162075535 apostila curso de jardinagem silva jardim

141
1 Mini cursos INTRODUÇÂO AO PAISAGISMO 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 1.1. PAISAGEM: A paisagem refere-se ao espaço de terreno abrangido em um lance de vista, ou extensão territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser classificada em: Natural: sem a intervenção do homem; Artificial: planejada, ou seja, um jardim. Jardim é uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger, defender) + eden (prazer, satisfação, encanto, delícia). A concepção inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim está ligada às palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e privativo. Na tradição judaico-cristã, a idéia primitiva de jardim é de paraíso, um lugar com plantas ornamentais e frutíferas formando um ambiente de harmonia, beleza e satisfação espiritual. Um jardim é a representação idealizada da paisagem como cada civilização (ou até cada pessoa) desejaria que ela fosse. É um local que pode ser percebido pelos cinco sentidos. É dinâmico, porque o elemento vegetal, como um ser vivo, está sujeito a um ciclo biológico. O jardim modificase com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as estações do ano (floração, frutificação, queda das folhas, mudança de cor, etc.).

Upload: nuno-camara

Post on 19-Jan-2016

38 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

1

Mini cursos

INTRODUÇÂO AO PAISAGISMO

1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES

1.1. PAISAGEM:

A paisagem refere-se ao espaço de terreno abrangido em um lance de

vista, ou extensão territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser

classificada em:

Natural: sem a intervenção do homem;

Artificial: planejada, ou seja, um jardim.

Jardim é uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger,

defender) + eden

(prazer, satisfação, encanto, delícia).

A concepção inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim está ligada

às palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e

privativo. Na tradição judaico-cristã, a idéia primitiva de jardim é de paraíso,

um lugar com plantas ornamentais e frutíferas formando um ambiente de

harmonia, beleza e satisfação espiritual.

Um jardim é a representação idealizada da paisagem como cada

civilização (ou até cada pessoa) desejaria que ela fosse. É um local que

pode ser percebido pelos cinco sentidos. É dinâmico, porque o elemento

vegetal, como um ser vivo, está sujeito a um ciclo biológico. O jardim

modificase com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as

estações do ano (floração, frutificação, queda das folhas, mudança de cor,

etc.).

Page 2: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

2

Jardins de Versalhes.

1.2. PAISAGISMO:

Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo é

uma atividade que organiza os espaços externos com o objetivo de

proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender às suas

necessidades, conservando os recursos desses espaços. Combina

conhecimentos de ciência e arte, pois:

♦ Arte: forma de expressão cuja ocorrência se verifica quando um conjunto

de emoções atua sobre a sensibilidade humana;

♦ Ciência: é a reunião de leis abstratas, deduzidas dos fenômenos da

realidade exterior ou interior.

♦ Técnica: é a aplicação, nos trabalhos de rotina, das leis abstratas que vêm

da ciência.

Existem alguns conhecimentos básicos que são requeridos no

paisagismo:

1º. Conhecimentos científicos:

Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botânica, Geologia e

Geografia, etc.; Técnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia,

Entomologia, Fitotecnia, Adubação, Fisiologia

Vegetal, Horticultura, Solos, Nutrição de plantas, Proteção de plantas,

Climatologia, Topografia, Irrigação e Drenagem, etc.);

Organização dos espaços: Arquitetura e Urbanismo.

2º. Conhecimentos artísticos:

Page 3: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

3

Artes plásticas: elementos vivos e inertes (esculturas);

Artes industriais: cerâmicas, serralherias, marcenarias, etc.

2. COMPONENTES

Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir

para o planejamento paisagístico. Este planejamento deve considerar,

ainda, o espaço livre e de área verde existente no local em estudo.

O espaço livre é toda a área geográfica (solo ou água) que não é

coberta por edificações ou outras estruturas permanentes.

A área verde é um tipo específico de espaço livre, ou seja, aquele

coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo “área verde”

aplica-se a diversos tipos de espaços urbanos que têm em comum: serem

abertos (ao ar livre); serem acessíveis; serem relacionados com saúde e

recreação.

São consideradas áreas verdes urbanas tanto áreas públicas, como

particulares. Podem ser jardins, praças, parques, bosques, alamedas,

balneários, campings, praças de esporte, playgrounds, playlots, cemitérios,

aeroportos, corredores de linhas de transmissão, faixas de domínio de vias

de transporte, margens de rios e lagos, áreas de lazer, ruas e avenidas

arborizadas e/ou ajardinadas. Desde que devidamente tratados, também se

incluem os depósitos abandonados de lixo, as áreas de tratamento de

esgoto e outros espaços semelhantes.

Existem diversas classificações de áreas verdes:

a) Jardins de representação: áreas ligadas à ornamentação sem

finalidade recreacional e de menor importância do ponto de vista

ecológico. São os jardins de prédios públicos, de igrejas, etc.;

b) Jardins de vizinhança: áreas para recreação, que podem ter alguns

equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou mesmo de

lazer passivo (bancos). Sua área mínima é de 1.500m2, ou de 5.000m2

caso tenham equipamentos esportivos. Devem distar, no máximo, 500m

das residências dos usuários;

c) Parques de bairro: áreas com a mesma finalidade que os parques de

vizinhança, mas com equipamentos que requerem maior espaço; sua

área mínima é de 10ha, e devem distar, no máximo, 1.000m das

residências dos usuários;

d) Parques distritais ou setoriais: têm a mesma finalidade que as duas

categorias anteriores, mas sua área mínima é de 100ha;

e) Parques metropolitanos: áreas de responsabilidade extra-urbana, com

espaços de uso recreacional e de conservação;

Page 4: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

4

f) Unidades de conservação: áreas exclusivamente destinadas à

conservação, podendo, eventualmente, ter algum equipamento

recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta categoria as

áreas de recursos naturais, áreas de proteção ambiental, áreas de

proteção de mananciais e áreas de proteção paisagística;

g) Áreas verdes de acompanhamento viário: áreas sem carater

conservacionista ou recreacional, tendo apenas função ornamental, mas

podendo interagir no ambiente urbano. São os canteiros de avenidas,

rotatórias, etc..

Existe ainda um espaço urbano, talvez o mais importante, não inserido

nesta classificação, a Praça, local de encontro na cidade, vegetado ou não,

comumente com área aproximada de 1,0ha. Os parques de vizinhança são

praças, mas as praças nem sempre são parques de vizinhança.

O índice de área verde é o total de áreas verdes de um determinado

local (m2) dividido pelo seu número de habitantes (m2/habitante), ou seja, é

a relação entre a quantidade de área verde de uma cidade e sua respectiva

população. Considera-se adequado um índice de 10 m2 a 13 m2 de área

verde/habitante. Mais importante que o índice, entretanto, é a distribuição

dessas áreas verdes e as suas características e as da região onde elas se

inserem.

3. IMPORTÂNCIA

A existência de áreas verdes junto aos centros urbanos (parques,

praças, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensação de bem-estar

aos usuários destes espaços. As plantas utilizadas no paisagismo urbano,

tão importantes na caracterização ambiental destas áreas, promovem

inúmeros benefícios estéticos e funcionais ao homem e estão muito

além dos seus custos de implantação e manejo.

Alguns dos efeitos causados pela vegetação no meio urbano estão

relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do conforto térmico. A

qualidade do ar é melhorada pela interceptação de partículas e absorção

de gases poluentes pelas plantas, enquanto que a redução da temperatura

ocorre pela absorção de calor no processo de transpiração, redução da

radiação e reflexão dos raios solares.

Outros benefícios proporcionados pela presença planejada das plantas

na paisagem urbana são a proteção contra ventos e redução da poluição

sonora. O vento pode ser agradável, desconfortável ou ate mesmo

destruidor, dependendo de sua velocidade. As plantas modificam os ventos

pela obstrução, deflexão, condução ou filtragem do seu fluxo.

Page 5: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

5

As plantas também podem ser úteis quando dispostas com o

objetivo de sinalização, arranjadas a fim de indicar direção a pedestres e

veículos, melhorando a aparência de estradas e rodovias.

Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilização de

plantas nos espaços urbanos são os estéticos e psicológicos. Os efeitos

estéticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais de cada espécie,

têm o poder de modificar os ambientes visualmente, tornando-os mais

agradáveis aos seus usuários. Já os benefícios psicológicos são capazes

de melhorar o desempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de

internação e uso de remédios em pacientes e melhorar a relação de

empresas com a comunidade. Outro fato importante é a redução da

criminalidade e da violência nos centros urbanos onde o uso de plantas é

adequado.

FATORES AMBIENTAIS E SUAS RELAÇÕES COM A JARDINAGEM/

PAISAGISMO

1- NATURAIS

1.1- SOLO

Também chamado de terra, é o recurso básico que suporta toda a cobertura

vegetal do planeta e que, juntamente com a água e o ar, permitem a

existência dos seres vivos. Tem grande importância aos vegetais terrestres,

fornecendo a base de sustentação da planta e os nutrientes essenciais à sua

sobrevivência.

Constitui a camada superficial da crosta terrestre, composta por rocha em

desagregação misturada à matéria orgânica em decomposição, ao ar, água e

substâncias químicas diluídas.

Nas atividades agrícolas, principalmente, o uso do solo deve ser executado de

modo correto, priorizando a sua conservação que é de grande importância,

como veremos mais adiante.

1.1.1- Características do solo

Page 6: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

6

Origem e Formação

O solo é formado a partir da modificação da rocha de origem (material duro

mais conhecido como pedra), mediante a ação integrada dos elementos

climáticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,

liquens e outros) que ao longo do tempo vão decompondo àquela rocha

originária em grãos cada vez menores, até transformá-la em um material

solto e macio, denominado mineral.

O solo leva vários séculos ou até milhões de anos para se formar, sob a ação

dos agentes naturais (intemperismo).

Deste modo o solo é representado pela expressão:

NOTA:

Função dos organismos vivos:

Os animais (microorganismos, insetos, minhocas, etc), as plantas e o próprio

homem ajudam na transformação do solo, ao misturar e decompor matéria

orgânica (restos de animais e vegetais mortos) com o material granular e

solto, em que se tornou àquela rocha original. Além disso, os seres vivos

quando morrem também vão sendo decompostos e misturados com o

material macio e fofo, formando o solo.

Esta decomposição fornece os elementos nutricionais essenciais ao

desenvolvimento das plantas.

Composição do solo

É composto de 4 partes:

Água (localiza-se no interior do solo em pequenos espaços

chamados de poros e é utilizada pelas raízes das plantas e

pelos microorganismos).

Ar (a situação é igual ao da água).

Mineral (resultado da decomposição da rocha de origem).

Divide-se em 3 frações principais, de acordo com o seu tamanho:

o Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)

o Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)

o Argila (parte muito pequena e que só pode ser

visualizada através de microscópio. Ex: o barro).

Matéria orgânica (restos de animais e plantas)

Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos

outros.

O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar

e água nos espaços de seu interior.

SOLOS= ROCHA+ CLIMA+ TEMPO+ ORGANISMOS VIVOS

Page 7: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

7

Organização do solo

Como o corpo humano, o solo também tem a sua organização.

Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas

sobrepostas e distintas.

Após o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme já

explicado anteriormente, processa-se a diferenciação das camadas mais ou

menos paralelas a superfície e denominadas de HORIZONTES.

Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira

camada apresenta uma coloração mais escura (devido ao acúmulo de restos

de vegetais e animais no solo) e é nesta camada, que os vegetais iniciam o

seu crescimento. É chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira

camada, são chamados de horizontes B e C.

Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores

visualizados em “barrancos” às margens de estradas ou quando abrimos um

“poço” de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, nós estamos

visualizando o que se chama de “perfil” do solo.

Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetação e plantações e que

são, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se

desenvolveram.

A cor é uma das características que mais chama a atenção, podendo fornecer

indícios sobre a composição, propriedade e origem do solo. A cor está

relacionada com os teores de matéria orgânica, umidade e predominância de

determinados compostos químicos (óxido de ferro).

Assim, temos na natureza solos de coloração amarela, vermelha, cinza

azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).

A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais

rápido a água e/ou permitir que as raízes cresçam mais ou menos rápida.

Page 8: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

8

Tipos de solo

As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar água e sais minerais.

Em média, metade do volume do solo é formada por espaços cheios de ar e

água. As plantas se alimentam e também respiram pelas raízes, não só pelas

folhas. Quando os espaços são pequenos demais, como em solo muito

argiloso, diz-se que o solo é pesado (se você tentar remexer lama com a pá,

logo saberá por quê). Quando os espaços são maiores, como no solo arenoso,

diz-se que o solo é leve. Em solo muito pesado, que não dá passagem à

água, as raízes podem morrer afogadas, devido à falta de oxigênio.

A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, até mais importante do

que sua composição química.

Mas, para resumir todos os resumos, saiba que você pode cultivar quase

qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de

jardim, areia de construção e terra vegetal, em partes iguais.

Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" é de

todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar

os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas

substâncias.

Pó de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.

A vermiculita é um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que após

passar por processos industriais é um excelente hidratante natural das

plantas, evita a compactação do solo, melhora o crescimento das plantas,

mantém a umidade do solo por até 15 dias sem rega e não tem cheiro.

É excelente para o uso agrícola.

Acidez e Alcalinidade

A composição química do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas

plantas, necessitam de solo ácido para serem cultivadas com sucesso e outras

dificilmente crescem bem em solo ácido.

O solo ácido ou "azedo" tende a ser escuro, às vezes com a superfície

coberta pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, às

vezes esbranquiçado. Entre as plantas acidógilas (gostam de ácido) que

preferem solo ácido (pH 6 a 6,5) estão azaléas, begônias, camélias, ciclames,

gardênias (jasmim-do-cabo), magnólias (arbusto), violetas-africanas, urzes.

Entre as que preferem solo alcalino estão espécies de buxo, cravo, lírio,

pinheiro, sálvia.

A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrária, que

vai de 1 a 14, e é denominado de pH (*).

Solo de pH 7 é neutro, nem ácido e nem alcalino (Ex: água destilada).

Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para

baixo, acidez 10 vezes maior.

Page 9: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

9

Solo de pH 8 é 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, é 10

vezes mais ácido que o de pH 7. As azaléas e outras plantas acidógilas como

as citadas acima, se dão bem em solos de pH 6 a 6,5.

O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos

agrícolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagâmetro.

Em regiões muito chuvosas, o solo tende a ser ácido, porque a água lava os

sais alcalinos. Nas grandes cidades há outra razão para o solo ter sua acidez

aumentada: a fumaça sulfurosa de fábricas e veículos aumenta a acidez da

água da chuva.

A terra vegetal ou terriço tende a absorver os excessos de acidez ou de

alcalinidade, apesar de ser uma substância ácida em si.

O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, manganês,

molibdênio, zinco e outros fertilizantes secundários.

No Capítulo mais adiante, referente à Calagem, este assunto será

complementado.

(*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da

concentração de íons de hidrogênio (H)". Íon ou ionte é uma partícula

subatômica carregada de eletricidade.

Misturas de solo

Um solo para ser considerado com ótimas condições para o desenvolvimento

das plantas deverá ter a seguinte composição: 45% de minerais; 25% de

água; 25% de ar; 5% de matéria orgânica.

As incontáveis misturas de solo são geralmente constituídas por alguns

ingredientes descritos a seguir:

Areia - Acúmulo de partículas rochosas alteradas, constituindo

diminutos fragmentos resultantes das ações do tempo e condições

climáticas. Seus grãos aumentam o tamanho dos espaços que formam

a porosidade do solo e não tem função nutriente nem ação química

como a da argila.

A areia usada em jardinagem é quase sempre a mesma que entra na

preparação de argamassa para construções, isto é, areia de rio.

Areia de praia é terminantemente proibida para uso por quase todos os

livros, mas é preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das

marés é um tipo recuperável e utilizável, depois de alguns meses de

exposição ao sol e à chuva numa área não afetada pela salinidade de

origem. O maior problema no caso talvez seja a finura dos grãos.

Argila – “Barro” dos oleiros e ceramistas, formado por grãos finíssimos

e somente visíveis ao microscópio.

Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e

peças cerâmicas o endurecimento é irreversível por causa do cozimento.

Page 10: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

É ávida por água e isto explica quando se encosta a ponta da língua numa

moringa bem seca.

Como os sais de cálcio tendem a aderir a suas partículas, a argila retarda a

acidulação do solo.

Carvão – Trata-se do carvão vegetal, madeira submetida à combustão

incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substâncias

tóxicas resultantes da fermentação de matéria orgânica.

È usado em pedaços de tamanho variável para manter mais saudável o solo,

para purificar água de torneira destinada à rega e para controle da

acidificação.

Húmus - Material marrom ou preto resultante da decomposição de

matéria vegetal ou animal. Um grande produtor de húmus é a minhoca.

Material Calcário - Substâncias ricas em cálcio, que por sua vez têm

ação corretiva sobre a acidez do solo (este assunto será explicado no

Capítulo adiante, referente à Correção do solo).

Em jardinagem são usados comumente a cal (óxido de cálcio) e o pó calcário

magnesiano. Na preparação de vasos podem entrar reboco (de parede)

velho moído, conchas moídas, cascas de ovos e giz escolar.

Perlite - Vidro vulcânico que o calor reduz, por explosão, a fino

cascalho; as partículas, muito porosas, podem reter grandes volumes

de água e ar e, desse modo, desempenhar função mais eficiente do

que a da areia. Utilizável em coleções de vasos, mas é um luxo no

jardim.

Terra vegetal ou terriço - É um lixo da mata, formado principalmente

por folhas parcialmente decompostas. Material rico em húmus e

bactérias úteis e, portanto, com alto valor fertilizante. Embora ácida,

regula o pH.

A terra vegetal de melhor qualidade é a que tem textura de flocos, não de

pó. Quando em fermentação muito ativa pode ser prejudicial, se incluída em

excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.

Turfa - Matéria vegetal parcialmente carbonizada, isto é, no processo

incompleto de tornar-se carvão mineral.

Abundante em algumas regiões do mundo, ricas em carvão mineral (Estados

Unidos, Europa), e onde é usada como sucedâneo da terra vegetal, escassa

em países desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundância e

baixo custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque dá

resultados imediatos.

No afofamento da terra, a turfa é muito porosa, leve e absorvente, mas não

tem valor nutritivo como a terra vegetal.

Vermiculita - Outro tipo de “pipoca” mineral semelhante a perlite,

resultante da alteração da mica pelo calor. Muito absorvente retém

umidade e, é usada, como material de enraizamento de plantas que

pegam depressa, como cóleos e crisântemos.

Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiaçu).

Page 11: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

Poroso, absorvente, intrinsecamente antibiótico e resistente a insetos e

outras pragas. Em placas, é o "solo" ideal para orquídeas, bromélias e outras

epífitas não parasitas (plantas que se apóiam em outras).

Em pó, é substituto da perlite, vermiculita ou turfa. Dá porosidade ao solo,

mas sem prejuízo da umidade, o que favorece a penetração de raízes de

samambaias, avencas e outras plantas de meio úmido.

Receitas de Misturas de Substratos para Plantio

À medida que vão acumulando experiência, os jardineiros tendem a refinar

suas exigências de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituída

por uma composição mais apropriada e até ser ela própria melhorada.

Isto é, há quem opine que a Mistura Universal não deva ser formada por

quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporção:

Terra argilosa de jardim : 7 partes

Terra vegeta : 3 partes

Areia grossa : 2 partes

Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior número

de plantas, mas pode-se aperfeiçoá-la com alguns "temperos". Digamos,

para cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de café de giz

moído (exceto para azaléas e outras que preferem solo ácido); 2 colheres

das de café de superfosfato; 1 colher das de café de sulfato de potássio.

É claro que você também pode esquecer todos esses ingredientes secundários

e simplesmente acrescentar à mistura adubos previamente preparados

existentes no comércio, cada um deles com fórmula adequada ao tipo de

planta que você irá cultiva.

Se por qualquer razão puder comprar esses artigos especializados e quiser ter

certa variedade de solos, será melhor limitar-se a 3 tipos básicos, nos

primeiros tempos:

- Receita n.º 1 - Para cactos e suculentas.

Areia 4 partes

Terra argilosa 1 parte

Terra vegetal 1 parte

Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvão moído (mas não

em pó); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos moídas

(não em pó); 1 colher das de café de giz moído. A terra vegetal pode ser

substituída por esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses três

ingredientes deve estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os

cactos abominam fermentação.

Page 12: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

- Receita nº 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de

verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rápido.

Areia 2 partes

Terra argilosa 1 parte

Terra vegetal 2 partes

Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvão em

pedacinhos e 1 colher das de café de giz em pó. Se quiser, 1 das 2 partes

de terra vegetal pode ser substituída por esterco bem curtido.

- Receita nº 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos

rigorosos.

Areia 1 partes

Terra argilosa 1 parte

Terra vegetal 1 parte

Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de

sangue e 1 colher de carvão em pedacinhos.

Todos estes tipos de solo destinam-se a preparação de vasos. No jardim, as

condições de fertilização natural e de drenagem são diferentes, de modo que

a terra argilosa marrom que neles predomina é geralmente adequada. Mas

as receitas também servem de alguma orientação nas correções do solo do

jardim.

A versatilidade é enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo

dentro de casa, com as raízes imersas em água. Você pode ter dracenas,

filodendros, cóleons, tradescâncias e até comigo-ninguém-pode durante anos,

"plantadas" na água de recipientes de vidro colorido (para evitar a formação

de limo), desde que ache um meio de apoiá-las. Mantenha um pedaço de

carvão dentro da água e troque-a cada 15 dias por água fresca, na qual haja

diluído 1 colher das de chá de adubo solúvel (ou conforme a bula). Teste o

pH de vez em quando. Se a água estiver ácida, pingue umas gotas de

bicarbonato de sódio diluído ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de

vinagre diluído.

O cultivo de plantas sem solo é conhecido como hidroponia e atualmente é

muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao

baixo custo de manutenção e mão de obra. São cultivadas em canos de PVC

cortados horizontalmente e por onde correm água fresca e adubo diluído.

Page 13: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

Existem instalações especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de

xisto fundido ou cerâmica especial, irrigadas com regularidade automática

por uma solução de fertilizante em água. Dá pouco trabalho, mas sua

implantação é cara demais.

1.1.2-Topografia

A inclinação ou declividade do solo é um dado importante para o

planejamento de qualquer atividade agrícola e deve ser bem observado

antes de executar qualquer operação no terreno.

Para tanto é necessário entender o que vem a ser topografia e a sua utilização

em atividades agrícolas, para evitar riscos de erosão, assoreamento,

deslizamento, inundação e que causam a degradação do solo (destruição).

A topografia é uma aplicação da matemática e da trigonometria, empregada

na medição de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,

representando-os numa figura plana denominada “planta topográfica”.

A planta topográfica nada mais é do que a representação em plano

horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. É a projeção horizontal do

terreno. A mais utilizada é a planta planialtimétrica, que medem

horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.

Em alguns casos, é essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,

para que possa conhecer e/ou reconhecer as características do mesmo, seus

acidentes geográficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu

trabalho. A identificação de uma planta por simples observação é importante

para qualquer estudo ou construção na área.

Alguns acidentes geográficos são imediatamente identificados, tais como:

Vertentes-são as superfícies laterais das elevações ou depressões.

Também são denominadas de “flancos” ou “encostas”.

Linha de cumiada -seus pontos são altos e essa linha divide as águas

das chuvas para as vertentes. As curvas de nível de cotas menores

envolvem as de cotas maiores. Também é chamada de “divisor de

águas”.

Talweg -são linhas de pontos baixos de uma região. É a linha mais

profunda do leito de um rio. As águas das chuvas descem pelas

vertentes e se escoam pelos talwegs. É identificado na planta pelo fato

das curvas de nível de cotas maiores envolverem as de cotas menores.

Garganta - é o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada

com um talweg.

A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topográfica é a

escolha da escala. A fim de facilitar a compreensão, chama-se de “objeto” tudo

que admite representação gráfica, seja um segmento de reta, um polígono,

uma superfície, um sólido, etc.

Chama-se “figura” ou “desenho”, a representação gráfica de um objeto.

Denomina-se “escala” a relação entre o tamanho do polígono no papel e o

do caminhamento no terreno. É uma razão de semelhança e é expressa por

Page 14: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

14

uma fração (ex. 1:200), chamada de “escala gráfica”. Ex. “Quando o terreno

medido tem mais ou menos 1km (quilômetro) de largura, podemos fazer a

planta com mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000”. Nesta

escala, para representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu

comprimento por 1000. Desta maneira, um alinhamento de 200 metros, é

representado no papel por uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os

mapas ou as plantas topográficas do terreno vêm com as escalas indicadas,

bastando fazer a conversão do que foi medido no mesmo.

Existem várias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,

menor é o desenho e vice-versa.

NOTA: A Fig. D no final deste Capítulo, ilustra o desenho do polígono

topográfico de um terreno.

Em uma planta topográfica, principalmente na altimétrica, aparecem números

inteiros (cotas) e linhas (curvas de nível).

Cota é a distância do ponto A ao plano horizontal de projeção. É

positiva (+) se o ponto está acima do plano, e negativa (-) se o ponto

está abaixo desse plano. É nula quando está no plano.

Acima do plano é chamada de altitude e abaixo é profundidade.

O plano de referência que se utiliza é o nível do mar.

Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.

Ponto A (+)

cotas

A1(nula)

Plano

A2 (-)

Curva de nível é a união entre pontos de mesma cota. (ver Fig.A).

Em uma planta topográfica, a representação de cotas iguais em diferentes

partes do terreno são feitas através de linhas contínuas e que representam a

Page 15: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

15

topografia do terreno. São muito úteis, pois possibilitam o plantio em níveis,

usando corretamente o solo e evitando os processos erosivos.

OBS: Comentando a Fig. A (ver no final deste Capítulo), temos:

Na parte superior temos um esboço de um morro, onde planos horizontais

eqüidistantes (mesma distância entre si) de 10 metros produziram curvas de

nível 10, 20, 30 e 40. Na parte inferior estão representadas as projeções das

curvas de nível (que são pontos com cotas iguais). É a “planta” da parte

superior.

Quanto mais próximas forem as curvas de nível, mais inclinado é o terreno e

a linha de maior declive é a de inclinação máxima. É a menor distância entre

2 curvas de nível. A Fig. C no final deste, ilustra a inclinação.

Declividade nada mais é que a diferença de nível existente entre dois

pontos e o seu cálculo é simples (Figs.17 e 18).

Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por

este motivo, um dos requisitos básicos para a construção de residências,

jardins ou cultivos de plantas em geral, é a criação de espaços bem

nivelados. Isto implica, naturalmente, a remoção e o deslocamento de terra

para acertar o terreno (movimentação) e a criação de acessos.

Há teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos

práticos porem, eles são sempre em declive e, quanto à declividade, podem

ser classificados em planos, inclinados e escarpados.

Consideram-se planos os terrenos em declive que têm uma caída (diferença

de nível) inferior a 5m em relação a cada l00m de extensão (cerca de 5%).

Este tipo de topografia favorece a adoção de soluções funcionais, criativas e

pouco dispendiosas e é, em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto

de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de

distribuição dos componentes que comporão o jardim e a paisagem,

principalmente aqueles que ficam próximos a casa. Contudo, mesmo os

terrenos planos apresentam alguns problemas que terão de ser solucionados

ainda na fase do projeto. O principal problema é criar uma leve inclinação

para que a água não fique empoçada.

Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a

14m para cada 100m de extensão (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a

adoção de soluções exige mais criatividade e são mais dispendiosas. Os

problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,

embora se deva controlar também o fluxo da água para evitar a erosão.

Os declives escarpados atingem mais de 14m de caída em l00m de

extensão (mais de 14%) e requerem a movimentação de grandes

quantidades de terra para a criação de patamares planos. Os solos destes

terrenos tendem a ser rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima

das superfícies de vales.

Page 16: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

16

Quanto mais declivoso e susceptivel a erosão for o terreno, maiores serão

as dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a

incorporação dos resíduos vegetais devem ser executados manualmente e

de maneira adequada, evitando-se o emprego de máquinas agrícolas

pesadas, que certamente irão ocasionar erosão e seus efeitos negativos ao

meio ambiente.

1.1.3- Conservação do solo

Para um melhor entendimento deste assunto, é necessário inicialmente o

conhecimento do que vem a ser EROSÃO.

A erosão é um fenômeno de desgaste e arrastamento das partículas do solo

através das águas ou dos ventos, sendo mais intenso em solos desprovidos de

qualquer tipo de vegetação (Figs.19 e 20).

A erosão pode ser:

Geológica;

Natural;

Acelerada ou dos solos agrícolas

Os dois primeiros são praticamente incontroláveis pelo homem e os dois

últimos são frutos do mesmo sobre o Natural.

Os principais tipos de erosão são:

Por embate

Causado pelo efeito desagregador das gotas de água da chuva sobre o solo;

Page 17: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

17

Laminar

Devido às enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o

solo em toda a sua extensão. É de difícil verificação e se prolonga por anos,

até que as raízes superficiais começam a aparecer.

Sulcos, Ravinas ou dedos.

Em poucos anos o solo fica pobre e imprestável para as práticas agrícolas.

Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle é

mais complicado e tem um alto custo.

Vossorocas

Quando a camada impermeável do solo é muito profunda, pode existir canal de

água subterrâneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o

desabamento e abrindo crateras no solo. Após o seu início, é difícil o controle e

a recuperação do terreno é extremamente dispendiosa e não há garantias para

Page 18: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

18

tal. Dentre os tipos de erosões existentes, este é o considerado como sendo o

mais grave.

A ocorrência de erosão depende, dentre outros:

Tipos de solo;

Declividade;

Cobertura vegetal;

Regime de chuvas (intensidade e duração);

Sistema de drenagem natural;

Uso inadequado do solo;

Quando estamos tratando de uso do solo, não podemos deixar então de

comentar sobre a importância e a necessidade da sua “conservação”.

O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente através de suas

ações ou atividades, causa vários danos ambientais muitas vezes

irreversíveis.

No uso agrícola do solo, muitas vezes por desconhecimento de práticas

conservacionistas, pelo uso inadequado das máquinas e implementos

agrícolas, pela falta de orientação de um profissional, dentre outros, um solo

fértil e produtivo, se torna estéril, erodido e inapto ao cultivo.

Quando falamos sobre conservação do solo, não devemos considerar apenas

as praticas referentes à retenção de água, mas também a:

Conservação da cobertura vegetal existente;

Uso racional de adubo e corretivo;

Emprego correto das práticas de preparo do solo e do cultivo.

Alguns procedimentos básicos são recomendados para a conservação do

solo, tais como:

Um bom estudo e análise do solo;

As características topográficas do terreno;

O uso correto de máquinas e implementos no preparo do solo;

Uso correto de adubo e corretivo;

Emprego de práticas conservacionistas (métodos) no preparo do solo;

Manutenção do (s) método (s) utilizado (s);

Emprego de técnicas corretas de plantio;

Seleção e escolha de espécies adequadas ao tipo de solo.

São 3 (três) os métodos que constituem as práticas conservacionistas:

Método Vegetativo

Curvas de nível

Os plantios obedecem às curvas de nível do terreno (a união de pontos com

cotas iguais), em faixas paralelas e não de alto a baixo numa encosta. Evita-se

ou minimiza-se o processo da erosão.

Culturas em faixas:

É a disposição do plantio em diversas faixas em curvas de nível.

Em cada faixa são plantadas espécies diferentes e que são substituídas

anualmente. A rotação dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre

existir no mínimo uma espécie “leguminosa”.

Page 19: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

19

Culturas em faixas de retenção

As faixas de retenção são em nível e podem ser cultivadas plantas econômicas

ou não. A declividade do terreno deverá ser de 3 a 6%.

Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser

plantadas espécies que apresentem um sistema radicular mais bem

desenvolvido, para uma melhor fixação e a agregação do solo.

Métodos Mecânicos

São métodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita

perícia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter

a orientação e acompanhamento de Engº Agrônomo ou Florestal.

São utilizados em áreas extensas e de grandes projetos agrícolas ou florestais.

Entretanto, estes métodos também podem ser utilizados em áreas menores,

caso o benefício seja maior do que o seu custo operacional.

Para conhecimento, citamos alguns destes métodos:

Cordões de contorno;

Patamares;

Terraços.

Vegetativos Mecânicos

Na realidade este método é uma combinação dos processos vegetativos e

mecânicos e o que apresenta melhores resultados no combate a erosão.

Como exemplo podemos citar o nivelamento, construção de terraço e plantio

em faixa de rotação e retenção.

A aplicação destes métodos, em menor ou maior escala, dependerá dos

objetivos da ocupação do terreno, o tipo de cultivo, as características físicas do

solo e a dimensão do local a ser trabalhado (área).

Conclui-se que a conservação do solo faz parte de um todo neste processo e

não deve ser isolado também de outros aspectos importantes (sementes,

adubação, irrigação, etc.), não se relegando a um segundo plano, o fator

básico mais importante que é o solo “conservado e fértil”.

1.2- Água

É um fator imprescindível à vida em geral. Para os vegetais, para o ótimo

atendimento às suas necessidades fisiológicas, necessitando de suprimento

contínuo ao alcance de suas raízes e em menor escala e esporadicamente, ao

seu sistema foliar.

Constitui também parte integrante da formação do seu alimento.

A economia da água no solo, isto é, a quantidade que a planta vai utilizar

depende de outros fatores. Assim é que, à medida que diminui o diâmetro das

partículas do solo, diminui percentualmente a quantidade de água que a

planta pode utilizar, ou seja, a água útil ou disponível.

A água desempenha na economia da planta dupla função fisiológica, agindo

fisicamente e integrando o seu metabolismo.

Page 20: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

20

Fisicamente é o solvente (que dilui) por excelência dos nutrientes

assimilados pelas raízes e pelos estômatos, regula a turgidez dos tecidos e

transporta a seiva por toda a planta. Também é o meio onde se processam

as reações químicas.

Metabolicamente é também alimento, porque os seus componentes

químicos desdobrados pela fotossíntese (principalmente oxigênio), vão fazer

parte integrante dos compostos elementares, formadores da imensa e

complexa cadeia de compostos orgânicos (glicose, sacarose, amido ou

celulose).

Devemos considerar a destinação da água proveniente das chuvas e da

própria irrigação. Da água que cai no solo, parte se evapora, parte escorre e

parte se infiltra. Evitar o máximo de desperdício é obviamente boa parte da

tarefa do jardinocultor.

O excesso de água também é prejudicial às plantas por várias razões:

Exclui o ar do solo prejudicando a respiração das raízes;

Lixívia (lava) o solo carregando para o subsolo, os elementos nutritivos

necessários ao crescimento das plantas;

Provoca o processo de erosão, mal condenável de todos os pontos de

vista;

Acarretam despesas evitáveis.

Além de sua função eminentemente útil às plantas conforme descrito acima, a

água possui também uma função decorativa na composição paisagística de

um jardim.

A influência da água na composição paisagística dos jardins pode ser

estabelecida em:

Formas de ocorrência-

A existência de água nos terrenos a ajardinar pode se dar através de

reservatórios naturais (lagos, lagoas), cursos d’água (córregos, rios e os seus

acidentes - saltos, cachoeiras e cataratas) e as fontes que mais de perto

interessam ao trabalho de organização do jardim.

O volume de água nestes reservatórios naturais depende diretamente das

precipitações pluviométricas (chuvas) e que variam muito de uma região para

outra.

Possibilidades de utilização-

A água pode ser utilizada sob 2 formas:

Para regas – para que possa ser aproveitada, a água deve ser

leve, bem arejada, não conter sais minerais em excesso nem

matéria orgânica em decomposição. Não devem ser usadas as

águas estagnadas ou as que recebam despejos industriais e

esgotos domésticos.

Decorativas – como elemento de decoração e considerando tão

somente as formas de ocorrência já citadas, como regra geral, a

composição deve respeitar dentro dos limites possíveis, os

Page 21: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

21

aspectos naturais existentes nos locais de ocorrência de água,

mantendo-se as belezas naturais que possuírem.

1.3- Clima

Deve-se ter em mente que o Homem não pode modificar o clima, daí ser um

elemento imutável nos trabalhos de jardinagem e paisagismo.

A escolha da cobertura vegetal perene em um jardim terá que ser em função

das condições climáticas da região em que será construído.

Dentre os principais fatores climáticos relacionados com a jardinagem e o

paisagismo temos:

Temperatura - tem forte influencia sobre o cultivo das plantas,

podendo vir a causar a morte das mesmas, devido desidratação

(perda de água pela transpiração), exigindo uma quantidade maior

de regas.

Algumas espécies de plantas não suportam calor intenso, com temperatura

elevada ou baixa, sendo então necessário assegurar-lhes uma proteção

artificial adequada, denominada de “estufas” (para cultivos de plantas de

clima quente em regiões frias) ou “sombreamentos” (para a proteção de

plantas muito sensíveis ao calor).

Dentre exemplos das variações de temperaturas e seus efeitos, temos:

Geadas e neve (baixa) – queima das folhas, congelamento e

quebra de caule e galhos pequenos, perda de floração e

frutificação.

Precipitações intensas, tempestades ou secas (alta) –

sufocamento das plantas, perda de água (desidratação),

queima de folhas, ponteiros e alterações na sua fisiologia.

É importante que a escolha das espécies vegetais perenes ou não a serem

utilizadas, sejam feitas de acordo com as condições climáticas do local ou da

região.

Umidade - o índice de umidade atmosférica do ar também está

relacionado com as precipitações pluviométricas (quando a umidade

do ar atinge 100%,chove).

Além disso, a umidade do ar pode contribuir para atenuar ou aumentar a

temperatura de certas regiões.

O mesmo processo de proteção às plantas referente à temperatura, é aplicado

também quanto à umidade (estufa e sombreamento) do local ou da região.

Luminosidade - as plantas dependem da luz para realizar o

processo da fotossíntese, sendo que algumas espécies podem

viver com pouca luz e outras não suportam o excesso de

luminosidade.

A luminosidade interfere também na sensação psicológica provocada pelo

jardim. O nevoeiro espesso e a claridade excessiva do deserto servem como

parâmetros para avaliar as sensações que provoca a luminosidade. Assim,

em regiões de tempo pesado e sombrio convém planejar um jardim mais

aberto.

Page 22: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

22

Nos clima seco e muito iluminado, ao contrário, deve-se utilizar maior número

de árvores e elementos estruturais que forneçam sombra, a fim de tornar a

luminosidade natural mais difusa e a interceptar os raios solares.

Ao planejar um jardim tenha sempre em mente a necessidade de

luminosidade adequada a cada planta.

Ventos - muitas espécies de plantas não são tolerantes a ação do

vento ou não se adaptam a locais onde os mesmos são

constantes. Os ventos causam um aumento no processo da perda

de água (desidratação) pela planta através da evaporação pelas

folhas; também causam quebras de galhos, troncos e quedas de

folhas e frutos, todas prejudiciais ao crescimento das plantas.

Devemos saber a intensidade, duração, direção e freqüência dos ventos

comuns no local ou na região. Todos nós sabemos dos estragos que uma

ventania pode causar.

1.4- Paisagem

O conjunto de cenários naturais modificados ou não pelo Homem, através dos

elementos que a integram, influem na jardinagem, principalmente na cobertura

vegetal existente no local.

Devido ao grau de complexidade das variedades de nossas paisagens, apenas

comentaremos sobre algumas coberturas vegetais importantes e mais

conhecidas no país:

Floresta amazônica – paisagem típica de planície, coberta

por florestas seculares densas e cortadas por extensa rede

fluvial. Uma grande variedade de espécies vegetais e muitas

delas em extinção e outras ainda desconhecidas. É

considerada a maior floresta tropical do mundo e sua maior

parte fica no Estado do Amazonas.

Caatingas – temos a paisagem semi-árida do Nordeste, com

sua vegetação constituída de árvores baixas, retorcidas,

espinhentas e que suportam a falta d’água daquela região.

Mata Atlântica – a paisagem litorânea bastante modificada

pelo homem, com sua exuberante cobertura florestal reduzida

a apenas 7% da área costeira que ocupava. As formações

vegetais vão desde os manguesais, restingas até as florestas

primárias de grande porte, localizadas principalmente nas

áreas de grande declividade onde a exploração de madeira é

dificultada e hoje se encontra protegida por Lei.

Cerrado - constituem a paisagem característica do Planalto

Central, com a sua cobertura vegetal composta grande

variedade de árvores baixas, tortuosas e muito utilizada para a

fabricação de carvão.

É uma região que vem sendo alvo de atenção e preocupação devido ao

desmatamento de grandes áreas com este tipo de vegetação para expansão

agrícola (plantio de soja).

Page 23: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

23

Temos também a paisagem característica do Paraná, onde se destaca a

floresta de Araucárias (pinheiro brasileiro).

A fim de facilitar a avaliação do material vegetativo que é parte integrante do

planejamento paisagístico, a vegetação é classificada em quatro tipos: nativa,

exótica, agricultural e ornamental.

Vegetação Nativa-

É a vegetação original do local ou da região e que se desenvolveu

espontaneamente, ou seja, sem a ajuda do homem. Varia conforme o clima e a

topografia. Cada região tem uma cobertura vegetal formada pelas plantas que

melhor se adaptam às condições ambientais locais. Ela pode se encontrar em

várias etapas de desenvolvimento

o primária - quando está no seu desenvolvimento clímax (máximo) sem ter

sofrido qualquer intervenção humana.

o Secundária ou regenerada - atinge um máximo de desenvolvimento mas

houve a intervenção humana.

Vegetação Exótica-

É a vegetação proveniente de outros países e introduzidas pelo homem e que

se adaptaram as condições ambientais do local ou região.

Vegetação Agricultural-

Assim como a vegetação nativa, ela depende das condições do solo e do clima

da região. De acordo com as espécies cultivadas (árvores frutíferas, grãos,

arbustos, etc.) podem compor uma paisagem típica, embora a sua função seja

de ordem econômica.

Vegetação Ornamental-

É desenvolvida para resolver problemas funcionais, como coberturas para

solos e quebra ventos. No entanto, a sua função principal é de ordem estética.

Diversos tipos de gramas, forrações, plantas floríferas, arbustos, trepadeiras e

árvores entram nesta categoria de vegetação ornamental. Ela pode ser nativa

ou exótica.

2- SÓCIO/CULTURAIS

A composição dos jardins recebe as influências do meio onde são construídos,

refletindo o meio cultural e social em que vive o proprietário (particular) ou em

caso de jardim público, o grupo social (sociedade) do local.

Recebendo as influências do meio onde são construídos, os jardins refletem

por igual, a cultura do grupo e caracterizam o lugar e época em que surgirem.

Isto explica a existência dos estilos de jardins e as suas composições.

3- ECONÔMICO

A situação econômica do grupo social impõe, com quase absoluta

exclusividade, não só a forma, mas ainda a vegetação e todos os outros

elementos decorativos do jardim.

As disponibilidades de recursos devem acompanhar o jardim durante toda a

sua existência. Deve-se conhecer a realidade econômica do momento (do

Page 24: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

24

particular ou não), haja vista, que uma parte dos recursos serão destinados à

construção e a outra parte a sua manutenção.

A ignorância destes princípios básicos sujeita-se a existência breve e precária

do jardim.

FERRAMENTAS

O termo ferramenta deriva do latim ferramenta, plural de ferramentum. É um

utensílio, dispositivo, ou mecanismo físico ou intelectual utilizado por

trabalhadores das mais diversas áreas para realizar alguma tarefa.

Inicialmente o termo era utilizado para designar objetos de ferro ou outro

material (plástico, madeira ou outro) para uso doméstico ou industrial.

Alguns tipos de utensílios podem servir como armas, tais como o martelo e a

faca, e algumas armas, tais como explosivos, usadas como ferramentas.

No reino animal também são usados dispositivos facilitadores de tarefas: a

lontra do mar abre moluscos se utilizando dos mais diversos objetos, os

macacos chegam a fabricar ferramentas rudimentares.

Em função do disposto acima, uma ferramenta pode ser definida como: um

dispositivo que forneça uma vantagem mecânica ou mental para facilitar a

realização de tarefas diversas.

Jardins de pequeno e médio porte precisam de dedicação e de ferramentas

certas para cada planta ou canto. Das flores ao gramado, dos arbustos às

árvores, a manutenção precisa de cuidados que só as ferramentas adequadas

em mãos capazes podem proporcionar. Caso contrário, o objetivo estético e

vital do jardim ficará seriamente comprometido. E não pense que é preciso ser

um milionário para comprá-las: embora existam no mercado ferramentas com

preço elevado, existem alternativas de boa qualidade e preço compatível.

Comecemos pela grama. Durante o Verão, que costuma ser uma época de

chuvas intensas e sol pleno e muito quente, os gramados bem cuidados

crescem a olhos vistos. Possuir um cortador ou roçadeira é essencial para a

manutenção do “tapetão”. Existem modelos manuais que são indicados para

pequenos espaços e costumam ter preços convidativos. Gramados de porte

médio precisam quase que obrigatoriamente de um cortador de grama elétrico

ou a gasolina. Os modelos elétricos são mais baratos mas são limitados pelo

tamanho da extensão. Já os modelos movidos por motor a combustão tem

autonomia maior, mas são mais caros e poluentes.

Tem arbustos ou cercas-vivas? Gosta de podar flores e herbáceas para

replantar e multiplicar? Então aparadores e tesouras precisam estar no

quartinho de ferramentas. Há desde as tradicionais tesouras de poda com

longos cabos de madeira com lâminas retas (para a manutenção de arbustos

topiados que precisam ser cortadas por igual) e curvas (para cercas-vivas

feitas com trepadeiras ou até mesmo corte de pequenas touceiras de grama e

galhos), até as tesouras para acabamento de cabeças longa, curta ou as

Page 25: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

25

específicas para poda de arbustos e corte de hastes de flores, passando pelos

aparadores de cercas-vivas elétricas, serrilhadas.

Para limpeza e manejo, alguns acessórios são mais essenciais ainda.

Vassouras metálicas e ancinhos para limpeza de grama cortada e folhas

caídas , pás pequenas e grandes, enxadinhas trapezoidais para retirada de

terra superficial e de ervas daninhas, enxadas para revolver a terra mais

profundamente, sachos para acabamentos, cultivadores, escardilhos e garfos.

Há modelos feitos em polipropileno e aço, e quem decide que material é o mais

adequado é seu jardim e a frequência com que estes acessórios serão

utilizados.

Completando o “kit básico” do jardineiro, não podemos nos esquecer das

mangueiras e aspersores, como irrigadores giratórios fixos, ou aqueles que são

acoplados na ponta da mangueira. Ao escolher uma mangueira, não

economize: as mais resistentes são feitas de PVC e poliéster trançado, que

fornecem maior durabilidade e maior resistência à pressão. Se quiser pode

incluir neste kit uma pequena adubadeira e sementadeira. Caso o uso de

ancinhos e pás seja muito “século XX” para você, considere a compra de

sopradores e aspiradores elétricos.

Para cuidarmos de um jardim de maneira apropriada e com todo o prazer que

esta atividade pode proporcionar, é necessária a utilização de algumas

ferramentas e equipamentos apropriados. Existem muitas ferramentas, de

diferentes tipos, aplicações, tamanhos e qualidades, que podem ser úteis ou

até mesmo indispensáveis para a correta manutenção de um jardim, gramado,

canteiro ou mesmo quando temos o nosso jardim em um apartamento, com a

utilização de vasos.

Ao escolhermos as ferramentas ou os equipamentos necessários, devemos

levar em consideração alguns aspectos do jardim ou local no qual utilizaremos

determinado utensílio, para que não façamos escolhas erradas, causando

transtornos na hora da utilização e, ainda, prejuízos desnecessários.

Vamos tomar como exemplo um simples gramado que precisa ter uma

manutenção realizada, pois o mato cresceu demais. Se a extensão do gramado

for muito grande, não é aconselhável comprarmos um cortador de grama

elétrico, pois não será possível conectá-lo à eletricidade quando for necessário

aparar a grama em uma área que não disponha de uma tomada elétrica.

De uma maneira geral, para a manutenção de jardins, as ferramentas mais

utilizadas são as seguintes:

Luvas: existem boas luvas em lojas especializadas. São feitas para o manejo

da terra com segurança. Prefira as luvas de tecido.

Page 26: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

26

Escardilho: é um ancinho em miniatura. Perfeito para afofar a terra e ajudar na

homogeneização dos substratos.

Pazinha: também serve para a mistura de substratos e transferência de

mudas. Imprescindível para quem gosta de transplantar.

Garfo: auxiliar do escardilho para deixar a terra fofa.

As pontas são arredondadas.

Tesoura de poda: utilizada principalmente para podar galhos e ramos de

plantas e flores em geral. Existem diversos tamanhos, com maior ou menor

capacidade de corte. A escolha do modelo ideal deverá levar em consideração

o tamanho das plantas nas quais serão utilizadas este instrumento; flores e

arbustos precisam ser podados para manter o viço e a beleza. Para pequenos

“cantos verdes”, basta uma pequena e anatômica.

Page 27: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

27

Cortadores de gramas tradicionais movidos à gasolina ou à eletricidade:

os equipados com motores à gasolina são em geral muito mais potentes do

que os que utilizam motores elétricos que, entretanto, costumam ser mais

baratos. As características de cada produto deverão ser analisadas de acordo

com a necessidade do local;

Roçadeiras: são máquinas cortadoras de gramas mais leves, mas que

apresentam algumas vantagens, como poder

fazer "acertos" em beiradas com grande

precisão. Também podem ser encontradas

com motores elétricos ou movidas à gasolina;

Colher de transplante: ferramenta utilizada

para auxiliar no preparo de covas

para transplante de mudas;

Pulverizador: equipamento utilizado para aplicação de defensivos, fertilizantes

ou simplesmente para borrifar água sobre as plantas. Existem dezenas de

modelos, com tanque de armazenamento maior ou menor, que deverá ser

escolhido de acordo com a sua utilização;

Page 28: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

28

Sacho: ferramenta utilizada para abrir sulcos na terra, onde serão colocadas as

sementes. Depois de feita a semeadura, este mesmo instrumento é utilizado

para cobrir as sementes;

Mini-trator cortador de grama: é um pequeno "carro" com motor à gasolina,

com capacidade para transportar uma pessoa e equipado com lâminas

giratórias que vão cortando a grama por onde o veículo vai passando. É muito

utilizado em grandes áreas gramadas, como campos de golf, por exemplo.

Todas as ferramentas precisam de cuidados na manutenção, que vão desde a

simples limpeza com um pano, até a lubrificação, afiação e troca de peças. Se

Page 29: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

29

estiverem em mal estado de conservação, o rendimento será baixo, o esforço

maior e os resultados não acontecerão como o esperado.

Uma tesoura é sempre útil na hora de podar arbustos, mas deve cuidar bem

dela para não transmitir doenças de uma planta para outra. Deve-se limpar

com um pano seco após o uso e lubrificar as lâminas pingando óleo próprio

para máquina de costura. A manutenção das outras ferramentas, cuja função

não inclui o corte, é mais simples: lave com água e seque ao sol para espantar

o mofo.

Equipamento de Proteção Individual - EPI

Equipamentos de Protecção Individual ou EPIs são quaisquer meios ou

dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos

ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma

determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser

constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o

seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. Seu uso é regido por

uma norma regulamentadora No.6.

Principais equipamentos de proteção individual

Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado, além

de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e

o uso:

Page 30: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

30

Luvas: Um dos equipamentos de proteção

mais importantes, pois protege as partes do

corpo com maior risco de exposição: as

mãos.

Existem vários tipos de luvas no mercado e

a utilização deve ser de acordo com o tipo

de formulação do produto a ser

manuseado.

A luva deve ser impermeável ao produto

químico. Produtos que contêm solventes

orgânicos, como por exemplo os

concentrados emulsionáveis, devem ser

manipulados com luvas de BORRACHA

NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes

materiais são impermeáveis aos solventes

orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC

podem ser usadas para produtos sólidos ou

formulações que não contenham solventes

orgânicos.

De modo geral, recomenda-se a aquisição

das luvas de "borracha NITRILICA ou

NEOPRENE", materiais que podem ser

utilizados com qualquer tipo de formulação.

Existem vários tamanhos e especificações

de luvas no mercado. O usuário deve

certificar-se sobre o tamanho ideal para a

sua mão, utilizando as tabelas existentes

na embalagem.

Page 31: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

31

Respiradores

Geralmente chamados de máscaras, os

respiradores têm o objetivo de evitar a

inalação de vapores orgânicos, névoas ou

finas partículas tóxicas através das vias

respiratórias. Existem basicamente dois

tipos de respiradores: sem manutenção

(chamados de descartáveis) que possuem

uma vida útil relativamente curta e recebem

a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de

baixa manutenção que possuem filtros

especiais para reposição, normalmente

mais duráveis.

Os respiradores mais utilizados nas

aplicações de produtos fitossanitários são

os que possuem filtros P2 ou P3. Para

maiores informações consulte o fabricante.

Os respiradores são equipamentos

importantes mas que podem ser

dispensados em algumas situações,

quando não há presença de névoas,

vapores ou partículas no ar, por exemplo:

a) aplicação tratorizada de produtos

granulados incorporados ao solo;

b) pulverização com tratores equipados

com cabines climatizadas.

Devem estar sempre limpos, higienizados e

os seus filtros jamais devem estar

saturados.

Antes do uso de qualquer tipo de

respirador, o usuário deve estar barbeado,

além de realizar um teste de ajuste de

vedação, para evitar falha na selagem.

Quando estiverem saturados, os filtros

devem ser substituídos ou descartados.

É importante notar que, se utilizados de

forma inadequada, os respiradores tornam-

se desconfortáveis e podem transformar-se

numa verdadeira fonte de contaminação.

O armazenamento deve ser em local seco

e limpo, de preferência dentro de um saco

plástico.

Page 32: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

32

Viseira facial

Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o

manuseio e a aplicação.

A viseira deve ter a maior transparência possível e

não distorcer as imagens. Deve ser revestida com

viés para evitar corte. O suporte deve permitir que a

viseira não fique em contato com o rosto do

trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar

conforto ao usuário e permitir o uso simultâneo do

respirador, quando for necessário.

Quando não houver a presença ou emissão de

vapores ou partículas no ar o uso da viseira com o

boné árabe pode dispensar o uso do respirador,

aumentando o conforto do trabalhador.

Existem algumas recomendações de uso de óculos

de segurança para proteção dos olhos. A substituição

do óculos pela viseira protege não somente os olhos

do aplicador mas também o rosto.

Jaleco e calça hidro-repelentes:

São confeccionados em tecido de algodão tratado para se

tornarem hidro-repelentes, são apropriados para proteger o corpo

dos respingos do produto formulado e não para conter exposições

extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É fundamental que

jatos não sejam dirigidos propositadamente à vestimenta e que o

trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação.

Os tecidos de algodão com tratamento hidro-repelente ajudam a

evitar o molhamento e a passagem do produto tóxico para o

interior da roupa, sem impedir a transpiração, tornando o

equipamento confortável.

Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma

correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para

reduzir a absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a

sua reutilização.

Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser

usadas nas aplicações onde exista alta exposição do aplicador à

calda do produto (pulverização com equipamento manual, por

exemplo).

Page 33: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

33

Jaleco e calça em nãotecido

São vestimentas de segurança confeccionados em

nãotecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vários tipos

de nãotecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível

de proteção que oferecem.

Além da hidro-repelência, oferecem impermeabilidade e

maior resistência mecânica à névoas e às partículas

sólidas.

O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta

melhoram sua performance, com maior absorção do

suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relação

ao calor.

As vestimentas confeccionadas em nãotecido têm

durabilidade limitada e não devem ser utilizadas quando

danificadas.

As vestimentas de nãotecido não devem ser passadas

a ferro, não são a prova ou retardantes de chamas,

podem criar eletricidade estática e não devem ser

usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente

potencialmente inflamável ou explosivo, pois se auto-

consumirão.

As vestimentas em nãotecido devem ser destruídas em

incineradores profissionais para não causarem danos

ao ambiente.

Boné árabe

Confeccionado em tecido de algodão

tratado para tornar-se hidro-repelente.

Protege o couro cabeludo e o pescoço de

respingos e do sol.

Capuz ou touca

Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser

em tecidos de algodão tratado para tornar-se hidro-

repelente ou em nãotecido.

Substituem o boné árabe na proteção do couro cabeludo

e pescoço.

Page 34: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

34

Avental

Produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC,

bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou

nãotecidos), aumenta a proteção do aplicador contra respingos

de produtos concentrados durante a preparação da calda ou de

eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal.

Botas

Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto

e resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC.

Sua função é a proteção dos pés. É o único equipamento

que não possui C.A.

Uso dos EPI

Para proteger adequadamente, os EPI deverão ser vestidos e retirados de

forma correta.

Veja como vestir os EPI:

1. Calça e Jaleco

A calça e o jaleco devem ser vestidos

sobre a roupa comum, fato que permitirá

a retirada da vestimenta em locais

abertos. Os EPI podem ser usados sobre

uma bermuda e camiseta de algodão,

para aumentar o conforto. O aplicador

deve vestir primeiro a calça do EPI, em

seguida o jaleco, certificando-se este

fique sobre a calça e perfeitamente

ajustado. O velcro deve ser fechado com

os cordões para dentro da roupa. Caso o

jaleco de seu EPI possua capuz,

assegure-se que este estará devidamente

vestido pois, caso contrário, facilitará o

acúmulo e retenção de produto, servindo

como um compartimento. Vale ressaltar

que o EPI deve ser compatível com o

tamanho do aplicador.

Page 35: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

35

2. Botas

Impermeáveis, devem ser calçadas sobre meias de

algodão de cano longo, para evitar atrito com os

pés, tornozelos e canela. As bocas da calça do EPI

sempre devem estar para fora do cano das botas, a

fim de impedir o escorrimento do produto tóxico para

o interior do calçado.

3. Avental Impermeável

Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o

preparo da calda e pode ser usado na parte de traz do

jaleco durante as aplicações com equipamento costal.

Para aplicações com equipamento costal é fundamental

que o pulverizador esteja funcionando bem e sem

apresentar vazamentos.

4. Respirador

Deve ser colocado de forma que os dois elásticos

fiquem fixados corretamente e sem dobras, um fixado

na parte superior da cabeça e outro na parte inferior,

na altura do pescoço, sem apertar as orelhas. O

respirador deve encaixar perfeitamente na face do

trabalhador, não permitindo que haja abertura para a

entrada de partículas, névoas ou vapores. Para usar

o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem

barbeado.

Page 36: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

36

5. Viseira facial

Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a

cabeça do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco

afastada do rosto para não embaçar.

6. Boné árabe

Deve ser colocado na cabeça sobre a viseira. O velcro do boné

árabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando

que toda a face estará protegida, assim como o pescoço e a

cabeça.

7. Luvas

Último equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a

evitar o contato do produto tóxico com as mãos.

As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mãos

do usuário, (não podendo ser muito justas, para facilitar a colocação

e a retirada, e nem muito grandes, para não atrapalhar o tato e

causar acidentes).

As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das

mangas do jaleco, com exceção de quando o trabalhador pulveriza

dirigindo o jato para alvos que estão acima da linha do seu ombro

(para o alto).

Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das mangas do

jaleco. O objetivo é evitar que o produto aplicado escorra para

dentro das luvas e atinja as mãos.

Como retirar os EPI

Após a aplicação, normalmente a superfície externa

dos EPI está contaminada. Portanto, na retirada dos

EPI, é importante evitar o contato das áreas mais

atingidas com o corpo do usuário.

Antes de começar retirar os EPI, recomenda-se que o

aplicador lave as luvas vestidas.

Isto ajudará a reduzir os riscos de exposição acidental.

Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:

Page 37: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

37

1. Boné árabe

Deve-se desprender o velcro e retirá-lo com cuidado.

2. Viseira facial

Deve-se desprender o velcro e colocá-la em um local de

forma a evitar arranhões

3. Avental

Deve ser retirado desatando-se o laço e puxando-se o velcro em

seguida.

4. Jaleco

Deve-se desamarrar o cordão, em seguida curvar o tronco

para baixo e puxar a parte superior (os ombros)

simultaneamente, de maneira que o jaleco não seja virado do

avesso e a parte contaminada atinja o rosto.

5. Botas

Durante a pulverização, principalmente com equipamento

costal, as botas são as partes mais atingidas pela calda.

Devem ser retiradas em local limpo, onde o aplicador não

suje os pés.

Page 38: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

38

6. Calça

Deve-se desamarrar o cordão e deslizar pelas pernas do aplicador

sem serem viradas do avesso.

7. Luvas

Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos

poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo

simultaneamente.

Não devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o

próximo uso e contaminaria a parte interna.

8. Respirador

Deve ser o último EPI a ser retirado, sendo guardado separado

dos demais equipamentos para evitar contaminações das partes

internas e dos filtros.

Importante: após a aplicação, o trabalhador deve tomar banho

com bastante água e sabonete, vestindo roupas LIMPAS a

seguir.

Lavagem e manutenção

Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior

vida útil. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da família.

Lavagem

A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.

As vestimentas de proteção devem ser abundantemente enxaguadas com

água corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização.

A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa, preferencialmente com sabão

neutro (sabão de coco). As vestimentas não devem ficar de molho. Em

seguida, as peças devem ser bem enxaguadas para remover todo o sabão.

O uso de alvejantes não é recomendado, pois vai danificar o tratamento do

tecido.

Page 39: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

39

As vestimentas devem ser secas à sombra. Atenção: somente use máquinas

de lavar ou secar, quando houver recomendações do fabricante.

As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas

com água abundante após cada uso. É importante que

a VISEIRA NÃO SEJA ESFREGADA, pois isto poderá

arranhá-la, diminuindo a transparência.

Os respiradores devem ser mantidos conforme

instruções específicas que acompanham cada modelo.

Respiradores com manutenção (com filtros especiais

para reposição) devem ser higienizados e armazenados

em local limpo. Filtros não saturados devem ser

envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o

contato com o ar.

Reativação do tratamento hidro-repelente

Testes comprovam que, quando as calças e jalecos

confeccionados em tecido de algodão tratado, para

tornarem-se hidro-repelentes, são passados a ferro (150 a

180°C), a vida útil é maior. Somente as vestimentas de

algodão podem ser passadas a ferro.

Descarte

A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos

fabricantes e checada rotineiramente pelo usuário. Os EPI

devem ser descartados quando não oferecem os níveis de

proteção exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas

devem ser lavadas para que os resíduos do produto

fitossanitário sejam removidos, permitindo-se o descarte

comum.

Atenção: antes do descarte, as vestimentas de proteção

devem ser rasgadas para evitar a reutilização.

Mitos

Page 40: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

40

Existem alguns mitos que não servem mais como desculpa para não usar EPI:

EPI são desconfortáveis

Realmente os EPI eram muito desconfortáveis no passado, mas, atualmente,

existem EPI confeccionados com materiais leves e confortáveis. A sensação de

desconforto está associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso

incorreto.

O Aplicador não usa EPI

O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando não foi conscientizado

do risco e da importância de proteger sua saúde. O aplicador profissional exige

os EPI para trabalhar. Na década de 80, quase ninguém usava cinto de

segurança nos automóveis. Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem

a importância.

Considerações Finais

O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não garante a

proteção da saúde do trabalhador e nem evita contaminações. Incorretamente

utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.

Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a um

conjunto de informações e regras básicas de segurança são as ferramentas

mais importantes para evitar a exposição e assegurar o sucesso das medidas

individuais de proteção a saúde do trabalhador.

O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a

reciclagem contínua dos profissionais que atuam na área de ciências agrárias

através de treinamentos e do acesso a informações atualizadas. Bem

informado, o profissional de ciências agrárias poderá adotar medidas cada vez

mais econômicas e eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores, além de

evitar problemas trabalhistas.

Page 41: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

41

ENXADA

Para capinar,

revolver a terra,

incorporar adubos,

acertar bordas e

superfícies do

canteiro (manter a

lâmina afiada

PAZINHA

A colher do jardineiro faz

transplante com torrão,

covas, ajuda a montar

vasos e a manipular

produtos.

CARRINHO DE MÃO

Serve de transporte a

todo tipo de material:

terra, composto orgânico,

mudas, ferramentas,

produtos colhidos.

Page 42: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

42

SACHO

Prepara sulcos e

covas pequenos e,

entre as linhas

plantadas, elimina

espécies invasoras

e afofa a terra.

CAVADEIRA

A de boca serve para abrir

buracos e simultaneamente

remover terra e preparar

covas (manter sempre

afiada)

VASSOURA DE JARDIM

Deve ser resistente e fácil

de lavar para suportar a

limpeza do jardim,

retirando inclusive os

rastros de terra.

TESOURA DE

PODA

Faz a primeira

poda do gramado

e cortes de rotina

em áreas

pequenas e pontos

que a roçadeira

não alcança

FIRMINO

Também conhecido como

despraguejador, elimina as

ervas daninhas cortando-

as, literalmente, pelas

raízes.

SERROTE DE PODA

Elimina galhos grossos,

tarefas que deve estar em

conformidade com as

normas de supressão de

espécies arbóreas.

CHIBANCA

Usada para

revolver a terra,

incorporar adubos

VANGA

A pá reta, como também é

identificada, faz covas e

acerta a forma de canteiros

CANIVETE

Conforme o formato e a

lâmina, serve para podar,

estaquear, enxertar e

Page 43: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

43

a ela, fazer covas,

retirar as plantas a

ser transplantadas.

(manter sempre afiada). para a mergulhia (manter

sempre afiado).

RASTELO

Conhecido como

ancinho, faz a

limpeza de folhas,

a retirada de

torrões e pedras e

dá acabamento ao

plantio.

MANGUEIRA

Equipamento apropriado

para irrigar em

áreas maiores (o jato de

água muito forte pode

machucar as plantas)

PULVERIZADOR

Seja do tipo manual ou os

que prendem nas costas

é utilizado para aplicar

defensivos e adubação

foliar.

PEDRA DE

AMOLA

Instrumento básico

de manutenção,

serve para manter

amoladas as

ferramentas que

precisam ter bom

corte.

REGADOR

Existem vários tipos de

bicos e crivos, indicados

para irrigação correta de

cada tipo de terra

TRENA

Instrumento de medição

usado para aferir a área

do jardim, medir e

determinar canteiros,

caminhos e distâncias.

Page 44: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

44

SOLO

Solo é um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfície terrestre

emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos são constituídos de três fases:

sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (solução do solo) e gasosa (ar).

O solo é formado a partir da modificação da rocha de origem (material duro

mais conhecido como pedra), mediante a ação integrada dos elementos

climáticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,

liquens e outros) que ao longo do tempo vão decompondo àquela rocha

originária em grãos cada vez menores, até transformá-la em um material

solto e macio, denominado mineral.

O solo leva vários séculos ou até milhões de anos para se formar, sob a ação

dos agentes naturais (intemperismo).

Deste modo o solo é representado pela expressão:

NOTA:

Função dos organismos vivos: Os animais (microorganismos, insetos,

minhocas, etc), as plantas e o próprio homem ajudam na transformação do

solo, ao misturar e decompor matéria orgânica (restos de animais e vegetais

mortos) com o material granular e solto, em que se tornou àquela rocha

original. Além disso, os seres vivos quando morrem também vão sendo

decompostos e misturados com o material macio e fofo, formando o solo.

Esta decomposição fornece os elementos nutricionais essenciais ao

desenvolvimento das plantas.

Pedogênese

Page 45: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

45

Pedogênese é o processo químico e físico de alteração (adição, remoção,

transporte e modificação) que atua sobre um material litológico, originando um

solo.

Solos estão constantemente em desenvolvimento, nunca estando estáticos, por

mais curto que seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala

microscopia, diariamente, há alteração por organismos vivos no solo, da

mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos, modifica o solo.

Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando

idades Terciárias.

Geralmente, o solo é descrito como um corpo tridimensional, podendo ser,

porém, ao se considerar o fator tempo, descrito como um sistema de quatro

dimensões: tempo, profundidade, largura e comprimento.

Um solo é o produto de uma ação combinada e concomitante de diversos

fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na

criação de um ou outro solo. São comumente ditos como fatores da formação

de solo: clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.

Funções do solo

Principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento (H2O, O2 e

nutrientes) e disseminação;

Reciclagem e armazenamento de nutrientes e detritos orgânicos;

Controlo do fluxo da água e ação protetora da qualidade da água subterrânea;

Habitat para a fauna do solo.

Composição do solo

É composto de 4 partes:

Page 46: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

46

Água (localiza-se no interior do solo em pequenos espaços chamados de

poros e é utilizada pelas raízes das plantas e pelos microorganismos).

Ar (a situação é igual ao da água).

Mineral (resultado da decomposição da rocha de origem).

Divide-se em 3 frações principais, de acordo com o seu tamanho:

Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)

Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)

Argila (parte muito pequena e que só pode ser visualizada através de

microscópio. Ex: o barro).

Matéria orgânica (restos de animais e plantas)

Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos

outros.

O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar

e água nos espaços de seu interior.

Organização do solo

Como o corpo humano, o solo também tem a sua organização.

Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas

sobrepostas e distintas.

Após o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme já

explicado anteriormente, processa-se a diferenciação das camadas mais ou

menos paralelas a superfície e denominadas de HORIZONTES.

Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira

camada apresenta uma coloração mais escura (devido ao acúmulo de restos

de vegetais e animais no solo) e é nesta camada, que os vegetais iniciam o seu

crescimento. É chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira camada,

são chamados de horizontes B e C.

Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores

visualizados em “barrancos” às margens de estradas ou quando abrimos um

“poço” de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, nós estamos

visualizando o que se chama de “perfil” do solo.

Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetação e plantações e que

são, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se

desenvolveram.

A cor é uma das características que mais chama a atenção, podendo fornecer

indícios sobre a composição, propriedade e origem do solo. A cor está

relacionada com os teores de matéria orgânica, umidade e predominância de

determinados compostos químicos (óxido de ferro).

Assim, temos na natureza solos de coloração amarela, vermelha, cinza

azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).

A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais rápido

a água e/ou permitir que as raízes cresçam mais ou menos rápida.

Page 47: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

47

Classificação quanto à granulometria

Solos arenosos

São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração

areia, de tamanho entre 0,05 mm e 2 mm, formado principalmente por cristais

de quartzo e minerais primários. Os solos arenosos têm boa aeração e

capacidade de infiltração de água. Certas plantas e microorganismos podem

viver com mais dificuldades, devido à pouca capacidade de retenção de água.

Solos siltosos

São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração

silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente são muito erosíveis. O

silte não se agrega como as argilas e ao mesmo tempo suas partículas são

muito pequenas e leves. São geralmente finos.

Solos argilosos

São aqueles que tem grande parte de suas partículas classificadas na fração

argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho máximo de um colóide). Não

são tão arejados, mas armazenam mais água quando bem estruturados. São

geralmente menos permeáveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos

apresentam grande permeabilidade - graças aos poros de origem biológica.

Sua composição é de boa quantidade de óxidos de alumínio (gibbsita) e de

ferro (goethita e hematita). Formam pequenos grãos que lembram a sensação

táctil de pó-de-café e isso lhes dá certas caraterísticas similares ao arenoso.

Tipos de solo

As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar água e sais minerais.

Em média, metade do volume do solo é formada por espaços cheios de ar e

água. As plantas se alimentam e também respiram pelas raízes, não só pelas

folhas. Quando os espaços são pequenos demais, como em solo muito

argiloso, diz-se que o solo é pesado (se você tentar remexer lama com a pá,

logo saberá por quê). Quando os espaços são maiores, como no solo arenoso,

diz-se que o solo é leve. Em solo muito pesado, que não dá passagem à água,

as raízes podem morrer afogadas, devido à falta de oxigênio.

A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, até mais importante do

que sua composição química.

Mas, para resumir todos os resumos, saiba que você pode cultivar quase

qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de

jardim, areia de construção e terra vegetal, em partes iguais.

Page 48: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

48

Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" é de

todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar

os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas

substâncias.

Pó de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.

A vermiculita é um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que após

passar por processos industriais é um excelente hidratante natural das plantas,

evita a compactação do solo, melhora o crescimento das plantas, mantém a

umidade do solo por até 15 dias sem rega e não tem cheiro.

É excelente para o uso agrícola.

Acidez e Alcalinidade

A composição química do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas plantas,

necessitam de solo ácido para serem cultivadas com sucesso e outras

dificilmente crescem bem em solo ácido.

O solo ácido ou "azedo" tende a ser escuro, às vezes com a superfície coberta

pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, às vezes

esbranquiçado. Entre as plantas acidógilas (gostam de ácido) que preferem

solo ácido (pH 6 a 6,5) estão azaléas, begônias, camélias, ciclames, gardênias

(jasmim-do-cabo), magnólias (arbusto), violetas-africanas, urzes.

Entre as que preferem solo alcalino estão espécies de buxo, cravo, lírio,

pinheiro, sálvia.

A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrária, que vai

de 1 a 14, e é denominado de pH (*).

Solo de pH 7 é neutro, nem ácido e nem alcalino (Ex: água destilada).

Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para

baixo, acidez 10 vezes maior.

Solo de pH 8 é 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, é 10

vezes mais ácido que o de pH 7. As azaléas e outras plantas acidógilas como

as citadas acima, se dão bem em solos de pH 6 a 6,5.

O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos

agrícolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagâmetro.

Em regiões muito chuvosas, o solo tende a ser ácido, porque a água lava os

sais alcalinos. Nas grandes cidades há outra razão para o solo ter sua acidez

aumentada: a fumaça sulfurosa de fábricas e veículos aumenta a acidez da

água da chuva.

A terra vegetal ou terriço tende a absorver os excessos de acidez ou de

alcalinidade, apesar de ser uma substância ácida em si.

O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, manganês,

molibdênio, zinco e outros fertilizantes secundários.

Page 49: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

49

No Capítulo X mais adiante, referente à Calagem, este assunto será

complementado.

(*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da

concentração de íons de hidrogênio (H)". Íon ou ionte é uma partícula

subatômica carregada de eletricidade.

Misturas de solo

Um solo para ser considerado com ótimas condições para o desenvolvimento

das plantas deverá ter a seguinte composição: 45% de minerais; 25% de água;

25% de ar; 5% de matéria orgânica.

As incontáveis misturas de solo são geralmente constituídas por alguns

ingredientes descritos a seguir:

Areia - Acúmulo de partículas rochosas alteradas, constituindo diminutos

fragmentos resultantes das ações do tempo e condições climáticas. Seus grãos

aumentam o tamanho dos espaços que formam a porosidade do solo e não

tem função nutriente nem ação química como a da argila.

A areia usada em jardinagem é quase sempre a mesma que entra na

preparação de argamassa para construções, isto é, areia de rio.

Areia de praia é terminantemente proibida para uso por quase todos os livros,

mas é preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das marés é um

tipo recuperável e utilizável, depois de alguns meses de exposição ao sol e à

chuva numa área não afetada pela salinidade de origem. O maior problema no

caso talvez seja a finura dos grãos.

Argila – “Barro” dos oleiros e ceramistas, formado por grãos finíssimos e

somente visíveis ao microscópio.

Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e

peças cerâmicas o endurecimento é irreversível por causa do cozimento.

É ávida por água e isto explica quando se encosta a ponta da língua numa

moringa bem seca.

Como os sais de cálcio tendem a aderir a suas partículas, a argila retarda a

acidulação do solo.

Carvão – Trata-se do carvão vegetal, madeira submetida à combustão

incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substâncias tóxicas

resultantes da fermentação de matéria orgânica.

È usado em pedaços de tamanho variável para manter mais saudável o solo,

para purificar água de torneira destinada à rega e para controle da acidificação.

Húmus - Material marrom ou preto resultante da decomposição de matéria

vegetal ou animal. Um grande produtor de húmus é a minhoca.

Material Calcário - Substâncias ricas em cálcio, que por sua vez têm ação

corretiva sobre a acidez do solo (este assunto será explicado no Capítulo

adiante, referente à Correção do solo).

Page 50: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

50

Em jardinagem são usados comumente a cal (óxido de cálcio) e o pó calcário

magnesiano. Na preparação de vasos podem entrar reboco (de parede) velho

moído, conchas moídas, cascas de ovos e giz escolar.

Perlite - Vidro vulcânico que o calor reduz, por explosão, a fino cascalho; as

partículas, muito porosas, podem reter grandes volumes de água e ar e, desse

modo, desempenhar função mais eficiente do que a da areia. Utilizável em

coleções de vasos, mas é um luxo no jardim.

Terra vegetal ou terriço - É um lixo da mata, formado principalmente por folhas

parcialmente decompostas. Material rico em húmus e bactérias úteis e,

portanto, com alto valor fertilizante. Embora ácida, regula o pH.

A terra vegetal de melhor qualidade é a que tem textura de flocos, não de pó.

Quando em fermentação muito ativa pode ser prejudicial, se incluída em

excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.

Turfa - Matéria vegetal parcialmente carbonizada, isto é, no processo

incompleto de tornar-se carvão mineral.

Abundante em algumas regiões do mundo, ricas em carvão mineral (Estados

Unidos, Europa), e onde é usada como sucedâneo da terra vegetal, escassa

em países desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundância e baixo

custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque dá

resultados imediatos.

No afofamento da terra, a turfa é muito porosa, leve e absorvente, mas não

tem valor nutritivo como a terra vegetal.

Vermiculita - Outro tipo de “pipoca” mineral semelhante a perlite, resultante da

alteração da mica pelo calor. Muito absorvente retém umidade e, é usada,

como material de enraizamento de plantas que pegam depressa, como cóleos

e crisântemos.

Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiaçu).

Poroso, absorvente, intrinsecamente antibiótico e resistente a insetos e outras

pragas. Em placas, é o "solo" ideal para orquídeas, bromélias e outras epífitas

não parasitas (plantas que se apóiam em outras).

Em pó, é substituto da perlite, vermiculita ou turfa. Dá porosidade ao solo, mas

sem prejuízo da umidade, o que favorece a penetração de raízes de

samambaias, avencas e outras plantas de meio úmido.

Receitas de Misturas de Substratos para Plantio

À medida que vão acumulando experiência, os jardineiros tendem a refinar

suas exigências de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituída por

uma composição mais apropriada e até ser ela própria melhorada.

Isto é, há quem opine que a Mistura Universal não deva ser formada por

quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporção:

Terra argilosa de jardim : 7 partes

Terra vegeta : 3 partes

Page 51: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

51

Areia grossa : 2 partes

Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior número de

plantas, mas pode-se aperfeiçoá-la com alguns "temperos". Digamos, para

cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de café de giz moído

(exceto para azaléas e outras que preferem solo ácido); 2 colheres das de café

de superfosfato; 1 colher das de café de sulfato de potássio.

É claro que você também pode esquecer todos esses ingredientes secundários

e simplesmente acrescentar à mistura adubos previamente preparados

existentes no comércio, cada um deles com fórmula adequada ao tipo de

planta que você irá cultiva.

Se por qualquer razão puder comprar esses artigos especializados e quiser ter

certa variedade de solos, será melhor limitar-se a 3 tipos básicos, nos primeiros

tempos:

- Receita n.º 1 - Para cactos e suculentas

Areia : 4 partes

Terra argilosa : 1 parte

Terra vegetal : 1 parte

Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvão moído (mas não em

pó); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos moídas (não em

pó); 1 colher das de café de giz moído. A terra vegetal pode ser substituída por

esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses três ingredientes deve

estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os cactos abominam

fermentação.

- Receita nº 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de

verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rápido.

Areia : 2 partes

Terra argilosa: 1 parte

Terra vegetal : 2 partes

Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvão em

pedacinhos e 1 colher das de café de giz em pó. Se quiser, 1 das 2 partes de

terra vegetal pode ser substituída por esterco bem curtido.

- Receita nº 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos

rigorosos.

Areia : 1 parte

Terra argilosa: 1 parte

Terra vegetal : 1 parte

Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de

sangue e 1 colher de carvão em pedacinhos.

Todos estes tipos de solo destinam-se a preparação de vasos. No jardim, as

condições de fertilização natural e de drenagem são diferentes, de modo que a

terra argilosa marrom que neles predomina é geralmente adequada. Mas as

Page 52: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

52

receitas também servem de alguma orientação nas correções do solo do

jardim.

A versatilidade é enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo

dentro de casa, com as raízes imersas em água. Você pode ter dracenas,

filodendros, cóleons, tradescâncias e até comigo-ninguém-pode durante anos,

"plantadas" na água de recipientes de vidro colorido (para evitar a formação de

limo), desde que ache um meio de apoiá-las. Mantenha um pedaço de carvão

dentro da água e troque-a cada 15 dias por água fresca, na qual haja diluído 1

colher das de chá de adubo solúvel (ou conforme a bula). Teste o pH de vez

em quando. Se a água estiver ácida, pingue umas gotas de bicarbonato de

sódio diluído ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de vinagre diluído.

O cultivo de plantas sem solo é conhecido como hidroponia e atualmente é

muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao

baixo custo de manutenção e mão de obra. São cultivadas em canos de PVC

cortados horizontalmente e por onde correm água fresca e adubo diluído.

Existem instalações especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de xisto

fundido ou cerâmica especial, irrigadas com regularidade automática por uma

solução de fertilizante em água. Dá pouco trabalho, mas sua implantação é

cara demais.

Classificação taxonômica de solos

A classificação dos solos permite entender os processos que levam um solo a

transformar-se em outro. Podem classificar-se os solos segundo uma

característica marcante, como a fertilidade o que permite propor ações

governamentais para a agricultura e assentamentos. Por outro lado, ao

subdividir o solo pelo seu baixo teor de argila, podem entender-se os processos

de lixiviação que podem estar destruindo aquele solo.

A taxonomia dos solos é baseada nas características de cada país ou região,

sendo, portanto, geralmente nacionais ou regionais.

Os primeiros sistemas de classificação utilizados na pedologia exigiam apenas

a observação do pesquisador. Eram geralmente associados aos processos

mais marcantes da gênese pedológica, ou a rocha matriz ou até mesmo a cor

Page 53: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

53

do solo. Dessa forma, existiam os "solos de colúvio", ou os "solos de granitos"

ou "solos roxos"

Basicamente na Pedologia temos as unidades sistemáticas:

Ordem

Subordem

Grande Grupo

Subgrupo

Família

Série

Primeira classificação

Universalmente, a classificação utilizada na pedologia, desde seus primórdios,

estava baseado em três ordens:

zonal

azonal

intrazonal

Esta organização baseava-se principalmente nos fatores de clima, tempo e

relevo que se encontrava os solos:

solos zonais são aqueles em relevos estáveis, em climas estáveis culminando

em um formação antiga;

solos azonais são aqueles que existem em ambientes instáveis, por exemplo,

em aluviões e colúvios. São, portanto, sempre jovens.

solos intrazonais são solos em que o relevo local ou material de origem

prevalecem sobre o clima; são solos intermediários entre azonais e zonais

(quando vistos sob o fator tempo).

Page 54: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

54

Perfil de um solo

Para se classificar um solo, deve-

se ter em vista seu horizonte

diagnóstico, dentro do solum

(horizontes O, A e B juntos). Este é um horizonte do solo, com características

pré-determinadas pela taxonomia a ser utilizada pelo pedólogo. Para tanto,

devem-se pegar amostras de cada horizonte do solo e, em laboratório, ver qual

horizonte diagnóstico determinada amostra representa.

Os horizontes de solo, que compõem o perfil de um solo, são apenas

horizontes delimitados de acordo com sentidos básicos do pesquisador (como

visão e tato) e simples técnicas de campo. Já os horizontes diagnósticos

exigem exames em laboratório.

Por exemplo, ao se retirar a amostra do horizonte B, e, em laboratório ver que

trata-se de um horizonte B textural, ou seja, com acúmulo de argila, sendo

ainda um acúmulo iluvial, pois em campo o pedólogo viu que se tratava de um

horizonte B abaixo de um horizonte Eluvial (horizonte E), ou um solo em

vertente, próximo a uma latossolo, o pesquisador poderá inferir se é um solo do

tipo Luvissolo ou Argissolo (sendo que no primeiro, as argilas devem ser 2:1 e

no segundo 1:1).

A seguir, na Classificação Brasileira, estão listados os solos do Brasil e

brevemente seus horizontes (e algumas características) diagnósticas.

Page 55: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

55

Topografia

A inclinação ou declividade do solo é um dado importante para o planejamento

de qualquer atividade agrícola e deve ser bem observado antes de executar

qualquer operação no terreno.

Para tanto é necessário entender o que vem a ser topografia e a sua utilização

em atividades agrícolas, para evitar riscos de erosão, assoreamento,

deslizamento, inundação e que causam a degradação do solo (destruição).

A topografia é uma aplicação da matemática e da trigonometria, empregada

na medição de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,

representando-os numa figura plana denominada “planta topográfica”.

A planta topográfica nada mais é do que a representação em plano

horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. É a projeção horizontal do

terreno. A mais utilizada é a planta planialtimétrica, que medem

horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.

Em alguns casos, é essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,

para que possa conhecer e/ou reconhecer as características do mesmo, seus

acidentes geográficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu

trabalho. A identificação de uma planta por simples observação é importante

para qualquer estudo ou construção na área.

Alguns acidentes geográficos são imediatamente identificados, tais como:

Vertentes-são as superfícies laterais das elevações ou depressões. Também

são denominadas de “flancos” ou “encostas”.

Linha de cumiada -seus pontos são altos e essa linha divide as águas das

chuvas para as vertentes. As curvas de nível de cotas menores envolvem as de

cotas maiores. Também é chamada de “divisor de águas”.

Talweg -são linhas de pontos baixos de uma região. É a linha mais profunda

do leito de um rio. As águas das chuvas descem pelas vertentes e se escoam

pelos talwegs. É identificado na planta pelo fato das curvas de nível de cotas

maiores envolverem as de cotas menores.

Garganta - é o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada com um

talweg.

A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topográfica é a

escolha da escala. A fim de facilitar a compreensão, chama-se de “objeto” tudo

que admite representação gráfica, seja um segmento de reta, um polígono,

uma superfície, um sólido, etc.

Chama-se “figura” ou “desenho”, a representação gráfica de um objeto.

Page 56: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

56

Denomina-se “escala” a relação entre o tamanho do polígono no papel e o do

caminhamento no terreno. É uma razão de semelhança e é expressa por uma

fração (ex. 1:200), chamada de “escala gráfica”. Ex. “Quando o terreno medido

tem mais ou menos 1km (quilômetro) de largura, podemos fazer a planta com

mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000”. Nesta escala, para

representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu comprimento por 1000.

Desta maneira, um alinhamento de 200 metros, é representado no papel por

uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os mapas ou as plantas

topográficas do terreno vêm com as escalas indicadas, bastando fazer a

conversão do que foi medido no mesmo.

Existem várias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,

menor é o desenho e vice-versa.

Em uma planta topográfica, principalmente na altimétrica, aparecem números

inteiros (cotas) e linhas (curvas de nível).

Cota é a distância do ponto A ao plano horizontal de projeção. É positiva (+)

se o ponto está acima do plano, e negativa (-) se o ponto está abaixo desse

plano. É nula quando está no plano.

Acima do plano é chamada de altitude e abaixo é profundidade.

O plano de referência que se utiliza é o nível do mar.

Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.

Ponto A (+)

cotas

A1(nula)

Plano

A2 (-)

Curva de nível é a união entre pontos de mesma cota. Em uma planta

topográfica, a representação de cotas iguais em diferentes partes do terreno

são feitas através de linhas contínuas e que representam a topografia do

terreno. São muito úteis, pois possibilitam o plantio em níveis, usando

corretamente o solo e evitando os processos erosivos.

Quanto mais próximas forem as curvas de nível, mais inclinado é o terreno e

a linha de maior declive é a de inclinação máxima.

Page 57: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

57

Declividade nada mais é que a diferença de nível existente entre dois pontos e

o seu cálculo é simples.

Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por

este motivo, um dos requisitos básicos para a construção de residências,

jardins ou cultivos de plantas em geral, é a criação de espaços bem nivelados.

Isto implica, naturalmente, a remoção e o deslocamento de terra para acertar o

terreno (movimentação) e a criação de acessos.

Há teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos

práticos porem, eles são sempre em declive e, quanto à declividade, podem ser

classificados em planos, inclinados e escarpados.

Consideram-se planos os terrenos em declive que têm uma caída (diferença de

nível) inferior a 5m em relação a cada l00m de extensão (cerca de 5%).

Este tipo de topografia favorece a adoção de soluções funcionais, criativas e

pouco dispendiosas e é, em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto

de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de

distribuição dos componentes que comporão o jardim e a paisagem,

principalmente aqueles que ficam próximos a casa. Contudo, mesmo os

terrenos planos apresentam alguns problemas que terão de ser solucionados

ainda na fase do projeto. O principal problema é criar uma leve inclinação para

que a água não fique empoçada.

Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a 14m

para cada 100m de extensão (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a

adoção de soluções exige mais criatividade e são mais dispendiosas. Os

problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,

embora se deva controlar também o fluxo da água para evitar a erosão.

Os declives escarpados atingem mais de 14m de caída em l00m de extensão

(mais de 14%) e requerem a movimentação de grandes quantidades de terra

para a criação de patamares planos. Os solos destes terrenos tendem a ser

rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima das superfícies de vales.

Quanto mais declivoso e susceptivel a erosão for o terreno, maiores serão as

dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a

incorporação dos resíduos vegetais devem ser executados manualmente e de

maneira adequada, evitando-se o emprego de máquinas agrícolas pesadas,

que certamente irão ocasionar erosão e seus efeitos negativos ao meio

ambiente.

Conservação do solo

Page 58: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

58

Para um melhor entendimento deste assunto, é necessário inicialmente o

conhecimento do que vem a ser EROSÃO.

Erosão é a destruição do solo e das rochas e seu transporte, em geral feito

pela água da chuva, pelo vento

ou, ainda, pela ação do gelo,

quando expande o material no

qual se infiltra a água congelada.

A erosão destrói as estruturas

(areias, argilas, óxidos e húmus)

que compõem o solo. Estas são

transportados para as partes mais

baixas dos relevos e em geral vão

assorear cursos d'água.

A erosão é um problema muito

sério, devem ser adaptadas

práticas de conservação de solo para minimizar o problema.

Em solos cobertos pela vegetação a erosão é muito pequena e quase

inexistente, mas é um processo natural sempre presente e importante para a

formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as

vegetações, para uso agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna-se

severa, e pode levar a desertificação.

Fatores que contribuem

Muitas ações devidas ao homem apressam o processo de erosão, como por

exemplo:

os desmatamentos (desflorestamentos) desprotegem os solos das

chuvas.

o avanço imobiliário em encostas que, além de desflorestar, provocam a

erosão acelerada devido ao declive do terreno.

as técnicas agrícolas inadequadas, quando se promovem

desflorestações extensivas para dar lugar a áreas plantadas.

a ocupação do solo, impedindo grandes áreas de terrenos de cumprirem

o seu papel de absorvedor de águas e aumentando, com isso, a

potencialidade do transporte de materiais, devido ao escoamento

superficial.

Page 59: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

59

Consequências da erosão

Efeitos poluidores da ação de arraste

Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los

com materiais áridos.

Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramento.

Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da

fotossíntese, importante para a purificação e oxigenação das águas.

Arraste de biocidas e adubos até os corpos d'água e causarem, com isso,

desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos d'água (causando eutroficação,

por exemplo).

Outros danos

Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como

consequência, vindas as grandes chuvas, esses corpos d’água extravasam,

causando as enchentes

Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a

deslocamentos repentinos de grandes massas de terra e rochas que desabam

talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias (ver deslizamento de

terra).

A erosão pode ser:

Causas naturais

No que se refere às ações da natureza, podemos citar as chuvas como

principal causadora da erosão. Ao atingir o solo, em grande quantidade,

provoca deslizamentos, infiltrações e mudanças na consistência do terreno.

Desta forma, provoca o deslocamento de terra. O vento e a mudança de

temperatura também são causadores importantes da erosão.

Quando um vulcão entra em erupção quase sempre ocorre um processo de

erosão, pois a quantidade de terra e rochas deslocadas é grande.

A mudança na composição química do solo também pode provocar a erosão.

Causas humanas

O ser humano pode ser um importante agente provocador das erosões. Ao

retirar a cobertura vegetal de um solo, este perde sua consistência, pois a

água, que antes era absorvida pelas raízes das árvores e plantas, passa a

Page 60: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

60

infiltrar no solo. Esta infiltração pode causar a instabilidade do solo e a erosão.

Atividades de mineração, de forma desordenada, também podem provocar

erosão. Ao retirar uma grande quantidade de terra de uma jazida de minério, os

solos próximos podem perder sua estrutura de sustentação.

Os dois primeiros são praticamente incontroláveis pelo homem e o último é

frutos do mesmo sobre o Natural.

Os principais tipos de erosão são:

Por embate

Causado pelo efeito desagregador das gotas de água da chuva sobre o solo;

Laminar

Devido às enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o

solo em toda a sua extensão. É de difícil verificação e se prolonga por anos,

até que as raízes superficiais começam a aparecer.

Sulcos, Ravinas ou dedos

Em poucos anos o solo fica pobre e imprestável para as práticas agrícolas.

Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle é

mais complicado e tem um alto custo.

Vossorocas

Quando a camada impermeável do solo é muito profunda, pode existir canal de

água subterrâneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o

desabamento e abrindo crateras no solo. Após o seu início, é difícil o controle e

a recuperação do terreno é extremamente dispendiosa e não há garantias para

tal. Dentre os tipos de erosões existentes, este é o considerado como sendo o

mais grave.

A ocorrência de erosão depende, dentre outros:

Tipos de solo;

Declividade;

Cobertura vegetal;

Regime de chuvas (intensidade e duração);

Sistema de drenagem natural;

Uso inadequado do solo;

Formas de evitar

*Não retirar coberturas vegetais de solos, principalmente de regiões

montanhosas;

* Planejar qualquer tipo de construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis,

etc) para que não ocorra, no momento ou futuramente, o deslocamento de

terra;

* Monitorar as mudanças que ocorrem no solo;

Page 61: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

61

*Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões

de encosta.

Quando estamos tratando de uso do solo, não podemos deixar então de

comentar sobre a importância e a necessidade da sua “conservação”.

O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente através de suas

ações ou atividades, causa vários danos ambientais muitas vezes irreversíveis.

No uso agrícola do solo, muitas vezes por desconhecimento de práticas

conservacionistas, pelo uso inadequado das máquinas e implementos

agrícolas, pela falta de orientação de um profissional, dentre outros, um solo

fértil e produtivo, se torna estéril, erodido e inapto ao cultivo.

Quando falamos sobre conservação do solo, não devemos considerar apenas

as praticas referentes à retenção de água, mas também a:

Conservação da cobertura vegetal existente;

Uso racional de adubo e corretivo;

Emprego correto das práticas de preparo do solo e do cultivo.

Alguns procedimentos básicos são recomendados para a conservação

do solo, tais como:

Um bom estudo e análise do solo;

As características topográficas do terreno;

O uso correto de máquinas e implementos no preparo do solo;

Uso correto de adubo e corretivo;

Emprego de práticas conservacionistas (métodos) no preparo do solo;

Manutenção do (s) método (s) utilizado (s);

Emprego de técnicas corretas de plantio;

Seleção e escolha de espécies adequadas ao tipo de solo.

São 3 (três) os métodos que constituem as práticas conservacionistas:

Método Vegetativo

Curvas de nível

Os plantios obedecem às curvas de nível do terreno (a união de pontos com

cotas iguais), em faixas paralelas e não de alto a baixo numa encosta. Evita-se

ou minimiza-se o processo da erosão.

Culturas em faixas

É a disposição do plantio em diversas faixas em curvas de nível.

Em cada faixa são plantadas espécies diferentes e que são substituídas

anualmente. A rotação dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre

existir no mínimo uma espécie “leguminosa”.

Culturas em faixas de retenção

Page 62: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

62

As faixas de retenção são em nível e podem ser cultivadas plantas econômicas

ou não. A declividade do terreno deverá ser de 3 a 6%.

Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser

plantadas espécies que apresentem um sistema radicular mais bem

desenvolvido, para uma melhor fixação e a agregação do solo.

Métodos Mecânicos

São métodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita

perícia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter

a orientação e acompanhamento de Engº Agrônomo ou Florestal.

São utilizados em áreas extensas e de grandes projetos agrícolas ou florestais.

Entretanto, estes métodos também podem ser utilizados em áreas menores,

caso o benefício seja maior do que o seu custo operacional.

Para conhecimento, citamos alguns destes métodos:

Cordões de contorno;

Patamares;

Terraços.

Vegetativos Mecânicos

Na realidade este método é uma combinação dos processos vegetativos e

mecânicos e o que apresenta melhores resultados no combate a erosão.

Como exemplo podemos citar o nivelamento, construção de terraço e plantio

em faixa de rotação e retenção.

A aplicação destes métodos, em menor ou maior escala, dependerá dos

objetivos da ocupação do terreno, o tipo de cultivo, as características físicas do

solo e a dimensão do local a ser trabalhado (área).

Conclui-se que a conservação do solo faz parte de um todo neste processo e

não deve ser isolado também de outros aspectos importantes (sementes,

adubação, irrigação, etc.), não se relegando a um segundo plano, o fator

básico mais importante que é o solo “conservado e fértil”.

Calagem

Calagem é uma etapa do preparo do solo para

cultivo agrícola na qual se aplica calcário com

os objetivos de elevar os teores de cálcio e

magnésio, neutralização do alumínio trivalente

(elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH

do solo, para um desenvolvimento satisfatório

das culturas.

Agronomicamente a necessidade de calagem é

calculada por 3 métodos distintos, tomados

Page 63: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

63

como base a análise de solo, são eles: método da Embrapa, método do IAC e

método pH-SMP.

A acidez no solo é um problema comum a quase todas as regiões brasileiras, e

a tendência, se não for corrigida, é ampliar-se, sobretudo nas regiões de solos

arenosos sujeitos a altas precipitações e cultivos intensivos.

Há no Brasil, aproximadamente 285 milhões de hectares de terras cultiváveis,

dos quais 40 ou 50 milhões necessitam de correção de acidez.

Efeitos da Calagem

Praticamente, só os solos com pH abaixo de 5,5 e superior a 7,0 apresentam

problemas relacionados com a disponibilidade de alguns nutrientes, com a

toxidez de outros, com a estrutura do solo, com a vida microbiana e

simplificação da matéria orgânica, fixação de nitrogênio e enxofre, etc.

Os efeitos da calagem poderiam ser resumidos da seguinte maneira:

Efeitos Físicos

Melhoria da estrutura pela granulação das partículas (estrutura,

porosidade, permeabilidade, aeração).

é usado para a capacitação das plantas , sem matéria orgânica

Efeitos Químicos

Controle de pH (Controle da acidez)

Eliminação do alumínio trivalente

Aumento da disponibilidade e assimilação do Cálcio, Magnésio, Fósforo

e Molibdênio;

Diminuição da solubilidade do Alumínio, Ferro e Manganês (esses

elementos, além de dificultarem o aproveitamento de alguns nutrientes

pela planta, ainda podem se tornar tóxicos).

Efeitos Biológicos

Estímulo ao desenvolvimento da vida microbiana.

NUTRIENTES

As plantas são seres

vivos como nós e

Page 64: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

64

para viverem saudáveis necessitam de alimentos que são a água e os

nutrientes fornecidos através do solo. O solo não é apenas depósito de

substâncias alimentícias e indispensável ponto de fixação para a maior parte

das plantas. Funciona quase como um organismo vivo. O solo vive, e vive

intensamente reagindo na presença dos adubos e dos tratos culturais, podendo

melhorar ou piorar suas condições em relação às plantas. O solo é uma

espécie de laboratório, onde se preparam as substâncias destinadas às

plantas. É a cozinha dos vegetais. Os melhores agricultores são, justamente,

os que melhor sabem trabalhar com o solo, de modo a lhe aumentar a

produção de substâncias alimentícias, permitindo a existência de plantas mais

belas, mais produtivas, mas lucrativas.

Os nutrientes são elementos químicos podem ser classificados em duas

categorias:

Macronutrientes: Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre;

Micronutrientes: Boro, Cloro, Molibdênio, Cobre, Ferro, Zinco e Manganês.

A denominação de Macronutrientes é devida, pois as plantas absorvem em

maior quantidade, mas vale lembrar que todos os nutrientes são essências ao

excelente desenvolvimento das plantas, sendo assim, é muito importante o

equilíbrio desses.

Para que um solo atenda às necessidades nutricionais de uma planta, é

necessário que se efetue uma “radiografia” dele, a análise do solo, que irá

informar quais os níveis dos nutrientes disponíveis e a exata recomendação

dos mesmos para se tiver uma planta esbelta e saudável. Tanto o excesso

como a falta de alimento é prejudicial às plantas e às pessoas, por isso, é muito

importante sempre contar com a ajuda do médico das plantas, o engenheiro

agrônomo.

Nós do Viveiro Porto Amazonas, alimentamos e cuidamos bem das plantas que

irão embelezar suas residências ou empresas, com produtos naturais que

forneçam nutrientes de forma sustentável, preservando assim, o meio ambiente

e melhorando a qualidade das pessoas e das plantas.

O estudo da Nutrição Mineral e do crescimento das plantas envolve a

caracterização de elementos minerais essenciais. Na natureza, estão à

disposição das plantas, quase todos os elementos da tabela periódica. Uma

simples análise química de um vegetal não funcionaria para determinar quais

destes elementos são essenciais, pois a planta pode absorver e armazenar em

seus tecidos muitos elementos que não lhe são essenciais. É necessário

Page 65: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

65

determinar os nutrientes de acordo com um critério de essencialidade. A

maneira mais comum de se determinar a essencialidade de um elemento às

plantas é através de experimentos com soluções nutritivas preparadas com

água e sais purificados. Assim, pode-se omitir os elementos da solução um a

um, podendo ser classificados como essenciais os que atendam aos seguintes

critérios:

Na ausência do elemento a planta não cresce normalmente nem

completa o seu ciclo de vida, ou seja, não se desenvolve

corretamente e não se reproduz;

O elemento é insubstituível, ou seja, deficiência só pode ser corrigida

através do seu fornecimento e não de algum outro.

O elemento químico faz parte de uma molécula, de um constituinte

ou de uma reação bioquímica essencial à planta.

Lei do mínimo

Diz que: “O crescimento de uma planta está limitado

ao nutriente essencial em menor disponibilidade”.

Cada tábua do barril representa um nutriente e a água

representa a produção. O nutriente limitante da

produção é o que está representada pela tábua no

menor nível. Corrigindo a deficiência deste, outro

nutriente passará a estar em menor nível. A produção

(nível da água) vai gradativamente subindo a medida

que vamos corrigindo o nível de cada nutriente.

A correção do solo de forma equilibrada deve

contemplar o aumento harmônico de todos os nutrientes envolvidos na nutrição

das plantas, levando em conta não somente as quantidades de cada um, mas

também as relações de equilíbrio entre eles.

As quantidades demandadas de cada nutriente são variáveis, mas todos eles

são igualmente importantes. Entretanto, para fins didáticos, os elementos

essenciais podem ser assim classificados:

Page 66: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

66

Macronutrientes Os macronutrientes são os elementos básicos necessários em

maior volume às plantas. São eles: Carbono, Oxigênio, Hidrogênio - retirados

do ar e da água - e Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre

retirados do solo, sob condições naturais.

Micronutrientes Os micronutrientes são requeridos em pequenas quantidades,

de miligramas (um milésimo do grama) a microgramas (um milionésimo do

grama). São micronutrientes o Boro, Cloro, Cobre, Ferro, Manganês,

Molibdênio, Níquel e Zinco.

Para as plantas cultivadas, a análise química dos tecidos consiste no método

mais largamente utilizado na avaliação do estado nutricional, sendo as folhas, o

principal orgão amostrado para a maioria das espécies cultivadas. A

interpretação do estado nutricional das plantas pode ser feita por diferentes

métodos, sendo os mais comuns o método do nível crítico, o método das faixas

de suficiência e o método do Sistema integrado de diagnose e recomendação.

Funções dos nutrientes

Cada nutriente é utilizado em um local diferente, com sua função específica e

essencial.

Macronutrientes

Carbono

O carbono forma a estrutura das biomoléculas das plantas, incluindo amido e

celulose. É fixado através da fotossíntese a partir do gás carbônico do ar e faz

parte desses carboidratos, que armazenam energia nos vegetais.

Hidrogênio

O hidrogênio também é necessário para a composição de carboidratos e

para a estrutura das plantas. É obtido quase que totalmente da água.

Oxigênio

O Oxigênio é necessário para a respiração celular. Respiração é o processo

de geração de trifosfato de adenosina (ATP), rica em energia, com o consumo

dos açúcares produzidos na fotossíntese.

Nitrogênio

Page 67: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

67

O nitrogênio é um componente essencial de todas as proteínas. Deficiência

deste nutriente geralmente resulta em atrofia das plantas.

Fósforo

O Fósforo é importante para os processos energéticos das plantas. Como

componente do ATP, o fósforo é necessário para a conversão da energia

luminosa em energia química (ATP) durante a fotossíntese. Pode também ser

usado para modificar a atividade de várias enzimas por fosforilação, e pode ser

usado na sinalização celular. Como o ATP pode ser utilizado na biossíntese de

várias [biomoléculas], o fósforo é importante para o crescimento vegetal,

floração e formação de sementes.

Potássio

Potássio regula a abertura e fechamento de estômatos através de alterações

da turgidez das células guarda induzidas por uma bomba de potássio na

parede celular. Como os estômatos são importantes na regulação da perda de

água pelas plantas, o potássio ajuda a diminuir perdas de água e aumenta a

tolerância a secas.

Cálcio

O Cálcio regula o transporte de outros nutrientes dentro da planta e também

está envolvido na ativação de certas enzimas.

Magnésio

Magnésio é componente importante da molécula de clorofila, um pigmento

vegetal essencial à fotossíntese. É importante para a produção de ATP pelo

seu papel como cofator enzimático.

Enxofre

Enxofre é um componente estrutural de alguns aminoácidos e vitaminas, e é

essencial à produção de cloroplastos.

Micronutrientes

Boro

Page 68: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

68

Boro é importante para o transporte de açúcares, divisão celular, e síntese de

certas enzimas.

Cobre

Cobre é um elemento envolvido em vários processos enzimáticos, importante

para a fotossíntese e na produção de grãos e da lignina das paredes celulares.

Ferro

Ferro é necessário para a fotossíntese e está presente como um cofator

enzimático nas plantas.

Molibdênio

Molibdênio é um cofator enzimático importante na produção de aminoácidos.

Manganês

Manganês é necessário para a produção de cloroplastos.

Zinco

Zinco é requerido por um grande número de enzimas e desempenha um papel

essencial na transcrição do DNA.

Níquel

Nas plantas superiores, Níquel é essencial para ativação da enzima urease,

uma enzima envolvida no metabolismo do nitrogênio. Sem o Níquel, níveis

tóxicos de uréia se acumulam, resultando em lesões necróticas. Nos vegetais

inferiores, o Níquel ativa várias enzimas envolvidas em uma variedade de

processos, e pode substituir o zinco e o Ferro como cofatores em algumas

enzimas.

Cloro

Cloro é necessário para a osmose e o balanço iônico; também participa da

fotossíntese.

Nutrição e o solo

Page 69: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

69

O conceito de solo como meio para o crescimento vegetal é uma noção antiga

desde os primórdios da agricultura. De fato, as características físicas e

químicas dos solos condicionam o crescimento vegetal, ao fazer variar a

capacidade de retenção de água, a solubilidade dos elementos minerais, as

transformações minerais e bioquímicas, a lixiviação dos nutrientes e o pH. O

solo é importante para o crescimento vegetal pois supre as plantas com fatores

de crescimento, permite o desenvolvimento e distribuição das suas raízes e

possibilita o movimento dos nutrientes, de água e ar nas superfícies

radiculares. O conjunto de propriedades do solo que propiciam o

desenvolvimento vegetal é chamado de Fertilidade do Solo.

Adaptações nutricionais das plantas

Devido à inconstância natural dos fatores ambientais, as plantas viram-se

obrigadas a desenvolver mecanismos adaptativos que lhes permitissem resistir

melhor a condições adversas. Algumas plantas modificaram-se estruturalmente

de forma a armazenar substâncias inorgânicas (os cactos armazenam água) e

orgânicas (as batatas armazenam amido). Outras estabelecem relações

bióticas com microrganismos que existem abundantemente no solo. Estas

relações podem ser relações de prejuízo (parasitismo, predação) ou de

benefício mútuo (simbióticas e mutualísticas). As raízes crescem melhor em

solos estéreis inoculados com microrganismos do que em solos estéreis não

inoculados. Um outro exemplo de adaptação nutricional é o caso das plantas

carnívoras que pelo facto de viverem em solos pobres em sais, capturam

insetos a fim de obterem os nutrientes em falta. Obtêm assim as suas

quantidades necessárias em azoto, digerindo as proteínas presentes nos

corpos de insetos, se se tratarem de insetívoras. As armadilhas são

variadíssimas, podendo ser por prisão através das folhas ou por substâncias

pegajosas, etc.

Outras plantas, como modo de sobrevivência, tornam-se parasitas de outras,

agarrando-se ao corpo de um hospedeiro e penetrando no seu sistema

vascular para roubar a água, os sais minerais e os açúcares elaborados na

fotossíntese, promovendo o seu próprio crescimento. São uma ameaça para as

culturas e difíceis de eliminar sem provocar danos. Como não necessitam de

efetuar fotossíntese, acabam por perder os seus pigmentos fotossintéticos.

Adaptações nutricionais das leguminosas – fixação simbiótica do azoto

atmosférico

Os compostos azotados inorgânicos, pelo facto de existirem sempre em pouca

quantidade, são sempre um fator limitante do crescimento vegetal. Assim, a

Page 70: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

70

fixação biológica de azoto atmosférico é de elevada importância na biosfera,

dado que é a fonte mais significativa de azoto. Neste processo existem

bactérias de vida livre ou simbiótica (Rhizobium sp e Bradyrhizobium sp).

As plantas leguminosas tendem a estabelecer relações com bactérias fixadoras

de azoto atmosférico. As bactérias estabelecem-se ao nível do córtex da raiz,

multiplicando-se e originando estruturas de forma irregular, designadas por

bacteróides. Concomitantemente, a bactéria estimula a divisão das células

corticais da planta, conduzindo ao engrossamento da raiz, que se manifesta

pela formação de um nódulo radicular.

Os bacteróides obtêm matéria orgânica sintetizada pelas plantas na

fotossíntese e, por sua vez, fixam o azoto atmosférico, transformando-o em

amónia que irá ser utilizada pelas plantas e incorporada em compostos

orgânicos (Ciclo do Azoto), como por exemplo, proteínas. Um solo mais rico em

amónia, em azoto é mais fértil. Uma forma de azotar um solo será, então, a

plantação de plantas leguminosas. Esta associação é frequente em trevos-.

Adaptações nutricionais de árvores e plantas herbáceas – micorrizas

Quando um fungo infecta a raiz de uma planta herbácea ou árvore, esta

associação mutualística é designada por micorriza. Os esporos fúngicos dão

origem a micélios (conjuntos de hifas) que invadem o tecido radicular e se

desenvolvem no interior ou no exterior das raízes. As hifas que se

desenvolvem no exterior das raízes funcionam como prolongamentos das

mesmas, aumentando a capacidade de absorção de água e nutrientes minerais

do solo, em particular de fósforo e aumentando também a resistência da planta

à temperatura e à desidratação. Reduzem ainda a probabilidade de infecção

por parasitas. Como recompensa, o micélio fúngico recebe compostos

orgânicos fotossintetizados pela planta.

Distinguem-se dois tipos de micorriza. Nas micorrizas ectotrópicas ou

ectomicorrizas, as hifas do fungo existem entre as células epidérmicas do

sistema radicular, usando glícidos como alimento. À medida que cresce, o

micélio envolve completamente a raiz. Esta associação é típica dos pinheiros e

dos carvalhos. Nas micorrizas endotrópicas ou endomicorrizas, as hifas

invadem as células radiculares.

Todos sabemos que de nada adianta um plantado bem iluminado, com bom

nível de CO2, se não tivermos uma boa fertilização - seja líquida ou mesmo no

substrato - para que nossas plantas cresçam bem.

Principais nutrientes utilizados pelas plantas, suas funções e principais

sintomas de deficiência:

Page 71: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

71

Nitrogênio (N)

É um dos nutrientes mais exigidos quantitativamente pela maioria das plantas.

Atua em todas as fases desta, quais sejam, crescimento, floração, frutificação

das plantas. As plantas absorvem o N em suas formas iônicas, NO3- e NH4+

Carência de Nitrogênio - aumento do sistema radicular, palidez da planta,

amarelecimento e queda das folhas.

Fósforo (P)

O fósforo age na produção de energia, na respiração, divisão celular e em

diversos outros processos metabólicos, como nas substâncias de reserva. O

forma iônica absorvida pelas plantas são o H2PO4- e HPO4 2-

Carência de Fósforo - as folhas escurecem, as plantas podem ficar 'achatadas'.

Potássio (K)

É um dos macronutrientes mais consumidos pela planta, juntamente com o

nitrogênio. Favorece a formação de raízes, amadurecimento dos frutos, etc. Os

frutos e tecidos meristemáticos possuem alto teor de potássio. Seu papel

principal é o de ativador de funções enzimáticas e de manutenção da turgidez

celular. A forma iônica absorvida pelas plantas é o K+

Carência de Potássio - as folhas mais velhas apresentam extremidades com

manchas cloróticas, degenerando-se e tornando-se necróticas.

Cálcio (Ca)

Contribui para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, principalmente

raízes e folhas. Também é importantíssimo na manutenção do equilíbrio entre

alcalinidade e acidez do meio e da seiva das plantas. A forma iônica absorvida

pelas plantas é o Ca2+.

Carência de Cálcio - lesões nas margens das folhas mais novas. Essas lesões

levam a folha a morrer da extremidade para o centro.

Magnésio (Mg)

É parte integrante da molécula da clorofila, e por isso está diretamente ligado

ao metabolismo energético das plantas. A forma iônica absorvida pelas plantas

é o Mg2+.

Carência de Magnésio - o sintoma aparece entre as nervuras, espalhando-se

das margens para o centro das folhas.

Enxofre (S)

O enxofre encontra-se em sua maior parte na composição das proteínas,

associadas ao nitrogênio. Participa na formação de alguns aminoácidos

essenciais ao metabolismo energético. A forma iônica absorvida pelas plantas

é o SO42-.

Carência de Enxofre - as folhas permanecem mais escuras e opacas, com

tonalidade amarelo-esverdeada.

Page 72: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

72

Manganês (Mn)

É importante para a formação da clorofila e participa do metabolismo

energético respiratório. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+.

Carência de Manganês - o sintoma da deficiência de ferro se generaliza,

causando nas folhas uma coloração verde-pálida.

Boro (B)

Atua no metabolismo de carboidratos e transportes de açúcares através de

membranas, na formação da parede celular, divisão celular, no movimento da

seiva. Atua no desenvolvimento das folhas e dos brotos. Contribui para a maior

força e resistência de todos os tecidos vegetais. A forma iônica absorvida pelas

plantas é H3BO3.

Carência de Boro - o sintoma é muito parecido com o do cálcio, com necrose e

enrugamento das nervuras.

Cloro (Cl)

Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de

participar da fotossíntese. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cl-.

Carência de Cloro - é mais comum encontrarmos excesso do que a deficiência

deste micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das

margens das folhas localizadas externamente na planta.

Cobre (Cu)

Tem papel importante na fotossíntese, respiração, redução e fixação de

nitrogênio. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cu2+

Carência de Cobre - os sintomas ocorrem nas folhas novas, que permanecem

alongadas, deformadas e com as margens cloróticas voltadas para baixo.

Ferro (Fe)

Essencial ao metabolismo energético, atua na fixação do nitrogênio e

desenvolvimento do tronco e raízes. A forma iônica absorvida pelas plantas é

Fe2+.

Carência de Ferro - perda da intensa coloração nas folhas, ocorrendo clorose

internerval nas folhas novas. Folhas com aparência de vidro, transparentes e

retorcidas (vitrificação).

Agora que já vimos um pouco da função de cada nutriente, torna-se mais fácil

compreendermos alguns sintomas da deficiência de cada um deles.

Page 73: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

73

ADUBAÇÃO

A adubação é a prática agrícola que

consiste no fornecimento de adubos ou

fertilizantes ao solo, de modo a recuperar

ou conservar a sua fertilidade, suprindo a

carência de nutrientes e proporcionando

o pleno desenvolvimento das culturas

vegetais. A adubação correta aumenta a

produtividade agrícola. Deve, entretanto,

ser usada com moderação. É preciso ter sempre em mente que os adubos são

extraídos de rochas, que são recursos naturais não renováveis, ou produzidos

em indústrias químicas com riscos para o meio ambiente.

Page 74: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

74

A adubação pode também ser feita com adubos orgânicos. Estes adubos são

obtidos a partir da decomposição de restos de plantas ou de esterco de

animais (bovinos,aves, etc.), pela ação dos microrganismos e também das

minhocas. Há também os chamados adubos verdes que são plantas

(geralmente leguminosas) que são cultivadas antes ou junto com a cultura

principal. As folhas e palhada dos adubos verdes contém nutrientes que

lentamente vão sendo mineralizados e utilizados por outras culturas como por

exemplo, fruteiras, café, e até mesmo o milho.

A adubação pode ser classificada:

quanto ao tipo de fertilizante:

mineral (ex.: NPK, sulfato de amônio, superfosfato simples) ou

orgânica (ex.: esterco de curral, vermicomposto, vinhaça,

adubos verdes);

quanto à via de aplicação:

diretamente no solo,

foliar, e

via água de irrigação ou fertirrigação.

Adubação Mineral (Química)

Adubo químico é todo nutriente vegetal obtido de matérias primas minerais

retiradas da natureza e/ou tratadas e processadas em laboratório. O petróleo é,

por enquanto, a maior e melhor fonte de matéria prima para a produção de

adubo químico (principalmente nitrogênio, fosfato e potássio), além de

defensivos agrícolas.

Muitos ficam em dúvida na hora de adubar suas plantas com fertilizante

químico: como funciona, qual fórmula usar, como aplicar? Para facilitar o

trabalho, aí vão algumas dicas bem úteis:

1. Os adubos ou fertilizantes químicos geralmente são vendidos em lojas

de jardinagem e até em supermercados. Na embalagem, trazem a

sigla NPK, mostrando que o produto contém os elementos mais

Page 75: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

75

importantes para o desenvolvimento das plantas: o nitrogênio (N); o

fósforo (P) e o potássio (K).

2. Existem formulações diferentes de fertilizantes NPK, baseadas na sua

finalidade. Em geral, usa-se:

o NPK 4-14-8 (4 partes de nitrogênio, 14 partes de fósforo e 8

partes de potássio) para espécies que produzem flores e frutos.

Ex. hibisco, azaléias, violetas, cítricos como a laranjeira, legumes,

etc. Além disso, segundo a maioria dos fabricantes, esta

formulação é ideal para ser aplicada no momento do plantio dos

vegetais, no preparo do solo, pois o alto teor de fósforo

proporciona uma melhor formação e desenvolvimento das raízes

e estrutura das plantas.

o NPK 10-10-10 (partes iguais dos 3 elementos) para espécies que

não florescem e não produzem frutos, como as samambaias.

Segundo os fabricantes, esta formulação também é ideal para ser

aplicada em plantas já formadas, na forma de cobertura. Neste

caso, pode ser usada em flores, folhagens, hortaliças e frutíferas.

o NPK 15-15-20 (15 partes de nitrogênio, 15 partes de fósforo e 20

partes de potássio), rica em potássio, esta formulação é

considerada bem prática, pois pode ser usada também no cultivo

hidropônico, sendo indicada especialmente para hortas.

o Também existem no mercado as fórmulas preparadas

especialmente para determinadas espécies de plantas

ornamentais. É o caso das violetas, orquídeas, rosas e

samambaias. Neste caso, os fabricantes elaboram uma fórmula

adequada às necessidades nutricionais de cada espécie.

o Uma outra formulação especial já encontrada no mercado é o

NPK granulado para gramados, que pode ser aplicado de uma

forma bem rápida e prática, simplesmente espalhado sobre o

gramado.

3. A freqüência de adubação varia de acordo com a espécie cultivada. Algumas

precisam mais outras menos, mas, de forma geral, a adubação pode ser feita a

cada dois meses. Mas lembre-se: quanto à dosagem e forma de aplicação,

siga rigorosamente as indicações do fabricante, que constam na embalagem

do produto.

Adubação Orgânica

O que é adubação orgânica

Page 76: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

76

É a prática de colocar no terreno os resíduos orgânicos, como: esterco, urina e

restos de animais, palhas, capins, lixo, serragem, restos de culturas e capinas,

cama de estábulos ou galinheiros, bagaços, ou farinha de ossos e farinha de

carne, entre outros, que se transformam em húmus.

Vantagens da adubação orgânica

O húmus tem a propriedade de diminuir a perda de cálcio, magnésio e potássio

pelas lavagens do solo.

A matéria orgânica tem as seguintes vantagens:

Libera nutrientes para as plantas.

Facilita a absorção de nutrientes pelas plantas.

Aumenta a capacidade do solo em armazenar nutrientes.

Melhora a estrutura do solo.

A adubação orgânica diminui o gasto com adubo mineral.

Exemplo: 10 toneladas de esterco fresco de bovinos correspondem a 50 kg de

uréia, 50 kg de superfosfato triplo e 50 kg de cloreto de potássio.

O uso somente de adubos orgânicos não resolve o problema para garantir ou

aumentar a fertilidade dos solos. A adubação mineral e a adubação orgânica se

completam. Nenhuma delas isoladamente satisfaz as exigências nutricionais

das culturas.

Sem a matéria orgânica, o solo se torna estéril, improdutivo. Evite o uso de

fogo em suas terras. Restos de lavoura, palhadas ou ervas daninhas podem

ser incorporadas ou servir de cobertura do solo.

Adubos orgânicos comercializados

a) Torta de algodão

É também utilizada como alimento para o gado. Custo muito elevado.

b) Torta de mamona

É importante adicionar a torta de mamona com antecedência mínima de 30

dias do plantio, para que a fermentação desse material não prejudique as

sementes ou mudas.

c) Farinha de chifres e cascos.

Page 77: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

77

d) Esterco de galinha

É muito mais rico do que o esterco de curral.

Esses estercos devem ser fermentados nas esterqueiras. A finalidade da

fermentação é produzir o húmus.

Alguns cuidados com as esterqueiras:

As esterqueiras devem ser cobertas, para evitar a perda de nitrogênio e ter um

piso impermeabilizado e inclinado para um raio de coleta do líquido pardo

(chamado de purina) que escorre do esterco em fermentação.

As camadas na esterqueira devem ser molhadas com água. O esterco estará

bem fermentado quando a purina se mostra bem escura e, ao se pegar na mão

um pouco da massa, não se nota mais muita palha.

É comum juntar na preparação do composto as cinzas aos adubos fosfatados.

e) Vinhaça

É também conhecida por vinhoto ou garapão e é um subproduto do álcool ou

da aguardente. Uma tonelada de cana moída dá, aproximadamente, 800 litros

de vinhaça. É um material rico em potássio e nitrogênio, mas pobre em fósforo.

Como aplicar adubos orgânicos

Tortas:

Devem ser distribuídas dentro do terreno. Misturar um pouco com a terra e

deixar o sulco meio aberto para que a fermentação aconteça.

Esterco de curral:

Deve ser distribuído a lanço, numa dose média de 30 toneladas por hectare.

Em seguida, deve-se fazer uma aração e uma gradagem, para que o material

seja bem incorporado ao solo.

No caso de cafezais e pomares, joga-se o esterco ao redor do pé da planta,

incorporando-o aos primeiros centímetros do solo.

Composto

É aplicado da mesma forma que o esterco de curral.

Obs.: A mistura dos outros adubos e o plantio devem ser feitos 30 dias depois

da aplicação da torta.

O que é uma adubação verde

É uma prática que melhora o solo com incorporação de plantas cultivadas.

Vantagens da adubação verde:

Aumento da matéria orgânica do solo .

Aumento de nutrientes no solo.

Page 78: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

78

Diminuição da acidez do solo e de alumínio tóxico.

Quando se usam adubos verdes, devem-se cortá-los com arado ou grade de

disco antes que produzam sementes. Nesse estado, acontece a decomposição

rapidamente no solo. Como

a quantidade de matéria orgânica fresca adicionada ao solo é muito grande, é

conveniente esperar 20 dias antes de fazer o plantio seguinte.

Classificação da adubação verde quanto a sua utilização:

a) Adubação verde exclusiva de primavera/verão:

É o plantio e incorporação no solo de leguminosas, no período de outubro a

janeiro.

Espécies mais utilizadas :a mucuna, o feijão-de-porco, o guandu, as crotalárias,

o labe-labe e o caupi.

Vantagens: grande produção de massa verde e incorporação de nitrogênio.

Destaca-se também a proteção ao solo durante o período de chuvas.

O problema é que as áreas agrícolas ficam ocupadas. Uma saída para isso é a

rotação de áreas, ou seja, a divisão da propriedade em glebas, reservando

uma por ano para o plantio de leguminosas e as restantes para culturas

comerciais.

b) Adubação verde exclusiva de outono/inverno :

É o cultivo de leguminosas durante a entressafra de culturas comerciais de

verão.

Principais espécies : a aveia-preta, o azevém, mucuna-preta, crotalária, o nabo

forrageiro, os tremoços, as ervilhacas, a serradela e a gorga. A época de

semeadura varia de março a junho.

Vantagem: possibilidade de usar essa forragem na alimentação animal.

c) Adubação verde consorciada com culturas anuais:

A leguminosa é semeada na entrelinha da cultura comercial. Entre os

exemplos, temos a cultura de milho com feijão-de-porco, caupi, mucuna-anã,

guandu ou labe-labe.

A adubação verde pode ser intercalada a culturas perenes também, só que a

leguminosa não pode ser muito agressiva e deve ser plantada após o segundo

ano de plantio da cultura perene.

Exemplos : pomares de bananeiras consorciadas com feijão-de-porco, soja

perene, crotalárias, cudzu, caupi, mucunas; laranjeiras ou limoeiros

consorciados com soja perene, siratro, guandu, mucunas, calopogônio.

Vantagens: controle da erosão e a redução de mato.

Page 79: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

79

d) adubação verde em faixas:

É o plantio da leguminosa em uma faixa da área cultivada, permanecendo o

resto da área com a cultura comercial. Nos anos seguintes, as faixas são

plantadas em outra parte do terreno e assim por diante.

e) Adubação verde perene:

É o plantio em áreas degradadas de espécies como guandu, indigófera e

leucina.

Vantagem: servem de alimento para o gado.

O uso somente de adubos orgânicos não resolve o problema de garantir

ou aumentar a fertilidade dos solos. É importante praticar sempre a

adubação orgânica e a mineral, pois se completam.

A reprodução de uma planta pode ser sexuada ou assexuada.

A reprodução sexuada é quando há troca de material genético entre uma flor

masculina e uma flor feminina, gerando frutos e sementes, que ao germinarem,

criarão novas plantas.

A reprodução assexuada pode ocorrer através da folha ou do caule. Acontece

por um processo natural ou provocado pelo homem.

O homem, pensando em reproduzir as melhores plantas e obter, assim, uma

quantidade maior dos seus produtos, desenvolveu algumas técnicas de

reprodução vegetativa, como a enxertia, a estaquia, a mergulhia e a

alporquia.

Em condições naturais, muitos são os exemplos, como a batatinha comum, de

um caule subterrâneo que se enraíza e se ramifica, formando nova planta.

A multiplicação vegetativa é um processo de reprodução assexuada rápido e

frequente nas plantas. Esta multiplicação pode ocorrer nos diferentes órgãos

vegetais, raízes, caules e folhas, através dos processos de reprodução

assexuada por fragmentação e por gemulação.

A multiplicação vegetativa é possível atendendo à grande capacidade de

regeneração das plantas, que resulta da presença de células totipotentes que

apresentam capacidade activa de divisão e regeneram um novo indivíduo.

Na multiplicação vegetativa a partir de raízes ocorre a fragmentação dos feixes

radiculares, dando cada um destes fragmentos origem a uma nova planta.

A multiplicação vegetativa a partir de caules pode ocorrer por simples

enraizamento de uma porção do caule ou seus prolongamentos, que regenera

Page 80: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

80

uma nova planta. Em outras situações, são Órgãos especializados (tubérculos)

das próprias plantas que podem originar novas plantas.

A multiplicação vegetativa a partir de folhas pode ocorrer por enraizamento de

uma folha, que origina uma nova planta, ou a partir da formação de gemas

foliares.

Em todos os casos descritos é importante referir que só ocorre reprodução

quando os descendentes se separam do progenitor.

PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUÇÃO ASSEXUADA NAS PLANTAS:

1. Estaquia: cortam-se ramos de árvores que contenham gemas e enterra-se a

parte cortada no solo. Depois de algum tempo, surgem raízes e uma nova

planta. Esse ramo cortado recebe o nome de estaca, também denominada

muda.

2. Enxertia: escolhe-se uma planta que forma raízes bem fortes e resistentes.

Corta-se a planta próximo ao solo, e ela é utilizada para receber o enxerto. Por

receber o enxerto, esse pedaço da planta recebe o nome de porta-enxerto. Na

enxertia utiliza-se, portanto, o porta-enxerto de uma espécie de planta com o

enxerto de outra espécie.

Page 81: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

81

3. Mergulhia: enterra-se parte de um ramo no solo. Depois de algum tempo,

dele nascem raízes e os primeiros ramos. Separa-se esse ramo e planta-se em

outro local, surgindo um novo indíviduo.

4. Alporquia: faz-se um pequeno corte em um ramo, envolvendo o local com

terra úmida. Depois que formar raízes, corta-se o ramo, plantando-o na terra.

A propagação vegetativa é uma modalidade de reprodução assexuada

típica dos vegetais.

Na agricultura é comum a reprodução de plantas através de pedaços de caules

(estaquia), é assim que propagamos cana-de-açúcar, mandioca, batatas,

bananeiras, etc. Esse processo é possível porque o vegetal adulto possui

tecidos meristemáticos (embrionários). Nesse tipo de propagação, os

descendentes são geneticamente iguais à planta mãe.

Outra forma de propagar vegetativamente as plantas é a cultura de tecidos. A

planta é reproduzida a partir de células meristemáticas das gemas que,

cultivadas em laboratório, originam inúmeros exemplares idênticos à planta

mãe.

Page 82: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

82

A propagação vegetativa é utilizada para obter ganhos genéticos de maneira

mais rápida, pois essa técnica conserva características da planta mãe. Mas

deve-se ressaltar que mesmo em floresta de origem de propagação vegetativa

podem ocorrer diferenças entre um mesmo clone devido às diferenciações

ocorridas durante a fase de propagação do material.

Existem diversos métodos para a propagação vegetativa de plantas jovens ou

adultas e para todos os métodos deve-se trabalhar com condições de umidade

e temperatura controlada e meios propícios para cada sistema.

Micropropagação

Esse método de propagação vegetativa é baseado nas técnicas de cultura de

tecidos e é realizado a partir de calos, órgãos, células e protoplastos. A cultura

de tecidos consiste em cultivar segmentos da planta em tubos de ensaio que

contenham soluções nutritivas e hormônios na dosagem adequada para o

desenvolvimento. Após o termino da fase de desenvolvimento em tubos de

ensaio, as plantas passarão por aclimatização e posteriormente serão levadas

ao campo. Nesse sistema é possível obter com rapidez a produção de um

grande número de mudas idênticas.

1. É retirado um explante

de uma planta e colocado

num meio asséptico,

adequado ao seu

crescimento (com

nutrientes e hormonas) e in

vitro; 2. Origina-se o tecido

caloso por multiplicação

das células que estavam

em cultura;, onde as

células se desdiferenciam

e se encontram em

proliferação 3. O tecido

caloso é subdividido e

essas subunidades são

colocadas em cultura,

onde se verifica uma

abundância eem nutrientes

e hormonas de

crescimento; 4. Obtêm-se

plântulas, que serão

transferidas para contentores onde continuam o seu crescimento e originam

clones idênticos à planta original. São portanto aclimatizadas.

Page 83: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

83

Vantagens da técnica

Por meio dessa técnica, é possível a produção de mudas em larga escala,

gerando plantas completamente livres de qualquer doença. Além disso, o

processo gera mudas que, em geral, florescem mais rapidamente que as

mudas geradas por sementes.

Desvantagens

Alto custo de implantação do sistema, além da necessidade de mão-de-obra

especializada.

Como é realizada?

É uma técnica inviável para uso doméstico, sendo destinada apenas à

produção comercial de mudas, ou à pesquisa. Por esse motivo, não

detalharemos a técnica nesse tópico.

Basicamente, uma pequena parte do tecido de uma planta é retirada, sendo

colocada em meios de cultura específico, em ambiente com iluminação

artificial. As mudas produzidas são transferidas a outros recipientes, até a sua

venda e plantio definitivo.

Macropropagação

O método de macropropagação é baseado nos métodos convencionais de

estaquia e enxertia.

Estaquia – É o processo de enraizamento de estacas obtidas de material

selecionado. Essa é a metodologia mais utilizada nas grandes empresas

florestais que obtêm as estacas nos mini-jardins clonais. Podem existir nesse

processo, além da metodologia, algumas características inadequadas para o

enraizamento das estacas, como o material genético e a idade (o material

adulto apresenta maior dificuldade de enraizamento).

Enxertia – É o processo de inserção da parte superior de uma planta em outra,

através da implantação do ramo, gema ou borbulha da planta a ser multiplicada

Page 84: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

84

(cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo). Nesse procedimento pode ocorrer a

rejeição do material, sendo que a melhor maneira de evitá-lo é utilizar plantas

jovens.

A maior dificuldade da propagação vegetativa de plantas adultas é o

enraizamento, sendo necessário trabalhar com material fisiologicamente juvenil

ou rejuvenescido. As técnicas de rejuvenescimento podem ser realizadas

através da poda drástica, aplicações de citocininas, propagação seriada via

enxertia, propagação seriada via estaquia e micropropagação. Outros fatores

também são importantes para o enraizamento entre eles a nebulização

(prevenindo o estresse hídrico), o estado nutricional, a utilização de hormônios

(para eucaliptos são utilizados o AIB e o ANA) e condições adequadas de

desenvolvimento. Para a propagação vegetativa de eucalipto adulto é

recomendada, para facilitar o processo, a utilização dos brotos epicórmicos

originários da base das árvores.

PROCESSOS DE MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA ARTIFICIAL -

DETALHAMENTO

Enxertia:

A enxertia é uma técnica de melhoramento de plantas. Pode ser realizada por

garfo, por borbulha ou por encosto. Em qualquer dos casos a técnica baseia-se

no princípio de colocar em contacto feixes condutores da planta a melhorar

com feixes condutores da planta que se quer introduzir.

Estaquia:

Enxertia por encostia Enxertia por garfo Enxertia por borbulha

Page 85: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

85

Estaquia caulinar Estaquia foliar Estaquia radicular

A estaquia pode ser realizada sobre caules, folhas e raízes. Em qualquer dos

processos a técnica requer a utilização de partes dos órgãos que apresentem

feixes condutores abertos (com câmbio). No caso da estaquia caulinar e

radicular a técnica é facilitada pela utilização de partes que contenham gomos.

Mergulhia:

A mergulhia é uma técnica de multiplicação vegetativa que consiste na indução

de formação de raízes, a partir de um ramo ainda jovem. A técnica pode ser

realizada sobre um ramo flexível que se dobra, de modo a ficar uma parte

enterrada, deixando o gomo apical no exterior (mergulhia). Quando os ramos

não são suficientemente flexíveis induz-se a formação de raízes no ramo,

colocando solo em volta do ramo e posterior envolvimento com tecido

(mergulhia aérea ou alporquia). O meio escurecido induz o aparecimento de

raízes nessa zona.

Mergulhia Mergulhia aérea ou Alporquia

Page 86: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

86

Cultura "in vitro

A multiplicação vegetativa "in vitro" é

uma técnica realizada em laboratório

que requer condições assépticas e

pessoal especializado. a sua utilização

permite no entanto obter, no mesmo

espaço de tempo, uma quantidade de

plantas muito maior do que aquela que

se obtém quando se utilizam técnicas

de multiplicação tradicionais.

Esta técnica compõe-se de várias fases,

recorrendo-se em cada uma delas a

meios de cultura apropiriados ao fim a

que se destinam:

..Fase da multiplicação ou repicagem- consiste em obter o maior número

possível de "futuras plantas", a partir da uma célula ou aglomerado de células,

colocados num meio apropriado à divisão celular (mitose).

.Fase do enraizamento- consiste em colocar as "futuras plantas" num meio de

cultura apropriado ao enraizamento. Este meio é constituído pelos nutriente e

por carvão activo, que escurece o meio de cultura, induzindo a formação de

raízes.

.Fase do desenvolvimento da parte aérea- consiste em colocar as "futuras

plantas" num meio de cultura apropriado ao desenvolvimento da parte aérea da

planta, para que ocorra a formação de caules e folhas.

.Fase da aclimatação- consiste em colocar as "novas plânulas em diferentes

estádios de adaptação até chegarem ao solo, no campo.

PROCESSOS DE MULTIPLICAÇÃO VEGETATIVA NATURAL

Bulbos e Bolbilhos

Page 87: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

87

Numerosas plantas, como a cebola, a tulipa e os crocus desenvolvem

naturalmente estruturas foliares designadas por bolbos que têm a capacidade

de regenerar novas plantas.

Outras como o alho e as açucenas desenvolvem naturalmente estruturas

foliares designadas por bolbilhos que têm a capacidade de regenerar novas

plantas.

Rizoma:

Lírio Rizoma de lírio Rizoma de gengibre

Algumas plantas desenvolvem naturalmente estruturas designadas por

rizomas, através de modificações ao nível da raiz. Essas modificações passam

pelo engrossamento da estrutura e desenvolvimento mais pronunciado de

gomos radiculares.

Estolhos:

O morangueiro e o clorofitum desenvolvem naturalmente

estruturas designadas por estolhos que têm a capacidade de regenerar novas

plantas.

Réplicas:

Morangueiro

Clorophitum

Page 88: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

88

Briofilum desenvolve naturalmente estruturas designadas por réplicas que têm

a capacidade de regenerar novas plantas.

Propágulos

Marchantia

Marchantia desenvolve naturalmente estruturas designadas por propágulos

que têm a capacidade de regenerar novas plantas.

Page 89: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

89

Poda na Arborização Urbana

Poda

A poda é muito importante para a manutenção das plantas, pois ajuda a

eliminar galhos velhos, a dar forma e também a fortalecer as plantas.

DEFINIÇÃO

Defini-se como poda de árvores, o ato de cortar árvores e ramos em pé.

OBJETIVO

Estabelecer um metodologia para a execução dos serviços de poda de árvores,

com a correta utilização de moto-serras.

Os objetivos da poda são:

1. Vigor da planta;

2. Tirar galhos velhos ou mortos;

3. Dar a forma desejada;

4. Melhorar seu porte para manuseio fácil;

5. Diminuir o número de galhos de frutíferas para ter mais e melhores frutos.

Existem basicamente 3 tipos de poda:

Poda de limpeza: é uma poda leve, onde se retiram os galhos doentes ou

inconvenientes de uma planta, e pode ser feita em qualquer época do ano.

Page 90: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

90

Poda de formação: dá forma à planta. Exemplo: buxinho podado.

Poda de frutificação e florescimento: prepara a planta para que no próximo

ano ela produza mais. Deve-se tirar os galhos que produziram no ano anterior.

Onde e como se poda:

Poda-se uma planta com a tesoura inclinada logo acima da gema.

Page 91: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

91

Poda em bisel (corte inclinado)

Época da poda:

Deve-se podar as plantas na época da dormência, quando aparentemente a

natureza descansa, isto é, no inverno que no Brasil inicia em junho e termina

em setembro.

FERRAMENTAS PARA PODA

As ferramentas utilizadas para a poda de árvores devem estar sempre limpas,

afiadas e desinfetadas antes do uso. No momento do corte deverá ser

escolhida a ferramenta adequada para cada caso.

Serra manual

Serra circular hidráulica

Alicate hidráulico para poda

Moto-serra

Serrote corta galho

Facão

Machado de 2.500g

Machadinha de 70 g.

Foice

Obs: As ferramentas dos últimos três itens, somente deverão ser utilizadas na

remoção de árvores ou no corte de galhos ao nível do solo.

Algumas ferramentas de poda:

Existem vários tipos de tesouras e ferramentas para poda, justamente por que

cada uma tem uma função, isto é, tesoura pequena para galhos pequenos, a

maior para galhos mais grossos, serrote para troncos, etc.

Page 92: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

92

Não se esqueça de sempre manter as ferramentas limpas e secas após o

uso.

PROCEDIMENTOS E RECOMENDAÇÕES

Para a execução de qualquer tarefa com eficiência e segurança, no corte de

árvores, abate, corte de troncos em toras, corte de galhos, com a utilização de

moto-serras e outros equipamentos para corte e poda, deve-se seguir

rigorosamente as recomendações técnicas e de segurança.

Instruções de Segurança.

Somente pessoas autorizadas e devidamente treinadas é que deve executar os

serviços de cortes e poda. Não operar o equipamento sem conhecimento para

tal.

Sinalizar convenientemente o local de serviço mediante o uso de barreiras,

cordões de isolamento e cones de sinalização.

O empregado que irá efetuar a poda de árvores, deverá estar utilizando os

equipamentos de proteção individual adequado, os quais se constituem de:

luvas, capacete, óculos de segurança ou capacete com protetor facial

acoplado, cinturão de segurança ou ETR, protetor auricular e roupas

adequadas.

Antes do início dos serviços, deverá ser constatado a existência ou não de

casas de marimbondos ou abelhas na árvore a ser podada. Caso da existência,

Page 93: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

93

além dos equipamentos de proteção o empregado deverá utilizar roupas

protetoras contra tais insetos, extinguindo os mesmos através de fumaça ou

inseticidas. Para utilização de inseticidas o empregado ainda deverá utilizar

máscara protetoras.

Cada ferramenta a ser utilizada no serviço, deverá ser içada por meio de corda

em baldes de lona ou bolsa.

A distância mínima de segurança para as redes de alta tensão é de 2,00

metros e 1,00 para a baixa tensão.

TIPOS DE PLANTAS

As plantas de folhas perenes serão podadas no período que vai do térmico da

frutificação à emissão de novos brotos.

As plantas caducifólias ( que perdem as folhas em certas épocas do ano) serão

podadas na sua fase de repouso, que poderá coincidir ou não com o inverno.

ÁRVORE DE CLIMA TEMPERADO

O repouso vegetativo ocorre quando as essências perdem as folhas, o que

também pode ocorrer com o inverno.

ÁRVORES DE CLIMA TROPICAL

Estas árvores perdem as folhas durante o inverno ou qualquer outra época do

ano. Após este repouso, surgem os botões florais, depois novas folhas e frutos.

Trata-se pois de um repouso apenas aparente, uma vez que a árvore estava

preparando-se para o reflorescimento. Uma poda nessa fase de repouso seria

desastroso para a resistência da árvore.

Havendo dúvidas as árvores devem ser podadas somente após as floradas.

Os exemplos mais típicos dessas essências são:

Ipê Amarelo - Tabebuia Heptaphylla

Ipê Branco - Tabebuia roseo-clara

Ipê Roxo - Tabebuia longiflora

Figueiras brasileiras em geral

Bauinia Branca ou unha de vaca branca - Bauhinia Bongardi

Bauinia Roxa ou unha de vaca roxa - Bauhinia Variegada

Bauinia Africana - Bauhinia Blaheana

COMO EFETUAR OS CORTES

Page 94: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

94

a. O corte deve ser sempre acima de uma gema vegetativa, pois se ficar um

tronco acima da gema, esta apodrecerá, podendo comprometer toda a planta.

b. O corte sempre deve ser feito inclinado para facilitar o escoamento da água,

em bisel de 45°, para fora da gema.

Por motivos econômicos, só se pincela as áreas dos cortes com produtos

especiais (elastomêros, alvaiade, calda bordaleza, fitilho, mastique etc.), em

caso de ramos grossos de árvores de alto valor.

Essa operação tem que ser feita com muito critério pois embora proteja o local

contra infecções, atrasa muito o tempo de cicatrização, o que às vezes

aumenta o risco do aparecimento de infecções.

A poda de árvores em locais onde existir condutores elétricos devem ser

realizadas de maneira a não deixar galhos acima dos condutores primários

(AT) ou em posição que o vento possa fazer tocá-los no condutor.

PODA EMERGENCIAL

É a poda executada em ramos de árvores visando livrar a fiação elétrica em

situação crítica (temporais, curto-circuito etc.).

PODA PARCIAL EM V

Visa eliminar os ramos que estão prejudicando a fiação elétrica primária e/ou

secundária. A figura mostra a poda em "V" com afastamento para a rede

primária.

Page 95: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

95

PODA PARCIAL EM FURO

Visa eliminar os ramos que estão prejudicando a fiação elétrica secundária

(baixa tensão).

NOTA

Normalmente a poda é executada em "V". Posteriormente a árvore se

recompõe fechando a copa de modo a tomar a forma de um furo. Somente em

copas muito densas é possível executar de inicio a poda em furo.

PODA PARCIAL DE AFASTAMENTO SECUNDÁRIO

Visa eliminar os ramos que estão próximo da fiação da rede elétrica secundária

( baixa tensão).

NOTA

As podas em "V" em "FURO" e de afastamento, são podas emergenciais e não

habituais.

A poda complementar de conformação ou contenção sempre são executadas

pelas Prefeituras Municipais.

Page 96: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

96

A distância dos condutores aos galhos deve ser de no mínimo 2m para a ALTA

TENSÃO e 1m para a BAIXA TENSÃO.

CORTE COM TESOURA

O ato de cortar com tesoura, a lâmina fina deve ficar sempre do lado da gema

Na suspensão de ramos, a lâmina da tesoura deve ser inserida no ângulo

fechado do ramo, para que o corte seja adequado.

Na poda procurar eliminar os ramos:

1. Ramos ladrões

2. Verticais que obstruem a copa

3. Ramos cruzados que se roçam

4. Pendentes inadequados

Page 97: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

97

Na poda de um ramos de maior diâmetro, a seqüência operacional correta é a

que se segue:

EXECUÇÃO DA PODA

Procedimentos a serem seguidos:

a. Verificar a distância dos galhos até as redes de baixa e alta tensão.

b. Verificar a distância de trabalho em relação a rede.

c. Verificar se os galhos a serem cortados tem possibilidade de atingir os

condutores ou se distância de trabalho é inferior a 60 cm em Redes de 13.800

volts. Nestes casos a rede de alta deverá ser desligada, ou realizar a poda por

profissionais especializados em serviços com linhas energizadas (Linha Viva).

d. Apoiar firmemente a escada sobre a árvore ou galhos que ofereçam a

necessária resistência e amarrá-la. Solicitar a um auxiliar para segurar

firmemente a escada antes da amarração.

e. Subir na escada levando a corda de preferência com carretilha, presos ao

cinturão de segurança.

f. Prender o cinturão em volta de um galho resistente, que possa suportar o

peso do empregado que irá executar a poda.

Page 98: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

98

g. Instalar uma linga (estropo) em um galho grosso ou tronco da árvore.

h. Fixar a carretilha na linga.

i. Içar as ferramentas necessárias.

j. Cortar os galhos menores com a tesoura para poda.

k. Amarrar os galhos grandes com as cordas e cortá-los.

l. Tanto o podador quanto o ajudante que se encontra no solo, devem estar

atentos para não serem atingidos pelos pedaços de árvore que forem

seccionadas.

m. Finalizada a poda, retirar a escada e amontoar os galhos junto ao meio fio

ou local de trabalho, para serem posteriormente recolhidos e removidos para

local previamente estabelecidos.

CUIDADOS NA PODA DE ÁRVORES COM REDES SECUNDÁRIA E/OU

PRIMÁRIA ENERGIZADAS

a. Utilizar equipamentos hidráulicos com lança e cestas isoladas ( caso não

possuam solicitar a CONCESSIONÁRIA de energia elétrica).

b. Estacionar o veículo de tal modo que os galhos cortados não caiam sobre a

cabine do veículo após o corte.

c. Proteger os condutores elétricos secundários com coberturas flexíveis no

sentido de baixo para cima, e finalmente o do meio.

d. Instalar as coberturas nos condutores fora do alcance dos galhos e depois

desliza-las sobre esses condutores, usando-se tantas quantas forem

necessárias para isolar o trecho sob alcance dos galhos.

Page 99: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

99

e. Com o bastão podador ou alicate hidráulico , o empregado deverá proceder

o corte dos galhos.

f. Finalizada a poda, retirar as coberturas dos condutores no sentido inverso a

instalação.

g. Amontoar os galhos junto ao meio fio ou local previamente determinado.

Se necessário proceda a amarração dos galhos.

Page 100: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

0

Arborização Urbana

As condições de artificialidade dos centros urbanos em relação às áreas

naturais têm causado vários prejuízos à qualidade de vida dos habitantes.

Sabe-se, porém que parte desses prejuízos pode ser evitado pela legislação e

controle das atividades urbanas e parte amenizada pelo planejamento urbano,

ampliando-se qualitativamente e quantitativamente as áreas verdes e

arborização de ruas. (MILANO, 1987)

A arborização urbana e os outros

elementos existentes na maioria dos

centros urbanos (postes de iluminação

pública, fiações, telefones públicos, placas

de sinalização entre outros), convivem em

desarmonia devido à ausência de

planejamento tanto da arborização, quanto

dos outros componentes desse espaço.

Nenhum ambiente é mais alterado que o

meio urbano, devido aos atuais modelos de

edificações e loteamento do solo que restringem os espaços determinados às

áreas verdes. Essas restrições limitam a utilização de árvores na Floresta

Urbana, em relação ao seu porte e à quantidade de espécies (YAMAMOTO et

all., 2004), por isso a importância de um ramo da Silvicultura que se chama

Silvicultura Urbana. O objetivo da Silvicultura Urbana é o cultivo e o manejo de

árvores para a contribuição atual e potencial ao bem estar fisiológico, social e

econômico da sociedade urbana (COUTO, 1994). Dentre os aspectos

estudados encontra-se a escolha da espécie ideal, partindo do conhecimento

das características da própria espécie e do local, técnicas de plantio,

manutenção e de podas.

Escolha da Espécie

Características da espécie

É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma

arborização urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e

valorizar a flora brasileira, favorece a

sobrevivência de animais que constituem

importantes elementos do equilíbrio

ecológico. (TOLEDO FILHO & PARENTE,

19)

Page 101: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

1

As árvores em ambiente urbano estarão submetidas a condições distantes das

que são oferecidas em ambiente natural, portanto é necessário utilizar espécies

que ocorram naturalmente na região em que a árvore será plantada para que

seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento não sejam comprometidos.

Como a escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto

mais importante a ser considerado, há uma série de características que devem

ser avaliadas antes dela ser selecionada, como a tolerância a poluentes e a

baixas condições de aeração do solo, presença de odores, tempo de

crescimento e de longevidade, tamanho e cor das flores e frutos, época e

duração do florescimento e frutificação, entre outros.

Ao se plantar árvores nas vias públicas ou parques e jardins deve-se evitar

aquelas que produzam qualquer tipo de substância tóxica para o homem ou

qualquer outro animal (ex: espatódeas e euforbiáceas). A utilização de

espécies com presença de espinhos no tronco também deve ser evitada.

Aconselha-se usar árvores que não possuam frutos grandes que possam

amassar carros ou mesmo ferir pessoas (ex: mangueiras e sapucaias) e com

maior resistência nos galhos e ramos.

Espécies resistentes a pragas e doenças são preferíveis, pois são mais

adaptáveis ao ambiente urbano e não requerem a utilização de substâncias

tóxicas como fungicidas e inseticidas que também podem inferir na saúde dos

indivíduos.

A dimensão da copa não deve extrapolar o limite físico do local, pois as árvores

não podem obstruir a passagem de pedestres. A altura da muda a ser plantada

não deve ser inferior a 2 m para não interromper a circulação de pedestres e

veículos.

Um fator a ser considerado é, também, o uso de espécies que reúnem

características morfológicas adaptadas para combater a poluição nos grandes

centros. As folhas destas árvores podem absorver gases poluentes e prender

partículas sobre sua superfície, especialmente se estas forem pilosas, cerosas

ou espinhosas.

Durante a escolha um fator levantado constantemente pelos moradores é

quanto às árvores que sujam muito a calçada ou entopem calhas e condutor.

Isso nos parece impossível de ser resolvido por seleção de espécie. Qualquer

espécie arbórea tem uma grande perda de folhas, seja ela sempre verde ou

caducifólia (que perde todas as folhas em determinado período), e folhas

pequenas ou grandes causaram os mesmos problemas de “sujeira” ou

entupimentos. A solução está na localização adequada das árvores e das

casas. Se as árvores são plantadas suficientemente distantes de telhados de

Page 102: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

2

residências e de bueiros o efeito de entupimento será reduzido. Por outro lado,

se as calçadas e pátios tivessem menos área de cimento e mais área com

grama, a “sujeira” das árvores quase não

existiria.

Características do local

Em relação ao local deve-se primeiramente

considerar o tipo de rua a ser arborizada,

pois vias comerciais, residenciais, entre

outras, terão um tratamento estético

distinto. Em seguida avaliar o espaço

disponível, para selecionar o porte ideal da

espécie a ser utilizada. Antes da escolha é

necessário verificar a presença ou ausência de fiação aérea, iluminação

pública, a localização da rede de drenagem pluvial e da rede de esgoto e de

outros serviços urbanos, bem como a largura da calçada e afastamento mínimo

nas edificações. Uma forma de obter estas informações é por meio do

cadastramento e controle das ruas e praças que permitem uma correta

implantação. (BATISTA, 1988)

Dependendo desse espaço, a escolha ficará vinculada ao conhecimento do

porte da espécie a ser utilizada. As árvores usadas na arborização de ruas e

avenidas foram classificadas em pequeno, médio e grande porte.

Comumente são indicadas árvores de pequeno porte (que atingem entre 4 e 5

metros de altura e raio da copa entre 2 e 3 metros). Porém, árvores de

pequeno porte atrapalham a circulação de veículos e pedestres, pois a copa

baixa restringe o espaço lateral nas vias públicas. Portanto deve-se priorizar o

uso de espécies de médio (que atingem cerca de 10 metros de altura quando

adultas e raio de entre 4 e 5 metros) e grande porte (aquelas cuja altura na

fase adulta ultrapassa 10 metros de altura e o raio de copa é superior a 5

metros).

Em canteiros centrais, presentes em avenidas, pode-se utilizar árvores de

médio a grande porte, caso este possua grandes dimensões (mais de 4 metros

de largura), ou então espécies colunares, como as palmeiras. Elas apresentam

forma adequada para este fim, além de servirem como referência aos

condutores de automóveis. Porém não são apropriadas para uso em calçadas,

seja pelo porte, na maioria das vezes grande como também pela dificuldade de

manejo. Sempre que possível, deve-se utilizar espécies nativas, mas se estas

não estiverem disponíveis, pode-se utilizar espécies exóticas adaptadas.

Page 103: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

3

É particularmente importante considerar a altura dos veículos que transitarão

pela rua uma vez que é comum as árvores de pequeno porte serem

danificadas por grandes caminhões.

Se o objetivo é arborizar locais de estacionamento de veículos, deve-se utilizar

espécies que proporcionem sombra, mas que não tenham frutos grandes, que

possam causar danos aos veículos, folhas caducas de grande tamanho e

outras características que dificultem o trânsito dos veículos.

Em locais de clima frio, deve-se levar em consideração a deciduidade (a perda

ou não das folhas) das plantas, pois espécies caducifólias levam a um maior

aproveitamento da radiação solar.

As árvores não devem ser plantadas em cima de encanamentos de água e

esgoto evitando assim um possível entupimento destas redes pelas raízes.

Para não prejudicar a sinalização e a iluminação devem ficar a uma distância

de no mínimo 5 metros das placas e postes.

Plantio

A posição ideal de plantio é aquela em que permite que a árvore proporcione a

incidência de raios solares no inverno e

sombra no verão.

O primeiro procedimento de plantio é o

coveamento. No local onde irá ser feita a

cova deve haver em volta uma área

permeável para infiltração de água e

aeração do solo. A área deve ser de 2 m2

para árvores pequeno porte e de 3 m2 para

árvores de grande porte, atentando-se a

fato de restar no mínimo 0,90 m para

passagem de pedestres. O entulho

decorrente da quebra da calçada deve ser recolhido.

A cova deve possuir dimensões mínimas de 0,6x0,6x0,6 m e permitir que a

muda fique numa posição central dentro da mesma. Quanto mais deficiente o

solo em suas características físicas e químicas, maior deverá ser a cova.

Um erro constante observado é o dimensionamento da cova em função do

material empregado para revestir calçadas. Peças cerâmicas ou pétreas de

0,20 x 0,20 m ou 0,30 x 0,30 m condicionam covas de iguais dimensões. Isto

permite a colocação de pisos sem recortes, mas dificulta, sobremaneira, o

desenvolvimento da planta. (SANTOS & TEIXEIRA, 2001)

Page 104: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

4

O solo proveniente da abertura da cova apresenta-se, na maioria das vezes,

alterado devido a remoção das camadas mais férteis ou soterramento das

mesmas. Portanto, ao proceder o preenchimento da cova, o solo deve ser

substituído por outro com melhores condições químicas e físicas, estando livre

de entulho, lixo e pedras. O solo de preenchimento deve ser formado por uma

parte de solo de textura argilosa, uma parte de solo de textura arenosa e uma

parte de composto orgânico mineralizado.

Quanto a adubação, para uma cova com as dimensões de 60 x 60 x 60 cm,

esta deve ser feita utilizando 300 g de Super Simples 5-15-10, 110 g de

calcário dolomítico e 180 g de FTE (fritas). Os fertilizantes devem ser

misturados de forma homogênea no solo de preenchimento.

As mudas a serem plantadas devem estar sadias. Deve-se retirar a embalagem

(saco plástico, tubete) e realizar, se necessário, uma poda leve nas raízes. O

solo de preenchimento deve ser colocado de modo que a muda, na região

central da cova, tenha seu colo em torno de 5 cm abaixo do nível da calçada,

porém permanecendo no mesmo nível da superfície do solo. O solo em volta

da muda deve ser pisoteado moderadamente para firmá-lo, sem que haja

compactação do mesmo.

Caso seja necessário, como em locais de muito vento por exemplo, deve-se

colocar temporariamente um tutor (haste de madeira, bambu, metal ou plástico)

que deve ser enterrado de 0,50 no solo e ultrapasse a altura da muda em no

mínimo 0,30 m. A muda é amarrada ao tutor com uma fita de borracha, para

evitar qualquer restrição ao seu crescimento.

O local da muda deve ser imediatamente irrigado com água limpa logo após o

plantio em quantidade suficiente para encharcar o solo.

Manutenção

Para que as mudas não morram ou tenham seu desenvolvimento

comprometido por estresse hídrico, é necessário regá-las três vezes por

semana com cerca de cinco litros de água ou uma vez por semana em estação

chuvosa. Elas também deverão receber pelo menos duas adubações por ano.

Não se deve colocar em nenhuma parte da árvore enfeites, luzes, cordas,

lixeiras, pregos arames, entre outros que possam causar danos à saúde e ao

crescimento da árvore.

Sempre que houver algum problema de ataque de pragas ou doenças procurar

orientação de técnicos habilitados, que indicarão qual é o melhor procedimento

a ser realizado. A prática de caiar ou pintar os troncos das árvores não impede

o ataque de formigas. Esses produtos liberam componentes químicos que além

Page 105: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

5

de prejudica-las, são tóxicos para liquens que vivem em associação comas

árvores.

Poda

Ao selecionar a espécie de porte ideal para o local, evitam-se podas

desnecessárias para adaptar árvores que ultrapassam o limite físico local.

Assim, é preciso conhecer previamente uma árvore saudável para definir com

maior precisão a necessidade e o momento da intervenção (poda), bem como

as partes a serem eliminadas. Desta forma pode-se prolongar o “Tempo de

Residência” de espécies arbóreas nos vários nichos urbanos onde estão

inseridas, considerando-se todos os fatores ambientais imediatos que regem o

seu desenvolvimento (poluição, ação predatória, choques mecânicos, aeração

do solo, etc).

Existem diferentes tipos de poda cada qual

com seu objetivo. A poda, na arborização

urbana, visa basicamente conferir à árvore

uma forma adequada durante o seu

desenvolvimento (poda de formação);

eliminar ramos mortos, danificados,

doentes ou praguejados (poda de

limpeza); remover partes da árvore que

colocam em risco a segurança das pessoas

(poda de emergência); e remover partes

da árvore que interferem ou causam danos incontornáveis às edificações ou

aos equipamentos urbanos (poda de adequação).

A poda de formação é empregada para substituir os mecanismos naturais que

inibem as brotações laterais e para conferir à árvore crescimento ereto e à

copa altura que permita o livre trânsito de pedestres de veículos.

A poda de limpeza é empregada para evitar que a queda de ramos mortos

coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público e

particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no meio urbano e

evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o

desenvolvimento sadio das árvores.

A poda de emergência, a mais traumática para a árvore e para a vida urbana,

é empregada para remover partes da árvore que colocam em risco a

integridade física das pessoas e do patrimônio público ou particular.

A poda de adequação é empregada para solucionar ou amenizar conflitos

entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela escolha

Page 106: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

6

inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e

principalmente por alterações do uso do

solo, do subsolo e do espaço aéreo.

As podas drásticas, que removem

totalmente a copa, ou ramos principais

deverão ser evitadas, sendo a sua

utilização permitida apenas em situações

emergenciais ou quando precedida de

parecer técnico de funcionário municipal

autorizado.

É autorizado o corte de uma árvore apenas

quando esta estiver seca, muito doente (comprometendo a saúde de outras

árvores) ou oferecer problemas de segurança local (como ameaçar a cair).

Também é permitido caso esta esteja bloqueando a visão da sinalização de

trânsito ou houver excesso de árvores em um determinado local, tornando-o

insalubre por ter pouca incidência de sol.

O corte de árvores em frente a garagens é regulamentado através de lei

municipal. Algumas cidades não admitem que se localize entrada de veículos

onde existe uma árvore plantada anteriormente. Outras, no entanto, não

exigem uma vistoria prévia ou a locação na planta da nova construção para a

aprovação da mesma. Quando a obra está pronta, autoriza-se, com esta

justificativa, o corte da árvore. O ideal é que as situações sejam examinadas e

estudadas alternativas para que não haja o corte da árvore.

O correto é realizar a condução da árvore desde jovem, quando tem maior

capacidade de cicatrização e regeneração para que esta tenha um crescimento

adequado ao local de plantio.

Ao se executar uma poda ou corte de uma árvore, há alguns fatores a serem

levados em consideração, como a necessidade de isolamento da área caso

seja uma via pública onde circulam pessoas e veículos. Havendo fiação elétrica

na rua deve-se desligar a energia durante a realização da poda para evitar

choques e acidentes. Também é necessário verificar a presença de ninhos de

vespas e marimbondos.

Somente equipes autorizadas pela Prefeitura Municipal ou pelo Conselho

Municipal do Meio Ambiente podem efetuar podas e corte de árvores. Estas

equipes devem ser treinadas e usar os equipamentos de segurança e proteção

individual (EPI's). Os equipamentos e ferramentas deverão estar em boas

condições de uso.

Page 107: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

7

O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na

arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas para a

execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a não danificar a

árvore. Entretanto, a poda sempre será uma agressão à árvore. Sempre deverá

ser feita de modo a facilitar a cicatrização do corte. Caso contrário, a exposição

do lenho permitirá a entrada de fungos e bactérias, responsáveis pelo

apodrecimento de galhos e tronco, e pelo aparecimento das conhecidas

cavidades (ocos).

Legislação

Toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de

autorização prévia do Poder Executivo Municipal. Extraordinariamente, nas

ocasiões de emergência em que haja risco iminente para a população ou ao

patrimônio tanto público como privado, será permitida a providência aos

Soldados do Corpo de Bombeiro.

Pela legislação vigente, é considerado exemplar arbóreo o espécime ou

espécimes vegetais lenhosos, com Diâmetro do Caule à Altura do Peito (DAP)

superior a 0,05 (cinco) centímetros. DAP é o diâmetro do caule da árvore à

altura média de 1,30 m (um metro e trinta centímetros) do solo.

A poda poderá ser autorizada nas seguintes circunstâncias:

• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da

obra;

• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;

• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;

• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos

permanentes ao patrimônio público ou privado;

• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao

acesso de veículos.

O Executivo Municipal está obrigado a comunicar a autorização da poda

através do Diário Oficial do Município, com antecedência mínima de 10 dias.

Fitossanidade

O caso não é perguntar por que existem pragas.

Embora nem sempre consigamos compreender, a

natureza é tão sabia que, certamente, não as

“inventou” por acaso. Em condições ideais de

equilíbrio ecológico, os reinos da natureza

convivem em perfeita harmonia, cumprindo cada

Page 108: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

8

um o seu papel. Só quando ocorre quebra desse equilíbrio, é que algumas

espécies podem transforma-se efetivamente em pragas.

O controle de pragas e doenças não e da tarefa mais fáceis da jardinagem. O

meio de controle mais eficiente ainda é o da inspeção periódica. Ou seja,

verificação minuciosa e rotineira dos caules, folhas e flores, com o intuito de, ao

menor sinal de problema, tomar as providencias necessárias.

Quando identificamos logo no inicio, os problemas com pragas e doenças são

resolvidos de maneira bastante simples, não raras vezes, apenas com cotonete

e água. Agora, se permitir que a infecção ganhe corpo, para controla-la talvez

seja necessário recorrer a produtos químicos, quase sempre tóxicos e

antiecológicos. De uma forma ou de outra, uma forma importante é saber que

plantas tratadas de maneira adequada, no tocante as regas, iluminação e

nutriente, dificilmente são atacadas por pragas e doenças.

Denomina-se praga os insetos e outros animais invertebrados que causam

danos de importância econômica variada.

Os insetos podem ser sugadores ou

mastigadores. Os sugadores atuam sugando a

seiva das raízes, caule, ramos, folhas e frutos,

causando definhamento da planta. Os

mastigadores atuam destruindo os tecidos,

causando lesões que servem frequentemente de

porta aberta para entrada de microrganismos

causadores de doenças.

Além dos insetos são considerados pragas as lesmas, nematoides e caracóis.

PRINCIPAIS PRAGAS

LAGARTA: São larvas de borboletas os mariposas, possuem aparelho bucal

mastigador. Para combater podemos usar armadilha luminosa para mariposa,

catação manual esmagando os ovinho sobre as folhas, pulverizando a planta

com um preparado a base de nicotina(fumo de rolo) ou plantando nos canteiros

algumas aromáticas que as repelem (hortelã, manjericão, arruda, sálvia, etc.)

COCHONILHA: Pode ser providas ou não de carapaça. As cochonilhas de

carapaça são protegidas por uma carapaça marrom e ficam nas extremidades

dos ramos sugando a seiva. As cochonilhas sem carapaça formam uma

camada de pó branco e grudento parecendo algodão, que se forma nas folhas

e ramos jovens, as vezes causando a morte da planta. Para combater

podemos realizar a catação manual ( quando forem poucas), pulverizar com

preparados de nicotina( fumo de rolo), e seus predadores aturais são as

joaninhas e os louva-a-deus. São insetos muito resistentes, logo o tratamento

não deve ser interrompido, pois podem reaparecer.

PULGÃO: Insetos sugadores de diversas cores: branca, verde, cinza e preta.

Vivem em colônias devorando as partes novas das plantas: brotos, talos, folhas

e flores. Eles eliminam um liquido adocicado que atrai fungos formando a

“fumagina” (uma camada de fungo preto que encobre as partes verdes da

planta, o que acaba prejudicando a fotossíntese e enfraquecendo a planta, a

Page 109: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

10

9

fumagina da o aspecto escuro a planta). Os pulgões brancos gostam de atacar

as violetas. Para combater podemos usar um preparado de nicotina (fumo de

rolo) e seu predador natural é a joaninha.

LESMA E CARACOIS: As lesmas são moluscos que apresentam o corpo mole,

achatado, de coloração parda clara, preferem locais úmidos e frios, e comem

as folhas das plantas a noite e dias chuvosos. Já os caracóis são moluscos

dotados de pequenas conchas espiraladas, tem atividades diurnas e preferem

atacar folhas tenras. Para combater podemos colocar pedaço de nabo,

abobora ou chuchu durante a trade para atrai-los, depois é só realizar a

catação manual pela manha seguinte. Podemos colocar em vaso ou envolta

dos canteiros uma faixa de cal ou de cinza para afasta-los, ou podemos colocar

estopas umedecidas sobre os canteiros, os moluscos iram se acomodar na

parte de baixo, depois é só retirar e extermina-los. Podemos usar também uma

solução de cerveja com agua adocicada, é só coloca-las em latas rasa e deixar

durante a noite, isso também ira atrair os moluscos.

BESOURO: São coleópteros com aparelho bucal do tipo mastigador, preferem

as folhas, caules tenros e flores. O controle pode ser feito plantando nos

canteiros plantas aromáticas que os repelem ( hortelã, salsa, coentro e etc.) ou

atrai pássaros que são seus predadores naturais.

FORMIGAS: São insetos que cortam as plantas: folhas, hastes e flores.

Atacam principalmente a noite. As formigas lava-pés são carnívoras e só

incomodam a quem trata das plantas. Fazer aração do solo, procurar o

formigueiro e destruí-lo são formas de combate desta praga.

PERCEVEJO: São insetos sugadores. Extratos de fumo de rolo e controle

biológico são usados no combate.

DOENÇAS

Geralmente o aparecimento esta ligado a condições inadequadas de cultivo,

com excesso de umidade, falta de ventilação, abafamento e às vezes, devido a

presença de pragas. As doenças são provocadas por agentes patogênicos,

como fungos, nematoides, vírus ou bactérias, que se instalam nos vegetais,

interferindo no seu desenvolvimento. São transmitidas através da água,

insetos, do ar, de ferramenta ou de plantas contaminadas. Na maioria das

vezes o controle consiste e eliminar a parte da planta contaminada pela

doença.

Page 110: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

0

INSETOS, PRAGAS E DOENÇAS QUE ATACAM PLANTAS

Existem vários tipos de Lagartas e são mais frequentes em plantas que ficam

em estufa. O sinal mais visível é a presença de buracos nas folhas, mas

algumas espécies tecem fios em volta das folhas. Retire as lagartas e limpe as

folhas das plantas.

A Aranha Vermelha apesar de pequenina suga a seiva das plantas. Costumam

aparecer em ambientes quentes e secos e se instalam na parte de trás das

folhas, amarelando-as e provocando quedas prematuras.

Ácaros são tão minúsculos que parecem uma camada de poeira fina, em geral

na parte de trás das folhas. São mais comuns em gerânios e violetas, que

ficam atrofiadas e com flores murchas. Devem ser pulverizadas com inseticida

comum.

O Piolho Verde, pretos, cinzentos ou alaranjados, costumam deixar uma

secreção pegajosa por onde passam, preferem as plantas com tecidos macios

e de flores muito coloridas, atacando em especial os botões.

A Tesourinha é um inseto castanho com uma pinça na parte traseira, frequente

dentro e fora de casa, raramente se vê durante o dia. Costuma fazer buracos

nas folhas reduzindo-as às nervuras principais. Deve ser removido, sacudindo

folhas e flores.

A Cochonilha é um inseto coberto por flocos brancos, como algodão, que

podem formar aglomerações nos caules e parte de trás das folhas. Limpe a

planta com pano úmido ou cotonete.

Mosca Branca ou Traça, são pequenos insetos brancos parecidos com traças,

muito comuns em begônias, fúcsias e gerânios. Deixam larvas na parte de trás

das folhas, que ficam amarelas e caem. Pulverize com inseticida a cada três

dias.

A Cochonilha Negra têm o aspecto de um pequeno disco castanho que

aparecem na parte inferior das folhas. Quando adulta, desenvolve um escudo

Page 111: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

1

protetor contra pulverização e o remédio é removê-la usando um pano úmido e

depois pulverizar a planta com inseticida.

tripés são pequenos insetos pretos que atacam crótons, begônias e fúcsias,

que podem ficar desfiguradas. Voam ou saltam pelas folhas, deixando um

rastro prateado. Para controlá-los, pulverize a planta sempre que necessário.

Pragas são geralmente representadas por pequenos

animais que causam danos a folhagem, ramos e

flores. São controlados mediante pulverizações

preventivas com produtos específicos.

Ácaros: aracnídeos diminutos que sugam as folhas

atrofiando-as, distorcendo-as e manchando. São

controlados com acaricida.

Cochonilhas: coccídeos sugadores dotados de

carapaça dura em escama ou de cobertura

foliculosa branca, mole. Controlar com inseticida

adequado.

Lagartas: estágio do ciclo de insetos, que devoram

as folhas. Controlar com inseticida.

Lesmas e caracóis: moluscos que consomem,

folhas e flores. Controlar com meta-aldeído.

Pulgões: afídeos sugadores de brotos e botões de

flores, atraem formigas que os protegem e

transferem para outras plantas, favorecem o

aparecimento do bolor preto. Controlar com

inseticida.

Tatuzinhos: Crustáceos que consomem raízes,

caule e folhas de plantas novas. Controlar com

inseticida.

Tripés: Insetos diminutos que raspam e deformam

folhas e flores. Controlar com inseticida.

Formigas cortadeiras: são principalmente saúvas e quenquém. Aplicar

formicida ou iscas no formigueiro

Page 112: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

2

As doenças são males provocados por fungos ou bactérias. Provocam

manchas, crostamento, podridão ou seca principalmente das folhas.

Algumas são conhecidas por nomes como antracnose, cancro, bolor, ferrugem.

Enfraquecem e causam a morte das plantas. São controladas com

pulverização preventivas de fungicidas.

Os vírus causam manchas e estrias claras ou amareladas nas folhas.

Enfraquecem a planta e causam deformações nas flores. São transmitidos por

insetos e por estacas contaminadas utilizadas na propagação.

São controlados pelo cultivo de variedades resistentes e combate a insetos

vetores.

Pragas: salve suas plantas!

A maior parte das pragas atacam geralmente na primavera, período de

fertilidade e de grande atividade na natureza. Elas causam vários estragos nas

plantas, além de favorecer o surgimento de doenças, principalmente fúngicas.

As pragas geralmente se tornam um problema mais sério quando há um

desequilíbrio ecológico no sistema onde a planta está inserida. Outras

situações que podem favorecer o seu surgimento são desequilíbrios térmicos,

excesso ou escassez de água e insolação inadequada. O assunto é vastíssimo

e aqui não daria para falar profundamente sobre isso. O que preparamos foi um

Page 113: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

3

guia rápido para facilitar o reconhecimento das principais pragas e sugerimos

algumas dicas naturais de controle:

Pulgões: Podem ser pretos, marrons, cinzas e até verdes. Alojam-se nas

folhas mais tenras, brotos e caules, sugando a seiva e deixando as folhas

amareladas e enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar demais a

planta e até transmitir doenças perigosas. Os pulgões costumam atacar,

principalmente, as plantas de hastes e folhas macias. Podem aparecer em

qualquer época do ano, mas os períodos mais propícios são a primavera, o

verão e o início do outono. Precisam ser controlados logo que notados, pois

multiplicam-se com rapidez.

Dicas:

As joaninhas são suas predadoras naturais;

Um chumaço de algodão embebido em uma mistura de água e álcool em

partes iguais ajuda a retirar os pulgões das folhas e isso pode ser feito

semanalmente;

Aplique Calda de Fumo ou Macerado de Urtiga

Cochonilhas: São insetos minúsculos, geralmente marrons ou amarelos, que

alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de

sugar a seiva da planta, as cochonilhas liberam uma substância pegajosa que

facilita o ataque de fungos, em especial, o fungo fuliginoso. Dá para perceber

sua presença quando as folhas apresentam uma crosta com consistência de

cera. Algumas cochonilhas apresentam uma espécie de carapaça dura, que

impede a ação de inseticidas em spray. Neste caso, produtos à base de óleo

costumam dar melhores resultados, pois formam uma "capa" sobre a carapaça,

impedindo a respiração do inseto. A

calda de fumo costuma dar bons

resultados também.

Page 114: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

4

Dicas:

As joaninhas também são suas predadoras naturais, além de certos tipos de

vespas;

A Calda de Fumo e a Emulsão de Óleo são os métodos naturais mais

eficientes para combatê-las;

Deve-se evitar o controle químico mas, quando necessário em casos

extremos, normalmente são usados óleo mineral e inseticida organofosforado.

Moscas-brancas: São insetos pequenos e, como diz o nome, de coloração

branca. Não é difícil a notar a sua presença - ao esbarrar numa planta

infestada por moscas brancas, dá para ver uma pequena revoada de

minúsculos insetos brancos. Costumam localizar-se na parte inferior das folhas,

onde liberam um líquido pegajoso que deixa a folhagem viscosa e favorece o

ataque de fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvas deste inseto,

praticamente imperceptíveis, também alojam-se na parte inferior das folhas e,

em pouco tempo, causam grande infestação.

Dica:

É difícil eliminá-las, por isso muitas vezes é preciso aplicar insetidas

específicos para plantas. Quando o ataque é pequeno, o uso de plantas

repelentes - como tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã (Mentha),

calêndula (Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens) - costuma dar bons

resultados.

Page 115: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

5

Lesmas e caracóis: Normalmente atacam à noite, furando e devorando folhas,

caules e botões florais, mas também podem atingir as raízes subterrâneas.

Dicas:

Besouros e passarinhos são seus predadores naturais;

Uma boa forma de eliminá-los é usar armadilhas, feitas com “isca de cerveja”

para atraí-los. Faça assim: tire a tampa de uma lata de azeite e enterre-a

deixando a abertura no nível do solo. Coloque dentro um pouco de cerveja

misturada com sal. As lesmas e os caracóis caem na lata atraídas pela cerveja

e morrem desidratados pelo sal.

Lagartas: Costumam atacar mais as plantas de jardim mas, em alguns casos,

também podem danificar as plantas de interior. Fáceis de serem reconhecidas,

as lagartas costumam enrolar-se nas folhas jovens e literalmente comem

brotos, hastes e folhas novas, formando uma espécie de "teia" para proteger-

se. Todas as plantas que apresentam folhas macias estão sujeitas ao seu

ataque. As chamadas “taturanas” são lagartas com pêlos e algumas espécies

podem queimar a pele de quem as toca.

Dicas:

Caso não apresente um ataque maciço (quando é indicada a aplicação um

lagarticida biológico, facilmente encontrado no mercado), o controle das

lagartas deve ser manual, ou seja, devem ser retiradas e destruídas uma a

uma, lembrando que é importante usar uma proteção para a que a lagarta não

toque na pele;

A Calda de Angico ajuda a afastar as lagartas e não prejudica a planta;

O uso de plantas repelentes, como a arruda, pode ajudar a mantê-las

afastadas

Aves e pequenas vespas são suas “inimigas” naturais;

Precisamos lembrar que sem as lagartas, não teríamos as borboletas. Ao

eliminá-las completamente, estamos nos privando da beleza e da graça desses

belos seres alados. Mais uma vez, o equilíbrio é a chave.

Page 116: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

6

Ácaros: O tipo de ácaro mais comum é conhecido como ácaro-vermelho (veja

foto), tem a aparência de uma aranha de cor avermelhada. Ataca flores, folhas

e brotos, deixando marcas semelhantes à ferrugem. O ataque de ácaros

diminui o ritmo de crescimento, favorece a má formação de brotos e, em caso

de grande infestação, pode matar a planta. Ambientes quentes e secos

favorecem o desenvolvimento dessa praga. Apesar de quase "invisíveis" a olho

nu, sua presença é denunciada pelo aparecimento de uma teia fina.

Dicas:

Costuma atacar mais as plantas envasadas do que as que estão em

canteiros;

Uma boa dica é borrifar a planta com água, regularmente, já que este inseto

não gosta de umidade. Casos mais severos exigem que as partes bem

atacadas sejam retiradas;

A Calda de Fumo ajuda a controlar o ataque.

Percevejos: São mais conhecidos como “marias-fedidas”, pois exalam um

odor desagradável quando se sentem ameaçados. Seu ataque costuma

provocar a queda de flores, folhas e frutos, prejudicando novas brotações.

Dicas:

Vespas são suas predadoras naturais;

Devem ser removidos manualmente, um a um;

Se o controle manual não surtir efeito, a Calda de Fumo pode funcionar como

um repelente natural.

Tatuzinhos: Muito comuns nos jardins com umidade excessiva, são também

conhecidos como “tatus-bolinha”, pois se enrolam como uma bolinha quando

são tocados. Vivem escondidos e alimentam-se de folhas, caules e brotos

tenros, além de transmitir doenças às plantas.

Dicas:

Evitar a umidade excessiva em vasos e canteiros;

Devem ser retirados manualmente e eliminados um a um

Page 117: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

7

Nematóides: São “parentes” das lombrigas e atacam pelo solo. As plantas

afetadas apresentam raízes grossas e cheias de fendas. Num ataque intenso,

provocam a morte do sistema radicular e, conseqüentemente, da planta.

Algumas plantas dão sinais em sua parte aérea, mostrando sintomas do ataque

de nematóides: as dálias, por exemplo, podem apresentar áreas mortas, de

coloração marrom, nas folhas mais velhas.

Dica:

O melhor repelente natural é o plantio de tagetes (o popular cravo-de-defunto)

na área infestada;

Se o controle ficar difícil, é indicado eliminar a planta infestada do jardim, para

evitar a proliferação.

Formigas: As cortadeiras são as que mais causam estragos. Elas cortam as

folhas para levá-las ao formigueiro, onde servem de nutrição para os fungos, os

verdadeiros alimentos das formigas.

Dicas:

Um bom método natural para espantar as formigas e espalhar sementes de

gergelim em torno dos canteiros. Além disso, o gergelim colocado sobre o

formigueiro, intoxica o tal fungo e ajuda a eliminar o “ninho” das formigas;

Em ataques maciços, recomenda-se o uso de iscas formicidas, à venda em

casas especializadas em produtos para jardinagem. As formigas carregam a

isca fatal para o formigueiro.

Page 118: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

8

CONTROLE DAS PRAGAS

Controle natural – Uma boa medida de profilaxia contra insetos e a proteção de

pássaros, sapos, sendo este ultimo um ótimo auxiliar no extermínio de

cochonilhas, besouros, entre outros, tendo a vantagem de fazer caça a noite,

quando saem de suas tocas a procura de alimento.

Métodos alternativos de controle – Calda de fumo de rolo e calda bordalesa.

1- CALDA DE FUMO DE ROLO:

50g de sabão de coco ou neutro(melhora a aderência do inseticida a

planta)

40g de fumo de rolo

Colocar em 1 litro de água para depois diluir filtrado em 5 litros de água.

Aplique com auxilio de pulverizador. Em caso de chuva após a primeira

aplicação, fazer nova aplicação. Reaplicar algumas vezes para se

certificar o desaparecimento da praga. Preparar e aplicar, não é bom

armazenar por muito tempo, pois perde a validade.

2- CALDA BORDALESA:

1Kg de cal virgem

1Kg de sulfato de cobre

100litros de água

Essa calda deve ser preparada em vasilha de barro ou madeira.

Para algumas moléstias entra nessa formula de preferencia o sulfato

de cobre, como nessa receita, dando resultados positivos.

Outros métodos:

Plantas repelentes

Algumas plantas ajudam a manter as pragas afastadas dos canteiros.

Alguns exemplos: Tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp.), hortelã

(Mentha), calêndula (Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens).

Page 119: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

11

9

TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS

A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o produto, mas sim

na interação entre vários fatores (cultura, praga, doença, planta invasora,

produto, equipamento e ambiente) buscando um controle eficiente, com custo

baixo e mínima contaminação ambiental.

Principais erros na aplicação de defensivos

Uso do produto inadequado;

Equipamento desregulado;

Dose incorreta (sub e superdosagens);

Momento ou estádio de aplicação incorreto;

Aplicação com condições climáticas inadequadas;

Água usada para mistura do agrotóxico no tanque de má qualidade

(excesso de patrículas em suspenção, pH incompatível com produtos,

entre outros);

Paradas com equipamento ligado;

Escorrimento e gotejamento;

Sobreposição de aplicação.

Condições ambientais no momento da aplicação

As condições de clima devem ser favoráveis à absorção e translocação dos

produtos. Em geral, as condições de clima no momento da aplicação devem

ser as seguintes: a temperatura mínima de 10°C; a ideal de 20 - 30 oC; e a

máxima, de 35°C. A umidade relativa do ar mínima de 60%; ideal de 70 a 90%;

e a máxima, de 95%. Não realizar aplicações na presença de ventos com

velocidade inferior a 10 km/h sobre plantas estressadas e em caso de chuva

iminente, sob pena de perda da eficiência do tratamento ou causar danos à

cultura.

A aplicação sobre plantas estressadas reduz a absorção e translocação do

produto e pode reduzir o metabolismo das moléculas pela cultura, reduzindo a

seletividade no caso dos herbicidas. A ocorrência de chuva logo após a

aplicação pode lavar as moléculas do produto da superfície da folha da planta e

impedir a sua absorção. Alguns herbicidas necessitam de até seis horas sem

chuva, após a aplicação, para serem absorvidos em quantidade suficiente para

serem eficientes.

A baixa umidade relativa provoca a desidratação da cutícula e o conseqüente

secamento rápido da gota sobre a superfície da folha, provocando a

cristalização do produto sobre a mesma, dificultando assim, a absorção da

molécula. Altas temperaturas podem provocar a volatilização das moléculas e

aumentar a evaporação das gotas. Por outro lado, temperaturas baixas podem

reduzir o metabolismo das plantas e dificultar a absorção.

A aplicação na presença de vento com velocidade acima de 10 km/h poderá

Page 120: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

0

provocar deriva e as gotículas não atingirão o alvo, podendo atingir locais com

culturas sensíveis. A deriva consiste no deslocamento de gotas ou vapor até

locais não alvos, provocando danos em lavouras vizinhas. Os principais fatores

que afetam a deriva são: tamanho de gotas; altura ou distância entre o alvo e o

bico; vento; velocidade de aplicação; método de aplicação; e a volatilidade do

produto. É comum, por exemplo, observar toxicidade de certas formulações de

2,4-D em videira, quando este herbicida é aplicado em áreas vizinhas. As

maneiras de reduzir a deriva são: aplicar em horário adequado; aplicar com

boas condições ambientais; usar formulações adequadas; selecionar bicos

adequados; e usar pressão de operação adequada.

Cuidados com os equipamentos de aplicação

O sucesso no controle das pragas e doenças depende da escolha do produto

adequado e da sua correta aplicação. Os defensivos são aspergidos sobre o

solo ou as plantas e para garantir que o ingrediente ativo atinja toda a

superfície alvo é necessário que o equipamento esteja distribuindo

uniformemente a quantidade correta do produto por área. A quantidade de

ingrediente ativo aplicado deve ser correta para evitar falha de controle ou

danos à cultura. Para isso, antes de iniciar a aplicação é necessário revisar

cuidadosamente o equipamento a ser usado. Os bicos devem ser examinados

individualmente, a fim de avaliar o desgaste e o alinhamento. Além disso, o

volume de calda a ser aplicado, o número e o tamanho das gotas (Tabela 1), a

pressão de funcionamento dos bicos, a dosagem, a diluição, a agitação e a

necessidade da adição de adjuvantes devem ser verificado cuidadosamente.

O produtor deve sempre consultar um engenheiro agrônomo para definir a

regulagem do equipamento e definir, por exemplo, o tipo de bico a ser usado,

com objetivo de distribuir uniformemente a dose correta do produto na área,

evitando desperdício e perdas no rendimento devido à toxicidade causada à

cultura. A ocorrência de erros na dose aplicada normalmente apresenta

reduzida possibilidade de correção e são os principais responsáveis pela

maioria das aplicações fracassadas.

Limpeza dos bicos

Não se deve utilizar instrumentos como: agulhas, arames, canivetes, gravetos

de madeira para desentupir bicos. O correto é usar um instrumento que não

danifique o orifício do bico, como por exemplo uma escova com cerdas de

nylon (escova de dentes), um fio de nylon ou ar comprimido.

Troca de bicos

Page 121: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

1

Recomenda-se trocar os bicos quando a média da vazão ultrapassar em 10% a

vazão de um bico novo. Quando isso acontece, todo o conjunto deve ser

substituido. Ao atingir mais de 10% de desgaste suas características podem

prejudicar a aplicação resultando em controle deficiente e toxicidade à cultura.

Não se deve esquecer que o custo do desperdício de defensivos e de uma

eventual toxicidade à cultura poderá ser muito maior que o custo da

substituição dos bicos.

Regulagem do pulverizador

A calibração do pulverizador deve ser realizada periodicamente devido ao

desgaste natural de alguns componentes, como os bicos, ou em função de

perda da calibração devido ao uso sob condições de campo.

Na calibração os passos a serem seguidos são:

Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI);

Abastecer o pulverizador com água limpa;

Acionar o conjunto de pulverização e avaliar a existência de

vazamentos;

Determinar a distância entre os bicos, em metros;

Determinar a velocidade de trabalho em um terreno plano, com

características semelhantes às condições de pulverização.

Para determinar a velocidade, deve-se medir uma distância, preferencialmente

igual ou maior que 50 m. Percorrer a distância medida e anotar o tempo gasto

(em segundos). Acionar o aspersor e coletar a água aspergida em tempo igual

àquele gasto para percorrer a distância. Repetir esta operação em vários bicos.

Obter a média e calcular a vazão, que pode ser determinada com a fórmula:

Vazão (L/min)= 0,06 x volume coletado (mL) / tempo (s)

O volume de calda adequado varia entre produtos e o usuário deve estar

atento para isso, seguindo as recomendações de dos e volume de aplicações

de cada produto. Além disso, é importante que seja obtida boa cobertura foliar

de acordo com o produto que está sendo aplicado.

Tabela 1. Densidade de gotas no alvo.

Tratamento Natureza Número de gotas (cm²) Tamanho gota (µm)

Pré-emergência - 20-30 + 300

Pós-emergência Sistêmico 20-30 200-300

Contato 30-50 150-300

Fonte: Embrapa Uva e Vinho

Page 122: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

2

TRATOS CULTURAIS

Entende-se por manejo cultural o conjunto de práticas que permitem que um

jardim expresse ao máximo sua potencialidade ornamental. Os principais tratos

culturais são semeadura, plantio, espaçamento, densidade de plantio, arranjos

de plantio, uso de reguladores de crescimento (hormônios vegetais), controle

fitossanitário (aplicação de defensivos agrícolas), rega e irrigação, monda,

capina, poda, adubação, aplicação de cobertura do solo.

1- Os jardins recém plantados devem receber água em abundância, todos

os dias, salvo nos dias de chuva. Cerca de 85% de uma muda de grama é

constituída de água.

As plantas perdem água por evaporação e por

transpiração. Assim dias de muito vento, como

ocorrem no outono, com baixa umidade do ar, a

perda de água é muito grande e deve ser reposta,

principalmente nesta fase do jardim.

Não adianta molhar superficialmente, pois esta

quantidade de água não é suficiente para chegar à

raiz da planta para então ser absorvida, apenas se

gasta água e tempo para molhá-las. Também de

nada adianta molhar com abundância, mas sem

regularidade, passando vários dias sem as

devidas regas.

2- Tomar cuidado quando aguar as plantas mais

delicadas. Fazer um “chuveirinho” com a mangueira,

para que elas não sofram com jatos fortes de água.

O uso de aspersores na extremidade das mangueiras

de jardim dá sempre bons resultados, lembrando-se apenas de mudá-las de

lugar de tempo em tempo. Para melhores resultados,

recomendamos um sistema de irrigação automático.

Page 123: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

3

3- Antes de cortar a grama, deve-se tirar as ervas daninhas com auxilio de

um arrancador de inço, tomando-se o cuidado para que elas saiam com a raiz

e sem arrebentarem. Outras ferramentas, como facas e canivetes, deixam o

gramado cheio de buracos e, portanto não devem ser utilizados.

4- A poda da grama só deverá ser feita quando esta já se encontrar

“enraizada”, para que não ocorra o “arrancamento” de leivas com a máquina de

cortar grama. O tempo para que isto ocorra é em média 30 dias no verão e 60

dias no inverno.

5- As facas dos cortadores de grama

devem ser mantidas sempre muito bem

afiadas. Caso contrário elas irão mastigar

os tecidos vegetais das folhas, deixando o

gramado com uma aparência amarronzada

e permitindo a ocorrência de pragas e

doenças.

6- Os cortadores de grama comuns não

são indicados para fazer o acabamento de

canteiros e junto às calçadas. Para este

serviço utilizar tesouras de poda ou máquinas que utilizam fio de nylon para o

corte.

7- Observar a direção do corte da grama para que não ocorra a compactação

do solo. Mudar o sentindo norte – sul / leste – oeste, em cada corte.

8- Os gramados devem ser adubados nos meses da primavera e no verão

com adubo 10-10-10 na quantidade de 100gr / metro quadrado.

Nos meses de outono e inverno o

adubo a ser utilizado é o da fórmula 4-14-

8 também na quantidade de 100gr / metro

quadrado.

Existe no mercado uma linha de

adubos mais completos que os

granulados acima citados. Eles são da

marca Forth e para a sua utilização seguir

as recomendações da embalagem.

Page 124: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

4

Lembrar que a adubação não deve ser feita nas horas de sol quente e

irrigar generosamente logo após o trabalho. Grande quantidade de adubo em

pequena área causa uma concentração salina capaz de queimar as plantas.

Esta adubação deverá ser feita também nos canteiros de arbustos e

herbáceas. Esperar de 60 a 90 dias entre as adubações.

9- Não recomendamos cobrir o gramado com terra preta no inverno, pois

se ela não for de boa qualidade, poderá trazer ervas daninhas que tornará o

trabalho de manutenção muito mais difícil.

Ao invés disto cobrir o gramado com húmus de minhoca, turfa ou outra

matéria orgânica de boa qualidade e que esteja devidamente decomposta, no

início do outono e da primavera.

Antes de fazer a aplicação do adubo orgânico, perfurar todo o gramado

com um garfo de jardim, para que possa ocorrer a aeração do gramado. Aplicar

junto com a adubo orgânico um adubo granulado ou Forth Jardim e regar

abundantemente logo em seguida.

10- Manchas amareladas ou amarronzadas no gramado, bem como

aparecimentos de folhas cortadas, pode ser sinal da presença de alguma praga

ou doença.

Deve-se neste caso retirar as amostras do gramado e levar em casa

especializada para serem analisadas por um Agrônomo que indicará o

inseticida ou fungicida adequado para o caso.

O manejo de culturas deve, por seu turno, conduzir uma forma de assegurar a

máxima proteção ao solo, por meio de uma cobertura vegetal, ou mesmo

palha, e do aumento de infiltração de água ao solo. Sabemos todos que os

jardins, fornecem uma razoável proteção ao solo, após seu completo

enraizamento. A proposta é manter o solo, revestido ou coberto, com plantas

altas e forrações de forma a controlar as ervas espontâneas.

Poda

Na jardinagem, poda é o ato de se retirar parte de plantas, arbustos, árvores,

cortando-se ramos, rama ou braços inúteis, o que pode ser periódico e que

favorece o seu crescimento, forma-a, trata-a e renova-a. Pode ocorrer a poda

natural, que é a queda ou morte natural de ramos, devido a umidade excessiva,

falta de incidência de luz ou apodrecimento. Poda de forma é uma forma

artificial de poda utilizada na jardinagem que retira folhas, ramos e galhos com

Page 125: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

5

o objetivo de modificar sua aparência estética. A poda faz com que cresçam de

forma ordenada.

Há artistas que fazem esculturas, cercas, e desenhos com o podamento. Há

também uma técnica japonesa de fazer com que a planta não cresça, podando

certos galhos, chamada bonsai.

As três possíveis abordagens são: pré-poda, pós-poda ou ambas combinadas.

Pode-se podar folhas ou ramos.

Introdução

A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de

um asno e essa origem muar desse ramo da

horticultura parece ter influído até hoje na

evolução pouco esclarecida dos processos e

métodos mundiais de poda. Contam-nos Portes &

Ruyssen (1884) que, segundo Pausâmias,

geógrafo e historiador grego, foi um jumento que, devorando os sarmentos de

uma videira, deu aos nauplianos a idéia de podá-la (Inglez de Souza, 1986).

Considera-se que cabras, ovelhas e burros foram os descobridores da poda e

portanto são chamados de os pais da poda.

Quando as plantas começam a diminuir a sua atividade fisiológica ou seja com

a chegada do frio, é sabido que está chegando a hora correta de se fazer uso

da tesoura de poda. Deve-se então preparar com antecedência as ferramentas

com por exemplo: amolar as ferramentas, limpar as lâminas impregnadas de

ferrugem por estarem guardadas desde o ano anterior, lubrificar a mola da

tesoura e afiar o serrote. O ritual do corte está para começar.

Definições de poda

Podar vem do latim putare, que significa limpar, derramar. Podar equivale a

“limpar ou cortar a rama ou braços inúteis das videiras, árvores, etc.

Conjunto de cortes executados numa árvore, com o fim de lhe regularizar a

produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre

a frutificação e a vegetação normal, e, também com o fim de ajudar a tomar e

a conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo de a sujeitar a formas

consentâneas ao propósitos econômicos de sua exploração.

A poda é a arte e a técnica de orientar e educar as plantas, de modo

compatível com o fim que se tem em vista.

Embora seja praticada para dirigir a árvore segundo o capricho do homem, a

utilização da poda, em fruticultura, tem por objetivo regularizar a produção e

Page 126: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

6

melhorar a qualidade dos frutos. Embora possa ter apenas função estética, no

embelezamento de gramados, cercas vivas, caramanchões, arvoretas e outros

elementos da arquitetura paisagista.

É o conjunto de cortes executados numa árvore, com o objetivo de regularizar

a produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio

entre a frutificação e a vegetação normal;

É a técnica e a arte de modificar o crescimento natural das plantas frutíferas,

com o objetivo de estabelecer o equilíbrio entre a vegetação e a frutificação.

É a remoção metódica das partes de uma planta, com o objetivo de melhorá-la

em algum aspecto de interesse do fruticultor.

A poda por si só, no entanto, não resolve outros problemas ligados à

produtividade.

Ela é uma das operações, porém outras medidas são necessárias, tais como:

fertilização adequada para corrigir possíveis deficiências nutricionais do solo,

irrigação e drenagem para manter um nível adequado de umidade, controle

fitossanitário para combate de doenças e pragas, afinidade entre enxerto e

porta-enxerto, plantas auto-férteis ou compatíveis, polinização, condições

climáticas e edáficas favoráveis.

A importância de se podar varia de espécie para espécie, assim poderá ser

decisiva para uma, enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável.

Com relação à importância, as espécies podem ser agrupadas em:

Decisiva: Videira, pessegueiro, figueira, nespereira.

Relativa: Pereira, macieira, caquizeiro, oliveira.

Pouca importância: Citros, abacateiro, mangueira, nogueira, pocã.

Como regra geral para se saber se a poda é uma operação importante ou não,

pode-se estabelecer que ela é tanto mais necessária quanto mais intensiva for

a exploração frutícola e, inversamente menor a sua importância quanto mais

extensiva for a cultura. Esta importância da poda está também diretamente

relacionada com o objetivo da exploração, ou seja, que tipo de produto o

mercado exige; pois com a poda pode-se melhorar o tamanho e a qualidade

dos frutos.

O podador, deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades, onde um

gesto seguro reflete a convicção de quem acredita que a interferência humana

é imprescindível para modelar um pomar. Na natureza, as plantas crescem

sem qualquer modelamento, buscam sempre a tendência natural de crescerem

em direção à luz, tomando a forma vertical, e com isso perdem a regularidade

de produção.

Para que a poda produza os resultados esperados, é importante que seja

executada levando-se em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja

aplicada com moderação e oportunidade.

Objetivos da poda

Page 127: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

7

Segundo Inglez de Souza, 1986, os sete objetivos principais da poda são:

1º- Modificar o vigor da planta;

2º- Produzir mais e melhor fruta;

3º- Manter a planta com um porte conveniente ao seu trato e manuseio;

4º- Modificar a tendência da planta em produzir mais ramos vegetativos que

frutíferos ou vice-versa;

5º- Conduzir a planta a uma forma desejada;

6º- Suprimir ramos supérfluos, inconvenientes, doentes e mortos;

7º- Regular a alternância das safras, de modo a obter anualmente colheitas

médias com regularidade.

Por que é necessário o recurso da poda?

Não é verdade que, no seu estado selvagem, as plantas não são podadas e,

apesar disso, se desenvolvem em perfeitas condições? Esta pergunta é

formulada muitas vezes, mas, de fato, a natureza tem o seu próprio método de

poda. Os ramos pequenos desprendem-se naturalmente e os galhos finos, as

folhas e as flores morrem e caem. Vagarosa mas continuamente, todas as

plantas sofrem um processo de renovação natural. Pela poda não fazemos

mais do que acelerar, embora parcialmente esse processo normal.

Princípios fisiológicos

O conhecimento de algumas regras sobre

a fisiologia vegetal em muito auxilia o

podador. Ele fica sabendo porque se poda,

o que se pode e quando se poda.

Os vegetais nutrem-se por meio de suas

raízes, que retiram do solo sais minerais e

água, necessários para o seu

desenvolvimento e frutificação.

A absorção determina uma pressão de

baixo para cima. A seiva também pode ter

sua ascendência ligada à transpiração, pela ação da capilaridade, pela

osmose, etc.

A poda não é uma ação unilateral. Ela vai ensinando quem a está praticando.

Mas, para isso, é preciso respeitar seu ritmo, entender e conhecer sua

fisiologia, saber qual é o momento certo da intervenção. A poda baseia-se em

princípios de fisiologia vegetal, princípios fundamentais que regem a vida das

fruteiras. Um desses princípios mais importantes é a relação inversa que existe

entre o vigor e a produtividade. O excesso de vegetação reduz a quantidade de

frutos, e o excesso de frutos é prejudicial à qualidade da colheita. Assim,

conseguimos entender que a poda, visa justamente estabelecer um equilíbrio

entre esses extremos. Mas deve ser efetuada com extremo cuidado. Se

Page 128: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

8

efetuada no momento impróprio, ou de forma incorreta, a poda pode gerar uma

explosão vegetativa muito grande, causando um problema ainda maior para o

produtor.

Baseando-se na hidráulica vegetal, estabelecem-se leis nas quais se baseiam

as podas das plantas:

1) O vigor e a fertilidade de uma planta dependem, em grande parte, das

condições climáticas e edáficas.

2) O vigor de uma árvore, como um todo, depende da circulação da seiva

em todas as suas partes.

3) Há uma relação íntima entre o desenvolvimento da copa e o sistema

radicular. Esse equilíbrio afeta o vigor e a longevidade das plantas.

4) A circulação rápida da seiva tende a favorecer o desenvolvimento

vegetativo, enquanto a lenta favorece o desenvolvimento dos ramos frutíferos.

5) A seiva, devido à fotossíntese, tende a dirigir-se para os ramos mais

expostos à luz, em vez de se dirigir àqueles submetidos à sombra.

6) As folhas são órgãos que realizam a síntese das substâncias minerais, e

a sua redução debilita o vegetal.

7) Há espécies que só frutificam em ramos formados anualmente, e outras

produzem durante vários anos nos mesmos ramos.

8) O aumento do diâmetro do tronco está em relação inversa com a

intensidade da poda.

9) O vigor das gemas depende da sua posição e do seu número nos ramos.

10) Quanto mais severa a poda num ramo, maior é o seu vigor.

11) A poda drástica retarda a frutificação. As funções reprodutivas e

vegetativas são antagônicas.

A circulação da seiva é tanto mais intensa quanto mais retilíneo for o ramo e

quanto mais vertical for a sua posição na copa.

Quanto mais intensa essa circulação, mais gemas se desenvolverão em

produções vigorosas de lenho e, ao contrário, quanto mais embaraçada e mais

lenta essa circulação da seiva, maior será o acúmulo de reservas e,

consequentemente, maior o número de gemas que se transformarão em

botões floríferos.

Cortada uma parte da planta, a seiva refluirá para as remanescentes,

aumentando-lhes o vigor vegetativo. Assim, poda curta resulta sempre em

ramos vigorosos, nos quais a seiva circulará com grande intensidade. As podas

severas, portanto, têm geralmente a tendência de provocar desenvolvimentos

vegetativos, retardando a entrada da planta em frutificação.

Diminuindo a intensidade de circulação da seiva, o que ocorre após a

maturação dos frutos, verifica-se uma correspondente maturação dos ramos e

das folhas. Nesse período acumulam-se grandes reservas nutritivas, que são

utilizadas para transformar as gemas foliares em frutíferas.

Page 129: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

12

9

A frutificação é uma consequência da acumulação de carboidratos. Essa

acumulação é maior nos ramos novos do que nos velhos, nos finos do que nos

grossos.

Dos objetivos enunciados, pode-se concluir que as plantas frutíferas

necessitam de modalidades bem diversas de poda, perfeitamente distintas

umas das outras, de conformidade com a função que cada uma exerce sobre a

economia da planta. A poda acompanha a planta desde a sua infância até a

sua decrepitude. É, pois, natural que vá tendo diferentes funções, adequadas

cada uma às diferentes necessidades da planta, que por sua vez variam com a

idade. Podemos distinguir quatro modalidades principais de poda:

Tipos de poda

Poda de formação:

Que tem por fim proporcionar à planta uma altura de tronco (do solo às

primeiras ramificações da copa) e uma estrutura de ramos adequados à

exploração frutícola. Se a poda de formação for correta, a copa se disporá com

harmonia, simetricamente, proporcionando uma distribuição equilibrada da

frutificação, com arejamento e iluminação convenientes.

Pode-se chamar a poda de formação de condução da planta, podendo ser

considerada como uma poda de educação, sendo executada normalmente no

viveiro, com objetivo de formar mudas com porte, altura e brotações bem

distribuídas. Podendo formar mudas em haste única, comum em macieira e

pereira, onde todas as brotações laterais são eliminadas no viveiro. Já em

mudas que formam uma copa maior como as cítricas, de goiabeira e caquizeiro

na formação da muda a copa é distribuída no tronco em três a quatro brotações

espaçadas entre si em 3 a 5 cm.

Existe também a poda realizada por ocasião do transplante (desplantio) antes

da muda ser levada para o plantio definitivo, denominada de poda de

transplantação, que se faz eliminando as brotações excessivas e, de acordo

com a espécie e a forma de copa que se deseja, deixa-se três a quatro ramos

bem distribuídos e fazendo o desponte de ramos longos, com o cuidado de

executar o corte deixando uma gema vegetativa voltada para fora da copa

inicial. Cortam-se também as raízes muito longas, quebradas e tortas,

buscando o equilíbrio entre a copa e o sistema radicular.

A poda de formação propriamente dita será executada após o estabelecimento

da fruteira no campo. É executada nos primeiros anos de vida da planta. Visa

garantir uma estrutura forte e equilibrada, com ramos bem distribuídos, para

sustentar as safras e facilitar o manejo e a colheita. Normalmente conduz-se a

planta com três ou quatro pernadas formadas, desbrotadas até a planta atingir

Page 130: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

0

um metro de altura, permitindo daí em diante que as brotações das gemas

laterais preencham os vazios da copa, assumindo assim a forma de copa

desejada para cada espécie frutífera em particular.

As formas das árvores podem ser naturais ou artificiais. As naturais têm o seu

emprego nas espécies de folhas persistentes (citros, mangas, abacates, cajus,

etc.) quando praticamente não há necessidade de intervenção do homem,

devido ao hábito de vegetação e frutificação dessas plantas. Porém, as

espécies de folhas caducas, dada a formação de suas gemas frutíferas, exigem

podas anuais para maior rendimento. Essas plantas adquirem, portanto, por

meio de podas constantes, formas artificiais.

As formas artificiais são divididas em haste apoiada e livre.

As hastes livres são utilizadas para os vegetais que sustentam por si só a sua

copa, e as apoiadas quando há necessidade de se tutorar a planta para que ela

adquira uma forma compatível com o tipo de exploração, como por exemplo a

videira.

As formas apoiadas podem ser conduzidas em cordões ou palmetas.

Na condução em cordões, as plantas são apoiadas sobre paliçada, latada ou

cerca.

As principais formas de cordão são: vertical, oblíqua e horizontal.

Palmeta é a forma de condução da planta de modo que os ramos sejam

distribuídos opostamente em série, de dois em dois.

A condução em palmeta pode ser de diversos tipos: U simples, U duplo,

candelabro, verrier, ramos horizontais e ramos oblíquos.

As formas em haste livre podem apresentar os seguintes tipos: pirâmide, fuso,

vaso e guia modificado.

O emprego de um ou outro tipo, quanto ao porte, depende da finalidade e

também dos agentes externos, como vento por exemplo.

A forma de vaso é bastante simples e a que menos contraria os hábitos da

planta.

Figura 1. Poda de formação na forma de vaso (A e B) e guia modificado (C).

Fonte: Simão (1998).

Page 131: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

1

Figura 2. Poda de formação vista de cima: a) pernada; B) braços; C) ramos.

Fonte: Simão (1998).

Poda de frutificação:

A poda de frutificação é iniciada após a copa da planta encontrar-se formada.

Tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de

vegetação da planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para

que haja maior intensidade de vegetação, evitando-se, dessa maneira, a

superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a

decadência rápida das árvores. Desse modo, a poda de frutificação é a

controladora da produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe mais

qualidade e mais consistência. Geralmente as plantas de clima temperado

necessitam deste tipo de poda, dentre elas pode-se citar: figueira, macieira,

marmeleiro, pessegueiro, videira, entre outras fruteiras.

Poda de rejuvenescimento, regeneração e tratamento

Tem por fim livrar as plantas frutíferas dos seus ramos doentes, praguejados,

improdutivos e decrépitos ou, se mais energicamente executada, reformar

inteiramente a copa, renovando-a a partir das ramificações principais,

eliminando focos de doenças e de pragas, reconstituindo a ramagem já estéril,

reativando assim a produtividade perdida. Esse tipo de poda radical é

freqüentemente usado no transplante de grandes árvores frutíferas adultas e

no rejuvenescimento de pomares abandonados, mas de vigor ainda razoável,

apresentando troncos íntegros. É ainda o tipo de poda que se aplica às

fruteiras intensamente parasitadas por brocas, cochonilhas, ervas-de-

passarinho, algas, fungos, ácaros e outras pragas e moléstias da parte aérea,

mas cuja eliminação se justifique, por se tratar de plantas da valor.

Page 132: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

2

Normalmente, são cortadas as pernadas principais, a 40 cm do solo e com

isso, deve-se iniciar o processo de formação da planta novamente. Esses

cortes são maiores no inverno, e logo após, recomenda-se a aplicação de uma

pasta fungicida, normalmente cúprica, no local do corte o que facilita a

cicatrização e minimiza o efeito do ataque de fungos.

Poda de limpeza:

É uma poda leve, quase simples visita geral a que anualmente se procede nos

pomares, com a tesoura de poda em punho, consistindo na retirada dum

eventual ramo doente, quebrado, seco, praguejado, mal localizado ou

inconveniente. É poda sumária, aplicada às plantas adultas daquelas frutíferas

que requerem pouca poda, como laranjeiras, abacateiros, jabuticabeiras,

mangueiras e outras tropicais. Geralmente, todas as fruteiras necessitam deste

tipo de poda. É um tipo de poda executada normalmente em períodos de baixa

atividade fisiológica da planta, ou seja, durante o inverno ou, como nas cítricas,

logo após sua colheita.

Após a poda de limpeza, geralmente se faz um tratamento químico

(normalmente cúprico) das partes cortadas para reduzir a aparecimento de

doenças.

Intensidade da poda

A intensidade da poda depende da espécie, da idade, do número de

pernadas/ramificações existentes, do sistema de condução da planta, do vigor,

do hábito de vegetação.

Com relação à intensidade, a poda pode ser curta, média ou longa.

A poda curta ou drástica consiste na quase total supressão do ramo. Pode-se

praticar ainda a poda ultracurta, a qual deixa sobre o ramo de uma a duas

gemas. A longa, também chamada leve, deixa o ramo com o máximo de

comprimento (0,40 a 0,60 m). A poda média é um tipo intermediário entre os

dois anteriores.

Dependendo da espécie frutífera, uma mesma árvore, pode receber

simultaneamente os três tipos de podas, dependendo do vigor, da posição e da

sanidade dos ramos.

Época da poda

Basicamente, a poda, pode ser executada em duas épocas: no inverno ou no

verão.

Poda de inverno ou seca

A poda de inverno ou poda em seco é recomendada para frutíferas que perdem

as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira, figueira. Mas o

Page 133: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

3

inverno é uma referência muito teórica e pode induzir alguns erros. Um bom

momento para iniciar a poda é quando os primeiros botões florais surgirem nas

pontas dos ramos, indicando que a seiva começou a circular de novo pela

planta. Se a poda for feita antes, estimulará a brotação na hora errada. Se

efetuada depois, forçará a brotação vegetativa, exigindo mais tarde uma nova

poda.

Por ocasião da poda seca ou de inverno, deve-se considerar a localização do

pomar, as condições climáticas e o perigo de geadas tardias antes da

operação. A poda deve ser iniciada pelas cultivares precoces, passando as de

brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões sujeitas a geadas

tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo possível, até mesmo

quando as plantas já apresentaram uma considerável brotação, normalmente

as de ponteiros.

Deve ser praticada após a queda das folhas. Essa orientação tem por

finalidade propiciar a acumulação de substâncias de reserva no tronco e nas

raízes. Quando se poda antes da queda das folhas, parte das reservas de

carboidratos é eliminada, com conseqüência na produtividade futura. Por outro

lado, a poda executada após a brotação reduz o vigor da planta e os ramos

ficam mais sujeitos a infecção (Simão, 1998).

A poda seca, praticada durante o período de repouso, elimina os ramos que já

frutificaram nas espécies em que eles não tornam a frutificar. Elimina também

os ramos ladrões ou vegetativos, doentes e em excesso.

Poda verde ou de verão

A poda verde ou de verão é realizada quando a planta está vegetando, ou seja,

durante o período de vegetação, florescimento, frutificação e maturação dos

frutos e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação, melhorar a qualidade

e a coloração dos frutos, manter a forma da copa pela supressão de partes da

planta e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. É também

executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes) como as cítricas,

abacateiro, mangueira.

A poda verde consiste em diferentes operações, tais como: desponte, desbrota,

desfolha, esladroamento, incisões e anelamentos, desbaste, desnetamento.

Desponte tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em

comprimento, de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores.

Desbrota é a supressão de brotos laterais improdutivos, ou seja brotos

inúteis, que se desenvolvem à custa das reservas, em detrimento do

florescimento e da frutificação.

Esladroamento os ramos que nascem da madeira velha (do porta-enxerto,

por exemplo) são denominados de ramos ladrões, e não apresentam nenhuma

vantagem, pois exaurem as substâncias nutritivas da planta, perturbando seu

desenvolvimento. Devem ser eliminados. Só não o são quando as plantas

Page 134: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

4

encontram-se em decrepitude e, neste caso particular, eles são utilizados para

revigorar a árvore.

Desfolha é a supressão das folhas com diversas finalidades: melhor

iluminação e arejamento das flores ou dos frutos, eliminação de focos de

doenças e pragas iniciadas na folhagem, é um recurso que melhora a

coloração de frutos, assim com a eliminação do excesso de folhas,

principalmente daquelas que recobrem os frutos, que necessitam de luz para

adquirir coloração (pêra, maçã, ameixa e kiwi). Na videira, são as folhas

próximas aos cachos as responsáveis pela qualidade dos frutos. Esta

eliminação de folhas deve ser feita com bom senso, pois o abuso neste

desfolhamento priva a planta de seus órgãos de elaboração de reservas de

nutrição.

Incisões e anelamentos é o descasque circular, ou seja, remoção de um

anel de casca da base dos ramos novos, têm por finalidade interromper a

descida e com isso a retenção da seiva elaborada próximo à sua gema ou ao

seu fruto. Quando praticados no início do florescimento, aumentam a fertilidade

das flores e, na formação do frutos, melhoram as suas qualidades (tamanho,

coloração e sabor). Deve-se operar com moderação, pois uma série de

interrupções de seiva poderá causar um enfraquecimento do vegetal.

Desbaste é a supressão de certa quantidade de frutos de uma árvore, antes

da maturação fisiológica destes, assim proporcionar melhor desenvolvimento

aos frutos remanescentes.

Dentre as finalidades do desbaste pode-se citar: melhorar a qualidade dos

frutos (tamanho, cor, sabor e sanidade); evitar a quebra de ramos

(superprodução); regularizar a produção; eliminar focos de pragas e doenças;

reduzir as despesas com colheita de frutos imprestáveis (defeituosos,

raquíticos e doentes).

Emprega-se normalmente o desbaste para o pessegueiro, a macieira, a

pereira, a goiabeira, videira (uvas de mesa), etc., por estar o tamanho de seus

frutos ligado a uma maior cotação e, em alguns casos, na tentativa de eliminar

a produção alternada e manter a árvore com produção anual quase idêntica.

Esse processo pode ser praticado em mangueira, macieira e pereira.

O desbaste é feito à mão quando o fruto ainda se encontra em

desenvolvimento inicial e não atingiu 2 cm de diâmetro.

Essa operação é altamente onerosa e cansativa, compensando, porém, os

sacrifícios na sua realização.

Com o advento e o desenvolvimento de indústria química, pesquisas com

hormônios vêm sendo realizadas tanto na Europa como nos Estados Unidos.

O uso de hormônios no desbaste de frutos representa um meio de reduzir as

despesas e a realização da operação em curto espaço de tempo, podendo ser

adicionado a inseticidas. O ácido naftaleno acético (ANA) a 0,2% numa única

aplicação, ou 2,4-D a 0,0001%, tem sido empregado. O 2,4-D, embora efetivo,

causa certas distorções nas folhas (Simão, 1998).

Page 135: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

5

Algumas espécies apresentam estreita correlação entre número de folhas e

qualidade do fruto. Assim, em pessegueiro, é boa a relação de um fruto para

cada 15 ou 20 folhas e, em maçã, de um fruto para cada 30 ou 40 folhas.

Desnetamento é uma poda verde aplicada às videiras, consiste em aparar

com a unha, ou simplesmente arrancar, os ramos secundários que nascem

lateralmente do ramo principal e que são chamados de netos.

Princípios que regem a poda

Para perfeita execução da poda, é necessário um conhecimento da posição,

distribuição e função dos ramos e das gemas e circulação da seiva.

As raízes das fruteiras extraem do solo a água, contendo esta, em solução, os

sais nutritivos que alimentarão a planta. Tal solução constitui a SEIVA BRUTA,

que sobe pelos vasos condutores localizados no interior do tronco e se dirige

até as folhas. Nestas e em presença de luz e perdendo água por transpiração,

a seiva bruta passa por diversas transformações, tornando-se SEIVA

ELABORADA.

A seiva circula pela planta toda, sempre fluindo para as partes mais altas e

mais iluminadas da árvore, razão pela qual os galhos mais vigorosos são

aqueles que conseguem se posicionar melhor na copa e têm uma estrutura

mais retilínea, o que favorece sua circulação. A seiva, circulando pela periferia

da planta, alimenta todos os órgãos e determinam seu crescimento e evolução,

tais como: o desenvolvimento das raízes, o crescimento dos brotos, aumento

dos ramos, folhas, gemas e a frutificação. É por isso também que, o

crescimento da planta tende sempre a se concentrar nos ponteiros dos ramos,

o que se denomina de Dominância Apical. Quando eliminada, através da poda,

ocorre uma melhor redistribuição da seiva, favorecendo a brotação lateral da

gemas.

A circulação rápida da seiva tende a favorecer desenvolvimento vegetativo,

enquanto que a lenta, o desenvolvimento de ramos frutíferos e essa circulação

é em função da estrutura da planta. Quanto mais retilínea, mais rápida a seiva

circulará.

No início do seu desenvolvimento, as fruteiras gastam toda a seiva elaborada

no seu próprio crescimento. Porém, após um certo tempo, variável de espécie

para espécie, a planta atinge um bom nível de desenvolvimento como: tronco

forte, copa expandida e raízes amplas, a planta já fotossintetiza intensamente e

começa a aparecer sobras de seiva elaborada, que serão armazenadas na

planta, em forma de reservas. Quando essas reservas atingem uma suficiente

quantidade, tem começo a frutificação, pois as reservas de seiva elaborada são

invertidas ou gastas na transformação das gemas vegetativas em gemas

frutíferas, que darão as futuras flores e frutas. Com esse desvio para a

frutificação, cessa quase que completamente o crescimento das raízes e da

copa.

Page 136: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

6

Há um antagonismo entre a frutificação e a vegetação, ou seja, enquanto a

planta desenvolve ativamente a sua expansão vegetativa (como acontece nos

indivíduos novos) não há saldo de seiva elaborada para ser aplicado na

frutificação, o mesmo acontece quando há um grande gasto de reservas, como

por exemplo num ano em que ocorre uma superprodução, assim a planta fica

sem saldo de seiva elaborada para, no ano seguinte, formar novas gemas de

fruto. A frutificação é então muito pequena; mas como as raízes continuam a

absorver água e nutrientes e as folhas a fotossintetizar, começa a aparecer

novo saldo de seiva elaborada, o qual, não tendo frutos para desenvolver, é

aplicado em nova expansão das raízes e dos ramos. Com esta expansão

poderá resultar em novos saldos de seiva elaborada, que são armazenados

nos locais de reserva, registrando assim um superávit de seiva elaborada na

planta, com isso grande número de gemas vegetativas é transformado em

gemas frutíferas, tornando a planta a produzir grande safra de fruto, ao mesmo

tempo que vegeta modestamente.

As fruteiras de quintal, abandonadas, sem podas e sem cuidados, a alternância

de anos de fruto com os de escassez é muito freqüente. A poda pode

regularizar esta anomalia, eliminando ramos frutíferos nos anos de frutificação

excessiva, estimulando, deste modo, a expansão de crescimento vegetativos.

As plantas não sujeitas a podas apresentam duas importantes características:

1º) A planta alcança grande volume, porque sua folhagem, sem sofrer

restrição alguma, absorve grande quantidade de água e nutrientes (seiva bruta)

e produz grande quantidade de seiva elaborada (fotoassimilados), a qual é

alternativamente gasta em grande frutificação seguida de grande expansão do

sistema radicular e da copa, essa expansão é apenas limitada pela

conformação específica da planta e pelas condições ambientes (solo, clima,

etc.);

2º) A planta atinge a máxima longevidade, pois a produção contínua de

novas quantidades anuais de ramos, folhas e frutos, que as podas provocam,

acaba por esgotar a planta, abreviando seus dias, o qual não se verifica nos

indivíduos não podados.

Em contraposição, estes apresentam os inconvenientes seguintes:

Frutificação inconstante;

Fruta inferior, tanto em tamanho com em aspecto, pois a seiva que

a faz desenvolver tem de ser distribuída por um grande número de

frutos e ramos, o que não acontece nos pés podados;

Operações culturais mais difíceis, mais caras, devido à maior altura

e o maior volume dos pés. O controle fitossanitário chega a ser

praticamente impossível nos indivíduos de crescimento livre e a

colheita é freqüentemente antieconômica, pois a produção, além de

Page 137: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

7

ser de qualidade inferior, se distribui nas pontas mais altas da

ramagem.

Ao podador é indispensável saber que parte da planta está cortando, pois, de

conformidade com cada planta em particular, há ramos cuja supressão é

indispensável, mas outros existem cuja eliminação redundaria em grave

prejuízo para a produção, porque encerram neles a própria safra de frutos

dentro de suas gemas.

Gemas

Vulgarmente chamadas de olhos, as gemas são em essência o princípio das

folhas, flores e caules, envolto nas escamas corticais do tronco e dos ramos.

São órgãos produtores de ramos e folhas (vegetativas) ou flores (floríferas ou

frutíferas), que variam no aspecto, na forma, no tamanho e na distribuição, de

espécie para espécie. Quanto à localização nos ramos, as gemas são ditas

terminais ou axilares, conforme estão localizadas no ápice dos ramos ou na

axila das folhas. É interessante observar que as gemas são formadas com a

mesma estrutura. O que vai torná-las vegetativas ou frutíferas é o vigor do seu

desenvolvimento, decorrente da quantidade de seiva que recebem. Como já foi

dito a frutificação só tem início quando a planta já conseguiu armazenar uma

determinada quantidade de reservas de seiva elaborada.

As gemas de folhas ou lenhosas distinguem-se das floríferas ou de frutos pela

sua constituição interna e externa. Gemas mais vigorosas e mais pontiagudas

irão se transformar em ramos vegetativos. As de frutos são quase sempre mais

volumosa, de forma oval-alongada, e as de lenho são mais alongadas e

afuniladas. As primeiras apresentam-se mais macias ao tato, e as últimas, mais

ásperas.

Em princípio, gemas mais vigorosas e mais pontiagudas irão se transformar em

ramos vegetativos. As floríferas, têm uma forma mais arredondada e devem ser

preservadas.

As gemas podem ser naturais ou adventícias. As naturais são aquelas que

surgem nos ramos normalmente segundo a tendência da planta, e as

adventícias, as que emergem sob ação mecânica.

As gemas localizadas na parte superior dos ramos, brotam antecipadamente e

com maior vigor que as laterais, prolongando o ramo devido sua abertura

lateral ser bem menor. Baseando nisso podemos dizer que ramos verticais

tendem a serem mais vegetativos, e os inclinados, por onde a seiva circula de

forma mais lenta, possuem maior potencial frutífero.

A duração das gemas está intimamente relacionada à biologia da planta e aos

tratos culturais. Há espécies em que as gemas não ultrapassam um ciclo

vegetativo, e outras em que duram vários anos.

As podas dos anos anteriores têm muita influência sobre a formação das

gemas, quer frutíferas quer vegetativas. Se as podas passadas foram severas,

Page 138: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

8

a planta foi privada de grande parte de sua copa e, portanto, pouca seiva bruta

pôde ser transformada em seiva elaborada. Como conseqüência, espera-se

muita vegetação e pouco florescimento. Ao contrário, se foram brandas as

podas anteriores, é de se esperar que muita seiva bruta pôde ser transformada

em seiva elaborada e que o afluxo desta contribuiu para a diferenciação de

grande quantidade de gemas vegetativas em frutíferas.

Já pela poda do ano em si pouca coisa pode fazer o podador no sentido de

aumentar a frutificação. Pode-se, entretanto, melhorar a produção do ano em

qualidade e preparar a planta para maiores safras vindouras.

Ramos

Ramos são ramificações oriundas de gemas. Segundo sua função, dividem-se

em: ramos lenhosos (vegetativos), mistos e frutíferos.

Ramos lenhoso os vegetativos

Caracterizam-se pelo vigor, pelo aspecto da casca, normalmente lisa, e pelos

internódios relativamente longos.

Os ramos lenhosos, segundo sua origem e posição, podem dividir-se em

adventícios e ladrões.

Os ramos adventícios têm origem em causa mecânica como pancada, incisões,

etc.

Ramo ladrão é o ramo vegetativo, muito vigoroso, vertical, pouco ramificado e

devem ser eliminados.

Os ramos ladrões têm origem em gemas aparentes e podem ser classificados

em naturais ou bravos, segundo a sua localização. Os naturais nascem das

gemas do enxerto e os bravos de gemas do porta-enxerto.

Os ramos recebem denominação particular, de acordo com a sua posição na

árvore. Pernadas são as primeiras ramificações, que partem diretamente do

tronco ou da haste. Destas surgem ramos que são denominados braços. As

ramificações dos braços dizem-se genericamente ramos (Figura 2).

Ramos mistos

Apresentam as funções de crescimento e produção, ou seja, apresentam ao

mesmo tempo desenvolvimento vegetativo e exibem gemas frutíferas, quer no

ramo do ano, quer no do anterior. Exemplos: pessegueiro, figueira, videira.

Ramos fruteiros

Page 139: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

13

9

São apresentados por algumas espécies, principalmente de folhas caducas,

que possuem ramos de frutos especializados.

Esses ramos são normalmente curtos e de aspecto corrugado. Se eliminarmos

tais ramos, a planta só produzirá vegetação. As principais representantes

dessa espécie são: pereira, macieira, ameixeira européia, cerejeira.

Os ramos especializados se originam, como os ramos todos, de uma gema

vegetativa.

Os ramos frutíferos classificam-se em: dardos, esporões (lamburdas), bolsas e

brindilas.

Dardos são os ramos pequenos, pontiagudos, com entrenós muito curtos.

Desenvolvem-se lentamente e apresentam uma roseta de folhas nas

extremidades.

Dá-se o nome de esporão simples ao dardo com gema terminal floral.

Constitui ramo de fruto propriamente dito.

O dardo com o tempo se ramifica, dando origem a um esporão ramificado.

Os esporões, devido ao desenvolvimento lento e ao acúmulo de substâncias de

reserva, apresentam com o tempo, um engrossamento na extremidade, em

forma de bolsa.

A passagem de dardo para esporão depende de um determinado equilíbrio na

fisiologia da planta, entre a seiva bruta remetida pelas raízes e as substâncias

elaboradas pelas folhas. Se esse equilíbrio é rompido graças à maior

quantidade de seiva elaborada, muitos dardos serão “promovidos” a esporões.

As bolsas nada mais são do que um esporão com vários anos que alterou sua

forma externa e passou a receber essa denominação. Elas podem fixar vários

frutos ao mesmo tempo. É uma parte curta, inchada, com enorme quantidade

de substâncias nutritivas, que formam-se no ponto de união da fruta colhida

com o ramo. Pode dar origem a novas gemas florais, dardos, lamburdas,

brindilas ou vários deles de cada vez.

Brindilas são ramos finos, com 3 a 5 mm de diâmetro e de 0,50 a 0,20 m de

comprimento. Não apresentam importância econômica. Surgem em plantas mal

podadas ou naquelas velhas e não tratadas.

As brindilas apresentam uma pequena gema terminal e surgem na base das

plantas sem os devidos cuidados culturais.

Nas pereiras e macieiras decrépitas, esgotadas e também, ao contrário,

naquelas com vegetação luxuriante, as lamburdas são raras e os dardos

abundantes.

Conforme a natureza dos ramos que possuem, as plantas frutíferas podem ser

divididas em três grupos:

1º) Plantas com ramos especializados são plantas que só dão fruta sobre

ramos especiais. Os demais ramos dessas plantas só produzem brotos

vegetativos e folhas. Esses ramos especializados são geralmente curtos e

denomindados esporões, em contraposição aos vegetativos, que são longos e

Page 140: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

14

0

vigorosos. Este é o caso das macieiras, pereiras, ameixeiras européias,

cerejeiras, etc.;

2º) Plantas com ramos mistos são plantas que além de frutificarem sobre

esporões, frutificam também sobre ramos do ano anterior, ou seja apresentam

ramos mistos, já que tais ramos tanto dão flores e, portanto frutos, como

também crescimentos vegetativos. Exemplos: pessegueiros, ameixeiras

japonesas, videiras e figueiras.

3º) Plantas em que as flores nascem sobre ramos da brotação nova

nestas plantas, o ramo frutífero ao invés de vir formado do inverno, nasce na

primavera e floresce mais ou menos abundantemente, conforme as condições

lhe são mais ou menos propícias. Exemplo: plantas cítricas em geral.

Influências exercidas na planta cítrica apenas alguns meses, ou mesmo umas

poucas semanas antes da nova brotação, podem determinar a abundância ou

a escassez do seu florescimento.

Instrumentos utilizados para poda

Não existe bom podador sem boa ferramenta, isto é, a apropriada, a limpa, a

afiada e lubrificada. Não considerando os casos especiais e raros, três

ferramentas são indispensáveis ao podador: tesoura de poda, serrote de podar

e a decotadeira. Porém inúmeros são os instrumentos e ferramentas utilizados

na execução das diferentes modalidades de poda, até o machado, a foice e a

serra grande ou trançadeira podem, às vezes, entrar na relação das

ferramentas do podador. Existem também instrumentos especializados como

tesouras para desbaste de cachos de uva, alicate para incisão e anelamento,

etc.

A tesoura de poda é a ferramenta típica do podador, servindo para os diversos

tipos de poda. É empregada para corte de ramos com diâmetro de até meia

polegada, além desse limite convém empregar o serrote de poda.

Execução da poda

Como foi visto, é importante antes de empunhar qualquer instrumento de poda

conhecer bem a fruteira a ser podada, sua fisiologia e seu estado nutricional e

sanitário, o objetivo da exploração, a época em que deve ser realizada a poda,

que tipo de poda e em que intensidade deve ser praticada, para que se tenha

êxito nessa operação.

A poda de um ramo pode ser por supressão, ou seja, pela eliminação desse

ramo pela base ou rebaixamento, quando apenas se apara esse ramo em

comprimento.

Page 141: 162075535 Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

14

1

Na supressão de galhos grossos, feita naturalmente com o serrote, o corte

deve ser bem rente à base do galho e bem inclinado.

Um corte ideal e preciso, realizado de uma só vez, deve observar uma

inclinação de 45 graus aproximadamente, no sentido oposto ao da gema mais

próxima, o que evita o acúmulo de água, que poderia causar o apodrecimento

do ramo e aparecimento de fungos. Assim cortes de espessura maior que 3,0

cm devem ser protegidos com pastas cicatrizantes à base de cobre.

Várias fruteiras requerem podas especiais (sejam de formação ou de

frutificação) como por exemplo: Videira; Pessegueiro; Figueira; entre várias

outras.