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Universidade do Minho
Escola de Engenharia
Departamento de Electrónica Industrial
Daniel Oliveira Costa
Estudo e Determinação das Características
de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Novembro de 2010
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos iii
Universidade do Minho
Escola de Engenharia
Departamento de Electrónica Industrial
Daniel Oliveira Costa
Estudo e Determinação das Características
de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Dissertação submetida à Universidade do Minho
para a obtenção do grau de Mestre em
Engenharia Electrónica industrial e de
Computadores
Dissertação realizada sob orientação do
Professor Doutor Manuel João Sepúlveda Mesquita de
Freitas
Professor auxiliar do Departamento de Electrónica
Industrial da Universidade do Minho
Novembro de 2010
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos v
Agradecimentos
Ao longo deste trabalho, várias pessoas contribuíram para a elaboração do
mesmo, às quais quero agradecer.
Quero agradecer aos meus familiares, ao meu pai Serafim Costa e à minha mãe
Antónia Oliveira, por todo o apoio e encorajamento durante todo o meu percurso
académico, sem eles não teria sido possível a conclusão do curso.
À minha namorada, Juliana, por todo o amor, carinho e compreensão mesmo nos
momentos mais difíceis.
Ao Departamento de Electrónica Industrial da Escola de Engenharia da
Universidade do Minho pela formação e apoio dado ao longo do curso.
Ao meu orientador, Doutor Manuel João Sepúlveda Mesquita de Freitas por todo
o apoio e orientação dada ao longo do trabalho, permitindo deste modo a realização do
mesmo.
Aos meus colegas de curso pelas ajudas e orientações dadas tanto na realização
do trabalho como na organização estrutural do relatório.
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos vii
Resumo
O presente trabalho teve como objectivo primordial um estudo e comparação
entre diferentes tipos de lâmpadas. Como tal foram realizadas tarefas com vista ao
aprofundamento e consolidação de vários conceitos de Luminotecnia e suas aplicações.
Após a fase de pesquisa de conceitos, foram estudadas as características de cada um dos
tipos de lâmpadas testados permitindo desta forma um correcto manuseio do material de
forma segura e optimizada. Foi elaborada e construída uma bancada de ensaios de forma
a ser mais fácil a realização de medições, com vista à determinação de diversas
características, tais como potência, factor de potência, conteúdo harmónico e nível de
iluminação. Para o apuramento do conteúdo harmónico gerado por cada lâmpada na
rede eléctrica foi utilizado o Fluke 43 Power Quality Analyzer. Seguidamente foi
elaborado um estudo comparativo das características de cada uma das lâmpadas
ensaiadas.
Com a realização deste trabalho foi possível de igual modo, chegar a conclusões
fundamentadas acerca da melhor finalidade de cada tipo de lâmpada envolvida no
estudo bem como o local mais indicado à sua utilização.
Palavras-Chave: Lâmpada Eléctrica; Luminotecnia; Intensidade Luminosa;
Temperatura de Cor
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos ix
Abstract
The main objective of this work was the study and the comparison between
different types of lamps. These tasks were performed with the aim of deepening and
consolidating various Lighting concepts and its applications. After the concepts research
phase, the characteristics of each lamp type tested were studied thus allowing a proper
handling of the material safely and optimally. A test bench was designed and built so
that it was easier to perform measurements with the aim to the determination of various
characteristics, such as power, power factor, harmonic content and illumination level. A
Fluke 43 Power Quality Analyzer was used for the calculation of harmonic content
generated by each lamp on the power grid, then was done a comparative study of the
characteristics of each of the lamps tested.
With the completion of this work it was also possible to take some conclusions
about the best purpose for each type of lamp involved in the study as well as the place
most suited to its use.
Keywords: Electric Lamp; Lighting; Light Intensity; Color Temperature
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos xi
Índice
Resumo ...................................................................................................................... vii
Abstract ...................................................................................................................... ix
Lista de Figuras ........................................................................................................ xiii
Lista de Tabelas ....................................................................................................... xvi
Lista de Siglas e Acrónimos .................................................................................... xvii
1. Capítulo 1 - Introdução .......................................................................................... 1
1.1 Identificação do Problema ............................................................................... 1
1.2 Enquadramento ............................................................................................... 2
1.3 Motivação do Trabalho ................................................................................... 2
1.4 Objectivos do Trabalho ................................................................................... 3
1.5 Organização da Tese ....................................................................................... 4
2. Capítulo 2 - Estado da Arte ................................................................................... 5
2.1 Fundamentos teóricos ..................................................................................... 5
2.2 Conceitos Luminotécnicos .............................................................................. 6
2.2.1 Fluxo Luminoso ....................................................................................... 6
2.2.2 Iluminância Pontual ................................................................................. 7
2.2.3 Intensidade Luminosa .............................................................................. 7
2.2.4 Curva de distribuição luminosa ................................................................ 8
2.2.5 Luminância .............................................................................................. 9
2.2.6 Quantidade de luz .................................................................................... 9
2.2.7 Fonte Pontual ........................................................................................... 9
2.2.8 Temperatura de cor ................................................................................ 10
2.2.9 Índice de reprodução de cores ................................................................ 11
2.2.10 Eficiência Energética ............................................................................. 12
2.3 Um pouco de história .................................................................................... 13
xii Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
2.4 Grupos de Lâmpadas..................................................................................... 15
2.5 Aparelho analisador de qualidade de Energia Fluke 43B ............................... 16
2.6 Qualidade de energia: Harmónicos ................................................................ 17
2.7 Factor de Potência e cosϕ .............................................................................. 17
3. Capítulo 3 - Tipos de Lâmpadas .......................................................................... 21
3.1 Construção da bancada de testes ................................................................... 21
3.2 Tipos de Lâmpadas testadas .......................................................................... 22
3.2.1 Lâmpada Incandescente Convencional ................................................... 23
3.2.2 Lâmpada Incandescente de Halogéneo ................................................... 24
3.2.3 Lâmpada fluorescente ............................................................................ 24
3.2.4 Lâmpada fluorescente compacta ............................................................ 26
3.2.5 Lâmpada de vapor de mercúrio .............................................................. 27
3.2.6 Lâmpada de leds .................................................................................... 28
3.2.7 Lâmpada de iodetos metálicos ............................................................... 30
3.3 Previsões quanto ao futuro dos tipos de lâmpadas ......................................... 30
3.4 Reciclagem de lâmpadas que contenham mercúrio ........................................ 33
3.5 Conclusão ..................................................................................................... 34
4. Capítulo 4 - Medições ......................................................................................... 35
4.1 Medição dos conteúdos Harmónicos ............................................................. 35
4.2 Conclusão ..................................................................................................... 61
5. Capítulo 5 – Análise das características das Lâmpadas ........................................ 63
5.1 Características Técnicas ................................................................................ 63
5.2 Resultados Gerais ......................................................................................... 67
6. Capítulo 6 - Conclusões....................................................................................... 73
6.1 Análise Crítica aos Resultados ...................................................................... 73
6.2 Conclusão ..................................................................................................... 73
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos xiii
6.3 Trabalho Futuro ............................................................................................ 76
Lista de Figuras
Figura 2-1 - Espectro da radiação electromagnética [5] ................................................. 6
Figura 2-2 - Curva de distribuição de Intensidades Luminosas de uma lâmpada
fluorescente isolada (A) ou associada a um reflector (B) [7] .......................................... 8
Figura 2-3 - Temperatura de Cor [7]............................................................................ 10
Figura 2-4 - Avaliação do IRC [7] ............................................................................... 11
Figura 2-5 – Dois níveis diferentes de Reprodução de cor [7] ...................................... 11
Figura 2-6 - Tonalidade de Cor e Reprodução de Cores [7] ......................................... 12
Figura 2-7 - Eficiência Energética (lm/W) [7] ............................................................. 13
Figura 2-8 - Tipos de Energia de uma Lâmpada Fluorescente [9] ................................ 15
Figura 2-9 - Diagrama Fasorial de Potências [12] ........................................................ 18
Figura 3-1 - Bancada de testes ..................................................................................... 21
Figura 3-2 - Lâmpada Incandescente ........................................................................... 23
Figura 3-3 - Lâmpada Incandescente de halogéneo...................................................... 24
Figura 3-4 - Lâmpada fluorescente .............................................................................. 24
Figura 3-5 - Esquema de funcionamento [14] .............................................................. 25
Figura 3-6 - Ionização do mercúrio [13] ...................................................................... 25
Figura 3-7 - Lâmpada fluorescente compacta .............................................................. 27
Figura 3-8 - Lâmpada de vapor de mercúrio ................................................................ 27
Figura 3-9 - Esquema interno da lâmpada de vapor de mercúrio [9] ............................ 28
Figura 3-10 - Lâmpada de leds .................................................................................... 29
Figura 3-11- Lâmpada de iodetos metálicos ................................................................ 30
Figura 3-12 - Evolução temporal das lâmpadas, revista DECO Proteste [16] ............... 31
Figura 3-13 - Iluminação a OLED [18]........................................................................ 33
xiv Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-1 - a)Tensão / Corrente incandescente Directa b) Potencia Incandescente
Directa ........................................................................................................................ 36
Figura 4-2 - Harmónicos Incandescente Directa .......................................................... 37
Figura 4-3 - a) Tensão / Corrente Incandescente Potência mínima b) Potência
Incandescente Potência mínima ................................................................................... 37
Figura 4-4 - Harmónicos Incandescente Potência mínima............................................ 38
Figura 4-5 - a) Tensão/Corrente Incandescente Potência média b) Potência
Incandescente Potência média ..................................................................................... 39
Figura 4-6 - Harmónicos Incandescente Potência média .............................................. 39
Figura 4-7 - a) Tensão/Corrente Incandescente Potência máxima b) Incandescente
Potência máxima ......................................................................................................... 40
Figura 4-8 - Harmónicos Incandescente Potência máxima ........................................... 41
Figura 4-9 - a) Tensão/Corrente Halogéneo Directa b) Potência Halogéneo Directa .... 41
Figura 4-10 - Harmónicos Halogéneo Directa ............................................................. 42
Figura 4-11 - a) Tensão/Corrente Halogéneo Potência mínima b) Potência Halogéneo
Potência mínima ......................................................................................................... 42
Figura 4-12 - Harmónicos Halogéneo Potência mínima ............................................... 43
Figura 4-13 - a) Tensão/Corrente Halogéneo Potência média b) Potência Halogéneo
Potência média ............................................................................................................ 44
Figura 4-14 - Harmónicos Halogéneo Potência média ................................................. 44
Figura 4-15 - a) Tensão/Corrente Halogéneo Potência máxima b) Potência Halogéneo
Potência máxima ......................................................................................................... 45
Figura 4-16 - Harmónicos Halogéneo Potência máxima .............................................. 46
Figura 4-17 - a) Tensão/Corrente Fluorescente b) Potência Fluorescente ..................... 46
Figura 4-18 - Harmónicos Fluorescente ....................................................................... 47
Figura 4-19 - a) Tensão/Corrente FC Osram 8W b) Potência FC Osram 8W ............... 48
Figura 4-20 - Harmónicos FC Osram 8W .................................................................... 48
Figura 4-21 - a) Tensão/Corrente FC Osram 12W b) Potência FC Osram 12W............ 49
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos xv
Figura 4-22 - Harmónicos FC Osram 12W .................................................................. 50
Figura 4-23 - a) Tensão/Corrente FC Luxtek 11W b) Potência FC Luxtek 11W .......... 50
Figura 4-24 - Harmónicos FC Luxtek 11W ................................................................. 51
Figura 4-25 - Tensão/Corrente FC Phlight 15W b) Potência FC Phlight 15W .............. 52
Figura 4-26 - Harmónicos FC Phlight 15W ................................................................. 53
Figura 4-27 - a) Tensão/Corrente Iodetos Metálicos b) Potência Iodetos Metálicos ..... 53
Figura 4-28 - Harmónicos Iodetos Metálicos ............................................................... 54
Figura 4-29 - Tensão/Corrente Vapor de Mercúrio b) Potência Vapor de Mercúrio ..... 55
Figura 4-30 - Harmónicos Vapor de Mercúrio ............................................................. 55
Figura 4-31 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds1 b) Potência Lâmpada leds1 ............. 56
Figura 4-32 - Harmónicos Lâmpada leds1 ................................................................... 57
Figura 4-33 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds2 b) Potência Lâmpada leds2 ............. 57
Figura 4-34 - Harmónicos Lâmpada leds2 ................................................................... 58
Figura 4-35 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds3 b) Potência Lâmpada leds3 ............. 59
Figura 4-36 - Harmónicos Lâmpada leds3 ................................................................... 59
Figura 5-1 - Fluxo luminoso ........................................................................................ 66
Figura 5-2 - Nível de Iluminação individual de cada lâmpada testada (d=1 metro) ...... 67
Figura 5-3 - Duração de cada tipo de lâmpada ............................................................. 69
Figura 5-4 - Energia consumida por hora (kWh).......................................................... 70
Figura 5-5 - Relação Preço/Duração (€/h) ................................................................... 71
Figura 5-6 - Relação Custo x Energia Consumida por hora (€) .................................... 71
xvi Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Lista de Tabelas
Tabela 2-1 - Características do Fluke 43B [10] ............................................................ 16
Tabela 3-1 – Lâmpadas Testadas ................................................................................. 22
Tabela 4-1 - Valores das grandezas eléctricas medidas ................................................ 60
Tabela 5-1 - Análise de custos ..................................................................................... 68
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos xvii
Lista de Siglas e Acrónimos
H Potência Harmónica
P Potência Activa (W)
Q Potência Reactiva (VAR)
S Potência Aparente (VA)
IRC Índice de Reprodução e Cor
LCD Liquid Crystal Display
LED Light Emitting Diode
OLED Organic Light Emitting Diodes
PF Power Factor
RMS Root Mean Square
THD Total Harmonic Distortion
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 1
1. Capítulo 1 - Introdução
Introdução
Neste capítulo introdutório é efectuada uma alusão aos problemas relacionados
com a qualidade de energia eléctrica bem como aos gastos de energia com a área da
iluminação. São também expostos os objectivos desta dissertação, assim como a sua
organização estrutural.
1.1 Identificação do Problema
A energia eléctrica possui nos dias de hoje um papel fulcral na vida de todos.
Sem ela já é impensável a existência humana. É tida como um bem de primeira
necessidade e todo o desenvolvimento existe em torno dela. A energia eléctrica foi
durante várias dezenas de anos utilizada em cargas lineares, por esta razão e atendendo
a que a forma de onda da tensão de alimentação era sinusoidal, a corrente consumida
pela carga era também sinusoidal e da mesma frequência, podendo apenas possuir um
desfasamento. Contudo, a crescente utilização de cargas não lineares, como conversores
electrónicos, tem vindo a degradar a sua qualidade.
Este tipo de conversores de potência tem vindo a aumentar drasticamente, tanto
no meio industrial como no sector doméstico. Este é um factor determinante para a
crescente deterioração das formas de onda da tensão e corrente, sendo com esta
deterioração inevitáveis os consequentes aumentos dos prejuízos económicos. Estes
problemas têm vindo a ter uma especial abordagem de forma a ser evitada a degradação
da qualidade da energia eléctrica entregue ao consumidor final [1].
Dentro da área da iluminação e com a crescente preocupação relativa à
diminuição dos consumos energéticos, tem vindo a aumentar a quantidade de lâmpadas
economizadoras que têm vindo a surgir como substituição das lâmpadas incandescentes.
Por sua vez, estes novos tipos de lâmpadas economizadoras recorrem a conversores
electrónicos, os quais são designados como cargas não lineares. Este factor afecta a
qualidade da energia eléctrica ao criar harmónicos nas correntes consumidas. Outro
dado relevante e preocupante prende-se com o facto da maioria das novas lâmpadas de
1-Introdução
2 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
classe energética superior (classe A) utilizadas serem as fluorescentes compactas, este
tipo de lâmpada possui mercúrio no seu interior, substancia tóxica e prejudicial á saúde,
este facto deve ser tido em conta aquando da troca de uma lâmpada que o possua, não
devem ser colocadas no lixo mas sim entregues em centros de recolha apropriados a este
tipo de resíduos.
1.2 Enquadramento
O presente trabalho está inserido na Dissertação para obtenção do grau de Mestre
do curso Mestrado Integrado em Engenharia Electrónica Industrial e Computadores
leccionado na Universidade do Minho.
Este trabalho consiste na continuação e aprofundamento do projecto inicial
“Estudo da Qualidade de Energia das Lâmpadas” levado a cabo na Unidade Curricular
de Projecto II no ano curricular 2008/2009.
1.3 Motivação do Trabalho
A crescente atenção que tem sido dada à área da iluminação, tem-se reflectido em
medidas tomadas no âmbito da redução dos consumos energéticos e desta forma, à
preservação do Planeta. É sabido que actualmente a maioria da produção de energia
eléctrica em todo o mundo provém de grandes centrais termoeléctricas, através da
queima de combustíveis fósseis, a maioria deles não renováveis, e como tal estima-se
que estes recursos venham a extinguir-se num futuro não muito distante. Além disso a
instabilidade dos preços desses combustíveis, pode ser um grande problema para a
economia dos países e dos seus cidadãos. Por outro lado, e não menos importante, a
queima desses combustíveis contribui em muito para a poluição do planeta, assim como
tantos outros problemas ambientais, derivados da sua extracção e transporte.
Estima-se que em Portugal os custos com a iluminação em instalações Industriais
andem em torno dos 5% a 7% [2] da factura da electricidade e no sector doméstico, em
torno dos 10% [3]. Uma das formas de poupar energia que tem sido muito divulgada
ultimamente é a substituição das lâmpadas de incandescência normais por outros tipos
1-Introdução
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 3
de lâmpadas com rendimentos superiores. No entanto, os problemas relacionados com a
qualidade de energia eléctrica têm vindo a aumentar à medida que o Desenvolvimento
Tecnológico se tem expandido. Em parte, estes problemas têm origem devido á
utilização de cargas não lineares. Este tipo de cargas, não consome corrente sinusoidal,
o que dá origem ao aparecimento de harmónicos.
No presente trabalho, são abordados alguns tipos de lâmpadas que por sua vez,
também são cargas não lineares, recorrendo a fontes comutadas para fazer o interface
entre a tensão da rede e a tensão necessária para que a lâmpada funcione. Estes tipos de
lâmpadas, com fontes comutadas integradas, apesar de consumirem pouca energia e daí
serem consideradas economizadores, possuem o inconveniente de criarem harmónicos
na rede eléctrica. Se forem consideradas várias cargas não lineares ligadas numa rede de
distribuição eléctrica, as quais, na totalidade já envolvam uma potência apreciável,
estará a ser requerido ao transformador do posto de transformação, um esforço muito
maior dada a distorção causada nas correntes.
1.4 Objectivos do Trabalho
Este trabalho tem como objectivo primordial, perceber e clarificar até que ponto
as lâmpadas economizadoras compensam face às convencionais, ao mesmo tempo que
são clarificadas as vantagens e desvantagens de cada tipo e é apresentado um estudo da
finalidade mais adequada a cada.
Um maior cuidado na escolha de um tipo de lâmpada mais apropriado a um
determinado local, permite a curto ou médio prazo, proveito a nível económico. Este
facto não é tido em linha de conta, pela maioria das pessoas na hora de compra ou de
substituição dos equipamentos luminosos. Muitas das vezes o factor custo/duração ou
custo/economia nem sequer é ponderado, hábitos deste tipo devem nos dias de hoje ser
mais ponderados e apreciados de forma a serem feitas boas aquisições ao mesmo tempo
que se ajuda a preservar o meio ambiente.
Desta forma, neste trabalho é feito um teste exaustivo a cada tipo de lâmpada de
forma a se poder clarificar os gastos de cada bem como as interferências causadas na
rede eléctrica.
1-Introdução
4 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
É ainda abordada a importância da reciclagem, ligada às lâmpadas que possuem
mercúrio na sua constituição, dado que se trata de uma substância tóxica.
1.5 Organização da Tese
Esta dissertação encontra-se dividida em seis capítulos. Cada um destes capítulos
representa uma fase diferente da realização do trabalho. Deste modo, a dissertação
encontra-se estruturada da seguinte forma:
O primeiro capítulo é introdutório, no qual é efectuada uma alusão aos problemas
relacionados com a qualidade de energia eléctrica bem como aos gastos de energia com
a área da iluminação. São também expostos os objectivos desta dissertação, assim como
a sua organização estrutural.
No segundo capítulo são apresentados primeiramente os conceitos fundamentais
ligados á luminotecnia, bem como uma breve alusão á história e evolução da
iluminação. É de igual modo apresentada uma breve descrição do que são harmónicos,
assim como a diferença entre cosϕ e factor de potência.
O terceiro capítulo consiste na exposição dos tipos de lâmpadas usadas nos testes e
o seu princípio de funcionamento. È aludida ainda uma previsão quanto ao futuro das
lâmpadas e enunciada a importância da reciclagem das lâmpadas que contêm mercúrio.
No quarto capítulo são expostas as medições efectuadas a cada uma das lâmpadas
usadas e são comentados os resultados.
No quinto capítulo são expostas as características técnicas das várias lâmpadas
testadas, assim como também são referidos alguns resultados gerais e expostos gráficos
da análise de custos da utilização das mesmas.
Por último, no capítulo seis, é feita uma análise geral ao trabalho desenvolvido
durante a realização de todo o trabalho. São de igual modo ponderadas e expostas
previsões de trabalho futuro.
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 5
2. Capítulo 2 - Estado da Arte
Introdução
Neste capítulo são apresentados primeiramente os conceitos fundamentais ligados á
luminotecnia, bem como uma breve alusão á história e evolução da iluminação É de
igual modo apresentada uma breve descrição do que são harmónicos, assim como a
diferença entre cosϕ e factor de potência.
2.1 Fundamentos teóricos
O estudo de uma iluminação para um ambiente interior ou exterior exige da parte
do técnico projectista alguns conhecimentos básicos sobre luminotecnia, nomeadamente
sobre o tipo da iluminação a instalar, tipos de lâmpadas e respectivas armaduras,
potências e naturalmente a sua localização. [4]
Uma iluminação deve estar adequada ao local, isto é, ao tipo de trabalho que aí se
desenvolve, pois só assim é possível minorar danos visuais, aumentar os índices de
produtividade e consequentemente diminuir acidentes.
A energia que impressiona a visão e que permite distinguir os objectos pela sua
forma e cor, denomina-se de energia luminosa, e propaga-se no espaço sob a forma de
radiação luminosa, tal como outras radiações (hertzianas, caloríficas, raios x, etc.).
Estas radiações são do tipo electromagnético e por isso são estudadas como tendo
em comum o facto de se propagarem com a mesma velocidade (300 000 km/s),
relacionando-se com o comprimento de onda (λ) e a frequência (f), pela relação
[1] Equação (2-1)
A Figura 2-1 indica o espectro de radiações electromagnéticas, baseado nos
comprimentos de onda.
2-Estado da Arte
6 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 2-1 - Espectro da radiação electromagnética [5]
De entre elas, as radiações visíveis ocupam uma faixa muito estreita,
compreendida entre 380 e 780 nm (nanómetros). A margem de radiação visível está
limitada pelas radiações ultravioletas e infravermelhos, estas duas classes de radiações
não são visíveis, embora sejam emitidas por algumas fontes luminosas (como é o caso
das lâmpadas fluorescentes), e perceptíveis os seus efeitos pela captação através de
fotocaptadores [4].
2.2 Conceitos Luminotécnicos
De forma a uma melhor compreensão acerca da luminotecnia são abordados
seguidamente os principais conceitos e definições.
2.2.1 Fluxo Luminoso
A fotometria começou a ser estabelecida no século XVIII e a definição de watt
luminoso é do século XX). Por razões de desenvolvimento histórico trabalha-se na
prática com o lúmen, unidade 680 vezes mais pequena que o watt luminoso.
O fluxo luminoso ( ), expressa a maior ou menor capacidade possuída por um
fluxo energético para produzir sensação luminosa. Ter-se-á, então, em lumenes:
Equação (2-2)
Sendo,
, representa o fluxo energético
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 7
V(λ), expressa a faculdade que o olho humano possui de identificar de forma relativa a
radiação visível de diferentes comprimentos de onda
Nesta alínea cabe ainda a definição de rendimento luminoso de uma fonte de luz,
Equação (2-3):
, Equação (2-3)
Em que P é a potência eléctrica consumida pela fonte. Este parâmetro, , é fundamental
nas comparações das diversas lâmpadas existentes, qualquer que seja a sua tecnologia e
modo de funcionamento.
2.2.2 Iluminância Pontual
A iluminância num ponto P, ( ), de uma superfície refere-se à densidade do
fluxo recebido por um elemento de superfície ( ) que contém o ponto, Equação (2-4):
[lm ] Equação (2-4)
Se o ponto emitir luz usa-se o símbolo [lm ] em vez de .
2.2.3 Intensidade Luminosa
A intensidade luminosa de uma fonte pontual, ( ) emitida numa dada direcção do
espaço, caracteriza a densidade do fluxo emitido ( ) no ângulo sólido infinitesimal
( ) associado a essa direcção:
Equação (2-5)
Se a fonte pontual emitir uniformemente em todas as direcções pode-se definir
uma intensidade esférica média:
Equação (2-6)
Neste caso a fonte diz-se isótropa por emitir a mesma intensidade em todas as
direcções do espaço.
2-Estado da Arte
8 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
A unidade de intensidade luminosa é, por acordo internacional, adoptada como
unidade fundamental luminotécnica. É definida, a partir da intensidade irradiada por um
corpo negro de determinadas dimensões, à temperatura de solidificação da platina
(2045K).
O corpo negro é realizado por um vazo fechado contendo platina fundida e com uma
abertura de 1 A intensidade irradiada vale então 60 cd.
A fusão da platina consegue-se por meio de correntes de indução de alta frequência.
A observação do orifício faz-se durante a solidificação para evitar o inconveniente da
desigual distribuição de temperatura que acompanha a fusão.
A partir deste padrão é possível preparar lâmpadas incandescentes padrão [6].
2.2.4 Curva de distribuição luminosa
Se for representado o diagrama polar da intensidade, num plano transversal à
lâmpada, obtém-se a Curva de Distribuição Luminosa (CDL). Por outras palavras, é a
representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é direccionada
num plano, tal como pode ser visto na Figura 2-2. Para a uniformização dos valores das
curvas, geralmente essas são referidas a 1000 lm. Nesse caso, é necessário multiplicar-
se o valor encontrado na CDL pelo Fluxo Luminoso da lâmpada em questão e dividir o
resultado por 1000 lm [7].
Figura 2-2 - Curva de distribuição de Intensidades Luminosas de uma lâmpada fluorescente isolada (A) ou associada a um reflector (B) [7]
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 9
2.2.5 Luminância
A luminância de um ponto P, ( ) de uma superfície, observada numa dada
direcção, refere-se á intensidade irradiada por unidade de superfície aparente ( ),
(elemento infinitesimal de superfície que rodeia o ponto P):
Equação (2-7)
Por vezes confunde-se a noção de luminância com a de brilho. Enquanto a
primeira diz respeito a uma grandeza objectivamente mensurável, a segunda é uma
noção subjectiva associada ao contraste claro/escuro e não susceptível de medição
objectiva dado que varia com o estado de adaptação do olho. Na prática a utilização da
luminância permite de certo modo quantificar a noção de brilho. [6]
2.2.6 Quantidade de luz
A quantidade de luz é definida ( ), naturalmente, por:
Equação (2-8)
Por vezes utiliza-se uma grandeza denominada exposição ( ), a qual não deve ser
confundida com a quantidade de luz:
Equação (2-9)
A grandeza Q intervém em cálculos que envolvem intervalos de tempo, associada, por
exemplo, às lâmpadas utilizadas no flash para fotografias. [6]
2.2.7 Fonte Pontual
Chama-se fonte pontual de energia radiante ou de luz, a toda a fonte que possa
ser reduzida a um ponto por abstracção, isto é, cujas maiores dimensões geométricas são
desprezáveis em relação á distância de medição ou de observação.
Sempre que uma grandeza ou uma lei se refiram a fontes pontuais há que ter
cuidado, ao aplicá-las, de verificar se a fonte interveniente pode ser tratada como
pontual. Deste modo, um aparelho de iluminação com uma dimensão geométrica
máxima de 1m, instalado a 10 m de altura, pode ser considerado uma fonte pontual, mas
2-Estado da Arte
10 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
uma lâmpada fluorescente com 1m de comprimento instalada a 1,5 metros de um
quadro que se deseja iluminar terá que ser tratada como fonte linear [6].
2.2.8 Temperatura de cor
No campo visual, admite-se que é bastante difícil a avaliação comparativa entre a
sensação de Tonalidade de Cor de lâmpadas. Para estipular um parâmetro, foi definido o
critério Temperatura de Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim como um corpo
metálico que, no seu aquecimento, passa desde o vermelho até ao branco, quanto mais
claro o branco (semelhante à luz diurna ao meio-dia), maior é a Temperatura de Cor
(aproximadamente 6500 K). A luz amarelada, como a de uma lâmpada incandescente,
está em torno de 2700 K. A título de exemplo, na Figura 2-3, podem ser vistas as
diferenças entre a luz fria e a luz quente.
Figura 2-3 - Temperatura de Cor [7]
É importante destacar que a cor da luz em nada interfere na Eficiência Energética
da lâmpada, não sendo válida a impressão de que quanto mais clara, mais potente é a
lâmpada. Convém ressaltar que, do ponto de vista psicológico, quando se diz que um
sistema de iluminação apresenta luz “quente” não significa que a luz apresenta uma
maior temperatura de cor, mas sim que a luz apresenta uma tonalidade mais amarelada.
Um exemplo deste tipo de iluminação é a utilizada em salas de estar, quartos ou locais
onde se deseja tornar um ambiente mais aconchegante. Da mesma forma, quanto mais
alta for a temperatura de cor, mais “fria” será a luz. Um exemplo deste tipo de
iluminação é a utilizada em escritórios, cozinhas ou locais em que se deseja estimular
ou realizar alguma actividade. Esta característica é muito importante e como tal deve ser
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 11
tida em conta na escolha de uma lâmpada, pois dependendo do tipo de ambiente há uma
temperatura de cor mais adequada para esta aplicação [7].
2.2.9 Índice de reprodução de cores
Objectos iluminados podem parecer diferentes, mesmo que as fontes de luz tenham
idêntica tonalidade. As variações de cor dos objectos iluminados através de fontes de
luz diferentes podem ser identificadas através de outro conceito, reprodução de cores, e
de sua escala qualitativa, Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC). O mesmo metal
sólido, quando aquecido até irradiar luz, foi utilizado como referência para se
estabelecer os níveis de Reprodução de Cor. Define-se que o IRC neste caso seria um
número ideal igual a 100.
Figura 2-4 - Avaliação do IRC [7]
A sua função é semelhante á atribuição duma nota (de 1 a 100) para o desempenho de
outras fontes de luz em relação a este padrão.
Considere-se a Figura 2-5:
Figura 2-5 – Dois níveis diferentes de Reprodução de cor [7]
2-Estado da Arte
12 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
A lâmpada incandescente é utilizada para iluminar a cena na foto da esquerda,
apresentando desta forma um IRC de 100. Já a fluorescente tubular 3000 K é utilizada
para iluminar a cena na foto da direita apresentando um IRC de 85. (As fotos foram
ajustadas para compensar variações no filme e na impressão).
Deste modo, quanto maior a diferença na aparência de cor do objecto iluminado em
relação ao padrão (sob a radiação do metal sólido) menor é o seu IRC. Com isso,
explica-se o facto de lâmpadas de mesma Temperatura de Cor possuírem Índice de
Reprodução de Cores diferentes, como se pode ver na Figura 2-6.
Figura 2-6 - Tonalidade de Cor e Reprodução de Cores [7]
2.2.10 Eficiência Energética
As lâmpadas diferenciam-se entre si não só pelos diferentes Fluxos Luminosos
que irradiam, mas também pelas diferentes potências que consomem. Para ser possível
uma comparação, é necessário que se saiba quantos lúmenes são gerados por watt
absorvido (lm / W). A essa grandeza dá-se o nome de Eficiência Energética, ver Figura
2-7. [7]
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 13
Figura 2-7 - Eficiência Energética (lm/W) [7]
2.3 Um pouco de história
A história da iluminação artificial já remonta há muitos anos. E desde o seu
começo, foi sofrendo alterações e melhoramentos. A primeira lâmpada a ser produzida
foi a lâmpada incandescente. Thomas Edison ficou com a fama, mas não foi este
criativo e empreendedor norte-americano, nascido em 1847, quem inventou a lâmpada
eléctrica. [8] O inglês Humphry Davy é o autor das experiências pioneiras, na primeira
década de 1800, conseguindo produzir um arco luminoso entre duas hastes de carbono
ligadas a baterias eléctricas.
Meio século depois, o princípio do arco voltaico foi a base da corrida à invenção
de uma lâmpada que pudesse ser utilizada correntemente. O resultado melhor sucedido
foi a "vela eléctrica" de Jablochkoff, criada em 1875 e desde logo adoptada na
iluminação pública. Em Portugal, seis delas abrilhantaram a celebração do aniversário
de 15 anos do príncipe D. Carlos, na Cidadela de Cascais, em 28 de Setembro de 1878.
[8]
A luz eléctrica era algo completamente diferente do que antes havia, a iluminação
pública a gás, ténue, poluente e perigosa. Agora, ao invés da combustão, eram outros os
princípios que a produziam. "Passou-se da química para a física", afirma o professor
Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra. [8]
2-Estado da Arte
14 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Mas a lâmpada de arco voltaico era complexa e exigia potentes baterias para se
manter acesa. Não se adequava à iluminação de pequenos espaços. Mais promissora era
a lâmpada incandescente, na qual a luz emana de um filamento aquecido pela passagem
da corrente eléctrica.
Muitos cientistas e inventores fizeram experiências com a lâmpada incandescente.
Mas foram Thomas Edison e o físico-químico inglês Joseph Swan que chegaram,
separadamente, a um modelo prático, em 1879. O principal problema era encontrar um
filamento que aguentasse elevadas temperaturas por muitas horas, antes de se romper.
Edison e Swan basearam-se primeiro em fibras de carvão obtidas a partir de
algodão. Funcionou, mas não era suficiente. Incansável, Edison experimentou de tudo,
até fios de barba dos seus colaboradores. Encontrou por fim uma fibra de bambu com a
qual criou um filamento de carbono que se aguentava por centenas de horas.
Produzir um dispositivo eficaz foi uma das razões que fizeram o nome de Edison
vingar sobre os demais. Mas havia outro, quiçá mais importante. "Edison compreendeu
que precisava de ter um sistema eléctrico", diz a investigadora Maria Paula Diogo, da
Universidade Nova de Lisboa e do Centro Interuniversitário da História das Ciências e
da Tecnologia, ou seja, não bastava a lâmpada, era preciso também uma fonte de
electricidade e uma rede de cabos para transportá-la [8].
Com o aumento das preocupações ambientais, surgiu a necessidade de evoluir na
área da iluminação, como tal foram estudadas e criadas outro tipo de lâmpadas de forma
a minimizar os gastos energéticos e privilegiar o aumento da vida útil das lâmpadas.
Este aspecto é deveras importante se for referido o facto de uma lâmpada incandescente
ter um rendimento muito baixo, a grande maioria da energia consumida é desperdiçada
em calor.
Contudo, o factor inovação e evolução nem sempre trás só benefícios, como tal,
neste caso, a introdução no mercado de outro tipo de lâmpadas, como as fluorescentes
compactas, que é o tipo mais indicado para troca directa com as incandescentes, cria
outro tipo de problemas, contem resíduos tóxicos, como é o caso do mercúrio, que
obriga a que este tipo de materiais seja reciclado em empresas devidamente habilitadas,
outro problema crítico passa pela distorção causada na tensão da rede, causada pela não
linearidade deste tipo de cargas que possui uma fonte comutada.
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 15
2.4 Grupos de Lâmpadas
As lâmpadas podem ser divididas essencialmente em dois grupos: as de
incandescência e as de descarga.
Nos dias de hoje, as lâmpadas incandescentes estão actualmente limitadas às de
filamento de tungsténio embora existam alguns subtipos especiais.
As lâmpadas de descarga podem ser classificadas em vários subgrupos, entre eles,
as de vapor de sódio de baixa e de alta pressão, as de vapor de mercúrio de baixa
pressão (fluorescentes) e de alta pressão, existindo ainda as lâmpadas mistas.
Todos os tipos de lâmpadas apresentam particularidades diferentes uns dos outros,
em relação ao conjunto de características inicialmente referido, apresentando como tal,
aplicações diferentes.
Para além das radiações visíveis, qualquer fonte luz, quer seja natural ou artificial,
emite também radiações ultravioletas e infravermelhas. Radiações essas que apesar de
não visíveis, podem ser transformadas em radiações visíveis, em determinados casos,
como será abordado posteriormente.
Dependendo do tipo de lâmpada, existem ainda variações nos rendimentos. Sendo
as incandescentes as que apresentam o menor rendimento. A título de exemplo, pode ser
estudado o caso de uma lâmpada fluorescente de 40W na Figura 2-8, visualizando-se as
diferentes energias envolvidas no seu funcionamento [9].
Figura 2-8 - Tipos de Energia de uma Lâmpada Fluorescente [9]
De salientar que apenas 22% da energia é transformada energia luminosa, sendo
que os restantes 78% são dissipados em calor. Este facto torna o funcionamento da
lâmpada fluorescente de 40W em causa, num processo com rendimento ineficiente.
2-Estado da Arte
16 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
2.5 Aparelho analisador de qualidade de Energia Fluke 43B
A Fluke é uma marca muito conceituada, no seu historial esta empresa tem uma
longa tradição no fabrico de equipamentos de monitorização de energia, apresentando
várias gamas de equipamentos sempre na liderança do mercado. O Fluke 43B é um bom
aparelho para detectar problemas de energia e diagnosticar falhas de equipamentos. Este
modelo da Fluke, foi o utilizado nas medições dos conteúdos harmónicos e demais
grandezas eléctricas. Na tabela seguinte, Tabela 2-1 [10], são apresentadas as
características de medição deste equipamento.
Tabela 2-1 - Características do Fluke 43B [10]
Características de
Entrada
Impedância de entrada: 1 M, 20 pF
Classificação de Tensão: 600 Vrms, CAT III
Potência
Factor de Potência PF Faixas: 0,00 a 1,00
Exactidão: ±0,04
Factor de Potência de Deslocamento DPF Faixa: 0,00 a 0,25 Não especificada,
0,25 a 0,90 ±0,04, 0,90 a 1,00 ±0,03
Frequência de Fundamental Hz
Faixa: 40,0 a 70,0 Hz
Exactidão: ± (0,5% + 2 contagens)
Harmónicos
Volts, Amps, Watts:
Fundamental: V,A ± (3% + 2 contagens), W ± (5% + 2 contagens)
Faixa: 2º ao 31º harmónico
Exactidão: V,A ± (5% + 3 contagens), W ± (10% + 10 contagens)
Faixa: 32º ao 51º harmónico
Exactidão: V,A ± (15% + 5 contagens)
Frequência de fundamental: Faixa: 40 Hz a 70 Hz
Exactidão: ± 0,25 Hz
THD: Faixa: 0,00 a 99,99
Exactidão: ± (3% + 8 contagens)
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 17
2.6 Qualidade de energia: Harmónicos
Entende-se por harmónicos, as frequências múltiplas da frequência original. A
existência de harmónicos na rede eléctrica ocorre quando a esta são ligadas cargas não
lineares, ou seja, cargas pelas quais passa uma corrente com uma forma de onda
diferente da forma de onda da tensão da rede. Hoje em dia são muitos os equipamentos
que geram harmónicos na rede.
Para avaliar a importância das componentes harmónicas num sinal usa-se o
parâmetro THD (“Total Harmonic Distortion” ou “Distorção Harmónica Total”). É a
percentagem do quociente entre o valor eficaz da componente harmónica total e o valor
eficaz da componente fundamental:
Equação (2-10)
Os harmónicos existentes nas redes deterioram a qualidade da energia, causando
inúmeros prejuízos: sobrecarga das redes de distribuição por aumento da corrente
eficaz; sobrecarga, vibrações e envelhecimento dos alternadores, transformadores,
motores; sobrecarga e envelhecimento dos condensadores de compensação de energia
reactiva; deformação da tensão de alimentação pode perturbar receptores sensíveis;
perturbação das redes de comunicação ou das linhas telefónicas. As sobrecargas da rede
obrigam a aumentar a potência necessária, e implicam perdas suplementares
2.7 Factor de Potência e cosϕ
Em grande parte das instalações eléctricas, nomeadamente nas do sector doméstico,
refere-se cosϕ e factor de potência como sendo a mesma coisa, este facto é na maioria
dos casos, incorrecto pois se houver conteúdo harmónico na rede, apresentam valores
diferentes. [11]
O factor de potência (PF) é definido pela relação entre a potência activa e a potência
aparente consumidas por uma carga ou conjuntos de cargas numa dada instalação
eléctrica, independentemente das suas formas de onda da tensão e da corrente.
Equação (2-11)
O cosϕ é a relação entre a potência activa e a potência aparente definido para cada
uma das componentes harmónicas.
2-Estado da Arte
18 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Equação (2-12)
Quando se analisa uma instalação com elevado conteúdo harmónico, facilmente é
perceptível que o cosϕ da componente fundamental e o factor de potência do sinal
deformado apresentam valores bastante diferentes [11].
Para uma fácil percepção da diferença entre factor de potência e cosϕ, um diagrama
fasorial é uma boa explicação, como se vê na Figura 2-9:
Figura 2-9 - Diagrama Fasorial de Potências [12]
Na figura é possível observar os fasores das potências, no plano X0Y, visualiza-
se o fasor da potência activa (P), coincidente com o eixo X, A potência reactiva (Q)
surge como perpendicular à potência activa. Da soma destes dois fasores obtém-se a
potência aparente (S1)
Se ao fasor da potência aparente (S1) for somado o fasor da potência harmónica
(H), paralelo ao eixo Z, pode ser calculada a potência aparente total (S), que aparece na
figura, sendo o seu fasor traçado desde a origem dos eixos até ao fim fasor (H).
Este diagrama fasorial aplica-se a tensões sinusoidais.
Factor de Potência da Fundamental = cos
( )
Equação (2-13)
Factor de Distorção = Cos δ (δ = ângulo entre o plano PQ e S)
2-Estado da Arte
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 19
Equação (2-14)
Factor de Potência Total = cosϕ (ϕ = ângulo entre P e S)
Equação (2-15)
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 21
3. Capítulo 3 - Tipos de Lâmpadas
Introdução
Este capítulo consiste na exposição dos tipos de lâmpadas usadas nos testes e o seu
princípio de funcionamento. È efectuada ainda uma previsão quanto ao futuro das
lâmpadas e enunciada a importância da reciclagem das lâmpadas que contêm mercúrio.
3.1 Construção da bancada de testes
Para uma maior facilidade na utilização e manuseio das lâmpadas durante as
medições, foi elaborada uma bancada de testes com pontos de acesso fáceis para medida
das principais grandezas eléctricas, (Figura 3-1):
Figura 3-1 - Bancada de testes
Todas as lâmpadas utilizadas, à excepção da fluorescente e da de iodetos
metálicos, possuem casquilho E27. A lâmpada de vapor de mercúrio foi ligada em série
com uma bobina, para criar a reactância necessária para o seu correcto funcionamento.
No caso da incandescente e da incandescente de halogéneo foram realizadas medições
com as mesmas ligadas directamente à rede eléctrica ou com recurso a um regulador de
potência, com o qual foi possível a realização de medições com diferentes níveis de
corrente fornecida.
3-Tipos de Lâmpadas
22 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
3.2 Tipos de Lâmpadas testadas
De forma a ser possível um estudo global do sistema de iluminação, foram
utilizados vários tipos de lâmpadas. Dentro da classe das fluorescentes compactas e das
de leds, que têm vindo a tomar posição importante no mercado, foram utilizadas várias
marcas e potências. Deste modo, neste projecto constam, uma lâmpada incandescente
convencional de 40W da marca Osram, uma lâmpada incandescente de halogéneo de
40W da marca Osram, quatro lâmpadas fluorescentes compactas (uma de 8w e outra de
12W da Osram, uma de 11W da Luxtek e uma de 15W da Phlight), três lâmpadas de
leds (uma da Light Space de 1-2W, uma da Kongyo de 2W e uma de 3,5W), uma
lâmpada de vapor de mercúrio de 80W da marca Radium, uma lâmpada de iodetos
metálicos de 70W da marca Sylvania e uma lâmpada fluorescente cilíndrica de 18W da
Osram,(ver a Tabela 3-1).
Tabela 3-1 – Lâmpadas Testadas
Lâmpada Potência
Incandescente Convencional
(Osram)
40W
Incandescente de Halogéneo
(Osram)
40W
Fluorescentes Compactas:
1-> Osram
2-> Osram
3-> Luxtek
4-> Phlight
8W
12W
11W
15W
Leds:
1-> Light Space
2-> Kongyo
3-> “Marca Branca”
1-2W
2W
3.5W
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 23
Vapor de Mercúrio (Radium)
80W
Iodetos Metálicos (Sylvania)
70W
Fluorescente Cilíndrica (Osram)
18w
Apesar de cada um dos diferentes tipos de lâmpadas possuir princípios de
funcionamento bastante diferentes, houve o cuidado de perceber bem o funcionamento
de cada antes das respectivas medições. Desta forma torna-se mais fácil a análise aos
resultados obtidos.
3.2.1 Lâmpada Incandescente Convencional
A lâmpada incandescente foi inventada no século XIX, sendo até considerada
“uma das maiores invenções da história da humanidade” [13].
As primeiras lâmpadas incandescentes, desenvolvidas por Thomas Edison,
utilizavam um filamento constituído por um fio fino de bambu carbonizado, no entanto
tratava-se de um filamento com muito pouca durabilidade, o que levou a que fossem
desenvolvidos outros tipos de filamento, baseados em fios metálicos, como o ósmio e o
tungsténio, (ver Figura 3-2).
Figura 3-2 - Lâmpada Incandescente
A generalidade deste tipo de lâmpadas é constituída por uma ampola de vidro
bastante fino, preenchido por um gás inerte e um fino filamento, normalmente
3-Tipos de Lâmpadas
24 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
constituído de tungsténio, que ao ser percorrido pela corrente eléctrica, aquece até à
incandescência emitindo uma luz de tom amarelado [13].
3.2.2 Lâmpada Incandescente de Halogéneo
Este tipo de lâmpada é constituído por um filamento isolado por um tubo de
quartzo, Figura 3-3, que contem substâncias halogéneas como bromo ou iodo. Quando a
lâmpada é ligada essas substâncias evaporam e combinam com as partículas de
tungsténio do filamento, que faz com que ao desligar a lâmpada o filamento se regenere,
aumentando dessa forma a durabilidade destas lâmpadas.
Figura 3-3 - Lâmpada Incandescente de halogéneo
3.2.3 Lâmpada fluorescente
A lâmpada fluorescente é constituída, na grande maioria dos casos, por um tubo
cilíndrico, (ver Figura 3-4), (em alguns casos este tubo pode ter outras formas).
Dentro do tubo existe árgon e vapor de mercúrio rarefeitos. Em condições
normais, o ar e os gases dificilmente conduzem correntes eléctricas se estiverem sob
pressões muito altas (como, por exemplo, a atmosférica). Gases e vapores rarefeitos,
Figura 3-4 - Lâmpada fluorescente
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 25
contudo, permitem a passagem de electricidade com relativa facilidade, produzindo
efeitos luminosos que encontram grande número de aplicações práticas.
Na Figura 3-5 pode ser vista uma ilustração do esquema de funcionamento da
lâmpada fluorescente auxiliada pelos componentes externos necessários à sua utilização.
Em cada extremidade do tubo há um eléctrodo sob a forma de um filamento,
revestido com um óxido. Quando se liga a lâmpada, os filamentos aquecem e emitem
electrões; isso inicia a ionização do gás. Um arrancador interrompe então o circuito,
automaticamente, e desliga o aquecimento dos filamentos. O balastro, ligado à lâmpada,
produz imediatamente um impulso de alta tensão, que inicia a descarga no árgon. Essa
descarga aquece e vaporiza o mercúrio, cuja maior quantidade está inicialmente sob
estado líquido, como se observa na Figura 3-6:
Figura 3-6 - Ionização do mercúrio [13]
Os electrões provenientes do filamento chocam-se com as moléculas de gás
mercúrio contidas no tubo, o que produz não só a excitação como também a ionização
Figura 3-5 - Esquema de funcionamento [14]
3-Tipos de Lâmpadas
26 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
dos átomos. Ionizados, os átomos do gás são acelerados pela diferença de potência entre
os terminais do tubo, e ao chocarem com outros átomos provocam outras excitações. O
retorno desses átomos ao estado fundamental ocorre com a emissão de fotões de energia
correspondente à radiação visível e ultravioleta (invisível). A radiação ultravioleta, ao
chocar com o revestimento fluorescente do tubo (fósforo), produz luz visível.
Empregando-se misturas de materiais foto luminescentes diversos é possível obter
diferentes tons de luz branca. A composição do revestimento das lâmpadas
fluorescentes é cuidadosamente estudada de modo a fornecer o tom de branco mais
adequado para lojas, escritórios ou residências, escolas, repartições públicas, etc. Em
habitações são usadas normalmente nas cozinhas. A característica principal destas
lâmpadas é a sua economia. A lâmpada fluorescente aquece pouco o que faz com que a
maior parte da energia eléctrica gasta no decurso da sua utilização seja usada para
iluminação, havendo um menor desperdício por aquecimento do que no caso das
lâmpadas de incandescência [14].
3.2.4 Lâmpada fluorescente compacta
A lâmpada fluorescente compacta, também conhecida por lâmpada
economizadora, tem um princípio de funcionamento semelhante ao da fluorescente,
atrás descrito. O seu tamanho e forma, contudo, não é cilíndrico mas semelhante ao das
lâmpadas de incandescência, (Figura 3-7). Duas das características fundamentais deste
tipo de lâmpada levam a pensar que ela será em breve a de utilização mais frequente: a
sua grande economia e a sua enorme durabilidade. Embora esta lâmpada seja quase dez
vezes mais cara do que uma lâmpada de incandescência de igual intensidade luminosa,
duram cerca de dez vezes mais e consomem cerca de dez vezes menos energia. O preço
destas lâmpadas tem vindo a baixar, dada a sua procura crescente, em parte motivada
pelo aumento de ecotaxas nas incandescentes.
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 27
Figura 3-7 - Lâmpada fluorescente compacta
3.2.5 Lâmpada de vapor de mercúrio
A lâmpada de vapor de mercúrio, (ver Figura 3-8), tem, dentro do tubo de
descarga, três eléctrodos, dois principais e um auxiliar.
Figura 3-8 - Lâmpada de vapor de mercúrio
3-Tipos de Lâmpadas
28 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
O tubo funciona com vapor de mercúrio e árgon. Entre o tubo e a ampola faz-se
o vácuo, para isolamento térmico. O arranque desta lâmpada é feito, inicialmente, entre
o eléctrodo auxiliar e o eléctrodo principal que lhe fica próximo. O processo de
ionização faz-se inicialmente nesta zona, expandindo-se progressivamente a toda a
ampola. Na Figura 3-9 pode ser visto um esquema interno deste tipo de lâmpada.
Figura 3-9 - Esquema interno da lâmpada de vapor de mercúrio [9]
Em série com o eléctrodo auxiliar, existe uma resistência de valor elevado para
limitar a corrente, pois de outro modo a lâmpada ficaria rapidamente em curto-circuito.
Quando todo o tubo fica ionizado, o caminho mais fácil para a corrente passa a
ser entre os dois eléctrodos principais, curto-circuitando o ramo do eléctrodo auxiliar
(com a resistência) Em série com os dois eléctrodos principais, introduz-se um balastro
(reactância) para limitar a corrente, tendo a vantagem suplementar de consumir pouca
energia. A luz desta lâmpada é caracterizada pela falta de raios de tons avermelhados,
tomando uma cor branco – azulada. Tem grande aplicação na iluminação de estradas,
aeroportos, grandes superfícies industriais e geralmente em grandes espaços interiores
[9].
3.2.6 Lâmpada de leds
LED é a sigla em inglês para “Light Emitting Diode”, ou Díodo Emissor de Luz.
Na Figura 3-10 pode ser vista uma lâmpada de leds com forma idêntica à incandescente.
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 29
Figura 3-10 - Lâmpada de leds
O LED é um díodo semicondutor (junção P‐ N) [15] que quando ligado emite
luz visível. A luz é monocromática e é produzida pelas interacções energéticas do
electrão. O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte eléctrica de energia
é chamado electroluminescência. Em qualquer junção P‐N polarizada directamente,
dentro da estrutura, próximo à junção, ocorrem recombinações de lacunas e electrões.
Essa recombinação exige que a energia possuída por esse electrão, que até então era
livre, seja libertada, o que ocorre na forma de calor ou fotões. A forma simplificada de
uma junção P‐N de um led demonstra o seu processo de electroluminescência. O
material dopante de uma área do semicondutor contém átomos com um electrão a
menos na banda de valência em relação ao material semicondutor. Na ligação, os iões
desse material dopante removem electrões de valência do semicondutor, deixando
"lacunas", portanto, o semicondutor torna‐se do tipo P. Na outra área do semicondutor,
o material dopante contém átomos com um electrão a mais do que o semicondutor puro
na sua faixa de valência. Portanto, na ligação esse electrão fica disponível sob a forma
de electrão livre, formando o semicondutor do tipo N. A luz emitida é monocromática,
sendo que a cor, dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o
componente é fabricado. O led que utiliza o arsenieto de gálio emite radiações
infra-vermelhas. Dopando‐se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de
acordo com a concentração. Utilizando‐se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogénio,
a luz emitida pode ser verde ou amarela. Hoje em dia, com o uso de outros materiais,
consegue‐se fabricar leds que emitem luz azul, violeta e até ultravioleta. Existem
também os leds brancos, mas esses são geralmente leds emissores de cor azul,
3-Tipos de Lâmpadas
30 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
revestidos com uma camada de fósforo do mesmo tipo usado nas lâmpadas
fluorescentes, que absorve a luz azul e emite a luz branca [15].
3.2.7 Lâmpada de iodetos metálicos
A lâmpada de vapor metálico é semelhante a lâmpada de vapor de mercúrio,
excepto pela presença de iodetos metálicos, que têm um maior desempenho, e pela
possibilidade de se variar a coloração da lâmpada pela selecção dos iodetos metálicos
colocados no interior do tubo de descarga. Esse tipo de lâmpada, como se pode ver na
Figura 3-11, também conta com um revestimento de alumínio nas extremidades do tubo
de descarga, cujo objectivo é reflectir o calor produzido pela descarga para os
eléctrodos, impedindo a condensação dos iodetos no interior do tubo de descarga da
lâmpada.
Figura 3-11- Lâmpada de iodetos metálicos
A lâmpada de vapor metálico é a que apresenta o maior número de aplicações,
destacando-se a iluminação de montras de algumas lojas, estádios de futebol,
monumentos, indústrias, iluminação residencial, e outras. A lâmpada de vapor metálico
está disponível numa enorme gama de potências, indo de 10W até 3500W, e o seu
rendimento roda em torno de 100 lumenes/watt, ou seja, o dobro da tradicional lâmpada
de vapor de mercúrio. [16]
3.3 Previsões quanto ao futuro dos tipos de lâmpadas
A tendência de evolução na área da iluminação tem tido como maior preocupação o
melhoramento quanto a gastos de energia, como tal, normas claras têm vindo a ser
tomadas com vista á abolição das lâmpadas de classe energética inferior. Com esse
intuito, (ver Figura 3-12), o fim de comercialização das lâmpadas incandescentes está
faseado atendendo às potências das mesmas. Neste momento, apenas podem ser
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 31
encontradas no mercado, lâmpadas incandescentes de 60W ou menos. O limite
definitivo está apontado para Setembro de 2012, findo este prazo, este tipo de lâmpadas
desaparecerá definitivamente do mercado.
Figura 3-12 - Evolução temporal das lâmpadas [17]
Por outro lado e não menos importante os fabricantes são obrigados e indicar na
embalagem das lâmpadas o número de vezes que as mesmas podem ser ligadas e
desligadas, o seu fluxo luminoso (expresso em lúmenes) e a sua potência (expressa em
Watts). Este tipo de medidas são muito importantes pois permitem elucidar melhor os
consumidores finais, assim como também obrigam os produtores a terem um maior
cuidado na concepção dos novos artigos de modo a que cumpram as normas mínimas
impostas.
Estas novas directivas estão directamente voltadas para a diminuição do consumo
energético e preservação do Meio Ambiente. Como tal, a preocupação com o uso do
mercúrio tem sido um factor de grande importância, dado que o mercúrio contido no
conjunto das lâmpadas em utilização em 2005 foi estimado em 12,6 toneladas. Se não
forem adoptadas medidas específicas, está previsto que essa quantidade venha a
aumentar para 18,6 toneladas em 2020, embora já tenha sido demonstrado que é
possível reduzi-la de forma significativa O consumo anual de electricidade na
Comunidade dos produtos abrangidos pelo regulamento (CE) N.o 245/2009 foi estimado em
200 TWh em 2005, o que corresponde à emissão de 80 Mt de CO2. Se não forem
3-Tipos de Lâmpadas
32 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
adoptadas medidas específicas, está previsto que esse consumo venha a aumentar para
260 TWh em 2020. Os estudos preparatórios demonstraram que o consumo de
electricidade dos produtos abrangidos pelo referido regulamento pode ser reduzido
significativamente [18].
Tecnologia OLED
A tecnologia OLED, “Organic light emitting diodes”, tem vindo a ser
aprofundada e a sua eficiência tem vindo a aumentar progressivamente. Há fortes
indícios que apontam no sentido deste tipo de dispositivos luminosos serem usados na
área da iluminação a médio prazo.
Ao contrário da lâmpada incandescente que produz luz pela passagem da corrente
por um filamento ou das fluorescentes nas quais a corrente flui através de um gás, a
iluminação OLED funciona através da passagem da corrente eléctrica por uma ou várias
camadas extremamente finas de semicondutores orgânicos. Trata-se da sobreposição de
uma carga negativa da camada de alumínio e uma camada transparente de óxido de
índio e estanho, com carga positiva. As duas camadas estão presas a uma lâmina de
vidro ou outro material transparente, ao qual é atribuído o nome de “suporte”. Quando
se aplica corrente na camada de alumínio, a mesma desloca-se em direcção à camada
positiva através da camada orgânica. A película que atravessa a corrente emite luz com
cor variável dependendo do material das camadas.
A iluminação OLED irá abranger habitações, locais de trabalho, áreas públicas e
até mesmo em meios de transporte como automóveis e aviões. Sendo esta uma fonte de
luz que permite uma melhoria significativa na aparência dos espaços envolventes, como
se pode ver na Figura 3-13, ao mesmo tempo que protege o meio ambiente. Com
recurso a este tipo de tecnologia torna-se possível a criação de telhados com cores
brilhantes, no sentido exacto da palavra, painéis de vidro que pode ser acesos com o
ligar de um interruptor, janelas que de noite emitem uma iluminação delicada.
3-Tipos de Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 33
Figura 3-13 - Iluminação a OLED [19]
Quando a evolução da iluminação atingir este patamar será possível terminar a era
das lâmpadas que ofuscam e a cintilação das fluorescentes, dando estas lugar a uma
iluminação uniforme cuja intensidade e cor podem ser ajustadas sendo ainda adaptável a
qualquer superfície dada a sua adaptabilidade a várias formas [20].
3.4 Reciclagem de lâmpadas que contenham mercúrio
A reciclagem toma agora um papel bastante mais importante na área da
iluminação que aquele que tinha vindo a ter até aqui com as lâmpadas incandescentes
comuns. Nos dias de hoje, com o aumento do recurso a lâmpadas fluorescentes
compactas torna-se necessário um cuidado no fim de vida das mesmas. Este tipo de
lâmpadas, no ciclo final da sua vida útil, mesmo que ainda funcionem, vão perdendo
luminosidade, quando já não tiver intensidade suficiente, é necessário substituí-la. As
lâmpadas usadas devem ser entregues no local da compra da nova, para serem enviadas
para a reciclagem, em alternativa, podem ser entregues directamente num centro de
recepção, os mesmos podem ser consultados em http://www.amb3e.pt.
Quando se troca uma lâmpada incandescente por uma fluorescente compacta, é
necessário cuidado ao manuseá-la de forma a evitar quebras e libertação de mercúrio. O
mercúrio é um componente essencial ao funcionamento das fluorescentes compactas,
embora limitado a 5mg por lâmpada. A título comparativo, um termómetro antigo tinha
3-Tipos de Lâmpadas
34 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
cerca de 500mg, o que representa cem vezes mais. Se ocorrer a quebra do vidro de uma
lâmpada deste tipo, o mercúrio pode espalhar-se, sendo este um risco menor nas
lâmpadas de invólucro duplo.
Em caso de quebra é aconselhável que areje o local durante 15 minutos e que se
varra o vidro, o pó e o mercúrio para um frasco de vidro ou saco plástico e se feche.
Não é aconselhado o uso do aspirador. Deve ser lavado o chão com um pano húmido,
que deve ser deitado fora no final [3].
3.5 Conclusão
Após a realização de um estudo inicial foi possível ter uma ideia clara das
interferências causadas por cada tipo de lâmpada na rede eléctrica. Desta forma foi mais
simples a realização das medições. Seguidamente e após a análise aos resultados
obtidos, é possível apresentar um estudo da melhor finalidade de cada de modo a
reduzir o consumo de energia eléctrica na medida do possível, dado que esta área, da
iluminação, tem tido elevada importância e preocupação pois nos dias de hoje
representa uma parte significativa do consumo global de energia.
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 35
4. Capítulo 4 - Medições
Introdução
Neste capítulo são apresentadas as medições efectuadas a cada uma das lâmpadas
usadas e são comentados os resultados.
Tal como acontece em todos os projectos efectuados, antes de tudo é necessário um
trabalho de campo importante de forma a um entendimento do princípio de
funcionamento do material ou objecto em causa. Contando com essa base, no capítulo
dois foi citado um estudo dos conceitos de luminotecnia e no capítulo três do princípio
de funcionamento de cada uma das lâmpadas utilizadas no projecto. Após o estudo foi
mais fácil identificar as interferências causadas pelas cargas na rede eléctrica, desta
forma, foi utilizado o aparelho monitorizador de qualidade de energia eléctrica, Fluke
43 Power Quality Analyzer. Através deste aparelho, foram visualizadas as formas de
onda da tensão e corrente, da potência e dos conteúdos harmónicos, com o software do
aparelho foram feitos e transferidos “prints” para o computador. Dado que o Fluke
possui uma pinça amperimétrica para medição da corrente e em algumas das cargas,
como, as lâmpadas fluorescentes compactas e as lâmpadas de leds, a corrente tem
valores muito baixos, houve uma certa dificuldade em obter medições exactas, pelo que
se optou á posteriori pelo uso de uma bobina de fio com cem espiras, desta forma foi
possível obter valores exactos, tendo em conta o devido factor multiplicativo.
4.1 Medição dos conteúdos Harmónicos
No decorrer deste trabalho, foi realizado um estudo exaustivo dos conteúdos
harmónicos de cada uma das lâmpadas utilizadas nos testes de forma a obter um valor
aproximado das influências de cada um quando ligados na rede eléctrica.
Tal como foi mencionado no capitulo três, é de salientar que a corrente apresentada
nos gráficos está inflacionada pelas cem espiras da bobina de fio utilizada para a pinça
amperimétrica, ou seja, o valor da corrente, assim como o da potência, são cem vezes
menor que o valor visualizado nas imagens.
4-Medições
36 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Lâmpada Incandescente [21]
Ligada directamente á rede eléctrica
Como a lâmpada incandescente é puramente resistiva, pode ser observado que a
forma de onda da corrente está em fase com a da tensão e apresenta uma forma
sinusoidal, (ver Figura 4-1). Por esta carga ser puramente resistiva o cos é igual ao
PF A corrente consumida nesta situação são 173,9mA (valor eficaz).
Figura 4-1 - a)Tensão / Corrente Lamp. Incand. Ligada Directa b) Potencia Incandescente Directa
Através da visualização do gráfico dos harmónicos, na Figura 4-2, pode-se
verificar que o conteúdo harmónico da corrente é baixo, ou seja apenas 2,3%, valor que
é causado por outras cargas acopladas á rede no momento das medições, cargas essas,
não lineares.
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 37
Figura 4-2 – Harmónicos Lam. Incand. Directa
Ligada a um regulador de Potência (Potência mínima)
È de salientar que o regulador de potência que foi utilizado é electrónico, como
tal recorre a componentes electrónicos não lineares (a título de exemplo, o triac). Este
tipo de componentes dá origem a harmónicos, nomeadamente na forma de onda da
corrente e consequentemente da potência.
Com um regulador de potência, consegue-se reduzir a corrente que chega a uma
carga, neste caso, á lâmpada, e em vez desta receber toda a onda sinusoidal de corrente,
recebe apenas parte desta, (Figura 4-3), neste caso, com o regulador no mínimo, a
corrente que passa para a carga é pouca, 40 mA (valor eficaz).
Figura 4-3 - a) Tensão / Corrente Lamp. Incand com Potência mínima b) Potência Lamp. Incand. com
Potência mínima
4-Medições
38 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Com a inclusão de um regulador de potência, tornou-se uma carga que não tinha
conteúdo harmónico praticamente nenhum, numa carga que passa a apresentar um THD
de 144,1%, Figura 4-4:
Figura 4-4 – Harmónicos Lamp. Incand. com Potência mínima
Ligada a um regulador de Potência (Potência média)
Na forma de onda da corrente, como se pode ver na Figura 4-5,é possível
constatar, face á anterior, que esta já se começa a assemelhar á forma sinusoidal, já
conduz em metade da sinusóide. A potência fornecida á carga já é bastante superior à
inicial.
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 39
Figura 4-5 - a) Tensão/Corrente Lamp. Incand. com Potência Média b) Potência Lamp. Incand. com Potência
média
Neste caso, a potência Harmónica já diminuiu o que é um indicador que o PF e o
cos já apresentam valores mais próximos. O THD baixou de 144,1%, no caso da
potência mínima para 61,6%, neste caso de potência média, (Figura 4-6):
Figura 4-6 - Harmónicos Lamp. Incand. com Potência média
4-Medições
40 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Ligada a um regulador de Potência (Potência máxima)
Mesmo com o regulador de potência no máximo, a forma de onda da corrente,
(ver Figura 4-7), não fica uma sinusóide completa, devido á queda de tensão que ocorre
no circuito electrónico de regulação. Nesta situação a lâmpada consome 160mA (valor
eficaz).
Figura 4-7 - a) Tensão/Corrente Lamp. Incand.com Potência máxima b) Potência Lamp.Incand. com Potência
máxima
Mesmo com o regulador de potência ajustado para a máxima corrente fornecida
à carga, ocorrem quedas dentro do próprio regulador, o que dá origem ao aparecimento
de harmónicos, como se pode ver na Figura 4-8. É por esse factor que nesta situação se
obtém um valor de THD quase nove vezes superior ao obtido na medição sem uso de
regulador.
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 41
Figura 4-8 – Harmónicos Lamp. Incand. com Potência máxima
Lâmpada de Halogéneo [22]
A lâmpada de halogéneo tem um princípio de funcionamento em grande parte
idêntico á da incandescente convencional. Como tal tanto a nível de potência como de
conteúdo harmónico são praticamente iguais, a diferença prende-se com a vida útil. Tal
como se vê na Figura 4-9, a corrente está em fase com a tensão e o conteúdo harmónico
é muito baixo, (Figura 4-10), e deve-se, tal como na lâmpada incandescente
convencional, ás cargas não lineares ligadas na rede na altura das medições.
Ligada directamente á rede eléctrica
Figura 4-9 - a) Tensão/Corrente Lamp. Halogéneo Directa b) Potência Lamp. Halogéneo Directa
4-Medições
42 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-10 – Harmónicos Lamp. Halogéneo Directa
Ligada a um regulador de Potência (Potência mínima)
Com o recurso ao regulador de potência, já se torna uma carga linear, numa
carga não linear e com isto origina-se uma diminuição drástica no cos e diferença
entre este e o PF, como se vê na Figura 4-11, o que já indica a presença de harmónicos.
Figura 4-11 - a) Tensão/Corrente Lamp. Halogéneo Potência mínima b) Potência Lamp. Halogéneo Potência
mínima
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 43
Com a lâmpada ligada ao regulador de potência, tem-se à semelhança do caso
anterior da lâmpada incandescente, uma queda que se reflecte na diminuição da
potência e geração de elevado conteúdo harmónico, como se vê na Figura 4-12. A
corrente que a lâmpada consome com o regulador de potência no mínimo são 40mA
(valor eficaz).
Figura 4-12 – Harmónicos Lamp. Halogéneo Potência mínima
Ligada a um regulador de Potência (Potência média)
À semelhança do que sucede com a lâmpada incandescente convencional, a de
halogéneo, quando ligada ao regulador de potência com o dito regulador a meio curso,
também apresenta uma redução na diferença entre o PF e o cos , (ver Figura 4-13), ao
mesmo tempo que o THD baixa de 143,7% para 60,8%, como se vê na Figura 4-14.
4-Medições
44 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-13 - a) Tensão/Corrente Lamp. Halogéneo Potência média b) Potência Lamp. Halogéneo Potência
média
Figura 4-14 – Harmónicos Lamp. Halogéneo Potência média
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 45
Ligada a um regulador de Potência (Potência máxima)
Com o regulador de potência no máximo a lâmpada de halogéneo consome
160mA (valor eficaz). À semelhança do que sucede com a lâmpada incandescente
convencional, a forma de onda da corrente não apresenta a sinusóide completa devido à
queda que ocorre nos semicondutores do regulador, como se pode ver na Figura 4-15.
Figura 4-15 - a) Tensão/Corrente Lamp. Halogéneo Potência máxima b) Potência Lamp.Halogéneo Potência
máxima
O conteúdo harmónico apresentado, na Figura 4-16, apesar de relativamente
baixo, representa oito vezes mais que o valor da mesma lâmpada ligada directamente à
rede sem o uso do referido regulador de potência.
4-Medições
46 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-16 – Harmónicos Lamp. Halogéneo Potência máxima
Lâmpada Fluorescente [23]
A lâmpada fluorescente consome uma corrente de cerca de 330mA (valor eficaz
correspondente à lâmpada e ao balastro), como se vê na Figura 4-17.
Figura 4-17 - a) Tensão/Corrente Lamp. Fluorescente b) Potência Lamp. Fluorescente
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 47
A lâmpada fluorescente é, nos dias de hoje, uma lâmpada muito usada, tanto em
habitações, onde é comum ser encontrada na iluminação de cozinhas, como no meio
laboral, em salas de trabalho, em fábricas, nas instituições de ensino. Este tipo de
lâmpada, tal como se pode ver na Figura 4-18, apresenta um baixo conteúdo harmónico,
aliado a um alto rendimento. Estes factores são um bom princípio para o seu uso em
massa.
Figura 4-18 – Harmónicos Lamp. Fluorescente
Lâmpada Fluorescente Compacta (Osram 8W) [24]
A primeira lâmpada fluorescente compacta que foi utilizada nas medições foi
uma Osram de 8W.
Tal como já era esperado, a forma de onda da corrente, (ver Figura 4-19),
apresentou um aspecto que em nada se assemelhou a uma sinusóide, tal facto deve-se ao
facto deste tipo de cargas, como a lâmpada fluorescente compacta, não serem lineares
no consumo de corrente.
4-Medições
48 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-19 - a) Tensão/Corrente Lamp. FC Osram 8W b) Potência Lamp. FC Osram 8W
Por sua vez, a não linearidade deste tipo de cargas reflecte-se num conteúdo
harmónico elevado, THD de 107.8, como se vê na Figura 4-20.
Figura 4-20 – Harmónicos Lamp. FC Osram 8W
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 49
Lâmpada Fluorescente Compacta (Osram 12W) [24]
A segunda lâmpada fluorescente compacta testada foi uma Osram de 12W. O
aumento da potência desta segunda lâmpada fluorescente compacta testada face à
primeira, reflecte-se num aumento da corrente debitada à rede, como se observa na
Figura 4-21.
Figura 4-21 - a) Tensão/Corrente Lamp. FC Osram 12W b) Potência Lamp. FC Osram 12W
Pode ser verificado que o conteúdo harmónico é muito semelhante ao da 8W. Na
Figura 4-22, tal facto deve-se a estas duas lâmpadas serem da mesma marca e terem um
conversor electrónico similar.
4-Medições
50 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-22 – Harmónicos Lamp. FC Osram 12W
Lâmpada Fluorescente Compacta (Luxtek 11W) [25]
Na Figura 4-23, podem ser vistas as formas de onda da tensão e corrente para a
referida lâmpada:
Figura 4-23 - a) Tensão/Corrente Lamp. FC Luxtek 11W b) Potência Lamp. FC Luxtek 11W
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 51
A terceira lâmpada fluorescente compacta utilizada nos testes foi uma Luxtek de
11W. Apesar de ser de potência quase igual à anterior, esta apresenta um conteúdo
harmónico bastante mais elevado, como se pode ver na Figura 4-24:
Figura 4-24 – Harmónicos Lamp. FC Luxtek 11W
Este facto é importante para se perceber como é possível haver diferenças entre
marcas. Apesar de a potência ser equivalente, as interferências causadas na rede
eléctrica são bastante diferentes e este é um caso no qual se pode constatar que por
vezes há diferenças de marca para marca. Uma escolha mais cuidada que pondere estes
factores, pode ser determinante para uma optimização da degradação da qualidade da
energia da rede.
4-Medições
52 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Lâmpada Fluorescente Compacta (Phlight15W)
A quarta lâmpada fluorescente compacta a ser testada foi uma Phlight de 15W.
Este caso foi mais uma prova de que há mudanças de marca para marca, no que diz
respeito a interferências na rede eléctrica. Neste caso a lâmpada foi adquirida como
sendo de marca e gama inferior e apesar da potência real, (ver Figura 4-25), ser inferior
à anunciada esta lâmpada foi a que apresentou menor conteúdo harmónico na classe das
fluorescentes compactas, como se pode ver na Figura 4-26.
Figura 4-25 - Tensão/Corrente Lamp. FC Phlight 15W b) Potência Lamp. FC Phlight 15W
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 53
Figura 4-26 - Harmónicos FC Lamp. Phlight 15W
Lâmpada de Iodetos Metálicos
A lâmpada de iodetos metálicos (70W da marca Sylvania) [16], é uma lâmpada
de descarga, como tal apresenta oscilações na forma de onda da corrente, (Figura 4-27),
estas oscilações traduzem-se num conteúdo harmónico de 55,8%, como pode ser visto
na Figura 4-28, este valor pode ser considerado médio.
Figura 4-27 - a) Tensão/Corrente Lamp. Iodetos Metálicos b) Potência Lamp. Iodetos Metálicos
4-Medições
54 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-28 – Harmónicos Lamp. Iodetos Metálicos
Lâmpada de Vapor de Mercúrio
A lâmpada de vapor de mercúrio (80 W da marca Radium) [26] liga-se em série
com uma bobina, esta bobina estabiliza o valor da corrente, apresentando a forma de
onda da corrente uma forma bastante próxima da sinusoidal, como se pode ver na
Figura 4-29. Sendo que esta lâmpada ainda é utilizada em iluminação pública, é
conveniente que contenha um baixo conteúdo harmónico, este factor é satisfeito, tal
como se pode apurar na Figura 4-30.
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 55
Figura 4-29 - Tensão/Corrente Lamp. Vapor de Mercúrio b) Potência Lamp. Vapor de Mercúrio
Figura 4-30 – Harmónicos Lamp. Vapor de Mercúrio
4-Medições
56 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Lâmpada de Leds (1)
Sendo as lâmpadas de leds o futuro da iluminação, é necessário dar-lhes elevada
atenção. A primeira lâmpada testada foi uma Light Space de 1-2W. Dado que estas
cargas consomem muito pouca corrente, torna-se complicado visualizar a sua forma de
onda, daí ser necessário recorrer a espiras de fio, como já foi referido anteriormente,
(ver Figura 4-31). O conteúdo harmónico situa-se abaixo das lâmpadas fluorescentes
compactas, como se vê na Figura 4-32, sendo este um bom indicador quanto ao seu
futuro.
Figura 4-31 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds1 b) Potência Lâmpada leds1
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 57
Figura 4-32 - Harmónicos Lâmpada leds1
Lâmpada de Leds (2)
A segunda lâmpada de leds a ser testada, foi uma Kongyo de 2W. Esta lâmpada
já apresentou uma potência superior à anterior, (Figura 4-33), embora a diferença seja
baixa. Contudo o seu conteúdo harmónico já apresentou um aumento considerável, (ver
Figura 4-34).
Figura 4-33 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds2 b) Potência Lâmpada leds2
4-Medições
58 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 4-34 - Harmónicos Lâmpada leds2
Lâmpada de Leds (3)
A terceira lâmpada de leds testada foi uma lâmpada de “marca branca” com
3,5W. Esta lâmpada, que ao contrário das duas primeiras lâmpadas de leds testadas que
apresentavam uma projecção de luz apenas frontal servindo como focos de luz,
apresenta uma distribuição uniforme em toda a área envolvente. Esta distribuição
prende-se com a colocação de leds em toda a superfície da mesma. O aumento do nível
de potência face às duas primeiras, pode ser visto na Figura 4-35. Apesar deste aumento
da potência, o conteúdo harmónico, (ver Figura 4-36), quando comparado com o das
duas primeiras, pode ser considerado aceitável, conseguindo mesmo um nível similar ao
da lâmpada de menor potência.
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 59
Figura 4-35 - a) Tensão/Corrente Lâmpada leds3 b) Potência Lâmpada leds3
Figura 4-36 - Harmónicos Lâmpada leds3
4-Medições
60 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Valores das grandezas eléctricas medidas
Tabela 4-1 - Valores das grandezas eléctricas medidas
Lâmpadas Tensão (V) Corrente
(mA)
Potência
(W)
Factor de
Potência
THD
(%)
Incandescente 223,5 173,9 38,87 1,00 2,3
Inc. Halogéneo 224,5 173,0 38,84 1,00 2,7
Fluorescente 221,7 330,0 27,80 0,38 5,9
F. Compacta
Osram 8W
225,2 53,4 10,70 0,89 107,8
F. Compacta
Osram 12W
225,5 101,5 20,60 0,90 112,8
F. Compacta
Luxtek 11W
226,2 98,9 21,00 0,94 177,1
F. Compacta
Phlight 15W
226,2 58,4 11,49 0,87 94,4
Leds1 222,1 15,8 0,77 0,22 32,0
Leds2 222,1 20,2 2,06 0,46 50,4
Leds3 220,0 57,1 3,77 0,30 38,0
Vapor de
Mercúrio
221,1 737,0 89,62 0,55 10,2
Iodetos
Metálicos
221,3 511,0 101,77 0,90 55,8
4-Medições
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 61
4.2 Conclusão
Após a medição das grandezas eléctricas de cada uma das cargas, foi possível ter
uma ideia mais clara e organizada acerca das suas propriedades e especificações. Desta
forma fica mais clarificada a associação de uma determinada lâmpada a uma dada
finalidade ou local indicado. Foi notória a diferença que há de marca para marca dentro
de classes de lâmpadas, daí a necessidade de uma escolha cuidada e atenta a pormenores
que a médio prazo podem ter um peso elevado nos custos com a energia eléctrica,
duração da lâmpada e até problemas relacionados com a visão.
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 63
5. Capítulo 5 – Análise das características das Lâmpadas
Introdução
Neste capítulo são visíveis as características técnicas das várias lâmpadas testadas,
assim como também são referidos alguns resultados gerais e expostos gráficos da
análise de custos da utilização das lâmpadas testadas.
5.1 Características Técnicas
Lâmpada Incandescente
A lâmpada incandescente utilizada nos ensaios foi uma CLASSIC A – Bulbo
Claro da Osram, que apresenta uma potência de 40 W, um fluxo luminoso de 415 lm e
uma temperatura de cor de 2700 K. Esta lâmpada, apresenta também um índice de
reprodução de cor de 100. A sua posição de utilização é universal e a estimativa da sua
vida útil roda em torno das mil horas (1000h). Este tipo de lâmpadas permite que sejam
ligadas a um regulador de potência de forma a uma regulação da mesma.
Lâmpada Incandescente de Halogéneo
A lâmpada incandescente de halogéneo utilizada, foi uma Halolux Classic –
Bulbo claro da Osram. A potência desta lâmpada é de 40 W, apresentando um fluxo
luminoso de 490 lm e uma temperatura de cor de 2800 K. O índice de reprodução de cor
é de 100. A posição de utilização é universal e a estimativa da sua vida útil, situa-se
aproximadamente em duas mil horas (2000h). Tal como nas Incandescentes
convencionais, este tipo de lâmpadas também permite a ligação a um regulador de
potência.
Lâmpada Fluorescente
A lâmpada fluorescente utilizada foi uma L 18W/765 da Osram. A potência desta
lâmpada é de 18 W, o seu fluxo luminoso é de 1050 lm, a sua temperatura de cor é 6500
K. Esta lâmpada apresenta um índice de reprodução de cor de 70-79. A sua posição de
utilização é universal. Este tipo de lâmpadas permite, nos dias de hoje, a regulação da
sua potência, se estiverem ligadas a um balastro electrónico específico para o efeito.
5-Análise das características das Lâmpadas
64 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Lâmpada Fluorescente Compacta (Osram8W)
A Primeira lâmpada fluorescente compacta testada foi a DULUX 8W/827 da
Osram. Esta lâmpada apresenta um fluxo luminoso de 400 lm, uma temperatura de cor
de 2700 K, um índice de reprodução de cor de 80-89. Esta lâmpada possui uma vida útil
que se estima em torno das dez mil horas (10 000h)
Lâmpada Fluorescente Compacta (Osram12W)
A segunda lâmpada fluorescente compacta testada foi a DULUX 12W/840 da
Osram. Esta segunda lâmpada, dentro da classe das Fluorescentes Compactas, apresenta
um fluxo luminoso de 660 lm, uma temperatura de cor de 4000 K e um índice de
reprodução de cor de 80-89. Assim como a primeira, esta segunda lâmpada anuncia uma
vida útil de cerca de dez mil horas (10 000h).
Lâmpada Fluorescente Compacta (Luxtek)
A terceira lâmpada fluorescente compacta testada foi uma Luxtek de 11 W, esta
lâmpada não apresentava dados específicos acerca das suas características. Contudo,
com analogia relativamente às outras lâmpadas testadas a sua temperatura de cor pode
ser definida em cerca de 3000 K e o seu índice de reprodução de cor de cerca de 80.
Lâmpada Fluorescente Compacta (Phlight)
A quarta lâmpada fluorescente compacta testada foi uma Phlight de 15 W, esta
lâmpada, como é de marca desconhecida, não apresentava especificações técnicas na
sua embalagem. Consequentemente, não há informações disponíveis acerca do fluxo
luminoso. A temperatura de cor, por analogia com a escala, pode ser fixada em 6500 k.
Lâmpada de leds (Light Space 1,5W)
A primeira lâmpada de leds utilizada foi uma de 1,5 W da Light Space. A sua
temperatura de cor é da ordem dos 6000 K. Dada a sua construção, com leds apenas na
extremidade da lâmpada, a sua função centra-se á iluminação de montras ou
substituição das incandescentes em armaduras embutidas em paredes.
5- Análise das características das Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 65
Lâmpada de leds (Kongyo 2W)
A segunda lâmpada de leds utilizada foi uma Kongyo de 2 W, esta lâmpada, à
semelhança da primeira, apresenta uma construção com leds apenas na extremidade
frontal. A temperatura de cor apresentada foi de 5000 K.
Lâmpada de leds (3,5W)
A terceira lâmpada de leds utilizada foi uma de 3,5 W que apresenta uma
construção pensada na substituição directa pela incandescente convencional, dada a
uniforme distribuição dos leds em toda a área circundante. Desta forma e ao contrário
das duas primeiras lâmpadas de leds, esta última emite luz em todos os ângulos
abrangidos por uma lâmpada incandescente. A sua temperatura de cor foi de 3500 K.
Lâmpada de Iodetos Metálicos
A lâmpada de iodetos metálicos testada foi uma Sylvania de 70 W. Esta apresenta
um fluxo luminoso de 5500 lm, uma temperatura de cor de 4000 K e um índice de
reprodução de cor de 80. A estimativa de vida útil deste tipo de lâmpada cifra-se em
nove mil horas (9000h)
Lâmpada de Vapor de Mercúrio
A lâmpada de vapor de mercúrio testada foi uma Radium de 80 W. O seu fluxo
luminoso é de 3800 lm, a sua temperatura de cor é da ordem dos 4200 K e um índice de
reprodução de cor de 50. A vida útil deste tipo de lâmpada é de cerca de dez mil horas
(10 000h).
5-Análise das características das Lâmpadas
66 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
O fluxo luminoso varia de forma significativa consoante o tipo de lâmpada, como
se pode verificar na Figura 5-1.
A lâmpada de halogéneo apresenta uma ligeira melhoria a nível de fluxo luminoso
face à incandescente convencional. A fluorescente e a fluorescente compacta
apresentam um fluxo luminoso significativo para a sua potência. A de leds é a que
menor fluxo apresenta de todas as testadas, em parte devido à sua baixa potência,
contudo já estão a surgir novos leds com maior fluxo luminoso. As duas lâmpadas que
maior fluxo luminoso emitem são a de vapor de mercúrio e a de iodetos metálicos,
sendo estes dois tipos indicados para a iluminação exterior em grandes áreas.
Figura 5-1 - Fluxo luminoso
Com o intuito de se obter uma estimativa do nível de iluminação proporcionado
por cada uma das lâmpadas testadas, foi realizada uma medição em laboratório com
recurso a um luximetro da marca BEHA, para tal foi criado um ambiente escuro de
forma a serem eliminadas as interferências externas. O nível de iluminação sem
nenhuma lâmpada ligada foi de 3lux, sendo que os dados apresentados na Figura 5-2 já
estão rectificados atendendo a este factor. As condições de medição foram iguais para
todas as lâmpadas e os dados obtidos correspondem á leitura do luxímetro a um metro
de distância em linha recta com a lâmpada.
L. Incandescente
L. Inc. Halo.
L. Fluoresc
ente
L. Fluor. Comp.
L. LedsL. Vapor
Merc.
L. Iod. Metálic
os
Fluxo luminoso 415 490 1050 660 80 3800 5500
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Lum
ens
Fluxo luminoso
5- Análise das características das Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 67
A título comparativo é possível constatar que a lâmpada incandescente
convencional apresenta um nível de iluminação superior à de halogéneo, este facto
deve-se a esta ultima possuir um tubo de quartzo a envolver o filamento, ajudando desta
forma a uma maior difusão da luz em todas as direcções. A lâmpada fluorescente,
apresenta um nível de iluminação bastante elevado para a sua potência o que a torna
uma boa escolha para iluminação de espaços de trabalho e leitura. A primeira lâmpada
de leds testada apresentou um nível de iluminação bastante superior às outras da sua
classe, apesar de esta ser a de inferior potência, tal facto prende-se com o seu formato de
lâmpada projectora.
Figura 5-2 - Nível de Iluminação individual de cada lâmpada testada (d=1 metro)
5.2 Resultados Gerais
Após o apuramento das grandezas eléctricas, dados técnicos do tempo de vida útil
das lâmpadas e estudo acerca dos gastos médios com a energia eléctrica no que
concerne ao utilizador final, é possível efectuar uma série de estudos acerca dos gastos
monetários com o uso de cada tipo de lâmpada e apurar o retorno de investimento.
5-Análise das características das Lâmpadas
68 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Análise de custos
Neste ponto foi realizado um estudo acerca dos preços de aquisição e a
durabilidade para cada tipo de lâmpada. Inicialmente os preços para aquisição das
lâmpadas são muito diferentes consoante o tipo de lâmpada escolhido, de realçar que
mesmo para lâmpadas do mesmo tipo, os preços podem ser muito díspares, consoante as
marcas, no entanto foi efectuada uma média para cada um dos casos, conforme se vê na
Tabela 5-1:
Tabela 5-1 - Análise de custos
Lâmpadas
Pre
ços
de
com
pra
(€)
Du
rab
ilid
ad
e (h
)
En
ergia
Con
sum
ida
por
hora
(W
h)
Rel
açã
o
Pre
ço/D
ura
ção
(€/1
00
0h
)
Rel
açã
o C
ust
o x
En
ergia
Con
sum
ida
por
1000 h
ora
(€)(
1)
Incandescente 1,0 1000 40 1,00 5,036
Incandescente
Halogéneo
3,0 2000 40 1,50 5,036
Fluorescente 3,5 10000 18 0,35 2,266
Fluorescente
Compacta
5,0 10000 12(2) 0,50 1,511
Leds 8,0 20000 2(3) 0,40 0,252
Vapor de
Mercúrio
8,0 10000 80 0,80 10,072
Iodetos
Metálicos
25,0 9000 70 2,78 8,813
(1) - Utilizando o valor de 0,1259 €/kWh [27]
(2) - Média ponderada da potência das lâmpadas fluorescentes compactas
testadas
5- Análise das características das Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 69
(3) - Média ponderada da potência das lâmpadas de leds testadas
Seguidamente e de forma clarificar os dados apurados na (Tabela 5-1), são
expostos gráficos para uma melhor percepção dos valores obtidos. Desta forma, na
Figura 5-3 é exposto um gráfico da duração de cada um dos tipos de lâmpadas.
Figura 5-3 - Duração de cada tipo de lâmpada
Através da análise do gráfico, Figura 5-3, é notória a diferença que existe no
tempo de vida útil de cada um dos tipos de lâmpadas. Actualmente as lâmpadas
fluorescentes compactas e as de leds têm vindo a aumentar a sua percentagem na área
da iluminação e este facto é perceptível atendendo à sua longevidade que por sua vez
permite um retorno da diferença de investimento inicial e consequente poupança em
gastos energéticos.
No gráfico da Figura 5-4 é exposta e energia consumida por hora em (kWh), no
qual volta a ser notória, dentro da gama de lâmpadas testadas, o domínio da iluminação
das fluorescentes compactas e dos leds. A lâmpada de vapor de mercúrio, apresenta o
maior consumo de todas as lâmpadas testadas (80 W), este facto é compensado quando
comparado ao fluxo luminoso de 3800 lm.
L. Incandesc
ente
L. Inc. Halo.
L. Fluoresce
nte
L. Fluor. Comp.
L. LedsL. Vapor
Merc.L. Iod.
Metálicos
Duração 1000 2000 10000 10000 20000 10000 9000
0
5000
10000
15000
20000
25000
ho
ras
Duração
5-Análise das características das Lâmpadas
70 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Figura 5-4 - Energia consumida por hora (kWh)
Através da visualização da Figura 5-5 é possível apurar o custo de aquisição de
cada um dos tipos de lâmpadas testados. Este valor é calculado atendendo ao preço
inicial de cada uma das lâmpadas e a sua estimativa de horas de duração. Neste
contexto, a lâmpada com mais vantagens a nível de retorno de investimento é a de leds,
seguidamente surgem a fluorescente e fluorescente compacta. A lâmpada com menor
retorno de investimento é a de iodetos metálicos dado o seu elevado custo.
L. Incandesc
ente
L. Inc. Halo.
L. Fluoresce
nte
L. Fluor. Comp.
L. LedsL. Vapor
Merc.L. Iod.
Metálicos
Consumo 0,04 0,04 0,018 0,012 0,002 0,08 0,07
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09kW
hEnergia consumida por hora (kWh)
5- Análise das características das Lâmpadas
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 71
Figura 5-5 - Relação Preço/Duração (€/h)
Na Figura 5-6 é apresentado o gráfico do custo, ponderando para tal a potência de
cada lâmpada e o custo médio do kWh. Como a lâmpada de vapor de mercúrio é a que
apresenta uma potência mais elevada (80 W), é esta que apresenta um maior custo de
utilização. Consequentemente, a lâmpada de leds é que apresenta a menor potência e
como tal o menor custo
Figura 5-6 - Relação Custo x Energia Consumida por hora (€)
L. Incandescente
L. Inc. Halo.
L. Fluoresc
ente
L. Fluor. Comp.
L. LedsL. Vapor
Merc.
L. Iod. Metálic
os
Custo_aquisição 0,001 0,0015 0,00035 0,0005 4E-05 0,0008 0,00278
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
€/h
Relação Preço/Duração (€/h)
L. Incandesce
nte
L. Inc. Halo.
L. Fluorescen
te
L. Fluor. Comp.
L. LedsL. Vapor
Merc.L. Iod.
Metálicos
Custo 0,005036 0,005036 0,002266 0,001511 0,000252 0,010072 0,008813
0
0,002
0,004
0,006
0,008
0,01
0,012
€
Relação Custo x Energia Consumida por hora (€)
5-Análise das características das Lâmpadas
72 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 73
6. Capítulo 6 - Conclusões
Introdução
Neste Capitulo é feita uma análise geral ao trabalho desenvolvido durante a
realização de todo o trabalho. São de igual modo ponderadas e expostas previsões de
trabalho futuro.
6.1 Análise Crítica aos Resultados
A realização de um trabalho, qualquer que seja a sua área, é sempre gratificante e
ajuda a pessoa a desenvolverem um maior número de aptidões e interesse para essa dada
área. Neste caso especifico da área da iluminação é interessante perceber e aprofundar
os conceitos luminotécnicos que à partida parecem simples, mas que à medida que se
sobe o nível de pesquisa, se mostram muito complexos. Este interesse pela área da
iluminação ainda é mais fomentado dada a crescente preocupação que tem havido em
reduzir os consumos energéticos e o consequente desenvolvimento de soluções mais
avançadas e de maior tempo de vida.
No caso deste trabalho, houve dificuldade em apurar a intensidade luminosa de
cada uma das lâmpadas, atendendo às limitações do aparelho de medida e à dificuldade
na criação de um ambiente apropriado no qual fosse possível medir intensidades
luminosas em diferentes ângulos.
6.2 Conclusão
No seguimento da estrutura pela qual se rege esta dissertação, após a parte inicial
na qual são enumerados e fundamentados os conceitos fundamentais acerca da
luminotecnia, seguindo-se um estudo consistente acerca do funcionamento dos tipos de
lâmpadas testadas posteriormente e culminando no apuramento das características de
cada uma é agora possível a apresentação de um resumo extenso dos benefícios e
indicações ao uso de cada.
Desta forma e após uma análise aos resultados obtidos, podem ser referidas
inicialmente as lâmpadas incandescentes, que embora tenham o seu fim de
comercialização previsto para Setembro de 2012, ainda continuam a ser muito
6-Conclusões
74 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
utilizadas, nomeadamente no sector doméstico. Este tipo de lâmpada, apesar do seu
baixo rendimento e tempo de vida útil (1000 horas), que já foram referidos
anteriormente, não introduz conteúdo harmónico na rede dado tratar-se de uma carga
puramente resistiva e apresenta um IRC de 100, isto significa que qualquer objecto
iluminado por uma lâmpada deste tipo expõe bem as suas cores. Outro factor que recai a
favor deste tipo de lâmpada prende-se com a sua temperatura de cor (2700 K), que dá
origem a um ambiente mais acolhedor, indicado para certas divisões de uma habitação,
como o quarto ou para salas de estar e descanso.
A lâmpada incandescente de halogéneo, apresenta características em tudo
semelhantes à incandescente convencional mas realça o facto da sua vida útil ser o
dobro desta, (ou seja 2000 horas). Este aumento da vida útil, prende-se com o facto de a
lâmpada possuir um tubo de quartzo com substâncias halogéneas no qual está inserido o
filamento, as substâncias halogéneas originam a regeneração do mesmo. Desta forma é
possível a obtenção de uma iluminação acolhedora com este tipo de lâmpadas. São
igualmente indicadas para locais nos quais sejam utilizadas varias vezes, mas por
pequenos períodos de tempo, como é o caso de corredores, dado que possuem um
rápido arranque e uma linearidade no consumo de energia. Tanto a incandescente como
a incandescente de halogéneo podem ser ligadas a um regulador de potência, permitindo
desta forma um ajuste da intensidade luminosa.
No que se refere à lâmpada fluorescente, este tipo de carga apresenta um baixo
conteúdo harmónico no consumo de corrente o que a torna uma boa fonte de iluminação
para o uso em salas de trabalho e ambiente fabril por longos períodos de tempo
seguidos, sendo desta forma distribuídas e agrupadas de acordo com o nível de
iluminação desejado para o recinto. Este tipo de cargas quando utilizadas com recurso a
um balastro magnético, não possibilitam a regulação da sua intensidade luminosa, mas
actualmente com recurso a balastros electrónicos tal já é possível. O índice de
reprodução de cor deste tipo de lâmpadas situa-se entre 70 e 79.
Caracterizando as lâmpadas fluorescentes compactas, que se enquadram no
mesmo princípio de funcionamento das fluorescentes tubulares, embora com recurso a
um conversor electrónico de reduzidas dimensões dado a lâmpada também ser de
reduzido tamanho face à cilíndrica, estas têm vindo a ter um aumento significativo da
procura por este tipo de lâmpadas apresentar uma crescente oferta de novos modelos e
tonalidades. O utilizador tem desta forma ao seu dispor o formato mais indicado á
substituição directa pelas incandescentes. O seu baixo consumo energético, a sua longa
6-Conclusões
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 75
durabilidade (10000 horas) são os pontos fortes e os dois trunfos de penetração no
mercado. Em contrapartida, apresentam um tempo de arranque elevado, dão origem a
harmónicos na rede pois não têm um consumo de corrente sinusoidal. Nas lâmpadas
testadas, a Luxtek de 11W, apresentou um THD de 177,1%, sendo este o mais elevado
de todas as fluorescentes compactas, a que apresentou um menor THD foi a Phlight de
15W com 94,4%. A título conclusivo, este tipo de lâmpadas é indicado para a
substituição das incandescentes em locais onde seja exigida iluminação por longos
períodos de tempo.
Um ponto comum às lâmpadas fluorescentes cilíndricas e fluorescentes compactas
é o seu conteúdo interno, estas lâmpadas possuem mercúrio no seu interior. Dado os
perigos que esta substância acarreta, são necessários cuidados no manuseio destas
lâmpadas e na sua posterior entrega no final de vida útil. Na vertente das fluorescentes
compactas, já há modelos com vidro duplo que apresentam maior segurança quanto a
quebras e derrame do mercúrio, contudo estas apresentam uma intensidade luminosa
inferior, dada a maior dificuldade dos raios luminosos atravessarem a camada
secundária de vidro.
Prosseguindo com a lâmpada de vapor de mercúrio, ainda utilizada em alguns
locais de iluminação da via pública, (estando aos poucos a ser substituída pela de vapor
de sódio de alta pressão e mais recentemente por lâmpadas de leds de potência) e em
espaços exteriores, esta lâmpada apresenta pouca distorção harmónica, THD de 10,2%,
valor aceitável, considerando o seu nível de potência, 80 W.
No que diz respeito aos três últimos tipos de lâmpadas citados, a fluorescente, a
fluorescente compacta e a de vapor de mercúrio, é necessário ter em linha de conta que
existe emissão de radiação ultravioleta, este tipo de radiação ao atravessar a camada de
fósforo contida no revestimento interior do vidro da lâmpada, dá origem a luz visível.
Contudo, nem toda a radiação é convertida, existe uma parte da radiação ultravioleta
que sai sem produzir luz visível, esta pequena percentagem de radiação pode afectar
algumas pessoas com mais sensibilidade.
Aludindo a lâmpada de iodetos metálicos, pode ser referido que para o
funcionamento da mesma é necessária a fonte auxiliar que eleva a tensão para um
patamar elevado necessário para ionizar os iodetos metálicos. Esta lâmpada apresenta,
no caso da Sylvania de 70 W, um THD de 55,8%, este valor já é considerável para
potências elevadas (muitas lâmpadas). A finalidade mais apropriada a este tipo de
6-Conclusões
76 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
lâmpada prende-se com a iluminação de grandes áreas, como é o caso de campos de
desporto ao ar livre.
O último tipo de lâmpada a ser testada foi a lâmpada de leds. Para tal foram
testadas três lâmpadas diferentes, com diferente número de leds e disposição dos
mesmos. O seu baixo consumo e a sua longa duração são trunfos irrefutáveis. O seu
contínuo desenvolvimento tem permitido o aparecimento de séries novas de leds com
maior potência luminosa. Das três lâmpadas testadas, a que menos conteúdo harmónico
de corrente apresentou ficou-se por um THD de 32%, a que maior conteúdo apresentou
situou-se nos 50,4%. O último modelo deste tipo, representada neste projecto como a
terceira lâmpada de leds testada, apresenta uma distribuição dos leds a toda a sua volta,
para ao contrário das outras duas que apenas servem de projectoras frontais, ilumine em
toda a área envolvente. Este formato já se assemelha ao efeito luminoso produzido pelas
lâmpadas incandescentes.
6.3 Trabalho Futuro
No que concerne a trabalho Futuro, nesta área, nomeadamente na continuação
deste trabalho, seria vantajosa a possibilidade de medição de intensidades luminosas em
vários ângulos precisos, permitindo dessa forma uma medição exacta dos seus valores.
Relativamente às lâmpadas mais usadas actualmente, concretamente, as
fluorescentes e as de leds, a associação de conjuntos destas lâmpadas ligados num ramo
no qual se medisse os conteúdos harmónicos. Permitindo desta forma apurar as
possíveis causas deste tipo de associação levaria a um estudo das melhores associações
possíveis para uma menor interferência na rede eléctrica.
Outro ponto interessante prende-se com os picos de corrente de arranque, factor
que pode ter bastante relevância em conjuntos de lâmpadas ligados numa determinada
fase. As lâmpadas fluorescentes cilíndricas, utilizam por vezes, condensadores para
correcção do factor de potência, contudo, os mesmos absorvem um pico de corrente
aquando da ligação das lâmpadas, este facto torna o número máximo de lâmpadas
admissível, limitado. Seria interessante calcular o limite máximo para um pico de
corrente de ligação dentro dos parâmetros aceitáveis assim como os possíveis
fenómenos de ressonância que podem acontecer com alimentações distorcidas.
Quanto á tecnologia OLED, seria fulcral um contacto directo com a mesma logo
que esta se torne mais acessível. Desta forma seriam interessantes, medições práticas
6-Conclusões
Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos 77
das suas capacidades dado que esta tecnologia apresenta um grande potencial para a
aplicação na iluminação de espaços interiores.
Bibliografia
78 Estudo e Determinação das Características de Lâmpadas de Diferentes Tipos
Referências Bibliográficas
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