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Temporada de Música 9ª edição Orquesta do Norte Sexta, 03 Jun 2016, 21h Salão Nobre do IST 105.º Aniversário

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Temporada de Música9ª edição

Orquesta do NorteSexta, 03 Jun 2016, 21hSalão Nobre do IST

105.º Aniversário

IX TEMPORADA DE MÚSICA DO IST 2016

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CARL MARIA VON WEBER2.ª Sinfonia em Dó Maior

1. Allegro2. Adagio ma non troppo3. Menuetto, allegro4. Finale, scherzo: presto

LUDWIG VAN BEETHOVEN7.ª Sinfonia em Lá Maior op. 92

1. Poco sostenuto – Vivace2. Allegretto3. Presto4. Allegro con brio

PROGRAMA

IX TEMPORADA DE MÚSICA DO IST 2016

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Carl Maria von Weber. Compositor alemão nascido em 1786 em Eutin no Holstein e falecido em Londres em 1826 algumas semanas após a estreia de Oberon no Convent Garden.

Weber foi um dos fundadores do teatro alemão de ópera e o primeiro modelo de Wagner. Em 1844, aquando da transladação dos seus restos mortais para Dresden, onde Weber fora director da ópera, foi precisamente Wagner, que na altura compunha Tannhäuser, quem fez o elogio fúnebre. Mahler também nutria grande admiração por Weber. Foi, aliás, Mahler quem concluiu a ópera Die drei Pintos, que Weber deixou incompleta.

O teatro nunca esteve longe de Weber. Seu pai, Franz Anton, um antigo músico da orquestra de Mannheim, serviu no exército do Holstein até ser despedido, tendo depois fundado uma companhia de teatro itinerante, o que levou o jovem Weber a uma vida de errância. A sua educação teve as vantagens e inconvenientes dessas deambulações: livre, sorvendo inspiração de todos os cantos da Alemanha, estudando em Salzburg com Michael Haydn, grande pedagogo e irmão do mais famo-so compositor de língua alemã de então, Joseph Haydn, ou em Viena com o também importante pedagogo abade Georg Joseph Vogler, que, para além de ter sido professor de compositores como Meyerbeer, que se tornou grande amigo de Weber, também foi um dos mais originais, arrebata-dos e polivalentes compositores alemães do seu tempo, tendo escrito obras religiosas e profanas, incluindo óperas, música de câmara, para tecla, sinfonias e obras didácticas, sendo também espe-cialista em contraponto e inventor de instrumentos musicais. O abade Vogler apreciou vivamente Weber e recomendou-o para director da ópera de Breslau, na altura cidade alemã (hoje polaca) com apenas 20 anos de idade. Um dos últimos actos de Vogler antes de morrer foi ter ido à estreia da ópera Sylvana de Weber, em 1810. Weber foi ainda crítico musical. Como maestro introduziu o uso de um pequeno bastão na direcção, tal como os directores de orquestra ainda fazem hoje, algo inabitual no início do século XIX, longe que eram os tempos de Lully em que um enorme bastão servia para marcar o tempo. Este facto deixou os músicos de Londres preocupados, pensando que se tratava de uma arma que o célebre maestro, compositor e crítico usaria para punir os músicos que se desviassem da sua direcção!

Weber compôs as suas duas sinfonias em 1807, quando estava ao serviço do duque Eugen de Karlsruhe, que era um excelente oboísta. Weber, admirador da sonoridade do clarinete, não dis-punha deste instrumento na orquestra ducal, de forma que quem espera encontrar solos deste instrumento nas suas sinfonias ficará desiludido, mas não deixará de apreciar os solos de oboé, instrumento preferido do duque destinatário das obras. Por outro lado, estas obras são de dimen-são limitada, não atingindo o alcance das obras sinfónicas de Beethoven, sendo mais aparentadas com o estilo de Haydn entre as sinfonias 80 a 100 do que com a sinfonia em Lá Maior op. 92 de Beethoven, que também escutamos hoje. É notável que o compositor tenha necessitado de apenas alguns dias para compor esta sinfonia, tendo iniciado os trabalhos a 22 de Janeiro e terminado a 28 do mesmo mês de 1807.

NOTAS DE PROGRAMA

CARL MARIA VON WEBER2,ª Sinfonia em Dó Maior. Duração ca. 20 minutos.

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A orquestração compõe-se das cordas habituais, uma flauta, pares de oboés, fagotes, trompas, trompetes e tímpanos e a obra desenvolve-se em 20 minutos.

A tonalidade luminosa mas algo planar do Dó Maior é explorada por Weber de forma a dar brilho e vigor à obra. O primeiro andamento, muito longo relativamente ao resto da obra, tem a tonali-dade nominal da sinfonia. Após uma introdução em acordes, expõem-se as madeiras em diálogo, oboé e fagote dão o mote para o primeiro tema, após mais acordes e uma ponte segue-se o segun-do tema, pela trompa, um dos instrumentos favoritos de Weber. O desenvolvimento da forma so-nata é introduzido de novo pelas trompas e trompetes, repetindo as figuras rítmicas da exposição, a flauta surge em Mi menor a expor o tema principal. A conclusão da secção do desenvolvimento é apaixonada e fogosa, segue-se uma recapitulação dos temas e o andamento é fechado na tónica. As trompas dão a entrada do segundo andamento, agora em Fá Maior, em que o instrumento que expõe o tema principal é a viola, num solo que é uma raridade na época. O inevitável oboé subs-titui a viola num andamento em que os sopros são usados de forma subtil mas muito eficaz. A orquestra de Karlsruhe era muito apreciada pelos seus sopros e Weber explora as qualidades dos instrumentistas no máximo das suas potencialidades.

O minuete que se segue é em Dó menor, nota-se a alternância entre as tonalidades homóni-mas, maior e menor, alternância que será, muito mais tarde, explorada por Mahler. O trio do curto minuete é em Dó Maior e consta de um pequeno solo do omnipresente oboé agora acompanhado pelas rabecas. Segue se um scherzo presto, muito rápido, inabitual no fecho de uma sinfonia, muito enérgico, que fecha a obra com invulgar vivacidade. O sentido de humor é marcado e muito evidente nas notas dos fagotes quase no final da obra, que se conclui com um remate em tutti orquestrais.

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LUDWIG VAN BEETHOVEN7.ª Sinfonia em Lá Maior op. 92. Duração ca. 42 minutos.

Ludwig van Beethoven. Compositor alemão nascido em 1770 em Bona e falecido em Viena em 1827.

A vida de Beethoven é sobejamente conhecida da maioria dos apreciadores da sua obra, de for-ma que analisamos directamente a sinfonia em programa nesta noite. A sinfonia em Lá Maior foi composta entre 1811 e 1812, acabada em Maio de 1812 mas estreada apenas a 8 de Dezembro de 1813 na Universidade de Viena, sob a direcção do próprio compositor. É essa noite na Universidade de Viena que nós recordamos hoje no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa — um tempo em que Beethoven estreava sinfonias numa Universidade.

Era também um tempo de cólera e guerra, um tempo em que Napoleão acabava de ser derrotado pelos russos de Alexandre em 1812, mas ainda governava em Paris; viria a abdicar pela primeira vez em 11 de Abril de 1814. A sombra negra do Imperador ainda assustava os austríacos, tão fortemente afectados pelas guerras napoleónicas que tinham forçado o soberano da Áustria a abdicar do título de Sacro Imperador Romano-Germânico.

O sucesso da recepção da sinfonia foi estrondoso e o seu segundo andamento foi bisado na ín-tegra, numa época em que todos os andamentos eram aplaudidos, num processo que nunca parou de colocar nos píncaros este andamento de uma obra que, mais uma vez, Wagner amava profunda-mente, nomeadamente pelo ritmo avassalador que percorre toda a composição. Wagner classificou a sétima como a “apoteose da dança”, designação que perdurou. Nada na sinfonia é programático, nada é imediatamente biográfico, é música pura na sua expressão mais pura. Toda a emoção, toda a reminiscência é fruto da interpretação, do sentimento emocional e memórias individuais de cada receptor. Beethoven não deixou a mínima indicação escrita sobre motivações extra-musicais da obra, como deixou para a Pastoral ou para a Nona.

A orquestração é clássica: cordas, pares de madeiras, trompas, trompetes e tímpanos.

A introdução mais longa em todas as sinfonias de Beethoven inicia o primeiro andamento, o poco sostenuto, é constituída por sessenta e dois compassos em quaternário, muito ligados or-ganicamente ao vivace que se segue. O acorde fundamental de Lá Maior é explorado no seu jogo com a dominante, entrecortado pelo canto de diversos instrumentos, oboé, clarinete, trompa e, de seguida, a flauta. Produz-se uma espécie de encantamento mágico, muito rico harmonicamente, que produz uma suspensão do tempo e uma criação de tensão devida aos acordes de subdominan-te e modelações menores. A escala introduzida nos violinos e que vai percorrer toda a orquestra facilita precisamente a modulação para Dó Maior e Fá Maior, sempre com a introdução de novos motivos que preparam a entrada no compasso de seis por oito do vivace que, finalmente, irrompe em torrentes de ritmo.

A entrada no vivace é quase exploratória, como se de uma tentativa de gesto sobre um teclado à procura de um rumo, de um tema, de uma ideia, mas sempre com um propósito: criar expectativa. Desenvolve-se o andamento em forma sonata com episódios em Dó Maior e Fá Maior na secção de desenvolvimento. A coda final é um verdadeiro tour de force com a célebre passagem de vin-te compassos com notas repetidas e sombrias, com as tonalidades a variarem incessantemente,

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mostrando a incrível maestria composicional de Beethoven, muito para além da simples enuncia-ção de temas e melodias.

O segundo andamento é o célebre allegretto em Lá menor no compasso de dois por quatro. Muita tinta tem corrido sobre este andamento e o seu tempo. Henrique Fernandes, violoncelista de renome, antigo director da Academia de Santa Cecília, antigo e reputado músico de orquestra, dizia-nos que o tempo mais justo seria o de andante comodo. Muitos maestros, incluindo Karajan, realizam um tempo muito lento, muito mais do que o indicado por Beethoven. O compositor indi-cou 76 semínimas por minuto, este tempo foi considerado demasiado rápido por muitos autores, afirmando que um tempo demasiado rápido deixaria a sinfonia sem um verdadeiro andamento len-to. No entanto, a obra é avassaladora em termos rítmicos e Wagner, por exemplo, no seu livro “So-bre Direcção [de orquestra]” era partidário de tempos muito vivos em todos os andamentos desta sinfonia. Aliás, Wagner era da opinião de que as suas próprias óperas eram executadas de forma pouco viva — “se não fossem todos tão maçadores, [O Ouro do Reno] seria despachado em menos de duas horas”. Hoje em dia, a gravação mais rápida do Ouro do Reno tem 2h16m feita na ópera de Amsterdão sob a batuta de Hartmut Haenchen! É nesta perspectiva que a nossa opinião vai: o segundo andamento da sinfonia em Lá Maior deve ser feito à velocidade que Beethoven indicou, o compositor já conhecia o metrónomo e tinha-o considerado uma das maiores invenções musicais, libertando a obra das idiossincrasias e manias arbitrárias dos diversos maestros.

A melodia principal deste segundo andamento é na tonalidade de Lá menor, sendo tocada por violas e violoncelos. É um tema obstinado que depois será retomado por segundos violinos, to-cando agora violas e violoncelos um contratema magistral que funciona como motor emocional e tensional do andamento. O processo é repetido numa forma de dupla variação muito gradual dos dois temas, que vão ascendendo na orquestra, repetindo-se o diálogo agora entre os primeiros violinos e os segundos violinos com os últimos a tocar o contratema. Este processo vai avançando em toda a orquestra com a entrada dos sopros no jogo. A atmosfera relaxa quando a tonalidade passa a Lá Maior, quase no final do andamento, quando uma melodia menos tensa é cantada pelos clarinetes. O virtuosismo de Beethoven sente-se com o retomar da melodia principal e o regresso ao Lá menor num fugado final. Este andamento é, na aparência, muito simples, mas a sua criação demonstra à saciedade o génio absoluto do compositor; pode-se escutar de muitos ângulos, desde a fruição descomplexada por um ouvinte suavemente hedonista até à análise intelectual do mais empedernido musicólogo mas não menos hedonista.

O terceiro andamento é um presto em ternário, mas apenas a uma batida por compasso devido à sua enorme velocidade. A tonalidade de entrada é o Fá Maior com modulações em Lá Maior. Apesar de não ter essa designação é, de facto, um scherzo, ou jogo, extremamente vigoroso. A estrutura é A-B-A-B-A, muito usada por Beethoven nos seus scherzi, alterna uma secção muito rítmica, A, com outra mais serena, B, marcada assai meno presto, cuja melodia foi retirada por Beethoven de um hino religioso da Baixa Áustria; nesta melodia as trompas têm a linha condutora.

O final é avassalador, chegamos assim ao allegro con brio na tonalidade principal da obra. Este andamento é tratado como uma forma sonata extremamente rápida que também é marcado por algo raríssimo na produção de Beethoven: o uso da marcação dinâmica de três fff, ou “fortississi-mo”, uma indicação muito rara no tempo de Beethoven, embora mais tarde generalizada, o que pressupõe que o próprio criador pretendia uma enorme energia nesta conclusão. O tema inicial tem oito compassos e é enunciado duas vezes, seguindo-se um tema mais pesado enunciado pelos so-

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pros, passagens contrapontísticas levam-nos ao Fá sustenido menor (!), tudo dentro da exposição inicial que ainda nos trará, de novo, os mesmos temas, muito curtos e sempre em células de oito compassos. O desenvolvimento baseia-se no tema principal e em variações rítmicas sempre em unidades dos mesmos oito compassos. Segue-se uma reexposição e uma coda avassaladora que conclui a sinfonia em tom de fanfarra. Os pontos marcados com 3 fff situam-se nos compassos 438 e 454, já o final da obra, sempre em notas de tutti orquestral com tímpanos em rufo. As no-tas finais em colcheias secas são, curiosamente, marcadas apenas com dois ff. Toda a escrita de Beethoven ao longo da obra é muito detalhada na dinâmica sendo inúmeras as notas notadas com acentuações e sforzandi. Respeitar estas indicações é um elemento essencial de uma boa interpre-tação de Beethoven. Este é um final que poderá levar os músicos e maestro ao ataque cardíaco.

A interpretação da Orquestra do Norte realizará todas as repetições indicadas por Beethoven na partitura original, algo raro, o que aumenta ligeiramente o tempo da interpretação mas também prepara o ouvinte de forma mais eficaz para o entendimento das secções de desenvolvimento, deixando entranhar no espírito os motivos que são repetidos em cada enunciação temática das formas sonata que abrem e fecham a obra.

(O autor, por escolha própria, não utiliza o chamado “acordês”.)HSO

BIOGRAFIAS

Inicia atividade profissional em 1979 como Maestro Diretor da Camerata do Porto, orquestra de câmara que funda com Madalena Sá e Costa. Com a colaboração de solistas prestigiados, apresen-ta-se em inúmeros concertos no país e no estrangeiro. Em 1992, funda a Associação Norte Cultu-ral, projeto vencedor do 1º concurso para criação de Orquestras Regionais, instituído pelo Estado português. Neste contexto, cria a Orquestra do Norte, de que é Maestro Titular e Director Artístico.

Colaborou com artistas consagrados como Krisztof Penderecki, José Carreras, Júlia Hamari, Katia Ricciarelli, Eteri Lamoris, Regis Pasquier, Aiman Mussakajaieva, Patrícia Kopatchinskaya, Michel Lethiec, Adriano Jordão, Pascal Roger, Moura Limpany, Svetla Vassileva, José de Oliveira Lopes, Vincenso Bello, Fiorenza Cossotto entre outros intérpretes de craveira internacional.

Da sua carreira destaca-se a direcção de ópera e concertos na África do Sul, Brasil, Alemanha, Áustria, China, Coreia do Sul, Chipre, Espanha, EUA, Egipto, França, Holanda, Inglaterra, Grécia, Re-pública Checa, Eslováquia, Lituânia, Itália, Letónia, México, Polónia, Roménia, Rússia, Kazaquistão, Suíça, Turquia, Colômbia, Venezuela, Argentina, Uruguay, colaborando com formações de renome como a Manchester Camerata, Orquestra Sinfónica Nacional da Lituânia, Orquestra de Cannes, Or-questra Sinfónica da Galiza, Orquestra Sinfónica de Izmir, Orquestra Filarmónica Checa, Orquestra Sinfónica de Istambul, Orquestra CRR de Istambul, Orquestra da Rádio Televisão de Pequim, Or-questra Sinfónica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, Orquestra da Rádio Nacional de Holanda, Or-questra Sinfónica do Estado do México, Filarmónica Artur Rubinstein - Lodz, Orquestra Hermitage de St. Petersburg, Orquestra Sinfónica de Zurique – Tonhalle, Sinfonieta Eslovaca, Sinfonia Varsó-via, Orquestra Filarmónica de Montevideo, Orquestra Nacional de Atenas, Seoul Classical Players, Orquestra Sinfónica de Roma, bem como a colaboração prestada às Orquestras Portuguesas: da Madeira, do Algarve, do Porto e Sinfónica Portuguesa.

Apresentou-se em algumas das mais importantes salas de espetáculo do mundo, sendo convi-dado a integrar júris de prestigiados Concursos Internacionais. Dirigiu estreias mundiais de compo-sitores franceses, portugueses, suíços e turcos. Possui um amplo repertório que abrange o clássico e o romântico, passando por trabalhos contemporâneos e trinta títulos de ópera. Gravou para a Rádio Televisão, Rádio Difusão Portuguesas e Rádio Suisse – Romande com a Orquestra do Norte, tem muitos outros registos áudio e vídeo publicados.

JOSÉ FERREIRA LOBOMaestro Titular - José Ferreira Lobo

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Projeto de descentralização da cultura musical apresentado pela Associação Norte Cultural e vencedor do primeiro concurso nacional para a criação de orquestras regionais, instituído pelo Es-tado português, em 1992.

É seu fundador, Director Artístico e Maestro Titular José Ferreira Lobo.

A ON inicia desde então um trabalho pioneiro e inédito, afirmando-se no panorama da música erudita como instituição reconhecida nacional e internacionalmente.

Os objetivos por que se pauta a ON passam pela criação de novos públicos, pelo apoio aos mú-sicos portugueses e pela constante renovação do repertório. Agente de transformação na gestão cultural e impulsionadora de um novo paradigma musical, desenvolve temporadas regulares de norte a sul do país. Realizou mais de 3.000 apresentações, em mais de uma centena de palcos, tendo tocado ainda em Espanha, França e Alemanha.

Consciente da importância que representa a diversificação da oferta artística qualificada no de-senvolvimento cultural global, a ON apresentou as obras mais representativas da história da mú-sica, desde o barroco até ao presente, dando especial atenção à difusão dos autores portugueses, como João de Sousa-Carvalho, Luís de Freitas Branco, Francisco Lacerda, Corrêa de Oliveira e Joly Braga Santos, entre muitos outros.

Os programas da ON incluem concertos sinfónicos, didáctico-pedagógicos, ópera, música de bai-lado e de câmara. Para além do repertório erudito, abarcam outros géneros, como o Jazz e música ligeira. A sua programação abre-se portanto a um leque sonoro amplo no qual, juntamente com as partituras fundamentais do repertório sinfónico ocidental, abundam primeiras audições, tanto de obras de criação recente, como de composições recuperadas do passado. Com isto, a ON intensifica a vontade de divulgar a música dos nossos dias, apresentando obras de nomes como Krzysztof Penderecki, Kristoff Maratka, Karl Fiorini, Alexandre Delgado, Filipe Pires, Nuno Côrte-real, Miguel Faria, José Firmino de Morais Soares, Joaquim dos Santos, Marc-André Rappaz, Emile Ceunink e François-Xavier Delacoste.

ORQUESTRA DO NORTE (ON)

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Sedeada na cidade de Amarante, a ON integra profissionais de reconhecido mérito. Os seus concertos têm, habitualmente, a colaboração de prestigiados maestros, como Juozas Domarkas, Krzysztof Penderecki, Federico Garcia Vigil, Álvaro Cassuto e Rengim Gokmen. Contou ainda, du-rante 17 anos, com a colaboração de Gunther Arglebe como maestro adjunto.

Alguns dos mais conhecidos solistas portugueses e estrangeiros participaram nos concertos da ON, destacando-se nomes como os de António Rosado, Eva Maria Zuk, Avri Levitan, Patricia Ko-patchinskaja, Kirill Troussov, Michel Lethiec, Robert Kabara, Placido Domingo, José Carreras, Ileana Cotrubas, Julia Hamari, Fiorenza Cossoto e Svetla Vassileva.

Para além do seu próprio coro, a Orquestra do Norte colabora com prestigiados grupos vocais nacionais e estrangeiros.

As apresentações da ON abrangem anualmente cerca de cinquenta mil espectadores, número que revela a sua capacidade de resposta aos diferentes tipos de público e o cuidado com a formação dos jovens, através dos concertos pedagógicos. A orquestra dedica ainda parte do seu tempo a fa-zer gravações, tendo co-produzido até ao momento 13 edições discográficas. A Orquestra do Norte conta com o apoio do Ministério da Cultura e colabora com setenta e uma autarquias, fundações, empresas patrocinadoras e instituições culturais.

Textos das biografias gentilmente cedidos pela Orquestra do Norte

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I ViolinosRómulo Assis Mario Braña Miksa Iranyossy-Knoblauch Mark Herendi Jorge DiazElena PerezNatália KonikMarta da Costa

II ViolinosClara Badia Campos Pilar Serrano Malgorzata Szymanska Ana TedimFábio Salgado Rosen Ivanov

ViolasClaudia Cantero Helena LeãoTeresa Fleming Virginia CorralesAna Alves

VioloncelosGustavo Lapresta Elsa PidreIsabel Cupeiro LópezRosaliya Rashkova David Cruz

ContrabaixosJuan Guevara Artur SenhorJoão Pedro Fernandes

FlautasKayoko Minamino Inés Lorenzo

OboésRussell Tyler Nicola Hands

ClarinetesNuno Madureira Cátia Rocha

FagotesJoaquim Teixeira Adam Odoj

TrompasMário ReisRoberto SousaRebecca HolsingerNelson Silva

TrompetesCarlos Ribeiro Flávio Silva

TrombonesMarco RascãoJosé PereiraJorge Freitas

Tímpanos e PercussãoKazuko OsadaSandro Mota

ELENCO ORQUESTRA DO NORTE Maestro Titular - José Ferreira Lobo

Palmira Ferreira da Silva: Vice-Presidente para a Comunicação e Imagem – IST.Henrique Silveira Oliveira: programador – IST.

Miguel Casquilho: revisão e edição das notas – IST.Luís Viseu Melo: revisão – IST.

Maria João Piñeiro: produção do concerto – IST.Duarte Donas-Boto: coordenador da equipa de guias do NAPE – IST.

Patrícia Guerreiro e Telma Baptista: design gráfico – IST.Hermínio Fonseca Costa: audiovisuais – IST.

DREI - Universidade de lisboa