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BOLETIM EM LINHA Nº41 M A I O 2016 Comunicar! Alguém me perguntava recentemente, afinal, qual é o vosso objetivo com tão intensa atividade cultural ? E a resposta, simples, de uma só palavra deixou-o perplexo. COMUNICAR! E tive que lhe explicar... COMUNICAR, e nas suas várias formas., quer derrubando muros e vencendo barreiras, quer

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BOLETIM

EM LINHA Nº41

M A I O 2016

Comunicar!Alguém me perguntava recentemente, afinal, qual é o vosso objetivo com tão intensa atividade cultural? E a resposta, simples, de uma só palavra deixou-o perplexo. COMUNICAR!E tive que lhe explicar...COMUNICAR, e nas suas várias formas., quer derrubando muros e vencendo barreiras, quer partilhando “saberes “ e “ conhecimentos “que de outros já partilhámos. COMUNICAR, por exemplo que muitas vezes é preciso parar para pensar, refletir e então agir, que pensar diferente não é crime, que a solidariedade e outros valores

são fundamentais. Contar-lhes talvez a parábola do vime, e a importância do pensar em conjunto, .E, curioso, há poucos dias li duas expressões que encaixam perfeitamente na nossa maneira de trabalhar. “Antes de correr é preciso saber andar”,e “o caminho faz-se caminhando”.

O valor da palavra

Um dos quadros que mais marcou a minha mente de criança, foi o de Egas Moniz e família, de branco vestidos e corda ao pescoço se entregar ,salvo erro a Castela , por Afonso Henriques de que era tutor, ter faltado à palavra em seu nome por ele assumida.

Não sei se ainda hoje esta história é contada nas nossas escolas, o certo é que estamos longe dos tempos em que “ a palavra valia uma assinatura”, em que “ um aperto de mão selava um compromisso”. E é de facto frustrante como hoje cada um( e em grande número) é mais certo naquilo que faz do que naquilo que diz—“acredita naquilo que eu faço e não naquilo que digo “. Não há sentido de

responsabilidade, o que é grave e não se resolve de um dia para o outro, já que se trata de uma questão de mentalidade, que não se decreta antes se constrói.

Esta falta de sentido de responsabilidades é hoje um vírus que marca a nossa vida sócio-cultural. Realmente assumi um compromisso, ouve-se dizer ,mas nessa altura não sabia que era convidado para o casamento , ou que o jogo de futebol era nessa data. Claro que se pode estar em cima de um exame, e aqui é incontestável a razão da falta. Isto, quando não são os pais que castigam os filhos proibindo-os , dizem, de fazer aquilo que eles mais gostam. Não se tem, pois em conta, que o grupo de folclore, ou a banda de música, ,ou o grupo de teatro para em mais não falar, assumiu um compromisso confiando nos componentes e depois de os ouvir. Será que eu posso faltar porque…aqui é já uma posição correta. E não só está em jogo a qualidade da representação—basta uma má atuação para colocar em cheque o trabalho de anos—como ainda o perigo de ter que se faltar o que pode, inclusivamente, levar o caso a tribunal além de ser desprestigiante.

Estás disponível para o dia tal? Se não aparecer nada, pode contar comigo . Ou então, não ganho aqui a minha vida---como se a palavra dada tivesse alguma coisa a ver com o valor de um compromisso assumido.

No fundo são afinal sinais de evolução dos tempos , que sabemos não conseguir no imediato ultrapassar , mas que devem a todos nós, especialmente a quem tem responsabilidades no campo da educação—pais, professores e educadores—merecer reflexão. reflexão.

E lembremo-nos da máxima de Pitágoras: “Educai as crianças que não será preciso depois castigar os homens”.

Recomeço de actividade

………………………………………………………………………………

. Coordenação de Pedro Flávio::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

GRUPO DE DANÇAS DE SALÃO DO G P MONTARGILA sociedade Carlista em Montemor-o-Novo, foi ponto de encontro para uma viagem inovadora de duas centenas de

entusiastas. Nada mais e nada menos que uma volta ao mundo através da música tradicional

,

Ballet e Sevilhanas de Montemor, Folclore de Ciborro” e as “Danças de S alão de Montargil “estiveram” na viagem.

Diálogos Imprevistos Escolheram uns trajes bonitos….---Os trajos não foram ecolhidos, eram os que as gentes de Montargil usavam aí por volta de 1930.1930? Porque escolheram esta data?--- A data também não foi escolhida. É que até aí os usos e os costumes da nossa gente ainda não tinham começado a

ser influenciados por outros estranhos à sua maneira de ser e de estar…Mas que importância tem isso, é o progresso, ou estão contra a evolução?---De maneira alguma, mas cada coisa no seu lugar, ou como o meu avô dizia,” cada macaco no seu galho”. Não estou a perceber…---É que os trajos desse ano eram “identitários”, eram “representativos” da nossa terra e a partir daí deixaram de o ser, dadas as influências recebidas de meios estranhos.E como é que o souberam?---Isso não vou explicar agora, mas também é simples. Afinal o que ali vêm no palco é FOLCLORE.FOLCLORE???!!!

ENCONTRO DE ESCOLAS DE FOLCLORE

RAPOSA A deslocação das nossas Escolas de Folclore a esta simpática “terra com

museu” foi mais uma oportunidade para encontrar alguns amigos, caso por exemplo dos colegas de “Macinhata do Vouga”, assim como demonstrar mais uma vez com dignidade, alguns fragmentos das tradições da nossa terra.Curiosamente, estes encontros de folclore são sempre reuniões de amigos.

HOJE com PEDRO FLÁVIO

1)-Antes de mais, quem é o Pedro Flávio?Apenas mais um jovem nascido e criado em Montargil, estudante de Psicologia e cinéfilo a tempo inteiro. 2)-Por quê o interesse no CINEMA?Como todas as paixões individuais, é difícil concretizar um “porquê”. Posso dizer que desde que me lembro, os filmes sempre me fascinaram particularmente, ainda que a início talvez apenas pelos artifícios dessa arte em especial. Por nos levarem a lugares fantásticos, por provocarem sensações estranhas e talvez por satisfazerem o nosso desejo humano primário de voyeurismo. Até aqui penso que isso seja algo comum a todos nós.

Concordo com a premissa de que a Arte vai absolutamente além das sete convencionadas e que como tal, qualquer ato ou coisa feita que transcende a sua autoria por provocar uma reação emocional é, nesse sentido, Arte. O Cinema talvez seja o “tipo” de arte menos elitizada. Ainda que seja injusto dizer isto, a verdade é que o Cinema chega mais facilmente até nós e isso já possui por si, uma certa beleza nobre. Podemos partir também do pressuposto de que o Cinema pode ser visto, em parte, como uma junção mais ou menos orquestrada de diferentes artes clássicas com o uso simbólico intencional de determinadas técnicas. Quando os virtuosismos da prática cinematográfica ocorrem, a arte do Cinema acontece. Se não vejamos: o recurso ao significado da Luz e das Cores, pode legitimar um paralelo com a Pintura, neste caso numa outra tela; e daí pensar no mesmo para as mais óbvias, a banda sonora e a Música; os elementos cénicos coreografados e a Dança; o argumento e a Literatura; os ângulos e enquadramentos com a Arquitetura; e a edição com a Escultura. E é aqui que conceptualmente, o Cinema na minha humilde opinião, se constitui como a quintessência da expressão humana.Derradeiramente, há que pelo menos amar o Cinema quando este surge sem desejo nem memória. Quando aquilo que ambiciona é somente Ser e nos traz simultaneamente mentira e verdade pela câmara dentro, 24 vezes por segundo. Cada vida é um filme e não existem filmes iguais.

3)-Como é que o Pedro define o “cinema em Portugal”?O cinema em Portugal é mais um caso de algo que reflete as assimetrias internas do país. Em Portugal não existe falta de oferta cultural no que diz respeito ao cinema. Durante todo o ano realizam-se inúmeras iniciativas de divulgação

do cinema, desde ciclos temáticos (nomeadamente em locais de culto como a Cinemateca), concursos desde o género independente (Indie Lisboa) ao documental (Doc’Lisboa). Existem até diversas oportunidades de formação, algumas gratuitas, e com qualidade reconhecida. Porém, a verdade é que essa oferta se concentra maioritariamente nas duas maiores áreas metropolitanas do país. Obviamente que não posso aqui apontar razões ou culpados, mas é sem dúvida essa a realidade presente.4)-E o “cinema português”?O Cinema Português, tendo em conta os limites contextuais cronossistémicos e o privilégio promocional de um cinema “pipoca”, é para mim mais um exemplo de que neste país se fazem pequenas grandes maravilhas. A título de exemplo, enquanto o moderno “Pátio das Cantigas” bate recordes nacionais de bilheteira, o jovem realizador João Salaviza já tinha sido laureado em Cannes (2009) e em Berlim (2012). Por isso, eu não condeno o Cinema Português pela tendência que vigora em quase todos os países, quando até mesmo em França se começa a “americanizar” nos romances. Todo o tipo de cinema, do mais superficial ao mais contemplativo, pode e deve existir. Ambos servem necessidades que lá estão. Não obstante, os filmes que nos fazem refletir e não ajudam somente a passar o tempo ou uma função catártica, são mais precisos. E a verdade é que em Portugal esse cinema existe e é tremendamente bom, mas também é verdade que os Césares Monteiros são menos populares que os Vasconcelos.5)-As novas tecnologias avançam, mas o CINEMA continua a ter o seu espaço muito próprio. Qual o papel do mesmo no desenvolvimento cultural do país?

Esta pergunta talvez deva ser desmontada. Primeiro penso que embora existam novas tecnologias (o que não significa necessariamente progresso), no caso concreto do Cinema, esses novos recursos técnicos melhoram ou pelo menos facilitam, a feitura dos filmes. Contudo a Realização destes já é outra questão. Porque o uso de um ou outro instrumento na construção do objeto cinematográfico, decorre das opções do autor para determinado filme em específico e se o espectador gosta ou não, vai de cada um. Nesse sentido sim, o Cinema conserva e creio eu que conservará, sempre esse seu espaço de expressão.Dito isto, as tecnologias que têm surgido e que transcendem o domínio do Cinema, mas que também nele tocam, têm claramente retirado o cinema do seu espaço. Escrevi agora cinema com letra minúscula para efeitos de diferenciação, porque aquilo a que agora me estou a referir prende-se com o cinema como espaço físico. Nos dias de hoje, muito menos pessoas afluem às salas de cinema, por terem acesso aos filmes de forma mais imediata e económica no conforto do sofá lá de casa.Atente-se que não estou a criticar que tal aconteça, é apenas e somente o sinal dos tempos. Aliás, ainda que eu faça questão de ver certos filmes no cinema por se perder bastante do filme como um todo se visto na tv, a verdade é que tal facilidade de acesso aos filmes possibilita um desenvolvimento cultural mais abrangente e completo. Mas também é verdade que, simplesmente por se ter um acesso mais facilitado à informação não garante obrigatoriamente que se esteja mais informado, há que querer.

6)-O que poderemos fazer em Montargil no campo do cinema?Pessoalmente gostei bastante da iniciativa do concurso de curtas, porque no fundo é a melhor forma de levar o cinema

às pessoas, colocá-las em contacto direto e na perspetiva do lado oposto ao habitual. Se a isso juntarmos por exemplo, um espaço no site onde se possam postar novidades do mundo do cinema e críticas a filmes, tanto por parte de colaboradores como de visitantes do site que queiram deixar a sua opinião (ser participante é um grande motivador), talvez a população de Montargil se sinta tentada a ver mais filmes e mais pessoas se apaixonem pelo Cinema.

A evolução e os seus custos

Todos esperamos que com a evolução dos tempos avance a qualidade de vida,mas progresso nem sempre é desenvolvimento, e tem os seus custos. Assim, e por exemplo, na cozinha as panelas de pressão e os fogões foram impostos pelo maior movimento (restaurantes), pela maior pressa do dia-a-dia, mas perdeu-se o gosto e a qualidade dada pela panela de barro e lume a lenha; as mesmas razões levaram a que o fabrico do pão passasse a ser feito mecanicamente (a amassadura) e com fornos

elétricos, recorrendo-se ainda a fermentos com produtos químicos para menos tempo de demora. Dizem-me que na amassadura não há qualquer prejuízo, mas a qualidade e o sabor quando cozido em fornos de tijolo e aquecidos a lenha (estevas) era outra. Para já não falar no tal fermento, (o isco) que era feito da própria massa que ficava do dia anterior –não tendo qualquer produto químico—e que com um pouco mais de farinha (o isco era aumentado ,refrescado, e posto a fermentar,o que permitia que o trabalhador, indo para o trabalho à semana ou à quinzena tivesse pão aguentando esse tempo sem criar bolor.Tínhamos também o caso do porquinho, que por mais pobre que fosse cada casa engordava, e era criado a milho e a centeio cozido, figo e a batata cozida; nada como hoje em que engorda a farinha cheia de produtos químicos. E a carne que assim durava para um ano,-- enquanto no “rodeio” outro porquito engordava,-- era guardada em salgadeiras de madeira e dividida em camadas de salE não nos podemos esquecer da muita sardinha e do bom azeite. E ainda da “fruta da época”, sem curamentos, que havia nas muitas hortas.

Claro que se trata de situações inevitáveis, impostas pelas transformações da maneira de viver, mas há outras que…

…por exemplo a solidariedade. Eram os comerciantes que aguardavam que os trabalhadores recebessem para então pagarem o “avio”…era a “honradez, o respeito pela palavra dada. Bastava um aperto de mão para assumir um compromisso.

Literatura Popular: Em torno de um conceito

Manuel Viegas Guerreiro (1986)

Vivemos sob o signo do povo: em política, em sociologia, em religião e até nos domínios da arte. Os governantes são do povo e para o povo. Tudo pelo povo, onde antes

estava pela nação. Os sociólogos buscam servi-lo, não é outra a doutrina social da Igreja. A arte popular ganha força e prestígio.Os espíritos, cansados de um geometrismo modelar, de regularidades, cortesias e requintes de uma ordem burguesa, de um progressismo técnico e frustrante, como que regressam a um mundo mais

autêntico, menos sofisticado, mais diretamente expressivo.Eis-nos como que chegados a um segundo romantismo. Mas significa isso que se conheça melhor o povo, que tenha havido um esforço sério para o entender em seu pensamento, em suas manifestações artísticas? Creio bem que não. Nem o seu saber se preza, nem a sua arte ultrapassa os limites da singeleza, da ingenuidade, de uma santa ignorância, o que agora, sim, e com outro empenho se procura corrigir. E multiplicam-se as campanhas de educação de adultos, de dinamização cultural. Só que a informação que se lhe quer levar, que os mass-media levam, é a de uma cultura tida por superior, que violentamente lhe é imposta, em vez de se aproveitarem as virtualidades da sua; por outras palavras, comete-se uma agressão, pretende-se uma aculturação impossível.Este o quadro geral de ideias que, suponho, servirá a matéria do meu discurso.Literatura vem de littera, letra, e significou conjunto de letras, o alfabeto, a escrita, a gramática e daí instrução em geral, erudição, saber e também mensagem de arte traduzida pela palavra escrita e o conjunto de obras literárias.A designação de Literatura Popular, literatura do povo, associa uma entidade social que as mais das vezes não usa a escrita para representar a sua arte verbal. E, se assim é, o vocábulo literatura, no seu sentido próprio, não serve bem o fenómeno a que se aplica. Pela oralidade que o caracteriza chama-se-lhe também literatura oral, expressão que, segundo Paul Zumthor, foi inventada em 1881 pelo

notável folclorista francês Paul Sébillot2. Mas literatura oral contém uma contradição nos termos, além de que, abusivamente, exclui do seu âmbito as composições escritas.Outra designação é a de literatura tradicional. E esta se nos afigura mais desajustada ainda do que as anteriores. Tradicional significa o que é transmitido de geração em geração, o que vem de longe, que tem uma certa duração no tempo e vai nele vivendo. Teremos, por isso, que eliminar a invenção recente que ainda não passou à voz do povo ou que, por ela passando, com pouca demora, se poderá extinguir.Dizer literatura oral e tradicional é juntar os dois adjectivos sem anular a referida contradição e com exclusão da sua parte escrita.(Fonte:PORTAL DO FOLCLORE PORTUGUÊS)

Dito a uma só voz, foi uma deslocação de excelência, a começar pelo sentido de

responsabilidade dos que prescindiram de festas de anos para estarem presentes em compromisso anteriormente assumido (Inês, Miguel, Jorge, Gonçalo, Helder), pela generosa entrega daqueles que estavam diminuídos fisicamente(Leonor, Sandra, Rodrigo), pela maneira como estiveram, em permanente alegria. Sinais de um salutar espírito de família, de que estão a fazer o que gostam. Dois aniversariantes, logo direito a “bolo”.

Dia bem passado. Convívio extraordinário, passeio e jogos na praia. Canções, anedotas. ...Muito bem recebidos, como aliás se tornou “marca” das gentes do Folclore. Como também se tornou normal, uma

boa actuação, que agradou plenamente sem necessidade de deturpar a demonstração.A deslocação foi suportada pela Junta de Freguesia.Foi a ESCOLA INFANTIL E JUVENIL DE FOLCLORE,.

.

Uma semana depois da presença na “Carlista” de novo em Montemor mas agora para uma experiência bem diferente, porque bem diferentes eram os ambientes. Depois de um espaço a respirar cultura por todos os lados,

agora o objetivo era o simples divertimento. Mas, claro, temos que nos ir adaptando a todos os espaços.

No final o proprietário

afirmou ter gostado. E é assim, experiencia após experiência, que o grupo se vai fortificando

Colaboração CiberdúvidasO Aurélio - Novo Dicionário da Língua Portuguesa, quando procuramos a palavra estória, remete-nos para história e diz: «recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto

SaberPORTUGUÊS

popular, e demais aceções.». Talvez por isso, no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, só aparece história abrangendo tanto um sentido como outro.

No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra estória tem várias aceções, sendo a 1.ª «o mesmo que História» a 2.ª «narrativa de cunho popular e tradicional; história» e descreve a sua etimologia como «do inglês "story" (séc XIII-XV) narrativa em prosa ou verso, fictícia ou não, com o propósito de divertir e/ou instruir o ouvinte ou o leitor «do latim historia, ae». Na Literatura Oral e Tradicional quando nos queremos referir a uma narrativa de cunho popular e tradicional emprega-se o termo estória.

Talvez por decalque do inglês "story" a palavra estória seja utilizada como sinónimo de narração curta, pequena historieta de entretenimento. Difere de história, pois segundo o mesmo dicionário, na sua 1.ª entrada, significa «o conjunto de conhecimentos relativos ao passado da humanidade, segundo o lugar, a época, o ponto de vista escolhido»

Estalactite de gelo mortífera?Nas regiões polares, o ar arrefece para temperaturas

negativas durante o Inverno, fazendo com que a superfície do mar arrefeça e congele, formando plataformas de gelo. Ao congelar, a água do mar forma uma estrutura cristalina bastante porosa (semelhante a uma esponja) com as moléculas de água, bem diferente dos compactos cubos de gelo que se formam no nosso congelador, a partir de água doce. A água do mar é constituída por moléculas de água (H2O) e diversos sais que se encontram dissolvidos como o cloreto de sódio (o nosso sal de cozinha), o sulfato e cloreto de magnésio ou o sulfato de cálcio. Estes sais não são incorporados na estrutura cristalina, por isso, à medida que esta se vai formando, estes são expelidos ficando retidos em pequenas bolsas de água no estado líquido dentro da estrutura sólida cristalina. Estas bolsas vão-se tornando cada vez mais salinas e, como se encontram a temperaturas muito baixas, são muito densas, tendo assim tendência para afundar ao longo de diversos canais que se formam dentro da estrutura do gelo. Esta salmoura circula assim em direção à base da plataforma de gelo, acabando eventualmente por atingir a coluna de água, sobre a qual a plataforma flutua. Quando estes canais estão distribuídos de forma uniforme a plataforma de gelo acaba por crescer um pouco mais, aumentando a sua espessura. Se, por outro lado, o contacto com a água do mar é feito num ponto localizado, pode-se formar uma estalactite de gelo. Por ser muito densa, a salmoura vai continuar a fluir para o fundo. Porém, por ser extremamente fria vai

Fig 1. Estalactite de gelo

rapidamente arrefecer a água do mar com a qual entra em contacto que, por ter um conteúdo de sais inferior, e por isso um ponto de congelamento inferior, vai congelar. Forma-se assim um tubo de gelo oco a partir da plataforma de gelo, por onde a salmoura vai continuar a circular em direção ao fundo, favorecendo o crescimento da estalactite e tornando-a mais resistente. O fluxo de água extremamente fria impede o derretimento do tubo de gelo ao entrar em contacto com água do mar comparativamente mais quente. Se a profundidade não for elevada, não existirem correntes fortes e a plataforma de gelo for estável, a coluna de gelo pode atingir o fundo, sem se partir. Ao tocar nele continua a crescer no sentido descendente de acordo com a topografia do fundo, podendo acabar por formar uma piscina gelada. Estrelas do mar, ouriços e outros animais que habitam os fundos marinhos podem ser apanhados por este “dedo de gelo” mortífero, acabando por congelar.

Já se sabia da existência destas estalactites de gelo desde os anos 60, mas só em 2011 é que a formação de uma foi filmada. No site abaixo é possível ver um desses vídeos captado pela BBC. Contudo, é importante ter em conta que o vídeo foi acelerado. Na realidade a coluna de gelo formou-se em cerca de 6 horas.

http://www.youtube.com/watch?v=lAupJzH31tc

O PAÍS EM CANTIGAS

O ponto de encontro foi desta vez em Vila de Rei, onde o” Bela Serrana “fez as “honras da casa Recreativo de Souto “ e ao nosso “ “CantarGIL”.E se é relevante um evento para se recrear a música portuguesa” para nós existe ainda o aliciante do encontro de duas terras interligadas pela história. Mas isso será tema para outra altura e possivelmente motivo para uma iniciativa anual com alternânciaPara já, mais uma boa presença do CantarGIL, que não obstante os “rombos” que continua a sofrer sempre que se desloca, continua a resistir.