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Unidade 3: A Teoria da
Ação Social de Max WeberProfessor Igor Assaf Mendes
Sociologia Geral - Psicologia
A Teoria de Ação Social de Max
Weber
1 – Ação Social
2 – Forma de dominação Legítimas
3 – Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
Max Weber
Principais influências: Marx e Nietzche
Interesse pelo capitalismo e a relação entre ordem material e pensamento
Caráter conflituoso da sociedade: disputas de poder
Objetividade e Subjetividade: busca pelo sentido
Racionalidade ocidental e suas possibilidades
Ética e moralidade: fundamentam nossas atitudes em relação ao trabalho
O desencantamento com o mundo
Objetividade do Conhecimento
“a ciência é hoje uma vocação organizada em disciplinas especiais a
serviço ao autoesclarecimento e conhecimento de fatos inter-
relacionados”.
“(a) O conhecimento de leis sociais não é um conhecimento socialmente
real, mas unicamente, um dos diversos meios auxiliares que o nosso
pensamento utiliza para esse efeito e, (b) porque nenhum conhecimento
dos acontecimentos culturais poderá ser concebido senão com base na
significação que a realidade da vida, sempre configurada de modo
individual, possui para nós em determinadas relações singulares.”
Metodologia: Tipos Ideais
A sociologia constrói conceitos;
Relação entre objetividade do conceito puro e realidade;
Busca de explicação racional da realidade apresentada;
Quanta mais racional o conduta dos indivíduos, maior a relação entre oconceito e a realidade;
A construção teórica tem valor em relação à adequação de sentido quepropõe e a prova dos fatos;
Somente ações compreensíveis são objetos da sociologia: conexão de sentido
Tipo ideal é um instrumento de análise usado como modelo de análise: umasimplificação da realidade;
Regras gerais da ação individual.
1 – Ação Social
Ação é toda conduta humana dotada de significado subjetivo dado porquem executa e que orienta essa ação;
Ações reativas – tirar a mão de um objeto quente – não interessam à sociologia;
Quando a ação é orientada em função da ação de outro ou outros, para Weber é uma Ação Social;
São quatro tipos ideais de ação:
Ação racional com relação a fins
Ação racional com relação a valores
Ação tradicional
Ação afetiva
1 – Ação Social
Ação Racional com Relação a Fins: “para atingir um objetivo previamente
definido, ele lança mão dos meios necessários ou adequados, ambos
avaliados e combinados tão claramente quanto possível de seu próprio
ponto de vista.”
“(...) A conexão entre fins e meios é tanto mais racional quanto mais a
conduta se dê rigorosamente e sem interferência perturbadora de
tradições e afetos que desviam seu curso”
1 – Ação Social
Ação Racional com Relação a Valores: “(...) quando o agente orientar-se
por fins últimos, por princípios, agindo de acordo com ou a serviço de suas
próprias convicções e levando em conta somente sua fidelidade a tais
valores, estes, sim, inspiradores de sua conduta, ou na medida em que crê
na legitimidade intrínseca de um comportamento, válido por si mesmo –
como, por exemplo, ser honesto, ser casto, não se alimentar de carne (...)
Por conseguinte, não é guiado pela consideração dos efeitos que
poderão advir de sua conduta”.
1- Ação Social
Ação não-racional: quando não a qualquer motivação racional. Pode ser
tradicional ou afetiva.
Ação Tradicional: “Quando hábitos e costumes arraigados levam a que se
aja em função deles, ou como sempre se fez, em reação a estímulos
habituais, estamos diante da ação tradicional (...). Weber compara os
estímulos que levam à ação tradicional aos que produzem a imitação
reativa, já que é difícil conhecer até que ponto o agente tem consciência
de seu sentido”
1- Ação Social
Ação Afetiva: “(...) aquela orientada pelo ciúme, pela raiva ou por
diversas outras paixões. Ações desse tipo podem ter resultados não
pretendidos, desastrosos ou magníficos como (...) magoar a quem se ama
(...).”
1- Ação Social
Pode haver diferença entre o sentido que o sujeito atribui à própria ação e
o significado e consequência da ação;
“(...) em geral as ações sofrem mais de uma desses condicionamentos,
embora possam ser classificados com base naquele que, no caso, é o
predominante.”
1- Ação Social
Pode haver diferença entre o sentido que o sujeito atribui à própria ação e
o significado e consequência da ação;
“(...) em geral as ações sofrem mais de uma desses condicionamentos,
embora possam ser classificados com base naquele que, no caso, é o
predominante.”
2 – Formas de Dominação Legítimas
Social se constrói a partir das ações individuais: como as relações se
mantém ao longo do tempo? Qual a base da regularidade das ações
individuais?
A organização social se deve a submissão de um grupo a uma
dominação considerada legítima;
Poder: capacidade de imposição da própria vontade dentro de uma
relação social, mesmo contra resistência;
Segundo Weber são três formas de dominação legítimas: a legal
(racional), a tradicional e a carismática (afetiva).
2 – Formas de Dominação Legítimas
“Pode depender diretamente de uma constelação de interesses, ou seja,
de considerações utilitárias de vantagens e inconvenientes por parte
daquele que obedece. Podem também depender de mero costume, do
hábito cego de um comportamento inveterado, ou pode fundar-se,
finalmente, no puro afeto, na mera inclinação pessoal do súdito.”
2 – Formas de Dominação Legítimas
Tradicional: quando fundamentada “(...) pelo reconhecimento
inimaginavelmente antigo e da orientação habitual para o conformismo.”
Carismática: quando há “(...) dedicação absolutamente pessoal e a
confiança pessoal na revelação, heroísmo ou outras qualidade da
liderança individual. É o domínio (...) no campo da política – pelo senhor
de guerra eleito, pelo governante plebiscitário, o grande demagogo ou o
líder do partido político.”
Legal ou Racional: “(...) há o domínio da legalidade, em virtude da fé navalidade do estatuto legal e da competência funcional, baseada em
regras racionalmente criadas. Nessa caso, espera-se o cumprimento das
obrigações estatutárias.”
2 – Formas de Dominação Legítimas
Luta pelo estabelecimento da forma de dominação legítima;
Definir quais são os conteúdos válidos para regular a ação social;
Está presente nas diversas esferas da vida e marca o conteúdo das
relações no seu interior: religião, política, artes, educação, etc...
“As atitudes subjetivas de cada indivíduo que é parte dessa ordem
passam a orientar-se pela crença numa ordem legítima, a qual acaba por
corresponder ao interesse e vontade dominante. Desse ponto de vista, é a
dominação o que mantém a coesão social, garante a permanência das
relações sociais e a existência da própria sociedade.” (pg.130)
3 – Ética Protestante...
Tese: o capitalismo está relacionado com a racionalização na vida
prática;
Presença maior de protestantes entre empresários e trabalhadores
qualificados nos países industrializados;
Ética calvinista: atividades mundanas;
“ a perda de tempo (...) é o primeiro e o principal de todos os pecados. (...) A
perda de tempo, através da vida social, conversas ociosas, do luxo e mesmo
do sono além do necessário para a saúde (...) é absolutamente dispensável
do ponto de vista moral”.
... E o espírito do Capitalismo
“Lembra-te de que tempo é dinheiro” – Benjamin Franklin
O homem deve trabalhar o dia todo em favor do que lhe foi destinado por
Deus: cumprir o seu dever;
Ética do trabalho: sensação de dever cumprido;
Disciplina: tanto do trabalho quando conter impulsos de gasto
Desigualdade tem finalidade divina;
Ascetismo mundano: ação metódica no mundo e valorização do sucesso
econômico;
Diferente do ascetismo católico.
... E o espírito do Capitalismo
“Segundo Weber, a adoção dessa nova perspectiva trazida pelo
protestantismo permite aos primeiros empresários reverter sua condição de
baixo prestígio social e se transformarem nos heróis da nova sociedade
que se instalava” (pg. 142)