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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 FORTISSIMO Nº 05 2017 06 ABR 07 ABR VOCÊ ESTÁ AQUI Presto Veloce

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F O R T I S S I M O N º 0 5 2017

06 ABR07 ABR

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2017

LINHA DO TEMPO — 3 de 12 Em cada programa de concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.

21 mai 17 jun 8 a 19 set 13 dez

Turnê nacional Norte e Nordeste

Novamente rumo ao Brasil, desta vez para ocupar os mais

importantes teatros de Salvador, João Pessoa, Recife, Natal, Fortaleza, Belém e Manaus

(foto). Uma longa e incrível viagem, público caloroso e a música de Carlos Gomes,

Beethoven, Mozart e Dvorák. Regência de Fabio Mechetti.

Prêmio APCA

A Associação Paulista de Críticos

de Artes (APCA) elege a Filarmônica como melhor grupo musical erudito de 2010, em uma das mais importantes

premiações da área cultural do Brasil.

No ano anterior, 2009, o maestro

Fabio Mechetti havia recebido

o Prêmio Carlos Gomes de melhor

regente por seu trabalho com a

Filarmônica.

Turnê Estadual TupaciguaraAs turnês estaduais são um capítulo à parte em nossa história. Desde seu primeiro ano,

a Filarmônica viaja por Minas Gerais e, muitas vezes, a lugares que nunca haviam recebido uma orquestra. Foi assim com Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, então com 24 mil

habitantes. Na praça João de Barros Ferreira, duas mil pessoas ouviram os compositores brasileiros Braga, Fernandez e Gomes, bem como os estrangeiros Dvorák, Mozart,

Tchaikovsky e Piazzolla, sob a regência de Fabio Mechetti e solo de Cássia Lima na flauta. Após os aplausos, veio o melhor daquela noite – uma longa fila de cumprimentos em que

cada aperto de mãos confirmou nossa certeza: a música fala diretamente ao coração.

Residência na Sala São Paulo

A Filarmônica volta a se apresentar na

Sala São Paulo, desta vez como orquestra

residente na temporada da Osesp. Berlioz,

Barber e Rachmaninov em três concertos

com regência de Fabio Mechetti e Alban

Gerhardt ao violoncelo.

JOÃO MARCOS COELHO, O ESTADO DE SÃO PAULO,

23 NOV 2010, ONLINE

18 a 20 nov

Estreia dos Concertos de Câmara

Os grupos de câmara da Filarmônica se apresentaram

pela primeira vez em concertos na Fundação de Educação Artística e

no Inhotim. As formações de Cordas, Sopros, Metais

e Percussão passaram a revelar a música em sua

forma mais íntima.

O memorável concerto da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

na Sala São Paulo reforça a tese de que o trabalho intenso, diário e sistemático de um maestro com

sua orquestra só pode levar – havendo competência e

comprometimento de todos, é lógico – a resultados formidáveis.

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Il tramonto é uma obra um tanto

desconhecida, mas espero que,

a partir de hoje, ocupe lugar

mais próximo no imaginário

dos amantes da boa música.

Toda a magia, paixão e mistério são

revelados neste balé impactante

do espanhol Manuel de Falla,

que traduziu a força marcante da

influência moura na música de

seu país. Num grande contraste de

danças envolventes e interlúdios

misteriosos, o enigma do amor

feiticeiro se revela em El amor brujo.

A noite se completa com a apresentação

de uma das sinfonias mais queridas

do repertório romântico, a bela

Sinfonia do Novo Mundo de Dvorák,

escrita pelo compositor tcheco quando

de sua passagem pelos Estados Unidos.

Nela percebemos a nítida influência

que a descoberta de um mundo novo

teve na sua concepção criativa.

Esperamos que aproveitem todas as

emoções contidas neste programa.

Bom concerto.

Uma das cantoras líricas mais

importantes do Brasil, Denise de Freitas

une-se à Filarmônica para nos brindar

com duas obras de absoluto contraste.

Nelas, a força dramática e poética

é explorada de maneira única por

dois grandes compositores do início

do século XX, Respighi e Falla.

A profundidade e a paixão contidas

no “Crepúsculo” de Respighi mostram

a grande habilidade que o compositor

tinha em traduzir as mais profundas

emoções com um mínimo de recursos.

Baseada em poema de Shelley,

Caros amigos e amigas,

F A B I O M E C H E T T IDiretor Artístico e Regente Titular

Fabio MechettiD I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R

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Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico

e Regente Titular da Orquestra Filarmônica

de Minas Gerais, sendo responsável pela

implementação de um dos projetos mais bem-

sucedidos no cenário musical brasileiro. Com

seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra

mineira nos cenários nacional e internacional

e conquistou vários prêmios. Com ela,

realizou turnês pelo Uruguai e Argentina

e realizou gravações para o selo Naxos.

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu

recentemente como Regente Principal

da Orquestra Filarmônica da Malásia,

tornando-se o primeiro regente brasileiro a

ser titular de uma orquestra asiática. Depois

de quatorze anos à frente da Orquestra

Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos,

atualmente é seu Regente Titular Emérito.

Foi também Regente Titular da Sinfônica

de Syracuse e da Sinfônica de Spokane.

Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav

Rostropovich na Orquestra Sinfônica

Nacional de Washington e com ela dirigiu

concertos no Kennedy Center e no Capitólio

norte-americano. Da Orquestra Sinfônica

de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de

Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica

de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras

orquestras norte-americanas, como as de

Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix,

Columbus, entre outras. É convidado

frequente dos festivais de verão nos

Estados Unidos, entre eles os de Grant Park

em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México,

Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as

orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo

e Hiroshima. Regeu também a Orquestra

Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra

da Rádio e TV Espanhola em Madrid,

a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia,

e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência

Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige

regularmente na Escandinávia, particularmente

a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de

Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua

estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica

de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra

Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com

a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica

Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras

de Porto Alegre e Brasília e as municipais de

São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com

artistas como Alicia de Larrocha, Thomas

Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,

Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori,

Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

Igualmente aclamado como regente de

ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo

a Ópera de Washington. No seu repertório

destacam-se produções de Tosca, Turandot,

Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte,

La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro

de Sevilha, La Traviata e Otello.

Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado

em Regência e em Composição pela

prestigiosa Juilliard School de Nova York.

FABIO MECHETTI , regente

DENISE DE FREITAS , mezzo-soprano programa

06 e 07 / ABRPresto e Veloce

O T T O R I N O R E S P I G H I

Il tramonto

M A N U E L D E F A L L A

El amor brujo: Suíte• Introdução e Cena• Noite. Na gruta • Canção do amor doloroso• Aparição do Fantasma• Dança do terror• Círculo mágico• Meia-noite• Dança ritual do fogo• Cena• Canção do fogo-fátuo • Pantomima• Dança do jogo do amor• Sinos do amanhecer

*

*

*

intervalo

A N T O N Í N D V O R Á K

Sinfonia nº 9 em mi menor, op. 95, “Do Novo Mundo” • Adagio – Allegro molto• Largo• Molto vivace• Allegro con fuoco

Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité apresentam

Denise é uma das mais importantes artistas

líricas do Brasil na atualidade. Com voz de

grande extensão e timbre escuro, ela tem

conquistado o público e a crítica com intensas

e sensíveis atuações tanto no drama como

na comédia. “(...) Denise é uma das maiores

cantoras e maiores artistas do Brasil”, escreveu

Arthur Nestrovski no jornal Folha de São Paulo.

Sempre com sucesso de crítica, atuou como

Azucena em Il Trovatore no Teatro Municipal

de São Paulo e durante o Festival de Ópera do

Teatro da Paz. Foi Fricka em A Valquíria e Suzuki

em Madame Butterfly no Teatro Municipal

do Rio de Janeiro. No Teatro Municipal de

São Paulo cantou em O Ouro do Reno e brilhou

como Waltraute em O Crepúsculo dos Deuses.

Recentemente, apresentou uma série de

concertos com a ópera Yerma, de Villa-Lobos,

em Berlim, Paris e Lisboa.

Denise de Freitas conquistou o Prêmio

Carlos Gomes nos anos 2004, 2009 e 2011,

por suas interpretações como Dalila em

Sansão e Dalila, como o Compositor em

Ariadne auf Naxos, como Fricka em A Valquíria

e como o Menino em L’enfant et les sortilèges,

montagens para o Teatro Municipal de São Paulo;

também por sua atuação em Nabucco, no

Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e como

Irmã Marie em Les Dialogues des Carmélites,

no Festival Amazonas de Ópera.

Seu repertório operístico inclui também

Cherubino (As bodas de Fígaro),

Nicklausse (Les Contes d’Hoffmann),

Hänsel (Hänsel e Gretel), Siebel (Fausto),

Orfeu (Orfeu e Eurídice), Marquise de

Berkenfield (La Fille du Régiment),

Angelina (La Cenerentola), Rosina

(O barbeiro de Sevilha), Laura (La Gioconda),

Carmen (Carmen), Adalgisa (Norma)

e Charlotte (Werther).

Como concertista, Denise de Freitas

interpretou obras como El amor brujo de

Manuel de Falla; Das Lied von der Erde,

Sinfonias números 2 e 3, Kindertotenlieder

e Des Knaben Wunderhorn de Mahler;

Stabat Mater de Dvorák; Stabat Mater

de Pergolesi; Shéhérazade de Ravel;

O Messias de Haendel; Magnificat de Bach;

Magnificat-Aleluia de Villa-Lobos e

Sinfonia nº 9 de Beethoven.

Gravou o CD Lembrança de Amor, com

composições de Osvaldo Lacerda e Eudóxia

de Barros ao piano, álbum ganhador do

Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos

de Artes) em 2003 como Melhor CD do Ano.

Denise nasceu em São Paulo e teve como

orientadora a renomada cantora Lenice Prioli.

Em Nova York, aperfeiçoou-se com

Catherine Green e Patricia McCaffrey

e, na França, com Sylvia Sass.

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D E N I S E D E F R E I T A S

O T T O R I N O R E S P I G H IIl tramonto

Respighi pertence à chamada Geração de

Oitenta (1880) que, na Itália dominada

por longa tradição operística, lutou

pelo renascimento de uma música

instrumental vigorosa. Teve privilegiada

formação cosmopolita. Como violista da

Orquestra da Ópera de São Petersburgo,

estudou orquestração com Rimsky-Korsakov.

Em Berlim, foi discípulo do conservador

Max Bruch; entretanto, soube enriquecer

sua paleta orquestral em contato

com os aspectos inovadores da obra

de Richard Strauss e Debussy.

O sucesso de Respighi como compositor

se apoia, principalmente, em sua

orquestração moderna, inventiva e

atraente, consagrada na trilogia dos

poemas sinfônicos dedicados a diferentes

aspectos de Roma – suas Fontes, seus

Pinheiros e suas Festas. Por outro lado,

Respighi se identificou com o passado

musical de seu país – usou os modos

gregorianos em composições próprias e

transcreveu obras de velhos mestres.

Quanto à música vocal, o músico enfrentou,

com o experimentalismo de suas óperas,

o domínio do Verismo nos palcos italianos.

Nelas, os aspectos teatrais ficam em

plano secundário, diante da eloquente

orquestração. A melhor produção vocal de

Respighi, de especial suavidade e encanto,

situa-se no terreno intimista da canção de

câmara e do poemetto lirico (denominação

do próprio compositor para suas cantatas

com acompanhamento orquestral sobre

poemas de Percy Shelley e Gabriele

d‘ Annunzio, seus poetas favoritos).

O interesse do compositor pelas

vozes femininas cobre um período

de aproximadamente trinta anos,

até o último trabalho concluído,

a reconstrução da cantata Didone,

de Benedetto Marcello. Quando jovem,

Respighi trabalhara como pianista

acompanhador na escola de canto de

Etelka Gardini-Gerster. Escreveu muito

para Chiarina Fino Savio, inspirado

pelo requinte da arte vocal dessa amiga.

Mais tarde, esse privilégio estendeu-se

para Elsa Olivieri, sua esposa, cuja

tessitura vocal era similar à de Chiarina.

Il tramonto estreou na Accademia

di Santa Cecilia, em Roma, tendo

Chiarina Savio – a quem a obra fora

dedicada – como solista. Composta

originalmente para quarteto de cordas,

a obra será tocada pela Filarmônica

em versão para orquestra de cordas.

Os versos do inglês Shelley (traduzidos

para o italiano por Roberto Ascoli) relatam

o amor e a morte de dois jovens apaixonados.

A música, emotiva e enigmática, se adapta

maravilhosamente ao poema que, do ponto

de vista narrativo, divide-se em três partes:

Os amantes passeiam em um

bosque e contemplam o crepúsculo.

O jovem sussurra: “não é estranho,

Isabel? Eu nunca vi o nascer do sol.

Caminhemos aqui, amanhã bem

cedo, e você o verá comigo“.

Mas, ao amanhecer, Isabel vê ao seu

lado o corpo inerte do amante. Ela

gostaria de morrer também... mas tem,

aos seus cuidados, um pai idoso. Apenas

sobrevive – por pouco tempo – à sua

tristeza, com paciente resignação:

“seus olhos eram negros e sem luz,

de pestanas desgastadas pelas lágrimas“.

Diante do túmulo de Isabel, o poeta

medita: “como o dela, o meu epitáfio será

– Paz! – Essa foi a única súplica que fez. “

Nesses últimos versos, a música

atinge grande dramaticidade,

culminando no expressivo silêncio

que antecede a palavra Paz.

INSTRUMENTAÇÃO Cordas.

PARA OUVIR CD Sena Jurinac – Schumann; Respighi, Il Tramonto – Barylli Quartet – Sena Jurinac, soprano – Deutsche Grammophon, Alemanha B0018P4BG0 – 2002

The City of London Sinfonia – Richard Hickox, regente – Janet Baker, mezzo-sopranoAcesse: fil.mg/rtramonto

PARA LER François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

André Maurois – Ariel, ou a vida de Shelley – Manuel Bandeira, tradução – Editora Record – 1990

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor

na UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário de Andrade

e a arte do inacabado. Apresenta o

programa semanal Recitais Brasileiros,

pela Rádio Inconfidência.

16 min

1914 Itália, 1936Itália, 1879

M A N U E L D E F A L L AEl amor brujo: Suíte

Andaluz por parte de pai e catalão

por parte de mãe, Manuel de Falla

familiarizou-se cedo com a música

folclórica espanhola na sua forma

mais genuinamente popular, cotidiana.

Em sua obra, o compositor celebra

a Espanha com uma profusão de

motivos e ritmos fulgurantes – mas

sua abordagem do folclore revela-se

atualizada com as renovações

musicais do começo do século XX.

O balé El amor brujo foi escrito para

Pastora Imperio, à época, a mais

prestigiada dançarina de flamenco.

A ação, repleta de magia e superstições,

acontece na Andaluzia. Baseia-se na

lenda de um ciumento cigano morto,

cujo espectro reaparece sempre que

sua amada Candelas procura um novo

amor. No final, a jovem cigana e o

namorado Carmelo conseguem trocar

o beijo que definitivamente afasta as

maléficas aparições do Fantasma.

Os números da suíte apresentam-se

sem interrupção.

Na Introdução e Cena, um breve chamado

orquestral de poucos segundos retrata,

com o tema do amor brujo, a fúria do

espectro enciumado. Noite. Na gruta

(a de Sacromonte, em Granada) iluminada

apenas pela chama do braseiro, os ciganos

se reúnem. Nas cordas graves, ouvem-se

o mar e o vento, ao longe. A trompa soa

em soturno motivo, repleto de magia.

As cartas revelam a sorte adversa de

Candelas em seus amores. O oboé improvisa

o tema do abandono. A desditosa jovem

entoa a Canção do amor doloroso que se

desenvolve em melismas e ornamentos,

dentro de reduzido âmbito melódico

(de fá a si). As cordas fazem o rasqueado

das guitarras, enquanto o piano percussivo

e as madeiras marcam o ritmo dos tacões.

A breve Aparição do Fantasma, simulada

pelos glissandos do piano e das cordas,

conduz à Dança do terror. Trata-se do

antiquíssimo baile cigano da tarântula,

acentuando o caráter enlouquecido do

espectro com rápidas notas em staccatti.

As ciganas formam um Círculo mágico,

ao redor de Candelas, para protegê-la

do Fantasma – a orquestra traz, então,

um pouco de paz, narrando o Romance

do Pescador, em sereno caráter modal.

Soam os doze toques da Meia-noite,

hora mágica de celebrar a poderosa

Dança ritual do fogo, capaz de afugentar

os espíritos maus. A orquestração

se inspira nos cantos de forja dos

ciganos – os trêmulos iniciais das

cordas sugerem as chamas; e o

piano, o metal sendo trabalhado.

Um breve intermezzo, Cena, destaca

os arabescos do oboé e da flauta,

que recordam antigas vocalizações

árabes. Servem de introdução à

breve Canção do fogo-fátuo, com

acompanhamento muito leve e

ponteado (como de violão): cordas,

piano, trompa, clarinete e flauta.

A Pantomima seguinte apresenta o

mesmo ansioso motivo inicial do

amor brujo — última aparição do Fantasma.

A orquestra logo se acalma para iniciar

a dança de Carmelo: um amoroso

tanguillo de Cádiz (compasso 7/8)

em clima de grande ternura.

Na Dança do jogo do amor, iniciada

pelo acompanhamento do piano,

Candelas canta sua vitória. Após hábeis

modulações, os Sinos do amanhecer

desfazem os temores noturnos e

anunciam, com brilho, o triunfo do

amor sobre o maléfico sortilégio.

INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, oboé, corne inglês, 2 clarinetes, fagote, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos, percussão, piano, cordas.

PARA OUVIR Manuel de Falla – El sombrero de três picos; El amor brujo – London Symphony Orchestra – Seiji Ozawa; Garcia Navarro, regentes – Teresa Berganza, contralto – Deutsche Grammophon, Alemanha – 1989

PARA ASSISTIR Symfonieorkest Vlaanderen – Jan Latham-Koenig, regente – Adriana Bastidas Gamboa, mezzo-soprano | Acesse: fil.mg/fbrujo

PARA LER Manuel Orozco Diaz – Falla – Salvat Editores, Barcelona – 1985/1992

François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

Jean-Charles Hoffelé – Manuel de Falla – Éditions Fayard, Paris – 1992

24 min

1914/19151916 (revisão) 1925 (versão) Argentina, 1946Espanha, 1876

PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor

na UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário de Andrade

e a arte do inacabado. Apresenta o

programa semanal Recitais Brasileiros,

pela Rádio Inconfidência.

A N T O N Í N D V O R Á KSinfonia nº 9 em mi menor, op. 95, “Do Novo Mundo”

Há quem queira posicionar Dvorák como

um nacionalista. Porém, não há nele a

preocupação consciente de construir

uma identidade nacional através da

expressão musical. Nem tampouco há

a intenção manifesta de pontilhar de

exotismos regionais os fundamentos

da linguagem romântica. Se isso

transparece em sua obra, é mais por

uma identificação profunda entre seu

espírito criativo e as fontes regionais de

que se origina, que por ação planejada.

Mas Antonín Dvorák pertence a uma

escola nacional tcheca, que nasce do

Romantismo, inaugurada por Smetana,

e se estende até pelo menos a primeira

metade do século XX. Assim, tem a fonte

de sua linguagem no folclore boêmio,

cujas características ele assimila e que

nunca procura negar em sua obra. Sua

linguagem não se destaca por inovações

formais ou por quaisquer experiências

estruturais. Tendo crescido no berço

do Romantismo, contenta-se com ele

para seus caminhos expressivos.

Dvorák construiu, de forma gradual

e sólida, sua carreira de músico.

Em 1891, já célebre, assume o posto

de professor de Composição no

Conservatório de Praga. No ano seguinte,

assume nos Estados Unidos a direção

do então Conservatório de Nova York,

onde permanece até 1895. São desse

período obras significativas de sua

produção, como o Quarteto op. 96

e a Sinfonia em mi menor op. 95,

“Do Novo Mundo”. Dentre seus alunos

em Nova York, havia um rapaz negro

que lhe deu a conhecer os spirituals

americanos, com a metáfora das imagens

bíblicas, a tragédia e o sofrimento da

escravidão na América e dos africanos

desterrados. O interesse despertado

em Dvorák por esse gênero musical é o

fundamento do célebre tema do segundo

movimento da sua Nona Sinfonia, cujo

solo de corne inglês constitui evocação

da melodia pungente que muitas vezes

caracteriza os negro spirituals.

Estreada no Carnegie Hall no ano de

sua criação, a obra conquistou sucesso

imediato, que perdura até hoje. Nessa

Sinfonia, Dvorák realiza também, com

o elemento musical folclórico norte-

americano, um processo de assimilação

análogo ao que se observa em relação

ao folclore boêmio no contexto de sua

obra. Esse processo, aqui, é consciente,

e manifesto pelo próprio compositor,

que afirmou não ter utilizado temas da

música nativa norte-americana, mas,

sim, ter-se utilizado dos fundamentos

essenciais dessa música para elaborar

seus próprios elementos originais.

Não se pode dizer, com isso, que

na Sinfonia op. 95 Dvorák tenha

abandonado suas fontes boêmias

em função da descoberta de uma

nova linguagem. Ao contrário, esses

novos elementos agregam-se, na

Nona Sinfonia, àqueles que até então lhe

haviam servido de fonte, para, aí, criar

uma espécie de linguagem multicultural.

Dessa forma, não é apenas pela

qualidade artística e pela franqueza

espontânea de seu trabalho melódico

que a Sinfonia op. 95 adquiriu a

importância que tem até hoje. Esse

processo de destilação dos elementos

de linguagens musicais regionais e a

associação desses elementos a outros –

esse multiculturalismo – anunciam

processos criativos que nortearam

correntes importantes da música do

século XX, fundamentando obras como a

de Bartók, Falla, Villa-Lobos, Ginastera e

diversos compositores norte-americanos.

INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 2 trombones, tímpanos, cordas.

PARA OUVIR Dvorák – Symphony No. 9; Carnival Overture; Slavonic Dances Nos. 1 & 3 – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Sony Classical – 1998

PARA ASSISTIR Orquestra Filarmônica de Viena – Herbert von Karajan, regente Acesse: fil.mg/dnovomundo

PARA LER François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

1893

Boêmia, atual República Tcheca, 1904Boêmia, atual República Tcheca, 1841

Extraído do texto de MOACYR LATERZA

FILHO Pianista e cravista, Doutor em

Literaturas de Língua Portuguesa, professor

da Universidade do Estado de Minas Gerais

e da Fundação de Educação Artística.

Última apresentação desta obra — 22 set 2011Isaac Karabtchevsky, regente convidado

40 min

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DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR Fabio MechettiREGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki

* principal ** principal associado *** principal assistente

PRIMEIROS VIOLINOS Anthony Flint – SpallaRommel Fernandes – Spalla associadoAra Harutyunyan – Spalla assistenteAna Paula SchmidtAna ZivkovicArthur Vieira TertoBojana PantovicDante BertolinoJoanna BelloHyu-Kyung JungRoberta ArrudaRodrigo BustamanteRodrigo M. BragaRodrigo de Oliveira

SEGUNDOS VIOLINOSFrank Haemmer *Leonidas Cáceres ***Gideôni LoamirJovana TrifunovicLuka MilanovicMartha de Moura PacíficoMatheus BragaRadmila BocevRodolfo ToffoloTiago EllwangerValentina Gostilovitch

VIOLASJoão Carlos Ferreira *Roberto Papi ***Flávia MottaGerry VaronaGilberto Paganini Juan DíazKatarzyna Druzd Luciano GatelliMarcelo NébiasNathan Medina

VIOLONCELOSPhilip Hansen *Robson Fonseca ***Camila PacíficoCamilla RibeiroEduardo SwertsEmilia NevesLina RadovanovicLucas BarrosWilliam Neres

CONTRABAIXOSNilson Bellotto *André Geiger ***Marcelo CunhaMarcos LemesPablo Guiñez Rossini ParucciWalace Mariano

FLAUTASCássia Lima *Renata Xavier ***Alexandre BragaElena Suchkova

OBOÉSAlexandre Barros *Públio Silva ***Israel MunizMoisés Pena

CLARINETESMarcus Julius Lander *Jonatas Bueno ***Ney FrancoAlexandre Silva

FAGOTESCatherine Carignan *Victor Morais ***Andrew HuntrissFrancisco Silva

TROMPASAlma Maria Liebrecht *Evgueni Gerassimov ***Gustavo Garcia TrindadeJosé Francisco dos SantosLucas FilhoFabio Ogata

TROMPETESMarlon Humphreys *Érico Fonseca **Daniel Leal ***Tássio Furtado

TROMBONESMark John Mulley *Diego Ribeiro **Wagner Mayer ***Renato Lisboa

TUBAEleilton Cruz *

TÍMPANOSPatricio Hernández Pradenas*

PERCUSSÃORafael Alberto *Daniel Lemos ***Sérgio AluottoWerner Silveira

TECLADOSAyumi Shigeta *

GERENTE Jussan Fernandes

INSPETORAKarolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira

ARQUIVISTAAna Lúcia Kobayashi

ASSISTENTESClaudio StarlinoJônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEMRodrigo Castro

MONTADORESAndré BarbosaHélio SardinhaJeferson SilvaKlênio CarvalhoRisbleiz Aguiar

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel

Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003

Instituto Cultural Filarmônica

CONSELHO ADMINISTRATIVO

PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman

PRESIDENTE Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS Angela GutierrezBerenice MenegaleBruno VolpiniCelina SzrvinskFernando de AlmeidaÍtalo GaetaniMarco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello BrancoMauricio FreireOctávio ElísioPaulo BrantSérgio Pena

DIRETORIA EXECUTIVA

DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira

DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIROEstêvão Fiuza

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira

DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé

DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers

EQUIPE TÉCNICA

GERENTE DE COMUNICAÇÃO Merrina Godinho Delgado

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães

ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICALGabriela Souza

PRODUTORES Luis Otávio RezendeNarren Felipe

ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo Mariana GarciaRenata GibsonRenata Romeiro

ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira

ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOSItamara KellyMariana Theodorica

ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira

ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez

EQUIPE ADMINISTRATIVA

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE RECURSOS HUMANOSQuézia Macedo Silva

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS João Paulo de OliveiraPaulo Baraldi

ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho

SECRETÁRIA EXECUTIVAFlaviana Mendes

ASSISTENTE ADMINISTRATIVACristiane Reis

ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOSVivian Figueiredo

RECEPCIONISTAMeire Gonçalves

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida

AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda ConceiçãoRose Mary de Castro

MENSAGEIROSBruno RodriguesDouglas Conrado

JOVEM APRENDIZYana Araújo

SALA MINAS GERAIS

GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas

GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia

TÉCNICOS DE ÁUDIO E DE ILUMINAÇÃOMauro RodriguesRafael Franca

ASSISTENTE OPERACIONALRodrigo Brandão

FORTISSIMOabril — nº 5 / 2017ISSN 2357-7258

EDITORA Merrina Godinho DelgadoEDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale

ILUSTRAÇÕESMariana SimõesFOTO DE CAPAAlexandre Rezende

FALLAEditorial: Chester (M.S.C.)Representante exclusivo: Barry Editorial

FILARMÔNICA ONLINEWWW.FILARMONICA.ART.BR

Olá, assinante!Quando quiser falar com a Assessoria de Relacionamento

por telefone (3219-9009), fique atento ao horário

de atendimento: de segunda a sexta, das 9h às 18h –

em sábados de concerto, das 14h30 às 16h30. Esses

horários valem também para garantir que o ingresso

doado por você seja realmente utilizado. Sempre

que quiser, você também pode enviar um e-mail para

[email protected]. Será um prazer atendê-lo!

Saiba mais em www.filarmonica.art.br/assinaturas/

area-do-assinante.

AMIGOS DA FILARMÔNICAA Receita Federal recebe até o dia 28/04 as

declarações do Imposto de Renda deste ano.

Ao fazer a sua declaração, não se esqueça de

informar os dados do Instituto Cultural Filarmônica

e o valor doado por você para o nosso projeto.

Só assim o benefício fiscal será concedido. Esses

dados estão no recibo de doação que enviamos para

o seu e-mail. Se tiver dúvidas, converse conosco

através dos nossos canais de relacionamento.

3219-9029 | [email protected]

Saiba mais em www.filarmonica.art.br/apoie/

amigos-da-filarmonica.

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

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CONHEÇA TODAS AS APRESENTAÇÕES

filarmonica.art.br/filarmonica/sobre-a-filarmonica

Concertos — abril

para melhor apreciar um concerto

FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO

Não são permitidas durante os concertos.

PONTUALIDADE

Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de

acesso à sala de concertos serão fechadas.

CRIANÇAS

Não é recomendável a presença de

menores de 8 anos nos concertos noturnos.

Caso traga crianças, escolha assentos próximos

aos corredores para que você possa sair

rapidamente se elas se sentirem desconfortáveis.

COMIDAS E BEBIDAS

Não são permitidas no interior da

sala de concertos.

APARELHOS CELULARES

Não se esqueça de desligar o seu celular ou

qualquer outro aparelho eletrônico. O som e

a luz atrapalham a orquestra e o público.

CONVERSA

O silêncio é o espaço da música. Por isso, evite conversas

ou comentários durante a execução das obras.

TOSSE

A tosse perturba a concentração. Tente

controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

APLAUSOS

Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no

programa o número de movimentos de cada uma

e fique de olho na atitude e gestos do regente.

RUA PIUM-Í, 229

CRUZEIRO

RUA JUIZ DE FORA, 1.257

SANTO AGOSTINHO

RUA LUDGERO DOLABELA, 738

GUTIERREZ

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso em um dos restaurantes parceiros e obtenha descontos especiais.

Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira. Também evite balançar-se nela,

pois, além de estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.

CUIDADOS COM A SALA MINAS GERAIS

DIAS 1 E 2, 18hFORA DE SÉRIE / VIVALDI

Vivaldi

DIAS 6 E 7, 20h30PRESTO / VELOCE

RespighiFallaDvorák

DIA 13, 20h30LABORATÓRIO

DE REGÊNCIA

Dvorák

DIA 23, 11hJUVENTUDE /ERA UMA VEZ... O AMOR

BeethovenTchaikovskyBizet

DIAS 27 E 28, 20h30ALLEGRO / VIVACE

ChabrierProtoStravinsky

/filarmonicamgWWW.FILARMONICA.ART.BR

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070

Belo Horizonte - MG

(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030

Sala Minas Gerais

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