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1 Introduo
1.1 Histria do Petrleo
Para que Osris, deus do Nilo, ficasse abrigado dos deuses do mal, aps ter
sido morto em pedaos pelo seu irmo Set, a sua esposa Isis reunindo aos pedaos
e reconstituindo o corpo, protegendo- lhe com uma matria especial denominada
betume, originria do latim bitumen, tornara-o, para os egpcios do Antigo
Imprio, smbolo da imortalidade do homem (Victor, 1993).
Betume, mistura de substncia proveniente da decomposio de matrias
orgnicas, consistindo, principalmente, em carbonetos de hidrognio, era assim
utilizado pelos egpcios em 5000 a Cristo.
Na Mesopotmia, 3000 a. Cristo, o betume era utilizado pelos babilnicos
como material de construo, encontrado entre os rios Tigre e o Eufrates. Em
Jerusalm foi introduzido o betume no templo para iluminar altares. Engenheiros
chineses em 221 a. Cristo, trabalhando em busca de sal, encontraram em todos os
poos perfurados um lquido negro, at ento desconhecido. A partir dessa data a
China passou a usar petrleo em estado natural para fins comerciais. Em 1700 a
Birmnia tinha uma regular indstria de petrleo e com aproximadamente 450
poos perfurados. Desfrutava assim, o Mosteiro de Krosno, na Europa, do
privilgio de ser iluminado por meio do petrleo. Entretanto, coube ao legendrio
Coronel Edwin Drake, movido por seu esprito de aventura, tentando encontrar
petrleo pelo sistema de poos artesianos, em 1859 descobrir um reservatrio de
petrleo nos Estados Unidos. Com uma produo de 25 barris dirios, apesar de j
ser explorado comercialmente na Rssia, no Canad e na Birmnia, era o marco
de uma nova era, com adoo de modernas tcnicas.
No Brasil de 1858, o ento Ministro dos Negcios do Imprio, Marqus de
Olinda, dava o primeiro passo para a nossa to sonhada auto-suficincia, com
assinatura de decretos que davam a Jos de Barros Pimentel e ao ingls Samuel
Aliport o direito de extrair minerais empregados no fabrico de gs para
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iluminao. Em 1892, Eugenio Camargo 1 aprofundando um poo at 448 metros,
na regio de Bofete em So Paulo, inscreve seu nome como o primeiro brasileiro a
encontrar vestgios reais de petrleo no Pas, apesar de abandonar o projeto por
falta de recursos. E ainda, visionrios e perseverantes como Avelino Igncio de
Oliveira, que em 1937, atuando como interino na direo do DNPM2 e
violentando o que era considerado o bom senso autorizou atividades em Lobato
(Bahia), na qual em 21 de janeiro de 1939 viria a ser descoberto petrleo, ainda
que em volumes modestos mas que seria um marco notvel na histria tecnolgica
e igualmente econmica em nosso Pas.
Em dezembro de 1943 a produo nacional de petrleo atingia a marca de
48.153 barris, contra 32.831 barris de 1942, registrando um crescimento histrico
de 47%. A partir de ento, uma sucesso de fatos polticos e econmicos
ocorreram no Brasil at que em 6 de Dezembro de 1951, o Presidente Getulio
Vargas envia ao Congresso Nacional a Mensagem nmero 469, acompanhada dos
Projetos 1516 e 1517, que tratavam respectivamente, da constituio da Sociedade
por Aes Petrleo Brasileiro S.A. e do provimento de recursos para o programa
nacional de petrleo.
Desde ento, impulsionada a partir de 1970 pelas descobertas de campos
gigantes em guas profundas, e devido introduo de diversas inovaes
tecnolgicas, a PETROBRAS se mantm como lder mundial na tecnologia de
produo de petrleo em guas profundas, tendo estabelecido durante anos
consecutivos, diversos recordes mundiais de profundidade na utilizao de
sistemas submarino de produo de petrleo.
Com o aumento das profundidades envolvidas e com a descoberta de
reservas em reas cada vez mais remotas, tem-se procurado reduzir os custos de
desenvolvimento dos campos submarinos de produo, de forma a torn- los ainda
mais rentveis e minimizando-se os riscos humanos, tecnolgicos e financeiros
desses empreendimentos.
1 Em 1897, esse empreendedor teria produzido cerca de 2 barris de petrleo, naquele considerado por muitos como sendo o primeiro poo de petrleo no Brasil. 2 Vide o Apndice C, Glossrio, para a definio desta e das demais siglas e termos tcnicos, correntes na indstria de petrleo e presentes nesta tese.
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1.2 Importncia Econmica do Petrleo
O caminho do petrleo, desde a sua descoberta at a sua chegada a uma
refinaria, passa por uma srie de processos e disciplinas e sua produo tem
impacto fundamental na economia mundial.
As expectativas dos principais organismos especializados em energia
(International Energy Agency - IEA, 2000) so de que o petrleo ainda
permanecer como a principal e mais econmica fonte de energia para
humanidade, durante as prximas dcadas. Mesmo com o desenvolvimento das
tecnologias de conservao, o petrleo, que hoje atende a 40% do consumo
mundial de energia, ainda continuar tendo participao significativa no balano
energtico mundial.
Em 2000, a Agencia Internacional de Energia discutiu e identificou os
principais fatos e perspectivas que afetaro a demanda e suprimento de energia at
2020 e vale ressaltar a importncia que a produo de petrleo e gs tero dentro
desse contexto. O cenrio assume um crescimento econmico global de 3% ao
ano, apesar da taxa de crescimento populacional no acompanhar esse ndice. A
demanda de energia primria crescer 57% entre 1997 e 2020, com um
crescimento mdio anual de 2%. O petrleo permanecer dominante na matriz
energtica primria com uma participao de aproximadamente 40% at 2020
(Fig. 1.20), com crescimento anual de 1,9 % acima da projeo para o perodo. As
analises econmicas prevem para 2010 um consumo global 96 M b/d, e para
2020 um consumo de 115 M b/d contra os 75 M b/d consumidos em 1997,
permanecendo o preo (flat) de US$ 21,00 por barril at 2010 com tendncia de
crescimento at 2020 para US$ 28,00. As empresas operadoras fora da OPEP
(OPEC) estimam tambm para esse perodo um custo de produo para projetos
novos em torno de US$ 16,00 o barril, isto equivale a dizer, tomando-se como
base o ano 2010, um mercado dirio de cerca de trs bilhes de dlares. Da
mesma forma, podemos tambm ressaltar a importncia do gs natural na matriz
energtica primria, com um aumento na sua participao de 22% em 2000 para
26% em 2020 (Fig. 1.20) e, para isso destacamos a crescente demanda provocada
pela implantao de novos projetos de plantas de gerao termoeltrica gs. Esse
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tipo de gerao de energia cons iderado limpo e menos poluente em relao s
termoeltricas carvo utilizadas na sia e, vem atender ao propsito de reduo
de emisso de CO2 anunciado em meados de 2000 atravs do Protocolo de Kyoto.
bem verdade que o custo para explorao do gs natural continuar a enfrentar a
mesmas dificuldades encontradas hoje, as quais dentre outras, podem ser
explicitadas por estarem as regies produtoras afastadas das regies
consumidoras, necessidades de armazenar e/ou transportar enormes volumes e, o
relativamente baixo poder calorfico desse hidrocarboneto.
Figura 1.20 Matriz Energtica Primria Mundial composio (IEA, 2000)
Em 2020, de acordo com o IEA (International Energy Agency) e a OECD
(Organisation for Economic Co-Operation and Development), a concentrao de
recursos de hidrocarbonetos estar reduzida a um pequeno nmero de pases
produtores, principalmente localizados no Oriente Mdio e integrantes da OPEP, e
a dependncia da importao ser fator primordial para as grandes regies
consumidoras (Fig. 1.21).
Mix Matriz Energtica Primaria
0
10
20
30
40
50
Petro
leo Gs
Carv
o
Nucle
ar
Outro
s
Componentes
Per
cen
tual
2000
2020
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Projeo Lquida de Consumo de Petrleo
0
5
10
15
20
Americado Norte
sia Europa China Pacfico
Regies
Milh
es
de
Bar
ris
Dia
1997
2010
2020
Figura 1.21 Projeo Lquida do Consumo Mundial de Petrleo (IEA, 2000)
Vale destacar, a contribuio significativa que passaro a ter o Oeste da
frica e a Amrica Latina, fora da OPEP, no aumento da produo mundial de
petrleo e gs a partir de 2010. As companhias de petrleo esto no momento
adquirindo vrios blocos nesses continentes. A perspectiva de novas descobertas
de petrleo em lmina dgua cada vez mais profundas, devido ao esgotamento
dos reservatrios situados em menores profundidades, tem imposto um grande
desafio comunidade tcnica nacional e internacional. O grande salto tecnolgico
tornar vivel tcnica e economicamente a explotao desses reservatrios, bem
como, reduzir os riscos envolvidos nessas explotaes. Nesse cenrio, o IEA e a
OECD destacam as previses para produo em guas profundas do Brasil (Fig.
1.22), Angola e Estados Unidos.
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Figura 1.22 Projeo da Produo de Petrleo no Brasil (IEA, 2000)
Atualmente, diante de tanta perspectiva e levando em considerao as
reservas mundiais de hidrocarbonetos (Fig. 1.23), grandes operadoras partiram
para fuses e aquisies. Dentre essas, destacam-se: Exxon-Mobil, com valor de
mercado na ordem de US$ 82 bilhes; a BP-Amoco, com valor de mercado na
ordem de US$ 54 bilhes; a Total-Fina-Elf e, a de mais recente ocorrncia, a
incorporao da Texaco pela Chevron.
Figura 1.23 Reservas Mundiais de Petrleo e Gs Natural em 2000 (IEA, 2000)
No Brasil, devido a nossa natureza geolgica, todas as nossas grandes
descobertas ocorreram no mar e onde as profundidades das lminas dgua variam
entre 400 e 1000 m (classificada como gua profunda) e acima de 1000 m
Projeo Produo de Petr leo Brasi l
00 , 5
11 , 5
22 , 5
33 , 5
2001 2010 2020
Ano
Milh
es
de
Bar
ris
Dia
Reservas de Petrleo e Gs Natural por Regio em 2000
53%
10%
8%
4%
5%
18%2%
Oriente Mdio
Outros Opep
OECD
sia
America Latina
Leste Europeu
frica e Oriente MdioNo Opep
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(classificada como ultraprofunda), onde esto localizadas 64% das nossas reservas
(Kujawski e Caetano, 1999). Recentemente com as modificaes implementadas
na legislao brasileira acerca da Indstria de Petrleo e Explorao e a
conseqente criao da Agencia Nacional de Petrleo (ANP), as anlises das
companhias indicam um potencial de 65% para as futuras descobertas de leo
nessas profundidades. Dentre os resultados programados e decorrentes das trs
primeiras licitaes pblicas praticadas pela ANP, para blocos exploratrios, se
destacam os mais de 1000 poos que sero perfurados at 2004; desses,
aproximadamente 300 sero do tipo exploratrios e 700 do tipo de
desenvolvimento. Os investimentos previstos nesses trabalhos ascendem cerca
de 10 bilhes de dlares americanos. Ao se considerar o ambiente em que tais
atividades sero executadas, bem como o enorme volume das mesmas, possvel
inferir o igualmente alto nvel da demanda para o desenvolvimento e aplicao de
novas tecnologias.
1.3 Petrleo da acumulao produo
O Petrleo uma mistura complexa de origem natural no renovvel e
formada, em sua maior parte, por hidrocarbonetos. A depender das condies de
presso e temperatura tais misturas podem se apresentar, no todo ou em parte, nos
estados, slido, lquido e/ou gasoso. O petrleo tem sua origem a partir da matria
orgnica depositada junto com os sedimentos. A interao desses componentes,
sob condies termoqumicas apropriadas, fundamental para o incio da cadeia
de processos que leva sua formao. Para se ter acumulao necessrio que a
aps o processo de gerao (rocha geradora) ocorra a migrao desse petrleo e
que esse tenha seu caminho interrompido pela existncia de algum tipo de
armadilha geolgica (trapas), o que propcia o seu aprisionamento nas rochas ditas
reservatrio. Sem esse mecanismo geolgico, o petrleo continuaria em busca de
zonas de menor presso at se perder atravs de exudaes na superfcie, oxidao
ou degradao bacteriana. A rocha reservatrio do tipo sedimentar e sendo
composta de gros ligados uns aos outros sob nveis variados de graus de
consolidao e podendo igualmente ter qualquer origem (e.g., lacustre) ou tipo
(e.g., arenito). As rochas-reservatrio apresentam ainda espaos vazios no seu
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interior (poros) e exibindo nveis de interconexo os quais traduzem sua
permeabilidade. Os fluidos contidos em uma rocha reservatrio devem dispor de
uma certa quantidade de energia para que possam ser produzidos. Essa energia
referida como energia natural ou primria, sendo a mesma o resultado de todos os
fenmenos geolgicos pelas quais a jazida passou at se formar completamente. A
descoberta de uma jazida envolve um longo e dispendioso estudo e anlise de
dados geolgicos e geofsicos oriundos das bacias sedimentares em anlise. Tal
anlise, modernamente inclusive fazendo uso de enfoques e quantificaes de
natureza probabilstica, pode vir a sugerir a continuidade do processo de busca da
jazida adentrando-se ento atividade de perfurao de poos exploratrios.
A perfurao de um poo de petrleo realizada atravs de um conjunto
de equipamentos e componentes que constituem a dita Sonda de Perfurao. As
rochas so perfuradas pela ao da rotao e peso aplicado sobre a broca montada
na extremidade inferior da coluna de perfurao, a qual consiste basicamente nas
combinaes de tubos de paredes grossas, ditos comandos, e de tubos mais
convencionais, ditos tubos de perfurao. Os fragmentos das rochas so carreados
at a superfcie pelo fluido de perfurao (lama), que bombeado e injetado pelo
interior da coluna de perfurao atingindo a broca, na extremidade dessa coluna, e
retornando pelo espao formado entre dimetro externo da coluna de perfurao e
a parede do poo, dito espao anular de poo aberto. Ao atingir uma pr-definida
profundidade, a coluna de perfurao retirada e ento descida a coluna de
revestimento. Tal coluna, posteriormente ter seu espao anular com as paredes do
poo preenchido por uma pasta de cimento operao de cimentao. As
principais funes dessa coluna de revestimento cimentada sero as de impedir o
desmoronamento das paredes do poo, sustentar os equipamentos de cabea de
poo (ancoragem) e isolar as zonas permeveis atravessadas. A seguir, uma nova
coluna, com uma broca de dimetro menor, descida para a perfurao da fase
seguinte. Essa operao - da perfurao do poo at a cimentao de seu
revestimento - realizada sucessivamente at e que se atinja a regio de interesse,
completando assim, todo o programa de perfurao.
Ao concluir a perfurao de um poo necessrio equip- lo para permitir
que possa operar de forma segura e econmica na produo de hidrocarbonetos ou
na injeo de fluidos nos reservatrios. A este conjunto de operaes chamamos
de completao, que deve sempre buscar otimizar e tornar permanente a vazo
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de produo e minimizando as necessidades de intervenes futuras para
manuteno do poo (workover). A depender da localizao do sistema de cabea
de poo podemos ter dois tipos de equipagem desse poo, dita completao seca
demandando o uso de uma dita rvore de Natal Seca (ANS), a qual estar
instalada num convs de uma UEP quando da produo no mar - ou molhada
demandando o uso de uma rvore de Natal Molhada (ANM), a qual estar
instalada no leito submarino.
1.4 Sistema Submarino de Produo
O Brasil e frica, no incio constituinte de um mesmo continente,
Gondwana, comearam a se separar no incio da era geolgica do cretceo a 140
milhes de anos atrs. Eventos ocorridos aps a deriva desses continentes e que
afetam a arquitetura das suas presentes margens so tambm muito parecidos
e.g., a geologia petrolfera e as ocorrncias de hidrocarbonetos nas bacias
existentes nas opostas plataformas continentais. As recentes pesquisas ssmicas e
os dados de perfurao continuam a confirmar uma analogia praticamente
refletiva para a ocorrncia de hidrocarbonetos. Substanciais reservas de petrleo
foram encontradas em guas profundas e ultraprofundas ao longo da costa do
Brasil e da frica. Entre os campos no Brasil podemos citar: Albacora, Marlim,
Roncador e mais recentemente as novas descobertas na Bacia de Santos em
lmina dgua superior a 2 400 metros. J na costa da frica podemos tambm
citar os campos de Dlia, Girassol, Kuito na Bacia do Baixo Congo em Angola,
Moho na costa do Congo, bem como, o campo de Bonga na Nigria. Os
reservatrios principais de petrleo dessas descobertas so: areias turbidticas,
derivadas de plataformas encontradas no talude continental superior e inferior; e
areias turbidticas marinhas que foram transportados em canais at o declive
inferior (Fainstein et alii., 1998).
Os reservatrios de petrleo encontrados sob o leito marinho so
produzidos atravs de Sistemas Submarinos de Produo, que so compostos por
conjuntos de equipamentos (Fig. 1.40) com finalidades especificas no desejado
desenvolvimento desses reservatrios/campos de petrleo. Atualmente as
Unidades Estacionrias de Produo (UEP) so uma opo, cujos equipamentos
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de processo so dispostos sobre os conveses de uma plataforma ou navio. Os
poos so perfurados por outra unidade e ligados a UEP atravs de dutos, sendo
possvel produzir uma vasta rea do reservatrio ou at mesmo outros campos. No
geral, tal Sistema de Produo em se considerando linhas longas, grande nmero
de poos e limitada capacidade de carga dos conveses da UEP que faz uso de
manifold de aplicao usualmente atraente em guas profundas e campos
marginais.
Figura 1.40 - Sistema Submarino de Produo
Os Sistemas Submarinos de Produo3, no que tange ao seu
desenvolvimento podem ser divididos em dois grandes subsistemas, i.e., o de
Perfurao e o de Produo propriamente dito.
Subsistemas de Perfurao
As atividades aqui desenvolvidas objetivam perfurar e revestir os poos de
produo e injeo. No desenvolvimento dessas atividades, uma srie de
componentes e materiais (e.g., coluna de revestimento, base adaptadora da ANM
3 Vide o Apndice A, memorial descritivo dos principais equipamentos utilizados em sistemas submarinos de produo de petrleo.
ANM UEP
Manifold
Risers
Linhas de Fluxo
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etc.) so instalados no poo perfurado e assim o habilitam para as demais
instalaes contituntes de subsequentes fases (e.g., completao) at atingir a
condio adequada e segura para ser utilizado na funo de produo ou injeo.
Essa fase de perfurao uma daquelas de maior custo, complicada logstica e
igualmente de alto risco.
Subsistemas de Produo
O conjunto de atividades aqui desenvolvidas e os equipamentos instalados
no poo entregue aps as execues das atividades que compem o subsistema
de Perfurao objetivam concluir a equipagem do poo para uma operao
segura do mesmo como produtor ou injetor. Os principais componentes aqui
instalados so: rvore de natal molhada (ANM), linhas de produo e muitas das
vezes, manifold as longas distncias e o correspondente alto custo das linhas de
produo e a limitada carga de carregamento dos conveses das UEP, so os mais
freqentes fatores que provocam tal instalao.
ANM
Equipamento composto por um conjunto de vlvulas que permitem
controlar as atividades requeridas na produo de pretrleo, quais sejam produzir
fluidos do reservatrios para as UEP, injetar fluido no reservatrio, intervir nos
poos quando necessrio (e.g., limpeza, estimulao, controle e tamponamento
para abandono), ver Figura 1.41.
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Figura 1.41 - rvore de Natal Molhada (ANM) de Produo vertical
Manifold
A principal, funo de um manifold o de reunir, em uma s linha, a
produo oriunda de vrios poos. Tal equipamento constitudo por arranjos de
tubulaes (coleta, injeo, teste e exportao), conjunto de vlvulas de bloqueio,
vlvulas de controle de escoamento (chokes) e subsistemas de monitoramento,
controle e interconexo usualmente por via eltrica com a UEP. No caso de
injeo de gs e gua, o manifold tem como funo distribuir para os poos os
fluidos de injeo vindos da UEP. As funes de produo e injeo podem estar
contidas num mesmo manifold (Fig. 1.42).
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As principais vantagens na utilizao de manifolds so a reduo do
comprimento total de linhas e reduo do nmero de linhas (risers) de requerida
conexo na UEP. Por tais benefcios e em se considerando o alto custo dessas
linhas, tal equipamento de alta contribuio na viabilidade tcnica e econmica
de uma explotao, notadamente no mar. Atualmente, a configurao mais usual
se constitui numa estrutura independente, simplesmente assentada no leito
submarino e recebendo a produo de vrios poos satlites. A Figura 1.43
apresenta um diagrama bsico de um manifold submarino de produo.
Figura 1.42 - Manifold UMC (Underwater Manifold Center)
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Figura 1.43 Diagrama Bsico de um Manifold Submarino de Produo
Com a considervel experincia acumulada no uso da tcnica de produo
submarina utilizada na Bacia de Campos, Golfo do Mxico, Mar do Norte e na
Costa Oeste da frica observa-se que a configurao em cluster (Fig. 1.44), que
consiste na instalao independente de um manifold ligado por jumpers (conjunto
de linhas de fluxo de interligao) a poos satlites, localizados nas proximidades
do manifold, simples e flexvel. Tal configurao permite ainda uma reduo de
interfaces crticas entre os equipamentos e as fases de perfurao e produo no
desenvolvimento do campo, alm de propiciar uma reduo de custos de
investimentos e ainda uma antecipao da produo. Uma outra grande
preocupao da engenharia de petrleo o custo operacional de interveno nos
poos, procurando-se cada vez mais utilizar barcos do tipo DSV (Diving Support
Jumpers
vlvula hidrulica
vlvula mecnica
conector
medidormultifsico
choke
vlvula check
isssv
ANM
T
ANM
Manifold
Produo 1
Produo 2
Produo ServioGaslift
Produo 1
Anular
Produo 2
Anular
Produo 1
Anular
Produo 2
PD
Produo 1
Anular
Produo 2
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Vessel) ou RSV (ROV Support Vessel), haja vista o intenso uso de ferramentas e
dispositivos operados por ROV (Remotely Operated Vehicle).
Figura 1.44 - Cluster
Unidade Estacionria de Produo (UEP)
Disponibilizam na superfcie uma locao para as facilidades de produo,
perfurao/completao, recebimento e suporte de dutos, utilidades, salas de
controle, equipamentos de segurana e alojamento de pessoal.
Devido a uma lmina dgua menor, as primeiras instalaes de produo
eram as chamadas plataformas fixas. Tais instalaes so usualmente sustentadas
por estruturas de ao ou at mesmo de cimento, que se estendiam do solo
marinho, onde eram cravadas por estacas ou outro mecanismo de fixao, at a
superfcie nos primrdios da produo no mar, no Golfo do Mxico, tais
estruturas eram de madeira. Perfurados da prpria plataforma os poos eram
ligados atravs de tubulaes. Com o aumento das lminas dgua, esse tipo de
instalao passou a ter limitaes para atingir reservatrios ou poos com grande
afastamento (atravs do uso de perfurao direcional) a custos razoveis.
A partir das limitaes acima, os Sistemas Flutuantes de Produo
passaram a ser uma opo importante para o desenvolvimento de campos
martimos, cujos equipamentos de processo (facilidades de produo) so
dispostos sobre uma plataforma semi-submersvel ou navio (FPSO). Os poos
submarinos so perfurados por outras plataformas e, na fase de produo, ligados
a UEP atravs de dutos, conforme anteriormente mencionado.
Atualmente existem outras formas de plataformas fixas, por exemplo,
Tension Leg Platform (TLP), torres complacentes e SPAR Buoy. Os principais
fatores que norteadores da escolha de um tipo de plataforma so: localizao do
campo, lmina dgua, condies ambientais, afastamento dos poos, nmero de
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poos, capacidade requerida de processamento, profundidade do reservatrio,
tempo de desenvolvimento, segurana operacional e custo.
Facilidades de Produo
Durante toda vida produtiva de um campo de petrleo so produzidos leo,
gs, gua e eventualmente areia tais fluidos e slidos podem vir a serem
produzidos inclusive simultaneamente. Estando o interesse econmico centrado na
produo de leo e de gs, faz-se necessrio o uso de instalaes destinadas a
efetuar, sob condies controladas, o denominado processamento primrio dos
fluidos. Ou seja, a separao do leo, gs, gua e indesejados slidos, seguidos
pelo condicionamento para a utilizao local, exportao e/ou descarte na prpria
UEP de instalao dessas facilidades. A depender do tipo de fluidos produzidos e
da viabilidade econmica, uma planta de processo pode ser simples ou complexa.
Enquanto nas plantas simples tem-se apenas a separao dos fluidos, as mais
complexas dispem de condicionamento, compresso do gs (para injeo ou
transferncia), tratamento e estabilizao do leo, e, tratamento da gua para
injeo ou descarte.
Toda planta de processo possui uma capacidade nominal de
processamento, projetada em funo dos estudos de diversos parmetros do
campo produtor, principalmente da capacidade de processamento de toda fase
lquida. A Figura 1.45 apresenta um diagrama bsico acerca dos principais
componentes tpicos dessas unidades.
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Figura 1.45 Diagrama Bsico de uma Planta de Processamento Primrio
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