Negócio e das Diretorias da Marca e de Sustentabilidade. Além disso, mantivemos os treinamentos funcionais técnicos ligados às áreas mais tradicionais de ciência e tecnologia.

Acreditamos que o embasamento científi co, aliado à forma sistêmica de aquisição de conhecimento no modelo de inovação aberta propiciará a criação de conceitos e ideias inovadoras e de um plano de atua-ção de longo prazo e de maior valor para a Natura.

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NATURA CAMPUSCriado em 2007, o Programa Natura Campus de Inovação Tecnológica tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o fomento de parcerias com a academia. As instituições contribuem com o fi nanciamento conjunto dos projetos apresentados e com a viabilização de equipamentos, de bolsas científi cas e de materiais de pesquisa para os participantes.

O Portal Natura Campus (www.natura.net/campus) recebeu 6 mil acessos em 2010 e conta com uma base de dados de pesquisadores que procuram a Natura espontaneamente, que reúne 280 grupos de pesquisas ligados a 108 instituições de ciência e tecnologia. O site é uma importante ferramenta que facilita nosso relacionamento com a academia e foi atualizado no ano passado. Por meio dele, recebemos 13 novas propostas de nove insti-tuições, sendo duas delas já aprovadas e em processo de contratação.

Realizamos a segunda edição do Prêmio Natura de Inovação no ano passado, e o projeto vencedor foi um es-tudo do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares cujo objetivo é desenvolver uma metodologia não invasiva de diagnóstico do estado da pele. Realizado a cada dois anos, o prêmio, que tem apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é um reconhecimento à produção científi ca nacional e à sua contribuição para o processo de inovação tecnológica da Natura.

Recebemos, em 2010, R$ 900 mil de apoio fi nanceiro da Finep para projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Também obtivemos R$ 135,7 milhões de fi nanciamento do BNDES voltado à inovação, capacitação industrial, logística, e tecnologia da informação.

INOVAÇÃO COMERCIAL E NOS RELACIONAMENTOSA inovação comercial ganhou maior foco com a criação de um processo específi co. Também ampliamos o uso de ferramentas digitais para contatos e relacionamentos com consultoras e consumidores. Neste ano, 85% dos pedi-dos feitos pelas CNs foram realizados por meio da internet. Continuamos avançando em nosso relacionamento com as CNs por meio do blog Consultoria (www.blogconsultoria.natura.net) e pelo uso do microblog Twitter para divulgar nossas ações, produtos e ações de sustentabilidade às CNs (leia mais na página 56, Consultoras e CNOs).

Os acessos à Revista Natura Digital (www.natura.net) cresceram mais de 100% no período. Em fevereiro de 2011, lançamos a versão da revista para iPad (leitor digital em formato tablet), um aplicativo que possibilita um contato mais interativo com nossos produtos e conceitos, permitindo aos usuários, por exemplo, rotacionar os produtos em 360 graus. Além disso, nas páginas de maquiagem, é possível trocar a cor dos produtos exibidos na modelo e ter acesso a dicas de maquiagem. Nossas páginas no Facebook, no Twitter e os blogs também têm se mostrado estratégicas ferramentas de relacionamento para atender de maneira versátil nossos consumidores (leia mais na página 59, Consumidores).

Também relançamos o portal Natura Conecta (www.naturaconecta.com.br) em fevereiro de 2011, integrado às demais comunidades virtuais da Natura para seguir evoluindo na utilização de instrumentos virtuais no relaciona-mento com nossos públicos (leia mais na página 38, Qualidade das Relações).

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3.4 CONSTRUÇÃO COLETIVA

POR MEIO DE FERRAMENTAS INOVADORAS E COLABORATIVAS BUSCAMOS INCLUIR DIFERENTES PERSPECTIVAS E REFORÇAR A TRANSPARÊNCIA NA DIVULGAÇÃO DE NOSSOS RESULTADOS. ESSA ESTRATÉGIA É PARTE DO NOSSO OBJETIVO DE AMPLIAR, CADA VEZ MAIS, O ESPAÇO PARA A MANIFESTAÇÃO DOS NOSSOS PÚBLICOS DE RELACIONAMENTO.

Como parte da construção do conteúdo do relatório, contamos novamente com o Wiki Relatório, uma co-munidade virtual na plataforma Natura Conecta (www.naturaconecta.net) aberta a participação de todos os interessados nas atividades da Natura. Trata-se de uma experiência inovadora e colaborativa que nos auxilia a melhorar continuamente, captando as opiniões e sugestões de diferentes públicos.

Utilizado pela primeira vez no processo de relato anterior, as discussões nos fóruns virtuais deram origem à carta “A Natura que Compartilhamos”, publicada no relatório anual passado. Em 2010, não avançamos como o esperado devido à reformulação do Natura Conecta, relançado em fevereiro de 2011 (leia mais na página 38, Qualidade das Relações). Esperamos ampliar as discussões e transformar o Wiki Relatório em uma ferramenta de discussão ativa e constante.

Nesta nova edição, utilizamos o Wiki na construção da nova matriz de materialidade corporativa da Natura. Os temas prioritários defi nidos nos painéis de diálogo realizados no Brasil e em nossas Operações Internacionais foram abertos à votação na comunidade online. Mais de 150 pessoas participaram da votação e elegeram os temas de maior relevância. Os resultados serão incorporados na construção da nova matriz de materialidade, que será conhecida em 2011.

Em outra iniciativa para ampliar o diálogo, promovemos um painel para discutir o “Futuro do Relatório”. Rea-lizado em dezembro de 2010, o encontro envolveu especialistas em comunicação e sustentabilidade, além de colaboradores e fornecedores que trabalham na divulgação de resultados, para discutir melhorias e alternativas para o futuro em um horizonte de 20 anos. No debate, surgiram muitas ideias promissoras cuja viabilidade de implementação está sendo avaliada. Alguns dos temas debatidos estão alinhados com os nossos trabalhos, como a necessidade de criação de plataformas mais colaborativas, que permitam relatos mais freqüentes e tragam me-canismos para a busca de informações, e a formação de equipes multidisciplinares para a condução do processo de divulgação de resultados. A discussão teve continuidade na plataforma virtual.

Por fi m, e já um fruto do encontro sobre o Futuro do Relatório, realizamos a divulgação anual de resultados de forma ampliada. Além da tradicional videoconferência para investidores e analistas do mercado fi nanceiro, promovemos uma conferência para a apresentação dos resultados aberta à sociedade. O evento foi conduzido pelo diretor-presidente e pelo vice-presidente de Finanças, Jurídico e Tecnologia da Informação da Natura, que apresentaram os principais destaques econômicos, sociais e ambientais de 2010 e responderam a perguntas dos participantes no dia 25 de fevereiro de 2011.

Nosso objetivo é seguir ampliando essas oportunidades de colaboração para a construção do relato. O Natura Conecta é aberto a todos os interessados na Natura. Para participar, basta se cadastrar no endereço www.naturaconecta.com e ingressar na comunidade do Wiki Relatório.

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4. COM QUEM CAMINHAMOS

PROCURAMOS DESENVOLVER ESPAÇOS E

RELACIONAMENTOS DE

Q U A L I D A D EQUE PERMITAM A CRIAÇÃO CONJUNTA DE SOLUÇÕES PARA OS DESAFIOS FUTUROS.

Durante os diálogos realizados em 2010, envolvemos 824 pessoas em encontros presenciais entre colabora-dores, consultoras e consultores, acionistas, fornecedores, comunidades fornecedoras, consumidores, imprensa e comunidades do entorno. Incluímos ainda a participação de outros públicos como especialistas em temas específi cos, formadores de opinião e representantes do governo e de instituições da sociedade civil. Realizamos 22 painéis de engajamento, mais do que o dobro do realizado em 2009, quando ocorreram nove encontros.

Entre eles, painéis de diálogo realizados em nossas operações na América Latina: Colômbia, no México, no Peru e na Argentina, que fi zeram parte do processo de construção da matriz de materialidade. Nosso obje-tivo é compor uma matriz corporativa que refl ita os interesses dos públicos de todas as nossas operações e, com isso, incluir em nosso planejamento estratégico os temas que serão tratados de forma prioritária para os próximos anos. Em 2011, concluiremos o ciclo com a realização de um encontro no Chile (leia mais na página 136, Sobre o Relatório). Mais do que um salto quantitativo, registramos uma importante evolução qualitativa. Em um processo de coconstrução, levamos aos encontros discussões sobre temas e projetos prioritários, como, por exemplo, o mapeamento das externalidades da nossa cadeia produtiva em parceria com os fornecedores (leia mais na página 63, Fornecedores) e nas iniciativas sobre o uso sustentável do óleo de palma e da gestão do impacto dos resíduos sólidos de nossas operações (leia mais nas páginas 28 e 32, Temas Prioritários/Amazônia e Temas Prioritários/Impacto do Produto).

Relançamos a rede virtual Natura Conecta em fevereiro de 2011, agora incorporada a uma plataforma própria e integrada às demais comunidades virtuais da Natura. Por conta dessa mudança, não conseguimos evoluir como gostaríamos no uso dos recursos virtuais em nosso relacionamento, mas as atividades já foram retomadas e todas as pessoas interessadas em nosso negócio podem participar. Acesse www.naturaconecta.com.br. (Leia mais na página 37, Construção Coletiva).

4.1 QUALIDADEDAS RELAÇÕES

DESENVOLVEMOS PRÁTICAS ESTRUTURADAS DE GESTÃO DE RELACIONAMENTOS DESDE 2009, QUE BUSCAM A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE SOLUÇÕES. ESSA VISÃO É REFLETIDA, PRINCIPALMENTE, NOS PAINÉIS DE DIÁLOGOS QUE PROMOVEMOS COM NOSSOS PÚBLICOS E DOS EVENTOS VOLTADOS AO AUTODESENVOLVIMENTOE À AMPLIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA.

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Nas atividades de promoção do desenvolvimento individual, realizamos um Círculo Refl exivo sobre Biologia Cultural com o biólogo chileno Humberto Maturana e a professora de relações humanas Ximena Dávila, ati-vidade que tem por objetivo incentivar a ampliação de consciência dos participantes e criar condições para transformações positivas nos relacionamentos. Participaram das atividades 100 pessoas, representantes de dife-rentes públicos de relacionamento.

Promovemos ainda uma série de oito palestras dentro do programa “Você tem fome de quê?”, oferecendo a oportunidade da participação de outros públicos, além dos nossos colaboradores. O programa é realizado pe-riodicamente com encontros no horário do almoço em nossa sede em Cajamar. Em 2010, o programa contou a com a presença de importantes pensadores internacionais como o físico indiano Amit Goswami, o especialista em processo criativo Charles Watson, o professor do Massachusetts Institute of Technology Otto Scharmer e a professora zen-budista Diane Hamilton.

Também oferecemos 100 inscrições gratuitas para a Conferência Internacional do Instituto Ethos 2010, cujo tema foi “O Mundo sob Nova Direção – Sustentabilidade: Um Novo Contrato da Sociedade com o Planeta”.

Realizamos também, pela primeira vez, um reencontro com ex-colaboradores, que reuniu mais de 200 pessoas em Cajamar. Tivemos a oportunidade de homenagear e agradecer a cada um deles, além de buscar resgatar os vínculos e as relações de amizade e confi ança com este grupo.

PAINÉIS DE DIÁLOGO REALIZADOS EM 2010

PúblicoNúmero de participantes Data e local Principais temas discutidos

Consumidores 22 Janeiro/2010 Cajamar (SP)

Apreciação da estratégia da Natura nos pilares pro-dutos, canal e comportamento empresarial

Comunidade do entorno

10 Abril/2010 Cajamar (SP)

Apresentação da nova sistemática de destinação de recurso para os Conselhos Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCAs); discussão e fechamen-to dos princípios de relacionamento

Consultores e consultoras

33 Maio/2010 Cajamar (SP)

Diagnóstico de problemas e oportunidades para o aprimoramento das atividades de consultoria

Comunidade do entorno

19 Maio/2010 Itapecerica da Serra (SP)

Apresentação da nova sistemática de destinação de recursos para os CMDCAs; discussão e fechamento dos princípios de relacionamento

Comunidade do entorno

10 Junho/2010 Cajamar (SP)

Diálogo entre os grupos com apresentação dos projetos em desenvolvimento no município e arti-culação entre eles

Multistakeholder (Públicos diversos)

55 Julho/2010 Colômbia

Priorização de temas para matriz de materialidade corporativa

Multistakeholder (Públicos diversos)

65 Julho/2010 Argentina

Priorização de temas para matriz de materialidade corporativa

Multistakeholder(Públicos diversos)

40 Agosto/2010 Cajamar SP

Debate sobre o posicionamento e práticas da Na-tura em relação aos resíduos sólidos. As refl exões subsidiaram as diretrizes do novo projeto de gestão de resíduos

Comunidade do entorno

26 Agosto/2010 Itapecerica da Serra (SP)

Diálogo entre os grupos com apresentação dos projetos em desenvolvimento no município e arti-culação entre eles

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PúblicoNúmero de participantes Data e Local Principais temas discutidos

Consultora Natura Orientadora (CNO)

40 Agosto/2010Osasco (SP)

Diagnóstico de problemas e oportunidades para o aprimoramento das atividades de consultoria

Fornecedores 70 Agosto/2010 Cajamar (SP)

Discussão para levantamento dos impactos sociais e ambientais a que as cadeias de fornecimento estão expostas (mapeamento de externalidades)

Consultores e consultoras – Regional Central do Brasil

22 Outubro/2010Belo Horizonte (MG)

Diálogo com consultoras de até 1,5 ano de ativi-dade para diagnosticar os principais problemas e oportunidades de melhoria no início da atividade de consultoria

Ex-consultores e consultoras –Regional Central do Brasil

11 Outubro/2010Belo Horizonte (MG)

Diálogo com ex-consultoras que deixaram a Natura em menos de 1,5 ano de atividade para diagnosticar os principais problemas e oportuni-dades de melhoria

Consultores e Consultoras Natura Orientadores (CNOs) – Regional Central do Brasil

31 Outubro/2010Rio de Janeiro (RJ)

Diálogo com CNOs com até 1,5 ano de atividade para diagnosticar os principais problemas e oportu-nidades de melhoria no início da atividade de CNO

Ex-Consultores e Consultoras Natura Orientadores (CNOs) – Regional Central do Brasil

20 Outubro/2010Rio de Janeiro (RJ)

Diálogo com ex-CNOs que deixaram a Natura em menos de 1,5 ano de atividade para diagnosticar os principais problemas e oportunidades de melhoria

Comunidades fornecedoras e benefi ciadores

60 Novembro/2010 Cajamar (SP)

Devolutiva dos temas tratados nos painéis de diálo-go de 2009; avaliação do Bioqlicar e discussão sobre cenários futuros e oportunidades conjuntas

Multistakeholder (Públicos diversos)

40 Novembro/2010 Peru

Priorização de temas para matriz de materialidade corporativa

Multistakeholder (Públicos diversos)

40 Novembro/2010 Cajamar (SP)

Discussão sobre o posicionamento da Natura a res-peito do uso do óleo de palma e construção de um modelo sustentável para a produção deste insumo na região amazônica

Multistakeholder (Públicos diversos)

30 Dezembro/2010 São Paulo (SP)

Diálogo sobre o futuro desejado e evoluções neces-sárias para o Relatório Anual da Natura

Multistakeholder (Públicos diversos)

65 Dezembro/2010 Cajamar (SP)

Devolutiva sobre as ações da Natura nos temas prioritários de sustentabilidade e nova priorização de temas para matriz de materialidade corporativa

Multistakeholder (Públicos diversos)

45 Dezembro/2010 México

Priorização de temas para matriz de materialidade corporativa.

Fornecedores da marca

70 Dezembro/2010Cajamar (SP)

Diálogo com parceiros estratégicos e colaboradores que atuam na produção das principais expressões da nossa marca para a refl exão sobre os desafi os e a estratégia de curto e médio prazos para evolu-ções dessas expressões

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OUVIDORIAA Ouvidoria Natura é um canal de diálogo formal entre a empresa e os colaboradores, os terceiros residentes e os fornecedores (Brasil). As contribuições recebidas nos ajudam a monitorar o cumprimento dos Princípios de Relacionamento, compromissos e expectativas inspirados na nossa Essência que orientam nossas ações em diferentes frentes de contato. O canal também pode ser acessado por ex-colaboradores.

Após o registro, as manifestações são analisadas pela equipe da Ouvidoria e encaminhadas para o gestor res-ponsável. Entre as questões recebidas pelo canal estão críticas, denúncias a respeito de desvios de conduta, sugestões, elogios e consultas. No histórico da Natura, não temos registro de discriminação. Todas as mani-festações que constituem prováveis desvios são reportadas ao Comitê de Ética, que tem a participação do diretor-presidente da empresa. Quando necessário, o apoio da auditoria interna é solicitado (leia mais na página 21, Governança).

NÚMERO TOTAL DE MANIFESTAÇÕES RECEBIDAS POR MEIO DO CANAL OUVIDORIA

2008 2009 2010Público interno Brasil 783 1.096 1.120Público interno Latam 26 13 18Fornecedores Brasil 19 13 17Consultoras Brasil1 52 34 8Total 880 1.156 1.163

1. Dados referentes ao piloto em uma gerência de vendas da Grande São Paulo.

Anualmente, a Ouvidoria da Natura realiza, com os colaboradores do Brasil, uma pesquisa de satisfação sobre os serviços prestados pelo canal. Em 2010, atingimos 97% de satisfação, resultado que consideramos estatisti-camente equivalente ao de 2009 (98%). Não realizamos pesquisas com os colaboradores das Operações In-ternacionais, fornecedores e consultoras e consultoras por ainda não existir amostragem estatística signifi cativa para esta medição.

PÚBLICO INTERNO DA OPERAÇÃO BRASIL

Em 2010, registramos 1.120 manifestações realizadas pelo público interno do Brasil. O percentual de ques-tões tratadas, que era de 83% em 2009, caiu para 52% no ano passado. Essa mudança de comportamento do canal se deve à nossa decisão de reforçar os critérios da Ouvidoria com o objetivo de fomentar o diálogo entre colaboradores e gestores e criar uma cultura de utilização do canal para tratar em última instância de questões críticas. Dessa maneira, promovemos redirecionamentos de demandas técnicas (relativas a proces-sos, políticas, procedimentos e infraestrutura) para as áreas gestoras.

Outras mudanças no comportamento do canal podem ser observadas. Registramos diminuição das ocorrên-cias anônimas, que reforçaram a consolidação do canal como mecanismo adicional de diálogo e relaciona-mento para colaboradores e terceiros residentes no Brasil.

O processo mais citado na Ouvidoria foi o de gestão de pessoas com 53%, com destaque para os benefícios, como assistência médica e odontológica, transporte e alimentação, entre outros. Vale lembrar que, em 2009, o índice desse processo foi de 73%.

PERFIL DAS MANIFESTAÇÕES PÚBLICO INTERNO BRASIL

Críticas 77% Elogios 10% Consultas 7%Sugestões 4% Denúncias/desvios éticos 2%Total de manifestações 1.120

1. SATISFAÇÃO COM O CANAL DE OUVIDORIA(%)1

1. Resultado refere-se às respostas positivas para a pergunta: “Está satisfeito com esse canal de diálogo?”.

96

2008

98

2009

97

2010

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PRINCÍPIOS DE RELACIONAMENTO

Em 2010, revisamos os Princípios de Relacionamento Natura, conjunto de compromissos que orientam nos-sas ações e atitudes cotidianas, e evoluímos o conteúdo com o detalhamento de dois princípios: confl itos de interesses e favorecimentos pessoais. Específi cos para colaboradores e terceiros residentes, esses princípios agora contemplam esclarecimentos sobre recebimento e envio de presentes, realização de viagens, contra-tação de fornecedores e o exercício de atividades paralelas que possam entrar em confl ito com o trabalho na Natura.

Com essa iniciativa, conseguimos orientar melhor nossos colaboradores para que eles não se coloquem em situações que sejam ou possam ser interpretadas como potenciais confl itos de interesses ou favorecimentos pessoais. Provocamos a refl exão, ampliando a consciência a respeito dos temas tratados, reforçando que o conhecimento e o cumprimento dos Princípios são responsabilidades individuais.

OUVIDORIA INTERNA LATAM

Em 2010, observamos um aumento no volume manifestações nas Operações Internacionais, passando de 13, em 2009, para 18 com uma concentração de manifestações no Peru, provenientes, principalmente, de ex-co-laboradores desligados por questões éticas, analisadas e comprovadas em um processo que envolveu diferen-tes áreas da Natura. Reduzimos as comunicações anônimas, com o percentual de manifestações identifi cadas, saltando de 31% para 50% em 2010. As ocorrências anônimas são, em sua maioria, assinadas por grupos. A tratativa das manifestações envolve, principalmente, a alta gestão e a área de Pessoas e Comunicação. Por fi m, dentre o perfi l dos manifestantes, destacam-se as Gerentes de Relacionamento, com 44%, diferentemente do público da Operação Brasil, em que o canal é mais acessado pelo público operacional e administrativo.

FORNECEDORES

Em 2010, também registramos um pequeno aumento nas manifestações dos fornecedores, de 13 no ano anterior para 17. Esse aumento está concentrado em críticas. O volume de denúncias caiu de 50%, em 2009, para 18% das manifestações no ano passado. Dentre o perfi l de manifestantes, destacam-se os fornecedo-res de serviços, com 88%, e produtivos, com 12%. Todas as manifestações foram identifi cadas, ou seja, não tivemos nesse canal nenhum acesso realizado de forma anônima, diferentemente de 2009, quando 38% das manifestações de fornecedores de serviços foram anônimas.

CONSULTORES E CONSULTORAS

O canal formal de atendimento de nossas consultoras e consultores é a Central de Atendimento Natura (CAN). A Ouvidoria atua nos casos que não foram solucionados pelo CAN. Também modifi camos alguns critérios para capturar as demandas comportamentais (como, por exemplo, difi culdade de contato com as CNOs e gerentes de relacionamento, pedidos não solicitados, entre outros) e garantir que as questões téc-nicas sejam tratadas pelo canal. Tratamos 5.335 manifestações desse público em 2010 (leia mais sobre CNs na página 56).

CONSUMIDORES

Nossos consumidores contam com o Serviço Natura de Atendimento ao Consumidor (SNAC). No entanto, a exemplo do atendimento a consultoras e consultores, também colaboramos com a tratativa de casos es-peciais, não solucionados pelo SNAC, como, por exemplo, insatisfação com a substituição de algum produto. Em 2010, também modifi camos o critério, passando a dar mais suporte às áreas Jurídica e de Imprensa, cuja necessidade de resposta é muito rápida. Em 2010, tratamos 730 questões deste público (leia mais sobre Consumidores na página 59).

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4.2 COLABORADORES

SABEMOS QUE OS BONS RESULTADOS DAS NOSSAS AÇÕES NESSES MAIS DE 40 ANOS SÓ FORAM ALCANÇADOS PORQUE POSSUÍMOS UM TIME DE COLABORADORES PREPARADOS E ALINHADOS À NOSSA ESSÊNCIA. MANTER A QUALIDADE DESSA RELAÇÃO É UM DOS PRIMEIROS PILARES PARA PROMOVER O DESENVOLVIMENTO E GERAR VALOR DE MANEIRA SUSTENTÁVEL.

Com essa visão, a gestão de pessoas da Natura vem sendo aperfeiçoada ao longo dos últimos anos, alinhada ao nosso projeto de crescimento. Considerada tema prioritário em sustentabilidade, a educação ganhou mais foco em nossas ações. Construímos programas de desenvolvimento e formação para diferentes níveis da companhia, fortalecemos a construção da cultura organizacional e criamos processos mais efetivos de atração, além de concluir a formação das equipes das Operações Internacionais.

NÚMERO DE COLABORADORES1 2

2008 2009 2010Brasil 4.386 4.821 5.509Argentina 306 331 395Chile 222 264 293México 277 335 329Peru 290 296 293Colômbia 135 168 170França 32 45 48Total 5.648 6.260 7.037

Outros contratos de trabalho3

Aprendizes 12 10 152 Estagiários 66 47 68Temporários4 445 340 128Terceiros residentes5 1.787 1.310 2.065

1. Dados consolidados em 31 de dezembro de 2010.2. A operação na Venezuela foi encerrada em 2009, a operação tinha 50 colaboradores em 2008.3. Incluem as operações Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México.4. Consideram-se temporários os contratados por tempo determinado em regime de CLT por agência de emprego e com subordinação.5. Consideram-se terceiros residentes os fornecedores que prestam serviços à Natura e que fi cam instalados ou acessam os espaços por um período superior a seis meses. Contempla Cajamar, Itapecerica da Serra, Barueri, São Paulo, e as Operações Internacionais. O escopo do indicador foi alterado em 2010, mas não foi possível revisar a base histórica em função da mudança na classifi cação e defi nição do conceito de terceiros.

Consequência do crescimento signifi cativo da Natura e da expansão dos nossos negócios em países da América Latina, nosso quadro funcional cresceu 12,4% em 2010. A evolução da nossa atuação internacional trouxe mais um desafi o, tornando nossa estrutura mais complexa e marcada por diferenças culturais. Queremos afi nar nossos processos internos e estender as melhores práticas aos colaboradores dos demais países onde estamos presentes.

Nossa pesquisa de clima organizacional apontou queda de um ponto percentual no índice geral de qualidade do ambiente de trabalho, com 73% de favorabilidade entre nossos colaboradores. O indicador também fi cou abaixo da meta de 76%1 .

Na Operação Brasil o índice permaneceu em 72%. Atingimos um crescimento signifi cativo no público administra-tivo e mantivemos um resultado elevado na força de vendas.

Apesar de nossos esforços, houve queda na favorabilidade do público operacional, o que nos leva a concluir que ações como o Programa Renovação e sua vertente de desenvolvimento e carreira, o Meu Caminho (leia mais na página seguinte, Educação), ainda não atingiram plenamente seus objetivos. A implementação do programa ocorreu no segundo semestre de 2010 e acreditamos que seus benefícios serão percebidos com mais nitidez a partir de 2011.

1. Por um erro de cálculo registramos no relatório passado meta de 77%.

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Segundo avaliação do público operacional, evoluímos em fatores como Liderança, Gestão de Desempenho, Desenvolvimento, Comunicação, Qualidade do processo decisório, além de Remuneração e Benefícios, frentes mais avançadas do Programa Renovação. Em 2011, queremos consolidar os temas Carreira e Gestão.

Outro ponto a ser trabalhado, especialmente entre o público administrativo, é o gerenciamento dos nossos espaços físicos, que não estão mais adequados à nova realidade e, já no primeiro semestre de 2011, vamos inaugurar novas instalações para nossas operações.

Também registramos queda do indicador nas Operações Internacionais. Atribuímos esse resultado a fatores pontuais em países como Argentina, Chile e Peru, e também às mudanças ocasionadas pela implementação da nossa estratégia de negócios internacional, que modifi cou processos e gerou reestruturações em alguns países.

Na Argentina, problemas na implementação do novo sistema de pedidos pela internet e uma greve de empresas de logística que paralisou parte das nossas atividades por dois dias impactaram o clima. No Chile, a transferência do centro de distribuição, sem conseguir garantir, inicialmente, as condições ideais de trabalho, interferiu na sa-tisfação dos colaboradores. Além disso, o terremoto de fevereiro de 2010 exigiu um esforço extra de trabalho na reconstrução da operação. Por fi m, no Peru, tivemos mudança do time de liderança e reestruturação da unidade para adequá-la ao projeto de crescimento da Natura, situações que podem ter afetado a qualidade da relação. Esses fatores foram solucionados e ainda em 2010 restabelecemos as condições adequadas de trabalho.

Nosso compromisso para 2011 é aprimorar a execução das nossas estratégias e investimentos para o crescimento da área internacional, procurando elevar a qualidade das relações que estabelecemos com os colaboradores dessas localidades.

PESQUISA DE CLIMA – FAVORABILIDADE (%)1 2

2008 2009 2010Brasil 69 72 72Argentina 80 77 64Peru 77 78 71Chile 83 77 69México 85 84 82França 60 75 72Colômbia 84 88 84Natura 72 74 73

1. Equivale a porcentagem de colaboradores que classifi caram 4 e 5 (top 2 Box) em uma escala de 0 a 5 pontos. A favorabilidade consi-dera questões como gestão, ambiente de trabalho e carreira.2. A metodologia da pesquisa foi adaptada para incorporar a avaliação dos direcionadores de cultura. A mudança, no entanto, não com-promete a comparabilidade com os resultados dos anos anteriores.

Também mensuramos a lealdade dos colaboradores da Operação Brasil. Reportamos pela primeira vez esse in-dicador, monitorado pela Natura desde 2009, que cruza informações da satisfação geral, a intenção de continuar na Natura e de recomendar a empresa. Em 2010, atingimos 30% nesse indicador, um ponto percentual abaixo do ano anterior. Para 2011, queremos atingir 32% de lealdade nesse que passará a ser o principal indicador de avaliação da qualidade da relação.

EDUCAÇÃOA educação foi um assunto de grande destaque na relação com nossos colaboradores em 2010. Apesar de não ter-mos alcançado a meta de 100 horas de treinamento por colaborador no Brasil, chegamos a 90 horas, e consideramos os avanços bastante signifi cativos. Para 2011, estenderemos esse acompanhamento para as Operações Internacionais..

MÉDIA DE HORAS DE TREINAMENTO, POR ANO, POR COLABORADOR, DISCRIMINADA POR CATEGORIA FUNCIONAL, NA OPERAÇÃO BRASIL1

2008 2009 2010Operacional 105 86 90Administrativo 90 79 90Gerência 68 61 83Diretoria 9 78 67Total² 94 82 90

1. Contempla o treinamento da Força de Vendas (gerentes de vendas e gerentes de relacionamento).2. Contempla o total de horas de todos os níveis dividido pelo total de colaboradores em dezembro do ano correspondente.

O atraso do programa de qualifi cação do público operacional e nossa estimativa ousada de adesão à iniciativa na sua fase inicial estão entre os motivos para o resultado abaixo da meta que estipulamos para o ano.

Esse programa específi co de desenvolvimento para os colaboradores da área operacional está atrelado à evo-lução de carreira. Por meio de cursos de capacitação, os colaboradores ampliam seu repertório e habilitam-se

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para ocupar novas funções na Natura. As primeiras turmas tiveram a participação de cerca de 30% do total do público operacional. Oferecemos aulas em todos os horários da operação, inclusive aos fi nais de semana, e turmas adaptadas para os defi cientes auditivos.

Na mesma linha, desenvolvemos um programa específi co de formação de menores aprendizes que, além da qualifi cação técnica exigida por lei, conta com uma formação adicional promovida pela Natura com disciplinas que debatem temas como resgate de valores e construção de planos de vida e carreira.

O programa para aprendizes promoveu a contratação de 134 jovens em 2010, ampliando as oportunidades oferecidas a esse público. A aprendizagem técnica do programa foi estruturada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

Tivemos a participação de mais de 2 mil candidatos no processo seletivo. A alta procura, além de confi rmar a atratividade da Natura, evidenciou a necessidade de novas oportunidades para os jovens. Assim, após o processo seletivo, convidamos os 500 fi nalistas para participarem de uma palestra sobre carreira como for-ma de contribuir com o desenvolvimento profi ssional daqueles que não ingressaram na empresa. Também desejamos estender a atuação do programa oferecendo uma melhor preparação para ampliar as chances de aprovação futuras desses jovens na Natura e nas seleções de outras empresas (leia mais na página 68, Comunidade do Entorno).

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO E TREINAMENTO DE COLABORADORES (EM R$ MIL)1 2

Operação 20084 2009 2010Brasil 14.062,0 20.221,3 25.744,0Argentina 162,5 103,3 96,0Chile 82,7 164,6 130,7México3 473,8 526,3 584,1Peru 74,9 222,7 216,2Colômbia3 12,8 21,9 41,1França 73,4 51,0 103,2Total 14.942,1 21.311,1 26.915,3

1. Os dados em reais foram convertidos para dólar por US$ 1: 2008 - R$ 1,84; 2009 - R$ 1,74; 2010 – R$ 1,76.2. O dado de investimento Brasil incorpora o da Educação Corporativa, incluindo os cursos com Trabalhos de Time, e treinamento Força de Vendas (gerentes de vendas e gerentes de relacionamento). Nas Operações internacionais incorpora os cursos de educação para colabo-radores, incluindo as gerentes de relacionamento e trabalhos de time.3. Os dados históricos do México e da Colômbia apresentavam inconsistências e foram recalculados.

4. A operação na Venezuela foi encerrada em 2009 e o investimento em educação em 2008 foi de 98,1.

Em 2010, promovemos ainda atividades de educação específi cas para a área de inovação, com foco nos colaboradores de pesquisa e desenvolvimento. Investimos no uso de novos formatos e metodologias, pro-movendo cursos presenciais e virtuais, além de rodas de diálogo e discussão e ofi cinas. Contamos ainda com o Programa Natura Educação que concede bolsas de estudos para os colaboradores e seus familiares para estimular a aprendizagem contínua. Em 2010, investimos R$ 862 mil no programa (veja quadros).

PROGRAMA NATURA EDUCAÇÃO¹ (OPERAÇÃO BRASIL)

2008 2009 2010Bolsas concedidas 473 611 546Bolsas concedidas/inscrições (%) 32,6 48,3 43,2Valor investido no programa Natura Educação (R$ milhares) 720 841 862

1. São considerados atendidos todos os colaboradores inscritos e contemplados durante o ano.

PROGRAMA NATURA EDUCAÇÃO - CURSOS REALIZADOS POR COLABORADORES OU FAMILIARES SUBSIDIADOS TOTAL OU PARCIALMENTE PELA NATURA (OPERAÇÃO BRASIL)1

2008 2009 2010Técnicos/profi ssionalizantes 48 77 47Idiomas 118 117 134Pré-vestibular 11 6 5Universitários 219 292 259MBA e pós-graduação 77 119 101

1. São considerados atendidos todos os colaboradores inscritos e contemplados durante o ano.

Todos os novos colaboradores da Operação Brasil (incluindo os terceiros residentes) realizam treinamento de integração nos quais são abordados temas ligados aos direitos humanos, ao meio ambiente e à responsabilidade social. Essas questões também são tratadas em palestras abertas a todos os colaboradores. No total, oferecemos 5.593 horas de treinamento nesses programas em 2010. Embora não haja um treinamento específi co para ques-tões ligadas à corrupção e aos direitos humanos, todos os novos colaboradores tomam ciência dos Princípios

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de Relacionamento da Natura, que são inspirados na Declaração dos Direitos Dumanos. Por meio dos princípios, posicionamo-nos ofi cialmente no combate à corrupção – proibindo atitudes que se caracterizem por propina, cor-rupção e suborno.

Nossa equipe da segurança interna de Cajamar recebeu treinamento específi co sobre direitos humanos, técnicas de abordagem e revista para atuar nas revistas aleatórias na unidade de Cajamar. Projeto implementado de forma piloto em 2010, a revista é realizada em funcionários de todos os níveis da empresa, defi nidos por ordem aleatória por sensores eletrônicos instalados nas saídas do estacionamento e do terminal de ônibus, e tem como objetivo a preservação patrimonial.

CULTURA ORGANIZACIONALA evolução da cultura organizacional tem por objetivo construir os alicerces da nossa Visão de Futuro, mantendo e reforçando a nossa Essência entre os colaboradores. Essa evolução se dará pelo alinhamento do comporta-mento dos indivíduos, das estratégias, planos, processos e rituais de relacionamento à cultura desejada.

Para tanto, elaboramos em 2010 um conjunto de sete direcionadores (conheça quais são na página 4) que, inspirados em nossa Essência, têm como objetivo orientar de forma clara nossas escolhas e atitudes, eviden-ciando os comportamentos e valores que esperamos ver refl etidos em nossa empresa.

A elaboração dos direcionadores foi fruto de um processo colaborativo que envolveu os fundadores da em-presa, os membros do Comitê Executivo e o time de liderança. Também nos baseamos nas refl exões promo-vidas em 2009 com cerca de 150 colaboradores dos públicos administrativo, operacional e força de vendas.

A disseminação para todos os públicos da Natura se dará em 2011, quando também revisaremos os princi-pais rituais, símbolos e sistemas da organização e estabeleceremos procedimentos que garantam a contínua valorização e reafi rmação da nossa Cultura.

LIDERANÇA O desenvolvimento de uma equipe de liderança aderente a nossa Essência é um elemento fundamental para sustentar o crescimento da Natura. Por isso, temos investido na formação e evolução dos nossos quase 600 líderes no Brasil e no exterior. Como resultado, alcançamos, em 2010, um grande aproveitamento interno das vagas disponíveis para a liderança, de 62%, incluindo todas as nossas operações.

Em 2011, iniciaremos um novo plano de educação específi co para a liderança que prevê o desenvolvimento das competências desejadas e do fortalecimento da cultura organizacional. O projeto terá aulas presenciais e à distância, grupos de estudo formados por pessoas com interesses semelhantes, ofi cinas e ações que es-timulem trocas de conhecimento.

Faz parte da nossa estratégia de formação da liderança a elaboração de planos sucessórios. Mapeamos as posições críticas e seus potenciais sucessores e encerramos 2010 com 40% das posições de curto, médio e longo prazos com plano de sucessão defi nido.

Atualmente, nossos líderes contam com um acompanhamento da carreira feito por consultores externos. E, a partir de 2011, implementaremos um projeto piloto em que membros internos, do Comitê Executivo e do Conselho de Administração se tornarão mentores e acompanharão a evolução do líder a longo prazo.

Passamos a analisar o desenvolvimento da carreira desses líderes por meio da avaliação 360 graus, que en-globa a análise do indivíduo a partir de uma autoavaliação e da percepção de superiores, pares, subordinados, além de outros públicos como fornecedores. Mais transparente e participativa, a avaliação aborda ainda as questões de aderência à Essência e desempenho. Por meio de processos de engajamento, os líderes também avaliam seus propósitos de vida dentro e fora da Natura e, somada às avaliações externas, elaboraram um plano de desenvolvimento para os próximos cinco anos. Em 2011, temos o desafi o de expandir esta atividade para os públicos administrativo e operacional.

ATRAÇÃO E ENGAJAMENTOPara garantir a efetividade de todas as mudanças que estamos promovendo na gestão de pessoas, é preciso contar com processos de recrutamento e seleção que tragam não só candidatos capacitados tecnicamente, mas que também possam se engajar à empresa por meio de propósitos e valores alinhados aos nossos.

Em 2010, implementamos um novo modelo de atração que refl ete esse posicionamento e vai além das etapas tradicionais de seleção. Buscamos estimular uma refl exão sobre vida e carreira, permitindo ao candidato olhar o processo seletivo como uma oportunidade de desenvolvimento, independente da escolha fi nal, e concluir as etapas com retornos importantes. Esse processo foi estruturado no ano passado e será aplicado em 2011.

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Esse modelo já foi aplicado ao programa de trainee, em 2009, baseado na atração por valores. Com dois anos de duração, os 35 jovens selecionados participaram de uma seleção abrangente, pautada pela diversidade, sem exi-gências quanto às universidades ou à fl uência em línguas e com limite de idade ampliado para 28 anos.

Ainda que tenhamos alcançado excelente aproveitamento interno para vagas abertas no time de liderança, não conseguimos cumprir a meta desejada para o ano. Nosso índice, em comparação a 2009, caiu 25 pontos percen-tuais, queda ocasionada pelo crescimento da empresa e pelo interesse em incorporarmos à Natura competências estratégicas de mercado. Para reverter esse índice, relançamos nosso programa de oportunidades, que estimula os colaboradores a buscar ascensão profi ssional e foca na escolha consciente de todos os envolvidos no processo – do candidato ao gestor da vaga, passando pela área de Recursos Humanos. Em 2011, ele será estendido às Ope-rações Internacionais. Também fl exibilizamos os critérios de elegibilidade e fortalecemos as ações de divulgação das vagas abertas.

Para as nossas unidades fora do Brasil oferecemos uma bolsa global de oportunidades que permite a migração do colaborador para outros países, proporcionando a formação de um time multicultural e o intercâmbio de saberes e experiências.

Nas Operações Internacionais, nossa estratégia é ter equipes mistas entre colaboradores que já conhecem e são sensíveis a nossa proposta de valor, para manter e disseminar nossa cultura e, também, pessoas com conhecimento dos mercados. Em todos os países onde atuamos, a maior parcela do quadro funcional é de profi ssionais locais.

Entre os membros da alta gerência, formados por gerentes seniors, recrutados na comunidade local temos índice de 100% na França, 67% na Argentina, 33% no Chile e na Colômbia e 17% no México. No Peru ainda não temos integrantes locais.

Todos os nossos colaboradores com mais de três meses de casa participam do Programa de Gerenciamento de Desempenho (PGD) e recebem feedback regularmente durante o ciclo de avaliação, além de estruturarem seu plano de desenvolvimento individual.

Em 2010, ampliamos o escopo da análise, visando tornar o gerenciamento do desempenho mais claro na ava-liação dos nossos colaboradores e oferecer feedbacks mais assertivos e efi cientes.

ROTATIVIDADE Registramos uma pequena variação no turnover dos colaboradores da Operação Brasil em 2010 (veja tabela). O aumento da taxa de rotatividade se deve, principalmente, pela decisão da Natura em desligar colaboradores com baixo desempenho e comprometimento com as equipes.

Em nossas Operações Internacionais, tivemos uma expressiva queda na taxa de rotatividade do México, resul-tado de um plano de ação que trabalhou melhor na defi nição dos perfi s desejados, recrutamento, seleção e acompanhamento dos novos colaboradores na operação. A alteração no Peru se deve, principalmente, à rees-truturação da área comercial e adequação do perfi l dos colaboradores à estrutura para o desenvolvimento na região. No Chile, a alta foi puxada, especialmente, pela contratação temporária após o terremoto, que atingiu o país em fevereiro de 2010.

ROTATIVIDADE DE COLABORADORES (%)

2008 2009 2010Brasil 12,4 7,5 8,4Argentina 16,6 12,5 12,3Chile 13,9 13,6 16,4México 42,7 25,3 11,6Peru 12,2 16,6 26,6França 35,0 15,5 12,6Colômbia 35,4 39,7 21,0

1. Apesar de monitorarmos os dados por faixa etária e gênero, não consideramos estes materiais para nosso negócio.

TOTAL DE DESLIGAMENTOS

2008 2009 2010 Brasil 891 551 641Argentina 50 38 40Chile 29 36 49Peru 33 49 75Colômbia 35 31 37México 121 81 38França 20 11 5

1. APROVEITAMENTO INTERNO - VAGAS OFERECIDAS/OCUPADAS POR COLABORADORES (%)

2008 2009 2010

6171

36

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VOLUNTARIADOEstamos reestruturando o programa de voluntariado empresarial em 2011 para estimular a participação de nossos colaboradores com o objetivo de oferecer oportunidades de transformação por meio da ação volun-tária. Em 2010, registramos 57 participantes. Os colaboradores que se inscrevem nas atividades participam de ações sociais durante o horário de trabalho e, em alguns casos, nos fi nais de semana.

DIVERSIDADEA construção de uma sociedade mais justa e sustentável passa, necessariamente, pela valorização da diversidade. Acreditamos que cada país possui suas particularidades e consideramos que, no Brasil, o principal desafi o é a inclusão social, não sendo garantia de diversidade apenas a inserção de estratifi cações como idade e gênero.

Acreditamos que o melhor caminho para essa inclusão é por meio da educação. O estímulo das empresas para elevar a qualidade da educação, que deve extrapolar as fronteiras da organização, é capaz de gerar alto grau de inclusão, além de evolução pessoal e profi ssional (leia mais nas páginas 30 e 92, Temas Prioritários/Educação e Geração de Valor Social).

Também incluímos nesse olhar sobre a diversidade o nosso conceito de multiculturalidade, ou seja, ter em nossos quadros líderes estrangeiros ou com experiências em outras sociedades, culturas e sistemas de valores como forma de aprimorar nosso relacionamento com todos os públicos e nossa percepção de cada região onde atuamos. Em nossas unidades, 23% dos líderes têm experiências em outros países.

Embora tenhamos evoluído em nossa visão sobre o tema, sabemos que ainda precisamos avançar em nosso direcionamento sobre diversidade e implementar ações mais efetivas

MULTICULTURALIDADE1 2

2008 2009 2010Total de líderes estrangeiros ou com experiência internacional n.d 12 27Percentual de líderes estrangeiros ou com experiência internacional em relação ao total de líderes (%) n.d 13 23

1. Contemplados os líderes gestores de processo, de negócio e globais.2. Consideramos experiência internacional em vigor ou passadas na Natura em operações diferentes da nacionalidade da do colaborador e com tempo mínimo de dois anos.

Em 2010, tivemos um aumento no número de contratação de pessoas com defi ciência, mas fi camos um pouco aquém da cota mínima de 5% exigida por lei em função da ampliação do quadro funcional superior ao cresci-mento na contratação desses colaboradores. Estamos aprimorando nosso programa que prevê o desenvolvi-mento não apenas para as pessoas com defi ciência, mas também para seus gestores, além da contratação de pessoas com diferentes tipos de defi ciência. Acreditamos que, muito mais do que cumprir a cota de contratação, temos responsabilidade na sua interação com a empresa, a sociedade e colegas, por isso ampliamos o treina-mento de competências básicas, do qual participaram 217 pessoas, quase o triplo do ano anterior. Concluímos ainda a formação de 57 colaboradores em libras para atuarem como facilitadores de inclusão das pessoas com defi ciência auditiva.

DIVERSIDADE ¹

2008 2009 2010Total de colaboradores Brasil 4.386 4.821 5.509

Mulheres Em relação ao total de colaboradores (%) 63,7 60,5 60,7Em cargos gerenciais em relação ao total de cargos gerenciais (%) 52,3 51,9 54,2Em cargos de diretoria em relação ao total de cargos de diretoria (%) 19,2 17,6 21,7

Acima de 45 anos Em relação ao total de colaboradores (%) 10,5 12,2 10,6Em cargos gerenciais em relação ao total de cargos gerenciais (%) 8,2 11,3 9,2Em cargos de diretoria em relação ao total de cargos de diretoria (%) 38,5 35,3 28,3

1. Não reportamos a classifi cação por minorias em função de um entendimento diferente sobre diversidade, que envolve conceitos mais

amplos de inclusão social.

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CONTRATAÇÃO E CAPACITAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (BRASIL)

2008 2009 2010Colaboradores portadores de defi ciência 237 236 249Pessoas com defi ciência sobre o total de colaboradores (%) 5,4 5,0 4,5Pessoas com defi ciência, capacitados no programa Competências Básicas Profi ssionais 39 67 217

REMUNERAÇÃONossas práticas de remuneração seguem política corporativa em todos os países. No entanto, quando necessário, realizamos a adequação de valores e de potenciais de ganho adaptados aos mercados locais.

A defi nição dos salários é feita com base em pesquisas referenciais no segmento de bens de consumo, nacionais ou multinacionais brasileiras, empresas listadas em Bolsa de Valores ou que possuam práticas de remuneração similares às nossas. A comparação é feita pelo escopo e complexidade das funções. Mantemos uma média salarial em linha com a praticada pelo mercado.

PROPORÇÃO DO SALÁRIO MAIS BAIXO COMPARADO AO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE EM CADA PAÍS

2008 2009 2010Brasil 1,2 1,1 1,4Argentina 1,5 2,0 1,7Chile 1,4 1,3 1,3Peru 1,6 1,7 1,0México 4,6 4,8 4,6Colômbia 1,1 1,6 1,1França 1,1 1,5 1,1

Voltado a atender ao crescimento e à internacionalização da empresa, contamos com um programa de expatria-ção que oferece um pacote de serviços e benefícios diferenciados, bem como oportunidades de desenvolvimento e carreira. Atualmente, temos 30 colaboradores expatriados nas Operações do Chile, da Argentina, do Peru, do México, da França e da Colômbia.

Contamos também com um modelo de Remuneração Variável adaptado às características de cada público, com forma de pagamento, metas e valores diferentes. O limite para a distribuição para o público não executivo é de 3% do Resultado Operacional. Em 2010, proporcionamos aos profi ssionais da área operacional, em média, três salários adicionais no ano.

Por meio dos acordos coletivos, nossos colaboradores tiveram um aumento salarial da ordem de 7,17% na Operação Brasil, em 2010. O grupo administrativo feminino, que absorve a força de vendas – gerentes de rela-cionamento e gerentes de vendas –, registrou um aumento superior ao acordo coletivo em virtude dos prêmios de vendas conquistados. Ao longo do ano, o crescimento do prêmio de vendas para o público feminino foi de 7,8% na comparação com 2009.

PROPORÇÃO DE SALÁRIO DAS MULHERES EM RELAÇÃO AOS HOMENS (POR CATEGORIA FUNCIONAL) (%)

2008 2009 2010Operacional -18,34 -15,59 -15,83Administrativo 13,56 32,80 30,43Gerência -4,38 -5,63 -4,44Diretoria -19,60 -18,62 -19,00

PERFIL DOS SALÁRIOS (R$) – MÉDIA SALARIAL MENSAL NA OPERAÇÃO BRASIL 1 2 3

2008 2009 2010Mulheres - total (R$) 4.352,0 4.755,1 4.943,6Salários médios mensais em cargos de produção 1.104,5 1.150,0 1.201,6Salários médios mensais em cargos administrativos 5.287,9 6.137,4 6.189,8Salários médios mensais em cargos gerenciais 12.341,1 13.105,1 13.351,0Salários médios mensais em cargos de diretoria 31.185,9 34.309,8 37.195,7 Homens - total (R$) 3.550,3 3.574,3 3.851,9Salários médios mensais em cargos de produção 1.352,5 1.362,3 1.427,5Salários médios mensais em cargos administrativos 4.656,4 4.621,5 4.745,5Salários médios mensais em cargos gerenciais 12.906,9 13.886,2 13.971,7Salários médios mensais em cargos de diretoria 38.788,7 42.162,5 45.919,0 continua...

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Acima de 45 anos (R$) 7.540,2 8.067,5 8.088,8Salários médios mensais em cargos de produção 1.676,3 1.712,7 1.770,2Salários médios mensais em cargos administrativos 8.161,9 8.961,0 9.166,3Salários médios mensais em cargos gerenciais 15.198,0 17.437,9 18.343,6Salários médios mensais em cargos de diretoria 38.395,8 38.242,9 44.089,5 Até 45 anos (R$) 3.653,3 3.850,4 4.095,0Salários médios mensais em cargos de produção 1.213,6 1.240,7 1.293,2Salários médios mensais em cargos administrativos 4.652,1 5.266,5 5.304,9Salários médios mensais em cargos gerenciais 12.379,8 13.068,4 13.144,4Salários médios mensais em cargos de diretoria 36.658,4 41.570,5 43.637,8

1. O cálculo não considera o pagamento do incentivo de curto prazo (Participação nos Lucros e Resultados).2. Foram considerados para efeito de cálculo deste indicador os prêmios pagos aos gerentes de vendas e às gerentes de relacionamento. Os colaboradores da força de vendas, quando distribuídos nas categorias, reforçam as médias salariais femininas pelo prêmio de vendas, excluindo-se os cargos de produção.3. Nesta edição, não reportamos a classifi cação por etnia por um entendimento diferente sobre diversidade, que envolve conceitos mais amplos de inclusão social.

Em todas nossas operações, seguimos os padrões e limites determinados pela legislação local quanto às prá-ticas de negociação coletiva. No Brasil, por exemplo, os acordos fi rmados com sindicatos abrangem todos os colaboradores.

Valorizamos e reconhecemos o direito de cada colaborador em ser representado por sua respectiva categoria sindical e não possuímos processos formais para identifi cação de operações em que o direito de exercer a liberdade de associação e negociação coletiva possa ser ameaçado. No entanto, nossos colaboradores têm a sua disposição a Ouvidoria da Natura, um canal aberto para o recebimento de qualquer tipo de denúncia (leia mais na página 41, em Qualidade das Relações). O relacionamento da Natura com os sindicatos é feito pela área de Recursos Humanos e promovemos encontros para discussão de pautas previamente agendadas com os representantes sindicais.

Mesmo que a notifi cação antecipada de mudanças operacionais não esteja especifi cada nos acordos de nego-ciação coletiva, sempre buscamos comunicar alterações com antecedência e, dessa maneira, abrir espaço para esclarecimentos.

No plano de previdência, cada colaborador decide com quanto deseja contribuir, em uma escala de 0% a 5% de seu salário, e a Natura contribui com 60% sobre o valor da contribuição básica feita pelo colaborador. O plano é opcional e aberto a participação de todos colaboradores na Operação Brasil. Com exceção das gerentes de relacionamento e de gerentes de vendas, que recebem prêmios proporcionais aos resultados alcançados, todos os nossos colaboradores são contemplados pelo 14º salário.

A Natura não conta com um programa formal de preparação dos colaboradores para aposentadoria, mas, em 2011, vamos implementar um projeto-piloto para nossas gerentes de relacionamento (GRs). O projeto prevê uma série de ofi cinas sobre a transição na carreira e pretente estimular a refl exão sobre o futuro. Também serão realizados ao longo do ano atendimentos individuais de apoio às GRs. Entre outros temas, essas reuniões vão tratar de planejamento de carreira, atividades alternativas como uma segunda ocupação e trabalho voluntário, investimentos e poupança. O programa é voluntário e visam as gerentes que estão próximas da aposentadoria. No futuro, o projeto deve ser expandido aos demais colaboradores.

BENEFÍCIOSNossa política de benefícios está centrada na ideia de oferecer a prática do bem estar bem a todos que traba-lham conosco. Conheça os benefícios oferecidos:

Benefícios oferecidos aos colaboradores da Operação Brasil:

Programa Natura Educação: bolsas de estudos para colaboradores e seus familiares

¾ Programa Construindo o Futuro (inclui a poupança incentivada): Estimula o hábito de poupar entre os colaboradores

¾ Berçário para fi lhos de colaboradoras com idade até 2 anos e 11 meses ¾ Apoio nos processos de adoção ¾ Plano de assistência médica ¾ Plano de assistência odontológica ¾ Check-up para colaboradores a partir do nível gerencial ¾ Reembolso parcial das despesas com medicamentos para doenças cardiovasculares, diabetes, insufi -

ciência renal, oncologia, doenças hepáticas, distúrbios neurológicos, doenças osteomusculares relacio-nadas ao trabalho e alterações psiquiátricas

¾ Telemedicina: eletrocardiograma por telefone nos casos de emergência

... continuação

1. CONTRIBUIÇÕES REALIZADAS PELA NATURA NO PLANO DE PREVIDÊNCIA DOS COLABORADORES (R$ MILHÕES)1

1. As contribuições da empresa aumentaram em função do fi m da situação superavitária do fundo de pensão.

3.076,0

2008

1.387,0

2009

2.527,8

2010

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¾ Programa Saúde em Movimento: incentivo à prática de atividade física. Avaliação médica, nutricional e do orientador físico antes do início das atividades

¾ Subsídio para academia para gerentes de relacionamento e gerente de vendas ¾ Cinco produtos por mês gratuitos para colaboradores de nível gerencial ¾ Espaço Saúde: Atendimento médico assistencial de urgência e emergência, fi sioterapia, RPG, gineco-

logia e obstetrícia, acupuntura, ortopedia, nutrição e psicologia. ¾ Programa Quero Estar Bem, criado em 2010, integra todas as especialidades e profi ssionais do Es-

paço Saúde, considerando o ser humano de forma integral nas quatro dimensões: física, emocional, espiritual e social.

Além desses benefícios, o colaborador tem direito a:

¾ Programa de ergonomia, que busca o ajuste confortável e produtivo entre o trabalhador e seu trabalho, promovendo as adaptações necessárias para o bem estar bem, dentro e fora da empresa.

¾ Serviço Social. Garante aos colaboradores um espaço de discussão, compreensão e resolução das ques-tões de ordem social.

¾ Programa de ginástica laboral ¾ Compra de cinco produtos Natura por mês com desconto de 40% ¾ Projeto Férias (atividades no Espaço Natura, em julho, voltadas para fi lhos de colaboradores com idades

entre 6 e 12 anos e 11 meses) ¾ Orientação profi ssional ¾ Programa Cuidando de Quem Cuida: encontro pós-parto, curso de gestante ¾ Auxílio-creche e auxílio especial para colaboradores com fi lho com defi ciência para custeio de despesas

com educação ¾ Seguro de vida ¾ Veículos para colaboradores de nível gerencial ¾ Momento Família: entretenimento, cultura e lazer para os colaboradores com fi lhos entre 0 e 9 anos e 11

meses e distribuição de brinquedos ¾ Convênio-farmácia ¾ Transporte fretado ¾ Projeto Corredores: treinos de corrida e caminhada com acompanhamento de profi ssionais especializados ¾ Restaurante ¾ Cesta de Natal ¾ Entrega de presentes (Dia das Mães, Dia dos Pais e aniversário) ¾ Venda de material escolar com desconto ¾ Serviços de fi tness, piscina e quadra poliesportiva no Clube Natura (Cajamar e Itapecerica da Serra) e

Espaço Bem-Estar ¾ Serviços e facilidades: costureira, lavanderia, sapataria, ótica, seguros, correio, locadora de livros e vídeos ¾ Festa de Final de Ano ¾ Celebração por tempo de casa

Benefícios oferecidos terceiros residentes da Operação Brasil:

¾ Curso para gestantes ¾ Espaço Saúde – atendimento de emergência ¾ Projeto Corredores ¾ Restaurante ¾ Ginástica laboral ¾ Brinquedos ¾ Cesta de Natal ¾ Transporte fretado ¾ Serviços de fi tness, piscina e quadra poliesportiva no Clube Natura (Cajamar e Itapecerica da Serra)

e Espaço Bem-Estar ¾ Serviços e facilidades: costureira, lavanderia, sapataria, ótica, seguros, correio, locadora de livros e vídeos ¾ Entrega de presentes de Dia das Mães e Dia dos Pais

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Saúde e SegurançaSeguimos reforçando as ações de segurança dos nossos colaboradores e investimos o equivalente a R$ 882 por colaborador na prevenção de acidentes em 2010. Mantivemos ao longo do ano o mesmo reduzido nível de acidentes de 2009: 17, sendo 7 com afastamentos e 10 sem afastamento.

Um trabalho especial realizado com as empresas prestadoras de serviços diminuiu em 25% o número de acidentes com os colaboradores terceirizados. Uma análise das ocorrências mostra as questões comportamentais como princi-pal causa de acidentes. Para 2011, teremos como foco o desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão de saúde e segurança com foco na mudança de comportamentos de risco, além de melhor apoio e atendimento às nossas unidades da Operação Brasil (centros de distribuição, Casas Natura, etc.) e às Operações Internacionais.

Lesões típicas e dias perdidos reLacionados ao trabaLho e índice de absentismo (incLuindo trabaLhadores subcontratados) na operação brasiL1

2008 2009 2010colaboradores - número de acidentes com afastamento² 16 12 7colaboradores - número de acidentes sem afastamento³ 5 5 10número de acidentes de trabalho por colaborador 0,005 0,004 0,004 índice de taxa de frequência de acidentes com afastamento4 1,71 1,31 0,69índice de taxa de frequência de acidentes com/sem afastamento5 2,24 1,85 1,67dias de trabalho perdidos6 131 84 64subcontratados - número de acidentes com afastamento7 11 4 4subcontratados - número de acidentes sem afastamento7 2 4 2investimento na prevenção de acidentes por colaborador (r$)8 722,8 851,5 882,5investimento na prevenção de doenças por colaborador (r$) 479,6 707,4 736,5número de comunicações ao instituto nacional de seguridade social sobre doenças ocupacionais - cajamar 5 10 9número de comunicações ao instituto nacional de seguridade social sobre doenças ocupacionais - itapecerica da serra 1 0 0taxa de absentísmo (%)9 n.a n.a 5,45número de óbitos 0 0 0taxa de frequência de doenças ocupacionais10 0,64 1,09 0,88

1. Estão considerados os acidentes registrados nas unidades de Cajamar, Itapecerica da Serra, Barueri, São Paulo, centros de distribuição e Benevides. 2. Acidentes com afastamento são aqueles em que o colaborador não retorna às suas atividades no dia de trabalho após a ocorrência. 3. Acidentes sem afastamento é aquele em que o colaborador retorna ao trabalho no mesmo dia da ocorrência ou no primeiro dia de trabalho após. 4. Equivale ao número de acidente com afastamento dividido por milhão de horas homens de trabalhadas (HHT). 5. Equivale ao número de acidente ou acidentados com e sem afastamento dividido por milhão de horas homens de trabalhadas (HHT). 6. Referem-se aos colaboradores Natura. 7. Estão considerados os nossos prestadores de serviços “residentes” e “não residentes”. 8. Inclui todo o orçamento do Departamento de Segurança do Trabalho, as despesas e os investimentos realizados pela área de Engenha-ria e Manufatura para a garantia e/ou melhoria de condições de segurança do trabalho. Não estão incluídos os gastos com treinamentos. 9. Taxa de absentísmo passou a ser acompanhada em 2010. 10. Número de casos por 106 homens horas trabalhadas.

Os acordos formais com sindicatos incluem medidas de proteção ao trabalho, além do uso de equipamentos de proteção; de práticas de prevenção de acidentes com máquinas e equipamentos; da comunicação de acidentes de trabalho; e da existência de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Todos os colaboradores da Operação Brasil são representados nos comitês formais de segurança e saúde e nas Cipas, aberta à participação de todos e composta por diversos níveis hierárquicos da organização. Elas seguem a seguinte estrutura: 50% dos seus representantes indicados pela Natura e os outros 50% pelo público interno.

Investimos o equivalente a R$ 736 por colaborador em nossa gestão de saúde em 2010 e conseguimos ela-borar um diagnóstico sobre nosso público interno. Com base nesse estudo, lançamos em dezembro de 2010 um programa para estimular o cuidado com a saúde e a prevenção de doenças. Entre as ações, está prevista a melhor gestão de casos de saúdes mais complexos, nos quais tanto os colaboradores como seus dependentes que possuam uma condição especial de saúde serão convidados a integrar programas de acompanhamento e monitoramento do seu problema. Também lançaremos em 2011 um programa de cuidado com a hipertensão.

Uma vez identificados, casos de doenças ocupacionais são tratados por uma equipe multidisciplinar formada por ergonomista, médicos do trabalho, ortopedista, fisioterapeuta, acupunturista, psicólogo, programa de Reeduca-ção Postural Global e assistente social. Também são feitas avaliações frequentes dos postos de trabalho e temos ginástica laboral para 100% da empresa.

Em novembro de 2010, 33 colaboradores, parte de um grupo que trabalha em áreas especiais da fábrica por conta de reabilitação de lesões físicas, foram desligados da Natura. As demissões seguiram uma avaliação criteriosa e ocorreram exclusivamente por falta de comprometimento e por comportamento inadequado no ambiente de trabalho. A empresa cumpre à risca a legislação e está segura de que sempre agiu com respeito e transparência na relação com seus colaboradores. Os funcionários desligados que tinham cirurgias programadas, em cumprimento à legislação vigente e à convenção coletiva da categoria, tiveram o plano de saúde estendido. Questionados pela Comissão de Trabalho de Administração de Serviço Público da Câmara dos Deputados, apresentamos todas as explicações necessárias a respeito do desligamento.

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COMUNICAÇÃO COM O COLABORADOREm 2010, promovemos melhorias na qualidade da comunicação com o público operacional, que englobam desde a adequação de linguagem até a ampliação do veículo próprio para este público.

Além disso, segmentamos o Canal Natura, exibido em 23 pontos das operações do Brasil, com uma programa-ção específi ca para os trabalhadores da área operacional. Também estreitamos a comunicação com a equipe da Unidade Industrial de Benevides.

Os colaboradores ainda contam com a ferramenta Natura Nós, uma rede social interna, também aberta aos terceiros residentes e gerentes de relacionamento. Em 2010, o canal foi reavaliado e terá melhorias em 2011.

4.3 CONSULTORASE CNOs

Em 2010, registramos mais um crescimento importante, de 18% do nosso canal de vendas, composto por mais de 1 milhão de consultoras (CNs) no Brasil e cerca de 200 mil nas Operações Internacionais. Se consi-derarmos apenas as CNs fora do Brasil, o crescimento foi superior a 20%.Além das condições econômicas favoráveis, atribuímos importante parcela dessa evolução contínua à conso-lidação do modelo Consultora Natura Orientadora (CNO) que, em 2010, teve seu primeiro ciclo completo de operação em todas as regiões do Brasil. As CNOs são parte relevante da nossa estratégia comercial e contribuem para o estreitamento das relações com as CNs. Nesta estrutura, as Gerentes de Relacionamento (GRs) atuam mais próximas às CNOs, e essas, por sua vez, além de exercerem a consultoria, dão suporte para a atividade de um grupo de até 150 CNs, orientando e auxiliando seu desenvolvimento.Encerramos 2010 com mais de 11 mil CNOs, número 24% superior a 2009. Também foram relevantes para promover um crescimento saudável do canal, as ações de relacionamento e de treinamentos comercial e de vendas, voltadas principalmente às CNs com menos tempo de vínculo. Somadas à plataforma das CNOs, essas atividades convergiram para um dos menores índices de rotatividade já registrados pela Natura. Nas Operações Internacionais, algumas das ações mais relevantes que sustentaram a evolução do canal foram o fortalecimento da nossa marca, com maior investimento em marketing, campanhas para indicação de novas consultoras, melhorias nos processos de gestão e melhor acompanhamento do canal de vendas.

N O S S A S C O N S U LTO R A S E CONSULTORES REPRESENTAM UM ELO FUNDAMENTAL NO NOSSO MODELO DE NEGÓCIOS. É POR MEIO DELES QUE CONCRETIZAMOSN Ã O A P E N A S A V E N DA D O S N O S S O S P R O D U T O S C O M O TAMBÉM DISSEMINAMOS NOSSA ESSÊNCIA E PROPOSTA DE VALOR.

1. NÚMERO DE CONSULTORAS NATURA ORIENTADORAS NO BRASIL 1

5.844

9.08311.276

1. Refere-se ao número de CNOs no fi nal do ano.

2. Consideram-se as regiões Centro-Oeste, São Paulo Interior, Nordeste, Rio de Janeiro e Minas Gerais

3. O aumento do número de CNOs está relacionado à expansão do modelo nas regiões São Paulo Capital, Norte e Sul.

20082 20093 2010

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NÚMERO DE CONSULTORAS E CONSULTORES DISPONÍVEIS POR OPERAÇÃO (EM MILHARES)¹ 2

2008 2009 2010Brasil 730,1 879,7 1.028,7Argentina 37,3 46,5 53,2Chile 17,5 24,5 31,0México 20,0 31,2 41,2Peru 35,2 42,6 45,5Colômbia 5,9 13,0 19,0França 0,8 1,4 2,5Total 846,83 1.038,9 1.221,1

1. No Brasil, os dados referem-se ao número de consultoras disponíveis no fi nal do ano. 2. Nas Operações Internacionais, referem-se à posição de fechamento do ciclo 17.3. A operação na Venezuela foi encerrada em 2009. A operação tinha 2,8 mil CNs em 2008.

As nossas Operações Internacionais não atuam com o modelo CNO. No entanto, em 2010, demos início a um projeto no México, inspirado na iniciativa adotada com sucesso no Brasil. Para estimular o crescimento do canal e o fortalecimento da força de vendas, lançamos a Consultora Natura Empreendedora (CNE), que tem como um dos principais atributos a atração de novas consultoras e promoção do empreendedo-rismo. Essa estratégia baseia-se em características do mercado local e foi desenvolvida para que a Natura possa evoluir na venda direta no México, atraindo novas consultoras para o nosso modelo de negócio e de geração de valor.

A qualidade das relações que estabelecemos com as CNs é um fator determinante do nosso sucesso. Nes-se sentido, promovemos seis painéis de diálogo com o objetivo de diagnosticar oportunidades de melhoria e de construir soluções colaborativas para o melhor desenvolvimento das atividades. Convidamos para alguns desses encontros as CNs e as CNOs com até um ano e meio de atividade e ex-CNs e ex-CNOs com o mesmo tempo de consultoria e que optaram por deixar de atuar conosco. Nosso objetivo com a segmentação foi entender melhor os desafi os da fase inicial de atividade.

Acompanhamos permanentemente o nível de satisfação e nossos índices da qualidade da relação têm se mantido em patamares estáveis ao longo do tempo. Evoluímos no indicador de lealdade de nossas consul-toras, que passou de 17% para 21%. Entretanto, identifi camos uma queda no índice de lealdade de nossas CNOs. Por se tratar de um modelo novo, ainda temos desafi os nesse tipo de relacionamento, como, por exemplo, no alinhamento entre as expectativas geradas e nossa capacidade de atendê-las. Continuamos buscando novas formas de aperfeiçoar esse relacionamento e aprender, à medida que amadurecemos a gestão desse novo processo na Natura.

QUALIDADE DAS RELAÇÕES COM CNs NA OPERAÇÃO BRASIL (%)1

jan/08 jan/09 jan/10Satisfação2 88 88 90Lealdade3 16 17 21

QUALIDADE DAS RELAÇÕES COM CNOs NA OPERAÇÃO BRASIL (%)1

jan/08 jan/09 jan/10Satisfação2 93 95 94Lealdade 3 31 37 32

1. Em 2010, modifi camos os critérios de pesquisa, deixando de monitorar o Clima entre as CNs e o Clima entre as CNOs, adotando Satisfação e Lealdade como indicadores de qualidade da relação.2. CNs e CNOs satisfeitas e totalmente satisfeitas – Top 2 Box.3. Lealdade é a interseção do Top Box referentes à satisfação, intenção de continuar e recomendação.

RENDA E PRODUTIVIDADE Tivemos uma ampliação na renda média anual distribuída a consultoras e consultores, que subiu de R$ 4 mil, em 2009, para R$ 4,1 mil no ano passado. Consideramos esse dado muito positivo, uma vez que registramos um aumento signifi cativo no ingresso de novas consultoras nos últimos anos, que estão alcançando mais rapidamente produtividade próxima de quem tem mais tempo de atividade. No entanto, apresentamos uma pequena redução na renda média per capita das CNOs, explicada pelo crescimento acelerado do modelo.

RENDA MÉDIA ANUAL GERADA NA OPERAÇAO BRASIL (R$)

2008 20091 2010Consultoras e consultores (CNs)1 4.097 3.987 4.128Consultoras Natura Orientadoras (CNOs)2 3.380 9.841 9.802

1. Considera-se o preço da revista (cheio) e o lucro da CN de 30%. 2. As CNOs são comissionadas conforme seu desempenho, em número de consultoras que realizam pedidos e em volume de pedidos.

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TREINAMENTO E CAPACITAÇÃOO sucesso da nossa estratégia comercial também depende do preparo e do engajamento das nossas con-sultoras e consultores, por isso, investimos de maneira crescente na capacitação deste público. Na Opera-ção Brasil, registramos, em 2010, 517,4 mil participações de CNs em treinamentos diferentes, superando nossa meta de chegar a 500 mil nesse período. Reforçamos a preparação das CNs com até três anos de casa, oferecendo cursos presenciais e à distância envolvendo 78% desse público.

PARTICIPAÇÃO DE CNs EM TREINAMENTOS NO BRASIL (EM MILHARES)

2008 2009 2010CNs iniciantes 304,0 430,2 457,9Treinamento inicial 164,9 354,4 360,9Participações em Treinamentos¹ 458,2 583,0 592,6

1. Considera a participação de uma mesma consultora Natura ainda que repetindo o treinamento..

As novas CNs participam da capacitação de Boas-Vindas na qual são acompanhadas desde sua entrada na Natura até o recebimento dos produtos do primeiro pedido. Dessa forma, elas se familiarizam com a atividade de consultoria e nossa proposta de valor. Elas ainda têm a sua disposição na Internet o Portal do Conhecimento, com conteúdo exclusivo e novidades, informações sobre os produtos Natura e dicas sobre a atividade de consultoria.

Concluímos o curso oferecido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), pelo qual oferecemos a CNs de São Paulo (SP) formação sobre empreendedorismo e técnicas de maquia-gem e estamos buscando novas alternativas de parceria para continuar o projeto. Seguimos investindo em novas iniciativas que favorecem o desenvolvimento, como capacitações especiais em novos produtos considerados estratégicos.

Já em relação às CNOs, revimos a formação inicial, ampliando o treinamento de dois dias para um mês; apoiando-a em encontros presenciais, ferramentas e conteúdos virtuais; estimulando refl exões individuais; e contando com o suporte das gerentes de relacionamento.

Para as gerentes oferecemos treinamentos sobre as atividades operacionais para prepará-las para uma atuação cada vez mais autônoma como gestoras dos grupos de CNs e CNOs. A cada dois anos, elas são convidadas a participar de uma ofi cina sobre nossos diferenciais, no qual mergulham em assuntos como: marca, produtos, qualidade das relações e sustentabilidade. Decidimos estender esse conhecimento às CNOs, sendo que 50% delas receberam o treinamento em 2010.

Desenvolvemos ainda um modelo específi co de treinamento nas Operações Internacionais que será apli-cado em 2011. A reformulação aproveitou a experiência no Brasil e adaptou o conteúdo às necessidades locais, com maior número de cursos e frequência das atividades e treinamento integral, envolvendo as áreas de conhecimento de produtos, comercial e consciência socioambiental.

As Casas Natura também são espaços utilizados para o treinamento e para os Encontros Natura, realizados no início de cada ciclo para apresentar as novidades e os lançamentos para as consultoras. Em 2010, foram inauguradas duas novas Casas no Brasil, uma em Itaquera, em São Paulo (SP) e outra em Santo André (SP). Essa última atende a um número menor de consultoras para permitir um relacionamento mais próximo com as CNs e gerar ainda mais engajamento. Nas Operações Internacionais, foram abertas três novas unidades: em Lima (Peru) e duas na Argentina, em Buenos Aires e Córdoba. No total, contamos com sete Casas Natura no Brasil e 15 no exterior.

Como signatária do Código de Conduta de Venda Direta diante dos Vendedores Diretos e entre Empresas, da Associação Brasileira das Empresas de Venda direta (ABEVD), a Natura desenvolve um trabalho de pre-paração de suas CNs para a atividade e também para que atuem conforme os padrões éticos da empresa.

A exemplo dos anos anteriores, não registramos em 2010 qualquer caso judicial ou administrativo que implicasse na violação de dados ou na perda de privacidade das consultoras e consultores. Também não houve registro de casos judiciais sobre questões como trabalho infantil, perigoso ou análogo ao escravo envolvendo CNs.

QUALIDADE DOS SERVIÇOSEm 2010, reduzimos o Índice de Não Atendimento (INA), revertendo a tendência de alta de 2009. O indi-cador registra os produtos não disponíveis pedidos pelas consultoras. Apesar das evoluções, ainda estamos, distantes de oferecer o nível do serviço que almejamos ao nosso canal de vendas.

Nas situações em que o INA não pode ser evitado, procuramos minimizar os transtornos para nossas CNs com a oferta de produtos substitutivos e manutenção de promoções. Mantemos também o alinhamento constante entre as áreas de atendimento, planejamento de controle logístico e mercadológico para assegurar uma comunicação efi ciente com as GRs, CNs e CNOs a respeito do tratamento das ocorrências do INA.

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As mudanças que estamos promovendo no modelo logístico estão benefi ciando as atividades do canal. Em 2010, a ampliação da capacidade e abertura de novos Centros de Distribuição elevou a qualidade dos serviços prestados a nossas consultoras, reduzindo o tempo de entrega dos produtos (leia mais na página 25, Evoluções estruturais).

O aumento dos CDs também facilitará a gestão de nossos estoques, evitando perdas de produtos. Em 2010, em razão dos esforços para reduzir o INA ampliamos os estoques, o que gerou aumento dos casos de perdas de produtos por prazo de validade e descontinuação da venda de alguns itens. Para 2011, aper-feiçoaremos esse gerenciamento para evitar novos índices de perdas.

Reduzimos em cerca de 40% as reclamações das CNs a respeito dos serviços prestados. Semelhante ao INA, esse indicador mede as notifi cações das CNs em relação a ocorrências de problemas durante o ciclo do pedido, da solicitação do produto até sua entrega à consultora.

Em 2010, também melhoramos o serviço com o aprimoramento da gestão das datas comemorativas, com pesquisas que antecipam tendências de vendas e a previsão de aumento da demanda em épocas específi cas, infl uenciando no planejamento para atendimento do movimento extra.

CANAIS DE COMUNICAÇÃOContamos com diversos canais estruturados de comunicação para dar suporte às atividades de vendas. Am-pliamos o volume de pedidos feitos pela Internet em 2010, atingindo 85% de todos os pedidos realizados no Brasil. Em 2009, o percentual era de 70%. Nas Operações Internacionais o índice é de 69%, sendo que, até 2009, somente Chile e França podiam efetuar pedidos pela rede e, em 2010, essa possibilidade foi estendida à Argentina, ao Peru e à Colômbia. Em 2011, será a vez do México.

Além de tornar mais efi ciente o processo de captação de pedidos, as ferramentas eletrônicas também nos permitem aprimorar e ampliar nossa interação com as consultoras. Para facilitar o acesso, todas as Casas Natura estão equipadas com computadores com acesso à internet para uso das CNs que contam com o auxílio das CNOs para se familiarizarem com esse canal.

Temos o blog Consultoria (www.blogconsultoria.natura.net) que foi reformulado em meados de 2010 e des-de então dobrou o número de acessos, passando da média de 40 mil para 80 mil visitas por mês. Os acessos à Revista Natura digital (www.natura.net) cresceram mais de 100% em 2010. Em fevereiro de 2011 também lançamos uma versão da revista para iPad (leitor digital) (leia mais na página 36, em Inovação da Inovação).

Nossas consultoras e consultores também têm à disposição os serviços da Central de Atendimento Natura (CAN), linha telefônica gratuita com um amplo campo de atuação. É possível fazer pedidos, tirar dúvidas sobre produtos e serviços e efetuar elogios, críticas e sugestões. Procuramos melhorar continuamente este canal e, em 2010, demos início a um novo projeto de atendimento para ampliar a resolução das demandas logo na primeira chamada. As questões críticas são encaminhadas para a Ouvidoria Natura.

Em 2010, o CAN recebeu 23,7 mil de ligações diárias, ante 28 mil em 2009. A queda está diretamente ligada ao maior uso da Internet para a realização de pedidos, uma vez que em 2010 apenas 14% dos pedidos foram feitos pelo CAN, contra 29% em 2009.

RECONHECIMENTOS E INCENTIVOSProcuramos fortalecer a relação com nossas consultoras e consultores mantendo rituais simbólicos em que reconhecemos e agradecemos CNs e CNOs. No Brasil, em 2010, mais de 73 mil consultoras e consultores foram reconhecidos por tempo de atividade, e mais de 9 mil por bom desempenho, tanto em volume de vendas como na venda de refi s e de produtos da linha Natura Crer para Ver. Quem completa 15 anos de atividade, é convidado a conhecer o Espaço Natura em Cajamar (SP), recepcionado em um evento e home-nageado pelos nossos diretores e vice-presidentes.

As CNs que completam cinco e dez anos de atividades recebem premiação, assim como quem mais se destaca no trabalho de consultoria.

Promovemos ainda campanhas de incentivo com objetivo impulsionar a atividade, com mensagens alinhadas a nossa proposta de valor. Um dos principais eventos de 2010 foi a Convenção Chronos em que reunimos mais de 300 pessoas entre CNs, CNOs e gerentes de relacionamento.

Lançamos ainda um programa de reconhecimento para as CNOs em que homenageamos 2,2 mil CNOs pela sua evolução e 3 mil por bom desempenho.

1. NÚMERO DE PEDIDOS EFETUADOS PELO SITE CONSULTORIA NO BRASIL (EM MILHARES)1

4.277,6

8.941,1

12.900,5

1. Pedidos captados pela consultora pela Internet, faturados nos determinados anos.

2008 2009 2010

2. CAN - CENTRO DE ATENDIMENTO NATURA NA OPERAÇÃO BRASIL

32,828,0

23,7

2008 2009 2010

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RECONHECIMENTO CNs (BRASIL)

2008 2009 2010Total de CNs reconhecidas por tempo de atividade 65.000 64.030 73.286Total de CNs reconhecidas em destaques 14.493 10.572 9.137Quantidade de prêmios distribuídos em destaques 1.120 473 473Número de eventos de reconhecimento em destaques 56 43 43

MOVIMENTO NATURAO Movimento Natura nasceu da ideia de concretizar nossas crenças em ações que contribuam para a am-pliação de consciência e provoque mudança de comportamento em nossas CNs, infl uenciando também a transformação das pessoas com quem elas se relacionam como a família, os consumidores e a comunidade a sua volta. Para tanto, desenvolvemos projetos próprios e apoiamos iniciativas sociais em dois principais pilares: redução de impacto ambiental (com foco nos produtos Natura e conscientização do cidadão) e transformação social (por meio dos projetos de inclusão social e desenvolvimento humano).

Realizado em todo o Brasil, trabalhamos com 12 projetos e registramos o envolvimento de 113 mil CNs nas atividades, mais que o dobro das adesões registradas em 2009, ultrapassando nossa meta de engajar 100 mil consultoras. Para alcançar esse objetivo, investimos em ações de sensibilização, conscientização e mobilização. Em 2010, criamos o Programa Acolher, que vai identifi car e oferecer apoio técnico e fi nan-ceiro a 11 projetos socioambientais desenvolvidos pelas CNs em todo o Brasil. Os primeiros projetos selecionados serão conhecidos em abril de 2011.

O programa também tem o objetivo de proporcionar a troca de conhecimento e desenvolvimento das consultoras em ações sociais. O portal do Acolher (www.movimentonatura.com.br/acolher) é o canal de conexão e compartilhamento das experiências e também oferece conteúdo sobre outras iniciativas e empreendedorismo social. Quase três mil consultoras e consultores estão cadastrados no portal que, de setembro a dezembro de 2010, recebeu 100,9 mil acessos.

O Movimento Natura também apoia o Programa Natura Crer para Ver por meio da mobilização das CNs para venda de produtos da linha. Em 2010, 65 mil CNs participaram a cada ciclo (leia mais na página 92, Geração de Valor Social).

No programa Reciclagem de Produtos Natura, no qual estimulamos as CNs a recolherem as embalagens vazias de nossos produtos durante as visitas aos seus clientes, foram recolhidas mais de 184 toneladas no ano passado, ante 120 toneladas em 2009. Não avançamos, entretanto, no número de consultoras participantes do programa, em torno de 15 mil. Sabemos que o alcance dessa prática ainda é limitado, pois não consegue alcançar escala necessária de coleta das embalagens pós-consumo. Por isso, estamos estruturando um plano abrangente para a gestão de resíduos da Natura (leia mais na página 32 Temas Prioritários/Impacto dos Produtos).

Além da cidade de São Paulo, o programa, que já alcançava o litoral paulista, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Recife e Salvador, foi estendido em 2010 a todo o estado do Rio de Janeiro. As embalagens são entregues a nossas transportadoras, que as enviam a cooperativas parceiras, contribuindo com o aumento de renda dos catadores e com a destinação correta dos resíduos.

PROJETO DE RECICLAGEM (OPERAÇÃO BRASIL)

2008 2009 2010Penetração de consultoras e consultores participantes¹ (%) 2,3 2,4 1,2Total arrecadado (ton)² 118,0 120,0 184,3

1. Percentual de consultoras e consultores participantes (entrega caixa com resíduos) por total de consultoras e consultores ativos no ciclo.2. Embalagens e produtos Natura pós-consumo.

OUTROS PROJETOS APOIADOS PELO MOVIMENTO NATURA

ÁGUA DE VIVERRealizado em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica, grupos formados por CNs, CNOs e gerentes de relacionamento monitoram a qualidade da água de rios e riachos das comunidades onde vivem e atuam, pro-movendo o engajamento da população local. Em 2010, foram realizados 76 monitoramentos em 37 cidades com a participação de 610 CNs..

MATA ATLÂNTICA É AQUITambém realizado em parceria com a SOS Mata Atlântica, um caminhão percorre cidades brasileiras com uma exposição sobre o bioma e atividades de conscientização, mobilização e educação sobre a importância da sua preservação. Em 2010, as ações foram realizadas em 36 cidades, com a participação de 4,6 mil CNs. Mais 114,5 mil pessoas visitaram a exposição.

1. CNS ENGAJADAS NO MOVIMENTO NATURA¹ (OPERAÇÃO BRASIL)1

n.d

45.467

113.118

1. Equivale ao número absoluto de consultoras média/ano. O indicador passou a ser acompanhado em 2009.

2008 2009 2010

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GRUPO CULTURAL AFROREGGAEA parceria com o Grupo Cultural AfroReggae completou quatro anos em 2010. A Natura oferece apoio ins-titucional à organização em atividades que proporcionam troca de saberes e estímulo à cultura. Em 2010, 121 CNs participaram das ações do grupo em que foram benefi ciadas 2 mil pessoas.

RESPEITO SÃO PAULOO programa é promovido pela Natura e procura conscientizar nossas CNs para que atuem como agentes de transformação da realidade da região. A participação média em cada ciclo foi de 3 mil CNs.

OUTRAS AÇÕES Apoiamos ainda a Polícia Civil do Rio de Janeiro que, junto com o AfroReggae, promove diálogos sobre direi-tos humanos e cultura da paz em diversas comunidades do estado e que envolveram mais 12 mil pessoas em 2010. Também passamos a apoiar institucionalmente a Fundação Gol de Letra (Rio de Janeiro, RJ), a Associação Pracatum (Salvador, BA) e o Grupo Sociocultural Canta Brasil (Bento Gonçalves, RS).

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4.4CONSUMIDORES

Nos últimos dois anos, ampliamos de maneira signifi cativa os canais de escuta, o diálogo e as pesquisas realizadas com esse público com o objetivo de entendê-los melhor e oferecer produtos que vão além das suas funcio-nalidades básicas. Essas informações infl uenciam nosso planejamento estratégico e fornecem subsídios para o processo de inovação.

Em 2010, o investimento em pesquisas de mercado realizado pela Natura cresceu 58% em comparação com o ano anterior. Vale lembrar que em 2009 já havíamos dado um grande salto quando criamos a área de Consumer Insight. Responsável pela captação e ampliação dos nossos conhecimentos sobre o mercado e na identifi cação de tendências, a área foi expandida para as Operações Internacionais em 2010.

Nesse contexto, procuramos ampliar as temáticas estudadas, o que signifi ca ir além dos levantamentos para o desenvolvimento de produtos passando para a compreensão de atitudes e comportamentos dos nossos con-sumidores. Desejamos estar presentes em todos os segmentos de mercado, desde os primeiros momentos da vida da criança até a terceira idade. Por isso, investimos na captação de conhecimento sobre públicos específi cos como homens, sênior e pré-adolescentes. Também ampliamos as pesquisas a respeito do comportamento do consumidor em temas que consideramos relevantes como consumo consciente e beleza.

Em 2010, realizamos, pela primeira vez, um painel de diálogo exclusivo para os consumidores, com a participa-ção de 22 representantes desse público, de diversas regiões do Brasil e de faixas etárias distintas. No encontro, discutimos suas percepções e propostas de melhorias sobre os nossos produtos, serviços e também sobre nossa atuação (leia mais na página 38, Qualidade das Relações).

Nosso cuidado em conhecer e fortalecer os laços com nossos consumidores faz que a Natura mantenha níveis elevados de aceitação, conforme atesta a pesquisa de imagem da Brand Essence/Ipsos. Segundo este estudo, 81% dos consumidores dão nota máxima a nossa marca. Além disso, 49% dos consumidores de cosméticos elegem a Natura como sua marca preferida, o que sustenta os 53% dos consumidores leais, uma evolução signi-fi cativa ao ano anterior, quando registramos 46% de lealdade. Esse indicador demonstra a satisfação em relação à Natura, a intenção do consumidor em continuar comprando e recomendar nossos produtos

QUALIDADE DAS RELAÇÕES COM CONSUMIDORES NO BRASIL (%)1 2

2008 2009 2010Lealdade3 n.d 46 53Preferência 47 47 49Recomendaria n.d 72 78

1. Fonte: Brand Essence.2. A partir de 2009, a pesquisa ampliou abrangência, incluindo mais três cidades, totalizando seis praças. No ano passado não reportamos as três novas áreas da pesquisa por não ter histórico comparativo. Em 2010, incluímos essa análise e revisamos os números de 2009.3. Lealdade é a interseção do Top Box referentes à satisfação, intenção de continuar e recomendação.

Além dos painéis de diálogo, temos outros canais de envolvimento e contato com os consumidores, com destaque para nossa crescente presença na Internet, por meio da participação em redes sociais e também pela criação de comunidades próprias de relacionamento e colaboração com nossos consumidores. Exem-plos dessa prática são os portais Adoro Maquiagem (www.adoromaquiagem.com.br), Cuide da Pele (www.cuidedapele.com.br) e Amor em Movimento (www.amoremmovimento.com.br), que permitem a troca de experiências em um espaço com serviços e conteúdos diferenciados. Também lançamos o portal Natura Mu-sical (www.naturamusical.com.br), uma comunidade que oferece informações a respeito do projeto e convida nossos consumidores a interagirem com os artistas patrocinados. Em 2010, essas comunidades registraram 3,3 milhões de acessos e foram visitadas por mais de 2,7 milhões de pessoas.

CONHECER OS HÁBITOS E NECESSIDADES DOS MILHÕES DE CONSUMIDORES QUE UTIL IZAM OS NOSSOS PRODUTOS E OFERECER A ELES UMA EXPERIÊNCIA QUE DESPERTE SEUS SENTIDOS E PROMOVA O BEM ESTAR BEM É O QUE MOTIVA NOSSAS AÇÕES DE RELACIONAMENTO COM OS CONSUMIDORES.

1. AVALIAÇÃO GLOBAL DE PESQUISA DE IMAGEM DE MARCA NO BRASIL (%)¹ ²

80 81 81

1. Fonte: Brand Essence.

2 A medida de top box de avaliação global considera os respondentes que deram nota máxima para a marca Natura em uma escala de 1 a 5.

2008 2009 2010

2. PENETRAÇÃO EM DOMICÍLIOS BRASILEIROS (%)¹ ²

46,3

52,454,8

1. Fonte: Kantar WorldPanel.

2. A penetração é a porcentagem de domicílios da população representada na pesquisa que compraram a marca no período especifi cado.

2008 2009 2010

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Outro dado relevante é o maior interesse dos consumidores sobre as opções de presentes sugeridas pela Natura, que cresceram duas vezes mais do que a venda de itens do portfólio padrão. Esse resultado é refl exo de uma maior percepção de valor da nossa marca e também do aprendizado gerado pelas pesquisas que resultaram na reformulação da nossa estratégia para datas comemorativas como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Natal.Também estimulamos a participação mais ativa de nossos consumidores no desenvolvimento de produtos, como no lançamento da linha de maquiagem Una. A escolha das tonalidades das cores clássicas dos batons (as mais usadas pelas consumidoras), por exemplo, foi defi nida com base nos resultados de pesquisas de mercado, com mais de 2 mil mulheres.Além da divulgação dos produtos, nossas propagandas e anúncios publicitários também têm um compromisso com a ampliação de consciência dos consumidores, preceitos éticos e valorização da diversidade, e expressam nossa preocupação com a publicidade infantil e com o uso sustentável dos ativos da biodiversidade.A Natura trabalha dentro das normas do Conselho de Autorregulamentação Publicitária e dos códigos de conduta da Associação Brasileira de Anunciantes, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e da Associação Brasileira das Empresas de Venda Diretas. Essas normas são utilizadas como diretrizes de maneira orgânica em todas as nossas comunicações. Em 2010, não tivemos casos notifi cações a respeito de desres-peito a regulamentos e códigos voluntários relativos a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio.

ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR O principal canal para o consumidor falar com a Natura é o Serviço de Atendimento ao Consumidor Natura (SNAC) que, no ano de 2010, recebeu pouco mais de 1 milhão de ligações no Brasil, volume 31% menor do que no período anterior.

Essa queda está associada a mudanças realizadas no atendimento do canal para evitar fraudes na comunica-ção de defeitos nos produtos. Passamos a analisar previamente o produto antes de efetivar a troca para o consumidor, aprimorando nossos controles. Reduzimos em 62% as reclamações, percentual que acreditamos estar associado a comunicações não verídicas, e tornamos mais efi ciente a substituição daqueles casos em que realmente há problemas. As informações da análise técnica dos itens contribuem para a inovação e a melhoria contínua de nossos produtos e serviços.

A ação otimizou nosso atendimento, refl etindo também em melhorias na qualidade do serviço. Com um volume menor de ligações, conseguimos aprimorar a gestão dos serviços do SNAC e o número de chamadas não atendidas caiu de 7%, em 2009, para 4% em 2010, o que representa uma evolução na disponibilidade do atendimento ao consumidor.

ATENDIMENTOS REALIZADOS PELO SNAC NO BRASIL (LIGAÇÕES EM MILHARES)

2008 2009 2010Total 1.531,0 1.484,4 1.028,9Atendidas 1.471,0 1.375,3 987,0Não atendidas 60,0 109,1 41,8

Atentos à privacidade e à confi dencialidade dos consumidores, todos aqueles que se comunicam conosco pela internet ou pelo SNAC são protegidos por políticas e sistemas que garantem a segurança dos dados. Não registramos, em 2010, reclamações comprovadas relativas à violação de privacidade ou à perda de dados dos nossos consumidores.

SAÚDE E SEGURANÇAEm 2010, reestruturamos a área de segurança do consumidor, unifi cando os processos relacionados à segurança e à efi cácia de ingredientes e produtos acabados, assuntos regulatórios, sistema de cosmetovigilância e pesquisa clínica em uma mesma gerência que atende a Operação Brasil e as Operações Internacionais. Em virtude do crescimento do mercado, promovemos em 2010 novas integrações e troca de conhecimentos das atividades de cosmetovigilância e assuntos regulatórios com nossas equipes da América Latina.

As preocupações com a segurança e a saúde dos nossos consumidores e o controle da efi cácia de todos os produtos são diretrizes incorporadas pela Natura desde o desenvolvimento do conceito dos produtos até a disposição fi nal das embalagens, passando por pesquisa e desenvolvimento, certifi cação, fabricação, marketing e promoção, armazenamento, distribuição, fornecimento, atendimento ao consumidor até o efetivo uso.

Em 2010, concluímos a reformulação de produtos para remover por completo da nossa produção as substâncias ftalatos e, até junho de 2011, devemos concluir a remoção dos parabenos de nossas formulações. Nossa meta era concluir ambos em 2010, mas, por difi culdades técnicas, revimos nossa projeção. Embora não apresentassem riscos para o consumidor, optamos por retirar esses ingredientes das nossas formulações pela falta de consenso científi co sobre o tema.

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Os parabenos pertencem a um grupo de conservantes utilizados em cosméticos e alimentos. A Natura só faz uso dos compostos que não apresentam qualquer risco à saúde humana, no entanto, a falta de consenso sobre possíveis efeitos nocivos de alguns tipos de parabenos (não utilizados na Natura) embasou nossa decisão. Já os ftalatos são uma família de compostos utilizados com diversas fi nalidades, entre elas, como aditivos na indústria fabricante de plásticos e na indústria cosmética. A Natura utilizava um composto dessa família, o dietilftalato, como solubilizante de fragrâncias, agente amargante e denaturante de álcool. Aplicado em concentrações baixas, não há indícios de que o dietilftalato provoque danos à saúde. Ainda assim, este pode ser confundido com as versões controversas dos ftalatos, e, por isso, também foram eliminados por completo.

O princípio da precaução é adotado invariavelmente como diretriz pela Natura antes da utilização de um novo ingrediente ou do lançamento de uma nova fórmula. Isso signifi ca que se existir qualquer tipo de dúvida por parte das comunidades médicas e científi cas mundiais no que diz respeito a um possível efeito adverso de um produ-to à saúde, optamos por não utilizá-lo. Para as matérias-primas que possuam alguma limitação na concentração permitida, buscamos sempre como referência os padrões dos países de legislação mais restritiva. Todos os novos ingredientes e novas fórmulas são testados por uma equipe de dermatologistas.

Também contamos com um Sistema de Cosmetovigilância que realiza o monitoramento dos possíveis efeitos adversos dos produtos. Além de amparar o consumidor fi nal, esse sistema alimenta nosso processo de inovação. Qualquer tipo de comunicado sobre reações à saúde ou à segurança do consumidor é investigado e monitorado.

Em 2010, não houve qualquer tipo de condenações judiciais ou questionamentos por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outras multas relacionadas aos produtos, no que diz respeito aos impactos causados na saúde e na segurança dos consumidores. Também não tivemos multas signifi cativas relacionadas à rotulagem dos produtos.

Em relação aos registros feitos no Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor, recebemos, em 2010, 463 reclamações contra a Natura. A maioria dos registros refere-se a solicitações de negociações de débitos de consultores, questionamentos de terceiros relativos à negativação indevida por fraude cadastral e reclamações de consumidores por insatisfação diante da troca ou reembolso não atendidos. Todas as demandas são analisadas pelas áreas competentes e originam a busca por melhorias em nossos processos.

4.5FORNECEDORES A BUSCA PELA MELHORIA CONTÍNUA

DA QUALIDADE DA PARCERIA COM FORNECEDORES TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA MANUTENÇÃO DO NOSSO NEGÓCIO DENTRO DE UMA PERSPECTIVA DE SUSTENTABILIDADE.

Em 2010, nossa rede de fornecedores totalizou pouco mais 4,9 mil parceiros. Desse total, cerca de 5% trabalha com produtos acabados e insumos produtivos (ativos da biodiversidade, matérias-primas, materiais de embala-gem) e os demais prestam serviços ou entregam ativos e materiais indiretos necessários para nossos processos de negócio. Apesar da ampliação da nossa participação internacional, essa estrutura prossegue distribuída pre-dominantemente no Brasil.

Na América Latina, adotamos recentemente a estratégia de desenvolver a produção local por meio de par-ceiros terceirizados. Em 2010, demos início ao envase de perfumaria na Argentina e, em 2011, terá ampliare-mos a produção para a Colômbia e o México. Esse modelo, além de reduzir custos e gerar menor impacto ambiental, leva em consideração conceitos importantes para a Natura, como parceria e coconstrução, e procura valorizar quem reúne conhecimento local e boas práticas socioambientais (leia mais na página 25, Evoluções estruturais).

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1. SATISFAÇÃO GERAL - POR EMPRESA FORNECEDORA (%)¹ 2

1. Porcentagem de fornecedores satisfeitos e totalmente satisfeitos (top 2 box).

2. Refere-se a Operação Brasil.

74

8281

2008 2009 2010

Buscamos evoluir continuamente em nossos processos de forma a ampliar a satisfação dos parceiros de negócio. Em 2010, o índice de satisfação dos fornecedores se manteve estável em relação ao ano anterior. O índice foi de 81%, ante 82% em 2009. O resultado está aquém do que desejamos, pois não alcançamos a meta de elevar a satisfação para 85%. Alguns fatores operacionais ainda não totalmente solucionados con-tribuíram para isso, especialmente entre os fornecedores produtivos, como transtornos no recebimento de materiais. Para sanar esse gargalo logístico, implementaremos no primeiro trimestre de 2011 novos processos de planejamento e gestão de materiais.

Também não avançamos na velocidade que gostaríamos no fl uxo de contratação e pagamento, tema citado pelos fornecedores durante os painéis de diálogo. Por meio da nossa central de serviços, melhoramos o monitoramento dos pagamentos e aperfeiçoamos o processo de elaboração de contratos e sistemas para suportá-lo. Acreditamos que esses são avanços importantes, realizados no segundo semestre de 2010, e que deverão repercutir em um melhor serviço ao longo de 2011.

Um aspecto positivo é o aumento do índice de lealdade de nossos fornecedores de 25%, em 2009, para 28%. Reportamos pela primeira vez esse indicador, monitorado pela Natura desde 2008, que cruza informações da satisfação geral, a intenção de continuar a relação com a Natura e de recomendar a empresa a outros fornecedores. Para 2011, queremos manter 28% de lealdade nesse que passará a ser o principal indicador de avaliação da relação

Desde 2009 atuamos em cinco frentes identifi cadas para o aperfeiçoamento do relacionamento: conscien-tização dos colaboradores sobre os aspectos críticos que afetam a relação; maior proximidade com os fornecedores estratégicos; melhoria do processo de funil de inovação de produtos; melhoria no processo de pagamento, como citado anteriormente; e a extensão do programa corporativo de desenvolvimento de fornecedores a outras categorias de suprimentos e serviços.

Para conscientizar os novos colaboradores sobre a importância da relação com fornecedores, reforçamos o tema no programa de integração. Esse é um ponto relevante que deve ser intensifi cado em 2011 para alinhar os novos colaboradores aos preceitos que orientam nossa qualidade das relações com fornecedores.

Realizamos quatro painéis de diálogo com os fornecedores e debatemos os seguintes temas: resíduos sólidos; relação entre fornecedores e comunidades fornecedoras; e cadeias de suprimentos sustentáveis. Mantivemos as reuniões de acompanhamento do desempenho do Qlicar (focado na melhoria continua) e também os rituais de relacionamento com os parceiros estratégicos por meio dos “Cafés da Manhã com Fornecedores” e dos “Encontros da Aliança”. Estes encontros periódicos promovem maior proximidade e permitem a co-construção contínua com este público.

No processo de inovação de produtos, intensifi camos o fl uxo de informações para fornecedores e estabele-cemos regras mais claras para a gestão de projetos, consolidando estas iniciativas com a criação de uma área dedicada à inovação dentro de suprimentos..

PROGRAMA QLICARAmpliamos o escopo do nosso programa corporativo de desenvolvimento de fornecedores em 2010, que contou com 97 parceiros – composto pela maioria dos fornecedores de insumo e parte dos fornecedores de serviços. O Qlicar (Qualidade, Logística, Inovação, Competitividade, Atendimento e Relacionamento) foi esten-dido aos fornecedores que produzem as expressões da marca Natura, como as campanhas de marketing e comunicação, divulgação das submarcas, entre outros. Também retomamos o BioQlicar, voltado às comunidades fornecedoras (leia mais na página 66, Comunidades Fornecedoras).

Em relação aos programas já existentes, com fornecedores de produtos acabados e transportadoras, centrais de atendimento e operadores logísticos, demos ênfase à melhoria continua do desempenho. Em 2011, amplia-remos a abordagem, aprofundando os temas relacionados às questões socioambientais com os fornecedores.

Nas ações educativas, demos início, em meados de 2010, à capacitação de nossos fornecedores para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, seguindo o modelo da Global Reporting Initiative (GRI), o mesmo adotado pela Natura. Sete fornecedores de diversos segmentos participam das ofi cinas que devem ser concluídas em julho de 2011 e tem o objetivo de qualifi car e engajar esses parceiros na incorporação do relatório como ferramenta de avaliação e acompanhamento da gestão socioambiental dos seus impactos. Este trabalho é realizado em parceria com a Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial).

Também oferecemos capacitação a seis fornecedores no tema Mudanças Climáticas com base nas diretrizes do Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol) – metodologia utilizada por empresas e governos para enten-der, quantifi car e gerenciar as emissões de carbono. O projeto teve a parceria da Fundação Getúlio Vargas e o objetivo de contribuir para a melhoria do monitoramento das emissões nesses parceiros.

Outro ponto que merece destaque é a adesão de sete fornecedores ao Movimento Empresarial Brasileiro pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, liderado pela Natura, em que o setor empresarial assume, voluntariamente, compromissos em favor da sociobiodiversidade. As empresas que se engajaram na iniciativa foram: Agropalma, Beraca, Firmenich, Centrofl ora, IFF, Native e Solabiá.

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Nossos fornecedores são submetidos a processos de autoavaliação e de auditoria, que analisam questões de qualidade, de meio ambiente e de responsabilidade social, e também incluem aspectos relacionados aos direitos humanos, como riscos envolvendo trabalho infantil e trabalho forçado ou análogo ao escravo. Em 2010, não tivemos casos identifi cados de violação dos direitos humanos. Todos os nossos 187 fornecedores produtivos passaram pelo processo de autoavaliação e 53% deles se submeteram às auditorias periódicas. Além disso, todos os fornecedores que fazem parte do programa Qlicar foram auditados.

FORNECEDORES AUDITADOS OU AUTOAVALIADOS EM QUALIDADE, MEIO AMBIENTE E RESPONSABILIDADE SOCIAL1

2008 2009 2010Fornecedores produtivos autoavaliados (%) 100 100 100Fornecedores produtivos auditados (%) 48 48 53Fornecedores Qlicar auditados (%) 100 100 100

1. Os aspectos de direitos humanos contemplados são trabalho infantil e trabalho escravo ou análogo ao escravo.

CLÁUSULAS DE DIREITOS HUMANOS EM CONTRATOS 1 2

2008 2009 2010Percentual de contratos de investimentos signifi cativos que incluem cláusulas referentes a direitos humanos (%) 100 100 100Número total de contratos de investimentos signifi cativos que incluem cláusulas referentes a direitos humanos (em milhares) 2,0 2,5 2,2

1. A defi nição de investimentos signifi cativos foi revista para representar de maneira mais coerente o número expressado. Entre os critérios para verifi car se um determinado investimento é ou não signifi cativo, estão: valor (contratos acima de R$ 200 mil); contratos que envolvam propriedade intelectual; aquisições de imóveis; doações e patrocínio.2. As cláusulas se referem a trabalho infantil e trabalho escravo ou análogo ao escravo.

CADEIAS DE SUPRIMENTOS SUSTENTÁVEIS Assumimos um grande desafi o em 2010: desenvolver uma metodologia para quantifi car os impactos socio-ambientais que as atividades de nossos parceiros possam provocar na sociedade (as chamadas externalidades socioambientais), de forma a conseguir transformá-los em valores monetários. A nova metodologia será incor-porada ao processo de seleção dos fornecedores e está alinhada à nossa ambição de desenvolver cadeias de suprimentos sustentáveis.

O trabalho foi realizado com base no mapeamento dos principais impactos da cadeia de suprimentos e nos te-mas prioritários em sustentabilidade da Natura e aplicada de forma piloto na seleção de dois fornecedores em 2010: um do segmento de serviços e outro de produtos. Em ambas as negociações, optamos por parceiros que, além dos critérios técnicos tradicionais, apresentaram diferenciais em relação aos indicadores socioambientais, tais como redução de emissões de gases do efeito estufa e investimento em educação.

Nossa meta é aplicar esta metodologia para 16 grupos de materiais e serviços (que representa 60% do nosso valor de compras) até o fi m do primeiro trimestre de 2011 e atingir 100% do nosso portfólio em um período aproximado de dois anos.

Além de pioneiro, esse processo é fruto de construção coletiva. Para isso, realizamos dois painéis de diálogos que reuniram 70 pessoas, pertencentes a 14 categorias de fornecimento, que nos auxiliaram a identifi car todas as externalidades a que cada uma delas está exposta.

A metodologia foi construída em parceria com a consultoria ATkearney, reconhecida em sua atuação no geren-ciamento de cadeias de suprimentos e apoio de representantes do TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity), da Organização das Nações Unidas.

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Esse modelo de negócios produz valor para a Natura e também contribui com a geração de riqueza para as comunidades e pequenos produtores rurais e gera desenvolvimento local. Em 2010, nossa rede de relaciona-mento envolveu 25 comunidades fornecedoras, das quais participam 2.301 famílias distribuídas pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul do Brasil e também no Equador. Onze delas fornecem insumos para nossa fábrica de óleos e massas de sabonetes em Benevides (PA) (leia mais na página 68, Comunidade do Entorno). O número de famílias envolvidas foi 14% maior do que no ano anterior. Destacamos como avanço nesse relacionamento a ampliação em 57% dos recursos destinados às comunidades e a efetiva implementação do programa de Desenvolvimento dos Fornecedores Rurais, o BioQlicar (Qualidade, Logística, Inovação, Compe-titividade, Atendimento e Relacionamento), que se consolida como uma plataforma robusta para o diálogo e desenvolvimento dos pequenos agricultores e das comunidades parceiras envolvidas nas cadeias produtivas de insumos da biodiversidade.

Conforme nossa política, a aprovação do início do relacionamento com novas comunidades e ou novos proje-tos de suprimentos e pesquisa passam por fóruns internos que avaliam todos os riscos e oportunidades, tanto para a comunidade como para a Natura. A seleção é realizada com base no diagnóstico dos seguintes aspectos nas comunidades: suprimentos, relacionamento, produção vegetal e marketing, incluindo análise de rastreabilida-de, organização administrativa e formalização jurídica da associação ou cooperativa, articulação com parceiros, práticas de conservação ambiental, entre outros.

Nas comunidades consideradas prioritárias, nós nos comprometemos com a elaboração de planos de desen-volvimento sustentável, implementados por meio de projetos em parceria entre a Natura, a comunidade e outras organizações. O foco desses planos é contribuir para o desenvolvimento local sustentável, de forma que a sociedade como um todo possa se desenvolver.

Podem ser critérios para encerrar um relacionamento o fi m de uma linha de produtos ou do uso de determi-nada matéria-prima, o não atendimento de critérios críticos de fornecimento (qualidade, volume, etc.). Vale citar que essa análise só é feita após um período em que todas as condições para que a comunidade atenda a esses requisitos tenham sido disponibilizados (capacitações, investimentos em infraestrutura, gestão, etc.).

Internamente, contamos com uma equipe multidisciplinar que se utiliza de sistemas de gestão e de mecanismos de governança para proporcionar a inserção cada vez mais signifi cativa das comunidades em nosso modelo de negócio, bem como aprimorarmos nossos procedimentos para melhor adaptação aos contextos locais de cada comunidade.

Em 2010, demos início ao processo de avaliação da lealdade das comunidades fornecedoras com a Natura a partir de uma pesquisa semelhante à realizada com os demais fornecedores, metodologia que será consolidada em 2011. Essa primeira avaliação revelou que precisamos evoluir na qualidade do relacionamento em alguns as-pectos como comunicação sobre os projetos, processo de compra de insumos e construção de oportunidades conjuntas de desenvolvimento nas cadeias produtivas.

Também aprimoramos o diálogo com as comunidades fornecedoras, realizando um encontro de três dias que envolveu 60 pessoas, incluindo representantes das empresas benefi ciadoras (fornecedores que transformam os ativos das comunidades como amêndoas, sementes e frutos em óleos e massas posteriormente incorporados aos nossos produtos). Por meio do diálogo, promovemos uma melhor integração entre esses dois importan-tes grupos da nossa cadeia produtiva. No encontro, apresentamos a evolução dos temas tratados em 2009 e

AO TOMAR A DECISÃO DE INCORPORAR EM NOSSA PLATAFORMA TECNOLÓGICA OS INSUMOS OBTIDOS DE MANEIRA SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA, PASSAMOS A NOS RELACIONAR COM AS COMUNIDADES FORNECEDORAS QUE, ALÉM DA MATÉRIA-PRIMA, TAMBÉM NOS PROPICIAM ACESSO A CONHECIMENTOS TRADICIONAIS.

4.6 COMUNIDADESFORNECEDORAS

1. COMUNIDADES COM AS QUAIS A NATURA SE RELACIONA ¹

1. Em 2010, revimos os critérios de quantifi cação das comunidades fornecedoras considerando somente as comunidades tradicionais e de agricultores familiares, por isso revisamos os números de 2008 e 2009.

22

25 25

2008 2009 2010

2. FAMÍLIAS BENEFICIADAS1

1.8232.012

2.301

2008 2009 2010

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fi zemos uma avaliação do BioQlicar. Contemplamos discussões sobre os cenários dos próximos anos, sobre o futuro dessa relação e o papel de cada um na promoção da sustentabilidade.Como forma de dar novo impulso às comunidades e deixar clara a sua importância para a Natura, realizamos dois lançamentos de produtos nas comunidades que fornecem o insumo. Lançamos a linha Una de maquiagem na Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Esperantinópolis (MA), que nos fornece a farinha de coco babaçu. Também elegemos a comunidade de Jacarequara/Cooperativa Mista dos Agricultores entre os rios Caeté e Gurupi (Coomar), de Santa Luiza do Pará (PA), como local do lançamento da nova linha de sabonetes Ekos, evento do qual participaram 30 jornalistas de todo o Brasil, que conheceram melhor não apenas o produto, mas também o trabalho realizado nas comunidades. Esses eventos ainda aproximaram nossas consultoras e consultores desse público, criando um ambiente de intercâmbio de culturas e visões de mundo de diferentes pontos da cadeia de produção e comercialização da Natura.

Também apresentamos o trabalho realizado nas comunidades na 10ª Conferência das Partes sobre a Conven-ção da Biodiversidade (COP10), em Nagoya, no Japão. O Portal Ekos (www.naturaekos.com.br), que divulga os produtos da linha, apresenta ainda uma série de informações sobre o trabalho nas comunidades como o modelo de extração sustentável dos insumos e as preocupações socioambientais.

Promovemos estudos antropológicos em 2010 sobre o envolvimento de crianças e adolescentes, membros das famílias produtoras, nas cadeias produtivas. Eles evidenciaram que esse envolvimento não se reduz à dimensão econômica ou legal, mas também está relacionado a questões socioculturais. A divisão social do trabalho nas comunidades extrativistas obedece a uma visão de mundo característica, parte de um sistema cultural próprio. Diante disso, não identifi camos nenhum desvio que pudesse ser motivo de ação corretiva. Em 2011, continua-remos acompanhando o tema de forma que não haja riscos de situações ou atividades que exponham crianças e adolescentes.

Vale ressaltar que não registramos em 2010 nenhum incidente envolvendo populações indígenas nos locais onde atuamos.

RECURSOS NAS COMUNIDADESEm 2010, ampliamos o repasse de recursos para as comunidades fornecedoras que totalizou R$ 8,7 milhões, vo-lume 57% superior a 2009. Os valores são referentes a pagamentos pelo fornecimento de insumos; por contra-tos de repartição de benefícios; em virtude do acesso ao patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado; pelo uso de imagem, e por investimentos diretos no desenvolvimento local sustentável (veja quadro).

RECURSOS DESTINADOS (R$ MILHARES)1

2008 2009 2010Fornecimento 2.283,9 2.767,2 4.373,6Repartição de benefícios por acesso ao patrimônio genético ou conhecimento tradicional associado2 1.435,7 1.056,3 1.480,1Fundos e apoios3 631,2 1.087,7 1.551,7Uso de imagem4 15,4 14,5 76,5Capacitação5 56,4 151,8 184,6Certifi cação e manejo6 23,4 27,8 212,2Estudos e assessorias7 555,5 435,1 827,7Total 5.001,5 5.540,4 8.706,4

1. Os dados de 2008 e 2009 foram revisados em função da realocação e reclassifi cação de despesas de projetos em comunidades fornecedoras, e da exclusão de valores associados à comunidade que deixou de fazer parte do universo. 2. Repartição de Benefícios às comunidades na qual foram acessados Patrimônio Genético e/ou Conhecimento Tradicional Associado. 3. Corresponde aos Fundos e Convênios de Desenvolvimento Sustentável voluntários por parte da Natura, cujo desembolso sempre foi atrelado à realização de projetos ou patrocínio de implementação de melhorias de infraestrutura. 4. Valores pagos pela Natura pelo uso de imagem dos membros das comunidades em materiais de divulgação institucional ou de marke-ting da Natura. 5. Contempla ofi cinas e cursos pagos pela Natura às comunidades com o objetivo de aperfeiçoar suas técnicas de produção sustentável. 6. Valores investidos em certifi cação e plano de manejo em áreas de cultivo nas comunidades fornecedoras. 7. Inclui os estudos e consultorias de profi ssionais especializados e ONGs contratadas pela Natura para atuação nas comunidades fornecedoras.

O crescimento dos recursos é fruto da maior demanda– impulsionada pelo lançamento de novos produtos –, mas também, pelo vencimento de contratos de pagamentos por repartição de benefícios em um volume maior em 2010 do que em anos anteriores. Para 2011, prevemos aumento da distribuição total, mas em percentual menor, de 25% em relação ao ano passado.

Em 2011 vamos aprimorar nosso sistema de informações das diversas áreas da Natura que fazem parte deste relacionamento ampliando o controle deste e de outros indicadores associados às comunidades fornecedoras.

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RECURSOS ALOCADOS POR FAMÍLIA (R$ MILHARES)

2008 2009 2010Recursos diretos1 2,4 2,5 3,2Fornecimento2 1,4 1,5 2,0

1. Inclui os recursos efetivamente recebidos pelas comunidades: fornecimento de insumos, repartição de benefícios, uso de imagem, fundos e apoios.2. Subitem dos recursos diretos, explicitando os recursos recebidos por fornecimento.

PROGRAMA BIOQLICARNossas comunidades fornecedoras participam do Programa BioQlicar, iniciativa semelhante ao programa de desenvolvimento aplicado aos demais fornecedores.

Há cinco anos, começamos a elaborar um programa para acompanhar e desenvolver as cadeias de abasteci-mento dos insumos da biodiversidade. Após um período de evoluções conceituais e metodológicas, chegamos em 2010 a um modelo mais robusto, contemplando duas categorias de indicadores: BIO (de recursos eco-nômicos, físicos, ambientais, sociais e humanos); e Qlicar (de monitoramento do desempenho produtivo dos fornecedores rurais). Com esse programa esperamos promover um diálogo objetivo, estreitar nossas parcerias e fortalecer nosso modelo de negócios.

O programa contribui para que as comunidades possam se organizar em diferentes aspectos, estimulando seu desenvolvimento e guiando suas relações para o mercado como um todo. Também orienta nossos procedimen-tos e estratégias de relacionamento para que as cadeias de abastecimento sejam cada vez mais sustentáveis.

Em 2011, promoveremos uma avaliação do programa, junto com as comunidades, e temos como meta alcançar nota 3,7 de uma escala que vai de 0 a 5. Também realizamos o primeiro levantamento completo de dados do programa, que envolveu reuniões em 23 das 25 comunidades fornecedoras e sete empresas benefi ciadoras. Os resultados foram e discutidos com esse público, o que permitiu a elaboração de planos conjuntos de ação e melhorias nas cadeias produtivas.

A construção do BioQlicar observou os sete princípios do Programa de Biocomércio da Conferência das Na-ções Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) que trata, entre outras coisas, da conservação da biodiversidade, da repartição equitativa de benefício, do atendimento à legislação e acordos nacionais e internacionais e do respeito aos direitos dos atores envolvidos.

REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS E PATRIMÔNIO CULTURALAssinamos quatro novos contratos de repartição de benefícios em 2010 cuja negociação ocorreu com base nos princípios da Política Natura de Uso Sustentável da Biodiversidade e do Conhecimento Tradicional Associado. Os recursos são, em geral, repartidos conforme o número de matérias-primas produzidas a partir da planta, bem como o sucesso comercial dos produtos que utilizam esse insumo.

O primeiro deles foi com a Associação Ver as Ervas, de Belém (PA), pelo conhecimento tradicional associado ao uso do ativo pataqueira (Conobea scoparioides). Pelo contrato, os recursos serão aplicados em projetos elabora-dos pela comunidade, como a reforma da sede da associação para benefi ciamento das ervas.

Também assinamos um contrato de repartição de benefícios para acesso genético à espécie aperta-ruão (Piper aduncum) com o grupo Consórcio Terra Medicidinal, de Barra do Turvo (SP), e a ONG Programa da Terra. Os recursos serão investidos na melhoria da qualidade de vida dos agricultores familiares envolvidos no processo de acesso e desenvolvimento da cadeia produtiva.

Outro contrato foi voltado para o maracujá aromático (Passifl ora edulis fl avicarpa Degener) com a Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Corumbataí do Sul (PR) e região (Coaprocor). A comunidade tem utilizado os recursos da repartição de benefícios para melhorias nas cadeias produtivas, como a compra de terreno para sede, treinamentos e eventos de mobilização dos agricultores.

O quarto contrato é da macela-do-campo (Achyrodine satureoides), assinado com o Instituto Agrofl orestal Ber-nardo Hakvoort, localizado na cidade de Turvo (PR). Os recursos serão aplicados no fortalecimento institucional da organização e da cooperativa local, por meio de capacitação técnica e da ampliação da base de produtores ligados aos projetos da Natura.

DESENVOLVIMENTO LOCALO relacionamento da Natura com as comunidades fornecedoras não está restrito apenas às relações comerciais e de produção. Também se dá por meio da promoção de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável local. Procuramos investir em projetos que benefi ciam o fortalecimento social dos grupos e auxiliam em questões como a conservação ambiental, a valorização cultural, além da busca por melhorias de infraestrutura.

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Um deles é realizado em parceria com a Federação de Orgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase) e a Labor, em Benevides, que gerou uma série de capacitações voltadas ao desenvolvimento de produtores (leia mais na página 68, Comunidade do Entorno).

Projetos que contribuem para o desenvolvimento local das comunidades fornecedoras:

COOPERATIVA MISTA DOS PRODUTORES EXTRATIVISTAS DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO RIO IRATAPURU – COMARU (AM)Oferta de bolsas de estudos de nível técnico e superior com recursos do Fundo Iratapuru.

COOPERATIVA DE PRODUTOS AGROECOLÓGICOS, ARTESANAIS E FLORESTAIS DE TURVO – CO-OPAFLORA (PR)

Promovemos a capacitação em gestão de cooperativas e um encontro de jovens da região do Turvo, que envolveu mais de 300 pessoas. O objetivo do evento foi incentivar a permanência dos jovens no campo, o fortalecimento da agricultura familiar e a redução do êxodo rural.

Os recursos para as ações são provenientes do programa de desenvolvimento local da Natura.

REFLORESTAMENTO ECONÔMICO CONSORCIADO E ADENSADO – RECA (RO E AC)Apoiamos com recursos do programa de desenvolvimento local a construção de uma escola agrícola. Tem como objetivo aproximar as comunidades do ensino profi ssionalizante e, atualmente, tem mais de 70 alunos.

COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO AGROEXTRATIVISTA E DE ENERGIA DO MÉDIO JURUÁ (CODAEMJ), CARAUARI (AM)Em parceria com a Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade apoiamos a capacitação em cooperativismo de 40 pessoas.

PRODUTORES DE ÓLEO DE BURITI DO MUNICÍPIO DE PALMEIRA DO PIAUÍ (PI)Promovemos cursos de formação em cidadania, associativismo e cooperativismo e sistemas agrofl orestais para 50 pessoas com recursos originados da repartição de benefícios não monetária pelo acesso ao conheci-mento tradicional e patrimônio genético do ativo Buriti.

MOVIMENTO DAS MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM (MMIB), COTIJUBA (PA)Com recursos próprios, a Natura apoiou a fi nalização da construção do galpão de produtos artesanais do MMIB, utilizado para a produção de biojoias e benefi ciando as 13 famílias integrantes da associação.

ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE BOA VISTA DO ACARÁ – (AM)Promovemos uma ofi cina de desenvolvimento de competências para a gestão organizacional para as 23 famílias integrantes da comunidade. A ação foi realizada com recursos próprios.

ASSOCIAÇÃO VER AS ERVAS, BELÉM (PA)Promovemos a capacitação de 100 pessoas em elaboração de projetos para apoiar a associação a captar recursos. A comunidade não é fornecedora da Natura, que mantém relacionamento por meio da repartição do conhecimento tradicional. A ação foi realizada com recursos próprios da Natura.

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4.7 COMUNIDADESDO ENTORNO

Reconhecemos, no entanto, que devemos ampliar o nosso olhar sobre este importante público e assumir uma nova estratégia que contemple a expansão das nossas operações no Brasil e no exterior.

Devemos, por exemplo, incluir em nossa estratégia de relacionamento os locais onde temos Centros de Distri-buição (CDs): Jundiaí (SP), Matias Barbosa (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE), Canoas (RS), Simões Filho (BA), Uberlândia (MG) e Castanhal (PA). O mesmo deve ocorrer com as nossas operações internacionais, cuja manufa-tura por meio de empresas terceirizadas teve início na Argentina, no fi nal de 2010, e será ampliada para México e Colômbia. O objetivo é tornar esses impactos cada vez mais positivos e contribuir com o desenvolvimento dessas regiões por meio de parcerias com a comunidade, com o poder público e com representantes da sociedade civil.

Em uma tentativa de compreender melhor as demandas das comunidades do entorno das nossas operações de Cajamar e de Itapecerica da Serra, promovemos, em 2010, cinco painéis de diálogos que envolveram representantes da sociedade civil, o poder público, associações e ONGs. Procuramos, nesses eventos, debater as questões relevantes e os desafi os enfrentados por essas comunidades, promovendo um melhor entendimento e articulação entre todos esses atores, troca de experiências e a busca por soluções conjuntas.

Os investimentos em projetos em Cajamar e em Itapecerica da Serra somaram R$ 438,7 mil em 2010, sendo R$ 408,7 mil em recursos próprios e R$ 30 mil por meio dos recursos do Programa Natura Crer para Ver. A Natura também faz a destinação de 1% do Imposto de Renda para os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e Adolescente e, em 2010, buscamos mais proximidade com esses órgãos para melhor acompanhar a aplicação desses recursos (leia mais na página 95, Geração de Valor Social).

INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PARA BENEFÍCIO PÚBLICO (R$ MILHARES)1

2008 2009 2010Investimentos nas comunidades de entorno das unidades da Natura - Recursos Natura 342,8 407,9 408,7Investimentos nas comunidades de entorno das unidades da Natura - Recursos Crer para Ver² 249,2 2,5 30,0Total 592,0 410,4 438,7

1. Os investimentos referem-se aos municípios de Itapecerica da Serra e Cajamar.2. Este valor não inclui os recursos destinados ao Projeto Trilhas, em Cajamar, e do Projeto Encontros de Leitura, em Itapecerica, ambos ligados ao Programa Crer para Ver.

Em 2010, ampliamos de 565 para 659 o número de colaboradores residentes em Cajamar, crescimento um pou-co menor do que a evolução do quadro funcional total da Natura. Observamos nas últimas edições que muitas pessoas das comunidades do entorno se inscreveram em nossos processos seletivos, mas não conseguiram se classifi car. Esse fato está atrelado às carências educacionais e de formação, um desafi o não apenas nesses locais, mas de todo o país. Isso também foi notado com os jovens do entorno que tentaram ingressar na Natura por meio do programa Menor Aprendiz. Entendemos que há uma oportunidade de atuarmos nesse aspecto e, em 2011, desenvolveremos programas de formação para esses grupos, visando ampliar as chances de classifi cação no processo seletivo da Natura e também de outras empresas (leia mais na página 30, Temas Prioritários/Educação).

COLABORADORES DAS COMUNIDADES DO ENTORNO (%)1

2008 2009 2010Cajamar 18,2 17,4 16,6Benevides2 96,0 98,0 94,5

1. Itapecerica da Serra não conta com colaboradores oriundos da comunidade do entorno.2. Considera colaboradores do estado do Pará.

SABEMOS QUE AS NOSSAS OPERAÇÕES CAUSAM TRANSFORMAÇÕES NASLOCALIDADES ONDE ATUAMOS, POR ISSO TEMOS INVESTIDO EM UM RELACIONAMENTO PRÓXIMO COM AS COMUNIDADES DO ENTORNO DE NOSSAS UNIDADES EM CAJAMAR (SP), ITAPECERICA DA SERRA (SP) E BENEVIDES (PA).

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A Natura não dispõe de uma política específi ca de compras relacionadas à comunidade do entorno, mas, na nova metodologia para seleção de fornecedores que será incorporada pelo processo de suprimentos em 2011, a lo-calização é um dos itens analisados junto com outros critérios técnicos e socioambientais (leia mais na página 63, Fornecedores). Em 2010, houve crescimento no volume de negócios com parceiros do entorno nas três unidades Natura, refl exo da manutenção das parcerias com os atuais fornecedores.

COMPRAS DE FORNECEDORES DAS COMUNIDADES DE ENTORNO DAS UNIDADES1 (R$ MILHÕES)

2008 2009 2010Cajamar2 52,0 69,9 73,6Itapecerica da Serra2 1,2 1,2 1,3Benevides3 34,4 44,6 46,5Total 87,6 115,7 121,4

1. Os valores consideram impostos.2. Compras de fornecedores localizados nos municípios de Cajamar e Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, Brasil.3. Compras de fornecedores do estado do Pará exclusivamente para a Saboaria, unidade fabril localizada em Benevides, na região norte

do Brasil.

CAJAMARUm dos principais destaques da atuação da Natura em Cajamar, em 2010, foi a revisão do Plano Municipal da Educação. Em 2003, apoiamos a prefeitura no seu primeiro plano e agora fi zemos novamente parte da iniciativa. Naquela oportunidade, a participação da comunidade foi pequena, ao contrário do que registramos agora, com 300 representantes da sociedade civil envolvidos, evidenciando um grupo mais articulado e participativo.

No ano passado, em conjunto com a prefeitura de Cajamar, contratamos a assessoria da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo para assessorar a revisão do plano. Viabilizamos 70% do valor do contrato, e a prefeitura, o restante do recurso. O projeto foi construído de maneira conjunta com a comunidade, por meio de assembleias realizadas em todos os distritos. O novo plano engloba os próximos dez anos de educação para as escolas municipais, defi nindo metas, estratégias e planos de ação. Apoiamos ainda, com recursos do Programa Natura Crer para Ver, uma cartilha que detalha o funcionamento do plano, distribuída à comunidade.

Temos uma parceria com a ONG Mata Nativa. Em 2010, contratamos o Instituto de Projetos e Pesquisas Socioam-bientais para assessorar o processo de melhoria e aperfeiçoamento da gestão da ONG. A Mata Nativa é uma das instituições de referência na cidade, procurada por diversos setores para auxílio no enfrentamento das questões socioambientais do município.

Também com a Mata Nativa concluímos em 2010 um projeto de mapeamento das áreas potenciais para refl ores-tamento em Cajamar. O estudo foi composto por um inventário geral da fl ora local, a indentifi cação das Áreas de Preservação Permanentes e de Reserva Legal, áreas degradas e de mata ciliar. Foram produzidos relatórios técnicos e mapas georreferenciados indicativos das áreas potenciais de refl orestamento diagnosticadas na região. Esse projeto foi amplamente divulgado no município e tem o potencial de agregar conhecimento para a construção do Plano Diretor do município e da Agenda 21. A iniciativa também contou com apoio do Centro Nacional de Referência em Biomassa e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, ambos da Universidade de São Paulo.

Há quatro anos, somos patrocinadores da publicação Cajamar em Verso e Prosa, trabalho de incentivo à escrita e à valorização da cidade, coordenado pela Diretoria Municipal de Educação. Patrocinamos também a impressão de jornais destinados à comunidade escolar do município.

Cajamar foi contemplado no Projeto Trilhas, do Programa Natura Crer para Ver, que é realizado em todas as escolas públicas municipais que atendem crianças de 4 a 6 anos do Ensino Fundamental ou da Educação Infantil. O projeto tem duração de dois anos e teve a participação de 16 escolas municipais, 125 docentes e 2.863 alunos entre 2009 e 2010 (leia mais na página 92, Geração de Valor Social).

ITAPECERICA DA SERRANossa principal atuação em Itapecerica da Serra continua sendo para a expansão do programa de coleta seletiva. Para isso, apoiamos a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Divisão Verde) e a Cooperativa de Re-cicladores de Itapecerica da Serra. O objetivo de médio prazo é que a coleta seletiva seja realizada em todo o município, por meio de um sistema misto, envolvendo o transporte motorizado, os catadores e os pontos de entrega voluntária.

Em 2011, vamos transferir as operações que mantemos em Itapecerica da Serra para um novo espaço na cida-de de São Paulo. As atuais instalações estão pequenas e não comportam mais o crescimento da Natura, além de já não oferecer as condições ideais de trabalho aos colaboradores (leia mais na página 25, Evolução estruturais). Sabemos que essa decisão vai provocar impactos na comunidade, mas estamos realizando o processo de tran-sição de forma a minimizar esses efeitos. Mantivemos o investimento social em 2011 e estamos preparando a cooperativa e a prefeitura para administrarem de forma autônoma o serviço de coleta seletiva. Esse foi o obje-tivo do projeto desde seu início e, ao longo da parceria, apoiamos a reorganização da cooperativa, estruturação de seus processos, profi ssionalização dos cooperados e consequente aumento no volume coletado

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O apoio da Natura se dá por meio da contratação do Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais para assessorar a cooperativa e capacitar seus integrantes. Dessa forma, eles obtiveram mais recursos para, por exemplo, ampliar seu galpão, estruturar seus processos contábeis e fi nanceiros e entender a importância da profi ssionalização dos cooperados. Atualmente, a cooperativa conta com 25 integrantes e, em 2010, todos passaram a recolher as taxas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A média mensal de serviço foi ampliada de 50 toneladas, em 2009, para 69 toneladas por mês em 2010 e a cooperativa conquistou o melhor rendimento da sua história.

Em 2010, o município de Itapecerica da Serra também participou do projeto Encontros de Leitura, do Crer para Ver. O trabalho envolve a formação de educadores, que trabalham com crianças de 4 a 5 anos, em atividades de leitura e de escrita. Participaram do projeto 50 professores de 29 escolas, 37 profi ssionais da equipe técnica e diretores de escolas, benefi ciando 1.461 alunos.

BENEVIDESEm operação desde 2006, a unidade industrial de Benevides conta com uma área específi ca responsável por capa-citar, dialogar e negociar com os produtores rurais que fornecem parte dos ativos da biodiversidade utilizados na fábrica. Esses produtores e comunidades agroextrativistas (na maioria, agrupados em cooperativas) são chamados de empreendimentos comunitários e também fazem parte das nossas comunidades fornecedoras. Eles estão loca-lizados em várias cidades do estado do Pará, em um raio de atuação mais amplo do que o município de Benevides.

Em 2010, trabalhamos com 11 associações e cooperativas, que reúnem atualmente 1,1 mil famílias, 80% a mais em relação às 610 famílias de 2009. Também houve crescimento no volume de compras de insumos. Passamos de 394 toneladas, em 2009, para 500 toneladas em 2010. Nossa atuação em Benevides será ampliada em 2011 com a construção da nova fábrica de sabonetes e deverá ampliar a capacidade produtiva da nossa operação local.

Para alcançar o crescimento signifi cativo que temos registrado ano a ano, buscamos promover melhorias no siste-ma produtivo das associações e a diversifi cação dos produtos. Promovemos atividades voltadas ao desenvolvimen-to desses produtores em parceria com as organizações Labor e Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (Fase). Ofi cina de Qualidade de Amêndoas; Curso de Manejo de Murumuru; Ofi cinas de Saúde; Curso de Segurança e Meio Ambiente para Extrativistas; Programa de Formação em Cooperativismo; e o Programa de Formação em Gestão de Cooperativa. Além disso, realizamos atividades de assessoria técnica, com a duração de dois dias cada, na qual a Natura visita os empreendimentos e realiza palestras sobre qualidade da produção, meio ambiente, segurança e organização social.

Em 2010, iniciamos um projeto piloto no empreendimento Coofruta, localizado em Abaetetuba (PA), para a des-centralização da produção dos óleos que utilizamos em nossos produtos. Atualmente, as comunidades fornecem os insumos (como sementes, amêndoas etc.) a empresas benefi ciadoras que produzem o óleo e entregam à Natura. Nosso objetivo é auxiliar as comunidades a produzirem os óleos possibilitando novos ganhos e diversifi ca-ção dos seus negócios, além de trazer ganhos logísticos para o processo produtivo. Para avaliar o resultado dessa experiência estamos criando indicadores para medir não apenas o aumento de renda da população, mas também os benefícios sociais associados às novas oportunidades produtivas (leia mais sobre as comunidades de Benevides na página 64, Comunidades Fornecedoras).

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Seguimos as recomendações da Comissão de Valores Mobiliários e as regras da BM&FBovespa, onde as ações da Natura estão listadas no segmento do Novo Mercado.

A Assembleia Geral Ordinária, realizada em abril, reuniu mais de 200 acionistas em nossa sede em Cajamar, onde tiveram a oportunidade de aproximar-se de nossa empresa, de nossos acionistas controladores e de nossos executivos (leia mais na página 16, Governança Corporativa). Neste ano, também realizamos a segunda edição do Natura’s Day, encontro com cerca de 80 analistas e profi ssionais de mercado do país e do exterior.

Para mantermos proximidade com nosso público, realizamos teleconferências trimestrais, participamos de con-ferências e de reuniões individuais no Brasil e no exterior. Em 2010, promovemos aproximadamente 600 encon-tros com investidores. Também reformulamos nossa página na internet (www.natura.net/investidor), o principal canal de comunicação. O site ganhou novas funções que facilitam o acesso às informações e a interatividade, como simulador de investimento e a seção “Fale com RI”. Desde seu lançamento, em junho, registramos, em média, 16 mil acessos por mês.

PERFIL DOS ACIONISTAS

2008 2009 2010Pessoas físicas 9.993 7.699 7.838Pessoas jurídicas Brasil 396 560 560Pessoas jurídicas exterior 538 668 850Total 10.927 8.927 9.248

Em relação à quantidade de ações em circulação, ao fi nal de 2010, os investidores pessoas jurídicas do exterior detinham 88% de participação, enquanto pessoas jurídicas brasileiras 7%, e os investidores pessoas físicas, 5%.

COMPOSIÇÃO ACIONÁRIA

ACIONISTAS PARTICIPAÇÃO QUANTIDADE DE AÇÕES

Controladores 59,88% 258.017.219Ações em tesouraria 0,00% 655Ações dos administradores 0,57% 2.458.016Ações em circulação 39,55% 170.405.526Total de ações 100,0% 430.881.416

ACIONISTAS MAJORITÁRIOSO Capital Social da Natura é composto exclusivamente por ações ordinárias. A tabela abaixo indica a parcela acionária detida por acionistas titulares de 5% ou mais de ações do capital social e pelos membros da nossa administração em 2010.

ACIONISTA QUANTIDADE DE %____________ AÇÕES ORDINÁRIAS _________Lisis Participações S.A. Controlada por Antonio Luiz da Cunha Seabra 95.946.968 22,27Utopia Participações S.A. Controlada por Guilherme Peirão Leal 91.557.964 21,25Passos Participações S.A.Controlada por Pedro Luiz Barreiros Passos 22.606.809 5,25

4.8 ACIONISTAS

DESDE A ABERTURA DE CAPITAL, EM 2004, BUSCAMOS CONSTRUIR UM RELACIONAMENTO TRANSPARENTE E DE ALTO NÍVEL COM NOSSOS ACIONISTAS, INVESTIDORES E COM OS ANALISTAS DE MERCADO DE CAPITAIS, MANTENDO ESSE PÚBLICO SEMPRE BEM-INFORMADO.

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ACIONISTA QUANTIDADE DE %____________ AÇÕES ORDINÁRIAS _________ANP Participações S.A. Controlada por Anizio Pinotti 22.583.608 5,24RM Futura Participações S.A. Controlada por Ronuel Macedo de Mattos 15.918.754 3,69Antonio Luiz da Cunha Seabra 3.628.920 0,84Guilherme Peirão Leal 3.462.917 0,80Pedro Luiz Barreiro Passos 855.038 0,20Anizio Pinotti 854.160 0,20Ronuel Macedo de Mattos 602.081 0,14

DESEMPENHO DAS AÇÕES NATURA (NATU3)Encerramos 2010 com valorização de 37% das ações da Natura, enquanto o Índice da Bolsa (Ibovespa) teve alta de 1,3%. O volume negociado também aumentou 30% em relação ao ano anterior. No acumulado desde 2004, quando abrimos o capital da empresa, as ações Natura tiveram valorização de 754,7%, enquanto o Ibovespa, no mesmo período, valorizou-se 267,9%.

2005 2006 2007 2008 2009 2010NATU3: +37.9%

Ibov: +28.3%NATU3: +51.1%

Ibov: +29.1%NATU3: – 41.4%

Ibov: +47.4%NATU3: +18.0%

Ibov: – 41.4% NATU3: +101.6%

Ibov: +82.7%NATU3: +37.0%

Ibov: +1.3%

2004NATU3: +87.2%

Ibov: +33.0%

Natu3

Ibovespa 755%

268%

NATU 325/05/2004

R$ 5,61

FOLLOW ON31/07/2009

Base 100 = 25/05/2004 NATU 330/12/2010R$ 47,70

Continuamos a fazer parte dos mais importantes índices do mercado de ações brasileiro – o Ibovespa, o IBrX-50 (que lista as 50 ações mais líquidas da bolsa), o Índice de Ações com TagAlong, o Índice de Gover-nança Corporativa e o Índice de Sustentabilidade Empresarial, que utiliza critérios de sustentabilidade para selecionar ações das empresas listadas. Também seguimos no índice do Morgan Stanley Composite Index, referência para investidores estrangeiros.

Vale destacar a entrada das nossas ações no Índice de Carbono Efi ciente, da BM&FBovespa, que leva em consideração, para composição de sua carteira, a emissão de gases do efeito estufa de cada companhia. Ele foi criado com o objetivo de estimular as empresas a aferirem, divulgarem e monitorarem suas emissões de carbono, permitindo a composição de um indicador que incorpora as questões relacionadas às mudanças climáticas. Composto por empresas que já participavam do IBrX-50 e aceitaram a adesão voluntariamente, o novo índice obriga as companhias a realizar inventário periódico de emissões para se manter na carteira. A Natura realiza inventário de emissões desde 2007 (leia mais na página 79, em Geração de Valor Ambiental).

DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOSO Conselho de Administração aprovou no dia 23 de fevereiro de 2011 a proposta a ser submetida à Assem-bleia Geral Ordinária, que será realizada em 8 de abril de 2011, para pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio referentes aos resultados auferidos no exercício de 2010, no montante de R$ 659,6 milhões e R$ 59,9 milhões (R$ 50,9 milhões líquidos de imposto de renda na fonte), respectivamente. Em 12 de agosto de 2010 foram pagos, ad referendum da Assembleia Geral Ordinária de 2011, dividendos no montante de R$ 253,9 milhões e juros sob o capital próprio no valor de R$ 30,1 milhões (líquidos de imposto de renda na fonte). O saldo remanescente a ser pago em 14 de abril de 2011, após ratifi cação pela Assembleia Geral Ordinária, será de R$ 405,6 milhões na forma de dividendos e R$ 20,7 milhões na forma de juros sobre o capital próprio (líquidos de imposto de renda na fonte). Estes dividendos e juros sobre capital próprio somados, referentes ao resultado do exercício de 2009, representarão uma remuneração líquida de R$ 1,65 por ação (R$ 1,37 por ação em 2009), correspondendo a 99% da geração de caixa livre e 95% do lucro líquido de 2010.

1. (Geração interna de caixa) +/- (variações no capital de giro e realizável e exigível a longo prazo) – (aquisições de ativo imobilizado)2. Lucro líquido de acordo com a Lei nº 6.404/76

1. VOLUME MÉDIO DIÁRIO NEGOCIADO DAS AÇÕES 1

(R$ MILHÕES)

1. Fonte: Economática.

18.098

2008

25.983

2009

33.182

2010

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73

4.9 GOVERNO

O ano de 2010 foi marcado por dois fatos principais: o Ano Internacional da Biodiversidade e as eleições pre-sidenciais no Brasil. Esses temas ocuparam nossa Agenda de Temas Prioritários de Relações Governamentais, também pautada pela otimização da carga tributária, a regulamentação dos resíduos sólidos e o desenvolvimen-to de planos estratégicos regionais. A agenda relaciona os assuntos que se encontram na intersecção do cenário político-institucional brasileiro com o Planejamento Estratégico Natura

Novamente, nossos principais esforços estiveram voltados à promoção de um novo marco legal de acesso à biodiversidade e ao conhecimento tradicional associado, que garanta condições de uso sustentável do patrimô-nio genético nacional e das manifestações tradicionais a ele associadas.

O assunto está presente há 10 anos em nossa pauta, pois acreditamos que, para o Brasil ter condições de gerar riqueza a partir do uso sustentável da biodiversidade, consolidando sua liderança mundial nesse tema, é preciso uma legislação que ofereça segurança às empresas e aos pesquisadores. Hoje, o tema é regulado por uma Me-dida Provisória incompleta e inconsistente, que não garante estabilidade institucional para o desenvolvimento de ciência e tecnologia. Acreditamos que apenas a construção de um modelo que integre produção, consumo e conservação poderá conter a perda de diversidade biológica e a defi nição de alternativas depende da resolução desse impasse pelo governo.

Nosso plano de atuação para a disseminação do tema centrou-se em três pilares: comunicar para ampliar o entendimento da sociedade de forma a gerar mobilização social; engajar, buscando apoio, e infl uenciar os toma-dores de decisão para o avanço do marco legal.

Defendemos o envio ao Congresso Nacional pela Casa Civil do anteprojeto de lei que vem sendo trabalhado desde 2007. Ao longo de 2010, reforçamos nossa mobilização reafi rmando nosso argumento de que essa pro-posta precisa ser encaminhada ao legislativo, onde será discutida, negociada e adaptada para dar origem a um novo marco legal.

Realizamos audiências com senadores e deputados federais, além de encontros com representantes dos minis-térios do Meio Ambiente, da Casa Civil, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e de Ciência e Tec-nologia. Também fomos um dos idealizadores do Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade, manifestação do compromisso das empresas brasileiras com a biodiversidade, subscrito por mais de 60 empresas e uma dezena de associações da sociedade civil (leia mais sobre o tema nas páginas 29 e 79, Temas Prioritários/Biodiversidade e Geração de Valor Ambiental).

Como consequência do imperfeito marco regulatório brasileiro, recebemos, em 2010, autos de infração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com os quais não concor-damos e iremos contestar formalmente (leia mais na página 83, Geração de Valor Ambiental).

A participação do então copresidente do Conselho de Administração, Guilherme Leal, nas eleições presiden-ciais de 2010 foi outro tema que ocupou nossa agenda (leia mais na página 16, Governança ).

No cenário tributário, sob a liderança da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos-méticos (Abihpec), mobilizamos o setor e conseguimos sensibilizar parlamentares sobre os efeitos da Medida Provisória 497, de julho de 2010, que elevaria drasticamente a carga tributária das empresas de cosméticos. O nível de tributação já é bastante elevado, e novos aumentos resultariam também em impactos signifi cativos para os consumidores, os maiores prejudicados com a alta carga tributária.

No que se refere à tributação nos estados, apoiamos os esforços da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) no grupo de trabalho estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) pela defi nição de uma metodologia comum de apuração da Margem de Valor Agregado (MVA) para todos os estados. Esse seria um grande avanço para nosso sistema processual e também para os estados, pois

NOSSO RELACIONAMENTO COM AS INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS ESTÁ BASEADO NO DIÁLOGO ABERTO, TRANSPARENTE E APARTIDÁRIO.QUEREMOS SER RECONHECIDOS COMO UM IMPORTANTE INTERLOCUTOR NO PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, ATUANDO C O M O P R OTAG O N I S TA S N A S TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE, EM TEMAS LIGADOS AO NOSSO NEGÓCIO E À NOSSA VISÃO DE MUNDO .

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reduziria a possibilidade de guerra fi scal. Enquanto esse tema não avança, negociamos diretamente com os go-vernos estaduais e continuamos com casos em juízo no Paraná e no Mato Grosso do Sul, e no Distrito Federal, onde não foi possível um acordo a respeito do método de apuração da MVA.

No tratamento dos resíduos, a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei 12.305 de 2010, foi um grande avanço, que abre caminho para a consolidação de um sistema envolvendo toda a ca-deia, incluindo fabricantes, poder público e consumidores. No entanto, ainda existe muito a ser feito quanto à regulamentação da Lei, defi nindo claramente responsabilidades e metas. Em 2010, nós nos reunimos com representantes da indústria para construir um entendimento comum da regulamentação da Política Nacional. Seguiremos, por meio da Abihpec, com as negociações para a formalização de um acordo setorial que divida as responsabilidades pelo tratamento dos resíduos (leia mais na página 32, Temas Prioritários/Impacto dos Produtos).

A Natura não tem qualquer litígio envolvendo matérias de direito concorrencial, nem apresenta histórico de multas signifi cativas ou sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos.

Como desafi os para 2011, a ampliação da atuação internacional da Natura exigirá a consolidação de um sistema de governança das relações com o governo, orientando os relacionamentos corporativos e locais, em ambientes com cenários políticos diversos e diferentes graus de representatividades da Natura. Uma das ações previstas é a regionalização da nossa Agenda Prioritária, desdobrada para nossas regionais no Brasil e também para as Operações Internacionais. Dessa forma, estaremos mais próximos dos temas que possam impactar nosso ne-gócio, corporativa e localmente.

Vale destacar ainda que obtivemos fi nanciamentos de órgãos de fomento do governo por meio de incentivos fi scais que, em 2010, chegaram a pouco mais de R$ 34 milhões. O que mais contribuiu para o aumento desse valor foram os benefícios destinados aos nossos projetos de pesquisa e inovação. A Lei 11.196, de 2005, a cha-mada Lei do Bem, prevê incentivos a empresas que desenvolvem inovações tecnológicas.

RECURSOS GOVERNAMENTAIS (R$ MILHÕES)

2008 2009 2010Incentivos fi scais de apoios e patrocínios1 5,2 6,1 8,5Lei do Bem (dedução nas bases do IR e CS de até o dobro dos gastos com Pesquisa e Inovação Tecnológica)2 15,6 12,4 19,0Subvenção de ICMS de Itapecerica da Serra 1,8 3,1 6,0Incentivo à prorrogação da licença maternidade3 0,0 0,0 0,6Total 22,6 21,6 34,1

1. Em 2010, houve patrocínios da Lei Rouanet (artigos 18 e 26) e também Ancine. Tivemos incentivos do Natura Musical - ICMS (MG).2. O benefício fi scal referente à Lei do Bem de 2009 foi alterado pela revisão/auditoria nos projetos.3. Instituída pelo Decreto 7052/2009, a despesa é indedutível na apuração do Lucro Real e Base de Cálculo da CSLL, porém, é deduzida integralmente no IRPJ.

LOBBY E INFLUÊNCIA SOCIALSomos favoráveis à prática do lobby político, sempre que exercido com ética e transparência. Apoiamos a regula-mentação dessa atividade, que é lícita e legítima, mas carece de normas e limites estabelecidos. Buscando ocupar esse vazio regulamentar, somos orientados por nossas diretrizes de relacionamento com o governo e nosso posicionamento sobre a prática de lobby político. Exercem a atividade de lobby em nome de nossa companhia os seguintes colaboradores: Daniel Serra, Elizabete Vicentini, Kassia Reis, Rodolfo Guttilla e Thais Chueiri.

Complementarmente, publicamos outros documentos que balizam nossos posicionamentos e conduta, que entregamos aos interlocutores em nossos encontros. São eles: a Política de Integridade contra Corrupção e Suborno, na qual repudiamos a execução de toda e qualquer prática ilícita; e a Política de Doações de Cam-panha, que deixa clara nossa decisão de não realizar doações a candidatos ou a partidos políticos, dentro ou fora de período eleitoral. Para 2011, vamos publicar nossa política de contratação de lobistas, pois acredita-mos que esta é mais uma boa prática de transparência com nossos públicos.

Com o propósito de unir forças e avançar em demandas coletivas do nosso setor, integramos a Abihpec e a ABEVD. Por meio dessas associações, temos um discurso harmonioso com a concorrência e um espaço de debates consolidado para analisar temas relacionados ao negócio e para contribuir com o aumento da competitividade da indústria e do setor.

Também estamos presentes na World Federation of Direct Selling Associations (Federação Mundial das Associações de Venda Direta). Em 2010, a entidade seguiu com a implementação de seu plano estratégico de longo prazo, aprovado em 2009. Nossa participação confere à Natura um espaço relevante no mercado internacional abrindo oportunidade para aprendizado em diferentes países e ampliando nossa rede de rela-cionamento global. Trabalhamos ainda para aumentar nosso papel e relevância nas associações setoriais da América Latina em virtude da ampliação da nossa atuação na região.

Reforçando nosso desejo de infl uenciar positivamente nossos públicos por meio de um diálogo aberto e transparente, participamos ativamente de espaços de articulação, debate e colaboração no Brasil e no exterior.

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Em 2010, estivemos formalmente representados em 54 entidades de classe, associações e organizações.

REPRESENTAÇÕES EM ENTIDADES DE CLASSE E ASSOCIAÇÕES

Entidade/Associação Representante Natura Tipo de Representação

ABA - Associação Brasileira de Anunciantes1. José Vicente Marino 1. Membro da Diretoria Nacional

2. Vanessa Giannotti 2. Representante Comitê de Boas Práticas de Comunicação

ABERJE- Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (www.aberje.com.br)

Rodolfo Guttilla Presidente do Conselho Deliberativo

ABEVD - Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (www.abevd.org.br)

1. Rodolfo Guttilla 1. Vice-presidente

2. Lucilene Prado 2. Coordenadora do Comitê de Assuntos Legais e Relações Governamentais

3. Vice-presidente Conselho de Ética3. Daniel Serra

ABIA - Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação Rodolfo Guttilla Diretor

ABIFRA - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Essenciais, Produtos Químicos Aromáticos, Fragrâncias, Aromas e Afi ns

Sérgio Gallucci Representante

ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumarias e Cosméticos (www.abihpec.org.br)

1. Rodolfo Guttilla 1. Vice-presidente

2. Lucilene Prado 2. Diretora

3. Elizabete Vicentini 3. Representante do Comitê Técnico e Regulatório

4. Thais Chueiri 4. Representante no Grupo de Meio Ambiente

5. Representante no Grupo de Relações com Trabalho5. Luiz Felipe

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (www.abnt.org.br) Elizabete Vicentini Representante

ABPI - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (www.abpi.org.br)

Lucilene Prado Representante

ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas (www.abrasca.org.br)

Helmut Bossert Representante

ABRH - Associação Brasileira de Recursos Humanos Denise Asnis Representante

AIPPI - Association Internationale pour la Protéction de la Propriété Intellectuelle (www.aippi.org)

Lucilene Prado Representante

AMVD - Associación Mexicana de Ventas Directas Cecilia Riviello Representante

ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (www.anpei.org.br)

Luciana Hashiba Diretora

ASIPI - Asociación Interamericana de la Propriedad Industrial (www.asipi.org)

Lucilene Prado Representante

Asociación Civil Argentina de Empresas Brasileñas (www.grupobrasil.com.ar)

Heriovaldo Silva Pro-tesoureiro

ASPI - Associação Paulista de Propriedade Intelectual (www.aspi.org.br)

Lucilene Prado Representante

Cámara de Comercio de Lima Daniel Gonzaga Representante

Cámara Peruana de Venta Directa Daniel Gonzaga Representante

Cámara de Venta Directa do Chile Hans Werner Representante

CAMBRAS - Cámara de Comercio Argentino Brasileña (www.cambras.org.ar)

Heriovaldo Silva Representante

CANIPEC - Camara Nacional de la Industria de Perfumeria, Cosmetica y Articulos de Tocador e Higiene (México)

1. Carolina Muñoz 1.Representante

2. Javier Herrero 2. Representante

CAPA - Cámara Argentina de la Indústria de Cosmética y Perfumeria

Heriovaldo Silva Miembro Suplente de la Comision Revisora de Cuentas

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CASIC - Consejo de Asociaciones de la Industria de Cosmeticos Latinoamericana

Rodolfo Guttilla Representante

CAVEDI - Cámara de Venta Directa de Argentina Pedro Gonzalez Representante

CEMEFI - Centro Mexicano para la Filantropía 1. Javier Herrero 1. Representante

2. Rosana Bertozzi 2. Representante

CIESP - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (www.ciesp.org.br)

Rodolfo Guttilla Diretor

CONAR - Conselho Regional de Autoregulamentação Publicitária José Vicente Marino Membro do Conselho Superior

CONSOCIAL - Conselho Superior de Responsabilidade Social (FIESP)

Em defi nição

ETHOS - Institutos Ethos de Empresas e Responsabilidade Social (www.ethos.org.br)

Marcelo Cardoso Membro do Grupo Gestor Ethos 10 Anos

FNQ - FundaçãoNacional da Qualidade (www.fnq.org.br) Pedro Luiz Passos Vice-presidente do Conselho Curador

FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade(www.funbio.org.br)*

Em defi nição

Fundação SOS Mata Atlância Pedro Luiz Passos Membro do Conselho

GIFE - Grupo de Institutos Fudações e Empresas Pedro Villares Representante

Global Compact - Caring for Climate Em defi nição

GRI - Global Reporting Initiative (www.globalreporting.org) Rodolfo Guttilla Membro do Stakeholder Council e Co-chair do Brazilian National Annex

IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (www.ibgc.org.br)

Moacir Salztein Representante

IBRI - Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (www.ibri.org.br)

Helmut Bossert Representante

IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (www.iedi.org.br)

Pedro Luiz Passos Presidente do Conselho

IIRC - International Integrated Reporting Committee Roberto Pedote Membro do Steering Committee

Instituto Empreender Endeavor Brasil (www.endeavor.org.br) Pedro Luiz Passos Membro do Conselho

Instituto São Paulo Contra a Violência (www.spcv.org.br) Rodolfo Guttilla Representante

INTA - International Trademark Association Lucilene Prado Representante

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas (www.ipt.br) Pedro Luiz Passos Membro do Conselho

LIDE - Grupo de Líderes Empresariais1. Alessandro Carlucci 1. Representante

2. Rodolfo Guttilla 2. Representante

MBC - Movimento Brasil Competitivo (www.mbc.org.br) Pedro Luiz Passos Membro do Conselho

Movimento Nossa São Paulo (www.nossasaopaulo.org.br) Em defi nição

PCPC Council - Personal Care Products Council (www.personalcarecouncil.org)

Elizabete Vicentini Representante

Rede Social São Paulo Em defi nição

SIPATESP - Sindicato da Indústria de Perfumaria e Artigos de Toucador do Estado de São Paulo

1. Rodolfo Guttilla 1. Vice-presidente

2. Lucilene Prado 2. Diretora-suplente

The Arthur W. Page Society (www.awpagesociety.com) Rodolfo Guttilla Representante

UEBT - Union For Ethical Biotrade Em defi nição

WBCSD - World Business Council for Sustainable Development (www.wbcsd.org)

Alessandro Carlucci Conselheiro

WFDSA - World Federation of Direct Selling Associations1. Alessandro Carlucci 1. Tesoureiro

2. Rodolfo Guttilla 2. Conselheiro

WWF Brasil (www.wwf.org.br)* Em defi nição

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5. QUE PEGADA DEIXAMOS

Q U E R E M O SGERAR VALORPARA TODOS QUE SE ENVOLVEM DIRETA OU INDIRETAMENTE EM NOSSAS ATIVIDADES, R E D U Z I N D OO IMPACTO AMBIENTAL

E AMPLIANDO OS RESULTADOS ECONÔMICOS E SOCIAIS.

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INDICADORES TRANSVERSAIS.

R$ 744,1 MILHÕES de lucro líquido.

R$ 5,1 BILHÕES de receita líquida.

R$ 1,2 BILHÃO de Ebitda.

24,5% de margem Ebitda.

R$ 80 MILHÕES investidos em responsabilidade corporativa.

1. EXTRAÇÃO E TRANSPORTE DE MATÉRIAS-PRIMAS E EMBALAGENS (FORNECEDORES DIRETOS E INDIRETOS).

R$ 3,7 BILHÕES distribuídos para fornecedores pela compra de insumos e serviços.

81% dos fornecedores satisfeitos.

36 ATIVOS certifi cados.

106.144 TONELADAS de gases do efeito estufa (GEEs) emitidas com a extração e o transporte de matérias-primas e embalagens.

24.775 TONELADAS de GEEs emitidas por fornecedores diretos (processo e transporte à Natura).

2. PROCESSO INDUSTRIAL E PROCESSOS INTERNOS.

R$ 769,2 MILHÕES distribuídos para colaboradores na forma

de benefícios e salários.

R$ 139,7 MILHÕES investidos em inovação.

0,47 LITRO de água consumidos por unidade faturada.

443,8 KJOULES de energia consumidos por unidade faturada.

25,7 GRAMAS de resíduos gerados por unidade faturada.

25.611 TONELADAS de GEEs emitidas nos processos internos.

3. VENDA DE PRODUTOS (TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO).

R$ 2,7 BILHÕES distribuídos para consultoras por ganhos relacionados à venda dos produtos.

1,2 MILHÃO de consultoras em todas as operações.

21% de índice de lealdade das consultoras.

168 novos produtos lançados.

38.275 TONELADAS de GEEs emitidos no transporte de produtos para consultoras e consumidores.

4. USO DE PRODUTOS E DESCARTE DE EMBALAGENS.

16,9% de refi s sobre itensfaturados. na Operação Brasil.

65,4 MPT/KG é o impacto ambiental das embalagens

por quantidade de produto1.

58.509 TONELADAS de GEEs emitidas no descarte

fi nal de produtos e embalagens.

1. Indicador também contempla impacto na extração e transformação

de embalagens.

R$ 1,4 BILHÃO recolhidos para governo em impostos diretos e indiretos.

R$ 646,9 MILHÕES distribuídos para acionistas em dividendos e juros sobre o capital próprio efetivamente pagos aos acionistas, ou seja, considerandoo regime de caixa.

5.1CADEIA DE VALOR NATURA OS PRINCIPAIS INDICADORES DE DESEMPENHO DA NATURA, EM 2010, REFERENTES ÀS ETAPAS DE NOSSA CADEIA DE VALOR.

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5.2 GERAÇÃO DE VALOR AMBIENTAL

Para isso, seguimos ampliando as nossas ações de efi ciência em água e energia e na geração de resíduos. Em 2009, seguindo a nossa posição de tratar não apenas os nossos próprios impactos, mas também incor-porar à nossa gestão o desempenho ambiental de parceiros importantes da cadeia produtiva, incluímos no cálculo dos nossos principais indicadores – consumo de água, energia e geração de resíduos – os dados dos fornecedores terceirizados – que fabricam parte de nossos produtos. Em 2010, avançamos na incorporação dos nossos centros de distribuição e outros espaços Natura aos indicadores. Nosso desafi o futuro é inserir os resultados referentes às Operações Internacionais em nossa coleta. Com essas iniciativas, nossa intenção é ter um retrato mais fi el do impacto gerado por nosso negócio, traçar planos de ação mais completos e infl uenciar nossos fornecedores na adoção de medidas para a produção com equilíbrio ambiental.

CARBONO NEUTROCriamos em 2007 o Programa Carbono Neutro, que visa reduzir contínua e signifi cativamente nossas emis-sões de Gases do Efeito Estufa (GEE) e mitigar o impacto que causamos, buscando alternativas de melhoria da nossa efi ciência para garantir o sucesso do negócio evitando que o impacto cresça na mesma medida que as nossas operações.

A criação do programa foi o marco inicial de um compromisso que estabelecemos com a sociedade de reduzir em 33% as emissões relativas da empresa em 5 anos, com base nas emissões de 2006. Desde então, alcançamos redução de 21% e provocamos uma transformação profunda nos processos de nosso negócio, além de neutra-lizarmos as nossas emissões por meio de apoio a projetos socioambientais. Em 2010, realizamos um diagnóstico do programa e revisamos o prazo de alcance da meta de 2001 para 2013 (leia mais na página seguinte, Redução).

No ano passado, as emissões absolutas da Natura totalizaram 253.312 toneladas de CO2e, seguindo a tendência dos últimos anos de crescer proporcionalmente menos do que o nosso negócio. Nas emissões relativas houve redução de 7,3%, em função, principalmente, de reduções signifi cativas em diversos processos como o Ciclo do Pedido (que envolve a distribuição dos nossos produtos), as Operações Internacionais e a Gestão de Negócios (gráfi cos 1 e 2).

O Programa Carbono Neutro está dividido em três pilares que orientam nossas ações de melhoria contínua e aperfeiçoamento dos processos: inventário com escopo ampliado, redução de gases de efeito estufa e compensa-ção das emissões que não puderam ser evitadas.

TOTAL DE EMISSÕES CO2E 1 2 3

2008 2009 2010Emissões diretas de GEE (Escopo 1) 5.469 6.104 7,969Emissões indiretas de GEE de energia (Escopo 2) 1.692 1.135 2.249Outras emissões indiretas de GEE (Escopo 3) 194.332 225.587 253.094Total 201.493 232.827 253.312

1. CO2e (ou CO2 equivalente): medida utilizada para expressar as emissões dos gases de efeito estufa, baseado no potencial de aqueci-mento global de cada um.2. O modelo de cálculo do inventário foi aprimorado em 2010. A base de 2009 foi recalculada para garantir comparabilidade, e a base de 2008 foi mantida, pois a revisão não excedeu 5% de variação defi nidos pelo GHG Protocol como limite para recálculo.3. O escopo do inventário da Natura tem uma visão de ciclo de vida e contempla todas as emissões diretas e indiretas considerando toda a cadeia de valor, desde a extração das matérias-primas até o descarte fi nal dos produtos.

NOSSO PRINCIPAL DESAFIO É EQUILIBRAR O CRESCIMENTO DOS NOSSOS NEGÓCIOS COM O USO DOS RECURSOS NATURAIS, O QUE NOS LEVA A DESENVOLVER INSTRUMENTOS E PRÁTICAS INOVADORAS PARA REDUZIR O IMPACTO DE NOSSAS OPERAÇÕES E PRODUTOS.

1. CO2e (ou CO2 equivalente): medida utilizada para expressar as emissões dos gases de efeito estufa, baseado no potencial de aquecimento global de cada um.

2. O modelo de cálculo do inventário foi aprimorado em 2010. A base de 2009 foi recalculada para garantir comparabilidade, e a base de 2008 foi mantida, pois a revisão não excedeu 5% de variação defi nidos pelo GHG Protocol como limite para recálculo.

1. TOTAL DE EMISSÕES CO2e 1 2

(EM TONELADAS)

201.493

2008

232.827

2009

253.312

2010

2. EMISSÕES RELATIVAS (KG DE CO2e/KG DE PRODUTO FATURADO)1 2

3,82

2008

3,55

2009

3,30

2010

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INVENTÁRIO DE EMISSÕES

Para calcular nosso inventário, consideramos o volume total das nossas emissões com escopo 1, 2 e 3 – ou seja, inclui o levantamento desde a extração da matéria-prima na natureza até o descarte fi nal do produto, contemplando todo o ciclo de vida do produto. Nosso inventário segue os padrões do Greenhouse Gas Protocol Initiative e a norma ABNT NBR ISO 14064-1, que estabelecem regras para a sua concepção, desen-volvimento, gestão e elaboração. A consultoria independente PwC realiza uma verifi cação específi ca (assegu-ração limitada) dos dados apresentados no Relatório Consolidado Inventário GEE Natura 2010.

Periodicamente, promovemos melhorias para aprimorar o processo de elaboração do inventário e acelerar o acesso às informações. Em 2010, a análise passou a ser trimestral, ante a prática anterior de balanços por quadrimestre. Esse ciclo reduzido permite a identifi cação de oportunidades de melhoria ao longo do próprio processo de inventário, sendo possível corrigir distorções ao longo do ano para alcançar os resultados espe-rados. Desde o ano passado, utilizamos uma nova metodologia que permite a avaliação dos impactos de cada produto da Natura.

Nossas operações não emitem ou utilizam substâncias que impactam a camada de ozônio. As emissões de materiais particulados e gases NOx e SOx são monitoradas e não são signifi cativas.

REDUÇÃOA redução das nossas emissões de GEE é o principal pilar do Programa Carbono Neutro e o que maior gerou esforços no ano passado.

A complexidade das ações, que envolvem uma profunda transformação na forma de fazer negócios, explicam, em parte, a revisão do prazo para alcance da meta de redução dos 33%. Algumas previsões feitas no início do programa, em 2007, acabaram se mostrando equivocadas ou muito ousadas para o prazo estipulado, tivemos também atrasos na implementação de alguns de nossos projetos e uma evolução tecnológica do mercado mais lenta do que era esperado. Entre as difi culdades enfrentadas atualmente está a baixa oferta de matérias-primas de origem vegetal, como biopolímeros, utilizado na produção de embalagens plásticas menos impactantes, e a falta de materiais reciclados viáveis comercialmente e com cadeias rastreáveis para ser utilizado na fabricação de embalagens.

Para acelerar a redução de emissões nos próximos anos lançamos em 2010 o programa Menos Carbono Mais Produtividade. A iniciativa é um esforço estruturado em cinco frentes de atuação: engajamento dos colabora-dores, educação e capacitação, identifi cação de projetos, melhorias nos processos e conexão com o negócio. Nos três últimos pilares, avançamos signifi cativamente na incorporação do impacto de carbono na tomada de decisão dos negócios com a criação de políticas para a priorização de materiais e novas ferramentas de medição.

Entre elas, promovemos uma análise mais detalhada das emissões nos principais processos da Natura. Dispo-nibilizamos uma ferramenta capaz de estimar a emissão de gases em cada processo, possibilitando ao gestor conhecer melhor o impacto da sua atividade no inventário da companhia, tomando decisões mais conscientes. Para o desenvolvimento de novos produtos, criamos uma ferramenta que estima as emissões de produtos e materiais de embalagem desde a sua concepção. Ou seja, a partir de dados específi cos, ela projeta a futura emissão e ainda faz comparativos com itens da mesma categoria e Unidade de Negócios.

Em outra frente do Programa Menos Carbono Mais Produtividade, identifi camos 10 projetos com novas oportunidades de redução e criamos oito diretrizes para o desenvolvimento de novos produtos como a que estabelece que o lançamento de novos itens ou modifi cações naqueles já existentes deve ter emissão de GEE igual ou menor do que o produto que está substituindo ou a média da categoria em que ele é alocado. Do contrário, ele precisa ser submetido à análise do nosso Comitê de Produtos, vinculado ao Comitê Executivo da Natura.

O programa contempla ainda educação e engajamento, buscando disseminar o conhecimento sobre as mudan-ças climáticas aos colaboradores de diversos níveis e processos da Natura.

Esse trabalho resultou na formação de uma carteira de projetos com potencial para atingirmos a meta de redu-ção de 33% até 2013, promovendo também uma evolução na gestão incorporando os critérios de carbono e de redução de custos de forma conjunta nos processos. O carbono ainda foi incorporado em processos-chave da Natura como o plano estratégico de crescimento das categorias de produtos e a Metodologia Natura de Gestão de Projetos.

Já começamos a colher os frutos deste processo com a superação da redução das emissões relativas, alcança-mos 7,3% em 2010 ante uma meta projetada de 4,4%. A queda se deve, principalmente, a reduções signifi cativas em diversos processos como o Ciclo do Pedido (que envolve a distribuição dos nossos produtos), as Operações Internacionais e a Gestão de Negócios.

¾ Consolidação dos Centros de Distribuição regionais (abrimos três novos CDs desde 2009) e maior incentivo ao modal marítimo no transporte para esses centros. Essas mudanças logísticas nos aproxi-maram das consultoras e resultaram em menor consumo de diesel e gasolina pelas transportadoras

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para a entrega dos pedidos. ¾ Maior utilização de caixas menores para a distribuição dos produtos, o que permite uma melhor

ocupação nos carros e caminhões. ¾ Nas Operações Internacionais, o expressivo crescimento da massa faturada dos produtos (cerca de

60%), puxado principalmente pelas operações de Argentina e Colômbia, favoreceu a redução da emissão relativa, já que as emissões de carbono não cresceram na mesma proporção.

¾ Avanço na venda de produtos com índice de carbono menor do que a média dos produtos Natura na categoria de cuidados da pele/corpo: sabonetes e óleos, além do lançamento do novo refi l.

Temos ainda o desafi o a adicional de reduzir as emissões absolutas de GEE em 10% entre 2008 e 2012. A meta se refere às emissões diretas e de consumo de energia (os chamados escopos 1 e 2) da Operação Brasil. Mantemos nosso compromisso embora os resultados ainda não tenham atingido o volume esperado diante do atraso na implementação de projetos e a fatores externos. Por conta da demora na liberação da licença ambiental, postergamos em quase um ano a instalação de uma caldeira fl ex que começou a operar no fi m de 2010. Outra iniciativa postergada foi a adoção de veículos movido a álcool para a força de vendas, implementado a partir de março de 2011, oito meses depois do prazo inicial. Essas duas inicia-tivas apresentarão resultados neste ano e correspondem a mais de 60% das emissões que serão cortadas.

Outra difi culdade está ligada ao aumento do uso de usinas termelétricas no país, movidas a carvão. Com uma matriz energética mais poluente, o fator de emissão da rede elétrica foi ampliado em mais de 100% na composição das emissões de GEE totais.

COMPENSAÇÃOAs emissões que não podem ser evitadas são compensadas por meio de projetos com foco na recuperação fl orestal de áreas degradadas ou de troca de combustíveis fósseis por energia renovável e efi ciência ener-gética, selecionados por meio de um edital público bianual disponível para todo o Brasil.

O processo para o biênio 2009 e 2010 selecionou os seis projetos no Brasil, eleitos em meio a 82 propos-tas enviadas, que irão neutralizar as emissões de 2009 e 2010, que totalizam 465.237 toneladas de CO2e. Parte dessas emissões já foram compensadas com a compra de créditos presentes e parte será compensa-da com créditos futuros. Em 2011, um novo contrato deve ser fi nalizado com um projeto na América Latina para compensar as emissões dessa região.

Conheça os projetos de compensação das emissões de GEE apoiados pela Natura na safra 2009/2010:

PROJETOS ENERGÉTICOS

USO DE BIOMASSA RENOVÁVEL CONSULTORIA SUSTAINABLE CARBONO projeto promove a utilização de serragem, cavaco e bagaço de cana em substituição à lenha nativa do Cer-rado para a geração de energia para os fornos da Cerâmica Santorini, em Ituiutaba (MG). Compramos 35.634 toneladas de CO2 já gerados em três anos e fi rmamos parceria para compensar mais 102.200 em sete anos.

USO DE BIOMASSA RENOVÁVELCONSULTORIA SUSTAINABLE CARBONPrevê a substituição da madeira nativa utilizada nos fornos, cuja retirada prejudica ainda mais as condições de desmatamento da Caatinga, por insumos como casca de coco, poda de árvores de caju, bagaço de cana e serragem. O projeto é realizado na Cerâmica JL Silva, em Lajedo (PE) e compensou 74.880 toneladas de CO2e em 4 anos.

FOGÕES EFICIENTES NO RECÔNCAVO BAIANO IIINSTITUTO PERENEO projeto amplia a iniciativa de 2009 de substituição de fogões rudimentares por outros mais efi cientes em domicílios rurais na Bahia. Serão instalados 5 mil novos equipamentos. O fogão rudimentar consome mais lenha, emitindo maior quantidade de gases do efeito estufa; acentua a degradação dos remanescentes de Mata Atlântica por meio da extração da lenha, e pode causar danos à saúde devido à fumaça. O projeto compensará 94.000 toneladas de CO2e em 8 anos.

SUBSTITUIÇÃO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL POR SEBOCONSULTORIA EQAOA redução nas emissões resulta da substituição parcial de combustível fóssil (óleo) por combustível reno-vável (sebo), utilizado nas caldeiras da Companhia de Fiação e Tecidos Santo Antônio, de Pirapora (MG). O projeto compensou 13.523 toneladas de CO2e em 1 ano.

PROJETOS FLORESTAIS

PROJETO DE CARBONO NO CORREDOR DE BIODIVERSIDADE EMAS-TAQUARIONG ORÉADES NÚCLEO DE GEOPROCESSAMENTORecuperação de 200 hectares de áreas degradadas – de uma área total de 600 hectares – com espécies

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nativas no entorno do Parque Nacional de Emas e do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari (Goiás e Mato Grosso do Sul). A previsão é de que o projeto compensará 70.000 toneladas de CO2e em 30 anos.

CARBONO SOCIOAMBIENTAL DO XINGU ASSOCIAÇÃO XINGU SUSTENTÁVEL, INSTITUTO SOCIO-AMBIENTAL (ISA) E INSTITUTO CENTRO DE VIDA (ICV)O objetivo é recuperar 220 hectares de áreas de preservação permanente degradadas dos cursos d’água nos formadores do rio Xingu em Mato Grosso. A compensação será de 75.000 toneladas de CO2 e em 30 anos.

Conheça os projetos de compensação das emissões de GEE em andamento safra 2007/2008

PROJETOS FLORESTAIS

CARBONO, BIODIVERSIDADE E COMUNIDADE NO CORREDOR ECOLÓGICO PAU BRASIL (SAFRA 2008)INSTITUTO BIOATLÂNTICA (IBIO)Projeto de restauração fl orestal no Parque Nacional do Pau-Brasil e no Parque Nacional do Monte Pascoal, em Porto Seguro (BA). Compensará 79.050 toneladas de CO2 para a Natura em 30 anos. Status 2010 – A implementação do projeto deve ser fi nalizada em 2011 e a previsão para a primeira emis-são de créditos é 2015.

CARBONO SOCIOAMBIENTAL DO XINGU (SAFRA 2008)INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA) E INSTITUTO CENTRO DE VIDA (ICV)Recuperação de 116 hectares de matas ciliares degradadas e de nascentes dos formadores do rio Xingu, no estado do Mato Grosso. A compensação será de 40.000 toneladas de CO2 e em 30 anos.Status 2010 – A implementação do projeto deve ser concluída em 2011 e a previsão para a primeira emis-são de créditos é 2014.

CARBONO FLORESTAL – RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS (SAFRA 2007)INSTITUTO ECOLÓGICAO projeto trabalha para recuperar cerca de 150 hectares de áreas degradadas, com o plantio mudas de espécies nativas em Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais de dois assentamentos rurais na região do Cantão (TO). Ao fi nal, o projeto terá compensado 60.000 toneladas de CO2e em 20 anos.Status 2010 – A implementação foi concluída e a primeira emissão de créditos ocorrerá em 2013.

RECOMPOSIÇÃO DA PAISAGEM E SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFRA 2007)INSTITUTO DE PESQUISAS ECOLÓGICAS (IPÊ)Visa restituir a vegetação e resguardar a diversidade de espécies em 55 hectares, além da implementação de 129 hectares de sistemas agrofl orestais para produção de café. O projeto agrega um diferencial de comercialização para os produtores rurais de Pontal do Paranapanema (SP). A compensação fi nal será de 60.000 toneladas de CO2e em 30 anos.Status 2010 – Projeto totalmente implementado e a primeira emissão de créditos prevista para 2011.

PROJETOS ENERGÉTICOS

FOGÕES EFICIENTES NO RECÔNCAVO BAIANO (SAFRA 2008)INSTITUTO PERENEPrevê a substituição de fogões à lenha rudimentares de famílias que vivem nas comunidades rurais do Recôn-cavo Baiano por fogões efi cientes. A meta de compensação é de 18.880 toneladas de CO2e em oito anos.Status 2010 – A implementação do projeto será concluída em 2011 e a previsão para a primeira emissão de créditos é 2014.

Projetos fi nalizados

ENERGÉTICO

USO DE BIOMASSA RENOVÁVEL (SAFRA 2007)ECOLÓGICA ASSESSORIAUso de biomassa renovável para a queima de cerâmica em quatro indústrias no Pará e Tocantins (60.000 toneladas de CO2e compensadas)

COOPERATIVAS DE PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS (SAFRA 2007):Geração de energia renovável pelas cooperativas Creral, Cooperluz e Ceriluz, no Rio Grande do Sul (que resultou na compensação de 14.000 toneladas de CO2e).

TROCA DE ÓLEO COMBUSTÍVEL POR BIOMASSA CERTIFICADA (SAFRA 2007):Troca de combustível à base de óleo fóssil pelo combustível renovável de cavaco de madeira certifi cado pelo FSC na AMC Têxtil em Santa Catarina (30.000 toneladas de CO2e compensadas).

USO DE BIOMASSA RENOVÁVEL (SAFRA 2008):SUSTAINABLE CARBON

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Uso de biomassa renovável para a queima de cerâmica em Alagoas (60.000 toneladas de CO2e compensadas).

BIODIVERSIDADEO ano de 2010 foi declarado pela ONU como o Ano Internacional da Biodiversidade e, mais uma vez, reforçamos nossa atuação em defesa de uma política que induza ao desenvolvimento sustentável por meio do uso de ativos da biodiversidade e a criação de um novo marco legal brasileiro para o acesso ao patri-mônio genético e ao conhecimento tradicional associado.

Desde 2008, contamos com a Política Natura de Uso Sustentável da Biodiversidade e do Conhecimento Tradicional que estabelece as diretrizes relacionadas ao uso dos insumos e à repartição de benefícios, como, por exemplo, a obrigatoriedade da extração por meio do manejo sustentável, por sistemas ex-trativistas ou baseados na agricultura familiar. A Política é fruto da experiência que acumulamos como parte de um grupo que desbravou temas complexos e princípios pouco explorados da Convenção sobre Diversidade Biológica, estabelecida pela Organização das Nações Unidas, e reúne diretrizes de ação para todas as áreas internas envolvidas na pesquisa e no desenvolvimento de produtos baseados nos recursos genéticos e/ou no conhecimento tradicional a eles associados. Externamente, especialmente para a nossa rede de relacionamentos, ela serve, entre outros fi ns, como instrumento de apoio à tomada de decisões ao divulgar nossos valores e a forma como trabalhamos.

AUTUAÇÕES DO IBAMAEntre os meses de novembro e dezembro de 2010, a Natura recebeu 68 autos de infração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que totalizam R$ 22 milhões, por acesso supostamente irregular à biodiversidade para a realização de pesquisas e desenvolvimento de produtos. Assim como a Natura, foram advertidos outras empresas nacionais e estrangeiras, cientistas e instituições públicas de pesquisa.

A Natura não concorda com o procedimento e contestou formalmente essas autuações. Acreditamos que a necessidade de uma autorização do Estado para iniciar uma pesquisa é uma barreira ao desenvolvimento de ciência, que não assegura o direito de comunidades tradicionais e não garante a proteção de biomas. Além disso, a análise do pedido, que costuma levar quase dois anos, inviabilizaria a atividade de pesquisa pura e aplicada empresarial.

Entendemos que nossa atuação está de acordo com os princípios da Convenção da Diversidade Biológica (CDB). Além disso, a Natura possui anuência prévia de todos os provedores de material biológico, fi rman-do contratos e repartindo os benefícios referentes ao aproveitamento comercial das espécies, em nossa visão, de forma justa e equitativa.

Em 2010, recebemos importantes reconhecimentos, especialmente internacionais, que atestam nossos compromissos. O The World Business Council for Sustainable Development selecionou entre 2 mil em-presas em todo o mundo, 24 cases exemplares na utilização responsável da biodiversidade. A Natura foi apontada pelo estudo como a única empresa que consegue trabalhar no âmbito dos três quesitos da CDB: consentimento prévio, repartição de benefícios e conservação ambiental. Também fomos citados no The Economics of Ecosystems and Biodiversity, publicação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, atualmente o mais importante estudo sobre a economia dos ecossistemas e da biodiversidade.

Entretanto, analisamos as autuações sob uma perspectiva positiva, como uma oportunidade para discutir os avanços necessários e urgentes a respeito do marco legal da biodiversidade.

CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL Certifi camos em 2010 mais seis ativos utilizados em perfumaria, cosméticos e para a linha de chás Frutífera. Entre eles estão canela, cravo da índia e rosa mosqueta. Também modifi camos o status de um insumo para não certifi cado por motivo de transição no processo de renovação da certifi cação orgânica.

Encerramos o ano com 36 espécies certifi cadas, o que signifi ca que mais de 60% dos ativos da biodiversidade utilizados pela Natura têm certifi cação de produção e origem.

Esse processo faz parte do nosso Plano de Certifi cação de Matérias-Primas Vegetais, expressão do nosso com-promisso de respeitar os limites ecológicos da produção dos insumos que adquirimos das comunidades for-

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necedoras. Assim, buscamos garantias de que a produção está dentro da capacidade de suporte do ambiente.

NÚMERO DE ATIVOS CERTIFICADOS1

2008 2009 2010Total de ativos certifi cados (un.) 26 31 36Porcentagem do total de espécies certifi cadas2 (%) 54 58 61

1. São considerados insumos vegetais sob a forma de ceras, óleos, extratos, óleos essenciais ou in natura (cosméticos e chás).

As certifi cações abarcam agricultores familiares e as comunidades tradicionais cujas produções são certi-fi cadas por três protocolos distintos: orgânico (Instituto Biodinâmico, Ecocert, Organização Internacional Agropecuária e Instituto de Mercado Ecológico), agricultura sustentável (Sustainable Agriculture Network) e fl orestal (Forest Stewardship Council).

A Natura também não faz uso de espécies invasoras ou de conversão de hábitat – o que implicaria, por exem-plo, na transformação de um ambiente natural para atender a interesses produtivos. Buscamos as matérias-primas nos locais de sua ocorrência natural, evitamos o monocultivo e damos preferência às produções livres de agrotóxicos, atendendo aos modelos orgânicos de produção.

A conquista da certifi cação tem como requisito, entre outros, a rastreabilidade da produção, processo no qual o produtor documenta e presta contas a respeito da origem de todos os volumes produzidos.

STATUS DO PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO DE ATIVOS NATURA 2010

FASE I FASE II FASE III

Ativos/Ekos (Estado) Início Final Início Final Início Final Sistema de Produção

Andiroba Carapa guianensis (AM)

X X X Manejo tradicional

AçaíEuterpe precatoria (RO)

X X X X X XSistema agrofl orestal

SAN

Capim limão (F)Cymbopogon citratus (PR e SP)

X X X X X X Cultivo ECOCERT

Castanha do BrasilBertholletia excelsa (AP)

X X X X X XManejo tradicional

Imafl ora

CacauTheobroma cacao (BA)

X X X X X XSistema agrofl orestal

IBD

BreuProtium pallidum (AP)

X X X X X XManejo tradicional

Imafl ora

CupuaçuTheobroma grandifl orum (RO)

X X X X X XSistema agrofl orestal

SAN

Maracujá Passifl ora edulis (MG)

X X Cultivo

Mate-verdeIlex paraguaiensis (RS)

X X X X X XManejo tradicional

Imafl ora

MurumuruAstrocaryum murumuru (AM)

X X XManejo tradicional

PitangaEugenia unifl ora (SP e PR)

X X X X X XCultivo e manejo orgânico

ECOCERT

Priprioca Cyperus articulatus (PA)

X X X X X X Cultivo IBD

FASE I FASE II FASE III

Ativos/Outras linhas Início Final Início Final Início Final Observações

Café VerdeCoffea arabica (MG)

X X X X X X Cultivo SAN

Maracujá DocePassifl ora alata (SP)

X X X X X X Cultivo IBD

ParamelaAdesmia buronioides (Patagônia, Argentina)

X X X X X X Manejo OIA

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1. Temos nove ativos certifi cados que fazem parte do portfólio de produtos ainda não lançados no mercado. Portanto, não estão divulga-dos nesta tabela. 2. As matérias-primas com marcação (F) fazem parte da linha Frutífera de chás orgânicos.3. Fase I: Processo interno de identifi cação e seleção de uma área potencial de fornecimento. Caracterizam-se nesta fase a tipologia dos produtores, a organização da comunidade e o tipo de manejo existente (agrícola ou fl orestal).4. Fase II: Elaboração de estratégias de certifi cação, com discussão dos processos com os fornecedores de produtos vegetais, escolha do órgão certifi cador e análise preliminar da área de fornecimento por esse órgão (quando necessário).5. Fase III: Inspeção de certifi cação nas áreas fornecedoras, implementação do plano de ação para atender as conformidades dos órgãos certifi cadores e parecer da certifi cadora para obtenção do selo.

*

Certifi cação Florestal selo FSC (entidade certifi cadora parceira - IMAFLORA)Certifi cação Agrícultura Sustentável selo SAN (entidade certifi cadora parceira - IMAFLORA)Certifi cação Orgânica selo IBD (entidade certifi cadora parceira - IBD)Certifi cação Orgânica selo ECOCERT (entidade certifi cadora parceira - ECOCERT)Certifi cação Orgânica selo OIA (entidade certifi cadora parceira na Argentina)Certifi cação Orgânica selo IMO (entidade certifi cadora parceira - IMO)

Carqueja (F)Bacharis genisteloides D.C. (PR)

X X X X X XCultivo orgânico

ECOCERT

Hortelã (F)Mentha piperita L. (PR)

X X X X X XCultivoorgânico

ECOCERT

Camomila (F)Chamomilla recutita (PR)

X X X X X XCultivo orgânico

ECOCERT

Funcho (F)Foeniculum vulgare Miller (PR)

X X X X X XCultivoorgânico

ECOCERT

Canela (F)Cinnamomum zeylanicum Ness (Alemanha)

X X X X X XCultivoorgânico

IMO

Cravo da Índia (F)Caryophyllus aromaticus L. (BA e Alemanha)

X X X X X XCultivoorgânico

IMO

Rosa Mosqueta (F)Rosa canina L. (Alemanha)

X X X X X XCultivoorgânico

IMO

JambuSpilanthes oleracea (SP)

X X X X X XCultivoorgânico

IBD

EstoraqueOcimum americanum (PA)

X X X X X XCultivoorgânico

IBD

FASE I FASE II FASE III

Ativos/Outras linhas Início Final Início Final Início Final Observações

PoejoCunilla gallioides (RS)

X X X X X X Cultivo ECOCERT

CarnaúbaCopernicia cerifera (RN)

X X X X X X Manejo IBD

Palo SantoBursera graveolens (Equador)

X X X X X X Manejo ECOCERT

CopaíbaCopaifera spp (AM)

X X X X X XCultivo orgânico

ECOCERT

Chá Verde (F)Camelia sinensis (PR)

X X X X X X Manejo ECOCERT

CandeiaEremanthus erythropappus (MG)

X X X X X X Manejo Imafl ora

Melissa (F)Melissa offi cinalis (PR)

X X X X X XCultivo orgânico

ECOCERT

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De todos os insumos utilizados pela Natura, dois deles são desenvolvidos a partir de espécies que fi guram na lista das ameaçadas de extinção, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Re-nováveis e a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos. São elas a castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) e a erva-mate (Ilex paraguariensis). Por isso, fi nanciamos estudos em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia para a conservação dessas espécies. A aquisição dessas matérias-primas é feita exclusivamente de áreas certifi cadas pela agência FSC.

ÁREAS DE ATUAÇÃOA Natura trabalha com fornecedores de insumos de espécies da biodiversidade em diversas regiões do País. Alguns deles estão localizados em áreas protegidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação como a Reserva Extrativista do Médio Juruá, no Amazonas, e a Comunidade São Francisco, que fi ca na Reserva Estadual de Desenvol-vimento Sustentável do Iratapuru, no Amapá.

Na Reserva Extrativista do Médio Juruá, que conta com 253 mil hectares de área protegida, o manejo de andiroba e murumuru ocorre num espaço inferior a 1% da área total da reserva. Já o manejo sustentável da castanha-do-brasil, da copaíba e o do breu branco ocorre em uma área de aproximadamente 4 mil hectares, menos de 0,5% da área de 842 mil hectares da Reserva Extrativista do Médio Juruá. Todo o trabalho ocorre com o aval dos gestores dessas Unidades de Conservação.

A sede da Natura está localizada em uma área de 646 mil metros quadrados dentro de uma Área de Proteção Ambiental na Rodovia Anhanguera, no município de Cajamar, na Grande São Paulo (SP). Um plano de manejo realizado pela Natura inclui retirada das espécies exóticas, recomposição fl orestal e incremento da biodiversi-dade local. Em 2010, foram plantadas 3,5 mil mudas de 90 espécies nativas da Mata Atlântica. O projeto inclui o controle e monitoramento das espécies da fauna e fl ora.

Na nossa unidade situada no município de Itapecerica da Serra (SP), às margens da rodovia Régis Bittencourt, temos uma área de 96.543 metros quadrados, localizada dentro da Área de Proteção e Recuperação dos Ma-nanciais da Bacia Hidrográfi ca do Guarapiranga. Finalizamos, em 2008, um projeto de recuperação de mata ciliar e, desde 2009, asseguramos a manutenção da área.

Os projetos de recuperação desenvolvidos em Cajamar e em Itapecerica da Serra possuem acompanhamento do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, órgão governamental responsável pelo assunto. Ambas as unidades englobam reservas de preservação permanente. Nas duas localidades possuímos atividades administrativas e, em Cajamar, está a nossa fábrica. Tais operações atendem a todos os requisitos legais aplicáveis..

IMPACTO DOS PRODUTOSO monitoramento do impacto causado pelas embalagens dos nossos produtos é realizado pela ferramenta Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), além das emissões de carbono, que nos permite quantifi car e monitorar os impactos dentro de um ciclo de vida completo, que começa com a extração de matérias-primas e passa pela produção, pelo uso e segue até a fase de descarte fi nal.

Para reduzir esse impacto, a Natura investe em tecnologias inovadoras e utiliza os conceitos de ecodesign, que tem como diretrizes a redução de massa da embalagem, o uso de matérias-primas de menor impacto negativo, além da utilização de materiais reciclados e recicláveis (página 32, Temas Prioritários/Impacto de Produtos).

USO TOTAL DE MATERIAIS POR TIPO (EXCETO ÁGUA) EM MILHARES ¹

2008 2009 2010Quilos 22.434,4 27.991,3 22.475,3Litros 8.792,0 10.813,9 11.016,7

1. Refere-se ao site de Cajamar. Os materiais de consumo reportados são de insumos (embalagens e matéria-prima) para transformação

de produtos acabados e semiacabado

Em 2010, lançamos no mercado brasileiro o primeiro produto cosmético com embalagem de polietileno verde: os refi s do sabonete para as mãos Natura Erva Doce. Produzido a partir da cana-de-açúcar, fonte renovável, além de ser 100% reciclável, o polietileno verde tem uma redução de emissão dos gases causadores do efeito estufa (GEE) de 58% quando comparada ao plástico convencional, conforme estudos internos da Natura.

Lançamos ainda um novo refi l para a linha de hidratantes Todo Dia. com os seguintes benefícios impacto am-biental 66% menor na comparação com o refi l anterior ; tem 83% menos plástico que a embalagem regular ; e redução 97% a geração de lixo.

Apesar desses avanços, registramos uma queda no uso de refi l em comparação com todos os itens faturados pela Operação Brasil, não alcançando a nossa meta de chegar a 18,5% do total sobre esses itens – nosso índice fi cou em 16,9%. Essa redução se deve à maior representatividade das vendas de itens de kits especiais ou sa-zonais, que não oferecem essa opção, e à diminuição das promoções. É importante destacar que entre os itens

1. IMPACTO AMBIENTAL DAS EMBALAGENS POR QUANTIDADE DE PRODUTO (MPT/KG)

71,3

2008

69,5

2009

65,4

2010

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que dispõem de refi l, ele representa 55% dos produtos faturados. Em nosso portfólio, 40% dos produtos têm a oferta de refi l.

Nas Operações Internacionais, destacamos o crescimento no uso do refi l em praticamente todos os países, exceto no México, com recuperação consistente na Argentina e no Chile. Para 2011, temos o desafi o de ampliar a conscientização dos nossos consumidores também fora do Brasil.

PORCENTAGEM DE REFIL SOBRE ITENS FATURADOS (%)¹

2008 2009 2010Brasil 19,9 18,4 16,9Argentina 20,7 15,9 18,3Chile 16,1 11,7 13,9Colômbia 12,1 12,2 13,2França 9,3 8,5 9,8México 11,6 11,5 11,3Peru 21,4 18,6 18,9

1. Corresponde ao total de refi s faturados dividido pelo total de itens faturados.

Nossos produtos contam, desde 2007, com uma tabela ambiental que informa e conscientiza os nossos consu-midores com dados sobre origem, transformação e percentual de certifi cação das matérias-primas, de uso de material reciclado e reciclável e o número de refi lagens.

PRODUTO

2008 2009 2010% material de origem renovável vegetal 77,5 79,2 81,5% material de origem vegetal natural2 8,0 5,2 6,6% material com certifi cação de origem 20,3 16,1 16,2Embalagem % material reciclado pós-consumo 0,7 0,7 0,8% material reciclável 85,8 85,9 85,7

1. Mais informações sobre a tabela ambiental em http://www2.natura.net/Web/Br/Inst/src/TabMeioAmbiente.asp2. Certifi cação de origem 99% agricultura orgânica e 1% manejo fl orestal.

Cumprimos todos os requisitos legais de fornecer informações sobre os ingredientes utilizados, advertências, modo de uso, benefícios declarados e terceirização da produção. Os rótulos de todos os nossos produtos estão de acordo com as legislações em vigor e respeitam todas as resoluções relacionadas a cosméticos defi nidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de órgãos sanitários nos demais países onde atuamos, além dos órgãos metrológicos. Os produtos também contam com a tabela ambiental, em que são declarados seus impactos ambientais.

RESÍDUOSO gerenciamento de resíduos sólidos da Natura contempla as etapas de segregação, classifi cação, condi-cionamento, coleta, transporte e destinação fi nal com o objetivo de reduzir os volumes gerados, ampliar a reciclagem e o cuidado redobrado com os resíduos perigosos de nossas operações. Também demos início em 2010, à elaboração de um amplo projeto de gestão dos resíduos sólidos que engloba todo o ciclo de vida dos nossos produtos, da extração da matéria-prima ao descarte das embalagens e à logística reversa (leia mais na página 32, Temas Prioritários/Impacto dos Produtos).

Registramos um aumento de 19,8% no total de resíduos gerados no ano passado e de 8,2% no índice relativo – que compara a quantidade de resíduos por unidade de produto faturada. Esse aumento está relacionado à inclusão no indicador dos dados de quatro centros de distribuição e das Casas Natura do Brasil. Sem a inclusão desses espaços, o índice permaneceria no mesmo patamar do ano anterior. A ele-vação da produção e o aumento na destinação de produtos obsoletos também tiveram impacto sobre na geração de resíduos.

Registramos ainda uma elevação na geração de resíduos perigosos que se deve, especialmente, aos pro-dutos cosméticos fora do prazo de validade ou descontinuados. Esse indicador está relacionado ao nosso esforço em melhorar a qualidade do serviço. Ampliamos nosso estoque em 2009 para evitar falta de produto para as consultoras, o que acabou por ampliar o nosso índice de perdas em 2010. Revimos essa prática para evitar novas perdas relevantes.

Esses números dão uma ideia do nosso desafi o na melhoria da gestão dos nossos resíduos. Para reverter o quadro, estabelecemos um plano de ação que prevê alternativas para minimizar o impacto ambiental nos principais processos geradores de resíduos; verifi cação periódica do indicador; revisão dos itens atu-almente incinerados ou enviados a aterros sanitários para defi nir meios alternativos de reciclagem e maior

2. MATERIAIS USADOS PROVENIENTES DE RECICLAGEM (%)1

1. O indicador considera materiais de embalagens e materiais de distribui-ção (revistas, caixas de distribuição e sacolas) reciclados pós-consumo.

13,0

2008

10,4

2009

10,4

2010

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88

comprometimento das unidades fabris com as metas de redução de resíduos. Também vamos padronizar a coleta dos dados nas unidades da Natura e em terceiros para melhorar a qualidade da coleta de informa-ções e início do monitoramento de resíduos em nossas Operações Internacionais.

Temos um projeto-piloto de reciclagem na Colômbia desde 2009 que também conta com o auxílio das consultoras na coleta de material reciclável. Em 2010, mais que duplicamos a quantidade coletada, chegando a 97.285 toneladas. Essa evolução está atrelada ao lançamento do programa Consultora Natura Transforma-dora, em que estimulamos as CNs a envolverem suas comunidades (conjuntos residenciais, lojas comerciais entre outros) para a coleta e a instalação de ecopontos para recebimento dos itens recicláveis. Também realizamos parcerias com empresas locais que fortaleceram o projeto com apoios logísticos e administrativos.

QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUO POR TIPO (TON.) E LOCAL DE GERAÇÃO1 2

2008 2009 2010Classe I3 1.348,3 1.436,6 2.128,2Classe II-A 4.330,7 4.817,8 4.717,5Classe II-B 1.444,6 1.390,5 1.308,0Resíduos referentes aos sites de Cajamar e Itapecerica da Serra 7.123,6 7.618,9 8.153,7Resíduos referentes aos outros Espaços Natura4 224,5 251,4 1.412,1Resíduos nos terceiristas fabricantes Natura5 1.286,8 1.241,6 1.346,5Peso total de resíduos dispostos 8.634,9 9.111,9 10.912.3

1. De acordo com a NBR 10.004/2004: Resíduos Classe I: resíduos perigosos (produtos cosméticos obsoletos, resíduo ambulatorial e de laboratório e álcool); Resíduos Classe II-A: resíduos não inertes (lodo físico-químico e biológico da ETE, papel, papelão); Resíduos Classe II-B: resíduos inertes (metais, plásticos).2. A Natura não reporta neste indicador os resíduos gerados em obras civis (entulhos) executadas em seus Espaços.3. Refere-se aos resíduos de classe I, considerados perigosos nos termos da Convenção da Basileia, transportados e tratados. Não importa-mos, exportamos ou transportamos esses resíduos internacionalmente. continua...... continuação4. Refere-se à geração de resíduos da unidade industrial de Benevides - Pará, inaugurada em maio de 2007, e da Unidade Administrativa de Barueri (Alphaville), nos Centros de distribuição de Matias Barbosa (MG), Recife (PE), Salvador (BA), Canoas (RS), no posto avançado de Uberlândia (MG), do hub Jundiaí (SP), e nas casas Natura.5. Terceiristas fabricantes são empresas que fabricam (ou são envolvidas na etapa fi nal de produção) produtos acabados com a marca Natura. Monitoramos os 10 principais terceiristas responsáveis por aproximadamente 90% das unidades produzidas fora de Cajamar.

Com novas alternativas de destinação para materiais anteriormente incinerados e uma parceria com o nosso fornecedor de papelão para reciclar 100% deste material em Cajamar, aumentamos em 8,3% o percentual de resíduos reciclados. Hoje, 92,1% de todos os resíduos produzidos na Natura são reciclados.

DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS1

2008 2009 2010Incinerados (%) 2,5 1,9 1,2(toneladas) 176,3 142,4 101,0Descarregados em aterro (%) 8,8 6,6 6,7(toneladas) 627,8 510,3 546,5Reciclados (%) 88,7 91,5 92,1(toneladas) 6319,5 6.958,3 7.535,7

1. Refere-se aos sites de Cajamar, Itapecerica da Serra e Alphaville.

RECICLAGEM DE RESÍDUOS POR MÉTODO DE DESTINAÇÃO (TONELADAS)1

2008 2009 2010Compostagem 942,5 1.284,8 1.112,7Coprocessamento 727,8 1.288,1 1.635,8Transformação 4.649,2 4.385,4 4.787,3

1. Refere-se aos sites de Cajamar, Itapecerica da Serra e Alphaville.

ÁGUA E EFLUENTESCom a implementação de projetos de efi ciência, programas de conscientização e controle do consumo de água, conseguimos uma redução de 10% no consumo relativo por unidade faturada e mantivemos estável o consumo absoluto do recurso mesmo com o crescimento da nossa produção. As melhorias implementadas na gestão ambiental também resultaram em ganhos no reúso e na reciclagem de água em 2010. Conscientes de que o uso sustentável dos recursos hídricos representa um dos principais desafi os deste século evoluímos no estudo da nossa pegada hídrica que está na base do nosso programa de gestão para esse recurso natural (leia mais na página 32, em Temas Prioritários/Impacto do Produto).

3. QUANTIDADE TOTAL DE RESÍDUO POR UNIDADE FATURADA (GRAMAS/UNIDADE)1 2

1. O indicador considera os principais terceiristas.

2. Em 2010, incluímos os principais terceiristas e aprimoramos a base de cálculo para igualar aos indicadores de água e energia, por isso o histórico foi recalculado.

25,8

2008

23,8

2009

25,7

2010

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89

A redução no consumo relativo de água foi motivada pelos resultados nos sites de Cajamar e de Itapecerica da Serra, 5% menores. Entretanto, cresceu em 17% o uso nos outros espaços da Natura, em virtude da incorpo-ração do Centro de Distribuição Simões Filho (BA) no indicador. Registramos ainda um aumento de 3,5% nos consumo absoluto das empresas terceirizadas por conta do aumento de unidades compradas.

CONSUMO DE ÁGUA NOS PRINCIPAIS SITES DA NATURA

2008 2009 2010Sites de Cajamar e Itapecerica da Serra (m3) 1 112.342 123.012 116.883Outros espaços Natura no Brasil (m3) 2 11.894 27.813 32.600Terceirista fabricante da Natura (m³)3 37.090 49.783 51.507Consumo total de água (m3) 161.326 200.608 200.991

1. O consumo nas duas unidades contempla todas as atividades administrativas, produtivas e eventos realizados nos sites.2. O consumo de água em outros espaços Natura Brasil é referente às unidades Alphaville, de Benevides, das Casas Natura, dos Centros de Distribuição (CDs) e dos Postos Avançados. Para o cálculo de 2010 tivemos a entrada de mais um CD.3. Terceiristas fabricantes são empresas que fabricam produtos acabados em nome da Natura, o indicador contempla 95% do total de unidades compradas pela Natura.

O percentual de reúso da água passou de 35% para 38% do total do recurso consumido em nossas operações. O volume de água reciclada e reutilizada, em 2010, foi de 49,7 mil m3, quase 40% a mais do que em 2009. Esse aumento ocorreu em virtude da decisão da Natura de reaproveitar a água residual do sistema de tratamento, novamente incorporada à água de abastecimento do site, obedecendo a todos os parâmetros de controles exigidos pela legislação.

PERCENTUAL E VOLUME TOTAL DE ÁGUA RECICLADA E REUTILIZADA

2008 2009 2010Água reciclada e reutilizada (m³)1 35.824,0 35.838,0 49.734,0Percentual de reúso sobre o total de água tratada na estação de tratamento de efl uente (%)2 38,0 35,0 38,0Percentual de reúso sobre o total de água retirada (%) 32 29 43

1. É considerada água reciclada a água proveniente dos efl uentes gerados pelo site de Cajamar que, após o processo físico-químico e biológico realizado na ETE, é destinado ao uso na rega, vasos mictório, limpeza de pisos de rodagem e espelhos d’água. Já a água reutilizada é a água que retorna do processo em qualidade adequada e é reinserida no processo de abastecimento dentro das condições necessárias de qualidade.2. Esse percentual refere-se ao volume de água de reúso proveniente do tratamento de efl uentes comparado ao total de água tratada nas estações de Cajamar e Itapecerica da Serra.

DESCARGAS SIGNIFICATIVAS NA ÁGUA (m³)1

20082 2009 2010Volume total de efl uentes tratados 100.979 101.672 102.903

1. Referem-se aos sites de Cajamar e Itapecerica da Serra.2. A informação foi revista pois havia erro de cálculo.

Em nosso consumo diário, em virtude da ausência de um sistema público de abastecimento de água, os recursos hídricos utilizados nas instalações de Cajamar e de Itapecerica da Serra são provenientes de dois poços artesia-nos. Nossa fonte de água subterrânea é o lençol freático do Aquífero Cristalino e a retirada dos recursos hídri-cos atende aos regulamentos das outorgas concedidas pelo Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica (DAEE). Em 2010, como resultado de uma análise de riscos feita pela Natura, iniciamos um novo processo de outorga para a construção de um terceiro poço com o objetivo de aumentar a contingência da empresa para amparar o crescimento da produção. Temos outorga para captação de água dos poços artesianos nos seguintes limites: 8m3/h em Itapecerica, 12m3/h no poço 1 de Cajamar e 15m3/h no poço 2 de Cajamar.

Um estudo concluído em 2010 apontou que, para suprir nossa demanda atual, a região oferece água em quan-tidade sufi ciente sem gerar risco de comprometimento de nossas atividades ou dos arredores. Novos estudos serão realizados tendo como base o crescimento projetado pela empresa ao longo dos próximos anos.

Em Benevides, a água é obtida de poços artesianos e do reaproveitamento da água da chuva. Nos demais espaços como as Casas Natura e os Centros de Distribuição, a água é proveniente do sistema público de abastecimento.

Não registramos, em 2010, ocorrências de derramamento signifi cativo de substâncias ou acidentes com produ-tos que tenham causado qualquer impacto ambiental em virtude das nossas operações.

Antes de serem descarregados, todos os nossos efl uentes passam pela Estação de Tratamento de Efl uentes (ETE). A qualidade atende plenamente aos requisitos legais aplicáveis, respeitando as condições e os padrões de lançamento previstos na legislação brasileira. Na cidade de Cajamar, a descarga é realizada no rio Juqueri, considerado um rio classe III, ou seja, isso signifi ca que suas águas podem ser perfeitamente utilizadas no abas-tecimento doméstico, após o tratamento convencional. Em 2010, a ETE de Cajamar foi modernizada, o que melhorou ainda mais a qualidade do efl uente da operação.

4. CONSUMO DE ÁGUA POR UNIDADE FATURADA (LITROS/UNIDADE FATURADA)1

1. O indicador leva em consideração o volume de água utilizado pela Natura e pelos principais terceristas.

0,48

2008

0,52

2009

0,47

2010

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A ETE de Itapecerica da Serra está localizada em uma área de preservação de mananciais e, após o trata-mento convencional, seus efl uentes são infi ltrados no solo. A efi ciência de remoção de carga orgânica é, em média, de 96,9%.

Na Unidade Industrial de Benevides contamos com uma estação de captação de efl uente industrial, tratado externamente por uma empresa contratada. Após o tratamento, o efl uente doméstico é encaminhado a uma fossa séptica. Pretendemos implantar em 2011 uma ETE em Benevides, mas, para isso, dependemos da liberação de licenças pela Secretaria de Meio Ambiente da cidade.

PERMEADO CAJAMAR

Parâmetro Legal 2008 2009 2010DBO (mg/l) 60 5,5 6,0 7,4DQO (mg/l) 150 43,6 43,0 45,0Óleos e graxos (mg/l) 120 7,8 7,1 15,4

EFLUENTE TRATADO ITAPECERICA DA SERRA

Parâmetro Legal 2008 2009 2010DBO (mg/l) 60 19,6 20,2 25,4DQO (mg/l) 150 73,2 69,0 65,2Óleos e graxos (mg/l) 120 8,1 7,5 14,8

ENERGIA

Em 2010, registramos uma redução no consumo relativo de energia de 0,8%, mesmo com a ampliação da capacidade das fábricas. Para alcançar esse resultado, realizamos diversas melhorias, principalmente na unidade de Cajamar, além de ganhos de efi ciência a partir da melhor gestão dos recursos energéticos. Nas unidades de Cajamar e Itapecerica da Serra, houve um aumento absoluto de 2,8% em função da instalação de novos equi-pamentos produtivos. Já a elevação em outros espaços da Natura, de 22,1%, deve-se também à incorporação do Centro de Distribuição Simões Filho (BA) neste indicador, bem como pela modernização de outros três CDs. Em números absolutos, o consumo dos terceiristas aumentou 30,8%, em virtude do maior número de unidades adquiridas.

Registramos ainda uma queda de 74% no consumo de óleo diesel utilizado em nossos geradores em vir tude de um número menor de cortes no fornecimento em nossa sede. Dessa maneira, os geradores foram menos requisitados.

MATRIZ ENERGÉTICA 2010 (CAJAMAR E ITAPECERICA) (%)

2008 2009 2010Energia elétrica 75,9 75,9 77,3GLP 22,0 23,1 22,4Diesel 2,1 1,0 0,3Enegia solar 0,01 0,01 0,02

Incentivamos o uso de energias obtidas por meio de fontes renováveis e alternativas. Em 2010 passou a vigorar o Contrato de Comercialização de Energia Incentivada, que prevê que a energia elétrica fornecida para os espaços de Cajamar e de Itapecerica seja proveniente de fontes primárias incentivadas (eólica, biomassa, solar e de pequenas centrais hidrelétricas). Nos anos anteriores, a energia elétrica era adquirida da matriz brasileira que é mista, renovável e não renovável.

Também utilizamos em Cajamar um sistema de energia solar que hoje abastece a iluminação do estacionamen-to e o aquecimento da água dos vestiários e da cozinha. A energia solar corresponde a 0,03% da nossa matriz energética. Realizamos, em dezembro de 2010, a substituição de 80% do gás GLP consumido nas caldeiras do site de Cajamar por álcool, o que trará um ganho na redução de emissões da ordem de 1.360 toneladas de CO2 por ano, a partir de 2011.

CONSUMO DIRETO DE ENERGIA, SEGMENTADO POR FONTES PRIMÁRIAS (JOULES X 1012)

2008 2009 2010Eletricidade autogerada (gerador a diesel) 0,03 0,03 0,03Óleo diesel utilizados nos geradores 2,7 1,6 0,41

Consumo de GLP 27,8 28,9 28,6

2. CONSUMO DE ENERGIA POR UNIDADE FATURADA1

1. O indicador leva em consideração a energia da Natura e o dos principais terceristas.

552,1

2008

447,3

2009

443,8

2010

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91

CONSUMO DIRETO DE ENERGIA (JOULES X 1012)

2008 2009 2010Fontes renováveis 0,03 0,03 0,03Fontes não renováveis 30,50 30,50 29,01

CONSUMO DE ENERGIA INDIRETO (JOULES X1012)

2008 2009 2010Eletricidade fonte primária 95,9 94,0 98,9

ENERGIA ECONOMIZADA DEVIDO AO USO DE ENERGIA SOLAR (JOULESX109)

2008 2009 2010Consumo de energia solar (joules) 19,96 19,96 19,96

ENERGIA ECONOMIZADA DEVIDO A PROJETOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (JOULESX109)1

2008 2009 2010 n.d 1,95 2,55

1. Projetos com objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, de óleo diesel ou de GLP.

IMPACTOS DOS PRINCIPAIS FORNECEDORES Também analisamos os impactos dos nossos fornecedores com o objetivo de ampliar o monitoramento da nossa cadeia de valor para os consumos de água, energia e de geração de resíduos.

Em 2010, analisamos 58 parceiros e pudemos constatar que, investimentos realizados por eles melhoraram a efi ciência energética e manteve o indicador praticamente estável mesmo com o aumento da demanda da produção. O indicador de água teve melhorias, pois um fornecedor implementou um sistema de reúso. Não houve o mesmo desempenho na geração de resíduos, que cresceu em 28%, resultado que se deve ao aumento da produção e à falta de ganhos em ações de efi ciência na gestão.

Retiramos os dados dos nossos Centros de Distribuição, anteriormente reportados neste indicador: Matias Barbosa, Jaboatão e Canoas. A mudança se deve à nossa decisão de incorporar nos indicadores da Natura, as informações de consumo dos CDs. Esse processo faz parte das adequações realizadas para que possamos ter um diagnóstico mais preciso do impacto de nossa operação. As informações sobre os principais fornecedores terceiristas, que produzem parte de nossos produtos, também não estão incluídos este levantamento, pois seus dados estão integrados aos indicadores de desempenho da Natura.

PRINCIPAIS FORNECEDORES DE EMBALAGEM E MATÉRIA-PRIMA DA NATURA1 2

2008 2009 2010Número de fornecedores avaliados 46 58 58

Consumo de energia (joules x 1012) Eletricidade fonte primária - consumo de energia elétrica 127,0 210,6 146,2Eletricidade autogerada - gerador a diesel 4,6 4,2 0,1Consumo de GLP 1,8 4,7 4,9Outros - gás natural 113,8 140,3 207,1Total de energia consumida 247,2 359,8 358,3

Consumo de água (m3) Consumo total de água (em milhares) 118,1 155,4 135,5

Geração de resíduos dos principais fornecedores da Natura (t) Total de resíduos gerados 1.752 2.669 3.419

1. Principais fornecedores de insumos das seguintes categorias: acessórios, embalagens, gráfi cos, fragrâncias, matérias-primas, serviços de impressão e caixa Natura. Os números são obtidos por estimativas: os fornecedores são orientados a aplicar rateios em seus consumos de energia e água e geração de resíduos, levando em consideração o percentual da produção destinada à Natura. 2. Em 2010, os números dos três centros de distribuição (Matias Barbosa, Jaboatão e Canoas) foram redirecionados para os indicadores internos da Natura. Para garantir comparabilidade dos indicadores, revisamos os números de 2008 e 2009, desconsiderando esses CDS.

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INSTITUTO NATURA Praticamos o Investimento Social Privado sistematicamente desde a década de 1990 porque acreditamos que esta é uma forma de exercer uma das crenças mais representativas de nossa Essência: a de que o valor e a longevidade de uma empresa estão ligados à sua capacidade de contribuir para a evolução da sociedade e seu desenvolvimento sustentável.

Em 2010, demos um passo muito importante com a criação do Instituto Natura, organização sem fi ns lucrativos e com sede independente, que nasceu para expandir e fortalecer nossas iniciativas, além de aperfeiçoar os processos internos e as práticas de gestão e governança das ações sociais realizadas. A promoção da educação – um dos temas prioritários em sustentabilidade da Natura – também é o pilar que fundamenta todas as atividades da nova organização.

O Instituto foi criado com a participação dos membros do nosso Conselho de Administração e executivos da empresa. Em 2011, evoluiremos para a organização administrativa, com a criação dos conselhos fi scal e consultivo, e para a defi ni-ção de um planejamento estratégico para a instituição. O Instituto recebe anualmente, 0,5% do lucro líquido da Natura, além dos recursos do Programa Natura Crer para Ver.

CRER PARA VERO principal destaque a respeito das nossas ações sociais, em 2010, foi o recorde de recursos arrecadados pelo Programa Natura Crer para Ver. Havíamos nos comprometido com uma meta de arrecadação de R$ 6 milhões e, ao fi nal do ano, alcançamos R$ 10 milhões, a maior cifra obtida pelo programa desde sua criação, em 1995. Em 2010, investimos mais de R$ 3,8 milhões nos projetos apoiados. Este valor é resultado de uma economia de R$ 2,1 milhões do plano de investimentos do ano, estimado em R$ 6 milhões, por meio de parcerias e permutas. Assim, a diferença de mais de R$ 5 milhões entre o que arrecadamos e o que aplicamos no ano continua disponível em caixa para empregarmos em 2011 e nos ajudará a ampliar os projetos desenvolvidos.

O Programa Natura Crer para Ver tem como objetivo contribuir com a melhoria da qualidade do ensino público, benefi ciando alunos e profi ssionais da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens Adultos com projetos de promoção da leitura e da escrita de qualidade. Nossas consultoras e consultores participam ativamen-te do programa por meio da venda, sem obter lucros, de produtos exclusivos da linha Crer para Ver. Com a cria-ção do Instituto Natura, os investimentos em iniciativas de educação passaram a ser gerenciados pela organização.

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO PARA BENEFÍCIO PÚBLICO NO BRASIL (R$ MILHARES)

2008 2009 2010Arrecadação líquida do programa Crer para Ver1 3.767,0 3.768,2 10.098,5Valor total dos projetos desenvolvidos e apoiados2 3.381,0 4.075,6 3.876,5

1. Refere-se ao lucro antes do desconto do Imposto de Renda (IR), destinado ao Fundo do Programa Crer para Ver. Até 2009, a arrecada-ção líquida era referente ao lucro líquido após o IR.2. Refere-se ao total realmente aportado no ano (retirado do fundo e direcionado aos projetos e a sua execução).

O crescimento expressivo da arrecadação é refl exo de uma revisão da nossa estratégia de atuação. Renovamos nosso portfólio, lançamos novos produtos com maior atratividade de venda, e realizamos um diagnóstico para identifi car novas oportunidades de visibilidade à submarca.

Chegamos em 2010 à adesão de 9,9% das CNs na Operação Brasil ao Crer para Ver. Embora maior do que 2009, esse percentual fi cou abaixo da nossa expectativa de envolver 12% do canal. Para 2011, queremos ampliar ainda mais essa participação. Reconhecemos que este é um grande desafi o e, para superá-lo, continuaremos reforçando as ações de sensibilização das consultoras.

3 PENETRAÇÃO CRER PARA VER NO BRASIL (%) 1

1. Percentual de consultoras que com-praram ao menos um ítem da linha Crer para Ver em um ciclo dividido pelo número total de CNs que fi zeram pedido no mesmo ciclo.

9,9

2008

7,1

2009

9,9

2010

5.3 GERAÇÃO DE VALOR SOCIAL

GERAR BENEFÍCIOS SOCIAIS POR MEIO DE INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO, REPARTIR OS RECURSOS GERADOS E APOIAR PESSOAS E INSTITUIÇÕES COMPREMETIDAS COM A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL SÃO NOSSOS OBJETIVOS.

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Com os recursos arrecadados pelo programa, ampliamos seu alcance a 100 novos municípios benefi ciados, totali-zando 350 em todo o Brasil, gerando ganhos para cerca de 450 mil pessoas, entre alunos, professores, coordena-dores e diretores, de 5.690 escolas públicas.

Nas Operações Internacionais, onde implementamos o programa em 2009, também registramos crescimento signifi cativo, de R$ 1,3 milhão, ante um resultado no ano anterior de R$ 430 mil. Os recursos nesses países são investidos em projetos de educação para capacitação de professores e inclusão das populações mais vulneráveis. No Chile, parte dos recursos está contribuindo para a reconstrução de escolas destruídas pelo terremoto de fevereiro de 2010.

A principal iniciativa do Programa Crer para Ver no Brasil é o Projeto Trilhas, presente em 310 municípios – 100 deles incluídos no ano passado – e 4,3 mil escolas, envolvendo mais de 15 mil educadores e 310 mil crianças. O Trilhas é voltado a crianças de 4 a 6 anos e conta com materiais de formação e apoio à prática dos professores e diretores de escola para o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade. Em 2010, assinamos um Termo de Cooperação Técnica com o Ministério da Educação, que permite ao órgão compartilhar essa metodologia com outros municípios e instituições, transformando o projeto em iniciativa pública.

Em 2010, ouvimos 60% dos diretores e professores das escolas envolvidas, em todas as regiões do País, para avaliar o projeto. Diretores e professores deram nota média geral de 9,46 e 9,19, respectivamente, sobre a contribuição do Trilhas para a melhoria da educação. Mais de 80% dos educadores consideraram as atividades didáticas adequadas às crianças e quase metade dos professores confi rmou que passou a ler mais para os alunos depois do início do projeto.

OUTROS PROJETOS CRER PARA VEREm 2010, investimos em projetos como o Encontros de Leitura, Formar em Rede e Chapada. Consideramos que os dois primeiros cumpriram seus objetivos e não farão mais parte do programa, que investirá em novas iniciativas em 2011. Também apoiamos a atualização do Plano Municipal de Educação de Cajamar, onde está situada a nossa sede.

ENCONTROS DE LEITURAO projeto é realizado em parceria com o Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária e manteve sua atuação nas 226 escolas envolvidas em 2009. Benefi ciou 1,2 mil educadores e 14 mil alunos em 10 municípios nos seguintes estados: Goiás, Rio Grande do Norte, Bahia, Amazonas, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe, Acre e Espírito Santo. Em encontros entre especialistas, diretores, coordenadores e professores são discutidas ações de estímulo à leitura entre alunos de 4 a 6 anos

FORMAR EM REDEDesenvolvido pelo Instituto Avisa Lá e o Instituto Razão Social, o projeto teve apoio da Natura em seis muni-cípios. A iniciativa consiste em manter comunidades virtuais, formadas por especialistas e profi ssionais da rede pública, com o objetivo de melhorar a qualidade do Ensino Infantil para crianças de 0 a 6 anos. Eles realizam trabalhos presenciais e à distância para fortalecer, aprimorar, disseminar e desenvolver práticas nas áreas de leitura, do cuidar e do brincar.

PROJETO CHAPADAA iniciativa recebe apoio técnico e fi nanceiro do Programa Natura Crer Para Ver desde 1997. Promovido pelo Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, o projeto visa melhorar a qualidade do Ensino Fundamental público em 24 municípios da Chapada Diamantina (BA). Para isso, promove formação continuada de coordenadores e diretores pedagógicos e demais profi ssionais da área. Em 2010, ele benefi ciou 600 escolas, cerca de 5.300 educadores e mais de 92 mil alunos.

Também realizamos a segunda avaliação geral do projeto que ouviu cerca de 4.200 alunos e mais de 500 educadores e apontou avanços em áreas importantes da educação, entre eles, a aprendizagem das crianças e a defi nição de papéis de diretores pedagógicos, supervisores e coordenadores locais em ações de formação.

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AÇÕES DO PROGRAMA CRER PARA VER EM 2010

Frente de atu-ação/ projeto

Organização parceria

Muni-cípios aten-didos

Escolas aten-didas

Professores, coordenado-res e diretores participantes

Nº de alu-nos benefi -ciados

Investimento (R$)

Projetos Desenvol-vidos

EI1 - Projeto Encontro e Leitura

Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária

10 226 1.201 14.236 972.661,05

EI - Projeto Trilhas

Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária

310 4.378 15.245 309.684 2.297.120,16

Projetos apoiados

EF2 - Projeto Chapada

Instituto Chapada 24 600 5.339 92.973 483.626,07

EF - Formar em rede

Instituto Avisa Lá e Insti-tuto Razão Social

6 486 1.076 10.792 85.279,98

Atualização do Plano Municipal de Educação de Cajamar

CENPEC - Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária

FESPSP - Fundação Esco-la de Sociologia e Política de São Paulo

- - - - 37.784,87

Total 370 5.690 22.861 427.685 3.876.472,131. EI - Ensino Infantil2. EF - Ensino Fundamental

A expansão dos nossos negócios permitiu que, por mais um ano, fosse ampliada a geração e distribuição de riqueza para nossos principais públicos.

DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAO crescimento dos recursos distribuídos é fruto da expansão do mercado em que atuamos, e da Natura especifi camente. Vale destacar a ampliação da transferência de receita para os fornecedores, decorrente da expansão da produção ao longo de 2010.

DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA (R$ MILHÕES)1

2008 2009 2010Acionistas2 425,9 551,9 646,9Consultoras 2.023,8 2.302,5 2.738,2Colaboradores 556,4 643,0 769,2Fornecedores 2.357,2 3.087,53 3.707,4Governo 1.276,7 1.147,43 1.476,5

1. Outras informações a respeito das demonstrações de valor adicionado estão nas Demonstrações Contábeis (páginas 103, 105, 106 e 131).2. Os valores reportados equivalem a dividendos e juros sobre o capital próprio efetivamete pagos aos acionistas, ou seja, consideram o regime de caixa. 3. Os dados de distribuição de riqueza para fornecedores e governo de 2009 foram revistos, pois revisamos os critérios de classifi cação utilizados

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Em relação ao governo, o aumento do repasse ocorreu em virtude do crescimento de receita bruta da compa-nhia no período, base esta para apuração de impostos sobre o faturamento, além de uma maior base de lucro tributável para Imposto de Renda e Constribuição Social.

Em 2010, mantivemos a proporção de investimentos em responsabilidade corporativa em relação a nossa re-ceita líquida em 1,3%. Entre os públicos benefi ciados, destacamos o aumento nos investimentos de educação e capacitação de nossas consultoras e colaboradores, alinhada com nossa estratégia de educação (mais informa-ções na página 30, em Temas Prioritários, Educação). Também ampliamos nossos investimentos em patrocínios a organizações da sociedade civil (leia mais na página abaixo). Em meio ambiente, nosso investimento caiu em virtude de negociações não concluídas dos projetos de compensação das emissões de carbono. Encerramos a negociação de cinco dos 10 projetos da safra 2009/2010, e os demais devem ser fi nalizadas no primeiro trimestre de 2011.

MATRIZ DE INVESTIMENTO EM RESPONSABILIDADE CORPORATIVA 1 (R$ MILHARES)

2008 2009 2010Colaboradores, familiares e terceiros 18.729,3 17.251,3 20.159,9Consultoras e consultores 2.566,8 3.563,4 4.800,0Consumidores 270,9 480,3 600,0Fornecedores 212,8 243,8 329,8Comunidades fornecedoras 647,0 1.424,6 1.805,7Comunidade do entorno 342,8 407,9 408,7Sociedade2 8.827,4 15.772,0 23.387,0Meio ambiente 5.467,2 8.073,6 6.638,7TOTAL investido nos públicos 37.064,2 47.217,0 58.130,2Despesas de gestão 7.148,3 4.045,7 4.972,0TOTAL de recursos Natura 44.212,5 51.262,7 63.102,2Porcentagem da receita líquida 1,2% 1,2% 1,3%Recursos líquidos arrecadados pelas consultoras no programa Crer para Ver 3.767,0 3.768,2 10.098,5Incentivos fi scais investidos Lei Roaunet 2.852,8 2.422,2 3.095,1Lei do Audiovisual/Ancine 400,0 920,0 1.100,0ICMS em MG 2.000,0 645,0 823,4ICMS em SP3 622,1 0,0 0,01% IR ao CMDCA4 0,0 0,0 319,01% IR ao Condeca5 1.015,0 938,00 1.682,0TOTAL GERAL 54.869,4 59.956,0 80.220,1

1. Os valores investidos em apoios e patrocínios também estão contemplados nesta matriz, porém, divididos entre os públicos benefi ciados. A matriz contempla os investimentos em projetos ou ações não intrínsecas ao negócio da Natura e que vão além das exigências legais.2. Os dados de sociedade foram revistos, pois adicionamos um recurso não considerado anteriormente.3. Em função de um erro no dado reportado, o valor de 2008 foi revisto. 4. CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. 5. Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo.

APOIOS E PATROCÍNIOSO investimento que fazemos por meio de apoios e incentivos, busca não apenas expressar o bem estar bem, como também reiterar os conceitos que orientam nosso comportamento empresarial. Em 2010, destinamos R$25,6 milhões a três principais temas: fortalecimento de organizações da sociedade civil, desenvolvimento sustentável e valorização da cultura brasileira, com foco em música.

Nosso modelo de negócio prevê a ampliação das relações com organizações comprometidas com a construção de uma sociedade sustentável, por isso investimos no fortalecimento de entidades e associações que contribuem para a consolidação de nossa visão de mundo e se destacam em temas signifi cativos para o nosso setor. Com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, por exemplo, patrocinamos o Fórum Amazônia Sustentável, o Conexões Sustentáveis, o Responsabilidade Empresarial na Mídia e a Promoção da Integridade e Combate à Corrupção.

Em 2010, também participamos novamente da Semana Global de Empreendedorismo, coordenada, no Brasil, pelo Instituto Endeavor. Maior movimento mundial voltado ao empreendedorismo, o evento ocorreu simultaneamente em 102 países durante sete dias com palestras, competições, ofi cinas, jogos, feiras e iniciativas mobilizadoras.

Mantivemos nosso apoio à Global Reporting Initiative (GRI), que trabalha na defi nição de diretrizes e padrões internacionais para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Patrocinamos a conferência internacional da GRI, que aconteceu entre 26 e 28 de maio de 2010, em Amsterdã, na Holanda, e reuniu nossos stakeholders para discutir assuntos relacionados à sustentabilidade e à transparência.

Outra iniciativa é a parceria com a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Patrocinamos o evento da entidade para apresentar os princípios norteadores e práticas de comunicação desenvolvidas pe-las empresas brasileiras à imprensa, formadores de opinião e executivos de comunicação norte-americanos.

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A Natura apresentou sua relação com a biodiversidade, focando o relacionamento que mantém com as comunidades fornecedoras.

Firmamos ainda uma parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) para disseminar boas práticas empresariais ligadas à sociobiodiversidade. Apoiamos a agenda de eventos da organização para o Ano Internacional da Biodiversidade, com participação na Global Expo em Xan-ghai, no Global Business of Biodiversity Symposium, em Londres, e participamos da 10ª Conferência das Partes (COP10) para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), realizado em Nagoya.

Veja a seguir outros destaques de fortalecimento institucional de 2010:

DIREITOS HUMANOSApoiamos o Fundo de Direitos Humanos, instituição que promove a defesa dos direitos humanos no Brasil, crian-do mecanismos sustentáveis de doação de recursos. Anualmente, a instituição realiza seu edital, para captar recur-sos para projetos com diversidade regional, benefi ciando preferencialmente aqueles com menor acesso às fontes tradicionais de fi nanciamento. A Natura apoiou quatro projetos deste edital, para iniciativas da região Amazônica, com objetivo de fortalecer os movimentos locais e oferecer oportunidade de desenvolvimento social.

CONSERVAÇÃO DA FLORA BRASILEIRAO projeto “Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira”, coordenado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPq), recupera imagens e informações de amostras da fl ora brasileira coletadas até o século 20 por missões estran-geiras e levadas para museus e herbários espalhados pelo mundo. Os arquivos digitais repatriados vão compor o banco de dados do Herbário Virtual Autenticado de Espécies da Flora do Brasil (Refl ora).

PATRIMÔNIO HISTÓRICODestinamos recursos para a reconstrução do Teatro Cultura Artística, que teve início em março de 2010 e deve ser concluída até 2012. O histórico teatro de São Paulo, inaugurado em 1950, foi parcialmente destruído por um incêndio em 2008, e o investimento da Natura tem como objetivo preservar a cultura brasileira, representada por essa importante construção.

Em desenvolvimento sustentável, mantivemos apoios a iniciativas destinadas à ampliação da consciência da so-ciedade como o apoio ao documentário “Todo mundo pode mudar o mundo”, de Mara Mourão, que trata de histórias de líderes sociais, e ao grupo cultural AfroReggae.

Veja a seguir alguns destaques de apoio ao desenvolvimento sustentável de 2010:

AÇÕES SOCIAISProsseguimos com o patrocínio institucional ao Grupo Cultural AfroReggae, do Rio de Janeiro. Entre os projetos apoiados está o programa “Conexões Urbanas”, exibido semanalmente no canal de TV Multishow que discute violência, cidadania e sustentabilidade. A ONG ainda realiza mais de 70 projetos sociais que impactam na vida de mais de 10 mil moradores das comunidades cariocas.

Demos sequência ao apoio à Escola Municipal Indígena Pamáali – dos povos indígenas baniwa e coripaco, frequen-tada por grupos indígenas da região do alto rio Negro, em São Gabriel da Cachoeira (MA). Três mil pessoas da comunidade são atendidas no espaço. Os recursos possibilitam a realização de pesquisas pelos alunos; a publicação de material didático e de divulgação; a realização de encontros da rede, de ofi cinas de formação continuada para os professores e de atividades de sustentabilidade no campo de segurança alimentar.

DESIGN Realizada de 14 de setembro a 31 de outubro em diferentes espaços de Curitiba (PR), a III Bienal Brasileira do Design teve como tema principal “Design, Inovação e Sustentabilidade”. Durante a exposição ruas e parques da capital paranaense transformaram-se em palco para a mostra e interagiram com moradores e visitantes.

PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA“Todo Mundo Pode Mudar o Mundo” é um documentário brasileiro que contará a história de líderes sociais ao redor do planeta, mostrando o impacto social de suas iniciativas, os obstáculos encontrados e a gratifi cação com os resultados alcançados.

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O Programa Natura Musical continua sendo nossa principal expressão dentro da proposta de valorização da cultu-ra. Um edital público nacional e outro regional, em Minas Gerais, permitem a seleção de projetos de diversas áreas artísticas, além de daqueles selecionados diretamente pelo programa. Em 2010, apoiamos 17 projetos, alcançando, no total, mais de 140 iniciativas desde o início do Natura Musical, em 2005.

As frentes de atuação incluem fomento à música, patrocínio a turnês nacionais, o portal Natura Musical (www.na-turamusical.com.br), a rádio on-line, um programa transmitido via rádio a diversas regiões do país, além do Festival Natura Nós. Os recursos provêm de leis de incentivo e contrapartidas da Natura.

Confi ra mais detalhes sobre os projetos de valorização da cultura:

FILMES E DVDSO fi lme “A Música segundo Tom Jobim” reúne a obra do maestro e compositor na interpretação de diversos artistas brasileiros e estrangeiros em um trabalho de resgate e preservação da memória do compositor.

Apoiamos ainda o registro em DVD do show “Pra Nhá Terra”, dos grupos Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí, e o documentário longa-metragem “Iê-Iê-Iê”, realizado a partir de uma série de quatro episódios para TV com o repertório de Arnaldo Antunes.

INTERNETPor meio do projeto “Mestres Navegantes”, realizamos o registro do trabalho de artistas regionais que preservam a tradição, o folclore e as matrizes culturais na região do vale do Paraíba, em São Paulo. O projeto disponibilizou CDs, fotos, vídeos e página pessoais de cada grupo na Internet, além de promover ofi cinas gratuitas sobre os mes-tres para jovens da cidade histórica de São Luiz do Paraitinga (SP).

SHOWS E TURNÊS A Natura apoiou a gravação e a turnê de divulgação dos cantores Vanessa da Mata e Carlinhos Brown, e sete apre-sentações gratuitas do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP) pela cidade de São Paulo.

Com o objetivo de sensibilizar as pessoas para o tema da sustentabilidade, por meio da cultura e da arte, lançamos o Festival Natura Nós. Em 2010, ele foi realizado em outubro, em São Paulo (SP), e reuniu artistas como Air, Snow Patrol e Jamiroquai e os brasileiros Vanessa da Matta, Céu, Karina Buhr, Cidadão Instigado, Móveis Coloniais de Aca-ju e Marcelo Jeneci. O primeiro dia do festival foi dedicado às crianças, com apresentações de Adriana Partimpim, Pequeno Cidadão, Palavra Cantada e Pato Fu.

APOIOS E PATROCÍNIOS - INVESTIMENTOS POR TEMA (R$ MILHARES)

2008 2009 2010Desenvolvimento Sustentável1 3.382,0 2.174,0 2.052,4Valorização da Cultura Brasileira com Foco em Música2 6.077,0 7.833,0 15.442,5Fortalecimento das Organizações da Sociedade Civil e 2.247,1 2.725,6 6.809,9Organizações Governamentais Desenvolvimento Sustentável 2008 2009 2010Total de recursos investidos pela Natura1 2.832,0 1.600,0 1.702,4Total de Recursos incentivados 550,0 574,0 350,0Lei Federal de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) 450,0 474,0 250,0Lei de investimento na produção e coprodução de 100,0 100,0 100,0obras cinematográfi cas, audiovisuais e infraestrutura de produção e exibição (Audiovisual/Ancine) Valorização da cultura 2008 2009 2010Total de recursos investidos pela Natura 1.327,4 4.844,0 10.720,6Total de Recursos incentivados 4.749,6 2.989,0 4.721,9Lei Federal de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) 2.227,5 1.524,0 2.898,5Lei Estadual de Incentivo a Cultura de Minas Gerais 1.600,0 645,0 823,4Lei Estadual de Incentivo a Cultura de São Paulo2 622,1 0,0 0,0Lei de investimento na produção e coprodução de 300,0 820,0 1.000,0obras cinematográfi cas, audiovisuais e infraestrutura de produção e exibição (Audiovisual/Ancine) Fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil 2008 2009 2010Total de recursos investidos pela Natura 1.771,9 2.102,1 6.279,9Total de Recursos incentivados 475,3 623,5 530,0Lei Federal de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) 475,3 623,5 530,0

1. Os recursos relacionados ao tema Desenvolvimento Sustentável foram revistos, pois adicionamos um patrocínio não considerado anteriormente.2. O valor da Lei de Incentivo a Cultura de São Paulo de 2008 foi revisto, pois foi encontrado um erro no número reportado. Assim, o resultado total em valorização da cultura também foi alterado.

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A receita líquida consolidada em 2010 foi de R$ 5.136,7 milhões, uma ampliação de 21,1% sobre 2009, com EBITDA (sigla em inglês para Lucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização) de R$ 1.256,8 milhões, margem EBITDA de 24,5%, e lucro líquido de R$ 744,1 milhões. Este desempenho refl ete a boa exe-cução da nossa estratégia de marketing, com lançamentos de novos produtos e um crescimento de 18% no número de consultoras, somando 1.221 mil consultoras em nossas operações no Brasil e no exterior.

CUSTOS E DESPESASO Custo dos Produtos Vendidos (CPV) apresentou redução, passando de 30,5% em 2009 para 30,3% em 2010. A pressão infl acionária de custos se manteve sob controle, o câmbio foi favorável no período, e a estratégia de aumento de preços se mostrou efi ciente, com menor dispersão entre as categorias. Esses efeitos positivos, entre-tanto, foram parcialmente mitigados por um aumento no valor das perdas no Brasil, refl exo do estoque adicional gerado no último trimestre de 2009, como medida para reduzir o índice de não atendimento de pedidos das consultoras. Para 2011, o processo de prevenção de perdas está sendo reforçado, e esperamos uma melhora importante nesse indicador.

Também registramos redução nas despesas com vendas, representando 33,2% da receita líquida em 2010 (35,3% em 2009). Houve incremento no investimento em marketing, que segue vigoroso no suporte ao lançamento de produtos, treinamento e eventos para a força de vendas. Esse aumento nas despesas foi mitigado por uma maior efi ciência logística e diluição dos custos da nossa força de vendas. O destaque fi ca por conta do percentual de pedidos feitos via internet no Brasil, que chegou a 86% em 2010 (71,2% em 2009).

As despesas administrativas e gerais representaram 11,8% em 2010 (10,6% em 2009). O crescimento no compa-rativo do ano e em linha com nossos planos deve-se a: (i) a evolução de gastos com pesquisa e desenvolvimento, evoluindo de 2,5% em 2009 para 2,8% da receita líquida em 2010; (ii) aumento nos investimentos em projetos que permitirão o crescimento da companhia, principalmente nas áreas de tecnologia de informação, logística e desen-volvimento de lideranças; (iii) aumento do número de colaboradores de forma a apoiar a evolução no modelo de gestão por processos, Unidades de Negócio e Unidades Regionais; (iv) custos de manutenção dos investimentos feitos em tecnologia da informação

EBITDA E LUCRO LÍQUIDOEm 2010, nosso lucro líquido consolidado alcançou R$ 744,1 milhões com crescimento de 8,8% em relação a 2009. Em 2009, observávamos uma taxa efetiva de IR/CSLL inferior por conta da aceleração da amortização fi scal do ágio no período, benefício fi scal que se encerrou no ano passado. Neste ano, a taxa efetiva foi de 33,5%.

O EBITDA consolidado alcançou R$ 1.256,8 milhões em 2010, com ampliação de 24,6% em relação 2009. A mar-gem passou de 23,8% para 24,5% em 2010.

5.4 GERAÇÃO DE VALOR ECONÔMICO

O BOM DESEMPENHO DA NATURA, ALIADO À EVOLUÇÃO DO MERCADO DE PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS, RESULTOU EM INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS MUITO POSITIVOS.

1. RECEITA LÍQUIDA CONSOLIDADA (EM MILHÕES DE R$)

2. EBITDA CONSOLIDADO (R$ MILHÕES)

3.576,2

860,1

2008

2008

4.242,1

1.008,5

2009

2009

5.136,7

1.256,8

2010

2010

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FLUXO DE CAIXA RESUMIDOA geração de caixa livre no ano foi de R$ 716,3 milhões versus R$ 418,6 milhões, em 2009, um incremento de 71,1%, resultado de uma gestão mais efi ciente do capital de giro por meio da (i) ampliação do prazo de pagamento dos fornecedores, (ii) redução na cobertura de estoque e (iii) diminuição do saldo de impostos a recuperar ; e (iv) mudança de anual para trimestral na apuração e pagamento do IR. Buscamos a evolução do processo de gestão do fl uxo de caixa que deverá trazer ainda mais efi ciência em 2011.

A geração interna de caixa foi de R$ 832,9 milhões no ano, crescimento de 7,3% em linha com o crescimento de 8,8% observado no Lucro Líquido no período.

FLUXO DE CAIXA CONSOLIDADO RESUMIDO1 (R$ MILHÕES)

2009 2010 Var %Lucro líquido do exercício 683,9 744,1 8,8 (+) Depreciações e amortizações 92,4 88,8 (3,9)Geração interna de caixa 776,3 832,9 7,3 (Aumento) / Redução do capital de giro (189,9,1) 99,6 (152,4) Itens não caixa (variação cambial) (27,5) 20,7 (175,3)Geração operacional de caixa 558,9 953,2 70,5 Adições do imobilizado intangível (140,4) (236,9) 68,7Geração de caixa livre3 418,6 716,3 71,1

1. (Geração interna de caixa) +/- (variações no capital de giro e realizável e exigível em longo prazo) – (aquisições de ativo imobilizado).

O investimento em imobilizado, em 2010, foi de R$ 236,9 milhões. Os investimentos foram concentrados em tecnologia da informação, capacidade de manufatura e infraestrutura logística. Os investimentos em imobilizado para o ano de 2011 estão estimados em R$ 300 milhões e concentrados na contínua evolução da nossa plata-forma de tecnologia da informação, incluindo uma base robusta para a área internacional, e no prosseguimento do nosso projeto de melhorias logísticas e aumento de capacidade industrial.

RESULTADOS PRÓ-FORMA POR BLOCO DE OPERAÇÕES A margem de lucro alcançada nas exportações do Brasil para as operações internacionais foi subtraída do CPV das respectivas operações, demonstrando o real impacto dessas subsidiárias no resultado consolidado da empresa. Desta forma, a Demonstração de Resultados Pró-Forma Brasil apresenta somente o resultado das vendas realizadas no mercado interno.

Em nossa operação no Brasil, o desempenho continuou forte com incremento de 20,6% na receita líquida, alcançando R$ 4.764,6 milhões. O Ebitda Brasil foi de R$ 1.335,2 milhões, contra R$ 1.085,9 milhões em 2009, representando um crescimento de 23%. A margem foi de 28% em 2010 e de 27,5% em 2009.

DESTAQUES FINANCEIROS PRÓ-FORMA BRASIL (R$ MILHÕES)

2009 2010 Var %Total de consultoras - fi nal do período (em milhares) 875,2 1.028,7 17,5Unidades de produtos para revenda (em milhões) 348,1 378,7 8,8Receita bruta 5.418,5 6.489,6 19,8Receita líquida 3.949,5 4.764,6 20,6Lucro bruto 2.761,4 3.356,4 21,5Margem bruta (%) 69,9 70,4 0,5ppDespesas com vendas (1.300,5) (1.487,4) 14,4Despesas administrativas e gerais (376,5) (516,2) 37,1Participação dos colaboradores nos resultados (55,8) (70,4) 26,1Remuneração dos administradores (14,1) (14,4) 2,5Outras receitas / (despesas) operacionais, líquidas (15,8) (15,7) (1,0)Receitas / (despesas) operacionais, líquidas (40,9) (47,9) 17,1Lucro antes do IR/CSLL 957,8 1.204,4 25,7Lucro líquido 778,6 836,0 7,4Ebitda 1.085,9 1.335,2 23,0Margem Ebitda (%) 27,5 28 0,5pp

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O ano de 2010 foi positivo para nossas Operações Internacionais e o marco de uma nova fase de expansão nos negócios. Elas representaram 7,2% da receita líquida consolidada da Natura no ano passado. A receita líquida nestas operações cresceu 37,3% em moeda local (27,2% em reais). O canal de vendas avançou 20,8%, permitindo-nos atingir a marca de 192 mil consultoras na região.

EBITDA PRÓ-FORMA POR BLOCO DE OPERAÇÕES (R$ MILHÕES)

2009 2010 Var %Brasil 1.085,9 1.335,2 23,0Argentina, Chile e Peru 8,9 13,1 47,8México e Colômbia (42,3) (32,5) (23,2)França e desativação projeto EUA (44,1) (59,1) 34,1Total 1.008,5 1.256,8 24,6

As operações em consolidação (Argentina, Chile e Peru) apresentaram crescimento de 27,4% em moeda local (17% em reais) na receita líquida. O resultado foi infl uenciado por alguns fatores negativos como o terremoto no Chile em fevereiro de 2010, que destruiu parcialmente nossas instalações e interromperam o faturamento durante 22 dias.

O Ebtida pró-forma deste grupo de operações consolidou-se de forma positiva em R$13,1 milhões no ano, crescimento de 47,8% versus 2009, refl etindo uma diluição de despesas com vendas e administrativas, apesar do crescente investimento na nossa marca nesses países.

As operações em implantação (México e Colômbia) apresentaram alta taxa de crescimento, de 69,2% em moeda local (64,5% em reais), desconsiderando a receita da operação na Venezuela, encerrada em 2009. O EBITDA pró-forma mostrou um prejuízo de R$ 32,5 milhões (versus R$ 42,3 milhões em 2009), refl exo dos investimentos que continuam sendo feitos na expansão dessas operações.

DESTAQUES FINANCEIROS PRÓ-FORMA ARGENTINA, CHILE E PERU (R$ MILHÕES)

2009 2010 Var %Total de consultoras - fi nal do período* (em milhares) 113,6 129,6 14,1Unidades de produtos para revenda (em milhões) 22,5 28,4 26,2Receita bruta 285,4 335,9 17,7Receita líquida 218,5 255,7 17,0Lucro bruto 138,1 157,3 13,9Margem bruta (%) 63,2% 61,5 -1,7ppDespesas com vendas (109,3) (124,4) 13,8Despesas administrativas e gerais (23,4) (21,5) (8,1)Efeitos fi nanceiros 0,3 (0,8) naLucro / (prejuízo) antes do IR/CSLL 7,1 8,9 25,6Lucro / (prejuízo) líquido do exercício (1,1) 3,7 naEbitda 8,9 13,1 47,8Margem Ebitda (%) 4,1 5,1 1,1pp

DESTAQUES FINANCEIROS PRÓ-FORMA MÉXICO E COLÔMBIA (R$ MILHÕES)

2009 2010 Var %Total de consultoras - fi nal do período* (em milhares) 44,2 60,2 36,3Unidades de produtos para revenda (em milhões) 7,1 13,1 83,6Receita bruta 76,3 114,0 49,4Receita líquida 66,5 98,3 47,8Lucro bruto 41,8 56,3 34,8Margem bruta (%) 62,8% 57,3 -5,5ppDespesas com vendas (69,7) (76,0) 9,0Despesas administrativas e gerais (16,1) (14,8) (7,9)Efeitos fi nanceiros (1,3) (1,0) (23,8)Lucro / (prejuízo) antes do IR/CSLL (45,5) (35,6) (21,8)Lucro / (prejuízo) líquido do exercício (48,0) (36,0) (25,0)Ebtida (42,3) (32,5) (23,2)Margem Ebitda (%) -63,6 -33,1 30,5pp

* Número de consultoras ao fi nal do ciclo 18 de vendas.

Page 101: 2010 (versão completa GRI)

6. ANEXOS

Demonstrações ContábeisParecer DNVSobre o relatórioPacto GlobalÍndice remissivo

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISNATURA COSMÉTICOS S.A.Demonstrações contábeis referentes ao exercício fi ndo em 31 de dezembro de 2010 e parecer dos auditores independentes.

Em cumprimento às normas legais e estatutárias submetemos, à apreciação de V.Sas., os balanços patrimoniais e as demonstrações contábeis relativas ao exercício fi ndo em 31 de dezembro de 2010. Além das informações contidas nas notas explicativas, a Administração está inteiramente à disposição dos Srs. Acionistas para quaisquer outros esclarecimentos.

Page 102: 2010 (versão completa GRI)

102

Balanços PatrimoniaisLevantados em 31 de Dezembro de 2010 (Em milhares de reais - R$)

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS)ATIVO explicativa 2010 2009 2010 2009CIRCULANTECaixa e equivalentes de caixa 5 206.125 254.463 560.229 500.294 Contas a receber de clientes 6 493.692 414.645 570.280 452.868 Estoques 7 185.092 94.338 571.525 509.551 Impostos a recuperar 8 34.799 93.760 101.464 191.195 Partes relacionadas 28.1. 25.361 26.757 - - Outros créditos 52.470 27.620 66.399 62.454 Total do ativo circulante 997.539 911.583 1.869.897 1.716.362 NÃO CIRCULANTERealizável a longo prazo:Impostos a recuperar 8 4.921 33.697 109.264 63.931 Imposto de renda e contribuição social diferidos 9.a) 87.491 82.952 180.259 146.146 Depósitos judiciais 10 289.070 187.656 337.007 232.354 Outros ativos não circulantes 11 20.052 90 44.904 7.429 Investimentos 12 1.099.188 1.000.600 - - Imobilizado 13 92.175 50.375 560.467 492.256 Intangível 13 18.586 11.527 120.073 82.740 Total do ativo não circulante 1.611.483 1.366.897 1.351.974 1.024.856 TOTAL DO ATIVO 2.609.022 2.278.480 3.221.871 2.741.218

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS)PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO explicativa 2010 2009 2010 2009CIRCULANTEEmpréstimos e financiamentos 15 60.086 469.590 226.595 569.366Fornecedores e outras contas a pagar 16 113.232 84.471 366.494 255.282Fornecedores - partes relacionadas 28.1 246.589 211.591 - -Salários, participações nos resultados e encargos sociais 63.769 56.750 162.747 130.792Obrigações tributárias 17 205.361 85.161 371.815 239.574Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 18 - 1.465 - 1.465Instrumentos financeiros derivativos 4.2 3.340 6.869 4.061 8.652Outras obrigações 54.471 26.339 64.747 30.219Total do passivo circulante 746.848 942.236 1.196.459 1.235.350

NÃO CIRCULANTEEmpréstimos e financiamentos 15 368.356 25.707 465.068 134.992 Obrigações tributárias 17 169.912 113.383 209.316 150.280Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 18 53.282 54.384 73.784 71.432 Provisão para perdas em investimentos em controladas 12 - 565 - - Provisão para plano de assistência médica 24.2. 13.123 2.384 19.742 9.342 Total do passivo não circulante 604.673 196.423 767.910 366.046

PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital social 19.a) 418.061 404.261 418.061 404.261 Reservas de capital 149.627 142.993 149.627 142.993 Reservas de lucros 282.944 253.693 282.944 253.693 Ações em tesouraria 19.c) (14) (14) (14) (14)Dividendo adicional proposto 19.b) 430.079 357.611 430.079 357.611 Outros resultados abrangentes (23.196) (18.723) (23.196) (18.723)Total do patrimônio líquido dos acionistas controladores 1.257.501 1.139.821 1.257.501 1.139.821 Participação dos não Controladores no Patrimônio Líquido das Controladas - - 1 1 Total do patrimônio líquido 1.257.501 1.139.821 1.257.502 1.139.822 TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.609.022 2.278.480 3.221.871 2.741.218

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Page 103: 2010 (versão completa GRI)

103

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS) explicativa 2010 2009 2010 2009

RECEITA LÍQUIDA 21 5.514.315 4.593.165 5.136.712 4.242.057 Custo dos produtos vendidos (2.283.926) (1.956.558) (1.556.806) (1.294.565)LUCRO BRUTO 3.230.389 2.636.607 3.579.906 2.947.492 (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAISCom vendas 22 (1.292.365) (1.062.579) (1.704.322) (1.496.125)Administrativas e gerais 22 (837.808) (698.241) (605.442) (450.868)Participação dos colaboradores nos resultados 22 (18.174) (21.049) (70.351) (55.784)Remuneração dos administradores 28 (14.417) (13.139) (14.417) (14.063)Resultado de equivalência patrimonial 12 25.764 (2.830) - - Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 26 456 961 (17.468) (14.624)LUCRO OPERACIONAL ANTES - - - -DO RESULTADO FINANCEIRO 1.093.845 839.730 1.167.905 916.028 Receitas financeiras 25 17.515 56.794 53.639 84.176 Despesas financeiras 25 (58.237) (83.805) (103.375) (126.050)LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 1.053.123 812.719 1.118.169 874.154 Imposto de renda e contribuição social 9.b) (309.073) (128.795) (374.120) (190.230)LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 744.050 683.924 744.050 683.924 ATRIBUÍVEL A:Acionistas da Sociedade 744.050 683.924 744.050 683.924 Não controladores - - - - LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO - R$Básico 27.1. 1,7281 1,5926 1,7281 1,5926

Diluído 27.2. 1,7219 1,5880 1,7219 1,5880

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Demonstrações do ResultadoPara o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Em milhares de reais - R$, exceto o lucro líquido do exercício por ação)

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS) explicativa 2010 2009 2010 2009LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO DAS OPERAÇÕES CONTINUADAS 744.050 683.924 744.050 683.924 Outros resultados abrangentes:Perdas na conversão de demonstrações contábeis de controladas no exterior 12 (4.473) (23.884) (4.473) (23.884)TOTAL DO RESULTADO ABRANGENTE DO EXERCÍCIO 739.577 660.040 739.577 660.040 ATRIBUÍVEL A: Acionistas da Sociedade 739.577 660.040 739.577 660.040 Não controladores - - - -

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Demonstrações do Resultado AbrangentePara o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Em milhares de reais - R$)

Page 104: 2010 (versão completa GRI)

104

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Demonstrações dos Fluxos de Caixa Para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Em milhares de reais - R$)

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS) explicativa 2010 2009 2010 2009

FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAISLucro líquido do exercício 744.050 683.924 744.050 683.924 Ajustes para reconciliar o lucro líquido do exercício com o caixa líquido gerado pelas atividades operacionais: Depreciações e amortizações 13 15.305 11.918 88.848 92.426 Provisão decorrente dos contratos de operações com derivativos “swap” e “forward” 5.477 (4.539) 8.787 (4.004) Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 18 106 12.188 3.545 9.090 Atualização monetária de depósitos judiciais (15.318) (10.266) (18.129) (13.240) Imposto de renda e contribuição social 9.a 309.073 128.795 374.120 190.230 Resultado na venda e baixa de ativo imobilizado e intangível 26 (468) (702) 32.620 19.834 Resultado de equivalência patrimonial (25.764) 2.830 - - Juros e variação cambial sobre empréstimos e financiamentos e outros passivos 25 (4.668) 33.662 (5.137) 10.825 Despesas com planos de outorga de opções de compra de ações 4.081 4.339 11.288 8.573 Provisão para deságio na alienação de créditos de ICMS - - 465 2.414 Provisão para créditos de liquidação duvidosa 6 9.005 8.211 9.149 10.051 Provisão para perdas nos estoques 7 3.981 3.635 30.132 9.650 Provisão com plano de assistência médica 24.2 10.739 2.384 10.400 9.342 1.055.598 876.379 1.290.137 1.029.115

(AUMENTO) REDUÇÃO DOS ATIVOSCirculante: Contas a receber de clientes (88.052) 5.565 (126.561) 7.482 Estoques (77.360) (56.996) (92.106) (185.569) Impostos a recuperar 58.961 (60.485) 89.731 (83.912) Outros ativos (23.433) 4.081 (3.945) 8.734 Não circulante: Impostos a recuperar 38.703 (13.509) (44.597) (30.441) Outros ativos (19.962) (45) (37.475) (108)Subtotal (111.143) (121.389) (214.953) (283.814)

AUMENTO (REDUÇÃO) DOS PASSIVOSCirculante: Fornecedores nacionais e estrangeiros 28.761 (29.302) 111.212 45.499 Salários, participações nos resultados e encargos sociais, líquidos 7.019 1.688 31.955 86 Obrigações tributárias 18.197 (70.140) (8.192) (94.059) Outros passivos 63.130 1.433 34.528 (1.005)Não circulante: Obrigações tributárias 56.529 113.383 59.036 150.280 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas (2.673) (22.184) (2.658) (22.216) Outros passivos (565) (14.439) - (10.652)Subtotal 170.398 (19.561) 225.881 67.933

OUTROS FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAISPagamentos de imposto de renda e contribuição social (221.535) (128.758) (269.001) (184.365)Pagamentos de recursos por liquidação de operações com derivativos (9.006) (13.924) (13.378) (16.255)Pagamentos de juros sobre empréstimos e financiamentos (35.405) (4.574) (44.902) (19.919)

CAIXA LÍQUIDO GERADO PELAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 848.906 588.173 973.784 592.695

FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOAdições de imobilizado e intangível 13 (66.870) (30.568) (236.876) (140.632)Recebimento pela venda de ativo imobilizado e intangível 3.174 4.323 9.864 6.066 Depósitos judiciais (86.096) (55.272) (86.524) (55.858)Recebimentos de dividendos de controladas 30.000 - - - Investimentos em controladas 12 (117.486) (154.720) - -

CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO (237.278) (236.237) (313.536) (190.424)

FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOAmortização de empréstimos e financiamentos - principal (592.075) (634.274) (781.931) (827.121)Captações de empréstimos e financiamentos 565.293 988.310 819.275 1.109.497 Pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio 19.b (646.985) (551.860) (646.985) (551.860)Aumento de capital por subscrição 19.a 13.800 12.838 13.800 12.838

continua...

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Demonstrações dos Fluxos de Caixa Para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Em milhares de reais - R$, exceto informação suplementar indicada por ação)

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP e IFRS) explicativa 2010 2009 2010 2009

CAIXA LÍQUIDO UTILIZADO NAS ATIVIDADESDE FINANCIAMENTO (659.967) (184.986) (595.840) (256.646)

Efeito de variação cambial sobre o caixa e equivalentes de caixa - - (4.473) 4.172

AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (48.338) 166.950 59.935 149.797

Saldo inicial do caixa e equivalentes de caixa 254.463 87.513 500.294 350.497 Saldo final do caixa e equivalentes de caixa 206.125 254.463 560.229 500.294 __________ __________ __________ __________AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA (48.338) 166.950 59.935 149.797 Informações adicionais às demonstrações dos fluxos de caixa: Numerários com utilização restrita 11 - - 6.155 5.769 Limites de contas garantidas sem utilização 147.900 197.720 265.500 242.145

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Nota Controladora (BRGAAP) Consolidado (BRGAAP) Explicativa 2010 2009 2010 2009

RECEITAS 6.394.783 5.333.613 6.850.225 5.705.072Vendas de mercadorias, produtos e serviços 6.477.739 5.402.269 6.951.106 5.789.313Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 456 961 (17.468) (14.624)Constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa (83.412) (69.617) (83.412) (69.617)INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (4.278.970) (3.590.406) (3.707.385) (3.087.532)Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados (2.488.991) (2.133.895) (2.355.631) (1.957.104)Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (1.789.979) (1.456.511) (1.351.754) (1.130.427)VALOR ADICIONADO BRUTO 2.115.813 1.743.207 3.142.841 2.617.540

RETENÇÕES (15.305) (11.918) (88.848) (92.426)Depreciações e amortizações 13 (15.305) (11.918) (88.848) (92.426)

VALOR ADICIONADO PRODUZIDO PELA SOCIEDADE 2.100.508 1.731.289 3.053.993 2.525.114

VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 66.933 53.964 53.639 84.176Resultado de equivalência patrimonial 12 25.764 (2.830) - -Receitas financeiras - incluem variações monetárias e cambiais 41.169 56.794 53.639 84.176

VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR 2.167.440 1.785.253 3.107.632 2.609.290

DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (2.167.440) 100% (1.785.253) 100% (3.107.632) 100% (2.609.290) 100%Pessoal e encargos sociais (222.957) 10% (191.654) 11% (769.245) 25% (642.954) 21%Impostos, taxas e contribuições (1.111.331) 51% (818.464) 46% (1.476.512) 47% (1.147.364) 52%Despesas financeiras e aluguéis (89.102) 4% (86.349) 5% (117.825) 4% (130.187) 4%Dividendos (659.570) 31% (554.537) 11% (659.570) 21% (554.537) 7%Juros sobre o capital próprio (59.883) 3% (43.254) 2% (59.883) 2% (43.254) 1%Lucros retidos (24.597) 1% (90.995) 25% (24.597) 1% (90.995) 15%

Informações suplementares às demonstrações do valor adicionado:

Dos valores registrados na rubrica “Impostos, taxas e contribuições” em 2010 e 2009, os montantes de R$454.114 e R$424.222, respectivamente, referem-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Substituição Tributária - ICMS - ST incidente sobre a margem de lucro presumida definida pelas Secretarias das Fazendas Estaduais, obtida nas vendas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura para o consumidor final.

Para a análise desse impacto tributário nas demonstrações do valor adicionado, tais valores devem ser deduzidos daqueles registrados na rubrica “Vendas de mercadorias, produtos e serviços” e da própria rubrica “Impostos, taxas e contribuições”, uma vez que os valores das receitas de vendas não incluem o lucro presumido dos(as) Consultores(as) Natura na venda dos produtos, nos montantes de R$2.738.227 e R$2.302.549, em 2010 e 2009, respectivamente, considerando-se a margem presumida de lucro de 30%.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis.

Demonstrações do Valor Adicionado Para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Em milhares de reais - R$)

...continuação

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Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis Individuais e ConsolidadasPara o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2010(Valores expressos em milhares de reais - R$, exceto se de outra forma indicado)

1. INFORMAÇÕES GERAISA Natura Cosméticos S.A. (“Sociedade”) é uma sociedade anônima de capital aberto com sede em Itapecerica da Serra, Estado de São Paulo, com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo - BM&FBOVESPA, sob a sigla “NATU3”.Suas atividades e as de suas controladas (doravante denominadas “Grupo Natura” ou “Grupo”) compreendem o desenvolvimento, a industrialização, a distribuição e a comercialização, substancialmente por meio de vendas diretas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura, de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene pessoal, bem como a participação como sócia ou acionista em outras sociedades no Brasil e no exterior.

2. RESUMO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS

2.1. Declaração de conformidade e base de preparaçãoAs demonstrações contábeis da Sociedade compreendem: • As demonstrações contábeis consolidadas preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como Consolidado - IFRS e BR GAAP.• As demonstrações contábeis individuais da controladora preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como Controladora - BR GAAP. As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os pronunciamentos, as orientações e as interpretações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. As demonstrações contábeis individuais apresentam a avaliação dos investimentos em controladas, empreendimentos controlados em conjunto e coligadas pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com a legislação brasileira vigente. Dessa forma, essas demonstrações contábeis individuais não são consideradas como estando conforme as IFRSs, que exigem a avaliação desses investimentos nas demonstrações separadas da controladora pelo seu valor justo ou pelo custo de aquisição. Como não existe diferença entre o patrimônio líquido consolidado e o resultado consolidado atribuíveis aos acionistas da controladora, constantes nas demonstrações contábeis consolidadas preparadas de acordo com as IFRSs e as práticas contábeis adotadas no Brasil, e o patrimônio líquido e o resultado da controladora, constantes nas demonstrações contábeis individuais preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, a Sociedade optou por apresentar essas demonstrações contábeis individuais e consolidadas em um único conjunto, lado a lado.As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas práticas contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos.As principais práticas contábeis aplicadas na preparação destas demonstrações contábeis consolidadas estão definidas a seguir. Essas práticas foram aplicadas de modo consistente no exercício anterior apresentado, salvo disposição em contrário.

2.2. Consolidaçãoa) Controladas e controladas em conjuntoControladas são todas as entidades onde a Sociedade tem o poder de governar as políticas financeiras e operacionais para obter benefícios de suas atividades e nas quais normalmente há uma participação societária superior a 50%. Nos casos aplicáveis, a existência e o efeito de potenciais direitos de voto, que são atualmente exercíveis ou conversíveis, são levados em consideração ao avaliar se a Sociedade controla ou não outra entidade. As controladas são integralmente consolidadas a partir da data em que o controle é transferido à Sociedade e deixam de ser consolidadas, nos casos aplicáveis, a partir da data em que o controle deixa de existir.Nos casos em que o controle é tido em conjunto, a consolidação das demonstrações contábeis é feita proporcionalmente ao percentual de participação.b) Sociedades incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas

Participação - % 2010 2009Participação direta:Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 99,99 99,99Natura Cosméticos S.A. - Chile 99,99 99,99Natura Cosméticos S.A. - Peru 99,94 99,94Natura Cosméticos S.A. - Argentina 99,97 99,97Natura Brasil Cosmética Ltda. - Portugal - 98,00Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 99,99 99,99Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V. 99,99 99,99Natura Cosméticos C.A. - Venezuela - 99,99Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia 99,99 99,99Flora Medicinal J. Monteiro da Silva Ltda. - em liquidação - 99,99Natura Cosméticos España S.L. - Espanha 100,00 100,00Natura (Brasil) International B.V. - Holanda 100,00 100,00Natura Cosméticos y Vestimentas S.A. - Uruguai - 99,99

Participação indireta:Via Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.:Natura Logística e Serviços Ltda. 99,99 99,99Via Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.:Ybios S.A. (consolidação proporcional - controle conjunto) 42,11 33,33Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França 100,00 100,00Via Natura (Brasil) International B.V. - Holanda: Natura Brasil Inc. - EUA - Delaware 100,00 100,00Natura International Inc. - EUA - Nova York 100,00 100,00Natura Worldwide Trading Company - Costa Rica 100,00 100,00Natura Brasil SAS - França 100,00 100,00Natura Brasil Inc. - EUA - Nevada 100,00 100,00Natura Europa SAS - França 100,00 100,00

Na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, foram utilizadas demonstrações encerradas na mesma data-base e consistentes com as práticas contábeis da Sociedade. Foram eliminados os investimentos na proporção da participação da investidora nos patrimônios líquidos e nos resultados das controladas, os saldos ativos e passivos, as receitas e despesas e os resultados não realizados, líquidos de imposto de renda e contribuição social, decorrentes de operações entre as empresas.As atividades das controladas diretas e indiretas são como segue:• Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.: suas atividades concentram-se, preponderantemente, na industrialização e comercialização dos produtos da marca Natura para a Natura Cosméticos S.A. - Brasil, Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura Cosméticos S.A. - Peru, Natura Cosméticos S.A. - Argentina, Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia, Natura Europa SAS - França, Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura Cosméticos C.A. - Venezuela.• Natura Cosméticos S.A. - Chile, Natura Cosméticos S.A. - Peru, Natura Cosméticos S.A. - Argentina, Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, Natura Cosméticos Ltda. - Colômbia e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades são semelhantes às atividades desenvolvidas pela controladora Natura Cosméticos S.A. - Brasil.• Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.: suas atividades concentram-se em desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado. É controladora integral da Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França, centro satélite de pesquisa e tecnologia inaugurado durante o ano 2007, em Paris.• Natura Europa SAS - França: suas atividades concentram-se na compra, venda, importação, exportação e distribuição de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene. • Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades concentram-se na importação e comercialização de cosméticos, fragrâncias em geral e produtos de higiene pessoal para a Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.• Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V.: suas atividades concentram-se na prestação de serviços administrativos e logísticos às empresas Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.

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• Natura Cosméticos España S.L.: encontra-se em fase pré-operacional e suas atividades consistirão nas mesmas atividades desenvolvidas pela controladora Natura Cosméticos S.A. - Brasil.• Flora Medicinal J. Monteiro da Silva Ltda. – em liquidação: suas atividades referiam-se à comercialização de produtos fitoterápicos e fitocosméticos de sua própria marca. Desde o ano 2005 encontra-se sem atividades. Em 31 de março de 2008, após a incorporação da Nova Flora Participações Ltda., passou a ser controlada direta da Natura Cosméticos S.A. - Brasil. Em dezembro de 2010, a empresa obteve aprovação para seu processo de dissolução e seus acervos foram absorvidos pela Natura Cosméticos S.A.• Natura Logística e Serviços Ltda.: suas atividades concentram-se na prestação de serviços administrativos e logísticos para as empresas do Grupo Natura sediadas no Brasil.• Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França: suas atividades concentram-se em pesquisas nas áreas de testes “in vitro”, alternativos aos testes em animais, para estudo da segurança e eficácia de princípios ativos, tratamento de pele e novos materiais de embalagens.• Ybios S.A.: suas atividades concentram-se na pesquisa, na gestão, no desenvolvimento de projetos, produtos e serviços voltados para a área de biotecnologia, podendo, inclusive, firmar acordos e parcerias com universidades, fundações, empresas, cooperativas e associações, entre outras entidades públicas e privadas, na prestação de serviços na área de biotecnologia e na participação em outras sociedades.Por ser uma controlada em conjunto, cujas demonstrações contábeis foram incluídas proporcionalmente nas demonstrações contábeis consolidadas da Sociedade, a seguir são demonstradas as principais contas do grupo de ativo, passivo e resultado, incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas à razão de 42,11% de participação (33,33% em 31 de dezembro de 2009), após os ajustes de eliminação da participação societária: 2010 2009Ativo circulante 630 409 Ativo imobilizado 98 197 Passivo circulante 87 282 Prejuízo do exercício (682) (630)

• Natura Europa SAS - França e Natura Cosmetics USA Co.: em janeiro de 2009 as cotas correspondentes ao capital social dessas controladas foram conferidas como aporte de capital na empresa “holding” Natura (Brasil) International B.V. - Holanda, passando a Sociedade a possuir a correspondente participação indireta nessas empresas por intermédio dessa empresa “holding” sediada na Holanda.c) Encerramento de atividades de sociedades controladas Em reuniões do Conselho de Administração realizadas em julho e outubro de 2009, foram aprovados os encerramentos das operações das controladas Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, Natura Brasil Cosmética Ltda. - Portugal e Natura Cosméticos y Vestimentas S.A. - Uruguai. Em 31 de dezembro de 2010, tais empresas encontram-se em fase de dissolução e, exceto pelas controladas no Uruguai e Portugal, as quais ainda estavam em fase pré-operacional quando da decisão de encerramento de suas operações, a controlada na Venezuela teve suas operações encerradas no terceiro trimestre de 2009, gerando a necessidade de constituição de provisão para perdas na realização de ativos.Em 31 de dezembro de 2010, o saldo dos ativos líquidos da Natura Cosméticos C.A. - Venezuela, registrado nas demonstrações contábeis consolidadas da Sociedade, deduzido de provisões para eventuais perdas na desvalorização de ativos e exigibilidade de passivos no processo de encerramento das referidas operações, era de R$273. 2.3. Apresentação de relatórios por segmentosO relatório por segmentos operacionais é apresentado de modo consistente com o relatório interno fornecido para o principal tomador de decisões operacionais. O principal tomador de decisões operacionais, responsável pela alocação de recursos e pela avaliação de desempenho dos segmentos operacionais, é representado pelo Comitê Executivo da Sociedade.2.4. Conversão para moeda estrangeiraa) Moeda funcional Os itens incluídos nas demonstrações contábeis de cada uma das empresas controladas são mensurados usando a moeda do principal ambiente econômico no qual as empresas atuam (“moeda funcional”).b) Transações e saldos em moeda estrangeiraAs demonstrações contábeis são apresentadas em reais (R$), que corresponde à moeda de apresentação do Grupo.As transações em moeda estrangeira são convertidas para a moeda funcional da Sociedade (reais) utilizando-se as taxas de câmbio vigentes nas datas das transações. Os saldos das contas de balanço são convertidos pela taxa de câmbio vigente nas datas dos balanços. Os ganhos e as perdas de variação cambial resultantes da liquidação dessas transações e da conversão de ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são reconhecidos no resultado do exercício, nas rubricas “Receitas financeiras” e “Despesas financeiras”.c) ConversãoNa elaboração das demonstrações contábeis consolidadas, as demonstrações

do resultado e dos fluxos de caixa e todas as outras movimentações de ativos e passivos são convertidas para reais à taxa de câmbio média mensal, que se aproxima da taxa cambial vigente na data das correspondentes transações. O balanço patrimonial é convertido para reais às taxas de câmbio do encerramento de cada exercício. Os efeitos das variações da taxa de câmbio resultantes dessas conversões são apresentados sob a rubrica “Outros resultados abrangentes” no patrimônio líquido. No caso de alienação total ou parcial de uma participação em uma empresa do Grupo, mediante venda ou como resultado de pagamento de capital, a diferença cambial acumulada é reconhecida na demonstração do resultado como parte do ganho ou da perda na alienação do investimento.2.5. Caixa e equivalentes de caixaIncluem caixa, depósitos bancários à vista e aplicações financeiras realizáveis em até 90 dias da data da aplicação ou considerados de liquidez imediata ou conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor, os quais são registrados pelos valores de custo acrescidos dos rendimentos auferidos até as datas dos balanços, que não excedem o seu valor de mercado ou de realização. 2.6. Instrumentos financeiros2.6.1. CategoriasA categoria depende da finalidade para a qual os ativos e passivos financeiros foram adquiridos ou contratados e é determinada no reconhecimento inicial dos instrumentos financeiros.Os ativos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob as seguintes categorias: Ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultadoSão ativos financeiros mantidos para negociação, quando são adquiridos para esse fim, principalmente no curto prazo. Os instrumentos financeiros derivativos também são classificados nessa categoria. Os ativos dessa categoria são classificados no ativo circulante.No caso da Sociedade, nessa categoria estão incluídos unicamente os instrumentos financeiros derivativos. Os saldos referentes aos ganhos ou às perdas decorrentes das operações não liquidadas são classificados no ativo ou no passivo circulante, sendo as variações no valor justo registradas, respectivamente, nas rubricas “Receitas financeiras” ou “Despesas financeiras”.Ativos financeiros mantidos até o vencimentoCompreendem investimentos em determinados ativos financeiros classificados no momento inicial da contratação, para serem levados até a data de vencimento, os quais são mensurados ao custo de aquisição, acrescido dos rendimentos auferidos de acordo com os prazos e as condições contratuais.Ativos financeiros disponíveis para vendaQuando aplicável, são incluídos nessa classificação os ativos financeiros não derivativos, que sejam designados como disponíveis para venda ou não sejam classificados como (a) empréstimos e recebíveis, (b) investimentos mantidos até o vencimento ou (c) ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, a Sociedade não possuía ativos financeiros registrados nas demonstrações contábeis sob essa classificação.Empréstimos e recebíveisSão incluídos nessa classificação os ativos financeiros não derivativos com recebimentos fixos ou determináveis, que não são cotados em um mercado ativo. São registrados no ativo circulante, exceto, nos casos aplicáveis, aqueles com prazo de vencimento superior a 12 meses após a data do balanço, os quais são classificados como ativo não circulante. Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, no caso da Sociedade, compreendem caixa e equivalentes de caixa (nota explicativa nº 5), e contas a receber de clientes (nota explicativa nº 6).Os passivos financeiros mantidos pela Sociedade são classificados sob as seguintes categorias:Passivos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultadoOs passivos financeiros são classificados como ao valor justo por meio do resultado quando são mantidos para negociação ou designados ao valor justo por meio do resultado.Outros passivos financeirosOs outros passivos financeiros são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos. Em 31 de dezembro de 2010 e 2009, no caso da Sociedade, compreendem empréstimos e financiamentos (nota explicativa nº 15) e saldos a pagar a fornecedores nacionais e estrangeiros.2.6.2. MensuraçãoAs compras e vendas regulares de ativos financeiros são reconhecidas na data da negociação, ou seja, na data em que a Sociedade se compromete a comprar ou vender o ativo. Os ativos financeiros a valor justo por meio do resultado são, inicialmente, reconhecidos pelo valor justo, e os custos de transação são debitados na demonstração do resultado. Os empréstimos e recebíveis são contabilizados pelo custo amortizado.Os ganhos ou as perdas decorrentes de variações no valor justo de ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio do resultado são registrados na demonstração do resultado em “Receita financeira” ou “Despesa financeira”, respectivamente, no período em que ocorrem. Para os ativos

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financeiros classificados como “Disponíveis para venda”, quando aplicável, essas variações são registradas na rubrica “Outros resultados abrangentes”, no patrimônio líquido, até o momento da liquidação do ativo financeiro, quando, por fim, são reclassificadas para o resultado do exercício.2.6.3. Compensação de instrumentos financeirosAtivos e passivos financeiros são compensados e o valor líquido é apresentado no balanço patrimonial quando há um direito legalmente aplicável de compensar os valores reconhecidos e há a intenção de liquidá-los em uma base líquida ou realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente.2.6.4. Instrumentos financeiros derivativos e contabilização de “hedge”As operações com instrumentos financeiros derivativos, contratadas pela Sociedade e por suas controladas, resumem-se em “swap” e compra a termo de moeda (“Non Deliverable Forward - NDF”), que visam exclusivamente à proteção contra riscos cambiais associados a posições no balanço patrimonial mais os fluxos de caixa dos aportes de capital nas controladas projetados em moedas estrangeiras. São mensurados ao seu valor justo, com as variações registradas contra o resultado do exercício, exceto quando designados em uma contabilidade de “hedge” de fluxo de caixa, cujas variações no valor justo são registradas em “Outros resultados abrangentes” no patrimônio líquido.O valor justo dos instrumentos financeiros derivativos é calculado pela tesouraria da Sociedade com base nas informações de cada operação contratada e nas respectivas informações de mercado nas datas de encerramento das demonstrações contábeis, tais como taxas de juros e câmbio. Nos casos aplicáveis, tais informações são comparadas com as posições informadas pelas mesas de operação de cada instituição financeira envolvida.Embora o Grupo faça uso de derivativos com o objetivo de proteção (“hedge”), ele não adota a prática contábil de contabilização de instrumentos de proteção (“hedge accounting”).Os valores justos de mercado dos instrumentos financeiros derivativos estão divulgados na nota explicativa nº 4.2.7. Contas a receber de clientes e créditos de liquidação duvidosaAs contas a receber de clientes são registradas pelo valor nominal e deduzidas da provisão para créditos de liquidação duvidosa, a qual é constituída utilizando o histórico de perdas, sendo considerada suficiente pela Administração para cobrir eventuais perdas, conforme os valores demonstrados na nota explicativa nº 6.2.8. EstoquesRegistrados pelo custo médio de aquisição ou produção, ajustados ao valor realizável líquido, quando este for menor que o custo. Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 7.2.9. Investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto O Grupo possui participações em controladas, coligadas e controladas em conjunto (controle compartilhado).As controladas são empresas na qual a Sociedade possui controle. Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais de uma empresa de modo a obter benefícios de suas atividades, o que em geral consiste na capacidade de exercer a maioria dos direitos de voto. Os potenciais direitos de voto são considerados na avaliação do controle exercido pelo Grupo sobre outra entidade, quando puderem ser exercidos no momento de tal avaliação.Uma coligada é uma entidade sobre a qual o Grupo possui influência significativa e que não se configura como uma controlada nem uma participação em um empreendimento sob controle comum (“joint venture”). Influência significativa é o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida, sem exercer controle individual ou conjunto sobre essas políticas.As investidas com controle compartilhado são entidades controladas em conjunto, em que os empreendedores têm um acordo contratual que estabelece o controle conjunto sobre as atividades econômicas da entidade.Os investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial. As demonstrações contábeis das controladas, coligadas e controladas em conjunto são elaboradas para a mesma data base de apresentação da controladora. Sempre que necessário, são realizados ajustes de modo a adequar as práticas contábeis às da Sociedade. De acordo com o método da equivalência patrimonial, a parcela atribuível ao Grupo sobre o lucro ou prejuízo líquido do período desses investimentos é registrada na demonstração do resultado sob a rubrica “Resultado de equivalência patrimonial”. Ganhos e perdas não realizados decorrentes de transações entre a Controladora e as investidas são eliminados com base no percentual de participação nas investidas. Os outros resultados abrangentes de controladas, coligadas e controladas em conjunto são registrados diretamente no patrimônio líquido da Sociedade sob a rubrica “Outros resultados abrangentes”.2.10. ImobilizadoAvaliado ao custo de aquisição e/ou construção, acrescido de juros capitalizados durante o período de construção, quando aplicável, para os casos de ativos qualificáveis, e reduzidos pela depreciação acumulada e pelas perdas por impairment, quando aplicável. Dependendo da natureza do ativo e da época de sua aquisição, o custo refere-se ao custo histórico de aquisição

ou ao custo histórico de aquisição ajustado pelos efeitos da hiperinflação até 31 de dezembro de 1997, quando a economia do Brasil era considerada hiperinflacionária para fins de IFRS.Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Sociedade e de suas controladas, originados de operações de arrendamento mercantil do tipo financeiro, são registrados como se fosse uma compra financiada, reconhecendo no início de cada operação um ativo imobilizado e um passivo de financiamento, sendo os ativos também submetidos às depreciações calculadas de acordo com as vidas úteis estimadas dos respectivos bens.Terrenos não são depreciados. A depreciação dos demais ativos é calculada pelo método linear, para distribuir seu valor de custo ao longo da vida útil estimada, como segue: AnosEdificações 25Máquinas e equipamentos 13Moldes 3Instalações e benfeitorias de terceiros 5 - 13Móveis e utensílios 14Veículos 3

As vidas úteis são revisadas anualmente.Os ganhos e as perdas em alienações são apurados comparando-se o valor da venda com o valor residual contábil e são reconhecidos na demonstração do resultado.2.11. IntangívelAs licenças de programas de computador (softwares) e de sistemas de gestão empresarial adquiridas são capitalizadas e amortizadas conforme as taxas descritas na nota explicativa nº 13 e os gastos associados à manutenção delas são reconhecidos como despesas quando incorridos.Os gastos com aquisição e implementação de sistemas de gestão empresarial são capitalizados como ativo intangível quando há evidências de geração de benefícios econômicos futuros, considerando sua viabilidade econômica e tecnológica. Os gastos com desenvolvimento de software reconhecidos como ativos são amortizados pelo método linear ao longo de sua vida útil estimada. As despesas relacionadas à manutenção de software são reconhecidas no resultado do exercício quando incorridas.As marcas e patentes adquiridas separadamente são demonstradas pelo custo histórico. As marcas e patentes adquiridas em uma combinação de negócios são reconhecidas pelo valor justo na data da aquisição. A amortização é calculada pelo método linear, com base nas taxas demonstradas na nota explicativa nº 13.2.12. Gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtosDados o alto índice de inovação e a taxa de rotação de produtos na carteira de vendas da Sociedade, esta adota como prática contábil registrar como despesa do exercício, quando incorridos, os gastos com pesquisa e desenvolvimento de seus produtos. Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 22.2.13. Arrendamento mercantilA classificação dos contratos de arrendamento mercantil é realizada no momento da sua contratação. Os arrendamentos nos quais uma parcela significativa dos riscos e benefícios da propriedade é retida pelo arrendador são classificados como arrendamentos operacionais. Os pagamentos efetuados para arrendamentos operacionais são registrados como despesa do exercício pelo método linear, durante o período do arrendamento.Os arrendamentos nos quais a Sociedade e suas controladas detêm, substancialmente, todos os riscos e as recompensas da propriedade são classificados como arrendamentos financeiros. Estes são capitalizados no balanço patrimonial no início do arrendamento pelo menor valor entre o valor justo do bem arrendado e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento. Cada parcela paga do arrendamento é alocada parte ao passivo e parte aos encargos financeiros, para que, dessa forma, seja obtida uma taxa de juros efetiva constante sobre o saldo da dívida em aberto. As obrigações correspondentes, líquidas dos encargos financeiros, são classificadas no passivo circulante e no não circulante de acordo com o prazo do contrato. O bem do imobilizado adquirido por meio de arrendamentos financeiros é depreciado durante a vida útil-econômica do ativo, conforme mencionado no item 2.10., ou de acordo com o prazo do contrato de arrendamento, quando este for menor.2.14. Avaliação do valor recuperável dos ativosOs bens do imobilizado e intangível e, quando aplicável, outros ativos não circulantes são avaliados anualmente para identificar evidências de perdas não recuperáveis, ou, ainda, sempre que eventos ou alterações significativas nas circunstâncias indicarem que o valor contábil pode não ser recuperável. Quando aplicável, se houver perda decorrente das situações em que o valor contábil do ativo ultrapasse seu valor recuperável, definido pelo maior entre o valor em uso do ativo e o seu valor líquido de venda, ela é reconhecida no resultado do exercício.Para fins de avaliação do valor recuperável, os ativos são agrupados nos níveis mais baixos para os quais existam fluxos de caixa identificáveis

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separadamente (Unidades Geradoras de Caixa - UGCs).2.15. Contas a pagar aos fornecedoresSão, inicialmente, reconhecidas pelo valor nominal e, subsequentemente, acrescidas, quando aplicável, dos correspondentes encargos e das variações monetárias e cambiais incorridos até as datas dos balanços.2.16. Empréstimos e financiamentosSão reconhecidos, inicialmente, pelo valor justo, no momento do recebimento dos recursos, líquidos dos custos de transação nos casos aplicáveis. Em seguida, passam a ser mensurados pelo custo amortizado, isto é, acrescidos de encargos, juros e variações monetárias e cambiais conforme previsto contratualmente, incorridos até as datas dos balanços, conforme demonstrado na nota explicativa nº 15.2.17. Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistasAs provisões para ações judiciais são reconhecidas quando a Sociedade e suas controladas têm uma obrigação presente ou não formalizada como resultado de eventos passados, sendo provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e o valor possa ser estimado com segurança. As provisões são quantificadas ao valor presente do desembolso esperado para liquidar a obrigação, usando-se a taxa adequada de desconto de acordo com os riscos relacionados ao passivo.São atualizadas até as datas dos balanços pelo montante estimado das perdas prováveis, observadas suas naturezas e apoiadas na opinião dos advogados do Grupo. Os fundamentos e a natureza das provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas estão descritos na nota explicativa nº 18.2.18. Imposto de renda e contribuição social - correntes e diferidosSão reconhecidos na demonstração do resultado do exercício, exceto, nos casos aplicáveis, na proporção em que estiverem relacionados com itens reconhecidos diretamente no patrimônio líquido. Nesse caso, os tributos são reconhecidos também diretamente no patrimônio líquido, na rubrica “Outros resultados abrangentes”.Exceto pelas controladas localizadas no exterior, onde são observadas as alíquotas fiscais válidas para cada um dos países em que se situam essas controladas, o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido da Sociedade e das controladas no Brasil são calculados às alíquotas de 25% e 9%, respectivamente, para imposto de renda e contribuição social.A despesa de imposto de renda e contribuição social - correntes é calculada com base nas leis e nos normativos tributários promulgados na data de encerramento do exercício, de acordo com os regulamentos tributários brasileiros. A Administração avalia periodicamente as posições assumidas na declaração de renda com respeito a situações em que a regulamentação tributária aplicável está sujeita à interpretação que possa ser eventualmente divergente e constitui provisões, quando adequado, com base nos valores que espera pagar ao Fisco.O imposto de renda e a contribuição social - diferidos são calculados sobre as diferenças temporárias entre as bases fiscais dos ativos e passivos e seus valores contábeis. O imposto de renda e a contribuição social - diferidos são determinados usando as alíquotas de imposto promulgadas nas datas dos balanços e que devem ser aplicadas quando o respectivo imposto de renda e contribuição social - diferidos ativos forem realizados ou quando o imposto de renda e a contribuição social - diferidos passivos forem liquidados.O imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos são reconhecidos somente na proporção da probabilidade de que o lucro real futuro esteja disponível e contra o qual as diferenças temporárias possam ser usadas. Os montantes de imposto de renda e contribuição social - diferidos ativos e passivos são compensados somente quando há um direito exequível legal de compensar os ativos fiscais circulantes contra os passivos fiscais circulantes e/ou quando o imposto de renda e a contribuição social - diferidos ativos e passivos se relacionam com o imposto de renda e a contribuição social incidentes pela mesma autoridade tributária sobre a entidade tributável ou diferentes entidades tributáveis em que há intenção de liquidar os saldos em uma base líquida.Os detalhes estão divulgados na nota explicativa nº 9.2.19. Plano de outorga de opções de compra de açõesA Sociedade oferece a seus executivos planos de participações com base em ações, liquidados com as ações desta.O valor justo das opções outorgadas aos executivos da Sociedade é mensurado na data da outorga e a despesa é reconhecida no resultado, durante o período no qual o direito é adquirido, após o atendimento de determinadas condições específicas. Nas datas dos balanços, a Administração da Sociedade revisa as estimativas quanto à quantidade de opções, cujos direitos devem ser adquiridos com base nas condições, e reconhece, quando aplicável, no resultado do exercício em contrapartida do patrimônio líquido o efeito decorrente da revisão dessas estimativas iniciais.2.20. Participação nos resultadosA Sociedade reconhece um passivo e uma despesa de participação nos resultados com base em uma fórmula que considera o lucro atribuível aos acionistas da Sociedade após certos ajustes, o qual é vinculado ao alcance de metas operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e aprovados no início de cada exercício.

2.21. Dividendos e juros sobre o capital próprioA proposta de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio efetuada pela Administração da Sociedade que estiver dentro da parcela equivalente ao dividendo mínimo obrigatório é registrada como passivo circulante no grupo “Outras obrigações”, por ser considerada como uma obrigação legal prevista no estatuto social da Sociedade; entretanto, a parcela dos dividendos superior ao dividendo mínimo obrigatório, declarada pela Administração após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para emissão das referidas demonstrações contábeis, é registrada na rubrica “Dividendo adicional proposto”, no patrimônio líquido, sendo seus efeitos divulgados na nota explicativa nº 19.b).Para fins societários e contábeis, os juros sobre o capital próprio estão demonstrados como destinação do resultado diretamente no patrimônio líquido.2.22. Ganhos e perdas atuariais do plano de assistência médica e outros custos de planos de benefícios a colaboradoresOs custos associados às contribuições efetuadas pela Sociedade e por suas controladas aos planos de aposentadoria de contribuição definida são reconhecidos pelo regime de competência. Os ganhos e as perdas atuariais apurados no plano de extensão de assistência médica a colaboradores aposentados são reconhecidos no resultado em conformidade com as regras do IAS 19 e CPC 33, com base em cálculo atuarial elaborado por atuário independente, conforme detalhes divulgados na nota explicativa nº 24.2.2.23. Apuração do resultado e reconhecimento da receitaO resultado é apurado em conformidade com o regime contábil de competência, sendo a receita de venda reconhecida no resultado do exercício quando os riscos e benefícios inerentes aos produtos são transferidos para os clientes. A receita decorrente de incentivos fiscais, recebida sob a forma de ativo monetário, é reconhecida no resultado do exercício quando recebida em contraposição de custos e investimentos incorridos pela Sociedade na localidade onde o incentivo fiscal é concedido. Não há condições estabelecidas a serem cumpridas pela Sociedade que pudessem afetar o reconhecimento da receita decorrente de incentivos fiscais.2.24. Método de juros efetivosÉ utilizado para calcular o custo amortizado de um instrumento da dívida e alocar sua receita de juros ao longo do período correspondente. A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os recebimentos de caixa futuros estimados (incluindo todos os honorários e pontos pagos ou recebidos que sejam parte integrante da taxa de juros efetiva, os custos da transação e outros prêmios ou deduções) durante a vida estimada do instrumento da dívida ou, quando apropriado, durante um período menor, para o valor contábil líquido na data do reconhecimento inicial.A receita é reconhecida com base nos juros efetivos para os instrumentos de dívida não caracterizados como ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado.2.25. Demonstração do valor adicionado (“DVA”)Esta demonstração tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela Sociedade e sua distribuição durante determinado período e é apresentada pela Sociedade, conforme requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas demonstrações contábeis individuais e como informação suplementar às demonstrações contábeis consolidadas, pois não é uma demonstração prevista nem obrigatória conforme as IFRSs.A DVA foi preparada com base em informações obtidas dos registros contábeis que servem de base de preparação das demonstrações contábeis e seguindo as disposições contidas no CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. Em sua primeira parte apresenta a riqueza criada pela Sociedade, representada pelas receitas (receita bruta das vendas, incluindo os tributos incidentes sobre ela, as outras receitas e os efeitos da provisão para créditos de liquidação duvidosa), pelos insumos adquiridos de terceiros (custo das vendas e aquisições de materiais, energia e serviços de terceiros, incluindo os tributos incluídos no momento da aquisição, os efeitos das perdas e da recuperação de valores ativos, e a depreciação e amortização) e pelo valor adicionado recebido de terceiros (resultado de equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras receitas). A segunda parte da DVA apresenta a distribuição da riqueza entre pessoal, impostos, taxas e contribuições, remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios.2.26. Novas normas, alterações e interpretações de normasa) Normas, interpretações e alterações de normas existentes em vigorem 31 de dezembro de 2010 e que não tiveram impactos relevantessobre as demonstrações contábeis da SociedadeAs interpretações e alterações das normas existentes a seguir foram editadas e estavam em vigor em 31 de dezembro de 2010. Entretanto, não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Sociedade:

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Norma Principais exigências Data de entrada em vigor Melhorias nos Alteração de diversos Aplicável a períodos anuais IFRSs - 2009 pronunciamentos com início em ou após contábeis 1o de janeiro de 2010.

Alterações Isenção Limitada de Aplicável a períodos anuais à IFRS 1 Divulgações Comparativas com início em ou após da IFRS 7 para 1o de julho de 2010. Adotantes Iniciais

Alterações Isenções Adicionais Aplicável a períodos anuais à IFRS 1 para Adotantes Iniciais com início em ou após 1o de janeiro de 2010.

Alterações Classificação dos Direitos Aplicável a períodos à IAS 32 anuais de Emissão com início em ou após 1o de fevereiro de 2010.

Alterações Pagamentos Baseados em Aplicável a períodos anuais à IFRS 2 Ações com Liquidação com início em ou após em Caixa - Transações 1o de janeiro de 2010. dentro do mesmo Grupo

IFRIC 19 Extinção de Passivos Aplicável a períodos anuais Financeiros Através de com início em ou após Instrumentos Patrimoniais 1o de julho de 2010.

Em agosto de 2010 foi editada pela CVM a Deliberação nº 636/10, que aprova o pronunciamento CPC 41 - Resultado por Ação, elaborado a partir do IAS 33 - “Earnings per Share”. O CPC 41 dispõe sobre a divulgação do resultado por ação, sem impactos sobre o reconhecimento, a mensuração e a apresentação das demonstrações financeiras individuais. A Sociedade adotou o CPC 41 em suas demonstrações contábeis individuais e consolidadas para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010.b) Normas, interpretações e alterações de normas existentes que ainda não estão em vigor e não foram adotadas antecipadamente pela SociedadeAs normas e alterações das normas existentes a seguir foram publicadas e são obrigatórias para os períodos contábeis da Sociedade iniciados em 1º de janeiro de 2011 ou após essa data, ou para períodos subsequentes. Todavia, não houve adoção antecipada dessas normas e alterações de normas por parte da Sociedade.

Norma Principais exigências Data de entrada em vigor Melhorias nos Alteração de diversos Aplicável a períodos anuais IFRSs - 2010 pronunciamentos com início em ou após contábeis 1o de janeiro de 2011.

IFRS 9 (conforme Instrumentos Aplicável a períodos anuais alterada em 2010) Financeiros com início em ou após 1o de janeiro de 2013.

Alterações à Divulgações de Aplicável a períodos anuais IAS 24 Partes Relacionadas com início em ou após 1o de janeiro de 2011.

Alterações à Eliminação de datas fixas Aplicável a períodos anuais IFRS 1 para adotantes pela com início em ou após primeira vez das IFRSs 1o de julho de 2011.

Alterações à Divulgações - Transferências Aplicável a períodos anuais IFRS 7 de Ativos Financeiros com início em ou após 1o de julho de 2011.

Alterações à Impostos diferidos - Aplicável a períodos anuais IAS 12 recuperação dos ativos com início em ou após subjacentes quando o ativo 1o de janeiro de 2012. é mensurado pelo modelo de valor justo de acordo com a IAS 40

Alterações à Pagamentos Antecipados de Aplicável a períodos anuais IFRIC 14 Exigência Mínima com início em ou após de Financiamento 1o de janeiro de 2011.

IFRS 9 - Instrumentos Financeiros (em vigor a partir de 1º de janeiro de 2013). A publicação é parte do projeto de melhorias do IASB sobre a mensuração, a classificação e o reconhecimento de instrumentos financeiros emitido em novembro de 2009 e substitui a parte da IAS 39 relacionada à mensuração e classificação de ativos financeiros. Esse pronunciamento determina a classificação dos ativos financeiros em duas categorias: ativos reconhecidos ao valor justo e ativos reconhecidos ao valor de custo amortizado com a determinação da classificação sendo realizada

no momento do reconhecimento do ativo e de acordo com o modelo de negócios da companhia e as características do instrumento financeiro contratado. Em virtude das características dos instrumentos financeiros atualmente contratados pela Sociedade não são esperados efeitos significativos no momento da adoção desse pronunciamento a partir de 1º de janeiro de 2013.Considerando as atuais operações da Sociedade e de suas controladas, a Administração não espera que essas novas normas, interpretações e alterações tenham um efeito relevante sobre as demonstrações contábeis a partir de sua adoção.O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC ainda não editou os respectivos pronunciamentos e modificações correlacionados às IFRSs novas e revisadas apresentadas anteriormente. Em decorrência do compromisso do CPC e da Comissão de Valores Mobiliários - CVM de manter atualizado o conjunto de normas emitidas com base nas atualizações feitas pelo International Accounting Standards Board - IASB, é esperado que esses pronunciamentos e modificações sejam editados pelo CPC e aprovados pela CVM até a data de sua aplicação obrigatória.

3. ESTIMATIVAS E PREMISSAS CONTÁBEIS CRÍTICASA preparação de demonstrações contábeis requer o uso de certas estimativas contábeis críticas e também o exercício de julgamento por parte da Administração da Sociedade no processo de aplicação das políticas contábeis. As estimativas e premissas contábeis são continuamente avaliadas e baseiam-se na experiência histórica e em outros fatores, incluindo expectativas de eventos futuros consideradas razoáveis para as circunstâncias. Tais estimativas e premissas podem diferir dos resultados efetivos. Os efeitos decorrentes das revisões das estimativas contábeis são reconhecidos no período da revisão.As premissas e estimativas significativas para demonstrações contábeis estão relacionadas a seguir :a) Imposto de renda, contribuição social e outros impostosA Sociedade reconhece ativos e passivos diferidos com base nas diferenças entre o valor contábil apresentado nas demonstrações contábeis e a base tributária dos ativos e passivos utilizando as alíquotas em vigor. A Sociedade revisa regularmente os impostos diferidos ativos em termos de possibilidade de recuperação, considerando-se o lucro histórico gerado e o lucro tributável futuro projetado, de acordo com um estudo de viabilidade técnica. b) Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistasA Sociedade é parte de diversos processos judiciais e administrativos, como descrito na nota explicativa nº 18. Provisões são constituídas para todas as contingências referentes a processos judiciais que representam perdas prováveis e estimadas com um certo grau de segurança. A avaliação da probabilidade de perda inclui a avaliação das evidências disponíveis, a hierarquia das leis, as jurisprudências disponíveis, as decisões mais recentes nos tribunais e sua relevância no ordenamento jurídico, bem como a avaliação dos advogados externos. A Administração acredita que essas provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas estão corretamente apresentadas nas demonstrações contábeis.c) Plano de assistência médicaO valor atual do plano de assistência médica depende de uma série de fatores que são determinados com base em cálculos atuariais, que atualizam uma série de premissas, como, por exemplo, taxa de desconto, e outras, as quais estão divulgadas na nota explicativa nº 24.2. A mudança em uma dessas estimativas poderia afetar os resultados apresentados.

4. GESTÃO DE RISCO FINANCEIRO4.1. Considerações gerais e políticasA Sociedade e suas controladas contratam operações envolvendo instrumentos financeiros, todos registrados em contas patrimoniais, com o objetivo de reduzir sua exposição a riscos de moeda e de taxa de juros, bem como de manter sua capacidade de investimentos e estratégia de crescimento. São contratados aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos, como também instrumentos derivativos.A administração dos riscos e a gestão dos instrumentos financeiros são realizadas por meio de políticas, definição de estratégias e implementação de sistemas de controle, definidos pelo Comitê de Finanças e aprovados pelo Conselho de Administração da Sociedade, os quais estabelecem limites de exposição cambial e alocação de recursos em instituições financeiras. A aderência das posições de tesouraria em instrumentos financeiros, incluindo os derivativos, em relação a essas políticas é apresentada e avaliada mensalmente pelo Comitê de Finanças da Sociedade e posteriormente submetida à apreciação dos Comitês de Auditoria e Executivo e do Conselho de Administração.Os procedimentos de tesouraria definidos pela política vigente incluem rotinas mensais de projeção e avaliação da exposição cambial consolidada da Sociedade e de suas controladas, sobre as quais se baseiam as decisões tomadas pela Administração.A Política de Aplicações Financeiras estabelecida pela Administração da Sociedade elege as instituições financeiras com as quais os contratos podem ser celebrados, além de definir limites quanto aos percentuais de alocação

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de recursos e valores absolutos a serem aplicados em cada uma delas.Na sua quase totalidade (98,7% em 31 de dezembro de 2010 e 99,9% em 31 de dezembro de 2009), os empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira são protegidos das oscilações do câmbio por meio de contratações de instrumentos financeiros derivativos do tipo “swap” para proteção das respectivas operações.4.2. Fatores de risco financeiroAs atividades da Sociedade e de suas controladas as expõem a diversos riscos financeiros: risco de mercado (incluindo risco de moeda e de taxa de juros), risco de crédito e risco de liquidez. O programa de gestão de risco global da Sociedade concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e busca minimizar potenciais efeitos adversos no desempenho financeiro, utilizando instrumentos financeiros derivativos para proteger certas exposições a risco.A gestão de risco é realizada pela tesouraria central da Sociedade, sendo as políticas obrigatoriamente aprovadas por Comitês Internos e pelo Conselho de Administração. A tesouraria identifica, avalia e contrata instrumentos financeiros com o intuito de proteger a Sociedade contra eventuais riscos financeiros, principalmente decorrentes de taxas de juros e câmbio. a) Risco de mercadoA Sociedade está exposta a riscos de mercado decorrentes das atividades de seus negócios. Esses riscos de mercado envolvem principalmente a possibilidade de flutuações na taxa de câmbio e mudanças nas taxas de juros.i) Risco cambialEm virtude de contas a receber e das obrigações financeiras de diversas naturezas assumidas pela Sociedade em moedas estrangeiras, foi implantada uma Política de Proteção Cambial, que estabelece níveis de exposição vinculados a esse risco. Consideram-se os valores em moeda estrangeira dos saldos a receber e a pagar de compromissos já assumidos e registrados nas demonstrações contábeis oriundos das operações da Sociedade, bem como fluxos de caixa futuros, com prazo médio de seis meses, ainda não registrados no balanço patrimonial decorrentes de: (i) compra de insumos para a produção; (ii) importação de máquinas e equipamentos; e (iii) investimentos nas controladas no exterior nas respectivas moedas. Para exposições cambiais, a Sociedade e suas controladas contratam operações com instrumentos financeiros derivativos do tipo “swap” e compra a termo de moeda denominada “Non Deliverable Forward - NDF” (“forward”). A política de proteção cambial determina que o “hedge” contratado pela Sociedade deverá limitar a perda referente à desvalorização cambial em relação ao lucro líquido projetado para o exercício em curso, dada uma determinada estimativa de desvalorização cambial em relação ao dólar norte-americano. Essa limitação define o teto ou a exposição cambial máxima permitida à Sociedade. Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, a exposição cambial consolidada, excluindo a exposição dos investimentos nas controladas no exterior, é demonstrada conforme o quadro a seguir : Consolidado 2010 2009Posições ativas: Contas a receber de clientes (1) 5.239 3.386Instrumentos derivativos (2) 94.358 186.654Total do ativo 99.598 190.040 Posições passivas: Empréstimos e financiamentos (3) (58.675) (142.649)Fornecedores (4) (4.964) (4.409)Total do passivo (63.639) (147.058)Total da exposição 35.959 42.982

(1) Contas a receber de clientes: correspondem aos saldos a receber referentes às exportações da Sociedade e de suas controladas no Brasil, não considerando os saldos de suas controladas no exterior, mantidos em suas moedas funcionais.(2) Instrumentos derivativos consolidados: os contratos em aberto de “swap” e “forward”, demonstrados a seguir, têm vencimentos entre janeiro de 2011 e fevereiro de 2017, foram celebrados com contrapartes representadas pelos bancos Bradesco (54%), Brasil (2%), HSBC (6%), ItauBBA (19%) e Citibank (19%) e estão assim compostos:

Consolidado Saldo ativo (passivo) a Valor nocional valor justo Modalidade da operação 2010 2009 2010 2009“Swaps” financeiros (2.1) 59.817 133.033 (2.830) (8.430)“Forwards” financeiros (2.1) - 187 - (8)“Forwards” operacionais (2.2) 34.542 53.464 (1.231) (214) 94.359 186.684 (4.061) (8.652)

Em 31 de dezembro de 2010, o valor nocional total de R$94.359 (R$186.684 em 31 de dezembro de 2009) representa os ativos dos instrumentos financeiros derivativos contratados para proteger as exposições cambiais passivas da Sociedade e de suas controladas. O saldo ativo (passivo) refere-se ao ajuste líquido a receber e a pagar, respectivamente, calculado a valor justo em 31 de dezembro de 2010 e de 2009 dos instrumentos financeiros derivativos ainda em aberto contratados pela Sociedade e por suas controladas vigentes nas respectivas datas de encerramento dos exercícios. (2.1) Para as exposições cambiais identificadas como “financeiras”, geradas por contas a receber, fornecedores e empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira, a Sociedade e suas controladas têm contratado operações de “swap” e “forward” com o objetivo de mitigar os riscos cambiais a que esses empréstimos e financiamentos estão sujeitos. As operações de “swap” consistem na troca da variação cambial por uma correção relacionada a um percentual da variação do Certificado de Depósito Interbancário - CDI pós-fixado. As operações de “forward” estabelecem uma paridade futura entre o real e a moeda estrangeira tomando-se como base a paridade do momento da contratação corrigida por uma determinada taxa de juros prefixada.(2.2) Para as exposições cambiais denominadas “operacionais”, que estão relacionadas aos fluxos de caixa dos futuros aportes de capital para as suas controladas no exterior, são contratadas operações de “forward”.(3) Empréstimos e financiamentos: referem-se aos saldos a pagar de empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira. Em 31 de dezembro de 2010, o montante equivalente em dólar norte-americano era de US$35.215.(4) Fornecedores: referem-se aos saldos a pagar em moedas estrangeiras devidos aos fornecedores.Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, a exposição cambial da controladora é demonstrada conforme o quadro a seguir : Controladora 2010 2009Posições ativas: Instrumentos derivativos (1) 86.676 168.505Total do ativo 86.676 168.505Posições passivas: Empréstimos e financiamentos (2) (52.567) (114.712)Fornecedores (3) (842) (497)Total do passivo (53.409) (115.209)Total da exposição 33.267 53.296

(1) Instrumentos derivativos consolidados: os contratos em aberto de “swap” e “forward”, demonstrados a seguir, têm vencimentos entre janeiro de 2011 e julho de 2014, foram celebrados com contrapartes representadas pelos bancos Bradesco (57%), Brasil (1%), HSBC (2%), ItauBBA (20%) e Citibank (20%) e estão assim compostos: Controladora Saldo ativo (passivo) a Valor nocional valor justo Modalidade da operação 2010 2009 2010 2009“Swaps” financeiros (1.1) 53.534 94.231 (2.109) (6.647)“Forwards” financeiros (1.1) - 187 - (8)“Forwards” operacionais (1.2) 34.542 53.464 (1.231) (214) 88.076 147.882 (3.340) (6.869)

Em 31 de dezembro de 2010, o valor nocional total de R$88.076 (R$147.882 em 31 de dezembro de 2009) representa os ativos dos instrumentos financeiros derivativos contratados para proteger as exposições cambiais passivas da Sociedade e de suas controladas. O saldo ativo (passivo) refere-se ao ajuste líquido a receber e a pagar, respectivamente, calculado a valor justo em 31 de dezembro de 2010 e de 2009 dos instrumentos financeiros derivativos ainda em aberto contratados pela Sociedade e por suas controladas vigentes nas respectivas datas de encerramento dos exercícios. (1.1) Para as exposições cambiais identificadas como “financeiras”, geradas pelos empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira, a Sociedade e suas controladas têm contratado operações de “swap” e “forward” com o objetivo de mitigar os riscos cambiais a que esses

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empréstimos e financiamentos estão sujeitos. As operações de “swap” consistem na troca da variação cambial por uma correção relacionada a um percentual da variação do CDI pós-fixado. As operações de “forward” estabelecem uma paridade futura entre o real e a moeda estrangeira tomando-se como base a paridade do momento da contratação corrigida por uma determinada taxa de juros prefixada.(1.2) Para as exposições cambiais denominadas “operacionais”, que estão relacionadas aos fluxos futuros, são contratadas operações de “forward”.(2) Empréstimos e financiamentos: referem-se aos saldos a pagar de empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira. Em 31 de dezembro de 2010, o montante equivalente em dólar norte-americano era de US$31.550.(3) Fornecedores: referem-se aos saldos a pagar em moedas estrangeiras devidos aos fornecedores.ii) Risco de taxa de jurosConsiderando que a Sociedade não tem ativos significativos em que incidam juros, o resultado e os fluxos de caixa operacionais da Sociedade são, substancialmente, independentes das mudanças nas taxas de juros do mercado. O risco da taxa de juros da Sociedade decorre de aplicações financeiras e empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos. A Administração da Sociedade tem como política manter os indexadores de suas exposições a taxas de juros ativas e passivas atrelados a taxas pós-fixadas. As aplicações financeiras e os empréstimos e financiamentos, exceto os contratados em Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, são corrigidos pelo Certificado de Depósito Interbancário - CDI pós-fixado, conforme contratos firmados com as instituições financeiras e por meio de negociações de valores mobiliários com investidores desse mercado. A Sociedade contrata derivativos do tipo “swap”, com o objetivo de mitigar os riscos das operações de empréstimos e financiamentos contratadas com indexador distinto do CDI pós-fixado.iii) Análise de sensibilidade Risco de câmbioPara análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros derivativos “financeiros”, a Administração da Sociedade entende que há necessidade de considerar os passivos líquidos equivalentes registrados no balanço patrimonial, tornando as operações atreladas, conforme demonstrado no quadro a seguir : ConsolidadoTotal dos empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira 58.675Valor nocional dos derivativos “financeiros” (59.817)Exposição líquida (1.142)

Da mesma forma, a Sociedade considera que parte dos instrumentos derivativos “operacionais”, no montante de R$34.542, não deve ser considerada na análise de sensibilidade, pois foi liquidada no dia 3 de janeiro de 2011, sendo registrada uma perda de R$1.231.

Portanto, para a análise de sensibilidade está sendo aplicado somente o montante de R$59.817, resultado das considerações explicitadas anteriormente. Risco da Cenário Cenário CenárioExposição Sociedade provável possível RemotoFinanceira Queda do dólar 23 (286) (571)

O cenário provável reflete a cotação da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de 12 de janeiro de 2011 (R$1,70/US$). Nas exposições passivas de dólar norte-americano (risco de queda dessa moeda), o cenário possível considera uma desvalorização de 25% sobre a cotação em 31 de dezembro de 2010 (R$1,25/US$) e o cenário remoto uma desvalorização de 50% (R$0,83/US$). ControladoraTotal dos empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira 52.567Valor nocional dos derivativos “financeiros” (53.534)Exposição líquida (967)

Da mesma forma, a Sociedade considera que parte dos instrumentos derivativos “operacionais”, no montante de R$34.542, não deve ser considerada na análise de sensibilidade, pois foi liquidada no dia 3 de janeiro de 2011, sendo registrada uma perda de R$1.231.Portanto, para a análise de sensibilidade está sendo aplicado somente o montante de R$53.534, resultado das considerações explicitadas anteriormente. Risco da Cenário Cenário CenárioExposição Sociedade provável possível RemotoFinanceira Queda do dólar 20 (242) (483)

O cenário provável reflete a cotação da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de 12 de janeiro de 2011 (R$1,70/US$). Nas exposições ativas de dólar norte-americano (risco de queda dessa moeda), o cenário possível considera uma valorização de 25% sobre a cotação em 31 de dezembro de 2010 (R$1,25/US$) e o cenário remoto uma valorização de 50% (R$0,83/US$). A Sociedade e suas controladas não operam com instrumentos financeiros derivativos com propósitos de especulação.Risco de taxa de jurosConforme mencionado no item (2.1) anterior, considerando que em 31 de dezembro de 2010 quase que a totalidade dos empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira possui contratos de “swap”, trocando a indexação do passivo de moeda estrangeira para a variação do CDI, devido à política da Sociedade de proteção de riscos cambiais, o risco da Sociedade passa a ser a exposição à variação do CDI. A seguir está apresentada a exposição a risco de juros das operações vinculadas à variação do CDI e da TJLP: Controladora ConsolidadoTotal dos empréstimos e financiamentos (428.442) (569.073)Aplicações financeiras 196.437 521.915Exposição líquida (232.005) (47.158)

Para a exposição líquida dos empréstimos e financiamentos atrelados ao CDI e TJLP, para a qual a Sociedade está deduzindo os saldos das aplicações financeiras, também mantidas ao CDI (nota explicativa nº 5), a Administração da Sociedade entende que, considerando como baixo o risco de grandes variações no CDI em 2010, levando em conta a estabilidade promovida pela atual política monetária conduzida pelo Governo Federal, bem como diante do histórico de aumentos promovidos na taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos anos, para a análise de sensibilidade para o risco de aumento nas taxas CDI e TJLP que afetariam as despesas financeiras da Sociedade deve ser levado em consideração um aumento máximo de 25% na taxa CDI (representando um incremento de aproximadamente 2,5 pontos percentuais), o que poderia trazer um impacto na despesa financeira de aproximadamente R$1.179.b) Risco de créditoO risco de crédito refere-se ao risco de uma contraparte não cumprir com suas obrigações contratuais, levando o Grupo a incorrer em perdas financeiras. As vendas da Sociedade e de suas controladas são efetuadas para um grande número de Consultores(as) de Vendas, e esse risco é administrado por meio de um rigoroso processo de concessão de crédito. O resultado dessa gestão está refletido na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa”, conforme demonstrado na nota explicativa nº 6.A Sociedade e suas controladas estão sujeitas também a riscos de crédito relacionados aos instrumentos financeiros contratados na gestão de seus negócios. A Sociedade considera baixo o risco de crédito das operações que mantém em instituições financeiras com as quais opera, que são consideradas pelo mercado como de primeira linha.c) Risco de liquidezA gestão prudente do risco de liquidez implica manter caixa, títulos e valores mobiliários suficientes, disponibilidades de captação por meio de linhas de crédito compromissadas e capacidade de liquidar posições de mercado. A Administração monitora o nível de liquidez consolidado da Sociedade considerando o fluxo de caixa esperado em contrapartida às linhas de crédito não utilizadas.

d) Passivos financeirosO valor contábil consolidado dos passivos financeiros, mensurados pelo método do custo amortizado, e seus correspondentes vencimentos são demonstrados a seguir : Consolidado Menos Entre um Entre três Mais de Valor Valor de um e dois e cinco cinco justo Efeito do contábilEm 31 de dezembro de 2010 ano anos anos anos 2010 desconto 2010 Circulante:Empréstimos e financiamentos 226.595 - - - 226.595 - 226.595Fornecedores 331.909 - - - 331.909 - 331.909 Não Circulante:Empréstimos e financiamentos - 39.425 421.403 4.240 465.068 - 465.068

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4.3. Gestão de capitalOs objetivos da Sociedade ao administrar seu capital são os de salvaguardar a capacidade de continuidade da Sociedade para oferecer retorno aos acionistas e benefícios às outras partes interessadas, além de manter uma estrutura de capital ideal para reduzir esse custo.A Sociedade monitora o capital com base nos índices de alavancagem financeira. Esse índice corresponde à dívida líquida dividida pelo patrimônio líquido. A dívida líquida, por sua vez, corresponde ao total de empréstimos e financiamentos (incluindo empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos, conforme demonstrado no balanço patrimonial consolidado) subtraído do montante de caixa e equivalentes de caixa. Os índices de alavancagem financeira consolidados em 31 de dezembro de 2010 e de 2009 estão assim sumarizados: Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos 428.442 495.297 691.663 704.358(-) Caixa e equivalentes de caixa (206.125) (254.463) (560.229) (500.294)Dívida líquida 222.317 240.834 131.434 204.064Patrimônio líquido 1.257.501 1.139.821 1.257.501 1.139.821Índice de alavancagem financeira 17,7% 21,1% 10,5% 17,9%

4.4 Instrumentos financeiros derivativosCom relação às operações com instrumentos financeiros derivativos do tipo “swap” e “forward” em aberto em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, os ganhos e as perdas, a valores justos, estão assim demonstrados:

Ganhos (perdas) na variação dos valores justos nas operações de “swap” e “forward” Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009“Swaps” financeiros (2.109) (6.647) (2.830) (8.430)“Forwards” financeiros - (8) - (8)“Forwards” operacionais (1.231) (214) (1.231) (214) (3.340) (6.869) (4.061) (8.652)

a) Detalhamento das operações com derivativos

i) Instrumentos derivativos “financeiros”

As informações sobre os instrumentos derivativos “financeiros” em 31 de dezembro de 2010 e de 2009 contratados pela Sociedade e por suas controladas, decorrentes dos empréstimos e financiamentos denominados em moeda estrangeira, estão demonstradas a seguir :

Efeito acumulado até 31/12/10 aControladora Valor nocional Valor justo valor justo Descrição 2010 2009 2010 2009Contratos de “swap”:Posição ativa:Posição comprada dólar 53.534 4.231 52.121 2.997 (2.109)Posição comprada yen - 90.000 - 111.192 - 53.534 94.231 52.121 114.189 (2.109)Posição passiva:Taxa CDI pós-fixada:Posição comprada dólar 53.534 4.231 54.231 4.027 -Posição comprada yen - 90.000 - 116.809 - 53.534 94.231 54.231 120.836 -Contratos a termo (“forward”):Posição comprada dólar - 187 - 192 -Posição passiva:Taxa prefixada - 187 - 200 -

Efeito acumulado até 31/12/10 aConsolidado Valor nocional Valor justo valor justo Descrição 2010 2009 2010 2009Contratos de “swap”:Posição ativa: Posição comprada dólar 59.817 43.003 57.367 28.138 (2.830)Posição comprada yen - 90.000 - 111.192 - 59.817 133.003 57.367 139.330 (2.830)Posição passiva: Taxa CDI pós-fixada: Posição comprada dólar 59.817 43.003 60.197 30.951 -Posição comprada yen - 90.000 - 116.809 - 59.817 133.003 60.197 147.760 -Contratos a termo (“forward”): Posição comprada dólar - 187 - 192 -Posição passiva: Taxa prefixada - 187 - 200 -

ii) Instrumentos financeiros derivativos “operacionais”As informações sobre os instrumentos derivativos “operacionais” em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, contratados pela Sociedade e por suas controladas para proteção da exposição decorrente dos fluxos de caixa futuros, estão demonstradas a seguir : Efeito acumulado até 31/12/10 aControladora e Consolidado Valor nocional Valor justo valor justo Descrição 2010 2009 2010 2009Contratos a termo (“forward”):Posição comprada dólar 34.542 53.464 34.555 54.124 (1.231) 34.542 53.464 34.555 54.124 (1.231)Posição passiva:Taxa prefixada:Posição comprada dólar 34.542 53.464 35.786 54.338 - 34.542 53.464 35.786 54.338 -

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Para os instrumentos financeiros derivativos mantidos pela Sociedade e por suas controladas em 31 de dezembro de 2010, devido ao fato de os contratos serem efetuados diretamente com instituições financeiras e não através de Bolsa de Mercadorias e Futuros, não há margens depositadas como garantia das referidas operações.4.5. Estimativa de valores justos O valor justo dos instrumentos financeiros que não são negociados em mercados ativos (por exemplo, derivativos de mercado de balcão) é determinado mediante o uso de técnicas de avaliação. A Sociedade e suas controladas usam diversos métodos e definem premissas que são baseadas nas condições de mercado existentes nas datas dos balanços. O valor justo de contratos de câmbio a termo é determinado com base em taxas de câmbio a termo, cotadas nas datas dos balanços.Estima-se que os saldos das contas a receber de clientes e das contas a pagar aos fornecedores, registrados pelos valores contábeis, estejam próximos de seus valores justos de mercado, dado o curto prazo das operações realizadas.A Sociedade e suas controladas aplicam as regras de hierarquização para avaliação dos valores justos de seus instrumentos financeiros conforme as práticas contábeis do CPC 40, para instrumentos financeiros mensurados no balanço patrimonial, o que requer a divulgação das mensurações do valor justo pelo nível da seguinte hierarquia:• Preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos e passivos idênticos (Nível 1).• Informações, além dos preços cotados, incluídas no Nível 1 que são adotadas pelo mercado para o ativo ou passivo, diretamente (ou seja, como preços) ou indiretamente (ou seja, derivados dos preços) (Nível 2).• Inserções para os ativos ou passivos que não são baseadas nos dados adotados pelo mercado (ou seja, inserções não observáveis) (Nível 3).A tabela a seguir apresenta os instrumentos derivativos consolidados mensurados pelo valor justo em 31 de dezembro de 2010: Saldo Nível 1 Nível 2 Nível 3 total Instrumentos derivativos - ao valor justo - 90.298 - 90.298Total do ativo - 90.298 - 90.298

O valor justo dos instrumentos financeiros negociados em mercados ativos (como títulos mantidos para negociação e disponíveis para venda) é baseado nos preços de mercado cotados nas datas dos balanços. Um mercado é visto como ativo se os preços cotados estiverem pronta e regularmente disponíveis a partir de uma Bolsa, um distribuidor, corretor, grupo de indústrias, serviço de precificação ou agência reguladora e aqueles preços representam transações de mercado reais, as quais ocorrem regularmente em bases puramente comerciais. O preço de mercado cotado utilizado para os ativos financeiros mantidos pelo Grupo é o preço de concorrência atual. Esses instrumentos estão incluídos no Nível 1. O valor justo dos instrumentos financeiros que não são negociados em mercados ativos (por exemplo, derivativos de balcão) é determinado mediante o uso de técnicas de avaliação. Essas técnicas de avaliação maximizam o uso dos dados adotados pelo mercado em que estão disponíveis e confiam o menos possível nas estimativas específicas da entidade. Se todas as informações relevantes exigidas para o valor justo de um instrumento forem adotadas pelo mercado, o instrumento estará incluído no Nível 2.Se uma ou mais informações relevantes não estiverem baseadas em dados adotados pelo mercado, o instrumento estará incluído no Nível 3.Técnicas de avaliação específicas utilizadas para valorizar os instrumentos financeiros, conforme as regras do Nível 2, incluem:• Preços de mercado cotados ou cotações de instituições financeiras ou corretoras para instrumentos similares. • O valor justo de “swaps” de taxa de juros é calculado pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados com base nas curvas de rendimento adotadas pelo mercado. • O valor justo dos contratos de câmbio futuros é determinado com base nas taxas de câmbio futuras nas datas dos balanços, com o valor resultante descontado ao valor presente.• Outras técnicas, como a análise de fluxos de caixa descontados, são utilizadas para determinar o valor justo para os instrumentos financeiros remanescentes.A Sociedade e suas controladas não possuem instrumentos financeiros avaliados a valores justos conforme o Nível 3 para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010.Valores justos de instrumentos financeiros avaliados ao custo amortizadoAplicações financeirasOs valores das aplicações financeiras registrados nas demonstrações contábeis aproximam-se dos valores de realização em virtude de as operações serem efetuadas a juros pós-fixados e apresentarem disponibilização imediata.Empréstimos e financiamentosOs valores dos empréstimos e financiamentos registrados nas demonstrações contábeis, exceto aqueles atrelados à TJLP, aproximam-se dos valores de exigibilidade, pois estão atrelados a uma taxa de juros pós-fixada, no caso, a

variação do CDI.Os valores dos financiamentos atrelados à TJLP aproximam-se dos valores de exigibilidade registrados nas demonstrações contábeis em virtude de a TJLP ter correlação com o CDI e ser uma taxa pós-fixada.Contas a receber e fornecedoresAdicionalmente, estima-se que os saldos das contas a receber de clientes e das contas a pagar aos fornecedores nacionais e estrangeiros, registrados pelos valores contábeis, estejam próximos de seus valores justos de mercado, dado o curto prazo das operações realizadas.

5. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Caixa e bancos 9.688 12.010 38.314 61.242Aplicações financeiras- CDBs pós-fixados 196.437 242.453 528.070 444.821 206.125 254.463 566.384 506.063Circulante 206.125 254.463 560.229 500.294Não circulante - aplicações financeiras (nota explicativa nº 18.(c) - riscos tributários) - - 6.155 5.769 206.125 254.463 566.384 506.063

Em 31 de dezembro de 2010, os Certificados de Depósitos Bancários - CDBs são remunerados por taxas que variam entre 100,0% e 101,5% (100,0% e 103,1% em 31 de dezembro de 2009) do CDI.Os CDBs são classificados pela Administração da Sociedade e de suas controladas na rubrica “Caixa e equivalentes de caixa”, por serem considerados ativos financeiros com possibilidade de resgate imediato e sujeitos a um insignificante risco de mudança de valor.

6. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Contas a receber de clientes 550.355 462.303 635.944 509.383Provisão para créditos de liquidação duvidosa (56.663) (47.658) (65.664) (56.515) 493.692 414.645 570.280 452.868

A seguir estão demonstrados os saldos de contas a receber de clientes por idade de vencimento:

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009A vencer 432.703 355.402 492.947 402.482Vencidos até 30 dias 79.136 73.330 93.967 73.330Vencidos entre 31 e 60 dias 10.897 9.757 16.777 9.757Vencidos entre 61 e 90 dias 8.072 6.655 9.406 6.655Vencidos entre 91 e 180 dias 19.547 17.159 22.847 17.159 550.355 462.303 635.944 509.383

O saldo de contas a receber de clientes no consolidado está predominantemente denominado em reais, com aproximadamente 91% do saldo em aberto em 31 de dezembro de 2010 referente a transações em reais (95% em 31 de dezembro de 2009), sendo o saldo remanescente denominado em moedas diversas e formado pelas vendas das controladas do exterior.A movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010 está assim representada:

Controladora Saldo em Saldo em 2009 Adições (a) Reversões (b) 2010

(47.658) (92.417) 83.412 (56.663)

Consolidado

Saldo em Saldo em

2009 Adições (a) Reversões (b) 2010

(56.515) (99.679) 90.530 (65.664)

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(a) Provisão constituída conforme a nota explicativa nº 2.7.(b) Compostas por títulos vencidos há mais de 180 dias, baixados em virtude do não recebimento e pela reversão decorrente do recebimento de títulos anteriormente provisionados.A despesa com a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa foi registrada na rubrica “Despesas com vendas” na demonstração do resultado. Quando não existe expectativa de recuperação de numerário adicional, os valores creditados na rubrica “Provisão para créditos de liquidação duvidosa” são em geral revertidos contra a baixa definitiva do título.A exposição máxima ao risco de crédito na data das demonstrações contábeis é o valor contábil de cada faixa de idade de vencimento conforme demonstrado no quadro de saldos a receber por idade de vencimento. A Sociedade e suas controladas não mantêm nenhuma garantia para os títulos em atraso.

7. ESTOQUES

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Produtos acabados 181.188 95.202 465.027 397.783Matérias-primas e materiais de embalagem - - 127.305 126.479Material promocional 14.383 5.634 37.576 16.503Produtos em elaboração - - 17.290 14.327Provisão para perdas (10.479) (6.498) (75.673) (45.541) 185.092 94.338 571.525 509.551

O aumento registrado no saldo dos produtos acabados para 2010 é justificado substancialmente pela ampliação da capacidade de abastecimento logístico dos diversos Centros de Distribuição da Sociedade, bem como pelo redimensionamento da capacidade de produção da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. com base no planejamento de demanda, visando o acompanhamento do crescimento das operações da Sociedade registrado nos últimos anos e também em 2010, bem como à diminuição dos índices de não atendimento de pedidos de venda.A movimentação da provisão para perdas na realização dos estoques para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010 está assim representada:

Controladora Saldo em Saldo em 2009 Adições (a) Reversões (b) 2010 (6.498) (14.880) 10.899 (10.479)

Consolidado Saldo em Saldo em 2009 Adições (a) Reversões (b) 2010 (45.541) (159.227) 129.095 (75.673)

(a) Referem-se basicamente à constituição de provisão para perdas por descontinuidade, validade e qualidade, conforme a real necessidade para cobrir as perdas esperadas na realização dos estoques, de acordo com a política estabelecida pela Sociedade e por suas controladas.(b) Compostas pelas baixas dos produtos descartados pela Sociedade e por suas controladas.

8. IMPOSTOS A RECUPERAR

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009ICMS a compensar sobre aquisição de insumos - - 97.888 68.556ICMS - ST a ressarcir sobre vendas interestaduais - RS 3.022 20.967 3.022 20.967ICMS - ST a ressarcir sobre vendas interestaduais - SP (a) 7.120 89.767 7.120 89.767ICMS - ST - Estado de Santa Catarina - 3.335 - 3.335ICMS - ST a ressarcir - processo de denúncia espontânea - SP (b) - - 16.421 15.200Impostos a compensar - controladas no exterior - - 21.567 17.070ICMS a compensar sobre aquisição de bens do ativo imobilizado 6.825 3.836 16.136 11.891COFINS a compensar sobre

aquisição de bens do ativo imobilizado - - 9.589 10.983PIS a compensar sobre aquisiçãode bens do ativo imobilizado - - 2.237 2.562PIS e COFINS a compensar sobre aquisição de insumos 19.743 8.448 20.025 8.448IRPJ e CSLL a compensar 10 - 1.746 2.176PIS, COFINS e CSLL - retidos na fonte - - 5.574 3.436Outros 3.000 1.104 12.282 3.149(-) Provisão para deságio na alienação de créditos de ICMS - - (2.879) (2.414) 39.720 127.457 210.728 255.126Circulante 34.799 93.760 101.464 191.195Não circulante 4.921 33.697 109.264 63.931

(a) Refere-se ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Substituição Tributária - ICMS - ST que vem sendo mensalmente destacado e retido nas operações de venda realizadas pela Sociedade e por sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., com mercadorias destinadas a clientes localizados em outras Unidades Federativas (Estados e Distrito Federal) que não o Estado de São Paulo, conforme legislação fiscal do Estado de São Paulo, vigentes desde fevereiro de 2008.Conforme o Regime Especial obtido pela Sociedade perante a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo em janeiro de 2009, da apuração mensal de ICMS da Sociedade, desde o mês de apuração, base fevereiro de 2008, era possível compensar o montante equivalente a 75% de ICMS - ST apurado no mês, decorrente de operações subsequentes não realizadas no Estado de São Paulo. O saldo remanescente de ICMS - ST a recuperar, no montante de 25%, era aproveitado pela Sociedade após averiguação administrativa por parte das autoridades fiscais. O referido Regime Especial encontrava-se suspenso pelas autoridades fiscais desde abril de 2009 para validação da documentação referente às obrigações acessórias exigidas pelo Regime Especial e pela Portaria CAT nº 17/99, tendo sido regularizado durante o segundo semestre de 2010 após o cumprimento de todas as exigências relacionadas às documentações solicitadas pelas autoridades fiscais.O montante relacionado à parcela de 25% dos créditos de ICMS - ST registrado anteriormente no ativo não circulante foi reclassificado para o curto prazo para o encerramento do exercício findo em 31 de dezembro de 2010 em virtude de a Sociedade ter obtido com a Secretaria da Fazenda - SeFaz um regime especial que permite a compensação dos referidos créditos através de um mecanismo denominado “Via Rápida” (“Fast Track”), através do qual os créditos compensados são amparados por carta de fiança bancária, no mínimo, no valor dos créditos compensados até a data das demonstrações contábeis.Em 31 de dezembro de 2010, a Sociedade havia compensado o montante de R$76.901, o qual está suportado por carta de fiança bancária.Os créditos registrados através do processo de denúncia espontânea, no valor de R$16.953 em 31 de dezembro de 2009, foram compensados durante o primeiro semestre de 2010 com base em autorização concedida pelas autoridades fiscais tendo em vista que a Sociedade retificou os livros fiscais do período de fevereiro a maio de 2008.(b) Em 24 de setembro de 2008, foi emitido pela Coordenadoria de Administração Tributária da SeFaz - SP expediente que acata a denúncia espontânea formalizada pela controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., relacionada à adoção de procedimentos sobre o ICMS - ST nos meses de fevereiro a maio de 2008 em desacordo com os dispositivos do Regulamento do ICMS - RICMS/2000, artigos 264, inciso IV, 313-E e 313-G. O referido expediente esclarece os procedimentos necessários para a regularização das operações realizadas pela controlada no referido período. Em decorrência dessa regularização foram apurados créditos de ICMS - ST no montante de R$16.421 em 31 de dezembro de 2010 e R$15.200 em 31 de dezembro de 2009.O crédito será compensado pela controlada após averiguação por parte das autoridades fiscais; entretanto, com base na avaliação dos assessores legais e da Administração da controlada, o risco de não compensação dos valores registrados em 31 de dezembro de 2010 é remoto.

9. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIALa) DiferidosOs valores de Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL diferidos são provenientes de diferenças temporárias na controladora e nas controladas. Esses créditos são mantidos no ativo não circulante, conforme regulamentação do CPC 26. Os valores são demonstrados a seguir :

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Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Diferenças temporáriasProvisão para créditos deliquidação duvidosa (nota explicativa nº 6) 19.266 16.204 19.266 16.204Provisão para perdas nos estoques (nota explicativa nº 7) 3.563 2.209 21.725 12.591Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas(nota explicativa nº 18) 18.884 20.224 40.375 38.940Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS (nota explicativa nº 17) 573 534 28.869 19.668Passivo atuarial - plano de assistência médica (nota explicativa nº 24.2) 4.462 811 6.702 3.176Provisão para perdas em contratos de “swap” e “forward” (nota explicativa nº 25) 1.136 2.335 1.381 2.941Provisão de ICMS - ST - Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul (nota explicativa nº 17) 13.672 10.970 13.672 10.970Provisões para perdas na realização de adiantamentos a fornecedores 3.879 4.483 4.432 4.997Provisões para obrigações contratuais 1.947 733 2.777 1.419Provisões para participação nos resultados - 1.761 - 4.139Provisão para deságio na cessão de créditos de ICMS - - 979 821Provisões para repartição de benefícios e parcerias a pagar 6.874 4.553 6.874 4.553Diferenças temporárias das operações internacionais - - 6.562 4.420Outras diferenças temporárias 13.235 18.135 26.645 21.307 87.491 82.952 180.259 146.146

A movimentação dos saldos de imposto de renda e contribuição social diferidos ativos na controladora para os exercícios apresentados é demonstrada como segue:Controladora Debitado (creditado) à demonstração 2009 do resultado 2010

Diferenças temporárias Provisão para créditos de liquidação duvidosa 16.204 3.062 19.266Provisão para perdas nos estoques 2.209 1.354 3.563Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 20.224 (1.340) 18.884Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS 534 39 573Provisão para perdas em contratos de “swap” e “forward” 2.335 (1.199) 1.136Provisão de ICMS - ST - Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul 10.970 2.702 13.672Provisões para perdas na realização de adiantamentos a fornecedores 4.483 (604) 3.879Provisões para repartição de benefícios e parcerias a pagar 4.553 2.321 6.874Passivo atuarial - plano de assistência médica 811 3.651 4.462Provisões para obrigações contratuais 733 1.214 1.947Provisão para participação nos resultados 1.761 (1.761) -Outras diferenças temporárias 18.135 (4.900) 13.235 82.952 4.539 87.491

A movimentação dos saldos de imposto de renda e contribuição social diferidos ativos no consolidado para os exercícios apresentados é demonstrada como segue:

Consolidado Debitado

(creditado)

à demonstração

2009 do resultado 2010

Diferenças temporárias

Provisão para créditos de liquidação duvidosa 16.204 3.062 19.266

Provisão para perdas nos estoques 12.591 9.134 21.725

Provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 38.940 1.435 40.375

Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS 19.668 9.201 28.869

Provisão para perdas em contratos de “swap” e “forward” 2.941 (1.560) 1.381

Provisão de ICMS - ST - Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul 10.970 2.702 13.672

Provisões para perdas na realização de adiantamentos a fornecedores 4.997 (565) 4.432

Provisões para repartição de benefícios e parcerias a pagar 4.553 2.321 6.874

Diferenças temporárias das operações internacionais 4.420 2.142 6.562

Passivo atuarial - plano de assistência médica 3.176 3.526 6.702

Provisões para obrigações contratuais 1.419 1.358 2.777

Provisão para participação nos resultados 4.139 (4.139) -

Provisão para deságio na cessão de créditos de ICMS 821 158 979

Outras diferenças temporárias 21.307 5.338 26.645

146.146 34.113 180.259

A Administração, com base em suas projeções de lucros tributáveis futuros, estima que os créditos tributários registrados serão integralmente realizados em até cinco exercícios.

Os créditos tributários possuem prazos estimados de realização conforme demonstrado a seguir : Controladora Consolidado2011 45.607 86.2632012 10.254 11.9772013 5.416 36.9932014 em diante 26.214 45.026 87.491 180.259

Adicionalmente, em 31 de dezembro de 2010 a Sociedade possuía créditos tributários sobre prejuízos fiscais e diferenças temporárias não reconhecidos nas demonstrações contábeis, gerados por suas controladas no exterior, que, devido à ausência de histórico de lucros tributáveis e projeções de lucros tributáveis para os próximos exercícios, não foram registrados nas demonstrações contábeis das respectivas controladas no exterior.Os valores dos créditos tributários, calculados às alíquotas vigentes nos respectivos países onde se situam as controladas, são demonstrados conforme a seguir : Diferenças temporárias totais Prejuízos fiscais: Argentina 13.594Chile 75.926México 79.156Colômbia 48.072França 45.761

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Exceto pelas controladas Argentina e México, os créditos tributários sobre os prejuízos fiscais gerados pelas demais controladas não possuem prazo para serem compensados (data de expiração); para tais controladas, os créditos tributários possuem os seguintes prazos para compensação: Argentina México2011 3.203 -2012 2.944 -2013 4.390 -2014 - 112015 2.518 6.8692016 em diante 539 72.276 13.594 79.156

b) Reconciliação do imposto de renda e da contribuição social Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social 1.053.122 812.719 1.118.169 874.154

Imposto de renda e contribuição social à alíquota de 34% (358.062) (276.324) (380.178) (297.212)

Benefício dos gastos com pesquisa e inovação tecnológica- Lei nº 11.196/05 (*) 19.035 9.956 19.035 9.956

Incentivos fiscais - doações 5.820 2.868 8.296 5.278

Equivalência patrimonial (nota explicativa nº 12) 8.760 (962) - -

Crédito fiscal não constituído sobre prejuízos fiscais geradospor controladas no exterior - - (31.459) (37.739)

Benefício fiscal de juros sobreo capital próprio 18.242 28.048 18.242 28.048

Regime Tributário de Transição -RTT (Medida Provisória nº 449/08) - ajustes da Lei nº 11.638/07 649 (1.037) (1.623) (2.035)

Baixa do ágio - liquidação da Flora Medicinal 8.332 - 8.332 -

Aproveitamento fiscal do ágio (nota explicativa nº 14) - 108.189 - 108.189

Outras diferenças permanentes (11.849) 467 (14.765) (4.715)

Despesa com imposto de renda e contribuição social (309.073) (128.795) (374.120) (190.230)

Imposto de renda e contribuição social - correntes (313.612) (144.403) (408.233) (224.457)

Imposto de renda e contribuiçãosocial - diferidos 4.539 15.608 34.113 34.227

Taxa efetiva - % 29,3 15,8 33,5 21,8

(*) Refere-se ao benefício fiscal instituído pela Lei nº 11.196/05, que permite a dedução diretamente na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social do valor correspondente a 60% do total dos gastos com pesquisa e inovação tecnológica, observadas as regras estabelecidas na referida Lei. 10. DEPÓSITOS JUDICIAISRepresentam ativos restritos da Sociedade e de suas controladas e estão relacionados a quantias depositadas e mantidas em juízo até a solução dos litígios a que estão relacionadas.

Os depósitos judiciais mantidos pela Sociedade e por suas controladas em

31 de dezembro de 2010 e de 2009 estão assim representados:

Controladora Consolidado

2010 2009 2010 2009

ICMS - ST (*) (nota

explicativa nº 18 item (a)) 53.809 29.162 53.809 29.162

ICMS - ST exigibilidade suspensa

(*) (nota explicativa nº 17.(b)) 167.019 110.640 167.019 110.640

Outras obrigações tributárias

provisionadas (nota explicativa

nº 17.(d) e (g)) 2.893 2.743 42.297 39.640

Processos tributários

sem provisão 41.102 25.581 46.460 29.103

Processos tributários

provisionados (nota

explicativa nº 18) 15.263 14.296 16.563 15.721

Processos cíveis sem provisão 938 313 1.343 636

Processos cíveis provisionados

(nota explicativa nº 18) 1.874 231 1.976 1.878

Processos trabalhistas

sem provisão 4.410 2.994 5.130 3.381

Processos trabalhistas

provisionados (nota

explicativa nº 18) 1.762 1.696 2.410 2.193

289.070 187.656 337.007 232.354

(*) Correspondem à ação declaratória de ICMS - ST dos Estados do Paraná,

Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, conforme mencionado nas notas

explicativas nº 17.(b) e nº 18 - “Contingências passivas tributárias - risco

possível”, item (a).

11. OUTROS ATIVOS NÃO CIRCULANTES

Controladora Consolidado

2010 2009 2010 2009

Adiantamento para propaganda 20.052 - 20.997 1.660

Ativos destinados à venda - - 17.752 -

Adiantamento para futuro

aumento de capital - 90 - -

Aplicações financeiras - CDB

(*) (nota explicativa nº 18.(f)

- “Riscos tributários”) - - 6.155 5.769

20.052 90 44.904 7.429

(*) Referem-se a valores dados em garantia através de bloqueio de aplicação

financeira da controlada Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda.,

referente à execução fiscal por Imposto sobre Produtos Industrializados

- IPI referente ao mês de julho de 1989, quando da equiparação dos

estabelecimentos comerciais atacadistas a estabelecimento industrial pela

Lei nº 7.798/89.

12. INVESTIMENTOS

Controladora

2010 2009

Investimentos em controladas 1.099.188 1.000.600

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Informações e movimentação dos saldos para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010 Natura Natura Indústria e Natura Natura Flora Inovação e Natura Natura (Brasil) Comércio de Natura Natura Cosméticos Cosméticos Medicinal Tecnologia Cosméticos Cosméticos International Natura Cosméticos Cosméticos Cosméticos S.A. - C.A. - J. Monteiro de Produtos de México S.A. Ltda. - B.V. - Cosméticos Natura Ltda. S.A. - Chile S.A. - Peru Argentina Venezuela da Silva Ltda. Ltda. (*) Colômbia Holanda (*) España S.L. Total

Capital social 526.155 99.175 5.116 96.143 5.872 - 5.008 126.550 41.782 66.744 9 972.554Percentual de participação 99,99% 99,99% 99,94% 99,97% 99,99% 99,99% 99,99% 99,99% 99,99% 100,00% 100,00% -Patrimônio líquido (passivo a descoberto) das controladas 947.995 23.249 (892) 56.919 273 (514) 45.026 26.953 8.783 8.207 83 1.116.082Participação no patrimônio líquido 947.900 23.247 (891) 56.902 273 (514) 45.021 26.950 8.782 8.207 83 1.115.960Lucro líquido (prejuízo) do exercício das controladas, líquido dos efeitos de conversão 105.630 (5.827) (2.613) (11.381) (629) (514) 12.575 (27.811) (17.552) (26.116) - 25.762Valor contábil dos investimentosSaldos em 31 de dezembro de 2009 836.851 24.074 3.769 30.908 511 - 61.713 25.315 6.535 10.864 60 1.000.600Resultado de equivalência patrimonial 105.625 (5.827) (2.612) (11.378) (629) - 12.575 (27.808) (17.550) (26.120) - 26.276Variação cambial e outros ajustes na conversão dos investimentos das controladas no exterior - 1.907 (2.048) (3.699) 215 - (428) (666) (240) 486 - (4.473)Contribuição da controladora para planos de opções de ações concedidos à executivos de controladas e outras reservas 5.513 - - - - - 1.161 - - - - 6.674Reclassificação de lucros não eliminados nos estoques (17.375) - - - - - - - - - - (17.375)Distribuição de lucros - - - - - - (30.000) - - - - (30.000)Aumentos de capital - 3.092 - 41.071 176 - - 30.109 20.037 22.978 23 117.486Saldos em 31 de dezembro de 2010 930.614 23.246 (891) 56.902 273 - 45.021 26.950 8.782 8.208 83 1.099.188Provisão para perdasSaldos em 31 de dezembro de 2009 - - - - - (564) - - - - - (564)Incorporação de AFAC - - - - - 120 - - - - - 120Provisão para perdas - - - - - (514) - - - - - (514)Incorporação da Flora Medicinal - - - - - 958 - - - - - 958Saldos em 31 de dezembro de 2010 - - - - - - - - - - - -

(*) Informações consolidadas das seguintes empresas:

Natura Cosméticos - México: Natura Cosméticos y Servicios de Mexico, S.A. de C.V., Natura Cosméticos de Mexico, S.A. de C.V. e Natura Distribuidora de Mexico, S.A. de C.V.Natura Europa SAS: Natura (Brasil) International B.V. (Holanda), Natura Brasil Inc. (EUA - Delaware), Natura International Inc. (EUA - Nova York), Natura International Inc. (EUA - Nevada), Natura Worldwide Trading Company (Costa Rica), Natura Europa SAS (França) e Natura Brasil SAS (França).

13. IMOBILIZADO E INTANGÍVEL Controladora Taxa média ponderada 2010 2009 anual de Custo Depreciação Valor Custo Depreciação ValorIMOBILIZADO depreciação - % corrigido acumulada residual corrigido acumulada residual

Veículos 21 34.234 (14.491) 19.743 31.358 (13.259) 18.099Benfeitorias em propriedade de terceiros (b) 15 23.486 (9.053) 14.433 19.246 (5.627) 13.619Máquinas e equipamentos 4 27.668 (3.018) 24.650 13.478 (2.039) 11.439Móveis e utensílios 7 6.264 (2.584) 3.680 5.676 (2.479) 3.197Equipamentos de informática 18 6.614 (3.803) 2.811 6.507 (4.337) 2.170Projetos em andamento - 11.699 - 11.699 1.212 - 1.212Adiantamentos a fornecedores - 15.159 - 15.159 639 - 639 125.124 (32.949) 92.175 78.116 (27.741) 50.375

Controladora Taxa média ponderada 2010 2009 anual de Custo Amortização Valor Custo Amortização ValorINTANGÍVEL amortização - % corrigido acumulada residual corrigido acumulada residual

Softwares e outros 17 29.190 (10.604) 18.586 19.441 (7.914) 11.527

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Consolidado Taxa média ponderada 2010 2009 anual de Custo Depreciação Valor Custo Depreciação ValorIMOBILIZADO depreciação - % corrigido acumulada residual corrigido acumulada residual

Máquinas e equipamentos 6 308.262 (124.315) 183.947 278.805 (122.623) 156.182Edifícios 4 151.161 (54.305) 96.856 151.142 (48.210) 102.932Instalações 9 120.440 (65.066) 55.374 110.476 (59.339) 51.137Terrenos - 27.180 - 27.180 33.662 - 33.662Moldes 30 105.362 (79.921) 25.441 85.698 (68.283) 17.415Veículos 21 56.361 (21.181) 35.180 48.312 (18.581) 29.731Equipamentos de informática 19 75.749 (45.969) 29.780 65.469 (44.714) 20.755Móveis e utensílios 11 27.164 (11.926) 15.238 27.732 (12.557) 15.175Benfeitorias em propriedade de terceiros (b) 15 44.273 (18.725) 25.548 36.106 (14.363) 21.743Projetos em andamento - 35.489 - 35.489 16.269 - 16.269Adiantamentos a fornecedores - 28.648 - 28.648 25.213 - 25.213Outros 3 3.897 (2.111) 1.786 6.660 (4.618) 2.042 983.986 (423.519) 560.467 885.544 (393.288) 492.256

Consolidado Taxa média ponderada 2010 2009 anual de Custo Amortização Valor Custo Amortização ValorINTANGÍVEL amortização - % corrigido acumulada residual corrigido acumulada residual

Fundo de comércio - Natura Europa SAS - França (a) - 4.629 - 4.629 5.250 - 5.250Softwares 18 188.660 (73.376) 115.284 131.429 (54.546) 76.883Marcas e patentes 10 1.573 (1.413) 160 1.951 (1.344) 607 194.862 (74.789) 120.073 138.630 (55.890) 82.740

(a) O fundo de comércio gerado na compra da Natura Europa SAS - França está fundamentado na existência de ponto comercial em que esta se localiza, conforme laudo de avaliação emitido por peritos independentes, com sustentação de se tratar de um ativo intangível, comercializável, que não sofre perda de valor em virtude da passagem do tempo. A variação ocorrida no saldo, entre 31 de dezembro de 2009 e 31 de dezembro de 2010, deve-se exclusivamente aos efeitos da variação cambial.(b) As taxas de amortização consideram os prazos de aluguel dos imóveis arrendados, os quais variam de três a cinco anos.

A Sociedade efetuou uma análise do prazo de vida útil-econômica remanescente dos bens do ativo imobilizado e intangível com efeitos registrados a partir de 1º de janeiro de 2010. Como consequência da revisão dessa estimativa contábil, que visou realinhar o prazo da vida útil remanescente dos bens e, consequentemente, a depreciação remanescente ao período de vida residual dos bens, foi registrado um impacto a crédito no resultado da depreciação do exercício de 2010, na comparação com a depreciação registrada no exercício anterior, no montante de R$14.634.Informações adicionais sobre o imobilizadoa) Bens dados em garantia e penhoraEm 31 de dezembro de 2010, a Sociedade e suas controladas possuíam bens do imobilizado dados como penhora e aval em operações de empréstimos e financiamentos bancários, bem como arrolados em defesa de processos judiciais, conforme os montantes demonstrados a seguir: Controladora ConsolidadoMáquinas e equipamentos 3.171 3.171Terreno - 700Equipamentos de informática 3.506 4.092Veículos 4.730 7.730Saldos no fim do exercício 11.407 15.693

b) Despesas com arrendamentos operacionais

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Aluguéis 1.217 1.217 6.539 8.960

c) Saldo de juros capitalizados no ativo imobilizado Consolidado 2010 2009Edifícios 1.479 1.531

Despesa de amortização do intangível consolidada, estimada para os próximos exercícios

Controladora Consolidado2011 2.690 19.4362012 2.690 19.4362013 2.690 19.4362014 em diante 10.516 61.765 18.586 120.073

Mutações do imobilizado

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Saldos no início do exercício 50.375 37.865 492.256 477.661Adições (líquidas das transferências de projetos em andamento encerrados):Máquinas e equipamentos 8.884 5.061 29.669 21.468Projetos em andamentos/ adiantamentos a fornecedores 32.389 7.787 84.555 49.058Veículos 13.498 11.094 24.193 18.099Moldes - - 16.986 8.787Instalações - - 7.208 3.414Equipamentos de informática 769 980 7.304 5.825Móveis e utensílios 545 432 1.618 1.578Outros 1.036 627 3.696 2.896 57.121 25.981 175.228 111.125(-) Baixas líquidas (2.706) (3.552) (37.605) (20.984)(-) Depreciação (12.615) (9.919) (69.412) (75.546)Saldos no fim do exercício 92.175 50.375 560.467 492.256

Mutações do intangível Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Saldos no início do exercício 11.527 9.008 82.740 75.029 Adições: Softwares (inclui gastos com implementação) 9.749 4.587 61.648 29.507(-) Baixas líquidas - (69) (4.879) (4.916)(-) Amortização (2.690) (1.999) (19.436) (16.880)Saldos no fim do exercício 18.586 11.527 120.073 82.740

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14. INTANGÍVEL - ÁGIO NA INCORPORAÇÃO DE AÇÕES Em 5 de março de 2004, a Sociedade incorporou a empresa Natura Participações S.A., que possuía ágio sobre o investimento mantido na então controlada Natura Empreendimentos S.A., no montante de R$1.028.041, e correspondente provisão para preservação da distribuição de dividendos futuros no mesmo valor. Esse ágio foi gerado pela incorporação das ações da Natura Empreendimentos S.A. na Natura Participações S.A. em 27 de dezembro de 2000. A referida operação de incorporação das ações foi aprovada pela Assembleia Geral de Acionistas realizada naquela data, e os valores estão fundamentados por laudo de avaliação econômica emitido por peritos independentes.Os valores estão demonstrados como segue:

Controladora 2010 2009Ágio 318.203 318.203Provisão para preservação da distribuição de dividendos futuros (318.203) (318.203) - -

A provisão para preservação da distribuição de dividendos futuros, por corresponder ao valor integral do ágio gerado, tem como objetivo a distribuição do benefício fiscal da amortização do ágio a todos os acionistas.

Considerando as alterações contábeis promovidas pela Lei nº 11.638/07 e pela Medida Provisória nº 449/08, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, a partir de 1º de janeiro de 2009 o saldo do ágio existente em 31 de dezembro de 2008 deixou de ser amortizado e a provisão para preservação da distribuição de dividendos futuros correspondente ao seu valor integral também deixou de ser revertida contabilmente. Nesse sentido, a partir de 1º de janeiro de 2009, o benefício fiscal do ágio passou a ser aproveitado nas apurações mensais do imposto de renda e da contribuição social com base no RTT, conforme disposições previstas na Medida Provisória nº 449/08, cujos efeitos estão demonstrados na nota explicativa nº 9.b).

15. EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Controladora Consolidado Moeda local 2010 2009 2010 2009 ReferênciaBNDES - EXIM (a) - - 116.388 41.707 AFinanciadora de Estudos e Projetos - FINEP - - 27.633 39.985 BNotas promissórias - 350.856 - 350.856 CDebêntures 352.669 - 352.669 - DBNDES (a) 23.206 29.549 110.996 100.949 EConta garantida - 180 2.001 355 FBNDES - FINAME - - 6.506 6.168 GBanco do Brasil-Fundo de Amparo do Trabalhador - FAT Fomentar - - 3.908 4.970 HArrendamentos mercantis - financeiros - - 940 1.660 IFINEP - subvenção - - 2.086 1.211 JTotal em moeda local 375.875 380.585 623.127 547.861

Controladora Consolidado Moeda estrangeira 2010 2009 2010 2009 ReferênciaBNDES - EXIM (a) - - 1.229 10.427 ABNDES (a) 2.479 2.921 7.358 9.984 EAdiantamento de Contrato de Câmbio - ACC (a) - - - 10.447 KResolução nº 2.770 (a) - 111.791 - 111.791 LResolução nº 4.131 (a) 50.088 - 50.088 - MOperação internacional - Peru - - 9.861 13.848 NTotal em moeda ______ ______ ______ ______ estrangeira 52.567 114.712 68.536 156.497 Total geral 428.442 495.297 691.663 704.358 Circulante 60.086 469.590 226.595 569.366 Não circulante 368.356 25.707 465.068 134.992

Referência Moeda Vencimento Encargos GarantiasA Real Fevereiro e 6,7% da dívida com juros de 8,3% a.a. Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. dezembro de 2011 + variação cambial (dólar) para 20% da dívida e vencimento em fevereiro de 2011 e 93,3% da dívida com juros de 7% pré-fixado a.a. com vencimento em dezembro de 2011 B Real Março de 2013 TJLP (b) Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e carta de fiança bancária

C Real Junho de 2010 Juros de 106% do CDI (c) com Não há vencimento em junho de 2010

D Real Maio de 2013 Juros de 108% do CDI (c) com Não há vencimento em maio de 2013

E Real Abril de 2010 Para a parcela com vencimento em Hipoteca (f) e fevereiro de 2017 abril de 2010: juros de 4,5% a.a. + TJLP (b) + UMBNDES (e)

Para a parcela com vencimento em Carta de fiança bancária fevereiro de 2017: (i) TJLP (b) + juros de 2,8% a.a. para 85% da dívida; (ii) variação cambial (dólar) + juros de 8,54% a.a. para 9% da dívida; e (iii) TJLP (b) + juros de 2,3% a.a. para 6% da dívida

F Real Abril de 2011 123,9% do CDI (c) a.a. + IOF (d) Aval da controladora Natura Cosméticos S.A. G Real Novembro de 2015 Juros de 4,5% a.a. + TJLP (b) Alienação fiduciária, aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias

H Real Fevereiro de 2014 Juros de 4,4% a.a. + TJLP (b) Alienação fiduciária, aval da controladora Natura Cosméticos S.A. e notas promissórias

I Real Até setembro de 2012 Juros de 99,5% a 102,99% da taxa Alienação fiduciária dos bens objeto dos DI - CETIP (g) contratos de arrendamento mercantil

J Real Janeiro de 2011 Não há Não há

K Dólar Março de 2010 Variação cambial + 0,52% a.a. Aval da controladora Natura Cosméticos S.A.

L Dólar Janeiro de 2010 Variação cambial + 2,11% a.a. Aval da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.M Dólar Fevereiro de 2011 Variação cambial + 1,22% a.a. Aval da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.N Novo sol Dezembro de 2011 Juros de 4,15% a.a. Fiança bancária

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(a) Empréstimos e financiamentos para os quais foram contratados instrumentos financeiros do tipo “swap” com a troca da indexação da moeda estrangeira para CDI.(b) TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo.(c) CDI - Certificado de Depósito Interbancário.(d) IOF - Imposto sobre Operações Financeiras.(e) UMBNDES - Unidade Monetária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. Os financiamentos em moeda nacional oriundos do BNDES estão garantidos pela unidade de Cajamar - SP.(f) Hipotecas - referem-se às hipotecas dos imóveis da unidade industrial de Cajamar da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda.(g) DI - CETIP - índice diário calculado a partir da taxa média DI, divulgada pela Cetip S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.Os vencimentos da parcela registrada no passivo não circulante estão demonstrados como segue: Controladora Consolidado 2010 2009 2010 20092011 - 6.556 - 42.6952012 6.530 6.556 39.425 33.7992013 355.820 6.556 379.440 23.7282014 4.450 4.470 22.963 16.9912015 1.539 1.569 19.001 17.7792016 em diante 17 - 4.239 -Total 368.356 25.707 465.068 134.992

a) Empréstimos bancáriosA seguir, os contratos de empréstimos bancários vigentes:

1. Programas BNDES - EXIM Pré-embarque e BNDES - EXIM Pré-embarque Especial A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. é beneficiária dos programas de financiamento na fase pré-embarque para a expor tação de bens e serviços com o BNDES. Em regra, os requisitos para a par ticipação nos referidos programas são: (i) possuir crédito aprovado com a instituição financeira que celebrará o contrato de financiamento; e (ii) fabricar produtos com um índice mínimo de nacionalização de 60%.

2. Contratos de financiamento com o BNDESA Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., Natura Logística e Serviços Ltda. e Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. possuem contratos de financiamento mediante a aber tura de crédito com o BNDES para viabilizar investimentos diretos na Sociedade e em suas controladas, como, por exemplo, aperfeiçoamento de determinadas linhas de produtos, capacitação da área de pesquisa e desenvolvimento, otimização das linhas de separação de produtos do parque industrial de Cajamar - SP, implementação de novos centros de distribuição, bem como adequação administrativa da unidade de Itapecerica da Serra - SP e aquisição de equipamentos necessários para esses fins.

3. Contrato de financiamento com a FINEPA controlada Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. possui programas de inovação que buscam o desenvolvimento e a aquisição de novas tecnologias por meio de parcerias com universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior. Tais programas de inovação têm o apoio de programas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico com a FINEP, que viabiliza e/ou cofinancia equipamentos, bolsas científicas e material de pesquisa para as universidades par ticipantes.Tal recurso foi destinado ao custeio parcial dos investimentos incorridos na elaboração do projeto “Plataformas de Tecnologia para Novos Produtos Cosméticos e Suplementos Nutricionais”.

4 Financiamento de Máquinas e Equipamentos - FINAMEA Sociedade é beneficiária de uma linha de crédito com o BNDES, relativa a operações de repasse de FINAME, um empréstimo destinado a financiar a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, concedido pelo BNDES. O mencionado repasse ocorre por meio da concessão de crédito à controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., gerando direitos de recebimento por parte da instituição financeira credenciada como agente financeiro, usualmente Banco Votorantim S.A., Banco Itaú Unibanco S.A., Banco do Brasil S.A. e HSBC Bank Brasil S.A., que contratam com a controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. as referidas operações de financiamento.

Os contratos firmados têm como garantia a transferência da propriedade fiduciária dos bens descritos nos respectivos contratos. Figura como fiel depositário desses bens a própria controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., sendo a Sociedade a avalista. Adicionalmente, a Sociedade e suas controladas ficaram obrigadas a cumprir as Disposições Aplicáveis aos Contratos do BNDES e Condições Gerais Reguladoras das Operações Relativas ao FINAME.

5. Resolução nº 4.131/62

Cédula de Crédito Bancário - Repasse de Recursos Captados no Exterior - Resolução nº 4.131/62 captada com o Banco Bradesco em 10 de novembro de 2010 com vencimento em 10 de fevereiro de 2011 e valor de principal de US$30.000.

6. Notas promissórias

Primeira emissão de notas promissórias no valor total de R$350.000, série única, sem garantia, com valor nominal unitário de R$1.000, segundo a Instrução CVM nº 476/09, emitidas em 17 de dezembro de 2009. As notas promissórias foram quitadas em junho de 2010 com a emissão das debêntures.

7. Debêntures

Primeira emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor total de R$350.000, série única, sem garantia, bem como sem “covenants” financeiros, com valor nominal unitário de R$1.000, segundo a Instrução CVM nº 476/09, emitidas em 26 de maio de 2010 e subscritas e integralizadas em 28 de maio de 2010, com pagamento de juros semestrais nos meses de maio e novembro, com vencimento de principal em 26 de maio de 2013.

b) Obrigações de arrendamento mercantil financeiro

As obrigações de arrendamento são garantidas de forma eficaz, uma vez que o ativo arrendado é revertido para o arrendador no caso de inadimplência.

As obrigações financeiras são compostas como segue:

2010 2009

Obrigações brutas de arrendamento financeiro- pagamentos mínimos de arrendamento:

Menos de um ano 642 844

Mais de um ano e menos de cinco anos 377 950

1.019 1.794

Encargos de financiamento futuros sobre os arrendamentos financeiros (79) (134)

Obrigações de arrendamento financeiro - saldo contábil 940 1.660

c) Cláusulas restritivas de contratos

Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, os contratos de empréstimos e financiamentos mantidos pela Sociedade e por suas controladas não contêm cláusulas restritivas que estabelecem obrigações quanto à manutenção de índices financeiros por parte da Sociedade e de suas controladas. A Sociedade cumpria integralmente todas as demais cláusulas restritivas dos contratos.

16. FORNECEDORES E OUTRAS CONTAS A PAGAR Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009

Fornecedores nacionais e estrangeiros 78.647 60.876 331.909 231.687

Fretes a pagar 34.585 23.595 34.585 23.595

113.232 84.471 366.494 255.282

O saldo de fornecedores estrangeiros em 31 de dezembro de 2010 no consolidado e na controladora é de R$4.964 e R$842, respectivamente (R$4.409 e R$497, respectivamente, em 31 de dezembro de 2009), e refere-se, em sua maioria, a valores denominados em dólares norte-americanos.

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17. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009ICMS ordinário e ST a pagar (b) 217.826 150.095 242.676 213.860PIS/COFINS a pagar (medida liminar) (a) 1.686 1.570 84.908 57.848IRPJ e CSLL a pagar 99.347 15.520 125.816 25.786IRPJ e CSLL (medida liminar) (c) 33.472 13.624 33.472 13.624IRPJ e CSLL (medida liminar PAT) - - 2.261 965IRRF 7.901 5.436 13.203 9.574IPI - produtos isentos e com alíquota zero (d) - - 39.404 36.897Correção da UFIR sobre tributos federais (e) 6.216 5.181 6.360 5.313Crédito de IPI sobre aquisições de ativo imobilizado e material de uso e consumo (f) - - 3.768 3.595Ação anulatória de débito fiscal de INSS (g) 2.893 2.743 2.893 2.743PIS/COFINS/CSLL retidos na fonte a recolher 5.319 4.100 7.554 5.557PIS/COFINS a pagar - - 6.663 5.284Impostos a pagar - controladas no exterior - - 9.354 7.220ISS a pagar 613 275 2.799 1.588 375.273 198.544 581.131 389.854Depósitos judiciais ((b), (d) e (g)) (nota explicativa nº 10) (169.912) (113.383) (209.316) (150.280)

Circulante 205.361 85.161 371.815 239.574Não circulante 169.912 113.383 209.316 150.280

(a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. discutem judicialmente a não inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições para o Programa de Integração Social - PIS e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS. Em junho de 2007, a Sociedade e sua controlada obtiveram autorização judicial para efetuar o pagamento das contribuições para PIS e COFINS sem a inclusão do ICMS em suas bases de cálculo, a partir da apuração de abril de 2007. Os saldos registrados em 31 de dezembro de 2010 referem-se aos valores não pagos de PIS e COFINS apurados entre abril de 2007 e dezembro de 2010, cuja exigibilidade está integralmente suspensa, os quais estão acrescidos de atualização pela taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). Parte do saldo, no montante atualizado de R$2.606, encontra-se depositada judicialmente.(b) Em 31 de dezembro de 2010, do saldo total registrado na controladora e no consolidado, os montantes de R$119.371, R$34.969 e R$12.679 referem-se ao ICMS - ST dos Estados do Paraná, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul, respectivamente (R$95.834 e R$14.806 referentes ao ICMS - ST do Estado do Paraná e do Distrito Federal, respectivamente, em 31 de dezembro de 2009), que estão sendo discutidos judicialmente pela Sociedade, conforme também mencionado na nota explicativa nº 18 - “Contingências passivas - risco possível”, item (a). A Sociedade vem efetuando depósitos judiciais mensais com relação aos montantes não recolhidos.(c) Em 4 de fevereiro de 2009, a Sociedade obteve medida liminar posteriormente confirmada por sentença que suspendeu a exigibilidade do imposto de renda e da contribuição social incidentes sobre quaisquer valores recebidos a título de juros de mora, pagos pelo atraso no cumprimento de obrigações contratuais das operações com vendas para os(as) Consultores(as) Natura. Aguarda-se o julgamento do recurso de apelação interposto pela União Federal.(d) Refere-se a créditos de IPI sobre matérias-primas e materiais de embalagem adquiridos com a incidência de alíquota zero, como não tributados ou isentos. A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. impetrou mandado de segurança e obteve liminar concedendo o direito ao crédito. Em 25 de setembro de 2006, a liminar foi cassada por sentença, que julgou o pedido improcedente. A Sociedade interpôs recurso de apelação para reapreciação do mérito e restabelecimento dos efeitos da liminar. Para suspender a exigibilidade do crédito tributário, em outubro de 2006 a Sociedade efetuou depósito judicial em relação ao valor compensado sob a vigência da liminar, cujo saldo atualizado monetariamente em 31 de dezembro de 2010 é de R$39.404 (R$36.897 em 31 de dezembro de 2009). No quarto trimestre de 2009, para o aproveitamento dos benefícios concedidos pela Medida Provisória nº 470/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a controlada protocolou petição desistindo parcialmente do mandado de segurança impetrado, prosseguindo com a discussão somente em relação aos créditos sobre os produtos isentos, desistindo, portanto, no tocante à discussão quanto aos créditos de IPI, dos produtos adquiridos com a incidência de alíquota zero e não tributados (vide detalhes na nota explicativa nº 18, no tópico “Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Medida Provisória nº

470/09”). Nessa data, após ter cumprido com os requerimentos para adesão ao pagamento dos débitos fiscais instituído pela Medida Provisória nº 470/09, a controlada aguarda o deferimento por parte da autoridade tributária para dar baixa, tanto dos valores registrados no passivo de exigibilidade suspensa quanto dos valores dos depósitos judiciais correspondentes.(e) Refere-se à incidência da correção monetária pela Unidade Fiscal de Referência - UFIR dos tributos federais (IRPJ/CSLL/Imposto sobre o Lucro Líquido - ILL) do ano 1991, discutida em mandado de segurança. O valor envolvido nesse processo encontra-se depositado judicialmente. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a Sociedade protocolou petição desistindo da respectiva ação.(f) A controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. discute, por meio de mandados de segurança, o direito ao crédito de IPI nas aquisições de bens para o ativo imobilizado e de materiais de consumo. Em 26 de fevereiro de 2010, para aproveitamento dos benefícios concedidos pela Lei nº 11.941/09, através da instituição das modalidades de pagamento e parcelamento de débitos fiscais, a controlada protocolou petição desistindo da respectiva ação.(g) Refere-se à contribuição previdenciária exigida em autos de infração lavrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, em processo de fiscalização, que exigiu da Sociedade, na qualidade de contribuinte solidária, valores de contribuição devidos na contratação de serviços prestados por terceiros. Os valores são discutidos na ação anulatória de débito fiscal e encontram-se depositados judicialmente. Os valores exigidos no auto de infração compreendem o período de janeiro de 1990 a outubro de 1999. Durante o exercício de 2007, a Sociedade reverteu o montante de R$1.903, correspondente à decadência de parte do montante envolvido no processo referente ao período de janeiro de 1990 a outubro de 1994, conforme orientação da súmula vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal - STF. Em 1º de março de 2010 foi protocolada petição desistindo parcialmente da ação, bem como renunciando parcialmente ao seu direito, para fins de adesão aos benefícios previstos na Lei nº 11.941/09, em relação às contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que prestavam serviços à Sociedade, no período compreendido entre novembro de 1994 e dezembro de 1998.Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Lei nº 11.941/09Em 27 de maio de 2009, o Governo Federal publicou a Lei nº 11.941, resultado da conversão da Medida Provisória nº 449/08, a qual, entre outras alterações na legislação tributária, trouxe um novo parcelamento de débitos tributários administrados pela Receita Federal do Brasil e pelo INSS e de débitos com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN, incluindo o saldo remanescente dos débitos consolidados no REFIS (Lei nº 9.964/00), no Parcelamento Especial - PAES (Lei nº 10.684/03) e no Parcelamento Excepcional - PAEX (Medida Provisória nº 303/06), além dos parcelamentos convencionais previstos no artigo 38 da Lei nº 8.212/91 e no artigo 10 da Lei nº 10.522/02.As entidades que optaram pelo pagamento ou parcelamento dos débitos nos termos dessa Lei poderão liquidar, nos casos aplicáveis, os valores correspondentes à multa, de mora ou de ofício, e a juros moratórios, inclusive relativos a débitos inscritos em Dívida Ativa, com a utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL próprios, e terão benefícios de redução de multas, juros e encargos legais, cujos percentuais de redução dependem da opção de prazo de pagamento escolhida.Conforme regras definidas, para o cumprimento da primeira etapa dos parcelamentos, a Sociedade e suas controladas, após terem protocolado petições na Justiça oficializando a desistência das ações judiciais cujos tributos estão sendo objeto de parcelamento, fizeram os requerimentos de adesão aos parcelamentos, escolhendo as modalidades de parcelamento e indicando a natureza genérica dos débitos fiscais, para os quais foram feitos os pagamentos das respectivas prestações iniciais, conforme as regras definidas na Portaria Conjunta da Secretaria da Receita Federal e PGFN.A seguir são demonstrados os débitos tributários que foram inscritos no parcelamento pela Sociedade e por suas controladas, conforme a Lei nº 11.941/09: Controladora Atualização 2009 Reversões monetária 2010Ação anulatória de débito fiscal de INSS (a) 2.743 - 150 2.893Débitos fiscais de IRPJ/ CSLL/ILL (b) 5.182 - 1.034 6.216Outros 1.439 - 100 1.539 9.364 - 1.284 10.648

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Consolidado Atualização 2009 Reversões monetária 2010Débitos fiscais de INSS - ação anulatória (a) 2.743 - 150 2.893Débitos fiscais de IRPJ/ CSLL/ILL (b) 5.313 - 1.048 6.361Débitos fiscais de IPI sobre aquisições de ativo imobilizado e material de uso e consumo (c) 3.595 - 173 3.768Outros 2.280 (368) 123 2.035 13.931 (368) 1.494 15.057

(a) Os detalhes desse processo estão mencionados na nota explicativa nº. 17, item (g). Na desistência desse processo, considerando a modalidade de parcelamento optada pela Sociedade, que considera o pagamento à vista, esta reverteu no resultado do exercício o montante de R$1.586, correspondente a 100% da multa de mora e 45% de juros incorridos.(b) Os detalhes desse processo estão mencionados na nota explicativa nº. 17, item (e). Pelo fato de a Sociedade possuir depósito judicial efetuado para discussão de processo, na desistência do referido processo nenhuma reversão de multa de mora e juros foi efetuada pela Sociedade.(c) Os detalhes desse processo estão mencionados na nota explicativa nº. 17, no item (f). Na desistência desse processo, considerando a modalidade de parcelamento optada pela Sociedade, que considera o pagamento à vista, esta reverteu no quarto trimestre de 2009 o montante de R$1.375, correspondente a 100% da multa de mora e 45% de juros incorridos.Devido à inexistência de saldos remanescentes de prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, a Sociedade e suas controladas não se compensarão destes para liquidação da parcela de juros dos parcelamentos.Para a sequência das etapas do parcelamento e do pagamento dos débitos fiscais da Sociedade e de suas controladas, está prevista a consolidação dos débitos fiscais por parte da PGFN e da Receita Federal do Brasil. Tendo em vista que as Sociedades informaram os débitos a serem parcelados, estima-se que a etapa de consolidação ocorrerá até o final do primeiro semestre de 2011.Parcelamentos de débitos tributários instituídos pela Medida Provisória nº 470/09Em 13 de outubro de 2009 foi editada a Medida Provisória nº 470, que instituiu o pagamento e parcelamento de débitos fiscais decorrentes do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial instituído pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 491, de 5 de março de 1969, e decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e da Receita Federal do Brasil.Em 3 de novembro de 2009, a PGFN e a Receita Federal do Brasil publicaram, no Diário Oficial da União - DOU, a Portaria Conjunta nº 9, que dispõe sobre o pagamento e parcelamento de débitos de que trata o artigo 3º da Medida Provisória nº 470/09. Os débitos decorrentes do aproveitamento indevido do incentivo fiscal setorial instituído pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 491/69 e os decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do IPI, no âmbito da PGFN e da Receita Federal do Brasil, foram pagos ou parcelados, no âmbito de cada um dos órgãos, até 30 de novembro de 2009.Conforme mencionado na nota explicativa nº. 17, no item (d), a controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. protocolou petição desistindo parcialmente do mandado de segurança impetrado, com referência a créditos de IPI decorrentes dos produtos adquiridos com a incidência de alíquota zero e não tributados, cujo montante em 31 de dezembro de 2010 é de R$24.071.Em 31 de dezembro de 2010, a Sociedade aguarda o posicionamento da PGFN para concluir a etapa referente à consolidação dos débitos fiscais e para baixar os saldos do passivo de exigibilidade suspensa contra os depósitos judiciais efetuados até a referida data, pelos valores atualizados monetariamente. Devido à existência de depósitos judiciais efetuados em períodos anteriores e à opção feita pela controlada pelo pagamento à vista, nenhum ganho foi registrado no resultado do exercício quanto à reversão de multa de mora e juros.

18. PROVISÕES PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E TRABALHISTASA Sociedade e suas controladas são partes em ações judiciais de natureza tributária, trabalhista e cível e em processos administrativos de natureza tributária. A Administração acredita, apoiada na opinião e nas estimativas de seus advogados e consultores legais, que as provisões para riscos tributários, cíveis e trabalhistas são suficientes para cobrir as eventuais perdas. Essas provisões estão assim demonstradas:

Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Tributários 29.867 33.932 42.970 45.076Cíveis 9.284 8.469 14.137 10.750Trabalhistas 14.131 13.448 16.677 17.071 53.282 55.849 73.784 72.897Circulante - 1.465 - 1.465Não circulante 53.282 54.384 73.784 71.432

Riscos tributáriosOs riscos tributários provisionados são compostos pelos processos a seguir relacionados:Movimentação entre os exercícios findos em 31 de dezembro de 2009 e de 2010 Controladora Atualização 2009 Adições Reversões monetária 2010Multas moratórias sobre tributos federais recolhido em atraso (a) 1.024 - (70) 46 999Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b) 7.295 - - 267 7.562IPI - execução fiscal (c) 4.952 - (4.970) 18 -Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (d) 5.799 - (1.709) 362 4.452Auto de infração - IRPJ 1990 (e) 3.198 - - 144 3.342Honorários advocatíciose outros (h) 11.664 3.299 (2.195) 744 13.512Risco tributário total provisionado 33.932 3.299 (8.944) 1.581 29.867Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (14.296) - - (967) (15.263)

Consolidado Atualização 2009 Adições Reversões monetária 2010Multas moratórias sobre tributos federais recolhidosem atraso (a) 1.511 - (71) 65 1.505Dedutibilidade da CSLL (Lei nº 9.316/96) (b) 7.295 - - 267 7.562IPI - execução fiscal (c) 4.952 - (4.970) 18 -Auto de infração - IRPJ e CSLL - honorários advocatícios (d) 5.776 - (1.710) 386 4.452Auto de infração - IRPJ 1990 (e) 3.198 - - 144 3.342Não inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS - honoráriosadvocatícios (f) 2.633 - - 147 2.780PIS semestralidade - Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88 (g) 2.085 - - 106 2.191Honorários advocatícios e outros (h) 17.626 4.165 (3.211) 2.558 21.138Risco tributário total provisionado 45.076 4.165 (9.962) 3.691 42.970Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (15.721) - - (842) (16.563)

(a) Refere-se à incidência de multa moratória no recolhimento em atraso de tributos federais. (b) Refere-se ao mandado de segurança que questiona a constitucionalidade da Lei nº 9.316/96, a qual proibiu a dedutibilidade da CSLL da sua própria base de cálculo e da base de cálculo do IRPJ. Parte da provisão, no montante atualizado de R$5.559 (R$5.272 em 31 de dezembro de 2009), está depositada judicialmente.

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(c) Refere-se à execução fiscal por meio da qual se pretende cobrar o IPI referente ao mês de julho de 1989, quando da equiparação dos estabelecimentos comerciais atacadistas a estabelecimento industrial pela Lei nº 7.798/89. O processo encontra-se no Tribunal Regional Federal da 3a Região (SP), para julgamento do recurso de apelação da executada. Os valores envolvidos nessa execução fiscal encontram-se garantidos através de bloqueio de aplicação financeira da controlada Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda., no montante atualizado em 31 de dezembro de 2010 de R$6.155 (R$5.769 em 31 de dezembro de 2009). O saldo da provisão desse processo foi revertido no primeiro trimestre de 2010 em virtude de alteração na perspectiva de perda do processo, que foi alterada de provável para possível, considerando a análise efetuada pelos assessores legais da Sociedade.(d) Refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos autos de infração lavrados contra a Sociedade, em agosto de 2003, dezembro de 2006 e dezembro de 2007, pela Receita Federal do Brasil, em que se exigem créditos tributários de IRPJ e CSLL relativamente à dedutibilidade da remuneração das debêntures emitidas pela Sociedade, nos períodos-base 2001 e 2002, respectivamente. A opinião dos advogados é de que a probabilidade de perda decorrente dos referidos autos de infração é remota.O auto de infração lavrado contra a Sociedade em agosto de 2003, relativamente à dedutibilidade no período-base 1999, teve decisão administrativa transitada em julgado em janeiro de 2010, sendo mantido parcialmente em relação ao IRPJ e integralmente em relação à CSLL. Após essa decisão, em 7 de abril de 2010, a Sociedade ingressou com uma ação na esfera judicial objetivando cancelar a parcela remanescente do IRPJ e da CSLL. A opinião dos advogados é de que a perspectiva de perda na ação judicial é remota.(e) Refere-se a auto de infração lavrado pela Receita Federal do Brasil

exigindo o pagamento de imposto de renda sobre o lucro decorrente de exportações incentivadas, ocorridas no ano-base 1989, à alíquota de 18% (Lei nº 7.988, de 29 de dezembro de 1989) e não 3%, conforme era determinado pelo artigo 1º do Decreto-lei nº 2.413/88, no qual a Sociedade se fundamentou para efetuar os recolhimentos na época.(f) Refere-se aos honorários advocatícios para propositura e acompanhamento do processo administrativo de pedido de restituição da parcela do ICMS incluída na base de cálculo do PIS e da COFINS, no período de abril de 2002 a março de 2007. A opinião dos advogados é de que a probabilidade de perda é remota.(g) Refere-se à compensação do PIS pago na forma dos Decretos-lei nº 2.445/88 e nº 2.449/88, no período de 1988 a 1995, com impostos e contribuições federais devidos em 2003 e 2004. Durante o exercício de 2007, a Sociedade efetuou a reversão no montante de R$14.910, devido à decisão favorável e definitiva à Sociedade, proferida em agosto de 2007. A provisão remanescente refere-se à parcela correspondente à controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. que aguarda apreciação do processo pelo Conselho de Contribuintes.(h) O saldo refere-se a honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade e de suas controladas em processos tributários. Do montante provisionado, R$4.000 referem-se aos honorários advocatícios para elaboração de defesa no auto de infração de IRPJ e de CSLL contra a Sociedade, lavrado em 30 de junho de 2009, que tem como objeto o questionamento da dedutibilidade fiscal da amortização do ágio decorrente de incorporação de ações da Natura Participações S.A. na Sociedade. Na opinião dos advogados da Sociedade, a operação tal como foi estruturada e seus efeitos fiscais são defensáveis, motivo pelo qual o risco de perda é classificado como remoto.

Riscos cíveisMovimentação entre os exercícios findos em 31 de dezembro de 2009 e de 2010 Controladora Atualização 2009 Adições Reversões Pagamentos monetária 2010Diversas ações cíveis (a) 5.111 5.265 (4.658) (1.177) 287 4.828Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b) 1.363 - - - 149 1.512Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda. 1.995 2.346 - (1.466) 69 2.944Risco cível total provisionado 8.469 7.611 (4.658) (2.644) 506 9.284Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (231) (1.643) - - - (1.874)Circulante 1.465 - - - - -Não circulante 7.004 - - - - 9.284

Consolidado Atualização 2009 Adições Reversões Pagamentos monetária 2010Diversas ações cíveis (a) 5.353 5.892 (4.822) (1.192) 486 5.717Honorários advocatícios - ação cível ambiental (b) 1.363 - - - 149 1.512Honorários processo IBAMA (c) - 3.965 - - - 3.965Ações cíveis e honorários advocatícios - Nova Flora Participações Ltda. 4.034 135 - (1.466) 240 2.943Risco cível total provisionado 10.750 9.992 (4.822) (2.658) 875 14.137Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (1.878) - - - (98) (1.976)Circulante 1.465 - - - - -Não circulante 9.285 - - - - 14.137

(a) A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro de 2010, são partes em 1.211 ações e procedimentos cíveis (1.578 em 31 de dezembro de 2009), entre os quais 1.127 no âmbito da justiça cível, do juizado especial cível e do PROCON, movidos por Consultores(as) Natura, consumidores, fornecedores e ex-colaboradores, sendo a maioria referente a pedidos de indenização.(b) Refere-se aos honorários advocatícios para defesa dos interesses da Sociedade nos autos da Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal do Estado do Acre em face da Sociedade e de outras instituições, sob a alegação de acesso ao conhecimento tradicional associado ao ativo Murumuru. (c) Refere-se aos honorários advocatícios para defesa no auto de infração movido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) contra a Sociedade em novembro de 2010 por acessos supostamente irregulares à biodiversidade. A Administração da Sociedade e seus assessores legais consideram como remota a possibilidade de perda nesses autos de infração em virtude do cumprimento total de todos os princípios estabelecidos na Convenção da Diversidade Biológica (“CDB”), tratado internacional firmado na Rio-92 e das ilegalidades e inconstitucionalidades do atual marco legal que incorporou a “CBD“ no sistema legal brasileiro. Com exceção de insumos provenientes de terras da União - que se recusa a negociar - a Sociedade reparte benefícios em 100% dos acessos no uso da biodiversidade, sendo inclusive a pioneira na repartição de benefícios com comunidades tradicionais e possuindo aproximadamente 68% das solicitações ao Órgão Regulador de pedidos de autorização para acesso à biodiversidade.

Riscos trabalhistas

A Sociedade e suas controladas, em 31 de dezembro de 2010, são partes em 766 reclamações trabalhistas movidas por ex-colaboradores e terceiros (641 em 31 de dezembro de 2009), cujos pedidos se constituem em pagamentos de verbas rescisórias, adicionais salariais, horas extras e verbas devidas em razão da responsabilidade subsidiária. As provisões são revisadas periodicamente com base na evolução dos processos e no histórico de perdas das reclamações trabalhistas para refletir a melhor estimativa corrente.

Movimentação entre os exercícios findos em 31 de dezembro de 2009 e de 2010 Controladora

Atualização 2009 Adições Reversões monetária 2010

Risco trabalhista total provisionado 13.448 1.308 (2.216) 1.591 14.131

Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (1.696) (66) - - (1.762)

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Consolidado Atualização 2009 Adições Reversões monetária 2010Risco trabalhista total provisionado 17.071 1.842 (4.278) 2.042 16.677Depósitos judiciais (nota explicativa nº 10) (2.193) (217) - - (2.410)

Contingências passivas - risco possívelA Sociedade e suas controladas possuem ações de natureza tributária, cível e trabalhista que não estão provisionadas, pois envolvem risco de perda classificado pela Administração e por seus advogados e consultores legais como possível. As contingências passivas estão assim representadas: Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Tributárias: Ação Declaratória - ICMS - ST (a) 53.809 29.162 53.809 29.162Compensação de 1/3 da COFINS - Lei nº 9.718/98 (b) 5.121 4.925 5.121 4.925Ação anulatória de débito fiscal de INSS (c) 4.567 4.456 4.567 4.456Auto de infração IPI (d) 5.178 - 5.178 -Processo administrativo - auto de infração ICMS - ST - DF (e) 25.077 7.720 25.077 7.720Processo administrativo - débito fiscal - ICMS - ST - RS (f) 15.919 7.255 15.919 7.255Auto de infração - SeFaz de SP - fiscalização do ICMS (g) 9.837 - 9.837 -Auto de infração - preço de transferência em contratos de mútuo com empresa ligada do exterior (h) 1.779 1.716 1.779 1.716Notificação fiscal de lançamento de débito - GFIP (i) 974 902 974 902Auto de infração de ICMS - ST (j) 440 529 440 529Pedido de compensação de tributos de mesma espécie - IRPJ e IRRF (k) 568 532 568 532Outras 44.051 23.619 52.373 28.849 167.320 80.816 175.642 86.047Cíveis 3.315 16.858 4.133 18.024Trabalhistas 61.547 48.986 85.899 74.710 232.182 146.660 265.674 178.781

(a) Em 31 de dezembro de 2010, o saldo registrado apresenta a seguinte composição:1. ICMS - ST - PR - R$46.768 (R$28.186 em 31 de dezembro de 2009) - Ação movida pela Sociedade com o objetivo de discutir as alterações na base de cálculo do ICMS - ST promovido pelo Decreto Paranaense nº 7.018/06. O valor discutido na ação, relativo aos meses de janeiro de 2007 a dezembro de 2010, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 17, estando sua exigibilidade suspensa.2. ICMS - ST - DF - R$5.574 (R$976 em 31 de dezembro de 2009) - Ação declaratória movida pela Sociedade com o objetivo de discutir sua responsabilidade pelo recolhimento do ICMS - ST, em razão da ausência de norma legal e de critério para a aferição da base de cálculo desse imposto ou, sucessivamente, a necessidade de celebração de Termo de Acordo fixando a base de cálculo do ICMS - ST. O valor discutido na ação, relativo aos meses de fevereiro de 2009 a dezembro de 2010, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 17, estando sua exigibilidade suspensa.3. ICMS - ST - MS - R$1.467 - Ação declaratória ajuizada objetivando o reconhecimento da inexistência de relação jurídica com o Estado do Mato Grosso do Sul que atribua à Sociedade o dever de recolher o ICMS - ST ante a ausência de norma legal que lhe atribua a responsabilidade por substituição tributária e inexistência de critério válido e adequado para a aferição da base de cálculo desse imposto. O valor discutido na ação, relativo aos meses de fevereiro de 2009 a dezembro de 2010, está sendo integralmente depositado em juízo, conforme mencionado nas notas explicativas nº 10 e nº 17, estando sua exigibilidade suspensa.(b) A Lei nº 9.718/98 aumentou a alíquota da COFINS de 2% para 3% e permitiu que esse diferencial de 1% fosse compensado, durante 1999, com a contribuição social a recolher do mesmo ano. A Sociedade e suas controladas, entretanto, impetraram, em 1999, mandado de segurança e obtiveram liminar suspendendo a exigibilidade do crédito tributário (diferença de 1% da alíquota) e autorizando o recolhimento da COFINS com base na Lei Complementar nº 70/91, vigente até então. Em dezembro de 2000,

tendo em vista precedentes desfavoráveis do Poder Judiciário, a Sociedade e suas controladas aderiram ao Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, parcelando a dívida referente à COFINS não recolhida no período. Com o recolhimento do tributo, a Sociedade e suas controladas passaram a ter direito à compensação de 1% da COFINS com a contribuição social, que foi feita no primeiro semestre de 2001. A Receita Federal do Brasil, no entanto, entende que o prazo para a compensação estava restrito ao ano-base 1999. Em 11 de setembro de 2006, a Sociedade foi notificada do indeferimento das compensações realizadas e tempestivamente entrou com o recurso cabível. O processo aguarda julgamento do Recurso Voluntário interposto pela Sociedade.(c) Ação movida pela Sociedade que pretende declarar a inexigibilidade do crédito fiscal cobrado pelo INSS, através de auto de infração lavrado com o objetivo de exigir a contribuição previdenciária sobre a ajuda de custo para a manutenção de veículos paga às Promotoras de Venda. Os valores são discutidos na ação anulatória de débito fiscal e encontram-se depositados judicialmente. Os valores exigidos no auto de infração compreendem o período de janeiro de 1994 a outubro de 1999.(d) Refere-se a execução fiscal visando exigência de IPI decorrente de suposta falta de recolhimento e incorreta classificação de produtos comercializados. A Sociedade apresentou defesa na esfera judicial e aguarda seu julgamento definitivo.(e) Auto de infração de cobrança de ICMS - ST, exigido pelo Estado do Distrito Federal, em razão de suposto recolhimento a menor referente à diferença no recolhimento de ICMS próprio e ICMS-ST. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa e aguarda seu julgamento definitivo.(f) Auto de Infração lavrado pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul em face da Sociedade, em razão de sua condição de substituta tributária, para cobrança de ICMS supostamente devido, relativo às operações subsequentes praticadas pelas revendedoras autônomas domiciliadas no Estado do Rio Grande do Sul. A Sociedade propôs ação anulatória para afastar esta exigência, a qual aguarda seu julgamento definitivo.(g) Autuação lavrada pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, em razão de suposto creditamento do ICMS decorrente de aquisição de bens para integração dos ativos imobilizados transferidos, na data da compra, para outros estabelecimentos, bem como a bens adquiridos e supostamente não relacionados diretamente à atividade de produção e comercialização. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa, alegando a possibilidade dos creditamentos efetuados, decadência do crédito tributário, bem como a ilegalidade da aplicação dos juros no montante de um décimo porcento ao dia, e aguarda seu julgamento definitivo.(h) Refere-se a auto de infração lavrado contra a Sociedade no qual a Receita Federal do Brasil exige IRPJ e CSLL sobre a diferença de juros em contratos de mútuo com pessoa jurídica vinculada no exterior. Em 12 de julho de 2004, foi apresentada a defesa administrativa, que foi julgada improcedente. No mês de junho de 2008, a Sociedade apresentou recurso da decisão desfavorável perante o Conselho de Contribuintes, o qual está pendente de apreciação pelo órgão julgador.(i) Exigência de multa pela falta de preenchimento na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP, obrigação acessória previdenciária, de contribuições previdenciárias de autônomos e de verbas de caráter indenizatório. A Sociedade discute a cobrança na esfera judicial. (j) Auto de infração de cobrança de ICMS - ST, exigido pelo Estado de Goiás, em razão de suposto recolhimento a menor pela Sociedade. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa e aguarda seu julgamento definitivo.(k) Refere-se à não homologação de compensação de débitos de Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF do segundo trimestre de 2000 com créditos de IRPJ relativos ao quarto trimestre de 1999. A Sociedade apresentou defesa na esfera administrativa, que foi julgada parcialmente favorável. Em 12 de julho de 2006, foi distribuída em juízo ação anulatória, com realização de depósito judicial, a fim de discutir a cobrança relativa ao saldo da compensação não homologado pela Receita Federal do Brasil. Ativos contingentesA Sociedade e suas controladas possuem os seguintes processos ativos relevantes:a) A Sociedade e sua controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. questionam judicialmente a inconstitucionalidade e ilegalidade da majoração da base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS instituídas pelo parágrafo 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Os valores envolvidos nas ações judiciais, atualizados até 31 de dezembro de 2010, totalizam R$20.920 (R$20.078 em 31 de dezembro de 2009). Embora o parágrafo 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 tenha sido julgado inconstitucional pelo STF em 2009, favorecendo a tese defendida pela Sociedade e por sua controlada, as ações judiciais movidas pela Sociedade e por sua controlada ainda não transitaram em julgado e aguardam julgamento de recursos apresentados pelas empresas no Tribunal Regional Federal - TRF da 3ª Região, e, na opinião dos advogados, a probabilidade de êxito é provável.

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b) A Sociedade e suas controladas Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda., Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. e Natura Logística e Serviços Ltda. pleiteiam a restituição das parcelas do ICMS e do Imposto Sobre Serviços - ISS incluídas na base de cálculo do PIS e da COFINS, recolhidas no período de abril de 1999 a março de 2007. Os valores envolvidos nos pedidos de restituição, atualizados até 31 de dezembro de 2010, totalizavam R$288.584 (R$265.277 em 31 de dezembro de 2009). A opinião dos advogados é de que a probabilidade de êxito é provável.A Sociedade e suas controladas adotam como prática contábil o reconhecimento dos ativos contingentes somente após o trânsito em julgado definitivo dos processos. Como os processos mencionados não transitaram em julgado favoravelmente à Sociedade e a suas controladas, estas não contabilizaram os créditos referentes aos ativos contingentes.

19. PATRIMÔNIO LÍQUIDOa) Capital socialEm 31 de dezembro de 2009, o capital da Sociedade era R$404.261.Em março de 2010 foram subscritas 181.212 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$15,53, totalizando R$2.826, passando o capital social da Sociedade em 31 de março de 2010 para 430.455.773 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$407.087. O capital autorizado passou de 11.035.564 para 10.854.352 ações nominativas ordinárias.Em junho de 2010 foram subscritas 101.439 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$26,57, totalizando R$2.696, passando o capital social da Sociedade em 30 de junho de 2010 para 430.557.212 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$409.783. O capital autorizado passou de 10.854.352 para 10.752.913 ações nominativas ordinárias.Em setembro de 2010 foram subscritas 242.098 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$25,50, totalizando R$6.172, passando o capital social da Sociedade em 30 de setembro de 2010 para 430.799.310 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$415.955. O capital autorizado passou de 10.752.913 para 10.510.815 ações nominativas ordinárias.Em dezembro de 2010 foram subscritas 82.106 ações ordinárias sem valor nominal ao preço médio de R$25,65, totalizando R$2.106, passando o capital social da Sociedade em 31 de dezembro de 2010 para 430.881.416 ações nominativas ordinárias subscritas e integralizadas, totalizando o montante de R$418.061. O capital autorizado passou de 10.510.815 para 10.428.709 ações nominativas ordinárias.b) Política de distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprioOs acionistas terão direito a receber, em cada exercício social, a título de dividendos, um percentual mínimo obrigatório de 30% sobre o lucro líquido, considerando, principalmente, os seguintes ajustes:• Acréscimo das importâncias resultantes da reversão de reservas para contingências, anteriormente formadas.• Decréscimo das importâncias destinadas à constituição da reserva legal e de reservas para contingências.O Estatuto Social faculta à Sociedade o direito de levantar balanços semestrais ou intermediários e, com base neles, o Conselho de Administração poderá aprovar a distribuição de dividendos intermediários.Em 8 de abril de 2010 foram pagos dividendos no valor total de R$339.385 (R$0,79 por ação) e juros sobre o capital próprio no valor total bruto de R$18.226 (R$0,042 brutos por ação), conforme distribuição aprovada pelo Conselho de Administração em 24 de fevereiro de 2010 e ratificada em Assembleia Geral Ordinária realizada em 6 de abril de 2010, referente ao lucro líquido do exercício de 2009.Em 21 de julho de 2010, o Conselho de Administração aprovou, “ad referendum” da Assembleia Geral Ordinária destinada a apreciar as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de 2010, a proposta para pagamento de dividendos intermediários e juros sobre o capital próprio, referentes aos resultados auferidos no primeiro semestre de 2010, nos montantes de R$253.947 (R$0,59 por ação) e R$35.427, brutos de IRRF (R$0,082 brutos por ação), respectivamente. O montante total dos dividendos intermediários e dos juros sobre o capital próprio corresponde a 86,9% do lucro líquido consolidado registrado no primeiro semestre de 2010 e foi pago em 12 de agosto de 2010.Adicionalmente, em 23 de fevereiro de 2011, o Conselho de Administração aprovou “ad referendum” da Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em 8 de abril de 2011, a proposta para pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, nos montantes de R$ 405.623 e R$ 24.456 (R$ 20.788, líquidos de IRRF), respectivamente, referentes aos resultados auferidos no exercício de 2010, que, somados aos R$ 253.947 de dividendos e R$35.427 de juros sobre o capital próprio pagos em agosto de 2010, correspondem a uma distribuição de aproximadamente 95% do lucro líquido auferido no exercício de 2010.Os dividendos foram calculados conforme demonstrado a seguir:

Controladora 2010 2009Lucro líquido do exercício 744.050 683.924Reserva para incentivos fiscais - subvenção para investimentos (5.973) (3.145)Base de cálculo para os dividendos mínimos 738.077 680.779Dividendos mínimos obrigatórios 30% 30%Dividendo anual mínimo 221.423 204.234Dividendos propostos 659.570 554.537Juros sobre o capital próprio 59.883 43.254IRRF sobre os juros sobre o capital próprio (8.983) (6.488)Total de dividendos e juros sobre o capital próprio, líquidos do IRRF 710.470 591.303Valor excedente ao dividendo mínimo obrigatório 489.047 387.069Dividendos por ação - R$ 1,5312 1,2888Juros sobre o capital próprio por ação, líquidos - R$ 0,1182 0,0854Remuneração total por ação, líquida - R$ 1,6494 1,3742

Conforme mencionado na nota explicativa nº 2.21, a parcela dos dividendos excedente ao dividendo mínimo obrigatório, declarada pela Administração após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, mas antes da data de autorização para emissão destas, não deverá ser registrada como passivo nas respectivas demonstrações contábeis, devendo os efeitos da parcela dos dividendos complementares ser divulgados em nota explicativa. Portanto, em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, as seguintes parcelas referentes ao valor excedente ao dividendo mínimo obrigatório foram registradas no patrimônio líquido como “Dividendo adicional proposto”: Controladora 2010 2009Dividendos 405.623 339.385Juros sobre o capital próprio 24.456 18.226 430.079 357.611

c) Ações em tesourariaEm 31 de dezembro de 2010 e em 2009, a rubrica “Ações em tesouraria” possuía a seguinte composição: Preço médio Quantidade por ação de ações R$ R$ 655 14 21,37

d) Ágio na emissão de açõesRefere-se ao ágio gerado na emissão das 3.299 ações ordinárias, decorrente da capitalização das debêntures no montante de R$100.000, ocorrida em 2 de março de 2004.e) Reserva legalEm virtude de o saldo da reserva legal, somado às reservas de capital de que trata o parágrafo 1º do artigo 182 da Lei nº 6.404/76, ter ultrapassado 30% do capital social, a Sociedade, em conformidade com o estabelecido no artigo 193 da mesma Lei, decidiu por não constituir a reserva legal sobre o lucro líquido auferido nos exercícios a partir de 2006.f) Reserva de retenção de lucrosEm 31 de dezembro de 2010, a reserva de retenção de lucros foi constituída nos termos do artigo 196 da Lei nº 6.404/76, com o objetivo de aplicação em futuros investimentos, no montante de R$23.421 (R$82.988 em 31 de dezembro de 2009). A retenção referente ao exercício de 2010 está fundamentada em orçamento de capital, elaborado pela Administração e aprovado pelo Conselho de Administração no dia 23 de fevereiro de 2011, o qual será submetido à aprovação dos acionistas em Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em 8 de abril de 2011.g) Outros resultados abrangentesA Sociedade reconhece nesta rubrica o efeito das variações cambiais sobre os investimentos em controladas no exterior. Esse efeito acumulado será revertido ao resultado do exercício como ganho ou perda somente em caso de alienação ou baixa do investimento.

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20. INFORMAÇÕES SOBRE SEGMENTOS DE NEGÓCIOSOs segmentos operacionais são reportados de forma consistente com os relatórios gerenciais fornecidos ao principal tomador de decisões operacionais para fins de avaliação de desempenho de cada segmento e alocação de recursos. Conforme relatórios analisados para tomadas de decisões da Administração, embora o principal tomador de decisões analise as informações sobre as receitas em diversos níveis, a principal segmentação dos negócios da Sociedade é baseada em vendas de cosméticos por regiões geográficas, as quais incluem a seguinte segregação: Brasil, América Latina (“LATAM”) e demais países. Além disso, a LATAM é analisada em dois grupos: (i) Argentina, Chile e Peru; e (ii) México, Venezuela e Colômbia. Os segmentos possuem características de negócios semelhantes e cada um oferece produtos similares através da mesma metodologia de acesso aos consumidores.A receita líquida por região está representada da seguinte forma em 2010: •Brasil: 92,8% •Argentina, Chile e Peru: 5,0% •México, Venezuela e Colômbia: 1,9% •Outros: 0,3%Embora os segmentos internacionais não representem mais que 10% das informações necessárias para se agregar um segmento, conforme critérios de agregação descritos na IFRS 8, a Administração possui fortes indicadores de que seus negócios no exterior sofrerão aumento significativo em sua representatividade perante os saldos financeiros consolidados, e, dessa forma, a Administração optou por divulgá-los separadamente.As práticas contábeis de cada segmento são as mesmas descritas na nota explicativa nº 2, descrição do negócio da Natura e políticas contábeis significativas. O desempenho dos segmentos da Sociedade foi avaliado com base nas receitas operacionais líquidas, no lucro líquido do exercício e no ativo não circulante. Essa base de mensuração exclui os efeitos de juros, imposto de renda e contribuição social, depreciação e amortização.Nas tabelas a seguir há informação financeira sumarizada relacionada aos segmentos da Sociedade para 31 de dezembro de 2010 e de 2009. Os valores fornecidos ao Comitê Executivo com relação ao resultado e ao total de ativos são consistentes com os saldos registrados nas demonstrações contábeis, bem como as políticas contábeis aplicadas. 2010 Receita Lucro Depreciação e Resultado Imposto Ativo não Ativo Passivo líquida líquido amortização financeiro de renda circulante total circulanteBrasil 4.767.741 835.484 (82.692) (47.918) (374.412) 1.258.950 2.970.381 1.236.800Argentina, Chile e Peru 255.702 (19.822) (3.405) (842) (1.027) 19.489 156.666 76.802México, Venezuela e Colômbia 98.275 (45.992) (2.104) (976) 1.319 10.858 69.041 33.009Outros (*) 14.994 (25.620) (647) - - 16.177 25.783 6.738Consolidado 5.136.712 744.050 (88.848) (49.736) (374.120) 1.305.474 3.221.871 1.353.349

2009 Receita Lucro Depreciação e Resultado Imposto Ativo não Ativo Passivo líquida líquido amortização financeiro de renda circulante total circulanteBrasil 3.946.421 842.214 (86.863) (40.912) (188.559) 984.566 2.533.261 1.244.953Argentina, Chile e Peru 218.541 (14.357) (2.128) 317 (1.441) 14.108 123.891 64.749México, Venezuela e Colômbia 66.473 (52.519) (1.945) (1.279) (230) 5.532 50.337 17.972Outros (*) 10.622 (91.414) (1.490) - - 20.650 33.729 9.408Consolidado 4.242.057 683.924 (92.426) (41.874) (190.230) 1.024.856 2.741.218 1.337.082

(*) Inclui operações da França e despesas da operação dos Estados Unidos em 2009.

A Sociedade possui apenas uma classe de produtos comercializados pelas Consultoras(es) Natura denominada “Cosméticos”. Desta forma, a divulgação da receita por classe de produtos não é aplicável.A Sociedade possui uma carteira de clientes pulverizada, sem nenhuma concentração de receita.A receita de partes externas informadas ao Comitê Executivo foi mensurada de maneira condizente com aquela apresentada na demonstração do resultado.

21. RECEITA LÍQUIDA Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Receita bruta: Mercado interno 6.486.421 5.410.052 6.487.124 5.410.545Mercado externo - - 471.185 377.445Outras vendas - - 1.479 1.323 6.486.421 5.410.052 6.959.788 5.789.313Devoluções e cancelamentos (8.682) (7.782) (8.682) (7.782)Impostos incidentes sobre as vendas (963.424) (809.105) (1.814.394) (1.539.474)Receita líquida 5.514.315 4.593.165 5.136.712 4.242.057

22. DESPESAS OPERACIONAIS E CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOSa) Abaixo demonstramos a abertura por função das despesas operacionais e dos custos dos produtos vendidos: Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Custo dos produtos vendidos 2.283.926 1.956.558 1.556.806 1.294.565Despesas com vendas 1.292.365 1.062.579 1.704.322 1.496.125Despesas gerais e administrativas 837.808 698.241 605.442 450.868Participação nos resultados 18.174 21.049 70.351 55.784Remuneração dos administradores (nota explicativa nº 28.2) 14.417 13.139 14.417 14.063Total 4.446.690 3.751.566 3.951.338 3.311.405

b) Abaixo demonstramos a abertura por natureza das despesas operacionais e dos custos dos produtos vendidos:

Controladora Consolidado

2010 2009 2010 2009Custos variáveis e gastos indiretos de produtos e materiais de revenda 2.283.926 1.956.558 1.319.106 1.093.965Despesas com marketing e vendas 846.913 661.316 910.489 716.420Despesas com fretes 223.236 200.922 234.066 216.259Gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos(nota explicativa nº 2.12) 299 - 51.958 111.794Despesas com projetos 33.601 37.804 101.587 90.418Despesas com prestação de serviços 65.227 57.739 171.970 133.470Despesas de benefícios a colaboradores (nota explicativa nº 23) 261.441 253.456 628.078 521.938Remuneração dos administradores (nota explicativa nº 28.2) 14.417 13.139 14.417 14.063Encargos de depreciação e amortização 15.305 11.918 88.848 92.426Outras despesas 107.183 86.345 430.819 320.652Prestação de serviços administrativos (nota explicativa nº 28.1) 328.183 252.015 - -Prestação de serviços de pesquisa e desenvolvimento (nota explicativa nº 28.1) 266.959 220.354 - -Total 4.446.690 3.751.566 3.951.338 3.311.405

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23. DESPESAS DE BENEFÍCIOS A COLABORADORES Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Salários e bonificações 177.326 174.908 414.167 354.037Participação nos resultados (nota explicativa nº 23.1.) 18.174 21.049 70.351 55.784Plano de pensão de contribuição definida (nota explicativa nº 24.1.) 2.167 961 2.528 1.387Ganho de executivos 4.081 4.826 11.288 8.573Impostos e contribuições sociais 59.693 51.711 129.744 102.157 261.441 253.456 628.078 521.938

23.1. Participação nos resultadosA Sociedade e suas controladas concedem participação nos resultados a seus colaboradores e administradores, vinculada ao alcance de metas operacionais e objetivos específicos, estabelecidos e aprovados no início de cada exercício. Em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, foram registrados, a título de participação nos resultados, os montantes demonstrados a seguir: Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Colaboradores 18.174 21.049 70.351 55.784Administradores (*) 6.018 5.424 6.018 5.749 24.192 26.473 76.369 61.533

(*) Incluídos na rubrica “Remuneração dos administradores”.

23.2. Ganhos baseados em açõesO Conselho de Administração reúne-se anualmente para, dentro das bases do programa, estabelecer o plano, indicando os diretores e gerentes que receberão as opções e a quantidade total a ser distribuída. No formato válido até o ano 2008, os planos possuem prazo de quatro anos para elegibilidade ao exercício das opções, sendo 50% ao final do terceiro ano e 50% ao final do quarto ano, havendo ainda um prazo máximo de dois anos para o exercício das opções após o término do quarto ano de elegibilidade.Em 2009, o formato do programa foi alterado, sendo o prazo de elegibilidade ao exercício das opções de 100% ao final do quarto ano, com a possibilidade de sua antecipação para três anos, mediante a condição de cancelamento de 50% das opções outorgadas nos planos, e foi fixado o prazo máximo de quatro anos para o exercício das opções após o término do quarto ano de elegibilidade. No âmbito desse novo modelo do programa, foram outorgadas, em 19 de março de 2010, 2.175.646 opções pelo preço de exercício de R$34,17.As variações na quantidade de opções de compra de ações em circulação e seus correspondentes preços médios ponderados do exercício estão apresentados a seguir: 2010 2009 Preço médio Preço médio de exercício Opções de exercício Opções por ação-R$ (milhares) por ação-R$ (milhares) Saldo no início do exercício 23,22 5.538 19,24 4.733Concedidas 34,17 2.176 22,44 2.583Canceladas 22,80 (268) 23,96 (568)Exercidas 22,74 (607) 10,78 (1.210)Saldo no fim do exercício 28,10 6.839 23,22 5.538

Das 6.839 mil opções existentes em 31 de dezembro de 2010 (5.538 mil opções em 31 de dezembro de 2009), 822 mil opções (685 mil opções em 31 de dezembro de 2009) são exercíveis. As opções exercidas em 2010 resultaram na emissão de 607 mil ações (1.210 mil ações no exercício findo em 31 de dezembro de 2009).A despesa referente ao valor justo das opções concedidas reconhecida no resultado do exercício findo em 31 de dezembro de 2010, de acordo com o prazo transcorrido para aquisição do direito ao exercício das opções, foi de R$4.081 e R$11.288 na controladora e no consolidado, respectivamente (R$4.339 e R$8.573, respectivamente, na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2009).As opções de compra de ações em circulação no fim do exercício têm as seguintes datas de vencimento e preços de exercício:

Em 31 de dezembro de 2010: Vida remanescente Preço de Opções contratual OpçõesData da outorga exercício - R$ existentes (anos) exercíveis16 de março de 2005 20,25 82.981 0,21 82.98129 de março de 2006 30,17 414.120 1,23 414.12024 de abril de 2007 28,53 650.333 2,35 325.16722 de abril de 2008 22,16 1.128.902 3,36 -22 de abril de 2009 24,17 2.436.105 6,40 -19 de março de 2010 35,46 2.126.372 7,32 - 6.838.813 822.268

Em 31 de dezembro de 2009: Vida remanescente Preço de Opções contratual OpçõesData da outorga exercício - R$ existentes (anos) exercíveis10 de abril de 2004 8,92 93.622 0,28 93.62216 de março de 2005 19,12 281.911 1,22 281.91129 de março de 2006 28,49 623.221 2,24 309.90624 de abril de 2007 26,94 807.511 3,36 -22 de abril de 2008 20,92 1.210.647 4,37 -22 de abril de 2009 22,82 2.520.690 7,41 - 5.537.602 685.439

Em 31 de dezembro de 2010, o preço de mercado era de R$47,69 (R$36,31 em 31 de dezembro de 2009) por ação.Os dados significativos incluídos no modelo para precificação do valor justo das opções concedidas em 2010 foram: • Preço justo da opção de ação de R$10,82 (R$ 7,83 em 31 de dezembro de 2009) na data da outorga.• Volatilidade de 37% (39% em 31 de dezembro de 2009).• Rendimento de dividendos de 5,3% (5,3% em 31 de dezembro de 2009).• Vida esperada da opção correspondente a três e quatro anos.• Taxa de juros livre de risco anual de 10,8% (9,6% em 31 de dezembro de 2009). A seguir são demonstrados os efeitos simulados decorrentes do: (a) exercício das opções outorgadas até 31 de dezembro de 2010; e (b) exercício de todas as opções passíveis de serem outorgadas no âmbito do Programa de Outorga de Opções. Para ambos os cenários considerou-se a hipótese em que todas as opções eram exercíveis em 31 de dezembro de 2010, considerando o valor do patrimônio líquido da controladora naquela data: Cenário I Cenário II Opções Total do outorgadas programaPreço médio de exercício por ação - R$ 28,10 28,10Número de ações ordinárias do capital social 430.881.416 430.881.416Número de ações a serem emitidas com o exercício das opções 6.838.813 17.953.392Valor patrimonial contábil por ação em 31 de dezembro de 2010 - R$ 2,90 2,90Valor patrimonial contábil por ação em 31 de dezembro de 2010 considerando o exercício da totalidade das opções outorgadas em cada plano - R$ 2,85 2,78Diluição do valor patrimonial contábil por ação considerando o exercício da totalidade das opções outorgadas em cada plano - R$ 0,05 0,12Diluição percentual considerando o exercício da totalidade das opções outorgadas em cada plano 1,72% 4,00%

24. BENEFÍCIOS A COLABORADORES24.1. Plano de previdência complementarA Sociedade e suas controladas patrocinam dois planos de benefícios a colaboradores, sendo um de complementação de benefícios de aposentadoria, por intermédio de um plano de previdência complementar administrado pela Brasilprev Seguros e Previdência S.A., e um de extensão de assistência médica para ex-funcionários aposentados.O plano de previdência complementar é estabelecido sob a forma de “contribuição definida”, criado em 1º de agosto de 2004 e elegível para todos os colaboradores admitidos a partir daquela data. Nos termos do regulamento desse plano, o custeio é paritário, de modo que a parcela da Sociedade equivale a 60% daquela efetuada pelo colaborador de acordo com uma escala de contribuição embasada em faixas salariais, que variam de 1% a 5% da remuneração do colaborador aposentado.

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Em 31 de dezembro de 2009, não existiam passivos atuariais em nome da Sociedade e de suas controladas decorrentes do plano de previdência complementar.As contribuições realizadas pela Sociedade e por suas controladas totalizaram R$2.167 na controladora e R$2.528 no consolidado, no exercício findo em 31 de dezembro de 2010 (R$961 na controladora e R$1.387 no consolidado em 31 de dezembro de 2009), as quais foram registradas como despesa do exercício.24.2. Plano de assistência médicaA Sociedade e suas controladas mantêm um plano de assistência médica pós-emprego para um grupo determinado de ex-colaboradores e seus respectivos cônjuges, conforme regras por elas estipuladas. Em 31 de dezembro de 2010, o plano contava com 304 e 2.165 colaboradores na controladora e no consolidado, respectivamente.Em 31 de dezembro de 2010, a Sociedade e suas controladas mantinham uma provisão para o passivo atuarial referente a esse plano no montante de R$13.123 e R$19.742 na controladora e no consolidado, respectivamente (R$2.384 e R$9.342, respectivamente, na controladora e no consolidado em 31 de dezembro de 2009), a qual foi calculada por atuário independente considerando as seguintes principais premissas: Percentual anual (em termos nominais) 2010 Taxa de desconto financeiro 11,2Crescimento das despesas médicas (reduzindo 0,5% ao ano) 10,5 a 5,5Inflação de longo prazo 4,5Tábua de mortalidade geral RP 2000

25. RECEITAS E (DESPESAS) FINANCEIRAS Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Receitas financeiras: Juros com aplicações financeiras 13.171 6.378 35.809 28.610Ganhos com variações monetárias e cambiais (a) - 44.414 34 45.745Ganhos com operações de “swap” e “forward” 2.403 1.379 3.901 3.459Outras receitas financeiras 1.941 4.623 13.895 6.362 17.515 56.794 53.639 84.176Despesas financeiras: Juros com financiamentos (39.896) (20.274) (58.457) (38.466)Perdas com variações monetárias e cambiais (a) (3.757) (43) (7.130) (7.980)Perdas com operações de “swap” e “forward” (9.075) (57.660) (12.076) (67.418)Outras despesas financeiras (5.509) (5.828) (25.712) (12.186) (58.237) (83.805) (103.375) (126.050)Receitas e (despesas) financeiras (40.772) (27.011) (49.736) (41.874)

As aberturas a seguir têm o objetivo de explicar melhor os resultados das operações de proteção cambial contratadas pela Sociedade, bem como as respectivas contrapartidas registradas no resultado financeiro demonstrado no quadro anterior: Consolidado 2010 2009(a) Ganhos com variações monetárias e cambiais 34 45.745Perdas com variações monetárias e cambiais (7.130) (7.980) (7.096) 37.765Abertura: Variações cambiais dos empréstimos e financiamentos (2.781) 51.587 Variações monetárias dos financiamentos 34 (2.925)Variações cambiais das importações (1.089) 619Variações cambiais das contas a pagar nas controladas no exterior (1.399) (823)Variação cambial dos recebíveis de exportação (1.861) (10.693) (7.096) 37.765

26. OUTRAS RECEITAS (DESPESAS) OPERACIONAIS, LÍQUIDAS Controladora Consolidado 2010 2009 2010 2009Lucro (perda) na venda de imobilizado 387 702 (9.044) (9.265)Passivo atuarial - plano de assistência médica (nota explicativa nº 24.2) (1.378) (2.384) (5.400) (9.342)Outras (1.447) 2.643 (3.024) 3.983Outras receitas (despesas) operacionais, líquidas 465 961 (17.468) (14.624)

27. LUCRO POR AÇÃO27.1. BásicoO lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Sociedade, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício, excluindo as ações ordinárias compradas pela Sociedade e mantidas como ações em tesouraria. 2010 2009Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade 744.050 683.924Média ponderada da quantidade de ações ordinárias emitidas 430.548.910 429.461.590Média ponderada das ações em tesouraria (655) (10.208)Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação 430.548.255 429.451.382Lucro básico por ação - R$ 1,7281 1,5926

27.2. DiluídoO lucro por ação diluído é calculado ajustando-se a média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação supondo a conversão de todas as ações ordinárias potenciais que provocariam diluição. A Sociedade tem apenas uma categoria de ações ordinárias potenciais que provocariam diluição: as opções de compra de ações. 2010 2009Lucro atribuível aos acionistas da Sociedade 744.050 683.924Média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação 430.548.255 429.451.382Ajuste por opções de compra de ações-milhares 1.564.844 1.017.758Quantidade média ponderada de ações ordinárias para o lucro diluído por ação 432.113.098 430.469.140Lucro diluído por ação - R$ 1,7219 1,5888

28. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS28.1. Saldos e transações com empresas do GrupoOs saldos a receber e a pagar por transações com partes relacionadas estão demonstrados a seguir: Controladora 2010 2009Ativo circulante: Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. (a) 13.143 12.171Natura Logística e Serviços Ltda. (b) 12.218 14.586 25.361 26.757Adiantamento para futuro aumento de capital: Flora Medicinal J. Monteiro da Silva Ltda. (c) - 90 - 90Passivo circulante: Fornecedores: Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. (d) 153.597 153.509Natura Logística e Serviços Ltda. (e) 47.356 27.627Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. (f) 45.636 30.455 246.589 211.591Dividendos e juros sobre o capital próprio a pagar 163 174 As transações efetuadas com partes relacionadas estão demonstradas a seguir :

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Controladora Venda de produtos Compra de produtos 2010 2009 2010 2009Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 3.006.596 2.611.231 - -Natura Cosméticos S.A.-Brasil - - 2.837.687 2.465.453Natura Cosméticos S.A.-Peru - - 34.104 34.151Natura Cosméticos S.A. -Argentina - - 42.693 46.970Natura Cosméticos S.A.-Chile - - 32.971 25.300Natura Cosméticos S.A.-México - - 35.533 22.353Natura Cosméticos Ltda. -Colômbia - - 18.514 10.846Natura Cosméticos C.A. -Venezuela - - - 1.417Natura Europa SAS-França - - 4.672 3.885Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. - - 388 799Natura Logística e Serviços Ltda. - - 34 56Natura Cosmetics USA Co. - - - 1 3.006.596 2.611.231 3.006.596 2.611.231

Controladora Venda de produtos Compra de produtos 2010 2009 2010 2009Estrutura administrativa: (g) Natura Logística e Serviços Ltda. 438.095 333.652 - -Natura Cosméticos S.A. - Brasil - - 328.183 252.015Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. - - 67.810 52.176Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. - - 42.102 29.461 438.095 333.652 438.095 333.652 Pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias: (h) Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. 266.959 220.354 - -Natura Cosméticos S.A. - Brasil - - 266.959 220.354 266.959 220.354 266.959 220.354Pesquisas e testes “in vitro”: (i) Natura Innovation et Technologie de Produits SAS - França 3.538 3.066 - -Natura Inovação e Tecnologiade Produtos Ltda. - - 3.538 3.066 3.538 3.066 3.538 3.066Locação de imóveis e encargos comuns: (j)Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. 6.728 6.632 - -Natura Logística e Serviços Ltda. - - 3.899 3.843Natura Inovação e Tecnologia de Produtos Ltda. - - 1.567 1.544Natura Cosméticos S.A. - Brasil - - 1.263 1.245 6.728 6.632 6.728 6.632Total da venda ou compra de produtos e serviços 3.721.916 3.174.935 3.721.916 3.174.935

(a) Refere-se a adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado.(b) Refere-se a adiantamentos concedidos para a prestação de serviços de logística e administrativos em geral.(c) Refere-se a remessas enviadas à Flora Medicinal J. Monteiro da Silva Ltda.(d) Valores a pagar pela compra de produtos. (e) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (g).(f) Contas a pagar pela prestação dos serviços descritos no item (h).(g) Prestação de serviços logísticos e administrativos em geral.(h) Prestação de serviços de desenvolvimento de produtos e tecnologias e pesquisa de mercado.(i) Prestação de serviços de pesquisas e testes “in vitro”.(j) Refere-se à locação de parte do complexo industrial situado no município de Cajamar - SP e de prédios localizados no município de Itapecerica da Serra - SP.Os principais saldos de ativos e passivos em 31 de dezembro de 2010 e de 2009, bem como as transações que influenciaram os resultados dos exercícios findos naquelas datas, relativos às operações com partes relacionadas decorrem de transações entre a Sociedade e suas controladas.

Devido ao modelo das operações mantido pela Sociedade e por suas controladas, bem como ao formato do canal de distribuição dos produtos, a qual é efetuada através de vendas diretas por Consultores(as) Natura, parte substancial das vendas da controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. é realizada para a controladora Natura Cosméticos S.A. no Brasil e para as suas controladas no exterior.As vendas efetuadas para partes não relacionadas totalizaram R$7.620 no exercício findo em 31 de dezembro de 2010 (R$6.628 em 31 de dezembro de 2009).Sobre os saldos a recaeber entre as empresas do Grupo em 31 de dezembro de 2010 e de 2009 não há provisão registrada para créditos de liquidação duvidosa, devido à ausência de títulos em atraso com risco de realização.Conforme detalhes mencionados na nota explicativa nº 15, tem sido prática entre as empresas do Grupo conceder entre si avais e garantias para suportar operações de empréstimos e financiamentos bancários.28.2. Remuneração do pessoal-chave da AdministraçãoA remuneração total dos administradores da Sociedade está assim composta: 2010 Remuneração Outorga de opções Variável Saldo das opções Preço médio de Fixa (a) Total (quantidade) (b) exercício - R$ (c) Conselho de Administração 3.348 1.985 5.333 - -Diretores estatutários 5.051 4.033 9.084 1.512.568 28,10 8.399 6.018 14.417 1.512.568

2009 Remuneração Outorga de opções Variável Saldo das opções Preço médio de Fixa (a) Total (quantidade) (b) exercício - R$ (c) Conselho de Administração 3.562 1.713 5.275 - -Diretores estatutários 4.828 3.960 8.788 977.338 23,22 8.390 5.673 14.063 977.338

A remuneração dos diretores não estatutários da Sociedade está assim composta: 2010 Remuneração Outorga de opções Variável Saldo das opções Preço médio de Fixa (a) Total (quantidade) (b) exercício - R$ (c) Diretores não estatutários 25.194 14.917 40.111 2.961.042 28,10

2009 Remuneração Outorga de opções Variável Saldo das opções Preço médio de Fixa (a) Total (quantidade) (b) exercício - R$ (c) Diretores não estatutários 18.539 10.813 29.352 2.498.686 23,22

(a) Refere-se à participação nos resultados registrados no exercício. Os valores contemplam eventuais complementos e/ou reversões à provisão efetuada no ano anterior, em virtude da apuração final das metas estabelecidas aos conselheiros e diretores, estatutários e não estatutários.(b) Refere-se ao saldo das opções maduras (“vested”) e não maduras (“nonvested”), não exercidas, nas datas dos balanços.(c) Refere-se ao preço médio ponderado de exercício da opção à época dos planos de outorga, atualizado pela variação da inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado - IPCA, até as datas dos balanços.

29. COMPROMISSOS ASSUMIDOS29.1. Contratos de fornecimento de insumosA controlada Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. possui compromisso decorrente de contrato de fornecimento de energia elétrica para suprimento de suas atividades de manufatura, vigente até 2015, devendo ser adquirido o volume mínimo mensal de 3,6 Megawatts, equivalente a R$363. Em 31 de dezembro de 2010, a controlada estava adimplente com o compromisso desse contrato.

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Os valores estão demonstrados através das estimativas de consumo de energia de acordo com o prazo de vigência do contrato, cujos preços estão baseados nos volumes, também estimados, resultantes das operações contínuas da controlada.Os pagamentos totais mínimos de fornecimento, mensurados a valor presente, segundo o contrato, são: 2010 2009Menos de um ano 3.899 3.941Mais de um ano e menos de cinco anos 9.591 12.525Mais de cinco anos 2.578 2.462 16.068 18.928

29.2. Obrigações por arrendamentos operacionaisA Sociedade e suas controladas mantêm compromissos decorrentes de contratos de arrendamentos operacionais de imóveis onde estão localizadas algumas de suas controladas no exterior, bem como a sua sede administrativa no Brasil, e imóveis onde se localizam as “Casas Natura” no Brasil e no exterior. Os contratos têm prazos de arrendamento entre um e dez anos e não possuem cláusula de opção de compra ao término dos contratos, porém permitem renovações tempestivas de acordo com as condições de mercado em que eles são celebrados, sendo em uma média de dois anos.Em 31 de dezembro de 2010, o compromisso assumido com as contraprestações futuras desses arrendamentos operacionais possuía os seguintes prazos para pagamento: Controladora Consolidado2011 1.217 5.3322012 1.217 3.4262013 em diante 3.806 7.221 6.240 15.979

30. COBERTURA DE SEGUROS (INFORMAÇÃO NÃO AUDITADA)A Sociedade e suas controladas adotam uma política de seguros que considera, principalmente, a concentração de riscos e sua relevância, contratados por montantes considerados suficientes pela Administração, levando-se em consideração a natureza de suas atividades e a orientação de seus consultores de seguros. A cobertura dos seguros, em valores de 31 de dezembro de 2010, é assim demonstrada: ImportânciaItem Tipo de cobertura seguradaComplexo industrial/ Quaisquer danos materiais 829.987 estoques a edificações, instalações e máquinas e equipamentos

Veículos Incêndio, roubo e colisão 57.357 para 1.480 veículos

Lucros cessantes Não realização de lucros decorrentes de danos materiais 1.372.097 em instalações, edificações e máquinas e equipamentos de produção

31. APROVAÇÃO PARA EMISSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISAs presentes demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Sociedade foram aprovadas para publicação pelo Conselho de Administração em reunião ocorrida em 23 de fevereiro de 2011.

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PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTESAos Administradores e Acionistas da Natura Cosméticos S.A. Itapecerica da Serra - SPExaminamos as demonstrações contábeis individuais e consolidadas da Natura Cosméticos S.A. (“Sociedade”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2010 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações contábeis A Administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações contábeis consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (“International Financial Reporting Standards - IFRS”), emitidas pelo “International Accounting Standards Board - IASB”, e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Sociedade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Sociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto.Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.Opinião sobre as demonstrações contábeis individuaisEm nossa opinião, as demonstrações contábeis individuais anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2010, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Opinião sobre as demonstrações contábeis consolidadasEm nossa opinião, as demonstrações contábeis consolidadas anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira consolidada da Natura Cosméticos S.A. em 31 de dezembro de 2010, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil.ÊnfaseConforme descrito na nota explicativa nº 2.1., as demonstrações contábeis individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Natura Cosméticos S.A. essas práticas diferem das IFRS, aplicáveis às demonstrações contábeis separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto para fins de IFRS seria custo ou valor justo.Outros assuntosDemonstrações do valor adicionado Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (DVA), referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2010, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações contábeis tomadas em conjunto.

São Paulo, 23 de fevereiro de 2011

Edimar Facco Auditores Independentes ContadorCRC nº 2 SP 011609/O-8 CRC nº 1 SP 138635/O-2

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Declaração De garantia DnV relatório De SuStentabiliDaDe natura 2010

VerSão completa em portuguêS

1. Contexto e responsabilidades

pelo quarto ano consecutivo, por solicitação da natura cosméticos Sa (natura), a Det norske Veritas (DnV) realizou a verificação independente do relatório de Sustentabilidade natura (“o relatório”).

este relatório destina-se a seus leitores e partes interessadas no desempenho de sustentabilidade da natura. o conselho de administração da natura é responsável por toda a informação fornecida no relatório 2010, assim como por todos os processos envolvidos na coleta, agregação, análise e reporte dessa informação. a responsabili-dade da DnV consistiu na verificação da qualidade da informação apresentada no relatório 2010 e na verificação dos processos de gestão de dados e de elaboração do relatorio, de acordo com os termos e escopo estabele-cidos pela natura, assim como na elaboração de uma declaração de garantia com base nessa verificação. a DnV não se responsabiliza por qualquer decisão de investimento ou de qualquer outra natureza realizada com base nesta declaração de garantia.

2. independência

a DnV não foi envolvida na elaboração de qualquer informação contida no relatório 2010, além desta declaração de garantia. a DnV afirma também a sua independência em relação a favorecimentos, influências ou conflitos de interesse associados com a natura ou com suas partes interessadas. a DnV não forneceu quaisquer serviços para a natura em 2010 que pudessem comprometer sua independência e a imparcialidade de suas conclusões.

3. Escopo e limites da verificação

a verificação abrangeu toda a informação referente ao período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2010 e apresentada no relatório. com base no escopo de trabalho definido com a natura, os objetivos principais da verificação foram avaliar e assegurar:

• os processos de definição de materialidade, inclusão e resposta às expectativas dos stakeholders adotados pela natura, tendo em vista informar a preparação do relatório;

• o nível de confiabilidade associado aos processos de coleta, compilação, análise e reporte dos dados de sustentabilidade;

• a descrição da gestão e do desempenho de sustentabilidade da natura, dando foco nos seis temas identificados como materiais pela empresa e seus stakeholders;

• a confiabilidade dos dados de sustentabilidade reportados tendo em consideração sua exatidão e abrangência de acordo com os princípios e requisitos da aa1000 accountability principles Standard (aa1000apS);

• a adequação do relatório às diretrizes e aos princípios da global reporting initiative (gri g3, 2006), verificando também o nível de aplicação declarado pela natura.

em particular, a verificação incluiu a revisão dos aspectos seguintes do relatório e dos processos associados à gestão de dados e à preparação do relatório:

• atividades realizadas com o objetivo de identificar e avaliar temas materiais em 2010, de acordo com os princí-pios e requisitos da gri g3 (2006) e aa1000 apS (2008);

• atividades realizadas com o objetivo de identificar, compreender e responder aos interesses e expectativas dos stakeholders, incluir esses no processo de definição da estratégia de sustentabilidade da natura, e informar o con-teúdo do relatório 2010, de acordo com os princípios de inclusão e resposta da aa1000apS (2008);

• políticas, estratégias e metas relacionadas à sustentabilidade apresentadas no relatório;

• práticas de gestão de sustentabilidade em nível corporativo e de unidade no brasil apresentadas no relatório;

• principais acontecimentos, iniciativas e desempenho de sustentabilidade apresentados no relatório;

• Sistemas e processos de coleta, compilação, validação e reporte da informação de sustentabilidade;

• amostras de dados coletados ao longo da cadeia de gestão de dados, desde sua geração até a elaboração do relatório;

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• adoção dos princípios definidos pela aa 1000 apS (2008) e das diretrizes para reporte de sustentabilidade estabelecidas pela gri g3 (2006).

esta verificação teve como objetivo avaliar e assegurar a informação e os dados referentes à gestão e ao desem-penho da natura contidos no relatório. o trabalho realizado pela DnV não teve por objetivo avaliar a eficácia ou a eficiência dos processos de gestão adotados ou a qualidade do desempenho de sustentabilidade, tanto por parte da natura como de quaisquer entidades terceiras mencionadas no relatório.

esse parecer não cobre os dados relativos às emissões de gases do efeito estufa (gee). esses dados foram sujeitos a uma verificação específica realizada por uma outra terceira parte.

4. abordagem e metodologia da verificação

esta verificação foi realizada entre janeiro e março de 2011 por profissionais da DnV detentores de qualificações e experiência adequadas, e de acordo com o protocolo de verificação de relatórios de sustentabilidade da DnV. nosso protocolo fundamenta-se nos princípios e nas diretrizes de reporte da gri g3 (2006), e de verificação e asseguração da aa1000aS (2008). a verificação da informação especificada acima foi realizada de acordo com os requisitos da aa1000aS (2008) para o nível de asseguração elevado e de tipo 2.

o trabalho de verificação incluiu as seguintes atividades:

• entrevistas com 32 diretores, gerentes e gestores responsáveis por diversos processos da empresa, na sede ad-ministrativa e nas fábricas de cajamar e benevides no brasil, envolvidos na gestão dos temas materiais da empresa;

• participação no papel de observador a um evento de engajamento multi-stakeholders sobre o tema material “amazônia” realizado em belém, pará;

• entrevistas com 4 stakeholders externos selecionados, representantes de comunidades fornecedoras da natura e de um órgão ambiental local;

• análise da evolução dos comprometimentos, estruturas e recursos dedicados à gestão da sustentabilidade;

• análise de políticas, procedimentos e relatórios de desempenho relacionados à sustentabilidade;

• avaliação dos processos de coleta, agregação, validação e reporte de dados de sustentabilidade, incluindo testes de confiabilidade (exatidão e abrangência) e rastreabilidade de dados de sustentabilidade;

• análise de comunicações internas e externas sobre temas e desempenho de sustentabilidade da natura.

5. Conclusões

com base no trabalho de verificação realizado, a DnV pode concluir que:

• a informação fornecida no relatório sobre temas materiais reflete de forma abrangente e confiável a estratégia, as políticas, as atividades e o desempenho de sustentabilidade da natura, no período coberto pelo relatório;

• a natura continuou a aprofundar o entendimento dos temas materiais para a gestão da sustentabilidade, junto com a ampliação significativa do processo de engajamento de seus stakeholders no brasil e pela primeira vez nas operações internacionais, em relação a sua estratégia de gestão da sustentabilidade e ao conteúdo do relatório;

• a confiabilidade da informação especificada para a verificação de acordo com os princípios da aa1000 apS (2008) apresenta devido à falta de sistematização dos processos de gestão de dados, especialmente nas operações internacionais;

• a informação no relatório é apresentada de acordo com as diretrizes da gri g3 (2006), cumprindo os requi-sitos referentes ao nível de aplicação a+ declarado pela natura.

Seguem as principais constatações e conclusões da DnV em relação à aplicação pela natura dos princípios da gri g3 (2006) e da aa1000apS (2008):

Materialidade

• em 2010, a natura continuou a aprofundar a definição da materialidade por meio de um ciclo de engajamento realizado com o objetivo de atualizar os temas materiais para a gestão e para o relato, e aprofundar o entendimen-to dos temas materiais, em particular os de impacto de produtos e de educação;

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• o processo de materialidade passou a ser realizado em nível corporativo com o primeiro engajamento de stakeholders realizado em operações internacionais selecionadas. os resultados da nova matriz de materialidade devem ser incorporados no planejamento estratégico de 2011 e no próximo ciclo de relato:

• a relação entre os temas materiais da empresa e o planejamento estratégico, os compromissos e as metas da natura para a gestão sustentabilidade é apresentada de forma explícita e clara no relatório.

Inclusão de stakeholders e nível de resposta

• a natura continuou a expandir e aprofundar suas práticas de engajamento em 2010, com a realização de encontros virtuais e presenciais incluindo 22 painéis de diálogos, mais do que o dobro realizado no ano anterior. Qualitativamente, além da ampliação de seu escopo geográfico, o engajamento incluiu consultas a novos públi-cos, como ex-consultores e consultoras, assim como diálogos sobre questões específicas associadas aos temas materiais;

• o ciclo realizado em 2010 contribuiu para consolidar o engajamento como processo de gestão e de diálogo contínuo;

• o relatório foi construído tomando em conta os resultados deste ciclo, incluindo consultas específicas sobre o relatório 2010 e sobre as evoluções necessárias do processo de relato a médio prazo.

Contexto de sustentabilidade

• a natura apresenta seu entendimento e sua visão do desenvolvimento sustentável, tema que passou a ser um dos 12 direcionadores de cultura da organização. também descreve no relatório a forma como integra as questões de sustentabilidade no planejamento estratégico e na gestão operacional da organização, no intuito de contribuir a curto e longo prazo para a melhoria das condições sociais, econômicas e ambientais em nível local, regional ou global (exemplo: relação entre o início da manufatura internacional e a gestão das mudanças climáticas);

• a ampliação do exercício de materialidade às operações internacionais deve ajudar a natura e capturar melhor os desafios de sustentabilidade em nível local e suas conseqüências para a gestão e para o relato da organização.

Confiabilidade e exatidão

• a confiabilidade dos dados continua limitada pela variabilidade da automatização e sistematização dos proces-sos de coleta, compilação, verificação, análise e reporte de dados. aprimoramentos e alterações metodológicos de um ano para o outro são devidamente descritos no relatório, e continuam freqüentes;

• em 2010, a natura implantou algumas ações de melhoria no processo de coleta de dados para o relatório com a inclusão de uma ferramenta online para o preenchimento dos dados pelas áreas responsáveis;

• o grau de confiabilidade associado aos dados reportados assim como o compromisso da empresa em apri-morar seu sistema de gestão de dados de sustentabilidade poderiam ser mais explícitos no relatório.

Abrangência e periodicidade

• a abrangência temporal e geográfica do relatório está claramente definida, sendo a maioria dos indicadores de desempenho de sustentabilidade aplicável ao brasil. as limitações no reporte dos indicadores relacionadas à abrangência geográfica são devidamente indicadas. algumas informações pontuais referentes a 2011 são incluídas no relatório quando forem necessárias para a coerência do relato;

• em 2010, a natura continuou a ampliar a análise dos impactos e indicadores ambientais a sua cadeia de valor, com alguns projetos piloto relacionados por exemplo à pegada hídrica de produtos e ao mapeamento das externalidades da cadeia produtiva. essas iniciativas devem permitir à natura aprimorar progressivamente o diagnóstico e o reporte dos impactos de suas operações e seus produtos;

o reporte dos indicadores de desempenho de sustentabilidade das operações internacionais permanece limitado.

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Comparabilidade

• a natura continuou a identificar práticas de referência em sustentabilidade, de forma a comparar e avaliar seu desempenho de sustentabilidade e melhorar suas próprias práticas de gestão;

• a comparabilidade é limitada no que diz respeito à comparação do desempenho de sustentabilidade entre as unidades da empresa e à abrangência geográfica dos indicadores.

Clareza e equilíbrio

• o relatório apresenta uma descrição de desempenho equilibrada, incluindo resultados positivos assim como dificuldades e oportunidades de melhoria;

• a ênfase nos temas reportados é geralmente proporcional a sua materialidade;

• as informações do relatório continuam disponibilizadas em diversos formatos e canais de comunicação, refle-tindo a preocupação da natura pela acessibilidade de suas informações de desempenho para seus stakeholders.

6. recomendações

com base nas conclusões da verificação expostas acima, a DnV emite as seguintes recomendações no intuito de promover a melhoria contínua do relatório:

Inclusão de stakeholders e nível de resposta

• continuar a aprimorar a descrição dos interesses e expectativas dos stakeholders e a forma como a natura responde a essas com relação ao conteúdo do relatório e à definição da estratégia de sustentabilidade.

Confiabilidade

• Sistematizar os processos de gestão de dados, especialmente nas operações internacionais, junto com a implan-tação de processos de controle interno e garantia da qualidade dos dados de desempenho de sustentabilidade.

Abrangência e comparabilidade • ampliar o monitoramento e o relato das informações e dos indicadores de desempenho às operações inter-nacionais, para permitir o reporte completo dos indicadores assim como a comparabilidade interna do desem-penho de sustentabilidade;

• aprofundar a análise e o relato dos impactos e indicadores de desempenho de sustentabilidade dos produtos comercializados pela empresa, dando continuidade às iniciativas piloto e inovadoras iniciadas em 2010.

Det norske Veritas, São paulo, 15 de abril de 2011.

Jasmin Eymery Alexandre Simões Jorge Antonio Ribeiro Verificador principal Verificador Controle da qualidade

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Sobre o rElatóriopelo 11º ano consecutivo publicamos o relatório anual natura, elaborado a partir das diretrizes da global reporting initiative (gri), referente ao período de 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2010. adotamos a versão g3 da gri e, pelo quarto ano consecutivo, declaramos ter alcançado o nível de aplicação a+ para o relato dos desempenhos econômico, social e ambiental.

as informações socioambientais passaram pela verificação externa da companhia Det norske Veritas (DnV). para as emissões de gases de efeito estufa (gee), foi realizada uma verificação específica (asseguração limitada) dos dados do inventário de 2010 pela consultoria pwc. Já as informações econômico-financeiras foram auditadas pela Deloitte touche tohmatsu auditores independentes.

estão contempladas nesta publicação as informações referentes a todas as nossas operações, incluindo argentina, chile, colômbia, méxico, peru e França, além das operações na bolívia e na américa central onde atuamos por meio de distribuidores. a predominância do escopo das informações socioambientais está relacionada às atividades do brasil, onde estão concentradas a nossa produção e, consequentemente, a maior parcela dos nossos impactos sociais e ambientais. Já os dados econômicos englobam todas as nossas operações.

Desde 2009, incluímos em nossos cálculos sobre nossos principais impactos ambientais – consumo de água e energia e na geração de resíduos – os dados de fornecedores terceiristas do brasil, que fabricam nossos produtos acabados. Dessa forma, realizamos um diagnóstico mais preciso a respeito dos impactos gerados por nossas operações. temos o desafio futuro de passar a monitorar também os indicadores das unidades terceiristas nas operações internacionais. em 2010, demos início à produção na argentina e temos previsão de iniciar a manufatura na colômbia e no méxico em 2011.

eventuais mudanças significativas com relação aos anos anteriores, bem como alterações em base de cálculos ou nas técnicas de medição dos indicadores, estão informadas ao longo do texto e nas tabelas.

apresentamos ainda os dados sobre o relacionamento com os nossos públicos prioritários, que definimos como construtores da nossa marca: colaboradores, consultoras e consultoras natura orientadoras, consumidores, fornecedores, comunidades fornecedoras, comunidades do entorno, acionistas e governo.

as informações deste relatório estão disponibilizadas em diversos formatos, com informações acessíveis em diferentes canais de comunicação:

• relatório de administração – versão publicada nos jornais Valor econômico, brasil econômico e Diário oficial no dia 24 de fevereiro de 2011 com os principais dados de desempenho do ano.

• Caderno para formadores de opinião – a principal publicação impressa, com as informações mais relevantes de nosso desempenho. Disponível nos idiomas português, inglês e espanhol.

• Internet – apresenta o conteúdo completo em português e inglês. acesse nosso endereço eletrônico www.natura.net/relatorio.

• Edição especial para colaboradores – reúne os temas de maior interesse do nosso público interno e encontra-se na internet nas versões português e espanhol.

• Edição especial para consultoras e consultores – traz informações específicas para nosso canal de vendas, apenas em português, disponibilizado na internet.

• A elaboração do relatório foi discutida e também divulgada na plataforma virtual natura conecta (www.naturaconecta.com.br). o portal tem acesso livre a todos os interessados.

conStrução Da materialiDaDea participação dos nossos públicos na construção da matriz de materialidade não embasa apenas a definição do conteúdo do relatório, mas também direciona nossa gestão estratégica de sustentabilidade. as demandas capturadas ao longo do processo geram um diagnóstico para a alta gestão elaborar os planos da empresa que estão, consequentemente, refletidos no relato da companhia.

realizada a cada dois anos, a matriz de materialidade é resultado do cruzamento dos temas socioambientais, apontados como relevantes pelos nossos públicos (eixo externo) e a sua importância para a empresa (eixo interno), de acordo com a sua estratégia, seus riscos ou oportunidades de atuação e seu pioneirismo.

a matriz apresentada neste relatório foi construída em 2008 e detalhada e ampliada com nossos públicos de relacionamento da operação brasil em 2009. ao todo, foram envolvidas aproximadamente 1,4 mil pessoas no processo. Definimos assim os seguintes temas prioritários em sustentabilidade: amazônia, biodiversidade, educação, gases de efeito estufa, impacto dos produtos e Qualidade das relações. a região amazônica não foi apontada pelos públicos, mas incluímos entre nossas prioridades porque consideramos este um fator-chave para o desenvolvimento do país (leia mais na página 28, temas prioritários).

matriz De MatErialiDaDE

Nível de controle e influência alto médio baixo

Inte

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EXT

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O

Importância NaturaINTERNO

Biodiversidade

Gases de efeito estufa

Qualidade das relações

Impacto de produtos

Educação

ao longo de 2010, fizemos um novo ciclo de engajamento para a atualização da materialidade, com importantes avanços. as definições

Nível de Aplicação do Relatório C C+ B B+ A A+Responda aos ítens:1.1;2.1 a 2.10;3.1 a 3.8, 3.10 a 3.12;4.1 a 4.4, 4.14 a 4.15;

Responda a todos os critérios elencados para o Nível C mais:1.2;3.9, 3.13;4.5 a 4.13, 4.16 a 4.17

O mesmo exigido para o Nível B

Não exigido Informações sobre a Forma de Gestão para cada Categoria de indicador

Forma de Gestão divulgada para cada Categoria de Indicador

Responda a um mínimo de 10 indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas: Social, Econômico e Ambiental.

Responda a um mínimo de 20 indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas: Econômico, Ambiental., Direitos Humanos, Práticas Trabalhistas, Sociedade, Responsabilidade pelo Produto

Responda a cada indicador essencial da G3 e do Suplemento Setorial* com a devida consideração ao Princípio da Materialidade de uma das seguintes formas: (a) respondendo ao indicador ou (b) explicando o motivo da omissão.

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* Suplemento Setorial em sua versão final

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Perfil da G3

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Indicadores de Desempenho da

G3 & Indicadores de Desempenho do Suplemento Setorial

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Princípios do Indicadores Indicadores GRI Onde encontrar Global Compact GRI relevantes indiretamente relevantes mais informaçõesPrincípios de Direitos Humanosprincípio 1 Hr1; Hr2; Hr3; Hr4; Hr5; la4; la13; págs. 41 e 64 respeitar e proteger os direitos humanos Hr6; Hr7; Hr8; Hr9 la14; So1 princípio 2 impedir violações de direitos humanos Hr1; Hr2; Hr8 pág. 68Princípios de Direitos do Trabalhoprincípio 3 apoiar a liberdade de associação no trabalho Hr5; la4; la5 pág. 44, 49 e 50princípio 4 abolir o trabalho forçado Hr7 Hr1; Hr2; Hr3 págs. 65 e 66princípio 5 abolir o trabalho infantil Hr6 Hr1; Hr2; Hr3 págs. 65 e 66

princípio 6 eliminar a discriminaçãono emprego Hr4; la2; la13; la14 Hr1; Hr2; ec5; ec7; la13 págs. 41, 48, 49 e 63

Princípios de Proteção Ambientalprincípio 7 apoiar abordagem preventiva aos desafios ambientais cap. geração de Valor ambiental ec2 págs. 14 e 79princípio 8 en2; en5; en6; en7; en10; ec2; en1; en3; en4; en8; en9; promover a responsabilidade ambiental en13; en14; en18; en21; en11; en12;en15; en16; en17; págs. 79 a 91 en22; en26; en27; en30 en19;en20; en23; en24; en25; en28; en29; pr3; pr4princípio 9 en2; en5; en6; en7; incentivar tecnologias ambientalmente amigáveis en10; en18; en26;en27 págs. 39 e 35 Princípio contra a Corrupçãoprincípio 10 combater a corrupção em todas as suas formas, So2; So3; So4 So5; So6 págs. 21, 73 e 74 inclusive extorsão e propina

princípioS Do pacto globalDesde julho de 2000, a natura é signatária do pacto global, iniciativa da organização das nações unidas (onu), que reúne empresas, trabalhadores e sociedade civil para promover o crescimento sustentável e a cidadania (veja tabela abaixo).também somos integrantes do comitê brasileiro do global compact (cbpg), criado a partir de parceria entre o instituto ethos e o programa das nações unidas para o Desenvolvimento (pnud), em 2003.

desse processo serão incorporadas às discussões do planejamento estratégico da natura em 2011 e divulgadas no próximo ciclo de relato.

entre as evoluções para a próxima matriz, destacamos a inclusão dos públicos das operações internacionais da américa latina, o que nos permitirá identificar temas prioritários que reflitam todas as nossas unidades e não apenas a operação brasil. realizamos um painel multistakeholder em nossa sede, em cajamar (Sp), e diálogos para este fim na argentina, no peru, na colômbia, no méxico, em 2010, e em março de 2011, no chile.

Demos sequência ao Wiki relatório no início de 2011. resgatamos as discussões realizadas nos seis fóruns virtuais de 2010 e apresentamos as evoluções do nosso trabalho nos temas prioritários. a plataforma também foi utilizada para a priorização dos temas da nova matriz de materialidade. nosso objetivo foi permitir aos participantes a contribuição, de maneira colaborativa, às ações da natura, avaliando-as e fazendo sugestões, transformando o relatório em um documento vivo, a serviço da comunicação e do diálogo permanente. a comunidade do Wiki relatório natura está disponível em www.naturaconecta.com.br e todos os interessados podem participar. a plataforma também foi utilizada para discussão de temas do relatório (leia mais na página 37, construção coletiva).

também realizamos um painel com especialistas, com a participação de colaboradores e fornecedores envolvidos com o processo de relato

da natura e profissionais de comunicação e sustentabilidade externos. propusemos uma reflexão sobre as características atuais do nosso relato e as evoluções necessárias, apontando formatos mais adequados, tipos de abordagem e periodicidade.

o processo de levantamento de informações para o relatório anual é apoiado por uma consultoria em comunicação para a sustentabilidade e contou com a realização de mais de 50 entrevistas com representantes tanto do público interno quanto do controle, além da atualização de indicadores por diversas áreas da empresa. tivemos melhorias na coleta de dados no ano passado com a inclusão de uma ferramenta on-line para o preenchimento dos dados pelas áreas responsáveis, mas sabemos que ainda precisamos evoluir na gestão ao longo do ano. o conteúdo também passa pela avaliação de um comitê interno composto por gestores responsáveis pela qualidade das relações com nossos diversos públicos e liderado pela alta gestão da natura. as informações são analisadas por auditoria externa.

Somos reconhecidos pelo esforço em integrar as informações econômicas, sociais e ambientais em nosso relato. reconhecemos, no entanto, que ainda temos muito espaço de evolução até que consigamos interrelacionar os principais impactos de nossas atividades.

para mais informações sobre o relatório, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

o cbpg é composto por empresas, agências do Sistema nas nações unidas no brasil, entidades empresariais, academia e organizações da sociedade civil que trabalham com os temas de Direitos Humanos, Direitos do trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. para mais informações sobre a iniciativa, consulte o site www.pactoglobal.org.br .

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ÍnDiCE remiSSiVo

consulte tabela abaixo para localizar os indicadores de desempenho, segundo o padrão gri, assim como as referências e explicações para aqueles que reportamos parcialmente.

1. Estratégia e análise

perfil Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada1,1 mensagem da presidência e da presidência do conselho. total 51,2 Descrição dos impactos, riscos e oportunidades. total 52. Perfil organizacional

perfil Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada2,1 nome da organização. total 92,2 marcas, produtos e/ou serviços. total 92,3 estrutura operacional. total 92,4 localização da sede da organização. total 92,5 atuação geográfica. total 92,6 natureza jurídica. total 92,7 mercados atendidos. total 92,8 porte da organização. total 9 102, 103 e 128 2,9 mudanças durante o período coberto pelo relatório. total 92,10 prêmios e certificações. total 103. Parâmetros para o relatório

perfil Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada3,1 período coberto pelo relatório. total 1383,2 relatório anterior. total 1383,3 periodicidade. total 1383,4 Dados para contato. total 1393,5 Definição do conteúdo. total 1383,6 limite do relatório. total 1383,7 escopo do relatório. total 1383,8 base para a elaboração do relatório. total 1383,9 técnicas de medição e bases de cálculos. total 1393,10 consequências de reformulações de informações. total 1383,11 mudanças significativas. total 1383,12 Sumário gri. total 1403,13 Verificação externa. total 1344. Governança, compromissos e engajamento

perfil Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada4,1 estrutura de governança. total 164,2 indicação caso o presidente do mais alto órgão de governança também seja um diretor executivo. total 164,3 número de membros independents ou não executivos do mais alto órgão de governança. total 164,4 mecanismos para recomendações a órgãos de governança. total 414,5 relação entre remuneração e o desempenho econômico e socioambiental. total 234,6 processos para evitar conflitos de interesse. total 164,7 Qualificação dos conselheiros. total 164,8 Valores, códigos de conduta e princípios internos. total 34,9 atuação do conselho de administração. total 214,10 autoavaliação do conselho de administração. total 174,11 princípio da precaução. total 614,12 cartas, princípios e iniciativas. total 75;139 4,13 participação em associações. total 854,14 relação de stakeholders. total 1384,15 identificação de stakeholders. total 1384,16 engajamento dos stakeholders. total 33 e 39

4,17 principais temas e precauções de stakeholders. total 32-33; 38; 54; 62; 68

indicadores de Performance

Econômico

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão econômica total 98

Desempenho econômico

ec1Valor econômico direto gerado e distribuído, incluindo receitas, custos operacionais, remuneração de empregados, doações e outros investimentos na comunidade, lucros acumulados e pagamentos para provedores de capital e governos.

total 94; 103; 105, 106 e 131

ec2 implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização devido a mudanças climáticas. total 21 e 27

ec3 cobertura das obrigações do plano de pensão de benefício definido que a organização oferece. total 50ec4 ajuda financeira significativa recebida do governo. total 36; 74 e 95presença no mercado

ec5 Variação da proporção do salário mais baixo comparado ao salário mínimo local em unidades operacio-nais importantes. total 49

ec6 políticas, práticas e proporção de gastos com fornecedores locais em unidades operacionais importantes. parcial 69

relatamos nossas práticas de compras de fornecedores locais e gastos com esses, mas não apresentamos o percentual em relação ao total de fornecimento porque a informação não está disponível.. passaremos a fazer a gestão deste dado em 2011, desta forma reportaremos seus resultados em 2012.

ec7 procedimentos para contratação local e proporção de membros da alta gerência recrutados na comuni-dade local em unidades operacionais importantes. total 47

impactos econômicos indiretos

ec8 Desenvolvimento e impacto de investimentos em infra-estrutura e serviços oferecidos, principalmente para benefício público, por meio de engajamento comercial, em espécie ou atividades pro bono. total 48; 68 e 92

ec9 identificação e descrição de impactos econômicos indiretos significativos, incluindo a extensão dos impactos. total 54 e 94

Ambiental

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão ambiental total 79

materiais

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en1 materiais usados por peso ou volume. parcial 86

relatamos o total de materiais utilizados por peso e volume, mas não utilizamos a estratificação por materiais não renováveis e materiais diretos utilizados porque a informação não está disponível. passaremos a fazer a gestão deste dado em 2012, desta forma reportaremos seus resultados em 2013.

en2 percentual dos materiais usados provenientes de reciclagem. total 86 e 87energiaen3 consumo de energia direta discriminado por fonte de energia primária. total 91en4 consumo de energia indireta discriminado por fonte primária. total 91en5 energia economizada devido a melhorias em conservação e eficiência. total 91

en6 iniciativas para fornecer produtos e serviços com baixo consumo de energia, ou que usem energia gerada por recursos renováveis, e a redução na necessidade de energia resultante dessas iniciativas. total 90

en7 iniciativas para reduzir o consumo de energia indireta e as reduções obtidas. total 90Águaen8 total de retirada de água por fonte. total 89en9 Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. total 89en10 percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. total 89biodiversidade

en11 localização e tamanho da área possuída, arrendada ou administrada dentro de áreas protegidas, ou adjacente a elas, e áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas. total 86

en12 Descrição de impactos significativos na biodiversidade de atividades, produtos e serviços em áreas protegidas e em áreas de alto índice de biodiversidade fora das áreas protegidas. total 83

en13 Habitats protegidos ou restaurados. total 69 e 86en14 estratégias, medidas em vigor e planos futuros para a gestão de impactos na biodiversidade. total 29 e 83

en15 número de espécies na lista Vermelha da iucn e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações, discriminadas por nível de risco de extinção. total 29 e 84

emissões, efluentes e resíduosen16 total de emissões diretas e indiretas de gases causadores do efeito estufa, por peso. total 79en17 emissões indiretas relevantes de gases causadores do efeito estufa, por peso. total 79en18 iniciativas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e as reduções obtidas. total 79-80en19 emissões de substâncias destruidoras da camada de ozônio, por peso. total 80en20 nox, Sox e outras emissões atmosféricas significativas, por tipo e peso. total 80en21 Descarte total de água, por qualidade e destinação. total 89en22 peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. total 88en23 número e volume total de derramamentos significativos. total 89

en24peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da convenção da basiléia – anexos i, ii, iii e Viii, e percentual de carregamentos de resíduos transportados

total 88

internacionalmente.

en25 identificação, tamanho, status de proteção e valor de biodiversidade de corpos d’água e seus habitats significativamente afetados por descartes de água e drenagem realizados pela organização relatora. parcial 89

relatamos informações sobre os corpos d`água impactados pelos nossos descartes, mas não reportamos a dimensão e o valor da biodiversidade do corpo d’água. informação não é material para o nosso negócio.

produtos e serviços

en26 iniciativas para mitigar os impactos ambientais de produtos e serviços e a extensão da redução desses impactos. parcial 78; 86-88

relatamos diversas iniciativas para mitigar os impactos ambientais de nossos produtos e serviços. não incluímos na publicação as ações de mitigação dos impactos relacio-nados aos ruídos. a matriz de materialidade da natura priorizou temas am-bientais como gases de efeito estufa, impacto de produtos com atenção especial para resíduos sólidos, não incluindo a questão da poluição sonora.a informação não material é material para o nosso negócio.

en27 percentual de produtos e de suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, por categoria de produto. parcial 57

relatamos o peso total de produtos e embalagens recuperados, mas não a porcentagem em relação ao total faturado.a informação ainda não está disponível. passaremos a fazer a gestão deste dado em 2012, desta forma, reporta-remos seus resultados em 2013. o tema resíduos é nossos prioritário para a natura, refletido em nosso exercício de materialidade. para nós, é importante atuar de forma a promover resultados para a sociedade, mais do que apenas para a natura. por isso, nossas ações contabilizarão também materiais além de nossos produtos.

conformidade

en28 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não conformidade com leis e regulamentos ambientais. total 83

transporte

en29 impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais utilizados nas operações da organização, bem como do transporte dos trabalhadores. total 78 e 80

geral

en30 total de investimentos e gastos em proteção ambiental, por tipo. parcial 95

relatamos diversos investimentos e gastos de nossa orga-nização, inclusive sobre meio ambiente, mas não utilizamos a segmentação solicitada pelo indicador. a informação não é material para o nosso negócio.

Desempenho social – Práticas trabalhistas e trabalho decente

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão de práticas trabalhistas total 43-44

empregola1 total de trabalhadores por tipo de emprego, contrato de trabalho e região. total 43

la2 número total e taxa de rotatividade de empregados por faixa etária, gênero e região. parcial 47

relatamos o total de desligamentos e a taxa de rotativida-de por região, mas não apresentamos a segmentação por gênero e faixa etária. a informação não é material para o nosso negócio.

la3 benefícios oferecidos a empregados de tempo integral que não são oferecidos a empregados temporá-rios ou em regime de meio período, discriminados pelas principais operações. total 50

relações entre trabalhadores e a administraçãola4 percentual de empregados abrangidos por acordos de negociação coletiva. total 50

la5 prazo mínimo para notificação com antecedência referente a mudanças operacionais, incluindo se esse procedimento está especificado em acordos de negociação coletiva. parcial 50

comunicamos com antecedência as mudanças operacio-nais, mas temos um prazo mínimo para realizar essa noti-ficação. a informação não é material para o nosso negócio.

Segurança e saúde ocupacional

la6percentual dos empregados representados em comitês formais de segurança e saúde, compostos por gestores e trabalhadores, que ajudam no monitoramento e aconselhamento sobre programas de segurança e saúde ocupacional.

total 52

la7 taxas de lesões, doenças ocupacionais, dias perdidos, absenteísmo e óbitos relacionados ao trabalho, por região. parcial 52

relatamos diversos dados sobre saúde e segurança no trabalho, mas não reportamos a divisão desses dados por região. a informação não é material para o nosso negócio.

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la8programas de educação, treinamento, aconselhamento, prevenção e controle de risco em andamento para dar assistência a empregados, seus familiares ou membros da comunidade com relação a doenças graves.

total 52

la9 temas relativos à segurança e à saúde cobertos por acordos formais com sindicatos. total 52treinamento e educaçãola10 média de horas de treinamento por ano, por empregado, discriminadas por categoria funcional. total 44

la11 programas para gestão de competências e aprendizagem contínua que apóiam a continuidade da empregabilidade dos funcionários e para gerenciar o fim da carreira. total 50

la12 percentual de empregados que recebem regularmente análises de desempenho e de desenvolvimento de carreira. total 47

Diversidade e igualdade de oportunidades

la13 composição dos grupos responsáveis pela governança corporativa e discriminação de empregados por categoria, de acordo com gênero, faixa etária, minorias e outros indicadores de diversidade. parcial 48

relatamos a composição do quadro de empregados se-gundo nossa visão de diversidade, mas não segmentamos os dados por gênero e faixa etária. a informação não é material para o nosso negócio.

la14 proporção de salário base entre homens e mulheres, por categoria funcional. total 49Social: Direitos Humanos

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão de Direitos Humanos total 38; 41 e 45

práticas de gestão e investimento

Hr1 percentual e número total de contratos de investimento significativos que incluam cláusulas referentes a direitos humanos ou que foram submetidos a avaliações referentes a direitos humanos. total 63

Hr2 percentual de empresas contratadas e fornecedores críticos que foram submetidos a avaliações referen-tes a direitos humanos, e medidas tomadas. total 63

Hr3total de horas de treinamento para empregados em políticas e procedimentos relativos a aspectos de direitos humanos relevantes para as operações, incluindo o percentual de empregados que recebeu treinamento.

total 45

não discriminaçãoHr4 número total de casos de discriminação e as medidas tomadas. total 41liberdade de associação e negociação coletiva

Hr5 operações identificadas em que o direito de exercer a liberdade de associação e a negociação coletiva pode estar correndo risco significativo e as medidas tomadas para apoiar esse direito. total 50

trabalho infantil

Hr6 operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho infantil e as medidas tomadas para contribuir para a abolição do trabalho infantil. total 55, 63 e 65

trabalho forçado ou análogo ao escravo

Hr7operações identificadas como de risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou análogo ao escravo e as medidas tomadas para contribuir para a erradicação do trabalho forçado ou análogo ao escravo.

total 55 e 63

práticas de segurança

Hr8 porcentagem do pessoal de segurança submetido a treinamento nas políticas ou procedimentos da organização relativos a aspectos de direitos humanos que sejam relevantes às operações. parcial 46

informamos nossas práticas de segurança, que englobam treinamentos de Direitos Humanos, mas não relatamos a porcentagem das equipes de segurança submetidas a trei-namentos e terceiros que participaram dos treinamentos em relação ao total. não temos esse dado disponível.

Direitos indígenasHr9 número total de casos de violação de direitos dos povos indígenas e medidas tomadas. total 65 e 96Social: Sociedade

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão Social total 92 e 95

comunidade

So1 natureza, escopo e eficácia de quaisquer programas e práticas para avaliar e gerir os impactos das operações nas comunidades, incluindo a entrada, operação e saída. total 64

corrupção

So2 percentual e número total de unidades de negócios submetidas a avaliações de riscos relacionados a corrupção. total 21

So3 percentual de empregados treinados nas políticas e procedimentos anticorrupção da organização. total 45So4 medidas tomadas em resposta a casos de corrupção. total 21políticas públicasSo5 posições quanto a políticas públicas e participação na elaboração de políticas públicas e lobbies. total 74

So6 Valor total de contribuições financeiras e em espécie para partidos políticos, políticos ou instituições relacionadas, discriminadas por país. total 16

concorrência desleal

So7 número total de ações judiciais por concorrência desleal, práticas de truste e monopólio e seus resultados. total 74

conformidade

So8 Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias resultantes da não-conformidade com leis e regulamentos. total 74

Social: Responsabilidade pelo produto

indicadores de desem-penho Descrição relato páginas Detalhamento sobre parte não reportada

abordagem de gestão de responsabilidade pelo produto

total 60-61 e 87

Saúde e segurança do cliente

pr1 Fases do ciclo de vida de produtos e serviços em que os impactos na saúde e segurança são avaliados visando melhoria, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a esses procedimentos. total 61

pr2número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos causados por produtos e serviços na saúde e segurança durante o ciclo de vida, discriminados por

total 61

tipo de resultado.rotulagem de produtos e serviços

pr3 tipo de informação sobre produtos e serviços exigida por procedimentos de rotulagem, e o percentual de produtos e serviços sujeitos a tais exigências. total 87

pr4 número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultado. total 61

pr5 práticas relacionadas à satisfação do cliente, incluindo resultados de pesquisas que medem essa satisfa-ção. total 44 e 59

comunicação e marketing

pr6 programas de adesão às leis, normas e códigos voluntários relacionados a comunicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio. total 60

pr7 número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a comu-nicações de marketing, incluindo publicidade, promoção e patrocínio, discriminados por tipo de resultado. total 60

privacidade do cliente

pr8 número total de reclamações comprovadas relativas à violação de privacidade e à perda de dados de clientes. total 55 e 60

conformidadepr9 multas relacionadas ao fornecimento e uso dos produtos e serviços. total 61

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EXPEDiEntEDireção de arte e projeto gráficomodernsign Design e inovação

texto e revisãoreport comunicação

tratamento e pré-impressãomodernsign Design e inovação

impressãomargraf

FotografiasDaniela giorgia Spinardi e Wilson Spinardi Júnior (capa, capa verso, quarta capa, p. 1 a 5, 20, 21, 34, 35, 38, 42, 54, 56, 58, 59)marcio Scavone (p. 6 e 8)marcos Suguio (p. 48)taterka (p. 36, 46, 50, 52 e 73)

apuração de indicadores Diretoria de Sustentabilidade, Vice-presidência de Finanças e informação e report comunicação

Coordenação geralDiretoria de assuntos corporativos e relações governamentais

Este relatório foi composto em GillSans e impresso em papel Couché Suzano Print Matte 230 g/m2 na capa e 115 g/m2 no miolo. Desta edição foram impressos 3.000 exemplares em português, 1.000 em inglês e 1.000 em espanhol.

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Grupo de produto proveniente de florestasbem manejadas e fontes controladaswww.fsc.org Cert no. SW-COC-003581© 1996 Forest Stewardship Council

Fontes Mistas

Este impresso foi produzido pela MARGRAF, com papel oriundo de floresta certificada e outras fontes controladas, o que demonstra nossa

preocupação e responsabilidade com o meio ambiente