yume no sekai.docx

Upload: paulo-gabriel

Post on 12-Oct-2015

52 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Yume no Sekai

Prefacio Nota dos escritoresMizael Matheus Escritor secundrioA seguinte narrativa traz elementos contendo peculiaridades de escrita, portanto, pedimos que no se incomodem com os erros gramaticais ou excesso e falta de pontuao em determinados locais, alm do uso de grias.

Paulo Gabriel Escritor principalTraduzindo: a personalidade da personagem que a faz escrever daquele jeito. Tem uns errinhos no meio mesmo, mas os erros so propositais. Ah, e eu tentei colocar o mnimo de linguagem tcnica sobre as armas, pra deixar a leitura mais simples e fcil de acompanhar. Coisas como Zbox so s pra gente no gastar dinheiro com copyright mesmo. Espero que no liguem pra isso!~Quero ver processar a gente agora! MWAHAHAHAHA!Esperamos que gostem do nosso primeiro trabalho.Gratos,

Mizael Matheus e Paulo Gabriel.

*Tivemos o cuidado de escolher a fonte Calibri 12 para fazer contraste com o livro*

Primeiro Captulo Rotina

Era mais uma manh de primavera em Ishikawa, a cidade onde eu moro. Tudo estava muito tranquilo, como sempre. Passarinhos cantando, cigarras fazendo aquele barulho irritante, apesar de nostlgico Parecia uma segunda-feira normal. Na verdade, era uma segunda-feira normal. S no foi uma segunda-feira normal para mim. Foi nesse dia que minha vida comeou a mudar. No sei dizer se foi para melhor ou para pior, mas posso garantir que deixei de ser a pessoa que eu costumava ser.Bom, hora de parar de refletir sobre segundas-feiras sobrenaturais e voltar pra parte que importa: Meu nome Mizugami Asuka. Sou estudante do segundo ano do colegial, no colgio Katsuyama. Tenho 16 anos, 57 quilos, 1,70 de altura, cabelos e olhos lilases. Estava pensando em dizer tambm minhas medidas de cintura, busto e quadril, mas acho que isso meio irrelevante. Mudei-me para Ishikawa no incio do ano, por que minha me tinha arranjado um emprego como roteirista de reportagens por aquelas reas. Tenho uma vida reservada. s vezes acho que as pessoas no conseguem me entender. Deve ser por causa da minha personalidade excntrica ou algo assim Bom, por exemplo: eu no suporto arroz, mesmo sendo uma tpica japonesa. E isso relativamente raro, principalmente em uma cidade pequena e agrcola como Ishikawa. Acredito que eu deva citar tambm que sou incrivelmente boa em coisas que no deveria ser. Por exemplo: eu sou muito boa em fazer esculturas. Tambm sou tima em paintball. Sou muito boa tambm em copiar a caligrafia das pessoas. Sim, so habilidades estranhas.

Acordei como sempre com meu despertador promocional e colecionvel do Battlefield 4. Devem imaginar que no seja um despertador comum. Sim, no . Ele faz um som de gritos e tiros no meio de uma guerra. Sempre pensei que ele realmente combina comigo. primeira vista, sou uma garota normal e quieta, que simplesmente fala pouco. Poucos sabem o que eu realmente gosto. Sou o tipo de pessoa viciada em coisas fofas E tiros. Caso queira me dar um presente, me d uma .44 Magnum Desert Eagle preta e com detalhes cor de rosa que eu vou adorar.Vesti meu uniforme com aquela saia curta que eu odeio, apanhei minha bolsa de coelho com pingente de M4A1 e fui tomar meu caf da manh. Minha me e minha irm mais nova ainda estavam dormindo, ento fiz o mnimo de barulho possvel. Aps comer e escovar os dentes, sa de casa para mais um entediante dia.Pssaros cantavam. O Sol brilhava e iluminava tudo, formando sombras admirveis no lago abaixo da ponte onde eu passava para ir ao colgio. Os vizinhos conversavam alegremente sobre assuntos comuns como o tempo bom para plantar cenouras ou coisas assim. Era um dia muito bonito, perfeito para acontecer algo surreal.Na entrada da escola, encontrei com uma garota um ano mais nova que eu. Apesar de ter 15 anos de idade, Natsumi Aoi parecia uma garotinha do primrio, se considerar sua altura e sua voz incrivelmente fina. Seus longos cabelos loiros contribuam para sua aparncia infantil.Minha melhor amiga tinha gostos to estranhos quanto os meus. Ela costumava passar o tempo tocando saxofone e resolvendo cubos mgicos. Por sorte, no havia nenhuma mochila de instrumentos nas suas costas. Parece que ela tinha apenas trazido o cubo mgico que estava em suas mos.- Haha! Dessa vez cheguei bem antes de voc, Asuka! Disse Aoi com um sorriso triunfante e pulando de alegria.- No que eu me importe. No trouxe o saxofone hoje? Perguntei.- Ele est na manuteno desde sbado. to triste ficar esse tempo todo sem ele! Mas amanh mesmo eu posso trazer ele pra c de novo e tocar no intervalo como sempre. Respondeu ela, com um sorriso de orgulho.- Aoi... No desprezando o seu talento, mas voc no sente nem um pingo de vergonha disso? Disse com um rosto severo.- U, por que sentiria? As pessoas fazem o que querem no intervalo. No assim? Disse ela com raiva.- Bom, faa o que quiser. Vamos entrar, o sinal j tocou. - Retruquei, desistindo da discusso ao ouvir s familiares badaladas do sinal de entrada do colgio.Separei-me de Aoi na frente da sala dela, e entrei na minha sala. Como sempre, sentei-me ao lado da janela como qualquer personagem principal de anime que se preze, para poder contemplar a vista das rvores de flores de cerejeira. Eu realmente gosto de como elas ficam na primavera, ainda mais em um dia bonito e ensolarado como esse.A aula passou normalmente at tocar o sinal para o intervalo. Foi mais um intervalo comum, onde fiquei conversando com Aoi como sempre.- Ainda no resolveu esse cubo? Disse eu, com real expresso de surpresa no rosto.- Ah, esse outro. Ou achou que eu ia ficar esse tempo todo pra resolver s um cubo mgico? Disse Aoi, distrada com um dos seus passatempos favoritos.Depois de um pouco de conversa, resolvi puxar um assunto raro entre ns duas.- Aoi, j imaginou como seria se voc tivesse um namorado? Perguntei eu.- Sim. Seria horrvel. Esses garotos de hoje em dia s querem saber do nosso corpo. E ainda por cima, de peitos grandes. Disse Aoi, olhando de forma triste para sua camisa. Mais exatamente: para seus peitos.- No diga isso, voc muito popular entre os lolicons. Disse eu, para tentar ajudar.- Grande coisa! Eu odeio esses lolicons pervertidos. Apesar de que o Seiki-kun- Sabia! Voc realmente gosta do Seiki, n? Disse eu, cortando sua fala.- E-Eu? Gostar do Seiki? N Nunca que iria g gostar da daquele idi ota! Disse ela com o rosto incrivelmente vermelho, gaguejando de forma engraada.- Claro... Claro. Encerrei a conversa, ao ouvir as badaladas do sinal.Apesar de ter gostos um pouco diferentes, sou muito estudiosa e posso dizer que sou uma pessoa muito inteligente. Quando entrei para essa escola, no incio do ano passado, me chamaram para ser a presidente do conselho de classe por falta de voluntrios. Como no tinha problema algum, decidi aceitar. Desde ento, eu costumo ir para o conselho aps o intervalo para resolver a papelada tediosa de sempre e alguns probleminhas que possam ocorrer.E l estava eu, fazendo meu caminho habitual at o conselho. Estava passando pelo corredor e olhando distraidamente as janelas, observando as flores de cereije- Ai! Gritei em surpresa, aps trombar com algum.- Desculpe-me! Disse uma voz de garoto.Quando me virei, avistei um menino que por algum motivo me deixou encantada. Cabelos nem muito longos, nem muito curtos. Castanhos. Seus olhos tambm eram castanhos, e olhavam para mim com uma expresso de arrependimento que chegava a dar d. Ele era bem bonito, apesar de ter uma aparncia frgil e pacfica. Olhei-o de cima para baixo, quando avistei um broche de uma AK-47 de ouro e outro do Battlefield. Edio de Colecionador, ainda por cima. - Estava distrado e no te vi passando. Alis, muito prazer, meu nome Hikari Akihito. Disse o garoto, com um sorriso no rosto.- Voc joga Battlefield. Disse eu, boquiaberta de tanta surpresa.No era nem um pouco normal ver algum que jogue jogos de tiro em Ishikawa. Imagine ento, Battlefield. Quando vi o bottom... A sim que no acreditei que era verdade.- Sim, jogo. Disse ele, ainda com aquele sorriso alegre e envergonhado.- Eu tambm. Respondi.- Voc pode me adicionar para jogarmos juntos depois? Perguntou ele, empolgado.- Desculpe No vai dar. Eu respondi com pesar.Eu realmente gostaria muito de jogar com ele, mas o fato de ter de me manter entre os trs melhores jogadores do mundo no possibilitaria isso. Eu no costumava jogar com qualquer pessoa, mesmo que quisesse. Ficamos nos encarando por alguns segundos, com olhares fixos um no olho do outro at que um clima tenso surgiu. Um clima carregado de vergonha, diramos assim.- Eu Eu vou voltar l pra sala. At mais! Exclamou Akihito, enquanto virava e corria.O lado presidente do conselho do meu crebro pensou: No corre no corredor, maldito!. Porm, o lado garota surpresa e alegre de conhecer um semelhante foi mais forte.- Espera a! Meu nome Mizugami Asuka! um prazer te conhecer! Gritei eu, incrivelmente envergonhada.Nesse momento, ele olhou para mim e jogou o broche da AK-47 de ouro. Quando o apanhei no ar, senti um arrepio que nunca havia sentido antes. Era como se eu sentisse um terror extremo como o de fugir de um psicopata, fundido com a sensao de pular de um prdio. Sim, no foi nada legal.- Prazer te conhecer! Fica com isso, voc vai adorar! Disse Akihito.Ignorei a sensao e continuei ento meu caminho. Chegando finalmente na sala do conselho de classe, retomei meus afazeres. Mesmo cheia de papis para ler, carimbar e assinar, no conseguia parar de pensar nele enquanto olhava para o broche, agora preso em minha mochila. Algo em Hikari Akihito me atraiu. Algo me fez querer se tornar algum muito importante para ele, e creio que no foi aquele bottom. Provavelmente um sentimento que at hoje eu no havia sentido realmente por nenhum outro garoto, mas que eu sabia muito bem como se chamava: amor.Terminei de resolver os assuntos do conselho de classe e voltei para a sala de aula. Fiz minhas atividades e at mesmo errei algumas coisas de tanto pensar naqueles olhos castanhos. Eu realmente percebi que isso que chamam de amor havia tomado conta de mim.Voltei para minha casa e encontrei minha me e minha irm Aika.- Oi, Aika-chan! Esbravejei muito feliz.- Oi, Onee-chan! Est com uma cara to feliz... O que aconteceu?- Nada demais, s alguns contratempos na escola... Respondi com uma leve risada. Jantei, tomei banho e fui at meu quarto, no fim do corredor, terceira porta esquerda. Na minha cama, encontrei-me com Pluffy, minha AK-47 de pelcia. Abracei-a fortemente, e continuei pensando naquele garoto.Afastei os pensamentos e lembrei-me do meu compromisso de sempre: Jogar. Fiquei horas e horas jogando, para tentar manter meu ranking sempre bom. Ainda assim, mesmo com todo esse esforo, eu me sentia inferior. Era como se aqueles dois players que estavam na minha frente no ranking mundial sempre fossem mais esforados que eu. Quando me dei conta j eram 3 horas da madrugada. Resolvi ento ir dormir. Passei um tempo pensando no Akihito e s depois de alguns minutos que acabei pegando no sono. Ento, tive um sonho que eu iria me lembrar pelo resto da minha vida.

Segundo Captulo Sonho

Um sonho que no foi um simples sonho. Parecia que eu havia entrado em um novo mundo. Um mundo diferente, um mundo surreal. Um mundo que para mim, era perfeito.Um mundo com coelhos falantes e saltitantes. Um mundo com gatinhos brincando. Um mundo com monstros ferozes matando e devorando pessoas. Um mundo mstico, muito parecido com aqueles RPGs clssicos, com magos, guerreiros, gatunos e o que mais poderia existir em qualquer Final Fantasy da vida.Apesar de todo o meu conhecimento sobre RPG e tudo mais, eu no tinha ideia do que eu estava fazendo nesse mundo, alm do mais desarmada. Se um monstro desses resolve vir pra cima de mim, eu realmente no tenho o que fazer. Eu simplesmente morreria. Ser que eu reviveria numa cidade ou algo parecido, se eu morresse aqui? Ou ser que eu acordaria desse sonho louco? No tinha coragem de descobrir.Chacoalhei minha cabea para me livrar dos pensamentos mrbidos e fui andando corajosamente no campo de batalha.Vi um grupo matando os coelhos de forma cruel. Os magos usavam magias de suporte nas espadas dos guerreiros, que ficavam brilhantes com chamas negras, e eles acabavam com os pequenos monstros com poucos hits. Isso me deixava nervosa. Realmente nervosa. Meu lado garota fissurada em coisas fofas pensou: NO MATA OS COELHINHOS!!. Ao mesmo tempo, meu lado garota viciada em jogos pensou: Porque diabos um grupo desse tamanho vai matar os coelhos iniciais? Vai s dar mais trabalho. Pra dividir a experincia pra tanta gente, tem que matar muito mais monstros. O trabalho quase dobrado... realmente um bando de idiotas.De qualquer forma, no pude colocar toda a minha ateno nesses guerreiros assassinos de coelhinhos fofos. Ouvi um forte barulho de armadura ao meu lado esquerdo. Virei-me e me deparei com um guerreiro com pinta de descolado, apoiado em uma espada de mais ou menos um metro e meio, fincada no cho:- Olha s, mais uma iniciante! Disse o guerreiro, com voz de deboche.- Quem voc pra me chamar de iniciante? Eu simplesmente no sei o que diabos eu t fazendo aqui! Exclamei indignada.- Pera a Voc no passou pelo Teste de Habilidades? Disse ele, com um olhar desconfiado.- Teste de habilidade? D pra explicar isso direito? Retruquei nervosa.- Poderia ser ela o humano da profecia?... Disse o guerreiro, mais para si mesmo do que pra mim, com um rosto confuso.- Voc pode, por favor, me explicar o que est acontecendo? Perguntei.- S pode ser ela. No tem outra opo... Mas enfim, meu nome Nanhart. Sou lder da Guarda Real de Beginning City. O lugar onde voc est se chama Redigian! Explicou Nanhart, enquanto olhava para o cu e coava sua barba, de modo pensativo e distrado.Quando ele disse como se chamava, um pequeno letreiro com seu nome comeou a flutuar em cima de sua cabea, e l continuou. Parecia que s podamos ver o nome da pessoa quando ela se apresentasse.- Certo, mas o que diabos esse lugar? Um jogo? E porque disse que eu sou o humano da profecia? D pra explicar direito? Disse revoltada.- Tudo bem, eu explico. Mas informao demais, e muita informao de uma vez s pode confundir. Mas, vamos l: essa dimenso, chamada Redigian, o local onde diferentes mundos se conectam, seja para se divertir, seja para manter a harmonia e paz entre os mundos. Quase certeza de que apenas voc e Ageon so terrqueos, pelo menos hoje em dia. Mas enfim, BEM VINDA!- Terrqueo? Dimenso? Eu acho que tenho de jogar menos antes de dormir. E quem esse Ageon? Disse eu.- Ah, Ageon o desgraado que destruiu metade do mundo apenas para demonstrar seu poder. Ele o nico terrqueo desse mundo. Ou pelo menos era at voc chegar. Disse ele, com um ar ao mesmo tempo descontrado e preocupado, enquanto coava a barba.- Certo, esse realmente o sonho mais louco que eu j tive. Eu no entendi absolutamente nada. Mas, como eu t s dormindo, acho que eu devo continuar. melhor que ficar parada aqui... Disse eu, mais pra mim do que para o Nanhart.- Dormindo... H? Quer dizer que dormindo que os terrqueos vm parar aqui?! S pode ser brincadeira! Disse Nanhart, com um sorriso confuso.- U?! um sonho! Como mais eu viria parar aqui, de forma que no seja dormindo? Disse eu, com um rosto de deboche.Nesse momento minha mente estava perdida em ideias. No sabia o que fazer, nem por onde comear. No sabia se aquilo era um sonho, ou realmente uma dimenso distante, ou algo assim. Nanhart cortou meus pensamentos, dizendo com certa entonao de professor, enquanto coava sua barba e olhava para o cu:- Tudo bem, me deixa explicar direito: Primeiramente, os seres terrqueos no vm para c em vo. Precisam ser especiais. Porm, de qualquer forma, dos poucos que vieram menos que poucos sobraram. Mesmo fazendo um bom tempo que eu frequento esse mundo, nem eu conheo muito daqui. De acordo com as lendas, esse mundo foi criado por uma organizao de terrqueos. Eles convidaram pessoas de todos os outros mundos para c, com o contexto de fazer isso para divertir e fazer uma unio entre as dimenses. Na verdade, os terrqueos queriam escravizar todos os habitantes dos outros mundos, e transformar essa dimenso numa segunda Terra, ou algo assim. Desde ento, os terrqueos foram banidos desse mundo. Da do nada o Ageon aparece aqui, diz ser um terrqueo, e resolve querer dominar o mundo, igual seus antigos ascendentes. Histria bem clich, concorda? Disse ele, ainda coando a barba.- Eu pensava que voc era s um idiota, com um QI extremamente baixo. s vezes eu me engano. Disse eu, admirada com o modo que Nanhart contou a histria.- H alguns meses, meus soldados da Guarda Real encontraram um pergaminho com uma profecia, que dizia que apenas um humano poderia derrotar Ageon. Pois , esse humano voc! Bingo! Disse ele, com um sorriso brincalho, aps finalmente parar de coar a barba.Nanhart saiu andando no meio dos monstros como se nada estivesse acontecendo, e eu o segui, praticamente tremendo. Subimos uma grande escada em uma colina, e chegamos a um forte enorme e todo de pedra macia. Em cima, uma placa escrita em ingls: Stronghold of the Royal Guard of Beginning City. Traduzindo: Fortaleza da Guarda Real de Beginning City (Cidade Iniciante).Ao entrar l, eu esperei encontrar um exrcito treinando ou algo assim. Estava redondamente enganada. Entrei em um grande trio que mais parecia uma praa de alimentao de um shopping, com umas cinco mesas grandes com vrios guerreiros vestidos em armaduras jogando cartas e comendo. Quatro pessoas vieram em nossa direo: duas mulheres e dois homens. Nanhart os olhou com um sorriso no rosto:- timo! Era justamente vocs que eu tava procurando! Esbravejou Nanhart, com uma cara de felicidade.- Nanhart, quem so esses? Disse eu, aps ver aquele grupo de RPG perfeito.- Bom, deixe me apresent-los. As gmeas magas: A toda branca se chama Snowden. Ela um prodgio em magias de cura e suporte, incrvel. Disse Nanhart, apontando para uma garota muito bonita, com a roupa branca, olhos brancos, cabelos brancos, tudo branco, inclusive seu cajado.- Ol. Disse a garota chamada Snowden, com um rosto impassvel.- A outra maga a Skyser. irm gmea da Snowden. Sim, irm gmea. Presta ateno que voc v as semelhanas. . Realmente no d pra acreditar. Enfim: ela, diferente da irm, s usa preto e mestra em magia negra. Disse ele, dessa vez apontando pra garota de preto, idntica sua irm, apesar de ao mesmo tempo ser completamente diferente, por usar s preto.- Oi! Prazer em conhecer. Eu sou a Skyser. Pode me chamar de Sky! Disse a outra garota, fazendo uma reverncia toda pomposa e exagerada, e dando uma piscadela de olho no final.Meu lado garota que gosta de coisas fofas quase enfartou de tanta fofura. Meu lado garota que gosta de tiros teve vontade de balear ela. Impressionante como ela consegue ser to fofa e ao mesmo tempo, ser to maga das trevas da vida.- Esse carinha aqui o Phollare. Ele o arqueiro do grupo. Sem ele, a gente nunca conseguiria matar nem um grupo de monstros, de to bom que ele em cobrir a retaguarda. Disse ele, dando tapinhas gentis na cabea do garoto.- O-oi. Espero que a gente se d bem um com o outro! Disse o garoto que mais parecia um elfo. Ele era realmente frgil, e tinha um arco enorme nas costas. Parecia que ele nem aguentava o arco.- E por ltimo, mas no menos importante, Frkrace! Esse cara aqui meu companheiro na linha de frente das batalhas. Ele usa dois floretes e incrivelmente rpido, quase no d pra o ver cortando. Disse ele, se apoiando no outro cara.- Saudaes, Donzela. Seja bem-vinda a nossa fortaleza. Disse ele, beijando minha mo. Frkrace era um homem alto, de cabelos loiros jogados para o lado. Ele tinha duas espadas embainhadas, uma de cada lado da cintura. Parecia um sir ingls.- Bom. Agora todo mundo j te conhece. Disse Nanhart, olhando para mim com um sorriso. Os nomes de todos eles j estavam devidamente flutuando em cima dos personagens.- Recepes parte, tenho certeza de que no trouxe a Donzela para c em vo. Disse Frkrace.- Exato, eu no trouxe ela aqui por nada. Eu a trouxe aqui porque ela uma humana. Disse ele, com um olhar srio.Todos do grupo pularam de surpresa. Eu no imaginava que era to sobrenatural assim ser um humano nesse mundo.- Eu tive uma grande sorte de encontrar ela antes do Ageon, e devemos nos aproveitar dessa sorte. Devemos levar ela para O Portal, e recrutar ela o quanto antes para a Guarda Real. Disse Nanhart, coando a barba e olhando com um olhar srio para mim.Meu lado garotinha medrosa quase saiu correndo, mas eu precisava manter as aparncias Tudo isso era apenas um sonho, no tinha com o que me preocupar. Apesar de todo o meu medo, eu disse o seguinte:- Eu vou, mas com uma condio. Eu falei com um rosto srio.- Condio? Qual? Disse ele, coando a barba e me olhando com rosto de dvida.- Para de coar a barba, isso me irrita. Disse eu com um sorriso no rosto.Assim, Nanhart me levou para O Portal, que ficava fora da Fortaleza, porm na mesma colina. Era um grande arco vermelho, com o que parecia ser uma magia azul, em forma de portal. No d para explicar direito, mas era uma construo imponente.- Eu tenho que entrar ali? Disse eu, boquiaberta.- Isso mesmo. O Portal vai decidir sua armadura e sua arma, de acordo com o desejo da sua alma. Voc pode querer usar uma espada, mas se sua alma quiser um arco, voc vai ter um arco.- Certo. Disse eu, triste.Eu fiquei deprimida. O que eu queria de verdade era alguma arma de fogo, mas eu acho que no tinha isso por aqui. Fui em direo ao portal. Meu lado consciente pensava: Voc com certeza est ficando louca, por ficar to apreensiva assim em um sonho. J meu lado inconsciente pensava: Isso no pode ser um sonho. Eu me sinto mais viva aqui do que na prpria vida real. Decidi confiar no lado inconsciente. Entrei no portal.Apareci em um lugar todo branco. Estava voando? Ou estava em p? No dava pra saber. At que uma voz robtica estridente cortou o silncio pacfico.- Checando Checagem concluda. Ser terrqueo. Altura: 1,70m. Peso: 57 kg. Desejo da alma: ERRO N 301 DESEJO INEXISTENTE CRIAO J DEFINIDA REPORTADO COM SUCESSO.E tudo ficou escuro.- Onde estou? Eu morri? Disse eu, atordoada.- Ento voc chegou. Obrigado por vir. Agora, ser que voc tem capacidade de chegar a mim? Ser que voc pode ser algum mais forte que eu? Vi e ouvi tudo o que voc disse at agora nesse mundo. Humana intil! Odeie-me! Faa tudo o que puder para se tornar forte. Quem sabe, talvez um dia, voc consiga me destruir? Citou uma voz do alm. Consegui sentir uma aura de fora e mal muito grandes. Eu me senti incrivelmente pequena perto daquela voz. Como uma formiga, comparada ao Empire States.Reapareci em Beginning City, na frente dO Portal. No havia mais ningum em volta. Resolvi voltar para a Fortaleza da Guarda Real, e l encontrei meus cinco nicos conhecidos, em todo aquele mundo amplo.- Olha s, quem est de volta! a nossa querida Noob, que agora tem nome. Ol, Luthelly! Disse Nanhart, com uma alegria espantosa em seu rosto.- Luthelly?! Srio isso? Disse eu, espantada.- Que houve? Disse ele, coando a barba.- Esse meu nome no Deixa pra l, voc no vai entender. Disse eu. Era meu nome no Battlefield.- Tudo bem, realmente no entendo muito sobre a Terra. Vem c, tem um espelho aqui. Disse ele, apontando para outra sala.Quando entramos l, eu me vi no espelho. Uma armadura leve e escura. Uma postura diferente. Parecia que eu estava mais reta. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, com um lao rosa. Tudo certo at a, s faltou eu ter uma arma.- Tudo bem. Agora, cad minha arma? Disse eu, olhando para Nanhart e para os outros.- verdade, voc est sem arma. O que houve? Isso no normal. Disse Nanhart, coando a barba com uma expresso de quem estava achando estranho.- Isso mesmo que eu queria perguntar. Ser que isso por causa do erro? Perguntei.- Erro? Ocorreu algum erro? Disse Nanhart, surpreso.- Quando eu entrei nO Portal, ele citou algumas informaes bsicas e depois apresentou o erro N301, dizendo que o desejo da minha alma era inexistente. Falei.- Erro N301? Nunca vi isso por aqui. Mas provavelmente vo fazer algo a respeito. Por enquanto, porque no vai pra sua casa e descansa um pouco? Disse ele, sorrindo.- Nossa, eu tenho at casa por aqui? Respondi espantada.- Claro que sim. No mapa que voc tem no seu bolso existe o local exato da sua casa. V at l! Disse ele, sorrindo.Despedi-me dos cinco e segui o mapa. Minha casa era no centro de Beginning City, no muito longe da Fortaleza. Era a casa que eu sempre sonhei em ter. Incrivelmente fofa. Antes de entrar, eu vi uma Caixa Postal, escrita Luthelly. Um ponto de exclamao vermelho chamou minha ateno. Abri a caixa, e encontrei um pacote. Ele era pesado, e tinha um pergaminho em anexo.Ento sua alma realmente especial. A est o que voc queria, se vire com isso. - Ageon.Abri a caixa, e de cara j vi uma pistola muito semelhante com uma .44 Desert Eagle. Uma? No, duas. E melhor que isso apenas um detalhe: As duas eram pretas e com detalhes rosa em forma de chamas.

Terceiro Captulo Amizade

Tudo ficou escuro outra vez. Espera, deixe-me explicar isso direito. Entrei na minha casa com espanto, aps receber minha to aguardada arma. Resolvi dar logo um fim definitivo nesse sonho estranho, que estava me prendendo cada vez mais. Como fazer isso? Dormindo. Isso foi o que eu pensei, e assim deitei na minha cama, em minha casa fofinha em Beginning City, e adormeci.Porm, me vi flutuando em um espao sem nada, mais uma vez. Era como se eu tivesse voltado para O Portal. E mais uma vez, aquela voz estrondosa cheia de maldade falou comigo.- No te expliquei direito o que voc est fazendo aqui. Disse a voz.- Quem voc? Esbravejei.- No bvio? Eu sou Ageon, claro. O ser mais forte existente. Um deus. No se lembra de tudo que ouviu sobre mim, Mizugami Asuka? Disse Ageon.- Como voc sabe meu nome? Exclamei.- Para de fazer essas cenas clichs! Isso sempre acontece em tudo quanto histria... Mas enfim, eu sei muito mais do que voc pensa. No pense que s isso, sei muito mais sobre voc do que voc imagina. Venha para o meu lado, minha cara parceira humana. Disse ele, com um tom paternal.- Nem morta. Pelo pouco que ouvi aqui, j descobri o quo mal voc . Alm do mais, voc foi falar comigo com uma voz maligna e tudo mais. Prefiro ser amiga daqueles cinco, que conversaram comigo de modo mais gentil. Disse eu, brincando.- T bom. Continue pensando isso, e ser morta pelas minhas balas. Disse Ageon.- Ah, ento voc tambm usa armas de fogo? Com certeza tenho muito mais experincia nisso do que voc. No tenho com o que me preocupar, Noob! Retruquei, cheia de coragem.- Pelo que sei, muito mais fcil matar um humano com uma AK 47 do que com duas pistolinhas medocres, Luthelly. Disse Ageon, com um tom brincalho na hora de dizer o meu nome.Tudo ficou branco por um instante, ento me vi olhando para a minha to conhecida Pluffy.- Voc s mais rpida, minha cara amiga. Mas eu tenho confiana de que minhas duas Desert Eagles tem bem mais fora. Disse eu, olhando para minha to amada AK 47 de pelcia.Levantei da cama. Olhei no relgio e me surpreendi com a coincidncia: exatamente um minuto antes de ele despertar, para eu ir para a escola.Desativei-o antes que ele tocasse, para no fazer muito barulho. Levantei e me arrumei, colocando o uniforme outra vez. Sa do meu quarto, atravessei o corredor e fui para a cozinha. L encontrei minha irm Aika e minha me.- Oi Aika Disse eu, ignorando completamente minha me.- Oi, Onee-chan Respondeu minha irm.- No seja to m, Azu-chan. Voc t ignorando completamente sua me! Disse minha me.Certo, deixe-me descrever elas direito. Mizugami Aika era uma garotinha de 11 anos de idade. Cabelos lilases como os meus, apesar de seus olhos serem verde claro. Mesmo tendo s 11 anos de idade, ela era praticamente responsvel pela casa inteira.Minha me, Mizugami Akemi, era incrivelmente preguiosa, desleixada e tinha tudo que se pode ter de infantilidade. Sim, tudo reunido em uma mulher com quase quarenta anos de idade. Passatempos? Fazer yoga e jogar pinball no meu computador. Sim, ela completamente problemtica. Apesar de que eu acho que ela ficou mais assim quando meu pai nos deixou.Meu pai, Mizugami Sadao. No sei quase nada sobre ele, j que ele nos deixou quando eu era apenas uma criana, e Aika ainda estava na barriga de minha me. Quando penso nele, s lembro-me de seus cabelos vermelhos como sangue e seus olhos verdes incrivelmente claros, iguais aos da Aika.Continuando. Tomei meu caf da manh como sempre, e fui para a escola mais uma vez. Dessa vez, Aoi no chegou mais cedo que eu. Meu lado garota que na realidade se importa muito em chegar antes da Aoi vibrou de alegria. Esperei-a uns 5 minutos, e l estava ela, com uma mochila de instrumentos quase maior que ela nas costas, e mais um cubo mgico nas mos. S que esse cubo mgico no era como outro qualquer. Ele tinha cinco quadrados de altura, cinco de largura e cinco de profundidade. Era simplesmente enorme.- Caramba, que cubo mgico enorme esse, Aoi? Disse eu, impressionada.- Haha! Gostou? meu novo bebezinho. Disse Aoi, com um sorriso de orgulho enorme em seu rosto.- Mesmo voc sendo boa nisso, voc vai demorar uma dcada pra conseguir terminar esse! Disse eu, ainda impressionada. - verdade, mas no importa. Eu sei que eu vou conseguir, e isso o que conta, na verdade. Disse Aoi, feliz.Entramos na escola, e nos separamos outra vez na frente da sala dela. Cheguei a minha sala, e sentei no meu lugar, como sempre. Porm, dessa vez a aula no foi to tediosa como costumava ser.Abri minha mochila, e meu professor entrou na sala.- Certo pessoal, preste ateno nisso: Temos um aluno novo! um garoto at que bem tmido, ento cuidem bem dele. Pode entrar! Disse meu professor, olhando para a porta.E ele entrou. O garoto no qual eu no conseguia parar de pensar.- O-ol! Eu sou Hikari Akihito! Espero que todos ns nos demos bem! Disse ele, aps escrever seu nome na lousa e fazer uma reverncia.- Bom, sejam gentis com ele. Disse o professor.- Sensei! Posso sentar do lado da Asuka? Ela uma querida amiga minha. Disse Akihito, me fazendo corar.- Srio? Ento a Asuka finalmente arranjou um amigo, que no seja a baixinha do saxofone? Disse o professor, me fazendo ficar nervosa.- Bom, parece que sim. Disse Akihito.- Tudo bem, fique vontade. Disse o professor.Aqueles segundos em que Akihito andava em direo mesa do meu lado pareciam interminveis. Depois do que me pareceu um sculo, ele se sentou do meu lado.- Oi. Disse ele, com um sorriso brincalho.- Yu-Akihito? Disse eu, sem conseguir deixar de gaguejar.- Tudo bem? J faz um tempo, n? Disse ele, com o mesmo sorriso brincalho.- Na realidade s faz um dia. Disse eu.- Na realidade faz menos ainda. Disse ele, com um sorriso ainda mais brincalho., fazia mais ou menos umas 22 horas. No que isso importe.- Enfim, fiquei sabendo que voc terceira melhor jogadora de Battlefield Disse ele, me fazendo pular de susto.- Como voc sabe? Perguntei assustada.- Pesquisei no Battlelog sobre pessoas que jogam nessa cidade, e s tinha voc alm de mim. Disse ele, ainda mantendo o sorriso brincalho.O papo foi cortado pelo professor, no incio da aula. Continuamos assim at o intervalo.O sinal tocou. Descemos juntos, conversando sobre jogos em geral. Chegando ao ptio, avistei Aoi, resolvendo seu cubo mgico enorme. Quando ela nos viu, aconteceu algo que eu no esperava.O cubo mgico simplesmente caiu de sua mo, e quando vi sua face olhando para ns, vi um olhar de espanto. Ao mesmo tempo, Akihito deu um pulo para trs.- Asuka, desculpa. Vou ter que dar uma sada rapidinho, para resolver uns problemas da minha matrcula. Te vejo depois. Disse ele apressado, e saiu andando.Segui andando at Aoi, que estava recolhendo todos os quadradinhos de seu cubo mgico, que despedaou ao cair no cho.- Aoi, o que houve? Porque voc derrubou o cubo? Perguntei curiosssima e espantada ao mesmo tempo.- Eu no costumo ver voc andando com garotos. E eu realmente no fui com a cara dele. Disse ela, com um rosto nervoso.- Voc no vai com a cara de ningum, Aoi. S com a cara do Seiki. Disse eu, com um sorriso maligno no rosto, olhando para ela, e esperando o seu acesso de vergonha tsundere.Como eu esperei, ela ficou incrivelmente vermelha.- P-para com isso! Disse ela, com vergonha e uma voz mais fina do que j .- Enfim, no vai tocar saxofone? Perguntei eu, olhando para a mochila quase do seu tamanho, em suas costas.- No, no t com cabea pra isso hoje. Disse ela, com certo olhar melanclico.- Voc realmente fica mal quando quebra um cubo mgico, n? Disse eu, olhando para ela com d.- Mas era meu bebezinho! Disse ela, com lgrima nos olhos.Assim, o sinal tocou. Aoi seguiu para sua sala, e eu para o conselho, como sempre. Passei mais uma vez pelo corredor, olhando para as flores de cerejeira. Quando cheguei ao conselho, mais uma enorme surpresa.Olhos castanhos olhando para mim, em uma distncia extremamente curta. At que nos esbarramos. Akihito estava na porta do conselho, e derrubou a grande papelada que estava em suas mos, enquanto trombava comigo.- Asuka! No acredito! Voc tambm do Conselho? Disse ele, com uma surpresa enorme em seu rosto.- Voc s pode estar brincando comigo. Disse eu, incrdula.- muita coincidncia pra um dia s. Quem a presidente? Preciso entregar essa papelada pra ela, pra eu poder entrar oficialmente no conselho. Disse ele, aps terminar de recolher os papis.- Est falando com ela. Disse eu, com um olhar de deboche.- T brincando? Disse ele, com um olhar de surpresa.- Claro que no, vamos entrar. Disse eu.Entramos, e assinei a papelada dele, como meu dever de Presidente do Conselho de Classe. Akihito me contou que era vice-presidente do Conselho, na sua escola antiga. Eu disse que com um pouco de esforo e um empurrozinho meu ele podia se tornar de novo. Assim continuamos nossa conversa. Voltamos para a sala, e conversamos ainda mais. Senti que o tempo passou muito rpido, enquanto conversvamos. Tenho a impresso de que ficamos muito mais amigos. Em apenas um dia encontrei uma pessoa que parecia ser meu amigo h dcadas, e que eu queria que se tornasse mais do que s meu amigo.Assim, a aula acabou. Voltei para casa outra vez. Jantei, entrei no meu quarto e liguei meu Zbox, para jogar Battlefield 4. Joguei umas 4 horas mais ou menos, at ir dormir outra vez. E inesperadamente, deparei-me olhando para um teto de madeira rosa. Era muito fofo. Eu s conhecia um lugar to fofo assim. Eu estava em minha casa, em Beginning City. A ideia de que isso tudo era apenas um sonho diminuiu ainda mais.

Quarto Captulo Treinamento

Sentei na minha cama rosa de outro mundo completamente assustada e perplexa. Nunca tinha pensado em vivenciar um sonho com uma continuao to clara e real. Talvez porque isso no era um sonho. Ou era? Eu j no sabia mais dizer o que era verdade e o que no era.Tinha um relgio flutuante digital do lado da minha cama. Olhei as horas: 11 da manh. Estranhei. Eu tinha ido dormir 11 da noite. Notei a um tipo de sincronizao de horrios inversa. Parecia que eu entrava nesse mundo quando dormia, e l era como se tivesse um fuso horrio de doze horas a mais que o do Japo. Como exemplo, vamos usar o fuso horrio de Braslia, no Brasil. Sim, era como se eu dormisse no Japo e acordasse em um mundo mgico com o horrio de Braslia. Ou algo assim.Mal me levantei e a campainha da minha casa tocou. Lavei o rosto correndo, enquanto a campainha tocava sem parar. Fui correndo at meu guarda-roupa e fiquei indignada: no havia roupas, e sim quadros com fotos das roupas. Dentre elas, tinha um vestido vermelho muito bonito, roupas casuais, a minha armadura de ontem. Sem saber o que fazer e com a campainha tocando continuamente e me deixando incrivelmente irritada, fui correndo de pijamas para atender a porta.- Luthelly! Vai me dizer que acabou de acordar? Disse um homem mais alto que eu, com pinta de descolado, parado na minha porta, usando uma cala jeans normal, uma camiseta preta sem estampas normal, Converse All Stars pretos normais. Era tudo to normal, que no era normal.- Nanhart? Eu nunca ia imaginar te ver nesse tipo de roupa! Disse eu, surpresa e at admirada em como ele ficava bonito naqueles trajes comuns.- O mesmo aqui. Pensei que s te veria de pijamas quando me casasse com voc. No que eu esteja sugerindo nosso casamento, ou algo assim. Disse Nanhart, me examinando dos ps at a cabea, com um sorriso brincalho, enquanto coava a barba.No havia nenhum espelho por perto, mas eu sabia convictamente de que eu fiquei incrivelmente vermelha.- No me culpe se eu simplesmente no sei trocar de roupas nesse lugar estranho! Gritei, com muita vergonha, tentando esconder meu corpo vestido com aquele pijama rosa com vrias bazookas desenhadas.- Ahahahaha, no acredito que eu me esqueci de te ensinar a trocar de roupas! Disse Nanhart, gargalhando.- Para de rir e me ensina logo! Gritei cada vez mais envergonhada e indignada.- Certo... Onde seu quarto? Perguntou ele, com um sorriso compreensivo.Guiei Nanhart at meu quarto, parando em frente ao guarda-roupa branco, com maanetas rosa.- Me deixa ver... Disse Nanhart, abrindo as portas sem pedir e vendo todas as minhas roupas (ou quadros).- Ei, voc no percebeu que est abrindo o guarda-roupa de uma donzela sem pedir, e olhando todas as roupas dela? Ou melhor, quadros de roupas dela? Disse, indignada.- Ah, desculpe! Disse ele, ficando envergonhado, o que por sinal uma coisa rara.- Melhor assim. Respondi orgulhosa por t-lo feito corar.- Pegue a roupa que voc quer vestir. Vou te avisar previamente: hoje voc vai treinar. E muito. Recomendo usar a armadura. Disse ele, com um sorriso.- E por que diabos voc t com essa roupa casual? Perguntei, desconfiada.- Eu disse que voc ia treinar, no disse que eu ia. hoje que voc vai ficar forte, e entrar pra Guarda Real de Redigian! Disse ele, com um sorriso orgulhoso e com as mos na cintura.- J aprendi a no discutir com voc, porque no d pra entender muito bem sua linha de pensamento. Disse eu, enquanto pegava o quadro com a minha armadura negra e leve.- Espera a, no a armadura ainda. Tem um quadro vazio ali, certo? Disse ele, apontando para o quadro vazio.- Certo. O que tem ele? Perguntei curiosa.- a que vai a roupa que voc est usando agora. No caso, seus pijamas. T vendo esse boto atrs do quadro? Aperta, que voc coloca o pijama de volta no quadro. Disse ele, com ar de professor.- Certo. Disse, apertando o boto.A seguinte cena foi provavelmente a cena que mais me deixou envergonhada em toda a minha vida.Ao apertar o boto, meus pijamas foram parar no quadro. E eu fiquei parada, s de roupas de baixo, na frente do Nanhart.- SAI DAQUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! Berrei, jogando o quadro com os pijamas nele.- No joga o quadro assim! Se ele quebrar, voc perde sua roupa! Disse ele, segurando o quadro e tampando os olhos, apesar de ter um sorriso com certo ar sacana em seu rosto.- T BOM, AGORA SAI LOGO DAQUI! Berrei de novo, fazendo s assim Nanhart sair do meu quarto.Vesti minha armadura apertando o boto na parte de trs do quadro, e fui sala, onde Nanhart estava. Ele me olhou dos ps a cabea e fez uma cara pensativa.- Voc fica melhor de pijamas, fica mais feminina. Disse ele, com um rosto srio.- timo. S no me lembro de ter pedido sua opinio Disse eu, com raiva.- A, lembrei o que queria te perguntar! Voc j recebeu sua arma? Perguntou, com um rosto de descoberta.- Ah, minhas armas! Sim, recebi. Vieram por correio com uma carta do Ageon anexada. Disse eu, indiferente.- QU? Carta do Ageon? O que dizia? Disse ele, perplexo e assustado.- Dizia que minha alma era especial, e que era pra eu me virar com elas. Disse eu, ainda indiferente.- Elas? Elas o que? Perguntou o guerreiro, curioso.- Minhas pistolas. Em falar nisso, cad elas? Perguntei, procurando pela sala.- Pistolas? Hm... Pra invocar sua arma, voc tem que esticar o brao que voc usa a arma, e manter a imagem dela na sua cabea. Da, ela aparece misticamente na sua mo. uma coisa bem legal. Disse ele, com um sorriso.- Mas eu uso as duas mos Disse eu, confusa.- Tudo bem. Estique os dois braos e imagine a arma.Eu fiz o que ele mandou. Estiquei meus dois braos para frente, cruzados um em cima do outro, e mantive a imagem das minhas duas Desert Eagles negras com chamas rosas na minha mente.Um brilho saiu das minhas mos, e as pistolas surgiram de repente. A pose que eu fiz foi uma tima escolha. Devo dizer que foi uma coisa bem legal, isso de invocar pistolas em minhas mos com aquela pose de atiradora.- Armas de fogo?! T brincando?! Agora vai dar realmente pra voc lutar de igual para igual com o Ageon! Disse ele, realmente contente.- Sim. E o que eu pretendo fazer: acabar com aquele cara. Ele me enoja. Disse eu, me lembrando daquela voz que me causou arrepios. - Mas, duas pistolas negras com detalhes de fogo rosa? a primeira vez que eu vejo algo to fofo e assassino assim! Disse ele, brincalho.- Sim. perfeito n? Disse eu.- realmente bem legal, e combina com voc. Agora vamos pra parte que importa? Disse Nanhart, espreguiando-se.- T, vamos. Disse eu, imaginando o que eu ia ter pela frente.Andamos at a Fortaleza da Guarda Real. Na metade do caminho, encontramos Skyser e Snowden. Tudo bem, encontramos no a palavra correta. O certo : a Skyser nos encontrou.- NANHAAAART! LUTHELLYYYYYY! Berrou a maga das trevas fofinha, enquanto voava para um abrao. Mas, voava mesmo. Ela vinha flutuando em uma velocidade incrvel, enquanto Snowden ficava s olhando do fundo, com aquele mesmo olhar impassvel.Meu lado garota feliz por ver uma amiga, vindo me abraar estendeu os braos para o abrao. J meu lado garota fissurada em armas invocou minhas duas Desert Eagles, e mirou na maga voadora. Ela parou de voar no mesmo segundo.- Aff Luthelly, porque no pode simplesmente me abraar? Precisa partir pra ignorncia e invocar armas de fogo? Disse ela, com cara de choro.Dito isso, senti uma mo leve cutucando minhas costas.- Ol. Disse Snowden. No fao ideia de como ela apareceu atrs de mim.- O-oi... Respondi, impressionada.- Certo, j mostraram seus poderes pra novata. Agora, vamos pra Fortaleza. No quero chegar depois do Frkrace, ele gosta de se gabar quando chega primeiro. Disse Nanhart, me puxando pela mo.Aquele contato, mesmo sendo praticamente inconsciente, me fez corar. Era a primeira vez que um garoto andava de mos dadas comigo, mesmo sendo me puxando de forma bruta e indiferente. Eu senti certa emoo, que nunca pensei que ia sentir por algum bruto, indiferente e infantil como Nanhart. Naquele momento, meu corao se dividiu. Percebi que estava apaixonada pelo Nanhart, e tambm pelo Akihito. Isso era ruim. Realmente, bem ruim.Deixei-me levar por Nanhart, e mal percebi quando chegamos grande porta da Fortaleza. S voltei ao meu corpo quando ouvi a voz refinada de Frkrace.- Donzela! Preparada para o treinamento? Disse ele, enquanto se aproximava.- Ei, t me ignorando s porque eu cheguei antes?! Disse Nanhart, raivoso.- Saiba que o treinamento ser duro. No ser fcil. Disse ele, ignorando completamente o Nanhart furioso, bufando ao meu lado.- R-realmente... Um treinamento normal seria fcil, mas vamos pular todo o treinamento primrio, para te recrutar diretamente como uma general ou algo do gnero, Luthelly. Disse Phollare, saindo de trs de Frkrace e me dando um susto.- De onde ele saiu?! Esbravejou Skyser, aparecendo to repentinamente quanto o prprio Phollare.- Ele estava aqui o tempo todo. Disse Snowden, tambm aparecendo do nada.- E de onde VOC saiu? Esbravejou mais uma vez Skyser, me fazendo rir.Era impressionante como eu conhecia aqueles cinco fazia to pouco tempo, e como eu j me sentia livre no meio deles. Um sorriso percorria meu rosto inconscientemente, enquanto eu observava Skyser revoltada com as aparies repentinas.- Certo, agora vamos prosseguir logo para o treinamento? Disse Nanhart, olhando para mim com um rosto de impacincia.Depois de Nanhart dizer isso, todas as brincadeiras pararam. Um ar mais srio surgiu no grupo, me fazendo sentir a aura de poder emanada por eles. Era impressionante como eu me sentia fraca perto deles, e como eu sentia vontade de ficar forte o suficiente para encar-los no mesmo nvel, e me sentir ainda mais livre entre aquele grupo que eu j considerava como meu lugar de origem.- Vamos. Disse eu, com convico.Assim, Nanhart abriu a grande porta, e estvamos de volta no grande trio. Nanhart e os outros me guiaram por um corredor esquerda, e paramos no fim do corredor, na frente de uma grande porta de ferro.- Aqui onde voc vai receber seu primeiro treinamento. Vou avisando de antemo: teremos que pular os treinamentos de iniciante, e j te colocar na parte avanada. Ns temos que te deixar forte, antes que o Ageon invada sua casa rosa e te mate enquanto voc dorme. Est pronta?Disse Nanhart, com um rosto orgulhoso e srio, mostrando finalmente o seu lado comandante da Guarda Real.- Tudo bem. s entrar aqui? Perguntei, demonstrando confiana.- Exato. Boa sorte! Desejou-me Nanhart, enquanto apertava um boto do lado direito da porta.A porta se abriu. Tudo o que eu via era escurido l dentro. Eu sentia um frio na barriga comparvel quando voc est prestes a entrar na maior montanha-russa do parque. Respirei fundo e entrei.A porta se fechou atrs de mim, e fiquei presa num breu doloroso. Do nada, a mesma voz robtica dO Portal esbravejou:- Deseja pular o tutorial ou deseja v-lo novamente? Disse.Tutoriais nunca fizeram o meu tipo.- Pular o tutorial. Disse eu, com um sorriso no rosto.Nunca me arrependi tanto. Apareceram letras enormes e azuis voando, que dizia em ingls a frase Teste 29 Combate individual contra exrcitos. Fiquei boquiaberta.De repente, me vi em uma plancie cheia de corpos humanos no cho, mutilados. Alguns sem cabea, outros sem brao, outros com flechas perfurando o crnio... No era uma viso nada agradvel. At que surgiram do nada uns 100 orcs. Uma linha de frente com lanas e escudos protegia os espadachins do meio, e na retaguarda havia uma linha de arqueiros. No fundo de tudo e em cima de um cavalo monstruoso, estava o comandante. Eu estava paralisada.- Arqueiros! Preparem as flechas! Gritou o comandante, vestido em uma armadura enorme. Os arqueiros invocaram flechas com as pontas pegando fogo. S a eu notei que eu estava realmente encrencada.Estiquei meus braos e mantive a imagem de minhas pistolas em mente. Como eu esperava, minhas Desert Eagles apareceram em minhas mos, aps um brilho mgico. Imaginei-me em um jogo, como todos aqueles muitos que eu j joguei e me destaquei como melhor jogadora. Calculei a distncia entre um arqueiro e outro com ateno, e pensei em um plano ousado. Uma confiana repentina percorreu meu corpo. Eu sabia o que fazer.- ATIREM! Berrou o comandante orc.Nesse mesmo segundo, uma rajada imensa de flechas flamejantes voou em minha direo. Corri com toda a minha velocidade para frente, causando um olhar surpreso nos orcs da linha de frente. Olhei para o alto, e vi o espao que eu esperava entre as flechas dos dois arqueiros mais separados um do outro da formao. Fiquei parada entre elas, esperando. As flechas caram ao meu lado, mas no me acertaram. Eu medi perfeitamente. Mirei minha pistola da mo direita para o comandante, e atirei.Minha confiana estava grande demais. Eu poderia ter calculado bem o espao entre as flechas, mas no esperava que a presso do tiro fosse to forte. Tudo o que aconteceu foi o tiro pegar de raspo no brao coberto pela armadura do comandante. Meu plano de peg-lo de surpresa foi por gua abaixo.O comandante desceu de seu cavalo e se escondeu atrs do exrcito. Notei que eu realmente teria que derrotar um exrcito inteiro para passar no teste, e isso era um problema.Assim, a linha de frente veio correndo brandindo as lanas perigosamente, e se protegendo com os escudos. Procurei um jeito de passar por todos aqueles soldados sem sair ferida. Achei rapidamente: os ps estavam desprotegidos. E era exatamente neles que eu iria atirar.Concentrei-me mais uma vez, mas dessa vez mantive a presso dos tiros em mente. Coloquei o brao esquerdo em cima do direito, de forma que um apoiasse o outro, e mirei nos ps dos soldados que estavam na minha reta. Puxei os dois gatilhos ao mesmo tempo. Dessa vez, os tiros foram certeiros. Os dois soldados do meio caram. Atirei de novo. Derrubei mais dois. Meu lado garota otimista pensou: Certo, s faltam uns 15 na linha de frente, e eu acho que eu consigo derrubar quase todos at eles chegarem at mim. J meu lado garota consciente pensou: E depois disso, faltam mais 80 e um comandante com pinta de mau. Maravilha..Fui derrubando os soldados da frente, at que dois deles me alcanaram. Resolvi testar a minha agilidade naquele mundo. Rolei para o lado para evitar o contato com as lanas afiadas, e atirei em um deles depois de aterrissar do rolamento. Acertei. O outro se descuidou por uma frao de segundo, que foi o suficiente para que eu atirasse certinho em sua cabea. Head shot.Eu percebi que eu tinha muita confiana naquele mundo. Notei que a minha coragem era imensa, muito maior que no mundo real. Em sonhos isso natural, no ? Mas aquilo no podia ser um sonho.Minha confiana vacilou quando o resto do exrcito estava a 10 metros de distncia. Percebi uma coisa que fez minha confiana retornar com tudo: aquele treinamento realmente no foi feito para uma pessoa com armas de fogo. Com uma espada, seria praticamente impossvel derrotar aquele exrcito todo. Porm, todos os outros soldados orcs no tinham escudo. Era incrivelmente fcil acabar com eles com tiros.Atirei, atirei e atirei. Vrios deles foram caindo, enquanto eu fugia deles atirando. Era um modo covarde, mas era o nico jeito de ganhar aquilo. Mas a, uma coisa que eu no esperava aconteceu. Ouvi o barulho tpico de uma arma sem balas, atirando nada alm do ar. As balas acabaram. No poderiam ter acabado. Como eu faria agora?Pensei bem. As balas faziam parte da arma, certo? Com certeza.Estiquei os braos, e imaginei fixamente a imagem de cartuchos de projteis de Desert Eagle. Como eu esperava, eles apareceram. Minhas mos mal conseguiam segurar uma pistola e um cartucho cada uma. Mas assim, consegui recarregar minhas .44 enquanto eu continuava correndo. E assim, atirei nos orcs restantes, s deixando o comandante praticamente indefeso. O orc brandiu sua espada com coragem, e veio em minha direo. Tudo o que tive que fazer foi dar o ultimo tiro na cabea.Assim, tudo ficou preto mais uma vez.- Parabns! Esbravejou a voz robtica.J virei-me na escurido para procurar a porta, mas no achei. At que uma coisa que eu no esperava aconteceu: letras enormes azuis apareceram, mais uma vez, dizendo: Teste 30 Combate individual contra lder gigante. Fiquei ainda mais boquiaberta. O teste no tinha acabado?Do nada, me vi em um lugar meio ultimo cenrio de RPG. Era um lugar cheio de vulces, com o cu nublado e caindo meteoros ao fundo. A diferena com o campo de batalha anterior era grande. Eu me senti aliviada por no ter cadveres no cho dessa vez. Meu alivio sumiu quando um drago negro de uns 30 metros apareceu na minha frente.- VOC S PODE ESTAR BRINCANDO COMIGO! Gritei completamente indignada.O drago nem me deixou pensar. Jogou uma rajada de fogo em minha direo, quase no me dando tempo de rolar. Por sorte, ele s queimou um pouco das minhas roupas. Atirei. O tiro rebateu nas grossas escamas do drago. No tinha jeito de derrotar aquele monstro imenso. Atirei de novo, e de novo, e de novo. Todos os tiros rebatiam e o drago mal parecia sentir.- Cad a barra de HP desse bicho? Murmurei, com raiva.Precisava pensar. Certo, onde seria o ponto fraco de um drago com escamas mais fortes que ao? A resposta era bvia: onde no tinha escamas. Mas, onde que ele no tinha escamas? Nos olhos. At a tudo bem. Mas como que eu iria acertar os olhos de um drago de 30 metros que atira fogo?O drago resolveu bater suas asas e levantar voo pra cima de mim. Eu esperei ele vir com uma mordida, para tentar acertar um tiro em seus olhos. Claro que ele tinha que vir com as garras. Rolei para a direita, mas as garras dele ainda acertaram de raspo no meu brao esquerdo. Eu no esperava que a dor fosse to real assim. Tropecei em meus prprios ps e ca de cara no cho. Perdi toda a confiana que eu tinha antes. Eu estava completamente desesperada, e no ia conseguir derrotar um monstro daqueles desse jeito. Precisava me acalmar, e pensar direito.O drago pousou atrs de mim. Olhei para ele e me concentrei. Achei o que queria: O drago no tinha escamas na juno da asa com o tronco. E era l que eu tinha que acertar.Mirei no ponto em que queria acertar. O drago parecia que esperava meu movimento. Minha mo tremia muito, tanto que era impossvel de acertar. Precisava me acalmar. Fechei os olhos e tentei pensar em algo para clarear minha cabea. Serenos olhos castanhos surgiram em minha mente. Lembrei-me do pacfico Hikari Akihito, e de certa forma fiquei calma. Abri os olhos e vi que no tremia mais. Atirei. O drago rugiu de fria e dor. Meu lado otimista, quando viu aquela cena, pensou: Certo, agora ele no voa mais. O drago veio pra cima de mim correndo. Corri igual louca, sendo perseguida por um drago imenso. O drago lanou uma rajada de chamas. Rolei e escapei por pouco. Continuei correndo.Virei-me e procurei algo que o fizesse parar de correr. Encontrei. O drago tambm no tinha escamas nos joelhos. Parei e mirei bem. Atirei. O drago soltou uma rajada de chamas e caiu. Rolei do fogo. Aquela era a hora.Corri em direo ao drago. Quando cheguei frente dele, ele soltou mais fogo. Rolei mais uma vez para a direita e dei a volta no monstro. Chegando atrs dele, fechei minhas mos e as minhas pistolas sumiram. Subi em sua calda e segurei firmemente suas escamas. Ele sacudiu o rabo, mas eu estava muito bem presa. Escalei suas costas, mesmo com ele se chacoalhando. Cheguei a sua cabea, e pulei para seu focinho. Estiquei os braos e invoquei minhas duas pistolas. Mirei uma em cada olho, e atirei.Ficou tudo escuro mais uma vez.- Parabns! Voc concluiu os treinamentos da Guarda Real de Beginning City! Disse a voz robtica. Assim, finalmente, uma porta apareceu atrs de mim.Abri a porta. Quando sa, meus ferimentos tinham sumido, e eu dei de cara com um Nanhart com rosto preocupado.- Voc perdeu n? Disse ele, com rosto triste.- No. Porque eu teria perdido? Disse eu, com um sorriso.- Brincadeira. Voc ganhou mesmo? Nesse tempinho? Gritou Skyser, de trs.- M-Mas voc acabou de chegar aqui! Como ganhou? Disse Phollare, com cara de impressionado.- Impossvel. Donzela, esses eram os treinamentos mais duros que temos por aqui! Disse Frkrace, impressionado.- Nossa, to sobrenatural assim ganhar esses treinos? Disse, impressionada comigo mesmo.- Pra uma iniciante, sim. Ns cinco conseguimos ganhar todos os trinta treinamentos facilmente, mas voc deveria sofrer um pouco mais pra isso. Disse Snowden, com o mesmo rosto impassvel.- Hm... Ei, onde eu vejo meu level? Perguntei para Nanhart, curiosa por no ter visto minha barra de experincia aumentando, ou eu evoluindo com esse treinamento.- Level? Como assim? Perguntou Nanhart, com um rosto curioso.- No tem level? Perguntei surpresa.- Acha que isso aqui um daqueles RPGs terrqueos? Isso uma dimenso alternativa, no um jogo. Disse ele, com um rosto brincalho.- Ento como voc sabe se forte ou no? Perguntei mais curiosa ainda.- Sabendo. Se voc forte, voc . No assim que funciona na vida real? Disse Nanhart, com um rosto srio.- Ento qual a ligao entre eu ser iniciante e eu no poder ganhar um treinamento difcil? Perguntei de braos cruzados. - Porque extremamente raro um iniciante saber controlar a fora do seu corpo daqui, alm de ter que saber usar a arma que O Portal lhe deu. Disse Nanhart.- Entendi. O que quer dizer que se eu ganhei os ltimos treinamentos, eu sou forte? Perguntei perplexa.- mais ou menos isso. Se voc ganhou aquilo, voc t qualificada pra ser uma General de um batalho inteiro ou algo assim aqui na guarda real. Por isso que no acreditamos quando voc saiu dizendo que ganhou. Disse Nanhart, com um rosto srio e ao mesmo tempo orgulhoso.- Ento porque voc no me coloca logo em uma posio na Guarda? Perguntei.- Porque no assim que funciona. Disse Nanhart, ainda com um rosto srio.- Que ? No acredita em mim? Se eu disse que eu ganhei, eu ganhei! Disse eu, revoltada.- Eu acredito sim. Eu s no te coloco numa posio porque no sou eu que decido. Disse Nanhart, ainda mais srio.- Mas voc o lder de toda a Guarda Real! Se no voc que decide, quem ? Perguntei incrdula.- O Sistema de Redigian. como se fosse um programa de computador que manda no mundo inteiro. Seu treinamento foi mandado para o Sistema analisar. Ele verifica o tempo que voc gastou, os ferimentos que sofreu, o modo que derrotou os monstros.... Verifica at a dedicao que voc teve ao derrotar todos os monstros. E a, ele diz a posio que voc foi colocada. Disse Nanhart, coando a barba e ainda srio.- Nossa... E vai demorar pra o resultado chegar? Perguntei ansiosa.- No. s esperar mais uns cinco minutos, e podemos ver o resultado. Disse Nanhart, finalmente dando um sorriso.Esperamos mais do que cinco minutos. Pode contar uns dez ou quinze. At que um soldado trouxe um rolo de pergaminho. Era incrvel como Redigian misturava coisas incrivelmente tecnolgicas como o prprio Sistema e coisas antigas como pergaminhos.- Comandante, aqui est o resultado do treinamento que o Sistema enviou para voc. Disse o soldado, aps bater continncia.- Certo. Dispensado. Disse Nanhart com um ar de lder, depois de pegar o pergaminho.- Hora de saber o que voc vai ser, Luthelly! Disse Skyser, animada.Todos se reuniram perto de Nanhart, e ele abriu o pergaminho de forma que todos pudessem ver. O resultado fez todos ficarem boquiabertos. O Sistema decidiu que Luthelly dever ser nomeada como Vice Comandante da Guarda Real de Beginning City. O antigo Vice Comandante Frkrace, dever ser relocado para um posto inferior, devido diferena de poder verificada. Caso haja negao ou protesto, o antigo Vice Comandante Frkrace dever ser expulso imediatamente da Guarda Real de Beginning City..

Quinto Captulo Dor

- C-como? No possvel! Gritou Frkrace, indignado.

- Realmente! A Luthelly pode ser forte, mas no tem como ela tomar o lugar do Frkrace! Ele o segundo mais forte de ns, s perde pra voc, Nanhart! Apoiou Skyser.Eu no sabia o que dizer. Eu s sabia que aquilo realmente no era certo. A aura de poder que eu senti naquela hora provava a verdade: eu no tinha nem metade da fora deles.- E-Eu... A ordem do Sistema absoluta. Desculpe-me Frkrace, mas eu vou ter que te rebaixar para um posto inferior. Disse Nanhart, olhando para o cho.- Mas, Nanhart, eu lutei tanto para alcanar esse posto! Fiquei quatro anos seguidos lutando em Redigian, protegendo com todas as minhas foras o nosso mundo daquele maldito Ageon... E agora uma garota que est no seu segundo dia aqui toma o meu lugar? Gritou Frkrace, perdendo toda sua compostura.- verdade, Nanhart! A Luthelly pode ser nossa amiga e tudo mais, mas realmente no tem como ela ser mais forte que o Frkrace! Disse Phollare.Eu estava perplexa. Aquilo s podia ser mentira. Porque tudo aquilo estava acontecendo?- Porque no decidem isso com um duelo? Disse Snowden, impassvel.- Um duelo? Perfeito! Assim eu posso mostrar que no possvel essa garota ser mais forte que eu! Ela no pode tomar meu posto! Se prepare! Disse Frkrace, fazendo surgirem duas espadas em sua cintura.- Luthelly, voc no pode lutar com ele! Para com isso! Gritou Skyser, desesperada.- Eu... Eu tenho que lutar com ele. a honra do Frkrace que est em jogo. Disse eu.Invoquei minhas pistolas, e as apontei para Frkrace.- Vamos comear. Disse Frkrace, desembainhando seus floretes.- Eu no posso deixar isso acontecer! Gritou Skyser, voando em nossa direo.At que um brao foi estendido na frente da maga.- No, voc no vai interromper. Disse Nanhart, impedindo Skyser de separar a briga.- Mas, Nanhart! Replicou Skyser.- Pare aqui, agora. Isso uma ordem. Disse Nanhart, com um rosto srio.Dito isso, Frkrace avanou. Pelo jeito, ele estava se aproximando ao mximo para me impossibilitar de usar minhas armas de longa distncia. Isso no ia funcionar comigo.Mirei em sua cabea enquanto ele se aproximava. Atirei. Ainda antes de eu atirar, ele previu meu movimento e pulou para a direita, e continuou se aproximando. At que ele chegou perto. Frkrace deu vrias estocadas. Eu estava conseguindo desviar de alguma forma, at que uma delas me acertou no canto da barriga. Ca no cho. Frkrace apontou um de seus floretes para minha cabea.- Que foi? s isso? Disse ele, com um sorriso de deboche.Apesar de tudo, eu no podia perder ali. Era contra o meu prprio orgulho. Respirei fundo. Chutei o joelho direito de Frkrace com minha perna esquerda. Ele ajoelhou. Eu levantei, ignorando de certa forma a dor, e chutei seu rosto com toda a minha fora. Frkrace foi jogado para longe.- Claro que no s isso. Agora que a luta vai comear de verdade. Disse eu, com um sorriso de confiana.Frkrace se levantou. Aproveitei a distncia e mirei minhas duas pistolas nele, e atirei. Frkrace fez uma coisa que eu no esperava. Ele sussurrou algo que eu no consegui ouvir. Um crculo azul claro surgiu no cho, embaixo dele, e seus floretes comearam a brilhar. Seus olhos ficaram brilhantes. Frkrace simplesmente desviou minhas balas com seus floretes, se movendo mais rpido do que dois tiros simultneos de Desert Eagle. Eu no acreditei no que meus olhos estavam vendo.- C-como? Perguntei incrdula.- Magia de controle de velocidade. Desculpa, mas uma garota inexperiente como voc vai demorar uns trs anos ainda para tentar usar alguma magia como essa. Sua hora chegou Donzela! Gritou ele, insano.Frkrace avanou. Atirei vrias vezes, e ele desviou todos os tiros, at que minhas balas acabaram. Eu no ia ter tempo para invocar novos cartuchos. At que ele me alcanou, e preparou os floretes.Dor. Frkrace me perfurou umas cinco vezes no torso, e me derrubou com a guarda de sua espada. Minha vista estava turva. Eu no conseguia entender muito bem o que estava acontecendo.- Morra! Ouvi um eco gritando. Vi de alguma forma um de seus floretes se aproximando na direo do meu corao. Fechei os olhos. Era agora que eu morreria. Ou pelo menos, desapareceria do mundo de Redigian. Nunca mais veria Skyser, Snowden, Phollare... Nunca mais veria o prprio Frkrace... Nunca mais veria Nanhart.Um vento muito forte, seguido de uma luz roxa, ativou um pouco meus sentidos. Abri os olhos, e vi uma cala jeans, e All Stars pretos. Levantei minha cabea, e notei que Nanhart estava me defendendo. Como? Havia um tipo de crculo mgico roxo entre o florete de Frkrace e ele, parando o ataque.Frkrace ficou boquiaberto.- Nanhart! Porque voc est protegendo ela? Esbravejou Frkrace.- meu dever, como comandante dela... e como amigo dela! Disse Nanhart.- Nanhart, voc esteve sempre ao meu lado... Vai me trair para defender uma garota que voc mal conhece? Disse Frkrace, com dio em sua voz.- voc quem est nos traindo, Frkrace. E eu a conheo melhor do que voc pensa. Disse Nanhart.- Certo. Se for isso que voc quer... Se for isso que vocs todos querem, o que vo ter. Eu vou me juntar ao Ageon. Tenho certeza de que ele vai notar a minha fora melhor do que vocs fingem que notam. Disse Frkrace, se virando.Meus sentidos comearam mais uma vez a vacilar. Olhei para baixo: estava perdendo muito sangue.Skyser gritava meu nome. Phollare chorava. At Snowden estava com certo desespero em sua face normalmente impassvel. Nanhart tentava me socorrer.Tudo ficou escuro.- Parece que voc est aproveitando muito bem sua estadia em Redigian, Mizugami Asuka. Disse aquela conhecida voz sombria, na profunda escurido.- Ageon... Murmurei com dio.- Ouvi dizer que voc virou Vice Comandante da Guarda Real de Beginning City. Deve ser uma honra... Apesar de que uma garota inexperiente como voc no poderia ter uma posio como essa sem um empurrozinho. Disse ele, com voz de deboche.- Empurrozinho? No quer me dizer que foi voc... Murmurei incrdula.- Eu? Do que voc t falando? Disse ele, com voz irnica.- Voc no pode. O Sistema absoluto! No tem como voc controlar ele ou algo assim! Gritei.- Quem criou o Sistema fomos ns, humanos. Nada mais justo do que um humano poder controla-lo. Concorda? Disse ele, rindo.- Ageon, eu no vou te perdoar. Eu realmente no vou te perdoar. Disse eu, sentindo a maior fria que j havia sentido at aquele dia.- bom que no me perdoe. Eu quero seu dio. Quero sua raiva. Quero ver sua vida sendo um inferno, Asuka! Gritou ele.Encontrei-me olhando para o teto de concreto da minha casa verdadeira, no mundo verdadeiro. Olhei para o relgio: 4:07.Fiquei pensando no que havia acontecido. Quando percebi, tinha adormecido de novo.Dessa vez, eu no acordei na minha cama rosa. Eu no acordei em Redigian. Eu simplesmente tive um sonho normal, de uma garota normal.Barulhos de tiro e vozes gritando. Acordei e desliguei meu despertador. Os barulhos pararam.Levantei-me. Como sempre, minha irm e minha me estavam dormindo. Vi que Aika tinha preparado o caf da manh para mim. Eu no estava com apetite. Escovei os dentes e fui para a escola, meio que cambaleando. Eu estava triste.At que no meio do caminho, recebi uma ligao que me deixou ainda mais triste do que o que eu estava.Era o Akihito. Ele estava desesperado. Eu ouvia barulhos de sirenes no fundo.- Asuka... A Aoi... Sua amiga... Ela... E-ela... Ela foi baleada! Gritou ele.Ao ouvir aquilo, eu perdi as foras e cai de joelhos no cho.- Onde voc est? Perguntei a ele, quase sem foras.- No momento eu t dentro da ambulncia, acompanhando ela! Vai para o Hospital Geral! Gritou ele.O Hospital no era to longe de onde eu estava. Corri. A vida de Aoi estava em apuros.Chegando ao hospital, me identifiquei aos gritos, dizendo que precisava ver minha amiga. Disseram-me para ir ao quarto nmero 06. Corri. Subi as escadas correndo, ignorando os gritos da recepcionista.Akihito estava parado na frente do quarto, apoiado nas paredes e olhando para o cho, com um olho roxo. Um mdico falava com ele.- Voc que a Asuka? Perguntou o mdico.- Sim, sou eu. Cad a Aoi?Perguntei desesperada.- Est no quarto. Est sofrendo um ato cirrgico. Tudo o que voc pode fazer agora esperar. Disse ele, com um rosto srio.Apoiei-me na parede ao lado de Akihito.- Akihito, obrigado por me avisar. Disse eu, agradecendo.Porm, Akihito no me respondeu. Ele s falava uma coisa, repetidamente.- Aquele maldito... Aquele maldito... Aquele maldito... Ele murmurava.Notei que ele estava segurando um papel, erguendo o para mim. Peguei o papel.Espero que goste do presentinho- Doutor, s para confirmar, o que exatamente aconteceu com a Aoi? Perguntei, com dio.- Ela levou trs tiros na rea da bacia. Eu queria evitar dizer, mas as chances de sua amiga perder os movimentos das pernas so enormes. A cirurgia que estamos fazendo para salvar os movimentos do resto do corpo dela.- Doutor, que arma disparou os tiros? Perguntei, com mais dio ainda.- Pelo que me disseram, foi uma AK 47. Disse ele, srio.Meu corpo amoleceu. Lembrei-me do que ouvira algumas horas atrs. Quero ver sua vida sendo um inferno, Asuka!S o que se ouvia era a voz abafada de Akihito.- Aquele maldito... Aquele maldito... Dizia ele.

Sexto Captulo Confuses

- Yuto, o que voc quer dizer com Aquele maldito? Perguntei, desconfiada de algo que no poderia ser possvel.Fez-se um silencio momentneo. O mdico entrou na sala de cirurgia. Estvamos sozinhos no corredor.- Eu quero dizer exatamente isso. Foi um maldito que atirou na Aoi. Disse ele, olhando para baixo.- E desde quando voc conhece a Aoi to bem assim? Perguntei ainda desconfiada.- Como assim, conheo a Aoi bem? Perguntou ele, com cara de dvida.- Voc nunca tinha falado com ela at agora. At que do nada, voc j at parece ser intimo dele, por toda essa raiva no corao quanto ao tal maldito. Disse eu.- Que isso, Asuka? Cimes? Perguntou ele, com um sorriso nervoso.Bem eu queria que fosse.- Como que voc soube que a Aoi tinha sido baleada?Perguntei sria.- E-eu... Eu simplesmente a encontrei, cada no cho, com um homem fugindo correndo. Ignorei o cara e chamei a ambulncia! Gritou Akihito.- Porque voc gaguejou, e agora t gritando, Akihito? Perguntei no querendo acreditar no que eu mesma estava pensando.- Porque parece que voc est desconfiando de mim! Por isso! Gritou ele.Eu abri minha mochila, que estava apoiada na parede desde que eu cheguei frente da porta da sala de cirurgias. Tirei um papel de l de dentro. Era a autorizao de Akihito para entrar para o conselho de classe, que ele havia me entregado no dia anterior. Esse dia anterior, que parecia que havia passado faz sculos.Peguei o papel que estava com Akihito, e juntei com sua autorizao. Meu maior medo se cumpriu.- Explica isso agora, Akihito. Ou melhor, Ageon. Disse eu, mostrando os dois papis, e comparando as letras. Eram idnticas.Desespero puro perpassou o rosto de Hikari Akihito.- VOC ENDOIDOU DE VEZ? VOC ACHA QUE EU CONSEGUIRIA SER ALGUM MALIGNO COMO O AGEON? Gritou Akihito, completamente desesperado.Foi o ponto final.- Voc acabou de assinar sua sentena, Akihito. Se voc sabe quem o Ageon, quer dizer que voc sabe de Redigian. E s existem dois humanos em Redigian: eu e o Ageon. Porque no se entrega logo? PORQUE VOC QUER TANTO ME FAZER SOFRER? O QUE QUE A AOI FEZ PRA VOC? ME RESPONDE!!!!! Gritei, sacudindo Akihito, completamente desesperada.Minhas pernas amoleceram de vez, e eu ca ajoelhada, chorando. Olhei para o alto e vi apenas o rosto triste de Akihito, me encarando.- Asuka, me desculpe. Eu juro que eu no sou Ageon. Disse ele.Assim, Hikari Akihito correu pelo corredor, desceu as escadas e saiu do hospital. Eu estava acabada.Fiquei daquele jeito por o que me pareceram horas. Vrios mdicos saram da sala, at que o mesmo mdico que havia falado comigo saiu do consultrio. Eu levantei.- Asuka... Temos que te dizer a situao da sua amiga: Ela perdeu o movimento das pernas. Conseguimos salvar o movimento do resto do corpo por pouco. Pode ser que com alguns anos de fisioterapia ela consiga voltar a andar. Mas um procedimento difcil, que requer uma verdadeira fora de vontade. Disse ele, tentando ter o mximo de gentileza possvel.Eu amoleci de novo. Porm, dessa vez no cai. Tinha que me manter forte, para passar a fora de vontade que a Aoi precisava. Apoiei-me na parede.- Doutor... Posso ver a Aoi? Perguntei com uma voz baixa, porque a voz alta no queria sair.- Ela est se recuperando, mas eu estou certo de que ela iria querer te ver. Disse ele, abrindo a porta para mim.Eu entrei no quarto. Minha melhor amiga estava em um cochilo leve. Sentei-me na cadeira que estava ao lado da cama, e fiquei observando. Lembrei-me de como ela pulava de alegria a me ver chegando depois dela... E como ela no poderia mais pular de alegria por motivo nenhum. Lembrei-me de que um de seus hobbies favoritos era tocar seu saxofone, quase maior que ela, no intervalo... E lembrei-me de que isso seria quase impossvel de ser feito. Comecei a chorar.- No chora Asuka... Disse Aoi, me assustando.- A-Aoi?! Desde quando voc t acordada? Falei, enxugando as lgrimas.- Faz pouco tempo. Disse ela, com um sorriso.Um silncio se fez por alguns momentos.- estranho... No sentir as pernas. Disse ela.Eu no aguentei e recomecei a chorar, me apoiando no colo de Aoi.- realmente estranho. No consigo sentir o peso de voc chorando em cima das minhas pernas... No consigo sentir seu calor... Disse ela, comeando a chorar junto comigo.Ficamos chorando por um tempo que pareceu interminvel. At que Aoi respirou fundo, limpou as lgrimas e colocou as mos na cintura, como quem est se preparando para algo.- Bom, agora a hora de lutar, certo? Os mdicos me disseram que eu posso recuperar os movimentos se eu fizer fisioterapia. Disse ela, sorrindo.- Aoi... Voc realmente forte. Disse eu, enxugando as lgrimas novamente.- Na realidade no. Eu s finjo ser. Se eu no fingir, eu acho que eu empaco em algum canto e no fao mais nada. assim que eu sigo em frente sempre. Disse ela, olhando para baixo.Fez-se um silncio pesado.- Agora basta saber quem o cara que atirou em mim. Disse ela, com olhar nervoso.- O cara que atirou em voc? Perguntei eu.- Sim, o cara que atirou em mim. Disse ela.- Mas no foi o Akihito? Perguntei.- No. Disse ela, com cara confusa.- Aoi, explica isso direito. Disse eu.- Certo. Tudo desde o incio. Eu estava indo para a escola, e no meio do caminho vi o Akihito correndo com uma caixinha preta pequena, na minha direo. Ele estava sendo perseguido por um homem alto e mascarado. Ao me ver, ele virou e enfrentou o homem. Parecia que queria me defender. Akihito disse Eu nunca vou deixar voc tocar um dedo nisso!. Acho que ele estava falando da caixa. O outro homem simplesmente puxou uma AK 47 das costas e mirou nele. Ele abriu os braos na minha frente. Virou para mim e disse para eu correr. Ele correu para cima do homem com a AK e pulou em cima dele, fazendo de certa forma o homem derrubar aquela arma enorme. O homem abaixou para pegar a arma, mas o Akihito a chutou. Os dois comearam a brigar com socos e chutes, at que o homem conseguiu mandar o Akihito para longe. Foi a que eu pensei que eu deveria ajudar. Eu peguei a caixinha preta e corri com ela. A o homem pegou a AK 47 do cho e mirou em mim. Akihito voltou a se enganchar com o homem em uma briga, e eu continuei correndo com a caixa, e resolvi abrir para ver o que era. Era um tipo de bottom dourado, com uma AK 47 desenhada nele... Era estranho. Foi a que o homem deu um soco no Akihito. O Akihito se agarrou na mscara, e desmascarou o homem. Foi a que ele mirou a arma para mim e atirou. Disse ela, respirando fortemente ao terminar.- Akihito, me desculpa... E voc chegou a ver como era o homem? Perguntei, notando o erro que eu havia cometido.- S percebi que ele era ruivo. Ah, e tambm tinha olhos verdes claros. Eram iguaizinhos ao da Aika-chan, agora que eu paro pra pensar. Disse ela, pensativa.Eu no entendia o que eu acabava de ouvir. S havia uma pessoa assim. Mas no fazia sentido. No tinha como ser.A nica pessoa que se encaixava na descrio de Aoi era meu pai, Mizugami Sadao.

Stimo Captulo Arma

Eu no via meu pai havia anos... Qual era o sentido disso? Ser que ele resolveu se vingar de mim porque eu no o procurei depois de todo esse tempo? No faria sentido tambm, afinal no tinha como ele saber que eu frequentava o mundo de Redigian. E outra... Ser que ele o Ageon? Qual seria o sentido do Ageon ser meu pai? Quem exatamente Mizugami Sadao, e porque ele nos abandonou?- Asuka? Voc t bem? Perguntou Aoi.- T-t... S t pensando em algumas coisas aqui... Disse eu, distrada.At que uma enfermeira entrou no quarto e me disse para sair, porque Aoi precisava de descanso. J que eu j estava completamente atrasada, eu fui para casa mesmo. Quem diria?! Minha primeira falta no ano...- Estou em casa! Anunciei, ao tirar meus sapatos para entrar.- Bem vinda, Onee-chan! Disse Aika, ao aparecer no corredor de entrada com um avental de cozinha.- Me t em casa? Perguntei.- Est sim. Disse ela, com um sorriso meio sem graa. Esse sorriso j dizia tudo.- Me deixa adivinhar: Ela t deitada no kotatsu sem fazer nada, enquanto voc faz toda a comida sozinha. Certo? Disse eu, conformada com a situao.- No briga com ela, tudo bem? Pediu ela, com um rosto de piedade.- Relaxa, hoje no. Eu tenho umas perguntinhas para fazer pra ela. Disse eu, enquanto entrava e encontrava a cena que eu acabei de descrever.L estava a minha me, no kotatsu (Pra quem no sabe, uma mesa japonesa com aquecedor e com cobertores. tima pra aquecer no inverno.), jogando tar. At hoje me impressiono como ela consegue se ocupar tanto com coisas to sem sentido.- Me, temos que conversar sobre uma coisa. Disse eu, com rosto srio.- Olha! Que raro a Azu-chan falar comigo! O que quer filha? Disse ela, parando de jogar para me ouvir, mostrando um rarssimo rosto atento.- Aika, acho melhor voc ir cozinhar! A comida pode queimar, toma cuidado! Disse eu, dispensando-a da conversa.Logo que eu fiz isso, minha me ficou com um olhar srio. Ela parecia at outra pessoa, completamente diferente da Mizugami Akemi que sempre ficava brincando com tudo e fazendo yoga pela casa.- Se voc tirou a Aika da conversa, tenho certeza que quer falar do seu pai. Acertei? Disse ela, sria.- Acertou em cheio. Disse eu, com um sorriso.- Sabia que essa hora ia chegar. Disse ela, com um ar de vidente, embaralhando as cartas de tar.- Me, me diga: porque o pai nos deixou? Porque ele abandonou a gente quando eu era to pequena, e a Aika nem tinha nascido? Perguntei, com um ar triste.- Foi tudo pelo trabalho. Pelo nosso trabalho. Disse ela, com um olhar de pesar.- Trabalho de vocs? Pode explicar isso direito, por favor? Perguntei curiosa.- Ns... Ns ramos cientistas... E ns criamos algo que no deveria ter sido criado por ns... Por nenhum de ns. Disse ela, escolhendo as palavras para me contar.- Voc no pode simplesmente falar tudo claramente? Disse eu, um pouco nervosa com a cautela.- Asuka... Eu no posso falar isso. Desculpe-me, mas no posso... E-eu... No devia ter feito nada disso... Eu imploro, me perdoa... Isso foi um erro... Foi tudo um erro... Disse ela, comeando a chorar e suplicar para mim.Eu no entendia nada.- Me... Desculpe-me por ter tocado nesse assunto. S quero que me responda mais uma coisa. S uma. Disse eu, tentando no faz-la chorar ainda mais.- O que , filha? Disse ela, entre soluos.- Onde que eu posso achar o meu pai? Disse eu, sria.- Desculpa filha... Mas eu no sei. Eu realmente no sei. Disse ela, ainda chorando.- Tudo bem. Limpa as lgrimas me, se no a Aika vai ficar preocupada. Disse eu, passando a mo nos cabelos da minha me.Minha raiva pelo meu pai s estava se acumulando. Parecia que tudo em que ele estava envolvido acabava em tristeza e dor. S de ver minha me daquele jeito, meu dio aflorou.- Aika, vem aqui e senta. Disse eu, chamando-a para a sala.- Que , Onee-chan?Perguntou ela depois de sentar.- A... A Aoi... Ela perdeu os movimentos da perna. Disse eu, olhando para baixo.- O QU? PORQUE NO DISSE ANTES? Gritou minha me, desesperada.- Eu... Eu tinha que saber aquilo antes, me. Disse eu, com pesar.- Como ela perdeu os movimentos? Disse Aika, com lgrimas nos olhos.- Ela levou um tiro. Quero dizer, trs tiros. Disse eu, com raiva.- E quem que foi que atirou nela? Perguntou Aika, com raiva no olhar.- Mizugami Sadao, nosso pai. Disse eu.Aika ficou boquiaberta. Minha me ficou mais plida do que j estava.- C-como assim, o Sadao atirou na Aoi-chan? Perguntou minha me, plida.- Exatamente. Ele deu trs tiros nela com uma AK 47, em plena luz do dia... Tudo... Tudo porque ela tentou ajudar o Akihito... E o Akihito tentou proteger ela... Disse eu, desatando a chorar.Minha me se levantou e passou a mo em meus cabelos, exatamente como eu havia feito com ela.- Asuka... Vai pro seu quarto e tenta cochilar um pouco. isso que voc t precisando. Disse ela, me empurrando gentilmente para o meu quarto.Apesar de todas as preocupaes e dores, eu cochilei at que bem rpido. Parecia que tudo o que eu precisava era de dormir. Dormir muito, sem me preocupar com ranking de Battlefield e nada do gnero.Porm, algo me deixou preocupada ainda assim.Abri os olhos e me vi encarando um teto rosa.Fiquei parada por um momento, olhando para aquele teto que j me era incrivelmente familiar. Fiquei examinando as sensaes daquele mundo. Era como se o ar fosse mais puro, e melhor de respirar. Minha viso era mais aguada. Era incrvel como aquele mundo era de certa forma, melhor do que a Terra. Mas porque ser que eu sempre sentia vontade de voltar para casa quando estava em Redigian? A nica resposta que eu sinto a falta de meus entes queridos. Apesar de que eu j havia arranjado entes queridos nesse mundo tambm.- Luthelly! Pensei que voc tinha realmente morrido! Gritou uma voz masculina que eu j conhecia muito bem.- Morrido? Perguntei em voz alta. S a eu me lembrei de tudo o que tinha acontecido. Um pesar enorme caiu em cima de mim.- Na realidade, eu sabia que voc no tinha morrido. Os corpos mortos em Redigian desaparecem em menos de um dia. Disse Nanhart, ao sentar na cama ao meu lado. Ele estava usando a armadura de sempre.Passei a mo em meus ferimentos e notei que j estavam fechados. S sobrava um, no meio do meu peito. Ele estava coberto com curativos muito bem feitos. Parece que haviam cuidado bem de mim.- E ento, Nanhart... Porque que voc est na minha casa? Perguntei, com um sorriso brincalho no rosto.- U, por que... Porque eu tenho que verificar a sade da minha subordinada! Disse ele, vermelho.- Ser que o todo poderoso Comandante da Guarda Real de Redigian estava preocupado com uma garota que conhece faz bem menos de uma semana? Perguntei eu, com o mesmo sorriso brincalho. Nanhart respirou fundo e sorriu.- Sim. Eu estava preocupado com voc. Disse ele, sorrindo sinceramente.Dessa vez, quem corou fui eu.- Porque q-que voc tem que ser assim? Perguntei vermelha.- Assim como? Disse ele, ainda sorrindo.- Assim! s vezes tmido, s vezes fica mais gal que o prprio Tuxedo Mask em Sailor Moon! Gritei.- No pode ser! No acredito que uma garota toda viciada em tiros como voc assista Sailor Moon! Disse ele, rindo.- E-eu... Eu ainda sou uma garota, sabia? Disse eu, corando. O meu lado garota que gosta de tiros caiu em um precipcio, enquanto meu lado garotinha que gosta de coisas fofas se ergueu vitorioso.- Certo... E a, como esto seus ferimentos? Perguntou Nanhart, olhando com rosto preocupado.- Eu nem sinto eles. Quem que me tratou assim? Perguntei curiosa.- A Snowden usou magia de cura, enquanto eu preparava os curativos. Disse Nanhart.Nanhart preparou os curativos. Eu tinha um curativo no peito. O que quer dizer...- NANHART! VOC... COMO QUE VOC COLOCOU ESSE CURATIVO NO MEU PEITO? Gritei com vergonha.- Relaxa! Sabia que voc ia ter essa reao. Esse curativo foi a Sky que colocou. Disse ele, sorrindo.- timo. Disse eu cruzando os braos.- Se eu fosse voc, no falaria timo com tanta convico. A Sky ficou toda animadinha quando soube que iria mexer no seu corpo. MWAHAHAHA! Hora de deflorar o corpo da nossa cara Luthelly!. Foi o que ela disse. Qualquer coisa, voc atira nela. Disse Nanhart, fazendo uma imitao impressionantemente parecida com a voz de Skyser.Apalpei meu corpo. No parecia ter nada de errado.- timo. J que seus ferimentos j curaram, hora de fazer seu papel de Vice Comandante da Guarda Real de Redigian, certo? Disse Nanhart, com os braos cruzados.- No acredito que vocs realmente vo continuar com essa besteira de me colocar no posto do Frkrace! Disse eu, realmente transtornada.- Mesmo que no fossemos colocar, Frkrace agora um fugitivo. Nosso inimigo. E voc foi eleita para tomar o lugar dele pelo prprio Sistema. Disse Nanhart.- No. Isso tudo uma armao do Ageon. Disse eu com dio.- Como assim, uma armao do Ageon? Perguntou Nanhart.- Ageon tem controle sobre O Sistema. Disse eu.- Como assim? Como que voc sabe disso? Perguntou ele, srio. verdade. Eu no tinha dito para ele que eu me encontrava com Ageon todas as vezes que eu saia de Redigian.- E-eu... Intuio. Disse eu, desviando o olhar. Eu no queria falar para o Nanhart sobre isso. Eu no queria preocupar ele, e nem fazer com que toda a Guarda Real saiba que eu tenho uma ligao secreta com Ageon.- Ah, tenho que te dizer uma coisa. Ontem voc passou um dia inteiro, desacordada. Nesse tempo, Ageon apareceu. Disse ele, com rosto de preocupao.- Srio? E o que ele fez? Perguntei curiosa e preocupada ao mesmo tempo.- Ele surgiu do nada em cima dO Portal. Parecia que queria que todos o vissem. Ento, disse com uma voz estrondosa: Entreguem isso para o Humano da Profecia! Quero tambm que ele saiba de tudo sobre sua misso. Faam isso, ou juro que destruirei essa cidade como destruir a outra metade desse mundo!. Ento, ele jogou outro pedao da Profecia. Um que ns no conhecamos. Disse Nanhart, com um rosto srio.- Entendo. E porque que ele quer que eu saiba da Profecia? Parece que ele quer realmente que eu ganhe dele... estranho demais isso. Disse eu desconfiada.- Tambm no fao ideia, mas acho melhor fazer o que ele est dizendo. Nem tanto por ele destruir a cidade, mas sim porque voc realmente tem que saber o que est acontecendo. Se vista com sua armadura, porque hoje vamos ter trabalho. Disse ele, com seu ar de superior que eventualmente aparecia.Nanhart saiu do quarto. Apertei o boto do quadro vazio para tirar meu pijama, e depois apertei o boto do quadro com a armadura. Vi-me vestida com minha armadura negra leve. Era um peso muito familiar. Dava-me confiana e vontade de lutar. E foi assim, convicta, que eu acompanhei Nanhart at a Fortaleza da Guarda Real, para assumir as funes do meu novo posto.Chegando l, encontramos com nossos amigos: Skyser, Snowden e Phollare. Senti algo estranho ao no ver o alto e rebuscado Frkrace junto deles. Olhei para Nanhart, e em seu rosto notei que ele estava sentindo o mesmo sentimento que eu. Era um tipo de dor... Uma dor silenciosa, que corri o corao aos poucos. A dor de perder um ente querido.- Vice Comandante! Disse Skyser, batendo continncia com um sorriso no rosto.- Skyser... Deixa disso e me cumprimenta com o abrao voador de sempre. Disse eu, sentindo falta das antigas boas-vindas.- Claro que no! Diga Vice Comandante: posso te servir com algo? Ch? gua? Caf? Disse ela.- Ah, quer saber? Nanhart, qual a posio dela na Guarda Real? Perguntei.- A Sky? Ela General de Batalha. Disse ele.- General de Batalha Skyser, ordeno que traga para mim um copo de Royal Milk Tea. Com muito acar, por favor. Disse eu.- T, j pode parar com isso, Luthelly. Disse ela, com um sorriso sem graa.- No. Voc comeou, agora termina. Vai buscar meu ch. Disse eu, sorrindo.- Eu no sei se vou conseguir te obedecer assim! Disse ela, emburrada.- Voc sabe que se no obedecer ela pode te punir, n? Disse Phollare, saindo de trs de Skyser.- Luthelly, eu posso te ajudar a escolher a punio, se quiser. Disse Snowden, com um rosto que no dava para decidir se estava impassvel ou psicoptico.- T bom, t bom. S no se esquea de que eu sou uma maga exemplar. Disse Skyser, fazendo surgir do nada o ch que eu pedi.Nanhart e eu batemos palmas ao mesmo tempo. Eu bebi o ch. Estava realmente delicioso.- Tudo bem. Agora vamos para o que importa? Disse Nanhart, interrompendo as brincadeiras como sempre.- Ok. hoje que voc vai mostrar a profecia para ela, n? Disse Skyser, finalmente sria.- Exato. Voc trouxe? Perguntou Nanhart.- Sim. Respondeu ela, fazendo surgir do nada um pedao de pergaminho, enrolado e com um selo prendendo.- E a outra parte? Perguntou ele.- Est comigo. Disse Phollare, tirando outro pedao de pergaminho muito parecido, enrolado e selado do mesmo jeito.Assim, Skyser e Phollare estenderam os pergaminhos, e eles voaram na minha frente. - Volupat! -- Disse Nanhart, estendendo o brao. Um brilho azul saiu do incio do seu brao, se estendeu at seus dedos e atingiu os pergaminhos. Os selos que os prendiam simplesmente se dissolveram.O Comandante da Guarda Real de Redigian estendeu um dos pergaminhos para mim.- Esse o primeiro. Leia. Disse ele, srio.E o pergaminho dizia:A Ameaa vir, destruindo metade de tudo que conhecemos. Uma escurido surgir na mente de todos os habitantes de Redigian. E quando a escurido tomar conta, somente o Humano Escolhido poder trazer de volta a luz.- S isso? Perguntei.- Achvamos que sim, at Ageon aparecer com isso.E somente o Projtil Dourado ter o poder de fazer o brilho do dia voltar ao corao de todos, e derrotar de vez o mal.- O que isso quer dizer? Perguntei, desconfiada de que j sabia o que queria dizer.- Quer dizer que certeza de que voc a Humana Escolhida. S voc usa armas de fogo alm dele. E pelo jeito, precisamos de projteis de armas de fogo. Pra ser mais exato, O Projtil Dourado. Disse ele, srio.- E o que esse tal de Projtil Dourado? Perguntei.- uma arma lendria. Na realidade, como se fosse uma bala de arma que muda de forma, servindo em qualquer tipo de arma de fogo. Apesar de que ningum em Redigian tem arma de fogo, muitos j foram atrs dele s pela sua raridade e valor. Nenhum desses que foram voltaram. Voc sabe o que isso quer dizer, n? Disse ele.- Sim, sei. Disse eu.- timo. Vocs tambm vo, imagino. Disse Nanhart, olhando para os outros.- Claro. Disse Snowden, impassvel como sempre.- Nunca deixaramos vocs se arriscarem sozinhos! Disse Phollare, sorrindo.- Exatamente! Alm disso, eu nunca descansaria em paz se soubesse que vocs estariam dando conta de toda a diverso! Disse Skyser, com as mos na cintura.- Perfeito. Vocs sabem que a chance de isso tudo ser uma emboscada de Ageon grande, n? Perguntou Nanhart.- Sabemos sim. E exatamente por isso que vamos junto. Disse Snowden.- E j viemos preparados! Disse Phollare, tirando vrias poes e curativos de um tipo de bolsa pendurada em seu brao esquerdo.- Magnfico! hora de mostrar do que a Guarda Real de Redigian feita! Gritou Skyser, esticando o brao.- Ningum vai ter poder o suficiente para ficar no nosso caminho. Disse Snowden, colocando sua mo em cima da de Skyser.- Um por todos, todos por um! Disse Phollare, sorrindo.- E que venha Frkrace! E que venha Ageon! Nenhum deles vai conseguir nos derrotar! Disse Nanhart, colocando a mo em cima da de Phollare.Todos eles olharam para mim.- Isso mesmo. Com ns cinco juntos, cooperando uns com os outros, no tem pra ningum. Somos o grupo de RPG perfeito! Disse eu, sorrindo e colocando a mo em cima da de Nanhart.Todos gritaram e levantaram as mos ao mesmo tempo.E foi assim que comeou nossa busca pelo Projtil Dourado, a arma que derrotaria Ageon, e acabaria com todo o terror que assolava Redigian. Clich, no ? Tambm acho.

Oitavo Captulo Partida

- Certo. Esse o mapa de Redigian. Disse Nanhart, me mostrando um mapa desse mundo. Redigian era realmente enorme. Muito maior do que eu pensava.- Estamos aqui. Disse Phollare, apontando para uma cidade na extremidade sul do mapa.- E de acordo com o que dizem, o Projtil Dourado fica aqui, no Desfiladeiro de Luvreon. Disse Skyser, apontando para as montanhas da extremidade norte do