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X: M.° 53 ASSIGNATURAS Cõrtcef\Icth«roy Anno 128000 Si mestretigOOÜ NUMERO AVULSO 40 RS. RIO DE JANEIRO.Sabbado, 3 de Março de 1888 ANNO n Na secção de ánnuncios:—Cada espaço de linha 1U0 rs. IIKIIACÇÀO E ADMINISTRAÇÃO 32 Rna fle Gonçalves Dias 32 ASSIGNATURAS Províncias Anno lOgOOO Semestre 8J000 NUMERO AVULSO 40 RS. Na secção de conxmunicados: Cai Ia linha 160 rs. Propriedade do Dr. Antônio Zeferino Cândido TYPOGRAPHIA E ESCMPTORIO 32 Rua de &onçalyes Dias 32 BOLSA O cambio manteve-se hontem em 24 7/8 d., fazendo-se transucçòes sobre c/ filial a 25 il. Continuaram as seguintes luxas sobre as diversas praças estrangeiras : Londres....90 d/v 247/8 d. Parizideui. 382 o 383 Hamburgo.Idèm. 473 u 474 Portugal...3 d/v 216 n 217 Itáliaidem. 882 n :i8li Nova-York.idem. 1.190 O papel particular entrou uo mercado a 25 1/16 d. Café Continua frouxo o mercado. O stock hontem era do 163.(XX) sacoaso aexis- tohcia nas estradas de ferro ora do 3.970 atè o meio-dia. Tomos pois : Stock em 2 de Março.153,000 suecas Pedro II3.067 » Leopoldina-1'ortoNovo090 » Serraria219 li Existência 156,976 n Os preços tio caf6 são nominais, rítuloe Fui pequeno o mercado, vendendo' se na hora olllcial: Fundos Públicos 70 Apólices geraes de conto 960.000 5 Gd a i) 959.000 Bancos 93 llrazil243.000 63 Rural280.000 623 Commereial135.000 200 Internacional240.000 200 d 235.000 215 » 23V.O00 900 » 48.000 Prelação 50 Lettras Prediaes 69.500 ² I ¦ I » FACTOS E FEITOS Por decreto de 29 de fevereiro findo [oi reconduzido no logar de lente da 2' cadeira do 2* anno do curso superior da Escola Naval o bacharel Luiz Pe- dreira de Magalhães Castro. O superior «Io dia hoje ô o sr. major Honuriu Caldas. Por decreto de 29 de Fevereiro lindo e tle conformidade com o alvará de 16 de Dezembro d 1790, foi reformado o capitão de fragata ü>sideiio Celestino de Castro no posto o com o soldo de capitão de mar e guerra, visto contar mais de 35 annos de serviço e soBrer de moléstia chronica e incurável. Falleceu hontem, as ti horas da ma- nhá, o 2" eseriptniiitio da alfândega da Còrteo tsr. Antônio Pulro Vaz. O snbdelogado do Io districto do En- gOIlIlO Velho mandou recolher ao lios- pitai Misericórdia, Francisco Pepi, por ter sido pisado pelas rodas de um liond da companhia do S. Christováo. O cocheiro do v\ biênio foi preso em llagranto. O dr. Amando de Carvalho foi en- carregado de proceder a corpo de delicio na victitna dos ninares. 0 subdolegado do 1" districto do En- gonho Velho, mandou apresentai'hontem «O sr. conselheiro chefe de policia, para terdestino, o menor vagabundo do nume Virgoliuo. Aiitorisou-sii ao inspector da Captdla Imperial a despender a quantia de l :9,V)jJ com a compra de objectos neces- sarios ao culto da dita capelta, decla- rando-se-lho com relação ás obras de que carece a sachristia, que se provi- delicia para que sejam orçadas pelo engenheiro do Ministério do Império. Expediu-se ollicio ao referido elige- nheiro. Hontem,ás 5 1/2 hora a da tardo, uma pobre velha, turca, tlVssas miseráveis quu levam dia a dia a estendei a mão u caridade publica, perdeu a vida sob as rodas de um bolid. A infeliz atravessava descuidada- mente da rua do Areai para a do Ge- inral Caldwèll, com passo vagaroso e incerto, devido A sua idade o também á sua fraqueza, quando o liond n. 8 da Companhia Villa Izabel, no andar rápido dos animaes, atirou-a por t»rru, esmi- galhatido-lhe parte da caixa craneana. Tirada debaixo das rodas foi condu- zida á uma pharmacia próxima, n'ella exhalou o ultimo suspiro. O cocheiro do bund de nome Josô Manuel Lourenço, tentou evadir-se, porém, não conseguiu o seu intento, sendo preso em ílagraute delicto. Concederam-sa três mezes de licença, sendo 18 dias com o ordenado, é o resto cora a metade do mesmo ordenado, ao secretario da policia da provincia do Pará, Theodoro Ferreira de Andrade Chaves, para ttatar de sua saúde. OCClJIUtl.NCIAS llonlein, as 6 horas tia tarde, quando o 7o batalhão de infanteria voltava do Largo do Paço, onde fora fazer t-xer- cicio, derain-st! alguns lamentáveis coníllctos na rua 1' de Março, entre praças de policia e o povo qne vinha na frenle do batalhão. O povo, com alguns imperiaos mari- nheiros fez varias correr ias pela cidade, atacando algumas estações polioiues. A' 8 horas o sr. desembargador chofe de policia tendo conhecimento dos In- muitos, loi ao quartel da rua dos Bar- bonos conft ronciar com o commandante do corpo de policia,tenente coronel Lago, e seguiu de com o capitão Lírio para casa do sr. Ministro tia Guerra. Em seguida o sr. capitão Lirio loi chamai'os commandantes do 7* bula- lli.it> de infanteria e do Io de pavallaria, tenente-coronel Rego Barros, e coronel Andrade Pinto que ficaram em cotile- lencia com o sr. ministro da guerra. I) sr. desembargador Coelho Bastos dirigiu-se paia a secretaria de policia, onde confòrenciou com os capilães-le- nentes Costa Bocha e Justino Proença e Io tenente Aguiar. lios condidos que tinham-se dnih nas ruas e nas estações policiaes re- sultaram ferimentos graves de parte \ parte. Entre outros avulta o ferimento da praça de policia Felix Lago da Silva que se achava de guarda na primeira estação; tem um ferimento no dorso, de 30 centímetros de extensão, doonio- plata esquerdo em direcção oblíqua, interessando a pelle e tecido muscular. 0 sr. Chefe de Policia dirigiu-se, acompanhado pelos capitães-tenentes com quem conferencíon na sua secre- tarja para o Arsenal de Marinha, onde se achava o sr. mini.tro conselheiro Castrioto ecom S. Exa. esteve em con- íeieiieia durante meia hora, voltando á sua secretaria. Ao mesmo tempo o sr. dr. Gusmão, 3' delegado, dirigiu-se ao Club .Naval, acompanhado pelo Io tenente Aguiar, onde foi muito bem recebido pelos oííiciaes que Ia estavam. As dez horas o sr. desembargador chefe de policia, convicto de que os condidos tinham por alvo exclusivo a policia, no intuito de evitar maiores desgraças, mandou recolher todo o corpo policial ao quartel e as eiiUções. O sr. coronel Andrade Pinto, poi ordem do sr. ministro da Guerra subiu com o seu regimento para o policia- mento da cidade. Os distúrbios ainda continuavam, mas muito parcialmente e sem maiores conseqüências. Assim na rua 1" de Março foi atacado um bond da Estrada de Ferro, sendo esfaqueado o animal e sotíivudo instil- tos physicos uma senhora e uma me- nina. Não soubemos o; Bggressores. Na 3' estação, quando ella foi atacada, foi ferido o popular Alcides de Freitas com nina estocada no lado direito do peito, Joaquim Ribeiro n'nma perna e Antônio Joaquim Barreira etn diversas partes do corpo. A' meia noite o povo agrupou-se em frente á 1" estação o alli se demorou por muito tempo, dando morras á pi- licia o vivas á tropa de linha. I)'ahi, muito tarde, seria uma 1 hora dirigiu- se á 5' estação policial, na rua Sete de Setembro, onde repetiu os mesmos motins, sem |inaiores conseqüências. O sr. ministro da guerra esteve na policia ate- a I 1,2 horas, onde st acha- vam o sr, chefe e os dois delegados 2" e 3'. O Club Naval, sabendo que alguns soldados da armada tinham tomado parle nus condidos, empregou todos os meios paru os afastar, recolhendo-os ao mesmo Club e fazendo-os de seguir para bordo das suas respectivas embarcações. Na Policia esteve também o sr. chefe de divisão Wandenkolk com o seu aju- dante de ordens e alguus oííiciaes d& marinha. Perto das 2 horas um grande motim de populares se ajuntou defronte da ty- pographia do Novidades e ahi dispara- ram alguus tiros, morteiros e arrom- batam a porta cauzaudu alguns estragos e jogando para a rua objectos que ts- tavain dentro. Compareceu o Sr. coronel Costa Pinto com a força do seu batalhão e a ordem foi restabelecida. Outras estações furam atacadas e entre ellas a 2' no largo de S. Domin- gos. A's 2 1/2 horas, em que escrevemos, n-ina a ordem na cidade, contiuuando o 1* batalhão a fazer o policiamento. O VELHO E O NOVO A Gazeta de hoje verbera com justa indignação os desmandos o crimes pra- ticados ultimamente pelos agentes da policia. Os horrores que a chronica diária registra, quasi pela metatle, são devi- dos aos bárbaros mantenedores da or- derri publica, e não é muito de exlraühar que tenhamos de chegai' ao período mesmo da crise em que seja preciso organisar uma ihspecção contra seme- lhantes inspectores. Verificada a existência de um uírus rabico policial, como suspeita a Gazela, 6 necessária a decretação da bala. Ainda hontem |um pobre velho de 50 annos foi espaldeirado e ferido ern uma das ruas mais publicas da corte, pelos hydrophobos da policia. Esse velho que provavelmente não pertence a classe nenhuma, a não ser á tios quinquage- narios, não terá o braço forte e defen- sor de seus [confrades, Defendel-o-lláo as gazetas, que são folhas mortas para a policia. Defen- del-o-ei eu, com a ironia da minha penna, ainda que sem esperança do mitiimo remédio. Mas a consciência nri impõe como dever a defesa, tmbora inútil, dos fra- cos e dos opprimidos. ' * * Esta secção que é alegre tornou-se momentaneamente séria e grave. E digo-o, sinceramente, se este fra- gil pedacinho de aço que gotteja sobre o papel as fugazes impressões do meu pspirito, fosse incapaz iFaqiiella tran- sforraaçàõ deital-o-ia fora, no mon- turo. O ftrazil não o um paiz onde pou- cos reagem; é principalmente uma terra onde quasi ninguém se indigna. E' por isso que quasi se observa o brio tios militares. E as outras classes não têm sangue que chegue para vir atè ás faces.Engolem osmaiores d- saforos e aceeitam como facto consumado qual- quer iusoleneii que'venha do ahu ou dos lados. O nosso espirito revolucionário e de dignidade consiste apenas em darmo- nos por pagos e vingados com o desdém, o desprezo, a surdez e outras manifes- tações de prudência referidas uo .Yovo Mtthodo. Eis um ilos melhores Inícios do cos- mopolilismo.-Eu ca vou bem; o visinho que se agueute. Nerku. Ante-hotitem á noite, estando Manuel Vicente Tavares, morador em um quarto dos fundos do prédio á rua da Ajuda ti. 69, em companhia de sua mulher e três filhos, a limpar um re- wolver e tendo introduzido uma cápsula no tlito rewolver. este disparou, indo a bala ferir uma (ilha do mesmo de nome Emilia de Jesus, de 10 annos de idade. Desse facto tomou conhecimento o subdelegado no districto de S. Josó. O Tribunal da Relação, em sessão de hontem, discutiu a appellação crime n. 22811, julgando por sentença a de- sistencia requerida pela parte, e. de- terminou unanimemente a responsabi- lidade do escrivão Barbosa Brandão. Foram desligados dos corpos a que se acham addidos o capitão do 3a bata- Iháu do infanteria Ignacio Antônio Go- mes de Oliveira. 1' tenente do 2* bata- Iháo de artilheria Lindolpho Libanio Moreira e Francisco Baptista da Silva Pereira: alteres do 4o regimento tle cavallaria João de Souza Franco, alteres aliimno Joaquim Gonçalves de Almeida. JURY. Por não ter comparecido o promotor publico, não houve hontem sessão neste tribunal. O dr. Ataliba Fernandes pediu a pro- rogação da sessão por três dias e foi concedida. Tendo jurado suspeição os peritos nomeados pelo dr. delegado de poli- cia para procederem ao exame no che- que apresentado ao Thesoiiro Nacional pelo sr. Polydoro Quintanllha Jordão, [oram nomeados hontem, para o mesmo fim. os srs. escrivães Celso Caldas e Homem do Amaral. Pagam-se hoje as folhas dos seguiu- tes ministérios: Império.—Faculdade de Medicina e Colleglo D. Pedro II (na casa). Marinha.—-Escola Naval. Justiça.—Supremo Tribunal, Tribu- uai da Relação e Reformados. Fazenda.—Caixa da Amortização. Re- cebedoria, Agencia do gado, Pensões e continuação do Monte-Pio. G uerra.—Reformados. Agricultura.—Inspectoria Geral das Obras Publicas. O sr. general Almeida Barreto remet- teu hontem ao sr. ajudante geral do exercito, o relatório da inspecção a que piocedeu, no Azylo de Inválidos da Pa- tria, e que foi encerrada no dia 20 do corrente mez. Obtiveram permissão: ²Dr. Ernesto de Castro Moreira, para colher herva matte na provincia do Malto Grosso. ²Justino de '-ouza Fernandes para explorar outros mineraes no município de S. Luiz de Caceres, da provincia de Matto Grosso. ²Engenheiro Luiz Mortiuho de Mo- raes e Antônio de Castro Brown para explorarem carvão pedra no muni- cipio de Angra dos Reis, da provincia do Rio de Janeiro. ²Eugênio Francisco Pestana e Pe- dro Paradeda, para explorarem carvão de pedra no município de Paraty, tia provincia do Rio de Janeiro. ²Herculano José da Rocha, Custo- ilió Luiz Guilherme Garde, dr. Antônio Xavier d'Almeida edr. Antônio Moreira da Costa Rodrigues, para explorarem jazidas de kaolira em terrenos devolu- tos no município de S. João d'El-Rei, em Minas Geraes. ²Engenheiro Thomaz de Aquitio e Castro, para explorar ouro e outros mi- neraes no Rio Claro, provincia deGovaz. ²Sebastião Lino de Christo, para xplorar ouro e outros mineraes no município de S. Luiz de Ctceres, em Matto Grosso. ²Antônio Ferreira Caminha para explorar ouro e outros mineraes no município de S. Luiz de Caceres da Provincia de Matto Grosso. ²Gustavo Adolpho Wurflbain para explorar ouroe outros mineraes no mu- nicipio de S. João d'EI-Rey em Minas Geraes. ²Amando Alves de Paulo para ex- piorar ouro e outros mineraes no mu- nicipio de S. Luiz de Cárceres, provin- cia de Matto-Grpsso. ²Manoel José Antunes Quinta para explorar ouro e outros mineraes no mu- nicipio de S. Luiz de Cárceres, pro- vincia de Matto-Grosso. ²Theophilo Alvares de Castro para explorar ouro e outros mineraes no município de S. Luiz de Caceres, em Matto Grosso. ²Dr. José Felix da Cunha Mene- zes, Henrique de Siqueira Figueiredo, riíusiu Ficiccdu Cmvi.üio Figueiredo, João Pio da Silva Valença. Gaspar Fer- reira Leitão e Amalia Carolina de Fi- eueiredo Bastos, para explorarem curo. ferro e outros mineraes no município do Prado, na Bahia, bem como pedras preciosas (excepto diamantes) nos ter- renos devolutos do mesmo município. ²Herculano José da Bocha Maia, Custodio Luiz Guilherme Garde, dr. An- tonio Xavier de Almeida e dr. Antônio Moreira da Costa Rodrigues para ex- piorarem jazidas de kaolim nos terrenos devolutos do município de Lavras ua provincia de Minas Geraes. ²Herculano José da Rocha Maia, Custodio Luiz Guilherme Garde, dr. An- tonio Xavier de Almeida e dr. Antônio Moreira da Costa Rodrigues, para ex- piorarem jazidas de kaolim nos terrenos devolutos do município de S. João de F.l-Rey em Minas Geraes. ²Francisco de Paula Ney para ex- piorar cobre uo município da Viçosa da provincia do Ceará. FACETAS No Final da sua palestra de hontem, .Veuiu manifesta o desejo de cuidar de outro ollicio. Realise Nemo esse desejo, e dará um alegrão íi família e aos amigos. -)x(- Disso hontem o Diário Noticias que na rua de Bragança, um cabo de policia espaldeiron de tal 'modo um carroceiro, que foi necessário ser con- iluzido para o hospital da Misericórdia, onde se acha e em grave estado. A apostar que o Diário preteriTlen dizer qne o carroceiro è que foi para o hospital... -)X(- Souvenir, o doce Souvenir adiram que no baixo império romano a seusuali- dade brotava por toda a parte. Quesin- guiar brotoeja 1... -)x(- O Paiz dá-nos a noticia de que o actor Valle está na Corte, vindo de Minas. Haverá dous adores Valles? -)X(- A Gazeta de Noticias ataca o Felippe, e quer que lhe tireni a grã-cruz do Cruzeiro. Tem razão a Gazeta. ->x(- ²O' Ataliba. porque foste nomeado vogai do Conservatório? Tu não és litterato nem dramaturgo... ²Pois sim, mas vêm ahi a Patti, o Tamagno, o Coquelin... Lúcio Lossio. 0 TABACO EM PORTUGAL Publicamos em seguida o oííício que o digno presidente da eommissâo geral da cultura do tabaco no Douro, sr. ba- ráo das Lages, dirigiu ao cultivador sr. Bernardino Antônio da Rocha Souza do Casal tle Loi vos (\lijó), cujo tabaco tevo o primeiro prêmio na exposição da colheita de 1887. E' um documento jn- teressante paia esta questão econômica do Douro: « Mm. sr. A eommissâo geral da cultura ne tabaco encarrega-me de en- viar a V. S. a Quantia de 100$, que deverá ter recebido da mão do thc-sou- reiro d'esta eommissâo, e que ê o pre- mio conferido pelo jury á folha do seu tabaco apresentada na ultima exposir ção, que teve logar na alfândega d'esta cidade. Cumpro gostosaraentn este de- ver, porque attenta a respeitabilidade do jury, é fora de duvida que este pre- mio foi dado ao trabalho e cuidado com que V. S. preparou a folha de tabaco na ultima colheita. E' do meu dever por esta oceasião. recommèndar-lhe o emprego de todos os seus esforços, afim de que na expo- sição do anno próximo o sen bibaeo possa merecer igual distineção; de- vendo lembrar-se qu« não ha hoje pro- dueto nenhum agrícola mais valioso do que a planta do tabaco, porque subindo o_preço de 100 réis até 6#000 o kilo, têm os cultivadpaes um vasto campo de interesses e lucros a explorar ; prin- cipalmente os cultivadores do ''ouro d'essa terra abençoada que transrnitte á planta do tabaco força, aroma e do- cura, isto é, todas as qualidades finas que destinguem os productos d'essa re- giáo que rivalisam cora as primeiras do mundo. Conheceu-se na ultima exposição que a qualidade do tabaco melhora sensi- velmente de anno para anuo, sabendo- se pela opinião dos peritos, o que me não surprehendeu, que a média dos ta- bacos exportados era superior em qua- lidade, pela força o aroma que apresen- tava, á media dos tabacos importados. Mas a cultura do tabaco no Douro, recommenda-se, sobretudo, porque vae dar a essa região uma variante de eu!- tura que lhe faltava. Conheço muito bem a historia econômica do paiz vi- nhateiro do Douro, e pôde dizer-se que durante século e meio esta provincia, atravessando crises sucçessiyas, tem passado bruscamente da maior òpulen- cia e riqueza a mais extrema miséria, acabando por não puder viver sem re- correr i alta protecçàó do Estado. Mas para onde foram tantas riquezas. Seriam ellas dissipadas pela pre- guiça? ou pila prodigalidade dos seus habitantes ? Esta supposiçáo não é acreditável, porque os povos d'esta parte do paiz são laboriosos e cheios de energia. O Douro não podia escapar á lei fatal, a que estão sujeitas todas as povoações agrícolas que se dedicam a uma so cultura. O gosto, a descoberta de novos mercados; a deficiência das colheitas, tudo isto faz muitas vezes depreciar extremamente um produeto que pouco antes tinha um valor im- menso. Não pôde encontrar-se remédio a este mal, tantas vezes repetido, senão na introducção de varias culturas, que possam constituir um elemento diverso de riqueza; e creio bem que a cultura tio tabaco melhorará sensivelmente as condições econômicas das povoações durieiises, que pelos seus sollrimentos tem merecido a sympatia de toda a im- prensado paiz, e que tem impressionado tão vivamente a opinião publica ao ver devastada uma província que fazia em oulro tempo a nossa riqueza e a nossa gloria. Em presença das convulsões popu- lares pela fome em diversas épocas, causa verdadeira admiração o vèr como os povos do Douro tem soflrido, com a mais notável resignação e sempre com o maior respeito á lei e á autoridade, essa catastrophe tremenda de que nâo ha exemplo em nenhuma região agri- cola, mas, por isso mesmo, entendo que elles, dando ao paiz este espectaculo de cordura e de bom senso, têm direito a esperar dos poderes públicos um com- pleto diflerimento ás suas justas pre- tensões. A industria da cultura do tabaco cora o òimus de 100 reis por kilo, concedido aos puvos do Douro, para animar esta industria, como reclamam os cultiva- dores inglezes, ê sem duvida um favor digno de reconhecimento. Mas o Douro, em presença dos seus infortúnios, tem direito a outras reclamações ; no em- tanto, é preciso confessar que, no caso sujeito, o governo de S. M. tem resol- vido sempre favoravelmente as justas pretensões d'esta eommissâo. Entendi apresentar lhe as conside- rações expostas para o animar nos pro- gressos d'esta industria, aproveitando também esta oceasião para lembrar a todos os cultivadores a observância da lei fiscal e das instrucções dadas por esta eommissâo em dillerentes épocas, cuja transgressão será indispensável- mente punida, nâo com a cassação da licença para a cultura de tabaco como também para a applicaçâo das multas impostas pelo regulamento. Deus guarde a v. s.—Porto, 25 de Janeiro de 1888. —O presidente, Barõo das Lages, Acham-se depositados, na 10' esta- ção policial, uma cama, um colxão, um bahií e algumas miudezas, alli entre- gues pelo carregador Antônio Gonçal- ves Sampaio, que declarou ter-se ex- traviado da pessoa que lhe confiara taês objectos para levar a unia casa da rua Sete de Setembro. DIA A DIA REVISTA CÔMICA DE 1888 SCENA LUI Entre dous amigos Io amigo.— Que é isso? vens de preto? estás de luto ? 2" amigo.— Venho do enterro de Joa- quim de Mello. Io.— Quem era ? Não me lembra. 2".— E no entretanto, devia ser por todos conhecido. Homem de gosto litte- rario e artístico, levou a vida a traba- lhar p'ros outros, e contentava-se mo- destamente do prazer de ser útil. Io.— Ora espera : não era irmão do Manoel de Mello? 2".— Irmão e amigo, amigo iusepa- ravel: morreu aquelle, este viver não pôde. Dous irmãos jamais houve tão amigos, nem dous amigos tão irmãos I Io. Deveras? 2". Tinha valor pessoal: o diecio- nario de Inuocencio lhe deve muita coisa, e deixou, entre os fruetos sazo- nados do seu talento um livro curioso sobre as instituições de previdência. Tinha a pachorra de um benedictino, e levava a estudar de noite e dia. Io. Lembra-me agora do Joaquim ile Mello, mas ignorava as suas quali- dades. 2o. Sentias o perfume da violeta, mas nâo vias a flor. Io. Pelo contrario : eu via a violeta sem sentir-lhe o perfume. 2.°—Imaginavas que esse perfume de outra flor viesse. Mas o que seduzia sobretudo na- quelle amigo era o cavalheirismo, o melindre, a bondade, a cortezia. Era um typo gentil de homem amável. 1.°—Mudando de conversa... então ? leste ? Foi nomeado o Ataliba final- mente ! 2.°—Nomeado membro do Conserva- torio Dramático ; lia dez annnos que o conheço apreciando as operas do Lyrico do respectivo camarote. 1.*—E' facto; muita gente snppunha que elle fosse ha muito tempo membro. 2.°—Muita gente não sei*; más disso estavam persuadidos os porteiros de todos os theatros. Frivolino. Hontem pela madrugada a parda Cas- siana Maria da Conceição foi «ssassi- nada por seu amasio Laurindo Roga- ciano de Miranda, natural de Peruam- buco, pardo, que em janeiro ultimo foi absolvido pelo jury por ter ferido a mesma parda. Quando solto procurou-a de novo tentando contra a vida d'ella, sendo preso e obrigado a assignar termo de segurança. Hontem á 1 hora da madrugada, foi procural-a em sua casa á rui Bam- bina, não sendo recebido, voltou ás 4 horas da madrugada, quando perpe- trou o crime. Laurindo Rogaciano de Miranda vi- brou três facadas em sua victima, fe- rindo-a pelas costas eem um dos braços. Quando a victima cahia extenuada e esvaída em sangue, sem forças para segurar o assassino, este fugiu, mas foi perseguido pelo clamor publico e preso na rua Farani. Lavrou-se o auto de flagrante na forma da lei. O cadáver foi depositado no cemite- rio de S. João Baptista, onde o dr. Amancio de Carvalho da autópsia veri- ficou os seguintes ferimentos : Na face anterior do baço direito ha- via uma ferida incisa longitudinal tendo 11 centímetros de extensão e inferes- sando todos os tecidos molles, inclusive a artéria humeral. Existia outra ferida incisa, de três centímetros de extensão, na face ante- rior da região axilar esquerda, interes- sando parte dos tecidos molles. Outra ferida via-se na região peito- ral direita interessando a pelle tecido cellular, tendo dois centímetros de ex- tensão. Havia, finalmente, uma ferida incisa, de um centímetro de extensão na face posterior da região mastoidèa esquerda. De todos estes ferimentos, que apre- sentava o cadáver, concluiu-se ter sido e morte da infeliz Maria determinada por uma hemorragia consecutiva a uma ferida penetrante do pulmão esquerdo. RIMAS Um rosto eucantador, quasi moreno, De uns grandes olhos verdes auimado ; Negro o cabello, em trancas ennastrado, Correcto o supercilio; iris sereno; Vermelho o lábio, sorridente e ameno; Breve a cintura; o collo, assetinado; Um donaire, das outras invejado; Magras as mãos; o pé, leve e pequeno: Eis a dama porquem chorando anhelo f Rival das graças do cinzel ionio, Mas fria como a neve: o meu flagelio I Eis a minha Natercia, o cruel demônio Por quem vivo perdido, mas tào beUo Que nem lhe resistira Santo Antônio.

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X:M.° 53

ASSIGNATURASCõrtcef\Icth«roy

Anno 128000Si mestre • tigOOÜ

NUMERO AVULSO 40 RS.

RIO DE JANEIRO.Sabbado, 3 de Março de 1888 ANNO n

Na secção de ánnuncios:—Cadaespaço de linha 1U0 rs.

IIKIIACÇÀO E ADMINISTRAÇÃO

32 Rna fle Gonçalves Dias 32

ASSIGNATURASProvíncias

Anno lOgOOOSemestre 8J000

NUMERO AVULSO 40 RS.Na secção de conxmunicados: Cai Ia

linha 160 rs.

Propriedade do Dr. Antônio Zeferino Cândido

TYPOGRAPHIA E ESCMPTORIO

32 Rua de &onçalyes Dias 32

BOLSA

O cambio manteve-se hontem em24 7/8 d., fazendo-se transucçòes sobrec/ filial a 25 il.

Continuaram as seguintes luxas sobreas diversas praças estrangeiras :Londres.... 90 d/v 247/8 d.Pariz ideui. 382 o 383Hamburgo. Idèm. 473 u 474Portugal... 3 d/v 216 n 217Itália idem. 882 n :i8liNova-York. idem. 1.190

O papel particular entrou uo mercadoa 25 1/16 d.

CaféContinua frouxo o mercado. O stock

hontem era do 163.(XX) sacoaso aexis-tohcia nas estradas de ferro ora do3.970 atè o meio-dia.

Tomos pois :Stock em 2 de Março. 153,000 suecasPedro II 3.067 »Leopoldina-1'ortoNovo 090 »Serraria 219 li

Existência 156,976 n

Os preços tio caf6 são nominais,

rítuloeFui pequeno o mercado, vendendo' se

na hora olllcial:

Fundos Públicos

70 Apólices geraes de conto 960.0005 d a i) 959.000

Bancos

93 llrazil 243.00063 Rural 280.000623 Commereial 135.000

200 Internacional 240.000200 d 235.000215 » 23V.O00900 » 48.000

Prelação50 Lettras Prediaes 69.500

— I ¦ I — »

FACTOS E FEITOSPor decreto de 29 de fevereiro findo

[oi reconduzido no logar de lente da 2'cadeira do 2* anno do curso superiorda Escola Naval o bacharel Luiz Pe-dreira de Magalhães Castro.

O superior «Io dia hoje ô o sr. majorHonuriu Caldas.

Por decreto de 29 de Fevereiro lindoe tle conformidade com o alvará de 16de Dezembro d 1790, foi reformado ocapitão de fragata ü>sideiio Celestinode Castro no posto o com o soldo decapitão de mar e guerra, visto contarmais de 35 annos de serviço e soBrerde moléstia chronica e incurável.

Falleceu hontem, as ti horas da ma-nhá, o 2" eseriptniiitio da alfândega daCòrteo tsr. Antônio Pulro Vaz.

O snbdelogado do Io districto do En-gOIlIlO Velho mandou recolher ao lios-pitai dá Misericórdia, Francisco Pepi,por ter sido pisado pelas rodas de umliond da companhia do S. Christováo.

O cocheiro do v\ biênio foi preso emllagranto.

O dr. Amando de Carvalho foi en-carregado de proceder a corpo de deliciona victitna dos ninares.

0 subdolegado do 1" districto do En-gonho Velho, mandou apresentai'hontem«O sr. conselheiro chefe de policia, paraterdestino, o menor vagabundo do numeVirgoliuo.

Aiitorisou-sii ao inspector da CaptdlaImperial a despender a quantia del :9,V)jJ com a compra de objectos neces-sarios ao culto da dita capelta, decla-rando-se-lho com relação ás obras deque carece a sachristia, que se provi-delicia para que sejam orçadas peloengenheiro do Ministério do Império.— Expediu-se ollicio ao referido elige-nheiro.

Hontem,ás 5 1/2 hora a da tardo, umapobre velha, turca, tlVssas miseráveisquu levam dia a dia a estendei a mãou caridade publica, perdeu a vida sob asrodas de um bolid.

A infeliz atravessava descuidada-mente da rua do Areai para a do Ge-inral Caldwèll, com passo vagaroso eincerto, devido A sua idade o também ásua fraqueza, quando o liond n. 8 daCompanhia Villa Izabel, no andar rápidodos animaes, atirou-a por t»rru, esmi-galhatido-lhe parte da caixa craneana.

Tirada debaixo das rodas foi condu-zida á uma pharmacia próxima, n'ellaexhalou o ultimo suspiro.

O cocheiro do bund de nome JosôManuel Lourenço, tentou evadir-se,porém, não conseguiu o seu intento,sendo preso em ílagraute delicto.

Concederam-sa três mezes de licença,sendo 18 dias com o ordenado, é o restocora a metade do mesmo ordenado, aosecretario da policia da provincia doPará, Theodoro Ferreira de AndradeChaves, para ttatar de sua saúde.

OCClJIUtl.NCIASllonlein, as 6 horas tia tarde, quando

o 7o batalhão de infanteria voltava doLargo do Paço, onde fora fazer t-xer-cicio, derain-st! alguns lamentáveisconíllctos na rua 1' de Março, entrepraças de policia e o povo qne vinhana frenle do batalhão.

O povo, com alguns imperiaos mari-nheiros fez varias correr ias pela cidade,atacando algumas estações polioiues.

A' 8 horas o sr. desembargador chofede policia tendo conhecimento dos In-muitos, loi ao quartel da rua dos Bar-bonos conft ronciar com o commandantedo corpo de policia,tenente coronel Lago,e seguiu de lá com o capitão Lírio paracasa do sr. Ministro tia Guerra.

Em seguida o sr. capitão Lirio loichamai'os commandantes do 7* bula-lli.it> de infanteria e do Io de pavallaria,tenente-coronel Rego Barros, e coronelAndrade Pinto que ficaram em cotile-lencia com o sr. ministro da guerra.

I) sr. desembargador Coelho Bastosdirigiu-se paia a secretaria de policia,onde confòrenciou com os capilães-le-nentes Costa Bocha e Justino Proençae Io tenente Aguiar.

lios condidos que já tinham-se dnihnas ruas e nas estações policiaes re-sultaram ferimentos graves de parte \parte. Entre outros avulta o ferimentoda praça de policia Felix Lago da Silvaque se achava de guarda na primeiraestação; tem um ferimento no dorso,de 30 centímetros de extensão, doonio-plata esquerdo em direcção oblíqua,interessando a pelle e tecido muscular.

0 sr. Chefe de Policia dirigiu-se,acompanhado pelos capitães-tenentescom quem conferencíon na sua secre-tarja para o Arsenal de Marinha, ondese achava o sr. mini.tro conselheiroCastrioto ecom S. Exa. esteve em con-íeieiieia durante meia hora, voltandoá sua secretaria.

Ao mesmo tempo o sr. dr. Gusmão,3' delegado, dirigiu-se ao Club .Naval,acompanhado pelo Io tenente Aguiar,onde foi muito bem recebido pelosoííiciaes que Ia estavam.

As dez horas o sr. desembargadorchefe de policia, convicto de que oscondidos tinham por alvo exclusivo apolicia, no intuito de evitar maioresdesgraças, mandou recolher todo ocorpo policial ao quartel e as eiiUções.

O sr. coronel Andrade Pinto, poiordem do sr. ministro da Guerra subiucom o seu regimento para o policia-mento da cidade.

Os distúrbios ainda continuavam,mas muito parcialmente e sem maioresconseqüências.

Assim na rua 1" de Março foi atacadoum bond da Estrada de Ferro, sendoesfaqueado o animal e sotíivudo instil-tos physicos uma senhora e uma me-nina. Não soubemos o; Bggressores.

Na 3' estação, quando ella foi atacada,foi ferido o popular Alcides de Freitascom nina estocada no lado direito dopeito, Joaquim Ribeiro n'nma perna eAntônio Joaquim Barreira etn diversaspartes do corpo.

A' meia noite o povo agrupou-se emfrente á 1" estação o alli se demoroupor muito tempo, dando morras á pi-licia o vivas á tropa de linha. I)'ahi, jámuito tarde, seria uma 1 hora dirigiu-se á 5' estação policial, na rua Sete deSetembro, onde repetiu os mesmosmotins, sem |inaiores conseqüências.

O sr. ministro da guerra esteve napolicia ate- a I 1,2 horas, onde st acha-vam o sr, chefe e os dois delegados2" e 3'.

O Club Naval, sabendo que algunssoldados da armada tinham tomadoparle nus condidos, empregou todos osmeios paru os afastar, recolhendo-osao mesmo Club e fazendo-os de làseguir para bordo das suas respectivasembarcações.

Na Policia esteve também o sr. chefede divisão Wandenkolk com o seu aju-dante de ordens e alguus oííiciaes d&marinha.

Perto das 2 horas um grande motimde populares se ajuntou defronte da ty-pographia do Novidades e ahi dispara-ram alguus tiros, morteiros e arrom-batam a porta cauzaudu alguns estragose jogando para a rua objectos que ts-tavain dentro.

Compareceu o Sr. coronel CostaPinto com a força do seu batalhão e aordem foi restabelecida.

Outras estações furam atacadas eentre ellas a 2' no largo de S. Domin-gos.

A's 2 1/2 horas, em que escrevemos,n-ina a ordem na cidade, contiuuandoo 1* batalhão a fazer o policiamento.

O VELHO E O NOVO

A Gazeta de hoje verbera com justaindignação os desmandos o crimes pra-ticados ultimamente pelos agentes dapolicia.

Os horrores que a chronica diáriaregistra, quasi pela metatle, são devi-dos aos bárbaros mantenedores da or-derri publica, e não é muito de exlraüharque tenhamos de chegai' ao períodomesmo da crise em que seja precisoorganisar uma ihspecção contra seme-lhantes inspectores.

Verificada a existência de um uírusrabico policial, como suspeita a Gazela,6 necessária a decretação da bala.

Ainda hontem |um pobre velho de 50annos foi espaldeirado e ferido ern umadas ruas mais publicas da corte, peloshydrophobos da policia. Esse velho queprovavelmente não pertence a classenenhuma, a não ser á tios quinquage-narios, não terá o braço forte e defen-sor de seus [confrades,

Defendel-o-lláo as gazetas, que sãofolhas mortas para a policia. Defen-del-o-ei eu, com a ironia da minhapenna, ainda que sem esperança domitiimo remédio.

Mas a consciência nri impõe comodever a defesa, tmbora inútil, dos fra-cos e dos opprimidos.

' * *Esta secção que é alegre tornou-se

momentaneamente séria e grave.E digo-o, sinceramente, se este fra-

gil pedacinho de aço que gotteja sobre opapel as fugazes impressões do meupspirito, fosse incapaz iFaqiiella tran-sforraaçàõ deital-o-ia fora, no mon-turo.

O ftrazil não o só um paiz onde pou-cos reagem; é principalmente umaterra onde quasi ninguém se indigna.

E' por isso que quasi só se observa obrio tios militares. E as outras classesnão têm sangue que chegue para vir atèás faces.Engolem osmaiores d- saforos eaceeitam como facto consumado qual-quer iusoleneii que'venha do ahu oudos lados.

O nosso espirito revolucionário e dedignidade consiste apenas em darmo-nos por pagos e vingados com o desdém,o desprezo, a surdez e outras manifes-tações de prudência referidas uo .YovoMtthodo.

Eis um ilos melhores Inícios do cos-mopolilismo.-Eu ca vou bem; o visinhoque se agueute.

Nerku.

Ante-hotitem á noite, estando ManuelVicente Tavares, morador em umquarto dos fundos do prédio á rua daAjuda ti. 69, em companhia de suamulher e três filhos, a limpar um re-wolver e tendo introduzido uma cápsulano tlito rewolver. este disparou, indo abala ferir uma (ilha do mesmo de nomeEmilia de Jesus, de 10 annos de idade.

Desse facto tomou conhecimento osubdelegado no 2» districto de S. Josó.

O Tribunal da Relação, em sessão dehontem, discutiu a appellação crimen. 22811, julgando por sentença a de-sistencia requerida pela parte, e. de-terminou unanimemente a responsabi-lidade do escrivão Barbosa Brandão.

Foram desligados dos corpos a quese acham addidos o capitão do 3a bata-Iháu do infanteria Ignacio Antônio Go-mes de Oliveira. 1' tenente do 2* bata-Iháo de artilheria Lindolpho LibanioMoreira e Francisco Baptista da SilvaPereira: alteres do 4o regimento tlecavallaria João de Souza Franco, alteresaliimno Joaquim Gonçalves de Almeida.

JURY.Por não ter comparecido o promotor

publico, não houve hontem sessão nestetribunal.

O dr. Ataliba Fernandes pediu a pro-rogação da sessão por três dias e foiconcedida.

Tendo jurado suspeição os peritosnomeados pelo dr. l« delegado de poli-cia para procederem ao exame no che-que apresentado ao Thesoiiro Nacionalpelo sr. Polydoro Quintanllha Jordão,[oram nomeados hontem, para o mesmofim. os srs. escrivães Celso Caldas eHomem do Amaral.

Pagam-se hoje as folhas dos seguiu-tes ministérios:

Império.—Faculdade de Medicina eColleglo D. Pedro II (na casa).

Marinha.—-Escola Naval.Justiça.—Supremo Tribunal, Tribu-

uai da Relação e Reformados.Fazenda.—Caixa da Amortização. Re-

cebedoria, Agencia do gado, Pensões econtinuação do Monte-Pio.

G uerra.—Reformados.Agricultura.—Inspectoria Geral das

Obras Publicas.

O sr. general Almeida Barreto remet-teu hontem ao sr. ajudante geral doexercito, o relatório da inspecção a quepiocedeu, no Azylo de Inválidos da Pa-tria, e que foi encerrada no dia 20 docorrente mez.

Obtiveram permissão:Dr. Ernesto de Castro Moreira,para colher herva matte na provinciado Malto Grosso.

Justino de '-ouza Fernandes paraexplorar outros mineraes no municípiode S. Luiz de Caceres, da provincia deMatto Grosso.

Engenheiro Luiz Mortiuho de Mo-raes e Antônio de Castro Brown paraexplorarem carvão d» pedra no muni-cipio de Angra dos Reis, da provinciado Rio de Janeiro.

Eugênio Francisco Pestana e Pe-dro Paradeda, para explorarem carvãode pedra no município de Paraty, tiaprovincia do Rio de Janeiro.

Herculano José da Rocha, Custo-ilió Luiz Guilherme Garde, dr. AntônioXavier d'Almeida edr. Antônio Moreirada Costa Rodrigues, para exploraremjazidas de kaolira em terrenos devolu-tos no município de S. João d'El-Rei,em Minas Geraes.

Engenheiro Thomaz de Aquitio eCastro, para explorar ouro e outros mi-neraes no Rio Claro, provincia deGovaz.

Sebastião Lino de Christo, para• xplorar ouro e outros mineraes nomunicípio de S. Luiz de Ctceres, emMatto Grosso.

Antônio Ferreira Caminha paraexplorar ouro e outros mineraes nomunicípio de S. Luiz de Caceres daProvincia de Matto Grosso.

Gustavo Adolpho Wurflbain paraexplorar ouroe outros mineraes no mu-nicipio de S. João d'EI-Rey em MinasGeraes.

Amando Alves de Paulo para ex-piorar ouro e outros mineraes no mu-nicipio de S. Luiz de Cárceres, provin-cia de Matto-Grpsso.

Manoel José Antunes Quinta paraexplorar ouro e outros mineraes no mu-nicipio de S. Luiz de Cárceres, pro-vincia de Matto-Grosso.

Theophilo Alvares de Castro paraexplorar ouro e outros mineraes nomunicípio de S. Luiz de Caceres, emMatto Grosso.

Dr. José Felix da Cunha Mene-zes, Henrique de Siqueira Figueiredo,riíusiu Ficiccdu Cmvi.üio Figueiredo,João Pio da Silva Valença. Gaspar Fer-reira Leitão e Amalia Carolina de Fi-eueiredo Bastos, para explorarem curo.ferro e outros mineraes no municípiodo Prado, na Bahia, bem como pedraspreciosas (excepto diamantes) nos ter-renos devolutos do mesmo município.

Herculano José da Bocha Maia,Custodio Luiz Guilherme Garde, dr. An-tonio Xavier de Almeida e dr. AntônioMoreira da Costa Rodrigues para ex-piorarem jazidas de kaolim nos terrenosdevolutos do município de Lavras uaprovincia de Minas Geraes.

Herculano José da Rocha Maia,Custodio Luiz Guilherme Garde, dr. An-tonio Xavier de Almeida e dr. AntônioMoreira da Costa Rodrigues, para ex-piorarem jazidas de kaolim nos terrenosdevolutos do município de S. João deF.l-Rey em Minas Geraes.

Francisco de Paula Ney para ex-piorar cobre uo município da Viçosa daprovincia do Ceará.

FACETAS

No Final da sua palestra de hontem,.Veuiu manifesta o desejo de cuidar deoutro ollicio. Realise Nemo esse desejo,e dará um alegrão íi família e aosamigos.

-)x(-Disso hontem o Diário d» Noticias

que na rua de Bragança, um cabo depolicia espaldeiron de tal 'modo umcarroceiro, que foi necessário ser con-iluzido para o hospital da Misericórdia,onde se acha e em grave estado.

A apostar que o Diário preteriTlendizer qne o carroceiro è que foi para ohospital...

-)X(-

Souvenir, o doce Souvenir adiram queno baixo império romano a seusuali-dade brotava por toda a parte. Quesin-guiar brotoeja 1...

-)x(-O Paiz dá-nos a noticia de que o actor

Valle está na Corte, vindo de Minas.Haverá dous adores Valles?

-)X(-

A Gazeta de Noticias ataca o Felippe,e quer que lhe tireni a grã-cruz doCruzeiro. Tem razão a Gazeta.

->x(-O' Ataliba. porque foste nomeado

vogai do Conservatório? Tu não éslitterato nem dramaturgo...

Pois sim, mas vêm ahi a Patti, oTamagno, o Coquelin...

Lúcio Lossio.

0 TABACO EM PORTUGALPublicamos em seguida o oííício queo digno presidente da eommissâo geralda cultura do tabaco no Douro, sr. ba-

ráo das Lages, dirigiu ao cultivadorsr. Bernardino Antônio da Rocha Souzado Casal tle Loi vos (\lijó), cujo tabacotevo o primeiro prêmio na exposição dacolheita de 1887. E' um documento jn-teressante paia esta questão econômicado Douro:

« Mm. sr. — A eommissâo geral dacultura ne tabaco encarrega-me de en-viar a V. S. a Quantia de 100$, que jádeverá ter recebido da mão do thc-sou-reiro d'esta eommissâo, e que ê o pre-mio conferido pelo jury á folha do seutabaco apresentada na ultima exposirção, que teve logar na alfândega d'estacidade. Cumpro gostosaraentn este de-ver, porque attenta a respeitabilidadedo jury, é fora de duvida que este pre-mio foi dado ao trabalho e cuidado comque V. S. preparou a folha de tabacona ultima colheita.

E' do meu dever por esta oceasião.recommèndar-lhe o emprego de todosos seus esforços, afim de que na expo-sição do anno próximo o sen bibaeopossa merecer igual distineção; de-vendo lembrar-se qu« não ha hoje pro-dueto nenhum agrícola mais valioso doque a planta do tabaco, porque subindoo_preço de 100 réis até 6#000 o kilo,têm os cultivadpaes um vasto campode interesses e lucros a explorar ; prin-cipalmente os cultivadores do ''ourod'essa terra abençoada que transrnitteá planta do tabaco força, aroma e do-cura, isto é, todas as qualidades finasque destinguem os productos d'essa re-giáo que rivalisam cora as primeirasdo mundo.

Conheceu-se na ultima exposição quea qualidade do tabaco melhora sensi-velmente de anno para anuo, sabendo-se pela opinião dos peritos, o que menão surprehendeu, que a média dos ta-bacos exportados era superior em qua-lidade, pela força o aroma que apresen-tava, á media dos tabacos importados.

Mas a cultura do tabaco no Douro,recommenda-se, sobretudo, porque vaedar a essa região uma variante de eu!-tura que lhe faltava. Conheço muitobem a historia econômica do paiz vi-nhateiro do Douro, e pôde dizer-se quedurante século e meio esta provincia,atravessando crises sucçessiyas, tempassado bruscamente da maior òpulen-cia e riqueza a mais extrema miséria,acabando por não puder viver sem re-correr i alta protecçàó do Estado.

Mas para onde foram tantas riquezas.Seriam ellas dissipadas pela pre-

guiça? ou pila prodigalidade dos seushabitantes ? Esta supposiçáo não éacreditável, porque os povos d'estaparte do paiz são laboriosos e cheios deenergia. O Douro não podia escapar álei fatal, a que estão sujeitas todas aspovoações agrícolas que se dedicam auma so cultura. O gosto, a descobertade novos mercados; a deficiência dascolheitas, tudo isto faz muitas vezesdepreciar extremamente um produetoque pouco antes tinha um valor im-menso.

Não pôde encontrar-se remédio aeste mal, tantas vezes repetido, senãona introducção de varias culturas, quepossam constituir um elemento diversode riqueza; e creio bem que a culturatio tabaco melhorará sensivelmente ascondições econômicas das povoaçõesdurieiises, que pelos seus sollrimentostem merecido a sympatia de toda a im-prensado paiz, e que tem impressionadotão vivamente a opinião publica ao verdevastada uma província que fazia emoulro tempo a nossa riqueza e a nossagloria.

Em presença das convulsões popu-lares pela fome em diversas épocas,causa verdadeira admiração o vèr comoos povos do Douro tem soflrido, com amais notável resignação e sempre como maior respeito á lei e á autoridade,essa catastrophe tremenda de que nâoha exemplo em nenhuma região agri-cola, mas, por isso mesmo, entendo queelles, dando ao paiz este espectaculo decordura e de bom senso, têm direito aesperar dos poderes públicos um com-pleto diflerimento ás suas justas pre-tensões.

A industria da cultura do tabaco corao òimus de 100 reis por kilo, concedidoaos puvos do Douro, para animar estaindustria, como reclamam os cultiva-dores inglezes, ê sem duvida um favordigno de reconhecimento. Mas o Douro,em presença dos seus infortúnios, temdireito a outras reclamações ; no em-tanto, é preciso confessar que, no casosujeito, o governo de S. M. tem resol-vido sempre favoravelmente as justaspretensões d'esta eommissâo.

Entendi apresentar lhe as conside-rações expostas para o animar nos pro-gressos d'esta industria, aproveitandotambém esta oceasião para lembrar atodos os cultivadores a observância dalei fiscal e das instrucções dadas poresta eommissâo em dillerentes épocas,cuja transgressão será indispensável-mente punida, nâo só com a cassaçãoda licença para a cultura de tabacocomo também para a applicaçâo dasmultas impostas pelo regulamento.

Deus guarde a v. s.—Porto, 25 deJaneiro de 1888. —O presidente, Barõodas Lages,

Acham-se depositados, na 10' esta-ção policial, uma cama, um colxão, umbahií e algumas miudezas, alli entre-gues pelo carregador Antônio Gonçal-ves Sampaio, que declarou ter-se ex-traviado da pessoa que lhe confiarataês objectos para levar a unia casa darua Sete de Setembro.

DIA A DIAREVISTA CÔMICA DE 1888

SCENA LUIEntre dous amigos

Io amigo.— Que é isso? vens de preto?estás de luto ?

2" amigo.— Venho do enterro de Joa-quim de Mello.

Io.— Quem era ? Não me lembra.2".— E no entretanto, devia ser por

todos conhecido. Homem de gosto litte-rario e artístico, levou a vida a traba-lhar p'ros outros, e contentava-se mo-destamente do prazer de ser útil.

Io.— Ora espera : não era irmão doManoel de Mello?

2".— Irmão e amigo, amigo iusepa-ravel: morreu aquelle, este viver nãopôde. Dous irmãos jamais houve tãoamigos, nem dous amigos tão irmãos I

Io. — Deveras?2". — Tinha valor pessoal: o diecio-

nario de Inuocencio lhe deve muitacoisa, e deixou, entre os fruetos sazo-nados do seu talento um livro curiososobre as instituições de previdência.Tinha a pachorra de um benedictino, elevava a estudar de noite e dia.

Io. — Lembra-me agora do Joaquimile Mello, mas ignorava as suas quali-dades.

2o. — Sentias o perfume da violeta,mas nâo vias a flor.

Io. — Pelo contrario : eu via a violetasem sentir-lhe o perfume.

2.°—Imaginavas que esse perfumede outra flor viesse.

— Mas o que seduzia sobretudo na-quelle amigo era o cavalheirismo, omelindre, a bondade, a cortezia. Eraum typo gentil de homem amável.

1.°—Mudando de conversa... então ?já leste ? Foi nomeado o Ataliba final-mente !

2.°—Nomeado membro do Conserva-torio Dramático ; lia dez annnos que oconheço apreciando as operas do Lyricodo respectivo camarote.

1.*—E' facto; muita gente snppunhaque elle fosse ha muito tempo membro.

2.°—Muita gente não sei*; más dissoestavam persuadidos os porteiros detodos os theatros.

Frivolino.

Hontem pela madrugada a parda Cas-siana Maria da Conceição foi «ssassi-nada por seu amasio Laurindo Roga-ciano de Miranda, natural de Peruam-buco, pardo, que em janeiro ultimofoi absolvido pelo jury por ter ferido amesma parda. Quando solto procurou-ade novo tentando contra a vida d'ella,sendo preso e obrigado a assignar termode segurança.

Hontem á 1 hora da madrugada, foiprocural-a em sua casa á rui Bam-bina, não sendo recebido, voltou ás 4horas da madrugada, quando perpe-trou o crime.

Laurindo Rogaciano de Miranda vi-brou três facadas em sua victima, fe-rindo-a pelas costas eem um dos braços.

Quando a victima cahia extenuada eesvaída em sangue, já sem forças parasegurar o assassino, este fugiu, masfoi perseguido pelo clamor publico epreso na rua Farani.

Lavrou-se o auto de flagrante naforma da lei.

O cadáver foi depositado no cemite-rio de S. João Baptista, onde o dr.Amancio de Carvalho da autópsia veri-ficou os seguintes ferimentos :

Na face anterior do baço direito ha-via uma ferida incisa longitudinal tendo11 centímetros de extensão e inferes-sando todos os tecidos molles, inclusivea artéria humeral.

Existia outra ferida incisa, de trêscentímetros de extensão, na face ante-rior da região axilar esquerda, interes-sando parte dos tecidos molles.

Outra ferida via-se na região peito-ral direita interessando a pelle tecidocellular, tendo dois centímetros de ex-tensão.

Havia, finalmente, uma ferida incisa,de um centímetro de extensão na faceposterior da região mastoidèa esquerda.

De todos estes ferimentos, que apre-sentava o cadáver, concluiu-se ter sidoe morte da infeliz Maria determinadapor uma hemorragia consecutiva a umaferida penetrante do pulmão esquerdo.

RIMASUm rosto eucantador, quasi moreno,De uns grandes olhos verdes auimado ;Negro o cabello, em trancas ennastrado,Correcto o supercilio; iris sereno;Vermelho o lábio, sorridente e ameno;Breve a cintura; o collo, assetinado;Um donaire, das outras invejado;Magras as mãos; o pé, leve e pequeno:Eis a dama porquem chorando anhelo fRival das graças do cinzel ionio,Mas fria como a neve: o meu flagelio IEis a minha Natercia, o cruel demônioPor quem vivo perdido, mas tào beUoQue nem lhe resistira Santo Antônio.

Page 2: X: M.° 53 RIO DE JANEIRO.Sabbado, 3 de Março de 1888 ...memoria.bn.br/pdf/798924/per798924_1888_00053.pdfda praça policia Felix Lago Silva que se achava de guarda na primeira estação;

J_\"ÉPOCA. Rabbado, 3 de Híaygo ãe> tHHH

THEATROS

Representou-se hontem no Lucrada a

zarzuela 0 Relógio de Lucerna, que é

peça de subido valor, talhada no moldedramático, cheia de scenas vivas, ani-

madas e cujo effeito foi muito agra-

davel.A musica é uma bella partitura, es-

cripta com maestria e perfeitamenteadequada ás scenas do libretto.

O desempenho foi soberbo, principal-mente por parte de Durai), Piá, Sophia

Camps e Garrido.A peça está bem vestida o tem bons

scenarios.Foram geraes os applausos á zar-

zuela, que se repete hoje.Esta peça meiece noticia maisampla,

o que taremos amanhã, por nos ser

hoje absolutamente imposssivel disporde maior espaço.

No SanfAnna repete-se hoje a esplen-

dida opereta O Diabo na Terra, que tão

grande successotem obtido e que tantas

qualidades tem para agradar, já peloluxo, jà pela bella musica, já pelo des-

empenho.

Fnz-se hoje no Recreio a reprise do

Naufrágio da fragata Medusa.

DISCURSO DE BISMARCKPRMFERIDO NA SESSÃO DO KEICIISTAG

DE 7 DE FEVEREIRO DE 18S8

(Continuação)

ROMANZAS(sem palavras)

Quando eu era caixeiro do muito il-

lustre sr. Francis Moore & C, eu passeivida regalada ou como se diz vulgar-

mente, passei vida de Lopes.

0 muito illustre e apatacado sr.

Francis Moore & C, tinha familia quetrouxe da Inglaterra e de vez em quandofazia pique-niques no Jardim Botânico.En era amigo do filho do patrão, moço

que tinha nm nome arrevezado e queeu chamarei, não por brevidade, mas

por ignorância da orthographia própria,Francis Moore & C. Júnior.

II

Francis Moore '& C. Júnior tinha-me

amisade especialmente porque desejavaaprender o portuguez e alcançar o qneelle clnmava acicomprehendidura» da

lingua.Nunca tive geito para professor, mas

não me deixava de ser agradável a in-

curabencia, pois me livrava de outrostrabalhos de armazém, mais pesados e

igualmente diíficeis.

F. M. & C. Júnior tinha especial-mente horror aos verbos e aos gênerosque elle confundia miseravelmente ao

ponto de calumniar-me, dizendo a ai-

guem que eu vestava professora d'elle.»Mentira contra a qual lavrei em

tempo o meu protesto, exhibindo va-liosissimos documentos, que religiosa-mente conservo.

III

a falar a ver-0 meu discípulo era,dade, burro, Deus lhe perdoe, se Deus

perdoa a tal gente. Mas, apezar deburro, era bom em contas, e sòfírivelde lettra.

Além de que, F. M. & C. Júnior tinhaaspecto de annuncio do armazém : ca-bellos còr de manteiga de Birmingham,olhos como azeitonas da llampden e afigura de nm paio de Yorkshire, generos todos dos quaes era únicono Brazil o muito apatacado sr.Moore & 0.

A respeito de pés, basta referir queuma vez o meu discípulo entrou pelobecco das Cancellas e tendo-o eu cha-raado da rua do Ouvidor, foi-lhe pre-ciso por não poder voltar-se seguir èvoltar pela rua do Rosário e 1"Março.

Xico I.AT.

ígenterancis

Mas pura que taz a Rússia sin illiatiteconcentração de tropas? poderão per-gnntar-raei E' esta uma questão quedeve ser tratada com a máxima pru-ciência pelos gabinetes estrangeiros emuito principalmente pela Allemanha.As explicações podiam ser muito ter-rainantes e esse caminho nào é conve-niente. Nào posso dar explicação anten-tica deste facto; conhecendo, porém,desde (pie tenho a edade de homem apolitica estrangeira, e_bema politicarussa, penso que 0 gabinete russo tema convicção, talvez fundada, de que naprimeira crise europea o peso cta suavos no aeropago europeu será tantomais forte quanto mais forte fora Rus-siae os seus exércitos tiverem maisavançado para Oeste. Como alliãdá ecomo adversaria, a Rússia está tantomais rapidamente no logar da.luotaquanto mais próximos da fronteira ..leOeste estiverem as suas tropas princi-pães ou pelo menos um grande exer-cito seu.

E' esta politica que. encaminha hamuito a Rússia na deslocaçáo das suastropas. Já durante a guerra da Cri-mea, ella teve um grande exercito con-centrado constantemente na Polônia ;se ella tivesse dirigido a tempo esteexercito para a Criraea a sorte daguerra teria talvez sido outra. Náocreio, pois, que a concentração dastropas russas nas províncias occiden-taes signifique necessariamente a in-tenção de cair sobre nós. Quero antesádmittir quo se espera uma nova criseoriental e se fazem preparativos parasustentar os desideratos russos comtodo o peso d'uraa potência que marchana [rente.

Quando saltará uma crise no oriente?Ninguém o sabe ao certo. Tivemos qua-tro nVste século: em 1809, 1828, 185'+e 1877, approximiidamente uma de 25em 25 annos. Porque ha de então vir aque se espera antes de 1809? porqueha de vir mais tarde ? En por mim qni-zera bem que fosse uni pouco maistarde. Outros acontecimentos europeuspodem, porém, sobrevir nVstes perio-dos. Podem esperar-se insurreições daPolônia; e pode também concorrer essereceio para a concentração das tropasrussas. Pôde haver uma mudança degoverno na França; ordinariamentedá-se n'este paiz uma mudança no pe-riodo de dezoito a vinte annos.

Ninguém pôde contestar que essamudança pôde produzir nma crise queinteresso os principaes paizes da Eu-ropa e que estes intervenham na formadiplomática, mas tendo atraz de si umexercito forte e pronto pira o ataque.Tal é a intenção clã Rússia, como eusnpponho pela minha experiência ejuízodiplomático puramente technico; mastudo isto não é razão para ver o festimmais negro do que o exige a situação.

A crise mais provável poderia surgirno oriente. Nós nào temos ahi interessesdirectos, mas estamos na posição, semlesar obrigações, do esperar que aspotências mais interessadas tomem assuas resoluções e decidam se lhesconvém pactuar ou bater-se com aRússia. Nós não somos chamados emprimeira linha nem por uma nem poroutra alternativa na questão oriental.A politica que, fòra dos seus interesses,procura a actuar sobre a politica dasoutras nações e a dirigir as coisas [orada sua esphera, é uma politica da forçae não uma politica dos interesses; nosnão a furemos.

Não ha, pois, razão para considerara nossa posição de tal forma critica,qne seja por ella que apresentemos oprojecto para o augmento enorme danossa [orça militar.

Eu queria separar inteiramente aquestão da reintróducção da segundachamada da jaudwehr da questão danossa situação actual,

Não se trata d'nm motivo d'occasiào,passageiro, mas d'nma necessidadepermanente. Comprehendereis isto fa-Ciliriente se quizerdes passar pelosolhos os perigos de guerra com quetemos sido ameaçados nos últimos qua-renta annos.

Em 1818 havia duas questões amea-çadoras — a da Polônia e a do llols-tein. lira 1850, pela convenção d'Ol-mutz afastou-se um grande perigo. Jáem 1853, os symptomas d'nraa guerrana Crimja se tornaram sensíveis, e,(lesde então, durante toda esta guerra,achamo-iios sempre á beira do abysmo

nos podia arrastar á guerra. De

nobras entre Franeíorl e Berlim, porque o defunto rei su servia de mimcomo de muralha para a sua politicaindependente, no momento em quo aspotências oocidentaes insistiam com-nosco para que declarássemos guerraá Rússia. O sr. de Manteulfel quiz-sedemittir e eu fui encarregado por SuaMagestade do o resolver a continuar.

A Prússia achava-se ameaçadad'umagrande guerra, exposta á iniraisode detoda a Europa, porque recusava exe-cutar a politica das nações oocidentaese romper com a Rússia. Durou este pe-rigo até 1856 em que a guerra daCriraea acabou pelo tratado de Parizque nos trouxe uma espécie deCanossa.liu tinha aconselhado era vão a nossaausência ao congresso de Pariz: nadanos obrigava a apparecer.

Autorisou-se o director da EscolaPòlytecíinica a despender alô á quantiade 3:000$ com a uoquisiçáo de ínstru-inentos para o gabinete do physica ex-perimental di mesma escola.

0 subdelegado do 2o districto do Sacramento, mandou lavrar auto du 11 agrania contra Manuel Fernandoter olíendido physieamotitcisco Goulart.

João; porFran-

(Continua)

RETIRO LITTERARIO PORTUGUEZ

Reuniu-se hontem em sessão litte-raria esta antiga sociedade.

Para sócio contribuinte [oi admitlidoo sr. Ernesto Gabriel, proposto pelosr. Joào Coelho Gomes Sobrinho.

Receberam-se os seguintes livros,oíiértados pelos srs. Antônio Râmalhoe Bento José Coelho Barbosa: Vintehoras em liteira, por Camillo CastelloBranco; Acté, por Alexandre Dumas eLesmaitres somneurs, de GéorgeSand.

Archivaram-se diversos jornaes eo relatório da Caixa de Soccorros deD. Pedro V.

Foi approvada unanimemente a pro-posta do sr. dr. Domingos Maria Gon-çalves, a qual tem por fira erear se noRetiro nm curso gratuito e publico doeconomia politica, direito commercial,etc. regido por S. S.

Commünicou o sr. secretario que oRetiro representara-se na sessão so-lemne de posse da nova direetoria daCaixa de í-oecorros de D. Pedro V, pormeio de uma commissão composta dossrs. A. J. Gonçalves de Areias e Caetanode Castro.

Na 2" parte oceupou a tribuna o sr.Leite Guimarães, e fez o elogio biogrà-phico do notável orador portuguez, sr.dr. Antônio Cândido.

Seguiu-se o sr. Claudino Ne tio etratou da navegação aérea.

Na 3' parte discutiu-se o themaiO panado na aetnalidade é útil ou

prejudicial aos povos ?Uniram os srs. Leite Guimarães e

Claudino Netto, deixando a descoberto,no correr da argumentação, as suasidéas contrarias aquella instituição.

Levantou-se a sessão ás 10 horas.

Acha-se depositado na 11" estaçãopolicial, para ser reclamado, o menorJoão Athunasio, que foi encontrado per-dido na rua dtt Gloria.

Declarou-se ao diléctor d t EscolaPolytechnica que, estando revogadasas disposições em cuja conlormidadeso faziam os exames para a obtençãocio titulo de ãgrimensor, devem os oan-diiiatns àò mesmo titulo habilitar-se oucompletar sua habilitação na opoc-própria, de accordocreto n. 98'anuo (indo.

com o vigente cie-7 de 31 de do dezembro do

Declarou-se ao inspector geral dinstrucção primaria e secundaria domuuicipio da corte une, á vista do queexpoz, até ulterior deliberação, nào sedeve proceder a concluso para o provi-mento etlectivo do logar de professordas cadeiras de «rego do imperial col-l-uio de Pedro II. e continuará a lec-cionar essa disciplina no internato oprofessor de alleraão barão de Taut-phoous e no exterhatò o substituto ciasreferidas cadeiras dr. .1> ào HenriqueBraune, regendo a cadeira de allemãodo internato. emquanto durar a com-missão d» barão de Tantphmus, o res-pectivo substituto Carlos .lanseii, nostermos do aviso de 30 de Março do annopassado.

mialPÔãrü&üBZA

Ao mesmo tempo que os jornaes dacapital nos noticiam que a sra. d.Maria Pia se digna receber n commis-são promotora da batalha das flores,que vai convidar os soberanos ti tomarparto na [esta, como se em vez du setratar da familia real sa tratasse ape-nas de uma familia conhecida—os jor-naus do Porto dão conta dos prepara-tivos da nova Sociedade Tenentes doDiabo, qno so propõe fazer desfilar po-Ias ruas da cidade um cortejo rairabo-lauto de carros allegoricos.

Emquanto Rafael Borclallo symbolisaem seda de Lião, preta e ocearlate. onovo nu tistopholes da rua Passos Ma-miei, o barão do X... dá que lazer aos(ledos de algumas dezenas do b.uquc-liòres, que a estas horas preparam osmilhares ramilhétos que o diplomataencommondou aos jardins do liltoralfrancez do Mediterrâneo.

14 ao mesmo (empo que o condi' doCóvo transporia para u capital toda asua iniciativa de homem dò mundo, gu-loso de prazer, um grupo de senhoras,entre as qunos figuram as gentilissi-mas filhas do presidente dò conselho,projectani decorações maravilhosas decarros. De dois sabemos nós origihalis-simos, um conduzindo apenas senhorascasadas, outro tripolado (passem-nos a' ivra) por senhoras solteiras, daspai;

PORTOTENENTES UO

de

Ante-hontem, em o palácio da presi-dencia. foi celebrado entre o governoda provineia de S. Paulo e a direetoriada Companhia Mogyana; o contractopara a construcção deis ramaes de [erro-via da cidade do Espiritò-Santo do Pi-nhal á estação do Mugy-guassú, da es-trada de [erro referida; da cidade do¦\mparo á Capella do Senhor BomJesus do Monte-Alegre e da mesma ei-dade ao bairro dos Silveiras.

0 privilegio é por 50 annos, em vir-tude dá cláusula 12! cio cmitracto de19 de junho de 1873 e das leis provin-ciaes n. 11 de 27 de março de 1886 en. 19 de 5 de março de 1887.

Os trabalhos de construcção dos tresramaes deverão começar no prazo deum anno, coutado da data da approva-ção das plantas e perfis dos mesmosramaes

Os trabalhos deverão ficar todospromptos e acabados no prazo de qua-tro annos, contados da data do começodas obras.

Falleceu no Ceará, nô dia 17 de ja-neiro o sr. Enéas Brigido, importantelavrador n'aqüella provineia. e primodo nosso collega da Semana, sr. Leò-poldo Cabral.

BIBLIOTllECA NACIONAL

O sr. dr. Salvador de Mendonça di-rigin, em data de 28 de Fevereiro, oseguinte otFicio ao illustrado directord'este estabelecimento:

« Tenho a honra de aceusar o rece-bimento do ollicio de V. Ex. de 11 docorrente, no qual. com potentemente au-torisado pelo Aviso do Ministério doImpério, cuja cópia V. Ex. se dignoude incluir, V. Ex. agradece a terceiraolferta de livros por mim feita á Biblio-theca Nacional. Si nào fosse meu únicomovei o grato prazer de concorrer parao augmento da preciosa bibliotbecahoje a cargo de V. Ex., o só acolhimentoque taes ofTertas tèm merecido do Go-verno Imperial e de V. Ex. seria incen-tivo bastante para que continuasse aesforçar-me por elevar a minha dádivaao nivel do favor com que a vejo hon-rada. No emtanto saber que ha na Bi-blipthéca Nacional uma collecçào em

que vejo perpetuado meu nome, é res-ponsabilidade tamanha oue desde jápenhoro toda a minha dedicação ao in-tuito de merecer tal recompensa. »

Foi prorogada, por quatro mezes,sem vencimento, a licença que, paratratar de sua saúde, foi concedida,

por portaria de 30 de Novembro doanno passado ao dr. Lourenço BarbozaPereira da Cunha, delegado de hygienenas parochias urbanas do município daCorte.

que1853 a 1835, [ui obrigado a fazer ma-

FOLHETIM 49

& NOIVA DO MAR

A Bibliotbeca do Exercito, durante22 dias e 22 noites do mez de Feve-reiro lindo, loi freqüentada por 290 lei,tores, sendo: 144 oííiciaes do Exercito-55 praças de pret e 91 paisanos, qneconsultaram 1G9 obras, a saber : Scien-cias philosophicas 6, phisícas e natu-raes 9, mathematicas 5, historia e geo-graphia 29; diecionarios encyclòpediqs12, arte militar 3, legislação e admi-nistração 35 e litteratura em geral 39 ;nas línguas portugueza 124, franceza31. hespanhola 3, e ingleza 1 .

Foram igualmente consultados 131revistas, jornaes, scientificos, littera-rios e artísticos, mappas e estampasnacionaes e estrangeiros.

0 CARNAVAL 1>K. 1S88 E O:DIABO

N'este paiz peninsuíar, cheio deimprevisto, indolentee frenético, som-milênio e febril, que on dorme ou dança,on ri ou chora, sem que se lhe observeuma [ase intermedia, igual e duradoura,que nem seja delírio, nem somno, nemepilepsia, nem catalepsia, n'este paizpeninsuíar. tudo assume ura aspectoextraiiho que à uns parecerá caracte-ristica de temperamento, a outros sin-tomas de enfermidade, mas que emtodo o caso è o qrier que seja de bizarroe novo.

Os usos e os costumes tem períodosde uma existência tào irregular, que(lir-se-ia encontrar-sg a gente n'omavilla d'aguas ou u'nma estância de ba-nhos, em que toda uma colônia cosmo-polita se entretivesse a alteral-òs, parao prazer de um dia, de uma noite, deuma hora. promovendo kermesses, bai-les, ou cavalgadas pittorescas, comosimples divertimentos familiares, pia-neados no Club á hora do jogo e exe-curados no dia seguinte sob os auspi-cios de algumas fadas era yilliagiatura.

N'este paiz antigo, nada ha mais íacildo que remover nma tradição.

Veja-se o carnaval. Com um passadoveneravel, cabido no infortúnio depoisde muitos cllis áureo-, vivendo porultimo uma existência pobre mas hon-rada, como se diz nos necrológios, eraLisboa collando o rabo-leva aos gravestnnccionarios, no Porto despejando can-taros d'agua sobre os commerciantesausteros, parecia qne, com a ajuda deDeus, muito tempo viveria ainda,amadopelas populações, venerado polis auto-ridades, que apenas exigiam que o nãomolhassem muito, e respeitado pelosgovernos que professavam por elle urnalegitima consideração, collocando-o nopoli to de vista pratico de diversão útil.boa para distrahir o povo e atorrnen-tal-o um pouco. Povo que náo se di-verte, morde.

E assim é.O carnaval ia vivendo.Eis senão quando estes senhores que

andam a fazer innovações em toda aparte, lembraram-se fazer o carnavalentre nós, como entre os lisboetas sefaz a Avenida—por chie, por b-jin tom,porque assim é preciso, porque Nice,porque Roma, porque deixa.

E O Carnaval fez-se, Ou antes vaifizer-se, em Lisboa com batalha deflores, no Porto com cavalgadas e cor-tejos.

E tudo isto s" planeou era meia duziade dias, exaclamelite COino se tratasse(ie uma corrida de jumentos ou de umbazar de prendas, em praia do banhos,pelo estio.

mais bí lias; das mais epunouissantcs doramilhete da capital.

As decorações variam segundo aspredileòções femininas pehi flor a em-pregar. As violetas e as euraçlias estãodestinadas a muita voga. Fizeram-se jáencommendas importantes para o nor-te. Os gerauiums também encontraramadoptadores, o os miosotis e bluets daFrança; tão raros na região, pareci' quedevera constituir o adorno d.' muitasequipagens elegantes, listas serão re-vestidas exteriormente na conclui, uacapota, na boleia, na circumferencia enos raios das rodagens; flores enlrela-çarara cora os arreios dos cavallos ( ospingálins dos cochoiros.

0 desfilar far-se-A do rond-point domonumento dos Restauradores p.da ruacentral da Avenida.

F.mfim, Lisboa vai ter o seu Corso,como Nice tem a suaiirunioande des An-glais Os conjfetti ainda não [oram ado-tados ; mas não tardarão que o sejam.

Não será precisamente o caso de sedizer :

Chassez le naturel il rerient au galop.

POR

EMMANUEL GONZALBS

XII

OS INCONVENIENTES DO DIREITO DE((GANHO INESPERADO!) (aUIIAINE)

Cyani não tinha armas e vendo comd jsespero qne não tardaria a suecumbir,quiz fazer uraa ultima tentativa :

— Venezianos cegos, disse aos seusadversários, é o bom gênio de Venezaque ameaçaes. Accusaes-ine de defendercontra a v.issa raiva irrefiectida estajovem grega, mas se ella embarcou paraa cidade de S. Marcos numa galera deChypre, foi com o fim de advertir o se-nado de um* formidável conspiraçãoque pôde fazer da Republica uma es-crava. Deverieis ajoelhar-vos dianted'ella, em vez de condemual-a á morte.Se ha um perigo para vós está nos

destroços do naufrágio, e é precisoqueimal-os sem tardança.

Tentou ainda desprender-se das mãosde Domenico e de atravessar por entrea multidão, agitando a sua tocha, masíoi rigorosamente contido.

Mentira! mentira! exclamou ogondoleiro. Que ninguém escute estecaluinniador. A grega veiu para nostrazer a morte. Deve morrer. E' a penade Talião. Ella mesma confessou o seucrime. E tu quem és, tu que nos fallascom um tom imperioso de senador?

Cyani encolheu os hombros e náorespondeu, vendo que tudo estava per-dido, mas Beatriz que via cora conster-nação a vida do seu irmão de leiteameaçada e ouvia os soluços abafadosde Giovanna e Zoé, adiantou-se ousa-dainente para Domenico :

Estás muito curioso hoje, máo

pescador e máo companheiro, disseella com um riso forçado ; mas se tués na verdade o amigo do pabre Orselli,convido-te a declarar aos teus com-

panheiros que este intrépido nadador,não é um desconhecido para elles. porque se chama Valeriano Cyani.

Cyani! repetiram todos os pesca-dores estupefactos.

Ah! Ah! ua verdade,replicou Do-

Quanto ao porto, não estamos emcondições de revelar projectos. O Clubdos Tenent-s prepara surpresas e nãodeseja desflorar com a divulgação o se-gredo dos seus planos. O que s> passano grande barracão de madeira da ruaAlexandre Hercnlano, só Deus o sabe— perdão, só o -.abe o Diabo, visto quetratamos d'elle.

De resto, como sociedade eommer-ciai, e como sociedade do Diabo, a suadivisa é esta :

O segredo é a alma do negocio.Entretanto, sào conhecidos já alguns

projectos, de meia duzia de iniciadosque só os confiaram a pessoas cora-provadamente sérias e sob promessade que a sen turno apenas os com mu-nicassem a indivíduos d'nma austeri-dade cie caracter indiscutível.

E foi assim, estabelecendo-se estacorrente simpática de confidencia'-, queaos nossos ouvid is chegou, jà débil e

quasi extinto, um ecço do carnavalportuense qne se avisinba.

Consta, pois,— segredo em bocca dechronista é auua era cestinho — queum dos carros qno comporão o cortejodos Tenentes do Diabo, será destinadoao estandarte, que, como já s- disse,está sendo pintado por Borclallo. Essecarro será ladeado por uma guarda dehonra de cavalleiros trajando segundoa época de Carlos III.

Demos nma idéia do estandarte.Em seda preta e vermelha. Um Me-

phystopheles d'umcolorido intenso,cha-mejando no fundo preto «lu suda o seucostume reverberante de logo,senta-se,um pouco a Ia diable, como convém aopersonagem, no párapeito de um'1', oqual T é o primeiro élo de uma cadeiade lettras d'ouro mordonte que se des-penham enlaçadas pelo panno do estan-darte, formando a inscripção «Tenentesdo Diabo», como amigos alegr-s, n'iiinsair de ceia, tomados do braço dado,fazendo bicha.

Sarcástico, como todos ns diabos (piese presara, com o seu gràosinho naaza, Mêfistdpheles despeja |s>>bre estadegringolade de l> liras d'ouro, umagarrafa ile champagne, o qual cham*

spumoso, contentissimo porsolta, cae comu uma chuva de

uijotares, n'uma taça que uma ereaturbaehiea empunha om ar de folia.

Diagonalmente, o estandarte é atra-vessauo por um rami do pecegueiroflorido, que lhe da um tom delicioso.Aqui o ali Rafael Bordallò esp.arrinhoutoda a graça, toda a originalidade dosou talento.

As pinturas dos carros [oram confia-ilas a Eduardo Machado, o distinetis-simo scenogrupho.

Os costumes estão sendo executadospulo costumier José Maria Coelho Pinto,ila rna do Sá da Bandeira.

O Club dos Tenentes reoebeh a so-guinte carta do director da Tuna com-póstollaiia;

Illm. y uxm. snr. presidente do ClubCommercial Tenentes do Diabo; — Ennonibre do Ia Tuna que tengo oi honor>le dirigir, manitesto a V. E. Ia griililudcon que acepta Ia galante Invltttoioh tMClub Tenentes do Diabo, dei enal ésV. E dignisiino presidente, y on uom-bre de ella tambien debò manifestar aV. K. quu nuostro reconoclmiento esinimenso, como grande, es In honra queese Club nos Inice, invitandonos à lor-mar parte de Ia brillaiilu oalmlgata quoen los próximos carnavales piensa rea-Usar.

En mi nombro y en (d de Ia Tuna,le suplico Iniga presentes nuostro res-peto y cónsidoraclon profunda á usaSoeiediul, que con tanta honra nus dis-lingue.

Soy con este motivo de V. E. seguros. a. b. s. th.—Santiago i [ob. 88,—,1/nnuel Otero Acevedo,

A Tuna, constituída de 53 figuras,chega boje ás 2 horas du tarde u Caiu-punha, cie passagem para Coimbra,onde vai olTerlar á Academia uma grandecoroa de prata. Vem no sabbado para oPorto o tomará parte lltt cavalhada dedumingo.

A direcção do club vai i oje esperal-ua 'Campanha e oílèrtar-lhe uma esplen-dida coroa do louros, que está expostana'casa Printeinps, da rua de SantoAntônio. Vão também a CampanhamilitissimOS estudantes.

A cavalhada do Club dos Tenentessairá da grande avenida do parque doPalácio, às tres horas da tarde de do-mingo.

O Palácio prepara-se para festejarruidosamente o Carnaval. A guindenave será ornamentada, e illumlnada atres mil bicos de gaz. A orquestra,consideravelmente augmentada, será,em algumas peças, acompanhada agrande órgão

Os sócios do Club dos Tenentes com-pareceram ao baile de domingo.

Segundo nos participara do Palácio,tem-se recebido das províncias muitospedidos de bilhetes de galeria u dopalco.

O carnaval do 1888.—Nocomboio das 2 horas chegou hontem aCampanha, seguindo pouco depois paraCoimbra, a Tuna Compostelana, que,como se sabe, virá em breve a esta ei-dade tomar parto nos festejos do car-naval.

Teve uma recepção magnífica : alemdá direetoria do Club CarnavalescoTenentes do Diabo, esperavam-nagrande numero de estudantes do Porto,tanto de cursos secundários como doclasses superiores, muitas senhoras,etc.

Saudados enthusiastieamente á suachegada, recebaram cumprimentos emura dos salões da gare. sèrido-lhesn'essa oceasião offerecida pela directo-ria d i Cllib dos Tenentes uraa soberbacoroa de c irvalho e ouro tendo nas titãsa inscripçà'1 :

A' tuna CompostelanaO Club Commercial Tenentes do Diabo

Carnaval de 1888

menico, é o embaixador de Veneza quese deixou ludibriar pelo austucioso im-

perador dos gregos! Este valente pa-tricio que voltou sào e salvo de Cons-tantinopla, depois do ter deixado em

penhor as galeras de S. Marcos e osthezouros de nossos negociantes 1

Ao mar o embaixador que nostrahiu! gritou a multidão.

One infame ! gritou um.Que covarde ! gritou outro. E é

lio quem ousa supplicar-tios em favo ~

(Festa filha do Bosphoro.Sem duvida, chacoteou Domenico,

esta Venus conquistou o coração do

gentil embaixador, emquanto as pedra-rias de Manuel Comnéne ganhavam a suaconsciência. Ella poderá talvez dizer-nos o preço do mercado, uma vez quefazia parte da sociedade.

Quatro homens robustos paralys.vvam a resistência de Cyani, cujo rostoestava rubro de cólera e cujo peitosufiocava sob os ultrages.

E elle não se contentou cora estetrafico, acerescentou uma voz que Gio-vanna julgou reconhecer pela de AzanJoanuice,prosnetteu ao César do Orientea perdi, cie vossa independência, vossaruina e vossa destraiçào ; nào tevepiedade deste povo no meio do qual

-pensa do estandarteum bello lavor, ca-

(lamente bordado a

pagne

engrandeceu, esqueceu (pie sua raaeera veneziana e condamOOU Veneza àmorte.

Valeriano estremecia, como sob aacção d» uma grande corrente electri-ca ; a lebre da cólera e da indignaçãosacodia-o, como o vento sacode a (olhasobre a arvore.

Ah! que loucos, que miseráveis!murmurou elle com uma voz extineta;

quando eu (pioro salval-os, eis o reco-nheciraento d'elles!

Infeliz! que fizeste? disse Gio-vanna a Beatriz, que ficara espantadado triste resultado de sua intervenção.

De repente a moça parou, ateirori-sada: acabava de ver a alguns passosdo grupo dos pescadores, seu pae,Bartholoraeu da Ponte, que assistia aesta scena, como um espectador im-

passível.Com effeito soubera do naufrágio e

correra para comprar, segundo 0 cos-tume, por um preço vil, todos os des-

pojos. e receber assim as bênçãos dos

pescadores.Azan que o acompanhara, misturara-

se com a multidão, e foi elle quem,com a sua voz sardonica, respondera aCyani.

l" llíi:.li 1 ¦

A corna foi susda Tuna, que é dlprlchosa e deliuouro.

(d presidente da Tuna, um rapaz dosseus vinte e tantos anuos. quartannistade medicina, muito intelligènte o sym-pathico, agradeceu nos termos os maisamáveis a acolhida que lhe estavasendo feita. Em seguida, passaramtodo» ao rflítflurarrt e ahi lhes loi ser-vido um lunch pelo Club dos Tenentes'.

Os indivíduos que constituem a Tunasão todos estudantes. Trajam o cos-íumr tradicional: calção e meia dn vel-ludo preto, batina, capa e chapéo bl-come com uraa colher de marfim'.Eram portadores de uma esplendidacoroa de prata, com emblemas dos di-versos cursos, 0 destinada a Academiade Coimbra.

Um dOS tunOS 6 redactor da ((Garciade Gallcia».

A coroa do Club dos Tenentes fui of-[.•recida ao presidente da Tuna, pelomembro iFaquelhl Sociedade, sr. IlenrlllugeilS, que pur essa oceasião dirigiualgumas palavras de boas-vindas aosrecém-chegados.

Ao partir para Coimbra a Tuna Com-poslolana executou o hymno nacionalportuguez.

A Tuna Compostelana devo regres-sar de Coimbra sabbado próximo, che-gando ao Porto polo comboio da noite.Vai esperal-a a Campanha todo o ClubTenentes do Oiabo com o seu estan-darte u em marcha aux fltmbeaux,acompanhando-a era seguida até á casada rua de Passos Manuel, onde lheserá ollerecido um copo d'agua. O tra-jecto far-se á pelas ruas do Heroísmoe Santo Antônio, praça du D. Pedro erua de Sá da Bandeira.

Vão igualmente esperar a Tuna aCampanha quasi todos os estudantes doPorto.

Algumas indiscripções mais, comrespeito ao cortejo carnavalesco doClub dos Tenentes:

E' constituído de nove carros, â frentedos quaes figura o do estandarte, umgrande estrado, installado n'um breack,do qual emerge um bouquet monumen-tal, atulhado de enormes flores artifi-ciaes. Ao centio do bouquet vai o porta-estandarte, empunhando a bannièrc deque hontem demos ligeira descripção.

E' ladeado por um grupo de cavallei-ros Carlos 111. Os Ltctos sào magni-

Page 3: X: M.° 53 RIO DE JANEIRO.Sabbado, 3 de Março de 1888 ...memoria.bn.br/pdf/798924/per798924_1888_00053.pdfda praça policia Felix Lago Silva que se achava de guarda na primeira estação;

a K í m > <'; A. Sabhado, § de Março <jí^ iwft n

ficos. A propósito, n ctifiqnéinos, Nãoé o sr. José Maria Coelho Pinto, da rnaSá da Bandeira, mas o sr. José Pintodos Saiilos, cosíumier do lheatro Prm-cipo lleal. quem eslá incumbido deexecutar os trajos.

Um outro carro, destinado a grandesuccessb, está sendo feito segundo umplano de Raphael llonlallo Pinheiro.Envolve uma peqnenba allusão a umpersonagem da política portugueza, e(em iminensissiino espirito.

Supponharn um grande carro de gala(vão conhecendo?) em qne o coclieiró,o ttititanario, os moços do estribeira,os batedores, sáo constituídos do tírati-des rabanos com vida o movimento.As lanteinas do carro sáo igualmenterabanos.

Dentro do coche vai o personagem.A Insistência na hortaliça em questãoparece-nos tornar bem transparente ablttguc.

N'Òlltros carres laz-se allusão aosúltimos iicoiitecimenlos occonidos noPorto.

llm outro tem este emblema : Os sal-vadores da pátria.

Aiuaiihá ou sabbado, será convidadaa imprensa a ir ver os carros (piedevem constituir o cortejo.

Do Clnb dos Tenentes receberam osjornaes a seguinte H gatoria:

d A direcçáo do Club dos Tenentesdo Diabo faz um lippello ás senhoras enos cavalln irus do Porto, para (pie seab-denhain de manifestar a sua sym-palhia pela iniciativa iFaquelle grêmio,cobrindii-o de pós ou água.

A direcçáo não ignora que estas de-inonstraçóes de apreço, lauto as que sereferem ao pó, como as que dizem res-peito á água. sáo por iuual penhorantes.Comtudo, não podo deixar de reconhe-oer que lhe seria muitíssimo mais agradavel bater em redrada sob os bouquelsdo tão formosas damas, do que fugir áperseguição barbara de algumas fabri-cas de pòlvilbo commum, ou seja do queso torna simplesmente Bpplicavel aosefleitòs da colla ou seja du que assumeum caracter de manifesta utilidade nasdifíerentes applieaçôes da camisarianacional.

A dirpcção supplica outrosim ás gra-ciosas filhas do Porto (pie no empregoda água. tanto da que lhes é fornecidapelos chafarizes da cidade, como daque liiesé proporcionada pela -olicitudeda companhia do Souza, se mantenhamn'um justo meio termo, limitando-se,tanto quanto for consentaneo com assuas naturez.s de peninsulares, aosimples barril, hoje tão desautorisadonas classes burguezas como nas denobre linhagem.

Não ousando pedir ás gentis damasque os bombardeiem a llores, levam asua iniciativa a ponto de pedir lhes-queos não poupem aos seus sorrisos.

li. R. M.

ENIGMA AO PIIANTASMA NEGRO

Tu te julgas tão valentenada tercs de ignorante—1ou no todo mettes dentoou te chamo do Pedante.

A resposta aos teus dict amesqual seria b 'in o sei ;mas, einfiui... eram vexamespor isso não tentare i.

Produziu-mo cruel anciãtão iminunda predileção,onde chega a petulânciade bestnuto pastelão II— 1.

Onde ha charadistagemou palavra vergonhão ? ! 1Se náodizes, a homenagemterásde... Parlapaláo,

Fica certo que não venhoresponder aos teus dicterios,relações não eritretenhocom visões de cemitérios.

Abrenuncio ! cruzes! figas !teu. logar é Ia no averno;oh I maldito! não me sigas !Òlll Phaiitasma do inferno !!

Cândida V.

AO MEU PRIMO ZÉ HA LUZ

Ella estáKM.

Doa —está bom -

li' terrível I

ríiiilhcrmina I).

AO S:;. VALERIO LEVIN»

A's direitas, instrumentoQue muito usa a minha avó;Do vestido é ornamellt",li espada d'um corte só,A's avessas a charadaDá certo deus africano.Mas com lettra assignaladáDá uma ave : — não o engano?-

Fricinal Vassico.

LCGOGRIPIIO

Ao llotãosinho de Ouro

D'este planeta nossoA antiga locomoção,

10.11. 14. 12. 13.7, õ, 9, 3, 15, 2.

13.Mudou-se para metal, 16, 8. 2, ti_Após nossa reunião, 1, li, 11,4, 15, 6.

D. Cecém do Prado.

(Continua).

A' GENTIL YAYA GARCIA

Cm advérbio Ioi ontCora,Hoje é signo musical : —Ioterjeiçâo dou-lhe agora,li termino menos mal.

- 1o

Fricinal Vassico

Pela 1 hora da madrugada, do dia 2do passado exhakiu o ultimo suspiro oivv Manuel Antônio da Costa, abbule(pie fui de S. João do Souto, d'esta ei-dade. e lia cousa de 29 annos conégoda í-è Primaz. Homem virtuoso ebas-lant9 illustrado o sr. conegç Costa,nascera em 1809, e era irmão do folie-cido visconde de Montarlol ü tio doactual sr. visconde de Negrellos, dignoescrivão do juizo apostólico (Festa ar-chidiocese.

Fica, por conseguinte, a caíhedralprimaz das Hespauhas apenas com trescotiegos, nm dos quaes doente e outrodeputado.

Do testamento com que mHeceu o sr.conego Costa, extractamos algumas das

princípaes disposições :Declara que o seu corpo deve ser de-

positado na igreja do hospital de S. Mar-cos.cnde selará umotUeiode Htlpresby-teros. Que se digam por alma dYlle. tes-tador, 200 mis-a-; pela de seu pai 100,pela da t.láe 100, OÜ por cada uma dassuas duas irmãs Maria da Conceição eAntonia Itoberta ; 50 por cada um dosseus irmãos Francisco Manoel da Costa(visconde de Montariol) e DomingosJoaquim da Costa, 50 porJosé Joaquim Pereira deabbade que foi de SantaCrespos, o Manuel Joaquim Pereira d<Carvalho, nbbade que loi de SantaMaria de Moz, 50 por todos os seus

parentes a amlttos lalleoldos. e, final-mente, mais 50 por intenção d'elle,testador.

Diixaa seu sobrinho Maiiu-1 Mariada Costa I iina (actual visconde de Negrellos), animal e vituliriaineiite a pres-taçáo de réis 40ÜJJ, que lha. serajvigaem trimestres. Dà.isn no filho deste,queé afilhado do < Ul "' bispo do Porto,1). Américo, todos os bens de raiz rus-ticos e urbanos, que tem B pOSSUO 00Arial de Passos, freguezia de S. Vlotor.

Deixa a sua prima 0 atilhnda MariaAlexandrina e sua irmã Maria Rita, a

primeira 1?0$ e a segunda lOOg an-ntialinente e emquanto vivas forem. AoBSVlo do S. José de S. Lázaro, por umasó vez 300$ : «O Conservatório do Me-nino de Deus 300$ e instituiu herdeirodos remanescentes o hospital de SaoMarcos ao qual poucos dias antes haviadoado 3:000$OOÔ.

seus tiosCarvalho,

liulalia di

A COMADRE CÂNDIDA V.

2-3— A embarcação navega no mar.2—2— A embarcação navega no mar.

Guilhermina D.

PLEITOLOGOC.RIPHO

IXVenha o prêmio • enhor Egoesse prêmio desejado :eis aqui nm seu criadoa pedir-lhe como cego !Reconheço (não o nego)minha débil competência.mas emfim... tenha paciência,dê desculpa ao seu nuctor.Oh ! que negro dissaborde passar pela vergonhade chamar-me de pamonhasem que tenha tal primor!A essa nobre comniissàodVsse grêmio charadistapedir-lhe-hei a conquistaiFesta minha producçào,caso tenha acceitação,mereça deferimentoeste meu requerimento^é mais uma obrigação 7, 5 8 o

que lhes tica creditada.Quero saber a moradado Silva e F.go tambémpara bem recompensal-osvou mandar-lhes dois cavallos

3, ¦'¦

mi>s á nobre commissáodVsse grêmio charadistamand irei um saque á vistaSobre o Banco do Brazil.De rarjtnl não ha certeramas encerra com firmezade Logogriphos tres mil!

Não tinha família, podia amar a hnma-nidade inteira, seus braços eram bas -

tantos para fecharem a todos em umabraço.

Qiiand) chegou a idade do amorabandonou a sombra onde escondia-se ;

poz-se a vagar pelos caminhos ; pro-curando os famintos e saciando-os comseus olhares. Era urna donzella alta erobusta; tinha olhos negros e lábioscòr de rosa. A sua cutis de uma palli-dez litatte, sombreava ligeira pubes-cencia, que dava-lhe um tom branco e

avelludado. Andando, seu corpo ondu-lava em rythmo suave.

Além disso, ao deixar as palhas do

seU berço, comprehendeu que devia

trajar-se de rendas e do seda. Deu-lhea natureza uns dentes brancos e facesde carmim: pois bem, ella soube en-

contrar collares de pérolas alvas comoseus dentes e saias de setim rosadas

corno suas faces.li quando já estava bem vestida, que

bom era encontral-a nas estradas pelasmanhas lirnpidas de Maio ! Sen coraçãoe seus lábios ( stavam sempre abertosaos viandantes. Se encontrava um men-digo á beira de um fosso, fallava-lheentre sorrisos ; e quando elle queixa-va-se dos Ímpetos e das terríveis febresdo coração, foco sua bocc.a dava-lheurna e>!ii"la, e era ulliviada a misériado indigente.

Por isso conheci»m-na todos -os po-bres ilo l'>B»r. Apinhavam-se á sua

p«rla.; esperando a hora da distribui-cão Como uma cariei sa irmã, elladescia pela manhã e á tarde, repar-

lindn seus thesouros de doçura, dandoa cada um o seu quinhão.

Fira terna e íjna cot o o pão alvo. Os

pobres cliamavam-na a « Mantilha azul

do amor ».

II

Uma peste horrorosa devastou o paiz;foram atacados todos os moços e a

maior parte esteve bem perto de mon er.

Os symptomas do ílagello eram ater-radores. O coração paralysava-se, a

cabeça tornava-se oca ; o moribundoentristecia. Os rapazes, assim comoridículos policbinellos, passeavam ga-lhofeiros e compravam corações na

feira como as creanças compram con-

feitos,

Quando a epidemia feriu a maueebos

fortes, o mal se manifestava por uma

tristeza negra e profunda, um deses-

! pco mortal.1 Os artistas choravam impotentes! diante de suas obras; os amantes de-! sesperados iam atirar-se nas águas.

A encantadora douzelbi somente dis-

tinguiu-se nVslas graves circumstan-tancias. Estabeleceu ambulâncias, Ira-

tou os enfermos noite e dia, sarando as

feridas com os seus beijos e agrade-

cendo ao céu a sina que lhe dera.Foi uma providencia para os moços:

salvou muitos d'elles. Aquelles a quemella não ponde curar os corações era

que já não o possuíam.Seu remédio era muito simples, dava

aos doeutes suas mãos compassivas,seu hálito morno. Jamais exigiu quelhe pagassem. Arruinava-se deseuidojadistribuindo esmolas ás mãos largas.

E os -ivaros da tpoeha encolhiam os

hombros, vendo a joven pródiga gastarassim a grande fortuna de suas graças.Diziam comsigo:

Ha de morrer em uma enxerga, ella

que da o sangue de seu coração sem

nunca pesar-lhe as gottas111

Um dia achou vasio o coração. Fis-

tremeceu, horrorisada: restavam-lheapenas algumas moedas de ternure, e

I •) a peste continuava' t?

MODASApezar de já ter passado a época de

mais abundância a bailes á phantasia,extraliimos apontamentos dos jornaesde Pariz, ultimamente chegados.

A moda decretou qne os bailes cos-tumés fossem á época, istoé: fazendo-seuso dos costumes e trajos do tempo emque o baile fòr determinado.

Dançar-se-ha a gavota e o minnetecom costumes d'esse t^mpo. Não seprocurará o contraste, mas sim a maiscompleta harmonia.

Haverá os bailes : Renascença, Re-gencia, Directorio, etc, aos quaes seseguirão outros, não menos attraentes,para costumes populares, como russo,italiano, hespanhol. hollandez. austro-húngaro, ingíez; não contando os quesão dedicados ás classes sociaes. comopaizanas, griseltcs, segadoras, etc, etc.

Os costumes nacionaes, cheios devida e originalidade, não são menossedtictores e, quanto a mim. são ''té osque apresentam maior belleza. Não è_tão bonito ver-se n'um baile costume'uma infinidade de elegantes, vestindoos bonitos trajos da anduluza, da po-laça. da esmeralda, da alsaciana, dabretá, etc, etc, que nosdàocom o seutypo característico um verdadeiro en-canto ?

Seja qual fór o costume escolhidopelas meninas ou jovens senhoras, amulher brazileira será sempre encan-t adora.

Ainda assim, lembro-lhes a escolha,que não deve ser única e simplesmenteresultado d'um capricho, mas sim d'umcerto estudo, afim de poder harmonisarmelhora suaphisionomia com o costumeque vestir, sobretudo se assistir a umasoirée costumee em que seja dispensadaa mascara.

Por exemplo, uma morena a quemvai muito bem um costume d'Andaluza,não deverá nunca vestir um costume dealsaciana, de Diana Caçadora, ou l agemque produzirá muito melhor efieito emuma senhora loira.

NVsta escolha, como em tndpo rnais.não se deve ser escrava d'um capricho,qualquer que elle seja, ou mesmo d'umdecreto da moda, porque nem todas assenhoras tem o mesmo typo, e o que sedeve procurar é fazer realçar a belleza.

Uma senhora esbelta, pequenina,desenvolta e vivaz, podendo mostrarsem receio um pequenino pé, cambre,e possuindo uma certa naturalidade,não deve senão fazer uso d'um cos-tume curto, como de Andaluza, escos-seza. lavradeira, etc, etc.

Para uma senhora alta, bonita, quepertença á primavera da vida, mascuja cintura seja um pouco ttrossa, ocorpo curto e não muito bem contor-nado. aconselho o uso d'um costumecom grande cauda, o que lhe da umaapparencia d- maj-stade e encobre ospequenos defeitos da construcção.

lim pedacinho de Booage :

Lavrou chibante receitaUm doutor com todo o esmero ;Era para certa moça,Que ficou *á como um pero.

o Tão cedo! E' milagre!» (assentaA mãe. que de gosto chora)« Minha mãe, não é milagre :Deitei o rt médio fora »

Então a creança ivvoltou-se não pen-sando mais na immensa fortuna quehavia dissipado loucamente, e sentindompúlsos fortes de caridade que torna

CHARADASA D. CEIAR DE MAZAN

Para ir a um jantarExcellente. d'appetite,N'oma noite de luar.Recebi eu um convento.

Fico.

- 1

E comi.. • mas com vontadePorque tive uma visinha,QuVra uma divindade,Um arehanjo... uma mocinha...—

Foi então a vez primeiraQue fiquei maravilhado:Ella era mais faceiraQue a walsa do Chiado...

Enèas Mauro.

A MANTILUA AZUL DO AMOR(EMÍLIO ZOLA)

I

Filia a formosa creança dos cabellosruivos, nasceu por uma manhã de De-zembro, quando a neve cahia lenta evirginal.

Houve no ar infalliveis signaes damissão que ella vinha cumprir, a mis-

são do amor ; o sol brilhava roseando a

neve e andavam pelo espaço perfumesde lilazes, gorgeio de pássaros como na

primavera.Veio á luz em um pobre casebre, tão

humilde, para mostrar sem duvida,

que só aspirava as riquezas do coração.

ivam-lhé mais medonha a sua miséria.

Como era bello nos dias algres irem busca dos mendigos, amar e seramada! li agora era preciso viver nas mibra, esperando por sua vez esmolas

que talvez não viessem nunca !Por um instante pensou em guardar

preciõs iraente algumas moedas queainda restavam-lhe e despendel-as comtoda a prudência; mas sentiu-se tãofria no seu isolameuto que sahiu pro-curando os raios do sol de maio.

Na estrada, chegando ao primeiromarco, encontrou um moço, cujo cora-

çáo morria enfraquecido. Vendo isto,despertou ardentemente a caridade dadonzella; não podia trahir a sua mis-são. E scintillante de bondade, grandede abnegação, poz sobte os lábios tudoo que havia em sen coração, inclinou-sedocemente, beijou o moço e disse-lhe:

— Toma, è a minha derradeira es-mola. Paga-me agora.

IV

O moço pagou.JTessa mesma tarde ella escreveu a

seus pobres uma carta dizendo que jánão podia dar mais esmolas. Ficara-lhe apenas com que viver honestamente

junto ao desgraçado a quem salvou.Não tem moralidade a legenda da

i Mantilha azul do amor».

Entre as valiosas loilettes do sum-ptuoso enxoval da sra. D. Helena de |Vasconeellos, que acaba da se casar nn |Lisboa com o visconde da Várzea, desta- icavam-se as seguintes:

ToiUUe de casamento: vestido de,faiVc branco, guarnecido de renda deBrnxellas e fiôres de larangeira. Longa(mine e véu das mesmas rendas.

Toilellts de baile. vestido de setimottoman ciei, todo borda Io a prata emrelevo, guardeeido a tullc prateado,com pimr-ntes de crystd e saia estyfoLuiz XV. grande trnine forrada de poilde soie ciei e aigretle para a cabeça;vestido de moirée adacnasodo rosa chá.guarnecido de plumas. passementerie elaços da mesma còr; grand- traine decour. forrada de setim neil or; v-stidode bengciline de seda branca, guarne-cido com salões de pérolas e tlores

Toileltes de visita- vestido de moireePekin preto, iruarn-cido tle rendi d-oiiipirrr, •¦ appü. ações de pas ementenede joie ; vestido de velludo císelí mor-deré áfleurs broche, e poil de soie damesma côr. saia toda de velludo, comgrande scharpe em poil de soie. apanhadopor uma ápplicação de pnssemeníene,corpo em fôrma de coilete, manga atéao ante-braço: vestido de velludo efaille grenat, saia a paririíaus de vel-Indo ; para o mesmo vestido segundocorpo de velludo, meio decotado, guar-neeido com gallões de pérolas douradas;vestido de poil de soie, azul marin, evelludo phantasie

Tvilettes de passeio: vestido de paimogris, bordado a matiz, com meia polo-riaise; vestido de panno Hortensia,guarnecid" a passemnitcries douradas ;vestido cac/iemire da Índia 6leu eletrique,guarnecido de flores bordadas da mesmacòr; vestido de viagem de panno lori-tre. com casaco, guarnecido com gal-lões ; regalo de panno, recortado.

Toilettes para casa: matinée de ca-chemire da índia, branca, guarnecidacom galões bordados; mantinée dè ca-chemire ciei, guarnecida de superioresrendas; peignoir de pelluche grenat,guarnecido de surah da mesma côr.

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C0MMUNICAD0SAo» doentes do peito

Uma bronchite aguda, com graudeinflamação na larynge martysou-me portres mezes e com o Xarope PeitoralBalsamico dos srs. Rebello & Granjofiquei bom ; é este um dos remédiosem que se pôde ter confiança, pois quetendo indicado a alguns dos meus ami-gos doeutes, têm colhido resultado igualar que experimentei. Com todo o agradoe espontaneidade faço esta declaraçãoque assigno. *

Máximo Júlio da Silva Leiti.Rio de Janeiro, 14 de Janeiro de 1888.

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Valparaiso por Montevidéo, «Acon-cagua» 6

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(4 horas) 4Santos, (Desterro e Rio-Grande)

« Ayinoré» 5Hamburgo (Bahia e Lisboa, «Lissa-

bon» (10 horas) 5Portos do Sul, «Rio Grande (meio-dia) 2

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"i

(*) Este vapor s. gue direx-tamente daIlha-Gramle para a Europa.

dividido em 20 000 acções de 508000cada uma, e depois de todo o capitalsubscripto será feita a primeira cha-mada de 25 •/., sirbscnptas na provin-c<a de S. Paulo e Ri' de Janeiro.

0 grande desenvolvimento da immi-graçáo edis industrias, a pir do ex-traordihario progresso da província deS Paulo, determinaram a creaçáo do

BANCO ITALIA-BRAZILEste Banco tem por fim auxiliar o

pequeno çommercio. a classe operaria eas industrias, facilitando^ tanto quantopossível fòr, as operações de credito,dentro do Império ou fora d'elle.

O modo rápido com que tem se des-envolvido o progresso em S. Paulo, èuma prova de que um estab-lecimentoiTesta ordem animarão pequeno com-mercio e as industrias, eoadjuvando-oscom sees capitães.

O Banco Ualia-Bra7.il sepropõe a fazer todas as operações dedelcredere, quer de cr< dito, depósitos,contas correntes c m ou sem garantia,descontos, adiantamento de dinheirossobre mercadorias e operações de cam-bios sobre todas as praças, quer daItália, Londres, Pariz. Hamburgo, Por-tugal, Héspanha e outras.

A sede do Banco será n'esta capiteie abrirá agencias nas qne julgar con-veniente, tendo uma filial uo Rio deJaneiro

A primeira chamada de capital seráde 10 •/, no acto da subscripção, e asoutras de 10 a 20 •/,. «om intervallosnunca menores de 30 dias; precedendoannuncios de 15 dias pelo menos.

A grande acceitação qne tem tido aidéia dos incorporadores d'este Banco ea confiança que lhes merece a direcçáo,garantem um futuro brilhante a estaempreza, e esperamos contar com o seuvalioso apoio na subscripção de algumasacções, que estão sendo tomadas lison-jeiramente.

São incorporadoresDr. Domingos José Nogueira Jaguaribe

Filho, fazendeiro.Pr. V. Liberalino de Albuquerque,

advogado.Domenico Calderaro, negociante.

DIRECTOR DA FILIAL, NO RIO DE JANEIRO

,1. rs. de vii r.\7.iA subscripção das acções è feita no

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Francisco ôe Paula Palhares33 RUA i° DE MARÇO 33

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LOUÇA BARATAMercearia Onyídor 113

Page 4: X: M.° 53 RIO DE JANEIRO.Sabbado, 3 de Março de 1888 ...memoria.bn.br/pdf/798924/per798924_1888_00053.pdfda praça policia Felix Lago Silva que se achava de guarda na primeira estação;

¦% A ÉPOCA. — Sabbado, 3 de Março m i&HH

POSTO CIRÚRGICODO

DR. FIGUEIREDO MAGALHÃESConsultas, oherações e curativos ei-

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