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O SEGRE DAS BEM AVENTURAÇASJOSÉ LÁZARO BOBERG
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para que eu ali também pregue; porque para isso vim"1.
“O reino de Deus está dentro de vós”, assim como está em
mim, asseverou ele. Por essa razão, nunca se proclamou Deus.
Em eventuais curas que as pessoas conseguiam, pela prática de
seus ensinamentos, sempre deixava claro que a transformação
ocorrida era produto da fé. Tanto é verdade que ele ensinava aos
seus seguidores: tudo que ele fazia poderia ser feito por eles
mesmos, já que eram, igualmente, portadores da mesma origem
divina. Todos tinham o poder crístico, isto é, o fogo divino,
atributo que ele já alcançara, no mais alto grau. Basta
desenvolver este potencial, imanente em todas as criaturas.
É importante que não se confunda Cristo com o personagem
humano, Jesus. Cristo não era, e não é, um ser, mas uma chama
divina, presente, como já o dissemos, em todos os homens: o
"Cristo em vós". Paulo, após sua renhida luta contra suas
próprias imperfeições, combatendo o bom combate, e tendo
alcançado esta chama divina, pôde exclamar "Eu vivo, mas já
não sou eu quem vive, pois é Cristo quem vive em mim"2.' Esta
divindade alcançada por Jesus, por Paulo, e por outros Espíritos
luminosos está, portanto, presente em todas as criaturas
independentemente de ser cristão, budista, judeu, muçulmano,
ou mesmo sem vínculo algum com qualquer expressão de fé
1 Marcos, 1:38.2 Gálatas, 2:20.
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religiosa. Quando se fala Jesus Cristo, quer se expressar a
condição da pureza maior desenvolvida por ele, como humano.
Jesus foi, segundo os estudiosos, aquele que mais expressou
Deus, o que alcançou estado mais avançado da Luz crística.
O chamado pecado - para nós, apenas desinformação -, é
consequência natural do processo evolutivo da criatura. É óbvio
que esse descobrimento leva a criatura a errar por ignorância, o
que não traz por parte do Criador - representado por Suas Leis
na consciência - qualquer reprimenda ou castigo, como se
costuma colocar na mente das criaturas incautas. É o próprio
Espírito que, no devido tempo, a cada novo obstáculo, vencendo-
o, torna-se mais forte; e, adquirindo consciência do fato, modifica-
se. À medida que diminuem os erros, em razão da maturidade
progressiva, maior é a sintonia com a vontade de Deus,
tornando-se, por consequência, mais feliz. Jesus, na qualidade di
irmão mais velho, tinha por objetivo ensinar ao homem este pro-
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