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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 4 DE JULHO DE 1914 NUM. 1602 I jtyfi^ " '¦••'l,V.'^lll!(W"ll,^^_j____i^^B «****»!**(*'**-»***'¦ '¦"-"¦''""¦ *"-*"'" "**"¦'""-'"¦''-'' ***_** "***"" ¦¦ ¦ ¦ ' '""¦¦"""Vs_r-s. lÉ^C Redacçâo, **.-_ í SEMANÁRIO HUMORÍSTICO lLI.USTRAq_n)'=-* '^'íor--*5' * *-\ !%U1I1'IU» AVULSO - 3«0 réis ^*rS*- \*£s escriptorio e officinas - Rua do Hospício IN. 218 - Telephone IN. 3515 ²Que me diz o doutor sobre as cabelleiras de côr que appareceram no theatro Municipal ? ²Minha senhora, peço-lhe que dispense a minha opinião porque, sobre esse assumpto, re- ceio dizer alguma coisa descabellada... ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Vende-se em todas as Pharmacias e Drogarias.

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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, 4 DE JULHO DE 1914 NUM. 1602

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\*£sescriptorio e officinas - Rua do Hospício IN. 218 - Telephone IN. 3515

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Que me diz o doutor sobre as cabelleiras de côr que appareceram no theatro Municipal ?Minha senhora, peço-lhe que dispense a minha opinião porque, sobre esse assumpto, re-

ceio dizer alguma coisa descabellada...

ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Vende-se em todas as Pharmacias e Drogarias.

O )-( O RIO NU )-(

____] "0 /?/0 MT [33FUNDADO EIH 1898

E-aPfEDICMT**:tTTà C

Anno

JASSIGNATURAS

12Í000 | Semestre. 7Í000

Exterior: Anno 205000Numero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réis*"S~"3

Toda a correspondência, seja deque espécie for, deve ser dirigida aogerente desta folha.

£P^*^*S""**"S~"Sl=3~~*~*^~~l3~**"!""~"""**""'

r^ami

I». ADAME Fifi era uma mulhernova e bonita, em pleno fui-gor das suas vinte e seis pri-maveras, de carnes rijas e

sensuaes, de fôrmas arredondadas e insinu-antes ; além disto, possuidora de umas per-nas provocadoras e lindas, que pareciam tersido torneadas por um artista divino ! Oh! asbonitas pernas de madame eram para ella oseu mais rico thesouro, além dos muitoscom que a natureza a dotara. E, sempre quehavia oceasião, muito naturalmente náo dis-pensava madame de mostrar um bom pai-minho deltas, através das meias rendadas definíssimo fio de Escócia !

Casada, mais por interesses de familiaque por amor, com um velhote burguez, ne-gocianle ricaço, o qual, para infelicidade demadame Fifi, náo tinha para com ella ascaricias naturaes da vida conjugai, não lhesatisfazia em seus desejos ardentes de mu-lher nova e sadia, Nunca tentara, siquer, at-tenuar as chaininas voluptuosas daquellecorpn macio, buliçoso, serpenteante...

O velhote, ou pela acção anniquiladorados annos, ou mesmo por temperamento, nãotinha o mais comesiiiho sentimento artísticodo bello, do ideal... Pois nunca, nem comoum simples consolo, exaltara a belleza ma-ravilhosa daquellas fôrmas divinas ! Em dadodia, madame Fifi necessitava dc uns sapatosde luxo, para ir a uma festa elegante. O bomvelhote prometteu que mandaria da cidade,pois satisfazia com alegria todos os caprichosde sua mulher, por mais extravagantes edispendiosos que foíjsem, a não ser aquellesmais Íntimos que a sua cai ne fresca e novasempre reclamava...

Horas depois apertava o botão da cam-panhia electrica do elegante palacete de ma-dame, um empregado de uma das nossasmelhores casas de calçado. Era o Jorge, umrapaz novo, bonito, espadatido, de gestosrápidos e decididos, denunciando uma ro-bustez physica toda possante!

Madame, muito delicadamente, mandou-o entrar para a sala, onde sentou-se com ummovimento arrebatador, cm um rico e maciodivan, tirando, com um gesto estudado, asandália bordada a ouro que calçava um dosseus pésinhos mimosos e carnudos. Jorgeabriu uma caixa donde tirou uns minúsculossapatinhos de polimento á ultima moda, bai-xando-se em seguida com ares de acanha-mento e respeito, para calçal-os nos pésinhoslindos de Madame.

Esta muito distralüdamenie, puxou a saiaum pouquinho mais para cima, depois maisum bocadinho... O venturoso Jorge ficou ex-tasiado, seus olhos devoravam através das

SIM. .

meias malhadas as pernas provocadorasde madame Fifi, e, estonteádo dc prazer,procurava ageitar com arte os lacinhos dosdelicados sapatos. Súbito, sente que lhe aca-liciatn amorosamente a farta cabelleira !...Logo em seguida duas mãosinhas rosadas,leves, perfumadas, enlaçam-se pelo seu pes-coco nuiscilloso, procurando ainda mais ap-proximal-o de madame !... Depois estala umbeijo, quente, prolongado, voluptuoso...

Jorge levantou-se com um movimentorápido, com as faces coradas, mais pelo fogodo desejo que pela vergonha, e esforçando-se para fingir que nada havia visto, proeti-rando acalmar o incitamento que aquellebeijo estonteante e imprevisto lhe havia can-sado, preparou-se para sahir,sentindo-se semcoragem de olhar para madame, que estavalanguida, pallida, com os olhinhos humidose faiscantes !.,. Aquelle rapaz vigoroso ha-via lhe feito naquelle momento augmentar aschammas do seu temperamento ardente echeio de volúpia, despertando todo o sen-sualismo do seu systema nervoso !

Madame, timidamente,approximou-se deJorge, e com medo, receiosamente,pegou-lhecom delicadeza no braço rijo ; depois, fa-zendo um esforço supremo, luetando entre ohorror á deshonra e a voz imperiosa da suacarne, balbuciou, supplicante :

—Fique!...Elle ; meio louco, confuso, todo fora de

si, e não podendo resistir ao impulso da suamocidade, respondeu automaticamente :

—Fico!...

Quando o pacato velhote voltou á tarde,abatido pelos labores do dia, encontrou a sualinda Fifi, alegre, prazenteira, muito diffe-rente dos outros dias!... Mas não poudeatinar com a causa de tão repentina trans-formação!... Teriam sido os sapatinhosnovos?...

Madame Fifi ficou fregueza assídua dasapataria onde trabalhava o vigoroso e felizJorge; e sempre, quando o seu lindo corponão podia supportar por mais tempo a au-sencia completa das caricias e sua carne exi-gia arrogantemente saciedade, lá se ia o ve-lhote burguez, negociante ricaço, muito m-genuamente, encouimendar uns sapatinhosna casa do Jorge, para a sua querida Fifi...

RUFRANSIL.

íüot* p?w777 "•**- A ^

Aqui a minha amiga quer agradecer-lhe a cura da tosse...

Não tem nada que me agradecer esim ao Peitoral de Angico Pelotense que lhereceitei.

4 de Julho de 1914 "g"g

Mkodte ai C©iiíKCiiii:i°g(Q)

Para o MOTTE n. 1 da 4> serie

recebemos as seguintes glosas :

SI queres ver o que c bom,Senta-te. aqui no meu collo.

Braz Fagundes RioboinDisse á sua Marietta,Um pancadüo de cluipeta :

Si queres vêr o que c bom,E agora que é de bom tom,Levanta-1e ahi do solo,Que com isso bem me amollo.P'ra gosar uma delicia,Trabalhada com perícia,Senla-tc aqui no meu collo.

ZÉDORIO.

Ouve, ó Marieta Fon-Fon;Ouve tudo até ao fim :Chega-te bem para mim,Si queres ver o que é bom.. ¦Eu sou um rapaz do tom,Nunca emprego a fraude, o dólo;Ergue o teu corpo do soloE, minha rica deidade,Faze ao Dégas a vontade,Senta-te aqui no meu collo !

MAR SAL.

Eu sempre tive esse domDas mocinhas conquistar,Por isso disse á Guiomar :Si queres ver o que è bom,Da viola ouvir o somE escutar um bello soloEm que meus dedos esfólo,Vem, deixa de brincadeiras;Como não tenho cadeiras,Scnta-tc aqui no meu collo...

MORENO.

Aprecia o bello somDo pífaro nesta retretaVai fazendo uma... por conta,Si queres ver o que c bom.E depois, no mesmo tom,Dansamos aqui no soloO tango no Norte Pólo,Que tu Lola, has de gostar.Si quizeres começarSenta-te aqui no meu collo.

H. RAMON.

<5a SerieMOTTE N. 3

Pegou por elle um rabichoE faz tudo o que elle quer.Glosas até o dia li do corrente.

Resultado da 3a serieFoi vencedor

Kl"*"".!"*" S"*5Eique pode vir ao nosso escriptorio receber oprêmio promettido (10Í000).

CORRESPONDÊNCIA

O 30 da 10' — Sua glosa eslá boa, mastem uni defeito : tem onze versos I

Leiam-A PliLOA"

N. 7 dos Contos Rápidos — 300 réis

:-7-r--f-!--^,-:'.VT:.^ t.t

4 de Julho dc 1914 )-( O RIO NU )-( gg]

Í5C\

T^f $$r ^m'Màsezzm

CDUm gabirú do theatro S. Pedro enviou-

nos a segttinle caria, que transcrevemostextualmente por a acharmos deveras inte-ressante :

ssNão pense a primeira e milhori mulheriperlugueza que as nossas notas são fome-cidas por algumas colegas do S. Pedro. Nàote rales fermosa rapariga, o que nos fazfalar é os sequidos escândalos que se temvisto por este mundo de Deus e dos Anjoslambem pois ambos são celestiaes...

Até parece troça á Leonor Machado, nãoconcordam ?

ts- Impressionado com a poética decla-ração de amor que o Hugo Macedo fez ájudith, um admirador da mesma entrou aroer uma dorzinha de cotovelo bem regular.

Mas é sem razão.A Judith não dá attenção ao Hugo, nem

ao João, nem a outros parecidos; o seucoraçãozinho vendeu-se ao preço de 305 pordia (ou por noite) a alguém que tal preçopôde pagar.«a1 Dizem que o Pedro Lutador está ensi-nando certas orações á Pepa, nâo obstantetodo o desespero do Carvalho.

Seu Domingos sabe da coisa, mas fazque não sabe.

ts A pensão da Tina do Recreio é amelhor do Brazil.

Dentro della come-se, bebe-se, fuma-se,conversa-se, dansa-se, dorme-se, faz-se tudo— até amor.. . avaccalhado.

«a" A' porta da redacçao da A Noticia foivisto o Candeira da Companhia Taveira acontar prosa a unia corisla do S. Pedro, queo ouvia toda languida e, para disfarçar, lhedizia de vez em quando os nomes de algunsdos retratados em exposição no quadro-reclame do Gabirú.

O mexeriqueiro Antônio registrou o facto,mas não o publicou, o pândego!

«S" A Assumpção está contente porqueconseguiu fazer as pazes com o Acauã.

A Cadele é que se damnou.ts Esteve em nossa redacçao o Catalâ,

«inspirado» corista do Recreio, que nos veiutrazer uma importante reclamação contra osamores escandalosos do menino Mario San-tos com a corista Maria Cosia.

Disse-nos elle que o par, na pensão, atede dia se ama, e tão abertamente, que atéaberta deixa a porta da alcova.

Francamente, si assim é, não é nadadecente!

ts por obra e graça de Mme. SuzannaCastera.a Luiza Caldas está de bem com umduque que na estrada que leva do S. José aochateou da dita costumava esperal-a todas asnoites, depois do espectaculo, sem resultado.

Agora, porém... por obra e graça deMme. Suzanna Castera...

ts- E aquella dos annos do rei do riso.. .por sessões ?

Que bem achada !O Alfredo Silva fez annos duas vezes no

mesmo anno !. . .ts Achando que tomar café com pâo

somente, á noite, e ir dormir depois eramuito pouco, a Eugenia Coutinho, do Recreio,passou a ir cear... á custa dos amigos.

O Gabriel é que está damnado, porquefoi elle quem,para encaminhar o troço, pagoua primeira ceia.

t-f Está marcado para breve um duello

Um aviso aos amáveis leitores :Para que todos consigam os seus desejos,

que podem ser a mão de uma moça, um convitepara um baile, uma cadeira no theatro, etc., tor-na-se preciso o estarem bem veslidos.

Mas, como?—dirá o leitor ancioso por sa-ber. Facilmente, responderemos nós: indo áAlfaiataria Guanabara, á rua da Ca-rioca n. 34, que tem o mais variado sortimentnde fazendas superiores e que vende roupas, ta-Piadas com todo o esmero e pelos mais insi-gnificantes preços. Ora ahi está I

MARCA ItEQISTDADAse—Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidos

do interior, dando-se agencia.

enlre o João Carvalho e o Pedro Dias, porcausa da ex-viuva do Jardim.

Nào haverá testemunhas para não com-plicar a situação.

CORRESPONDÊNCIA

Abigail Maia — Nâo se afflija. Use aLoção Danzi, que é excellente para evitar acaspa e a queda do cabello.

JOÃO RATÃO.

Grande depositode calçados, pot

atacado e a varejo. Calçado nacional c estran-geiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. 80 — Tc-tephone 3.660.

Au Bifou de Ia Mode •¦

rCOLLECÇÃO DE FOGO

Consta esta primorosa collecção de cin-co álbuns de vistas, contendophotographias tiradas do natural e porisso mesmo expressivas, iustruetivase... aperitivas. — — — — A collecção completa representa "O

posições diversas, com as respectivasexplicações e constitue o mais prodi-gioso tônico para levantar organismosdepauperados. — — — —Os álbuns são numerados dei a 5e vendem-se em nosso escriptorio a "IScada um; os pedidos feitos pelo Correiodevem vir acompanhados de mais SOOréis para cada álbum, quando encom-mondados isoladamente ; para recebera collecção completa (os cinco álbuns)basta mandar a importância de seismil réis. — — —Os pedidos de fora, que serão prompta-mente attendidos, devem ser endereça-dos, com as respectivas importâncias, a

Alfredo Velloso -BÜA D0 HOsmo "¦218rlllILUU VUIUJU R|Q de Janeiro

V=a

EP^fsS Oi~3~nrc">"

Si soubesses como em brazaEstá o meu peito, amor,Certo vi rias cá em casaAbrandar-me este calor...

A Ibum de um velho

PORRE IDIOTA .

PONTO.

Ah ! a policia ! Que os diabos todoslevassem a policia para as profundas doinferno !

Instituição parasitaria da sociedade. Ser-mos obrigados a pagar impostos para sus-tental-a e em troca não nos dando garantiasnem de vidas, nem de propriedade, nem desocego :

E o meu amigo Aniceto Mosquito ter-minou essa terrivèl aceusaçao á policia comum formidável soeco sobre a mesa, obri-gando os copos e as innocentes garrafas decerveja, a uns movimentos um tanto dese-s_li.ilibrato.ios.

0 pessoal que enchia o bar onde nós,até ali muito calmos, palestrávamos, voltouas vistas para o nosso lado e eu, meio enca-bulado com o estardalhaço do Mosquito,tratei de acalmal-o,

Mas, meu caro Aniceto, que ira éesta em ti, que és tão pachorrento ?

Escuta lá, Matliusalem. Ainda nãoreparaste que eu em um anno já me mudeiquatro vezes ?

Nào. Não tinha feito reparo.Pois é. Um patife de um pobre, um

mendigo meio idiota, tem sido a causadesse meu desasocego. Como tu sabes, minhamulher, a Candoca, é um coração de pombasem fel, não pôde ver um desgraçado, ummendigo, sem abrir-lhe a porta, servil-o doque houver de melhor em casa e por fimfazer-lhe uma esmola. Pois bem ; o demôniodo tal pobre idiota, conheceu-lhe o fraco emal eu saio apparece lá em casa e passa aIa gordaça.

Como eu não quero de maneira algumacontrariar a Candoca, nuando descobri a coisamudei-me do Cosme Velho para Ipanema.

Dias depois lá encontrei o patife.Calei-me e fui para São Christovâo.Uma semana depois, achei o canalha

saboreando na sala de jantar um esplendidovinho do Porto.

Abalei pouco depois para a Tijuca. Zás!A mesma coisa.

Furioso, mudei-me inesperadamente ãnoite para o Rio Comprido e logo no diaseguinte topei com o bandido dentro dojardim.

Fui á policia, a tal policia que nós paga-mos, e o senhor delegado debochou-medizendo que minha mulher tinha prazer emfazer suas esmolas,^ elle nada tinha com isso.

O Aniceto calou-se, tomando o copocom a mão tremula.

Nesse momento entrava no Bar umconhecido conquistador smart. O Anicetoergueu-se tremulo, deixou cahir o copo ebradou: „'_,¦,

— O pobre: O pobre idiota da Candoca!...MATHUSALEM.

-SB ¦I de Julho de 1914 =1B )-( o Rl° NU)-( WCT= 5 :

Regras de civilidade

||_.

CD

Estão em pleno vigor as cal.cllciras decôr e certamente vão constituir por muitotempo a nota chie da cidade,pois é incon.es-tavelniente uni prazer a gente poder mudarde pello.

CDPela côr escolhida para a gafoiinha pôde-

se julgar com lodo o acerto do espirito smart<la elegância de quem a usa.

Assim, uma emmaranhada cabelleira corde macaco e toda cheia de nove horas indicade modo seguro que a dona da cuja sabebeber água de bruços e gosta dum elogiofeito desta maneira :

Meus parabéns, dona aquella ; hon-tem, no Municipal, pela juba enuovelladavia-se que V. Ex. tinha bebido água debruços.

CDOs chinos côr de fogo devem ser reser-

vados aos cadáveres renitentes para que ospacíficos devedores possam se avisar mutua-mente com esta phrase :

Foge, ó Chico, que lá vem o diabo !

A cor de burro quando foge vai a matarnos maridos naturaes de bom gênio, isto é,nos Cornelios, Mansos, Pacíficos, Zebedeu eoutros, para lembrar-lhes que elles devemsempre fugir de ver a verdade, de saber oque não é da conta de ninguém e olhar paracertas coisinhas como burro olha para palácio.

O dominio da còr nas cabelleiras devepertencer ao azul cor de manteiga,que é uma

Folhetim do "Rio Nu"

FLAVIO I.UVAL

CASADA E VIRGEMj_^Ç/ Historia realista de um homem %£gl

como tia muitos

vm

Tangeu a campainha. A criada entrou esahiu pouco depois para levar a carta ao seudestino.

No dia seguinte Leoncio apresentou-se.Regina recebeu-o com ternura, levou-o paraos seus aposentos.

Esperava-te anciosa.E desatou a chorar nos braços do amante.

Que te aconteceu ? Porque tantaslagrimas ?

Porque somente a ti eu tenho nestemundo.

O poeta fitou-a sem comprehender. Ellacontinuou a falar:

Si eu te dissesse : partamos paramuito longe, para um recanto da terra, ondepossamos viver exclusivamente um para ooutro, que responderias ?

No mesmo instante, minha querida.Ah 1 Regina, si para ter-te ao meu lado fossemister praticar um crime, esse homem queestá preso a ti por laços indissolúveis...

nuance distlnctissima ou ao verde marmel-lada que é o lom mais doce possível.

CDEntretanto,a moda dos cabellos postiços

vem dar margem ;i circulação de phrasesiiltra-smarts.

Por exemplo :Todos os pellos de V. Ex. serão da

côr dessa juba ?A trunfa de V. F.x. provoca uma ter-

rivel curiosidade de fazer uma comparação-zinha.

Antigamente V. Ex. era de topete,agora trunfa, trunfa de manhã á noite 1

Ninguém imagina a pena que eu tenhodo calor que essa cabclleiia ha de produzirem certos moradoreslnhos da sua linda cabeça!

PETR0N10.

AO COMMERCIO E AO POVOCasa do Chico Caboclo

O Chico Caboclo, o mais popular pintorde funileiro, com lojae officinas de funileiro,bombeiro c gazista, participa que mudou-seda rua Urugiiayana n. 222 para a rua MARÉ-CHAL FLORIANO PEIXOTO N. 5, próximoao largo de Santa Rita, em frente á CasaLeitão e á Leiteria Portuense, onde aguardaas ordens dos seus amigos e freguezes.

, «Uma moça parda desejaempregar-se em casa de um se-nhor viuvo. Para tratar, etc.->

(Do Jornal do Brasil)

Nào me cheira ! Esta mulherSendo parda — que perigo !Com certeza quer metterEm calças pardas o amigo !. . .

ZE'

3g3_! Collecção amorosaAté a presente data, consta esta collec-ção de romanceies editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores ele um Frade,picaresca historia de frei Ignacio.um san-torrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo— o amor; n. 2, Noitede Noivado, em que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; n. 3, Mada-me Minei, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Cí7s/íí Stizatmei, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não compromettiam asua virgindade. Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão de500 réis cada um, constitue uma lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambémpelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto. =Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro,devemserdirigidos a

Alfredo Velloso - ">¦-D- mm *¦ m„._.__^___^____________________, Rio de Janeiro

-___._!_A collecção completa será enviada

a quem a pedir envian*do a quantia de 3$000.

Brevemente será posto á venda o n.5 da«Collecção Amorosa» — Sandwich.

Narração verídica de uma recem-casadaque acaba sendo esmagada entre dois pólos...

Não !.. . Isso nunca ! Um crime seriaimperdoável. Não precisas matal-o.

E beijando-o na boca :Partirei comtigo. Sou tua !

Elle tomou-a nos braços e lançou-asobre o leito, numa anciã enorme de gosal-a.Ella, porém, não permittiu assim. Mandouque elle esperasse. Fechou a porta, começoua despir-se.

Estamos em nossa casa. De hoje emdiante o meu marido és tu.

Ao cabo de alguns minutos Regina sol-tou um grito abafado e depois tudo recahiuem silencio.

Pela primeira vez sentia-se feliz, deixa-va-se morder, suspirava, entregava-se toda !

Ah 1 o amor, o amor! exclamava, ella,exhausta mas não saciada, conheço final-mente o amor 1

IX

Lúcia acabava de penetrar no jardim dacasa de Regina quando viu Barbalho quetambém chegava apressado.

Bons olhos a vejam, minha senhora!Já estava na cidade e tive que regressar ácasa por causa de uns papeis que deixei nãosei onde. Vou procural-os.

Entre. Não sei si minha mulher aindaestará ahi. Ella, agora, de vez em quando,gosta de dar o seu passeio.

Lúcia não contava com a presença da-qtielle imbecil. Vinha em busca de Regina.A excepcional rapariga, casada e virgem,impressionava-a de um modo irreprehensivel.Amante dos prazeres lésbicos, Lúcia nos bra-

ços de outras moças parecia não sentir tantoquanto nos de Regina.

E's uma fonte de delicias, exclamavacheia de enthusiasmo, ao sentir-se satisfeita.

No collegio em que se educara fora mes-tra e uma professora, um tanto já madura,dera á casca, indo parar ao cemitério porcausa delia.

Desde que Lúcia era amante de Reginapoucas vezes havia procurado as antigascompanheiras. Horas a fio passava no quartoda mulher do Barbalho a contemplar as suasfôrmas tentadoras.

Portanto, a idéa de que, de um momentopara outro, Regina amasse alguém, apavo-rava-a. Começou a ter ciúmes, a interrogarao beijal-a toda inteira, com delirio :

E's minha só, não é verdade, queri-dinha, só de tua Luciasinha?...

Como de costume, subiu as escadas eparou defronte do quarto da amiga, masnotou que a porta estava fechada. Olhou pelafechadura. A sombra dominava todo o apo-sento. A janella estava quasi fechada. Procu-rou ouvir o que lá dentro se passava e per-cebeu um rumor de beijos e o som vago dealguém que com muita caricia balbuciava umnome de mulher.

Com o coração a palpitar de desconfiança,olhou novamente pela fechadura. Durantequasi dois minutos tentou acostumar a vistaá meia escuridão que reinava no quarto. Porfim começou a distinguir os objectos: acadeira, o bidet, a cama e sobre ella doisvultos.. .

(Continua)

)—' O RIO NU )-( HN -1 dc julho de 191-1

jápil Br abana

CD0 «pirata» Hugo quasi teve uma syucope

quando viu o seu nome no Rio Nu. Agora o«águia» procura fazer os seus «solos» deflautim mais escondidos.

,ta Alguém nos garantiu que o Pedro eum verdadeiro ..sultão., com as operárias dolaboratório. Aquellas que não se sujeitam aosc.galanteios. e não querem íimnr com occamondrongado gerente», são demittidas 1Pensará o audacioso conqitèrant que as me-ninas que ali trabalham são algumas pu...ritanas ,

Só mesmo um «marmelleiro» pelo fio dolombo é que cessaria a «loucura amorosa»de tamanho indecente 1

.ti' O Jorge Gonçalves tem necessidadede arranjar um emprego. Apanhar passari-nhos e pegar «bois» a laço nos mattos não evida. Assim a Duchinha ficará desgostosa 1

.ii- O Octavio Madeireiro seguiu para aVictoria, esperando no regresso alcançar a«gloria» e ser feliz ainda, esquecendo-se docelebre «noivado» com a Luzia.

.«'Muito «impressionado» fi;ou o Gual-berto por saber que o Edgard Leal tinhavisto o seu nome na ..Pirataria Suburbana».Tinha razão o «pirata» porque entre o ü. eo E. ha um bom... Bom. cala-tc boca.

.13' As «noivas» da rua Dr. Bulhões con-tinuam com os seus «amores avaccalhados».

As taes noivas são...roxas !íB" Porque será que o Zé Monteiro dei-

xou de cantar?Teriam os amores da Brandina feito o

¦ Zé» perder a fala ?«3' Então,seu Mocinho, já soltou a Luzia.'Quem estará criando o gury ?ti-O Imbuzeiro anda blasonando-se de

que dará um «tiro» na pessoa de quem temdesconfianças de «sapecal-o» no Rio Nu.

Pedimos ao aconductorado rapaz que es-colha um dia em que o zinho esteja de brau-co porque só assim brotarão... os feijões !

&r O' seu Annibal, você anda mal de«flanellas»?

Porque não pede á Ercia ao menos um«tussor» '¦¦

Ella anda bem..tüTMano Heller,como foste de «farra» no

Cubango ?Bellas «encordoações», hein?>w Sabemos de fonte-limpa que a Car-

melita dos Pepinos anda de «namoro» como |uca.

Então sua... «assadinha», você deixa oirmão solteiro e «ferra» com o casado?

Já é ser pu.. .rtnha !.ts' Seu Tiburcio.como vão os seus «amo-

res» com a «crioula» da rua Curupaity ?tH O' Salomar, que «abarracação» é

aquella de todas as noites na «zona» Im-perial .

E vai mesmo no «escunnho», o «pirata» l«'O Astolpho da Pharmacia anda de

«rabicho» pela Duchinha. Olha o exemplo do[orge, ó Astolphozinho .**„

.« Que formidável mania pegou o Ale-xandre de querer arrancar os dentes do reio-joeiro da rua Engenho de Dentro

O «systema» é novo, amigoArrancar «dente» a... páo ! !

Cuidado em não «offender» o «craneo».i3f Reappareceram na «zona»Engenho de

Dentro, a «estourada» Luzia do 83 e a MariaCuspideira !

Xandóca.

Quererão as ngabirúas» arranjar um «pa-ca» que vire «tico-tlco» e crie os filhos da«Maria-preta»?

Então o Marinho e o Lydio fabricam eos outros assumem a... paternidade ?

|á é patifaria grossa ! I•rsi Que nos dirá o «aconductorado»

«Zéca Mingáo» duma caria que começavaassim :

«Meu amor» ?Qual seria a zona: Cachamby ou José

Bonifácio, ó menino bonito da Light 1.ta Affirmou-nos uma formosa uioreuinha

da rua Qetulio que do pessoal da Light na-quella zona, o Manduca é o mais.. .formoso !

Livra l l !*'¦; Muito breve contaremos as «pirata-

gens» do «pessoal» das ruas 13 de Maio eTeixeira de Azevedo. Esperem um pouco,ouviram ?

ts"A's «meninas» Lili e Duchinha, acon-selhamos um livrinho de... bom comporta-mento!

Assim como vão, irão longe..tr.r Devido ás «grellações» da vizinhança,

qualquer dia teremos o Ignszinho... espetado t•ta-o «Leão Vermelho» do Engenho de

Dentro, o decantado «pirata portuense», uasexta-feira passada, no ponto dos bonds deInhaúma, li.ava «linhas» em cima dum mo-reuão de roxo.

Depois está sério, não é, seu Othon ?¦tã" O Cazuza impressionou-se tanto com

a «dentada» do Victor Hugo, que vê «fauceshiantes» por todos os lados! Que medo deser mordido outra vez, não é, ó Cazuza?

Dente não é graça ! 1

CORRESPONDÊNCIA

¦ EstáC. M. A. (Engenho de Dentro) ¦satisfeito ?

Câmara Adão (Santa Cruz) — A sua zonaé muito longe.

Em todo o caso, si forem boas, poderáremettel-as.

Dr. Y. Z. (Linha Auxiliar) — Em breve,percorreremos essas plagas e apanharemos oque houver de melhor por ahi. Por ora nãonos sobra tempo.

Barão Gi/ó (Engenho de Dentro) — O«pretorico bando» dahi que vivia outrora sobo patrocínio do «pato-rebollão» é.. .fallecido.

Reqaiescat in pace.Meyercnse (Meyer)-O mais «sabido» é o

Madeira, não entrando o Salomar, o Victor,o Faria, o Doutorzinho, que são de borla e ca-pello também. Ahi nada escapa ao «Blocodo Portuense». Operando sozinho só ha nes-ta zona o dandy João Bittencourt. Este tra-balha sozinho mas come também sozinho.

O Barroso é pirata de segunda classe eo velho Fernandes é do pessoal da...brocha.

Já vê...PIRATA MÓR.

Tonic» Japoncz

Para perfumar o cabello e destruir asparasitas, evitando com seu uso. diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas : Andra-

, das* áa a 47 e Hospício, 164 e 166.

[pi?©Kuess?aSó posso agora beijar-teA linda c rosea boquinha,Mas logo á noite irei dar-teCom prazer uma... coisinha.

SliNHORITA T. ZlNIlA—Não pode ler valorpara si a nossa opinião sobre a còr doscabéllos. Primeiro, porque não nos conhe-cendo ella não inftòe de modo algum; segundoporque nós gostamos dos pellos de qual-quer tom: pretos, louros, castanhos, brancosou ale mesmo pimentinlia do reino. A únicacondição é que estejam bem lavadinhos, per-fumados e.. . não nos cortem.

D. Juan — A resposta acima pôde emparle lhe servir; em lodo o caso, nós acha-mos que você deve preferir uma cabeçarapada. Para um d. Juan chie e smart, nadaha como uma pellada.

Viuva joven — Hum ! hum :... nào creiamuito na paixão do tal menino.

Hoje viuva achar casório é uma historiacomplicada como trinta diabos! Pois si atéas solteirinhas que ainda têm... suas econo-mias estão soffrendo a crise!

Embora joven e formosa, a querida viu-vinha deve ficar satisfeita si achar um encostoque a console até o resto da vida.

Nào queira, porém, menino que aindamamme nem velho entrado em... muitosannos.

UM felizardo — Não seja burro . Entãoa tal «deusa de candura e pudor» conduziupela própria mão o... frade, descerrando ascortinas da cella para o mesmo entrar evocê ainda come a potoca de que ella era...marinheira de primeira viagem! Irra! Vocedeve ter um par de orelhas deste tamanho !Que besta ! Credo !

JOÃO DURO.

MH

ZE'.

CONTOS RÁPIDOS KLinda collecção de contos rápidos a

3ÜÜ réis cada exemplar com uma bellaesuggestiva gravura impressa em papelcouchè.

Os onze primeiros desses contos in-titulam-se : O tio empata, A mulher defog<>, D. Engracia, Faz tudo..., A ViuvaAlegre, O. menino do Gouveia, A Pulga,: O Correio do Amor, Dolores. Familia

.Moderna.' e Na Zona..., constituindouma jrtecjósa bibliotheca de leitura ra-pidae.".. estimulante.

Cada exemplar custa, pelo Correio,500 réis; mas quem quizer obter a col-lecção completa dos onze enviará ape-nas a importância de 4Í000.

Pedidos, acompanhados das respe-ctivas importâncias a

3 ALFREDO VELLOSO5 21S, Rua do Hospício - Rio de Janeiro

A Rosa é uma magana!Vendo hontem o Job Zarolho,Deu-lhe uma grossa bananaPara que a mettesse no... bolso.

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Está á venda o N. 11 dos Contos Rápidosintitulado: Na Zona... Apavorante novellarealista. — Preço 3C0 rs. Pelo Correio 500 rs.

)-( O RIO NU )-(

Cine-ComediaUM ALHO I

1-.usoXA.rxs, 0 coronel, „ cnboorilenaiiçí. e n coroncli. (pcrso-ungem niiulo).

SCENA I

S

O CORONEL (examinando a correspondeu-cia que acaba de receber) — 01,1 diabo I Commil milhões de bocas de fogo ! Si a coronelavisse esta cartinha com letra de mulher nosobrescripto !... (Esconde no bolso um eme-loppe côr de rosa) Vejamos primeiramente acorrespondência official. (Abre vários cnvc-loppes officiaes c vai pondo de parte o seu_«ífe.íi--).Nada disso me interessa tanto comoa cartinha de Fanny... Estou ancioso porlel-a... Si eu tivesse certeza de que minhamulher não entraria aqui de repente... Ora !Com precaução, terei tempo de esconder acarta si ella apparecer... (Tira do bolso oenveloppe côr dc rosa, abre-o febrilmente cpõe-se a ler a carta da amante. Em seguidarasga-a c atira os fragmentos para a rua).Muito bem... E' preciso responder imme-diatamente e mandar-lhe o dinheiro que pedee que bem o merece, pobrezinha... (Cha-mando) Cabo ordenança !

SCENA II

O CABO (perfilando-sc ei entrada)—Prom-pto, meu coronel I

O CORONEL — Onde está a coronela ?O CABO — Na sala jantar.O coronel — Bem. Espere um pouco.

(Escreve algumas tinhas num cartão, mette estee uma nota de duzentos mil réis num enveloppe,fecha-o e sobrescripta-o.) Cabo !

O CABO — Prompto, meu coronel IO coronel — Leva esta carta aquella

mulherzinha que tu já sabes.O cabo — A do Cattete ?O CORONEL — Sim, peste ! (O cabo vai a

sahir) Escuta, animal ! Como tu és muitoburro...

O CABO (risonho) — Bondade de vossasenhoria...

O CORONEL—Não me interrompas, pedaçode mula! Quando voltares, si minha mulherestiver junto de mim, darás a resposta defôrma que ella não perceba; para isso empre-garás o masculino cada vez que tiveres deempregar o feminino. Comprehendeste ?

O CABO — Confesso a V. S. que não per-cebi esse negocio do Marcolino e do Felis-mino...

O CORONEL — Vacca de collarinhos 1 Porexemplo: em vez de dizeres ella mandoudizer isto ou aquillo, ella não estava em casa,dirás sempre elle. Entendeste agora?

O cabo - Aluí!... Agora comprebendi,sim, senhor. (Sai).

SCENA lll

O CORONEL (ei mesa, almoçando com amulher, pensa na volta do cabo e diz no seuintimo) — Aquelle bruto não tarda por ahi eé capaz dc me entornar o caldo... Será bomque eu fale primeiro do que elle para guial-ona resposta...

O CABO (assomando ei porta e perfilem-do-se) — Dá licença, meu coronel .

O CORONEL — Adiante. Que disse omajor ?...

O cabo — O major?!...O coronel (piscando-Ihe o olho ) — Sun,

diabo ! Que resposta mandou á carta que lhelevaste ,,,,-.

O cabo (coinorcheiutendo) — Ah ! Sim...Elle mandou dizer que espera V. S. ás novehoras da noite. Elle mandou dizer tambémque fica muito obrigado a V. S. Elle mandoudizer... — (Pensando) Que foi mais .-

O coronel—Tens unia memória de galio!O CABO — Ah ! Já me lembrei! Elle mau-

dou dizer a V. S. que não se esqueça delevar o par de bichas de brilhantes que V. S.lhe prometteu...

(A coronela olha para o marido; estefica muito vermelho e avança para o cabo,que foge a tempo de levar um formidávelpontapé no... naquelle logar.)

PÁ TEZINHO.

Leiam o N. 10 dos Contos Rápidos-milia Moderna e verão o resultado !...

-Fa-

Água Japonexa

Não ha outra que torne a pelle maiamacia. Dá ao cabelío a côr que se desejs.E' tônico, faz crescer o cabelío e extirpaa caspa. — Ruas: Andradas, 43 a 47 eHospicio, 164 e 166.

% Galeria Artística %Avisamos aos Icitoivs <fne tenhamfalta dc alijuinas rsíampas da nossa(¦aln-ia Artística. <¦ .j-iciram comple-tar a «ollcnçSo, <l«e <»¦» »<>sso «-serip-iori» eximem exemplares «Ie 1«>«1«»os ¦¦¦¦meros do KIM ,\1 desde » ¦¦¦•-ei<> «Ia puMicaf ii« «lessa 1_|1< ria. po-d«-»do ser atl<|iiiri<loN sem amimeulo

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não lia em todo o mundo medica-mento mais _fh"ca_ contra tosses, resinados,influenza, coqueluches, bronchites, etc, do

que o Peitoral de Angicodeiro especifico contra aprimeiros gráos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotensenão exige resguardo. Vende-se em todas as

pharmacias e drogarias.Depósitos: Pelotas, Ed. C. Sequeira;

Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel _C; Santos, Drog. Colombo.

Pelotense, verda-tuberculose nos

4 de Julho de 1914 gg

PERFIS SUBURBANOS

J.S.Conquistador terrível e ardoroso «resis-

tente» é o abaixadinho pharmaccutico daPiedade. .4.

São tantas as suas conquistas amorosas,que organizou um «livro de ouro» onde cadauma tem o seu respectivo numero.

A «santinha» Aida lá tem a «chapa- 96.Será mesmo o seu numero de ordem ou

o «apiratado» rapaz fez alguma «extraia-gancia» com ella e para não «dar na vist.vmudou a ordem dos algarismos ?

E' um pirata elegante que se da ao luxode usar botinas da mesma côr da roupa. Oseu prazer é ser chie, é dar a nota de smar-lismo, embora os doentes gemam !

Amigo inseparável do Cyntrão, e quemlhe cura as «avarias» que lhe fez a tramosaThereza da Piedade.

Ultimamente, cansado de luctar com a«invasão syphiligraphica» que attingiu o seuloiro amigo, aconselhou-lhe um passeio. .. aSantarém !

MAS D'AZ1L.

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue ; allivia qualquerdor, como a erysipela c o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERALSabbado, 4 do corrente, ás 3 horas da tarde

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COMO ESTAVA COMO ESTOU

Bilhete inteiro 16,000 — Vigésimos a Í80O

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Consultório òo "_\io .tu"

Esposa triste — Si o seu marido virouPedro Sem, que já teve e hoje não tem, épreciso saber si esse desastre é devido áidade ; no caso afirmativo, só ha um reme-dio...para a senhora: procure fóra o quelhe falta em casa.

MAI — Seu filho tem quinze annos eanda abstracto, com'olheiras fundas, mãossuorentas ? Pois arranje uma criada esperta esabida para cuidar exclusivamente da saúdede seu filho, si nào quer que elle vá parar aoHospicio.

O. D. S. — Lavagens de permanganato depotássio a um por mil; matte, caldo de cannae outros diureticos a todo instante.

Morena —Isso pôde ser uma inflam-mação passageira devida á mudança decalibre, conforme a senhora confessa; em-quanto não se habitua, lave a parte offendidacom água quente.

Chiquinha — Onde foi a senhora apa-nhar esses incommodos anicelos .... Pomadamerendai em cima delles minha senhora '.

DR. DAMULA RUÇA.

4 de Julho de 1911 )-( 0 RIO NU )-(

5t--ci_BsL^WÜC_J

AVISO — O "Rio Nu" não lem repórter ai-gum nus zonas paru dar ou não darnotas nesta secção ; todo aquelle qnese apresentar cnmo tal c um intrujâoe deve ser tratado como merece.

Na zona chie0 Miguel da «üruta», não tendo mais

em que empregar o tempo, deitou paixãopela Isaura Fon-Fon da zona Mem de Sá 54.

Aproveite o pticti, sua zinlui, pois issosó durará até á chegada da gringa!ê'- Disse-nos a Thereza que a Julieta B.Quadrada ha tempos recebera de presenteum corte de vestido, presente esse feitopelo Chaby de Villa Isabel, mas que, nãopodendo naquella oceasião apparecer comvestido novo, mandou agora fazel-o em umacostureira da mesma zona.

Cuidado com o calote, senhora costu-reira !

<!*' Depois do seu completo restabeleci-mento, o menino Leal tem sido visto entrarna zona Lavradio 134. Estará recordando os.amores velhos ?

Só a Jacyra poderá responder.<tif Muita paciência e pouca vergonha

tem o Alberto Carroceiro. O liomenizinho,quando a Aurora Gallinha do Bloco está pn-lestrando com alguém, vai para a esquina es-perar que a funecionaria fique desimpedidapara elle poder abarracar.

Por isso é que o Tobias foi barrado 1•'*' A Julieta B. Quadrada, da zona Cat-

tete 51, comprou um manteati por 180 fachos-a prestações de vinte fachos por semana earranjou um anel de brilhante.

O manteati ainda não foi estreado, devi-do ao calor; quanto ao anel, dizem que avictima foi um conhecido paca agaloado.

•te: A Amélia da zona Lavradio, acom-panhada por outra funecionaria, andou nasemana passada pela zona Lapa á procura doTobias.

Que encrenca será essa ?*-'¦" O Chico Bombardão, da zona largo

do Rio Comprido, deu o desespero quandollie disseram pelo telephone o que publica-mos a seu respeito no nosso numero ultimo.

Ora, seu Bombardão, deixe-se de valen-tias e não dé o desespero, do contrario acoisa será peor!¦i®' Grande sarilho houve uo sabbado ul-rimo na casa de rèndez-vous da Emilia nazona Thcotonio Regadas 20.

O causador dessa encrenca foi um coronelque foi ver de perto ásguampas da Thereza,acabando tudo no districto policial.¦'ii As negociações das pazes da JulinhaCome Barro com o seu querido chaiiffeur Bar-bosa estão adiantadissinias.

Bem prevíamos !..."'-" A Altiva tem feito suecesso na zona

Marrecas.Pudera não, si a funecionaria tem um

novo processo de amores amodernados !nar Muito satisfeito ficou o Walter do

chopp da zona Riachuelense com a rectifiea-ção qne fizemos a seu respeito, no nosso ul-limo numero.

Aqui é assim, seu maestro !W Ainda esta semana não foi vista na

Avenida Rio Branco a Julieta B. Quadrada.Andará ella ás voltas com o cx-soldado

Candango ou terá receio da miinifestadclaque lhe querem fazer?

ífiS' Disse-nos a Aurora Gallinha do Blocoque só fará as pazes com o Tobias depoisque o zinho começar a fazer uso da Loção

Danzi, especifico infallivel contra a quedado cabello e extincção da caspa.E' fazer a vontade á Aurora, seu Tobias!tf*" lia dias,um conhecido versejador mau-

dou um «postal» á julieta B, Quadrada, dazona Cattete 51, coiii o original soneto cujacopia fiel transcrevemos :

«A Julieta tem tido por amigoTudo que ha de mais nojento e imniundo,E si houvesse peores neste mundoDaria a vida para os ter comsigo.

Secretários de carros, sem abrigo,Negros, mulatos... E, si me aprofundo,De certo irei do lamaçal ao fundo;Nem ininh'alma se salva em tal perigo.O soldado Candango é uma amostra !.. .E o Jacob gramophone... e o Clarineta,O Chico Clarineta !... eis o que basta

P'ra que conheçam esta espécie de ostra.Tão asquerosa assim como és, Julieta,Vales menos que a besta quando pasta.

L. V.»Realmente essa coisa que o tal L. V. diz

é digna da Julieta !. ..

LÍNGUA DE PRATA.

t-Jl

(C(DiT [«D „§ji<n) ai_ (C©!i_ri„

linda esposa do Sr. Feliciano Ca-bresto acabava de fazer a sua toi-lette quando foi pela criada prevê-

nida de que o Sr. Anacleto Belleza, galantejoven, um dos maiores amigos de seu marido,lhe desejava falar.

Faze-o entrar para a sala de visitas —ordenou.

E foi ter com elle.Assim que se encontraram frente a frente,

Anacleto expoz as razões da sua visita.—Excellentissima... soube que seu marido

não estáe... e... arrisquei-me a vir aquipara... confessar-lhe o meu amor.

Senhor!Oh ! por quem é ! Não me diga que

não pôde corresponder-me 1 Eu amo-a muito,intensamente, e si me atrevi a confessar-lheagora este amor tão sincero é porque mecusta vel-a pertencer exclusivamente a umhomem bruto e feio como é o seu marido.

Mas eu sou uma mulher honesta !Infelizmente. Mas tenha a certeza de

que é horrível uma senhora tão linda ser deum homem só e esse'mesmo um monstro defealdade.

Acha então que devo enganar meumarido ?

Por certo. Quando um esposo feio nãoé digno de gosar os encantos do corpo lindoda esposa, o melhor que se tem a fazer éenganal-o.

E parece-lhe que disso não me poderá'advir risco algum ?Garanto-lhe.

Pois estou resolvida. Vou enganal-o.Oh ! Emfim 1

E, louco de alegria, Anacleto ia adian-tar-se para abraçal-a quando ella, detendo-o,lhe pediu :

O meu amigo ajudar-me-á. Vá numinstante a Escola de Bellas Artes, perguntepelo Luizinho, um bonito moço de vinteannos, e diga-lhe que a senhora que elle hatanto tempo requesta sem resultado lhe pedeque vá iminediatamente vel-a á sua casa.

Anacleto quasi desmaiou.ZE'ANTONE.

—K*J '*'5j__"~--l i

CD.. .o Leal com dor de cor...nticopia pela

sua francezinha da zona Rio Branco 51.....o Armando Moreno em viagem para

o X do districto,. ... .o Ribeiro num grande pifáo. .....o Carlinhos fazendo fitas por causa

do Pitota.,....o Leal fazendo ponto na zona Catumby...... o Jayme com dor de cor.. .nucopia......o Alberto-Carroceiro na zona estra-

gada......o Tobias no Lisboa,acompanhado por

uma funecionaria..... .a Aurora Gallinha do Bloco na praça

Tiradentes..... .a Waldemira contando numa roda de

rapazes que a Aurora estava arranjando umaencrenca para o Tobias.. .

.. .na zona Lapa o Lacerda fazendo fitascom a Thereza Portugueza...

.. .na praia da Lapa a Ignez com o meninoArthur em amistosa palestra á 1 hora datarde...

.. .na zona Sete de Setembro o QuincasPequeno acompanhado com a Mariazinha. - -

VÊ TUDO.

Licor TibainaO melhor petrifica-—> dor do sangue —

GRANADO &C. -Rua i9 de Março, 14

HMPEiOl^ílp.DCI»

Juquinha, vem cá, meu bem INão sejas ingrato ! Escuta !Vem dormir commigo, vem !Vejn dormir co'a tua pura.

PONTO.

BOLSA DE. OURO

CHAPA SEMANAL

____££ „__¦_4_m__-> y_-T^_>>_J_M___a __• v( _. _ h 'v__Rr^ *»**•« tí*-*:-! F3s!» ^«-_i_i_s_.

016-13-915 370—69—271 795-94-893

t____f 9ÊL _í£060—57—359 027—2S-926 920-17-819

DEZENAS02—78—07—82—31—97-65-90-62—75-54

CENTENAS649-910-3S7-Ü53-841-937

DON FELICIO.

8 = §jfj| )-(O RIO NU )-(4 de Julho de 1914 |§fg"

\ \\ B"a=Ba!—™,—11^

Esmãgâ/nento impossível

- Qual, minha menina ! Eu não posso acceitar o seu desafio, porque a esmagaria eom o peso dos ^meUS- - bsoTri^uma verdade incontestável si eu me deixasse ficar por baixo...

^ j@@rs..N. -1 — O TIO EMPATAN. 2 - A MULHER DE FOGON. 3 — D. ENQRACIAN. A - FAZ TUDO...N. 5 — A VIUVA ALEGREN. 6 — O Menino do Gouveia

N. 7 — A PULGAfsj O Correio do Amorn! 9 — DOLORESN -IO- Famiiia ModernaN. -I-I - NA ZONA...N. -12-0 Brinquedo (l-.m rrT"

Contos RápidosA' venda em nosso escriptorio

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