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  • Colabor@ - Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529 Volume 6, Nmero 22, Fevereiro de 2010

    A ATUAO DOS TUTORES NOS CURSOS DE EDUCAO A DISTNCIA

    Rejane Leal Schlosser1

    RESUMO

    Este artigo ressalta a importncia e a atuao dos tutores nos cursos de educao a distncia e as funes exercidas por esse profissional, investigando tambm a proximidade destas com as funes desempenhadas por um professor.

    Palavras-chave: Educao a distncia. Histrico da EAD. Formao de tutores. Tutoria. Tutor presencial. Tutor a distncia.

    1 INTRODUO

    O ensino a distncia torna-se cada vez mais praticado por muitas pessoas e presente na rotina dos brasileiros quando nos referimos a educao em nosso pas. A modalidade de ensino a distncia, a EAD, surgiu no Brasil no sculo XIX, com cursos profissionalizantes feitos por meio de correspondncias e assim permaneceu durante muitos anos, at chegar aos dias atuais. Vrios so os fatores que levam alguns estudantes a optarem por essa modalidade, como, por exemplo, a construo autnoma de seu tempo de estudo, o no-deslocamento de sua residncia para outros espaos, as necessidades constantes de atualizaes e capacitaes que o mercado de trabalho exige de determinados profissionais e o vasto campo de meios e ferramentas que as novas tecnologias oferecem. A procura por cursos na modalidade a distncia nos desperta um olhar crtico sobre o sistema de educao formal e seu real valor na vida adulta. Compreendemos que as relaes interpessoais entre professores e alunos so extremamente vlidas e ricas, mas no depende somente delas o sucesso de uma carreira profissional, mas sim da construo de conceitos e conhecimentos advindos da vida acadmica do prprio aluno. A denominao a distncia nos induz a pensar em distncia geogrfica e isolamento. No entanto, est a o ponto chave da EAD, superar qualquer distncia, aproximar, interagir, utilizando para isso meios tecnolgicos, como televiso, internet, videoconferncia, telefone, e-mail, entre outros, e o principal, pessoas. Apesar de os professores, coordenadores, tutores e demais envolvidos nessa modalidade estarem do outro lado, muitas vezes, visualizadas em fotografias estticas, esto, em boa parte do tempo, comprometidos no ato de orientar da melhor forma possvel esse aluno distante. Assim, o papel do professor desloca-se do contexto habitual da sala de aula e passa a interagir com seus alunos por meio de outras formas e materiais tecnolgicos, mediando a construo do conhecimento do aluno. Em parceria com o trabalho do professor em EAD, encontramos a participao de um individuo que facilitar o percurso do aluno nessa metodologia, o tutor.

    1Arte-educadora e tutora presencial do curso de Artes Visuais na modalidade a distancia (Ufes). Mestre em Teatro, Cultura e Educao (Unirio). Bacharelado e licenciatura em Artes Plsticas (Ufes). E-mail: [email protected]

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    A modalidade de EAD, estabelece um rompimento da relao face a face entre alunos e professores e tambm do espao-temporal, fazendo crer que podem existir relaes de ensino e aprendizagem sem a necessidade de haver um grupo homogneo de alunos que convivem em um mesmo espao e tempo. Essas rupturas fazem com que o aluno da EAD decida sobre seu processo formativo de forma autnoma e independente. No entanto, por trs dessa autonomia, encontra-se um mediador, um orientador, algum denominado tutor, um novo tipo de educador que sugere novos caminhos, fomenta pensamentos e faz, de forma gradativa, a interao entre os contedos, o professor e as prticas, induzindo o aluno a criar e/ou repensar conceitos que, sem dvida, sero to significativos quanto aos do ensino presencial. Conforme destaca Azevedo (2008, p. 25),

    nesse processo de construo do conhecimento, que envolve diferentes atores e tem no tutor um personagem fundamental, necessrio entender a aprendizagem como pessoal, potencializada pelo grupo, com interferncia da ao dos orientadores acadmicos, visando a obter objetivos bem marcados e definidos.

    Sob essa tica, o tutor tido como o orientador do aluno em EAD e a principal funo que o compete a de acompanhar a vida acadmica dos estudantes, apontando caminhos e encontrando em parceria solues para determinados problemas ou propostas. O tutor o elemento de transio e ligao na relao entre professor e aluno. O valor de sua atuao est no fato de que esse agente um facilitador do conhecimento e, por essa ao, deve estar inteiramente consciente e integrado quanto aos contedos, metodologias, matrias, atividades e, sobretudo, o contexto em que seu aluno est inserido, sua realidade, suas limitaes e principalmente, seu potencial. Conforme Preti (1996, p. 27), o tutor, respeitando a autonomia da aprendizagem de cada cursista, estar constantemente orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensino-aprendizagem. por intermdio dele tambm que se garante a efetivao do curso em todos os nveis. Em suma, o tutor aquele que em muitos momentos representa o curso e por isso que autores depositam em sua atuao o sucesso ou no da educao a distncia. Segundo Iranita S (1998, apud MACHADO, 2004, p. 2), a tutoria como mtodo nasceu no sculo XV nas universidades, onde foi usada como orientao de carter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a f e a conduta moral. Posteriormente, no sculo XX, o tutor assumiu o papel de orientador e acompanhante dos trabalhos acadmicos, e com esse mesmo sentido que foi incorporado aos atuais programas de educao a distncia. A atuao dos tutores nos cursos de EAD um dos principais pontos de reflexo deste artigo. Atualmente, a formao de tutores um grande desafio para a modalidade a distncia, na medida em que esse profissional tem ganhado maior relevncia por parte de cada vez mais autores, que salientam sua importncia para o sucesso dos cursos de EAD. Este trabalho pretende, a partir de pesquisas tericas, ressaltar a importncia dos tutores na EAD, reforando quais so as funes que eles exercem nessa modalidade e que proximidade mantm com as funes desempenhadas por um professor. Por isso, levantamos questes como O tutor seria um orientador acadmico? e J que os tutores so to importantes para os cursos em EAD, existe por parte dos gestores desses cursos preocupaes quanto formao e capacitao desses profissionais?.

    2 O HISTRICO DA EDUCAO A DISTNCIA

    O objeto de pesquisa deste artigo concentra-se em analisar e fundamentar a funo do tutor na educao a distncia, a fim de valorizar o trabalho desse profissional e tambm dessa modalidade de educao, que, para alguns, no a ideal, mas, para outros, uma

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    oportunidade de incluso educacional. No entanto, antes de discorrer sobre o tema, torna-se necessrio apresentar um levantamento histrico sobre a EAD, assim como discorrer sobre o uso da tecnologia e o crescimento dessa modalidade no Brasil, o que proporcionou maior conhecimento e interao sobre o contexto em que esse profissional atua. A modalidade de EAD, surgida no sculo XIX, vista atualmente como uma modalidade educacional nova, que possibilita o uso de recursos tecnolgicos avanados, e apresenta-se como uma promissora metodologia de ensino e aprendizagem. Muitos autores creditam a pases como Frana, Espanha e Inglaterra o incio e a difuso da EAD para o mundo, pois, diferente do Brasil, o sistema educacional dessas naes no dependia nem era controlado pelo Governo. Assim, livres de um controle centralizador, esses pases puderam inovar e desenvolver estratgias de ensino que pudessem atender s necessidades regionais. Data do final do sculo XIX a existncia de algumas instituies europeias e americanas que comearam a ofertar cursos por correspondncia, restritos a atividades tcnicas e que no estavam diretamente ligados a uma formao mais acadmica. Em parte, esse fato acabou por criar uma falsa impresso de que os cursos a distncia serviam apenas para atender parte da sociedade que por questes econmicas e sociais no podiam cursar uma faculdade. Uma das primeiras experincias ocorridas com a educao distncia que se assemelhava a um curso acadmico foi um curso de contabilidade a distncia, ofertado em 1833 na Sucia. Anos mais tarde, outras experincias ocorreram em pases como Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. Nos Estados Unidos, dois importantes exemplos dos primrdios da EAD foram o surgimento, em 1882, de um primeiro curso universitrio de EAD na Universidade de Chicago, que enviava seus materiais de apoio por correio, e a criao, em 1906, da Calvert School, em Baltimore, primeira escola primria que oferecia cursos por correspondncia. No final dos anos 60, a Inglaterra criou a primeira universidade baseada nos conceitos de EAD que vivenciamos hoje, a Open University, que, em uma histria de 35 anos de existncia e trabalho, graduou milhes de pessoas utilizando diversos recursos de comunicao e tecnologia, tornando-se exemplo e referncia s vrias universidades abertas que surgiram em pases como Turquia, Nova Zelndia, ndia e Holanda. Pases como Sucia, Dinamarca, Noruega, Finlndia e Canad utilizaram a EAD como meio de garantir a educao de populaes dispersas por vrios territrios e incapacitadas, pelo rigoroso frio, de se locomoverem aos grandes centros para prosseguir seus estudos. O Canad foi o primeiro desses pases a utilizar satlites de telecomunicaes para programas de educao, investindo na formao de professores e especialistas e garantindo altos nveis de educao bsica. Na dcada de 60, comearam a surgir na Amrica Latina algumas instituies que, seguindo o padro europeu, criaram cursos a distncia feitos por correspondncia. A EAD fortaleceu-se ainda mais com a criao de materiais de suporte, como apostilas, cartilhas, livros e guias. Na dcada de 70, a televiso e o rdio passaram a fazer parte desses materiais de apoio e foram considerados excelentes ferramentas. Anos mais tarde, surgiram os vdeos, as fitas cassetes, os CD-rooms e a internet, complementando ainda mais o conjunto de materiais de apoio de que a EAD pode se utilizar. Quanto ao incio da EAD no Brasil, existiam, no final do sculo XIX, algumas instituies norte-americanas que pretendiam investir nesse promissor modo de aprender no Brasil. No entanto, a precariedade dos servios postais brasileiros na poca e o preconceito social atribudo a essa iniciativa fizeram com que essas instituies desistissem de iniciar seus cursos no pas.

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    Passados alguns anos, novas tentativas de implantao do EAD surgiram com os ideais de Edgar Roquete Pinto e de Henry Morize, que fundaram, em 1923, a Rdio Sociedade do Rio de Janeiro, dando incio aos programas radiofnicos educativos. Em 1939, foi fundado, por Nicolas Goldberger, o Instituto Radiotcnico Monitor, que lanou cursos na rea de eletrnica por correspondncia com o objetivo de formar profissionais tcnicos em conserto de rdios. Seguindo o mesmo estilo, em 1941, surgiu em So Paulo o Instituto Universal Brasileiro, fundado pelos irmos Jacob e Michael Warghaftig, que oferecia formao profissional nos nveis bsico e mdio. Vale ressaltar que ambas as iniciativas alcanaram resultados positivos e existem at hoje. Em 1943, outra grande instituio surgiu com o propsito de formar e educar profissionais a distancia, o Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que criou, em 1950, na cidade de So Paulo, a Universidade do Ar, abrangendo 318 localidades entre os estados do Rio de Janeiro e de So Paulo e utilizando o rdio como ferramenta de ensino, levando conhecimento a pessoas que no sabiam ler nem escrever. A Universidade do Ar oferecia aulas temticas sobre assuntos de interesse comum. Para a realizao dessas aulas, foi criada uma rede de emissoras, como a Rdio Tupi de So Paulo e a Rdio Difusora de Ondas Curtas. Os materiais de apoio eram enviados por correio e as aulas eram ministradas ao vivo para os alunos ouvintes com a presena dos professores na rdio-sede. Dessa forma, durante anos, a EAD foi utilizada para capacitar profissionais menos qualificados e de pouco poder aquisitivo, oferecendo cursos profissionalizantes e outros que se limitavam a garantir um reforo escolar. Em 1970, um projeto rdio-educativo foi criado pelo Servio de Radiodifuso Educativa do Ministrio da Educao e Cultura, o Projeto Minerva, caracterizado com uma alternativa ao sistema tradicional e formal do ensino, que oferecia uma suplementao de estudos, revisando e reforando contedos escolares. A criao desse projeto foi possvel devido a um decreto presidencial que determinava a transmisso de programao educativa em carter obrigatrio por todas as emissoras de rdio do pas. No final da dcada de 70 e incio dos anos 80, surgiram com uma proposta semelhante a do Projeto Minerva, os telecursos de 1 e 2 graus, com o apoio da Fundao Roberto Marinho (Rede Globo de TV) e convnio com a Fundao Padre Anchieta (TV Cultura de So Paulo). O uso de aparelhos de TV permitiu que outras iniciativas surgissem. Nesse sentido, programas destinados formao de professores foram oferecidos com o propsito de motivar e repensar a prtica cotidiana de sala de aula, capacitando e formando professores em nvel de 2 grau. Esses cursos foram se adaptando realidade dos professores e, em 1992, o Governo Federal lanou o Programa de Valorizao do Magistrio, com o objetivo de ampliar e atualizar os cursos j oferecidos, que passaram a utilizar recursos mais tecnolgicos como internet, videoconferncias entre outros. Nesse sentido, o surgimento e a utilizao das novas tecnologias de comunicao e informao fizeram com que a dcada de 90 fosse o marco da consolidao da EAD como modalidade de ensino. Ainda em 1992, com apoio do Governo Federal, foi lanada a TV Escola, com o objetivo de aperfeioar e atualizar os professores das redes pblicas de ensino, capacitando aqueles que tinham problemas em frequentar aulas presenciais por causa da falta de tempo e das distncias geogrficas. O avano da informtica e das telecomunicaes, assim como o surgimento da internet, fez com que a EAD se renovasse e abrangesse cursos de nveis diferenciados, como os de graduao superior e ps-graduao em diferentes nveis de conhecimento. Nesse contexto, com inmeras propostas educacionais a distncia surgindo, o Governo Federal criou, em 1996, uma legislao prpria, a fim de regulamentar a EAD e propiciar o credenciamento de instituies pblicas e privadas aptas a lanar cursos nessa

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    modalidade. Assim, as bases legais para a EAD no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996), regulamentada pelo Decreto 5.622 de 19 de dezembro de 2005. A lei 9.394/96 assegura aos jovens e adultos que no puderam concluir sua vida escolar em idade regular o direito de prosseguir seus estudos por meio da educao a distancia. Cabe ressaltar a participao do Poder Pblico no incentivo ao desenvolvimento e veiculao de programas de ensino a distncia e de educao e capacitao de professores, assim como a regulamentao dos requisitos para a realizao de exames e registro de diplomas relativos aos cursos de educao a distncia. Alm disso, cabe ao Poder Pblico a concesso de canais com finalidades exclusivamente educativas e o provimento de custos de transmisso em canais comerciais de radiodifuso sonora e de sons e imagens, entendendo que a educao a distncia necessita de um tratamento diferenciado ao do ensino regular. Tratando a EAD como modalidade educacional, as relaes de ensino e aprendizagem entre alunos e professores devem ocorrer como nos outros sistemas educacionais formais. Dessa forma, a EAD prev a obrigatoriedade do momento presencial, seja nas avaliaes dos alunos, nos estgios, nas apresentaes ou nas defesas de trabalhos de concluso de curso. Em um parecer geral dessa lei, percebe-se a preocupao por parte dos rgos federais quanto qualidade dos cursos oferecidos em EAD no que tange ao credenciamento de instituies que ofertam essa modalidade, assim como a autorizao, a renovao e o reconhecimento dessas instituies. Desse modo, a quantidade de oferta no pode vir desprovida de qualidade, pois, mesmo tendo em nossa poca uma diversidade maior de meios e tecnologias disposio, de nada adiantar ao estudante e a sua formao integral se os mtodos e meios no passarem por uma sistematizao criteriosa dos rgos pblicos responsveis. Grandes conquistas ocorreram e trouxeram modalidade a distncia maior valorizao e, consequentemente, maior procura. As novas tecnologias surgidas no sculo XX aproximaram regies e possibilitaram maior interao entre professores e estudantes, contribuindo de forma positiva para o crescimento e a difuso dessa modalidade. O desenvolvimento da tecnologia permite a criao e o enriquecimento de novas propostas em EAD, proporcionando maior agilidade no estudo de contedos, na confeco de projetos educacionais virtuais, na interatividade, na socializao de saberes e tambm pessoas e na participao simultnea dos agentes envolvidos, como professores, tutores e alunos. No entanto, mesmo com a legalidade e a superviso das autoridades governamentais e dos esforos de vrias instituies, ainda existe resistncia e questionamentos quanto qualidade do ensino a distncia, a aceitao de diplomas dessa modalidade no mercado de trabalho e desistncia ou abandono da continuidade dos estudos de alguns alunos matriculados, de quem so exigidos disciplina e organizao do tempo dedicado ao estudo. Alm desses fatores que ameaam a popularizao da EAD, existe ainda as dificuldades por parte de alguns estudantes em lidar com as novas tecnologias e o analfabetismo virtual. Mesmo com dificuldades e obstculos, a EAD continua a fazer parte do cotidiano de muitas pessoas, tomando fora, ampliando seu campo de atuao e levando o conhecimento a parcelas cada vez maiores de pessoas, em diferentes reas de trabalho, pesquisa e culturas. Alm disso, a educao a distncia tem se tornado uma ferramenta gil e barata no treinamento e na capacitao de funcionrios, consolidando a educao a distncia corporativa.

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    3 A ATUAO DO TUTOR EM EAD

    A educao a distncia pode ser entendida como a modalidade educativa que possibilita aos estudantes desenvolver habilidades para que sejam capazes de construir seus prprios conhecimentos, com liberdade de criar novas formas de aprender e entender, apoiados por recursos tecnolgicos. No contexto dessa modalidade, compreende-se que estar distante no estar ausente e em repouso, mas sim estar atento e pronto a interagir com o novo, estabelecendo outras formas de contato e comunicao. O perfil do estudante em EAD exige dele uma atitude sistemtica no ato de aprender e estudar. Ele tem autonomia de decidir seus horrios e mtodos e esse estudo autnomo parte, muitas vezes, da leitura e do entendimento dos materiais (impressos ou postados na internet) que lhe so ofertados. A partir da, o estudante inicia seus estudos sobre o que proposto e produz suas tarefas e atividades de acordo com o tempo previsto. Ao contrrio do que se possa imaginar, o estudante da modalidade a distncia no est solitrio. Surgem em torno dele atores que o auxiliaro nesse processo, acompanhando e supervisionando suas aes. Nesse grupo, esto os professores especialistas/pesquisadores responsveis em organizar o material didtico bsico para a orientao do aluno. Junto a eles est tambm toda a equipe tcnica que o auxilia na produo do material, como revisores de texto, tcnicos em informtica, designers grficos e tambm a equipe de coordenao e orientao pedaggica do curso. Alguns autores afirmam que o ato de aprender de um aluno na modalidade a distncia nem sempre autodirigido, livre de interferncias. Nesse sentido, um estudante adulto pode muito bem dar conta de suas responsabilidades profissionais e pessoais, mas quando est na posio de estudante isso nem sempre vem de forma natural. Seu interesse em estudar e conhecer deve vir de um anseio prprio ou de uma necessidade profissional, mas sua maturidade de vida no dispensa a presena de algum que o estimule a prosseguir e oriente melhores caminhos para se apreender determinados conhecimentos. Acompanhar o percurso do estudante significa: saber como ele estuda, que dificuldades apresenta, quando busca orientao, se h relacionamentos com os colegas para estudar, se consulta bibliografias de apoio, se realiza as tarefas e exerccios propostos e se capaz de relacionar teoria e prtica (NEDER, 2000). Segundo o contexto da EAD, o estudante, na maioria das vezes, no estabelece contatos fsicos com o professor especialista. Assim, faz-se necessrio a presena de um orientador, algum habilitado em observar e ajudar na conduo da trajetria de conhecimento desse aluno. Cria-se, portanto, um novo conceito, um novo profissional e, consequentemente, um novo papel no ato de educar: o tutor. Esse novo educador um facilitador da aprendizagem e tem como uma de suas principais funes possibilitar a mediao entre o professor especialista, o estudante, o material didtico do curso e as atividades prticas.

    A tutoria pode ser entendida como uma ao orientadora global chave para articular a instruo e o ato educativo. O sistema tutorial compreende, dessa forma, um conjunto de aes educativas que contribuem para desenvolver e potencializar as capacidades bsicas dos alunos, orientando-os a obterem crescimento intelectual e autonomia e para ajud-los a tomar decises em vista de seus desempenhos e suas circunstncias de participao como aluno (SOUZA, et al, 2007, p. 2).

    O trabalho de tutoria assessorado pelos professores especialistas e coordenadores do curso quanto aos estudos e discusses dos contedos abordados nos materiais didticos. Assim, o tutor, segundo Peters (2001), uma pea indispensvel no processo de orientao

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    dos alunos de um curso a distncia. ele quem, aos poucos, deve fazer com que os alunos percebam o quanto o trabalho colaborativo pode ajudar o processo de ensino e aprendizagem. Sobre o surgimento desse profissional, Preti (apud SILVA, 2008, p. 44) relata que

    A figura do tutor no campo acadmico surgiu ao final do sculo XV, no interior de universidades inglesas como Oxford e Cambridge, que buscaram um sentido no campo jurdico para o tutor: funo de tutelar, proteger o menor, administrar seus bens at alcanar a maioridade.

    Assim, a funo do tutor seria de assessorar grupos de alunos, de modo individualizado, cuidando de seu comportamento e de seus estudos, sempre sobre a coordenao do professor titular. No sculo XIX, em virtude da eficcia desse modelo de apoio aprendizagem, o tutor passou a ser institucionalizado nas universidades e a fazer parte da composio do quadro docente. Esse fato influenciou a concepo implementada nos cursos a distncia de diversas universidades sobre o trabalho tutorial e a importncia do tutor como sujeito facilitador da aprendizagem. Apesar de a modalidade a distncia estar evoluindo cada vez mais e abrangendo vrios nveis de educao no Brasil, o termo tutoria e tutor so recentes no mbito educacional brasileiro em EAD. Exemplos dessa ao comearam a aparecer somente neste sculo, em relatos, pesquisas e estudos de profissionais envolvidos na rea do ensino a distncia. As funes e caractersticas da personalidade desse novo educador e sua atuao nos cursos a distncia so objetos de estudos de pesquisadores como Azevedo (2008), Neder (2000), Oliveira (2003), Silva (2008), entre outros. Umas das pesquisas mais atuais e utilizadas como um dos aportes neste artigo a de Marinilson Barbosa Silva, que, em sua tese de doutorado O processo de construo de identidades individuais e coletivas do ser-tutor no contexto da educao a distancia, hoje (UFRGS), investiga autores como Arnaiz e Aretio e suas teorias sobre o tema aqui investigado, ou seja, a atuao dos tutores em cursos presenciais. Apesar de as pesquisas dos dois autores no serem especificamente relacionadas tutoria na modalidade a distncia, elas se encaixam no contexto deste artigo, fazendo entender que os cursos ofertados a distncia possuem tutores presenciais (quando possuem modalidade semipresencial) e tutores a distncia, sujeitos que apresentam caractersticas e exercem funes semelhantes s descritas a seguir por autores como Arnaiz e Aretio. Para Arnaiz (apud SILVA, 2008), o professor-tutor um profissional de ensino que atua como um orientador da aprendizagem, um dinamizador da via socioafetiva, orientador pessoal, escolar e profissional dos alunos. A partir de seus estudos com alunos do ensino mdio e seus tutores, o autor aponta trs dimenses de qualidades que o ser tutor precisa ter: 1) qualidades humanas, ou seja, ter empatia, maturidade intelectual e afetiva, sociabilidade, responsabilidade e capacidade de aceitao; 2) qualidades cientficas, ou seja, conhecimento de elementos pedaggicos e didticos que o auxiliaro no convvio com seu aluno e no trato com cada um individualmente, e 3) qualidades tcnicas do saber fazer tutoria, ou seja, trabalhar com eficcia e em equipe, envolvendo-se nos projetos e programas criados em prol da formao de seus alunos. Aretio (apud SILVA, 2008), em suas pesquisas sobre o perfil de um tutor, destaca trs qualidades essenciais da boa ao tutorial, que apresentam similitudes com as ressaltadas por Arnaiz: 1) cordialidade (capacidade de fazer com que o aluno sinta-se bem recebido e respeitado, e sutileza no trato, gestos, expresses, tom de voz etc); 2) aceitao (capacidade de acolher e aceitar seu aluno e suas dificuldades e problemas, estar sempre presente, fisicamente ou por telefone e e-mail, e convencimento de que o aluno visto com respeito e que merecedor de ateno), e 3) integridade e autenticidade (atitude honesta e verdadeira sobre as

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    expectativas do aluno quanto ao curso e aos contedos, no demonstrando saber o que no sabe e mantendo uma relao de troca, na qual alunos e tutor pesquisam e aprendem em parceria). Completando as atuaes e funes exercidas pelo tutor, Pereira (apud SILVA, 2008, p. 43) aponta aspectos que contribuem significativamente para a organizao e o desenvolvimento do trabalho de tutoria: 1) o ambiente de ensino e aprendizagem proposto define o campo de atuao, a modalidade de tutoria a ser adotada e a natureza de sua atuao; 2) o material didtico do curso deve ser utilizado a partir de uma concepo pedaggica que orienta a tutoria, de modo que se possa, ao longo do processo, detectar suas limitaes e possibilidades; 3) a organizao do tempo e do percurso para o trabalho de tutoria; 4) o reconhecimento do contexto institucional em que os alunos esto inseridos, e 5) o acompanhamento do processo de aprendizagem baseado na interveno e auxlio aos alunos em dificuldades de aprendizagem. Nesse sentido, a atuao do tutor baseia-se em ter, alm de capacidades pessoais e tcnicas, conscincia sobre a modalidade em que atua (presencial, online, postal, telefnica). Alm disso, necessrio saber utilizar de forma competente as tecnologias de informao e comunicao, que, certamente, contribuem para desenvolver competncias dos alunos e para gerar colaboratividade entre o grupo. o entendimento sobre a estrutura e a dinmica do material de apoio a ser utilizado que melhor orientar o tutor no processo de aprendizagem dos alunos, auxiliando e colaborando em possveis dificuldades. Conforme Pereira (apud SILVA, 2008, p. 44), preciso saber administrar nveis diferenciados de tempo, rompendo com sua lgica linearizada, e revendo formas de administrar o tempo de tutoria e o tempo que se compartilha nas instituies em que esto inseridos como tutores. A autora conclui reforando o dilogo entre a instituio e a equipe de tutores, para que, de fato, ocorra um processo de formao significativa para o aluno, ultrapassando a simples certificao. Considerando as vrias teorias existentes atualmente sobre o trabalho do tutor, o perfil desse profissional e as caracterizaes sobre suas diferentes funes no campo da educao e, em particular, na modalidade a distncia, encontramos semelhanas que aproximam esse ator s funes desempenhadas por um professor-orientador. Indo alm, como ressalta Silva (2008, p. 47),

    O tutor um facilitador, que ajuda o estudante a compreender os objetivos do curso. O tutor torna-se um observador que reflete constantemente junto ao aluno a sua possvel trajetria acadmica, um conselheiro e tambm um psiclogo, capaz de compreender as questes e as dificuldades do aprendiz e de ajud-lo a responder de maneira adequada. tambm um especialista em avaliao formativa e administrador para dar conta de certas exigncias da instituio.

    Autores como Lzaro e Asensi (apud SILVA, 2008, p. 37) definem que

    ser tutor ser professor que se encarrega de atender diversos aspectos que no so tratados nas aulas. O tutor tambm o professor, o educador integral de um grupo de alunos. A tutoria uma atividade inerente funo do professor, que se realiza individual e coletivamente com os alunos em sala de aula a fim de facilitar a integrao pessoal nos processos de aprendizagem; a ao de ajuda ou orientao ao aluno que o professor-tutor pode realizar alm de sua prpria ao docente e paralelamente a ela.

    A partir dessas reflexes, observamos que os conhecimentos, habilidades e competncias atribudas a um tutor/orientador so iguais aos necessrios a um bom professor. Um bom professor sugere fontes de pesquisa, explica contedos, exemplifica, apoia

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    resolues e iniciativas, prope atividades, instiga a reflexo, orienta seus alunos na trajetria de novos conhecimentos. Assim, em boa parte dessas aes desenvolvidas pelo docente, consiste tambm as funes atribudas a um tutor. O que difere entre esses dois profissionais da educao o contexto em que esto institucionalizados e as demandas pedaggicas lhe so atribudas. No contexto da EAD, notamos o deslocamento dessas demandas e encontramos os dois atores, professor e tutor, em uma mudana conceitual, outra forma de mediao, no mais a da educao formal, professor-aluno, mas sim professor-tutor-aluno. No entanto, essa transferncia de conceitos, ou mesmo troca de palavras, no acarreta perda a nenhum dos educadores envolvidos, mas sim ganhos e trocas, uma forma colaborativa de se trabalhar em prol da formao acadmica dos alunos. Segundo Azevedo (2008, p. 24),

    aprender a fazer orientao acadmica aprender a ser educador-orientador acadmico e encarar o ofcio com interesse, para transformar contedos nem sempre facilmente digerveis em apetitosos pratos, que encantem os olhos e encham de desejo o educando.

    A autora ressalta ainda que uma aula, sendo o ambiente ou o espao em que ocorre a aprendizagem a distncia resultado de um trabalho de equipe, em que os principais envolvidos (professor, tutor e aluno) procuram, em conjunto, atingir os objetivos com corresponsabilidade, participao, respeito e bastante dilogo. importante lembrar tambm que, nesse novo cenrio, a figura tradicional do aluno passivo recepo de informaes desaparece e d lugar ao aluno que busca ampliar seus conhecimentos e procura estar a par dos vrios recursos de estudo que so ofertados nessa modalidade.

    Nesse tipo de relao estabelecida em EAD, visualizamos a funo do tutor como a de um professor orientador. Machado (2004, apud SILVA, p. 38) destaca que a ideia de guia, de orientador a que aparece com maior fora na definio da tarefa do tutor em EAD. Enquanto o professor organiza e transmite os contedos a serem pesquisados, o tutor, ciente desses contedos, concentra-se na orientao do processo de aprendizagem de seus alunos. nesse fato que se concentra a relevncia da atuao do tutor em EAD, pois ele o sujeito que promove e estimula o estudo autnomo do aluno e constantemente o assessora e o aconselha, compreendendo, de um lado, os objetivos propostos no trajeto do curso e, de outro, as necessidades dos alunos e seus respectivos interesses.

    4 CONSIDERAES FINAIS

    No decorrer deste artigo, procuramos descrever, de forma sucinta, quais so as funes atribudas a um tutor em educao a distncia, procurando ressaltar sua ao a partir de fundamentaes tericas de diversos autores e pesquisadores. Na pesquisa e fundamentao desse tema, conclumos que os tutores possuem e exercem caractersticas prximas das funes desempenhadas por um professor. O fato que os difere concentra-se no contexto em que esto inseridos. Na modalidade a distncia, o tutor cumpre um importante papel que dialoga entre o que o curso e o professor propem e, como isso se procede na formao do aluno, tambm as conquistas e os resultados positivos e negativos do aluno advm da participao ativa do tutor. Tambm compreendemos, a partir das reflexes de diversos autores, que as funes de um tutor enquadram-se no papel de um orientador acadmico. Este artigo tem como proposta refletir sobre o papel do tutor no complexo e tambm recm-explorado teoricamente campo educacional em que se situa o ensino a distncia, haja vista que esse profissional surgiu tempos depois que os cursos em EAD surgiram em nosso

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    pas. No entanto, considerando a diversidade de autores e pesquisadores apresentados neste artigo, percebemos a complexidade de conceitos e caracterizaes sobre as diversas funes do tutor e a responsabilidade acatada tutoria no campo da EAD. Assim tambm muitos outros autores relatam a importncia e o cuidado que instituies dessa modalidade devem ter quando elaboram o quadro das equipes que iro atuar em seus cursos. E no que diz respeito ao tutorial, Oliveira (2002, apud SILVA, 2008) afirma que sobre os modelos de tutoria que esto sendo implementados em algumas universidades brasileiras, na maioria dos projetos h uma preocupao em definir linearmente as funes dos tutores. Enfatiza-se fortemente a busca por uma estrutura administrativa e econmica de tutoria que seja melhor e mais eficiente em vez de buscar compreender com maior profundidade as implicaes do tutor. Compartilha da mesma preocupao Silva (2008), que, a partir do momento em que no se definem as identidades desse profissional, termina por construir uma viso prescritiva do que ser tutor e de seu trabalho de tutoria. Dessa forma, em alguns projetos educativos, ao tutorial resume-se a atividades encontradas como um passo a passo, um manual de instrues a serem executadas com tempo e espao j determinados. Alm disso, transcrevendo o que reflete o autor,

    a EAD compreende sistemas extremamente complexos, uma vez que existem categorias, coordenaes e supervises que diferenciam e hierarquizam o sistema de tutoria (professor, monitor, bolsista, tutor presencial, tutor virtual, tutor eletrnico etc), predominando uma viso do tipo empresarial de ensino (SILVA, 2008, p. 48).

    Concluindo, a forma de pensar o papel do tutor, refletida neste artigo, prope que esse profissional tenha por parte dos envolvidos no campo da EAD uma formao de fato mais significativa, haja vista a importncia de sua funo. Necessita-se, portanto, repensar os projetos atuais, propondo que cada instituio na modalidade EAD busque construir um modelo tutorial que atenda s especificidades locais e regionais, visando construo de um ambiente adequado de trabalho, melhores salrios, maior tempo de estudo e preparao desse profissional para que sua ao educativa seja absorvida e bem aproveitada pelo aluno, trazendo novos sentidos e significados que contribuiro para o sucesso de sua vida acadmica, profissional e pessoal.

    REFERNCIAS

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