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8/19/2019 2 Tessalonicenses-warren w. Wiersbe http://slidepdf.com/reader/full/2-tessalonicenses-warren-w-wiersbe 1/24 2 T e s s a l o n ic e n s e s III. CAPACITAÇÃO PARA A VIDA CAPITULO 3 A. Obedeçam à Palavra - 3:1-6 B. Sigam nosso exemplo - 3:7-9 C. Disciplinem os rebeldes - 3:10-15 D. Bênção de encerramento - 3:16-18 CONTEÚDO 1. Os perversos não têm descanso (2 Ts 1:1-12) ............................................... ..249 2. O cronograma de Deus (2 Ts 2:1-12)............................................... 255 3. Somente a verdade (2 Ts 2:13-3:5) ....................................... ,,261 4. Ordem na igreja (2 Ts 3:6-18)............................................... ..266 ESBOÇO Tema-chave: A Igreja e o Dia do Senhor Versiculo-chave: 2 Tessalonicenses 2:1, 2 I. ÂNIMO EM MEIO AO  SOFRIMENTO - CAPÍTULO 1 A. Louvor - 1:1-4 B. Promessa - 1:5-10 C. Oração 12 ,1:11 II. EXPLICAÇÃO DOS  ENSINAMENTOS - CAPÍTULO 2 A. De que maneira o homem da iniqüida- de surgirá - 2:1-7 B. De que maneira o Filho de Deus surgirá - 2 :8-12 C. De que maneira o filho de Deus deve viver - 2:13-17

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2 T e s s a l o n i c e n s e s

III. CAPACITAÇÃO PARA A VIDACAPITULO 3

A. Obedeçam à Palavra - 3:1-6B. Sigam nosso exemplo - 3:7-9C. Disciplinem os rebeldes -

3:10-15D. Bênção de encerramento -

3:16-18

CONTEÚDO1. Os perversos não têm descanso

(2 Ts 1:1-12)............................................... ..2492. O cronograma de Deus

(2 Ts 2:1-12)............................................... 2553. Somente a verdade

(2 Ts 2:13 -3 :5) ....................................... ,,2614. Ordem na igreja

(2 Ts 3:6-18)...............................................

..266

ESBOÇOTema-chave: A Igreja e o Dia do SenhorVersiculo-chave: 2 Tessalonicenses 2:1, 2

I. ÂNIMO EM MEIO AO  SOFRIMENTO - CAPÍTULO 1

A. Louvor - 1:1-4B. Promessa - 1:5-10C. Oração 12 ,1:11

II. EXPLICAÇÃO DOS ENSINAMENTOS - CAPÍTULO 2

A. De que maneira o homem da iniqüida-de surgirá - 2:1-7

B. De que maneira o Filho de Deus surgirá- 2 :8-12

C. De que maneira o filho de Deus deve

viver - 2:13-17

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Certa vez, lecionei uma série de aulassobre os artifícios de Satanás para derrotaros cristãos. Um desses artif ícios é o sofrimento, como no caso de Jó. Se Satanásconsegue nos colocar em situações difíceis,pode conseguir, também, enfraquecer nos

sa fé.- Uma das melhores armas para lutarcontra Satanás é o louvor expliquei à minha classe pela manhã. - Apesar de sua dor,Jó foi capaz de dizer: "Bendito seja o nomedo S e n h o r  !" Assim, da próxima vez que ascoisas derem errado e você se sentir tentado a ficar impaciente, volte-se para Deus elhe dê graças.

Naquela noite, pouco antes de outra

aula, uma senhora aproximou-se de mime disse:- Funciona! Funciona! - E, em seguida,

me contou sobre o que havia acontecidodurante a tarde. Seu relato foi tão incrívelque, se eu não conhecesse seu caráter, teria duvidado dela.

- Mas em meio a tudo isso, eu dei graças - ela me disse -, e Deus me deu a graçae as forças de que precisava. Funciona. O

louvor funciona!Sem dúvida, os cristãos tessalonicensesnão se consideravam muito espirituais emmeio a seu sofrimento, mas Paulo conseguiavislumbrar o que Deus estava fazendo nomeio deles. Normalmente, som os as pessoasmenos indicadas para avaliar nossa vida.Muitas vezes, outros são capazes de perceber um crescimento espiritual que não conseguimos enxergar. Quais foram as bênçãos

pelas quais Paulo deu graças e, desse modo,encorajou seus amigos?Sua fé crescia (v. 3a).  Uma fé que não

pode ser provada não é digna de confiança.Os recém-convertidos devem esperar quesua fé seja testada, porque é desse modoque Deus prova se sua decisão é verdadeiraou não. Assim como um músculo, a fé deveser exercitada, a fim de se fortalecer. Deususa as tribulações e perseguições para forta

lecer nossa fé.Um de meus livros prediletos é O se gredo espiritual de Hudson Taylor   [MundoCristão], escrito por Howard Taylor e sua

1

O s P e rv e r s o s N ão  Têm Descanso

2 T e s s a l o n i c e n s e s   1 : 1 - 1 2

Os cristãos de Tessalônica agradecerama Deus pela primeira carta de Paulo,

mas ela não resolveu de imediato todos osseus problemas. Na verdade, a perseguição

tornou-se ainda mais intensa, e alguns cristãos imaginaram estar passando pelo tempode Tribulação. Então, os tessalonicenses receberam outra carta, supostamente de Paulo,afirmando que era chegado o Dia do Senhor.Sem dúvida, a congregação ficou assustadae confusa diante de tal possibilidade.

Alguns cristãos chegaram à conclusão deque, tendo em vista a vinda do Senhor estartão próxima, poderiam parar de trabalhar e

passar o tempo esperando por ele. Com isso,outros membros da igreja tiveram de carregar o peso adicional de cuidar deles. Satanás estava fazendo hora extra; com o o leão,tentava devorar (1 Pe 5:7 , 8); com o a serpente, tentava enganar (2 Co 11:3).

Foi em resposta a tal situação que Pauloescreveu a segunda carta. O apóstolo começa com a necessidade mais premente: aperseguição que sofreram por causa da fé.

No primeiro capítulo, Paulo compartilha trêspalavras de estímulo com os amigos aflitos.

1. O ESTÍMULO DO lo u v o r (2 Ts 1:1-4)Depois de saudar os amigos, Paulo expressou seu louvor a Deus por aquilo que oSenhor estava fazendo na vida dos tessa-lonicenses. O apóstolo colocou em práticaa própria admoestação: "Em tudo, dai graças" (1 Ts 5:18}. Não podemos deixar de

observar como ele dá graças repetidamentenessas duas epístolas (1 Ts 1:2; 2:13; 3:9;2 Ts 1:3; 2:13 ). Assim como a oração,  o louvo r   muda pessoas e situações.

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2 T E S S A L O N I C E N S E S 1 : 1 - 1 2250

sofrimento pessoal não os impedia de com-partilhar o amor com os semelhantes, tam-bém aflitos.

Sua constância se desenvolvia (v. 4).  Amelhor tradução para o termo grego seria"perseverança". "A tribulação produz per-

severança" (Rm 5:3). Não se desenvolve pa-ciência e perseverança lendo um livro (nemmesmo este...) nem ouvindo uma palestra. É  

 preciso sofrer. O que esses cristãos suporta-vam? Paulo usa os seguintes termos paradescrever sua situação: "perseguições", quesignifica "ataques externos" ou "provações";"tribulações", que significa, literalmente, "pres-sões" ou aflições resultantes das provações,e "atribulados" (2 Ts 1:7), que significa, "com-primidos em um lugar estreito". Sob todos

os pontos de vista, os cristãos tessalonicen-ses passavam por grandes dificuldades.Mas Deus jamais desperdiça o sofrimen-

to. As provações trabalham em nosso favor, não contra nós  (2 Co 4:15-18; Tg 1:1-5). Secrermos em Deus e nos entregarmos a ele,as provações produzirão paciência e matu-ridade em nossa vida. Se nos rebelarmos elutarmos contra as circunstâncias, continua-remos imaturos e impacientes. Deus permi-te as tribulações a fim de construir nosso

caráter. O Criador pode fazer um cogumelocrescer da noite para o dia, mas é precisomuitos anos - e muitas tempestades - paracriar um grande carvalho.

Seu testemunho ajudava a outros (v. 4a). "Nós mesmos nos gloriamos de vós nas igre-

 jas de Deus, à vista da vossa constância efé" (2 Ts 1:4). O sofrimento contribui nãoapenas para nosso crescimento, mas tam-bém para o crescimento de outros. Deus nosencoraja a fim de encorajarmos nosso se-

melhante (2 Co 1:4, 5). Ninguém deve sercomo uma cisterna que recebe e acumu-Ia, mas sim como um canal que recebe ecompartilha.

O termo "fé", em 2 Tessalonicenses 1:3,4, também pode ser traduzido por "fideli-dade". Na verdade, as duas coisas andam

 juntas; revelamos nossa fé em Deus pela fi-delidade em nosso viver. Apesar das dificul-dades que enfrentavam, os tessalonicenseseram fiéis a Deus e uns aos outros. Quando

esposa. O livro conta como a fé de HudsonTaylor em Deus cresceu desde o primeirodia em que ele decidiu viver somente pelafé. Aprendeu a confiar que Deus proveriaseu salário, especialmente quando seu pa-trão se esquecia de lhe pagar. Aprendeu a

confiar que Deus supriria suas necessida-des diárias e, à medida que foi crescendona fé, passou a confiar que Deus tambémsupriria as necessidades de toda a sua orga-nização missionária. Por vezes, Taylor tinhaa impressão de que Deus havia esquecido,mas continuava orando e confiando, e Deusrespondia.

Uma vida fácil pode tornar-se uma vidasuperficial. Todos os grandes homens e mu-lheres de fé mencionados em Hebreus 11

passaram por algum tipo de sofrimento ouenfrentaram obstáculos tremendos, a fim deque sua fé crescesse. Paulo orou pelos cris-tãos em Tessalônica pedindo que sua fé fosseaperfeiçoada (1 Ts 3:10); agora, agradece aDeus a oração respondida.

Seu amor aumentava (v. 3b).  Mais umavez, aqui agarece a resposta a uma oraçãode Paulo feita em ocasião anterior (1 Ts 3:12).O sofrimento pode nos tornar egoísta, masquando o sofrimento é combinado com a

graça e a fé, ele produz amor. É a "fé queatua peio amor" (Gl 5:6). Quando os cris-tãos sofrem, sua fé volta-se para o alto,  paraDeus, e seu amor volta-se para fora, para seusirmãos e irmãs em Cristo.

Certa vez, Thoreau descreveu uma ci-dade como um lugar onde muitas pessoas"vivem juntas em solidão". Moradores degrandes prédios de apartamentos talvez es-tejam sofrendo profundamente sem que seusvizinhos sequer suspeitem. O mundo mo-

derno pode promover isolamento espirituale emocional a tal ponto de as pessoas tor-narem-se capazes de ver outros sofreremsem se importarem.

Mas, para o cristão, o sofrimento ajudaa produzir amor abundante. "Vejam comoamam uns aos outros!" - essa foi a confissãodo mundo pagão ao contemplar o mila-gre da comunhão cristã. Os primeiros cris-tãos apenas obedeciam ao mandamento deseu Senhor: "Amai-vos uns aos outros". Seu

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sofrimento dos tessalonicenses. Não significa que essas aflições lhes davam o direitode ir para o céu, pois sabemos que haviamsido salvos pela fé em Cristo (1 Ts 1). Antes,a expressão com efeito   indica que o fato

de serem considerados dignos é relacionado tanto a sua experiência presente quanto a seu ingresso futuro no reino gloriosode Deus. Encontramos a mesma idéia em1 Pedro 1:3-9.

Um dia, Jesus Cristo transformará radicalmente essa situação, e os perversossofrerão, enquanto os cristãos serão recompensados. Em momento algum, Jesus prometeu que a vida seria fácil; pelo contrário,

ele ensinou que teríamos de enfrentar dificuldades e lutas. Mas também prometeuuma recompensa futura a todos os que permanecerem fiéis a ele (Mt 5:10-12).

Retribuição (w. 6, 7b-9).  A retribuiçãopara os perdidos será a aflição, mas para ossalvos, será o alívio. "Dar em paga" significa"compensar". Sem dúvida, os perversos queperseguem os piedosos nem sempre recebem a retribuição justa nesta vida. Na verdade, a aparente prosperidade dos ímpios eas dificuldades dos justos são questões problemáticas para muitos do povo de Deus (verSI 73; Jr 12:1; He 1).

Como cristãos, devemos viver em função da eternidade, não apenas do presente.Na verdade, "viver de acordo com valoreseternos" é o que dá sentido à vida cristãno presente. Vivemos pela fé, não pelasaparências.

Isso me faz lembrar a história de dois

agricultores, um cristão e outro ateu. Quando chegou o tempo da colheita, o ateu zombou do cristão pois, ao que parecia, Deusnão o havia abençoado muito. A família doateu era saudável, seus campos estavam repletos e, sem dúvida, a colheita lhe renderiaum bom dinheiro.

- Pensei que vaiia a pena crer em Deuse ser cristão - disse o ateu.

- Claro que vale - respondeu o cristão.

- Mas nem sempre nossa colheita é aqui naTerra.

Como será o futuro do incrédulo? Observemos as palavras fortes que Paulo usa

uma pessoa em dificuldade abandona oSenhor e a igreja, mostra que não nasceude novo ou que sua vida espiritual é extremamente fraca. Um verdadeiro cristão emcrescimento será fiel a qualquer custo.

Durante a Segunda Guerra Mundial, quando os exércitos inimigos invadiram a regiãonorte da África, os missionários tiveram defugir e ficaram extremamente aflitos pelasigrejas que deixaram para trás. Mas quandoa guerra terminou e os missionários voltaram, descobriram igrejas fortes e em plenocrescimento. Os sofrimentos da guerra purificaram a igreja e ajudaram a fortalecer a fédos cristãos verdadeiros, e as igrejas de ou

tras partes do mundo foram grandementeencorajadas.Não faltavam motivos para o apóstolo

Paulo dar louvores ao Senhor e agradecer oque Deus fazia na vida daqueles recém-con-vertidos. Podemos observar, porém, a ausência de um elemento: a esperança. Desde oinício, esses cristãos são caracterizados porsua fé, esperança e amor (1 Ts 1:3); masPaulo dá graças apenas pela fé e pefo amor.Ao que parece, os tessalonicenses estavamconfusos quanto a sua esperança. Isso nosleva à segunda palavra de estímulo.

2. O ESTÍMULO DA PROMESSA

(2 Ts 1:5-10)Por mais difíceis que fossem as circunstâncias em que se encontravam, os cristãostessalonicenses tinham um futuro certo eglorioso. N a verdade, seu sofrimento era prova - "sinal evidente" - de que Deus era jus

to e realizaria o que havia planejado paraeles. Temos a tendência de pensar que ossofrimentos indicam que Deus não se preocupa, quando é exatamente o contrário. Alémdisso, a maneira de agirmos em tempos detribulação mostra aos outros que Deus estáoperando (ver Fp 1:28-30 para outro exem-pio desse princípio).

A promessa de Deus a seu povo envoi-ve três elementos.

Recom pensa (v. 5).  "Para que sejais considerados dignos do reino de Deus, peloqual, com efeito, estais sofrendo". Esse eraum dos propósitos de Deus ao permitir o

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2 TESSALONICENSES 1 :1 -12252

ser tratados de modo radical e completo.Da mesma forma como um médico nãopode amar a saúde sem detestar as doen-ças e tratá-las, também Deus não pode amara justiça sem odiar o pecado e julgá-lo.

O termo vingança não deve ser entendi-

do com o sentido de "retaliação". O propó-sito dessa vingança é cumprir a Lei santa deDeus; o propósito da retaliação é aplacarum sentimento pessoal de rancor. Deus nãoguarda qualquer rancor dos pecadores per-didos. Pelo contrário: ele enviou seu Filhopara morrer por eles e insta que voltem paraele. Mas se os pecadores preferem "não[conhecer] a Deus e [...] não [obedecer] aoevangelho" (2 Ts 1:8), Deus não tem outraopção senão julgá-los.

Esse julgamento ocorrerá quando JesusCristo voltar à Terra com sua Igreja e comseus anjos (2 Ts 1:7). Não se trata do mes-mo acontecimento que Paulo descreve em1 Tessalonicenses 4:13-18. Podemos contras-tar esses dois acontecimentos da seguintemaneira:

1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 4:13-18Cristo volta nos ares Cristo volta à terra

Vem secretamente Vem abertamente com para buscar  a Igreja a IgrejaOs cristãos escapam Os incrédulos passamda Tribulação pela TribulaçãoNão sabemos quando Ocorrerá no final doisso ocorrerá tempo de Tribulação, o

Dia do Senhor

 Alív io (vv. 7a,10). A retribuição para os per-didos será a tribulação, mas para os salvos,o alívio. Creio que a primeira frase de 2 Tes-

salonicenses 1:7 deveria ser consideradaparentética: "se, de fato, é justo para comDeus que ele dê em paga tribulação aos quevos atribulam (e a vós outros, que sois atri-bulados, alívio juntamente conosco), quan-do do céu se manifestar o Senhor Jesus".Teremos alívio quando o Senhor voltar nosares e nos levar para estar com ele.

O termo "alívio" significa "descanso,desopressão" e é o oposto de "tribulação".Descreve o ato de soltar a corda do arco ao

para descrever esse futuro: tribulação, fogo,vingança, penalidade e eterna destruição.O mundo que rejeitar a Cristo receberáde Deus exatamente o que deu ao povo deDeus! Quando Deus retribuir, pagará emespécie, pois existe uma lei de compensa-

ção que vigora na história humana.Faraó tentou afogar os bebês hebreus do

sexo masculino, e o próprio exército egíp-cio morreu afogado no mar Vermelho. Hamãtramou o extermínio dos judeus, e ele e seusfilhos foram exterminados. Os conselheirosdo rei Dario o obrigaram a prender Daniel e

 jogá-lo na cova dos leões; posteriormente,eles próprios foram atirados aos leões. Oslíderes judeus incrédulos sacrificaram Cristoa fim de salvar a nação (ver Jo 11:49-53);

alguns anos depois, viram sua cidade serdestruída, e sua nação, dispersa.

É justo  Deus julgar o pecado e conde-nar os pecadores. Um Deus santo não podedeixar o pecado passar sem julgamento.Quem diz: "Não creio que um Deus amoro-so seria capaz de julgar os pecadores emandá-los para o inferno

 

não entende nema santidade de Deus nem a atrocidade dopecado. Apesar de ser verdade que "Deus éamor1) Jo 4:8 ), também é verdade que

"Deus é luz" (1 Jo 1:5), e, em sua santidade,deve tratar do pecado.

Um médico cristão tentou testemunhara uma mulher muito íntegra, membro de umaigreja que negava a necessidade da salva-ção e a realidade do julgamento futuro.

- Deus me ama demais para me conde-nar - disse a paciente. - Não posso crerque Deus criaria algo como o lago de fogo.

A mulher adoeceu, e foi diagnosticadoum câncer que exigiria intervenção cirúrgica.

- Estou me perguntando se devo mes-mo operá-ía... - disse-lhe o médico no quartodo hospital. - Amo demais sua vida paracortá-la e lhe causar dor.

- Doutor - disse a paciente se real-mente ama minha vida, fará todo o possívelpara me salvar. Como poderia permitir quealgo tão horrível ficasse em meu corpo?

A partir disso, foi fácil o médico explicara ela que o câncer é para o corpo aquilo queo pecado é para o mundo; os dois devem

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2532 T E S S A L O N I C E N S E S 1 : 1 - 1 2

As tribulações não fazem a pessoa; apenas mostram do que ela é feita. Revelamosnosso valor quando nossa fé é provada (1 Pe1:6-9). Por certo, Deus conhece nosso coração mesmo antes de sermos provados, mas 

não conhecem os nosso coração. E outros nãoconhecem nosso valor. Precisamos orar pedindo que Deus use as tribulações que suportamos para nos transformar em cristãoscada vez mais dignos e valiosos.

Seu modo de vida (v. 11b).  "E [Deus]cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé". O caráter deve redundarem conduta. Paulo ora pedindo que, pelopoder de Deus, os tessalonicenses tenham

a determinação necessária para obedecerao Senhor. A obediência e o serviço nãovêm do talento e dos esforços humanos,mas sim do poder de Deus quando cremosnele.

Paulo associou a fé ao amor   (2 Ts 1:3) eà constância  (2 Ts 1:4), e aqui a associa ao

 poder.   Quem crê em Deus recebe seu poder na vida. Não é possível ter vitória sobreas tribulações confiando apenas em si mesmos; mas é possível ser vitoriosos se confiarmos em Deus.

Quando viajo, levo comigo um barbeador elétrico que armazena energia e podefuncionar por cerca de duas horas desligado da tomada. É especialmente útil quandovisito certos campos missionários.

Tempos atrás, quando fui palestrante emum congresso de uma semana, observei queo barbeador estava cada vez mais fraco. Ce rta manhã, o aparelho ficou tão lento que

cheguei à conclusão de que havia quebrado.Então, à noite, voltou a funcionar normalmente. Depois de uma rápida investigação,descobri o problema: eu havia ligado o carregador em uma tomada controlada por uminterruptor. Quando minha esposa acendiao abajur da escrivaninha, o aparelho recarregava; quando apagava a luz, parava derecarregar.

Esse episódio me ensinou uma lição es

piritual: é fácil (por força do hábito), confiarem uma fonte de energia sem verificar se ointerruptor está ligado. Paulo orava para queseus amigos estivessem ligados a uma fonte

atirar uma flecha. Nesta vida, o povo de Deusvive sob pressão "acima das [suas] forças"(2 Co 1:8) e sob o peso de provações e perseguições. Mas quando virmos Cristo, seremos aliviados. Não precisamos temer a ira

ardente e o julgamento (1 Ts 1:10; 5:9), poisnossos pecados já foram julgados por Deusno Calvário.

Como será o futuro dos não salvos? Enfrentarão o castigo e julgamento eternos(2 Ts 1:9), enquanto os salvos desfrutarão odescanso e as glórias do céu. Os perdidosserão separados de Deus, enquanto os salvos "contemplarão a sua face" (Ap 22:4).Algumas seitas tentam amenizar o significa

do da expressão "eterna destruição" (2 Ts1:9) dizendo que se refere apenas a um sofrimento temporário ou a uma aniquilaçãototal; as duas idéias são falsas. Por mais queos homens tentem distorcê-la ou evitá-la, essaexpressão quer dizer "julgamento eterno"(ver Mt 25:41).

Paulo anima seus amigos com o louvore a promessa e, em seguida, apresenta umaterceira palavra de estímulo.

3. O EST Í MULO DA O RAÇÃO

(2 Ts 1:11, 12)Paulo orava por seus convertidos (1 Ts 1:2;3:10). As palavras "por isso", no início de2 Tessalonicenses 1:11, significam: "e, porcausa de tudo o que acabei de dizer", referindo-se à volta de Cristo para ser glorificadonos santos e para julgar os perdidos. A perspectiva da glória servia de motivação para oapóstolo orar pelos santos. Não devemos

 jamais ser remissos em relação a uma responsabilidade presente por causa de uma esperança futura. Pelo contrário, a esperançado amanhã deve nos estimular a ser fiéis hoje.

Nesta oração, Paulo expressa três preocupações com respeito aos tessalonicenses.

Sua dignidade (v. 11a).  Em 2 Tessalo-nicenses 1:5, Paulo expressou o desejo deque fossem dignos do reino, quando entrassem na glória no futuro. Mas, aqui, o após

tolo enfatiza sua situação presente. Deus oschamou em graça e amor, e Paulo desejavaque vivessem à altura desse chamado (ver2 Ts 2:13, 14).

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2 TESSALONICENSES 1 :1 -12254

(2 Ts 1:12). A graça e a glória andam juntas,como também o sofrimento e a glória (verSI 45:2, 3; 84:11; Rm 5:2; 2 Co 8:19; 1 Pe5:10). Ao receber a graça de Deus, revela-mos sua glória.

"Para os perversos, todavia, não há paz,

diz o S e n h or  " (Is 48:22). Os perversos nãotêm descanso! Mas há descanso para os quecrêem em Cristo e procuram viver para suaglória. Para o cristão, o melhor ainda está porvir. Sabemos que "os sofrimentos do tempopresente não podem ser comparados com aglória a ser revelada em nós" (Rm 8:18).

real de energia e que recebessem o podernecessário para glorificar a Deus.

Seu testemunho (v. 12). Jesus Cristo seráglorificado em seus santos quando voltaremcom ele (2 Ts 1:10); mas também deve serglorificado em nossa vida hoje. Os incrédu-

los blasfemam seu nome (1 Pe 4:12ss), masos cristãos o bendizem e desejam glorificá-lo. O mais impressionante é que o cristãoque glorificá a Cristo será glorificado em Cristo,  "glorificado em vós, e vós nele".

Como isso é possível? "Segundo a graçado nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo"

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dois acontecimentos separados, mas sim deum grande acontecimento que ocorrerá repentinamente e sem qualquer aviso.

Um a vez que a Igreja tiver deixado a Terra, Satanás e suas hostes desenrolarão seuplano. O Dia do Senhor é o período subse

qüente ao arrebatamento da Igreja. Será umtempo de Tribulação para o povo do mundo: Satanás e suas hostes agirão na Terra, eDeus enviará o justo juízo do céu. Apocalipse 6 a 19 descreve esse período.

Por que Satanás não consegue revelarantes o "homem da iniqüidade"? PorqueDeus está refreando as forças do mal nomundo de hoje. Satanás não pode fazer oque bem entende, quando bem entende.

Nosso Senhor soberano é capaz de fazeraté a ira do homem louvá-lo: "e do resíduodas iras te cinges" (SI 76:10). Em 2 Tessalo-nicenses 2:6, 7, Paulo menciona uma forçarepressora que hoje está colaborando paraque os acontecimentos sigam o cronograma.

O que ou quem é esse repressor? Pauloexplicou isso aos tessalonicenses quando osensinou pessoalmente, mas não incluiu essainformação em nenhuma das cartas. O re

pressor está atuando hoje no mundo e continuará em ação até que seja "tirado do meiodeles" (2 Ts 2:7b).

Convém observar que, em 2 Tessaloni-censes 2:6, Paulo refere-se ao repressor demodo neutro ("o que o detém"), enquantoem 2 Tessalonicenses 2:7, usa o gêneromasculino ("aquele que agora o detém"). Orepressor é um indivíduo que se encontrapresente em nosso meio, mas que, um dia,

será "afastado 

.Vários estudiosos da Bíblia identificamo repressor como o Espírito Santo de Deus.Sem dúvida, ele faz parte do plano de Deus eopera no meio da Igreja cumprindo os propósitos de Deus. Quando a Igreja for arrebatada, o Espírito Santo não será removido do mundo  (do contrário, ninguém poderiaser salvo durante a Tribulação ), mas será afastado  de modo que Satanás e suas hostes

possam atuar. Por certo, o Espírito Santoestará presente na Terra durante o Dia doSenhor, mas não agirá mais refreando o malcomo faz hoje.

2

O C r o n o g r a m a  d e   D eus

2 T e s s a l o n i c e n s e s   2 : 1 - 1 2

O   propósito da profecia bíblica não éoferecer um cronograma, mas sim

construir o caráter. Paulo enfatiza esse fatotanto em suas duas epístolas aos tessaloni-

censes, e Jesus nos advertiu a não estipulardatas para sua volta (Mt 24:36, 42). Quemtenta precisar esse dia costuma causar tumulto, e era exatamente isso o que estavaacontecendo na congregação dos tessalo-nicenses.

Alguém havia enganado os cristãos e oslevado a pensar que já viviam o Dia do Senhor. É provável que tal ensinamento tenhase originado em uma "palavra profética

 

em

uma de suas reuniões e que tenha sido reforçado por uma carta falsa com o nome dePaulo. Esse preceito causou inquietaçãoimediata nos cristãos e continuou a perturbá-los profundamente. Deus havia mudado seuplano? Paulo não havia prometido o livramento da Tribulação? (ver 1 Ts 1:10; 5:9).

A fim de tranqüilizar o coração dos tes-salonicenses e de firmar sua fé, o apóstoloexplica que não estão no Dia do Senhor. O

motivo é simples: esse dia só virá depo is quecertos acontecimentos tiverem ocorrido. Emseguida, Paulo lhes apresenta os acontecimentos proféticos do cronograma de Deus.

1 . O ARREBATAMENTO DA IGREJA

(2 Ts 2:1, 6, 7)O apóstolo suplica que "se acalmem" combase na verdade que ele havia lhes ensinado em sua primeira epístola: o Senhor volta

ria para buscar os salvos e se encontrariacom eles nos ares (1 Ts 4:13-18). Essa é a "vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e [a] nossareunião com ele" (2 Ts 2:1). Não se trata de

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4:5-8). Um dia, produzirá sua obra-prima,0 anticristo, que levará o mundo a adorar oMaligno e acreditar em suas mentiras.

Paulo havia explicado tudo isso aos tes-salonicenses, pedindo, sem dúvida alguma,que consultassem as Escrituras relevantes do

Antigo Testamento. Somos privilegiados deter a Bíblia completa para estudar, de modoque tenhamos uma visão geral do anticristoe de sua carreira. Os estudiosos das profe-cias nao apresentam um consenso quantoa todos os detalhes, mas, quando relaciona-dos, os fatos principais oferecem a seguintedescrição do anticristo no fim dos tempos.

O pac ificador (Ap 6:1, 2). Por certo, essehomem entrará em cena antes do arrebata-mento da Igreja. Será um líder político pací-

fico, que unirá dez nações da Europa emum bloco político poderoso (ver Ap 17:12,13). O cavaleiro no cavalo branco é umaimitação de Cristo (Ap 19:11 ss). Avança paraconquistar pacificamente; tem um arco, masnão tem flechas. Trará um período breve depaz ao mundo (1 Ts 5:1-3) antes de cair atempestade do Dia do Senhor.

O pro te to r (Dn 9:24-27). Não cabe aquiexaminar os detalhes fascinantes dessa pro-fecia, mas é importante observar vários fa-

tos. Em primeiro lugar, a profecia aplica-sea Israel, ao templo e a Jerusalém, mas não àIgreja. Em segundo lugar, anuncia a ocasiãoem que o Messias virá e cumprirá certospropósitos para o povo judeu. O termo "se-mana" refere-se a um período de 7 anos; 70semanas correspondem a 490 anos. Con-vém observar que esses 490 anos são divi-didos em três partes: 7 semanas, ou 49 anos,durante os quais a cidade seria reconstruída;62 semanas, ou 434 anos, no final dos quais

o Messias viria e seria morto; 1 semana ou7 anos, durante os quais um "príncipe" teriauma aliança com Israel.

Encontramos "dois príncipes" nessa pro-fecia: Cristo, Messias, o Príncipe (Dn 9:25), eo anticristo, "um príncipe que há de vir" (Dn9:26). "O povo de um príncipe que há devir" são os romanos, pois foram eles que des-truíram a cidade e o templo no ano 70 d.C. Avinda do anticristo será relacionada a umanação que pertenceu ao império romano.

Apesar das fraquezas e dos aparentesfracassos da Igreja, não se deve jamais su-bestimar sua importância no mundo. As pes-soas que criticam a Igreja não se dão contade que a presença do povo de Deus nestemundo dá aos não salvos a oportunidade

de receber a salvação. A presença da Igrejaadia a vinda do julgamento. Ló não era umhomem consagrado ao Senhor, mas foi suapresença em Sodoma que refreou a ira deDeus (Gn 19:12-29). Há dois planos em açãono mundo de hoje: o plano de Deus para asalvação e o plano de Satanás para o peca-do, o "mistério da iniqüidade". Deus tem umcronograma para seu plano, e Satanás nãopode fazer coisa alguma para mudá-lo. As-sim como houve uma "plenitude do tempo"

para a vinda de Cristo (Gl 4:4), também ha-verá uma "plenitude do tempo" para o sur-gimento do anticristo, e nada acontecerá forado cronograma divino. Uma vez que o mi-nistério repressor do Espírito de Deus tiverchegado ao fim, o acontecimento seguintepoderá ocorrer.

2. A REVELAÇÃO DO ANTICRISTO

(2 Ts 2:3-5, 8 a )

Paulo não usa o termo anticristo nesta carta.

Essa designação é usada no Novo Testamen-to apenas por João (1 Jo 2:18, 22; 4:3; 2 Jo7). Mas esse é o nome pelo qual identifi-camos o último grande ditador mundial quePaulo chama de "homem da iniqüidade","filho da perdição" (2 Ts 2:3) e "o iníquo"(2 Ts 2:8).

Satanás está em guerra com Deus des-de que, como Lúcifer, rebelou-se contra Deuse tentou usurpar seu trono (Is 14:12-15).Tentou Eva no jardim e, por meio dela, le-

vou Adão a cair em pecado (Gn 3). EmGênesis 3:15, Deus declarou guerra a Sata-nás e sua família ("tua descendência") e pro-meteu a vinda do Redentor que derrotariaSatanás completa e definitivamente.

O prefixo grego antí  pode significar duascoisas: "contrário a" e "no lugar de". Sata-nás não apenas se opõe a Cristo, mas tam-bém deseja ser adorado e obedecido no lugar de Cristo.  Satanás sempre desejou seradorado e servido como Deus (Is 14:14; Lc

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assinado a aliança com os judeus (Dn 9:27- "na metade da semana" ou depois de trêsanos e meio). Esse fato dará início a um período de perseguição intensa e tribulação.Jesus disse: "porque nesse tempo haverá

grande tribulação 

(Mt 24:21). Satanás derramará sua ira sobre Israel. Controlará o sistema econômico do mundo de tal forma queos cidadãos precisarão ter "a marca da besta", a fim de poder comprar e vender (Ap13:16,17).

Muitos perguntam se alguém será salvodurante esse período de 7 anos, e a resposta é sim. Apocalipse 7:1-8 afirma que 144mil judeus serão salvos (provavelmente deforma parecida com a c onversão do apóstolo Paulo, que teve uma visão dramática deCristo) e levarão o evangelho às nações. Oapóstolo João descreve uma grande multidão de gentios que se converterão durantea Grande Tribulação (Ap 7:9-17). O EspíritoSanto estará "afastado" como poder repressor, mas continuará operando como poderredentor.

No entanto, os convertidos pagarão umalto preço por crer em Cristo e viver para

ele nesse tempo. Os cristãos recusarão curvar-se diante da imagem da besta e serãomortos. Recusarão usar sua marca e, dessemodo, não conseguirão trabalho nem terãoacesso ao comércio. Será um contraste etanto com nossa situação atual, na qual atépessoas famosas dão seu testemunho cristão.

O prisione iro (Ap 19:11-21).  É importante lembrar que Deus tem um cronograma.Satanás não terá permissão de controlar o

mundo para sempre. Jesus voltará "comgrande poder e glória" (Mc 13:26) e levarácativos o anticristo e seus colaboradores - etambém Satanás - e os lançará no abismo(Ap 20:1-3). Esse será o ponto culminante dagrande batalha do Armagedom (Ap 16:16),durante a qual as nações do mundo unir-se-ão a Satanás para lutar contra Jesus Cristo.Isso nos levará ao acontecimento seguinte.

3. A v o l t a   d e   J e s u s   C r i s t o  (2 Ts 2:8-12)É sua volta à Terra em g lória e juízo, acontec imento descrito em 2 Tessalonicenses 1:5-10

Por fim, devemos observar que há umintervalo entre a 69s e a 70* semana. Vivemos hoje nesse intervalo. A 69a semana encerrou-se com o ministério de Cristo. A 70asemana com eçará com a vinda do anticristo.

Ele fará uma aliança com Israel para proteger a nação e permitir que ela reconstruaseu templo. A aliança será estipulada para 7anos. O anticristo resolverá temporariamente a crise do Oriente Médio.  Israel reconstruirá o templo em uma época de paz. É aassinatura dessa a liança, não o arrebatamen-to da Igreja, que indica o início da 70* semana de Daniel, o período de 7 anos conhecidocomo o Dia do Senhor.

O transgressor (Dn 9:27).  Depois de trêsanos e meio, o anticristo romperá a aliançacom os judeus e tomará posse do templo. É isso o que Paulo chama de "a apostasia"(2 Ts 2:3b). Uma tradução melhor é "rebelião, deserção". Não será apenas uma   rebelião, mas a rebelião. Até esse ponto, oanticristo é o líder pacificador das dez nações européias, que assumiu o compromisso de proteger Israel. Agora, porém, revelaseu verdadeiro caráter assumindo o contro

le do templo judeu e exigindo que o mundoo adore (ver Ap 13).

Uma vez que o anticristo será impelidopor Satanás, não é de se surpreender quedeseje ser adorado, pois Satanás sempre quisreceber a adoração do mundo. A históriada Igreja indica que houve diversas "apos-tasias", quando grupos afastaram-se da verdade de Deus, mas essa rebelião final será amaior de todas. O homem da iniqüidade se

oporá a tudo o que se refere a outras religiões, sejam elas verdadeiras ou falsas. Organizará uma igreja mundial que, ao adorá-lo,estará adorando a Satanás.

Jesus previu essa apostasia e chamou oanticristo de "o abominável da desolação"(Mt 24:15), uma referência clara a Daniel9:27. O mundo ficará maravilhado com essegrande líder que, pelo poder de Satanás, realizará sinais e prodígios e enganará as nações.

O  perseg u ido r (Ap 13:15-17) .  A maioria dos estudiosos das profecias acreditaque esses acontecimentos ocorrerão trêsanos e meio depois que o anticristo houver

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opôs a Moisés na corte de Faraó (Êx 7:8-12,20-22; 8:5-7). No julgamento final, algumaspessoas que realizaram milagres em nome de Jesus  serão rejeitadas pelo Senhor, poisnunca foram salvas (Mt 7:21-23). Judas reali-zou milagres e, no entanto, nunca nasceu

de novo (Jo 6:66-71 ;13:11, 18).O propósito dos milagres de Deus eraconduzir as pessoas à verdade; o propósitodos milagres do anticristo será levar as pes-soas a crer em mentiras. Paulo chama-os de"prodígios da mentira" (2 Ts 2:9), não por-que os milagres não sejam reais, mas porqueconvencem as pessoas a crer nas mentirasde Satanás. O mundo não seguiria por mui-to tempo um líder que fizesse apenas tru-ques baratos (ver Ap 13:13, 14).

Quando Jesus Cristo voltar, julgará oanticristo "com o sopro de sua boca e [...]pela manifestação de sua vinda" (2 Ts 2:8).Os verbos matar   e destruir   não significamaniquilar, pois Apocalipse 20:10 indica queSatanás e seus ajudantes serão atormenta-dos no lago e fogo para sempre. Essa afir-mação poderia ser traduzida por: "a quem0 Senhor Jesus derrubará com o sopro desua boca e dará fim às operações com oesplendor de sua presença".

A medida que a vinda do Senhor parabuscar sua Igreja se aproximar, a operaçãode Satanás no mundo se intensificará (ler1 Tm 4; 2 Tm 3). Uma vez que Satanás é ummentiroso, devemos resistir-lhe com a ver-dade da Palavra de Deus (Ef 6:1 7). Foi essaespada que Jesus usou ao derrotar Satanásno deserto (Mt 4:1-11). Além de mentiroso,Satanás também é assassino (Jo 8:44), en-quanto Deus vivifica por meio de sua verda-de. É um grande estímulo saber que, um dia,

Jesus Cristo derrotará completamente Sata-nás e seu sistema.O  julgamento dos incrédulos (vv. 10- 

12).  Observamos anteriormente que gran-de número de judeus e de gentios será salvodurante o período de 7 anos de Tribulação.Mas a maioria da população mundial seperderá. Muitos morrerão nos julgamentosterríveis que Deus enviará sobre a Terra (verAp 6:7, 8; 8:11; 9:18; 11:13). Outros pere-cerão no julgamento, quando Jesus Cristo

e em Apocalipse 19:1 Iss. Ocorrerá no finaldos 7 anos de Tribulação, quando o "misté-rio da iniqüidade

 

(o plano perverso de Sa-tanás) houver terminado com a batalha doArmagedom. É importante fazer uma distin-ção clara entre o arrebatamento da Igreja e

a volta de Cristo à Terra. O primeiro acon-tecimento é secreto, e a Igreja será arreba-tada para se encontrar com o Senhor nosares. O segundo acontecimento é público,e a Igreja voltará com o Senhor para derro-tar Satanás e suas hostes.

O  julgamento do anticristo (vv. 8 9 ) .  Ninguém na Terra será capaz de vencer oanticristo e suas milícias, pois ele receberáo poder de Satanás. "Quem é semelhante àbesta? Quem pode pelejar contra ela?" (Ap

13:4). Satanás dará poder a seu falso mes-sias para que ele realize "sinais, e prodígiosda mentira" (2 Ts 2:9). Trata-se, sem dúvida,de uma imitação de Jesus Cristo, que reali-zou "milagres, prodígios e sinais" (At 2:22).

Satanás sempre foi um imitador. Existemfalsos cristãos no mundo que, na verdade,são filhos do diabo (Mt 13:38; 2 Co 11:26).Ele tem falsos ministros (2 Co 11:13ss) quepregam um evangelho falso (Gl 1:6-9). Exis-te até mesmo uma "sinagoga de Satanás"

(Ap 2:9), ou seja, um grupo de pessoas quepensa estar adorando a Deus, mas, na ver-dade, adora ao diabo (1 Co 10:19-21). Essescristãos falsos possuem uma justiça falsa quenão é a justiça salvadora de Cristo (Rm 10:1-3; Fp 3:4-10). Têm uma certeza falsa que semostrará inútil quando enfrentarem o julga-mento (Mt 7:15-29).

Na era apostólica, os milagres eram da-dos para autenticar a mensagem (Hb 2:1-4).Os apóstolos escolhidos de Deus usavam

os milagres e suas credenciais para provarque haviam sido enviados por Deus (2 Co12:12). Contudo, os milagres de per si nãoservem para provar que uma pessoa foienviada por Deus: sua mensagem e seu cará-ter também devem ser levados em conside-ração. João Batista foi "um homem enviadopor Deus" (Jo 1:6) e, no entanto, "João nãofez nenhum sinal" (Jo 10:41).

Satanás pode fazer milagres que pare-cem emular os do Senhor. Foi assim que se

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1:18ss. Convém observar especialmenteRomanos 1:25: "pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador".

Tudo isso significa que Satanás apela ao

orgulho humano. Foi o orgulho que transformou Lúcifer em Satanás {Is 14:12-15; Ez28:11-18). É por causa do orgulho que oshomens fazem a vontade de Satanás aquino mundo (ver 2 Tm 2:24-26).

Um amigo me contou de um líder emum campo missionário que causava váriosproblemas para a igreja. Sempre que o missionário estava na vila, esse líder apresentava comportamento exem plar; mas assim queo missionário partia, o homem começava acomportar-se como se fosse controlado porSatanás. Por fim, o missionário e vários outros líderes da igreja confrontaram o homemem nome de Jesus Cristo e descobriram averdade: Satanás estava usando o orgulhopara controlar a vida dele.

- Qu ando fui ordenado presbítero - explicou o homem ouvi uma voz me dizer:"agora você é alguém importante". Dei atenção a essa voz, e Satanás assumiu o controle

da minha vida.O homem confessou seu pecado, a igre

 ja orou por ele, e Deus o libertou."Agora você é alguém importante!" "Ado

re e sirva a criatura em vez do Criador." Essaé a mentira de Satanás e, infelizmente, é oque governa o mundo hoje. No princípio,Deus criou o homem a sua imagem. Hoje,o homem faz para si um D eus a sua imagem.

As pessoas que Cristo julgará não ape

nas deixaram de amar a verdade, mas também "deleitaram-se com a injustiça" (2 Ts2:12). Os Salmos 50:16-21 e 52 descrevemesse tipo de pessoa. Os principais sacerdotes alegraram-se  quando Judas prometeuajudá-los a matar Jesus (Mc 14:10 , 11). Comomencionamos anteriormente, o p rocesso decrer na mentira é descrito em Romanos 1.O último versículo desta seção (Rm 1:32)mostra claramente essa verdade: "Ora, co

nhecendo eles a sentença de Deus, de quesão passíveis de morte os que tais coisaspraticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem".

voltar e separar os salvos dos perdidos (Mt25:31-46).

É importante observar que essas pessoastiveram a oportunidade de crer e de ser salvas. Deus não sente prazer algum em julgar

os perdidos (Ez 33:11) e "não [quer] quenenhum pereça, senão que todos cheguemao arrependimento" (2 Pe 3:9). Essas pessoasserão julgadas e sofrerão para sempre, poisnão aceitaram a verdade nem creram nela.O coração desses indivíduos será tão perverso que não terão amor   algum pela verdade. Os que amam e praticam a mentiraserão excluídos da cidade celestial (Ap22:15) e enviados para o lago de fogo.

Neste parágrafo, Paulo ensina algo extremamente sério: é possível resistir de talmodo à verdade a ponto de acabar se iludindo e sendo obrigado a crer em uma mentira. Não é possível manter-se neutro: ou secrê na verdade ou se crê em uma mentira.Rejeitar a verdade é o mesmo que aceitar amentira.

Isso significa que Deus é responsávelpelo fato de essas pessoas rejeitarem a Cristo? Tanto quanto ele foi responsável pela

situação espiritual de Faraó, quando M oisésfez sobrevir as pragas no Egito. Faraó ouviua Palavra de Deus e viu os prodígios de D euse, no entanto, recusou sujeitar-se à vontade de Deus. Em algumas ocasiões, Faraócedeu e aceitou, da boca para fora, a vontade de Deus; mas sempre voltou a resistire recusou-se a obedecer a Deus. Endureceu o co ração de tal modo que não foi maiscapaz de receber a verdade, provocando

o julgamento final de Deus sobre a terrado Egito.

A Segunda Espístola aos Tessalonicenses2:11 diz, literalmente: "para crerem na  mentira". O que vem a ser "a mentira"? Satanásé o mentiroso e enganou os seres humanosinúmeras vezes. Mas há uma "mentira" que,desde o princípio, induz as pessoas ao erro.Satanás contou essa mentira pela primeiravez a Eva: "Como Deus, sereis".  A mentira é 

a idéia de que o homem é seu próprio deuse, portanto, pode fazer o que bem entender ese aperfeiçoar apenas com seus esforços humanos. O processo é descrito em Romanos

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2 TESSALONICENSES 2 :1 -12260

repetidamente. Toda vez que o pecadorrejeita a verdade de Deus, seu coraçãotorna-se mais empedernido; também se tor-na mais propenso a crer nas mentiras deSatanás.

É muito melhor seguir o exemplo dos

cristãos tessalonicenses, que receberam oevangelho "não como palavra de homens,e sim como, em verdade é, a palavra de Deus"(1 Ts 2:13). Você já aceitou a verdade?

Isso significa que as pessoas que ouvi-ram o evangelho antes do arrebatamentoda Igreja não poderão ser salvas depoisdo arrebatamento? Não necessariamente.Se assim fosse, caso Cristo voltasse hoje,nosso testemunho aos perdidos seria con-

denação para eles. No entanto, significaque nenhum pecador perdido pode se daro luxo de tratar a verdade de Deus comindiferença nem de rejeitar o Filho de Deus

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arraigada e fundamentada em seu amor (Jo3:16). Deus provou seu amor na cruz, ondeJesus Cristo morreu pelos pecados do mundo (Rm 5:8).

Deus os escolheu (v. 13b).  Não somossalvos somente pelo amor, pois Deus ama o

mundo inteiro e, no entanto, nem todos sãosalvos. O amor revela-se na  graça  e na misericórdia. Em sua graça, Deus nos dá, por meiode Cristo, o que não merecemos, e, em suamisericórdia, Deus deixa de nos dar o quemerecemos, pois lançou o castigo que nosera devido sobre Cristo! Não ousamos explicar a eleição dos pecadores por Deus (1 Ts1:4 ; Ef 1:4 ; 1 Pe 1:2 ). ■

Deus os separou (v. 13c).  O termo "san

tificar" significa "separar". Existe uma santificação progressiva que nos torna cada vezmais semelhantes a Cristo (1 Ts 5:23). Mas asantificação à qual Paulo se refere aqui éa obra do Espírito de conduzir o incrédulo àfé em Cristo. "Eleitos, segundo a presciên-cia de Deus Pai, em santificação do Espírito" (1 Pe 1:2). Faz parte da obra do EspíritoSanto convencer o pecador de sua culpa(Jo 16:7-11). Ao olhar para trás, vejo como o

Espírito me conduziu à fé em Cristo, aindaque, na época, eu não estivesse conscientedisso; essa é a experiência de todo cristão.

Deus os chamou (v. 14). O mesmo Deusque determinou o fim (a salvação) tambémdeterminou o meio para alcançar esse fim("a fé na verdade"). A pessoa que diz: "nãopreciso orar, testemunhar nem enviar missionários, pois D eus já tem seus eleitos" nãoentende a eleição divina. O maior estímulo

para o evangelismo é saber que Deus preparou certas pessoas para responder à suaPalavra (ver At 18:1-11).

A fim de cumprir seu plano eterno, Deusenviou Paulo, Silas e Timóteo a Tessalônicapara pregar a Palavra de Deus. O que foideterminado na eternidade   cumpriu-se no tempo.  Deus emprega instrumentos humanos para levar o evangelho aos perdidos;e, ao crer em Cristo, essas pessoas provam

que são "eleitas" em Deus (1 Ts 1:4). O convite de Deus foi dado à cidade toda, mas semostrou eficaz somente para os que receberam a verdade e creram em Cristo.

3

S o m e n t e   a   V e r d a d e

2 T e s s a l o n í c e n s e s 2 : 1 3 - 3 : 5

Paulo foi um cristão equilibrado que teveum ministério equilibrado; vemos provas

disso quando ele encerra esta carta. O apóstolo passa da profecia para vida cristã prá

tica; do aspecto negativo (as mentiras deSatanás) para o aspecto positivo (a verdadede Deus); e da advertência para as açõesde graças e oração.

Precisamos encarecidamente de ministérios equilibrados hoje. Participei de congressos cristãos nos quais a única ênfase erasobre o que Cristo fará  com os judeus nofuturo, deixando inteiramente de lado o queele deseja  fazer com a Igreja no presente.

Não devemos jamais permitir que o estudodas profecias torne-se uma fuga de nossasresponsabilidades presentes.

A ênfase de Paulo é sobre a verdade daPalavra de Deus em contraste com a grandementira de Satanás, sobre a qual o apóstolodiscorreu na seção anterior. Todo cristão temquatro responsabilidades para com a verdade de Deus.

1. C r e r   n a   v e r d a d e   (2 Ts 2:13, 14)Já observamos como Pauío oferece açõesde graças repetidamente em suas cartas àigreja de Tessalônica (1 Ts 1:2; 2:13; 3:9;2 Ts 1:3; 2:13). Agradece a maneira comoresponderam à obra de Deus na vida deles.Nestes dois versículos, o apóstolo faz umarecapitulação dos estágios da experiência desalvação dos tessalonicenses.

Deus os amou (v. 13a).  Tudo o que

Deu s faz pelo mundo perdido nasce de seuamor eterno. Não se deve jamais pensar emseu plano maravilhoso para a salvação comoum mecanismo impessoal. Sua salvação é

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2 TESS ALO NI CE NSES 2 :13 - 3:5262

meio das chamadas instituições cristãs (igre- jas, escolas etc.) que não crêem na verdadede Deus. Tais instituições têm a "forma depiedade", mas, na realidade, nunca expe-rimentaram o poder da verdade salvadorade Deus.

Ao usar o termo tradições,  Paulo nãose refere às idéias religiosas criadas por se-res humanos e sem fundamento bíblico. Je-sus rejeitou as tradições religiosas humanas(Mc 7:1-13), e Paulo adverte contra elas emColossenses 2:8. É triste ver religiosos dis-cutirem tradições humanas e, ao mesmo tem-po, rejeitarem a verdade simples da Palavrade Deus.

O termo "tradição" significa, simplesmen-te, "o que foi passado de uma pessoa para

outra". A verdade do evangelho começoucomo uma mensagem oral, proclamada porCristo e pelos apóstolos. Posteriormente, essaverdade foi registrada por escrito, por inspi-ração do Espírito Santo, transformando-se nasSagradas Escrituras (ver 2 Tm 3:12-17; 2 Pe2:16-21). A verdade de Deus não foi inven-tada por homens: foi transmitida de Deuspara os homens (1 Co 15:1-6; Gl 1:11, 12),e cada geração de cristãos guardou-a e apassou adiante (2 Tm 2:2).

Paulo apresenta claramente as duasresponsabilidades do cristão ao guardar averdade: "permanecei firmes e guardai astradições" (2 Ts 2:15) "Permanecei firmes"significa "nao se afastem da verdade do evan-gelho" (ver 1 Co 16:13; Cl 1:23). Quandominha esposa e eu visitamos a torre de Lon-dres e vimos as jóias da coroa, observamosque a multidão movia-se sem parar, mas osguardas permaneciam sempre no mesmolugar. Observavam atentamente os visitan-

tes, e nada poderia tirá-los de seu posto. Nós,cristãos, estamos ajudando a guardar a "fépreciosa" e não devemos permitir que osardis de Satanás ou o louvor dos homens nostirem de nosso posto.

Se "permanecermos firmes" poderemos"guardar". Esse termo tem o sentido de "se-gurar com firmeza". É relacionado à pala-vra grega que significa "resistência, força,poder". Não devemos guardar a verdadede Deus de maneira descuidada, mas sim

É perigoso envolver-se em especulaçõesinúteis acerca da soberania divina e da res-ponsabilidade humana. Ambas são ensinadasna Bíblia. Sabemos que "Ao Senhor pertencea salvação!" (Jn 2:9), e que os pecadores nãopodem jamais salvar a si mesmos. É preciso

reconhecer que existem mistérios  acerca dasalvação, mas podemos nos regozijar porquetambém existem certezas, nas quais podemosdescansar. Não se deve usar a doutrina daeleição para dividir a igreja e perturbar os fra-cos, mas sim para glorificar ao Senhor.

Deus lhes deu glória (v. 14b).  O quecomeçou na eternidade passada chega a seuapogeu na eternidade futura: participamosda glória de Deus (Jo 17:24; Rm 8:29, 30).O que começa com a graça sempre con-

duz à glória. Trata-se de um contraste gritan-te com o futuro reservado para os perdidos(2 Ts 1:8-10). Os cristãos já possuem a gló-ria de Deus dentro de si (Jo 17:22; observar0 verbo no passado em Rm 8:30 - "glorifi-cou"). Estamos aguardando a volta de Cristo,quando a glória será revelada (Rm 8:17-19;2 Ts 1:10).

Quando os pecadores crêem na verda-de de Deus, ele os salva. Quando crêemnas mentiras de Satanás e rejeitam o amor à

verdade, não podem ser salvos (2 Ts 2:10-12). É perigoso pensar que é possível serneutros quanto à verdade de Deus; as conse-qüências dessa idéia equivocada são eternase trágicas.

2. G u a r d a r a v erd a de (2 Ts 2:15)Paulo falou-lhes sobre a rebelião futura  con-tra a verdade (2 Ts 2:3), a grande apostasialiderada pelo anticristo. Mas, nesta carta,também os acautela sobre um perigo  pre- 

sente  e afirma que a Igreja deve guardar averdade de Deus, não se afastar dela. ONovo Testamento adverte repetidamentesobre isso: 1 João 2:18-24; 4:1-3; 2 Pedro 2;1 Timóteo 4 e 2 Timóteo 3, dentre outros.

Deus opera em seu mundo por meio daverdade de sua Palavra, e Satanás opõe-se aessa verdade colocando mentiras em seu lu-gar. A natureza humana tem a tendência decrer nas mentiras e de resistir à verdade. Sa-tanás realiza seu trabalho mais eficaz por

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26 32 T E S S A L O N I C E N S E S 2 : 13 - 3 :5

Palavra de Deus e não lhe obedece estaráapenas enganando a si mesmo (Tg 1:22-25).

Estes dois versículos apresentam o dese jo e a oração de Paulo a seus amigos: elequeria que Deus os encorajasse   ("consolem

o vosso coração 

) e firmasse  ("vos confirmem") "em toda boa obra e boa palavra".Essas duas palavras destacam-se nas cartasaos tessalonicenses.

Quando estava com eles, Paulo encora jou-o s  individualmente, como um pai fazcom os filhos (1 Ts 2:11). Enviou Timóteo aencorajá-los (1 Ts 3:2), e o próprio Paulo foiencorajado pelo relato de Timóteo acercada fidelidade dos cristãos de Tessalônica

(1 Ts 3:7).O apóstolo estimulou-os a andar de modo agradável a Deus (1 Ts 4:1) e a crescerno amor pelos semelhantes (1 Ts 4:10). Ensinou-lhes sobre o arrebatamento da Igreja,a fim de que encorajassem uns aos outros(1 Ts 4:18). Para acalmar seus medos, explicou-lhes como será o Dia do Senhor (1 Ts5:11). Além desse ensinamento, instou-os aministrar uns aos outros (1 Ts 5:18).

A confirmação no Senhor também é um

tema importante. Paulo enviou Timóteo devolta a Tessalônica para que os firmasse nafé (1 Ts 3:2), e o apóstolo orou para que Deusos confirmasse (1 Ts 3:13). Antes de aprender a andar e correr, toda criança precisaaprender a ficar em pé.

Essa confirmação vem de Deus, mas eleusa pessoas para realizar sua obra. Uma dasgrandes necessidades de nossas igrejas é tercristãos que se dediquem a firmar na fé os

recém-convertidos. Estudos bíblicos em grupos e os cultos da igreja são de grande valor, mas o discipulado pessoal também éimportante. Paulo encorajou os tessalonicen-ses individualmente, e devemos seguir seuexemplo.

Paulo demonstrou preocupação comdois aspectos da vida cristã dos tessalonicen-ses: sua palavra e  suas obras, o  que diziam  eo que faziam. Se as atitudes não são coeren

tes com as palavras, o testemunho perde aeficácia. O "agir 

e o "falar" devem estar emconcordância; as boas obras e as boas palavras devem vir de um coração submisso.

segurá-la com força e firmeza, sem deixarque escape de nós. Cada geração de cristãos deve receber a verdade que lhe é transmitida por outros e se certificar de guardá-laintacta para a geração seguinte.

Não é fácil  perm anecer firmes  e guardar, pois as forças a nosso redor desejam nosdemover da fé. Satanás sabe usar mentiraspara opor-se à verdade de Deus e procurafazer isso no meio dos cristãos  (At 20:2832). Por vezes, um cristão fiel deve recusar-se a ter comunhão com os que rejeitaram afé (Rm 16:17-20; 2 Co 6:14 - 7:1; 1 Tm 6:35; 2 Jo 7-10).

Permita-me resumir essas idéia com duaspalavras de advertência. Em primeiro lugar,"a fé" que nos foi transmitida pelas geraçõesanteriores não deve ser confundida com interpretações e conce itos humanos. Osfariseus consideravam suas interpretaçõestão sagradas quanto a Palavra de Deus (Mc7:7-9). As doutrinas fundamentais da Palavra de Deus são aceitas por todos os cristãos evangélicos, mas nem todos os cristãosconcordam quanto a questões secundáriasde interpretação (especialmente no que diz

respeito às profecias) ou de organização daigreja. É perigoso transformar idéias humanas em uma prova de comunhão ou deespiritualidade.

Em segundo lugar, não devemos "embalsamar" a verdade, fazendo-a perder sua vitalidade e poder. Antes, devemos ser comopais de família dedicados que tiram de seudepósito da verdade "coisas novas e coisasvelhas" (Mt 13:52). Ainda há mais verdades

a serem encontradas na Palavra de Deus enão devemos pensar que sabemos tudo. APalavra é como uma semente (Lc 8:11), equando uma semente é colocada no solo,produz a planta, frutos e mais sementes. Apesar de ser bom contar as histórias antigas das Escrituras, também é salutar permitirque o Espírito ensine verdades novas acercada Palavra e encontrar novas aplicações paraverdades antigas.

3 . P r a t i c a r    a   v e r d a d e   ( 2 Ts 2 : 1 6 , 1 7 )

Não basta crer na verdade e guardá-la;também devemos praticá-la. Quem ouve a

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2 TESSALO NI CENSES 2 :13 - 3 :5264

conter a Palavra de Deus (2 Tm 2:9). Ao pra-ticar a verdade e orar pelo ministério da ver-dade, a Palavra de Deus terá liberdade demover-se e de realizar os propósitos de Deusno mundo.

A Palavra de Deus é glorificada tanto na

vida dos que a compartilham como dos quea recebem. Foi o que Paulo experimentouem Antioquia da Pisídia: "Os gentios, ou-vindo isto, regozijavam-se e glorificavam apalavra do Senhor, e creram todos os quehaviam sido destinados para a vida eterna. Edivulgava-se a palavra do Senhor por todaaquela região" (At 13:48, 49).

Hoje em dia, uma parte excessiva daobra cristã é realizada por meio de planos epromoção de caráter humano, não pela Pa-

lavra de Deus. Confiamos em nossos proje-tos e não divulgamos a Palavra de Deus (Hb11:3). Sem dúvida, a Palavra de Deus poderealizar a obra de Deus neste mundo. Mas apregação de púlpito da Palavra muitas ve-zes é substituída pelo entretenimento se-cular no palco. Donald Coggan, arcebispode Canterbury, comentou sobre os pastorescristãos: "Sua tarefa é alimentar as ovelhas,não entreter os cabritos".

Ao longo do ministério pastoral, tenho

observado que a Palavra de Deus realiza aobra de Deus. Quando as ovelhas são ali-mentadas, elas se arrebanham em amor, sereproduzem, seguem o pastor e dão sua lãsem qualquer problema. Quando as ove-lhas estão famintas, começam a morderumas às outras, a adoecer e a se perder pe-lo caminho. Quando a Palavra de Deus rea-liza a obra, Deus recebe a glória. Comomeu amigo Bob Cook costumava lembrar:"Se somos capazes de explicar o que está

acontecendo, então não é Deus quem es-tá fazendo!"É evidente que a Palavra e a obra de Deus

sempre enfrentam oposição. Paulo pede aseus amigos que orem para que ele seja li-berto dos homens incrédulos, perversos emaus. Assim como o Espírito usa pessoasconsagradas para compartilhar a Palavra,Satanás também se vale de pessoas perver-sas para opor-se à Palavra e gosta de usarcristãos para opor-se à obra de Deus. Falou

Ninguém é salvo pelas boas obras (Ef 2:8-10; Tt 3:3-7), mas as boas obras dão provada salvação (Tt 2:11-15). Não podemos de-pender apenas de boas palavras; o que di-zemos deve ser confirmado por aquilo quefazemos (1 Jo 3:18). As boas obras devem

ser uma prática contínua, não algo ocasio-nal. Devemos ser confirmados  em nossaspalavras e em nossas obras.

Como isso é possível? Somente Deuspode fazê-lo por meio de sua graça; e eraisso o que Paulo desejava para seus amigos.Deus deu consolação eterna e boa esperan-ça por meio de sua graça. É importante ob-servar que as palavras de Paulo associam oSenhor Jesus Cristo a Deus Pai de modo aasseverar a divindade de Cristo. Os dois

nomes para Deus em 2 Tessalonicenses 2:16são regidos por um verbo no singular,  nãono plural, o que significa que são iguais. Oapóstolo usa essa mesma construção grama-tical em 1 Tessalonicenses 3:11, em que tam-bém afirma a igualdade entre Pai e Filho.

Hoje em dia, muitos cristãos enfatizama necessidade de  guardar   a verdade, masminimizam a importância de viver   a verda-de. Uma das melhores formas de guardar averdade é colocá-la em prática. É louvável

defender a fé, mas não se deve esquecer dedemonstrá-la. Lázaro não precisou dar pa-lestras sobre a ressurreição. As pessoas olha-vam para ele e criam (Jo 12:9-11).

4 . C ompa rtilha r   a  v e r d a d e (2 Ts 3:1-5)É lógico haver uma seqüência de responsa-bilidades. O aprendizado e a prática devemandar juntos. Quando cremos na verdade,ela muda nossa vida. Guardamos e pratica-

mos a verdade a fim de compartilhá-la comoutros. Não é possível compartilhar algo emque não cremos (a menos que sejamos hi-pócritas) e podemos compartilhar com maiseficácia aquilo que praticamos.

A Palavra de Deus é viva (Hb 4:12); de-vemos deixá-la mover-se livremente. Aqui,Paulo faz uma alusão ao Salmo 147:15: "Eleenvia as suas ordens à terra, e sua palavracorre velozmente". Os servos de Deus po-dem estar presos, mas ninguém consegue

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2652 TES SAL ON ICE NSE S 2:13 - 3:5

Palavra de Deus, seriam mandados para a

corte marcial.

Um soldado obedece, acima de tudo,por lealdade, não por medo. Mas 0 cristão

tem motivos muito mais elevados para

obedecer: 0 amor de Deus e a volta de Cris

to (2 Ts 3:5). "Se me amais, guardareis os meus

mandamentos 

(Jo 14:15). Um comandante

não exige que seus subordinados 0 amem;

mas, se0

 amarem, também0

  respeitarão elhe obedecerão com maior diligência. Os

registros históricos das guerras mostram fei

tos heróicos de homens que amavam seus

líderes e morreram voluntariamente por eles.

Nosso Salvador nos ama e morreu por nós.

Acaso não podemos lhe obedecer?

Ele voltará para nos buscar. Esse é 0 tema

que encontramos até aqui nas duas cartas

de Paulo aos tessalonicenses, e 0  apóstolo

relaciona essa verdade à prática diária. Como

soldados de Cristo, devemos compartilhar a

Palavra, pois, um dia, ele voltará e teremos

de prestar contas de nossa vida. Será que

[amamos] a sua vinda2) Tm 4:8)? Fica

remos "envergonhados na sua vinda1) Jo2:28)?

Vemos, portanto, quatro grandes respon

sabilidades que nos cabem: crer na verda

de, guardar a verdade, praticar e verdade e

compartilhar a verdade. Se cumprirmos es

ses deveres, experimentaremos alegria e

poder em nossa vida, bem como crescimento e bênçãos em nossas igrejas.

por meio de Pedro (Mt 16:21-23) e operou

por meio de Ananias e Safira (At 5:1-11).

Paulo estava certo de que seus leitoresnão se entregariam a Satanás, permitindo,

antes, que 0 Senhor fiel os firmasse na fé e

os guardasse do Maligno (significado literal

de 2 Ts 3:3). Não podemos confiar em nós

mesmos, mas podemos confiar em Deus

para cuidar de nós e dos outros.

Não basta0

 pastor ou os líderes da igre ja compartilharem a Palavra; cada cristão

deve participar desse ministério essencial. O

termo ordenar 

, que Paulo usa em 2 Tessalo-

nicenses 3:4, refere-se a uma ordem militar

transmitida por um oficial superior". No texto

original, ele usa 0 mesmo termo em 1 Tessa-

lonicenses 4:2 e 0  repete em 2 Tessaloni-

censes 3:4, 6,10,12. Cristo é 0 Capitão de

nossa salvação, e nós somos seus soldados

(2 Tm 2:3, 4). Em uma batalha, não é sufi

ciente apenas os oficiais lutarem; todos os

soldados devem cumprir seu dever. O mes

mo se aplica ao trabalho na igreja local.

O que seria de um exército que funcio

nasse com a mesma falta de obediência,ordem e disciplina que vemos, com freqüên

cia, nas igrejas locais? Jamais venceria uma

guerra. Se os soldados só participassem dos

treinamentos quando tivessem vontade, ja

mais estariam preparados para enfrentar 0

inimigo. Se os recrutas desobedecessem às

ordens de seus oficiais da maneira comoalguns membros de igreja desobedecem à

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se defendiam dizendo: "O Senhor está pres-te a voltar!"

As interpretações e aplicações equi-vocadas das verdades da Palavra de Deuspodem causar inúmeros problemas. Os re-gistros históricos mostram a insensatez dosque estipularam datas, venderam seus bens

e se assentaram no alto das montanhas paraesperar pela volta de Cristo. Qualquerensinamento que incentive a desobedecera um preceito divino não é bíblico.

Os fariseus, por exemplo, encontraramuma forma de roubar de seus pais e, aindaassim, obedecer ao quinto mandamento:"Respondeu-lhes [Jesus]: Bem profetizouIsaías a respeito de vós, hipócritas, como estáescrito: Este povo honra-me com os lábios,mas o seu coração está longe de mim. E em

vão me adoram, ensinando doutrinas quesão preceitos de homens. Negligenciandoo mandamento de Deus, guardais a tradiçãodos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamenterejeitais o preceito de Deus para guardardesa vossa própria tradição. Pois Moisés disse:Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem mal-disser a seu pai ou a sua mãe seja punidode morte. Vós, porém, dizeis: Se um homemdisser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo quepoderias aproveitar de mim é Corbã, isto é,oferta para o Senhor, então, o dispensais defazer qualquer coisa em favor de seu pai oude sua mãe, invalidando a palavra de Deuspela vossa própria tradição, que vós mes-mos transmitistes; e fazeis muitas outras coi-sas semelhantes" (Mc 7:6-13).

Paulo esperava que a igreja toda tra-balhasse em conjunto para resolver esseproblema. A igreja deve lidar com seus mem-bros em amor e procurar levar cada um de-

les a obedecer a Deus. A fim de ajudá-losnessa tarefa, o apóstolo apresenta quatromotivos para exortarem os cristãos a deixarseus pecados e a começar a ganhar o pró-prio pão.

1. A exo rtação   da   P alavra  (2 Ts 3:6)No texto original, Paulo usa o termo forte"ordenar" em sua primeira carta aostessalonicenses (1 Ts 4:2 ["instruções"], 11);ela aparece também no início deste capítulo

O rdem  na  Igreja

2 T e s s a l o n i c e n s e s 3:6-18

4

uando os problemas não são resolvi-dos, eles crescem e se tornam ainda

piores. Uma pequena farpa deixada no dedopode causar uma infecção grave e exigir in-tervenção cirúrgica. Quando alguém pisa emum prego, o médico aplica de imediato uma

injeção antitetânica, mesmo que o machu-cado pareça insignificante.

Os problemas na igreja são como pro-blemas físicos: se não forem resolvidos, cres-cem, agravam-se e infectam mais pessoas. Aigreja local é um corpo, e o pecado é para ocorpo espiritual aquilo que os micróbios sãopara o corpo físico. Quando Paulo escreveusua primeira carta à igreja de Tessaiônica,advertiu os fofoqueiros ociosos que deve-riam trabalhar (1 Ts 4:11). Aconselhou os lí-deres da igreja a "fadmoestarj os insubmissos"(1 Ts 5:14). O termo "insubmisso" refere-sea um soldado fora de formação. Ao que pa-rece, esses rebeldes não se arrependeram,pois Paulo dedica o restante de sua segun-da carta a esse problema.

O que estava errado? Alguns membrosda congregação interpretaram incorre-tamente os ensinamentos de Paulo acercada volta de Cristo, deixaram de trabalhar e

passaram a viver à custa da generosidadeda igreja. Permaneciam ociosos, enquan-to outros trabalhavam, e, ainda, esperavamque a igreja os sustentasse. E possível queesse grupo de cristãos preguiçosos fossea origem dos falsos ensinamentos que Pau-lo menciona em 2 Tessalonicenses 2:2.Além de não trabalhar, espalhavam fofo-cas sobre outros membros da igreja. En-quanto as mãos permaneciam ociosas, alíngua ocupava-se fofocando. Ainda assim,

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trabalhar seja resultado da queda. O serhumano precisa do trabalho para sua realização pessoal. Deus criou o homem paratrabalhar.

Podemos observar como Deus chamou

gente que trabalhava. Moisés cuidava deovelhas (Êx 3). Josué foi servo de Moisésantes de se tomar seu sucessor (Êx 33:11).Gideão malhava o trigo no lagar (Jz 6:11ss),e Davi cuidava das ovelhas de seu pai (1 Sm16:11ss). Jesus chamou quatro pescadorespara serem seus discípu los, e ele próprio trabalhou como carpinteiro. Paulo fazia tendas(At 18:1-3) e usava essa ocupação para sustentar seu ministério.

Os judeus honravam o trabalho honestoe exigiam que todos os rabinos soubessemum ofício. Os gregos, por outro lado, desprezavam o trabalho manual e o deixavamao encargo de seus escravos. Essa influênciagrega, somada a idéias equivocadas acercada doutrina sobre a volta de Cristo, levaramesses convertidos a um modo de vida indigno de um cristão.

Paulo reconhece que algumas pessoasnão tinham condições de trabalhar, talvezpor causa de deficiências físicas ou de responsabilidades para com a família. Por isso,ele declara: "Se alguém não quer   trabalhar;também não coma2) Ts 3:10, itálicos nosso).Não se trata de uma questão de capacidade ,mas sim de disposição.  Quando um cristãonão consegue trabalhar e está passando necessidade, é um privilégio e dever da igrejaprestar-lhe auxílio (Tg 2:14-1 7; 1 Jo 3 :16-18).

A exortação da Palavra deveria ser moti

vação suficiente para esses cristãos preguiçosos trabalharem, mas Paulo acrescentaoutro motivo.

2. O EX EMPLO DO APÓ STO LO

(2 Ts 3:7-10)Como apóstolo, Paulo tinha o direito de esperar o sustento financeiro, mas abriu mãodesse direito deliberadamente, a fim de serum exemplo aos recém-convertidos (ver 1 Co

9:6-14). Por meio dessa atitude, mostrou serum líder cristão maduro. Líderes egoístasusam as pessoas para garantir o próprio sustento e estão sempre exigindo seus direitos.

(2 Ts 3:4 ). O apóstolo volta a usá-la em 2 Tes-salonicenses 3:10, 12 ["exortamos"]. Essapalavra refere-se a uma "ordem militar transmitida por um oficial superior". Paulo vê aigreja como um exército, e não há ordem

em um exército insubordinado. Infelizmente,alguns cristãos estavam "fora de formação"("insubmissos" em 1 Ts 5:14, e "[andando] desordenadamente" em 2 Ts 3:6, 7 e 11).

Que autoridade Paulo possuía para dara ordem: "Se alguém não quer trabalhar, também não coma" (2 Ts 3:10)? Possuía a autoridade do nome do Senhor Jesus Cristo. Empelo menos vinte ocasiões ao longo dascartas aos tessalonicenses, Paulo usa o tí

tulo completo do Salvador.  Jesu s  significa"Salvador" e é seu nome humano (Mt 1:21).Cristo  significa "Messias, o Ungido", e é seutítulo divino. Outros se chamavam Jesus (aforma hebraica é "Josué"); outros, ainda, comoos profetas, os sacerdotes e os reis, podiamdizer que eram ungidos. Mas esses doisnomes - Jesus Cristo - são definidos peladesignação SENHOR,  "Deus Jeová".

Nos quatro Evangelhos e no Livro deAtos, nosso Senhor é chamado com freqüência de Jesus, mas esse nome é usado sozinho em poucas ocasiões no restante doNovo Testamento. U ma vez que é usado ocasionalmente,  não devemos criticar os quechamam o Salvador de "Jesus", mas o fatode estar associado, em grande parte, ao ministério aqui na Terra deve ser um estímulopara nos referirmos a ele por seu nome deexaltação : Senhor Jesus Cristo (Fp 2:11). Nãoo conhecemos mais como "Cristo segun

do a carne" (2 Co 5:16 ), mas sim como Filhode Deus e "cabeça sobre todas as coisas,[dado por Deus] à igreja" (Ef 1:22). Seu senhorio aplica-se a nosso trabalho e à administração de nosso dinheiro.

O que a Bíblia ensina sobre o trabalhomanual ou intelectual? Dentre outras coisas, o trabalho fazia parte da vida do homem antes  de o pecado entrar em cena.Deus incumbiu Adão de cultivar e de guar

dar o jardim do Éden (Gn 2:15). Apesar deo pecado ter transformado o trabalho emuma labuta infindável (Gn 3:17-19), não devemos jamais pensar que a necessidade de

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2 TESSALO NI CENSES 3 :6- 18268

Por certo, a atitude negligente dessescristãos afetava a igreja, de modo que Pau-Io acrescenta um terceiro motivo para suaobediência.

3 . O ENCORAJAMENTO DA IGREJA

(2 Ts 3 :11-15 )A chave encontra-se em 2 Tessalonicenses3:13: "E vós, irmãos, não desanimem de fazero bem" (tradução literal). Os cristãos fiéisestavam desanimados com a conduta des-ses convertidos negligentes que se recusa-vam a trabalhar. Seu argumento era: "Se e/esnão precisam trabalhar, então por que nós precisamos?

 

, e Paulo o rebate logo no início.O pecado na vida de um cristão sempre

afeta toda a igreja. Como membros do cor-

po de Cristo, pertencemos uns aos outros eexercemos influência uns sobre os outros.O péssimo exemplo de alguns cristãos podeabalar a devoção e obstruir o serviço do res-tante da congregação.

Paulo cita os pecados desse grupo. Emprimeiro lugar, eram "desordeiros", ou seja,estavam fora de ordem ou de formação.Desobedeciam às ordens e criavam confu-são e divisão dentro da igreja. Além disso,eram intrometidos, não trabalhadores esfor-

çados. O termo grego traduzido por "intro-metem-se" significa, literalmente, "trabalhamaqui e ali

 

. Ou seja, ocupam-se de ativida-des aqui e ali sem realizar coisa alguma.Paulo, em 1 Timóteo 5:13 , afirma que essetipo de pessoa mete-se em assuntos quenão lhe dizem respeito.

Quase todas as culturas têm um dita-do sobre a ociosidade. Os romanos diziam:"Quem não aprende a fazer coisa algumaaprende a fazer o mal". Isaac Watts escre-

veu: "Satanás sempre encontra algum mal aser feito por mãos desocupadas". De acor-do com os rabinos: "Aquele que não ensinao filho a trabalhar ensina-o a roubar".

Em vez de andar de um lado para o ou-tro intrometendo-se em assuntos alheios,essas pessoas deveriam "[trabalhar] tranqüi-lamente, [comendo] o seu próprio pão". Suasidéias equivocadas acerca da volta de Cris-to as haviam deixado empolgadas demais."Essa atitude excessivamente emocional é

Um líder verdadeiramente dedicado usa seusdireitos para edificar as pessoas e colocaseus privilégios de lado por amor aos outros.

O apóstolo já havia se referido a seuexemplo de trabalho na epístola anterior(1 Ts 2:9). Os leitores sabiam que Paulo e

seus colaboradores não tiraram seu susten-to de qualquer igreja recém-formada. Antes,deram o exemplo ao suprir as próprias ne-cessidades e ao ajudar a suprir as necessi-dades de outros. Paulo admoesta os leitoresa seguirem o exemplo dado por ele e seuscolaboradores.

As influências mais marcantes são exer-cidas por meio da vida piedosa e do sacrifí-cio. Um líder pode apelar para a autoridadeda Palavra, mas se não for capaz de apontar

para o próprio exemplo de obediência, seupovo não lhe dará ouvidos. Eis a diferençaentre autoridade  e  grandeza.  Um líder ad-quire grandeza ao obedecer à Palavra e ser-vir a seu povo de acordo com a vontade deDeus. A autoridade vem do cargo, enquan-to a grandeza vem da prática e do exemplo.A grandeza confere ao líder o direito de exer-cer autoridade.

Todo obreiro cristão tem o direito de re-ceber sustento da igreja onde serve ao Se-

nhor (Lc 10:7; Gl 6:6; 1 Tm 5:17, 18). Nãodevemos usar o exemplo de Paulo comodesculpa para não sustentar os servos deDeus. Mas todo servo de Deus tem o privi-légio de colocar de lado esse direito para aglória de Deus. Paulo o fez para que fosseum exemplo aos recém-convertidos deTessalônica.

Essa política de Paulo não apenas eraum estímulo para os recém-convertidoscomo também servia para calar seus acusa-

dores. Havia, em todas as cidades, mestresitinerantes que "vendiam seus produtos"pelo preço que conseguissem. Paulo não de-sejava ser colocado na mesma categoria queeles. Também não desejava que incrédulosdissessem que ele pregava o evangelho pordinheiro. Segundo sua afirmação em 1 Co-ríntios 9, seu desejo era oferecer o evange-lho gratuitamente, a fim de não permitir queo dinheiro fosse um empecilho para ganharalmas perdidas.

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2692 T E S S A L O N I C E N S E S 3 : 6 - 1 8

congregação antes de serem esgotadas todas as tentativas de reconciliação.

Em meu ministério pastoral, vejo muitosproblemas desse tipo. O grande erro quevários cristãos cometem quando alguém

peca contra eles é levar o conflito para opastor ou para outros membros antes de falardiretamente com a pessoa que os ofendeu.Outro erro é tentar vencer uma discussão,em vez de tentar ganhar um irmão.

Erro doutrinário.  É preciso determinar,em primeiro lugar, por que alguém ensinauma doutrina errada. Pode ser por falta deconhecimen to bíblico. Nesse caso, devemosensinar-lhe a verdade com paciência (2 Tm

2:23-26). Se persistir, deve ser repreendido(Tt 1:10-14). Paulo teve de fazer isso comPedro (Gl 2:1 Iss). Se continuar no erro, devemos evitar a pessoa (Rm 16:17, 18) e, porfim, nos separar dela (2 Tm 2:18ss; 2 Jo 9ss).

Um cristão que caiu em pecado (G i 6:1-

3).  Até mesmo o grande apóstolo Pedronegou ao Senhor. Davi deixou-se levar pordesejos lascivos e cometeu adultério. Quando um cristão cai em pecado, deve ser corrigido por membros espirituais da igreja combondade e amor. Nesse caso, o termo "corrigir" significa "restaurar um osso fraturado"- algo que exige brandura e paciência. Muitas vezes, a igreja apressa-se em condenarum cristão que pecou causando danos sérios e problemas duradouros.

Um desordeiro contumaz (Tt 3:10). O  termo "faccioso", nesse versículo, não serefere a um erro doutrinário, mas sim a umaatitude arrogante de pessoas que "tomam

partido" dentro da igreja. A palavra gregasignifica "fazer uma escolha". Trata-se deuma atitude que provoca divisões e panelinhas dentro da congregação local (ver Gl5:20, "facções"). Dificilmente existe uma igre

 ja que não tenha partidos a favor  ou contra alguma coisa: o pastor, o plano de construção e até mesmo a cor das paredes da cozinha... Normalmente, esses "facciosos" sãopessoas que gostam de ser importantes e

desejam ter seguidores. Com freqüênc ia, têmproblemas emocionais profundos, que Satanás pode usar para criar conflitos espirituais dentro da igreja. Às vezes, são pessoas

errada", adverte o apóstolo. "Acalmem-se evoltem a trabalhar." O trabalho é um excelente antídoto para especulações desequilibradas e atos impensados.

Mas e se esses santos não o bedecessem

à Palavra de Deus e se recusassem a trabalhar? O que a igreja deveria fazer? Paulo haviatomado o primeiro passo ao exortá-los emsua carta anterior (1 Ts 5:14) e os havia advertido sobre seu erro. Ainda assim, persist iam nesse comportamento desordeiro .Nesta segunda carta, ele os adverte novamente e acrescenta: se não obedecessem,os membros da igreja deveriam discipliná-los pessoalmente.

Hoje em dia, não se fala muito sobre adisciplina dentro da igreja. Em várias congregações, uma vez que uma pessoa é batizada e se torna membro, é deixada por contaprópria. Se comete algum pecado públicode conseqüências mais abrangentes, normalmente é repreendida pelo pastor ou pelo conselho, mas a família da igreja comoum todo não ministra a essa pessoa nem adisciplina.

O que vem a ser disciplina eclesiástica?Certamente não  é o fato de pastores e delíderes do conselho agirem como policiais àprocura de membros pecadores para prender e expu lsar da igreja. Sem dúvida, há igre

 ja s que possuem líderes despóticos dessetipo, mas não é isso o que Paulo tem emmente. A disciplina eclesiástica é para omembro da igreja o que a disciplina familiaré para a criança: um exercício e uma provade amor corretivo. Pais amorosos que dis

ciplinam seus filhos, procurando torná-losuma pessoa melhor, não agem com o um juizsentenciando um criminoso. Convém distinguir entre os níveis diferentes de disciplinaeclesiástica.

Diferenças pessoais entre cristãos (Mt18:15-18; Fp 4:1-3). Se uma irmã ou um irmão peca contra nós (quer de modo deliberado, quer inconsciente), devemos procuraressa pessoa para uma conversa particular e

tentar resolver a questão. Somente se a pessoa se recusar a colocar as coisas em ordemé que devemos tratar do assunto com maisalguém, e o problema não deve ser levado à

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2 TESSALONICENSES 3 :6-18270

irmãos em Cristo. Ló estava afastado deDeus e de Abraão, pois escolheu morar emSodoma, e, no entanto, Abraão resgatou Lódo inimigo porque o amava como a um ir-mão (Gn 14; ver especialmente o v. 14). Épreciso muita paciência, amor e graça para

ajudar um irmão caído, e é por isso que Pau-Io acrescenta o último motivo para o cristãose sustentar com seu trabalho.

4. A c a p a c i t a ç ã o   d o   S e n h o r   (2 Ts 3:16-18)Nenhum cristão pode dizer: "não sou capazde obedecer à Palavra de Deus e de traba-lhar", pois Deus provê tudo de que precisa-mos para obedecer. Ele é o Senhor da paz,e se ele é o Senhor de nossa vida, teremos

paz em nosso coração e ajudaremos a esti-mular a paz na comunhão da igreja.

Se há problemas na igreja, há proble-mas no coração de alguém. Se Cristo é oSenhor, há paz no coração. Se há conflitosno coração, Jesus Cristo não é Senhor (verTg 4:1-10).

Lembro-me de uma classe de escola do-minical sempre em pé de guerra. Quandoacabávamos de resolver um problema, surgiaoutro. Depois de muita oração e investiga-

ção, descobrimos que uma das participan-tes dessa classe desejava ser a professora.Orgulhava-se de suas realizações espirituaise acreditava que poderia fazer o trabalhocom mais competência do que a senhora de-dicada que a lecionava.

Apesar de essa participante nunca ha-ver atacado nem criticado a professora aber-tamente, suas atitudes e as coisas que não dizia lançavam sementes de discórdia emmeio à comunhão. Quando esse problema

foi tratado, o Senhor da paz voltou a reinarsobre a classe e a abençoá-la.

Deus capacita-nos a obedecer não so-mente por meio de sua paz, mas tambémpor meio de sua presença. Ό Senhor sejacom todos vós." Ele nunca nos deixa nemnos abandona; estará conosco até a consu-mação do século (Mt 28:20; Hb 13:5).

Por fim, Paulo os lembra da graça deDeus. "A graça de nosso Senhor Jesus Cris-to seja com todos vós" (2 Ts 3:18) - essa era

frustradas em casa ou no trabalho ou que,no passado, foram magoadas por um pastorou igreja.

Esses "facciosos" devem ser advertidosoficialmente duas vezes. Se voltarem a pecarou se dividirem a igreja, devem ser adverti-

dos pela terceira vez e, depois, expulsos."Evita o homem faccioso, depois de admo-está-lo primeira e segunda vez, pois sabesque tal pessoa está pervertida, e vive pe-cando, e por si mesma está condenada" (Tt3:10, 11).

Tenho a convicção de que pessoas des-se tipo não devem ocupar cargos na igreja.Também acredito que, se saírem da igrejaofendidas, devem ser restauradas à comu-nhão somente duas vezes. Na terceira vez,

devem ser expulsas.Imoralidade flagrante (1 Co 5). A igreja

deve lamentar-se por causa do pecador (essemesmo termo é usado para prantear a mor-te de alguém) e procurar levá-lo ao arrepen-dimento. Se ele recusar, a congregação devecoletivamente expulsá-lo de seu meio (1 Co5:13). Se ele se arrepender, deve ser per-doado e restaurado à comunhão na igreja(2 Co 2:6-11).

No caso de "cristãos preguiçosos", Pau-

Io diz aos membros da congregação paraexortá-los e, se não se arrependerem, pa-ra evitar a comunhão íntima com eles. Prova-velmente, isso significa que não deveriampermitir que tais cristãos participassem daceia e que os demais membros não deve-riam convidá-los para ir a sua casa. 2 Tessa-lonicenses 3:14 não se aplica a todos oscasos de disciplina. Refere-se apenas aoscristãos que não trabalhavam para se sus-tentar.

"Não se associar" significa "não se mis-turar com"; a mesma palavra é usada em1 Coríntios 5:9. Há uma diferença entre re-lacionamneto social, amizade e comunhão.Tratar cristãos desobedientes com a mesmaamizade reservada a cristãos consagrados éo mesmo que aprovar seus pecados.

Mas Paulo (sabendo da tendência huma-na de cair em extremos) os acautela a nãotratarem os transgressores como se fosseminimigos e acrescenta que eles ainda são

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H I2 T E S S A L O N I C E N S E S 3 : 6 - 1 8

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E l e m e n c i o n a t a l f a t o p o r c a u s a d a c a r t a f a  / t 

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o r a e m n a i g r e j ac o m d e c ê n c i a e o r d e m " ( 1 C o 1 4 : 4 0 ) .

V o c ê e s t á p r o m o v e n d o a p a z o u a g u e r -

s a q u e o s t e  

( 2 I s 2 : 2 ) . S e d e p e n d e r m o s d a g r a ç a d e  

D e u s , p o d e r e m o s f a z e r a v o n t a d e d e D e u sp a r a a g l ó r i a d e D e u s , l   m i n h a g r a ç a t e r a n a i g r e j a ? F a ç a m o s c o m o l o s u é e n o s p r o s ■t r e m o s a o s p é s d o C a p i t ã o d o E x é r c i t o d o  

i r m a ç a o e i n s u D o r ■ S e n h o r , a f i m d e q u e n o s c a p a c i t e a c o n ·d i n a d o à s o r d e n s d o S e n h o r m o s t r a q u e n ã o q u i s t a r a v i t ó r i a ( s 5 : 1 ] ■ 1 5 ) e a c u m p r i r s e u s