1.4 – estamparia

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    UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

    DESIGN GRFICO COM NFASE EM TIPOGRAFIA

    DESIGN GRFICO DE SUPERFCIE CONTEMPORNEO

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    Ana Elisa Queiroz

    Everton Santana de Souza

    Gian Piero

    Raphael Souza

    Thales Barbosa

    So Paulo

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    Ana Elisa Queiroz

    Everton Santana de Souza

    Gian Piero

    Raphael Souza

    Thales Barbosa

    DESIGN GRFICO DE SUPERFCIE CONTEMPORNEO

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    Pesquisa desenvolvida para a matria

    Pesquisa e Projeto Transdisciplinarcomo exigncia parcial para o Trabalhode Concluso de CursoTCC.

    Orientadores: Prof. Dr. Gisela Belluzzo

    Prof. Me. Jos Neto de Faria

    So Paulo

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    1.4Estamparia

    As estampas, como forma de linguagem visual, podem representar

    conceitos, expresses ou servir simplesmente como decorao. Esto

    presentes no cotidiano, desde em peas de vesturio at superfcies de vitrais

    de edifcios. Contudo, esta pesquisa esta concentrada no estuda da estamparia

    para as superfcies txteis.

    O surgimento das estampas difcil de ser determinado, porm,

    segundo Miriam Levinbook (2008, pg.34), os primeiros tecidos estampados deque se tem relato, foram oriundos da Indonsia, produzidos atravs de tcnicas

    indianas de estampar, e tambm do Egito aonde encontrou-se vestgios do que

    pode-se considerar uma das primeiras formas de estamparia:

    a partir dos mtodos de estampar originados das culturas indianas(sem data definida) e expandido para a Indonsia, que se tem notcia

    dos primeiros tecidos estampados. Tambm, nas paredes pintadasdas tumbas dos antigos egpcios j apareciam indcios de vestesdecoradas que se presumia ser de desenhos impressos em tecidos(LEVINBOOK, 2008, pg.34).

    provvel que no passado as estampas fossem mais decorativas e

    ornamentais do que conceituais. Na contemporaneidade as estampas exercem

    um carter decorativo e esttico, porm a questo conceitual das estampas algo importante, como poder ser verificado mais adiante.

    Evelise Rthschilling (2008, et. al.), artista, designer, professora e

    coordenadora do Ncleo de design de Superfcie - NDS da UFRG defende que

    a estamparia um processo de impresso de padres de elementos estticos

    sobre os tecidos. O designer neste processo realiza o desenvolvimento dessa

    estampa com total adequao a processos tecnolgicos para ser devidamente

    impressa.

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    Rthschilling (2008), destaca a importncia do designer ter controle

    sobre os processos e as tecnologias disponveis no mercado, porm, antes de

    abordar se esta questo, imprescindvel compreender-se a importncia que a

    estamparia tem para o mercado txtil.

    Conceituar uma estampa, assim como em qualquer outro projeto de

    design, fundamental para a definio dos elementos visuais mais adequados

    a comunicao com o pblico-alvo definido. As estampas so elementos

    chaves do sucesso comercial dos produtos txteis, pois so responsveis pela

    mensagem ao receptor e transmisso de valores, princpios, emoes e

    sentimento por cores, texturas, formas e composio.

    Em um alto potencial esttico, a estampa, representao nasuperfcie txtil, seduo. Engana o observador, consumidor que

    quer ser enganado ao consumir ironia, humor, jogo, poesia, conceitoe moda (MACIEIRA; PONTES, 2007, pg.101).

    As estampas possuem esta qualidade de dialogar com o pblico-alvo ao

    qual ela se destina. provvel que esta qualidade relacione-se com o ato de

    pensar ou de agir de uma determinada pessoa ou grupo, a estampa realiza a

    funo de veculo de comunicao promovendo a exposio de idias e

    conceitos que unem produto e consumidor. O designer Grfico busca

    desenvolver ento a conexo entre conceitoestampapblico alvo, atravs

    da linguagem visual.

    Todas as reas do design, com maior ou menor apelo visual, utilizam

    recursos da linguagem visual como meio de expresso. Trabalhamcom o mesmo material, mas fazem coisas diferentes, porque tmobjetivos e metodologias diferentes(RTHSCHILLING, 2008, pg.61).

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    Alm dos elementos visuais bsicos, plano, ponto, linha, forma, tom,

    ritmo, cor, dimenso e movimento, o designer grfico deve identificar os

    elementos especficos de cada projeto pois como esclarece Rthschilling

    (2008), de uma maneira geral, a sintaxe visual no design de superfcie pode sercomunicada de trs maneiras:

    1) Figura ou motivos - so formas ou conjunto de formas nointerrompida (...) 2) Elementos de preenchimentos - so texturas,grafismos, etc., que preenchem planos e/ou camadas, responsveispela ligao visual e ttil dos elementos. (...) 3) Elementos de ritmo -so elementos com mais fora visual que os demais (...) Essa fora

    ou tenso conseguida pela configurao, posio, cor dentre outrosaspectos conferidos aos elementos no espao (RTHSCHILLING,2008, pg.61).

    Atravs da aplicao devida dessas tcnicas de linguagem visual, o

    designer pode tentar controlar, na criao das estampas, o caminho mais

    objetivo e claro para prender a ateno do receptor da mensagem,

    consumidor, e este, por sua vez, entend-la.

    O resultado final de toda experincia visual, na natureza e,basicamente, no design, est na interao de polaridades duplas:primeiro, as foras do contedo (mensagem e significado) e da forma(design, meio e ordenao); em segundo lugar, o efeito recproco doarticulador (designer, artista ou arteso) e do receptor (pblico)

    (DONDIS, 2007, p.50).

    Na rea de estamparia, o designer deve pensar em nos produtos como

    princpios distintos para explorar a linguagem visual a estamparia localizada e a

    estamparia corrida.

    A estampa localizada, como o prprio nome diz, quando o desenho,

    arte, ilustrao se encontra em uma regio localizada, mangas, costas, frente

    e lateral, das peas de vesturio. A estampa pode ser feita com a pea prontaou aberta quando a pea ainda encontra-se no costurada.

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    No necessrio que haja uma preocupao na montagem da pea para que

    as estampas se liguem uma nas outras, pois a composio no depende

    destes encaixes.

    Figura 23Exemplo de imagem localizada, (Fonte: SOUZA ,2011).

    A composio de uma estampa, seja ela corrida ou localizada, diz

    respeito distribuio e organizao de motivos dentro de umamoldura de referencia. Por meio da forma dos elementos visuais, das

    relaes entre eles, e da direo em que sero dispostos,

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    determinaro o contedo final do desenho (LEVINBOOK, 2008,

    pg.68).

    Ao contrrio da estampa localizada, a corrida aquela estampa que

    percorre todo o tecido, o modulo se repete ao longo do desenho, o tecido

    estampado chamado de estampa corrida. Quando o designer grfico prope-

    se a criar uma estampa corrida, necessrio ter a conscincia de que a

    estampa no pode ser aplicada na pea confeccionada, deve ser feita no tecido

    ainda aberto. Para dar origem a uma estampa corrida, o designer deve realizar

    a criao de um mdulo quadro que contenha todos os elementos visuais que

    sero repetidos na extenso do tecido, formando a estampa. O Mdulo a

    unidade da padronagem, isto , a menor rea que inclui todos os elementos

    visuais que constituem o desenho(RTHSCHILLING, 2008, p.61).

    Comumente, quando se elabora uma estampa corrida, o designer faz

    uso de uma tcnica conhecida como rapport,termo oriundo da Frana muito

    utilizado no universo da estamparia quando se diz respeito repetio. Essa

    tcnica consiste em realizar a repetio do mdulo por toda a extenso dotecido, considera-se bem sucedida quando o mdulo desaparece e o

    observador v a estampa como um desenho nico, no fragmentado.

    Figura 24Exemplo de imagem corrida, (Fonte: SOUZA, 2011).

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    2 Processos grficos em estamparia industrial

    A estamparia industrial, segundo Miriam Levinbook, 2008, pg.43, segue

    trs mtodos bsicos de estampagem: quadros, cilindros e estamparia digital.

    A estamparia a quadro refere-se ao processo de Serigrafia ou impresso Silk-

    Screen, que em portugus significa tela de seda, nome dado porque nos

    primrdios, a seda era o tecido ideal para a confeco das telas, por ser mais

    fina, leve e esticvel sobre as molduras de madeira (LEVINBOOK, 2008, p.43).

    Com o avano tecnolgico dos plsticos, o polister e a poliamida, passou-se a

    utiliz-los para a confeco da tela no processo serigrfico. E com o passar do

    tempo, as molduras passaram a ser produzidas tambm em alumnio.

    Neste processo de impresso, para a gravao do desenho,

    necessrio realizar a separao das cores, pois cada uma delas aplicada no

    tecido com um quadro diferente. Atravs de um procedimento fotoqumico,

    ocorre a gravao na tela do lado externo do quadro, na qual vazada na

    forma de minsculos pontos em que a tinta ir passar.

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    Figura 25Impresso em silk-

    screen(Fonte:http://3tdeb.files.wordpress.com/2011/01/img_9304.jpg, Acesso em: 20/05/2011)

    Existem dois processos de estamparia a quadros: o manual e o automtico. No

    processo manual para estampas corridas comum utilizar um quadro de 90

    centmetros por 1,60 centmetros. O tecido repousado sobre uma mesa

    previamente preparada com uma cola especial, passa-se um cilindro na mesa

    para fixar o tecido e usa-se um equipamento chamado Chaveta para marcar oponto exato de encaixe do mdulo. Os estampadores necessitam ter controle

    sobre a batida, esse termo diz respeito ao movimento que realizado ao

    passar a rgua, ferramenta utilizada para espalhar a tinta no quadro de um lado

    ao outro da mesa:

    A presso exercida pelos estampadores de fundamental

    importncia para que no apaream manchas, ou para que noaconteam problemas de mais quantidades de tinta de um lado emenos do outro (LEVINBOOK; 2008, pg.43).

    Para estampas localizadas, pode-se utilizar o processo manual ou

    automtico, porm, cada um possui suas exigncias e mtodos, assim como

    aparelhos, parcialmente diferentes da aplicao da estampa corrida. Neste

    processo, a pea aberta colocada sobre a mesa e o estampador passa a

    rgua sobre o quadro. Para estampas localizadas, utilizam-se quadros

    menores para estampar o local desejado da pea.

    O avano tecnolgico trouxe a automatizao do processo de

    impresso, tornando o procedimento de estampagem mais fcil e gil. Para

    maiores escalas de produo, dependendo do resultado que se quer, utiliza-se

    a estamparia com quadros automtica (LEVINBOOK, 2008, pg.47).

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    Figura 26Impressora para tecidos. (Fonte:

    http://2.bp.blogspot.com/_1oGdnFgDjyw/TM70tMHShWI/AAAAAAAAAIs/zOrvcyvEbew/s1600/foto_digital_

    6.jpg, acesso em: 20/05/2011)

    No sistema automtico, as mquinas utilizam uma esteira onde o tecidoficar repousado, quadros com a tinta desejada e a rgua tambm automtica,

    para espalhar a tinta sobre a tela. O procedimento simples: a esteira se

    movimenta, carregando o tecido, os quadros descem e a rgua espalha a tinta.

    Este processo repetido at que o tecido esteja completamente estampado.

    Quando a pea est fechada, o processo de estampagem ocorre em

    uma mquina conhecida como Carrossel. Esta possui placas similares a

    bandejas, aonde o estampador coloca as peas fechadas, os quadros

    movimentam-se sobre as peas de forma circular.

    A estampagem com cilindros exige cilindros metlicos, os quais

    comumente so utilizados em um processo de estampagem direta no tecido,

    como tambm em um processo conhecido como transfer ou sublimao.

    No processo de estamparia direta, o cilindro anexado sobre umaesteira que puxa o tecido, este por sua vez passa sob o cilindro que imprimi a

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    estampa, no qual cada orifcio do cilindro um canal por onde sair cada cor

    da estampa.

    No modo de transfer, existe uma variao com relao estamparia

    direta. O desenho a ser estampado impresso em um papel especial, em

    seguida, a estampa transferida deste papel para o tecido o qual fica exposto

    a alta temperatura. Vale ressaltar que para se obter um resultado agradvel, o

    tecido deve ser composto de no mnimo 50% de polister. Um fator importante

    a respeito dos cilindros que os que so utilizados na estamparia direta, no

    podem ser utilizados no transfer e vice-versa.

    Tanto na estamparia direta ou por transferncia, existe uma limitaotcnica de cores por desenho (...). Este aspecto importante e deveser considerado pelo designer, visto que a criao do desenho j seinicia com este limitador (LEVINBOOK; 2008, pg.51).

    A estamparia digital, popularmente chamada estamparia a jato de tinta,

    um processo de estampagem moderno, que imprimi a estampa diretamente

    no tecido, sem ser necessrio a gravao de uma matriz de impresso. um

    procedimento rpido, embora possua um preo consideravelmente elevado

    pela simplicidade do mtodo.

    A estamparia digital mais uma possibilidade de se processar o

    desenho em produo industrial. Uma das vantagens deste tipo de

    tcnica, estabelece-se na medida em que a quantidade de cores maior que nos processos convencionais, promovendo a criao deestampas mais elaboradas, com mais elementos visuais, e maiorvariao nas combinaes de cores (LEVINBOOK; 2008, pg.51).

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