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1 Tratamento fisioterapêutico com a técnica de crochetagem em pós- cirúrgico de joelho Suelen de Oliveira Chaves da Silva 1 [email protected] Prof a . Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual – Faculdade Cambury Resumo Este artigo de conclusão da Pós-graduação em Ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual tem como foco central o tema “técnica de crochetagem”, em que compreendem os objetivos: geral - Demonstrar os efeitos da técnica de Crochetagem em pós- cirúrgico de joelho; e os objetivos específicos – Descrever a anatomia do joelho; Identificar as causas que levam ao tratamento da crochetagem; A pesquisa tem caráter exploratório e bibliográfico, em que se realizou a escolha de bibliografias atuais relacionadas com o tema, bem como, autores que utilizam a técnica de crochetagem em suas atividades profissionais e vem aprimorando o conhecimento e os instrumentos utilizados nesse processo manual e interventivo de trabalho. Dessa maneira, esse processo de escolha deu aporte teórico, que está dividido em cinco capítulos, com tópicos estratégicos que apontam os objetivos a que o trabalho propôs apresentar. A metodologia utilizada para demonstrar os aspectos importantes da discussão bibliográfica e conceitual foi o método histórico e dialético. O histórico que permitiu verificar a origem e evolução da técnica de crochetagem, e o dialético que tem o caráter demonstrativo dos fatos e acontecimentos, não estáticos, mas, em constante transformação, percebendo-se assim, que os processos científicos e técnicos não se encontram acabados. Palavras-chave: Crochetagem; Pós-Cirúrgico; Joelho. 1. Introdução Na atualidade percebe-se que as pessoas vêm cada vez mais praticando atividades físicas e esportes. Nesse sentido, quando não se tem um bom condicionamento e acompanhamento profissional adequado, pode-se está cometendo vários agravamentos à saúde física, pois, um exercício realizado de forma incorreta pode acarretar em desgastes da estrutura da anatomia do corpo humano em geral, mas, no caso deste artigo deu-se relevância ao “joelho”, que tem funções extensoras, entre outras. Dessa forma, se houver o mau condicionamento, sobrecargas e extensão máxima dos músculos e articulações, poderá ocasionar lesões e até fraturas, que dependendo da gravidade poderá levar ao processo cirúrgico ou artroscópico do joelho. Levando-se em consideração o processo cirúrgico do joelho, a cicatrização, a reabilitação do paciente às suas atividades cotidianas, é que se introduz nesse processo a técnica de crochetagem, que é uma ferramenta usada pelo profissional ou fisioterapeuta após, avaliação, exames, diagnostico do problema do paciente. A percepção do uso da técnica no melhoramento da qualidade de vida de pessoas acometidas de cirurgias meniscais, entre outras, se deu pelo método apresentado durante o curso, em que 1 Pós-Graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual pela Faculdade Cambury - 2014. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista – UNIP, 2010. 2 Orientadora de TCC . Mestranda em Aspectos Bioéticos e Jurídicos da Saúde, na Universidade do Museu Social Argentino, Buenos Aires. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, pela Universidade Federal do Amazonas. Possui graduação em Fisioterapia pela Fundação Nilton Lins (2005).

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Tratamento fisioterapêutico com a técnica de crochetagem em pós-cirúrgico de joelho

Suelen de Oliveira Chaves da Silva1 [email protected]

Profa. Dayana Priscila Maia Mejia2 Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual – Faculdade Cambury

Resumo Este artigo de conclusão da Pós-graduação em Ortopedia e traumatologia com ênfase em terapia manual tem como foco central o tema “técnica de crochetagem”, em que compreendem os objetivos: geral - Demonstrar os efeitos da técnica de Crochetagem em pós-cirúrgico de joelho; e os objetivos específicos – Descrever a anatomia do joelho; Identificar as causas que levam ao tratamento da crochetagem; A pesquisa tem caráter exploratório e bibliográfico, em que se realizou a escolha de bibliografias atuais relacionadas com o tema, bem como, autores que utilizam a técnica de crochetagem em suas atividades profissionais e vem aprimorando o conhecimento e os instrumentos utilizados nesse processo manual e interventivo de trabalho. Dessa maneira, esse processo de escolha deu aporte teórico, que está dividido em cinco capítulos, com tópicos estratégicos que apontam os objetivos a que o trabalho propôs apresentar. A metodologia utilizada para demonstrar os aspectos importantes da discussão bibliográfica e conceitual foi o método histórico e dialético. O histórico que permitiu verificar a origem e evolução da técnica de crochetagem, e o dialético que tem o caráter demonstrativo dos fatos e acontecimentos, não estáticos, mas, em constante transformação, percebendo-se assim, que os processos científicos e técnicos não se encontram acabados. Palavras-chave: Crochetagem; Pós-Cirúrgico; Joelho.

1. Introdução

Na atualidade percebe-se que as pessoas vêm cada vez mais praticando atividades físicas e esportes. Nesse sentido, quando não se tem um bom condicionamento e acompanhamento profissional adequado, pode-se está cometendo vários agravamentos à saúde física, pois, um exercício realizado de forma incorreta pode acarretar em desgastes da estrutura da anatomia do corpo humano em geral, mas, no caso deste artigo deu-se relevância ao “joelho”, que tem funções extensoras, entre outras. Dessa forma, se houver o mau condicionamento, sobrecargas e extensão máxima dos músculos e articulações, poderá ocasionar lesões e até fraturas, que dependendo da gravidade poderá levar ao processo cirúrgico ou artroscópico do joelho. Levando-se em consideração o processo cirúrgico do joelho, a cicatrização, a reabilitação do paciente às suas atividades cotidianas, é que se introduz nesse processo a técnica de crochetagem, que é uma ferramenta usada pelo profissional ou fisioterapeuta após, avaliação, exames, diagnostico do problema do paciente. A percepção do uso da técnica no melhoramento da qualidade de vida de pessoas acometidas de cirurgias meniscais, entre outras, se deu pelo método apresentado durante o curso, em que

1 Pós-Graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual pela Faculdade Cambury - 2014. Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista – UNIP, 2010. 2 Orientadora de TCC . Mestranda em Aspectos Bioéticos e Jurídicos da Saúde, na Universidade do Museu Social Argentino, Buenos Aires. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, pela Universidade Federal do Amazonas. Possui graduação em Fisioterapia pela Fundação Nilton Lins (2005).

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se teve o interesse pela temática, devido à relação entre a prática profissional e a possibilidade de utilização da técnica na recuperação das pessoas em fase de reabilitação de suas funções musculoesquelética. Para tanto, se delimitou a aplicação da técnica no joelho. Ao observar pacientes no cotidiano profissional, em que existem outras técnicas manuais viu-se que a crochetagem seria de grande importância, pois levaria o paciente a um nível mais elevado de recuperação, bem como, uma nova habilidade à prática profissional, com conhecimentos específicos abordados no curso de pós-graduação. O problema de pesquisa foi intrinsecamente voltado a conhecer a técnica, sua origem, evolução e os efeitos em pós-cirúgicos, em termos gerais era conhecer a eficácia da técnica. Nesse aspecto, foram pensados os objetivos que se desejaria alcançar nesse trabalho, e ficou assim descrito: Objetivo geral – Demonstrar os efeitos da técnica de Crochetagem em pó-cirúrgico de joelho. Objetivos específicos – Descrever a anatomia do joelho; Identificar as causas que levam ao tratamento da crochetagem; A cirurgia no joelho pode afetar os movimentos e por isso necessita de tratamento pós-cirúrgico e que poderá ser realizado por médicos especialistas ou por fisioterapeutas. O profissional leva em consideração vários aspectos apresentados pelo paciente, desde a sua idade, até a possível reação ao tratamento (tempo de recuperação individual). As pesquisas em relação à técnica têm-se apresentado muito propicia e eficaz, na recuperação pós-cirúrgica. A Crochetagem percutânea promove uma ação mecânica nestas aderências causando uma liberação tecidual entre as fascias e permitindo novamente o deslizamento entre os planos intermusculares. As aderências cicatriciais também podem trazer conseqüências para o sistema musculoesquelético, resultando em alterações funcionais. As amplitudes totais fisiológicas dos movimentos nas articulações, relacionadas direta e indiretamente com a região anatômica da cicatriz, podem estar prejudicadas pela aderência dos tecidos moles provenientes do processo de cicatrização. A finalidade da crochetagem mioaponeurótica, é a fibrólise das aderências do tecido de sustentação, situada entre as fascias, tendões, ligamentos e ossos. Esse processo aliviará a dor, proporcionando um efeito antiinflamatório.

2. Anatomia do Joelho

O joelho é uma das articulações mais propensas a lesões em decorrência de sua estrutura anatômica, sua exposição às forças externas, sobrepesos e das demandas funcionais a que está sujeita. O conhecimento da anatomia do joelho é uma forma básica de se compreender as lesões a que este pode se acometer. A anatomia do joelho está dividida em: – Estruturas ósseas; – Estruturas extra-articulares; – Estruturas intra-articulares; – Bolsas sinoviais.

Estruturas Ósseas

As estruturas ósseas do joelho consistem de três componentes: patela, côndilos femorais distais e platôs ou côndilos tibiais proximais. O joelho parece ser uma articulação simples, no entanto, é mais complexo do que aparenta ser, porque além da flexão e extensão, seu movimento tem um componente rotacional horizontal, realiza também movimentos de deslizamento e rolamento; e faz rotação em torno do eixo vertical, cujo ângulo é de 12 graus. O joelho possui superfícies articulares grandes, descritas anteriormente e ressaltadas novamente, que são as seguintes: patela, côndilo do fêmur e côndilos da tíbia. É envolvido por uma fina cápsula articular, a qual está fixada: a fossa intercondilar e margens dos côndilos do fêmur, da tíbia e da patela, além do ligamento patelar. (FARINA JR., 2013).

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Localização Comentário Condições Resultados

Epífise

Desenvolvem-se principalmente sob pressão Displasias epifisárias Articulações deformadas

Formação de apófise sob tração

Trauma na superfície das articulações

Mudanças degenerativas

Formação de extremidades ósseas

Lesões por esforço repetitivo

Desenvolvimento fragmentado

Suporte para superfícies articulares Problemas no suprimento vascular

Necrose avascular

Fise

Epifisária ou placa de crescimento Displasia fisária Baixa estatura

Receptiva ao crescimento e aos hormônios sexuais

Trauma

Crescimento deformado ou angulado, interferência no crescimento

Vulnerável antes do estirão de crescimento Deslizamento epifisário Mecânica fraca

Metáfise

Remodelagem da extremidade óssea expandida Osteomielite Formação de seqüestro

O osso esponjoso cicatriza rapidamente Tumores Forma óssea alterada

Vulnerável à osteomielite Displasia metafisária Crescimento deformado

Permite inserção dos ligamentos

Diáfise

Forma um eixo ósseo Fraturas Capaz de remodelar a angulação

Superfície grande para a origem muscular Displasias diafisárias Não consegue remodelar a rotação

Osso cortical compacto significativo Cicatrização mais lenta do que na metáfise

Invólucro com infecção

Forte na compressão A displasia altera a densidade e a forma

Fonte – Fundamentos da ortopedia (DUTTON, 2012, 23)

Tabela 1 – Estrutura geral do osso

Estruturas extra-articulares

A cápsula articular e os ligamentos colaterais medial e lateral são as principais estruturas estabilizadoras estáticas extra-articulares. O ligamento colateral medial é a principal estrutura responsável pela estabilidade diante de forças em valgo. O ligamento colateral lateral é a estrutura responsável pela estabilização do joelho contra forças em varo com o joelho em extensão (FARINA JR., 2013).

Articulação Ligamento Função

Joelho

Colateral medial

Colateral lateral

Cruzado anterior

Cruzado posterior

Estabiliza a regiao da articulação tibiofemoral contra estresse em valgo

Estabiliza a regiao lateral da articulação tibiofemoral contra estresse em varo

Resiste à translação anterior da tibia e à translação posterior do fêmur

Resiste à translação posterior da tibia e à translação anterior do fêmur

Fonte – Fundamentos da ortopedia (DUTTON, 2012, p.22)

Tabela 2 – Ligamentos principais do quadrante inferior - joelho

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Estruturas intra-articulares

Os ligamentos intra-articulares são o ligamento cruzado anterior (LCA) e o ligamento cruzado posterior (LCP). Os ligamentos cruzados funcionam como estabilizadores da articulação e como eixos em torno das quais ocorre o movimento de rotação. Eles restringem o movimento anterior e posterior da tíbia em relação ao fêmur, assim como no controle da rotação medial e lateral. Os meniscos (cartilagens semilunares) são duas cartilagens presentes na articulação do joelho entre o fêmur e a tíbia. Sua função, basicamente, é diminuir o impacto, estabilizar a articulação e promover a adaptação entre as faces articulares do fêmur e da tíbia. A presença dos meniscos é essencial para o funcionamento normal da articulação do joelho, pois preenchem a articulação e compensam a visível incongruência entre as superfícies articulares do fêmur e tíbia. Eles são responsáveis ainda pela lubrificação da articulação, ajudando a distribuir o líquido sinovial por toda a cavidade, contribuindo para a correta nutrição da cartilagem articular (FARINA JR., 2013; DUTTON, 2012).

Bolsas Sinoviais

São estruturas de forma de saco achatadas, intimamente associadas a algumas articulações sinoviais que são alinhadas com uma membrana sinovial e repleta de fluido sinovial. As bolsas produzem pequenas quantidades de fluido, que permitem a execução de movimentos suaves, quase sem atrito entre músculos adjacentes, tendões, ossos, ligamentos e pele. As principais bolsas sinoviais do joelho são: bolsa supratelar (entre o fêmur e o tendão do quadríceps) a maior de todas, podendo alcançar 5-8 centímetros acima do plano articular; bolsa subcutânea pré-patelar (entre a pele a face anterior da tíbia), bolsa infrapatelar profunda (entre o ligamento patelar e a face anterior da tíbia, acima da tuberosidade) que está separada da articulação pelo corpo ou coxim adiposo infrapetelar (FARINA JR., 2013).

Inervação da articulação do joelho

É feita principalmente pelos nervos femoral e safeno; também podem contribuir ramos dos nervos obturatorios, tibial e fibular comum.

Na estrutura do joelho também encontramos os musculos, tendões, ligamentos, fascias, tecido cartilaginoso e articulações, os quais estão conceituados a seguir:

Músculos

O músculo é o único tecido biológico capaz de gerar tensão de modo ativo. Essa característica permite que o músculo esquelético humano realize as importantes funções de manter a postura corporal ereta, movimentar partes do corpo e absorver choques. O músculo esquelético humano possui quatro propriedades biomecânicas: extensibilidade, elasticidade, irritabilidade e capacidade de desenvolver tensão.

Tendões

Os tendões são estruturas semelhantes a cordas, que servem para ligar músculos aos ossos e transmitir a estes forças geradas pelos músculos, a fim de promover os movimentos ou a estabilidade do corpo no espaço.

Ligamentos

Os ligamentos são estruturas de tecido conjuntivo densamente compactadas que consistem, em grande parte, em colageno e de direçao orientada e com força de tensao elevada. Os ligamentos contribuem para a estabilidade do funcionamento articular, prevenindo

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movimentos excessivos, agindo como orientadores da direção do movimento e fornecendo informações propriceptivas para o funcionamento articular.

Fascias

A fascia é vista como um tecido conjuntivo que fornece suporte e proteção a articulaçao e atua como uma interconexão entre tendões, aponeuroses, ligamentos, capsulas, nervos e os componentes intrinsecos do músculo.

Tecido cartilaginoso

O desenvolvimento do osso é, com frequencia precedido pela formaçao de tecido cartilaginoso. Há tres tipos desse tecido: hialino, elastico e fibrocartilagem.

Articulações

As articulações são regiões ósseas encapadas e cercadas de tecido conjuntivo, que mantem os ossos juntos e determinam o tipo e o grau do movimento entre eles. As articulações podem ser classificadas em diartroses, que permitem um movimento ósseo livre, e sinartrose, em que ocorrem movimentos muito limitados ou nenhum movimento.

3. Lesão e fratura

Dutton explica que as lesões podem ocorrer no tecido ósseo e tecido mole. As lesões do tecido mole podem ser classificadas como primarias e secundarias: as lesões primarias podem ser causadas pelo próprio individuo, por terceiros ou pelo ambiente. Elas são subclassificadas em agudas, crônicas e agudizações da lesão crônica. As lesões secundárias são em essência uma reposta inflamatória que acompanha uma lesão primaria (2012, p.32). Segundo Dutton (2012) podem ocorrer, lesão nos tecidos, lesão muscular, lesão no tendão e lesão no ligamento.

Lesão muscular

Os três tipos mais comuns são: distensão (excesso de alongamento do tecido muscular), a contusão (trauma direto ou força compressiva no tecido muscular) e laceração (rompimento da continuidade do músculo). Lesões pequenas são separadas com tecido muscular; as grandes com tecido cicatricial (DUTTON, 2011, p.34).

Lesão no tendão

A forma mais comum de lesão no tendão é aquela por esforço repetitivo, resultante do estresse do movimento repetitivo ou de uma sobrecarga repetitiva em grau que excede a capacidade de reparação do tecido. Vários termos são usados para classificar as lesões nos tendões, incluindo: distensão, tendinite, tendinose e ruptura (DUTTON, p.34).

Lesão no ligamento

O mecanismo mais comum da lesão no ligamento é o seu alongamento excessivo, resultante da movimentação da articulação associada com uma amplitude de movimento excessiva. As lesões no ligamento podem ser classificadas em três graus: Grau I. Envolve a distensão do ligamento, mas sem dano às fibras; Grau II. Envolve a distensão do ligamento e a ruptura de algumas fibras; Grau III. Envolve o rompimento quase total do ligamento (DUTTON, p.35).

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De acordo com Silva (2011) fratura é quando o osso sofre interrupção na sua continuidade, causando um rompimento parcial ou total. As fraturas podem ocorrer devido a traumas, agressões ou até mesmo durante uma atividade considerada normal, no caso, as fraturas patológicas (causadas em consequências da osteoporose ou outras fragilidades ósseas) e, das fraturas por fadiga (no caso da prática excessiva de exercícios físicos).

As possíveis complicações de uma fratura incluem:

– Infecção – Consolidação viciosa – Consolidação retardada/pseudoartrose – Lesão associada (ex. nervo, vasos)

3.1. Processos de cicatrização

De acordo com Dutton “As estruturas musculoesqueléticas lesionadas com mais frequência em pacientes que buscam reabilitação ortopédica incluem músculos, tendões, ligamentos, ossos, cartilagens e nervos.” (2012, p.35). Cicatrização é o nome dado ao processo de reparo, o qual se faz à custa da proliferação do tecido conjuntivo fibroso, em que o tecido preexistente fica substituído por cicatriz fibrosa ao invés de restaurar um tecido. O processo de cicatrização ocorre em quatro fases importantes:

Fase 1 - Inflamatória. Inclui duas subfases: vascular e celular; Fase 2 - Reparadora. (proliferativa, fibroplastica, regenerativa); Fase 3 - Remodelagem. Inclui duas subfases: consolidação e maturação.

4. Diagnostico

Segundo Dutton “Para fazer um diagnostico preciso, são necessários conhecimentos sobre anatomia do joelho, padrões de dor comuns e lesões nessa articulação, causas de dor no joelho encontradas com frequência, assim como habilidades na realização do exame especifico.” (2012, p.684) As lesões agudas podem ser classificadas em seis categorias:

1) Contusões 2) Fraturas ou lesões na fise; 3) Lesões em ligamentos 4) Rupturas menicais; 5) Distensões musculotendinosas e 6) Lesões no mecanismo extensor, subluxação ou luxação patelar (DUTTON, 2012, p.685).

O diagnostico para um tratamento geralmente já é realizado pelo medico durante a fase pré-cirúrgica do paciente. Nesse sentido, após o processo cirúrgico, o paciente é encaminhado ao fisioterapeuta, onde esse profissional irá realizar os procedimentos de palpação, para verificação da dor e dos movimentos, e sempre respeitando o processo de cicatrização de todas as estruturas do joelho que reagem de diferentes formas e tempos, relacionadas com o tipo de tecido, bem como da historia, idade, sexo e vida cotidiana do paciente. É imprescindível que o profissional tenha acesso ao histórico completo da patologia e dos sintomas que acometeram o paciente a cirurgia, para assim, fazer os exames e iniciar o tratamento fisioterapêutico (DUTTON, 2012).

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5. Técnica de crochetagem

É uma técnica manual conhecida como Diafibrólise Percutânea, utilizada no tratamento de processos álgicos do aparelho locomotor, através da remoção das aderências e destruição dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos ou mioaponeuróticos com o auxílio de ganchos colocados sobre o tecido e deslizando-o. [...] baseada na utilização de ganchos, esta técnica tem como princípio, a quebra de aderências do sistema mio-esquelético, com o objetivo de romper pontos de fibrose, ocasionados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio na aponeurose, o que causa irritação. A finalidade da crochetagem mioaponeurótica, é a fibrólise das aderências do tecido de sustentação, situada entre as fascias, tendões, ligamentos e ossos (KIFFER, 2004 apud BUCHDID, 2012).

5.1. Surgimento da Crochetagem

A crochetagem surgiu ao fim da década dos anos 40, e foi idealizada pelo fisioterapeuta sueco Kurt Ekman que trabalhou durante muito tempo com o Dr. James Cyriax na Inglaterra, que utilizava a técnica de massagem transversa profunda (MTP), que consiste em eliminar as áreas dolorosas e os nódulos fibrosos, com uma massagem manual, utilizando fricções profundas. Ekman, baseando-se nos princípios da MTP, contudo, percebia as limitações da palpação e do tratamento manual dos tecidos moles. Nesse sentido, elaborou uma instrumentação especifica, pois, percebeu que nos planos de deslizamentos mioaponeuróticos profundos, as aderências e os depósitos de pequenas dimensões são dificilmente palpáveis, partindo dessa premissa surgiu a idéia de se criar instrumentos, em forma de ganchos metálicos que apresentassem diferentes curvas adaptáveis aos relevos anatômicos, que permitissem um acesso melhor a estas estruturas patológicas, a fim de eliminá-las. As técnicas de terapia manual conhecidas à época apresentavam limitações no que tange a atingir uma profundidade ideal que permita acesso às aderências e à produção de lise. No início tinha uma abordagem direta e agressiva, esta abordagem prejudicou muito tempo a técnica. O objetivo principal desta técnica é o rompimento de pontos de fibrose, que são causados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio nos planos aponeuróticos A crochetagem veio para preencher essa lacuna (SANT'ANNA, 2004 apud SILVA, 2011). A técnica de crochetagem proporciona alcançar a profundidade dos deslizamentos mioaponeuróticos e realiza a fibrólise. De modo que, os dedos humanos com relação as técnicas manuais, não alcançam certa profundidade dos tecidos corporais. Kurt Ekman constatou em sua pesquisa que existem limites para a palpação dos músculos e para o tratamento manual dos tecidos moles mais profundos, mas, que a técnica de crochetagem mioaponeurótica, oferece a condição de alcançar os tecidos mais profundos evitando dessa forma, aderências do tecido conjuntivo. As estruturas conjuntivas do corpo humano (ligamentos, tendões, músculos, bainhas, aponeuroses e etc.), são ricas em receptores sensitivos e absorvem a presença de força externa. Entretanto, estas estruturas não suportam alongamento além de uma tensão máxima fisiológica, desencadeando dessa forma o fenômeno da dor. Através destas constatações, Ekman, foi aperfeiçoando a técnica, baseando-se pela anatomia palpatória e empregando “crochets” mais adaptados ao tecido humano. Tornando-se dessa forma, uma potente técnica analgésica, que permite um gancho no arco de movimento, liberando um ou mais nervos irritados pela aderência fascial, onde proporciona efeitos antiinflamatórios, ligamentares e tendinosos. A sua vantagem está na rapidez dos resultados (VARGAS, A.; TORRÃO, A.; FERREIRA, P.; MACEDO, M., 2003 apud SILVA, 2011). No Brasil, a crochetagem passou a ser difundida, a partir do ano 2000, pelo professor Henrique Baumgarth, presidente da Associação Brasileira de Crochetagem, com sede no Rio de Janeiro, em parceria com Dr. Raldrei Natividade, através de apresentações em congressos,

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comprovações publicadas em revistas científicas, orientações monográficas e com a prática clínica alicerçada na pesquisa científica, baseada em evidências de resultados indiscutíveis, assim como o desenvolvimento de pesquisas com acréscimos do conhecimento da Periostbehandlung de Vogler - Krauss (Alemanha), em laboratórios de diferentes cidades do País. Uma nova configuração do gancho foi desenvolvida na década de 2000 na Associação Brasileira de Crochetagem, com o objetivo de facilitar a abordagem terapêutica quanto a ergonomia através de novos ângulos de curvas e novas extremidades espatulares que passaram a apresentar uma junção das superfícies, uma superfície externa convexa e uma interna plana com borda ligeiramente "bisotee" desbastada. Este permite reduzir o risco álgico, sem risco irritativo cutâneo, justificado pelo arrasto subdermal, potencializando a interposição do instrumento nas estruturas aderidas (JASMIM; ROCHA, 2007).

Metodologia

O processo de busca do conhecimento e de explicações elucidativas para este Trabalho de Conclusão de Curso, primeiramente se deu pela escolha do tema que é a “técnica de crochetagem”. Em seguida, a construção do conhecimento cientifico, em consonância com o conhecimento empírico. Nesse sentido a metodologia utilizada foi a Revisão bibliográfica, que segundo Lakatos, refere-se à revisão exaustiva de literaturas existentes sobre o tema escolhido, com objetivo de recolher informações, e que permite ao pesquisador conhecer o que já foi publicado sobre o assunto (2003, p. 225). Assim, os métodos de abordagem utilizados para demonstrar os aspectos importantes da revisão bibliográfica foram o método histórico e dialético. O histórico que permitiu verificar a origem e evolução da técnica de crochetagem, e o dialético que tem o caráter demonstrativo dos fatos e acontecimentos, não estáticos, mas, em constante transformação, percebendo-se assim, que os processos científicos e técnicos não se encontram acabados, e que o fim de um processo é sempre o começo de outro (LAKATOS, 2003, p.101). Dessa forma, por meio da pesquisa exploratória e bibliográfica se realizou a escolha de bibliografias atuais relacionadas com o tema, bem como, autores e profissionais que utilizam a técnica de crochetagem em suas atividades profissionais, e com isso, demonstrar a evolução histórica e os instrumentos utilizados nesse processo manual e interventivo de trabalho. Dessa maneira, esse processo de escolha deu aporte teórico, para explicar a origem e evolução da técnica de crochetagem, bem como, a possibilidade critica de perceber a necessidade de utilização no aprimoramento da técnica e suas contribuições no desenvolvimento técnico cientifico.

Resultado e Discussão

A aplicação da técnica deve ser feita exclusivamente por profissionais capacitados e que tenham um perfil cuidadoso, pois os instrumentos utilizados “crochets” têm formas anatômicas, mas que devem ser manuseados de maneira cuidadosa para não causar irritação e nem machucar o paciente. Assim, com relação à “aderência” de acordo com (KISNER; COLBY, 2005 apud BUCHDID, 2012), durante a imobilização, após trauma ou como uma complicação cirúrgica, as fibras de colágeno se aderem às estruturas ao redor, restringindo a elasticidade normal e o deslizamento das estruturas envolvidas. Para tanto, é necessário o cuidado na desfibrosação das aderências.

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Segundo Vandewalle (2008) é necessário os seguintes métodos de aplicação, um exame manual preciso que implica em um conhecimento perfeito da anatomia palpatória, para detectar as perdas de mobilidade entre os diferentes planos fasciais:

– Uma abordagem centrípeta em relação à lesão inicial para permitir localizar e liberar as aderências à distância, responsáveis pela patologia;

– Uma metodologia simples, mas, precisa, do manuseio do gancho (crochet) pela mão instrumental e, da mão palpatória que cria uma onda tecidual ao longo do tecido de separação (cloison) a tratar.

O terapeuta deve fazer o movimento palpatório como demonstrado a seguir:

Com o dedo, o profissional palpa à procura do local de separação entre dois planos musculares buscando identificar um ponto de tensão dolorosa. Quando encontrado através do relato da sensibilidade dolorosa do paciente, o profissional age descolando a aponeurose muscular através de um gancho “crochets”, com finalidade para este fim, através de pequenos movimentos firmes e curtos digitais em conjunto com o gancho, distribuindo dessa forma o movimento de separação em todo o bordo muscular, e, à procura de outros pontos de tensão (VARGAS, A.; TORRÃO, A.; FERREIRA, P.; MACEDO, M., 2003 apud SILVA, 2011:8).

Segundo Silva (2011) este método tem uma abordagem centrípeta, ou seja, de fora para dentro dos tecidos, a palpação se inicia distal ao foco doloroso seguindo as cadeias que estão em relação anatômica com a lesão, objetivando a diminuição da dor. A técnica se divide em três fases:

a) Palpação digital: é uma espécie de amassamento realizado com a mão palpatória, que permite delimitar a área a ser tratada; b) Palpação instrumental: realizada com auxílio de um gancho em função do volume da estrutura anatômica a ser tratada, que permite localizar as fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos; c) Fibrólise: caracteriza o final da palpação instrumental, realiza-se uma tração complementar da mão que possui o gancho que é realizada para alongar ou romper as fibras conjuntivas que formam a aderência, ou deslocar ou achatar o corpúsculo fibroso (MONTEIRO, 2008).

Indicação

– Aderências causadas por traumatismos; – Aderências causadas por fibrose cicatricial cirúrgica; – Algias inflamatórias do aparelho locomotor; – Nevralgias devido a uma irritação mecânica dos nervos periféricos; – Nevralgias cervicobraquial; – Nevralgias intercostais; – Ciatalgias; – Síndromes tróficas dos membros (BAUMGARTH, 2005; AMORIM, 2005 apud SILVA,

2011).

Contra indicação

– Pele hipotrófica; – Pele com úlceras; – Dermatoses como eczemas e psoríase; – Má circulação com fragilidade capilar sanguínea; – Reações hiperistaminicas;

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– Varizes venosas; – Adenomas; – Pacientes que fazem uso de anticoagulantes; – Terapeuta agressivo ou não acostumado com a técnica; – Processos psicológicos como estresse, emoções; – Crianças e idosos ou; – Solicitação do paciente; – Abordagem demasiadamente, em processos inflamatórios (AMORIM, 2005 apud SILVA,

2011).

Efeitos da crochetagem em pós-cirúrgico de joelho

Os efeitos da crochetagem deveriam ser em muitos casos de prevenção, em pessoas com lesões leves que não necessitassem de cirurgia. Contudo, na abordagem deste artigo estamos evidenciando o tratamento em pós-cirúrgico de joelho. Demonstramos anteriormente a anatomia do joelho, bem como descrevemos a técnica de crochetagem. Dessa forma, demonstrar-se-á os efeitos dessa técnica na reabilitação de pacientes que sofreram cirurgia e para recuperar os movimentos com rapidez e eficácia se sugere aplicar o tratamento. Entretanto, devem-se levar em consideração os tipos de lesionamento e doenças ortotraumaticas e a cicatrização do ferimento. Segundo Vandewalle (2008) “Os primeiros efeitos descritos sobre a eficácia da crochetagem são a liberação dos corpúsculos fibrosos e das aderências entre as diferentes aponeuroses. O terapeuta vai descolar os tecidos, ao interpor a espátula do gancho entre os planos fasciais e, fazer ceder as aderências que limitam a mobilidade entre os tecidos.” Vandewalle (2011) traz uma grande descoberta feita pelo Dr. Jean-Claude Guimberteau, cirurgião plástico, que constatou a existência de uma verdadeira continuidade histológica, sem separação nítida, assegurando o sistema de deslizamento entre os diferentes tecidos. Suas descobertas tornaram-se possíveis graças a dissecções cirúrgicas em vivo, filmadas durante uma endoscopia com uma câmera de alta resolução. Ele descobriu um tecido composto por filamentos fibrilares que vai a todas as direções e delimitam espaços interfibrilares denominados vacúolos, sendo estes muito refringentes. Este sistema permite o deslizamento óptimo, sem choques e sem solicitação entre as estruturas. Ele é denominado sistema colagenoso multimicrovacuolar de absorção dinâmica (MCDAS em inglês). Este sistema é constituído por bilhões de microvacúolos cujas dimensões variam de alguns microns a algumas dezenas de microns. O volume vacuolar, constituído pelo cruzamento de fibras, pode estruturar-se somente em três dimensões do espaço com um volume, paredes, lados e um conteúdo. Com essa descoberta houve mudanças no modo de desfibrose e separação tecidual e fascial. Destarte, os efeitos da técnica de crochetagem vai permitir tratar, ao mesmo tempo, as tensões musculares e o tecido global e ininterrupto materializado pelo Dr. Guimberteau. Sua ação será evidentemente mecânica, ao restituir a mobilidade e a qualidade dos planos de deslizamento, principalmente, intermusculares. Ela vai também liberar as aderências e os “colamentos” encontrados na maior parte das patologias em traumatologia e reumatologia. Ela vai participar, igualmente, na liberação do sistema vasculonervoso contido no MCDAS e assim, favorecer as trocas teciduais, levando a uma melhora no nível do edema, da inflamação e da cicatrização teciduais. Esta melhora será potencializada por uma ação neurovegetativa não negligenciável. Na realidade, foi demonstrado por Irvin Korr, neurofisiologista americano, que as tensões constantes sobre os tecidos levam a um aumento da atividade simpática local, sempre nefasta à recuperação. A liberação destas tensões pela crochetagem vai permitir equilibrar o sistema simpático local e, consequentemente, melhorar a homeostasia da zona implicada na lesão (VANDEWALLE, 2011).

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A crochetagem vai liberar as tensões musculares reflexas de intenção protetora e auto-mantidas pelos “colamentos” teciduais. Certos “colamentos” teciduais vão provocar perturbações no nível da passagem vasculonervosa. A crochetagem vai contribuir para liberar certas neuropatias de compressão periférica. Ao liberar as tensões sobre os músculos que têm uma ação proprioceptiva (fibulares, sartório) vamos também reforçar a proteção das articulações quando ocorrer traumatismos articulares, aumentando a vigilância muscular (VANDEWALLE, 2011).

Conclusão

O intuito da referida discussão bibliográfica traz uma contribuição conceitual importante ao campo dos tratamentos fisioterapêuticos, pois trouxe à baila a técnica de “crochetagem” que vem sendo difundida no meio profissional. Os trabalhos apresentados em debates, congressos, os periódicos e revistas, são de extrema importância. A evolução na manipulação de instrumentos, aplicados na melhoria do condicionamento físico, de pessoas que passam por processos cirúrgicos, de natureza traumatológica e ortopédica, refletem na saúde social e psicológica do paciente. Na medida em que se trata o aspecto físico de uma pessoa, lhe proporcionando bem estar, está lhe dando visibilidade de recuperação e isso é transmitido aos seus sensores neuropsicológicos, que lhe proporcionarão motivação para continuidade do tratamento e sua recuperação mais rapidamente. Auferir benefícios de estabilidade é a preocupação de todos os profissionais da área da saúde, pois demandam o aprimoramento continuo de sua pratica. Com isso, percebeu-se neste trabalho que o tratamento fisioterapêutico com a técnica de crochetagem em pós-cirúrgico de joelho, tende a melhorar o processo antiinflamatório e analgésico, ou seja, diminuir o sofrimento de muitas pessoas, com a possibilidade de resposta sensoriomotora.

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ANEXO

Fig. 1 – Anatomia do joelho

Disponível em: < http://www.auladeanatomia.com/artrologia/artjoelho.htm>.

Fig. 2 – Anatomia do joelho

Disponível em: < http://www.auladeanatomia.com/artrologia/artjoelho.htm>.

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Fig. 3 – Anatomia do joelho

Disponível em: < http://www.auladeanatomia.com/artrologia/artjoelho.htm>.

Foto 1 – Artroscopia de joelho lesionado

Disponível em: < https://www.google.com.br>.

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Foto 2,3 – joelho fraturado e joelho operado

Disponível em: < https://www.google.com.br>.

Foto 4 – Instrumentos de crochetagem em inox.

Fonte – Revista Professionkiné. n.30, p.15.

Foto 5 - Conjunto de 5 ganchos em poliamida (última geração).

Fonte – Revista Kinésithér Scient. n.527, p. 30, nov. 2011.

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Foto 6 - Liberação Intertecidual Passiva do reto da coxa Fonte – Revista Professionkiné. n.30, p.16.

Foto 7 - Crochetagem entre o fibular longo e o sóleo Fonte – Revista Kiné actualité. n.1120, p.21, sept. 2008.

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Foto 9 - Crochetagem entre o fibular longo e o sóleo Fonte – Revista Kiné actualité. n.1120, p.21, sept. 2008.