xxi encontro galego-portuguÊs de educadoras e educadores pela paz

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Artemisa Coimbra (2007) XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ Chaves 4, 5 e 6 de Maio 2007

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XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ. Chaves 4, 5 e 6 de Maio 2007. União de Mulheres Alternativa e Resposta. Oficina/Obradoiro. “As questões de género na aula”. Chaves 5 de Maio 2007. Salários inferiores aos dos homens (menos 22,4%) - PowerPoint PPT Presentation

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Artemisa Coimbra (2007)

XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DEEDUCADORAS E EDUCADORES

PELA PAZ

Chaves4, 5 e 6 de Maio

2007

Page 2: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

“As questões de género na aula”

Oficina/Obradoiro

Chaves5 de Maio

2007

União de Mulheres Alternativa e Resposta

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Artemisa Coimbra (2007)

Salários inferiores Salários inferiores aos dos homens aos dos homens (menos 22,4%)(menos 22,4%)

Áreas tradicional-Áreas tradicional-mente femininas:mente femininas:

educação: educação: 7272%%

saúde e serviçossaúde e serviços

sociais: sociais: 87,587,5%%

Especialistas das ProfissõesEspecialistas das Profissões

Intelectuais e Científicas: Intelectuais e Científicas: 5757% %

Técnicas e Profissionais deTécnicas e Profissionais de

Nível Intermédio: Nível Intermédio: 4141%%

Quadros Superiores daQuadros Superiores da

Administração Pública,Administração Pública,

Dirigentes e QuadrosDirigentes e Quadros

Superiores de Empresa: Superiores de Empresa: 32,832,8%%

As questões de género na aula

Fonte: INE

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Artemisa Coimbra (2007)

Governo (2005):Governo (2005):

11,311,3%% Assembleia da Assembleia da

República: República: 2121%% Partidos Políticos:Partidos Políticos:

PS: PS: 2929%%

PSD: PSD: 88%%

PCP: PCP: 2121%%

CDS-PP: CDS-PP: 88%%

BE: BE: 5050%%

Câmaras Municipais: Câmaras Municipais: 66%%

Governo RegionalGoverno Regional

Madeira: Madeira: 1111%%

Açores: Açores: 99%% Dirigentes SindicaisDirigentes Sindicais

CGTP: CGTP: 2121%%

UGT: UGT: 2222%% Parlamento Parlamento

Europeu(2004): Europeu(2004): 2525%%

As questões de género na aula

Fonte: INE / CIDM

Page 5: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

As mulheres foram silenciadasAs mulheres foram silenciadas

pela ideologia da igualdade depela ideologia da igualdade de

oportunidades.oportunidades.

Madeleine ArnotMadeleine Arnot

As questões de género na aula

Page 6: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Convenção para a Eliminação de todas as formasConvenção para a Eliminação de todas as formas

de Discriminação contra as Mulheres de Discriminação contra as Mulheres – Igualdade de– Igualdade de

oportunidades entre mulheres e homens emoportunidades entre mulheres e homens em

educação para a vida política, económica e socialeducação para a vida política, económica e social (1979)(1979) Recomendação 1281Recomendação 1281 – Igualdade entre os sexos no – Igualdade entre os sexos no

domínio da educação (1995)domínio da educação (1995) Resolução nº 85/C166/01Resolução nº 85/C166/01 –(...),Eliminação dos –(...),Eliminação dos

estereótipos, Partilha equilibrada das estereótipos, Partilha equilibrada das responsabilida-responsabilida-

des familiares e profissionais,(...) (1985) (des familiares e profissionais,(...) (1985) (PortugalPortugal não emitiu qualquer circularnão emitiu qualquer circular))      (Pinto, 2000)    (Pinto, 2000)   

As questões de género na aula

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Artemisa Coimbra (2007)

III Programa Comunitário de Acção para a Igualdade III Programa Comunitário de Acção para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens (1991-de Oportunidades entre Mulheres e Homens (1991-1995)1995) – Estratégia da – Estratégia da integração da perspectiva de integração da perspectiva de género (género (mainstreaming)mainstreaming)

IV Programa Comunitário de Acção para a Igualdade IV Programa Comunitário de Acção para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens (1996-de Oportunidades entre Mulheres e Homens (1996-2000)2000) – – Reforço da estratégia da integração da Reforço da estratégia da integração da perspectiva de géneroperspectiva de género ( (mainstreaming)mainstreaming), , Combate Combate aos estereótipos sexistasaos estereótipos sexistas

Comunicação da Comissão EuropeiaComunicação da Comissão Europeia – Educação e – Educação e Formação: Formação: especificação da adopção da estratégia especificação da adopção da estratégia de de mainstreamingmainstreaming (Fevereiro de 1996) (Fevereiro de 1996)

Programas Comunitários no âmbito da Educação e Programas Comunitários no âmbito da Educação e Formação: SÓCRATES, JEUNESSE POUR L’EUROPE e Formação: SÓCRATES, JEUNESSE POUR L’EUROPE e LEONARDO DA VINCILEONARDO DA VINCI: Igualdade de oportunidades e : Igualdade de oportunidades e dimensão de génerodimensão de género entre as prioridades entre as prioridades (Pinto, (Pinto, 2000)2000)

As questões de género na aula

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Lei de Bases do Sistema EducativoLei de Bases do Sistema Educativoart.º 3º, alínea j):art.º 3º, alínea j):

““O sistema educativo organiza-se de O sistema educativo organiza-se de forma a assegurar a forma a assegurar a igualdade de igualdade de

oportunidadesoportunidades para ambos os sexospara ambos os sexos, , nomeadamente através de nomeadamente através de práticas de práticas de coeducaçãocoeducação e de orientação escolar e e de orientação escolar e

profissional, e sensibilizar, para o efeito, profissional, e sensibilizar, para o efeito, o conjunto dos intervenientes no o conjunto dos intervenientes no

processo educativo.”processo educativo.”

As questões de género na aula

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1º nível - 1º nível - Consignação da Igualdade de Consignação da Igualdade de Oportunidades em educação nas Leis Oportunidades em educação nas Leis Gerais Gerais (Constituições e Leis Gerais de (Constituições e Leis Gerais de Educação): verifica-se em todos os países Educação): verifica-se em todos os países da União Europeia; da União Europeia; em Portugal, mais em Portugal, mais especificamente, nos art.especificamente, nos art.os os 43º, 73º e 74º da 43º, 73º e 74º da Constituição da República Portuguesa e no Constituição da República Portuguesa e no artº 3º, alínea j) da Lei de Bases do Sistema artº 3º, alínea j) da Lei de Bases do Sistema EducativoEducativo

2º nível – 2º nível – Promoção da Igualdade de Promoção da Igualdade de Oportunidades em educação através de Oportunidades em educação através de documentos legais mais explícitos - documentos legais mais explícitos - não se não se verifica em Portugal verifica em Portugal

As questões de género na aula

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3º nível – 3º nível – Política de Igualdade de Política de Igualdade de Oportunidades em educação mais Oportunidades em educação mais consistente através de medidas de consistente através de medidas de operacionalização mais sistemáticasoperacionalização mais sistemáticas: : não se verifica em Portugalnão se verifica em Portugal

Acções sectoriais: Acções sectoriais: Implicação directa Implicação directa dos Ministérios da Educação na dos Ministérios da Educação na implementação da igualdade de implementação da igualdade de oportunidades entre mulheres e oportunidades entre mulheres e homenshomens: : não se verifica em Portugalnão se verifica em Portugal

As questões de género na aula

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As questões de género na aula

SUCESSO

REALIZAÇÃO PESSOAL

CIDADANIA PLENA

Araújo e Henriques, 2000

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Educação para a igualdade entre Educação para a igualdade entre os sexosos sexos

LINGUAGEMLINGUAGEM

CORPOCORPO

ESTRUTURA CURRICULARESTRUTURA CURRICULAR

FORMAÇÃO DE DOCENTESFORMAÇÃO DE DOCENTES

As questões de género na aula

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LINGUAGEMLINGUAGEM O homemO homem O alunoO aluno O professorO professor O cidadãoO cidadão O trabalhadorO trabalhador Os paisOs pais

As questões de género na aula

o masculino

como universal

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SEXISMO NA LINGUAGEMSEXISMO NA LINGUAGEM

Mecanismos linguísticosMecanismos linguísticos: conotações : conotações derrogativas do feminino, usos do derrogativas do feminino, usos do masculino genérico, silenciamento, por masculino genérico, silenciamento, por padrões sintácticos, de agentes e padrões sintácticos, de agentes e participantesparticipantes

Atitudes e práticas linguísticas negativasAtitudes e práticas linguísticas negativas, , inclusivamente nas próprias gramáticasinclusivamente nas próprias gramáticas

Palavras de flexão masculina ou femininaPalavras de flexão masculina ou feminina: : as as palavras masculinaspalavras masculinas associam-se a associam-se a significados activos, dominantes e significados activos, dominantes e produtivos; as produtivos; as palavras femininaspalavras femininas associam- associam-se a traços passivos, receptivos e menoresse a traços passivos, receptivos e menores

As questões de género na aula

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Falso neutroFalso neutro: utilização do “masculino : utilização do “masculino genérico” como norma e do feminino como genérico” como norma e do feminino como excepção.excepção.

O universo de referência masculino é sempreO universo de referência masculino é sempre

““sexuado à partida”, porque “trata-se sempresexuado à partida”, porque “trata-se sempre

da cultura do homem, ou dos homens, dada cultura do homem, ou dos homens, da

ciência do homem, dos valores eternos dociência do homem, dos valores eternos do

homem, etc., etc.” (Barreno, 1985)homem, etc., etc.” (Barreno, 1985)

As questões de género na aula

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As questões de género na aula

A invisibilidade do A invisibilidade do femininofeminino

A interiorização dos A interiorização dos valores expressos no valores expressos no uso tradicional da uso tradicional da linguagemlinguagem

O acesso das O acesso das mulheres ao uso mulheres ao uso público da linguagempúblico da linguagem

Questões derivadas da relação entre o Questões derivadas da relação entre o uso da linguagem e o sexismouso da linguagem e o sexismo

As mulheres na pré-história; as As mulheres na pré-história; as mulheres e a ciência; a mulheres e a ciência; a inteligência das mulheres; as inteligência das mulheres; as escritoras portuguesas; as escritoras portuguesas; as investigadoras portuguesas...investigadoras portuguesas...

Trabalha como um homem;Trabalha como um homem;portou-se como um homem;portou-se como um homem;maria-rapaz; conversa demaria-rapaz; conversa demulheres,...mulheres,...

O valor das mulheres; o O valor das mulheres; o carácter das mulheres; as carácter das mulheres; as capacidades das mulheres – o capacidades das mulheres – o femininofeminino

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Artemisa Coimbra (2007)

““O homem reduziu a mulher a ser O homem reduziu a mulher a ser nada. Um nada não fala. É, pois, o nada. Um nada não fala. É, pois, o homem que fala sobre a mulher, pela homem que fala sobre a mulher, pela mulher.”mulher.”

Claude AlzonClaude Alzon

As questões de género na aula

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SEXOSEXO – – característica biológicacaracterística biológica que diferencia o que diferencia o macho da fêmea para a reprodução. É a referência à macho da fêmea para a reprodução. É a referência à determinação biológica de cada indivíduo que determinação biológica de cada indivíduo que implica características cromossómicas, hormonais e implica características cromossómicas, hormonais e morfológicas.morfológicas.

GÉNEROGÉNERO – conjunto de – conjunto de normas sociaisnormas sociais diferenciadas diferenciadas para cada sexo, elaboradas, portanto, pela para cada sexo, elaboradas, portanto, pela sociedade e impostas aos indivíduos, desde que sociedade e impostas aos indivíduos, desde que nascem, como modelos de identificação.nascem, como modelos de identificação.

O género depende de O género depende de costumes e normas sociais, costumes e normas sociais, estatutos e meios culturais, funções desempenhadas estatutos e meios culturais, funções desempenhadas em relação em relação à divisão do trabalho, expectativas à divisão do trabalho, expectativas individuais, familiares e sociais.individuais, familiares e sociais.

As questões de género na aula

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ESTEREOTIPIAESTEREOTIPIA – processo pelo qual – processo pelo qual os indivíduos assumem e interiorizam os indivíduos assumem e interiorizam os os modelos sexistasmodelos sexistas, ou seja, o que , ou seja, o que o o socialsocial diz ser próprio do masculino e diz ser próprio do masculino e do feminino.do feminino.

Exemplos:Exemplos:

Os homens são fortes, corajosos e Os homens são fortes, corajosos e inteligentesinteligentes..

As mulheres são frágeis, sensíveis, As mulheres são frágeis, sensíveis, meigas e belas.meigas e belas.

As questões de género na aula

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As questões de género na aula

ESTEREÓTIPOS DEESTEREÓTIPOS DEGÉNEROGÉNERO

Conjunto de crenças estruturadas Conjunto de crenças estruturadas acerca dos acerca dos comportamentos e comportamentos e característicascaracterísticas particularesparticulares do do

homem e da mulherhomem e da mulher

ESTEREÓTIPOS DEESTEREÓTIPOS DEPAPÉIS DE PAPÉIS DE GÉNEROGÉNERO

ESTEREÓTIPOS DEESTEREÓTIPOS DETRAÇOS DE TRAÇOS DE

GÉNEROGÉNERO

Crenças solidamente Crenças solidamente partilhadas sobre as partilhadas sobre as actividadesactividades apropriadas apropriadas a homens e a mulheresa homens e a mulheres

Características Características psicológicaspsicológicas que se que se atribuem a homens e a atribuem a homens e a mulheresmulheres

O QUE OS O QUE OS HOMENS E AS HOMENS E AS

MULHERES MULHERES DEVEM FAZERDEVEM FAZER

O QUE OS O QUE OS HOMENS E AS HOMENS E AS

MULHERES MULHERES DEVEM SERDEVEM SER

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As questões de género na aula

MasculinosMasculinos Estabilidade emocionalEstabilidade emocional DinamismoDinamismo AgressividadeAgressividade Auto-afirmaçãoAuto-afirmação IndependênciaIndependência AfirmatividadeAfirmatividade DominânciaDominância InstrumentalidadeInstrumentalidade DominânciaDominância

FemininosFemininos Instabilidade emocionalInstabilidade emocional PassividadePassividade SubmissãoSubmissão Orientação inter-pessoalOrientação inter-pessoal SubmissãoSubmissão ExpressividadeExpressividade Orientação para os Orientação para os

outrosoutros ExpressividadeExpressividade SubmissãoSubmissão

ESTEREÓTIPOS DEESTEREÓTIPOS DEGÉNEROGÉNERO

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Artemisa Coimbra (2007)

As questões de género na aula

A forma como as pessoas pensam que homens e

mulheres diferem é mais importante do que a forma

como elas realmente diferem.

Deaux, 1984

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Estádios de desenvolvimento dos Estádios de desenvolvimento dos estereótipos de géneroestereótipos de género

Até aos 4 anosAté aos 4 anos – a criança aprende as – a criança aprende as características associadas a cada género;características associadas a cada género;

Dos 4 aos 6 anosDos 4 aos 6 anos - a criança desenvolve - a criança desenvolve associações mais complexas e indirectas da associações mais complexas e indirectas da informação que é relevante para o seu informação que é relevante para o seu próprio género;próprio género;

A partir dos 6 anosA partir dos 6 anos - a criança aprende as - a criança aprende as associações relevantes para o outro género.associações relevantes para o outro género.

Martin, Wood & Little (1990)Martin, Wood & Little (1990)

As questões de género na aula

Page 24: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

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CORPOCORPO

O corpo como mitoO corpo como mito

O corpo como subversãoO corpo como subversão

As questões de género na aula

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O corpo como mitoO corpo como mito o culto do corpoo culto do corpo a eterna juventudea eterna juventude o corpo como inimigoo corpo como inimigo o corpo como objecto de consumoo corpo como objecto de consumo afastamento de outras formas corporais de afastamento de outras formas corporais de

sentir: o tacto, o olfacto, o paladarsentir: o tacto, o olfacto, o paladar diferenciação corporal: aumento das zonasdiferenciação corporal: aumento das zonas

eróticas (peito e nádegas nas mulheres), eróticas (peito e nádegas nas mulheres), depilação corporal, maquilhagem, cabelo,...depilação corporal, maquilhagem, cabelo,...

As questões de género na aula

Page 26: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

O corpo como subversãoO corpo como subversão

dispor do próprio corpodispor do próprio corpo: o aborto, o : o aborto, o direito ao prazer, o amor livre, a direito ao prazer, o amor livre, a participação em modalidades participação em modalidades desportivas radicais,...desportivas radicais,...

oposição aos modelos vigentesoposição aos modelos vigentes: : culturas punk, gótica, rap, cabelo culturas punk, gótica, rap, cabelo comprido nos rapazes e curto ou rapado comprido nos rapazes e curto ou rapado nas raparigas, piercings, tatuagens,...nas raparigas, piercings, tatuagens,...

As questões de género na aula

Page 27: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

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A aula de Educação FísicaA aula de Educação Física As características corporais como As características corporais como

(des)qualificadores (des)qualificadores A identidade corporal de cada uma/umA identidade corporal de cada uma/um Capacidade morfológica ou motora:Capacidade morfológica ou motora:

fonte de reconhecimento e de fonte de reconhecimento e de afirmaçãoafirmação

versusversus insatisfação face a si própria/o, ao seu insatisfação face a si própria/o, ao seu

corpocorpo auto-exclusãoauto-exclusão

As questões de género na aula

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ESTRUTURA CURRICULARESTRUTURA CURRICULAR

Não permite responder aos desafios da Não permite responder aos desafios da vida vida

Atomização do saberAtomização do saber Grande sobrecarga disciplinarGrande sobrecarga disciplinar Extensa carga horária quotidianaExtensa carga horária quotidiana Desmedida extensão de todos os Desmedida extensão de todos os

programasprogramas

As questões de género na aula

Page 29: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

As questões de género na aula

Perspectiva da UMARPerspectiva da UMAR ((União de Mulheres Alternativa e

Resposta)

Temática da igualdade de Temática da igualdade de oportunidadesoportunidades

eetransversalidade das transversalidade das

questõesquestõessexo/género:sexo/género:

eixos fundamentaiseixos fundamentaisda qualidade da da qualidade da

co/educaçãoco/educação

Page 30: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Interiorização de modelosInteriorização de modelos

Órgãos de gestãoÓrgãos de gestão Professoras/es; Funcionárias/osProfessoras/es; Funcionárias/os Modelos pedagógicos Modelos pedagógicos Conteúdos disciplinaresConteúdos disciplinares Materiais pedagógicosMateriais pedagógicos Actividades de enriquecimento Actividades de enriquecimento

curricularcurricular Avisos e cartazes informativosAvisos e cartazes informativos

......

As questões de género na aula

Page 31: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Preparar para a vidaPreparar para a vida::

Atender às necessidades quotidianasAtender às necessidades quotidianas Saber cuidar das suas roupasSaber cuidar das suas roupas Poder tratar de uma criançaPoder tratar de uma criança Poder tratar de pessoas doentesPoder tratar de pessoas doentes Poder tratar de idosas/osPoder tratar de idosas/os

......

As questões de género na aula

Page 32: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Conteúdos disciplinares Conteúdos disciplinares

Disciplinas “assépticas”Disciplinas “assépticas” Ocultação dos aspectos da vida Ocultação dos aspectos da vida

considerados considerados privadosprivados Temas Temas neutrosneutros Nenhuma relevância dada às Nenhuma relevância dada às

mulheres e ao/s seu/s contributo/smulheres e ao/s seu/s contributo/s

As questões de género na aula

Page 33: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Manuais escolaresManuais escolares Exemplos protagonizados por indivíduos do Exemplos protagonizados por indivíduos do

sexo masculinosexo masculino Raparigas ou mulheres relacionadas com Raparigas ou mulheres relacionadas com

situações de fragilidade, de dependência, situações de fragilidade, de dependência, de vida privadade vida privada

Masculino e feminino no quadro dos Masculino e feminino no quadro dos padrões tradicionaispadrões tradicionais

Inexistência de imagens de mulheres a Inexistência de imagens de mulheres a exercer profissões não tradicionalmente exercer profissões não tradicionalmente femininas ou como cientistas, guerreiras, femininas ou como cientistas, guerreiras, políticas.políticas.

As questões de género na aula

Page 34: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

FORMAÇÃO DE DOCENTESFORMAÇÃO DE DOCENTES Os/as docentes têm um papel fundamentalOs/as docentes têm um papel fundamental a a

desempenhar para alcançar a igualdade de desempenhar para alcançar a igualdade de oportunidades em educação;oportunidades em educação;

Na Na formação inicial e contínua de professores/asformação inicial e contínua de professores/as, , existe a necessidade de promover uma maior existe a necessidade de promover uma maior consciência por parte destes/as últimos/as da consciência por parte destes/as últimos/as da igualdade de oportunidades em matéria de igualdade de oportunidades em matéria de educação, melhorando, simultaneamente, as suas educação, melhorando, simultaneamente, as suas capacidades para atingir esse objectivo;capacidades para atingir esse objectivo;

A A formação de formadores/as de professores/asformação de formadores/as de professores/as nos nos Estados-membros em matéria de questões Estados-membros em matéria de questões relacionadas com a igualdade de oportunidades no relacionadas com a igualdade de oportunidades no ensino deve constituir uma ensino deve constituir uma área prioritáriaárea prioritária, como , como forma de alcançar os melhores resultados com os forma de alcançar os melhores resultados com os recursos disponíveis.recursos disponíveis.

Conselho dos Ministros da Educação, 31 de Maio de 1990Conselho dos Ministros da Educação, 31 de Maio de 1990

As questões de género na aula

Page 35: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Parâmetros de intervençãoParâmetros de intervenção Consciencialização pessoal do Consciencialização pessoal do

problema;problema; Explicitação e debate em torno Explicitação e debate em torno

dele;dele; Definição clara de projectos de Definição clara de projectos de

intervenção;intervenção; Constituição de redes de Constituição de redes de

comunicação.comunicação.

As questões de género na aula

Page 36: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

As questões de género na aula As questões de género na aula Consciencializar-se do problemaConsciencializar-se do problema

ComoComo e e quandoquando surge o feminino surge o feminino

dentro das dentro das minhas aulas?minhas aulas?

Interacção nas turmas

Apresentação dos conteúdosComo se dirige aos

rapazes e às raparigas

O que é que critica de forma negativa nos rapazes e nas

raparigas

O que é que elogia nos alunos e nas

alunas

A quem faz mais perguntas

explicitamente

Que linguagem usa

Os exemplos que dá como fazem

aparecer as mulheres

De quantas mulheres

importantes fala na/s aula/s

Expectativas

O que é para si um bom aluno

e uma boa aluna

Como define um comportamento

correcto num rapaz e numa

raparigaPara si, que profissões podem ser

desempenhadas por homens

e mulheres

Page 37: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

“ “ Alguns professores pensam que só os rapazesAlguns professores pensam que só os rapazespodem conseguir empregos em certos sectores. podem conseguir empregos em certos sectores.

PorPorexemplo, no que diz respeito à matemática, só osexemplo, no que diz respeito à matemática, só osrapazes podem ter sucesso nas disciplinas derapazes podem ter sucesso nas disciplinas decarácter científico. Isto não é dito explicitamente,carácter científico. Isto não é dito explicitamente,mas subentende-se. O modo de avaliação dosmas subentende-se. O modo de avaliação dosalunos dá-nos sinais nesse sentido. Um trabalhoalunos dá-nos sinais nesse sentido. Um trabalhodesenvolvido da mesma forma por um rapaz e pordesenvolvido da mesma forma por um rapaz e poruma rapariga é avaliado de duas formas uma rapariga é avaliado de duas formas

diferentes.diferentes.O facto de um rapaz ter conseguido resolver umO facto de um rapaz ter conseguido resolver umproblema difícil não é factor de admiração para umproblema difícil não é factor de admiração para umprofessor, ao contrário do que acontece com umaprofessor, ao contrário do que acontece com umarapariga. Os professores julgam os homens maisrapariga. Os professores julgam os homens maisadequados às matérias científicas por terem umaadequados às matérias científicas por terem umatendência natural para essa área. Vivemos aindatendência natural para essa área. Vivemos aindauma concepção um pouco medieval: a de que auma concepção um pouco medieval: a de que amulher se deve dedicar ao estudo das letras.”mulher se deve dedicar ao estudo das letras.”

Testemunho de uma jovem italianaTestemunho de uma jovem italiana

As questões de género na aula As questões de género na aula

Page 38: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Explicitar/Debater/Projectar/DivulgarExplicitar/Debater/Projectar/Divulgar Falar da igualdade de oportunidades quer com as Falar da igualdade de oportunidades quer com as

turmas quer com as/os colegas docentes;turmas quer com as/os colegas docentes; Criar grupos de reflexão;Criar grupos de reflexão; Utilizar diversos recursos documentais, nacionais Utilizar diversos recursos documentais, nacionais

ou internacionais, para debater as questões de ou internacionais, para debater as questões de uma uma educação para a igualdade entre os sexoseducação para a igualdade entre os sexos;;

Ter em conta os Ter em conta os interessesinteresses das pessoas envolvidas, das pessoas envolvidas, a a culturacultura dos estabelecimentos de ensino e os dos estabelecimentos de ensino e os recursosrecursos disponíveis(educação das atitudes, disponíveis(educação das atitudes, organização do agrupamento, espaço da aula);organização do agrupamento, espaço da aula);

Criar Criar redesredes de professoras/es, de estabelecimentos de professoras/es, de estabelecimentos de ensino, para divulgação de experiências.de ensino, para divulgação de experiências.

As questões de género na aula

Page 39: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

CONSTRUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ E PARA A CIDADANIA PLENA

COEDUCAÇÃO

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES DIALÉCTICA ENTRE:

IDENTIDADE / DIFERENÇAMESMIDADE / ALTERIDADE

INTERNALIZAR A PERSPECTIVA DE

GÉNERO

As questões de género na aula

Page 40: XXI ENCONTRO GALEGO-PORTUGUÊS DE EDUCADORAS E EDUCADORES PELA PAZ

Artemisa Coimbra (2007)

Referências bibliográficasReferências bibliográficasAraújo, Helena C. e Henriques, Fernanda (2000), “Política para a Araújo, Helena C. e Henriques, Fernanda (2000), “Política para a

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As questões de género na aula

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Artemisa Coimbra (2007)

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