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DEZEMBRO 2011

REALIZAÇÃO:

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1º MODULO/ DEZEMBRO 2011

GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA PISCICULTURA

QUALIDADE DA ÁGUA PARA A PRODUÇÃO DE PEIXES

DOENÇAS NA PRODUÇÃO DE PEIXES COMERCIAIS

ESCOLHA DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DA PISCICULTURA

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE PEIXES

INSTALAÇÕES EM PISCICULTURA

REPRODUÇÃO DE PEIXES

LARVICULTURA

Responsáveis Técnicos

Guthemberghe Kirk da Fonseca Ribeiro

Mestre em Aquicultura – PUC/GO

Bacharelado em Zootecnia – PUG/GO

E-mail: [email protected]

William Damásio CruzMestrando Profissional em Aquicultura – PUC / GO

Pós - Graduado em Educação Ambiental e Sanitária – FIA / SP

Aluno Especial em Pós-Graduação de Nutrição Animal - USP / FZEA / SP

Especialização em Piscicultura – CEPTA / IBAMA – SP

Bacharelado e Licenciatura de Ciências Biológicas – PUC / GO

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE TECNICO ATEPA CONVENIO MPA/FUNDATER

Segundo a pesquisadora Sra. Jane de Souza e Silva, Geógrafa, com

especialização em Geografia Urbana pela Universidade de Bordeaux (França) e pós-

graduação em Gestão Ambiental pelo IETEC.

Fonte: IETEC

Manancial – Recurso Hídrico – Bacia Preservação

Desde o início do século passado, foram várias as leis que trataram do rema

relacionado aos recursos hídricos. Assim o código civil de 1916, já classificava mares,

rios como bens de uso comum.

No Código das Águas decretado em 1934 e alterado em 1938 é considerado

o "cerne" da legislação brasileira de recursos hídricos. Dispõe sobre sua classificação /

utilização e durante muitos anos constitui-se no único instrumento jurídico do assunto

no Brasil.

Este código conseguiu dar o suporte necessário ao desenvolvimento

energético no Brasil e impor a soberania nacional no aproveitamento das águas para

este fim, além de indicar princípios de planejamento de recursos hídricos,

preocupação coma saúde pública, fauna e flora. Considerado um código avançado

para a época, já continha conceitos atuais de gerenciamento de recursos hídricos

como: solidariedade de bacias, hierarquia de uso, internalização dos custos externos /

cobrança pela poluição, poluidor / usuário pagador. Naquele tempo, a água para uso

doméstico era considerada preferencial sobre os demais usos; não se admitia a

contaminação, tornava-se obrigatório o tratamento de esgotos e responsabilizam-se

financeiramente os poluidores. Entretanto, por falta de regulamentação e

operacionalização, na prática não acontece.

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O Código das Águas previa diversas modalidades de concessão para o uso

das águas públicas, conforme os diferentes níveis de governo, o que dificultou a

gestão integrada de recursos hídricos.

Mas só a partir de 1984, por sugestão dos Estados foi proposto o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o SINGREH, determinado

posteriormente na Constituição Federal. A partir de então iniciasse em 1989,

cooperação técnica com a França (Projeto Rio Doce) visando a subsidiar a

modernização da legislação brasileira de gerenciamento re recursos hídricos a

cooperação Brasil / França desenvolveu um modelo técnico-financeiro e institucional,

sendo a Bacia do Rio Doce como piloto. Em 1912, a Cooperação técnica Brasil /

França foi estendida a Bacia do Rio Paraíba do Sul.

Em 1990 foi criado um novo grupo de trabalho com o objetivo de propor a

regulamentação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Finalmente em 08/01/97, o Brasil consegue ter sua Lei das Águas, Lei 9433,

instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de

Recursos Hídricos.

Os princípios básicos da Lei 9433 e acatados pela Lei Estadual de Minas

Gerais 13.199 de 29/01/1999 são os seguintes:

· Adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento;

· Usos múltiplos das águas;

Reconhecimento da água como bem finito e vulnerável;

· Reconhecimento do valor econômico da água;

· Gestão descentralizada e participação.

Organismos criados pelo novo sistema:

· Conselho Nacional de Recursos Hídricos;

· Comitês de Bacias Hidrográficas

· Agências das Águas

· Organizações civis de Recursos Hídricos

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Foram criados também instrumentos tais como os Planos de Recursos

Hídricos, Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, Outorga do Direito de Uso

dos Recursos Hídricos, cobrança pelo uso da água e Enquadramento dos corpos

dágua em classes seguindo os usos preponderantes.

Bacia Hidrográfica: unidade territorial para a implementação da Política e

atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. As bacias

funcionam ainda como espaço de negociação social, defesa da cidadania e promoção

do desenvolvimento sustentável.

O gerenciamento de bacias hidrográficas é o instrumento que, em longo prazo,

orienta o poder público e a sociedade na utilização e monitoramento dos recursos

ambientais naturais, econômicos e sócio cultural, na área de abrangência de uma

bacia hidrográfica, de forma a promover o desenvolvimento sustentável (LANNA,

1995).

A adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento, deve ser

efetuada através de um processo do qual participam diferentes instâncias de

planejamento do ponto de vista político-administrativo (estadual e municipal) setorial

(energia, transporte, educação, agricultura, etc), dos recursos naturais (água, solo, ar,

fauna e flora) e espacial (das grandes unidades de intervenção bacias e pequenas

unidades micro-bacias).

O gerenciamento de bacias hidrográficas é um processo de negociação social

que diz respeito à articulação dos diversos setores da sociedade no processo

decisório relativo a intervenções na bacia hidrográfica. A participação dos residentes e

usuários da bacia deverá se dar de forma direta, através da criação de comitês e/ou

consórcios e de agências de bacias.

Os comitês de Bacias, tipo de organização inteiramente novo na administração

dos bens públicos no Brasil até a lei 9433/97, conta com a participação dos usuários,

das prefeituras, da sociedade civil organizada, dos demais níveis de governo

(estaduais e federal) e destinados a agir como o que se poderia denominar de "o

parlamento das águas da bacia" tendo em vista o comitê se constituir no fórum de

decisões no âmbito de cada bacia hidrográfica.

Sendo assim, é necessário que todos participem do processo de negociação e

de tomada de decisões coletivas, visando o uso nacional e sustentável da água. Já

que dentre as principais atribuições do comitê contidas na lei 9433/97 estão:

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Promover e debater as questões dos recursos hídricos da bacia e articular a

atuação das entidades participantes; aprovar e acompanhar o plano de recursos

hídricos da bacia; propor que cursos d água terão obrigatoriamente de outorga de

direitos de uso, e estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso da água e sugerir

os valores a serem cobrados.

Atualmente existem no Brasil em torno de 80 comitês de bacia, localizados

principalmente nas regiões sul e sudeste e, mais recentemente foi implantado o comitê

do rio São Francisco o que deverá induzir aos poucos a criação de comitês nas

inúmeras sub-bacias de sua imensa rede hidrográfica que abrange os estados de

Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.

Obs: Código das Águas.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D24643.htm

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DEFINIÇÃO:

Conforme a Resolução do CONAMA N°237 / 1997

Avaliar os processos tecnológicos em conjunto com os parâmetros ambientais e

sócio-econômicos, fixando medidas de controle, levando-se em conta os objetivos,

critérios e normas para conservação, defesa e melhoria do ambiente e,

especialmente, as diretrizes de planejamento e ordenamento territorial.

- Licenciamento Ambiental: São os procedimentos para a obtenção de

autorização e acompanhamento da implantação de atividade que esteja

relacionada ao contexto direto ou indiretamente no meio ambiente.

- Licença Ambiental: Documento que autoriza o empreendedor a exercer a

atividade solicitada para Órgão Ambiental .

OUTORGA DA ÁGUA ?

É instrumento através do qual o Poder Público autoriza o usuário a utilizar as

águas de seu domínio, por tempo determinado e com condições preestabelecidas.

POR QUE DO LICENCIAMENTO NA PISCICULTURA ?

Conforme a Resolução do CONAMA nº 413 / 09:

- A Piscicultura classificada como uma unidade Potencialmente poluidora se faz

necessário requerer o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as

etapas iniciais de seu planejamento e instalação, até a sua efetiva operação.

- Alem da obrigatoriedade legal, a licença e requisito para obtenção de

financiamentos e certificação de produtos, tanto para o mercado interno ou

externo.

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Viveiros Escavados Reservatórios com Tanque Rede

COMO FUNCIONA OS LICENCIAMENTOS PARA PISCICULTURA COM TANQUE

REDE ?

I – ÁGUAS DA UNIÃO - Procedimentos para Licenciamento em águas da União,

Especificamente em Reservatórios de Hidroelétricas

De acordo com o Decreto Nº. 4.895 – 25 / 11 / 2003 - Dispõe sobre a

autorização de uso de espaços físicos de corpos d’água de domínio da União para fins

de aqüicultura, e dá outras providências.

Os órgãos envolvidos no Processo:

MPA ( Ministério da Pesca e Aqüicultura ) - Coordena o processo de liberação

de espaço físico em águas da união para fins de aquicultura.

IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis) e OEMAs (Organizações Estaduais do Meio Ambiente) que são

responsáveis pela emissão das licenças ambientais do empreendimento:

Licença Prévia (LP); Licença de Instalação (LI) –

Licença de Operação (LO)

• Marinha – A Capitania dos Portos emite o parecer autorizando a implantação

do empreendimento aquícola ao empreendedor sobre as questões de

ordenamento do espaço aquaviário e à segurança da navegação.

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• ANA (Agência Nacional de Águas) - Emite a outorga do uso de recursos

hídricos em águas federais.

www.ana.gov.br/gestaoRecHidricos/ Outorga /default2.asp

• SPU/MPOG - Superintendências do Patrimônio da União do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão emitem o Termo de Entrega ao MPA para

a realização do certame licitatório.

OBSERVAÇÃO:

- O processo retorna para o Ministério da Pesca e Aquicultura para emitir a Licença da Piscicultura com Tanque Rede.

Conforme a Resolução Nº. 007 – 14 / 12 / 2010, pela Secretaria de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH / GO, autoriza a abertura de processo no

Licenciamento para Piscicultura em Tanque Rede em Reservatórios das Hidroelétricas do Estado de Goiás.

Endereço para o Requerimento no Site da SEMARH:

http://www.agenciaambiental.go.gov.br/site/principal/index.php?

page=servicos_outorga&vali=06dfda94a5cd5db9e0fc7468e6d65fa6

COMO FUNCIONA OS LICENCIAMENTOS PARA PISCICULTURA COM VIVEIROS

ESCAVADOS ?

LICENÇA AMBIENTAL DE PISCICULTURA NA SEMARH / GO

Montar os Processos de Outorga da água da Barragem e do Uso de Água para

a Atividade de Piscicultura.

Lembra-se que não tendo a Barragem, se faz necessário a Licença para

Construção de Barragem.

Conforme a Lei 13.025, de 1997 e Portaria 050 / 1997-N , descreve a

Classificação quanto ao Tamanho da Lâmina de Água para uso da Piscicultura, segue:

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- Pisciculturas de até 3.000 m² de lâmina d’água farão somente um cadastro

de registro / licenciamento com dois anos de validade.

- Pisciculturas entre 3.000 e 6.000 m² de lâmina d’água farão um

Licenciamento Ambiental Simplificado também com dois anos de validade.

- Pisciculturas com lâmina d’água superior a 6.000 m² farão um

Licenciamento junto a AGMA, tendo esta licença dois anos de validade.

OBS:

Em caso de pessoa jurídica, apresentar Cadastro de Micro Empresa e

os documentos necessários para cada tipo de Piscicultura que encontra-se no

endereço eletrônico:

http://www.agenciaambiental.go.gov.br/site/principal/index.php?

page=servicos_outorga&vali=06dfda94a5cd5db9e0fc7468e6d65fa6

http://www.semarh.goias.gov.br/site/docs/licenciamento/Aquicultura-Novo.doc

LICENÇA AMBIENTAL DE PISCICULTOR NACIONAL NO MPA

PROCEDIMENTOS:

- ART ( Responsável Técnico )

- Cópia da Licença da Piscicultura na SEMARH / GO

- Cópia do Projeto da Piscicultura

- Pagamento da Taxa, conforme o tamanho da Lamina de Água .

http://www.mpa.gov.br/

OBSERVAÇÃO:

- O Licenciamento Ambiental para Piscicultura, permite a redução de energia elétrica na propriedade Rural, Conforme Resolução Nº. 444 DA ANATEEL de 2010.

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PROCESSO ACELERADO DE EUTROFICAÇÃO

Graças a ação do ar, do sol e do calor a água constitui um meio favorável para

o desenvolvimento de vegetais (micro e macro), que servem de alimentos a

numerosos animais microscópicos ou não, quer diretamente, quer consumindo outros

animais menores.

As quantidades e os tipos de organismos observados dependem da qualidade

da água, em particular das suas características físico-químicas e das condições do

meio ambiente.

Em geral, encontram, por filtragem especial, organismos muito pequenos que

flutuam livremente na água e que constituem o que se chama de plâncton. O plâncton,

formado por plantas que se desenvolvem a partir dos sais minerais contidos na água e

a partir da luz do sol, chama-se fitoplâncton. O plâncton formado de pequenos animais

chama-se zooplâncton. Em geral, o plâncton não pode ser visto a olho nu. Se o

plâncton for abundante, dá à água uma cor mais ou menos verde ou mais ou menos

castanha escura, conforme os organismos que o compõem.

No fundo da água desenvolvem-se organismos geralmente maiores do que os

do plâncton e formam o que se chama de bentos. São sobre tudo larvas de insetos,

vermes, moluscos. Vivem na superfície do fundo ou na lama deste. Alimentam-se

geralmente de matérias orgânicas.

Diversas plantas crescem no fundo, sobretudo perto das margens, onde a

profundidade da água não é demasiada grande. Algumas, como os juncos, têm as

raízes no fundo, mas crescem e florescem acima da superfície. Outras, como o

pirrixio, têm folhas e flores que flutuam à superfície. Finalmente, outras vivem e

florescem completamente debaixo da água.

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Bueno ( 2009 ) Processo de Eutrofização na Produção de Peixe

Estas plantas, e também as pedras e os rochedos que estão na água, servem

de suporte a diversos organismos que formam o que chamamos o perifiton e que são

em geral algas, larvas de insetos e moluscos.

O processo acelerado de eutrofização dá-se na época invernosa, quando as

cheias dos rios tributários deságuam na represa. Naquele fluxo d'água esta constituída

todo o “ciclo alimentar” de diferentes organismos aquáticos.

ALTERAÇÕES DOS PARÂMETROS QUÍMICOS E FÍSICOS DA ÁGUA ( O2 DISSOLVIDO, CO2, PH, TEMPERATURA, ETC)

Características químicas-quimicamente as águas distinguem-se pelo seu teor

em sais e gases dissolvidos.

A água das precipitações atmosféricas aproxima-se sensivelmente da água

destilada. É em contato com o solo que dissolve os sais minerais com maior ou menor

rapidez, consoante a sua solubilidade.

Os sais dissolvidos constituem a riqueza mineral da água e pode-se dizer que o

valor piscícola duma água aumenta proporcionalmente em relação a sua diversidade e

quantidade. É claro que existe limitação e salinidade para as águas doces.

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O valor piscícola de uma água depende essencialmente da natureza do terreno

com que a água está em contato.

OXIGÊNIO DISSOLVIDO (O2 DISSOLVIDO)

Entre os gases dissolvidos, o oxigênio é o mais importante e absolutamente

indispensável à vida da maioria dos organismos que vivem num tanque (peixes,

insetos, algas, plantas superiores etc.), o oxigênio provém da atmosfera ou das

plantas verdes submersas; estas não libertam este gás senão durante o dia.

Assim, depois de uma noite quente, um tanque rico em algas, pode ficar

desprovidos de oxigênio ao ponto de provocar a asfixia dos peixes, sabido que, nestas

condições, a água se encontra com uma elevada percentagem de anidrido carbônico

dissolvido, que é normal a fauna piscícola.

GÁS CARBÔNICO (CO2 LIVRE)

Seja no estado livre ou sob a forma de ácido fraco ou de bicarbonato, encontra-

se na água em solução instável e, às vezes, sob a forma de carbonatos que

precipitam, aliás muito pouco solúveis.

A mistura de um ácido fraco-como o gás carbônico com os seus sais

desempenha na vida dos organismos vivos e, portanto, na dos peixes, um papel muito

importante.

Como para o oxigênio, os organismos e principalmente os vegetais têm uma

ação primordial sobre a distribuição do gás carbônico pela assimilação clorofiliana e

pela respiração.

Quer dizer, a distribuição do gás carbônico, insuficientemente estudado até

hoje, deverá desempenhar um considerável papel na ecologia dos peixes.

O POTENCIAL HIDROGENIÔNICO (PH)

Duma água depende da natureza e quantidade das matérias dissolvidas e varia

em função de numerosos fatores químicos e biológicos e está em estreita relação com

as reservas alcalinas disponíveis e com o seu teor em CO2.

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A melhor água para a cultura do peixe é a que possui uma reação ligeiramente

alcalina, isto é, pH entre 7 e 8. Estes valores não devem ser inferiores a 4,5 –5,0 nem

superiores a 8,0 embora exista espécies ictiológicas e planctônicas que os preferem.

Características físicas - sob o ponto de vista piscícola temos a considerar como

mais importante a temperatura e a transparência.

TEMPERATURA

A temperatura exerce uma profunda influência sobre a vida aquática e

desempenha papel preponderante na multiplicação, respiração e nutrição dos peixes.

É necessário conhecer-se a temperatura no período de reprodução, uma vez que

as exigências térmicas diferem segundo as espécies.

A temperatura tem influência preponderante no desenvolvimento dos micro e

microrganismos aquáticos e no crescimento dos peixes, sabido que cada espécie tem

um intervalo térmico de maior ou menor amplitude.

igualmente tem influência sobre o teor em oxigênio dissolvido e, por consequência,

sobre a respiração dos peixes, dada a oxigenação da água depender de vários

fatores, mais está, no entanto, em estrita ligação com a temperatura da água, sabido

que, quanto mais elevada for esta, menos oxigênio dissolvido possui.

Temperatura da Água para Peixes Tropicais

T °C Resposta

maior de 34 Incidência de doenças e mortalidade crônica30 a 34 Redução na Alimentação e no Crescimento26 a 30 Ótimo Desenvolvimentomenor 22 Alimento e Crescimento – Redução Significativoa baixo de 18 Não a Alimento e Crescimento10 a 15 Faixa Letal - Morte dos Peixes

Fonte: ( ONO & KUBITZA, 2003 )

Todos os Parâmetros Interligados durante a Produção de Peixe

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Exemplo:

Horários pH Temperatura (ºC) Oxigênio (mg/L) Condutividade (μS/cm)

10:00 7,59 ± 0,09 a 29,67 ± 0,09 b 6,65 ± 0,31 a 45,00 ± 2,10 a

13:00 7,45 ± 0,04 a 30,42 ± 0,09 a 5,70 ± 0,39 b 46,97 ± 2,42 a

16:00 7,17 ± 0,04 dc 30,72 ± 0,12 a 6,12 ± 0,09 b 41,12 ± 0,15 b

19:00 7,10 ± 0,04 d 30,37 ± 0,12 a 4,62 ± 0,58 c 40,07 ± 0,48 b

22:00 6,70 ± 0,17 e 29,87 ± 0,26 b 3,70 ± 0,75 c 38,06 ± 1,72 b01:00 7,09 ± 0,10 d 29,82 ± 0,22 b 3,70 ± 0,75 c 38,60 ±1,72 b

04:00 7,26 ± 0,03 bcd 29,67 ± 0,10 b 3,02 ± 0,26 d 39,62 ± 0,21 b

07:00 7,36 ± 0,02 abc 29,20 ± 0,25 c 3,12 ± 0,17d 40,15 ± 0,52 b

C.V. (%) 1,19 0,58 10,44 3,51

TRANSPARÊNCIA

A energia da vida aquática provém do sol, pelo que é necessário que a luz

penetre na água em boas condições.

Esta penetração depende, entre outros fatores, do estado de turvação da água

e é tanto mais difícil quanto mais poluído se encontrar.

Se a diminuição da transparência é devida a abundância de plâncton a água é

muito rica e a sua produtividade tende para o máximo. No entanto, as matérias

orgânicas em suspensão, podem igualmente aumentar a turvação e, neste caso, não

só a luz penetra dificilmente na água como, ainda, as partículas em flutuação podem

acumular-se nas guelras ou brânquias originando, por asfixia, a morte dos peixes.

Qualidade de água pela Transparência Disco de Secchi

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MELHORIA DAS CONDIÇÕES BIO-ECOLÓGICAS

Segundo a natureza dos terrenos que atravessam, as águas piscícolas são

mais ou menos ricas em substâncias nutritivas, o que condiciona uma produção maior

ou menor de peixes.

O melhoramento racional da qualidade da água - como é o caso da piscicultura

em tanques - pela utilização de adubo e estrumes - não é realizável nas águas

correntes e sómuito excepcionalmente nas águas paradas naturais (lagos).

A compreensão dos fenômenos biológicos que se desenvolvem na água, assim

como a interpretação da produtividade piscícola, não são possíveis sem que se

conheçam os diferentes elementos, fases e transformações, que intervém no ciclo da

vida aquática e conduzem ao estado final, o peixe.

Para se fazer uma melhoria nas condições bio-ecológicas de um ecossistema,

seria necessário fazer: a) a proteção de lagos e alagadiços marginais da bacia

hidrográfica; b) a preservação ciliar; c) o desmatamento da bacia hidráulica; d) a

erradicação de espécies indesejáveis (piranhas e pirambebas: Serrasalmidae); e) o

controle da vegetação aquática: flutuante, emersa e submersa; e f) a atenuação do

impacto ambiental.

Obs.:

INDICATIVOS DE ÁGUA

a) Levemente Verde – Algas ou Fitoplâncton

b) Verde Musgo – Algas Tóxicas

c) Coloração Avermelhada – Alga Euglena ( água ácida ) Correção de pH

d) Coloração Marrom – Excesso de Argila ( resíduo solido em suspensão )

e) Coloração parda – Algas Mortas ( Bloom de algas )

f) Transparência Total – Ausência de Vida

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Equipamentos para Monitoramento dos Parâmetros da Qualidade de Água:

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Diagnostico preliminar da presença de Agente Patogênico em Peixe

Analise de Filamentos e Brânquias Analise de Muco

O conhecimento das doenças, o controle do uso de drogas, da alimentação, da

qualidade de água e da presença de agentes patogênicos em todas as etapas do

processo de produção aquícola é fundamental para a obtenção de produtos de boa

qualidade e proteção da saúde pública. Porque doenças de peixes representam

impactos negativos incluindo perdas econômicas substanciais, a sanidade em

piscicultura jamais deveria ser negligenciada.

Assim como para espécies terrestres, a sanidade é um dos aspectos mais

relevantes para a produção comercial de animais aquáticos. Os riscos do surgimento

de enfermidades aumentam proporcionalmente à elevação das densidades de

estocagem de animais, da quantidade de alimento oferecido, de excretas produzidas,

dos manejos e transportes frequentes. A flutuação dos parâmetros de qualidade da

água em sistemas aquícolas gera estresse, que afeta o sistema imunológico dos

peixes deixando-os susceptíveis ao ataque de patógenos. Doenças comprometem

sobremaneira o bom desempenho zootécnico dos animais gerando prejuízos

consideráveis ao piscicultor.

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE TECNICO ATEPA CONVENIO MPA/FUNDATER

Dentre as doenças, as de origem bacteriana são as principais responsáveis

pelas perdas em piscicultura comercial.

Parasitos e fungos, por sua vez, são responsáveis pela perda de grande

número de larvas e alevinos. Algumas doenças de peixes são zoonoses, assim,

diversos helmintos podem ser contraídos pelo homem através da ingestão de peixes

infectados. Bactérias como Streptococcus e Mycobacterium, por exemplo, podem

infectar pessoas que lidam direta e freqüentemente com peixes abrigando tais

Patógenos.

TIPOS DE DOENÇAS:

1 - ARGULUS

Tipo: Arthropoda

Classe: Crustácea

Subclasse: Branchiura

Conhecido vulgarmente como “piolho de peixe”, tem a cara ventral, possui um

par de ganchos curvos e ventosas que servem de órgão de fixação. Possui também

um prolongamento ou “trompa” que serve de órgão para alimentação o qual é inserido

na epiderme e tecidos adjacentes do hospedeiro.

O peixe infectado apresenta irritação na pele e úlceras na zona de sucção, as

quais se põem hemorrágicas. Há necroses nas citadas zonas. Ë possível observar o

parasito sobre a pele dos animais infectados.

O parasito é principalmente hematófago em sua ação produzindo uma

abundante secreção de muco e inflamação, a qual dá lugar a edemas e hemorragias

cutâneas, as feridas necrolizam-se, e podem infectar-se muito facilmente com

bactérias e fungos. É bom ter em conta que o parasito injeta uma substância tóxica

que provoca uma forte reação inflamatória, sobretudo quando muitos argúlidos se

encontram juntos.

ARGULUS (CRUSTÁCEO) Argulus foliaceus - De Wagler

Argulus pellucidus - De Wagler

Argulus coregoni - Thorell

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2 - CHILODONELLA

Subtipo: Coliophora

Classe: Ciliata

Subclasse: Holotrichia

Ectoparasita holotrico aliado que afeta uma grade variedade de peixes de água

doce centro de uma ampla faixa de temperatura. Tem a forma ovóide aplainada, é

coberto por filas de cílios que se movem de forma regular e deslizam especialmente

sobre as células epiteliais das quais se alimentam. A Chilodonella se nutre projetando

a faringe para penetrar nas células do hospedeiro e aspirar seu conteúdo. Encontra-se

habitualmente a baixas temperaturas e sua multiplicação se realiza por separação

longitudinal. A pele dos peixes infectados apresenta uma opacidade branca - azulada,

principalmente perceptível na parte superior da cabeça, a qual é resultante de uma

irritação da pele causada pelo parasitismo e excessiva secreção de muco. Os peixes

infectados são facilmente pegos devido a perda do reflexo de fuga, também se

observa perda no peso corporal dos peixes afetados. A enfermidade é de especial

importância enquanto os peixes estão expostos a condições de superpopulação. O

grau de infestação depende muito das condições fisiológicas do peixe. Acredita-se que

o parasito se alimenta de células necrosadas da epiderme branquial.

CHILODONELLA ( Chilodonella cyprini – Moroff )

3 - COLUMNARIS

A Columnaris é causada por uma nyxobactéria chamada Flexibater columnaris

e sua manifestação clinica mais comum é a erosão das nadadeiras, presença de

ulcerações na pele, necroses de filamentos branquiais, onde se pode observar

crescimento micótico secundário. É uma infecção secundária às condições adversas

de nutrição ou ambiental, pelo que é comum encontrar também nos peixes sinais de

antaminose e outros.

A enfermidade é freqüente, aparecendo unicamente quando a temperatura da

água for superior a 12º C.

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O curso da enfermidade se inicia com uma infecção externa com lesões na

pele, nadadeiras e brânquias, que segundo a espécie se amplia até constituir extensas

necroses que frequentemente são assentos de fungos.

Nas bordas inflamadas das zonas necrosadas pode observar-se pelo geral a

disposição típica das bactérias formando colunas.

4 - COSTIA

Subtipo: Sarcomastigophora

Super Classe: Mastigophora

Ordem: Detortamonodida (habitualmente com 4 flagelos)

Tem ciclo evolutivo direto, que em suas formas infestantes são liberadas na

água, em seu estágio de transmissão, para reinfestar o mesmo hospedeiro ou

disseminar-se na população de peixes. Este processo é direto nos ectoparasitas. Por

exemplo, a Costia necatrix se divide repetida e simplesmente em duas, se dissemina

através das brânquias e da superfície corporal, podendo passar facilmente a outros

hospedeiros já que é um nadador ativo.

Esse flagelado é o causador da Costiasis. A Costia é um parasita cosmopolita

em sua distribuição geográfica, ele penetra nas células epiteliais por meio de uma

espécie de gancho e se reproduz sobre a superfície corporal do peixe causando

necrose das células epidérmicas e uma irritação e hipersecreção de muco. Essa

irritação origina manchas cinzentas com produção excessiva de cutícula. Os peixes

muito infestados se esfregam contra o substrato, perdendo escamas e abrindo

caminho para infecções secundárias por bactérias e fungos.

5 - CRYPTOBIA

Subtipo: Sarcomastigophora

Super classe: Mastigophora

Classe: Phytomastigophora

Ordem: Kenetoplastida (flagelo anterior único ou um antes e outro posterior)

Flagelado que habitualmente se localiza no sangue, também pode ser

raramente encontrado na pele e produz obstrução branquial e excessiva secreção

mucosa sobre a pele.

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DACTYLOGYRUS Dactylogyrus astator – Nybelin

Dactylogyrus anchoralus - Dujardin

Dactylogyrus minutus –Kulwiec

6 - FLEXIBACTER COLUMNARIS

A Columnaris se pronuncia quando o peixe está stressado, num prazo de 3 a 7

dias após manejo inadequado (mecânico, excesso de matéria orgânica, etc). É uma

doença que se não tratada a tempo pode dizimar a população.

7 - GLOSSATELLA

Sub classe: Peritrichia

Ciliado que mede até 100 de comprimento e possuem cílios bucais em seu

polo anterior, assim como um disco adesivo chamado escópula em seu polo distal. O

peixe enfermo sobe as camadas superiores da água, reagem debilmente ao estímulo

do exterior e se concentra perto do afluente. Nada contra o fundo e raspa-se às

paredes do tanque. É encontrada conjuntamente com enfermidades ocasionadas por

outros infusores. Os protozoários vivem fixados na superfície da pele, nadadeiras e

brânquias em grandes colônias. Seu contato com o epitélio do hospedeiro é

relativamente superficial. A infestação, mesmo raramente, causa mortalidade, e os

protozoários podem fixar-se em maior quantidade somente nos peixes enfraquecidos e

doentes.

8 - GYRODACTYLUS

Gyrodactylus elegans - Nordmann

Gyrodactylus medius - Kathariner

Sub classe: Monopisthocotyles

Família: Gyrodactylidae

São pequenos vermes de 0,3 a 1,0 mm. de comprimento, transparentes e não

possuem olhos; como são vivíparos em condições favoráveis reproduzem-se com

extrema rapidez. Os peixes gravemente infestados produzem material cuticular em

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excesso, as nadadeiras encontram-se como desfiadas, aparecem úlceras cutâneas e

lesões branquiais. Todas essas lesões são produzidas pela atividade nutricional do

parasito e pela ação dos ganchos do órgão de fixação.

As nadadeiras, especialmente a dorsal e a caudal dos peixes infestados

encontram-se desfiadas, dado à localização do parasito na pele, não se manifesta nas

brânquias. Observam-se zonas hemorrágicas na pele e produção excessiva de muco.

Ocasionalmente observa-se também infecções micóticas secundárias.

A Girodactilosis é uma enfermidade que afeta principalmente a pele e

nadadeiras. Os peixes infectados perdem peso.

9 - HENNEGUYA

Sub tipo: Cnidospora

Classe: Myxosporidea

Família: Myxobolidae

Gênero: Henneguya

O parasito Henneguya sp é o agente etiológico de uma enfermidade que se

caracteriza pela presença de úlceras abertas na pele e tecido cutâneo, tais úlceras

dão lugar a hemorragias, as quais facilmente se sobre infectam com bactérias e

fungos. Seus quistos rompidos produzem feridas. Na liberação do quisto observa-se

um conteúdo de tipo branco-leitoso, nesta forma os esporos ficam livres na água. Em

peixes infectados é possível observar desprendimento de escamas haja vista que a

superfície do corpo se incha para cobrir os quistos.

Os protozoários endoparasitas, tais como os Myxosporídeos, formam esporos

resistentes que podem conservar sua capacidade de infestação durante anos.

10 - ICHTHYOPHTHIRIUS

Sub tipo: Coliophora (os cílios são apêndices semelhantes a pêlos, muito mais

curtos que os flagelos, estão presente em maior ou menor medida em alguns ou todos

os estágios de seu ciclo de vida)

Classe: Ciliata

Sub classe: Holotrichia (cílios do corpo uniformes e simples)

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Parasito ciliado holotrico, infesta normalmente a epiderme, nadadeiras e

brânquias, mas nas epizootias podem ser encontrados inclusos na córnea e nos

epitélios bucal e esofágico. Em sua fase de enquistamento o tratamento é

extremamente difícil.

Quando maduro o “ictio” rompe a pele do hospedeiro e passa à água,

originando uma erosão epitelial e um engrossamento cuticular, uma vez livre o

parasito se enquista ao substrato onde se divide para produzir até 2.000 tomites ovais

e ciliados que reinfestarão outros peixes.

Quando infestados por “ictio”, os peixes apresentam na pele e nas brânquias

pequenos pontos brancos facilmente observáveis, os peixes nadam intranqüilos e se

chocam contra as paredes e fundo do tanque também sobe à superfície e rodeiam a

entrada d’água dado a falta de oxigênio provocada por um mau funcionamento de

seus filamentos branquiais parasitados. Além disso, mostram sinais de apatia, letargia

e inapetência. A medida que a infecção aumenta os peixes nadam freneticamente.

Nas etapas finais da enfermidade, os peixes se mostram letárgicos e tendem a

agrupar-se nas bordas do tanque. Nos alevinos e jovens os sinais clínicos apresentam

um grau de maior gravidade que nos adultos. O parasito exerce um efeito mecânico

sobre os tecidos, caracterizado pela destruição do epitélio cutâneo e branquial, danos

aos capilares sanguíneos, deformação das células germinativas, etc.

11 - LERNAEA

Tipo: Arthropoda

Classe: Crustacea

Sub classe: Copépoda

Gênero: Lernaea

Os seguimentos corporais se encontram fusionados e muitos apêndices faltam

ou estão altamente modificados.

O grupo de crustáceo que com mais freqüência parasita os peixes são os

copépodos. O estágio que se reconhece habitualmente é aquele da fêmea madura,

fixada ao peixe, portadora de um par de sacos ovilígeos em seu extremo posterior. A

Lernaea é um parasito perigoso que afeta especialmente aos alevinos e peixes jovens

que podem chegar a morrer ante a presença de um escasso número de parasitos. A

cabeça normal da fêmea em forma de saco modificado para adquirir aspecto de

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âncora com ramificações quando se encontra dentro da musculatura do hospedeiro,

às vezes chega a penetrar na cavidade corporal e fixar-se no fígado. O parasito

incrustado induz à formação de uma úlcera e eventualmente um nódulo fibroso ao

redor da cabeça do copépodo. Se os peixes infestados com o parasito não morrem,

quase sempre perdem peso e apresentam um mau aspecto. A reprodução da Lernaea

não se realiza quando a temperatura da água é inferior a 14º C.

12 - LINGUADACTYLOIDES

Também um verme, os linguadactylorideos como parasitos branquiais têm

ampla distribuição mundial. Externamente são parecidos com os gyrodactylideos, com

a exceção de possuírem 4 pontos oculares, ovíparos com até 2 mm. de comprimento.

Os peixes infectados mostram sinais de asfixia, devido a localização branquial

do parasito e seu efeito negativo na respiração. Os peixes se encontram intranquilos,

nadam contra as paredes e fundo do tanque e sobem a superfície onde se mantém

com movimentos operculares intensos. As brânquias se encontram mucificadas e

podem aparecer de coloração vermelho intenso, descoloridas e necróticas. Há um

engrossamento das bordas branquiais ao que o opérculo logo se abre.

13 - OODINIUM

Subtipo: Sarcomastigophora

Super Classe: Mastigophora (protozoário flagelado)

Classe: Phytomastigophora (flagelado com clorofila)

É um protozoário pibiforme, grande, com até 150 de , que ataca uma

grande variedade de peixes tropicais e subtropicais de água doce. As epizootias

conduzem amiuda a uma perda total dos peixes por obstrução branquial e lesão

cutânea, embora pareça não alimentar-se de epiderme viva.

14 - SAPROLEGNIA

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O termo saprolegniasis se usa para descrever uma infecção micótica da pele e

das brânquias que pode ser imputável a um grande número de fungos.

A saprolegniasis é uma enfermidade muito comum tanto em peixes como em

ovos em incubação, ela deve ser considerada principalmente como uma infecção

secundária, o desenvolvimento da enfermidade só tem lugar mediante a invasão de

feridas ou infecções primárias por fungos. Os sinais clínicos mais comumente

observados nos peixes afetados, incluem a presença de uma massa algodanosa de

hifas micóticas que cobrem o corpo, nadadeiras e brânquias. Uma vez destruído o

tegumento, o fungo penetra na musculatura e finalmente nos órgãos viscerais do

peixe.

Entre os fatores ambientais que favorecem o crescimento do fungo, figura num

excesso de matéria orgânica na água. (ex: excesso de comida, peixe morto, etc.)

como também danos mecânicos e debilidade nos peixes, ou a presença de ovos não

fertilizados e/ou mortos na incubadora.

SAPROLEGNIA MIXTA

SAPROLEGNIA FERAX

SAPROLEGNIA PARASITICA

SAPROLEGNIA MONOICA

15 - TRICHODINA

Subtipo: Coliphora

Classe: Ciliata

Sub classe: Peritrhichia (cílios orais complexos e corpíscuos)

A Trichodina é um protozoário em forma de disco rodeado de cílios com um

anel esclerotizado de dentículos em sua região central.

Os tricodinideos se fixam na superfície do hospedeiro pelo extremo oposto a

boca e podem adquirir um aspecto abobadado em forma de “aspirador” para

alimentar-se. Os peixes enfermos sobem às camadas superiores da água, reagem

debilmente ao estímulo do exterior e se concentram perto do afluente. Seu corpo se

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cobre de um véu azulado, devido ao excesso de muco. Nada contra o fundo e raspa-

se às paredes do tanque.

Os peixes enfermos apresentam sinais de palidez cutânea. Em exemplares

severamente afetados pela enfermidade, as nadadeiras podem mostrar sinais de

desfiamento. Segundo o grau de infestação, os peixes se mantêm letárgicos, com

perda de apetite, a medida que avança a infecção pode haver desprendimento de

escamas e freqüentemente se observa uma ruborização cutânea devido à congestão

dos vasos sangüíneos.

Na forma branquial da enfermidade, a morte do peixe se deve principalmente à

asfixia.

Trichodina domerguei

MÉTODOS DE CONTROLE / TRATAMENTOS

Veneno Remédio

Os métodos de controle de doenças consistem em programas de prevenção e

manejo correto da produção, para garantir a saúde dos peixes.

Pode-se citar como método de prevenção a desinfecção com hipoclorito de sódio (cloro) na limpeza de tanques-rede, berçários e comedouros após um ciclo de

criação. Durante o manejo diário todo material utilizado deverá passar pelo mesmo

procedimento, para evitar contaminação ou infestação de organismos indesejáveis.

Quando a prevenção não for suficiente, o produtor deverá realizar tratamentos

nos peixes doentes, porém esses tratamentos dependerão do tipo de infestação e do

microorganismo atuante. Os métodos mais utilizados são os banhos de sal e a

ingestão de medicamentos por meio de rações, prescritos pelo médico veterinário.

O tratamento por ingestão de medicamento através da ração apresenta alto

custo e não é garantia de sucesso, devido ao fato do peixe, dependendo da doença,

perder o apetite e com isso, o problema se agravará ainda mais.

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O método mais utilizado é o banho de sal devido à facilidade, baixo custo e

eficiência comprovada. Para realizar esses banhos, é necessário que o produtor tenha

em sua propriedade um bolsão impermeável que irá envolver todo tanque-rede,

impedindo a saída da água. Para fazer o tratamento, o sal será adicionado dentro

desse bolsão, sendo a quantidade dependente do tempo do banho e do grau de

infecção. Quanto maior a quantidade de sal, menor o tempo do tratamento. Geral-

mente utiliza-se de 2 a 10 gramas de sal para cada litro de água, com tempo de

imersão entre 30 a 60 minutos.

Exemplos de Identificação de Doenças em Peixe Comercial de Tanque Rede.

Tratamentos vão depender do tipo de microrganismo envolvido e da severidade

do processo infeccioso. Peixes em estado avançado de doença dificilmente se

recuperam, mesmo com as melhores terapias. Ademais, a administração de

medicamentos e produtos químicos pode trazer conseqüências negativas aos animais,

meio ambiente e às pessoas que lidam com a criação.

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Tipos de tratamentos vão desde a simples adição de sal à água até o emprego de

antibióticos e substâncias químicas. A seleção e prescrição de drogas, no entanto,

deve ser feita sempre muito criteriosamente e por profissional qualificado. Há que se

considerar, ainda, que cada país tem determinado legalmente as substâncias

permitidas e abolidas para uso em piscicultura.

Observação - A utilização de qualquer produto que não seja o NaCl sem registro para uso na aqüicultura é considerado proibido no Brasil.

Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos - PNSAA

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA

O PNSAA, baseado nas diretrizes da OIE e sob responsabilidade do MAPA,

busca o controle da sanidade de organismos aquáticos evitando a disseminação de

parasitos e microorganismos com potencial de patogenicidade. A Instrução Normativa

MAPA no. 53, de 2 de julho de 2003 traz o regulamento técnico do PNSAA, onde se

incluem orientações sobre a responsabilidade técnica (RT) e sobre a Guia de Trânsito

Animal (GTA).

Código Sanitário Internacional para Animais Aquáticos

Lista dos possíveis parasitos a serem encontrados na Produção de Peixe Comercial.

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Gyrodactylus sp Trichodina spp

Childonella spp Odinium pillilarus

Ichthyophthitius Ictiofitíase

Flexbacter Columnaris

Aeromonas sp

Isópodes Argulus sp

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Para a prática da criação de peixes, alguns cuidados sobre as condições de

implantação do empreendimento devem ser previamente avaliados pelo

criador. Deve-se ter atenção com a qualidade e da água, variações no nível da

água, tipo e relevo do solo, existência de correntes, ventos e ondas e logística

de acesso às estruturas de criação.

Além dessa parte física mencionada, o produtor antes de implantar seu

empreendimento, também terá que ficar atendo ao mercado consumidor, mão-

de-obra dentre outros aspectos que deverão ser observados.

ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO DE VIVEIROS

CLIMA Temperatura, pluviosidade, ventos escolha da sp a ser cultivada ( variações

diárias e sazonais)

ÁGUA Aspectos quantitativos

Ser perene e sob controle do proprietário

Compensar perdas por evaporação (100 a 200 m e percolação (5 % de

renovação/ dia)

Na prática 10 a 15 l / s / ha de área alagada ( 600 l / min / ha) dimensionar a

área a ser inundada tamanho do empreendimento

Realizar as medições no período da estiagem.

V = C : T x P x L

Onde: V = vazão estimada

C = comprimento do riacho demarcado

L = largura média do trecho demarcado

P = profundidade média do trecho demarcado

T = tempo que o flutuador leva para percorrer o trecho (em seg.)

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Aspectos qualitativos

natureza do suprimento da água - mina, represa, córrego, rio (água deve

chegar ao tanque por gravidade)

ideal usar água com nascente na propriedade

avaliar as características físicas e químicas

SOLO E TOPOGRAFIA

solos mistos, areno-argilosos = barrentos (areia, limo, e argila) favoresce a

escavação e compactação; arenosos infiltração, lixiviação, assoreamento;

argilosos racham facilmente com a seca, dificulta escavação; terras turfosas

humus (ác. úmico - cor chá); pedregosos ou rasos difícil escavação

características físico químicas do solo

regiões montanhosas e planas devem ser evitadas

ideal com declividade de 2 a 3 % ( a cada 100 m de lançante, a altura deverá

cair de 2 a 3 m)

construir a represa de preferência em vale tipo V aberto (ribeirões e rios devem

ser evitados construção de diques, barragens e canais custo)

fazer curvas de nível

ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO DE TANQUES REDE

Locais situados próximos às culturas agrícolas, cidades e de indústrias,

não são indicados para a prática de criação em tanques-rede, pois as águas

desses ambientes podem estar contaminadas com efluentes contendo resíduos

de defensivos agrícolas, esgotos domésticos e industriais, que prejudicam o

desenvolvimento dos peixes e, por conseguinte, o sucesso do

empreendimento.

Áreas próximas à captação de água para abastecimento público, locais

onde haja navegação e vizinhanças de clubes recreativos não são favoráveis à

implantação de tanques-rede.

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É importante também que não haja corredores de ventos e correntes

fortes de água, pois podem causar o rompimento das estruturas de fixação dos

tanques-rede, sendo desejado um local que proporcione ambiente calmo aos

peixes.

Alguns cuidados devem ser tomados quanto à proteção ambiental no

local de instalação. É interessante a existência de proteção natural em torno do

reservatório para evitar erosão das margens e assoreamento no período de

chuvas, o que implicaria em aumento das partículas sólidas no ambiente de

criação e assim prejuízo para a qualidade da água. Desta forma, a manutenção

das matas ciliares representa estratégia primordial para proteção ambiental dos

cursos d’água.

Em todo o caso, antes de se iniciar a implantação do empreendimento é

necessária a realização da análise da água do local a ser utilizado, para se

evitar contratempos.

O processo decisório para a implantação do projeto depende ainda da

facilidade do acesso aos tanques-rede, pois são necessários barcos/canoas,

passarelas ou balsas para locomoção e chegada dos insumos ao local. As

distâncias não devem ser muito longas, de maneira a baratear o custo do frete,

reduzindo assim o custo de produção.

Devem-se considerar, também, aspectos de segurança, uma vez que os

peixes ali confinados são presas fáceis para roubos ou furtos.

O acesso até as instalações para armazenamento de insumos como, por

exemplo, a ração, deve possuir estradas em adequado estado de conservação,

de maneira a não acarretar custos adicionais de frete, nem com manutenção e

reparo dos veículos.

PROFUNDIDADE E VELOCIDADE DA ÁGUA

Ambientes lênticos, como reservatórios, representam lugares

potencialmente aptos para se instalar o empreendimento, especialmente

quando possuem boa taxa de circulação de água.

Além da constante renovação de água, recomenda-se que o local tenha uma

profundidade de pelo menos uma vez a altura do tanque rede entre a parte

inferior (fundo do tanque-rede) até o fundo do reservatório, ou seja, tanques-

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rede de 2 metros de altura, o local deve ter pelo menos 4 metros de

profundidade na sua cota mínima.

Em ambientes lênticos, é comum a ocorrência da estratificação térmica e

química, ou seja, temperatura, oxigênio, gases e compostos orgânicos e

inorgânicos presentes na água podem apresentar distribuição heterogênea na

coluna d’água. O fenômeno da desestratificação da coluna d’ água caracteriza-

se quando ocorre queda na temperatura do ar, resfria-se a camada superficial

da massa d’água tornando-a mais densa, favorecendo a mistura das diversas

camadas d’água.

Tal mistura faz com que gases nocivos como o gás sulfídrico, amônia

(geralmente em alta concentração), CO2 e metano, que se concentram na

parte inferior do reservatório, circulem em toda coluna d’água, ocasionando

assim, mortandade dos peixes. Esse fenômeno se verifica, especialmente, em

corpos hídricos com grande volume de matéria orgânica em decomposição.

Em locais com pouca circulação hídrica, haverá pouca renovação da

água nos tanques-rede, diminuindo a circulação do oxigênio dissolvido na

coluna d’água. O comportamento dos peixes será um indicador do estado da

água. Assim, poderá ocorrer diminuição do apetite e boquejamento na

superfície, onde o uso de aeradores será necessário para superar tais

dificuldades.

DINÂMICA (CORRENTES, VENTOS E ONDAS)

Os tanques-rede exercem naturalmente resistência às correntes de água

e, quanto maior for a intensidade das correntes atuantes, mais resistente

deverá ser a estrutura de criação e sua ancoragem. Diante deste fato, é

conveniente identificar locais “calmos” no corpo hídrico, como pequenas

reentrâncias e enseadas, para diminuir os riscos de danos às estruturas de

criação.

Existem métodos mais acurados para determinar correntes em

ambientes aquáticos, com o uso de equipamentos apropriados como

correntógrafos e medidores de vazão, entretanto, uma “dica” dada pelo

ambiente em relação à dinâmica de um determinado local é a granulometria do

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE TECNICO ATEPA CONVENIO MPA/FUNDATER

sedimento no fundo naquele local, além do conhecimento natural dos

moradores e da observação visual continuada.

Coletando-se uma amostra do fundo do reservatório onde se pretende

instalar os tanques-rede, com uma draga ou equipamento similar, pode-se

observar a existência de grãos finos (lama), a grãos grossos (rochas,

pedregulhos), o que mostra, indiretamente, a dinâmica naquele local. O

sedimento rico em grãos finos indica um local de baixa dinâmica.

Deve ser previamente avaliado o regime de ondas incidentes no local

onde se pretende implantar o empreendimento, evitando-se aquelas regiões

onde ocorram grandes ondas. Assim, verifica-se que o regime de ondas é

diretamente influenciado pelo regime de ventos ocorrentes na região.

É importante salientar que os ambientes protegidos e de baixa dinâmica,

se por um lado são interessantes por apresentarem menor desgaste às

estruturas de criação, por outro, são mais facilmente suscetíveis a problemas

com a qualidade da água.

DISTÂNCIA E POSICIONAMENTO DOS TANQUES-REDE

Para que se tenha uma boa renovação de água nos tanques rede, é

necessário que a corrente de água passe de maneira perpendicular às

instalações. Sendo assim, a posição dos tanques-rede nos reservatórios vai

depender do movimento das correntes de água.

É importante que a água de um tanque-rede não passe para um

próximo, devido à consequente redução de sua qualidade, pelo carreamento

dos detritos e queda do oxigênio dissolvido.

Geralmente os tanques-rede são posicionados em linhas, podendo ser

em uma única linha ou mais de uma. Quando for posicionar mais de uma linha,

sugere-se manter uma distância de 10 a 20 metros entre linhas.

A distância recomendada entre os tanques-rede é de uma a duas vezes

o seu comprimento, por exemplo, se o tanque-rede medir 2 metros de

comprimento, a distância será de 2 a 4 metros entre os demais.

É demonstrado nas figuras a seguir o posicionamento de tanques rede em

linha(s).

Tanques-rede em linha simples Tanques-rede em quatro linhas

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE TECNICO ATEPA CONVENIO MPA/FUNDATER

Foto: Bruno O. de Mattos Foto: Thompson F. R. Neto – CODEVASF

É recomendada, após alguns ciclos de produção, a mudança de local

dos tanques-rede, evitando que o acúmulo de dejetos sob os tanques-rede

interfira nos próximos ciclos.

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Há muitos critérios e estratégias de produção na piscicultura e, podem

variar segundo a produtividade que se deseja e o uso de insumos segundo a

escala necessária.

Relação:

Grau de manejo aplicado produção de peixes

Alimentação balanceada

Controle de metabólitos

Controle de enfermidades

Condições ambientais

Padrão genético

EXTENSIVO Praticada em águas represadas artificialmente que não foram construídas

diretamente para o cultivo de peixes (piscicultura é uma atividade secundária); Lagoas naturais;

Utiliza apenas alimento natural;

Não se usa adubo químico ou orgânico;

Não há controle das espécies naturais;

Produção de peixe depende: capacidade de sustentação; escolha das

espécies; taxa de estocagem; sobrevivência do povoamento efetuado e

manejo;

PRODUTIVIDADE: 100 – 1.500 kg/ha/ano

SEMI-INTENSIVO Praticado em viveiro construído para criação de peixes;

Controle total do volume de água;

Controle total das espécies em cultivo;

Uso de adubo químico e/ou orgânico;

Uso de ração balanceada

PRODUTIVIDADE: 3.000 – 10.000 kg/ha/ano

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INTENSIVO Praticada em tanques ou gaiolas;

Uso de ração específica para a espécie cultivada;

Utiliza apenas uma espécie

Controle de metabólitos (aeração e trocas contínuas de água);

PRODUTIVIDADE – 15.000 – 30.000 kg/ha/ano

O criador de tilápias em tanques-rede poderá adotar um dos sistemas de criação a seguir:Sistema Monofásico:

Os peixes são criados em um único tanque-rede durante todo o ciclo de

produção. Normalmente os alevinos são estocados com peso unitário entre 30

e 50 g em tanque-rede com malha de 15 a 19 mm e despescados quando

atingirem o peso comercial.

Assim, considerando-se a densidade inicial de 265 peixes/m³ e

mortalidade próxima de 5%, a densidade final será de aproximadamente 250 peixes/m³.

Sistema Bifásico: Na alevinagem (fase 1 - cria), o produtor adquire 5.000 alevinos de 1g,

que são criados em um (01) berçário/bolsão de 4 m³, com malha entre 5-8mm,

durante 30-60 dias. Quando atingirem peso entre 30-50g, são transferidos para

quatro (04) outros tanques rede (fase 2 – recria e terminação) onde ficam até

atingirem o peso comercial. É comum neste sistema a mortalidade atingir até

20% (15% no bolsão e 5% no tanque-rede), proporcionando densidade final de

252 peixes/m³.

Sistema Trifásico:Neste sistema, o produtor realiza a fase 1 de alevinagem (cria) de sua

criação em berçário/bolsão, criando os alevinos de 1g até 30-50g, nas

condições do sistema bifásico. Logo após, transfere os para dois outros

tanques-rede, onde é realizada a recria (fase 2), no qual os peixes atingem

peso médio de 200g, após 60 dias, com mortalidade próxima de 5%. Quando

atingirem peso médio de 200g, são transferidos para quatro outros tanques-

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rede de terminação (fase 3), onde serão despescados quando atingirem o peso

comercial. Portanto, neste esquema, considerando a mortalidade de 3% no

período de 200-700g, a densidade final será de 245 peixes/m³, com biomassa

aproximada de 170kg/m³. Ressalta-se que as densidades/biomassas

consideradas nesses três sistemas de crianção estão intimamente relacionadas

com as condições gerais do corpo hídrico, considerando a velocidade de troca

no interior do tanque-rede, o tempo de permanência da água no reservatório ou

no “braço” do reservatório, à qualidade da água, tipo de tanque-rede utilizado,

etc. Nesta direção, em algumas regiões, a densidade final praticada no sistema

trifásico é de apenas 150 peixes/m³, com biomassa aproximada de 125 kg/m³.

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CONSTRUÇÃO DE VIVEIROS

Período das secas

ABASTECIMENTO Por gravidade, água de represa captada da superfície sistemas de filtro,

vegetação, caixa de decantação, filtro de tela, filtro de brita (nº 1 a 5),

capacidade filtrante = 3 L/s/ m2 tubo de PVC, manilha de barro, canais no

solo a céu aberto caixa de distribuição dimensionar o canal de drenagem

SISTEMA DE DRENAGEM E CONTROLE DE NÍVEL Opção variável de acordo com o tamanho do viveiro e os recursos disponíveis

Dreno instalado na parte mais profunda do viveiro, do lado oposto à entrada

d’água.

Permitir vazão (Q) suficiente da água retirar toda água do fundo do viveiro

Sistema de Cotovelo articulado em tubo de PVC simples e barato

Sistema Valois = monge de alvenaria = maior durabilidade e segurança, de

preferência situados fora do viveiro, sobre uma base de alvenaria

Escoadouro (ladrão, sangradouro) de superfície para cada tanque, situado à ±

20 cm da borda

Cuidar para que a água de escoamento não contamine a de alimentação

Dimensionar a tubulação de saída sempre maior que a de abastecimento

Área do viveiro /

m2

Diâmetro da tubulação de

drenagem / cm

400 10 a 15

400 a 1200 15 a 20

1200 a 5000 20 a 30

500 a 20 000 30 a 40

FUNDO DO VIVEIRO

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Ser o mais regular possível, inclinação de 05 a 2,0 %

Limpeza da área – desmatamento, terraplanagem e compactação

Camada selante de argila quando o fundo for permeável

Caixa de coleta, tanque de captura, retenção ou refúgio = caixa rebaixada em

terreno bem compactado (camada de argila ou alvenaria) limitada por paredes

de alvenaria, profundidade de 30 cm, existem diferentes formas de construção.

FORMAS DOS VIVEIROS Em função da topografia, porém, o ideal é que sejam retangulares. Redondos e

quadrados são mais econômicos, pois para a mesma área inundada

apresentam menor perímetro de talude

Dimensão

Alevinagem 400 a 1.200 m2 20 x 50 = 1000

Engorda 0,5 a 2,0 há 50 x 100 = 5000 m2

Tanques pequenos antieconômicos

Tanques grandes dificuldade de manejo e manutenção

PROFUNDIDADE Declive de 1,0m para 1,70m * regiões de clima frio = tanques mais fundos

Tabela : Parâmetros técnicos à observar

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Profundidade (nível da água) m Largura da crista do dique Borda livre (acima nível d’água)

1,00 - 1,50 1,80 - 2,00 0,30 - 0,40

1,50 - 1,70 2,00 - 2,50 0,40 - 0,50

1,70 - 2,00 2,50 - 3,00 0,50 - 0,60

Tipo de Solo Talude Interno Talude Externo

Areno - argiloso 3:1 2,5: 1 1,5: 1 1,5:1

Silto - argiloso 2,5:1 2:1 1,5:1 1:1

Argiloso 2:1 1:1 1:1

CONSTRUÇÃO DE DIQUES OU BARRAGENS Construção de Viveiro de piscicultura = construção de diques ou barragens =

corte e aterro

Assentados em solo previamente preparados= desmatados, livre de matéria

orgânica, retirada da camada superficial do solo prevenir rupturas no aterro

( não assentar a barragem sobre rocha)

Corte = área escavada / Aterro = solo obtido do corte declividade do terreno

Solos inadequados diques heterogênicos com solo impermeável de área

próxima escavar trincheira

Inclinação dos taludes varia em função da altura (h) da barragem e do material

do aterro, diferenciada para taludes interno (à montante) e externo (à jusante).

Executar a compactação das camadas umedecidas

Crista quanto mais larga, maior segurança, não deve ser menor que a altura

do dique.

Depois de concluído serviço de aterro e compactação revestir cristas e borda

livre com grama.

NÚMERO DE TANQUES E VIVEIROS

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Proporcional ao tamanho e objetivo do projeto (1 ha = 3 a 4; 2 ha 4 a 6; 10 ha

10 a 20), lembrar que quanto maior o número de viveiros, maior o custo).

Manutenção de reprodutores - 200 a 500 m2

Reprodução - tilápias 50 m2 - carpas 100 m2

Larvicultura ou berçário - PL à 1ª alevinagem = tanque-rede de tela de nylon 3

mm

Alevinagem (alevinos de 2 a 3 cm) 200 a 500 m2

Crescimento, recria e engorda - 2000 a 5000 m2

Produção de plâncton 50 a 100 m2

Depuração – alvenaria, inclusive o fundo - águas claras, 50 kg / m3, 24 a 48 h

Quarentena, ± 1 mês de permanência, mais a jusante dos outros viveiros e

tanques.

OUTRAS BENFEITORIAS Galpões – ração, ingredientes, equipamentos, tralhas, máquinas

Planta processadora

Laboratório – reprodução

TRATAMENTO DOS EFLUENTES Lagoas de estabilização (10 % da área total inundada, mínimo de 2 lagoas)

Uso de aguapés (cercados)

Canal de braquiária

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Planta baixa

Corte Longitudinal AB

= 0,5 %

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A

Escoamentomonge

Comportas removíveis de madeira ou parede de concreto

vazada

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TANQUE REDE

DETALHAMENTO DAS ESTRUTURAS

TAMANHO E FORMATO DE TANQUES-REDEO tanque-rede pode ser de formato quadrado, retangular, cilíndrico,

hexagonal ou circular, entre outros, sendo mais utilizados o quadrado e o

circular.

O fluxo de água nesses formatos se dá conforme ilustrado na figura,

podendo ser alterado devido à colmatação (acúmulo de algas e sujeiras) da

tela do tanque-rede.

Os tanques-rede devem ser escolhidos na implantação do

empreendimento seguindo critérios como preço, tamanho do reservatório e

espécie a ser criada, sendo os mais comerciais:

Tanque-rede quadrado

• Volume: 4,8 m³ (2,0 x 2,0 x 1,20) – malha 17 ou 19 mm

• Volume: 6,0 m³ (2,0 x 2,0 x 1,5) – malha 13 ou 19 mm

• Volume: 13,5 m³ (3,0 x 3,0 x 1,5) – malha 19 mm

• Volume: 18 m³ (3,0 x 3,0 x 2,0) – malha 19 mm

Tanque-rede circular

• Volume: 25,0 m³ - malha 19 mm

• Volume: 200,0 m³ - malha 19 mm

• Volume: 300,0 m³ - malha 19 mm

• Volume: 400,0 m³ - malha 19 mm

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A produtividade dos tanques-rede está relacionada às trocas de água no

seu interior. Assim, pode ser observado na tabela a relação entre o potencial

de troca de água do tanque-rede de forma natural (pela dinâmica de corpo

hídrico lêntico) e/ou induzido pela movimentação dos peixes confinados. Desta

forma, quanto menor for o tanque-rede, maior é a relação entre a sua área de

superfície lateral (ASL em m²) e seu volume (V em m³), portanto, quanto maior

a relação ASL:V, maior é o potencial de troca de água, conforme tabela.

Tabela Comparação do Potencial de Renovação de Água entre Tanques Rede de Diferentes Dimensões e Relação ASL:V (SCHIMITTOU, 1995)

DIMENSÕES

(m x m x m)

Volume

(m³)ASL : Volume

(m² : m³)Potencial de Renovação

de água (%)

1 x 1 x 1 1 4:1 100

2 x 2 x 1 4 2:1 50

2 x 4 x 1 8 1,5:1 38 (25/50)

4 x 4 x 2 32 1:1 25

7 x 7 x 2 98 0,57:1 14

6 x 11 x 2 132 0,52:1 13 (9/17)

13 x 13 x 2 338 0,31:1 8

11 x 11 x 3 363 0,36:1 9

MATERIAL UTILIZADO NA CONSTRUÇÃO E INSTALAÇÃO DOS TANQUES-REDE

Na fabricação da estrutura de armação dos tanques-rede pode se utilizar

diversos materiais como: tubos e cantoneiras em alumínio, vergalhões

soldados com pintura anti-corrosão, chapas de alumínio soldadas ou

parafusadas, barras de ferro soldadas e pintadas, aço galvanizado, bambu,

madeira, tubos de PVC, entre outros.

Nessas estruturas são fixados os flutuadores, comedouros, as malhas, tampas

e cabo de fixação, que irão dar o formato ao tanque rede.

Os flutuadores podem ser de materiais simples como tambores plásticos

e tubos de PVC tampados, evitando reutilizar tambores de substâncias tóxicas.

As malhas podem ser confeccionadas de materiais flexíveis como: poliéster

revestido de PVC, nylon, alambrado de aço inox.

Para determinar o tipo de material a ser utilizado na confecção das

malhas é de fundamental importância conhecer o ambiente que irá receber os

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tanques-rede, pois como esse é um sistema que irá atrair diversas outras

espécies de peixes e na maioria das espécies carnívoras, deve-se escolher o

material que demonstre maior segurança aos peixes. Além de conhecer o

ambiente, deve-se levar em conta a capacidade de renovação que a malha

apresenta em relação à passagem de água pelo sistema, e com isso seu

tamanho de abertura, além de ser de um material que não provoque lesões nos

peixes, não deve ser corrosivo.

A malha apresenta normalmente abertura de 13 mm a 25 mm para alojar

os peixes, dependendo da sua fase de desenvolvimento.

Já as tampas dos tanques-rede podem ser feitas com malhas maiores ou de

igual tamanho ao do tanque-rede. Geralmente são confeccionadas com malhas

de 25 mm e apresentam abertura total ou de 50%.

É recomendado utilizar sombrites sobre as tampas dos berçários para

reduzir a exposição dos peixes aos raios solares, o que melhora seu sistema

imunológico, resultando em maior produtividade, além de evitar a predação por

pássaros.

Para a fixação dos tanques-rede no ambiente são utilizadas cordas de

nylon com espessura entre 14 mm e 20 mm ou cabos de aço, esticado ao

longo do eixo em direção perpendicular, à corrente superficial.

Suas extremidades serão fixadas em poitas (âncoras) no fundo do corpo

hídrico, sendo o peso das mesmas dependentes da quantidade de tanques-

rede, profundidade e correntes de água.

Deve-se lembrar que no ato de fixação dos tanques-rede é de grande

importância sinalizar as amarras, devido ao trânsito de embarcações.

A sinalização depende do tamanho da área e disposição das linhas de

criação no reservatório, devendo ser feita com tambores de 50 a 200 litros, na

cor amarela e/ou sinalizadores luminosos, conforme exigência da Marinha para

as criações em tanques-rede nas águas da União.

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EQUIPAMENTOS E MATERIAIS DIVERSOSPara se realizar um bom manejo é preciso usar como apoio alguns

materiais e equipamentos adequados ao trabalho, dentre os quais se

destacam: barco, remos, motor de popa, balsa, balanças, puçás, baldes,

balaios, engradados, kit de análise de água, termômetro, oxímetro, pHmetro,

Disco de Secchi, aerador (o uso depende do reservatório), freezer, cordas,

arames, facas, computador (uso em escritório), etc.

BERÇÁRIOS/BOLSÕESO berçário/bolsão é a estrutura utilizada na fase de cria dos micro alevinos de

tilápia alojada na área interna do tanque-rede de forma a possuir maior volume

de água possível. Como apresenta malha muito pequena, entre 5-8mm,

dificulta a troca interna da água. Portanto, é comum a ocorrência de acúmulo

de sedimentos em sua superfície (colmatação), sendo necessária a sua

limpeza periódica.

BIOMETRIAPara acompanhar o desempenho das tilápias, o produtor deve conhecer

o número total de peixes estocados em cada viveiro ou tanque-rede, o peso e o

comprimento total médio, e estimar a biomassa, que é a soma do peso de

todos os peixes.

Após a estocagem, o produtor deve fazer biometrias dos peixes a cada

15 ou 30 dias e acompanhar a quantidade de ração administrada e o número

de peixes mortos diariamente. Após a contagem, os peixes mortos devem ser

retirados e, de preferência, enterrados.

Para fazer a biometria, é necessário coletar uma amostra de cerca de 10

% da população de peixes do ambiente de cultivo. Para capturar os peixes no

viveiro, o produtor pode passar uma rede de arrasto ou utilizar uma tarrafa. Já

nos tanques-rede, deve-se usar uma tarrafa ou puçá. Essa prática deve ser

feita nas horas mais frias do dia para minimizar o estresse e a mortalidade dos

peixes.

Todo o material a ser usado na despesca e biometria [rede de arrasto ou

tarrafa, baldes, puçás, balança, ictiômetro (régua)] deve ser preparado com

antecedência e, com exceção da balança, deve ser desinfetado. Após a

captura, os peixes devem ser pesados individualmente, determinado o seu

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comprimento e os dados anotados. Feito isso, os peixes devem ser devolvidos

ao viveiro ou tanque-rede.

Variáveis a serem determinadas para acompanhar o desempenho dos peixes e

do cultivo:

Peso médio (kg), Comprimento médio (Cm), Ganho diário de peso (Kg) Ganho diário de biomassa (GDB) – Expresso em kg/ha/dia.

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Por definição reprodução é o processo pela qual uma espécie perpetua,

transmitindo a seus descendentes as mudanças ocorridas em seu genoma. O

sucesso obtido por qualquer espécie é determinado, em última instância, pela

capacidade de seus integrantes reproduzirem-se em ambientes variáveis,

mantendo populações viáveis (Vazzoler, 1996).

Segundo Woynarovich & Horváth, (1983) a técnica de reprodução

artificial dos peixes, possibilita o suprimento em massa de ovos para uma

grande variedade de peixes destinados a cultura em viveiros, e outros corpos

confinados de água, bem como sistema superintensivos de cultura. A maior

parte os óvulos são liberados na água em resposta a um comportamento

próprio de acasalamento por parte do macho, que realiza fertilização externa

(Vazzoler, 1996).

Para as espécies de peixes migradores (Ex. dourado - Salminus

brasiliensis; curimba - Prochilodus lineatus; pintado - Pseudoplatystoma

corruscans; pacu – Piaractus mesopotamicus; matrincha - Brycon cephalus),

para que ocorra o processo de maturação final e desova é necessário que haja

alguns estímulos ambientais como temperatura, fotoperíodo, disponibilidade de

alimento, necessidade de cheias e migração reprodutiva. Estas características

são de suma importância para o desenvolvimento do processo inicial e final de

maturação gonadal e liberação dos gametas em peixes migradores (Barbieri et

al., 2000). Este desenvolvimento é controlado por hormônios gonadotrópicos,

que são fundamentais no processo reprodutivo (Figura 1) (Baldisserotto, 2002;

Zaniboni Filho & Nuñer, 2004).

Após a percepção dos estímulos ambientais as informações são

transmitidas ao cérebro e depois ao hipotálamo (Coward et al., 2002; Zaniboni

Filho & Nuñer, 2004; Bombardelli et al., 2006a). O hipotálamo localiza-se na

base do cérebro e é nele que são produzidos, entre outros hormônios, o

hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e a dopamina, os quais são

responsáveis pela estimulação e a inibição da liberação das gonadotrofinas

pela adeno-hipófise, respectivamente (Mylonas & Zohar, 2001; Baldisserotto,

2002; Donaldson, 1996).

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Figura Produção de hormônios e sua atuação nas diferentes estruturas reprodutivas

de peixes migradores brasileiros (Fonte: Zaniboni Filho & Nuñer, 2004).

Neste sentido, a manipulação hormonal para induzir a reprodução

pode ser realizada a partir do emprego de hormônios provenientes de

extrato hipofisário de outros peixes, aves e mamíferos doadores ou outros

hormônios sintéticos (Woynarovich & Horváth 1983; Streit Jr. et al., 2003;

Bombardelli et al., 2006a).

A técnica comumente utilizada na reprodução artificial de peixes é a

de fertilização a seco. Esta técnica consiste na mistura a seco da massa de

ovócitos e sêmen liberados pelos reprodutores, depois de completa

homegenização é adicionado um certo volume de água para ocorrer à

ativação dos gametas. Este procedimento possibilita a vantagem de ampliar

o tempo de manejo dos gametas, permitindo a separação e a quantificação

da desova nas porções a serem estocadas em incubadoras distintas, além

de aumentar as taxas de fertilização (Zaniboni Filho & Nuñer, 2004; Zaniboni

Filho & Weingartner, 2007).

Técnicas de propagação artificial de peixes em cativeiros são praticadas

com intuito de disponibilizar maior número de indivíduos jovens para prática de

cultivo sendo portanto, dependente da demanda da produção (Woynarovich &

Horváth, 1983). Desta forma, com o aumento apresentado pela piscicultura

brasileira nos últimos anos (Crescêncio, 2005; Boscardin, 2008), técnicas que

envolvam o processo de reprodução de peixes em cativeiros são necessárias.

No entanto, apesar de encontrar-se avançada, ela ainda é um dos principais

entraves na produção de espécies nativas brasileiras (Zaniboni Filho &

Weingartner, 2007).

54

indica a desova

indica a produção de hormônio

indica o local de atuação do hormônio ou do estímulo

maturação final e liberação

gametas

hormônios esteroides

sexuais

gônadas

hormônio gonadotrópico

hipófise

hormônio liberador da

gonadotropina

hipotálamo

estímulos do ambiente

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SELEÇÃO DOS REPRODUTORESA seleção dos reprodutores é um dos processos mais importantes no

processo de reprodução artificial, pois irá determinar o sucesso da reprodução.

No período reprodutivo (outubro a março – varia entre as espécies e região) os

reprodutores são selecionados no tanque de cultivo. Para tanto uma rede de

arrasto será passada e os peixes capturados, é observado algumas

características externas, nas fêmeas observa-se ventre abaulado, papila genital

saliente e avermelhada e, nos machos, fluindo sêmen sob leve compressão

abdominal. Além disso, para confirmar o estágio de maturação gonadal das

fêmeas pode-se realizar biópsias ovarianas através da canulação, neste

procedimento, um pequeno cateter é inserido no orifício genital e

posteriormente uma amostra de ovócitos é retirada para a avaliação.

Os ovócitos retirados são submetidos à solução de Serra (60 mL alcool

90 ºGL; 30 mL formoldeído; 10 mL ácido acético glacial) (Woynarovich &

Horváth, 1983) e visualizados em lupa com aumento de 4×, para avaliação da

migração da vesícula germinativa (Stoeckel, 2000). Após esta avaliação,

devem-se selecionar fêmeas que apresentarem a maioria dos ovócitos com

vesícula germinativa polarizada.

INDUÇÃO HORMONALO objetivo da indução hormonal será de aumentar a produção seminal e

a promover a maturação final de ovócitos. Vários hormônios são utilizados,

destacando-se: sGnRH, LHRH, LHRHa, Antagonistas de dopamina, HCG, LH e

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hipófise de outros peixes, este último é o mais empregado nos peixes

migradores brasileiros (Zaniboni Filho & Weingartner, 2007).

A hipófise de peixe empregada é retirado de carpas que estão no

período reprodutivo, é conhecida como extrato pituitário de carpa (EPC). A

hipófise é lacerada e posteriormente diluída em soro fisiológico (0,6%

salinidade). Para as fêmeas realizam-se duas induções hormonais totalizando

5,5 mg de EPC.kg-1 de reprodutor, a primeira correspondendo a 10% do total

(0,5 mg de EPC.kg-1 - dose prévia), sendo esta realizada 12 horas antes da

segunda aplicação. A segunda aplicação consiste na indução de 5,0 mg de

EPC.kg-1 (Woynarovich & Horváth, 1983). Para os machos realiza-se uma única

indução hormonal com 2,5 mg de EPC.kg-1 juntamente com a segunda indução

hormonal empregada nas fêmeas. As aplicações devem ser realizadas de

forma intramuscular na região do dorso em espécies de coro, e na base da

nadadeira peitoral em espécies de escamas. Após as aplicações a temperatura

da água deve ser monitorada frequentemente para a estimativa do momento

em que se deve realizar a coleta dos gametas (Godinho, 2007).

COLETA DOS GAMETASA coleta dos gametas é realizada após a segunda indução

hormonal, é controlada com base no conhecimento de horas-grau (somatória

da temperatura da água em função do tempo). O valor de horas-grau varia

entre as espécies (Tabela 1). A coleta é realizada através de extrusão, que

consiste na pressão abdominal no sentido céfalo-caudal dos peixes. Os

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gametas são coletados em recipientes limpos e secos, para evitar

contaminação e ativação.

Tabela 1. Horas-grau de extrusão de diferentes espécies de peixes nativos na Estação de hidrobiologia da Estação de Três Marias (Fonte: Sato et al., 2003)

REPRODUÇÃO DE TILAPIAS A tilápia, peixe este nativo da África, apresenta uma grande demanda no

cultivo no país, desta forma práticas reprodutivas diferenciadas podem ser

aplicadas no sentido de aproveitar o grande número de desovas que esta

espécie apresenta. A exemplo disso, existem sistemas comercias de coleta de

ovos e incubação artificial e sistemas de coleta de nuvens de larvas no viveiro

de cultivo (Bombardelli et al., 2009).

O sistema de coleta de ovos consiste na retirada de ovos das fêmeas

logo após sua desova, isso é realizado pelo fato das tilápias apresentarem

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cuidado parental, incubando seus ovos e embriões em sua boca até o

momento em que as larvas conseguem nadar e se alimentar.

Após a coleta dos ovos, estes são levados às incubadoras artificiais,

onde permaneceram até começarem a ingerir alimentação exógena. Este

procedimento necessita um manejo periódico dos reprodutores, sendo estes

estocados em hapas com sexos separados (período de descanso das fêmeas)

e juntos (período em que ocorre as desovas). O tempo em que os reprodutores

podem permanecerem separados e juntos varia conforme a região, entretanto,

observa-se descanso em torno de 15-25 dias e acasalamento entre 3-10 dias.

Com o manejo adequado, pode-se obter desovas da mesma fêmea a cada 15

dias, entretanto, os animais necessitam estar bem nutridos e acostumados ao

manejo periódico. Após o período de acasalamento, os peixes são retirados

dos hapas para a coleta dos ovos, pode ser individualmente, ou todas ao

mesmo tempo, colocando em uma caixa da água contento uma tela protetora e

induzir as fêmeas cuspirem seu ovos. Este sistema, necessita de grandes

estruturas para acasalamento e incubação, encarecendo muitas vezes a

produção, entretanto, tem-se o controle da idade das larvas (fundamental no

processo de reversão sexual) (Bombardelli et al., 2009).

A coleta das nuvens consiste em deixar um grande número de machos e

fêmeas acasalando no mesmo viveiro, e diariamente deve-se realizar com uma

peneira fina, a coleta dos pequenos cardumes de larvas que se encontram nas

bordas dos viveiros procurando abrigo, alimento e temperatura mais elevada. A

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vantagem é de não precisar grandes estruturas, entretanto não se tem o

controle da idade das larvas que serão na maioria das vezes revertidas

sexualmente.

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http://filtragemdeaquario.blogspot.com

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