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Endereço da Secretaria: Departamento de Engenharia Civil da UFPE, av. Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária, Recife; CEP 50.740-530; Fone 2126 7216; Fax 34540482

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SEMANA DA ÁGUA NA BACIA DO CAPIBARIBE

RELATÓRIO DA AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DA

QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO CAPIBARIBE

22 de março de 2010

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SEMANA DA ÁGUA NA BACIA DO CAPIBARIBE

Promoção: Comitê da Bacia Hidrográfica do Capibaribe (COBH Capibaribe)

Patrocínio: Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE) Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa)

Participação:

Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE) Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Universidade de Pernambuco (UPE) Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) Prefeitura da Cidade do Recife Prefeitura de Camaragibe Prefeitura de Limoeiro Prefeitura de Paudalho Prefeitura e Vitória de Santo Antão Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe Prefeitura de Brejo da Madre de Deus Prefeitura de Salgadinho Prefeitura de Taquarintiga do Norte Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE) Instituto Capibaribe Associação dos Amigos do Poço da Panela (AMAPP) Movimento Salve o Capibaribe Fórum Ama Recife Rede de Resistência Solidária Projeto Eu quero nadar no Capibaribe. E você? Sociedade de Apoio ao Meio Ambiente e Desenv. Sustentável (Amatur) Associação Terra Lumens Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Federação Pernambucana de Remo Departamento de Remo Sport Club do Recife Centro de Defesa das Águas e da Natureza (Cedan) Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) Serviço Nacional da Indústria (SENAI) Rotary Club Usina Petribú S.A Engarrafamento Pitu MID Comunicação Escolas públicas e privadas

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Comissão de Coordenação da Semana da Água no Capibaribe:

Coordenação geral: Ricardo Braga

Atividade 1 - Avaliação participativa da qualidade da água do Capibaribe Paulo Tadeu Joaquim de Paula

Arnaldo Vitorino Maria José Cordão

Atividade 2 - Carta e Termo de Adesão ao Capibaribe Ivan Melo Alcides Tedesco Marcelo Mesel Ricardo Braga

Atividade 3 - Painel coletivo: realidade e sonhos sobre o rio Capibaribe Julien Ineichen Caju

Atividade 4 - Mascote do Capibaribe Leda Telles Janaína Loureiro Vanice Selva

Atividade 5 Pólos de mobilização Santa Cruz do Capibaribe Arnaldo Vitorino Limoeiro

Julia Alves Rodrigues Paudalho Diogo Falcão Vitória de Santo Antão - Raimundo Canejo Camaragibe Pedro de Melo Recife - Marcelo Mesel

Atividade 6 Visita às nascentes do Capibaribe Ricardo Braga

Atividade 7 - Assembléia aberta do COBH - Culminância Ricardo Braga

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ATIVIDADE: Avaliação participativa da qualidade da água na bacia do Capibaribe

Coordenador geral da Semana: Ricardo Braga

Coordenador técnico da atividade: Paulo Tadeu de Gusmão

Comissão coordenadora: Paulo Tadeu, Joaquim de Paula, Arnaldo Vitorino e Maria José Cordão

Responsáveis locais: Santa Cruz do Capibaribe Arnaldo Vitorino Limoeiro Julia Alves Rodrigues Paudalho Diogo Falcão Vitória de Santo Antão Manassés Rocha Recife

Leda Telles e Daniela Macedo

Apoio institucional: Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE) Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE)

Introdução

Esta atividade fez parte da programação da Semana da Água na Bacia do Capibaribe, desenvolvida no período de 22 a 30 de março de 2010. A avaliação participativa da qualidade da água na bacia do Capibaribe ocorreu no dia 22 de março, no Dia Mundial da Água.

Diante do slogan adotado pelo COBH Capibaribe neste ano: Capibaribe das águas limpas, por que não? , surge imediatamente um outra pergunta: como está a água do rio?

Esta resposta poderia ser dada lendo-se os relatórios anuais de monitoramento da qualidade da água, elaborados pela CPRH, mas a organização do evento entendeu que seria muito importante envolver as pessoas nessa descoberta, a partir da avaliação participativa da qualidade da água na bacia do rio Capibaribe, mobilizando alunos e professores de escolas públicas e privadas locais.

Para isso foram definidas 10 estações de amostragem de qualidade da água, para análise de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. As estações situaram-se antes e depois de cinco cidades importantes na bacia: Santa Cruz do Capibaribe, Limoeiro, Paudalho, Vitória de Santo Antão e Recife. No caso da cidade do Recife, o último ponto foi na Ponte da Capunga.

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Para viabilizar resultados confiáveis, antes foram realizadas duas capacitações para coleta e análise das amostras, nos dias 15 e 16 de março, respectivamente em Santa Cruz do Capibaribe e em Carpina, reunindo os participantes por proximidade geográfica.

Resultados

Todos os trechos do rio Capibaribe e seus afluentes estão enquadrados na Classe 2, de acordo com o Sistema de Classificação das Águas Doces do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). Isto significa que suas águas devem ter qualidade adequada para: consumo humano, após tratamento convencional; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário (tais como natação, esqui aquático e mergulho); irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer; aqüicultura e atividades de pesca.

A qualidade das águas de Classe 2 é definida por padrões físicos, químicos e microbiológicos, tais como: turbidez, cor verdadeira, demanda bioquímica de oxigênio, pH, concentrações de oxigênio dissolvido, de nutrientes (nitrato e de fósforo total), de bactérias coliformes termotolerantes (fecais), de cianobactérias, etc dentro da programação da Semana da Água no Capibaribe, promovida pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Capibaribe.

A Avaliação Participativa da Qualidade das Águas da Bacia do rio Capibaribe, foi realizada no dia 22 de março, por equipes (professores e alunos) de escolas públicas e privadas, localizadas na bacia do rio. Equipes de alunos e professores das escolas participantes utilizaram equipamentos portáteis de fácil e segura manipulação, que permitem a medição da turbidez, da temperatura, do pH e das concentrações de oxigênio dissolvido, nitrato e fósforo, por meio de métodos colorimétricos simples. Dois outros importantes parâmetros (demanda bioquímica de oxigênio e concentrações de bactérias coliformes totais e termotolerantes) tiveram, no entanto, sua medição realizada no laboratório da CPRH, utilizando-se os métodos e equipamentos cientificamente mais adequados, para o caso.

Foram coletadas amostras das águas em locais situados imediatamente antes e imediatamente depois (no sentido do fluxo das águas) das cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Limoeiro, Paudalho e Vitória de Santo Antão. No caso da cidade do Recife, uma das amostras foi coletada na Várzea e a outra na Ponte da Capunga. Os resultados da avaliação participativa indicaram:

Com relação à turbidez (indicador da transparência) a situação das águas é razoavelmente boa, visto que, apenas nos locais de coleta situados após as cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão, foram constatados valores próximos ao limite máximo permitido (100 uT), permanecendo abaixo desse limite nos demais pontos de coleta.

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Quanto ao pH (indicador de condições ácidas, neutras ou alcalinas) a qualidade das águas é, também, boa visto que, apenas na ponte da Capunga (em Recife) foi observado valor (5,5), abaixo da faixa permitida (6 a 9).

A presença de nutrientes (indicadores do grau de fertilização das águas) mostrou-se aceitável quanto à concentração de nitrato (abaixo do limite máximo

10 mg/L), mas, extremamente preocupante com relação ao fósforo, cujo teor se apresentou muito acima do limite máximo (0,05 mg/L), em todos os pontos de coleta. Sabe-se que a presença excessiva desse nutriente pode acarretar, nos açudes e barragens, florações de microrganismos (cianofíceas) que, eventualmente, liberam nas águas toxinas não removíveis nos processos convencionais adotados nas estações de tratamento de águas e que, no organismo humano, podem causar sérios danos à saúde e até mortes (vide episódio de Caruaru na década de 1990).

Com relação à demanda bioquímica de oxigênio(DBO), indicador da presença nas águas de materiais orgânicos biodegradáveis (esgotos sanitários, lixo, resíduos de matadouros, manipueira, etc.), a situação foi aceitável em Limoeiro e Paudalho, mas pode ser considerada péssima em Santa Cruz do Capibaribe, Vitória de Santo Antão e Recife, onde foram observados valores, em muito superiores ao limite máximo permitido (5 mg O2/L).

Com relação à concentração de oxigênio dissolvido (OD), que é indicador da possibilidade de vida de peixes e outros seres aquáticos aeróbios, a qualidade das águas pode ser considerada péssima, visto que foram observados valores inferiores ao mínimo permitido (5 mg O2/L), em todos os pontos de coleta; a situação mostrou-se extremamente grave após as cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão, onde foi observada total ausência de oxigênio dissolvido nas águas. No Recife o valor encontrado na ponte da Capunga (4 mg O2/L) está possivelmente influenciado pela mistura com águas mais oxigenadas trazidas pela maré, que era máxima no momento da coleta da amostra.

As concentrações de bactérias coliformes termotolerantes ou fecais (indicadoras da presença de microrganismos causadores de doenças) mostram que a qualidade das águas é sanitariamente péssima, vez que foram constatados valores muito superiores ao limite máximo permitido (1.000 bactérias/100 mL), em todos os locais de coleta.

De maneira geral, os resultados obtidos, especialmente a diferença de qualidade observada nas águas antes e depois de atravessarem as áreas urbanas, comprovam claramente aquilo que as pessoas percebem em seu cotidiano: as águas da bacia do rio Capibaribe estão fortemente poluídas, principalmente por lixo e despejos de esgotos sanitários e industriais (matadouros e casas de farinha) gerados nas cidades.

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A Avaliação Participativa da Qualidade das Águas da Bacia do rio Capibaribe teve o objetivo de retratar instantaneamente a qualidade das águas desse rio na exata ocasião em que foi comemorado o Dia da Água (22 de março). Essa avaliação não teve, portanto, o objetivo de substituir o monitoramento da qualidade das águas efetuado pelos órgãos estaduais competentes.

Observe-se que seu objetivo foi, principalmente, didático, pois a coleta e análise da água envolveu professores e alunos de escolas, buscando e mobilizar a sociedade em prol da preservação do rio, uma vez que os resultados foram apresentados e discutidos na Assembléia Aberta do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe, ocorrida em 30 de março de 2010, e estão sendo enviados a todas as escolas participantes, para discussão interna e aproveitamento em atividades escolares (aulas, feiras de ciências, peças teatrais e outras atividades correlatas).

Uma apresentação em power point está disponível como Anexo deste relatório, apresentando os resultados em tabelas, gráficos e fotografias.