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Relatório completo do projeto de conclusão de Design Gráfico pela Unesp - Bauru. Feito por Nat Rozendo.

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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Projeto de Conclusão de CursoDesign GráficoNovembro 2014Natália Rozendo

R.A.: 1033581

Orientação Profª Drª Fernanda Henriques

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Agradecimentos

Não existe outra maneira de iniciar os agradecimentos sem lembrar do porquê esse trabalho foi feito e a razão pela qual cursei essa faculdade. A maior motivação será sempre a vontede de vencer que meus pais me ensinaram. Foi a exemplo deles e por tudo o que conquistaram que tive o grande prazer e privilégio de cursar uma faculdade como essa. A vocês, meus queridos pais, Sidinei e Cristina, meu muito obrigada pelo exemplo de vida.

À minha amada irmã, Mariana, que sempre me apoiou em todas as minhas decisões e me ajuda em qualquer dificuldade, seja nos estudos e no cotidiano. Obrigada por me ouvir e por se entusiasmar comigo e com esse projeto.

Agradeço a todos os professores que contribuíram para a minha formação profissional e me acompanharam durante esses cinco anos de curso. Em especial à Ferdi, por me orientar e principalmente incentivar em todas as reuniões no processo de criação desse projeto. Obrigada por me inspirar.

A todas as pessoas, amigas e colegas que conheci durante essa experiência, em especial ao Fernando, Manoel, Rafaela e Kaori obrigada pelas risadas, companheirismo, pelos conselhos e conversas. Aos veteranos: Vinícius, Vanessa e Ana Helena: obrigada pela amizade e todo o apoio.

Todos vocês contribuíram direta e indiretamente no processo desse trabalho. Um grande obrigado por toda a experiência de vida que levo a partir daqui.

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Sumário

INTRODUÇÃO . 9O Projeto . 11Comunicação, Tipografia e Lettering . 13Pôster em Design Gráfico . 15

WOODY ALLEN . 17

PROCESSO CRIATIVO . 25

TAKE THE MONEY AND RUN . 29

ANNIE HALL . 37

ANOTHER WOMAN . 45

MANHATTAN MURDER MYSTERY . 53

MATCH POINT . 61

MIDNIGHT IN PARIS . 69

NAT ROZENDO . 77A loja Virtual . 79 IDENTIDADE VISUAL . 81

CONFECÇÃO DE PRODUTOS . 89 Almofadas Decorativas . 91Simulação de produtos . 94Encarte . 100Processo de produção . 101O que não saiu conforme planejado . 105

CONCLUSÃO . 107

BIBLIOGRAFIA . 109

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Introdução

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O Projeto

Woody Type é uma união de vontades e experiências; primeiro, a experiência de cursar a faculdade, toda ela contribuiu para o desenvolvimento e amadurecimento dessas ideias, como também os acontecimentos anteriores a esse período contribuíram para ele tomar forma.

Os filmes estiveram presentes na minha rotina de forma bastante expressiva; ver filmes com amigos ou sozinha é um hábito que mantenho desde a adolescência, cheguei a passar tardes inteiras assistindo a filmes, mas o gênero que mais me interessa hoje é o drama e romance. Conheci o trabalho de Woody Allen nesse período; não sabia da fama do diretor, e o primeiro filme que vi dele foi pela tevê. Impressionou-me muito a maneira como aquele filme em particular mostrava a sociedade e as pessoas inseridas nesse mundo. Posso dizer que alguns filmes que vi influenciaram a minha percepção de vida.

Unindo-se a esse interesse, e já cursando a faculdade, veio o gosto por Tipografia. Uma área desconhecida por mim e que me desafiou muito. Sempre pensei em palavras não como apenas traços (feitos à mão ou, hoje em dia, pelo computador), mas como veículo de comunicação e um meio de transmitir mensagens às outras pessoas. Além do propósito de desenvolver artes para o projeto, há o interesse em comercializar as peças em loja virtual, em formato de pôster e também aplicados em almofadas decorativas.

Após reflexão e com orientação da Profª Fernanda Henriques, a junção dessas áreas saiu do plano das ideias e passou para o material. O resultado é esse projeto manifestado em peças gráficas – os pôsteres tipográficos e as almofadas - cada um traduzindo a minha experiência com alguns dos filmes de Woody Allen.

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1: Painel de escrita cuneiforme; 2: teclado de computador; 3: gabarito para desenhar letras; 4: montagem de tipos;5 e 6: exemplos de letterings criados para esse projeto.

Comunicação, Tipografia e Lettering

Existem muitas maneiras de comunicar uma ideia. Desde o início da civilização, o homem procurou meios para transmitir mensagens aos seus semelhantes e foi através da escrita que encontrou a forma mais eficaz. Inicialmente fez inscrições em pedra, essa ferramenta foi então desenvolvida até chegar à comunicação digital usada nos dias de hoje em telas de computadores. Pode-se afirmar que a principal função da comunicação escrita é a perpetuação da mensagem, ela é escrita para posterior leitura, por exemplo, o registro dos costumes de um povo.

Um dos meios de representação da escrita é a Tipografia, que pode ser entendida como o desenho de tipos (letras). Somos dependentes dessa forma de comunicação que está enraizada no dia-a-dia de qualquer pessoa e por vezes passa despercebida: aparece como sinalização, em cartazes, formulários, na web, entre outros. Mesmo que não exista o hábito de leitura, a tipografia se faz presente na nossa vida e tem como objetivo principal “transmitir uma mensagem do modo mais eficaz possível, gerando no leitor destinatário significações pretendidas pelo destinador” (NIEMEYER: 2010. P. 12-13). A Tipografia pode auxiliar o receptor no entendimento da mensagem emitida e, por essa razão, é uma ferramenta muito importante do Design.

Para uma mensagem tipográfica clara, o designer deve levar em consideração o equilíbrio entre estética e praticidade que pode ser alcançado observando-se os seguintes aspectos: legibilidade, adequação de letras e estética, suporte, material, boa distribuição pelo layout e a harmonia entre letras e imagens. Outro fator que influencia no resultado final é o gosto pessoal do designer. Portanto, é impossível determinar uma fórmula padrão a ser seguida; cada projeto necessita de análise e pesquisa para fazer uso dos melhores artifícios.

O Lettering é uma derivação do campo da Tipografia. Classifica-se como o desenho de letras decorativas, projetadas especialmente para expressar e representar ideias e emoções; “se você olhar uma letra com atenção, pode ver a personalidade expressa nas suas características físicas: leve ou pesada, arredondada ou quadrada, alongada ou achatada” (SPIEKERMANN: 2011. p. 45). Cada Lettering desenvolvido para esse projeto surgiu a partir das ideias presentes nos filmes de Woody Allen, a escolha das tipografias foi ditada pelo conteúdo dessas obras e a mensagem que cada um transmitiu.

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7: Papiro com escrita egípcia; 8: Caligrafia chinesa; 9: Prensa de tipos móveis de 1811 - a invenção de Gutemberg, em exposição em Munique; 10: Serigrafia; 11: Xilogravura; 12: Tipos móveis; 13: Detalhe de pôster da Art Nouveau de Mucha; 14: Detalhe de pôster do Construtivismo Russo de El Lissitzky; 15: Detalhe de pôster do Pop Art de Andy Warhol.

Pôster em Design Gráfico

O exercício do Design envolve atividades projetuais e como projeto gráfico, podemos incluir a comunicação visual e os impressos. A origem do Design Gráfico ocorreu juntamente com a origem da impressão e da Tipografia. Resumidamente, pode-se definir a seguinte cronologia: primeiro, surge a escrita e o desenvolvimento dos primeiros alfabetos; após a criação dos pergaminhos e do papiro (ano 105 d.C.), a reprodução de textos e documentos era feita por meio da Caligrafia até evoluir para as primeiras técnicas de impressão: Xilogravura, Serigrafia e a posterior invenção dos Tipos Móveis (em 1045 d.C. ) substituindo os manuscritos. A partir daí foram desenvolvidos novos alfabetos e a classificação das letras em maiúsculas e minúsculas; a Tipografia foi aprimorada e logo veio o primeiro livro tipográfico impresso pelo sistema de Gutemberg – A Bíblia de 42 linhas, no ano 1450 - seu sistema continuou sendo usado até 400 anos depois. A partir do século XV começam a aparecer as primeiras impressões em cores e os primeiros cartazes, anúncios e jornais impressos. Especificamente, os pôsteres estavam mais relacionados à propaganda e divulgação de informação; associados também a movimentos artísticos, eram usados como propaganda de exposições, anúncio de espetáculos, etc. A Art Noveau (Arte Nova – início do Design Moderno) de 1890 a 1910 foi um movimento artístico voltado ao Design Gráfico e que teve os cartazes como maior expressão.

No modernismo (de 1920 a 1960) o Design Gráfico ganhou um elemento de persuasão política, os pôsteres do Construtivismo Russo tiveram papel de propaganda revolucionária; e a partir da década de 60 com a Contracultura, os cartazes vieram manifestar os ideais do movimento hippie e do psicodelismo.

A tipografia presente em pôsteres é uma tipografia de impacto, carrega uma mensagem feita para impressionar o receptor e “só será percebida, compreendida e utilizada a informação que se apresentar a seu destinatário de modo adequado e eficiente.” (NIEMEYER: 2010. p.11). Compreende-se então que essas três grandes áreas, a Comunicação a Tipografia e o Design de Cartazes estão conectadas, visto que o meio para transmitir uma mensagem pode ser a letra e o suporte, o cartaz impresso.

Atualmente, com o advento das novas tecnologias e internet, o mais comum é o uso de mídias digitais no Design, as ferramentas antes usadas no design de pôsteres são hoje aliadas à produção digital. O uso de softwares de manipulação de imagens e ferramentas digitais combinados às técnicas manuais faz com que o desenvolvimento dessa arte se torne ainda mais interessante. 15

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Woody Allen

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Nova Iorquino, nascido em dezembro de 1935, Woody Allen começou cedo sua carreira no entretenimento. Aos 15 anos já escrevia textos cômicos para jornais e programas de rádio. A carreira de comediante começou nos anos 1960, como comediante de stan-up; seu grande diferencial na área eram as piadas contadas em monólogos e foi após uma de suas apresentações que recebeu a primeira proposta para escrever o roteiro de um filme (“What’s nem pussycat?” – “O que há tigresa? De 1965). Sua própria vida serviu-lhe como inspiração: a infância no bairro do Brooklin em Nova York e o legado judeu de sua família e seus costumes aparecem direta ou indiretamente como tema para as piadas de seus filmes; Allen costuma tirar sarro do personagem que na maioria das vezes é interpretado por ele mesmo, aquele de personalidade intelectual, neurótico e inseguro (essa mesma personalidade era interpretada para apresentar os stand-ups). A partir daí o diretor lançou em média um filme por ano totalizando hoje mais de 50 produções, além dos longa-metragens, produziu curtas, documentários, e séries de tv.

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1965 – 1980

No início de sua carreira cinematográfica, Woddy já era bastante conhecido como comediante, e os filmes desse período que foram as comédias de humor bobo com algumas mensagens inteligentes aumentaram ainda mais o sucesso do diretor e sua popularidade no meio.

What’s New Pussycat? (1965)What’s Up, Tiger Lilly? (1966)Casino Royale (1967)Don’t Drink the Water (1969)Take the Money and Run (1969)Bananas (1971) Play it Again, Sam (1972)Everything You Always Wanted to Know About Sex (But Were Afraid to Ask) (1972)Sleeper (1973)Love and Death (1975)The Front (1976)Annie Hall (1977)Interiors (1978)Manhattan (1979)Stardust Memories (1980)

1980 – 1990

A partir de 1980, o diretor passa a mesclar comédia e drama; é a primeira experimentação com aprofundamento de personagens e dramas psicológicos nos roteiros, sempre incluindo relacionamentos humanos e algum ato de infidelidade. Woody deixa clara a influência do cinema europeu dos diretores Ingmar Bergman e Federico Fellini em suas tramas fazendo até paródias e adaptações desses diretores.Woody desenvolveu melhor seu próprio estilo, não pensando apenas em agradar o público, mas desenvolvendo roteiros que ele mesmo gostaria de dirigir e produzir.

A Midsummer Night’s Sex Comedy (1982)Zelig (1983)Broadway Danny Rose (1984)The Purple Rose of Cairo (1985)50 Years of Action! (1986)Meetin’ WA (1986)Hannah and her sisters (1986)Radio Days (1987)September (1987)King Lear (1987)Another Woman (1988)New York Stories (1989)Crimes and Msdemeanors (1989)Alice (1990)

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1990 – 2000

Depois das experimentações da década passada, Allen não deixa de lado as comédias mais leves – agora sem aquele humor bobo, e continua com os dramas de humor um pouco mais obscuro.

Scenes from a Mall (1991)Shadows and Fog (1991)Husbands and Wives (1992)Manhattan Murder Mystery (1993)Bullets over Broadway (1994)Don’t drink the Water (1994)Migthy Aphrodite (1995)Everyone Says I Love You (1996)Deconstructing Harry (1997)Wild Man Blues (1997)AFI’s 100 Years… 100 Movies (1998)Celebrity (1998)The Impostors (1998)Antz (1998)Sweet and Lowdown (1999)Company Man (2000)

2000 – 2010

O diretor começou a perder a popularidade conquistada principalmente por que a maioria de seus filmes não agradava mais ao público; foi então que Woody fez a maior mudança na fórmula que sempre usou em seus filmes: mudou o cenário de Nova York para Londres no longa Match Point, além disso, o drama fica ainda mais obscuro. Depois desse lançamento, Woody deixa um pouco Nova York como pano de fundo dos filmes e passa a explorar outras locações. A próxima foi a Espanha no filme Vicky, Cristina, Barcelona, outro sucesso da década.

Small Time Crooks (2000)Light Keeps Me Company (2000)Picking Up the Pieces (2000)The Curse of Jade Scorpion (2001)Stanley Kubrick: A Life in Pictures (2001)Woody Allen: A Life in Films (2002)The Magic of Fellini (2002)Hollywood Ending (2002)100 Years of Hope & Humor (2003)Anything Else (2003)Charlie: The Life and Art of Charles Chaplin (2003)François Truffaut, uneAutobiographie (2004)Melinda and Melinda (2004)The Ballad of Greenwich Village (2005)The Outsider (2005)Match Point (2005)Scoop (2006)Home (2006)Cassandra’s Dream (2007)Vicky Cristina Barcelona (2008)Whatever Works (2009)You Will Meet a Tall Dark Stranger (2010)

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2010 – Atualmente

Woody continua mudando os cenários para seus filmes, passou por Londres novamente, Paris e Roma. O último lançado, Blue Jasmine, volta a Nova York mas também tem São Francisco como cenário. Essas produções foram encomendadas pelas próprias prefeituras para promover essas localidades turísticas. Ainda assim, o diretor continua tratando de dramas psicológicos com diálogos irônicos e inteligentes.

Midnight in Paris (2011)Paris Manhattan (2012)To Rome with Love (2012)Blue Jasmine (2013)Fading Gigolo (2014)Magic In Moonlight (2014)

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Processo Criativo

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Para a criação dos pôsteres foi seguido um critério muito pessoal. Após assistir ao filme, foi feita uma reflexão sobre o que aquela obra despertou em mim. A partir daí, buscou-se elementos visuais para melhor comunicar a ideia central de cada obra ou aspecto marcante do filme. Com o objetivo de não influenciar a minha opinião, evitei críticas de outros autores durante o processo de criação, apenas foram expressas as minhas impressões e sensações ao ver cada filme.

A sequência de tarefas se deu quase da mesma maneira para todos os pôsteres. Após assistir ao filme, foi feito um pequeno brainstorm dos sentimentos que cada obra despertou e como comunica-los por meio do cartaz. Feito isso, partiu-se para a busca de imagens de inspiração e posterior criação das artes. Assim como os filmes são diferentes entre si e cada um possui uma trama única, foi importante buscar imagens de variadas fontes (não buscando apenas um artista ou estilo) como tentativa de aumentar as possibilidades de inspiração, vinda de vários lugares diferentes mas transmitindo a mesma ideia.

Na maioria dos cartazes foram usadas tipografias como guia e apoio para os letterings criados, traçando primeiro no papel e finalização digital por meio dos programas Adobe Illustrator CS6 e Adobe Photoshop CS6.

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Take the Money and Run

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Ano de lançamento: 1969

Título no Brasil: Um assaltante bem trapalhão

Foi o primeiro filme dirigido, escrito e estrelado por Woody Allen (embora tenha sido auxiliado na edição após terminar de escrever o roteiro); até aquele momento ele participara apenas como roteirista, dublador ou teve a direção compartilhada com outros profissionais.

Take the money and run é uma comédia sobre a vida de Virgil Starkwell, a história documentada de um homem que se torna ladrão de bancos depois de falhar em tudo o que tentou ser ao longo de sua vida. É preso algumas vezes e durante essa trajetória, se apaixona e se casa com Louise, uma mulher que conheceu com a intenção de roubar-lhe a bolsa, mas desiste dessa ideia depois de uma hora de conversa durante uma caminhada no parque.

Já nesse longa-metragem, o estilo cômico de Woody se destaca na obra como um todo. Ele faz uso do estilo “Mockumentary”, que consiste em um tipo de documentário menos sério, debochado. Até o ano do lançamento ele já era bastante conhecido por seus outros filmes e aparições em programas de televisão, entrevistas e shows de comedia. Embora o filme tenha seus momentos bastante engraçados, eu pessoalmente não achei muito divertido. Particularmente, prefiro as ironias sutis e outras nem tanto que o diretor consegue mostrar em seus filmes mais dramáticos; para mim, o humor que se vê parece forçado.

A cena que inspira o pôster é uma das boas piadas encenadas ao final da trama. Virgil está sendo entrevistado para o documentário sobre sua vida e o entrevistador pergunta – lhe

se teve algum arrependimento por escolher essa maneira de viver e como está sua rotina agora (na prisão).Virgil responde que ser ladrão de bancos com certeza compensa e paga bem; o horário de trabalho é incrível, além da vantagem de você mesmo ser seu próprio chefe. Quanto à sua rotina, diz que tem trabalhado muito na oficina da prisão aprimorando o trabalho manual. Nesse momento, exibe um pedaço de sabão esculpido pela metade em formato de arma, e continua trabalhando na peça durante a entrevista até perguntar para o entrevistador como está o clima lá fora e se chove nesse momento. Por sua vez, Woody baseou-se na fama de John Dillinger, norte-americano assaltante de bancos dos anos 1920. Diz-se que ele conseguiu escapar da prisão portando uma arma feita de madeira e coberta com cera para polir sapatos. Posteriormente foi descoberto que os advogados de Dillinger subornaram alguns guardas para facilitar a fuga. O lettering foi trabalhado para simular bolhas de sabão e os elementos gráficos do pôster remetem também a essa ideia. A paleta de cor em tons de verde água, roxo, azul claro e branco, foram usadas para transmitir melancolia, um aspecto presente nos filmes de Woody Allen, e também ao fracasso de Virgil em toda sua vida. Ao mesmo tempo em que divertem, as formas arredondadas lembram infantilidade/ingenuidade; comunicando a comédia da obra e o início da carreira do diretor como profissional.

Ideia central: Diversão, comedia, ingenuidade, melancolia, fracasso.

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Painel de Inspirações16: Fonte Bolda. Designer - Morten Iveland; 17: Fonte Sleepy Bubbles. Designer - Frances Konrad Bednarski; 18: Fonte Octopus Shaded. Designer: Colin Brignall (criada nos anos 1970); 19: Detalhe de cartaz de artista desconhecido; 20: Detalhe da capa do DVD original; 21: Detalhe do Pôster original do filme.32

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22, 23, 24, 25 e 26. Sequência da cena que inspirou o pôster.33

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Rascunhos e evolução do pôster: 27: Detalhes do rascunho à lapis em papel milimetrado do formato da tipografia usada no pôster; 28: Primeiro layout do poster e tentativa de diagramação da fonte. 29: Evolução do pôster;

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Pôster final

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Annie Hall

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Ano de lançamento: 1977

Título no Brasil: Noivo neurótico, Noiva nervosa

Um dos meus favoritos de Woody Allen, foi o primeiro filme premiado do diretor; ganhou quatro óscares: melhor filme, melhor direção e melhor roteiro e melhor atriz para Diane Keaton. Annie Hall pode ser encaixado no gênero comédia romântica, mas, tendo o toque de Woody é bem diferente daquelas que vemos atualmente.

É um filme sobre relacionamentos, antes mesmo de ser um filme sobre Alvy e Annie, as personagens principais. E como todo relacionamento, passa por várias fases desde a paixão até os problemas com intimidade e convivência. Em Annie Hall, vemos situações muito mais reais que ainda não apareceram em outros filmes do diretor até o momento; sem dizer que é impossível não associar o personagem principal, Alvy, a Woody, já que ambos têm muito em comum, desde o modo de vestir a traços da personalidade. Além disso, Diane Keaton, que interpreta Annie Hall, tem muitas semelhanças com sua personagem; fica evidente que o cineasta escreveu o filme especialmente para a atriz e sobre o relacionamento dos dois durante os anos 1970.

Nesse filme já é possível sentir como o humor do cineasta mudou de uma comedia escrachada em “Take the Money and Run” para um humor irônico, caçoando das próprias angústias e fica difícil não se identificar com as personagens problemáticas que Woody mostra justamente por retratar pessoas reais em um relacionamento ainda mais real que conta com cenas de ciúmes, discussões bobas e noites de amor. Esse filme inaugura a identidade visual que as produções de Woody seguem até hoje: a abertura com o fundo de tela preto e o título do filme em branco na fonte Windsor.

Annie Hall me chama muita atenção principalmente por ser um filme que não tem pretensões de ser um romance piegas, é uma obra que retrata como é um relacionamento longe daquela ideia de fantasia perfeita. Não foi a primeira vez que assisti ao filme, e em todas as vezes que vi, pude perceber algo diferente: o quanto Annie Hall (Diane Keaton) foi importante na vida do diretor e como eles se davam bem no desenvolvimento do relacionamento com todos os seus impasses, mas também com muito amor entre os dois.

Escolhi para este filme a cena em que o casal caminha conversando e ao fundo pode-se ver a ponte do Brooklin. Durante o diálogo Alvy diz a Annie que a acha muito sexy e pergunta se ela o ama; Annie diz que sim e pergunta de volta. Então, Alvy inventa palavras para descrever o quanto a ama, e diz que amor não é o bastante para descrever o que ele sente. Essa cena é do início do namoro, onde tudo dá certo e sempre é bom. No pôster, faço referência à outra cena muito conhecida, onde Annie e Alvy estão em casa e tentam preparar lagostas para o jantar, as lagostas ainda vivas, caem da sacola de compras e se escondem atrás da geladeira gerando uma sequência de risadas e mostrando quanta sintonia o casal possuía.

Na arte do pôster, amor, representado com muitos grafismos e arabescos - passando a ideia daquele amor romântico e bonito que os personagens têm um pelo outro em algum momento - não é a fantasia que temos sobre o amor, ele é real (love is too weak) e pode acabar, mesmo que tenha sido um relacionamento prazeroso. Ainda assim, pode ser muito intenso e indescritível (I Lurve you, I loave you, I luff you). As cores foram inspiradas pela própria atmosfera do filme; aquele clima de outono e a impressão de imagens levemente envelhecidas pela época em que o filme foi rodado, em 1976 - 1977.

Ideia central: amor real, pessoas reais, paixão intensa e indescritível.

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Painel de Inspirações31: Tipografia do quadrinho Daredevil publicado por Lev Gleason; 32: Detalhe de pôster. Designer Anthony Scerri; 33 e 34: Letterings feitos à mão por Handlettering co. de Chris Wright.

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41 35, 36, 37, 38 e 39. Cenas que inspiraram o pôster.

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Rascunhos e evolução do pôster: 40 e 41: Primeiros rascunhos em papel milimetrado; 42: Primeira tentativa de vetorização da arte; 43, 44 e 45: Teste de cores no pôster final;

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Another Woman

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Ano de lançamento: 1988

Título no Brasil: A outra

Escrito e dirigido por Woody Allen, é um dos poucos filmes em que o diretor não assume papel de ator. É uma história densa, sobre uma mulher que acaba de fazer 50 anos e descobre que sua vida não é aquilo que ela gostaria que fosse; é casada e bem sucedida profissionalmente, mas ainda não é completamente feliz.

Durante sua crise de meia-idade, Marion reflete sobre toda a sua vida: o casamento que passa por momentos ruins, entre eles a descoberta de uma traição do marido, questiona a escolha que fez em casar-se com ele, a infelicidade de nunca ter tido filhos, o mau relacionamento que tem com seu único irmão e a inimizade que tem com uma amiga de infância.

Esse questionamento vem quando a personagem passa a ouvir as análises de seu vizinho psicólogo. É através de grades de ventilação do apartamento antigo que alugou para conseguir se concentrar em seu trabalho que consegue ouvir às sessões. Particularmente obcecada com as consultas de uma jovem que passa por um momento semelhante (não tem certeza de que sua vida está seguindo o caminho que planejara). Então, Marion procura aproximar-se da jovem para conseguir entender suas próprias angústias.

Algo muito interessante nesse filme é o acesso ao subconsciente da personagem e como muito de suas inquietudes são reveladas ao espectador através de seus sonhos e devaneios.

Escolhi a cena em que Marion ouve a opinião da jovem sobre ela. Essa cena caracteriza a grande reviravolta do filme. Após

um encontro com Marion, a jovem diz a seu psicólogo que conheceu uma mulher fria, que parece não ter vivido bem a própria vida e está perdida. Ela não quer ser como aquela senhora de vida vazia. Após ouvir isso, Marion tenta retomar o caminho que sempre quis seguir e começa a fazer grandes mudanças em sua vida.

No pôster, a tipografia toma forma de fumaça para dar a impressão de que as palavras estão passando pela grade do tubo de ventilação e o receptor – a pessoa que lê a imagem - possa estar inserido naquela cena. As cores da imagem remetem à ideia de sonho porque boa parte dos insights da personagem acontece durante devaneios; e também na própria iluminação do filme, de tons terrosos e envelhecidos.

Ideia central: sonho, palavras ouvidas, solidão, angústia.

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Painel de Inspirações47: Fonte de artista desconhecido; 48: Fonte Designer Dan Gneiding; 49: Fonte Designer Lan Truong; 50: Poster - designer Kelly Thorn; 51: entrada do Hotal Karlyle em Nova york.

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52, 53, 54, 55, 56 e 57. Cenas que inspiraram o pôster.47

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Rascunhos e evolução do pôster: 58: Primeiro rascunhos em papel milimetrado; 59: Primeira tentativa de vetorização da arte; 60: teste 1; 61: teste 2;

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Pôster final

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Manhattan Murder Mystery

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Ano de lançamento: 1993

Título no Brasil: Um misterioso assassinato em Manhattan

Allen volta ao gênero que conquistou a maior parte de seu público: a comédia. Apesar de trazer um pouco de suspense, o maior atrativo da história é o humor peculiar que Allen consegue transmitir além da volta de Diane Keaton no elenco.

Larry (Woody Allen) e Carol Lipton (Diane Keaton) são casados, vivem em Nova Iorque e tem uma rotina bastante normal, isso muda após conhecerem o casal do apartamento vizinho: Paul e Lillian House. A morte repentina de Lillian faz com que Carol suspeite de Paul e estranhos detalhes sugerem que tenha sido um assassinato; Carol suspeita que Paul tenha matado sua esposa.

Carol se anima e começa a investigar a fundo o suposto assassinato, mas seu marido Larry não mostra muito interesse e inclusive desmotiva sua missão. Isso a faz passar mais tempo com o amigo Ted, que a apoia, mas o faz visivelmente por ter interesse em uma relação além de amizade. A trama se desenrola e passa a ficar bastante emocionante. Há realmente um assassinato e Larry e Carol tomam atitudes extremas (que incluem invadir apartamentos, passar-se por investigadores e esquematizar planos) para conseguir desvendar o caso.

A cena escolhida para o pôster é parte do desfecho do filme. Enquanto Larry corre para salvar Carol que está amordaçada na sala de projeção no cinema antigo (que seria restaurado por Paul), acontece um tiroteio numa sala repleta de espelhos. Por sua vez, essa cena foi inspirada pelo filme “A dama de Shangai” de 1947, um filme de suspense cujo auge é uma cena

de tiroteios numa sala de espelhos, dentro de um parque de diversões. Em “Manhattan Murder Mystery”, a cena de “A dama de Shangay” está sendo projetada nos espelhos no momento do tiroteio. Após escapar ileso, Larry encontra Carol e exclama: “I’ll never say that life doesn’t imitate art again” (Eu nunca mais direi que a vida não imita a arte). Essa fala é uma entre as tantas piadas que Woody coloca na história, lembrando que o enfoque do filme é a comédia.

Para a arte, resolvi traduzir a cena quase que literalmente. O lettering simula vidros quebrados e acompanham a imagem de estilhaço do fundo; é uma clara referência a esta cena do filme.

Ideia central: estilhaços, espelhos, vidro quebrado, força, tensão.

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Painel de Inspirações63 e 64: Escultura tipográfica. Artista Doug Aitken; 65: Capa original do filme em DVD; 66: Pôster original do filme. 56

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67, 68, 69, 70, 71 e 72. Sequência da cena que inspirou o pôster.57

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Rascunhos e evolução do pôster: 73: Primeira tentativa de vetorização do pôster; 74: Teste 1; 75: Teste 2; 76: Teste 3;

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Pôster final

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Match Point

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Ano de lançamento: 2005

Título no Brasil: Ponto final

Este foi o primeiro filme de Woody Allen que assisti e logo me cativou. É um filme dramático e de suspense, dessa vez, Woody deixa de lado a comédia e cai novamente no real; traz também a ironia fina retratando personalidades profundas e como em outros de seus filmes mais sérios, é difícil não pensar em nós mesmos como personagens de alguma de suas histórias.

Essa produção recebeu quatro indicações ao Globo de Ouro, inclusive o de melhor filme de drama, e uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original. Match Point marca ainda por ser o primeiro filme de Allen passado em Londres e também o primeiro com a atriz Scarlett Johansson.

Em Match Point, vemos a vida de Chris Wilton, um ex-tenista profissional que começa a dar aulas em um clube bastante restrito (para ricos). Ele conhece Tom Hewett e logo se torna íntimo de toda a família, inclusive entra em um relacionamento amoroso com a irmã de Tom, Chloe. Fica claro no início do filme que Chris quer apenas aproveitar-se da amizade para ser bem sucedido na alta sociedade com que a família de Tom se relaciona. Porém, ele se apaixona por Nola, a namorada de Tom.

Inevitavelmente, Chris e Nola têm um caso, mas Chris já está casado com Chloe e não quer deixa-la principalmente para não perder o vínculo com sua rica família e perder todos os benefícios que esse casamento lhe trouxe, entre eles um apartamento de luxo e um ótimo emprego na companhia do pai de Chloe.

A partir daí, a história fica cada vez mais perigosa e complicada, por um lado, Chris sofre a pressão de Chloe que quer constituir família e por outro, Lola exige que ele termine o casamento. O protagonista fica sem saída e revela um lado muito sombrio, insensível e violento. O filme faz um paralelo com “Crime e castigo” – de Fiódor Dostoiévski, compartilham um enredo muito parecido, mas no livro, o autor do crime se sente realmente arrependido e assombrado por seus atos, o que não ocorre no filme.

Para a arte do pôster não escolhi uma cena em específico, mas sim uma fala de Lola que exprime muito bem o desenrolar da trama. “You play a very agressive game”(O seu jogo é muito agressivo) é o que ela diz a Chris logo após conhece-lo numa festa na casa dos pais de Tom. Chris se aproxima dela e não hesita em dizer o quanto ela é sensual. Os tons de vermelho vibrante e vinho profundo combinados à tipografia caligrafada e fina traduzem a violência e a sedução da história. Já o emaranhado de arabescos que envolvem a frase simboliza a difícil situação em que as personagens do filme se colocam.

Ideia central: violência, sedução, rede de acontecimentos, sombrio.

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Painel de Inspirações78: Lettering de autor desconhecido; 79 e 80: Letterings do designer Sebatian Lester; 81: Lettering para pôster. Designer Áron Jancso. 82: Lettering. Designer Alonzo Felix.

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83, 84, 85, 86, 87 e 88. Cenas que inspiraram o pôster.

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Rascunhos e evolução do pôster: 89: Primeiro rascunho em papel milimetrado, encontrando formas interessantes; 90: Pôster vetorizado; 91: Pôster final.

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Pôster final

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Midnight in Paris

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Ano de lançamento: 2011

Título no Brasil: Meia - noite em Paris

O último filme selecionado para o projeto não é o mais recente de Woody Allen, e é outro exemplo dos filmes em que Woody não estrelou como parte do elenco, mas o personagem principal, Gil, tem todas as neuroses e a personalidade que o diretor costuma interpretar; o ator Owen Wilson conseguiu dominar o papel com maestria.

A história é de Gill e sua noiva em uma viagem para Paris antes do casamento. Gill, um roteirista de filmes frustrado é apaixonado pela cidade e tem uma visão romantizada de todo o cenário: não cansa de dizer como Paris é linda na chuva e como seria muito mais proveitoso caminhar por toda ela e respirar tudo o que há de belo e toda arte que a cidade porta. Deixa claro que deseja morar em Paris, mas sua noiva é contra essa ideia.

Outra obsessão do personagem principal é o passado; Gil acredita que a melhor época para se viver foram os anos 1920 em Paris. Sonha com a boemia da vida dos grandes artistas e escritores, todos seus ídolos: F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Gertrude Stein e Pablo Picasso, entre outros. Ironicamente, Gil consegue conhece-los durante o filme, em uma noite em que se perde caminhando pela cidade e, após a meia-noite, pega carona em um carro que o leva magicamente a esse período. É durante esses passeios que têm suas maiores experiências como escritor e grande novelista que deseja se tornar; conhece também a personagem Adriana, por quem começa a se apaixonar. É uma mulher totalmente diferente de sua noiva e apoia muito mais suas ideias, o único impasse (além de toda essa parte do enredo se passar em sua fuga da realidade) é que Adriana também sofre do mesmo mal que Gil: gostaria de viver em outro tempo; o passado, no caso,

a Belle Époque dos anos 1890. Por sua vez, Gil e Adriana descobrem que as pessoas que vivem na Paris dos anos 1890 têm o mesmo desejo de viver no passado.

A grande ideia transmitida ao espectador aparece em forma de insight do personagem principal: “The present is unsatisfying because life is unsatisfying”. Quer dizer, todos nós estamos infelizes com nossa própria realidade e fantasiamos com diferentes épocas para se viver que poderiam ser melhores que nosso presente, mas, na prática, não são. A cena escolhida para o pôster não é essa do insight, mas outra que traz a mesma ideia. O personagem Paul (um pseudo-intelectual que vive no presente com Gil e o irrita profundamente principalmente por não hesitar em mostrar a todos sua genialidade) analisa o protagonista e logo diz que a nostalgia que ele sente é pura negação de seu presente doloroso. É uma frase que exprime a mensagem principal do filme.

Para arte, a noite está representada pelas cores amareladas da iluminação, o fundo escuro e a lua cheia. Uma figura muito presente no filme e na arquitetura de Paris é os postes de iluminação e o dourado, que no filme aparece muitas vezes; também representados na arte. O lettering foi inspirado igualmente na arquitetura da cidade, composto por formas espiraladas que remetem às rebuscadas formas presentes na paisagem, em portões, nos postes de iluminação, etc. A tipografia em si foi inspirada nos anos 1920, a Era de ouro.

Ideia central: fuga da realidade, beleza, noite, charme, fantasia.

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Painel de Inspirações92: Tipografia Park Lane. Designer Nick Curtis; 93: Designer Ross Moody projeto carimbo “love LEtters”; 94: Fonte Party at Gatsbys. Designer T-Jeffery; 95: Pôster de Daren Newman; 96: Pôster de 1920, desginer Batiste Madalena.

Fig. 96Fig. 95

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97, 98, 99, 100, 101 e 102. Cenas que inspiraram o pôster.73

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Rascunhos e evolução do pôster: 103: Primeiro rascunho em papel milimetrado; 104: Primeira tentativa de vetorização; 105 e 106: Testes de diagramação; 107: Pôster final.

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Pôster final

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Hoje em dia o comércio eletrônico é muito importante para os clientes que buscam rapidez e comodidade. As compras virtuais e o marketing eletrônico conquistaram a confiança do consumidor que muitas vezes prefere não sair de casa no momento da compra, realizando a operação pela internet; além da comodidade existe o fator da necessidade, em que o cliente busca um produto pela internet que não conseguiu encontrar em sua cidade.

Para as empresas, a internet proporciona um alcance maior de consumidores, diferente do alcance que uma loja física conseguiria atingir. Além disso, aproxima a relação com seus clientes, podendo estar disponível em apenas um clique do mouse. Outra ferramenta imprescindível para um bom relacionamento com o cliente são as redes sociais, é através delas que a propagação de informação (boa ou ruim) sobre a empresa acontece. Também fazem parte da construção da reputação; devem ser usadas com muito profissionalismo.

A experiência de compra de um e-consumidor é muito diferente daquele que vai até a loja para realizar a compra. Metade da experiência é de responsabilidade do visual do site – deve ser atrativo e fácil de utilizar – a outra metade (e também muito importante) é o que ocorre depois do clique da compra – o atendimento ao cliente e o suporte à operação, ou seja, a experiência de compra só termina com a satisfação e recebimento do produto na residência do cliente. Considerar as necessidades do público alvo é outro aspecto que contribui para atrair o consumidor; para esse projeto; o público alvo são os admiradores de Woody Allen, jovens e adultos que gostam de seus filmes e que gostariam de ter uma peça gráfica inspirada nessas obras para decorar o ambiente de suas casas.

A loja online criada para hospedar esse projeto é intitulada “Nat Rozendo – produtos artesanais” com intenção também de hospedar outros projetos todos com âmbito artesanal para comercialização. O público alvo geral da loja é toda pessoa interessada em trabalhos manuais, mas também em peças de design.

O site é feito pela plataforma de hospedagem de sites Iluria que é própria para pequenos comerciantes; a identidade visual foi elaborada pensando em atrair consumidores por sua atmosfera simples e uso intuitivo. Deve remeter também a mim, pois o site hospedará meus projetos como profissional em design.

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A loja virtual

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Identidade Visual

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Para a loja virtual, que tem como propósito promover o meu trabalho como profissional em Design, a identidade visual foi inspirada no meu gosto pessoal; como logotipo, foi desenvolvido um desenho de letra inspirado na minha própria caligrafia, e como símbolo, uma figura feminina que remetesse ao meu estilo:

*Para o logotipo, foi usada a fonte Scriptina Pro como referência.

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Variações permitidas:

É permitido o uso também apenas do logotipo, não acompanhado do símbolo:

Variação 1 Variação 2

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Page 84: Woody Type

Cores:

C: 100; M: 90; Y: 30; K: 35

M: 80; Y: 60

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Page 85: Woody Type

Template para o site:

Minha conta Meu carrinho

Olá, visitante. Entrar

Woody TypeInício >Todos os produtos > Almofadas Decorativas >

TODOS ALMOFADAS DECORATIVAS BOLSASINÍCIO OFERTAS PÔSTERES VESTUÁRIO

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Para o projeto Woody Type, foi usada a mesma tipografia usada na identidade visual dos filmes do diretor: a Windsor. Como símbolo, um vetor dos óculos usados por Woody Allen, esse modelo é tão usado pelo diretor que fica impossível não associá-los.

As cores usadas foram apenas o preto sobre o branco e o negativo (o branco sobre o preto).

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Alfabetos usados nesse relatório:

Windsor BT

Minion Pro

Script ina Pro

abcdefghijklmnopqrstuvwxyzABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

1234567890!@#$^&*()_+ - = {} [] \ / : ; ? <> , ´̀ ~

abcdefghijklmnopqrstuvwxyzABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

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ABC DE FGHIJ KL MNOPQRS T U V WXYZ1234567890

!@#$̂ &*()_+ - = {} [] \ / : ; ? <> , ´̀ ~87

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Confecção de Produtos

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Almofadas Decorativas

A partir da arte dos pôsteres criados, foram desenvolvidas estampas para almofadas decorativas. Esses produtos serão colocados à venda na loja virtual. O processo usado para estampar foi a sublimação com prensa térmica: a tinta impressa no papel passa para o tecido pelo processo de sublimação. Foram usados o papel transfer próprio para tecidos 100% algodão e tintas sublimáticas.

No geral, esse processo é bastante simples, uma vez que se tem as ferramentas necessárias: uma impressora que aceite tinta sublimática e papel sublimático; o papel e a tinta; e por fim, a prensa térmica. O ato de estampar é bem rápido, demora 20 segundos para a tinta passar para o papel. Também é possível usar um método mais caseiro para estampar, usando um ferro comum de passar roupas, mas com ele, fica difícil controlar a pressão e a temperatura necessárias para se ter um bom resultado.

As almofadas foram costuradas à maquina de costura doméstica. A costura usada também foi bem simples, essencialmente costura reta para criar a forma retangular da almofada.

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Page 92: Woody Type

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Etiquetas e embalagens:

Foram criads para acompanhar as almofadas, etiquetas para identificação da marca “Nat Rozendo” e uma pequena explicação para melhor conservação do produto.

Faca (tamanho final)

Faca

Arte

Arte

frente

Produtos artesanais

Encontre mais em:www.natrozendoart.com.br

verso45mm

40mm

40m

m

100m

m

SANGRA SANGRA

Parabéns!Você acabou de adquirir um

produto artesanal Nat Rozendo.

- Lave do avesso;- Temperatura da água: até 40ºC;- Na máquina de lavar, coloque no modo de lavagem mais suave;- Não use alvejante;- Não use secadora; - Secagem à sombra;- Passe a ferro em temperatura média;- Passe a peça do avesso (evite passar o ferro diretamente na estampa); - Não limpe a seco.

* nenhuma garantia cobre mau uso do produto*

Cuidados na lavagem:

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93 Embalagem unitária ou para presente especial para o projeto “Woody Type” feita em

papel pardo.

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1969 - Take the Money and Run

Pôster. Simulação da almofada.

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Simulação de Produtos

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1977 - Annie Hall

Pôster. Simulação da almofada.

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1988 - Another Woman

Pôster. Simulação da almofada.

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1993 - Manhattan Murder Mystery

Pôster. Simulação da almofada.

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2005 - Match Point

Pôster. Simulação da almofada.

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2011 - Midnight in Paris

Pôster. Simulação da almofada.

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EncarteTambém será disponibilizada a venda do encarte contendo todos os pôsteres da série impressos em tamanho

A3 para colecionar ou para posterior emolduração.

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Processo de Produção

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1º) imprimir a arte do computador para o papel sublimático. 2º) Estampar em tecido 100% algodão, usando a prensa térmica.

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3º) Resultado do processo de estamparia; tecido estampado. 4º) Costurando à máquina o tecido de forma que fique em formato retangular, como uma almofada.

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Protótipo final.

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O que não saiu conforme planejado

Ainda nessa fase, o projeto apresentou algumas dificuldades e pontos a serem melhorados: parte do processo de confecção necessita de revisão. Encontrei dificuldades no processo de estamparia mesmo com os materiais necessários. O papel para estamparia em tecidos escuros não funcionou. Talvez tenha sido um defeito de fabricação, mas infelizmente não foi possível mais tentativas de confecção com esse papel (fiquei com receio de arriscar mais testes, porque não seria possível adquirir mais material).

Uma alternativa, foi prosseguir com papel para tecidos claros, mas a qualidade foi prejudicada, visto que as estampas foram aplicadas em sua maioria em tecidos escuros. Uma possível melhoria seria fazer o painel de tecido da frente da almofada em tecido branco, para melhorar a qualidade da estampa podendo aplicar com o papel para tecidos claros, que tem um custo mais baixo, e o painel de tecido de trás da almofada, que leva o zíper, poderia ser feito na cor predominante da estampa.

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Conclusão

Vejo esse projeto como o primeiro passo em direção à carreira profissional. Essa não é uma conclusão, é uma transição para a nova fase que a partir de agora inicio. Os estudos não terminam aqui, devem continuar sempre.

Como experiência, esse trabalho foi muito importante. Pude por em prática muito do que aprendi em sala de aula, não só nas matérias relacionadas a esse projeto, mas na faculdade como um todo; e ainda aprofundar um pouco o conhecimento nos assuntos abordados – tipografia e pôsteres.

Acredito que consegui alcançar os meus objetivos através desse trabalho: enriquecimento profissional a partir de vivências e estudos, e o melhor de tudo foi poder estudar uma área de interesse, deixando toda a experiência muito mais prazerosa.

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Bibliografia

Livros

Links

LAX, Eric. Conversas com Woody Allen. Cosac Naify, 2008.

SPIEKERMANN, Erik. A linguagem invisível da Tipografia. Editora Edgard Blücher Ltda, 2011.

NIEMEYER, Lucy. Tipografia: Uma apresentação. 2AB Editora, 2010.

Samara, T. Elementos de estilo gráfico. PortoAlegre: Bookmam, 2010

http://blogs.anhembi.br/ppgdesign/wp-content/uploads/dissertacoes/56.pdf (dissertação de mestrado - Kenny Zukowski – Anhembi Morumbi. Acesso em 28/04/2014 13:29h)

http://www.dougleonardo.com/hdg/infografico/ (Trabalho de conclusão de curso de Doug Leonardo (2010) Infográfico da história do design gráfico baseado no livro de Philip Meggs - A History of Graphic Design (1983). Acesso em 28/04/2014 15:10h)

http://www.thebiographychannel.co.uk/biographies/john-dillinger.html (Acesso em 6/04/2014 23:15h)

http://www.bbc.co.uk/homes/design/period_1960s.shtml (Acesso em 18/04/2014 22:32h)

http://www.woodyallenpages.com (Ficha técnica e comentários sobre os filmes de Woody Allen. Acesso em 19/04/2014 23:00h)

http://www.everywoodyallenmovie.com/ (Ficha técnica de todos os filmes de Woody Allen. Acesso no período de 20/04/2014 - 29/04/2014h)

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