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ESCOLA SANTA BÁRBARA
1º BIMESTRE
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Educação Física e Saúde
Aptidão Física – Um Convite à Saúde
O que é Aptidão Física?
O conselho de Presidente para a aptidão física e esportes dos Estados Unidos
(1971), definiu a aptidão física como: “A capacidade de executar tarefas diárias com
vigor e vivacidade, sem fadiga excessiva e com ampla energia para apreciar as ocupações
das horas de lazer e para enfrentar emergências imprevistas." Clark (1980) adicionou
"Então a aptidão física e a capacidade de durar, de continuar, de resistir ao stress, de
persistir em circunstâncias difíceis onde uma pessoa destreinada desistiria.
A aptidão física é o oposto de estar fatigado com esforços ordinários, de falta de
energia para realizar as atividades da vida com entusiasmo, tornando-se exausto em
esforços físicos exigentes e inesperados... “É uma qualidade positiva, estendendo de uma
escala da morte até uma vida abundante." Mais recentemente, Nieman (1986), sugeriu a
seguinte definição de aptidão física: "Aptidão física é um estado dinâmico de energia e
vitalidade que permite a cada um não apenas realizar as tarefas diárias, as ocupações
ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevisíveis sem fadiga excessiva,
mas também ajuda a evitar doenças hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da
capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver.”
Pate (1988), outro estudioso do assunto, concordou com a definição de Nieman,
caracterizando uma tendência, ao dizer que a aptidão física era um:
"...estado caracterizado por urna capacidade de executar atividades diárias com vigor e
demonstração de traços e capacidades associada com o baixo risco de desenvolvimento
prematuro das doenças hipocinéticas."
Todas essas definições oferecidas parecem prudentes e claras, no entanto, coisas
como vigor, prontidão, fadiga, alegria, apreciação, não são fáceis de ser medidas. Para
esclarecer o significado de aptidão física é importante identificar os componentes que
podem ser definidos, medidos e desenvolvidos um separadamente dos outros.
Embora no passado havia um certo desentendimento e confusão em relação aos
componentes da aptidão física, hoje em dia já existe um consenso Os componentes mais
comuns, foram colocados em dois grupos: um, relacionado a saúde outro, relacionado as
habilidades esportivas
APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À
Saúde Habilidades Esportivas
Resistência Cardiorrespiratória Agilidade
Composição corporal Equilíbrio
Flexibilidade Velocidade
Força e resistência muscular localizada Potência tempo de reação coordenação
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A aptidão Física Relacionada às Habilidades Esportivas compreende vários
componentes necessários para a prática e o sucesso em vários esportes. Certamente para
jogar basquetebol, um(a) jovem precisará de velocidade, potência muscular, agilidade.
Porém, esses componentes não são necessários para a vida adulta, onde a prática de
qualquer esporte ou atividade física tem como objetivo principal a saúde funcional.
Por outro lado, a Aptidão Física Relacionada à Saúde engloba componentes que
afetam a qualidade da saúde.
DOENTE => aptidão física => SAÚDE ÓTIMA
A Aptidão Física Relacionada à Saúde mede a qualidade da saúde que pode ser
representada ao longo de um continuum em acamado, com nenhuma possibilidade de
fazer qualquer atividade, e de outro, ele estaria com uma saúde ótima, com grande
capacidade funcional, em todos os aspectos da vida. Nós osci1amos dentro desse
continuum.
Aptidão Física Relacionada à Saúde
Para muitos entendidos em aptidão, a resistência cardiorrespiratória é o
componente mais importante da aptidão relacionada à saúde. Para muitas pessoas, estar
“em forma” significa Ter boa capacidade de resistência cardiorrespiratória, exemplificada
por feitos de corrida, ciclismo, natação, durante tempos prolongados.
A resistência cardiorrespiratória pode ser definida como a capacidade de continuar
ou persistir em tarefas prolongadas que envolvem grandes grupos musculares. É uma
capacidade dos sistemas circulatório e respiratório para se ajustar e se recuperar dos
esforços do corpo em exercício.
Cooper (1970) chamou a resistência cardiorrespiratória de "Capacidade Aeróbica"
e deu a seguinte definição:
“Aeróbica refere-se a uma variedade de exercícios que estimulam a atividade do
coração, dos pulmões durante um período suficientemente longo para produzir mudanças
benéficas para o Corpo. Correr, nadar, pedalar, são exercícios tipicamente aeróbicos. Há
muitos outros. Eles tem uma coisa em comum: ao fazê-lo trabalhar intensamente, eles
exigem bastante oxigênio. Esta é a ideia básica. Isto que os torna aeróbicos.
Composição Corporal
O peso corporal tem dois componentes: peso de gordura e peso de massa magra
(músculos, ossos, água). Não é a quantidade total de peso que importa em termos de
saúde, mas a proporção de gordura para a de músculos e ossos. Algumas pessoas são
pesadas, porque tem músculos muito desenvolvidos ou ainda uma ossatura pesada, mas
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nem por isso são gordas. Por outro lado, muitas estão no "peso ideal" mas possuem
grande quantidade de gordura por isso são obesas.
A porcentagem de gordura, isto é, a porcentagem do peso corporal total que é peso
de gordura, é o índice preferido para avaliar a composição corporal de uma pessoa.
Para os homens, os níveis de gordura estão ótimos, quando a porcentagem de
gordura estiver abaixo de 15%, e são considerados obesos quando esta porcentagem
estiver acima de 25%. Para as mulheres, um nível de gordura abaixo de 20% está ótimo,
e acima de 33% é considerado obesidade.
Flexibilidade, Forca e Resistência Muscular Localizada
Estes três componentes fazem parte da chamada aptidão musculoesquelética. Uma
disfunção másculo-esquelética que afeta muita gente é a "dor na coluna lombar".
Registros históricos destacam que Hipócrates, o "pai da medicina" aventou a hipótese de
que o homem apresentava dores na coluna em virtude de seu bipedalismo e da posição
ereta em que caminha. Foi somente a partir da revolução industrial que os problemas da
coluna, com destaque para as dores lombares, ganharam atenção, em virtude de sua alta
incidência.
Excluindo a gripe e resfriado, a "dor nas costas" é a justificativa mais freqüente de
afastamento temporário do trabalho nos países industrializados. Os operários que ainda
tem que fazer algum trabalho braçal e para isso usam a coluna como alavanca para
levantar objetos, bem como aqueles que fazem trabalho sedentário, pois passam a maior
parte do tempo em cadeiras, poltronas e mesas inadequadas, são os mais atingidos. Junte-
se a essas causas, uma outra de ordem emocional que afeta a todos que vivem numa
sociedade competitiva, exatamente desgastante e em constante stress, tensão, que
repercute principalmente na musculatura das costas, causando fadiga e dores. A vida
sedentária produz músculos abdominais flácidos, por falta de exercícios, mas os
músculos das costas (principalmente da região lombar) ficam tensos, duros encurtados,
por problemas emocionais e sociais.
Teoricamente, músculos fracos cansam facilmente e não podem sustentar a coluna
em um alinhamento correto. Quando se está em pé, os músculos abdominais fracos e os
músculos posteriores das coxas encurtados, fazem com que a pélvis se incline para a
frente, causando uma hiperlordose na coluna lombar. Esse stress na coluna causa a
chamada "dores nas costas".
O fortalecimento da musculatura abdominal e a melhoria da flexibilidade da coluna
e do quadril, com o consequente alongamento das musculaturas posterior do tronco e
posterior das coxas, podem prevenir esta síndrome.
Cada componente da Aptidão Física Relacionada a Saúde pode ser medido
separadamente e exercícios específicos podem ser aplicados para o desenvolvimento de
cada um. Os níveis desses cinco componentes da Aptidão Física Relacionada à Saúde não
precisam variar juntos, isto é, uma pessoa pode ser forte mas faltar flexibilidade, ou uma
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pessoa pode ter boa resistência cardiorrespiratória e necessitar de força muscular. Para o
desenvolvimento total da Aptidão Física Relacionada a Saúde, cada componente deveria
ser representado na elaboração dos exercícios.
A Necessidade de Movimento do Corpo Humano
De muitas maneiras pode se comparar o corpo humano como uma máquina, tal
como um carro. A máquina converte uma forma de energia em outra na execução de um
trabalho. Do mesmo modo, uma pessoa converte energia química em mecânica no
processo de andar, correr, saltar dançar, jogar bola.
Ela pode, como uma máquina, aumentar a intensidade da ação pelo acréscimo da
proporção de energia que é convertida de uma forma para outra. Assim ela anda mais
rápido pelo aumento do metabolismo e pela velocidade de ação dos combustíveis, que
dão mais energia para o trabalho muscular.
Em suas raízes, todas as atividades físicas são baseadas na bioenergética que
controla e limita o rendimento nessas atividades.
Quando o corpo se movimenta, muitos processos fisiológicos e psicológicos
ocorrem simultaneamente. Por exemplo, quando alguém corre aumenta a contabilidade e
a frequência dos batimentos do coração; o metabolismo é aumentado; os hormônios são
mobilizados; a temperatura corporal é elevada.
Neste sentido, o corpo é uma máquina, afinal, ele é formado por mais de mais de
10 bilhões de células; o esqueleto com mais de 200 ossos que servem de suporte para
mais de 600 músculos, comandados por cerca de 11 quilômetros de fibras nervosas e
irrigados por mais de 96 milhões de vasos sanguíneos. Nosso coração bombeia quase
6.000 litros de sangue a cada dia; os olhos têm cerca de 100 milhões de receptores, os
ouvidos contém mais de 24 mil fibras. Milhares de reações químicas estão acontecendo a
cada instante. Ao lado desse fabuloso aparato biológico, existe o cérebro que é capaz de
pensar numa velocidade de 800 palavras por minuto; capaz de lembrar eventos do
passado como se eles estivessem acontecendo hoje; e capaz de prover eventos que nunca
aconteceram, como se eles estivessem realmente acontecendo. Embora o corpo possa ser
comparado com uma máquina, seria muito simples (e até desumano) considerá-lo
somente isso. Ao contrário das máquinas, o corpo tem uma tremenda capacidade de se
adaptar aos estresses físicos e com isso melhorar suas funções.
O funcionamento do corpo é mantido por um equilíbrio dinâmico que necessita de
atividades para funcionar normalmente. O rompimento do frágil equilíbrio dentro do
corpo, causado, por exemplo, por hábitos alimentares errôneos ou deficientes; por
padrões de pensamentos negativos; pela vida sedentária, pode resultar (e frequentemente
resulta) em doenças, discordâncias e desordens emocionais.
Numa sociedade caracterizada por "apertar botões", as tendências modernas, a
mecanização, as ocupações sedentárias e o uso generalizado de utensílios domésticos,
levaram a uma exigência diminuída da atividade física particularmente no trabalho. Ao
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mesmo tempo há um aumento espantoso de doenças cardiovasculares. Os estudos tem
mostrado que o risco de doenças cardiovasculares e aumentado por falta de atividade
física satisfatória. A atividade física, principalmente o exercício, o esporte, aumenta o
rendimento físico das pessoas. Este aumento está associado com uma melhora na
eficiência funcional de todas as células do nosso corpo. Essa eficiência funcional,
chamada de APTIDÃO FÍSICA, é geralmente vista como um atributo desejável e
positivo para a saúde.
A atividade física é uma parte integral e complexa do comportamento humano,
envolvendo componentes culturais, socioeconômicos, psicológicos e é dependente de
vários fatores como o tipo de trabalho, tipo físico, personalidade, quantidade de tempo
livre, possibilidade de acesso a locais e instalações esportivas, etc.
A capacidade de rendimento do nosso corpo muda continuamente durante a vida.
Principais Atividades que Promovem a
Aptidão Física Relacionada à Saúde
A filosofia que, prevalece hoje em dia é fazer da vida a mais mecanizada possível,
isto é, excluir o trabalho manual pesado. O ser humano passa a maior parte de sua vida
profissional com gasto energético próximo do estado de repouso.
Como a vida sedentária é um fator de risco para a saúde, particularmente em
relação as doenças cardiovasculares, obesidade artrites e doenças reumáticas, a falta da
atividade motora no trabalho, na escola e na sociedade em geral, deveria ser compensada
por atividades físicas e esportes durante o tempo livre.
Há uma infinidade de atividades nas quais pessoas de ambos os sexos podem tomar
parte, atividades estas que não requerem habilidades excepcionais, coragem,
equipamentos sofisticados e caros, instalações faraônicas para praticá-las. A preferência
deveria ser por atividades que permitissem as pessoas se ajustarem de acordo com sua
aptidão, característica corporal, e acima de tudo desejo pessoal.
“ATIVIDADE FÍSICA IDEAL É AQUELA QUE A PESSOA GOSTA.”
Correr e andar
Para qualquer pessoa, correr e andar constituem formas predominantes de
atividades físicas usadas nas horas livres.
A mídia (e também algumas indústrias de calçados) frequentemente destaca que
andar tem benefícios fisiológicos iguais ou superiores ao correr. Contudo, em relação ao
gasto de energia, esse não é o caso. Vários estudos demonstraram que correr gasta-se
mais energia do que andar. O gasto energético de correr e andar no piano, depende da
velocidade e do peso do indivíduo.
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Comparações entre essas duas atividades, mostraram ainda que durante a corrida se
usa maior proporção de gordura como substrato energético, do que andar na mesma
velocidade. Alguns estudos em laboratórios indicam que, o grau de metabolismo de
gordura durante o exercício, pode depender da quantidade de massa muscular envolvida
no exercício. Quanto mais massa muscular usada maior a proporção de gordura utilizada.
A quantidade maior de massa muscular usada durante a corrida do que andar, explicaria
porque maior número de quilocalorias (e maior quantidade de gordura) e usado durante a
corrida.
Por isso, correr seria muito melhor exercício se perder peso e gordura fosse seu
objetivo. Ainda, esse gasto total de energia maior na corrida, pode estimular outros
efeitos favoráveis, como a síntese de lipoproteína de alta densidade (HDL), considerada
como uma espécie de protetora contra as doenças coronarianas. Essa relação entre o gasto
energético e a velocidade no andar não é uma linha reta porque a eficiência mecânica
diminui em velocidades acima de 7 km/h e o gasto energético em termos de consumo de
oxigênio aumenta desproporcionalmente. Num ritmo mais rápido, então, e menos
cansativo do que andar. Por outro lado, em velocidades abaixo de 7 km/h, andar é mais
eficiente do que correr. Para as pessoas sedentárias a velocidade normal é cerca de 3 a 5
km/h.
A exigência física imposta ao organismo no andar em uma certa velocidade,
depende do peso e do nível de aptidão da pessoa. Andar a 5 km/h gasta-se cerca de 3,7
Kcal/min em uma pessoa de 65 kg, ou seja, 3 vezes o nível de repouso. Isso é
considerado um exercício leve para pessoas com alguma condição física. Por outro lado,
o mesmo exercício em uma pessoa obesa, gasta-se cerca de 4,4 Kcal/min, ou 4 vezes o
nível de repouso. Para essa pessoa, o exercício é considerado "puxado".
Andar é o modo mais fácil, barato, e agradável de reduzir o peso em excesso.
Andar 2 km exige cerca 100 Kcal apenas, mas se fosse realizado diariamente, daria o
consumo de 1 kg de gordura por Inês, desde que a pessoa não aumente a ingestão de
alimentos.
Andar em subidas ou em terrenos acidentados é mais exigente em termos de gasto
energético, cerca de 4 a 5 vezes mais do que andar no plano. A tabela a seguir dá
exemplo dos gastos energéticos de andar em diferentes situações.
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TERRENO Velocidade
(Km/h)
GASTO ENERGÉTICO
Plano
Homens (70 Kg)
Kcal/min
Mulheres (60 Kg)
Kcal/min
2 1.7 1.5
3 2.4 2.1
4 3.1 2.7
5 4.0 3.4
6 5.3 4.5
7 7.1 6.1
8 9.6 8.2
Subida Leve 3 3.9 3.3
Subida Forte 3 8.9 7.6
Plano (Carregando
10 Kg extra) 4 3.6 3.1
Plano (Carregando
20 Kg extra) 4 4.3 3.7
Com cargas extras, carregando uma mochila ou outro peso, diminui a eficiência
mecânica do andar e a atividade se torna mais exigente. Dependendo do modo como se
carrega também afeta o gasto energético; ele é mínimo quando a carga é carregada sobre
os ombros, e é máximo quando e carregada debaixo do braço (embaixo da axila).
Nadar
A natação é uma atividade excelente porque ela normalmente exige a participação
de grandes massas musculares. Ela pode ser praticada por pessoas de todas as idades
(desde que saibam nadar, é claro!), e até por pessoas com deficiências físicas.
A natação pode ser realizada em deferentes técnicas como o crawl, costas,
borboleta e o nado de peito, ou até algumas não técnicas como o nado "de lado",
"cachorrinho" ou "mata-cobra".
A maioria das pessoas considera o nado de peito o mais fácil.Como a gravidade do
corpo não é muito diferente da água (60% do corpo humano é feito de água), o peso do
corpo é bastante reduzido quando submerso na água. Muito pouca energia é exigida para
se manter o corpo boiando, principalmente nas pessoas gordas.
A natação pode ser urna atividade bem fácil quando realizada com pouca
intensidade, mas pode se tornar bastante estrênua (exigente) quando realizada em
velocidades elevadas. O gasto energético da natação depende da velocidade e é quase
independente do tamanho do corpo, da idade e do sexo.
A eficiência do nado pode ser melhorada com o treinamento. Há, portanto,
diferenças individuais consideráveis no gasto energético em pessoas nadando na mesma
velocidade.
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Pedalar
Já existe disponível comercialmente vários tipos de bicicletas estacionárias e quase
todas as academias de ginástica as possuem.
Embora para muitos, pedalas no lugar sem ir a lugar algum é urna coisa estúpida,
chata, tais máquinas podem se constituir em excelentes meios de exercícios para todas as
pessoas, velhos e jovens. Infelizmente, a maioria delas não podem ser graduadas
precisamente e as pessoas quase nunca podem controlar a intensidade, e frequentemente
pedalam com grande velocidade contra praticamente nenhuma resistência. Pedalar nas
ruas, estradas, ao ar livre é uma atividade muito agradável principalmente para as
crianças, contudo, o risco é muito elevado nas grandes cidades, onde o tráfego de
automóveis, caminhões e ônibus é muito grande. Já existe uma certa pressão da
sociedade para a construção de trilhas próprias para as bicicletas.
Pedalar é bastante popular em cidades pequenas, e planas, onde as pessoas usam a
bicicleta para locomoção. O gasto energético durante o ciclismo depende da velocidade,
terreno e do vento, mas quase não depende do corpo, idade e sexo.
Esta tabela representa o gasto energético no ciclismo em várias velocidades.
VELOCIDADE (Km/h) GASTO ENERGÉTICO
(Kcal/min)
16.0 7
18.0 8
19.0 10
21.0 11
Ginástica Aeróbica
No início da década de 80, surgiu uma forma bastante popular de exercício que
parecia ser mais uma moda. Baseada na Daiwa Aeróbica, desenvolvida pela americana
Jacki Sorensen, aqui entre nós ela foi denominada, (erroneamente, diga-se de passagem!)
Ginástica Aeróbica, e o que parecia ser apenas uma moda, hoje é uma forma legítima de
exercícios com milhares de praticantes, principalmente entre as jovens.
A Ginástica Aeróbica é uma atividade com rotinas de movimentos de vários tipos
de danças (às vezes do jazz, dança de salão, dança moderna, rock, etc.) combinadas com
outros movimentos rítmicos tais como corridas, saltitamentos, saltos, chutes,
alongamentos, etc. realizados continuamente com música. Ela ganhou imensa
popularidade, por ser alegre, divertida e não exigir o alto grau de habilidade dos
dançarinos.
O propósito fisiológico da Ginástica era o de elevar a frequência cardíaca
movimentando-se continuamente com a música. A Ginástica Aeróbica no seu início
empregava exercícios que envolviam um grande impacto sobre as articulações de suporte
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do peso-corporal, como acontece nos saltos, saltitamentos, em que há uma aterrissagem
mais brusca nos pés. Atualmente essa característica de exercícios se denomina Aeróbica
de Alto Impacto. Nela, a pessoa 6, um corpo e superfície (solo) onde se realiza o
exercício é o corpo contra o qual acontece a colisão. As sobrecargas aplicadas as
articulações pelo impacto na Ginástica Aeróbica incluem forças longitudinais; de
translação e de rotação.
A maioria dessas forças sobre a articulação contração muscular, não pela
sustentação do peso. Várias pesquisas evidenciaram o tipo e a quantidade de sobrecargas
nas várias articulações. Por exemplo, numa mesma superfície o correr produz uma força
na articulação do quadril duas vezes maior do que o andar; no joelho essa força é seis
vezes maior e no tornozelo, duas vezes maior.
Como nossas articulações suportam esses impactos? As articulações normais são
capazes de manusear os estresses do impacto sem efeitos prejudiciais. Elas podem
dissipar a energia produzida pela sustentação do corpo; pela atividade de impacto através
das várias articulações que aproximadamente não tem atrito; e ainda pelo suporte
muscular. Por exemplo músculos bem condicionados sustentam os joelhos com seus
mecanismos de lubrificação junto com a capacidade normal de absorção de choque da
cartilagem articular e do menisco, ajudam a dissipar a energia.
Alguns tipos de solo, mais flexíveis, e vários tipos de tênis próprios para a
Ginástica Aeróbica, diminuem o impacto. Recentemente, criaram-se exercícios menos
exigentes e mais seguros, proporcionando menos estresses nas juntas pelo impacto.
Surgiu então a Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto, que preconiza a manutenção de um
dos pés em contato com o solo. Dessa forma, a rotina de exercícios evita exercícios de
saltos, saltitamentos, diminuindo o impacto. Os possíveis benefícios da Ginástica
Aeróbica de Baixo Impacto estão apenas começando a ser documentados.
Em um estudo de Yoke e colaboradores (1983) foi avaliado o custo metabólico da
Ginástica Aeróbica de Baixo impacto. Eles verificaram que ela não providencia um
estímulo aeróbico suficiente. Outro estudo, feito por Williford e colaboradores (1989),
também verificou que ela não atendia as exigências de intensidade para adaptações
cardiovasculares. A Ginástica Aeróbica de Baixo Impacto deveria ser realizada com Alta
Intensidade para atingir um limite aceitável.
300 Kcal
(min)
500 Kcal
(min)
GASTO
ENERGÉTICO
(Kcal/min)
AIAI 28.7 47.9 10.44
BIAI 37.1 61.9 10.08
AIBI 34.0 56.7 8382
BIBI 60.8 101.9 4.93
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Esta tabela representa o tempo (em minutos) para gastar 300, 500 Kcal e gasto
energético (em minutos) da Ginástica Aeróbica.
Convenções:
AJAI = Alto Impacto, Alta Intensidade
BIAI = Baixo Impacto, Alta Intensidade
AIBI = Alto Impacto, Baixa Intensidade
BIBI = Baixo Impacto, Baixa Intensidade
Musculação
A musculação, ao lado da Ginástica Aeróbica, foi a atividade física que mais
ganhou adeptos na última década. Muito mais antiga do que a Aeróbica, (ela era chamada
de Halterofilismo), foi uma das atividades que mais se beneficiou com o avanço
tecnológico, incorporando dezenas de equipamentos para sua prática. A prática de
exercícios com pesos é bem antiga, mas de máquinas de força começou aqui apenas na
década de 70.
Quase todas as Academias possuem urna sala de musculação, assim como todo
clube esportivo, clínicas, hotéis, universidades, faculdades, e escolas. A popularidade da
Musculação se deve parte a segurança dada pelos novos aparelhos, que permitem
trabalhar cada músculo do corpo humano; e parte pelo esclarecimento dos tradicionais
mitos e superstições que envolviam (e ainda envolvem!) a sua prática.
Basicamente a musculação objetiva a modelagem do corpo, o aumento ou
diminuição de seu volume, a definição muscular, a proporcionalidade, a simetria corporal
e suas linhas desenvolvidas harmoniosamente. Ela pode aumentar o tônus muscular
(estado de prontidão do músculo para se contrair); a velocidade de contração; a
coordenação e a flexibilidade.
De modo geral, a Musculação aumenta o tamanho do músculo e/ou sua forca. O
músculo se torna mais forte pela Musculação através de dois mecanismos básicos:
1. Maior recrutamento das unidades motoras das fibras,
2. Hipertrofia das fibras musculares individuais.
“NA ESCOLHA DE UMA ATIVIDADE FÍSICA, DEVERIA SER
CONSIDERADO AS CONDIÇÕES, OS HÁBITOS, AS PREFERÊNCIAS E AS
CIRCUSTÂNCJAS DA VIDA. FELIZMENTE HÁ UMA GRANDE
DISPONIBILIDADE DE ATIVIDADES FÍSICAS, DE FOEMA QUE TODO
MUNDO PODE ENCONTRAR AQUELA QUE DÁ SATISFAÇÃO.”
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Hipertrofia muscular
O crescimento do músculo como resposta as várias formas de exercícios é
conhecida desde os tempos dos gregos. Fatores genéticos, nutricionais e hormonais ao
lado da atividade física, influem na regulação da resposta do músculo. É a interação
complexa desses fatores que determina o tamanho de um músculo. Isso significa muito
pouco para o crescimento do músculo sem oferecer as células os componentes
nutricionais necessários para construir novas proteínas.
Os hormônios e a inervação das células também são vitais, mas sozinhos não são
completamente inadequados para manter ou aumentar a massa muscular. Um bom
exemplo do papel desempenhado pelo exercício na manutenção e desenvolvimento do
tamanho muscular é quando um músculo inteiramente enervado em um ambiente
nutricional completo e com hormônios suficientes, se atrofia quando imobilizado em um
gesso. As principais fontes que regulam a massa muscular são: genética, exercício, estado
nutricional, hormônios, inervação.
Cada pessoa tem uma capacidade genética para aumentar o tamanho dos músculos,
por isso cada uma tem um padrão muscular específico. Para mudar em parte essa
configuração muscular, deve se treinar muito. Quando se pára de treinar os músculos
voltam ao seu estado original. O tamanho muscular adquirido pelo exercício NÃO É
PERMANENTE. Nas atividades normais do dia a dia, uma pessoa usa apenas uma
pequena porcentagem de fibras musculares. Se o músculo é mais solicitado como na
musculação, mais fibras musculares e uma inervação é exigida para movimentar a carga.
A contração muscular, ou seja, o deslizamento das proteínas contrácteis (actina e
miosina), por Si S. serve corno causa para que os núcleos das células musculares atraiam
proteínas para cada fibra muscular envolvida no trabalho.
Através de uma série de eventos químicos e físicos complexos, a contração das
fibras individuais, assim como as avarias (lesões) microscópicas das células musculares.
Fazem o DNA mensageiro a se dirigir para os ribossomos e ordenar a síntese de mais
proteínas para ser introduzida nas fibras musculares.
Existem evidências da existência de um processo de restauração nas fibras
musculares exercitadas, onde “células reparadoras” migram e literalmente, consertam as
células musculares avariadas. Junto com o induzimento de proteínas, as células
musculares hipertrofiam. As proteínas, assim como as células reparadoras, são
incorporadas nos filamentos dos músculos. Fazendo-os engrossar. Assim que o estímulo
permanece.
As configurações naturais do músculo que existem após a maturação normal (por
volta dos 20 anos nos homens e 18 anos nas mulheres), é formada segundo os
fisiologistas de Proteína Muscular Genética. A proteína absorvida na nova massa
muscular, por um programa de musculação é chamada de Proteína Muscular
Extragenética. Mesmo que uma pessoa treine muitos anos, adquirindo bastante massa
muscular, ela desaparece toda se essa pessoa abandonar o exercício. Quanto mais tempo
se treina mais tempo dura o processo.
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ESCOLA SANTA BÁRBARA
2º BIMESTRE
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DROGAS
Conceitos Importantes
Droga: “Qualquer substância natural ou sintética (substância criada pelo homem) que,
quando administrada ou consumida por um ser vivo, modifica uma ou mais de suas
funções, com exceção daquelas normal (água, alimentos etc.)”. (Ghodse, 1995 – OMS)
Drogas psicoativas ou psicotrópicas são aquelas que modificam o funcionamento do
cérebro.
Ser ou não legalizada não determina se uma substância é ou não droga. Cigarro e
bebidas alcoólicas são drogas!
Medicamento: “Substância ou produto que se utiliza como remédio no tratamento de
doença física ou mental”. (OMS, 1993)
Os medicamentos modificam o funcionamento do organismo, portanto são drogas. Sua
utilização necessita indicação adequada.
Dependência Química: “Estado caracterizado pelo uso descontrolado de uma ou mais
substâncias químicas psicoativas com repercussões negativas em uma ou mais áreas da
vida do indivíduo” (OMS). Tal estado pode ser episódico ou permanente, mas tende a
tornar-se progressivo com o passar do tempo. A dependência química é uma doença
primária, crônica, progressiva e de determinação fatal.
Tolerância: é a necessidade do uso de doses crescentes de uma determinada droga, para
obter efeitos originalmente alcançados com doses menores ou a redução significativa do
efeito, quando a dose consumida se mantém estável.
Síndrome de abstinência: conjunto de sintomas decorrentes da interrupção do uso de
uma droga. Eles variam segundo o grau de intoxicação, desde tremores matinais, náuseas,
irritabilidade até quadros com delírios e alucinações.
Overdose: uso de qualquer droga com produção de efeitos físicos e / ou mentais danosos
e frequentemente letais, seja por quantidade excessiva, pureza da droga ou pela
diminuição da tolerância do indivíduo.
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1- CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS QUANTO A AÇÃO NO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
Estimulantes: são drogas, que uma vez introduzidas no organismo, aceleram a atividade
cerebral. Há aumento da vigília, da atenção, aceleração do pensamento e euforia. Seus
usuários tornam-se mais ativos, “ligados”. Causam elevação da pressão e dos batimentos
cardíacos. A intoxicação pode resultar em acidentes vasculares e paradas cardíacas.
Exemplos: anfetaminas (remédio para emagrecer), cafeína, cocaína, ecstasy, nicotina.
Depressoras: são drogas, que uma vez introduzidas no organismo, são capazes de
lentificar ou diminuir a atividade do cérebro, podendo possuir também, alguma
propriedade analgésica. Pessoas sob o efeito dessas substâncias tornam-se sonolentas,
lerdas, desatentas e desconcentradas. Se as doses forem altas, pode sobrevir o coma e até
a morte.
Exemplos: álcool, opiáceos (heroína e morfina), tranquilizantes, inalantes ou solventes
(cola) e indutores do sono.
Perturbadoras: são drogas, que uma vez introduzidas no organismo, modificam o
sentido da realidade, provocando alterações na percepção, emoções e pensamento. O
humor do usuário pode variar de um estado eufórico (marcado por risos imotivados, fala
solta e sensação de bem-estar) a sintomas de mal-estar psíquico, como tristeza, sensação
de pânico e perda do controle (medo de enlouquecer). O consumo pode desencadear
também quadros psicóticos permanentes em pessoas predispostas a essas doenças ou
novas crises em indivíduos portadores de doenças psiquiátricas (transtorno bipolar,
esquizofrenia).
Exemplos: anticolinérgicos, LSD (ácido), maconha, chá de cogumelo, trombeta, lírios e
etc.
2- NÍVEIS DE PREVENÇÃO
Prevenção primária: conjunto de ações educativas visando a saúde. Ela deve intervir
antes ou em face da perspectiva de consumo de drogas.
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Prevenção secundária: conjunto de estratégias definidas quando é detectado um
problema inicial de consumo de drogas, tentando evitar o agravamento.
Prevenção terciária: intervenções realizadas quando a dependência química já está
instalada e atua antes, durante e após o tratamento, no intuito de reintegrar o indivíduo à
sociedade e prevenir recaídas.
“Preserve esta maravilha que todos temos: O cérebro. As drogas podem destruí-lo.”
2.1- Saiba mais...
Muitos usuários utilizam o álcool para diminuir a ansiedade causada pela cocaína.
A mistura das duas substâncias cria no organismo, um composto chamado
coquetileno. Este composto é ainda mais tóxico que as duas drogas separadas!
Além de todos os riscos que o uso da cocaína apresenta, não podemos esquecer
que na maioria das vezes ela está misturada a diversos produtos como: cimento,
cal, pó de vidro etc.
O usuário frequente apresenta sintomas de abstinência como fissura por cocaína,
ansiedade, fome, irritabilidade, apatia, depressão, paranoia, ideia suicida, perda do
apetite sexual, insônia ou sono excessivo.
O uso crônico de cocaína, leva a uma degeneração dos músculos esqueléticos, num
processo irreversível chamado rabdomiólise.
3- Tipos de Drogas
3.1- Cocaína
A cocaína é um estimulante extraído da planta da Coca (Erythroxylon coca) cultivada na
região Andina da América do Sul.
Apresentação: A cocaína apresenta-se, sob forma de pó esbranquiçado, variando de
coloração e consistência dependendo das substâncias misturadas a ela. O Crack e a Merla
são derivados mais potentes da cocaína, tendo o primeiro forma de pedras e a Merla
forma de pasta.
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Formas de consumo: Cocaína em pó, geralmente utilizada por via intranasal (aspirada)
ou quando dissolvida em água, por via intravenosa (injetada). Não é comum, mas
também pode ser utilizada por via oral. Cocaína em forma de pedra (crack) e pasta de
cocaína (merla), são utilizadas por via pulmonar (fumada).
Efeitos: O uso da cocaína causa efeitos físicos e psíquicos em suas formas crônicas e
agudas. Geralmente o usuário sente aumento do estado de alerta e concentração,
aceleração do pensamento, inquietação psicomotora (dificuldade para permanecer parado
até quadros mais sérios de agitação), inibição do apetite, mudança de humor para um
estado eufórico, diminuição da fadiga, irritabilidade e insônia. O medo, a paranoia e a
agressividade são muito comuns.
A duração do efeito da cocaína é bastante curta, levando o usuário a repetir o consumo
para retornar ao estado inicial. Durante um período de uso prolongado, o comportamento
fica confuso e desorganizado. Surgem reações de pânico, sensação de perseguição e
alucinações auditivas e táteis (escutar vozes, ter a sensação de bichos andando pelo corpo
e etc). Esse quadro denomina-se “psicose tóxica” e se reverte somente com a interrupção
do uso.
Riscos para a saúde: A cocaína é uma substância altamente tóxica, que causa danos ao
organismo em qualquer quantidade consumida.
No coração, há um aumento na frequência dos batimentos cardíacos que pode levar ao
infarto e lesões no músculo cardíaco, principalmente, na forma injetável.
A cocaína diminui a circulação do sangue no cérebro, destruindo o tecido cerebral
e criando literalmente pequenos buracos. Essas lesões são permanentes, comprometendo
as funções intelectuais.
A elevação da pressão arterial contribui para a ocorrência de hemorragias
(sangramentos) em diversas partes do corpo, inclusive no cérebro, possibilitando os
acidentes vasculares cerebrais (conhecidos como “derrames”).
É grande a probabilidade de acontecer uma convulsão durante o uso e o aumento
da temperatura do corpo pode ser fatal.
A cocaína provoca, ainda, dor no peito, dificuldade respiratória além de efeitos
gastrintestinais como dores e náuseas.
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Outros problemas são ligados à via de utilização: ruptura do septo nasal, perda do
olfato (uso nasal) e infecções tais como hepatite B e C e AIDS (injetável). O uso por
inalação (fumar) resulta em complicações respiratórias maiores envolvendo bronquite,
tosse persistente, infiltrações, enfisema etc.
3.2- Inalantes
Inalantes: Um desafio a ser enfrentado por todos nós.
No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Cebrid (Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas) o inalante é a droga mais usada pelos
adolescentes depois do álcool e, geralmente, a primeira experiência ocorre em casa.
3.2.1- O que são Inalantes?
Inalantes são substâncias voláteis (evaporam na temperatura ambiente) que quando
inaladas produzem efeitos no cérebro capazes de alterar seu funcionamento.
Esse conceito serve para uma grande quantidade de produtos com diferentes ações,
tais como: esmaltes de unha, cola de sapateiro, removedores de tinta, acetona, thinner,
benzina, adesivos, fluidos para isqueiro, gasolina, clorofórmio, éter e outros.
3.2.2- Quem disse que são inofensivos?
Os inalantes são sedativos. Provocam dor de cabeça, tonturas e relaxamento das
musculatura corporal, alteram a percepção das coisas e deixam as pessoas mais expostas
à acidentes. Ocorrem ainda zumbidos e sons grosseiros que acompanham os efeitos.
O efeito predominante é a depressão do cérebro. Sabe-se que a aspiração dos
inalantes pode levar à destruição de neurônios (células cerebrais) causando lesões
irreversíveis no cérebro. Além disso, pessoas que usam frequentemente perdem a
motivação e a energia, têm dificuldade de concentração e diminuição da memória, lesões
da medula óssea, do fígado, dos rins e dos nervos periféricos que controlam os nossos
convulsões, depressão respiratória e coma.
3.2.3- Como é possível perceber o abuso de inalantes?
Podemos perceber pupilas dilatadas, olhos vermelhos e olhar perdido, expressão de
aflição, modos desorientados, nariz vermelho ou com coriza, rachaduras ao redor
da boca e do nariz, salivação excessiva, coordenação motora desequilibrada
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enquanto duram os efeitos da intoxicação, grande confusão, deterioração da
capacidade de escrever, tonteiras, agitação;
Hálito muito desagradável e forte, cheiro de produto químico nas roupas ou no
corpo;
Acessos de riso sem motivo e descontrolados, articulação que torna a fala
incompreensível, conversa que revela percepção distorcida de tempo e lugar, tosse
excessiva, atitudes de poder e invencibilidade;
Sonolência anormal, câimbras musculares nas pernas e no estômago, náuseas, falta
de concentração, perda súbita de memória, humor muito irregular, mudanças no
desempenho escolar e na higiene pessoal.
Esses sintomas isolados não são necessariamente indicativos de uso. É preciso uma
observação cuidadosa e atenta, com diálogo franco e aberto.
3.2.4- Saiba um pouco mais...
O lança-perfume é um inalante cujo uso e fabricação são proibidos no território
brasileiro, sendo lançado no mercado como “aromatizador de ambiente”;
O “cheirinho da loló”, produto à base de clorofórmio e éter, pelo fato de ser
preparado de forma clandestina, oferece maior risco devido à adição de diversos
produtos a fim de substituir substâncias em sua composição, o que dificulta o
tratamento nos casos de intoxicação aguda;
O uso de inalantes durante a gestação pode trazer sérios prejuízos na formação de
feto, atingindo o cérebro e outros órgãos, causando deformações e/ou retardo
mental;
Principais efeitos: é um estimulante do sistema nervoso central. Causa euforia,
nervosismo, hiperexcitabilidade, aumento da pressão e nos batimentos cardíacos, suor,
tontura, insônia, fala incessante, ranger dos dentes e outros sintomas semelhantes aos
efeitos da adrenalina.
Riscos para a saúde: Além de causar tolerância aguda ( o usuário precisa de doses cada
vez maiores para obter o mesmo efeito) e dependência severa, ouso frequente causa uma
síndrome denomina psicose anfetamínica semelhante a um transtorno mental
necessitando de tratamento psiquiátrico além da interrupção do uso.
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4- Drogas Sintéticas
Conceito
Drogas sintéticas são drogas produzidas pelo homem, através de processos químicos
sujos principais componentes não são encontrados na natureza.
Breve Histórico: A expressão “droga sintética”começou a ser utilizada como sinônimo
de drogas para dança (club drugs) ou drogas recreativas devido ao aparecimento da droga
sintética ecstasy (MDMA) e outras anfetaminas nos meios do consumo recreativo
associado à dança.
Tipos mais comuns: Ecstasy, LSD, GHB, Ketamina e Metanfetaminas.
GHB: é um depressor do sistema nervoso central com efeitos semelhantes ao do álcool.
Encontrado, geralmente, na forma de sais, sendo misturado em água para uso recreativo.
Inicialmente utilizado como substância anabolizante, teve o seu uso proibido pelo alto
risco de superdosagem (overdose).
Denominações: GHB, G, ecstasy líquido, Blue Verve.
Principais efeitos: Em pequenas doses os efeitos são similares aos do álcool:
relaxamento, redução da inibição, diminuição nas atividades motoras e melhora de
humor. Doses mais altas causam tontura, voz pastosa, náusea e desequilíbrio. A linha
entre a dose recreativa e a superdosagem é muito sutil.
Riscos para a saúde: O GHB é um potente depressor respiratório e uma overdose pode
causar inconsciência, convulsões, vômitos e coma. A mistura com o álcool pode ser fatal.
O uso em conjunto com o ecstasy pode acarretar um quadro gravíssimo de convulsão
e possível sufocamento. O uso frequente causa dependência severa, com sintomas de
abstinência semelhantes ao do álcool (delirium tremens)
Ketamina: é um anestésico utilizado principalmente em animais. Obtido, normalmente,
em lojas de produtos para animais, na forma líquida; passa por um processo de secagem
para extração dos cristais, que são triturados e usados por via nasal.
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Denominação: Special K, K, vitamina K.
Principais efeitos: A Ketamina é um anestésico, que tem a capacidade de diminuir a
percepção corporal e causar alterações visuais. Em doses pequenas o usuário se sente
embriagado, tonto e com movimentos desajeitados e robóticos. O pensamento se torna
enevoado, com a visão de cores brilhantes e sensação de estar sonhando acordado.
Em doses altas o indivíduo sente que sua mente está saindo do corpo, causando um de
sensação de morte.
Riscos para a saúde: A ketamina tem um alto pode de dependência psicológica e não é
raro o uso frequente e diário. O usuário frequente tem a sensação de estar sendo
perseguido (paranoia). Recentemente foi descoberto, que a ketamina causa lesões
irreversíveis em regiões do cérebro relacionadas à memória e ao pensamento lógico.
Metanfetamina: Um potente estimulante sintético, usado para fins tanto médicos quanto
recreativos. Encontrado sob as formas de pó ou cristais podendo ser fumados, aspirados,
injetados ou mesmo ingeridos com líquidos.
Denominação: Ice, speed, cristal, crank, meth e outros.
Principais efeitos: É um estimulante do sistema nervoso central. Causa euforia,
nervosismo, hiperexcitabilidade, aumento da pressão e nos batimentos cardíacos, suor,
tontura, insônia, fala incessante, ranger dos dentes e outros sintomas semelhantes aos
efeitos da adrenalina.
Riscos para a saúde: Além de causar tolerância aguda (o usuário precisa de doses cada
vez maiores para obter o mesmo efeito) e dependência severa, o uso frequente causa uma
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síndrome denominada psicose anfetamínica semelhante a um transtorno mental
necessitando de tratamento psiquiátrico além da interrupção do uso.
5- Ecstasy
O que é Ecstasy?
Ecstasy é o nome dado a qualquer composto (geralmente comprimido) que
contenha a substância MDMA (3-4 metinodioximetanfetamina). Apesar de ser derivado
de uma droga estimulante (anfetamina), o composto MDMA tem efeitos semelhantes aos
de um alucinógeno. O MDMA não chega a produzir as alucinações do LSD (ácido
lisérgico), nem a excitação de substâncias estimulantes como a cocaína. Em
compensação, apresenta efeitos moderados das duas substâncias – segredo do seu sucesso
como “droga social”. O ecstasy vem se tornando muito popular no Brasil devido: à
facilidade na sua forma de obtenção e consumo, aos seus efeitos e pela falsa sensação de
ser uma droga inofensiva. Começou a ganhar notoriedade nos anos oitenta, a partir de seu
consumo dentro dos “dance clubs” e das “raves”, porém, hoje em dia, o consumo
ultrapassou esses ambientes e pode ser visto em todo tipo de festa.
Qual a forma do Ecstasy?
O ecstasy, diferente de outras drogas como a maconha, a heroína ou a cocaína, não
é proveniente de uma planta; é fabricado de forma ilegal a partir de diferentes produtos
químicos, geralmente em laboratórios clandestinos. Pela sua popularidade no mundo
todo, a demanda tende a ser maior do que a possibilidade de fabricação. Por isso a
maioria dos comprimidos tem adicionado em sua composição outras substâncias que
podem ser mais tóxicas que o próprio MDMA. Assim, apesar do nome ecstasy definir
compostos que contenham MDMA, qualquer coisa pode ser vendida como ecstasy. Já
foram encontrados comprimidos contendo: cafeína, efedrina, anfetamina e outros
derivados (mda, mde etc.) e diversos medicamentos controlados (barbitúricos,
anticolinérgicos, ansiolíticos etc.). O ecstasy em geral tem a forma de comprimidos ou
cápsulas, mas pode ser encontrado como cristais ou pó.
Como é usado o ecstasy?
É usado por via oral na forma de comprimido ou cápsula. No entanto, os cristais ou
os comprimidos triturados podem ser aspirados (uso nasal) ou, raramente, injetados.
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Quais os seus efeitos?
O MDMA ficou popular nos últimos 20 anos por causa da sua possibilidade de
produzir sentimentos de conforto, empatia e desejo de se comunicar com outras pessoas.
Os efeitos primários procurados pelos usuários recreacionais são a abertura emocional,
euforia, aumento da energia corporal, estimulação da libido, redução da crítica e
diminuição da inibição. Esses efeitos levam algumas pessoas a um comportamento sexual
intensificado e às vezes inseguro. Fisicamente, no entanto, o Ecstasy prejudica bastante a
performance sexual, sendo o termo “droga do amor” apenas um mito.
Os efeitos dependem dos ingredientes da droga e da pessoa que ingere, podendo
fazer com que a pessoa se sinta feliz, confiante e afetuosa. Mas, pode também, fazer com
que as pessoas se sintam ansiosas, paranoides (com medo de que os outros lhes possam
fazer mal) e deprimidas.
O que acontece ao usar o Ecstasy?
Durante o efeito do ecstasy podem ocorrer:
Aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial;
Aumento da temperatura do corpo e da transpiração;
Ranger de dentes ou maxilares cerrados;
Náusea e vômitos;
Complicações como a hipertermia aguda (aumento da temperatura com danos para
a saúde), desidratação, apagamentos e exaustão (tendo alguns casos evoluído para
a morte) já foram relatados.
Quais são os efeitos causados pelo uso do ecstasy?
Durante muito tempo se debateu os efeitos neurotóxicos do MDMA, ou seja, sua
capacidade de causar danos às células do cérebro. Hoje em dia, sabe-se, cientificamente,
que o sistema serotoninérgico − responsável pelo controle do humor e dos impulsos − é o
mais atingido e lesionado pelo consumo da substância. Alguns estudos apontam para a
possibilidade de perda de memória, aumento de ansiedade, impulsividade e depressão
crônica em usuários frequentes de ecstasy.
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Porque o Ecstasy para de funcionar?
As substâncias liberadas no cérebro pelo ecstasy6 (serotonina) demoram semanas
para serem fabricadas. Depois que o usuário utiliza seu estoque, não terá as sensações
esperadas mesmo que consuma mais MDMA. Então o uso de mais comprimidos expõe a
pessoa a um perigo cada vez maior.
Algumas pessoas tentam utilizar outras drogas para trazer de volta a sensação do
ecstasy somando diversos riscos para o organismo. O uso de diferentes comprimidos
também traz o problema da mistura entre os componentes destes, pois, sem um controle
de qualidade pode-se estar ingerindo misturas fatais!
Um dia de alegria e uma semana de tristeza...
Sem os componentes necessários para o funcionamento normal do cérebro (que
foram gastos ao usar o ecstasy), é comum a depressão ou angústia três ou quatro dias
após o uso. Esse quadro dificilmente é percebido e a pessoa acaba usando novamente no
próximo fim de semana.
Em alguns casos essa depressão é tão severa que necessita intervenção médica.
Ao observar sintomas graves e/ou persistentes em usuários, porque ajuda
profissional.
Outros perigos...
É importante não dirigir depois de usar ecstasy; não mistura-lo com outras drogas e
nem compartilhar agulhas, se a droga for injetada. Pessoas que tenham antecedentes
familiares de doenças mentais, ansiedade, ataques de pânico, doença cardíaca,
hipertensão, diabetes, problemas hepáticos ou epilepsia estão expostas a riscos muito
mais severos se utilizarem o ecstasy.
O ecstasy causa dependência?
Pensa-se que o ecstasy não causa dependência se comparado a outras drogas, como
a heroína e a nicotina, por exemplo, as quais causam sintomas de abstinência quando se
interrompe o consumo. No entanto, algumas pessoas ficam psicologicamente
dependentes do ecstasy − o que significa ter dificuldade em deixar a droga, porque
pensam ter necessidade dela para se sentirem bem ou se divertirem.
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Será que vale a pena?
O ecstasy está bastante associado ao ambiente musical, principalmente à música
eletrônica. Mas existem várias pessoas que aproveitam a música sem usar drogas. Está na
hora de acabar com este estigma. Os ideias de “amor”, “paz” e “unidade’ não necessitam
de drogas para acontecerem. Lute pelo direito de se manter saudável!
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ESCOLA SANTA BÁRBARA
3º BIMESTRE
27
Exercícios Proibidos
Toda vez que as pessoas tem uma lesão fazendo um certo tipo de exercício, elas
tendem a condenar aquele particular exercício. Isto parece ser urna prática benéfica no
sentido de prevenir que a mesma venha a ocorrer no futuro.
Contudo, será que elas avaliaram os exercícios que condenaram? Será que avaliaram o
nível de força que tinham quando faziam o exercício? Foi examinado como o exercício
foi feito? Foi observada a técnica de execução do exercício?
É, possível que todas estas respostas seja NÃO.
Não, existe nenhum exercício proibido, se você está fisicamente pronto e se usa a
técnica correta. Você precisa ter uma técnica apropriada e níveis adequados de força,
flexibilidade e outras qualidades física para exercitar o exercício. Se tiver esses pré
requisitos, você nunca terá lesões ou qualquer efeito prejudicial por fazer um certo
exercício. No entanto, se não está fisicamente pronto Para certos exercícios, ou se não os
executa corretamente, então aqueles exercícios podem ser perigosos para você. O Dr.
Michel Yenis, da Califórnia State Univerty, Estados Unidos, dá o exemplo do exercício
abdominal com as pernas estendidas para explicar: "As razoes para não fazer o exercício
abdominal desta maneira, e que o músculo psoas (um músculo flexor do quadril que
insere na espinha lombar) contrai no inicio do exercício. Ele puxa a espinha vertebral
mais baixa, causando urna hiperextensão na área lombar antes de se submeter a flexão
quando o tronco é elevado. Se você tem as costas fraca, o stress na espinha poderá
ocasionar uma lesão.
Quando você flexiona os joelhos e os mantêm levemente fletidos, a ação inicial do
músculo psoas e automaticamente eliminada e qualquer stress excessivo na espinha é
também eliminado.
Mas, se a pessoas faz abdominal com as pernas estendidas primeiramente contraindo
os músculos abdominais antes da execução do exercício, ela pode eliminar a puxada
adversa inicial do músculo psoas.
A contração inicial do abdominal tende a aplanar a espinha lombar. Se os abdominais
são fortes o suficiente, eles segurarão a espinha nessa posição, de forma que quando o
exercício começa e o músculo psoas puxa a espinha lombar, ele no colocará a espinha em
hiperextensão. Não haverá stress perigoso Para espinha lombar.
Com força suficiente e técnica apropriada, então, o abdominal com pernas estendidas
pode ser feito sem perigo.
Vamos dar mais um exemplo de exercício considerado "proibido" o agachamento
total. De fato, esse exercício deve sei evitado por aqueles que tem joelhos fracos, força
insuficiente nas pernas, ou falta de flexibilidade nos tornozelos, joelhos ou quadril.
Contudo, se você não tem nenhuma dessas deficiências, pode executar o agachamento
total, que é um exercício bastante efetivo e necessário para fortalecer os ligamentos e
tendões da articulação dos joelhos.
O que se deve ter em mente é que qualquer exercício é seguro somente se você é
fisicamente capaz e usa a técnica correta.
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Um exame mais completo de outros exercícios supostamente proibidos também mostra
que os exercícios não são faltosos. Se uma lesão ocorre e por causa da preparação física
inadequada ou técnica incorreta de execução.
"NÃO EXISTE EXERC1CIO PROIBIDO, E SIM PESSOAS PROIBIDAS DE
FAZEREM ALGUNS EXERCÍCIOS."
Câimbras
É muito difícil citar qualquer evidência nos últimos 30 anos capaz de explicar o que
causa a câimbra.
Muitas pessoas acreditam que as causas mais comuns incluem a falta de alongamento
do músculo antes do exercício; uma progressão muito rápida no programa de exercícios;
falta de esfriamento (volta a calma) após o exercício, etc.
Na Medicina Esportiva, as causas básicas citadas são: fadiga muscular; suprimento de
sangue insuficiente; e depressão mineral.
O desequilíbrio de minerais pode afetar o fluxo sanguíneo para os músculos.
Normalmente o desequilíbrio ocorre entre o cálcio, sódio e potássio. Os músculos
precisam de potássio. Um músculo que se contrai libera potássio Para os vasos
sanguíneos vizinhos, fazendo-os se dilatar e aceitar mais sangue. Quando não ha mais
potássio para liberar, o músculo se contrai por causa de insuficiente quantidade de
sangue.
Outros autores ainda, sugerem que uma deficiência eletrolítica de magnésio junto com
cálcio e potássio pode causar a câimbra.
Durante o exercício, pode ocorrer câimbras em posições incomodas; ou se a pessoa
sua muito causando uma deficiência de sódio ou ainda por músculos cansado,
principalmente por grande quantia de ácido láctico. No caso de câimbra, a solução mais
rápida é procurar uma posição cômoda e alongar gentilmente o músculo afetado. Tentar
relaxar o músculo e massageá-lo também pode aliviar a dor rapidamente.
A prevenção é mais simples: mantenha em seu corpo um nível de líquido. Beba
sempre que sentir sede, mesmo que esteja no meio da aula ou do treino. E mantenha o
equilíbrio de eletrólitos com uma dieta adequada. Se a dieta e equilibrada não se
necessita de "bebidas milagrosas" nem de suplementos.
Dor Muscular
Quase todas as pessoas que se exercitam, seja com pesos, ou com ginástica aeróbica,
já experimentaram dores musculares nos dias seguintes. Por que isto ocorre?
Há dois tipos de dores musculares.
O primeiro acontece durante a pratica da atividade física e é aguda. Esse tipo de dor
é na maioria das vezes devido a um fluxo insuficiente de sangue nos músculos que fazem
os movimentos e acaba logo. O segundo tipo de dor acontece de 24 a 48 horas depois.
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Durante muitos anos os pesquisadores pensavam que as dores musculares se deviam a
vários fatores. A crença mais comum era de que havia uma acumulação de acido láctico
nos músculos. Hoje em dia, contudo, as evidências mostram que se o acido láctico causa
dor, e somente durante o exercício, não após 24 - 48 horas.
Há várias explicações possíveis para a dor muscular, principalmente após um treino
de forca:
1. Roturas microscópicas no tecido muscular;
2. Mudanças na pressão osmótica e retenção de água;
3. Espasmo muscular e
4. Superalongamento e talvez roturas (micro lesões) do tecido conectivo.
Uma teoria evoluiu nos anos 60 e se chamava "teoria do espasmo". Pensava-se que
quando havia uma falta de sangue abastecendo os músculos sendo exercitados, certos
produtos químicos eram liberados, que estimulavam as terminações nervosas. Esta
estimulação produzia o espasmo muscular e disto vinha a dor. Ainda, uma outra teoria
era relacionada a tensão nos músculos. Era conhecida como "teoria do tecido rompido”.
Neste caso, achava-se que as roturas aconteciam nos tecidos musculares durante o
exercício, especialmente durante os treinamentos intensos. Estas roturas, por sua vez,
liberavam mioglobinas e outras substâncias que mais tarde produziam dor. Contudo,
estudos mais recentes demonstram que essas roturas não são a causa principal para o
aparecimento da dor retardada.
A última teoria, que parece ser a atual causa da dor muscular, concerne ao tecido
conectivo, Esta teoria discorre sobre a quantidade de tensão produzida no músculo e se o
exercício é exaustivo. (Quase todo o exercício e é para as pessoas sedentárias!).
O principal "delinquente” parece ser a contração excêntrica. Este tipo de contração
produz a maior quantidade de tensão porque as forças externas são maiores que a forca
que o músculo pode gerar por contração. Por isto os músculos se submetem as forças
externas (por exemplo, a forcas da gravidade) e se alonga, ao contrario do que acontece
com a contração concêntrica na qual as fibras musculares se encurtam.
A grande quantidade de tensão produzida pode danificar os músculos e especialmente
as articulações. Mais especificamente, os danos ocorrem no tecido conectivo dentre e
fora do músculo, incluindo os tendões, que são uma extensão dos músculos; e dos
ligamentos que "ligam” as articulações.
No processo de treino com trabalho excêntrico, especialmente quando se usa pesos
elevados, a tensão extremamente alta, muito mais alta do que no trabalho concêntrico.
Por causa disto, você pode manusear maior carga no regime excêntrico do que no
concêntrico. Por exemplo, se o máximo concêntrico em um levantamento é 100 Kg, o
máximo excêntrico será aproximadamente de 110-120%, ou, neste caso, 110-120Kg.
Parece que os músculos podem controlar a tensão mas as estruturas de suporte das
articulações não.
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Como podem ser evitadas as dores musculares?
Simplesmente evitando o uso de contrações excêntricas de alta intensidade (como os
saltos, por exemplo), ou evitando muitas repetições excêntricas com cargas elevadas,
especialmente se não usa a amplitude total do movimento.
Na ginástica aeróbica as maiores contrações excêntricas ocorrem na aterrissagem dos
saltos (amortecimento).
Quanto maior o salto, maior a tensão. Quanto mais saltos, mais tensões,
principalmente se o pavimento for muito duro. Neste caso, deve-se evitar muitos saltos,
principalmente com os iniciantes.
Nas corridas, o regime excêntrico ocorre toda vez que o pé toca o solo a frente do
corpo, onde o tornozelo, joelho, e quadril absorvem as forcas do impacto que são
controladas pelas contrações excêntricas. Corridas no plano não produz grande
quantidade de tensão, mas as corridas nas descidas produzem 3 a 5 vezes mais.
A maneira ideal de fazer desaparecer as dores musculares é realizar um trabalho
moderado na região muscular dolorida, com o objetivo de ativar a circulação.
Massagens, duchas, saunas também colaboram para o desaparecimento mais rapid° das
dores.
O melhor remédio é o exercício.
"EM TERMOS DE EXERCICIOS, O MAJOR ERRO DAS PESSOAS E FAZER
DEMAIS EM POUCO TEMPO. O SEGREDO ESTA NA REGULARIDADE E NA
MODERAÇÃO."
A velocidade e eficiência da recuperação do glicogênio depende do tipo e da
intensidade do exercício praticado e da alimentação correta no período de recuperação.
A ingestão de carboidratos pouco tempo após o término de uma atividade física é um
dos primeiros passos para uma restauração correta.
Dor do dia seguinte
Muitas pessoas costumam culpar o lactato pela famosa “dor do dia seguinte". Na
verdade, a dor é gerada pelo desgaste que as fibras musculares sofreram no dia anterior e
não tem relação com o lactato acumulado, pois o mesmo é eliminado pouco tempo depois
do término do exercício e não dura até o dia seguinte.
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A importância da hidratação em provas muito longas
Nos treinos e competições de longa duração, a perda de água e sais minerais é
muito grande, sendo esta uma das principais causas do atendimento medico.
A hiponatremia é um desequilíbrio na concentração desses sais (eletrólitos) no
sangue, principalmente o sódio.
Se o atleta ingerir somente água, a quantidade de sais pode ser diluída a níveis
preocupantes, podendo gerar fraqueza, cãibras, náusea, desorientação e falta de
coordenação, além da diminuição da performance.
O atleta ainda pode apresentar problemas mais severos e, até mesmo, entrar em
coma. Desta forma, a utilização de isotônicos é fundamental para hidratação e reposição
de eletrólitos.
Apenas água não repõe o que o corpo perde em certos treinos.
Como se alimentar antes da prova
Triatlo, corridas de aventura e maratonas, em geral, são competições extenuantes. O
atleta faz esforço máximo para cumprir estas provas. O longo tempo de treinamento,
aliado a estudo, trabalho e horas de sono, normalmente, dificultam a ingestão adequada
de calorias e nutrientes, sendo necessário, em muitos casos, a utilização de suplementos.
Abaixo, veja como pode ser uma refeição ideal.
Sugestão de café da manhã para antes da prova ( consumir até uma hora e meia
antes)
Quantidades devem ser individualizadas. Importante nenhum alimento que não seja
do seu hábito alimentar deve ser ingerido antes de uma competição.
- Suco natural de abacaxi – 1 copo de 250ml
- Pão de forma integral
- Requeijão Light
- Banana
- Maltodextrina (30 minutos antes)
DICAS
Beba de 300 a 500ml de água até 30 minutos antes do início da prova.
Durante a prova beba de 200 a 300ml de água a cada 15 minutos. Depende do
esforço e do nível de treinamento, pode ser que você necessite de bebidas isotônicas,
mesmo antes de uma hora de atividade física. Dê preferência à bebidas que tenham na
sua formulação de 6% a 8% de carboidratos.
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Antes... Para que seu corpo tenha bastante energia, ingira alimentos à base de
carboidratos antes da prova. Dê preferência a alimentos líquidos para facilitar a digestão.
Boas fontes são as frutas ou sucos de frutas.
...e depois. Para você repor seus níveis de energia após a prova de forma mais rápida,
ingira bebidas à base de carboidratos, como sucos de frutas, saches de carboidratos em
gel ou outros líquidos.
Treino também é ter cuidado com lesões
Para ter um período de treinamento segura, minimizar os
riscos de lesões e obter uma melhor performance com a corrida, é
importante passar por uma avaliação médica especializada.
Através de testes cardiológicos, análise ortopédica e avaliação
nutricional, obtém-se os dados necessários para uma corrida de
qualidade.
O educador físico estabelecerá metas que respeitem alguns princípios: as
características individuais fisiológicas do atleta, o aumento progressivo de cargas de
treinamento e o período adequado de recuperação.
É necessário, independentemente do nível em que se encontra o corredor, que não
sejam ultrapassados os limites de treinamento estabelecidos.
Orientações referentes a hidratação, equipamentos adequados e correção de
desequilíbrios musculares também atuam na prevenção de lesões e no desempenho.
Nunca se esqueça: é preciso paciência, dedicação e muita disciplina. Veja abaixo as
principais lesões que você pode sofrer:
Fratura por estresse – Dor de início insidioso, que piora com corrida e melhora com
repouso. Relacionada ao aumento súbito de treinamento e desequilíbrio muscular. Mais
comum em mulheres.
Dor anterior no joelho – Normalmente causada por desequilíbrio muscular (força-
alongamento) e/ou treinos excessivos em superfícies duras e inclinadas.
Fascite plantar – Lesão que pode melhorar com o uso de tênis adequado, palmilha para
amortecimento de impacto e exercícios de alongamento.
Quando treinamos ou participamos de uma competição, sempre esperamos estar em
eprfeitas condições. Mas muitas vezes, durante a corrida, passamos prosituações em que
nós mesmos precisamos prestar nossos primeiros socorros. Para isto, o médico
ortopedista José Marques Neto, da Clínica Paulista de Esportes, da algumas dicas do que
fazer em várias situações comuns nas coridas de rua, como:
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Tontura
Causa: Labirintite, jejum, diminuição da glicemia sanguínea,
calor excessivo, má hidratação.
O QUE FAZER: Não para imediatamente que pode fazer
mal. Diminuir o ritmo da corrida até parar, além de controlar
com mais intensidade o ritmo da respiração.
Torcicolo
Causa: movimentação brusca do pescoço ou falta de
alongamento nele.
O QUE FAZER: SE conseguir continuar correndo não
há problemas.
Estiramento Muscular
Causa: Mal preparo físico. Mais comum no final da prova, na hora do
sprint final. Os músculos que mais sofrem estiramento são os da
panturrilha e ao trás da coxa.
O QUE FAZER: Parar de correr, porque se continuar, a lesão pode
complicar a recuperação após a prova. Colocar gelo e não alongar.
Cãimbra
Causa: Calor, má hidratação, mal preparo
físico.
O QUE FAZER: Não para a corrida
bruscamente. Se conseguir, diminua o ritmo
lentamente até parar. Alongar o músculo
que sofreu câimbra e depois massagear a
região com gelo.
Sangramento nasal:
Causa: Tendência a ter sangramento, calor e
esforço excessivo.
O QUE FAZER: Pressionar as narinas, colocando
a cabeça para trás. Deve-se diminuir o ritmo até
parar a corrida.
Ânsia de vômito
Causa: Problemas
cardíacos ou ter ingerido
um gel de carboidratos
muito concentrado.
O QUE FAZER: Diminuir o ritmo até parar
a corrida. Comer
carboidratos e beber água.
Procurar assistência
médica, porque muitos
problemas de coração tem
como sintoma a ânsia
durante a atividade física.
Dores abdominais
Causa: irregularidade na
respiração e alimentação
exagerada.
O QUE FAZER: Diminuir
o ritmo da corrida e
regularizar a respiração.
Inspirando mais profundo e
lentamente. Se a dor
permanecer, parar
imediatamente.
Vontade de urinar
Causa: Ter ingerido muito líquido
antes de correr.
O QUE FAZER: Parar
imediatamente de correr. Continuar
a correr pode causar, dentre muitos
problemas, taquicardia.
Torcer o tornozelo
Causa: Pisar em um buraco, no pé de outro atleta ou de
mal jeito no chão.
O QUE FAZER: Logo após do incidente você não irá
sentir muita dor, pois o corpo está quente, mas tem que
parar imediatamente. Não tirar o tênis porque ajuda a
conter o inchaço. Colocar gelo alternando 15 minutos
com ele e 15 sem, durante duas horas.
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ESCOLA SANTA BÁRBARA
4º BIMESTRE
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OBESIDADE
Existem varias maneiras para verificar se uma pessoa está obesa ou não. Uma delas
consiste em dividir o peso da pessoa (em quilogramas) pela altura (em metros) elevada ao
quadrado, o resultado, chamado índice de massa corpóreo, deve ficar entre 20 e 25.
Acima desses valores, a pessoa pode estar com excesso de peso, embora sejam
necessárias outras avaliações, como medida dá cintura, por exemplo. Se o índice for 30
ou mais, a pessoa pode ser considerada obesa. Mas esses valores são relativos: um atleta
pode representar valores altos sem obeso, já que músculos pesam mais do que gordura. E
uma pessoa que não faz exercícios pode estar na faixa normal, mas ter mais gordura do
que deve no corpo.
Há vários fatores que podem provocar obesidade: tendência hereditária para engordar;
problemas glandulares, pouca atividade física, alto consumo de gordura e açúcares entre
outros.
Quanto mais obesa for uma pessoa, maior o risco de sofrer diabetes, cálculos biliares,
aterosclerose, problemas de coluna e nas articulações e outras doenças, que vão ser
estudadas nos capítulos seguintes. E as estatísticas indicam, que obesos vivem, em média,
menos do que as pessoas com peso normal.
Obesidade: o que fazer
Se uma pessoa esta obesa, ela deve procurar um médico, que irá verificar, por
exemplo, se não há nenhum problema glandular. O médico poderá indicar uma dieta em
que o total de calorias ingeridas seja maior do que o total de calorias gastas.
Isso pode ser conseguido reduzindo-se a ingestão de alimentos ricos em açúcares e
gorduras e praticando-se com regularidade, alguma atividade física (caminhadas, por
exemplo).
Para substituir o açúcar comum, podem ser usados adoçantes, como o aspartame, a
sacarina e o ciclamato, ou produtos que levam adoçantes (refrigerantes diet, por
exemplo), que não fornecem calorias ou tem quantidade de calorias muito inferior à do
açúcar.
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De qualquer forma, o uso de adoçante não substitui a necessidade de diminuir a
ingestão de glicídios e gorduras no tratamento da obesidade.
Em alguns casos pode ser necessário usar medicamentos para reduzir o apetite.
Mas eles não devem ser tomados por conta própria, pois podem trazer riscos à saúde.
Também não devem seguir dietas ou tomar produtos anunciados nos meios de
comunicação sem orientação médica. Muitas vezes eles fazem apenas a pessoa perder
água pela urina, em vez de gordura.
A perda de água faz a pessoa perder peso rápido, mas ela irá engordar de novo quando
o corpo se reidrata com uma alimentação normal. Há ainda o risco de perda de sais
minerais e de desidratação – entre muitas outras complicações.
Outro problema é que ninguém consegue passar o resto da vida comendo apenas um
tipo de alimento ou pó que contém os nutrientes necessários, como algumas dietas
recomendam. Após a interrupção da dieta, a pessoa volta a ganhar peso. Também não há
alimentos que “queimem calorias” – o que queimam calorias é a atividade física.
A obesidade só pode ser tratada com uma mudança definitiva nos hábitos alimentares,
isto é, com uma reeducação alimentar: diminuir o consumo de alimentos ricos em açúcar
(sacarose) e gorduras, controlar o consumo de alimentos ricos em carboidratos (cereais,
batata, etc.) e dar preferência à verduras e legumes de baixa caloria, além de praticar uma
atividade física regular. Medicamentos só com orientação médica.
ANOREXIA NERVOSA E BULIMIA
A anorexia nervosa é uma doença em que a pessoa, mesmo sendo magra ou tendo
peso normal, passa a se considerar gorda e começa a comer cada vez menos. Mesmo
perdendo peso, continua a ingerir pouquíssima comida – a ponto de por em risco a saúde
e ter de ser internada em hospital. Isso acontece porque a perda de água, sais minerais e
massa muscular causam problemas sérios no coração e em vários órgãos do corpo, além
de facilitar o surgimento de infecções.
Na bulimia, a pessoa come grande quantidade de alimentos, mas logo depois provoca
vômitos ou usa laxante (medicamento para forçar, a evacuação). As consequências são
parecidas com a da anorexia.
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Não se sabe ao certo a causa desses problemas parece haver uma tendência genética
para a bulimia. O que se observa, é que eles ocorrem com maior frequência em mulheres,
deve ser considerado como problemas psiquiátricos, que precisa de assistência médica e
psicológica.
CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS
Uma comida guardada na geladeira, cuja temperatura varia, em geral, entre 4ºC e 5ºC,
demora mais para estragar. A explicação é que, em temperaturas mais baixas, os micro-
organismos – principalmente, as bactérias que existem nos alimentos param de se
reproduzir ou então se reproduzem mais lentamente.
As bactérias podem duplicar de número a cada 20 minutos, num país como o nosso,
em que predomina um clima quente, um pedaço de carne pode se transformar em
algumas horas em uma fonte de bactérias muitas delas capazes de trazer problemas à
nossa saúde.
No congelador ou no freezer, com temperaturas, em geral, entre – 14ºC e 18º C, os
alimentos demoram mais para estragar, já que nessas temperaturas a maioria das
bactérias não se reproduz. Um pedaço de carne, por exemplo, que pode durar de 3 a 5
dias no refrigerador, resiste alguns meses no freezer.
Ferver os alimentos é outro modo de nos
prevenirmos contra os germes neles encontrados.
A fervura também facilita a digestão de certas
verduras em legumes – já que, ao contrário dos
animais herbívoros, nós não somos capazes de
digerir a celulose que envolve as células vegetais.
O calor rompe a parede de celulose, facilitando
com isso o trabalho das enzimas digestivas.
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ATENÇÃO! TV ENGORDA
Recente pesquisa divulgada pela universidade de Brasília (UNB) revela que 723% das
propagandas em veículos de comunicação induzem ao consumo de alimentos que fazem
mal à saúde. Segundo os pesquisadores, as peças publicitárias chamam a atenção da
população para fast-foods (lanches rápidos), doces, biscoitos, refrigerantes e similares,
com especial ênfase no público infantil.
O estudo foi baseado em 52 semanas da programação de TV aberta e fechada. Assim,
segundo a pesquisa, os alimentos mais divulgados são: fast-food (sanduíches e batatas
fritas); guloseimas (chicletes e balas) e sorvetes; refrigerantes e sucos artificiais,
salgadinhos de pacotes, biscoitos (doces e recheados) e bolo.
A pesquisa revelou que, nos canais de TV a cabo para o público infantil, cerca de 50%
das peças publicitárias fazem divulgação de alimentos, ou seja, induzindo as crianças a
hábitos não salutares. Quando se juntam canais abertos e fechados, segundo o estudo,
esse tipo de propaganda destinada às crianças chega a 44%.
Apenas na prorrogação o americano Joey Chestnut conquistou o Mundial de
Comilação de cachorro quente. Devorou 59 lanches em dez minutos, empatando
com o japonês Takeru Kobayahi. No desempate, com mais cinco (65 ao todo),
engoliu o campeonato. China: um país cada vez mais populoso e obeso.
Quando você pensa no povo chinês logo vem a mente a imagem de cidadãos
magérrimos, né? Pois a abertura gradual ao capitalismo está mudando até a
circunferência da cintura chinesa. Hoje, quase um quarto dos habitantes do país mais
populoso do mundo está acima do peso, diz um estudo publicado na revista americana
“Health affairs”. A obesidade entre os 1,3 bilhões de chineses duplicou em relação as
mulheres e triplicou quanto aos homens, de 89 a 2000, segundo o levantamento. A
crescente prosperidade da China que permite a mais pessoas consumir carne, laticínios,
óleos vegetais – aliada a uma vida sedentária, tem alavancado um número crescente de
“gordinhos”, conforme o estudo. A publicação prevê que a quantidade de obesos e de
pessoas acima do peso (atualmente da ordem de 325 milhões) na China, pode duplicar
em 20 anos, acelerando o número de casos de diabetes e problemas cardíacos, diz o
americano Barry Popkin, autor do estudo. O país já foi, o da população mais magra do
planeta.
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Elas comem tudo errado
Uma em cada seis crianças de 10 anos de idade – está com o peso pelo menos 20%
acima do ideal – a mesma porcentagem encontrada nos
Estados Unidos. Nos anos 80, apenas 3% delas eram
obesas.
Tirando os bolsões de miséria, o maior responsável
pelas deficiências alimentares não é o Estado, mas o
país cabe a eles a tarefa de decidir o que as crianças
vão comer.
Os resultados preliminares da pesquisa do governo mostram que a meninada tem uma
dieta de embrulhar o estômago. Nela estão batatas fritas, salgadinhos, biscoitos, iogurtes,
refrigerantes e doces em excesso. Frutas, legumes e verduras quase não aparecem no
menu.
Numa criança, a obesidade atrapalha o crescimento e pode provocar a má formação
das articulações e dos quadris. Estimativas médicas mostram que oito de cada dez
crianças obesas se tornam adultos gordos.
A anemia é um problema igualmente grave. Ela deixa as crianças apáticas, cansadas,
sem apetite e com dificuldade de desenvolvimento intelectual. O perigo de contrais
anemia é maior antes dos três anos, quando a criança ainda está aprendendo a comer.
Para evitar o problema, não adianta entupir os pequenos de comida. A prevenção está na
composição do prato: carne vermelha ou branca principais fontes de ferro hermínioco
(mais facilmente absorvidos pelo organismo), feijão e folhas escuras (como couve e
agrião), fontes de ferro não hermínioco, um tipo de ferro que para ser absorvido pelo
organismo, precisa do acompanhamento de Vitamina C.
Uma alternativa que só chegou ao país no ano passado são os alimentos enriquecidos
com ferro como leite. De acordo com uma pesquisa de estudos sobre a pirâmide
alimentar ideal, anemia não é sinônimo de criança que passa fome, e sim de criança (ou
adulto) que não come o que deveria.
Como o trabalho feito pelo Ministério da Saúde é nacional, é natural suspeitar que a
obesidade e a anemia estejam mais concentradas entre as crianças de famílias de menos
poder aquisitivo.
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O PERIGO DO ALIMENTO CONTAMINADO
Alimentos mal lavados ou mal conservados podem transmitir bactérias causadoras de
doenças, provocando, por exemplo, infecções intestinais e diarreia.
O botulismo é uma doença rara adquirida geralmente pela ingestão de alimentos em
conserva e enlatados que não foram esterilizados da forma correta. E uma intoxicação
causada pela toxina botulínica, um veneno produzido pela bactéria Clostridium
Botulinum, que se produz na ausência de oxigênio (é uma bactéria anaeróbica). O perigo
é que a toxina não muda o sabor dos alimentos, e assim fica difícil saber se um alimento
está contaminado.
Essa toxina ataca o sistema nervoso, provocando visão dupla ou embarcada,
dificuldade de engolir, falar e respirar, boca seca, fraqueza nos braços e pernas e outros
sintomas que aparecem entre 12 horas e 3 dias, em média depois da intoxicação, e traz
risco de vida.
É preciso atendimento médico imediato para que a pessoa receba o soro e os
antibióticos adequados, conforme o caso.
A salmonelose, transmitida por bactérias do gênero Salmonella, é outra doença
causada por alimentos contaminados, principalmente ovos crus ou malcozidos, lei não
esterilizados carne contaminada ou alimentos feitos com esses produtos, como a
maionese. Por isso, esses alimentos devem ser ingeridos cozidos ou no caso do leite,
pasteurizados. E devem ser conservados na geladeira.
Como a bactéria também pode ser encontrada no intestino e nas fezes humanas é
importante lavas sempre as mãos antes de comer ou manipular alimentos.
Os sintomas ocorrem entre 6 e 72 horas depois da ingestão de alimentos
contaminados. São: dor de cabeça, enjoo, vômitos, dor abdominal, diarreia e febre baixa.
Essa doença dura, em média, de 4 a 7 dias. Adultos com saúde recuperam-se, em geral,
sem tratamento com antibióticos. Mas idosos, crianças e pessoas com problemas no
intestino (o sistema de defesa contra infecções do corpo) podem precisar de tratamento
médico. E se a diarreia for severa, pode ser necessária a hospitalização para evitar a
desidratação.
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CUIDADOS COM OS ALIMENTOS
Veja alguns conselhos práticos ajudam a conservar e garantir a higiene dos alimentos:
- Não comprar produtos com embalagens amassadas, enferrujadas ou estufadas. O
estufamento pode ter sido causado pela produção de gases devidos à fermentação
realizada por micróbios. Uma lata amassada ou enferrujada tem mais chance de ter
pequenos furos, o que expõe seu conteúdo à contaminação. Não deixe de ver também se
o produto está dentro do prazo de validade registrado na embalagem.
- lavar bem as frutas, verduras e legumes. Alguns agrotóxicos podem ser removidos
lavando-se bem o alimento. As hortaliças devem ser conservadas em sacos plásticos ou
em recipientes com tampas, nas partes de baixo (menos frias) da geladeira.
- Carne, ovos e peixe consumidas cozidos são os mais seguros do que
consumidos crus, já que o cozimento destrói a maioria das bactérias. O
ovo também deve ser conservado na geladeira e deve-se verificar sempre
o período de validade estampado na caixa.
- Se for comer de novo o alimento, guarde na geladeira assim que esfriar.
Quando for comer, aqueça-o novamente em alta temperatura, porque existem sempre
algumas bactérias nos alimentos que não são destruídas pelo frio da geladeira.
- Não se deve congelar novamente um alimento que já foi congelado: quando o alimento
congela, as bactérias que registram ao congelamento podem voltar a se reproduzir e o
alimento passará a ter uma quantidade maior de bactérias.
- Ao comprar peixe, verificar se as guelras ou brânquias estão vermelhas, se a carne está
firma e os olhos brilhantes e salientes.
- Lavar bem as mãos antes de lidar com alimentos, evitando tossir ou espirrar sobre eles.
- Não deixe cães e outros animais se aproximarem e procure manter o alimento coberto,
para evitar que as moscas pousem nele, contaminando-o com germes.
- Não comer as partes verdes da batata, elas podem conter salanina, que é uma substância
capaz de causar intoxicações.
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DESTRUNIÇÃO
Desnutrição é a falta de alguns nutrientes na quantidade necessária ao organismo. Uma
pessoa pode até comer muito, mas, se estiver faltando na sua alimentação uma
quantidade mínima de ferro, vitamina C ou outro nutriente. Ela apresentará problemas no
organismo e estará desnutrida.
Há várias causas para a desnutrição: vermes
intestinais podem estar retirando nutrientes do corpo;
ou pode haver algum problema no sistema digestivo
que esteja reduzindo a absorção de nutrientes. Na
maioria dos casos, porém, o problema é a falta de
comida: os mais pobres simplesmente não tem
dinheiro para comprar comida suficiente, deixando de obter todos os nutrientes
necessários ao organismo. E são as crianças que acabam mais prejudiciais: calcula-se que
a desnutrição seja responsável, direta ou indiretamente, por mais 20% das mortes das
crianças de até cinco anos nos países em desenvolvimento. Um dos motivos é que em
pessoas desnutridas a defesa contar infecção diminui.
A desnutrição aumento depois que a criança mal alimentada para de tomar leite
materno, que fornece todos os nutrientes e calorias necessários para o bebê.
Além disso, o leite materno está isento de bactérias e contem anticorpos que protegem
a criança contra infecções.
Quando a amamentação é interrompida, a criança mal alimentada muitas vezes passa a
receber uma alimentação rica em carboidratos, mas com pouca proteína, que é encontrada
em maior quantidade em alimentos mais caros, como a carne. Isso acontece justamente
na época em que ela precisa de proteínas para crescer e formar músculos e outros órgãos.
O acompanhamento do peso é importante para descobrir se a criança está desnutrida.
Se o peso abaixo do valor considerado normal para sua idade, este é um indicador de
desnutrição. Mas existem outros dados que também são levados em conta pelo médico.
A desnutrição diminui a resistência e infecções e pode prejudicar o desenvolvimento
físico da criança. Uma criança desnutrida torna-se também desmotivada, sem
curiosidade, o que, por sua vez, prejudica seu desenvolvimento mental. Na desnutrição
grave, em que o peso é menos de 60% dos pesos normais, os músculos se atrofiam, os
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cabelos ficam finos e quebradiços, podem surgir edemas (inchações) – principalmente
nas pernas – e a criança torna-se apática.
Além da falta de proteínas, em nosso país ainda é comum entre as classes mais pobres
– principalmente nas crianças pequenas – a insuficiência de algumas vitaminas, como
vitamina A, e de minerais, como o ferro e o iodo.
Uma das principais causas da anemia entre as crianças é a alimentação inadequada que
elas recebem depois que deixam de ser amamentadas. Por isso, é preciso que crianças que
deixam de receber leite materno passem a comer alimentos que contem ferro, como
carne, feijão e verduras de folhas escuras. O problema também deve ser combatido com a
distribuição de sais de ferro nos municípios mais pobres ou enriquecendo com ferro o
leite e alimento como a farinha de trigo, o que já se faz em muitos municípios do Brasil.
Uma revista médica, famosa, a Lancet, demonstrou que comidas feitas em panelas de
ferro também ajudam a combater a anemia.
Embora o enriquecimento do sal com iodo, obrigatório por lei, possa resolver os
problemas da falta de mineral, na pratica essa lei nem sempre é cumprida.
Como consequência, podem-se encontrar, em algumas regiões do país, crianças com
problemas na glândula tireoide e com atraso no desenvolvimento físico e mental.
No caso de falta de carboidratos a pessoa que passa fome pode morrer e em pouco
tempo: é deficiência calórica.
O combate a desnutrição envolve uma série de medidas a curto e a longo prazo. É
preciso criar leis que obriguem, por exemplo, o enriquecimento, com ferro e com
vitamina A, de alimentos de maior consumo pela população, como leite e a farinha de
trigo, como já existe em outros países, é fundamental também o funcionamento de
programas de assistência alimentar, geração de empregos e a melhoria da educação
básica – de modo a formar jovens mais qualificados e sadios.