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2013 Enfermeiras obstétricas da SMS/RJ SMS/RJ 26/06/2013 Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica da Secretaria Municipal SMS/RJ

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  • 2013

    Enfermeiras obsttricas da SMS/RJ

    SMS/RJ

    26/06/2013

    Protocolo Assistencial da Enfermagem Obsttrica da

    Secretaria Municipal SMS/RJ

  • PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM OBSTTRICA DA

    SECRETARIA MUNICIPAL DE SADE DO RIO DE JANEIRO

    Equipe de Elaborao

    Alexandra Celento Vasconcellos da Silva HMAF

    Andrea Cristina da S. Veloso HMLD

    Avany Maura Gonalves de Oliveira HMCD

    Carla Cristina Rodrigues Lopes HMHP

    Celia Regina Boaventura Alves CPDCF/HMMR

    Claudia Fabiane dos Santos Salu HMLD

    Elaine Maia da Silva Beruthe HMCD

    Edymara Tatagiba Medina CPDCF

    Inai de Santana Mattos HMAF/CPDCF

    Leila Gomes Ferreira de Azevedo CPDCF

    Marcella Cristina de Souza Pereira HMAF

    Marcia Villela Bittencourt HMHP/HMMR

    Maria de Fatima da Silva HMFM

    Maria Nunes Oliveira MLD/HMC

    Natalia da Silva Corra HMMR

    Patricia Santos Barbastefano HMAF

    Rosana Figueiredo Pires CPDCF

    Sheila Cruz Santos MLD/CPDCF

    Tatiana Nascimento HMMR/CPDC

    Wania Maria A. Ramos HMCD/HMMR

    Zuleide Alzira de S. Aguiar CEP28

    Segundo a Organizao Mundial de Sade OMS, a assistncia obsttrica deve

    ter como objetivo me e criana saudveis, com o mnimo de intervenes e

    compatveis com a segurana. Nessa perspectiva deve haver uma razo vlida para se

    interferir no parto normal.

    O Ministrio da Sade vem financiando e estimulando a qualificao da

    enfermagem obsttrica,para acolher as escolhas da mulher no processo de parto e

    nascimento, por meio de uma cuidadosa avaliao de suas condies clnicas e

    obsttricas, como parte da estratgia da Rede Cegonha, para ampliar e qualificar a

    assistncia prestada s gestantes e aos bebs no Sistema nico de Sade (SUS).

  • De acordo com pesquisas cientficas,o cuidado oferecido por essas profissionais

    em Centros Obsttricos de maternidades, diminuem o uso das intervenes obsttricas,

    melhoram os indicadores de morbimortalidade materna e perinatal e aumentam a

    satisfao da mulher com a experincia vivida, indicando a segurana e a viabilidade da

    ateno ao parto e nascimento nestes locais de nascimento. O modelo humanizado

    privilegia o bem-estar da mulher e de seu beb, buscando ser o menos invasivo possvel,

    considerando tanto os processos fisiolgicos, quanto os psicolgicos e o contexto

    sociocultural. Faz uso da tecnologia de forma apropriada, sendo que a assistncia se

    caracteriza pelo acompanhamento contnuo do processo de parturio. Garante s

    mulheres e s crianas vivenciar a experincia da gravidez, do parto e do nascimento

    com segurana, dignidade e beleza (BRASIL,2012).

    O desafio que persiste no , pois, tecnolgico, mas sim estratgico e

    organizacional, onde profissionais de diferentes categorias e saberes possam trabalhar

    de forma integrada e estabelecer o cuidado adequado para cada mulher.

    O presente documento apresenta as diretrizes para a assistncia de enfermagem

    obsttrica nos Centros Obsttricos das Maternidades Municipais da rede Municipal de

    Sade e deve ser usado em conjunto com outras publicaes, que incluem os

    Documentos Tcnicos do Ministrio da Sade e reas Tcnicas de Sade.

    CONSIDERANDO que o enfermeiro um profissional autnomo, legalmente

    habilitado por lei para exercer suas atividades laborais, conforme o disposto no Artigo

    Art. 5 da CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, inciso

    XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as

    qualificaes profissionais que a lei estabelecer;

    CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11 da Lei n 7.498/86, que

    regulamenta a profisso do Enfermeiro, assim como estabelece que a direo,

    organizao e planejamento, coordenao, execuo e avaliao dos servios de

    assistncia de Enfermagem so atividades exercidas de forma privativa pelo Enfermeiro

    nos servios de sade, no mbito do SUS e no sistema privado de sade.

    CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11, inciso II, da Lei n 7.498/86 que

    regulamenta a Prescrio pelo enfermeiro de medicamentos estabelecidos em programas

    de sade pblica e em rotina aprovada pela instituio de sade;

    CONSIDERANDO a Resoluo COFEN n159/93 que dispe sobre a Consulta

    de Enfermagem em seu Art. 1 - determina que em todos os nveis de assistncia

    sade, seja em instituio pblica ou privada, a consulta de Enfermagem deve ser

    obrigatoriamente desenvolvida na Assistncia de Enfermagem.

  • CONSIDERANDO o disposto no Cdigo de tica dos Profissionais de

    Enfermagem, destacando-se os princpios fundamentais: O profissional de enfermagem

    atua na promoo, preveno, recuperao e reabilitao da sade, com autonomia e em

    consonncia com os preceitos ticos e legais. [...]

    CONSIDERANDO a Resoluo COFEN n195/1997 que disciplina no Art. 1,

    o procedimento de que o Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e complementares

    quando no exerccio de suas atividades profissionais.

    CONSIDERANDO o disposto na Portaria N 2.815/GM de 29 DE MAIO DE

    1998, que Inclui na Tabela do Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico

    de Sade (SIH/SUS) o Grupo de Procedimento e os Procedimento: 35.150.01-7 - Parto

    Normal Sem Distocia Realizado Por Enfermeiro Obstetra e 35.080.01.9 - Parto Normal

    Sem Distocia Realizado Por Enfermeiro Obstetra

    CONSIDERANDO o disposto na Portaria n. 163/GM, de 22 de setembro de

    1998 que Regulamenta a realizao do procedimento 35.080.01.9 Parto Normal sem

    Distcia Realizado Por Enfermeiro Obstetra e Aprova o modelo do Laudo de

    Enfermagem para Emisso de Autorizao de Internao Hospitalar AIH para

    realizao de parto normal.

    CONSIDERANDO o disposto na Resoluo COFEN n 223/1999, sobre a

    atuao dos profissionais Enfermeiros na Assistncia Mulher no Ciclo Gravdico

    Puerperal que estabelece em seu Art. 1 - A realizao de Parto Normal sem Distcia

    da competncia de enfermeiros, e dos portadores de Diploma, Certificado de Obstetriz

    ou Enfermeiro Obstetra, bem como Especialistas em Enfermagem Obsttrica e na Sade

    da Mulher; Art. 2 - Compete ainda aos profissionais referidos no artigo anterior:

    Assistncia a gestante, parturiente e purpera; Acompanhamento do trabalho de parto;

    Execuo e assistncia Obsttrica em situao de emergncia. Art. 3 - Ao Enfermeiro

    Obstetra, Obstetriz, Especialistas em Enfermagem Obsttrica e Assistncia em Sade da

    Mulher, alm das atividades constantes do Art. 2, compete ainda: Assistncia a

    parturiente e ao parto normal; Identificao de distcias obsttricas e tomada de todas as

    providncias necessrias, at a chegada do mdico, devendo intervir, de conformidade

    com sua capacitao tcnico-cientfica, adotando os procedimentos que entender

    imprescindveis, para garantir a segurana do binmio me/filho; Realizao da

    episiotomia, episorrafia e aplicao de anestesia local quando couber; Emisso de

    Laudo de Enfermagem para autorizao de Internao Hospitalar, constante do Anexo

    da Portaria SAS/MS-163/98; Acompanhamento do cliente sob seus cuidados, da

    internao at a alta.

    CONSIDERANDO o disposto na Portaria n 985/GM, de 05/08/1999, que

    instituiu os Centros de Parto Normal no mbito do SUS Sistema nico de Sade;

  • CONSIDERANDO o que fora contemplado no Pacto Nacional pela Reduo

    da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado no ano de 2004;

    CONSIDERANDO o disposto na Resoluo SMS N 1041 DE 11 DE

    FEVEREIRO DE 2004, que institui o Protocolo de Assistncia da Casa De Parto David

    Capistrano Filho.

    CONSIDERANDO o disposto na Portaria n 746/GM, de 20 de dezembro de

    2005, que regulamenta o novo modelo de laudo de AIH e d outras providencias.

    CONSIDERANDO o disposto na Resoluo-RDC N-36, de 3 de Junho de

    2008, que dispe sobre Regulamento Tcnico para Funcionamento dos Servios de

    Ateno Obsttrica e Neonatal, quando no ANEXO I, item 3.7, estabelece, como

    definio sobre os profissionais recursos de sade necessrios para esse funcionamento

    Profissional legalmente habilitado, profissional com formao superior inscrito no

    respectivo Conselho de Classe, com suas competncias atribudas por lei. Define que o

    Servio Tcnico Obsttrico e Neonatal deve ter um responsvel tcnico (RT) e um

    substituto, legalmente habilitados pelo seu conselho de classe.

    CONSIDERANDO o disposto nas Diretrizes Assistenciais da Enfermagem

    obsttrica da Secretaria Municipal de Sade da Cidade do Rio de Janeiro em 2010.

    CONSIDERANDO a Portaria n 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que

    institui, no mbito do SUS, a Rede Cegonha;

    CONSIDERANDO a PORTARIA N 904, DE 29 DE MAIO DE 2013 que

    Estabelece as diretrizes para implantao e habilitao de Centro de Parto Normal

    (CPN), no mbito do Sistema nico de Sade (SUS), para o atendimento mulher e ao

    recm-nascido no momento do parto e do nascimento, em conformidade com o

    Componente PARTO E NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispe sobre os

    respectivos incentivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal.

    CONSIDERANDO as revises sistemticas e evidncias cientficas sobre as

    prticas assistenciais que promovem a fisiologia e a normalidade do processo de parto e

    nascimento, demonstrando os benefcios mulher e ao beb na assistncia ao parto de

    risco habitual pela enfermeira obstetra ou obstetriz ("Hatem M", "Sandall J", "Devane

    D", "Soltani H", "Gates S" - Cochrane Database of Systematic Reviews 2008; - Issue 4,

    Art. No.:

    CONSIDERANDO a necessidade de organizao da ateno ao parto e ao

    nascimento em diferentes nveis de complexidade e de superao do modelo

    biologicista e medicalizante;

  • CONSIDERANDO o direito das mulheres a espaos de cuidado que

    possibilitem ambincia adequada favorecedora das boas prticas de ateno ao parto e

    nascimento

    CONSIDERANDO que a Secretaria Municipal de Sade vem desenvolvendo

    aes com o objetivo de ordenar ampliar e qualificar a assistncia ao parto nas

    Maternidades Municipais da Prefeitura da Cidade do Rio de janeiro

    CONSIDERANDO que entre essas aes a institucionalizao da assistncia ao

    parto de risco habitual pelo enfermeiro obstetra se configura como um importante

    instrumento de mudanas de paradigma do modelo biologicista e medicalizado para o

    modelo humanizado de cuidado, com nfase no cuidado centrado na mulher e sua

    famlia, com importantes resultados perinatais

    CONSIDERANDO que 40% dos partos vaginais ocorridos nas maternidades

    municipais da Cidade do Rio de janeiro so assistidos pelas enfermeiras obsttricas

    CONSIDERANDO a importncia de normatizar e unificar os protocolos

    assistenciais da enfermagem obsttrica do Municpio do Rio de Janeiro, apresentamos:

    O protocolo assistencial de enfermagem obsttrica dos

    Centros Obsttricos das Maternidades Municipais do Rio de

    Janeiro.

    Cuidado mulher durante o trabalho de parto (TP)

    1-Diagnstico de Trabalho de Parto (TP)

    Presena de contraes uterinas em intervalos regulares, que aumentam

    progressivamente em termos de frequncia e intensidade, com o passar do tempo e so

    concomitantes ao apagamento (esvaecimento) e dilatao progressivos do colo uterino.

    No incio da fase ativa do TP a dilatao do colo uterino aproximadamente quatro

    centmetros.

  • 2-Avaliao da evoluo do trabalho de parto

    A avaliao da evoluo do trabalho de parto e da vitalidade fetal feita por

    meio da observao das atitudes da mulher e do monitoramento dos seguintes

    parmetros: contraes uterinas, progresso da dilatao cervical, da descida do beb no

    canal de parto e ausculta intermitente de batimentos cardacos fetais.

    A primeira fase do trabalho de parto tem em geral a durao de 8 horas no

    nascimento do primeiro beb, e improvvel que dure mais que 18 horas. Para a mulher

    que j teve um beb, a primeira fase dura cerca de 5 horas e geralmente no mais que 12

    horas. No entanto, h dificuldade em estabelecer claramente o incio do trabalho de

    parto (NICE, 2007).

    O uso do Partograma

    O Partograma a representao grfica do acompanhamento do trabalho de

    parto, onde cada quadriculado representa intervalo de uma hora e deve ter o inicio do

    registro na fase ativa do mesmo (BRASIL, 2001). Permite que o profissional avalie a

    evoluo do processo de nascimento, e permite com isso, um manejo correto nos

    desvios da normalidade e encaminhamento oportuno para o hospital de referncia. Este

    instrumento baseado nos seguintes princpios: a fase ativa do trabalho de parto se

    inicia aos quatro centmetros de dilatao cervical e os exames vaginais devem ser

    efetuados to menos frequentemente quanto compatvel com a prtica segura. A

    observao do comportamento da parturiente, das perdas vaginais e a descida do foco

    (melhor ponto de ausculta dos batimentos cardacos fetais) no ventre materno tambm

    permitem avaliar a progresso do trabalho de parto.

    O profissional deve considerar as variaes individuais da normalidade ao

    avaliar a progresso do trabalho de parto, bem como variveis como paridade, variedade

    de posio e fetal, condio das membranas amniticas e movimentao materna, entre

    outras. Estas podem influenciar a durao do trabalho de parto. A condio de

    vitalidade fetal sempre deve ser avaliada concomitantemente evoluo do trabalho de

    parto.

    Exame vaginal

    Os profissionais de sade que realizam exames vaginais devem ter certeza de

    que este realmente necessrio e ir adicionar informaes importantes para o processo

  • de tomada de deciso em relao ao cuidado. Antes da realizao deste exame, o

    profissional deve garantir o consentimento da mulher, sua privacidade, dignidade e

    conforto, explicar o motivo do exame e seus achados. A realizao brusca e freqente

    deste exame pode ocasionar dor e constrangimento para as mulheres, alm de aumentar

    o risco de infeco puerperal. O registro adequado do exame vaginal dever ser feito em

    todas as ocasies, de maneira a evitar que seja feito desnecessariamente por vrios

    membros da equipe.

    Amniotomia

    Em mulheres que apresentam trabalho de parto com progresso normal, a

    amniotomia (rotura artificial das membranas amniticas) no deve ser realizada de

    maneira rotineira no cuidado mulher durante o trabalho de parto (Smyth et al., 2008).

    Ausculta fetal

    A ausculta inicial dos batimentos cardacos fetais recomendada no primeiro

    contato com a mulher e nas avaliaes subsequentes. Deve ser feita de maneira

    intermitente durante o trabalho de parto. Situaes em que se detectam alteraes na

    frequncia cardaca fetal podem requerer uma ausculta mais prolongada, para melhor

    avaliao da vitalidade fetal ou a realizao de uma cardiotocografia.

    Oferecimento de aporte calrico/Dieta

    A ingesto alimentar e lquidos uma prtica que deve ser encorajada de acordo

    com as preferncias da mulher, em condies de risco habitual (Ministrio da Sade,

    2001), pois o trabalho de parto requer considervel gasto calrico e a reposio

    energtica fundamental, para assegurar o bem estar fetal e materno. Estudo de meta-

    anlise e reviso sistemtica com parturientes de baixo risco para a necessidade de

    anestesia concluiu que no h necessidade de restrio de lquidos ou alimentos para

    essas mulheres durante o TP (Singata et al. 2012) (HOFMEYR, 2005).

    Por este motivo, no necessria a cateterizao intravenosa de rotina, visto que

    a mesma restringe os movimentos da mulher e pode se associar administrao de

    solues glicosadas, que podem levar ao hiperinsulinismo e acidemia metablica nos

    recm-nascidos (OMS, 1996).

  • 3- Prticas de cuidado utilizadas durante o trabalho de parto

    Estas prticas tm a finalidade de oferecer conforto mulher, promover o alvio

    da dor e favorecer a evoluo do trabalho de parto. Entre elas, incluem-se massagens,

    presena de acompanhante, dieta, banho de asperso ou banheira, exerccios

    respiratrios, uso de bola sua, livre movimentao. Todas essas prticas podem ser

    utilizadas pelo profissional de sade, de acordo com as preferncias da mulher. (Vide

    quadro em anexo I)

    4- Cuidado mulher no momento do parto

    O segundo estgio do parto se caracteriza pela presena de dilatao completa

    do colo uterino. Tem um perodo varivel, podendo se estender por 2h ou mais, desde

    que os parmetros de vitalidade fetal, moldagem do plo ceflico e ausncia de

    alteraes clnicas continuem dentro dos padres de normalidade.

    A OMS, o Ministrio da Sade recomenda que a mulher escolha livremente sua

    posio no parto (Gupta et al., 2012) (OMS, 1996) e cabe a enfermeira obsttrica ou

    obstetriz oferecer as vrias posies possveis e estimular que a mesma perceba suas

    necessidades (OMS, 1996). A posio supina (em decbito dorsal horizontal) deve ser

    evitada, devido compresso da aorta abdominal e veia cava inferior, que pode resultar

    em hipotenso materna e menor fluxo sanguneo placentrio.

    5-Uso de Medicaes no Centro Obsttrico (Anexo II)

    Critrios para assistncia da enfermeira obsttrica nos Centros

    Obsttricos das maternidades da Rede Municipal de Sade:

    1. Gestante de risco habitual com idade gestacional de 37 a 41s e 6d, com os

    seguintes parmetros:

    o Gestao nica;

    o Apresentao ceflica fletida;

    o BCF dentro da normalidade (entre 110 bmp e 160 bmp, sem desaceleraes

    aps a contrao) (NICE, 2007; Cunningham et al., 2010).

    2. Gestante com ou sem pr-natal, com os exames dentro da normalidade.

  • 3. Gestantes com intercorrncias clnicas ou obsttricas, atuais ou pregressas, com

    o cuidado em parceria com a equipe obsttrica mdica, como:

    o Oligodramnia leve ILA 5, sem alteraes de vitalidade fetal.

    o Gestante com mais de 24 horas de Amniorrexe, em uso de antibioticoterapia

    (ATB), com evoluo do trabalho de parto e parmetros clnicos estveis;

    o Gestante com infeco do trato urinrio (ITU) baixa em tratamento com

    ATB, aps 24 horas,exceto histrias de ITU de repetio (03 episdios ou

    mais, na gestao atual);

    o Lquido amnitico meconial fluido em fase final do trabalho de parto, sem

    alterao da vitalidade fetal;

    o Gestante em trabalho de parto com cesariana anterior h 2 anos ou mais.

    4. Sfilis tratada na gestao.

    5. Gestantes classificadas de alto risco obsttrico: a assistncia gestante de alto

    risco pela enfermagem obsttrica tem como objetivo acolher e apoiar a mulher

    no trabalho de parto, em parceria com a equipe mdica, oferecendo uma

    assistncia efetiva e segura nas diferentes indicaes clnicas e obsttricas, com

    enfoque na vigilncia, controle e reduo dos agravos sade materna e fetal. O

    parto ser assistido pela equipe mdica. considerado alto risco obsttrico:

    DHEG, HAC, cardiopatias, nefropatias,diabetes, prematuridade, gemelaridade,

    apresentaes anmalas, placenta prvia, anemia grave, endocrinopatias,

    isoimunizao, sofrimento fetal e malformao confirmada, doenas infecciosas

    na gestao (Sfilis no tratada, rubola, toxoplasmose, hepatites, HIV/AIDS,

    corioamnionite).

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    O'SULLIVAN, G. The stomach: fact and fantasy: eating and drinking during

    labour. International Anesthesiology Clinics, v.32, p. 31-44, 1994.

  • Anexo I:

    Quadro de Tecnologias de Cuidado No- Invasivas de Enfermagem Obsttrica

    TECNOLOGIA INDICAO FUNDAMENTAO

    Movimentos

    respiratrios

    Auxiliar na centralizao

    da mulher.

    Ativa os receptores corticofugais promovento uma

    ao condicionada: contrao-respirao.

    Deambulao

    Ativar o trabalho de parto;

    Descida e rotao fetal.

    A mulher deve escolher a posio que preferir durante

    o trabalho de parto, embora a necessidade de

    estimular o parto com ocitocina menor em mulheres

    que deambulam durante o trabalho de parto, em

    comparao com aquelas que permanecem no leito.

    Durante a contrao as paredes uterinas encurtam-se e

    impulsionam o feto para baixo. Os ligamentos

    redondos que tambm contraem junto com a

    contrao uterina tracionam o fundo uterino para

    diante, colocando o eixo longitudinal da matriz no

    eixo da escavao plvica e para baixo, aproximando

    o fundo da pelve. Por esse motivo, durante a

    contrao uterina, a melhor posio para a mulher a

    vertical, com o corpo inclinado para diante. (Balaskas,

    1991).

    Estudos apontam que reduz a durao do TP em

    aproximadamente 01h, diminuem a necessidade de

    interveno no TP, no mostrou efeitos negativos

    sobre a me e o bem-estar dos bebs. (Lawrence A et

    al, 2009).

    Bola Suia

    Massagem perineal;

    Descida e rotao do feto.

    Alongar e fortalecer a musculatura perineal, aliviar

    tenses, ativar a circulao sangunea e desfazer

    pontos de tenso, trabalha cintura plvica e movimenta

    todos os msculos.

    Ativa o trabalho de parto, por possuir uma base de

    sustentao instvel, a gravidade atua sobre o corpo,

    isso requer um contrapeso, recrutando os msculos

    mais profundos at que alcance uma estabilizao

    necessria para mant-lo equilibrado sobre a bola

    sua, com a busca do equilbrio sobre a bola a mulher

    desfoca da sensao da dor da contrao. Com o uso

    da bola, mantm-se uma postura de sustentao estvel

    e d ao corpo flexibilidade (Craig, 2004).

    Bamboleio

    Descida e rotao do feto;

    Deslocamento do beb

    dentro da pelve;

    Ativar o trabalho de parto;

    Liberao de endorfinas.

    Quando a mulher deixa-se guiar pelo seu instinto,

    procura movimentar-se, seguindo o ritmo das

    contraes, movendo a pelve para frente e para traz,

    de um lado para o outro ou em movimentos circulares.

    Estes movimentos servem para facilitar o encaixe, a

    descida e a rotao do feto, no canal de parto

    (Balaskas, 1991). Para Odent (2000), quando a mulher

    usa o crtex primitivo, esses movimentos afloram com

  • mais intensidade.

    Rebozo Ativar o trabalho de parto;

    Correo de posies

    posteriores ou direita

    persistentes e

    assinclitismos.

    Movimenta o feto na pelve, auxiliando no movimento

    de rotao e retificao do assinclitismo persistente.

    Genupeitoral

    Posies posteriores ou

    direita persistentes;

    Edema de colo.

    Diminui a fora da gravidade, amplia os dimetros da

    pelve, facilitando a rotao e diminuindo a presso

    sobre o colo uterino.

    Ccoras

    sustentado

    Descida e rotao do feto;

    Assinclitismo persistente;

    Hipossistolia.

    Aumenta dimetros da pelve em 25%de acordo com

    Gardosi (2000), amplia a sada da bacia; Possibilita a

    ao da gravidade; Pode aliviar a dor nas costas;

    Facilita a rotao e a descida; Necessita de menos

    esforos expulsivos; Vantagens mecnicas- o tronco

    empurra o fundo uterino; aumenta a presso no

    perneo; Aumenta a sensao de bem estar, por se

    sentir amparada por algum e na posio suspensa, os

    membros inferiores so menos comprimidos,

    favorecendo a circulao venosa (GERMAIN,2005).

    Banco/ vaso

    Descida e rotao do feto;

    Assinclitismo persistente;

    Distcia emocional.

    Aumenta dimetros da pelve em 25% de acordo com

    Gardosi (2000).

    Pode relaxar o perneo para puxos mais eficazes.

    Boa posio para descansar.

    Vantagem pela fora da gravidade.

    Ambiente

    acolhedor

    Ansiedade e insegurana;

    Distcia emocional;

    Diminuir tenso e medo e

    sensao

    de dor excessiva.

    Ativa o crtex primitivo; Libera ocitocina e endorfinas

    e aumenta a segurana da mulher e famlia.

    Massagem

    Acelera trabalho de parto;

    Distcia emocional.

    Ativa o crtex primitivo; Libera ocitocina e

    endorfinas, ativa os mecanorreceptores atuando no

    portal da dor, libera os msculos tensionados e permite

    troca de calor.

    Alimentao /

    lquidos

    Desejo da mulher

    Produz energia, hidratao e fornece glicose ao feto.

    Banho de imerso

    ou chuveiro

    Medo, ansiedade

    Diminuir sensao de dor

    excessiva;

    Acelera trabalho de parto;

    Distcia emocional.

    Odent (2000) fala sobre o efeito misterioso da gua

    sobre as travas neocorticais, removendo-as. Estas

    travas so ativadas em qualquer situao na qual so

    liberados altos nveis de adrenalina como medo,

    stress, entre outros.

    As duchas quentes tm efeito calmante, aliviam dores

    e nevralgias. de consenso que a melhor hora para se

    entrar na gua quando se atinge a metade do

    trabalho de parto, ou seja, com a dilatao de 5 cm e

  • contraes mais intensas. Ao entrar na gua, a mulher

    se descobre capaz de render-se s necessidades

    instintivas e primitivas do seu corpo. A maioria das

    mulheres diz que a percepo da dor se altera (portal

    da dor) e se torna mais fcil aceitar a intensidade das

    contraes. (Balaskas,1991; Odent ,1982;

    Earnig,1996).

    Crioterapia

    Reduz edema: colo,

    perneo e vulva.

    Diminuio do fluxo sanguneo local; lentificao da

    transmisso de impulsos dos neurnios aferentes

    levando a diminuio das sensaes (dormncia),

    diminuio da temperatura na pele e msculo

    (Effective Care in Pregnancy and Childbirth ,Enkin M,

    Kierse M, eds. Oxford University Press:Oxford, 1989).

    O saco de gelo deve ser aplicado por perodos de 15 a

    20 minutos e vrias vezes ao dia (3 em 3 horas, por

    exemplo), de acordo com a necessidade e extenso da

    area edemaciada.

    Puxo lateral

    Distcia emocional

    Quando a mulher trava a sada do beb, por medo do

    nascimento. Solicitar que empurre o p, estando na

    posio lateral, enquanto o profissional faz presso ao

    contrrio. Isto permite que ela empurre o feto pelo

    canal do parto.

    Ampliao do

    dimetro da

    cintura plvica

    Assinclitismo persistente;

    Perodo plvico

    prolongado

    Presena de

    bossa/moldagem excessiva

    do polo ceflico

    Amplia os dimetros da pelve, com a presso sobre a

    crista ilaca no momento da contrao. Aumentar a

    mobilidade entre os ossos da pelve.

    Decbito lateral

    com as pernas

    flexionadas

    Assinclitismo persistente;

    Perodo plvico

    prolongado;

    Presena de

    bossa/moldagem excessiva

    do polo ceflico.

    Amplia os dimetros da pelve e facilita a passagem do

    plo ceflico. Diminui a sensao dolorosa. Permite a

    proteo perineal.

    Proteo perineal

    Evitar as laceraes.

    Alongamento perneo; massagem com leo vegetal no

    perneo, no indicar o puxo voluntrio; proteo com

    compressas para evitar o desprendimento abrupto do

    polo ceflico.

    Banqueta meia lua

    Auxiliar na descida e

    rotao do feto.

    Amplia os dimetros da pelve e facilita a passagem do

    polo ceflico, diminui a sensao dolorosa, permite a

    sensao de controle da mulher com seu processo de

    parturio. No deve ser estimulado antes de dilatao

    avanada por risco de edema no colo.

  • Cavalinho

    (assento ativo)

    Auxilia rotao e descida

    do feto; reduz edema de

    colo; Assinclitismo

    persistente.

    Amplia os dimetros da pelve, libera o sacro e cccix;

    Auxilia a rotao do beb na posio occipito

    posteriores (OP); descompresso do colo pelo polo

    ceflico durante as contraes.

    Diminui a sensao dolorosa.

    Aromaterapia

    Estimular produo de

    substncias relaxantes,

    estimulantes e sedativas.

    Utiliza os princpios ativos dos leos essenciais no

    trabalho de parto, vislumbrando a aromaterapia como

    cincia.

    POSIES PARA O PERODO EXPULSIVO

    TECNOLOGIA INDICAO FUNDAMENTAO

    1-Verticalizada

    Metrossstoles

    esparsas.

    Possibilita massagens nas costas; Propicia a ao da

    gravidade; Melhor oxigenao do feto.

    Potencializa a ao da gravidade na descida do feto;

    Encurta o ngulo de descida e amplia os dimetros da

    pelve em 25%; Libera o sacro e cccix; Promove

    contraes menos dolorosas e mais eficazes; Feto

    alinhado com o eixo da pelve.

    Pode aumentar a necessidade do puxo no 2 estgio.

    2-Semi-vertical

    Desejo da Mulher O mesmo que a verticalizada, porm libera menos o

    sacro e cccix; Possibilita exames vaginais.

    3-Lateral

    2 estagio acelerado

    Posio muito favorvel para descansar; Reduz a

    presso nos grandes vasos; Possibilita maior aporte

    sanguneo e de oxignio para o feto; permite o

    movimento do sacro no 2 estgio; Favorece a

    progresso do feto sem traumas; til para reduzir um

    2 estgio muito acelerado; favorece a proteo

    perineal, evitando as laceraes, pois facilita a

    moldagem da cabea ao perneo; Alivia a presso nas

    hemorridas.

    4-Ccoras

    Dificuldade na

    descida do feto.

    Pode aliviar a dor nas costas; Possibilita a ao da

    gravidade; Amplia a sada da bacia; Necessita de

    menos esforos expulsivos; Facilita a rotao e a

    descida; Vantagens mecnicas- o tronco empurra o

    fundo uterino; Aumenta a sensao de bem estar, por

    se sentir amparada.

    5-Quatro apoios

    Queixa de dor

    lombar;

    Posies posteriores

    persistentes;

    Distocia de ombro.

    Alivia a dor nas costas; Auxilia a rotao do beb na

    posio occipto posteriores (OP); Permite balanar a

    pelve e movimentos corporais; Permite exames

    vaginais; Alivia a presso nas hemorroidas; Facilita o

    desprendimento das espduas.

    6-De p

    Dinmica uterina

    irregular;

    Queixa intensa de

    Vantagem da ao da gravidade durante e entre as

    contraes; Contraes menos dolorosas e mais

    eficazes; Alinhamento do feto com o eixo da pelve

  • dor nas contraes. Pode aumentar a sensao de puxo no 2 estgio

    Na posio de p, o peso da mulher repousa sobre as

    duas cabeas do fmur, permitindo que a presso no

    acetbulo provoque aumento de 01 cm do dimetro

    transverso da sada da pelve.

    CUIDADOS COM O RECM-NASCIDO

    TECNOLOGIA FUNDAMENTAO

    Ambiente na penumbra

    Segundo Odent (2004), o ambiente em penumbra respeita a

    fisiologia do recem-nascido (RN). Segundo o Manual de

    Neonatalogia (2001), a penumbra pode contribuir para a

    eficcia na amamentao do RN na primeira hora de vida,

    por estar relacionada a maior privacidade,tranquilidade,

    estabelecimento do vnculo e consequentemente diminuio

    de tempo entre as mamadas e ao ganho de peso no perodo

    ps-natal (Saraiva, 2004).

    Respeito ao perodo sensvel

    A existncia de um perodo sensvel, imediatamente aps o

    parto, foi evidenciada em estudo de Gaspareto e Bussat

    (1994) e durante esta fase, um contato intenso e ininterrupto

    da me com o seu beb proporcionam a receptividade mais

    precoce da me e sua adaptao, dando prosseguimento ao

    vnculo que comeou a ser estabelecido j na vida intra-

    uterina. Outros benefcios deste contato inicial incluem o

    fato de a amamentao ocorrer mais cedo e o estreitamento

    da atrao emocional.

    Avaliao da vitalidade do RN

    Segundo o Documento Cientfico do Programa de

    Reanimao Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria

    (2013), se, ao nascimento, o recm-nascido de termo

    (idade gestacional 37-41 semanas), est respirando ou

    chorando, com tnus muscular em flexo, ele apresenta boa

    vitalidade e no necessita de qualquer manobra de

    reanimao. Trs metanlises, que incluram estudos com

    nascidos a termo, concluram que o clampeamento tardio do

    cordo umbilical benfico com relao aos ndices

    hematolgicos na idade de 3-6 meses. Com base nesses

    estudos, recomenda-se que o RN a termo, saudvel e com

    boa vitalidade ao nascer seja posicionado no nvel da

    placenta por um a trs minutos, antes do clampeamento do

    cordo umbilical.

    O contato pele a pele com a me imediatamente aps o

    nascimento, em temperatura ambiente de 26C, reduz o risco

  • de hipotermia em recm-nascidos de termo, com boa

    vitalidade, desde que cobertos com campos pr-aquecidos.

    Nesse momento, pode-se iniciar a amamentao. A

    Organizao Mundial de Sade recomenda que o

    aleitamento materno seja iniciado na primeira hora de vida,

    pois se associa a um maior perodo de amamentao, melhor

    interao me-beb e menor risco de hemorragia materna.

    Contato pele a pele

    Os bebs interagem mais com suas mes, ficam mais

    aquecidos e choram menos, quando colocados no colo da

    me; so mais amamentados e amamentaram por mais tempo,

    quando tiveram contato pele a pele precoce; possivelmente

    tiveram mais chances de ter um bom relacionamento inicial

    com suas mes, mas isso foi difcil de medir (Moore ER,

    Anderson GC, Bergman N, 2007).

    Touca

    A colocao da touca no RN, logo aps o desprendimento do

    plo ceflico, ainda no canal de parto, evita a perda de calor

    atrves no couro cabeludo, diminuindo os riscos de

    hipotermia do recm-nascido (Manual Merck, 2009).

    Clampeamento oportuno/tardio

    Clampeamento oportuno do cordo aumenta a mdia neonatal

    do hematcrito venoso dentro de uma faixa fisiolgica; Nem

    diferenas significativas nem efeitos nocivos foram

    observados entre os grupos; Alm disso, esta interveno

    parece reduzir a taxa de anemia neonatal; Esta prtica tem se

    mostrada segura e deve ser implementada para aumentar o

    armazenamento de ferro neonatal ao nascimento (Cernadas

    JM, 2006).

    Estimulo a amamentao na 1

    hora de vida

    A amamentao exclusiva durante os 06 primeiros meses de

    vida, seguida do aleitamento materno continuado dos 6 aos 11

    meses de idade, foi a interveno isolada mais efetiva para

    prevenir mortalidade infantil, estimando que ela previna 13%

    de todas as mortes em menores de cinco anos (Chaparro CM,

    Lutter C, 2007).

  • Anexo II

    Medicaes que podem ser prescritas e administradas pela enfermeira obstetrica

    na sala de parto

    Medicao Forma de Administrao Indicao

    Ocitocina

    - 05UI em 500 ml de Soluo

    Ringer com Lactato,

    - 10UI intramuscular, aps o

    desprendimento do ombro do RN,

    - 15 UI em 500ml de SG 5%, EV

    - Coordenar as contraes durante o perodo

    expulsivo, quando necessrio;

    - Como profilaxia de hemorragia ps-parto;

    - Nos casos de hemorragia ps-parto, at a chegada

    do mdico plantonista.

    Dipirona

    - 01 comprimido ou 40 gotas, VO,

    at de 6/6hs, SOS.

    - 01 ampola EV ou IM

    - Em caso de dor no puerprio;

    - Em caso de febre no puerprio.

    Paracetamol

    - 01 comprimido ou 40 gotas, VO,

    at de 6/6hs, SOS.

    - Em caso de dor, no perodo puerperal.

    Lidocana a 2% sem

    vasoconstrictor

    -ampola, gel, spray

    - Anestesia local em caso de rfia de laceraes do

    perneio;

    - Anestesia local antes da realizao da episiotomia,

    se necessrio.

    Hioscina/

    butilescopolamina

    - 01 comprimido VO

    - 01 ampola diluda em glicose a

    25% EV

    - Em caso de clicas.

    Bromoprida

    - Compridos ou soluo injetvel

    - Em caso de distrbios gastrointestinais como

    nuseas ou vmitos.

    Metoclopramida

    - Soluo injetvel - Em caso de distrbios gastrointestinais como

    nuseas ou vmitos.

    Soro Glicosado 5% - Soluo injetvel Reposio hdrica.

    Soro fisiolgico a

    0,9%

    - Soluo injetvel Expanso ou reidratao, reposio de eletrlitos.

    Soro Ringer com

    Lactato

    - Soluo injetvel Expanso ou reidratao, reposio de eletrlitos.

    Sulfato ferroso

    - Comprimido com 40 mg de ferro

    elementar Preveno e tratamento de anemia ferropriva no

    perodo puerperal.