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1 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FISICA ALTERAÇÕES EM ALGUNS ASPECTOS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM MULHERES OBESAS APÓS UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO SÃO PAULO 2007

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1

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FISICA

ALTERAÇÕES EM ALGUNS ASPECTOS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM

MULHERES OBESAS APÓS UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO

SÃO PAULO

2007

2

ELIANA REGINA LOUZADA

ALTERAÇÕES EM ALGUNS ASPECTOS DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM

MULHERES OBESAS APÓS UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO

Dissertação apresentada à Universidade São Judas

Tadeu, para a obtenção do Título de Mestre em

Educação Física.

Orientadora: Prof.ª Drª. Sandra Maria Lima Ribeiro

SÃO PAULO

2007

3

Louzada, Eliana Regina

Alterações em alguns aspectos da composição corporal em mulheres obesas após programa de exercício

físico./ Eliana Regina Louzada. - São Paulo, 2007.

94 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2007.

Orientador: Profª. Dra. Sandra Maria Lima Ribeiro

1. Composição corporal. 2. Obesidade. 3. Exercício Físico. 4. Obesidade - Mulheres. I. Título

CDD -796

Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878

4

Dedico este trabalho à

minha mãe Valentina Siqueira, irmãos

Wagner Louzada e Maurício Louzada

sempre me apoiando e confortando.

5

AGRADECIMENTOS

À Profª. Drª. Sandra Maria Lima Ribeiro pela primorosa orientação, dedicação

e paciência.

À todas as pessoas que participaram contribuíndo direta ou indiretamente

para a realização deste trabalho, meu agradecimento.

6

RESUMO

O presente estudo tem como objetivos: a) compreender as alterações na

composição corporal em mulheres obesas, após um programa de exercícios físicos;

b) comparar, nessas mulheres, a utilização de dois métodos de avaliação corporal:

Bioimpedância Elétrica (BIO) e DEXA (absormetria de dupla energia), e c) avaliar as

alterações na potência aeróbia, após quatro meses de um programa de exercício

físico. Casuística: 27 mulheres, na faixa etária 25 a 52 anos, com IMC (índice de

massa corporal) entre 29,45 kg/m² a 43,66 kg/m². Variáveis avaliadas: gordura,

massa magra (por BIO e DEXA) a água celular (por BIO), circunferência da cintura

(CC) e circunferência do quadril (CQ), cálculo da relação cintura quadril (RCQ) e

avaliação da potência aeróbia (a partir de teste realizado em bicicleta ergométrica,

com protocolo de rampa, até a exaustão das avaliadas. Durante 4 meses, foram

realizados exercícios físicos incluindo caminhada e exercício resistido (com pesos),

30 minutos por dia, 3 dias por semana, durante 4 meses. As análises da

composição corporal e da potência aeróbia foram realizadas no início e no final do

programa. Resultados: no final do programa foi observado: a) diminuição no peso

da massa magra nos dois métodos de avaliação da composição corporal utilizados;

b) aumento na porcentagem de gordura pela BIO; c) diminuição significativa nas CC

e CQ; d) nenhuma alteração signficativa no IMC; e) diminuição da água da massa

magra, e f) aumento significativo da potência aeróbia. Conclusão: o presente estudo

demonstrou eficiência na redução da CC e melhora na potência aeróbia, sem

contudo terem sido observadas diferenças significativas nos demais componentes

corporais.

Palavras chaves: composição corporal, DEXA, bioimpedância elétrica, obesidade,

potência aeróbia.

7

ABSTRACT

This study had the aim to: a) understand the changes on the body composition in

obese women, after a physical activity program; b) to compare two methods of body

assessment: biolectrical impedance (BIO) and dual-energy x-ray absoptiometry

(DEXA), c) to compare changes on aerobic power after four month of physical

activity program. Subjects: 27 women, 25 to 52 years old, BMI (body mass index)

ranging from 29.45 kg/m2 to 43.66 kg/m2. Variables analized: fat mass and free fat

mass (by BIO and DEXA), cellular water (by BIO), waist (WC) and hip (HC)

circumference, and waist/hip ratio (WHR) and aerobic power (by cycloergometer

protocol). It is carried out a resistance and walking exercise program, for one hour,

three times a week by four months. The body composition analyses were made at

the beginning and at the end of the program. Results: at the end of the program,

some changes were observed: a) decrease on the lean body mass assessed by the

two methods; b) increase of fat mass assessed by BIO; c) significant reduction in the

WC and HC; d) no significant changes on the BMI; e) reduction in the water of the

lean mass, and f) significant increase of the aerobic power. Conclusion: this study

demonstrated efficiency in WC reduction and aerobic power improvement; without

any significant modifications in body composition.

Key words: body composition, DEXA, bioelectrical impedance, obesity, aerobic

power.

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 - Diagnóstico da Síndrome Metabólica Segundo o NCEP-ATP III 27

Tabela 4.2 - Classificação do Índice de Massa Corporal 48

Tabela 4.3 - Circunferência da Cintura 49

Tabela 4.4 - Índice de Massa Corporal e Circunferência da Cintura 50

Tabela 6.1 - Composição corporal ao início e ao final do programa, de 57

acordo com a técnica empregada

Tabela 6.2 - Comparação e correlação entre os valores obtidos pelos 58

dois métodos de avaliação da composição corporal (DEXA e BIO)

Tabela 6.3 - Medidas Antropométricas 60

Tabela 6.4 - Parâmetros celulares obtidos a partir da análise por BIO 61

Tabela 6.5 - Valores VO2 pico obtidos no teste de potência aeróbia 61

Tabela 6.6 - Análise de correlação (coeficiente de Pearson) entre a 62

potência aeróbia (VO2 pico, L/min) e valores relativos a gordura corporal

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1 - Obesidade andróide 23

Figura 4.2 - Obesidade ginóide 23

Figura 4.3 - Aparelho Bioimpedância Elétrica 39

Figura 4.4 - Dois eletrodos na mão direita 39

Figura 4.5 - Dois eletrodos no pé direito 39

Figura 4.6 - Aparelho DEXA 45

Figura 4.7 - Raio x (DEXA) 46

10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 6.1 - Correlação entre DEXA e BIO na análise de gordura 58

corporal no início do programa

Gráfico 6.2 - Correlação entre DEXA e BIO na análise de massa 59

magra corporal no início do projeto

Gráfico 6.3 - Correlação entre DEXA e BIO na análise de gordura 59

corporal ao final do programa

Gráfico 6.4 - Correlação entre DEXA e BIO na análise de massa 60

magra corporal ao final do projeto

11

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UTILIZADAS NESTA DISSERTAÇÃO

ACE Água corporal extracelular

ACI Água corporal intracelular

ACT Água corporal total

ASP Proteína estimulante de acilação

ATP Adenosina Trifosfato

BIO Bioimpedância Elétrica

Ca+ Cálcio

CC Circunferência da cintura

CO2 Gás carbônico

CQ Circunferência do quadril

DBSM – I I – Diretriz Brasileira de Diagnósticos e Tratamentos da Síndrome

Metabólica

DEXA Absormetria de dupla energia (dual energy x-ray absorptiometry)

E Voltagem

Fc Freqüência

FCmáx Freqüência cardíaca máxima

GLUT.4 Transportador de glicose 4

HDL Lipoproteína de alta densidade

I Corrente elétrica

IL-6 Interleucina 6

IMC Índice de massa corporal

K+ Potássio

MET Equivalente metabólico

Mg+ Magnésio

Na+ Sódio

NCEP-ATP III National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III

OMS Organização Mundial da Saúde

PAI-I Inibibor de plasminogênio ativado I

PC1 Pró-hormônio convertase 1

PCR Proteína C reativa

PG Peso da gordura

PMM Peso massa magra

12

R Resistência

RCQ Relação cintura-quadril

SRI Substrato receptor de insulina

TMR Taxa metabólica de repouso

TNF-α Fator de necrose tumoral α

USJT Universidade São Judas Tadeu

V Volume

VCO2 Excreção de gás carbônico

VO2 Consumo de oxigênio

VO2 absoluto Consumo de oxigênio em valores absolutos (litros/minuto)

VO2 máx Consumo máximo de oxigênio

VO2 pico Consumo de oxigênio de pico

VO2 pico absoluto Consumo de oxigênio pico em valores absolutos (litros/minuto)

VO2 pico relativo Consumo de oxigênio pico em valores relativos (ml/O2/minuto)

VO2 relativo Consumo de oxigênio em valores relativos (ml/O2/minuto)

WHO World Health Organization

Xc Reactância

Z Impedância

13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 15

2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 16

2.1 HIPÓTESE ...................................................................................................... 16

3. OBJETIVOS.......................................................................................................... 17

3.1 Geral ............................................................................................................... 17

3.2 Específicos...................................................................................................... 17

4. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................. 18

4.1 Definição de obesidade................................................................................... 18

4.2 Dados epidemiológicos ................................................................................... 18

4.3 Fisiopatologia da obesidade............................................................................ 19

4.4 Relação entre tecido adiposo visceral e obesidade ........................................ 22

4.5 Água corporal.................................................................................................. 28

4.6 Exercício físico e redução ponderal ................................................................ 31

4.7 Gasto energético............................................................................................. 32

4.8 Testes para avaliação da potência aeróbia..................................................... 33

4.9 Avaliação da composição corporal.................................................................. 37

4.9.1 Importância da avaliação da composição corporal em indivíduos obesos 38

4.9.2 Bioimpedância Elétrica ............................................................................. 38

4.9.3 DEXA (absormetria de dupla energia)...................................................... 44

4.9.4 Medidas antropométricas ......................................................................... 46

4.9.4.1 Altura.................................................................................................. 47

4.9.4.2 Peso................................................................................................... 47

4.9.4.3 Índice de Massa Corporal .................................................................. 47

4.9.4.4 Relação da Cintura-Quadril................................................................ 48

4.9.4.5 Circunferência da Cintura .................................................................. 49

5. CASUÍSTICA E MÉTODOS.................................................................................. 51

5.1 Sujeitos ........................................................................................................... 51

5.2 Critérios de inclusão........................................................................................ 51

5.3 Critérios de exclusão....................................................................................... 51

5.4 Aspectos Éticos.............................................................................................. 51

5.5 Procedimentos e instrumentos para a coleta de dados................................... 51

5.5.1 Anamnese ................................................................................................ 51

14

5.5.2 Dados antropométricos............................................................................ 52

5.5.3 Bioimpedância Elétrica ............................................................................ 52

5.5.4 DEXA....................................................................................................... 53

5.5.5 Teste de potência aeróbia ........................................................................ 53

5.5.6 Programa de exercícios físicos................................................................. 53

5.5.7 Reeducação alimentar............................................................................. 54

5.6 Plano de análise dos dados ............................................................................ 55

6. RESULTADOS ..................................................................................................... 56

7. DISCUSSÃO......................................................................................................... 63

8. CONCLUSÕES..................................................................................................... 76

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 77

ANEXOS................................................................................................................... 88

ANEXO 1. Termo de Consentimento Esclarecido................................................ 88

ANEXO 2. Aprovação do Comitê de Ética ............................................................ 91

ANEXO 3. Anamnese............................................................................................ 92

ANEXO 4. Relatório Bioimpedância Elétrica......................................................... 93

ANEXO 5. Relatório Dexa..................................................................................... 94

15

1. INTRODUÇÃO

A obesidade pode ser considerada uma das enfermidades mais antigas. Na

Antigüidade, as mulheres obesas eram representadas em pinturas, porcelanas

chinesas, esculturas gregas e romanas, e também em vasos dos Maias e Incas

(REPETTO, 1998).

O excesso de gordura é um dos maiores problemas de saúde. As doenças

decorrentes da obesidade, tais como: hipertensão arterial, diabetes mellitus,

resistência à insulina, dislipidemias, doenças cardiovasculares e câncer atingem um

número elevado de pessoas (SALVE, 2006).

A obesidade e todas as suas conseqüências são agravadas pela redução na

prática de exercício físico. No tratamento da obesidade, são indicados a inclusão de

exercício físico regular e de hábitos alimentares saudáveis. A inclusão de exercício

físico promove a manutenção, ou ainda o aumento da massa muscular esquelética.

Com relação a hábitos alimentares, é importante destacar que não são

recomendadas restrições energéticas severas, uma vez que estas podem prejudicar

a adesão do indivíduo ao programa de emagrecimento. Desta maneira, uma

reeducação alimentar feita gradativamente, associada a prática de exercício físico,

terá um impacto positivo na redução dos riscos de doenças decorrentes do excesso

de peso e da obesidade.

A avaliação da composição corporal é fundamental para que seja verificado

se um programa de emagrecimento está sendo eficaz. A maioria dos estudos

direciona a análise da composição corporal para as mudanças na massa muscular

esquelética e adiposa. No entanto, sabendo-se que a musculatura esquelética é

composta de aproximadamente 50% de água, e a partir disso pode-se indagar que

as possíveis mudanças no peso corporal, após um programa de exercício físico,

possa estar relacionada diretamente com a água corporal total, intra ou extracelular.

Através da avaliação da composição corporal pode-se chegar a indicadores que

possibilitem a avaliação do estado nutricional e com isso adaptar o programa de

emagrecimento de acordo com o estado geral do organismo, evitando assim

qualquer prejuízo a saúde do indivíduo.

16

2. JUSTIFICATIVA

Estudos que busquem compreender a magnitude das modificações na

composição corporal em programas de emagrecimento, com suas possíveis

interferências metabólicas contribuem para os estudos da obesidade.

2.1 HIPÓTESE

O exercício físico (exercício resistido com peso e caminhada) altera a

composição corporal em mulheres obesas, melhorando aspectos relacionados à

saúde.

17

3. OBJETIVOS

3.1 Geral

• Comparar a composição corporal em mulheres obesas, antes e após um

programa de exercício físico.

3.2 Específicos

• Compreender as alterações na composição corporal nos seguintes

componentes: massa adiposa, massa muscular esquelética, água corporal intra

e extracelular, com a utilização de dois métodos de avaliação da composição

corporal;

• Comparar as alterações na potência aeróbia.

18

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Definição de obesidade

Obesidade é o acúmulo de tecido adiposo regionalizado ou em todo corpo, e

pode se desenvolver a partir de fatores genéticos, metabólicos, ambientais

(comportamentais, sociais e culturais) ou da interação destes fatores. Geralmente, é

resultante da diferença entre consumo e gasto energético, mas pode também ser

causada por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações

nutricionais (McARDLE et al, 1992; NUNES, et al 1998).

O diagnóstico da obesidade pode ser feito a partir de medidas

antropométricas. O método mais comum, e recomendado pela Organização Mundial

da Saúde (OMS), é o IMC- índice de massa corporal (WHO, 2000). Entretanto,

outras medidas são bastante úteis e podem ser complementares a essa

classificação. Dentre estas, pode-se destacar o percentual de gordura corporal

(McArdle, 1992) ou ainda as medidas de circunferência da cintura (CC) e

circunferência do quadril (CQ) (LEAN et al, 1995).

4.2 Dados epidemiológicos

A obesidade, nos últimos anos, tornou-se uma doença epidêmica em todo o

mundo, inclusive em países orientais, onde tradicionalmente, sua prevalência era

baixa.

O excesso de peso na população brasileira supera em oito vezes o déficit de

peso e, entre as mulheres, em quinze vezes a população masculina. Em uma

população de 95,5 milhões de pessoas com mais de 20 anos de idade, há 3,8

milhões de pessoas com déficit de peso e 38,8 milhões com excesso de peso, das

quais 10,5 milhões são consideradas obesas. Em 2003, o excesso de peso afetava

41,1% dos homens e 40% das mulheres, sendo que obesidade afetava 8,9% dos

homens e 13,1% das mulheres adultas do país (IBGE, 2006).

Na população masculina a prevalência do excesso de peso apresentou-se

em 34% no Nordeste e Norte, 44% e 46% nas demais regiões do Brasil. Nas áreas

rurais a proporção é menor sendo 21% no Nordeste, 40% no Sul, e 28% e 34% nas

demais regiões rurais. Na população feminina, a presença do excesso de peso é

21

A obesidade pode ser hiperfágica quando o obeso apresenta um

comportamento compulsivo em relação aos alimentos. Compreender os

mecanismos que controlam a ingestão alimentar, pode facilitar o entendimento do

aspecto fisiológico por parte do profissional envolvido em um programa de

emagrecimento, bem como, por parte do próprio obeso. Além disso, a obesidade

também pode ser metabólica quando a diminuição na ingestão calórica não é eficaz

em um programa de emagrecimento. Isso pode ocorrer quando há um baixo gasto

calórico, que pode estar relacionado a anormalidades no sistema endócrino, como

por exemplo, a disfunção da glândula tireóide (NUNES et al, 1998).

A observação do comportamento alimentar pode ser feita através de:

inquérito alimentar, testes de comportamento alimentar, observações em laboratório

e ambiente natural. Os inquéritos alimentares podem falhar, uma vez que os obesos

podem omitir ou subestimar o consumo de alimentos. Porém, não há dúvida que

para um indivíduo acumular gordura corporal ele ingere mais energia do que

dispende (CARMO, 2001).

A principal causa da obesidade, por desequilíbrio nutricional é o aumento no

consumo de alimentos que contenham em sua composição uma maior quantidade

de gordura e açúcar, alimentos fornecidos em redes de fast food, aliada a facilidade

na aquisição de tais alimentos. O indivíduo obeso comumente apresenta uma

menor ingestão de frutas, legumes e verduras. Em um tratamento para redução

ponderal em indivíduos obesos, é muito importante que o gasto energético total seja

maior que o consumo energético diário, assim, uma pequena redução no consumo

alimentar é pertinente e as chances de sucesso são maiores, uma vez que as dietas

com restrições calóricas extremas tornam difícil a adesão do obeso (ACSM, 2001).

Outro fenômeno importante a ser considerado é o funcionamento da glândula

adrenal, que apresenta suas funções alteradas em algumas situações tais como: no

alcoolismo (ocorre aumento dos níveis circulantes de cortisol), no tabagismo

(periodicamente encontra-se níveis elevados de cortisol), assim como na ansiedade

e depressão. A correção dessas anormalidades é seguida por diminuição ou

mesmo normalização do conteúdo de gordura visceral.

Associada à obesidade ocorre uma produção aumentada de cortisol

combinada a uma elevada taxa de turnover, a qual resulta num cortisol circulante

22

normal e freqüentemente níveis normais pela manhã (BJÖRNTORP &

ROSMOND, 2000). A principal anormalidade metabólica do excesso de cortisol é a

resistência à insulina. Os glicocorticóides inibem a captação de glicose pelos

tecidos periféricos, estimulam a gliconeogênese, aumentam a glicemia pós-prandial

e os níveis de insulina (MATOS et al, 2003). Outro aspecto importante é a presença

de níveis elevados da enzima 11 β-hidroxiesteróide desidrogenase tipo 1 no tecido

adiposo visceral. Essa enzima tem ação redutase na conversão da cortisona em

cortisol gerando maior quantidade de cortisol na circulação (SCHWARTZ et al,

1992).

O estudo de Marin et al (1992) demonstrou que o cortisol urinário estava

correlacionado com RCQ e CC. Cinqüenta e duas mulheres com excesso de peso

foram avaliadas clinicamente e antropometricamente, com aferição do peso, altura,

RCQ e o IMC. Todas as participantes foram submetidas à tomografia

computadorizada abdominal para medir o volume da glândula adrenal, das gorduras

visceral e subcutânea. O propósito desse estudo era correlacionar as possíveis

modificações funcionais do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal na obesidade central.

As evidências desse estudo apontam para a hiperatividade desse eixo,

demonstrando aumento no tamanho das adrenais, correlacionando com a

obesidade central. É importante observar que o volume das adrenais não se

correlacionou com o peso e o IMC, sugerindo, portanto que não é propriamente a

obesidade, mas sim a centralização de gordura abdominal. Nesse estudo, não

houve qualquer correlação do volume adrenal com gordura subcutânea, o que leva

a outra evidência, que o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal não está envolvido na

deposição subcutânea de gordura, mas na deposição da gordura visceral (MATOS,

2000). Nesse estudo, o tamanho aumentado das adrenais e conseqüentemente

aumento nos níveis circulantes de cortisol estavam diretamente relacionados com

gordura visceral.

4.4 Relação entre tecido adiposo visceral e obesidade

Em 1947, Vague descrevia dois tipos de distribuição da gordura corporal:

andróide conhecida como obesidade central, ou em forma de maçã, ou omental, ou

ainda, intra-abdominal (Figura 4.1) que é o acúmulo de gordura na região do tronco,

e ginóide - conhecida como obesidade periférica, ou em forma de pêra (Figura 4.2)

23

quando o acúmulo de gordura é abaixo da cintura, localizada na região

glúteo-femural (VAGUE, 1947 apud VAGUE, 1956). Quase dez anos depois, o

mesmo autor, propôs que os diferentes tipos de obesidade acompanhavam riscos

distintos de complicações, sendo a obesidade andróide associada com maior

freqüência à diabetes mellitus, gota e doenças coronarianas, que a obesidade

ginóide (VAGUE, 1956; CYRINO & NARDO, 1996).

A obesidade andróide é observada com maior freqüência em homens e a

obesidade ginóide comum em mulheres (KIRSCHENER et al, 1993). Para a

avaliação da obesidade é necessário caracterizá-la em central ou periférica, uma

vez que o risco do desenvolvimento de doenças associadas é maior em indivíduos

que apresentam a circunferência da cintura maior que 100 cm e 90 cm em homens

e mulheres, respectivamente (SALVE, 2006).

Figura 4.1. Obesidade andróide. Figura 4.2. Obesidade ginóide

Fonte: NUTRIWEB, 2006. Fonte: NUTRIWEB, 2006.

Um dos conceitos mais revolucionários é que o tecido adiposo não é

simplesmente um reservatório de gordura, como fonte de energia, mas

principalmente um órgão extremamente ativo do ponto de vista metabólico e

secretório, liberando para a circulação sistêmica grande número de susbtâncias

com diversas funções. Tem sido demonstrado que a distribuição da gordura,

preferencialmente central, contribui muito mais para os efeitos adversos da

lipotoxicidade, comparativamente à gordura do resto do corpo (RAJALA &

SCHERER, 2003; GAGLIARDI, 2004). Partindo-se desses achados, a

caracterização do tecido adiposo apresenta-se da seguinte maneira: tecido adiposo

visceral, tecido adiposo subcutâneo e tecido adiposo glúteo-femural. O tecido

adiposo visceral é o mais ativo, ou seja, o mais sensível a lipólise (via

catecolaminas e β-adrenoreceptores) e mais resistente à ação da insulina, liberando

maior concentração de ácidos graxos livres diretamente na veia porta (KELLEY et

25

MOHAMED et al, 2001).

O Inibibor de plasminogênio ativado 1 promove a formação de trombos e a

ruptura das placas aterogênicas instáveis, além de alterar o balanço fibrinolítico por

meio da inibição da produção de plasmina, contribuindo na remodelação da

arquitetura vascular e do processo arteriosclerótico (LYON et al, 2003).

A Proteína C-reativa é um marcador inflamatório e um indicador de risco

independente para doenças cardiovasculares (LYON et al, 2003).

A Resistina é secretada por monócitos e adipócitos, e apresenta

propriedades pró-inflamatórias (MISRA & VIKRAM, 2003), ela promove a resistência

à insulina por meio do aumento da glicogênese hepática, tendo rápido efeito sobre

esse tecido (SAVAGE et al, 2001).

A Proteína Estimulante de Acilação tem um efeito importante na lipogênese,

e na inibição da lipólise no tecido adiposo por meio da inibição da lipase hormônio

sensível (RAJALA & SCHERER, 2003).

Nesse contexto, a presença aumentada de tecido adiposo visceral pode levar

à doenças relacionadas diretamente com o metabolismo energético, com doenças

cardíacas, como também com a síndrome metabólica.

A síndrome metabólica é caracterizada principalmente por alterações no

metabolismo da glicose, obesidade, resistência à insulina, hipertensão arterial e

dislipidemia. Essas alterações metabólicas interrelacionam-se com diversos eixos

endócrinos controlados pelo hipotálamo e pela hipófise (FORD & GILES, 2003).

A Organização Mundial da Saúde (2000) indica que o ponto de partida para o

diagnóstico da síndrome metabólica, a avaliação da resistência à insulina ou o

distúrbio do metabolismo da glicose (ALBERTI & ZIMMET, 1998). Em contrapartida,

a definição do NCEP-ATP (2001) - III (National Cholesterol Education Program’s

Adult Treatment Panel III) foi desenvolvida para o uso clínico e não exige a

comprovação de resistência à insulina, facilitando a sua utilização. Segundo o

NCEP-ATP III, a síndrome metabólica representa a combinação de pelo menos três

dos seguintes componentes: dislipidemias, hipertensão arterial, diabetes mellitus,

obesidade, resistência à insulina, e pela sua praticidade, é a definição recomendada

pela I Diretriz Brasileira de Diagnósticos e Tratamentos da Síndrome Metabólica

I-DBSM (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006). A I-DBSM

26

recomenda que, para o diagnóstico da síndrome metabólica, o uso de

medicação anti-hipertensiva ou de hipolipidemiantes, para os componentes pressão

arterial e triglicerídeos, assim como o diagnóstico prévio de diabetes mellitus

preencham os critérios específicos. A circunferência abdominal é a medida

recomendada pela I-DBSM por ser um dos índices antropométricos representativo

da gordura intra-abdominal, de fácil aferição, e de simples reprodutibilidade.

Apesar de não fazer parte dos critérios do diagnóstico da síndrome

metabólica, várias condições clínicas e fisiopatológicas estão freqüentemente

associadas a essa síndrome: acanthosis nigricans, síndrome de ovários policísticos,

doença hepática gordurosa não-alcoólica, microalbuminúria, estados pró-

trombóticos, estados pró-inflamatórios e disfunção endotelial e hiperuricemia

(BLOOMGARDEN, 2004).

Para compreender a fisiopatologia da síndrome metabólica, segue abaixo

alguns dos principais e mais freqüentes distúrbios peculiares a essa síndrome:

a) Resistência à Insulina e Diabetes Mellitus

A resistência à insulina ocorre quando os tecidos falham em responder

normalmente à insulina, essa situação antecede na maioria dos casos a instalação

de diabetes mellitus (CHAMPE & HARVEY, 2002). A diabetes mellitus não insulino-

dependente está associada com a obesidade, considerando-se que 80% dos

diabéticos deste grupo são obesos (CARMO, 2001).

Devido ao aumento na ingestão de carboidratos, ocorre a elevação da

glicemia em pessoas obesas, e paralelamente a essa elevação, ocorre de maneira

crônica um aumento na produção da insulina, que acarretará a diminuição da

tolerância à glicose e hipertrofia das células β. Além disso, a exposição persistente

de ácidos graxos livres é freqüente nos obesos, podendo levar a falência dessas

células (GAGLIARDI, 2004). Em condições normais a insulina se liga ao seu

receptor de superfície de membrana celular, resultando nos conhecidos efeitos da

insulina sobre o metabolismo dos carboidratos e gorduras. Em indivíduos com

obesidade central, os ácidos graxos livres na corrente sangüínea encontram-se

elevados, e ao permanecerem por um tempo prolongado na circulação, eles agem

diretamente sobre a sinalização da insulina muscular e hepática. Assim, há uma

redução das respostas normais à insulina, diminuindo assim, a captação de glicose

27

pelo músculo esquelético, tendo como conseqüência o aumento da

neoglicogênese, e subseqüentemente, aumento do fornecimento de glicose do

fígado para a circulação. Uma alteração metabólica importante nessa cadeia de

eventos é a deposição ectópica de triglicerídeos, que ocorre associada a obesidade

central, ou seja, o excesso de gordura passa a ser muito lesivo ao organismo,

principalmente quando essa gordura é depositada, por exemplo, no cardiomiócito

(GAGLIARDI, 2004). Em face da recomendação da American Diabetes Association

14, o ponto de corte proposto para o diagnóstico de glicemia de jejum alterada

passou de 110 mg/dl para 100 mg/dl (BLOOMGARDEN, 2004), conforme descrito

na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 - Diagnóstico da Síndrome Metabólica Segundo NCEP-ATP III

Componentes Níveis

Obesidade abdominal por meio da CC

Homens > 102 cm

> 88 cm

Triglicérides ≥150 mg/dl

HDL colesterol Homens < 49 mg/dl

Mulheres < 50 mg/dl

Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg

Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dl CC = circunferência da cintura, HDL = lipoproteína de alta densidade

Fonte: adaptado (GRUNDY et al, 2004)

b) Doenças Cardíacas

Os aspectos fundamentais em situações de resistência à insulina, como por

exemplo, a ação da insulina e a pressão de cisalhamento na parede vascular,

podem levar à hipertensão arterial e à expressão de moléculas de adesão nas

paredes dos vasos sangüíneos, que representam o início do processo de instalação

da aterosclerose. A disfunção vascular que ocorre na resistência à insulina resulta

28

de vários defeitos na sinalização da insulina, no músculo vascular liso e no

endotélio A disfunção endotelial apresenta um papel importante no desenvolvimento

de doenças cardíacas devido a deficiência de produção do óxido nítrico (ALBERT &

ZIMMET et al, 1998).

c) Hipertensão arterial

A elevação da resistência periférica à insulina é a principal responsável pelo

aumento da pressão arterial. Isso ocorre pela redução do calibre das arteríolas,

determinada pela combinação, em grau variado, de fatores funcionais e estruturais.

A vasoconstrição pode ser causada pela produção excessiva de fatores pressores

(angiotensina, vasopressina, endotelina e alterações do sistema nervoso simpático),

ou ainda, pela deficiência dos fatores depressores como; óxido nítrico, prostaciclina

e peptídeo natriurético atrial (KRIEGER et al, 1996).

A relação entre a obesidade e hipertensão arterial é mais forte e freqüente na

obesidade andróide que na ginóide (WAJCHENBERG, 2000).

O mecanismo pelo qual a hipertensão ocorre no homem é multifatorial,

associada a distúrbios metabólicos crônicos. O óxido nítrico parece ter uma

participação importante nesse mecanismo. A síntese de óxido nítrico depende da

participação da enzima óxido nítrico sintase. Existem três isoformas de óxido nítrico

sintase: a neuronal, a endotelial e a forma induzível. Esta última é sintetizada de

novo em resposta a estímulos inflamatórios e está envolvida nas respostas em

defesa do organismo (RUTHERFORD et al, 2001).

O óxido nítrico, que é idêntico ao fator de relaxamento do endotélio, o qual

causa vasodilatação do músculo liso vascular, age como: neurotransmissor, impede

a agregação plaquetária, apresenta meia vida de 6 a 10 segundos, e então é

convertido pelo oxigênio em nitratos e nitritos (CHAMPE & HARVEY, 2002). A

produção de óxido nítrico parece estar diminuída na hipertensão arterial

(RUTHERFORD et al, 2001).

4.5 Água corporal

A quantidade de água existente no organismo humano é mantida constante

durante a vida. Essa constância é fundamental para a homeostasia do organismo.

O equilíbrio da quantidade da água corporal requer a disponibilidade de água e

29

nutrientes adequados, adquiridos através da alimentação diária. A

participação da água é importante no funcionamento de vários órgãos e sistemas,

como: rins, pulmões, coração, pele e anexos, hormônios, sistema nervoso central e

autônomo, vasos, proteínas, sangue (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).

Cerca de 70% do peso corporal de um adulto é constituído de água, sendo

50% localizado no líquido intracelular e 20% no meio extracelular (5% intersticial e

15% intravascular) (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998; EVORA et al, 1999)

O líquido intersticial não pode ser medido diretamente por isótopos usados

nas dosagens de diluição do indicador, porém consiste na diferença entre o líquido

extracelular total e o volume localizado no espaço intravascular (EVORA et al,

1999).

Os três compartimentos que compõem a água total do organismo também

diferem na sua composição. Potássio (K+), cálcio (Ca+) e magnésio (Mg+)

representam os principais cátions na água intracelular, e os fosfatos e proteínas os

principais ânions. Grande parte do sódio (Na+) é eliminada desse compartimento

por processos que requerem energia (Bomba Na+ K+). Por outro lado, o Na+ é o

principal cátion do líquido extracelular, enquanto o cloreto e o bicarbonato

representam os principais ânions. A importância do sódio está relacionada com o

controle que ele exerce na distribuição da água em todo o organismo. O número de

moléculas de Na+ por unidade de água determina a osmolalidade do líquido

extracelular. Se o Na+ é perdido, a água é excretada na tentativa de manter a

osmolalide normal, se o Na+ é retido, a água também deve ser retida para diluí-lo

(EVORA et al, 1999).

A água presente no líquido intracelular provê o veículo no qual acontecem as

reações bioquímicas, possibilitando a organização metabólica responsável pela

vida. A água presente no líquido extracelular une as células consigo mesmas, com

seus sistemas orgânicos e com seu ambiente externo. A células são supridas de

substâncias nutritivas, energéticas, plásticas e vitais. E por fim, a água recolhe os

resíduos metabólicos finais, conduzindo-os para fora do corpo. A água também é

importante para a manutenção do equilíbrio ácido-básico, bem como, para a

regulação da temperatura corporal (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).

O ser humano possui cerca de 70 ml/kg a 80 ml/kg de peso de sangue,

30

sendo 1.300 a 1.800 ml/m2 de plasma. O líquido intersticial propicia o

ambiente onde ocorre as trocas entre o sangue e as células. A linfa faz parte do

líquido intersticial. Ela está presente nos vasos linfáticos junto com o tecido linfóide,

representando cerca de 18% do peso corporal (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).

As diferenças na composição entre o líquido intracelular e o líquido

extracelular são mantidas ativamente pela membrana celular. A membrana celular é

semiperméavel, uma vez que é totalmente permeável à água, porém é

seletivamente permeável a outras substâncias. Embora o número total de osmoles

seja igual em ambos os lados da membrana celular, a pressão osmótica efetiva é

determinada por substâncias que não podem passar através da membrana

semipermeável. Isso é bem estabelecido no limite da célula capilar, entre o plasma

e o líquido intertistical. A passagem limitada das proteínas plasmáticas é reponsável

pela eficácia da pressão coloidosmótica desse compartimento. Analogamente, as

substâncias cuja passagem é limitada pela membrana celular, tais como sódio,

contribuem para a pressão osmótica eficaz do líquido extracelular. É importante

observar que a água atravessa livremente todas as membranas celulares. Isso

significa que o movimento da água através da membrana celular equalizará sempre

a pressão osmótica eficaz no interior e exterior da célula. Se houver alteração da

pressão osmótica eficaz no líquido extracelular haverá uma redistribuição de água

entre os compartimentos. Esses desvios da água resultam de alterações na sua

composição, e não alterações no volume, de maneira que a água intracelular é

muito menos afetada pelos aumentos ou diminuições do líquido extracelular do que

a pressão osmótica (EVORA et al, 1999).

A quantidade total de líquidos de cada compartimento do organismo, apesar

de toda sua dinamicidade, permanece estável nas pessoas sadias. O limite de

privação de água está em torno de 2 a 3 dias. Com o envelhecimento ocorre

alterações na proporção da água corporal (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).

O balanço hídrico é, portanto, menos estável nos obesos quando se

compara perdas semelhantes de líquidos com magros. Nos magros a maior

disponibilidade de água para as eventuais necessidades supre mais facilmente as

perdas do que nos obesos. As pessoas obesas podem apresentar cerca de 25% a

30% de seu peso corporal em água (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998; EVORA et al,

31

1999).

4.6 Exercício físico e redução ponderal

A diminuição dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da

obesidade é focado principalmente no balanço energético. O balanço energético

consiste em equilibrar a ingestão calórica com o dispêndio energético. Se o

indivíduo ingerir, por exemplo, 4.000 kcal/dia, e gasta apenas 3.000 kcal/dia

certamente aumentará o seu peso corporal. Por outro lado se o mesmo indivíduo

ingere 3.000 kcal/dia e gasta 4.000 kcal/dia o peso corporal tende a diminuir

(SOUSA & VIRTUOSO, 2005).

O exercício físico proporciona o aumento do gasto energético levando ao

desequilíbrio calórico negativo, o que contribui para a redução ponderal. A

prescrição de exercício físico deve se basear inicialmente em uma baixa

intensidade, e em uma duração mais longa, até que ocorra as adaptações

fisiológicas e metabólicas, e assim passar para um estágio mais intenso (OLIVEIRA

& FISBERG, 2003).

Nesse sentido, os exercícios aeróbios, como: caminhadas e corridas leves

são as mais utilizadas em um programa de emagrecimento (SOUSA & VIRTUOSO,

2005). O exercicío físico com predominância no sistema aeróbio utiliza

preferencialmente os lipídeos como fonte de energia, quando executados em uma

intensidade entre 50% a 75% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx). A utilização

do carboidrato como fonte de energia ocorre predominantemente em intensidades

acima de 75% da FCmáx. Desta maneira, quanto menor a intensidade do exercício

físico, maior a utilização de gordura corporal e quanto maior a intensidade maior a

utilização de carboidratos (SOUSA & VIRTUOSO, 2005).

Tradicionalmente, a prescrição de exercício físico inclui 5 componentes

(ASCM, 2001) a seguir:

a) Tipo de atividade: em geral recomenda-se optar por atividade de natureza

aeróbia que envolva grandes grupos musculares;

b) Freqüência semanal: é recomendada de 3 a 5 dias por semana. Porém,

em situações especiais esses limites podem ser extrapolados para ajustamento do

volume desejado de trabalho;

32

c) Intensidade: é estabelecida como uma fração entre 55% - 90% da FCmáx,,

ou admitindo-se aplicação de níveis de intensidade mais baixos em virtude de baixa

tolerância ao esforço e/ou nível de aptidão física inicial;

d) Duração: entre 20 e 60 minutos por sessão, podendo-se alcançar através

da acumulação de múltiplos estímulos de dez minutos de duração no mesmo dia

(sessão);

e) Progressão: a prescrição de esforço físico deve prever o incremento da

carga e outras modificações que podem ocorrer para desenvolvimento de um

programa mais eficiente.

Em relação a obesidade, três importantes orientações para a prescrição de

exercícios foram apresentadas no manual do (ACSM, 2001):

a) Para pessoas obesas, sem distúrbios metabólicos associados, não

restringir a ingestão alimentar em menos de 1.200 kcal/dia;

b) A precrição de exercício físico deve provocar um desequilíbrio energético

de no máximo 500 kcal/dia;

c) Interação dieta e exercício físico não deve resultar em perda de peso

superior a 1 kg por semana.

4.7 Gasto energético

Conforme exposto no item 4.3. o gasto energético diário é composto por três

componentes: o dispêndio energético basal, efeito térmico dos alimentos e o

dispêndio energético da atividade física e/ou exercício físico. A obtenção do gasto

energético diário é feito a partir da taxa de metabolismo basal.

A taxa de metabolismo basal é feita através da determinação da quantidade

de calor produzida pelo organismo (calorimetria direta), ou pelo cálculo de calor

produzido indiretamente (calorimetria indireta), a partir do consumo de oxigênio

(VO2) e excreção de gás carbônico (VCO2) tanto para fins diagnósticos quanto

nutricionais (DIENER, 1997; BRANSON, 1990 FERRANNINI, 1998).

A denominação indireta indica que a produção de energia é calculada a partir

dos equivalentes calóricos do oxigênio consumido e do gás carbônico produzido.

Assim, utilizando o oxigênio consumido na oxidação dos substratos energéticos e o

gás carbônico que é eliminado pela respiração, calcula-se a quantidade total da

33

produção de energia. É um método prático para identificar a natureza e a

quantidade dos substratos energéticos que são metabolizados pelo organismo

(DIENER, 1997).

A calorimetria indireta exige alguns cuidados em relação: ao ambiente, ao

indivíduo e aos aspectos técnicos. O ambiente deve ser silencioso com pouca

iluminação com uma temperatura confortável, para evitar alterações causadas por

frio ou calor. Para a mensuração da taxa metabólica de repouso, o indivíduo deve

estar em repouso há pelo menos 30 minutos e jejum de duas a três horas, e feita a

devida aferição e higienização do aparelho (MULLEN, 1991).

Para a mensuração do metabolismo basal, o indivíduo deve estar em jejum

de 12 horas. Deve ser medido após acordar, pela manhã. A duração de coleta de

gases inspirados e expirados é aproximadamente 20 minutos. Sendo a média,

realizada no intervalo de 10 minutos dos valores mais constantes (ISBELL et al,

1991; STOKES & HILL, 1991). O gasto energético medido nesse intervalo é

extrapolado para 24 horas, e é considerado representativo do dispêndio energético

basal diário (McCLAVE, 1992).

O uso da taxa metabólica basal no estabelecimento das necessidades

energéticas, por si só, já seria motivo suficiente para sua determinação do gasto

calórico nos vários segmentos da população, seja em avaliações clínicas ou

epidemiológicas. Além disso, seu uso em estudos epidemiológicos sobre a ingestão

alimentar e a determinação do nível de atividade física, também demonstram sua

importância. Por exemplo, usualmente, avalia-se o grau de confiabilidade na

informação sobre a ingestão energética do indivíduo dividindo-se o valor de energia

ingerida, pela taxa metabólica basal. Em pessoas obesas o valor desta razão é

menor do que 1,2 indicando que os indivíduos subestimaram a ingestão, visto que,

os mesmos não poderiam ser obesos ingerindo somente 1,2 vezes a taxa

metabolismo basal (McCLAVE, 1992).

A avaliação do consumo energético durante a realização de esforço físico, é

obtida através do teste ergométrico, conforme descrito abaixo.

4.8 Testes para avaliação da potência aeróbia

O teste de potência aeróbia, teste ergométrico, teste de esforço ou

34

ergometria, é um dos métodos complementares de diagnóstico não invasivo,

mais solicitados nas consultas cardiológicas. O teste ergométrico está indicado no

auxílio do diagnóstico, estabelecimento de condutas, determinação do prognóstico e

avaliação funcional do sistema cardiovascular (ARAÚJO, 2000). O teste ergométrico

pode ser associado com a espirometria em diferentes ergômetros: bicicleta

ergométrica, esteira ergométrica e ergômetro de braço. No teste ergométrico ocorre

a mensuração da quantidade de consumo de oxigênio durante a realização do

esforço físico (POWERS & HOWLEY, 2000).

O consumo de oxigênio (VO2) está linearmente relacionado com o gasto de

energia. O consumo máximo de oxigênio (VO2 máx ou potência aeróbia máxima) é a

quantidade de oxigênio que o corpo consome por minuto durante a realização do

exercício físico. Quando se mede o consumo de oxigênio, indiretamente se mede a

capacidade máxima do indivíduo de realizar trabalho aeróbio (POWERS &

HOWLEY, 2000).

Todas as células consomem oxigênio para converter a energia dos alimentos

em ATP (adenosina trifosfato) para o trabalho celular. As células musculares e a

contração muscular têm alta demanda por ATP, o que faz com que o consumo de

oxigênio aumente durante o exercício físico. O consumo de oxigênio e produção de

gás carbônico (CO2 ) por todas as células do corpo, podem ser medidos pela

respiração. Para isso é utilizado equipamentos que medem o volume e a presença

de oxigênio. Portanto, se ocorre um consumo maior de oxigênio durante o exercício

físico, sabe-se que mais células musculares estão contraindo e consumindo

oxigênio (POWERS & HOWLEY, 2000).

A mensuração VO2 máx representa o padrão contra o qual qualquer estimativa

da função caridorrespiratória é comparada. O valor do VO2 máx pode ser reproduzido

em duas formas: absoluta, ou seja, em litros por minutos (L/min), sendo o valor

entre 3 L e 6 L para homens e 2,5 L e 4,5 L para mulheres. O valor absoluto não

considera as diferenças de tamanho de corpo. Por isso, outra forma de expressar o

VO2 máx é na forma relativa, em milímitros por minuto por quilo de peso (ml/min/kg)

(POWERS & HOWLEY, 2000).

O VO2 se eleva com os aumentos crescentes de carga de um teste de

esforço físico graduado até ser atingida a capacidade máxima do sistema

35

cardiorrespiratório.

Os critérios comumente utilizados para avaliar se o VO2 máx foi atingido

incluem uma estabilização do VO2 (< 150 ml. kg-1. min.-1 ou < 2,l ml. kg-1. min.-1). O

VO2 máx é uma mensuração muito reproduzível, em indivíduos, quando testados com

o mesmo protocolo no mesmo equipamento. Os valores de VO2 máx quando são

comparados entre protocolos diferentes surgem algumas diferenças sistemáticas

(POWERS & HOWLEY, 2000).

É importante que se reconheça as diferenças ao comparar um teste com

outro, ou comparar no mesmo indivíduo quando submetido a diferentes ergômetros.

Essas diferenças entre os testes levaram a denominar o VO2 máx de: VO2 de pico

(VO2 pico) - utilizado para descrever o consumo de oxigênio mais elevado que o

indivíduo consegue no momento do teste, e não necessariamente a capacidade

máxima de consumo de oxigênio do indivíduo. É obtido num protocolo seja

caminhada na esteira, corrida na esteira ergométrica, bicicleta ergométrica ou

ergômetro de braço (POWERS & HOWLEY, 2000).

O VO2 pico indica a capacidade da função cardiorrespiratória. Ele é

freqüentemente considerado como um indicador do condicionamento

cardiorrespiratório, e a evolução da capacidade funcional em indivíduos saudáveis e

doentes. O VO2 pico ou VO2 máx é geralmente usado para prescrever exercícios

físicos de endurance e monitorar adaptações do treinamento físico (ACSM, 1998).

O VO2 pico é tipicamente expresso pela massa muscular esquelética

relativa (VO2 relativo = ml/min/kg). Geralmente, é observado quando o VO2 pico é

correlacionado com a massa muscular em jovens adultos (WELSMAN &

ARMSTRONG, 2000). Assim, com um aumento na massa muscular esquelética, o

VO2 pico relativo diminui para essa mesma massa, então o VO2 pico absoluto é expresso em

absoluta unidade (litros por minuto). Alometricamente a escala de VO2 pico relativo

parece ser um método apropriado para comparar indivíduos de diferentes massas,

estaturas ou em ambos (JANZ et al, 1998).

Os protocolos dos testes de esforço físico graduado podem ser submáximo

ou máximo, dependendo dos pontos finais para a interrupção do teste.

Ao escolher um protocolo de teste de esforço físico graduado deve-se

considerar a população que esta sendo avaliada. Considerando que o estágio final

36

desse teste, por exemplo, para pacientes cardíacos poderia sequer ser um

aquecimento para um atleta.

O equivalente metabólico (MET) é um conceito fisiológico considerado um

procedimento simples para expressar o custo energético de atividades físicas e/ou

exercício físico como um múltiplo da razão metabólica de repouso (BALADY, 2002).

MET é comumente visto como uma medida que tem a vantagem de prover um

descritor comum dos níveis da carga de trabalho através de muitas modalidades e

de toda população (MORRIS et al, 1993).

Morris et al (1993) definem MET como: a quantidade de oxigênio do ar

inspirado pelo corpo em condições basais, é igual a média de 3,5 ml O2/kg/min.

Está definição procede da definição de Jette et al (1990), que definem MET como: a

razão do metabolismo de repouso, que é a quantidade de oxigênio consumido no

repouso, sentado quieto em uma cadeira, com aproximadamente 3,5 ml O2/kg/min.

Em geral, o teste de esforço físico graduado para um indivíduo sedentário

dever ser iniciado em 2-3 METS (1 met = 3,5 ml. Kg -1. m -1) e progredir

aproximadamente 1 MET por estágio, cada estágio durando de dois a três minutos,

com a finalidade de permitir que haja tempo suficiente para atingir o estado estável

(POWERS & HOWLEY, 2000).

Dentre os vários tipos de ergômetros existentes para a realização do teste de

consumo de oxigênio, no presente estudo foi utilizado a bicicleta ergométrica, por

questões de praticidade e custo.

A bicicleta ergométrica é um equipamento portátil e de preço moderado que

permite fáceis mensurações. No teste ergométrico realizado em bicicleta com freio

mecânico, a taxa de trabalho pode ser elevada aumentando-se a velocidade do

pedal ou a resistência. Geralmente, a velocidade do pedal é mantida constante

durante um teste de esforço físico graduado a uma velocidade adequada para as

populações que estão sendo testadas: 50-60 rpm para os indivíduos com

condicionamentos ruins ou médios, e 70-100 rpm para os indivíduos que

apresentam um condicionamento bom, e também para os ciclistas de competição. A

velocidade do pedal é mantida fazendo com que o indivíduo pedale de acordo com

um metrônomo ou fornecendo-lhes alguma outra informação (monitor análogo ou

digital de rotações por minuto). A carga sobre a roda é aumentada de maneira

37

seqüencial para sistematicamente sobrecarregar o sistema cardiovascular. A

taxa de trabalho inicial e a passagem de um estágio a outro dependem do

condicionamento físico do indivíduo e do objetivo do teste (POWERS & HOWLEY,

2000).

4.9 Avaliação da composição corporal

Avaliação da composição corporal é um processo ou técnica de mensuração

das medidas do corpo humano. O conhecimento de várias medidas dessas

dimensões pode comprovadamente refletir o estado nutricional, apontando para um

excesso ou uma deficiência alimentar, ou ainda, indicar o risco do desenvolvimento

de algumas doenças crônicas (McArdle et al, 1992).

Existem propostas de divisão do corpo humano em dois, três, quatro ou cinco

diferentes componentes (WANG et al, 1992). Ao dividir o corpo em compartimentos,

é possível escolher o método de avaliação corporal mais adequado a determinadas

situações. No aspecto bioquímico, o corpo é formado por: água, proteínas, minerais

e gorduras. No aspecto anatômico, é formado por: massa muscular, massa

gordurosa, massa óssea e residual (McARDLE et al, 1992).

Em geral, o modelo de dois compartimentos consiste na divisão do corpo

em: gordura corporal e uma outra fração que perfaz toda a massa livre de gordura.

O modelo de três compartimentos divide o corpo da seguinte maneira: água

corporal, proteínas e minerais, e gordura corporal. O modelo de quatro

compartimentos separa: a gordura corporal, e a massa livre de gordura (que é

dividida em três compartimentos: água extracelular, intracelular, ossos, minerais e

proteínas) (ELLIS, 2000). Assim, para análise desses compartimentos existem

técnicas diretas e indiretas.

A dissecação de cadáveres é a única técnica considerada direta. Nesse

método, ocorre a separação dos diversos componentes estrututais do corpo

humano com a finalidade de pesá-los e estabelecer relações entre eles e o peso

corporal total.

As técnicas indiretas são aquelas nas quais não há a manipulação dos

componentes separadamente, mas a partir de princípios químicos e físicos que

visam a extrapolação da quantidade de gordura e da massa magra, ilustrando:

38

pesagem hidrostática, ressonância magnética, ultra-sonografia, tomografia

computadorizada, bioimpedância elétrica e DEXA (dual energy x–ray absorptiometry

ou absormetria de dupla energia).

4.9.1 Importância da avaliação da composição corporal em indivíduos obesos

A prática regular de atividade física e/ou exercício físico tem sido

recomendada para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e

outras doenças crônicas por diferentes associações de saúde do mundo, como: o

American College of Sports Medicine, os Centers for Disease Control and

Prevention, a American Heart Association, o National Institutes of Health, o US

Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre outras. A diminuição

de atividade física, ausência de exercício físico está relacionada diretamente com a

presença de múltiplos fatores de riscos, como os encontrados na síndrome

metabólica. Paralelamente, tem sido demonstrado que a prática regular de exercício

físico apresenta efeitos benéficos na prevenção e tratamento da hipertensão

arterial, resistência à insulina, diabetes mellitus, dislipidemia e obesidade (ASCM,

2001). Na população obesa, quando submetidos a um programa de exercício físico

ou dieta alimentar, a avaliação da composição corporal é importante para a

mensuração da eficiência do programa, bem como a eficiência do exercício físico

em todos seus componentes, tais como: intensidade, volume, carga e duração,

observando se a redução ponderal foi efetivamente do panículo adiposo, bem

como, a manutenção ou aumento da massa muscular (ASCM, 2001).

4.9.2 Bioimpedância Elétrica

O estudo das propriedades elétricas do sistema biológico data do século 18,

quando Galvani descobriu que a eletricidade desencadeou um estímulo na

contração muscular in vivo. Essa observação proporcionou aos pesquisadores

examinar as respostas do corpo após a administração de uma corrente elétrica.

Assim, a avaliação da impedância elétrica do corpo era sugerida como um indicador

útil para o diagnóstico da composição corporal (LUKASKI, 1996).

A Bioimpedância Elétrica (BIO) é obtida através de uma máquina portátil

(Figura 4.3), com a duração da avaliação de poucos minutos, apresenta alta

acurácia, quando submetidos a diferentes observadores.

39

Figura 4.3. Aparelho Bioimpedância Elétrica

Fonte: FISIOTECH, 2006.

O BIO é extremamente simples: quanto mais rico é um corpo em água,

melhor condutor elétrico. Quanto mais pobre em água, ele se torna pior condutor da

corrente elétrica, no entanto mais rico em gordura. Com a finalidade de facilitar o

cálculo e a compreensão, considera-se o corpo humano como uma composição de

diferentes cilíndros. O volume (V) de um condutor cilíndrico, assim como o corpo

humano, é diretamente relacionado ao quadrado do comprimento corporal (altura²)

e inversamente relacionado com a impedância total do corpo, sendo: V =

altura²/resistência. Assim, a impedância é obtida ao colocar quatro eletrodos no

corpo, sendo dois eletrodos em uma das mãos, por exemplo; na mão direita (Figura

4.4), e os outros dois eletrodos colocados no pé direito (Figura 4.5) (LUKASKI,

1996).

Figura 4.4. Dois eletrodos na mão direita Figura 4.5 Dois eletrodos no pé direito

Fonte: WORKOUT, 2006 Fonte: WORKOUT, 2006.

Para simplificar, quando se aplica uma corrente elétrica a um determinado

substrato há sempre uma oposição ao fluxo - a resistência.

A resistência (R) é inversamente proporcional à condutividade ou

condutância. Assim, se o substrato é homogêneo esta oposição será somente a

resistência, porém se nesse substrato houver capacitadores (condensadores),

haverá uma outra fonte de oposição denominada reactância, sendo que para cada

40

corrente aplicada a um tecido, a freqüência dita crítica é aquela que induz a máxima

reactância. Sendo o corpo humano não homogêneo, seus capacitores podem ser

representados pela estrutura típica das membranas celulares que possuem duas

capas (uma interna para o citoplasma e outra externa para o meio extracelular),

ambas com intensa atividade biológica e condutora. Desta maneira, quando uma

corrente elétrica é aplicada ao corpo humano, a oposição gerada por resistência e

reactância origina uma resultante chamada bioimpedância (MÁTTAR, 1995).

A freqüência-dependente em oposição a um condutor, que pode ser animado

ou inanimado, para uma corrente elétrica alternativa administrada é denominada

impedância (Z). Essa oposição tem dois componentes ou vetôres – a resistência e a

reactância (Xc) (LUKASKI, 1996).

A resistência é caracterizada pela oposição pura do fluxo da corrente

elétrica. Em termos práticos R é o inverso da condutância ou a habilidade de um

objeto em transmitir corrente elétrica.

De acordo com a Lei de Ohm: R = voltagem (E) dividido pela corrente elétrica

(I) ou R = E/I, a resistência de um condutor é proporcional ao seu comprimento e

inversamente proporcional a sua secção. Em um condutor biológico, a corrente

elétrica é transmitida principalmente pelos íons na solução aquosa. Assim, a

quantidade de eletricidade que pode ser conduzida ou a condutividade, é

proporcional ao número de íons em um volume do condutor (LUKASKI, 1996).

A reactância é caracterizada pela capacitância ou voltagem estocada por um

condensador em um breve período de tempo. No corpo, a reactância é associada a

muitos tipos de polarização (separação de cargas ou gradientes eletroquímicos)

produzida pelas membranas celulares e interfaces dos tecidos. A capacitância

provoca uma elevação da corrente elétrica ao redor da célula e cria uma mudança

de fase, que é representada geometricamente como ângulo de fase, ou o arco

tangente da razão Xc/R (LUKASKI, 1996).

O ângulo de fase pode apresentar variações entre indivíduos, tendo como

possíveis causas: comportamento capacitante dos tecidos, variabilidade do

tamanho celular, permeabilidade das membranas celulares, composição intracelular

e distribuição dos fluídos corpóreos. A relação geométrica entre a impedância,

41

resistência, reactância e o ângulo de fase dependem da freqüência da

corrente elétrica administrada, e são descritos como plotagem da impedância. Em

baixa freqüência, a impedância das membranas celulares é muito alta para que a

corrente elétrica consiga penetrar, limitando-se a percorrer o líquido extracelular

(LUKASKI, 1996).

O tecido adiposo é debilmente hidratado, e por essa razão, é um bom

isolante elétrico, a corrente elétrica cruza quase que exclusivamente a massa

muscular esquelética. A massa magra, portanto, é proporcional ao volume desses

condutores.

Assim, a impedância medida é considerada resistente a qualquer

componente reativo. Quando o sinal de freqüência é aumentado, a corrente elétrica

penetra a membrana da célula e interface do tecido, causando reactância para

aumentar ou diminuir a resistência, e aumentar o ângulo de fase (LUKASKI, 1996).

As medidas de impedância devem ser homogêneas de acordo com o perfil

da população estudada, e aplicada nas mesmas situações no momento das

reavaliações, para tanto é necessário que haja uma padronização quando

utilizadas. Aproximadamente 25% do componente extracelular está no sistema

vascular (plasma) e 75% fora dos vasos sangüíneos (fluído intersticial). Em geral, a

água extracelular é expressa pela razão água extracelular/água corporal total, essa

razão é maior em mulheres e crianças que em homens. Em jovens adultos, a água

extracelular/água corporal total aumenta com a idade, em média de 0,42 L e 0,48 L

em 30 e 80 anos, respectivamente (ANJOS, 1992).

Os equipamentos disponíveis para a análise por bioimpedância podem variar

de acordo com aspectos da freqüência da corrente elétrica que é aplicada.

Freqüências superiores a 50 kHz são capazes de predizer o conteúdo de água

corporal, assim como a água extra e intracelular. Estudos de validação com

isótopos estáveis demonstraram um coeficiente de variação de 5% com a utilização

da bioimpedância (DEURENBERG et al, 1991).

Portanto, o uso da BIO na análise da composição corporal, sem dúvida,

constitui um método com razoável precisão e fidedignidade, com a possibilidade de

demonstrar aspectos importantes relacionados a essa análise. As medições que

podem ser feitas pela BIO são: peso da gordura (PG); peso da massa magra

42

(PMM); água corporal total (ACT); água corporal intracelular (ACI); água

corporal extracelular (ACE); resistência e reactância.

Geralmente é difícil cumprir com todas as condições para a realização da

avaliação por Bioimpedância Elétrica. No entanto, isso também ocorre em outros

tipos de avaliação da composição corporal. O simples fato de medir o peso de um

indivíduo, por exemplo, é falsificado por inúmeros fatores como: bexiga não

esvaziada, indivíduo que não está em jejum, etc. Na avaliação por Bioimpedância

Elétrica freqüentemente algumas orientações são adotadas:

a) Sujeito em jejum 4 horas (no mínimo 2 horas) antes da avaliação;

b) Nenhum exercício físico nas 12 horas anteriores a avaliação;

c) Nenhuma ingestão de bebida alcoólica nas 24 horas anteriores a

avaliação;

d) Os pontos de localização dos eletrodos devem ser desengordurados;

e) O sujeito deve estar em decúbito dorsal e relaxado;

f) Os membros inferiores não podem estar encostados;

g) Os membros superiores não podem tocar o tronco;

h) Os eletrodos devem ser colocados sempre nos mesmos pontos de

referência.

Assim, ao aplicar a Bioimpedância Elérica na avaliação da composição

corporal, é importante adotar um critério de acordo com as diferentes populações

estudadas.

A precisão ao aferir a altura e o peso do indivíduo deve ser criteriosa, uma

vez que se houver uma medição inadequada dessas medidas, a análise da

composição corporal pode ser afetada. Se houver uma subestimativa de 2,5 cm na

medida da altura, por exemplo; leva a um erro de 1 litro na água corporal total, e se

houver o erro de 1 kg na aferição do peso corporal, isso leva a um erro de

aproximadamente 100 g na água corporal total e o mais importante, leva a um erro

de 0,7 kg na gordura corporal. Com base nessas informações, para uma precisão

da avaliação por Bioimpedância Elétrica, os avaliados teriam uma estatura medida

em intervalos de 0,5 cm e peso medido situados de 100 g (KUSHER et al, 1996).

A porção distal dos braços e pernas contribuem aproximadamente para a

metade da impedância do corpo inteiro, devido a esses segmentos apresentarem

43

uma menor superfície da área seccional corporal. Por isso, mudanças nos

fluídos localizados nas extremidades distais contribuem significativamente para

impedância do corpo inteiro (KUSHER et al, 1996).

A força gravitacional tende a seqüestrar água do compartimento extracelular,

conforme alteração na posição do indivíduo antes da avaliação que pode ser em pé,

sentado ou andando. Quando a Bioimpedância Elétrica é feita com o sujeito em

decúbito dorsal, o fluído intersticial é absorvido no compartimento intravascular e

ocorre a mudança dos fluídos para o pool central. Essa alteração no fluído corporal

pode levar à mudança temporal ortostática e interferir significativamente nos

resultados da avaliação (KUSHER et al, 1996).

Ao aplicar a Bioimpedância Elétrica de corpo inteiro, os segmentos corporais

são colocados em uma posição linear para serem conectados em séries (ex.:

braços para o tronco para coxas). Devido a seu formato geométrico, as

extremidades (braços e pernas) contribuem aproximadamente com 90% da

impedância do corpo inteiro. A maior parte da impedância é contada pelos

segmentos distais dos membros superiores e inferiores, como um resultado de uma

menor área seccional. Assim, a adução ou cruzamento dos membros provocaria um

curto circuito elétrico, com isso os erros podem chegar a 18% por contato com as

pernas e 43% do contato das mãos com a cintura, ambos são erros que ocorrem

por contato de pele com pele (KUSHER et al, 1996).

O consumo de fluídos ou alimentos antes da avaliação por Bioimpedância

Elétrica pode influenciar nos resultados, devido a mudanças dos volumes de líquido

intra e extracelular. Dependendo do tempo que a medida precede a ingestão de

alimentos ou a quantidade de alimentos e liquídos ingeridos. Essas situações

podem ter pouco ou nenhum efeito na predição da água corporal total. No entanto,

se a avaliação for obtida muitas horas pós-prandial, após absorção do fluído dentro

da corrente sangüínea, pode influenciar nos resultados da impedância.

Entretanto, se assumir que a água corporal total é 45 litros em jovens adultos

(60% do corpo) e 32 litros em jovens mulheres (50% do peso corporal), a absorção

pós-prandial de 1 litro de líquido poderia aumentar água corporal total em 2% e 3%

em jovens homens e mulheres, respectivamente (KUSHER et al, 1996).

A ingestão de alimentos e bebidas parece ter um efeito mínimo na

44

impedância durante as primeiras horas. Porém, é importante ressaltar que o

peso corporal total estará aumentado, devido ao aumento do volume estomacal e

com isso a gordura do corpo pode ser superestimada.

O exercício físico pode afetar avaliação da impedância no mínimo por três

hipóteses:

a) A resposta hemodinâmica do exercício físico, consiste em um aumento no

débito cardíaco e um aumento de sangue para o músculo esquelético,

com isso o aumento da perfusão vascular e o aquecimento do tecido

muscular reduziria a impedância e a resistência do músculo esquelético;

b) O proceso de dissipação do calor inclui aumento da circulação sangüínea

periférica, aumento da temperatura da pele e subseqüente aumento na

transpiração, essas mudanças também reduzem a impedância elétrica;

c) A perda de fluído durante o exercício físico resulta em desidratação e

conseqüentemente um aumento da impedância.

Assim, a impedância tem uma variabilidade dependendo do grupo muscular

envolvido e a intensidade da execução do exercício físico no período anterior a

execução da Bioimpedância Elétrica (KUSHER et al, 1996).

A Bioimpedância Elétrica é obtida através de uma máquina portátil, com a

duração da avaliação de poucos minutos, apresenta alta acurácia, quando

submetidos a diferentes observadores.

4.9.3 DEXA (absormetria de dupla energia)

DEXA é um método baseado na dependência de energia da atenuação do

coeficiente de absorção do conteúdo mineral ósseo que contém um elemento

atômico de cálcio, e tecidos moles que contêm baixo número dos elementos:

hidrogênio, oxigênio e carbono (ROUBENOFF et al, 1993).

O princípio básico do DEXA é a utilização de uma fonte de raio-x com um

filtro que converte feixe de raio x em picos fotoelétricos de baixa e alta energia que

atravessam o corpo do indivíduo. A obtenção da composição corporal é feita

através da medida de atenuação dos picos fotoelétricos no corpo. A medida é feita

com o indivíduo em decúbito dorsal (Figura 4.6), através de uma série de

varreduras transversais a partir da cabeça até os pés, com a duração do

45

rastreamento do corpo inteiro de aproximadamente 20 minutos e a exposição

à radiação é de 0,05 a 1,5 rem, dependendo do modelo do equipamento utilizado.

Não é necessário preparo ou requisito especiais para a execução desse exame.

Figura 4.6. Aparelho DEXA.

Fonte: RRMGINC, 2006.

O corpo humano apresenta alterações durante o crescimento, o

envelhecimento e na doença, assim como nos fatores que controlam essas

mudanças. É importante observar que o DEXA admite uma hidratação constante da

massa magra em 0,73 ml/g. Essa padronização não é viável quando se observa

pacientes hospitalizados e idosos (ROUBENOFF et al, 1993), uma vez que o DEXA

mede os três compartimentos: massa óssea, massa muscular esquelética e massa

adiposa, baseado nessas variáveis, esse método não poderia assumir uma

hidratação uniforme, visto que, uma hidratação anormal pode levar a um erro na

quantidade de tecido magro. O peso da massa magra (músculos e ossos) e peso da

gordura é a soma do peso corporal total, um erro na quantificação do peso da

massa magra é propagado para o compartimento da gordura.

A medida do osso obtida pelo DEXA, é sensível a espessura da parte

anterioposterior do corpo, assim os resultados devem ser sistematicamente

diferentes entre indivíduos magros e obesos. Pode ocorrer um viés na obtenção dos

resultados, se essa espessura não for mensurada, levando a erros importantes

quando o DEXA é utilizado, como por exemplo, para avaliação em um programa de

redução ponderal (ROUBENOFF et al, 1993).

Outra limitação desse método é não poder distingüir claramente entre tecidos

moles e os ossos no tórax, devido à disposição da costela e da coluna vertebral

impedir que o raio-x capte mais tecido mole (livre da massa óssea), assim a

46

estimativa da composição do tórax tende a ser imprecisa.

Similarmente, no braço, onde o osso participa por uma alta proporção da

massa magra total, o erro no tecido mole medido é relativamente alto. A cabeça

também é uma região na qual não existe virtualmente nenhum tecido livre do osso

visível para DEXA. A medida do tecido mole na cabeça é relativamente pequena,

assim o erro é relativamente grande (ROUBENOFF et al, 1993). Ao avaliar a

obesidade por esse método, o corpo do indivíduo deverá se enquadrar nas

seguintes delimitações: (Figura 4.7) a altura no máximo entre 193-197 cm, largura

58-65 cm e peso 114-159 kg (BROWNBILL & ILICH, 2005).

Figura 4.7. Raio x (DEXA)

Fonte: HES, 2006.

A partir do DEXA podem ser feitas as seguintes medições: peso da massa

óssea; peso da massa magra; peso da gordura; todas as medidas dos itens

anteriores, divididos em membros inferiores e superiores e cabeça.

Recomenda-se para obtenção do peso que seja feita com o mínimo de

roupas possível, sem sapatos e após o esvaziamento vesical. A altura deve ser obtida com o paciente em pé, descalço, encostando a nuca,

nádegas e calcanhares em uma barra (ou parede) vertical fixa.

4.9.4 Medidas antropométricas

A antropometria estuda e avalia as medidas de tamanho, peso e proporções

47

do corpo humano, sendo freqüentemente utilizadas as seguintes medidas:

peso, altura, diâmetros e comprimentos ósseos, espessuras das dobras cutâneas e

alguns índices que avaliam o risco de desenvolver doenças, dentre eles: IMC

(índice de massa corporal), CC (circunferência da cintura), RCQ (relação da cintura-

quadril).

4.9.4.1 Altura

Altura ou estatura pode ser determinada em indivíduos acima de dois anos

de idade, ou em indivíduos que consigam manter-se em pé. Geralmente, obtida a

partir de fitas métricas, inextensíveis e inelásticas, ou ainda com o auxílio de

estadiômetros ou antropômetros apropriados. Na presença de curvaturas anormais

de coluna, principalmente nos idosos recomenda-se que a altura seja a referida pelo

indivíduo em período posterior à curvatura da coluna (MARCHINI et al, 1992).

4.9.4.2 Peso

O peso é uma das aferições mais importantes ao se avaliar o estado

nutricional. Pode ser avaliado em balanças digitais ou nas chamadas balanças de

mola. O avaliado deve estar em pé, de costas para a escala da balança, com

afastamento lateral dos pés, estando a plataforma entre os mesmos. Em seguida

coloca-se o indivíduo sobre e no centro da plataforma, na posição antômica com o

peso do corpo igualmente distribuído entre ambos os pés. O avaliado deve usar o

mínimo de roupas possível, a medida é registrada com uma aproximação de 100 g

(McARDLE et al, 1992).

4.9.4.3 Índice de Massa Corporal

A avaliação do estado nutricional de adultos era tradicionalmente feita

através do conceito de “peso ideal”, obtido pela comparação da massa corporal em

função da estatura (peso/altura²) com um padrão antropométrico, geralmente, a

partir de dados de companhias de seguros. Então, estabelecido que se a massa

corporal estivesse acima de 20% do padrão, dizia-se que a pessoa era obesa.

Existe um consenso sobre a inadequação da utilização de padrão universal para

adultos, uma vez que ocorre uma grande variação da estatura média das

populações adultas no mundo (ANJOS, 1992).

48

Teoricamente, o indicador para classificar a obesidade não deveria se

correlacionar com a estatura, mas com a massa corporal e outras medidas de

gordura corporal. Tal indicador deve ser independente da estatura, uma vez que um

indivíduo mais alto terá maior massa corporal, decorrente de uma maior quantidade

do peso da massa magra (ossos, músculos e outras) e não necessariamente do

peso da gordura (ANJOS, 1992). Existem várias relações propostas entre peso e a

altura, no entanto, o IMC é o que apresenta fácil manuseio.

Em estudos populacionais, o IMC tem a vantagem de ser prático e de fácil

utilização, bem como, nas ações de promoção da saúde, uma vez que pode servir

para identificar níveis de intervenção na população (OLINTO et al, 2006). Os limites

de corte de IMC são descritos na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Classificação do Índice de Massa Corporal

Classificação IMC (kg/m2 ) Risco

Baixo peso

Peso normal

Sobrepeso

Pré-obeso

Obeso I

Obeso II

Obeso III

< 18,5

18,5 a 24,9

≥ 25

25,0 a 29,9

30,0 a 34,9

35,0 a 39,9

≥ 40,0

Baixo

Médio

-

Aumentado

Moderado

Grave

Muito Grave

Fonte: WHO,1995.

No entanto, é importante ressaltar que as diferenças regionais podem

solicitar outros limites de cortes, por exemplo; ao analisar o IMC na população

asiática, especificamente, em sujeitos que viviam em Singapura em um total de

96,7% de chineses, o limite de corte para classificação da obesidade na faixa etária

entre 30 e 70 anos, para homens e mulheres era 27 kg/m² e 25 kg/m²,

respectivamente (GOH et al, 2004).

4.9.4.4 Relação da Cintura-Quadril

A Relação da Cintura-Quadril é uma que equação divide a circunferência do

abdômen (cm) pela circunferência do quadril (cm) e está fortemente associada com

49

a gordura visceral. Os valores de RCQ que ultrapassem 0,94 cm para

homens e 0,82 cm para mulheres estão na categoria de alto risco para desenvolver

doenças cardiovasculares. A medida da circunferência da cintura deve ser feita no

ponto mais estreito do tronco e a circunferência do quadril no nível da extensão

máxima dos glúteos (OLINTO et al, 2006).

4.9.4.5 Circunferência da Cintura

A circunferência da cintura é utilizada freqüentemente em estudos

populacionais, tendo em vista que essa medida antropométrica tem a vantagem de

ser prática e de fácil utilização (OLINTO et al, 2006). O ponto de corte estabelecido

para a circunferência da cintura é de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres,

porém esses números têm sido questionados por não se adequarem às populações

de diferentes etnias. Em alguns estudos, níveis abaixo de 94 cm para homens e 80

cm para mulheres, têm sido considerados mais apropriados (GANGH et al, 2004).

Os limites de corte da circunferência da cintura estão descritos na Tabela 4.3.

Tabela 4.3 - Circunferência da cintura

Circunferência Cintura (cm)

Risco de

complicações

metabólicas

Homem Mulher

Aumentado ≥ 94 ≥ 80

Aumentado

substancialmente

≥ 102 ≥ 88

Fonte: Adaptado (LEAN et al, 1995)

A sugestão da utilização da fita métrica para circunferência da cintura com

cores diferenciadas, de acordo com os níveis de intervenção, pode ser considerada

um método prático para o acompanhamento e monitorização da saúde populacional

(OLINTO et al, 2006).

A Organização Mundial da Saúde correlacionou a circunferência da cintura

com o IMC, tendo como objetivo avaliar de maneira prática os pacientes com risco

para desenvolver diabetes mellitus tipo I e doença cardiovascular, conforme Tabela

4.4. (WHO, 1995).

50

Tabela 4.4 - Índice de Massa Corporal e Circunferência da Cintura

Fonte: Adaptado (CHAN et al, 1994; REXRODE et al, 1998).

Circunferência Cintura (cm)

Risco de

complicações

metabólicas

IMC

(kg/m²)

Homem: 94-102

Mulher: 80-88

102+

88+

Baixo peso < 18,5 - -

Peso saudável 18,5 a 24,9 - Aumentado

Sobrepeso 25 a 29,9 Aumentado Alto

Obesidade ≥ 30 Alto Muito alto

51

5. CASUÍSTICA E MÉTODOS

5.1 Sujeitos

Foram avaliadas 27 mulheres, participaram de um programa com objetivo de

redução ponderal, que envolveu exercício físico e reeducação nutricional (Projeto

Peso Saudável da Universidade São Judas Tadeu - USJT). As mulheres se

increveram voluntariamente através de divulgação no site da USJT e na mídia. As

participantes residiam em diversos bairros da cidade de São Paulo.

5.2 Critérios de inclusão

• Sexo feminino;

• IMC acima 30 kg/m²

5.3 Critérios de exclusão

• Ingestão de qualquer medicamento ou suplemento alimentar que

interferisse na taxa metabólica;

• Qualquer doença que interferisse na coleta de dados e sua interpretação;

• Qualquer alteração relatada na glândula tireóide;

• Qualquer impossibilidade (mecânica ou fisiológica) de realizar exercício

físico;

• Estar participando de outro programa para redução de peso.

5.4 Aspectos Éticos

Todas as avaliadas assinaram um Termo de Consentimento Esclarecido

(Anexo1). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade

São Judas Tadeu, sob o protocolo número 087/2006 (Anexo 2).

5.5 Procedimentos e instrumentos para a coleta de dados

5.5.1 Anamnese

Todas as mulheres responderam a uma anamnese (Anexo 3), onde foram

coletados dados de identificação, escolaridade, hábitos sociais (fumo e consumo

52

de bebidas alcóolicas), medicamento e histórico de possíveis doenças que não

interferissem no metabolismo energético, bem como na prática de exercício físico.

5.5.2 Dados antropométricos

As medidas de composição corporal e antropometria foram feitas em dois

momentos: no início e no final do programa. O programa teve a duração de 4

meses.

Para a avaliação antropométrica, foram aferidos o peso corporal com a

utilização da balança modelo digital (Plenna®), a altura foi medida com o auxílio do

estadiometro de alumínio (Secca®), e posteriormente foi realizado o cálculo do IMC,

classificado de acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1995).

5.5.3 Bioimpedância Elétrica

Para a realização da Bioimpedância Elétrica foi utilizado o equipamento

Biodynamics modelo 450. Este modelo multifreqüência tem a capacidade de realizar

as seguintes análises (Anexo 4):

• Resistência: precisão de ±0,1%, amplitude de 200 a 1500Ω, resolução de 0,1Ω

• Reactância: precisão de ± 0,2%, amplitude de 0 a 30 Ω, resolução de 0,1 Ω

• Ângulo de fase: precisão de ± 0,2%, amplitude de 0 a 20 °, resolução de 0,1°

• Peso da massa magra (músculos, óssos, vísceras)

• Peso da gordura

• Água corporal total (litros, % de água na massa magra e no peso total), e

• Água intracelular e água extracelular

O teste foi realizado no Laboratório de Movimento Humano da USJT. As

mulheres chegavam em jejum de aproximadamente 8 horas, colocadas em uma

maca em decúbito dorsal, em ambiente termicamente controlado à uma

temperatura de aproximadamente 23ºC. Os quatros eletrodos eram colocados da

seguinte maneira: dois na mão direita (Figura 4.4), e dois no pé direito (Figura 4.5).

Esse procedimento foi realizado em dois momentos, no início e ao final programa.

Para discussão dos resultados foram considerados os seguintes parâmetros:

peso da massa magra, peso da gordura, resistência, reactância, ângulo de fase,

água corporal total, água intra e extracelular.

53

5.5.4 DEXA

As análises por DEXA foram realizadas com a participação do laboratório

RHESUS – MED AUXILIAR (Anexo 5), no início e no final do programa.

O equipamento utilizado foi LUNAR ®. As mulheres foram colocadas no

referido aparelho em decúbito dorsal (Figura 4.6), permanecendo imóveis durante

20 minutos, sendo o rastreamento por varredura transversal feito a partir da cabeça

até os pés.

Para discussão dos resultados foram considerados os seguintes parâmetros:

peso da gordura e peso da massa magra (em valores absolutos e relativos).

5.5.5 Teste de potência aeróbia

O teste ergométrico foi realizado no laboratório da USJT, pela manhã. Foi

utilizado o protocolo de rampa em bicicleta ergométrica modelo Biote 2100. Para a

captação dos gases inspirados e expirados foi utilizado o equipamento Aerosport

VO2000. A captação dos gases foi feita através de uma máscara de neoprene

colocada na face das mulheres. A máscara era conectada a um tubo ligado ao

equipamento Aerosport VO2000 que registrava em um software minuto-a-minuto o

gás inspirado e expirado, para posterior análise. O teste tinha a duração de 8 - 12

minutos. No primeiro minuto com carga de 0,75 kp a uma velocidade 40 rpm e 30

watts. A cada minuto aumentava-se a carga em 0,25 kp mantendo a velocidade 40

rpm 10 watts. Para a medição da freqüência cardíaca as mulheres usaram o

freqüencímetro (Polar®). A aferição da pressão arterial foi feita por

esfigmomanômetro modelo BD (Sanny®) redondo (mecânico aneróide) a cada 3

minutos. O teste poderia ser interrompido quando a FC máx atingisse os valores

predito de acordo com a fórmula (220 - idade) proposta por Karvonen (1996).

Também era interrompido quando as mulheres não conseguissem manter 40 rpm.

5.5.6 Programa de exercícios físicos

O programa de exercícios fisicos foi realizado na Academia de Ginástica da

USJT, sendo elaborado e supervisionado por profissionais de atividade física,

auxiliados por estagiários do Curso de Educação Física da USJT.

O treinamento teve a duração de 4 meses, e o protocolo consistia de dois

54

tipos de exercício físico. Um com característica predominante de força –

exercício resistido, e outro caracterizado por caminhada. Segue abaixo a descrição

de cada um dos treinamentos.

O exercício resistido feito com equipamentos de musculação e halteres.

Consistiu de 3 sessões semanais de aproximadamente 30 minutos cada sessão,

envolvendo oito exercícios (prensa de perna, mesa flexora, cadeira extensora,

supino reto, puxador frontal na polia, tríceps na polia, rosca direta com barra,

panturilha sentada) com 4 séries de 12-15 repetições para cada exercício (ACSM,

2001). Foi realizado o teste de repetições máximas para a determinação da carga

durante a primeira sessão de treinamento para cada exercício, e que

posteriormente foi utilizada para determinar a carga de treinamento das demais

sessões, sendo inicialmente 50% da carga máxima e aumentada gradativamente de

acordo com o desempenho de cada participante (POWERS & HOWLEY, 2000).

A caminhada foi feita seqüencialmente à realização do exercício exercício

resistido. Consistia em 3 sessões semanais, com aproximadamente 30 minutos de

duração por sessão. Inicialmente foi feita no Parque Municipal da Móoca, e

posteriormente na quadra de esportes da USJT. No início do programa, a

caminhada começou com uma intensidade de 50% FCmáx, e aumentou

gradativamente durante o programa até atingir 70% FCmáx (ASCM, 2001). O

Educador Físico registrava a cada 5 minutos a freqüência cardíaca de cada

participante, sendo nos últimos 5 minutos, anotadas minuto-a-minuto com a

participantes em pé, paradas. Para a que freqüência cardíaca voltasse aos valores

considerados estáveis.

A FCmáx predita para cada participante, era obtida de acordo com o teste de

esforço físico feito em cicloergométrico de membros inferiores, no Laboratório do

Movimento Humano da USJT, supervisionado por dois Educadores Físicos, com a

orientação de um médico. O teste foi feito no início e no término do programa.

5.5.7 Reeducação alimentar

Cabe destacar que, para a avaliação dos efeitos do programa de ativiade

física, foi preconizado que as mulheres não realizassem nenhuma mudança brusca

em seus hábitos alimentares. Desta forma, durante o programa de exercício, as

55

mulheres foram submetidas a um programa de reeducação alimentar, que

teve como meta mudanças qualitativas a médio e longo prazo.

5.6 Plano de análise dos dados

Inicialmente, todos os dados foram avaliados quanto ao tipo de distribuição,

pelo teste de Komorov-Smirinov. Após a constatação da distribuição normal, os

valores ao início e ao final do programa de treinamento, para todas as variáveis,

foram comparados a partir do teste-t pareado. Ainda, algumas variáveis foram

submetidas à análise de correlação de Pearson, além da análise de regressão

linear, simples e múltipla. Para todas as análises, foi adotado um valor de p<0,05.

As análises foram realizadas com auxílio do software SPSS for Windows, versão

12.

56

6. RESULTADOS

O recrutamento dos sujeitos pelo programa resultou na candidatura de 200

mulheres. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, o projeto iniciou-se

com 52 mulheres. Dentre as 29 que completaram o projeto, 2 mulheres não

realizaram todos os testes de avaliação necessários para que fossem incluídas no

presente trabalho. O esquema abaixo apresenta uma dimensão dos indivíduos

participantes do Projeto Peso Saudável.

Desta forma, para fins de discussão do presente estudo, foram incluídas 27

mulheres na faixa etária entre 41,3 ± 7,5 anos, sendo a menor idade 24,0 anos e a

maior idade 52,0 anos.

Recrutamento pela mídia

ê

Inscrição dos potenciais voluntários (200 inscritos)

ê

Entrevista de triagem

ê

Indivíduos selecionados (52 mulheres)

ê

Execução do projeto

ê

Finalização do projeto (29 mulheres)

ê

Após exclusão dos indivíduos que não realizaram os testes de avaliação (27 mulheres)

As análises da composição corporal por DEXA e por Bioimpedância,

realizadas ao início e ao final do programa, apresentaram os resultados descritos na

Tabela 6.1.

57

Tabela 6.1 Composição corporal ao início e ao final do programa, de acordo com a técnica

empregada.

Técnica

Empregada

Parâmetro Valores

Iniciais

(média ± DP)

Valores

Finais

(média ± DP)

Estatística

t

G

L

Valor

de p

PG (kg) 41,82 ± 8,55 42,04 ± 8,44 -0,588 26 0,562

% G 44,37 ± 3,02 44,97 ± 3,28 -1,861 26 0,074

PMM (kg) 47,23 ± 6,36 46,52 ± 6,65 2,327 26 0,028

DEXA

% MM 50,67 ± 2,87 50,19 ± 2,62 1,870 26 0,073

PG (kg) 38,22 ± 8,23 40,75 ± 15,20 -1,211 26 0,237

% G 40,65 ± 2,73 41,80 ± 5,02 -1,542 26 0,135

PMM ( kg) 55,18 ± 7,68 54,74 ± 7,31 1,423 26 0,167

BIO

% MM 59,35 ± 2,73 58,20 ± 5,02 1,542 26 0,135

PG – peso da gordura; PMM – peso massa magra; MM – massa magra; G – gordura

Houve uma diminuição no peso da massa magra (-0,71 kg e -0,44 kg nos

métodos DEXA e BIO, respectivamente), sendo que o DEXA apontou uma redução

ainda maior. Em relação à gordura corporal não houve alteração significativa em

ambos os métodos. A porcentagem de gordura pelo DEXA não apresentou

alteração significativa (-0,60%), porém pela BIO, a porcentagem de gordura

aumentou (+1,15%).

A Tabela 6.2 apresenta as análises de correlação e regressão entre os

parâmetros avaliados por DEXA e BIO.

Os métodos BIO e DEXA se correlacionaram significativamente, isto é,

aumentaram na mesma proporção (p = 0,001). No entanto, apesar de todos os

cuidados na execução das técnicas de ambos os métodos, os valores apresentaram

diferenças significativas. A BIO apresentou valores menores de gordura corporal

(p = 0,001) e valores maiores de massa magra (p = 0,001 ), quando comparada ao

DEXA.

58

Tabela 6.2 Comparação e correlação entre os valores obtidos pelos dois métodos de

avaliação da composição corporal (DEXA e BIO)

Estatística Gordura

Corporal

Massa Magra

Corporal

Valores Inciais

DEXA Kg % Kg %

r 0,952 0,931 Correlação de Pearson

P 0,001 0,001

t 7,153 -14,190 Teste t pareado

P 0,001 0,001

Valores Finais

BIO Kg % Kg %

r 0,763 0,946 Correlação de Pearson

P 0,001 0,001

t 0,608 -17,949 Teste t pareado

P 0,548 0,001

Considerando a forte correlação encontrada entre as duas técnicas de

avaliação, os Gráficos 6.1 e 6.2 apresentam essa análise no início do programa, e

os Gráficos 6.3 e 6.4 os mesmos valores após o programa.

Gráfico 6.1 Correlação entre DEXA e BIO na análise de gordura corporal no início

do programa

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

6 0

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0

59

Gráfico 6.2 Correlação entre DEXA e BIO na análise de massa magra corporal

no início do projeto

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 10 20 30 40 50 60 70

Gráfico 6.3 Correlação entre DEXA e BIO na análise de gordura corporal ao final

do programa

0

20

40

60

80

100

120

0 10 20 30 40 50 60 70

60

Gráfico 6.4 Correlação entre DEXA e BIO na análise de massa magra corporal ao final

do projeto

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 10 20 30 40 50 60 70

Em referência às técnicas antropométricas empregadas para avaliação do

risco de desenvolvimento de doenças crônicas, a Tabela 6.3 descreve os principais

resultados.

Tabela 6.3 Medidas Antropométrica

Parâmetros Valores Iniciais (média ± DP)

Valores Finais (média ± DP)

Estatística t

GL P

Peso corporal (Kg) 93,40 ± 15,41 93,47 ± 15,50 -0,182 26 0,857

IMC (Kg/m²) 35,46 ± 3,92 35,56 ± 3,89 -0,666 26 0,512

CC (cm) 104,24 ± 11,40 98,79 ± 9,67 2,721 23 0,012

CQ (cm) 123,55 ± 10,72 121,18 ± 10,09 1,961 23 0,062

RCQ 0,84 ± 0,10 0,82 ± 0,08 0,941 23 0,357

IMC – índice de massa corporal, CC – circunferência da cintura, CQ –circunferência quadril, RCQ– relação

cintura-quadril

Observa-se que as participantes apresentaram diminuição significativa nas

CC e CQ. A CC diminuiu ao final do programa (-5,45 cm). A CQ também diminuiu

(-2,37 cm). A RCQ apresentou diminuição não significativa ao final do programa

(-0,02 cm). A CC apresentou uma maior redução em relação a CQ e RCQ. No

entanto, a redução do peso corporal ao final do programa não foi significativa

61

(-0,07 kg). Quanto ao IMC, as mulheres não apresentaram redução significativa

(-0,10 cm).

Os parâmetros celulares por BIO são descritos na Tabela 6.4.

Tabela 6.4 Parâmetros celulares obtidos a partir da análise por BIO

Parâmetros Valores Iniciais (média ± DP)

Valores Finais (média ± DP)

T GL P

Água Intracelular (L) 20,02 ± 2,43 19,73 ± 2,33 1,679 26 0,105

Água Intracelular (%) 50,52 ± 2,65 50,47 ± 2,68 0,161 26 0,873

Água Extracelular (L) 19,75 ± 3,36 19,48 ± 3,11 1,255 26 0,221

Água Extracelular (%) 49,48 ± 2,65 49,53 ± 2,68 -0,161 26 0,873

Resistência (Ω) 516,27 ± 56,73 528,15 ± 55,87 -1,676 26 0,106

Reactância (Ω) 58,14 ± 9,04 59,44 ± 8,56 -1,008 26 0,323

Ângulo de Fase (o) 6,42 ± 0,65 6,43 ± 0,65 -0,177 26 0,861

Água da Massa Magra (%) 72,17 ± 1,51 71,71 ± 1,63 2,632 25 0,014

Água Corporal Total (L) 39,78 ± 5,47 39,22 ± 5,08 1,737 26 0,094

A porcentagem de água da massa magra diminuiu significativamente ao final

do programa (-0,46 %). Porém, a água corporal total não apresentou diferença

significativa no mesmo período (-0,56 L). A água intracelular diminuiu (-0,29 L)

porém, estatisticamente não foi significativo. A água extracelular não apresentou

diferenças ao final do programa (-0,27 L). Não houve alterações nos valores do

ângulo de fase (-0,01°) ao final do programa. A reactância não apresentou

alterações significativas ao final do programa (+1,30 Ω). Ainda, houve um aumento

da resistência (+11,88 Ω), porém não significativo. A Tabela 6.5 apresenta os

valores de VO2 pico obtidos nos testes de potência aeróbia.

Tabela 6.5 Valores VO2 pico obtidos no teste de potência aeróbia

Valores de VO2 pico

Valores Iniciais (média ± DP)

Valores Finais (média ± DP)

T P

VO2 pico absoluto (L/min) 1,86 ± 0,41 2,20 ± 0,44 -4,35 0,001

VO2 pico relativo (mL/kg/min) 20,01 ± 3,54 23,77 ± 3,98 -4,52 0,001

VO2 pico – consumo de oxigênio de pico

62

Observa-se um aumento significativo no VO2 pico absoluto (+0,34 L/min), bem

como um aumento no VO2 pico relativo (+3,76 mL/kg/min) ao final do programa.

Tabela 6.6 Análise de correlação (coeficiente de Pearson) entre a potência aeróbia

(VO2 pico, L/min) e valores relativos a gordura corporal

Análise de Correlação de Pearson Valor de “r”

Dados Iniciais Dados Finais

CC (cm) R=0,17; p=0,41 r= 0,43; p=0,03*

CQ (cm) R=0,35; p=0,08 R=0,46; p=0,02*

RCQ R=-0,14; p=0,49 R=-0,10; p=0,63

IMC (kg/m2) R=0,25; p=0,21 R=0,42; p=0,02

% Gordura R=0,17; p=0,38 R=-0,26; p=0,20 * p<0,05

A partir da Tabela 6.6, pode-se observar que ao final do programa foi

significativa a correlação entre potência aeróbia e gordura corporal, especificamente

nas regiões abdominal e glúteo-femural.

63

7. DISCUSSÃO

O presente estudo investigou as possíveis modificações ocorridas, em

termos de composição corporal, em mulheres obesas após um programa de

exercício físico que teve a duração de 4 meses. Para execução do projeto, foi

realizado um programa de treinamento físico, combinando exercícios aeróbios e

anaeróbios, e foram empregadas duas diferentes técnicas de avaliação da

composição corporal: raio X de dupla energia (DEXA) e Bioimpedância Elétrica

(BIO).

Pode-se observar que poucos parâmetros foram modificados após o

programa, o que poderia inicialmente sugerir uma suposta ineficácia do programa

de treinamento físico realizado. Porém, observou-se um aumento significativo da

potência aeróbia, o que indica que as mulheres tornaram-se mais condicionadas

fisicamente ao final do programa. Desta forma, devem-se investigar as razões pelas

quais os parâmetros de antropometria e composição corporal não apresentaram

diferenças significativas ao final do programa, incitando tais hipóteses para

programas futuros.

No que diz respeito aos parâmetros de composição corporal mais utilizados

(peso da gordura e peso da massa magra), as participantes não apresentaram

alterações significativas, no entanto houve uma pequena diminuição na massa

magra no período final, tanto em termos absolutos quanto percentuais. Esta perda

da massa magra poderia hipoteticamente ser justificada por: a) exercício físico; b)

pelo padrão da dieta; ou ainda, c) pela redução da água da massa muscular.

Quanto à intensidade na realização dos exercícios físicos, poderia ser

levantada a hipótese de inadequação para a população do presente estudo, ou

seja, que o treinamento teria sido excessivo causando uma depleção da massa

muscular. Porém, esta hipótese é improvável, uma vez que foi seguida a

intensidade preconizada pelo guia do American College of Sports Medicine (ASCM,

2001) que consiste em 40% a 85% do VO2 pico, com uma duração de 20 a 60

minutos, com 3 sessões por semana, em dias intercalados.

Outro aspecto que poderia ser questionado seria uma inadequação da dieta.

A alimentação poderia ter contribuído para a redução da massa magra,

especificamente no que se refere à quantidade de proteína. Conforme Lemon

64

(1995) indivíduos sedentários ao iniciarem um programa regular de exercício

físico necessitam de uma ingestão aumentada de proteínas, com a finalidade de

evitar o catabolismo muscular, bem como, para a manutenção do músculo

esquelético. Embora as variáveis quantitativas da dieta não tenham sido avaliadas

durante todo o programa de treinamento físico, as mulheres receberam orientações

qualitativas, através de aulas expositivas e atividades interativas. Ademais, foi

realizado um trabalho em paralelo (não apresentado no presente estudo), onde foi

avaliada a ingestão alimentar ao início e ao final do programa. De acordo com

esses valores, a ingestão de proteína foi adequada nesses dois momentos (dados

não publicados).

Outro ponto a ser considerado é a redução na porcentagem da água da

massa magra, sem diferença significativa na água corporal total. A diminuição da

água intracelular e um discreto aumento da água extracelular, pode em parte ser

explicado pela migração da água intracelular para o líquido intersticial. Porém, o

líquido intersticial não pode ser medido, nem pelo método utilizado no presente

estudo, nem por outro método qualquer. Assim, ao considerar que a água corporal

está dividida em compartimentos: intracelular, extracelular (espaço intersticial e

espaço intravascular), podemos especular que houve uma migração da água

intracelular para o espaço intersticial. Outra hipótese a ser considerada é a

importância do sódio no controle que ele exerce na distribuição da água em todo

organismo. O sódio é o principal cátion do líquido extracelular. Se ele for perdido, a

água é excretada na tentativa de manter a osmolalidade. Por outro lado, se ele for

retido a água também deve ser retida para diluí-lo (EVORA et al, 1999). Pode-se

sugerir que, apesar das mulheres terem sido orientadas a ingerir líquidos durante a

prática de exercício físico, essa ingestão não deve ter ocorrido de forma adequada.

Similarmente aos resultados do presente estudo, Lichtenbelt et al (1999)

demonstraram em mulheres menopausadas, que a água corporal total não

apresentou mudanças significativas durante um programa de redução e

manutenção ponderal nos 3 primeiros meses. Porém, após o término do programa

(12 meses), as participantes apresentaram redução ponderal e um aumento

significativo da água extracelular de 16.7L para 17 L. A água intracelular diminuiu

durante o curso do estudo, mas essa redução não foi significativa. A relação da

água extracelular/intracelular não mudou significativamente durante a redução do

65

peso, mas aumentou significativamente após 12 meses ao final do programa. O

aumento significativo da relação da água extracelular/intracelular era positivamente

relacionada com mudanças na massa adiposa do início ao terceiro mês do

programa.

Vários estudos são descritos na literatura com projetos similares ao presente

estudo (exercício físico visando redução ponderal), em diferentes grupos

populacionais. Entretanto, observa-se que os resultados são bastantes variados.

Fernandez et al (2004), avaliaram 28 adolescentes obesos na faixa etária 15 a 19

anos, submetidos à 3 meses de exercício físico, sendo: a) um grupo aeróbio em

bicicleta ergométrica, e b) outro grupo que se exercitava de maneira intervalada,

com predominância anaeróbia. Os autores demonstraram, nesse estudo, que

ambos os grupos apresentaram uma diminuição na massa corporal total e

conseqüentemente uma diminuição do IMC. Contudo, essas reduções não foram

estatisticamente significativas, quando comparados os valores iniciais e finais.

Ainda, nesse estudo não houve nenhuma alteração significativa na massa magra,

diferentemente do presente estudo.

Sarsan et al (2006) avaliaram 76 mulheres obesas na faixa etária de 20 a 60

anos, durante um período de 3 meses. As participantes foram divididas em três

grupos: a) exercício aeróbio, em bicicleta ergométrica, a uma intensidade de 50% a

85% do VO2 pico, durante 12 a 45 minutos; b) exercício resistido em oito grupos

musculares, a uma intensidade inicial de 40% a 60% de 1RM, alcançando 76% a

80% de 1RM até o final do programa, e c) grupo controle. Similarmente ao nosso

estudo, a intensidade do exercício também foi progressiva e de acordo com ASCM

(2001). Após o término do programa, houve uma diminuição no peso corporal em

ambos os grupos exercitados, porém a diferença não era significativa comparada

com o grupo controle. Os autores sugerem que o exercício físico tenha tido uma

maior participação em limitar o ganho de peso do que propriamente reduzi-lo. Isso

provavelmente poderia ter ocorrido em nosso estudo, visto que a diminuição da

massa corporal total também não foi estatisticamente significativa.

Sabia et al (2004) avaliaram 28 adolescentes, utilizando a BIO para avaliação

da composição corporal. Os autores dividiram os avaliados em dois grupos: um

deles que só praticava exercício físico e o outro associava a dieta. Após 16

66

semanas, houve um aumento significativo no peso da massa magra e

diminuição do peso da gordura, especificamente no grupo que associava dieta e

exercício físico.

Schwingshandl et al (1999), observaram dois grupos de adolescentes: um

que executava exercício físico sem alteração na alimentação, e o outro associava

ao exercício físico uma restrição calórica de aproximadamente 1.380 kcal/dia. A

distribuição energética provenientes da alimentação foi de: 20% da proteína, 30%

da gordura e 50% do carboidrato. A redução da gordura corporal foi mais eficiente

quando o exercício físico foi associado a restrição energética. Comparando os

resultados com o presente estudo, pode-se argumentar que a perda efetiva de peso

ocorre quando em paralelo a uma restrição de energia.

No presente estudo não se optou por restrição energética. O programa tinha

como um dos objetivos, despertar a consciência alimentar nas participantes, de

forma que a modificação alimentar ocorresse de maneira gradativa, e não de forma

agressiva e desvinculada dos hábitos cotidianos. Pretendeu-se modificar hábitos em

médio e longo prazo, fato que deverá ser analisado após um tempo médio de 6

mêses após terminado o programa. Apesar de não ter sido prescrita dieta

individualizada, o programa constou de reeducação alimentar que para alguns

estudiosos esse é o caminho para a redução ponderal de maneira eficiente e

principalmente para a manutenção dessa redução (SABIA et al, 2004; PEREIRA et

al, 2006).

A escolha feita no presente estudo de não impor restrições energéticas

severas foi devido a uma análise de uma série de estudos, com diferentes grupos e

faixas etárias. Vieira et al (2004) observaram que ao avaliar o nível de adesão de

adolescentes obesos submetidos a orientação nutricional e prática de exercício

físico após um mês, não foi satisfatória. Sendo que as orientações feitas aos

familiares também não foram seguidas, demonstrando que o obeso necessita de

colaboração familiar, mais tempo de acompanhamento por parte dos profissionais

envolvidos, para que as mudanças comportamentais sejam permanentes.

Bernardi et al (2005) concluíram em sua revisão sobre o comportamento

alimentar do obeso, que as restrições alimentares e auto-imposições das pessoas

que fazem dietas parecem ter um feito rebote resultando em compulsão alimentar,

que pode resultar em conseqüências psicológicas, como a perda da auto-estima,

67

mudanças de humor e distração. As autoras sugerem que programas visando

redução ponderal associem à reeducação alimentar e exercício físico com as bases

do comportamento alimentar, e desenvolvam efetivamente ações interdisciplinares

que permitam obter resultados eficazes no tratamento da obesidade, porém com um

período de tempo que permita a instalação dos novos comportamentos e

acompanhamento no período de manutenção do peso alcançado.

No curso da execução do presente estudo observou-se de maneira informal

que as participantes se interessavam pelas aulas de nutrição, bem como em

continuar o projeto. A grande maioria manifestou o desejo que o Programa Peso

Saudável continuasse, sinalizando o início de uma mudança efetiva no

comportamento. Foi também observado, nessas conversas, que a participação dos

familiares poderia ser um reforço bastante positivo, uma vez que foram relatadas

algumas situações que tornava difícil a opção por uma alimentação mais adequada,

tendo a participante que seguir os hábitos da família.

No presente estudo, não houve alterações significativas nos valores do

ângulo de fase. Isso pode ser explicado em parte, ao observar que houve um

aumento, não significativo, nos valores da reactância e da resistência. Poderíamos

inferir que a resistência aumentou pela diminuição da água da massa magra, e a

reactância, que reflete a integridade na membrana celular, aumentou refletindo

efeitos benéficos do exercício físico sobre as membranas celulares. O ângulo de

fase é calculado como um arco tangente da reactância sobre a resistência. Dessa

maneira, o ângulo de fase, que é relacionado com o peso da massa celular e com a

distribuição do fluído entre os compartimentos intracelular e extracelular,

permaneceu sem alterações (CHERTOW et al, 1997). Tanto o ângulo de fase como

a reactância podem ser indicadores indiretos da integridade das membranas

celulares.

Se a obesidade é considerada como um processo que estimula inflamação,

com base nesse conceito, a obesidade poderia proporcionar um aumento do

estresse oxidativo, conseqüentemente ocorreria uma diminuição na reactância e no

ângulo de fase. Kirsten et al (2003) relacionaram o ângulo de fase com a IL-1β

(interleucina - 1 β), que é uma citocina pró-inflamatória. Foi demonstrado no estudo

que um paciente nefropata, submetido a hemodiálise, com um ângulo de fase 5° e

uma concentração plasmática indetectável de IL-1β poderia apresentar uma

68

redução no seu ângulo de fase em 11.4% em um ano. Outro paciente, em

condições similares, porém com uma concentração detectável dessa citocina,

poderia apresentar uma diminuição no seu ângulo de fase em 14.6% no mesmo

período. Os autores ainda correlacionaram o baixo nível de atividade física com

altas concentrações de IL-1β. Os resultados encontrados em tal estudo sugerem

que o ângulo de fase e o nível de atividade física são parâmetros sensíveis para

monitorar mudanças nessas medidas. Um declínio no ângulo de fase indica uma

mudança na integridade celular, provavelmente mediado por citocinas pró-

inflamatórias.

Outras adipocitocinas, como por exemplo IL-6, apresentam uma

concentração aumentada em obesos, e sua maior contribuição é proveniente do

tecido adiposo visceral. Desta forma, estão relacionadas com um maior aumento

dos fatores de riscos para doenças cardiovasculares (WAJCHENBERG, 2000).

No presente estudo observou-se uma diminuição significativa da

circunferência da cintura (CC) e da circunferência do quadril (CQ), a despeito de

permanecerem dentro dos intervalos relacionados a risco cardiovascular. Com

relação à circunferência do abdômen, o ponto de corte é 88 cm para mulheres. Elas

passaram de 104,24 cm para 98,79 cm. Embora, ainda estejam classificadas como

risco, observa-se que a redução foi muito importante. Já com relação à relação

cintura-quadril (RCQ), o ponto de corte é 0,88. Elas estavam inicialmente com 0,84

e diminuíram para 0,82.

A CC e RCQ são medidas importantes quando se pretende realizar um

diagnóstico do risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Marinho & Martins

(2003), em um estudo epidemiológico realizado em São Paulo - SP com 1.402

indivíduos, procuraram identificar variáveis associadas com ambas as medidas,

na perspectiva de eleger a melhor delas. As autoras verificaram que a RCQ

guardou maior associação com eventos passados como desnutrição, ou ainda

hábitos de vida como sedentarismo, fumo entre outros. Por outro lado, a

circunferência da cintura associou-se melhor com parâmetros bioquímicos de

dislipidemias. Em outro estudo, Chan et al (2003), estudando 59 indivíduos do sexo

masculino, na Austrália, relacionaram as duas medidas com parâmetros de gordura

visceral a partir de ressonância magnética nuclear. Os autores atribuíram à

circunferência da cintura o melhor indicador de gordura visceral.

69

A lipólise em humanos tem sido descrita como uma forte resposta à ação das

catecolaminas nas células adiposas do tecido adiposo visceral. De modo geral, o

tecido adiposo visceral é o mais ativo, ou seja, mais sensível à lipolise (via

catecolaminas e β-adrenorreceptores) que o tecido adiposo subcutâneo e glúteo

femural (KELLEY et al, 2000). Desta forma, a maior diminuição da CC pode ser

explicada pelo efeito que o exercício físico promove em estimular a liberação da

adrenalina. É importante ressaltar que a redução em tais medidas pode ter vários

mecanismos, e que a ação da adrenalina em seu receptor estimulada pelo

exercício físico seja apenas um deles.

Por outro lado, a gordura presente na CQ (tecido adiposo subcutâneo e

glúteo femural) também expressa algumas adipocitocinas em maiores quantidades

que no tecido adiposo visceral, como por exemplo a ASP – proteína estimulante de

ascilação. Essa adipocitocina tem a capacidade de inibir a lipólise, por inibir a lipase

hormônio sensível e estimular a lipogênese. Esta seria uma das razões para

relacionar-se essa citocina com a síndrome metabólica (RAJALA et al, 2004).

Ross et al (1994) dividiram em três grupos 24 obesas, para avaliar os efeitos

da restrição energética, do exercício aeróbio e do exercício resistido, na distribuição

do tecido adiposo, sendo a ressonância magnética o método utilizado para medir o

tecido adiposo subcutâneo e visceral. Houve uma redução relativa do peso corporal,

da gordura subcutânea e omental, porém com uma redução significativa do tecido

adiposo omental em todos os grupos.

Monteiro et al (2004) avaliaram 30 mulheres, com IMC ≥ 30 kg/m²,

menopausadas, durante 40 semanas, divididas em dois grupos: a) caminhada em

quadra coberta, com duração de 45 minutos, a um intensidade de 60% a 80% da

FCmáx, acrescido de orientação nutricional: 55%-60% carboidrato, 20%-25%

gordura, 15%-20% proteína, 25 kcal/kg com 5 a 6 refeições por dia; e b) somente

orientação nutricional. Os autores demonstraram após a intervenção uma tendência

na redução da CC, sendo em especial no grupo exercitado com orientação

nutricional.

Sarsan et al (2006), cujo protocolo foi descrito anteriormente no presente

estudo, demonstraram uma diminuição na CC e RCQ no grupo que executou

exercício aeróbio. No entanto, não houve diferença ao comparar com o grupo que

executou exercício resistido.

70

A participação do exercício físico em diminuir a CC e CQ, provavelmente está

relacionada a diminuição de algumas adipocitocinas liberadas por esses tecidos.

Dessa maneira quanto maior a redução da gordura visceral, bem como da gordura

glúteo-femural, maiores as chances de redução dos riscos de desenvolver as

doenças relacionadas a síndrome metabólica, cardiovasculares e arterioscleróticas.

No presente estudo os métodos BIO e DEXA se correlacionaram, ou seja,

aumentaram na mesma proporção. No entanto, apesar de todos os cuidados na

execução das técnicas de ambos os métodos, os valores apresentaram diferenças

significativas entre os dois métodos. A BIO tende a apresentar valores menores de

gordura corporal e valores maiores de massa muscular. Da mesma maneira,

Bolanowiski & Nilsson (2001) encontraram uma significativa relação entre o peso da

massa magra, peso da gordura e porcentagem de gordura em ambos os métodos.

Porém, os autores igualmente ao presente estudo, também observaram que o

DEXA tende a subestimar a massa muscular e superestimar a gordura.

Marques et al (2000), avaliaram 40 mulheres na faixa etária entre 20 a 40

anos utilizando BIO, e adotando DEXA como padrão referência. Os autores

demonstraram que a BIO, igualmente ao presente estudo, subestimou a gordura

corporal. Barbosa et al (2001), verificaram forte correlação entre a gordura corporal

mensuradas pela BIO e DEXA, em 20 mulheres sedentárias na faixa etária de 62 e

79 anos.

A escolha do DEXA como padrão ouro, para elaboração do presente estudo,

foi embasada em vários estudos que comprovam muitas vantagens e fidedignidade.

Glickman et al (2004), utilizaram DEXA para determinar a gordura abdominal em 27

indivíduos, tendo a tomografia computadorizada como padrão de referência. Para

tal medida, delimitou-se como região de interesse L1-L4 (vértebra lombar 1 e 4),

tendo um grupo controle, com 28 indivíduos que fizeram as mesmas medições pelo

DEXA e pela tomografia computadorizada. Os autores colocaram sobre a cintura

dos indivíduos um pacote com 2,5 cm de espessura, com aproximadamente 0,5kg–

1kg na referida região L1-L4 com o intuito de averiguar se o DEXA tem uma

precisão em medir o peso extra. Os autores não encontraram diferenças

significativas entre as duas medições, ou seja o DEXA conseguiu distingüir o peso

extra colocado sobre a cintura, o que permitiu sugerir que o DEXA é um método de

grande acurácia.

71

SUN et al (2005), para avaliar os efeitos da adiposidade por gênero,

utilizaram os métodos BIO tendo como referência o método DEXA. Os autores

avaliaram 591 sujeitos (100 homens e 491 mulheres) saudáveis entre 19 - 60 anos

de idade. Os autores demonstraram um coeficiente de variação entre BIO e DEXA

para homens e mulheres de 0,78 e 0,85 respectivamente. A média de porcentagem

de gordura em todos os indivíduos era significativamente mais baixa por DEXA,

tendo os mesmos resultados quando diferenciado pelo sexo. No entanto, ao

classificar a porcentagem de gordura em baixa, moderada e alta, os dois métodos

estavam em concordância quando a porcentagem de gordura era baixa ou alta.

Para as mulheres, a BIO, igualmente ao presente estudo, subestimou a

porcentagem de gordura. Os autores sugerem que as análises por BIO devem ser

interpretadas cuidadosamente quando usado em magros, sobrepesos e obesos,

uma vez que nesse estudo a BIO teve uma tendência de subestimar a gordura

corporal em todos os indivíduos.

Janssen et al (2000), com o propósito de desenvolver uma equação de

predição para estimar a massa muscular pela bioimpedância elétrica, utilizaram

como referência a ressonância magnética. A amostra constou de 230 homens e 158

mulheres, na faixa etária 18 - 65 anos, com o IMC entre 16 kg/m² e 48 kg/m². O

estudo demonstrou forte correlação entre os métodos, apresentando um erro de

aproximadamente 2,7 kg ou 9%. Importante ressaltar que tal equação foi validada

para a população caucasiana. Esse estudo sugeriu que a BIO também pode ser

utilizada com grande acurácia em obesos, apenas tendo cautela quanto a escolha

da equação.

Ambos os métodos (DEXA e BIO) podem ser considerados fidedignos na

avaliação da composição corporal, visto que apresentam vantagens e

desvantagens, sendo um complementar ao outro. Os dois métodos apresentam

algumas particularidades ao avaliar a composição corporal: 1) a BIO consegue

detectar a variação na distribuição da água corporal, enquanto o DEXA não permite

tal observação; 2) o DEXA possibilita avaliar a massa óssea, enquanto a BIO não

permite tal avaliação. Dessa maneira, a utilização concomitante desses dois

métodos permite uma ampla visualização da composição corporal.

O presente estudo tenta compreender os efeitos do treinamento físico sobre

parâmetros de composição corporal. Para isso, é importante que se utilize

72

avaliações que permitam mensurar possíveis mudanças no condicionamento físico.

Para tanto, avaliar a potência aeróbia é um, dentre outros indicadores, que se pode

utilizar para medir o sucesso de um programa de exercício físico.

No final do presente estudo a potência aeróbia apresentou um aumento

significativo, comprovando que o exercício físico tornou as mulheres mais

condicionadas fisicamente. A opção pela combinação de exercício físico

(caminhadas e exercício com pesos) deve-se à constatação, por meio de vários

estudos, das vantagens específicas desse exercícios, principalmente em se

tratando de indivíduos obesos. Alguns desses estudos estão abordados nos

próximos parágrafos..

Hickson et al (1980) submeteram nove homens na faixa etária 18 a 27 anos,

a um programa de exercício com pesos durante 10 semanas. O treinamento

consistia em 5 dias por semana, com 3 séries de 5 repetições, divididos da

seguinte maneira: 3 dias da semana os participantes executavam os exercícios :

agachamento, flexão e extensão de joelhos, e intercalando os outros dois dias com

os exercícios: leg press e panturilha. Os objetivos desse estudo eram avaliar: a) a

melhora na potência aeróbia; b) e se esse tipo de exercício físico apresentaria

diferenças em melhorar a capacidade aeróbia executada na bicicleta e na esteira

ergométrica. Os resultados demonstraram que o tempo de exaustão na bicicleta

aumentou em 47%, mas o VO2 máx aumentou apenas em 4%. Por outro lado o

tempo de exaustão e VO2 máx na esteira não apresentou alteração significativa.

Esses resultados sugerem que um aumento na força ou na circunferência da

musculatura da coxa deve ser capaz de aumentar a capacidade de endurance, sem

no entanto, alterar significativamente o VO2 máx. O autor ainda observou que o

tempo de exaustão na bicicleta era quatro vezes maior que na esteira.

Por outro lado, Ades et al (1996) reportaram que, após 12 semanas de

treinamento de força, houve uma melhora em 38% no tempo de caminhada. Os

autores sugeriram que a melhora na capacidade aeróbia não foi em função apenas

do exercício aeróbio, ao qual sua amostra foi submetida, porém à contribuição do

exercício resistido em aumentar a força muscular. Goran et al (2000), ao

compararem crianças obesas com crianças eutróficas, encontraram que o VO2 máx

era maior nos obesos quando expresso em valores absolutos, porém, essa

diferença diminuiu após ajustar o VO2 máx pela massa muscular ou peso corporal

73

total. Corroborando com esses achados, Loftin et al (2001), avaliaram o VO2 pico em

93 adolescentes, na faixa etária 7 a 18 anos, sendo 47 eutróficos e 46 obesos. Os

autores demonstraram que o VO2 pico relativo com a massa corporal foi

significativamente mais baixo nos obesos. Porém, não encontraram nenhuma

diferença nos resultados dos valores absolutos.

Ekelund et al (2004) ao avaliar 18 adolescentes obesos (8 meninos e 10

meninas), comparando com o grupo controle, demonstrou que o VO2 pico absoluto era

mais alto nos obesos. No entanto, quando comparados o VO2 pico relativo, o VO2 era

mais baixo nos obesos.

Sarsan et al (2006), observaram que o grupo que executou exercício resistido

foi mais efetivo em melhorar a força muscular, enquanto o aeróbio em melhorar o

VO2 e o humor. Schmidt et al (2001) avaliaram em indivíduos com sob(i) Tj0.12 Tc (v8 Tc (qu) TTj-0.03168 Tc (ób) Tj0.13 (qTc ( ) Tj0.20832 T) Tj-0.27624 Tc (m) Tj6 Tc 51624 Tc (l) Tj0.20832 Tc5) Tj-0 51624 153.Tj-0.44 (al) T (s) Tj0.94416 Tc ( ) Tj0.20832 Tc (e) Tj0 Tc (h) Tj-0.27624 Tc (a) Tj-0.03168 Tc (l) Tj0.20832 Tc5rer sob(i) Tj0.12 Tc (v8 Tc (qunTf111.36 0 TD -0-0.03168 Tc (ób) Tj0.13 (qTc (4.54(a) Tj0.08376 (v) Tj0.224pób) T(s) Tj-0.03168 24 Tc (r) Tj-0 ) Tj0.20832 d03168 Tc (l) Tj0.20832 Tcj0.13 (qTc (4.7 (a) Tj0.08376 (v) Tj0.2241 Tj0 4.7 (a) Tj0.08376Tc (a) Tj-0.03168 Tc (n) Tj0..94416 Tc ( ) Tj0.20832 c (v8 Tc (qu) TTj-0.Tj0.20832 T) Tj4.7 (a) Tj0.08376 (v) Tj0.2241 Tc (r)T (s) Tj0.944164.7 (a) Tj0.08376 (v03168 Tc (ób) T5) Tj-x27624 Tc (m) Tj1.42416 Tc(f) Tj-0.03168 Tc (o) Tj) Tj0 Tc25j-0.031(r) Tj-0.1j0.13 ) Tj0 Tc (í) Tj0.12 -0.Tj0.20832 T) Tj4.7 (a) Tj0.08376 Tc (a) Tj0.94416 Tc25j-0.031(r) Tj-0.15) Tj-00832 Tc (í) Tjc0.12 -0.Tj0.20832 Ta lm m lmm ilsv8 Tc (quo TTj -0.03168 Tc (0.36 Tc (s) Tj -0.03168 Tc (ob(i) Tj 0.12 Tc () Tj 6 Tc aT) Tj -0.27.28 Tf 22.8 0 TD 103168 Tc (ob(i) Tj 0.12 Tc (v8 Tc (qud03168 Tc ( l) Tj 0.42416 Tc (o) Tj -0.15624 Tc (r) Tj 0 -030.12 -0.Tj 0.20832 T) Tj Tc (a) Tj 0.08376 (v) Tj 0.224po10416 Tc ( i) Tj -0.03168 Tc832 Tc (e) Tj 0 Tc (f) Tj -0.03168 168 Tc (a) Tj 0.12 Tc (v) Tj -0.03168 Tc (o) Tj 0 Tc (a) Tj 0.08376 Tc (oD Tj 0.20 (c) Tj 0. iTj -0.1 (d) Tj 42416 Tc ( ) Tj -0..03168 Tc (n) Tj 0.20832 Tc2.8 0 TD 103168 Tc (ob(i) Tj 10416 Tc ( ) Tj 0.20832 c 46(a) Tj 0.08376 Tc (a) Tj 0 .94416 Tc ( ) Tj 0.20832 c 46(a) Tj 0.08376Tc (ob(i) Tj 3T) Tj Tc (a) Tj 0.08376 (v) Tj 0.224g363b) T(s) Tj -0.03168 2c ( i) Tj -0u08376 (v) Tj 0.224poTj -0.15) Tj -00832 c Tj - ;T) Tj Tc (a) Tj 0.08376 (v) Tj 0.22410416 Tc ( i) Tj -0.3168 Tc Tc (a) Tj 0.3T) Tj -0.27.28 Tf 2 (d) Tj -0.10416 (m) Tj 1.42416 Tcj 0.13 z27624 Tc (m) Tj 1.42416 Tc() Tj -00832 c () Tj 6 Tc aT) Tj ) Tj 0.20832 Tra a s ie sl

74

correlação inferindo que a diminuipara o papel das adipocitocinas na melhora da

potência aeróbia.

Além desses fatores que contribuem para a melhora na potência aeróbia, o

exercício físico regular proporciona adaptações fisiológicas bem estabelecidas, tais

como: a) aumento da capacidade das mitocôndrias do músculo esquelético em

gerar ATP; b) maior capacidade de captação de oxigênio pelas mitocôndrias (tanto

no tamanho quanto no aumento dessas organelas); c) aumento no conteúdo de

mioglobina do musculo esquelético; d) aumento na capacidade do músculo treinado

em mobilizar e oxidar gorduras e carboidratos; e) hipertrofia muscular; reservas de

combustível intramuscular; f) aumento na força dos ligamentos e tendões; e g)

melhora no gesto motor (McArdle et al, 1992).

No presente estudo a melhora no condicionamento cardiorrespiratório, foi

observada durante as caminhadas, com a diminuição na hiperventilação, sendo

esse um indicador normalmente utilizado quando na ausência de equipamentos

apropriados para verificar se o indivíduo está acima da intensidade de utilização de

gordura como fonte de energia. Outro aspecto é a capacidade de execução dos

exercícios resistidos, que gradativamente as participantes executavam de maneira

harmoniosa, demonstrando assim melhora no gesto motor. Da mesma maneira, as

participantes demonstraram maior força e firmeza nas atividades rotineiras, bem

como no próprio treinamento.

Conforme observado, o exercício físico combinado, no presente estudo,

demonstrou a capacidade de interferir diretamente na gordura corporal,

especificamente aquela relacionada ao risco de desenvolvimento de doenças

crônicas. Por outra lado, a relevância de algumas limitações pode incitar a

questionar se os resultados obtidos poderiam ser ainda mais expressivos: a) se o

programa tivesse sido desenvolvido em um tempo maior provavelmente seria

possível observar os efeitos da Reeducação Nutricional; b) se o programa

estendesse as orientações nutricionais aos familiares, provavelmente os efeitos

seriam mais consistentes; uma vez que as participantes relataram informalmente

dificuldades em seguir uma alimentação mais adequada devido aos hábitos

familiares, e c) seria importante a participação de um profissional da área da

psicologia, uma vez que as participantes relataram em conversas durante os

treinamentos, alguns fatos ocorridos em suas vidas, que provavelmente

75

contribuíram para o aumento de peso.

Um aspecto positivo na aderância ao programa por parte das participantes,

que reflete a importância de um maior tempo na execução do programa Peso

Saudável foi a manifestação geral das mulheres: “ que o programa deveria

continuar por mais tempo”.

76

8. CONCLUSÕES

Nas condições do presente estudo, a análise dos resultados obtidos com a

aplicação de um programa de exercício físico, associando caminhada e musculação

sobre o perfil antropométrico em mulheres obesas, permitiu concluir que o exercício

físico: a) demonstrou eficiência na redução da CC; b) demonstrou eficiência na

melhora na potência aeróbia; c) não alterou a integridade da membrana celular.

Ainda, foi possível observar que a utilização da Bioimpedância Elétrica na

avaliação da composição corporal foi adequada quando comparada ao método de

referência DEXA.

77

9. REFERÊNCIAS

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Tj-0.03186 Tc 8 0 TD,0 Tc 9.2 TD 0.208n6 Tc 8 0 TD 0 Tc (.) Tj-0.27146 Tc 8 0 TD,2 Tc (p) Tj0.22416 Tc ( ) Tj-0.031146 Tc (i) Tj-0.156-0 Tc 9.2 TD 0.208Tc (0.2c (r) Tj0.306 Tc 8 0 TD,0 Tc 9.2 TD 0.20820 Tc (.) Tj-0.27168 Tc (0) Tj-0.03100 Tc 9.2 TD 0.20806 Tc 8 0 TD0 Tc (. 68.Tj-0.031g8 Tc (d) Tj-0.10416 -0.10416 Tc (a) Tj-0.03132 36 Tc (i) Tj02T6 Tc (a)Tc (T) TjO-0.083XA0 Tc (c) T0 Tc (, ) Tj-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (R) Tjj0.36 Tc Tc (e) TjF0.22416 Tc ( ) Tj0 Tc (; H) -0.03624 Tc (T) TjG0.22416 Tc ( ) Tj0 Tc (; H) j-0.08376 Tc (P) TjV-0.27168 Tc ( ) TjI6 Tc (a) Tj-0.03E-0.27168 Tc ( ) TjI6 Tc ( ) TjR-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (R) Tj0.22416 Tc ( ) Tj-0.031146Tc (A) Tj0 Tc (6 Tc ( ) Tj0 Tc (; H) RTjC6 Tc (a)Tc (T) TjO-0.083XA Tc ( ) Tj0.1562430c (e) TjT-0.27168 Tc ( ) TjI6 Tc ( ) TjNH-0.03624 Tc (T) TjO0 Tc (6 Tc ( ) Tj,-0.27168 Tc ( ) Tj0.36 Tc6Tc 9.2 TDW0 Tc (R) Tjjj-0.08376 3c (M) Tj-0.172ov6Tc (A) Tj0 Tc 416 Tc (D) Tj0.224376 Tc (E.) Tj0 Tc (R) TjIR-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (6 Tc (,) Tj0 Tc ( C. ) DTjC6 Tc 624 Tc (A) Tj0 Tc (R) TjRR-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (R) TjR-0.03624 Tc (T) TjO0 Tc (9.2 TD 0.20820 Tc (.) TjL0 Tc (. 68.Tj-0.0310416 -0.10416 Tc (R) Tjjj-0.0833c 8 (d)44R) Tj0.20832)Tc (T) TjO-0.08. ) TjR-0.27168 Tc ( ) TjI6 Tc 624 Tc (T) TjG0.2241 ) Tj0.15624) Tj-0.03E-0.271680 Tc (c) T0 Tc (, ) Tj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.03(R) TjR.;0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.031680 Tc (c) TB6 Tc (a) Tj-0.03132 36 Tc0 Tc (c) T0 Tc Tc (i) Tj02T6 Tc (a)Tc (T) TjO-0.083XA0 Tc (c) T0 Tc (, ) Tj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.03(a)Tc (T) TjG6 Tc (R) Tjjj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.03(R) TjC6 Tc (a) Tj-0.03132 36 Tc0 Tc (c) Tj0.06724 Tc (,) TjR6 Tc (a) Tj-0.03132 36 Tc0Tc 9.2 TDL0 Tc (, ) Tj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.51624416 -0.10416 Tc (R) Tjj0 Tc (6 Tc (,) Tjj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.516240 Tc (c) TP0 Tc (R) TjN0 Tc Tc (i) Tj02T6 Tc 624 Tc (A) Tj0 Tc (644c (.) TjL0 Tc 376 Tc (E.) TjÃ-0.03624 Tc (T) TjO0 Tc (6 Tc ( ) Tj,-0.2716 Tc ( ) Tj-0.516240 Tc (c) T0 Tc (6 Tc ( ) Tj0 Tc (; H) j0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.5132)Tc (T) TjO-0.08.0 Tc (.) TjL0 Tc (. 68.I-0.516240 Tc (c) TV6 Tc (a) Tj-0.03E-0.27168 Tc ( ) TjI6 Tc (8 Tc ( ) TjR-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (R) Tj.2 -19.2 TD 44R) TTc 8 0 TDJ6 Tc (R) Tjjj0 Tc 1690c ( ) Tj0.224C2 Tc (M) Tj-0.172ov Tc (E.) Tj0 Tc (R) TjI0.06724 Tc (,) TjR6 Tc 2ov Tc (E.) Tj0 Tc (0 Tc (.) TjL0 Tc Tc0Tc 9.2 TDL0 Tc (4) Tj-0.03E-0.271680 Tc (c) T0 Tc (, ) Tj0 Tc 1690c ( ) Tj0.22(R) TjR.0.222.14c ( ) Tj0.224C2 Tc (M) Tj-0.17(R) Tjj0 Tc 1690c ( ) Tj0.22(R) TjR0 Tc (6 Tc ( ) Tj0 Tc 1690c ( ) Tj0.224C2 Tc (A) Tj0 Tc 16 Tc ( ) Tj-0.518 Tc (oo) Tj-0.10416 Tc (b) Tj0.08376 8 0 TDs-0.03624 Tc (T) Tj-0.03132 Tc (a) Tjd-0.518 Tc (oo) Tj-0.03168 Tc (d) Tje0 Tc 1690c ( ) Tj0.224C2 Tc (c) Tj0.08376 8 0 TDs-0.03(t) Tj0.0834C2 Tc (c) Tj0 Tc (6 Tc (h) Tj0.20832 Tc (T) Tj-0.03132 Tc (a) Tj0 Tc 1690c ( ) Tj0.22(6 Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (d) Tje-0.03624 Tc (T) Tj-0.03132 Tc (a) Tj0 Tc (c (c) Tj-0.03161 Tc (T) Tj-0.038 Tc (oo) Tj-0.10416 Tc (b) Tnad0 Tc 1690c ( ) Tj0.22132 Tc (a) Tjo0 Tc 1690c ( ) Tj0.22132 Tc (a) Tj-0.038 Tc (oo) Tju0.2213251c (M) Tjm-0.038 Tc (oo) Tje-0.10416 Tc (b) Tn-0.03(t) Tj0.0834C2 Tc (b) To0 Tc 1690c ( ) Tj0.22132 Tc (a) Tjd-0.518 Tc (oo) Tjo.2 -19.2 TD 2R) TTc 8 0 TDv0.0834C2 Tc (b) To0 Tc 32 Tc (T) Tj-0.03132 Tc (a) Tju0.2213251c (M) Tjm-0.038 Tc (oo) Tje-0.100 ) Tj0.22132 Tc (a) Tjd-0.518 Tc (oo) Tj0 Tc (c (c) Tjs-0.03624 Tc ( ) Tj0.36 TcTc (oo) Tj-0.03168 Tc (d) Tj0.22(6 Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (c) Tj0.08376 Tc 8 0 TD 0 Tc 132 Tc (a) Tj-0.0313234c (T) Tj-0.038 8 0 TDs-0.03(t) TjTj-0.0/F3j) T100.8 Tc64 84 Tc724 Tc (,) Tj132 36 Tc0Tc (e) Tj0.208320Tc (e) Tjq-0.100 ) TjB32 36 Tc0Tc (e) Tj0.208132 Tc (a) Tjs0 Tc (6 Tc ( ) Tjj0.224C2 Tc (A) TjE0.208320Tc (e) Tjnd-0.10416 Tc (b) Tc32 36 Tc0Tc (e) Tj0.2083T) Tj-0.038 0Tc (e) Tjno0.2083T) Tjl-0.03624 Tc ( ) Tj0.36 624416 -0.1041e0.22(6 Tc (r) Tj0.0834C2 Tc (b) Tab-0.0/F1j) T100.845 2R0R) TTc Tc ( ) Tj0 Tc 624 Tc ( ) Tj0.36 Tc (c) Tjv6 Tc (R) Tjj0 Tc (6 Tc 8 0 TD40.0834C2 Tc (b) T40 Tc 624 Tc ( ) Tj0 Tc ( C. ) 0.08376 Tc 8 0 TD 0 Tc 0 ) Tj0 Tc 624 Tc (b) T10 Tc (R) Tj.2 -19624 Tc (b) T210.22(6 Tc (r) Tj-2 -19624 Tc (b) T30.08376 Tc 8 0 TD00 Tc 624 Tc ( ) Tj0 Tc ( C. ) 0.083624 Tc (b) T20.08376 Tc 8 0 TD00 Tc 624 Tc (b) T00-0.03(t) TjTj-0.0-28D 2R TD (b)Tc724416 -0.10416 Tc (a) Tj-0.03132 36 Tc (i) Tj02T6 Tc (a)Tc (T) TjO-0.083XA0 Tc (c) T0 Tc (, ) Tj-0.516240 Tc (c) T0 Tc (t) TjTj-0.08 0Tc (e) TjF0 Tc (6 Tc ( ) Tj0 Tc ( C. ) 0.083624 Tc (T) TjG0.22416 Tc ( ) Tj0 Tc (; H) jj0.224C2 Tc (M) Tj-0.17(2)Tc (T) TjO-0.08. ) TjR6 Tc 2ov Tc (E.) Tj0 Tc 168 Tc ( ) TjI6 Tc (8 Tc ( ) TjR-0.03624 Tc (A) Tj0 Tc (R) Tj.R.-0.5132)Tc (T) TjO-0.08. ) Tj;0 Tc (6 Tc ( ) Tjj0.224C2 Tc (T) TjG0.2241 ) Tj0.1562ov Tc (E.) Tj0 Tc (R) TjD0.224C2 Tc (A) TjE0.20832) Tj-0.030 Tc (, ) Tj-0.516240 Tc (c) Tj0 Tc (R) Tjj0 Tc (6 Tc (,) Tj-0.516240 Tc (c) TP-0.03(t) TjTj-0.0-240 Tc (c) T0 Tc (6 (c) Tjs-0.0376 Tc 8 0 TDp-0.031g8 Tc (c) Tj0.08376 8 0 TDc-0.03(t) Tj0.0834C2 Tc (c) Tjo0.08376 8 0 TDs-0.03624 Tc ( ) Tj0.36 416 Tc (b) Tn0.08376 Tc 8 0 TDu0.22132) Tj-0.030.208132 Tc (a) Tjo0.08376 Tc 8 0 TD 0 Tc 132 Tc (a) Tjd0.0834C2 Tc (c) Tjó0 Tc (6 (c) Tjc0.22(6 Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (T) Tj-0.038 Tc (oo) Tjn0.0834C2 Tc (c) Tjo0.08376 (c) Tjs-0.0376 Tc (,) Tj-0.51624 Tc (c) Tjd0 Tc 132 Tc (a) Tja-0.51336 (c-18.96R) TTc 8 0 TDs-0.03(t) Tjí-0.51624 Tc (c) Tjn-0.038 Tc (oo) Tj0.22(6 Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (b) To0 Tc 4C2 Tc (M) Tjm-0.031g8 Tc (b) Te-0.0376 Tc (,) Tj-0.51624 Tc (M) Tjm-0.031g8 Tc (b) Te-0.037r) Tj0.0834C2 Tc (b) Ta-0.038 Tc (oo) Tjb0.0834C2 Tc (b) Tó0 Tc 624 Tc (T) Tj-0.0332 Tc (T) Tjc-0.038 Tc (oo) Tja-0.03(t) TjTj-0.0/F3j) T100.8 1c 8 84 Tc724 Tc (,) Tj132 36 Tc0Tc (e) Tj0.208320Tc (e) Tjq-0.100 ) TjB32 36 Tc0Tc (e) Tj0.208132 Tc (a) Tjs0 Tc ( ) Tjj0.224C2 Tc (A) TjE0.2083230c (e) Tjn0.208320Tc (e) Tjd-0.10416 Tc (b) Tc32 36 Tc0Tc (e) Tj0.208624 Tc ( ) Tj-0.038 0Tc (e) Tjn0.2083230c (e) Tjo0 Tc ( ) Tjj0.224C2 Tc (M) Tj-0.17(2Tc (oo) Tje-0.1006 Tc (r) Tj0.0834C2 Tc (b) Ta-0.038 0Tc (e) Tjb.-0.0/F1j) T100.845 44 84 Tc724 Tc ( ) Tj0.36 Tc 8 0 TDv0.0834C2 Tc ( ) Tj0 Tc 624 Tc (b) T4-0.17(2Tc (oo) Tj70 Tc (R) Tj.2 -19624 Tc (b) T 0 Tc 0 ) Tj0 Tc 624 Tc (b) T40 Tc (R) Tj.2 -19(6 Tc 8 0 TD40.0834C2 Tc (b) T1-0.51624 Tc (c) Tj00.22(6 Tc (r) Tj-2 -19(6 Tc 8 0 TD40.0834C2 Tc (b) T2-0.51624 Tc (c) Tj10 Tc (R) Tj0 Tc (6 Tc (,) Tj-0.516240Tc (b) T202 -19(6 Tc 8 0 TD0-0.51624 Tc (c) Tj3.-0.0/F3j) T100.828.4 84 Tc( -0.0/F1j) T100.-418.32R TD 92b)Tc724416 -0.10416 Tc (a) Tj-0.03Á-0.51624 (i) Tj02TT6 Tc (a) Tj-0.030 Tc (R) TjR,0.36 Tc 8 0 TDJ-0.03(t) TjTj-0.0-240 Tc (c) T0 Tc (t) TjTj-0.0-240 Tc (c) TB-0.0332 Tc (T) Tj-0.031g8 Tc (b) To0 Tc 4C2 Tc (T) Tj-0.03624 Tc (M) Tjm-0.031g8 Tc (b) Tp-0.17(2Tc (oo) Tje-0.10132 Tc (a) Tjdâ0.08376 Tc 8 0 TDn0.20832 (c) Tjc0.221g8 Tc (T) Tj-0.038 Tc (oo) Tja-0.03(t) Tj.2 -19624) Tj-0.030.208132 Tc (a) Tjea0.20832 (c) Tjc0.227r) Tj0.0838 Tc (oo) Tjâ0.083624 Tc (c) Tjn-0.038 8 0 TDc-0.034C2 Tc (T) Tj-0.03624 Tc (b) Ta-0.038 ) Tj0.36 TcTc (oo) Tje-0.100,) Tj-0.51624) Tj-0.030.208132 Tc (a) Tje0.08376 8 0 TDs-0.0362434c (T) Tj-0.038 8 0 TDs-0.03(t) Tj0.0834C2 Tc (c) Tjên-0.038 8 0 TDc-0.034C2 Tc (T) Tj-0.038 Tc (oo) Tja-0.03(t) Tj:-0.516240Tc (b) Tpa-0.038 0Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (b) Tâ0.08362451c (M) Tjm-0.03TcTc (oo) Tje-0.100,) Tjt-0.038 0Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (b) To0.08376 8 0 TDs-0.03( C. ) 0.083624 Tc (b) Tb-0.0332 Tc (T) Tj-0.031g8 Tc (c) Tjo0.0837c) Tjf0.0834C2 Tc ( ) Tjí-0.5176 8 0 TDs-0.0362434c (T) Tj-0.038 8 0 TDc-0.031g8 Tc (c) Tjo0.08376 (c) Tjs-0.0376 Tc (,) Tj-0.51624 Tc (b) Tú-0.037r) Tj0.0834C2 Tc (b) Te-0.034C2 Tc (T) Tj-0.038 (c) Tjs-0.51336 8 -18.96R) TTcTc (oo) Tje-0.1013251c (M) Tjm-0.03T ) Tj0.36 Tc 8 0 TDs0.0834C2 Tc (b) Tu-0.03TcTc (oo) Tjp-0.031g8 Tc (b) To0.083760Tc (r) Tj-0.037r) Tj0.0834C2 Tc (b) Te-0.038 ) Tj0.36 TcTc (oo) Tjn0.0834C2 Tc (c) Tju-0.100,) Tjt-0.038 0Tc (r) Tj-0.031g8 Tc (T) Tj-0.038 (c) Tjc-0.031g8 Tc (b) Tona0.20832 Tc (T) Tjl0 Tc ( ) Tjj0.224C2 Tc (b) Te-0.0376 Tc (,) Tj-0.5162451c (M) Tjm-0.031g8 Tc (b) Te-0.0376 c (oo) Tj0.221g8 Tc (T) Tj-0.038 8 0 TDc-0.034C2 Tc (T) Tj-0.03624 Tc (b) T 0 Tc 0 Tc (oo) Tja-0.03(t) Tj -0.034C2 Tc (T) Tj-0.03624 Tc (b) T 0 Tc 0rT r , o o o o o o o o i a i, ie ee re, , T TT,TT o o r T r T T ,e ,TT ,,T , T , T, , ,,

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88

ANEXOS

ANEXO 1. Termo de Consentimento Esclarecido

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU - MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PROJETO PESO SAUDÁVEL: PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL

EM MULHERES OBESAS

1. 0 título da pesquisa: Programa de Atividade Física e Educação Nutricional em

Mulheres Obesas.

2. Eu fui informado que o propósito da pesquisa é elaborar, desenvolver e avaliar

um programa de educação nutricional e educação física, voltado a um grupo de

mulheres obesas.

3. A minha participação envolverá:

a) avaliação inicial para triagem: avaliação antropométrica (peso, altura e

circunferências);

b) avaliação da composição corporal por circunferência do abdômen e DEXA

(trata-se de um método de diagnóstico por imagem, com baixa radiação e não

invasivo). Os avaliados ficam em posição deitados sobre uma maca, por onde

percorrerá o equipamento de emissão do raio X, e cuja imagem é codificada em

tela de computador.

c) resposta a uma anamnese de saúde e de vida;

d) reposta a três recordatórios alimentares (instrumentos onde o entrevistador

anota todos os alimentos consumidos pelo entrevistado no dia anterior);

e) preenchimento de registros diários de ingestão alimentar e de atividade física,

em três dias;

f) avaliação do gasto energético em repouso a partir de um exame realizado em

uma maca, com uma máscara afixada ao rosto para análise do oxigênio

consumido;

g) avaliação ergoespirométrica para determinação do consumo de oxigênio

submáximo. Nesta avaliação são conectados à pessoa eletrodos e uma máscara,

89

para análise do eletrocardiograma e do consumo de oxigênio, enquanto a pessoa

faz exercício em bicicleta ergométrica;

h) coleta de sangue em jejum;

i) a participação em um programa de treinamento físico com duração de 14

semanas, de três à quatro dias da semana, sendo três para a prática de atividade

física e um para educação nutricional;

j) resposta a uma entrevista semi-estruturada antes e depois da interferência do

programa. Esta entrevista será individual e a pessoa responderá algumas

questões para o entrevistador, que será gravada.

4. Eu compreendo que existem riscos ou desconfortos previstos se concordar em

participar do estudo. Posso sentir-me mal e ainda ter possível mal súbito. Os

possíveis desconfortos incluem: sentir incômodo com os equipamentos, com as

perguntas e com o local da avaliação. Ainda, para participação do projeto deverei

dedicar o tempo necessário para a avaliação final.

5. Não existem procedimentos alternativos para este estudo.

6. Eu compreendo que o possível benefício da minha participação na pesquisa é

que o programa de Atividade Física e Educação Nutricional, pode contribuir para a

produção de conhecimento específico que possa oferecer melhores resultados no

tratamento e prevenção da obesidade.

7. Compreendo que os resultados da pesquisa podem ser publicados em revistas

científicas, mas que o meu nome ou identidade não serão revelados. Para manter a

confidencialidade dos meus registros a pesquisadora Sandra Maria Lima Ribeiro

utilizará códigos para os sujeitos para que as informações pessoais dos voluntários

sejam confidenciais.

8. Fui informada de que poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade São Judas Tadeu para apresentar recursos ou reclamações em

relação à pesquisa através do telefone (11) 6099-1665 professor Rodrigo.

9. Fui informada de que quaisquer dúvidas que tiver em relação à pesquisa ou à

minha participação, antes ou depois do meu consentimento, serão respondidas por

Sandra Maria Lima Ribeiro, Rua taquari, 546 Mooca, São Paulo, CEP:03166-000,

Fone: 6099-1692.

10. Eu Ii a informação acima. Recebi explicações sobre a natureza, demanda,

90

riscos e benefícios do projeto. Assumo conscientemente os riscos envolvidos e

compreendo que posso retirar meu consentimento e interromper minha participação

a qualquer momento. Uma cópia deste formulário de consentimento me será dada.

11. Com base na resolução 196196 do Conselho Nacional de Saúde e do

Regimento Interno da Universidade São Judas, solicitamos que seja assinada, de

forma totalmente voluntária, a autorização para a coleta dos dados acima descritos.

Eu_________________________________________________________________

RG____________________ com base na resolução 196196 do Conselho Nacional

de Saúde, declaro que tomei ciência dos procedimentos da coleta de dados do

projeto intitulado PROGRAMA E ATIVIDADE FÍSICA E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL EM MULHERES OBESAS.

Certifico que recebi explicação sobre a natureza e o propósito, os

benefícios potenciais e possíveis riscos associados com a minha participação no

atual estudo de pesquisa e foram respondidas todas as minhas questôes.

Este termo de consentimento é feito em duas vias, uma permanecerá em

meu poder e a outra com a pesquisadora responsável.

São Paulo, ______de ______________de 2006.

Nome e assinatura da participante na pesquisa Nome e assinatura da pesquisadora responsável pelo estudo

91

ANEXO 2. Aprovação do Comitê de Ética

93

ANEXO 4. Relatório Bioimpedância Elétrica

94

ANEXO 5. Relatório Dexa