trabalhos acadÊmicos

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GRUPO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA CADERNO DE METODOLOGIA: DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS 2ª edição revista Tubarão, 2003

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GRUPO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

CADERNO DE METODOLOGIA:

DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO

DE TRABALHOS ACADÊMICOS

2ª edição revista

Tubarão, 2003

GRUPO DE METODOLOGIA CIENTÍFICAVilson Leonel (Coordenador)Agostinho SchneidersAldanei TavaresAlexandre de Medeiros MottaElias Kuhnen ArentÉmerson Luis MonsaniJacir CasagrandeJosé Antonio MatiollaLuiza Gaspar CardosoMauri Luiz HeerdtNilda Silveira SouzaSibele Meneghel BittencourtValdir Luiz SchwengberVera Lúcia Anselmo Neves

DIAGRAMAÇÃO:Evandro Godoy

Universidade do Sul de Santa Catarina. Grupo de Metodologia Científica.U58c Caderno de metodologia : diretrizes para a ela-

boração e apresentação de trabalhos acadêmicos /Universidade do Sul de Santa Catarina, Grupo deMetodologia Científica; Coodenador Vilson Leonel. --

2.ed. rev.--Tubarão : Unisul, 2003.96 p. ; 22 cm

Publicado anteriormente sob o título: Normatiza-ção de trabalhos acadêmicos.

Inclui bibliografia.

1. Metodologia. 2. Metodologia científica.3. Pesquisa científica. I. Leonel, Vilson, II. Título.

CDD 001.42

Elaborada pela Biblioteca Universitária de Tubarão – Campus de Tubarão

Como referenciar este documento:

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Grupo de Metodologia Científica.Caderno de metodologia: diretrizes para a elaboração e apresentação de trabalhosacadêmicos. 2. ed. rev. Tubarão, 2003. 96 p.

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GRUPO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

CADERNO DE METODOLOGIA:

DIRETRIZES PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO

DE TRABALHOS ACADÊMICOS

2ª edição revista

Tubarão, 2003

APRESENTAÇÃO

Trabalhar é tão inerente à vida do homem que, em geral, ele realiza esta atividade

sem tomar consciência da importância desse fazer, tanto para si, quanto para o outro.

...e grandes ações e importantes resultados se perdem na memória do tempo

daquele que o realizou!

Entendemos, no entanto, que, quando estamos inseridos num processo

educacional, temos, não só o dever, mas o compromisso de registrar as ações realizadas e

resultados atingidos como conseqüência do planejamento e do estabelecimento de objetivos e

metas.

Sabemos que o fazer humano é marcado pela incompletude: não no sentido do

não-fazer, mas porque cada momento histórico é marcado pela necessidade de re-significação,

de novos fazeres.

É o trajeto. E, como tal, é caminho percorrido e a percorrer, configurado em

História e que norteará a história e o trajeto daqueles que estão por vir.

Daí a necessidade de cumprir o dever do registro do caminho percorrido e dos

resultados alcançados.

Este é, no meu entender, o significado do trabalho que ora apresento à

comunidade acadêmica da Unisul.

Como vem referido adiante, na Introdução, estas Diretrizes são resultado da ação

conjunta desenvolvida pelo “Grupo de Metodologia Científica”, que vem atuando

sistematicamente desde 1998.

Coube-me a honra de apresentar esta produção e, por isso, entendo ser pertinente

contar um pouco desta história.

Enquanto responsável pela Diretoria de Graduação, na gestão 1997-2000, uma de

nossas propostas de trabalho, tendo em vista a busca de melhor qualidade da ação educativa

na Unisul - e que foi, mais adiante operacionalizada em nossa equipe - era a de fomentar a

discussão e estudo conjunto dos docentes de algumas disciplinas (as disciplinas chamadas

básicas), objetivando maior sintonia e qualificação da ação docente.

A premissa subjacente é de que a inter-relação profissional voltada para a troca de

experiências e ajuda mútua entre os professores, além de solidificar as relações pessoais e

profissionais, é fonte de fortalecimento de uma cultura de busca de melhoria, aprendizado e

crescimento conjuntos e contínuos – fatores importantes na busca da qualidade.

Diversos núcleos foram constituídos e percorreram trajetórias particulares. O

“Grupo de Metodologia Científica”, posso testemunhar, além de já ter registrado em

diferentes momentos sua produção, vem apresentando uma dinâmica que bem exemplifica a

importância do trabalho em equipe e da troca, como fatores de formação e de qualificação do

docente - este profissional que tem que estar em atualização contínua.

Os produtos do trabalho deste Grupo já são conhecidos e legitimados pela

comunidade universitária. A publicação Normatização de Trabalhos Acadêmicos é utilizada

como referência em muitas Congregações de Curso, constituído-se como base para as

Monografias, Projetos ou Trabalhos de Conclusão de Curso.

Outros resultados virão, e outros assuntos, certamente, serão apresentados pelo

Grupo.

Desejo que o trabalho continue e que o exemplo seja seguido, já que contribui

para fortalecer um clima de aprendizagem e debate acadêmico, tão necessário para que a

Universidade alcance sua Missão, Visão e Valores.

Regina M. Gubert Ehrensperger

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................9

2 LEITURA E REDAÇÃO CIENTÍFICA ........................................................................11

2.1 Leitura ............................................................................................................................11

2.2 Redação científica ... .......................................................................................................13

3 PRODUÇÃO ACADÊMICA ...........................................................................................18

3.1 Resumo ...........................................................................................................................18

3.2 Resenha crítica ...............................................................................................................21

3.3 Fichamento .....................................................................................................................25

3.4 Paper ...............................................................................................................................28

3.4.1 Paper – comunicação científica ...................................................................................29

3.4.2 Position paper ... ...........................................................................................................30

3.4.3 Short paper ou issue paper ...........................................................................................31

3.5 Artigo científico . ............................................................................................................32

3.5.1 Elementos pré-textuais .................................................................................................34

3.5.2 Elementos textuais ........................................................................................................34

3.5.3 Elementos pós-textuais ... ..............................................................................................35

3.6 Ensaio ..............................................................................................................................36

3.7 Projeto de pesquisa ........................................................................................................37

3.7.1 Considerações sobre a delimitação do tema e formulação do problema ......................38

3.7.2 Referencial teórico ........................................................................................................40

3.7.3 Delineamento da pesquisa ............................................................................................40

3.8 Monografia ..... ................................................................................................................42

4 ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO ... .......................................................45

4.1 Elementos pré-textuais ..................................................................................................45

4.2 Elementos textuais .........................................................................................................46

4.3 Elementos pós-textuais ..................................................................................................46

5 FORMATAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO .....................................................48

5.1 Papel ................................................................................................................................48

5.2 Margens ..........................................................................................................................48

5.3 Espacejamento ...............................................................................................................49

5.4 Paginação ........................................................................................................................49

5.5 Numeração progressiva .................................................................................................50

5.6 Referências .... .................................................................................................................50

5.7 Citação ..... .......................................................................................................................51

5.8 Ilustrações ..................... .................................................................................................52

5.9 Tabelas ............................................................................................................................52

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................54

APÊNDICES ........................................................................................................................58

APÊNDICE A – Modelo de errata .......................................................................................59

APÊNDICE B – Modelo de dedicatória...............................................................................60

APÊNDICE C – Modelo de agradecimentos .......................................................................61

APÊNDICE D – Modelo de referências em sistema numérico ...........................................62

APÊNDICE E – Modelo de referências em sistema alfabético ...........................................64

ANEXOS ..............................................................................................................................66

ANEXO A – Modelo de capa ...............................................................................................67

ANEXO B – Modelo de folha de rosto ................................................................................68

ANEXO C – Modelo de folha de aprovação........................................................................69

ANEXO D – Modelo de epígrafe .........................................................................................70

ANEXO E – Modelo de resumo na língua vernácula .........................................................71

ANEXO F – Modelo de resumo em língua estrangeira ......................................................72

ANEXO G – Modelo de sumário .........................................................................................73

ANEXO H – Modelo de lista de tabelas...............................................................................76

ANEXO I – Modelo de lista de ilustrações ........................................................................77

ANEXO J – Modelo de lista de abreviaturas ......................................................................78

ANEXO K – Modelo de sistema de chamada – autor-data ..................................................79

ANEXO L – Modelo de sistema de chamada – lista de notas no final do texto .................82

ANEXO M – Modelo de sistema numérico – nota de rodapé ..............................................86

9

1 INTRODUÇÃO

Este documento estabelece os procedimentos que orientam a apresentação de

trabalhos acadêmicos produzidos pelos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da

Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul.

É resultado do processo de sistematização das experiências dos professores na

disciplina Metodologia Científica e que, no período 1998 a 2003, passou a ser objeto de

discussão no Grupo de Metodologia.

A edição de 2002, com o título Caderno de metodologia: diretrizes para a

elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos, foi atualizada de acordo com os novos

procedimentos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002a, 2002b, 2002c e 2003) e

deu lugar a esta nova produção. Os textos sobre produção acadêmica foram elaborados e

discutidos pelos participantes do Grupo.

O caderno foi dividido em cinco capítulos. O segundo apresenta uma visão geral

da leitura e redação científica, elementos considerados indispensáveis no processo de

elaboração e apresentação de trabalhos. O terceiro enfoca os principais tipos de trabalhos

acadêmicos solicitados no meio universitário, tanto em nível de graduação como em nível de

pós-graduação. Cada tipo de trabalho é apresentado tendo em vista dois elementos: os

conceituais, que indicam características e natureza do trabalho e os operacionais, que indicam

10

os elementos que compõem a estrutura de apresentação. O quarto capítulo indica

esquematicamente os itens constantes na estrutura do trabalho acadêmico, reproduzindo

literalmente o que determina a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002b). O quinto e

último capítulo, apresenta as regras gerais para a digitação do trabalho, levando em conta sua

formatação. Para finalizar, são apresentados, nos anexos e apêndices, modelos que permitem a

visualização de partes integrantes do trabalho acadêmico.

As recomendações que ora se apresentam não são fixas e nem definitivas, pois o

conhecimento é dinâmico, sua validade é intersubjetiva e, como conseqüência, sua forma de

comunicação também o é.

O Grupo de Metodologia Científica espera que a utilização deste caderno

constitua um recurso significativo a todos os alunos e professores, que no dia-a-dia da vida

universitária, precisam atender às exigências de apresentação dos trabalhos acadêmicos.

11

2 LEITURA E REDAÇÃO CIENTÍFICA1

2.1 Leitura

Por mais que a tecnologia nunca tenha estado tão acessível ao ser humano quanto

agora, a leitura ainda se caracteriza como sendo um dos mais eficientes meios de alcançar o

conhecimento. No meio acadêmico, essa verdade também permanece e ganha importância

redobrada, uma vez que os conhecimentos específicos de cada carreira encontram-se, em sua

ampla maioria, contidos em textos impressos ou mesmo digitalizados.

Paralela a esta realidade porém, está uma outra, antagônica, que é o fato da

resistência colocada pelos acadêmicos ao ato de ler. Uma atitude preocupante que reduz

significativamente o desempenho acadêmico e, posteriormente, o profissional.

O que está por trás desta resistência? Que tipo de preparo ou prática anterior

tiveram, ou deixaram de ter esses alunos, para encontrar na leitura, principalmente na de

textos científicos e filosóficos, uma barreira tão grande?

1 Elaborado por Demétrio Nazari Verani, professor da Unisul, mestre em Gestão de Negócios para Integração

Latino Americana e o Mercosul.

12

Alguns estudiosos como Severino (1986, p. 121), afirmam que isso é fruto de uma

educação pré-universitária que privilegia a leitura de textos literários em detrimento dos

demais. Esses textos, cujo valor é incontestável, têm uma construção baseada na descrição e

na narração, que apresentam, entre suas características, a cronologia, o enredo, os

personagens, permitindo que, na leitura, o entendimento do texto aconteça naturalmente, com

o desenrolar dos fatos descritos pelo autor.

Quando, porém, o acadêmico, principalmente dos primeiros semestres, afoito em

adquirir conhecimentos inerentes a sua futura profissão, depara-se com textos dissertativos,

cujos conteúdos não se descortinam tão facilmente diante de seus olhos, o aluno recua e

estabelece uma distância desse tipo de texto, nociva à sua formação.

Estruturados com base no raciocínio lógico, que informa sobre determinado tema

(dissertações expositivas) ou quando apresenta argumentos/provas, na tentativa de defender

um ponto de vista (dissertações argumentativas), os textos científicos e filosóficos, por

exemplo, ganham um grau de complexidade maior, exigindo que o acadêmico-leitor

empreenda alto poder de concentração, a fim de alcançar a compreensão do conteúdo exposto.

E nesse momento é que o ato de ler, para ser proveitoso, tem que se tornar um

diálogo com o autor. E, mais do que isso, a leitura tem que ser uma decomposição do texto

onde o leitor disseca a estrutura parte a parte, na busca da mensagem, da idéia do autor. É o

momento da busca do fio da meada, da lógica, que norteia e ao mesmo tempo dá organicidade

e propriedade ao texto.

Somente com este nível de comprometimento é que a leitura de textos científicos

e filosóficos tornar-se-á proveitosa, pois seus supostos obstáculos então intransponíveis serão

ultrapassados, e a leitura deixará de ser pesada e sem atrativos.

Para alcançar tal estágio de acesso aos textos usados no meio acadêmico, alguns

autores apontam maneiras práticas. Severino (1986, p. 125), por exemplo, aconselha o

13

acadêmico leitor a estabelecer aquilo que ele denomina unidade de leitura, ou seja, é um setor

do texto que forma uma totalidade de sentido, podendo ser, de acordo com a complexidade,

um parágrafo, uma seção, um capítulo, ou qualquer outra divisão que o leitor entenda como

passível de ser lida e entendida na totalidade. Neste momento, é imprescindível que sejam

identificados os elementos constitutivos da unidade: introdução, desenvolvimento e

conclusão. Tais unidades são estabelecidas sucessivamente, até a leitura do todo.

A leitura varia de acordo com o objetivo e interesse do leitor, podendo ser mais ou

menos profunda. Gil (1997, p. 43-48) divide a leitura em quatro fases: exploratória, seletiva,

analítica e interpretativa. Cervo e Bervian (1983, p. 85-89) afirmam que a leitura passa por

quatro momentos: no primeiro a leitura é de reconhecimento; no segundo é seletiva; no

terceiro é crítica ou reflexiva e, no quarto, é interpretativa. Severino (1986, p. 125-133), por

sua vez, divide a leitura em etapas de análise: a textual, a temática e a interpretativa. Em todos

os casos, a leitura respeita uma gradação no aprofundamento do entendimento do texto,

iniciando-se com a absorção do conteúdo geral, que avança por estágios de seleção de

informação, até chegar ao ponto de permitir que o leitor interprete o texto e, diante dele, tome

uma posição.

Para concluir é importante frisar que, mais do que um fim em si mesma, a leitura

tem, como objetivo, extrair dos textos lidos, as idéias principais, para que essas sejam

incorporadas à bagagem intelectual do universitário, uma vez que é com essa bagagem, o

mais rica possível, que o acadêmico integrará o ciclo da geração de conhecimentos, ao

escrever um novo texto.

2.2 Redação científica2

2 Elaborado por Fábio José Rauen, professor da Unisul, doutor em Lingüística pela UFSC.

14

O objetivo desta seção é apresentar alguns elementos básicos para a redação de

textos científicos. Longe de serem exaustivas, estas instruções devem ser entendidas como

princípios para serem aprofundados. Não se escreve da noite para o dia, e não se escreve sem

leituras e estudos, inclusive sobre questões relativas à própria produção de textos.

O texto científico por excelência é uma redação dissertativa, com as tradicionais

fases: introdução, desenvolvimento e conclusão3. A introdução projeta o que vai ser

apresentado. O desenvolvimento apresenta os resultados da pesquisa. A conclusão organiza o

todo num conjunto de informações coerentes4.

Ao escrever, cumpre-nos, sempre, observar as características do leitor. Quanto

mais especializado ele é, mais técnico tem de ser o texto. Pergunte-se: “Para quem se destina

o texto?”; ou, “Se eu fosse leitor, entenderia o que escrevo?.” Todavia, seja qual for o

destinatário, devemos respeitar as normas da gramática da língua portuguesa e da

normalização de documentos (citações, referências, etc.).

Um texto científico deve ser completo em si mesmo. Portanto, segundo Rauen

(1999, p. 67), cuide-se para nunca escrever de tal forma que “sua presença deva ser sempre

necessária para explicar ao leitor o que é que você quis dizer com aquilo que você disse.”

A linguagem não deve ser conotativa, nem poética, nem ambígua (duplo sentido).

O sentido deve ser preciso. Os conceitos de senso comum devem ser substituídos por termos

científicos. A redação deve ser clara e econômica. Escreva de forma simples e precisa (faça

períodos curtos!) e com o mínimo de palavras. Vale não interromper demasiadamente o fluxo

do texto com citações, em especial as longas, com gráficos e tabelas.

Há quatro formas de você se referenciar no texto: terceira pessoa (a investigação

demonstrou que “x”), a voz passiva (demonstrou-se que “x”), o “nós” de modéstia

3 Há setores, por exemplo, onde há descrição (metodologia, apresentação de dados) ou narração (descrição da

coleta de dados).4 Na introdução prometa, no desenvolvimento cumpra o prometido, na conclusão demonstre que realmente

cumpriu a promessa!

15

(Percebemos “x”), o “eu” (Percebi “x”). Em trabalhos de graduação dê preferência às

primeiras formas.

Posicione-se em seu trabalho. Pesquisa não é conjunto de “améns”. Porém, cuide-

se com a imparcialidade (evite preconceitos!). Indique as fontes dos dados e das teorias.

Apresente as limitações do trabalho (não superestime seu trabalho!).

Não escreva sem antes esboçar um esquema do texto. Mas lembre-se de que bons

planos são os flexíveis e os dinâmicos. Vejam-se, por exemplo (BEBBER; MARTINELLO,

1996, p. 37-39; RAUEN, 1999, p. 68-70), dois tipos: o nocional e o dialético.

Se você quiser elaborar um texto expositivo (expor idéias), opte por um plano

nocional. Este plano desenvolve uma idéia ou noção central, que corresponde à segunda

metade do título. A primeira acrescenta passos evolutivos. No título “Tipos de Poluição”,

“Poluição” é a noção central e “tipos” são os passos evolutivos. Basta então desenvolver os

tipos, tais como, por exemplo: aéreo (partículas, visual, auditiva); aquático (dejetos variados);

terrestre (agrotóxicos, aterros sanitários). O tipo nocional (GARCIA, 1983; SOARES;

CAMPOS, 1978), pode ser desenvolvido a partir de: tempo, espaço, contraste, enumeração,

causa, conseqüência, definição, por combinações entre estes tipos, etc.

O plano dialético (ASTI VERA, 1989, p. 171), útil em trabalhos argumentativos,

justapõe e contrasta temas. Possui três fases: tese – conjunto de asserções que é apresentado

para ser refutado; antítese – asserções contrastantes, que põem em crise a tese; e, síntese –

busca de uma proposição integradora de ordem superior. No tema “Teorias da aprendizagem”,

um pesquisador pode apresentar as teses de Piaget como tese; as teses de Vygotsky como

antítese; e, propor uma rota alternativa como síntese. No tema “Teorias econômicas do século

XX”, poderíamos apresentar a tese liberal/neoliberal como tese; a perspectiva da social-

democracia como antítese; e nosso ponto de vista como síntese.

16

Se você deseja escrever uma monografia de campo ou experimental, sugerimos

que divida seu trabalho em cinco partes: introdução, revisão da literatura, metodologia,

análise e interpretação dos dados e conclusões.

A introdução apresenta o trabalho, desde a delimitação do tema até a

determinação de objetivo(s) e de justificativas. Comece a introdução falando sobre o assunto,

deslocando-se para o tema de seu trabalho. Apresente o problema e/ou objetivo(s) da

pesquisa. Exponha a justificativa. Por fim, elabore uma introdução formal, isto é, diga em

quantos capítulos o texto foi dividido e apresente os principais elementos que compõem estes

capítulos.

Cabe à revisão da literatura a apresentação dos elementos teóricos de base da

pesquisa, bem como a definição de termos e conceitos essenciais5.

A metodologia apresenta os aspectos vinculados aos métodos utilizados.

Apresente a hipótese geral, justificando-lhe a origem e pertinência6. Descreva

minuciosamente a execução de sua pesquisa, comparando o trabalho realizado com o trabalho

planejado. Costumam-se discutir assuntos como, população e amostra, técnicas de

amostragem realizadas, tratamento experimental, instrumentos de coleta de dados e de

medição dos resultados, procedimentos de coleta, tratamento e análise dos dados.

A análise apresenta os resultados obtidos pela pesquisa, estuda-os e discute-os sob

o crivo dos objetivos, hipóteses ou questões de pesquisa. Assim, a apresentação dos dados é a

evidência das conclusões, e a interpretação consiste em contrabalanço dos dados com a teoria

ou com as hipóteses.

5 A revisão pode também ser denominada de “Fundamentação Teórica”, “Revisão Bibliográfica”, “Revisão

Teórica”, “Fundamentação Bibliográfica”, bem como por títulos específicos conforme os temas.6 Desde que o projeto tenha configurado hipótese.

17

As conclusões, por fim, são um momento de recapitulação dos passos anteriores,

onde se atesta a resposta ao problema7. Recapitule o(s) objetivo(s) do trabalho; sintetize a

metodologia; reapresente as principais conclusões da análise; ateste condições e limitações

das conclusões; apresente sugestões para futuros trabalhos na área e ressalte recomendações

de utilização dos resultados.

Numa monografia bibliográfica sugerimos uma divisão em três partes:

introdução, desenvolvimento e conclusão.

A introdução formula o tema da pesquisa e apresenta o documento. Apresentam-

se assunto e tema delimitado; chega-se ao problema gerador da pesquisa, fazendo rápidas

referências a trabalhos anteriores ou elementos antecedentes correlacionados; justifica-se a

execução da pesquisa; e, por fim, descrevem-se as seções que compõem o documento.

O desenvolvimento expõe e demonstra os elementos pesquisados. Normalmente é

dividido vários capítulos, que se constroem conforme o plano de escritura.

A conclusão apresenta uma síntese integradora e vem acrescida de comentários do

autor e das contribuições da monografia para o avanço do tema abordado, incluindo

problemas para futuras pesquisas.

7 Muitos autores preferem “Considerações Finais”.

18

3 PRODUÇÃO ACADÊMICA

3.1 Resumo8

O resumo é um dos trabalhos acadêmicos freqüentemente solicitado pelos

professores. Às vezes, é confundido com o esquema. É preciso ter clareza a respeito disso. É

intenção explicitar aspectos concernentes a esse tema.

Entende-se por resumo a condensação de um texto, apresentando suas idéias de

maneira abreviada. Uma das finalidades é de fornecer elementos, para que o leitor decida, ou

não, consultar o texto original.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990), há três modalidades

de resumo: indicativo, informativo, crítico ou recensão.

O resumo indicativo indica as principais idéias em torno das quais o texto foi

elaborado (adequado à literatura de prospectos, como catálogos de editoras, de bibliotecas). O

resumo informativo apresenta todas as informações, de forma sintética, dais quais o autor

8 Elaborado por Elias Arent, professor da Unisul, membro do Grupo de Metodologia Científica, mestre em

Educação pela PUCRS e Mauri das Dores Correa, ex-professora da Unisul, mestre em educação pela PUCRS.

19

lançou mão para criar o texto. Indispensavelmente deve conter: o assunto, o problema e/ou o

objetivo, a metodologia, as idéias principais em forma sintética, as conclusões, ressaltando o

surgimento de fatos novos, de contradições, da teoria, das relações e dos efeitos novos

verificados, bem como precisando valores numéricos brutos ou derivados, se for o caso.

Há autores que utilizam a combinação das duas modalidades anteriores, isto é, o

resumo indicativo e o resumo informativo.

O resumo crítico é redigido por especialistas, com análise interpretativa de um

documento. É uma das atividades que pode ser solicitada como exercício no meio acadêmico.

O resumo de textos é uma das modalidades que não está normatizada pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990), mas que, na prática do dia-a-dia, é tarefa

muito solicitada pelos professores nos cursos de graduação, podendo ser indicativo,

informativo ou crítico.

Na extensão de um resumo recomenda-se:

a) para notas e comunicações breves, os resumos devem ter até cem palavras;

b) para artigos, trabalhos de conclusão de curso, monografias de graduação e de

especialização e mestrado, até duzentos e cinqüenta palavras;

c) para dissertação de mestrado, relatórios técnico-científicos e teses de

doutoramento, até quinhentas palavras;

d) para resumos de textos, a extensão fica condicionada à capacidade de síntese

do aluno e/ou solicitação dos professores.

As palavras-chave, quando empregadas no resumo, devem ter destaque especial.

Devem-se evitar: a construção de mais de um parágrafo; a utilização de frases

negativas; o uso de símbolos e contrações que não sejam do uso corrente; a exposição de

fórmulas, equações, diagramas que não sejam absolutamente necessárias. Geralmente, estes

resumos antecedem textos acadêmicos (monografias, trabalhos de conclusão de curso,

20

relatórios, artigos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutoramento), redigidos

num só bloco, sem entrada de parágrafo.

O estilo das orações deve ser preferencialmente na terceira pessoa do singular e

com o verbo na voz ativa.

Os resumos de textos, solicitados nos cursos de graduação, devem contemplar

todas as informações sucintamente, mas não há necessidade de reduzi-los a um só parágrafo.

O que importa é que as idéias de um determinado texto estejam contempladas de forma

sintética.

A localização do resumo deve preceder artigos científicos, monografias,

relatórios, trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses.

Enfim, os resumos devem apresentar critérios de concisão, clareza, fidelidade ao

texto original, flexibilidade, expressão própria, seqüência lógica, utilização de citações entre

aspas, com indicação da página, facilitando, dessa forma, a evocação do texto original.

A seguir serão apresentados exemplos de resumo, elaborados na forma de resumo

indicativo e de resumo informativo. Estes podem ser apresentados em fichas ou papel A4. O

exemplo de resumo que precede monografias, dissertações encontra-se no anexo E.

Exemplo de resumo indicativo:

LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In:______.Fazer universidade: uma proposta metodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. cap. 3, p.136-143.

Estudar significa o ato de enfrentar a realidade. O enfrentamento da realidade

pode ocorrer pelo contato direto ou indireto do sujeito que conhece com o objeto que é

conhecido. As duas formas de estudar (direta ou indireta), podem ser classificadas como

críticas ou a-críticas. O leitor poderá ser sujeito ou objeto, dependendo da postura que assume

frente ao texto. O leitor poderá ser sujeito ou objeto da leitura, dependendo da postura que

assume frente ao texto.

21

Exemplo de resumo informativo:

LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In:______.Fazer universidade: uma proposta metodológica. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985. cap. 3, p.136-143.

Estudar significa enfrentar a realidade para compreendê-la e elucidá-la. Este

enfrentamento pode ocorrer, de um lado, pelo contato direto do sujeito com o objeto. Isso

se dá quando o sujeito opera “com” e “sobre” a realidade. De outro lado, o enfrentamento

pode ocorrer pelo contato indireto. Neste caso, o sujeito recebe o conhecimento por

intermédio de outra pessoa ou por símbolos orais, mímicos, gráficos, etc. O ato de estudar

indiretamente crítico equivale à objetividade na elucidação. O ato de estudar

indiretamente será crítico, à medida que descreve a realidade como é, sem magnetização

pela comunicação em si. A atitude a-crítica corresponde à abdicação da capacidade de

investigar, à alienação e à retenção mnemônica. O leitor que assume uma postura de objeto

frente ao texto de leitura é verbalista, ou seja, a aprendizagem não se dá pela compreensão,

mas pela reprodução intacta e mnemônica das informações. O leitor sujeito, por outro lado,

compreende e não memoriza, avalia o que lê e tem uma atitude constante de questionamento9.

3.2 Resenha crítica10

A resenha crítica, como trabalho acadêmico, provoca o desencadeamento do

processo da autêntica investigação no estudante de graduação. É até considerado por alguns

9 Observe que as palavras sublinhadas indicam que o resumo indicativo está dentro do resumo informativo.10 Elaborado por Jacir Casagrande, professor da Unisul, membro do Grupo de Metodologia Científica, mestre

em Ciências Sociais pela UFSC.

22

metodólogos, como sendo um tipo de trabalho muito complexo para ser cobrado na

graduação.

No entanto, as experiências práticas demonstram que, se bem orientada, a resenha

crítica produz um amadurecimento do acadêmico, ao iniciá-lo na verdadeira pesquisa

bibliográfica reflexiva.

Ela é também um tipo de atividade em que, se o professor definir o livro ou texto

de referência, o acadêmico não vai encontrar o trabalho pronto na internet e nem vai poder

simplesmente copiá-lo de algum lugar. Recomenda-se que o texto de referência seja um texto

adequado e compatível com o curso e semestre que o aluno está cursando. A escolha ou

definição do texto de referência é decisiva no processo, pois é difícil fazer uma boa resenha de

um texto ruim, pequeno, sem consistência ou densidade na abordagem do assunto.

Torna-se imprescindível apresentar o pensamento de alguns autores que se

destacaram na concepção e na abordagem metodológica da resenha crítica.

Marcantônio, Santos e Lehfeld (1996, p. 72) entendem que:

[...] a resenha é uma síntese descritiva e crítica do conteúdo de uma obra. Naelaboração de uma resenha bibliográfica há necessidade de que o autor tenhaconhecimento do assunto, além de criticidade. Possui papel importante na formaçãocientífica de todo estudante e dos especialistas.

Seguindo as orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990), que

denominou a resenha de resumo crítico, Andrade (1997, p. 60-61), apresenta a resenha como,

[...] um tipo de resumo crítico mais abrangente, que permite comentários e opiniões;um tipo de trabalho mais complexo, que exige conhecimento do assunto, paraestabelecer comparação com outras obras da mesma área e maturidade intelectualpara fazer avaliação e emitir juízos de valor.

Segundo Salomon (1991, p. 168), a elaboração de resenhas, “[...] não só é

importante, mas imprescindível para desenvolver a mentalidade científica, constituindo-se no

23

primeiro passo para introduzir o iniciante na pesquisa e na elaboração de trabalhos

monográficos.”

Severino (1986, p. 181) também confirma esta perspectiva, ao afirmar que “a

elaboração de resenhas concretiza o desejo de os estudantes contribuírem com as revistas

especializadas de sua área, é uma efetiva maneira de se iniciar no campo das publicações.”

Para Lakatos e Marconi (1996, p. 243), “a resenha crítica consiste na leitura, no

resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista.”

Segundo Salvador (1977, p. 139), a elaboração de uma resenha crítica exige

alguns requisitos básicos: “a) conhecimento completo da obra; b) competência na matéria; c)

capacidade de juízo de valor; d) independência de juízo; e) correção e urbanidade; f)

fidelidade ao pensamento do autor.”

A resenha crítica, como trabalho acadêmico, seguindo as orientações de Amboni e

Amboni (1996), com as adaptações que se fazem necessárias, deve apresentar a seguinte

estrutura:

a) capa;

b) folha de rosto;

c) sumário (se necessário);

d) introdução: o assunto deve ser apresentado no primeiro parágrafo, partindo de

algumas considerações mais genéricas, até chegar ao ponto em que será dada

maior ênfase. A seguir, o autor deve demonstrar a importância da abordagem,

os objetivos, método ou caminho de sua abordagem, para despertar o interesse

do leitor. Também deve ser apresentado na introdução, o livro ou o texto de

referência definido para a resenha crítica, bem como, os autores que serão

utilizados como apoio nas análises;

24

e) apresentação das idéias do texto: o acadêmico deve apresentar as idéias

principais e secundárias, discutidas pelo autor do livro, capítulo ou artigo a ser

usado como referência básica. Para atingir tal propósito, segundo Galliano

(1986), naturalmente, o acadêmico deverá considerar os procedimentos

recomendados para a produção de um bom texto, quais sejam: manter uma

atitude permanentemente crítica e reflexiva com relação ao que está lendo;

manter a fidelidade ao texto original; ao redigir, usar frases breves, diretas e

objetivas. Havendo necessidade, pode-se fazer transcrições literais.

Recomenda-se não seguir as subdivisões do texto original. As idéias principais

podem ser apresentadas num único bloco, encadeadas em uma seqüência

lógica;

f) apreciação crítica: a partir da compreensão objetiva da mensagem comunicada

pelo livro, capítulo ou artigo, o acadêmico deverá tomar posição própria em

relação às idéias apresentadas, numa tentativa de superar a estrita mensagem

transmitida pelo autor do texto, explorar as idéias expostas, dialogar com o

autor concordando ou discordando, levar em consideração a validade ou

aplicabilidade das idéias expostas pelo mesmo. Para Medeiros (1997), o

procedimento do resenhista será seletivo, uma vez que não pode abarcar a

totalidade das propriedades do texto. Segundo Galliano (1986), para que a

resenha crítica esteja fundamentada, é preciso considerar a opinião de outros

autores que também abordam a mesma temática em outros livros, artigos de

periódicos, revistas e jornais. Pode ser considerada, também, a experiência

profissional, a visão de mundo, o momento histórico vivido pelo resenhista;

g) conclusão: para a elaboração das considerações finais deve-se levar em conta

os objetivos propostos, apontando as principais reflexões apresentadas no

25

decorrer do trabalho. O acadêmico expõe claramente seu ponto de vista mais

marcante na apreciação crítica;

h) referências: devem aparecer todas as obras consultadas para a produção da

resenha crítica, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002c).

3.3 Fichamento11

A leitura de textos teóricos exige capacidade de interpretação e sistematização.

Para tanto, existem técnicas de leitura que são, também, técnicas de pesquisa. Nesse aspecto,

o fichamento é procedimento importante na organização de dados integrantes da efetivação da

pesquisa de documentos. Ele serve para arquivar e organizar as principais informações

provenientes de leituras, devendo permitir um fácil acesso aos dados fundamentais para a

elaboração do trabalho. A forma de registrar as informações nas fichas depende da

organização de cada leitor, podendo ser utilizadas as tradicionais fichas de cartolina pautada, a

folha comum de um caderno ou, mais modernamente, fazendo-se uso de um banco de dados

de um computador. O importante é que as informações estejam bem organizadas, de modo a

facilitar o acesso às mesmas.

De acordo com diferentes autores, o fichamento deve conter a seguinte estrutura

mínima:

a) cabeçalho: pode ser dividido em apenas dois campos: o primeiro indica o

assunto; o segundo, a classificação.

11 Elaborado por Émerson Luis Monsani, professor da Unisul, membro do Grupo de Metodologia Científica,

mestre em Filosofia pela PUC/RS.

26

Exemplo:

1 O Estado

1.1 Concepções de Estado;

b) referência: no caso de um livro12, a referência deve apresentar a autoria, título

da obra, local de publicação, editora e ano de publicação, como segue, no

exemplo:

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez,

1998.;

c) conteúdo: depende do modelo de fichamento, podendo ser: fichamento de

transcrição textual, fichamento de resumo e fichamento de comentário.

Fichamento de transcrição textual: conforme a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (2002a), a transcrição textual é chamada de citação direta, pois reproduz literalmente

os conceitos do autor consultado. Veja exemplo:

1 Holismo 1.1 Críticas ao holismo

OLIVA, A. Conhecimento e liberdade: individualismo x coletivismo. Porto Alegre:EDIPUCRS, 1994.

“Não há como negar que as ciências sociais suscitam problemas ontológicos

especiais” (p. 62).

“O holismo radical não se limita a reivindicar a existência de todos: defende

também uma ontologia hierarquizada segundo a qual o indivíduo é totalmente determinado –

no que é, pensa e faz – por estruturas e processos subsistentes em coletivos ou todos” (p. 92).

12 Se a fonte de pesquisa for outro tipo de documento a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002c)

deverá ser consultada para a correta ordenação da referência.

27

Fichamento de resumo: trata-se de uma síntese, das principias idéias do autor

contidas na obra. Utilizam-se as idéias do autor, escrevendo-as livremente com as próprias

palavras. Veja-se o modelo que segue13.

1 Holismo 1.1 Críticas ao holismo

OLIVA, A. Conhecimento e liberdade: individualismo x coletivismo. Porto Alegre:EDIPUCRS, 1994.

O autor apresenta e discute os fundamentos filosóficos de um projeto de

liberalismo ético-político, tendo como núcleo a idéia de liberdade. Trata-se, portanto, de uma

séria crítica ao holismo ou coletivismo e de uma defesa da liberdade do indivíduo concreto,

sem absolutizar o individualismo.

Fichamento de comentário: é um fichamento descritivo, com comentários

abordando a obra inteira ou parte dessa obra.

1 Holismo 1.1 Críticas ao holismo

OLIVA, A. Ontologia: os descaminhos na busca da substância social. In:______.Conhecimento e liberdade: individualismo x coletivismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1994.p. 15-41.

Defende a tese de que o holismo, historicamente, apenas tem servido como

dispositivo de legitimação para o poder exarcebado nas mãos do grupo encastelado no aparato

do Estado.

Para concluir, o fichamento tem como objetivo permitir armazenamento de dados

e/ou informações de documentos, no todo ou em parte, para posterior utilização, segundo os

interesses do pesquisador.

13 Veja também exemplos de resumo indicativo e informativo apresentados no item 2.1 deste capítulo.

28

3.4 Paper14

O paper caracteriza-se principalmente pela originalidade, ou seja, as reflexões

devem ser mesmo do autor do paper. Segundo Medeiros (1997, p. 186), “[...] se o autor

apenas compilou informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, o produto do

seu trabalho será um relatório e não um paper.”

Espera-se de quem o escreve uma avaliação e/ou interpretação dos fatos ou das

informações que foram recolhidas, ou seja, o desenvolvimento sintético de um ponto de vista

acerca de um tema, de uma realidade observada, de um texto, uma tomada de posição definida

e a expressão dos conhecimentos de forma original.

Para elucidar melhor o conceito de paper, vale lembrar o que ele não é:

O paper não é: a) um resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte); b) idéiasde outras pessoas, repetidas não criticamente; c) uma série de citações, nãoimporta se habilmente postas juntas; d) opinião pessoal não evidenciada, nãodemonstrada; e) cópia do trabalho de outra pessoa sem reconhecê-la, quer otrabalho seja ou não publicado, profissional ou amador: isto é plágio.(ROTH apud MEDEIROS, 1997, p. 187).

Estrutura do paper:

a) capa;

b) folha de rosto;

c) sumário;

d) introdução (1° parágrafo): objetivo, delimitação;

e) desenvolvimento: posicionamento, avaliação, reflexão. do autor do paper em

relação ao texto/realidade/tema;

14 Elaborado por Mauri Heerdt, professor da Unisul, membro do Grupo de Metodologia Científica, mestre em

Engenharia de Produção pela UFSC.

29

f) conclusão (último parágrafo): síntese concisa das principais idéias defendidas

no desenvolvimento do trabalho;

g) referências.

3.4.1 Paper – comunicação científica

A comunicação científica define-se como a informação que se apresenta em

congressos, simpósios, reuniões, academias, sociedades científicas. Em tais encontros, os

trabalhos realizados são expostos em tempo reduzido. A finalidade do paper tipo

comunicação científica é fazer conhecida a descoberta e os resultados alcançados com a

pesquisa, podendo fazer parte de anais.

Em geral, as comunicações científicas não permitem a reprodução total da

experiência realizada e levam em consideração os seguintes elementos: finalidade,

informações, estrutura, linguagem e abordagem.

A estrutura da comunicação científica (paper), para apresentação oral, engloba:

a) introdução: formulação do tema, justificativa, objetivos, metodologia,

delimitação do problema, abordagem e exposição exata da idéia central;

b) desenvolvimento: inclui exposição detalhada do que se disse na introdução e

fundamentação lógica das idéias apresentadas;

c) conclusão: busca uma síntese dos resultados da pesquisa.

A estrutura da comunicação científica escrita, para Medeiros (1997, p. 180), com

as adaptações que se fazem necessárias, pode ser esta:

a) capa;

30

b) folha de rosto: que engloba o nome do congresso (ou evento), local do evento,

data, título do trabalho, nome do autor, credenciais do autor;

c) resumo: síntese do trabalho. Pode aparecer entre o título e o texto, ou ao final

do trabalho;

d) conteúdo: introdução, desenvolvimento, conclusão (Conforme a apresentação

oral);

e) referências.

3.4.2 Position paper

A realidade e a educação moderna não podem aceitar mais aquele aluno que

simplesmente decora textos para tirar notas boas e que simplesmente reúne um amontoado de

idéias de outros autores.

Pelo contrário, hoje, exige-se que um aluno saiba ler e interpretar, mas que,

sobretudo, também questione e se posicione diante da realidade e do que é dito e apresente

suas próprias idéias. Isso é sinal de maturidade intelectual.

É nessa linha de raciocínio que se situa o position paper. Através dele, o

educando desenvolve sua capacidade de reflexão e criatividade diante do que está escrito

(livro, artigo, revista, jornal, etc.), diante do que é apresentado (palestra, congresso, seminário,

curso, etc.) e também diante do que pode ser observado numa realidade (empresa, projeto,

entidade, viagem de estudos, etc.).

31

É bom acentuar que não se trata de um relatório ou resumo. É uma reflexão

original, em que o educando deixa de ser um receptor passivo e passa a ser um sujeito crítico

e ativo na construção de novos conhecimentos.

Como a própria palavra pressupõe, o position paper é uma “posição”, do próprio

autor, mas é também o posicionamento de outros autores sobre o assunto. Por isso, este tipo

de trabalho exige uma revisão bibliográfica, ou seja, a pesquisa de estudos já efetuados por

outros autores.

A estrutura do position paper pode ser assim disposta:

a) capa;

b) folha de rosto;

c) sumário;

d) introdução: objetivo, delimitação, metodologia;

e) revisão bibliográfica: sobre o assunto (no mínimo dois outros autores);

f) reflexão e posicionamento: do autor sobre o assunto;

g) conclusão;

h) referências.

3.4.3 Short paper ou issue paper

A própria tradução destes termos já oferece uma base conceitual para este tipo de

trabalho: pequeno, conciso, problema crucial, questão, tema. Para entender melhor, basta

pegar um exemplo prático: diante de um texto ou realidade observada, sempre ou quase

32

sempre aparecem certas singularidades ou partes mais específicas, o que significa afirmar que

se pode discorrer apenas sobre uma destas partes.

A decisão sobre qual ponto específico abordar pode ser definida pelo professor,

que pode, também, deixá-la a critério do aluno.

Deve ficar evidente, no entanto, que o fato de o short paper ou issue paper ter

uma abrangência menor em termos de abordagem, não significa dizer que o conteúdo deva ser

tratado com menor profundidade. Pelo contrário: a delimitação do tema propicia o

aprofundamento do conteúdo.

Estrutura do short paper ou issue paper:

a) capa;

b) folha de rosto;

c) introdução (1° parágrafo): objetivo, delimitação (nesta é muito importante

situar o objeto específico de reflexão dentro do contexto geral em que esta foi

delimitada);

d) desenvolvimento: posicionamento, avaliação, questionamento do autor em

relação ao ponto específico que foi abordado;

e) conclusão (último parágrafo): síntese concisa das principais idéias defendidas

no desenvolvimento do trabalho;

f) referências.

3.5 Artigo científico15

15 Elaborado por Vilson Leonel, professor da Unisul, membro do Grupo de Metodologia Científica, mestrando

em educação pela Unisul.

33

Na vida acadêmica, são várias as atividades de pesquisa realizadas, tanto pelo

corpo docente como pelo discente. Essas atividades resultam de trabalhos didáticos e

científicos elaborados freqüentemente nas disciplinas, cursos ou em grupos de pesquisa. As

atividades que se caracterizam como trabalhos didáticos resultam da interação cultural, pois

permitem que o conhecimento seja reconstruído, na medida em que se tem acesso ao mundo

culturalmente instituído. Os trabalhos científicos, por sua vez, resultam de um esforço de

criação e elaboração de novos saberes, possuem uma natureza mais complexa e permitem que

o conhecimento se renove. Outra diferença significativa entre os dois tipos de trabalho é o

tratamento que se dá ao objeto de estudo no processo de sua assimilação, compreensão e

construção.

Os trabalhos didáticos e científicos, muitas vezes, pelo nível de excelência que

apresentam, são merecedores de publicação. As instituições de ensino, de maneira geral, e os

cursos que a elas pertencem, em particular, dispõem de revistas especializadas para a

publicação desses trabalhos produzidos por alunos e professores. 16

Artigo científico pode ser entendido como um trabalho completo em si mesmo,

mas possui dimensão reduzida. Köche (1997, p. 149) afirma que “o artigo é a apresentação

sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudos realizados

a respeito de uma questão.”

Salvador (1977, p. 24) apresenta cinco razões para escrever artigos científicos.

São elas:

a) Expor aspectos novos por nós descobertos, mediante o estudo e a pesquisa, arespeito de uma questão, ou de aspectos que julgamos terem sido tratados apenassuperficialmente, ou soluções novas para questões conhecidas; b) expor de umamaneira nova uma questão já antiga; c) anunciar resultados de uma pesquisa, queserá exposta futuramente em livro; d) desenvolver aspectos secundários de umaquestão que não tiveram o devido tratamento em livro que foi editado ou que seráeditado; e) abordar assuntos controvertidos para os quais não houve tempo depreparar um livro.

16 Só para citar um exemplo, a Unisul possui uma revista científica chamada Episteme onde são publicados as

produções científicas de seus alunos e professores.

34

O artigo é um meio de atualização de informações e por isso, enquanto fonte de

pesquisa, jamais pode ser ignorado por alunos e professores no processo de busca e aquisição

de conhecimentos.

Para a publicação de um artigo científico é necessário que se observem as

recomendações fixadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994), a qual

estrutura, de maneira geral, os seguintes elementos:

3.5.1 Elementos pré-textuais

Os elementos pré-textuais são os seguintes:

a) título: contém o termo ou expressão que indica o conteúdo do artigo;

b) autoria: nome do autor ou autores, acompanhado de um breve currículo (figura

em nota de rodapé);

c) resumo: apresenta objetivos, metodologia, e conclusões alcançadas. Deve ser

elaborado de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1990);

d) palavras-chave: termos indicativos do conteúdo do artigo.

3.5.2 Elementos textuais

Os elementos textuais são constituídos das seguintes partes:

35

a) introdução: apresenta o tema-questão-problema, justifica-o, expõe a finalidade

e descreve a metodologia que foi adotada na realização da pesquisa;

b) desenvolvimento: apresenta os resultados do estudo;

c) conclusão: analisa criticamente os resultados do estudo e abre perspectivas para

novas investigações;

d) referências: apresenta as obras que foram citadas no corpo do artigo conforme

a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002c).

3.5.3 Elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais são os seguintes:

a) apêndice: texto escrito pelo autor, que complementa as idéias contidas no

desenvolvimento;

b) anexo: documento (não necessariamente do autor do artigo) que fundamenta,

comprova ou ilustra aspectos contidos no desenvolvimento;

c) tradução do resumo: escrito em língua estrangeira, conforme determinação do

conselho editorial para quem será encaminhado o artigo.

Na redação de artigos científicos, além dos elementos apresentados, deverão ser

utilizados elementos de apoio, quando necessários, conforme sugere a Associação Brasileira

de Normas Técnicas (1994). São eles:

a) tabelas, quadros, fórmulas e ilustrações, os quais deverão ser apresentados de

acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994);

36

b) citações, as quais devem ser apresentadas de acordo com a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (2002a), devendo-se evitar as notas de rodapé

ou no final de texto.

É importante salientar que nem todas as revistas científicas seguem rigorosamente

a ordem dos elementos apresentadas neste texto. Alguns itens podem variar de acordo com as

necessidades e/ou exigência de cada conselho editorial. Independentemente disso, é

importante que professores e alunos sintam-se motivados para publicar os resultados de suas

atividades científicas ou didáticas.

3.6 Ensaio17

Ensaios, numa perspectiva ampla, caracterizam-se como exercícios básicos de

composição. Podemos divisar duas espécies de ensaio: o informal e o formal. No ensaio

informal, é admissível a criação e a emoção, que caracterizam a produção literária. No ensaio

formal, há preocupação com as características do texto acadêmico e científico (objetividade e

logicidade, por exemplo). O ensaio formal, escrito em primeira pessoa, deve ser breve e

sereno, problematizador e antidogmático, com espírito crítico e originalidade.

Do ponto de vista científico, o ensaio, segundo Rauen (1999, p. 137), é uma

“exposição metódica dos estudos realizados e das conclusões originais obtidas após o exame

de um assunto.” Para um cientista, o ensaio é um meio de transmitir informações e idéias.

Segundo Barrass (1986, p. 51), um ensaio é “uma breve explicação escrita de um assunto bem

delimitado, clara e decisiva, sistemática e compreensiva.”

17 Elaborado por Fábio José Rauen, professor da Unisul, doutor em Lingüística pela UFSC.

37

Vejam-se as principais características desse tipo de produção acadêmica:

a) exposição bem desenvolvida, objetiva, discursiva e concludente;

b) tese pessoal sem a comprovação última;

c) apresentação de maturidade intelectual, incluindo juízos de valor pessoal.

Um ensaio, porém, não é apenas um exercício de reflexão e redação, mas também

um veículo através do qual os pensamentos de qualquer escritor são reunidos e organizados

(como num artigo ou resenha de uma revista) e levados ao leitor de maneira clara, concisa e

interessante.

Para escrever um ensaio, leve em conta os seguintes passos:

a) reflexão sobre um tema – considere título e termos de referência, defina o

objetivo da composição, observe o tempo disponível para a escritura

distribuindo-o harmonicamente, considere idéias e informações sobre o tema,

decida o que o leitor precisa saber;

b) planejamento – construa um esquema de tópicos, sublinhe os pontos mais

relevantes, elabore o plano da redação, destacando a introdução, o

desenvolvimento e a conclusão;

c) escritura – digite o ensaio conforme as normas técnicas;

d) revisão – verifique se o ensaio é lido com facilidade, tem equilíbrio, se os

pontos essenciais foram destacados, se não há erros de coerência ou mesmo de

ortografia e, principalmente, se o ensaio corresponde às expectativas de seus

leitores virtuais.

3.7 Projeto de pesquisa18

18 Elaborado por Vilson Leonel, professor da Unisul, coordenador do Grupo de Metodologia Científica,

mestrando em educação pela Unisul e Alexandre Medeiros Motta, professor da Unisul, membro do Grupo deMetodologia Científica, mestrando em Ciências da Linguagem pela Unisul.

38

A pesquisa é a forma mais segura e aperfeiçoada de busca do conhecimento e

solução de problemas. Contudo sua realização depende da elaboração de um projeto, que é o

documento necessário para mapear, de forma sistemática, um caminho a seguir durante a

investigação, evitando que o pesquisador despenda tempo e recursos desnecessários ao fim

que se estabeleceu.

Não existe regra formalizada com relação aos elementos que compõem um projeto

de pesquisa. Todavia podemos apontar, sumariamente, o modelo que segue.

3.7.1 Considerações sobre a delimitação do tema e formulação do problema

a) tema: na sua escolha, o acadêmico deve dimensionar o interesse que tem pelo

assunto; avaliar se possui qualificação (intelectual) para submetê-lo a uma

investigação; verificar se existe bibliografia especializada suficiente para sua

fundamentação. O tema deverá indicar, sob forma de enunciado, os aspectos

que serão investigados na pesquisa;

b) delimitação do tema e formulação do problema: delimitar é indicar a

abrangência do estudo, ou seja, é estabelecer os limites extensionais e

conceituais do tema em questão. Enquanto princípio de logicidade, é

importante salientar que, quanto maior a extensão conceitual, menor a

compreensão conceitual e, inversamente, quanto menor a extensão conceitual,

maior a compreensão conceitual. Para que fique clara e precisa a extensão

conceitual do assunto, é importante situá-lo em sua respectiva área de

conhecimento, possibilitando, assim, que se visualize a especificidade do

39

objeto no contexto de sua área temática. Delimitado o tema, o passo seguinte é

a sua problematização. Gil (1995, p. 57-58) aponta cinco “regras” para a

adequada formulação do problema. São elas: a) o problema deve ser formulado

como uma pergunta; b) o problema deve ser delimitado a uma dimensão viável;

c) o problema deve ter clareza; d) o problema deve ser preciso; e) o problema

deve apresentar referências empíricas. As regras não são absolutamente rígidas

e devem ser moldadas à especificidade do problema. É importante, também,

lembrar que cada orientador possui uma forma própria de problematizar as

questões de pesquisa;

c) justificativa: a justificativa situa a importância do estudo e os porquês da

realização da pesquisa. O texto da justificativa, em geral, deve apresentar os

motivos que levaram à investigação do problema e endereçar a discussão à

relevância teórica e prática, social e científica do assunto;

d) objetivos: os objetivos indicam as ações que serão desenvolvidas para a

resolução do problema de pesquisa. O objetivo geral é apresentado na forma de

um enunciado que reúne, ao mesmo tempo, todos os objetivos específicos. Os

objetivos específicos informam sobre as ações particulares que dizem respeito

à análise teórica e aos meios técnicos de investigação do problema;

e) hipótese(s): consiste em apresentar um ou mais enunciados, sob forma de

sentença declarativa e que resolve (em) provisoriamente o problema. A

pesquisa tratará de buscar respostas que refutam ou corroboram as suposições

que forem apresentadas. Dependendo da natureza do problema e da forma de o

orientador trabalhar, este item pode ser opcional;

f) definição dos conceitos operacionais: consiste em apresentar o significado que

os termos do problema assumem na pesquisa. Através das definições, diz

40

Köche (1997, p. 117), “[...] é possível estabelecer os indicadores que podem

ser utilizados para categorizar as variáveis.” É importante salientar que não

será possível estabelecer instrumentos e procedimentos para coleta de dados,

se os indicadores das variáveis não estiverem previamente definidos.

3.7.2 Referencial teórico

O referencial teórico também pode ser chamado de revisão de literatura,

pressupostos teóricos, marco teórico, etc. Esta etapa do projeto é importante, porque apresenta

uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de fundamentá-lo nas teorias

existentes. As idéias apresentadas no texto devem estar organicamente ligadas com os

objetivos, hipóteses, definição conceitual e operacional das variáveis e outras partes do

projeto. A fundamentação teórica apresentada deve, ainda, servir de base para a análise e

interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do relatório final. Os dados

apresentados devem, necessariamente, ser interpretados à luz das teorias existentes.

3.7.3 Delineamento da pesquisa

O delineamento da pesquisa, segundo Gil (1995, p. 70), “refere-se ao

planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla”, ou seja, neste momento o

investigador estabelece os meios técnicos da investigação prevendo-se os instrumentos e

41

procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados. O delineamento da pesquisa, em

geral, apresenta os seguintes elementos:

a) tipo de pesquisa: consiste em informar qual o desenho que a pesquisa terá, ou

seja, se a pesquisa será bibliográfica, ou descritiva, ou experimental, ou estudo

de caso, ou documental, etc. É necessário, então, que o investigador justifique

o tipo de pesquisa que escolheu e apresente, de imediato, seu conceito;

b) população/amostra: indica se a pesquisa vai abranger o universo populacional

da realidade pesquisada ou se apenas uma amostra. No caso de se optar por

uma ou por outra, é necessário informar os procedimentos e/ou critérios

adotados para a sua execução. Informam-se também, características gerais da

população a ser investigada (cidade, município, bairro);

c) instrumentos utilizados para coleta de dados: consistem em indicar o tipo de

instrumento utilizado para registro dos dados que serão coletados. No caso de

questionários ou entrevistas deve se apresentar o modelo em anexo ou

apêndice;

d) procedimentos utilizados na coleta de dados: informam-se as operações que

serão executadas no momento da coleta de dados;

e) procedimentos para análise e interpretação de dados: indicam-se os recursos

que serão utilizados para a análise dos dados. Se forem estatísticos, devem ser

informados os tipos de gráficos, quadros ou tabelas;

f) cronograma: previsão das atividades e, respectivamente, período (dia ou mês)

de execução;

g) referências: relação das obras utilizadas para a fundamentação do problema de

pesquisa. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002c) deverá ser

consultada para que os elementos que identificam a referência (livros,

42

periódicos, etc.) sejam apresentados corretamente. Alguns exemplos

constituem o apêndice D.

3.8 Monografia19

O presente texto pretende, de forma despretensiosa, apresentar um apanhado de

informações que permita visualizar o que é uma monografia, uma vez que o aluno de

graduação, que se inicia cientificamente, ao buscar as características e funções desse tipo de

documento, pode deparar-se com uma diversidade de conceitos, entendimentos e estruturas,

que, na maioria das vezes, acaba por confundir-se.

Para alguns autores, como Paul Bureau (apud SALOMON, 1977, p. 218, grifo

nosso) monografia é “um método científico para o estudo dos fenômenos” ou, ainda, para

Lakatos e Marconi (1996, p. 151, grifo nosso) “um estudo sobre um tema específico ou

particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia.” Medeiros

(1999, p. 189, grifo nosso), por sua vez, afirma que “é uma dissertação que trata de um

assunto particular, de forma sistemática e completa.”

Nesta abordagem, estaremos caracterizando monografia como sendo um

documento científico, redigido dissertativamente, que tem uma estrutura formal mínima

definida. Seu conteúdo aborda um só tema ou, ainda, a resposta a um problema de pesquisa.

Salomon (1977, p. 219) diz que, etimologicamente, a palavra monografia,

significa “escrever a respeito de um único assunto.” Já lhe foi apontada, como intenção

19 Elaborado por Demétrio Nazari Verani, professor da Unisul, mestre em Gestão de Negócios para Integração

Latino Americana e o Mercosul e Vera Neves, Professora da Unisul, membro do Grupo de MetodologiaCientífica, mestre em Educação, pela Unisul.

43

inicial, ser um “relatório que objetivava esgotar a problemática de que tratava.” Entretanto, é

preciso reconhecer como é pretensioso o propósito de “esgotar” um assunto. Assim, as

monografias passaram a ser identificadas como relatos resultantes de investigações científicas.

A par disso, porém, é importante frisar que uma monografia não é um punhado de

informações e dados coletados que se aglutinam, rica ou mediocremente, em um texto novo.

Nem tão pouco é apenas um relatório. Trata-se de um documento único, organicamente

elaborado, que contém o produto da reflexão do pesquisador.

Para apresentar essa característica, a monografia precisa, além de ser precedida de

uma boa pesquisa, ser redigida de maneira dissertativa. Esta forma de redação baseia-se na

lógica, o que permite a argumentação, que sustenta o ponto de vista do autor. É a dissertação

que permite que a monografia seja redigida segundo a maneira mais adequada aos propósitos

da pesquisa que a precedeu.

A monografia tem, em sua forma, uma estrutura idêntica à de qualquer texto

dissertativo, ou seja, deve conter os seguintes elementos textuais:

a) introdução: onde são apresentados o tema e o problema da pesquisa feita, sua

justificativa, objeto e objetivos, bem como aspectos da metodologia utilizada

na pesquisa;

b) desenvolvimento: onde acontece a fundamentação lógica e a exposição do

assunto. Visa a expor, explicar, demonstrar, provar, fundamentar aquilo que a

pesquisa revelou. É, por assim dizer, comunicar os resultados da pesquisa, seja

ela bibliográfica, de campo ou de laboratório;

c) conclusão: onde o autor apresenta sua síntese pessoal, objetiva, interpretando

argumentos. É a fase final do trabalho, o fechamento da introdução, a síntese

da reflexão.

44

Não se deve esquecer, ainda, que outros elementos pré-textuais (capa, folha de

rosto, sumário, etc.) e pós-textuais (referências, anexos, etc.) antecedem e sucedem os

mesmos, respectivamente.

Ao se falar em monografia, não se pode deixar de destacar sua característica

essencial, a mesma que remonta a sua origem histórica: a especificação, ou seja, a redução da

bordagem a um só assunto, a um só problema (SALOMON, 1977, p. 219). E essa redução é

simples de compreender, o método científico de pesquisa parte de um único problema, ou de

um tema delimitado. Logo, o documento que contém os resultados da pesquisa também tem

seus limites pré-estabelecidos. A monografia, assim, “estuda um assunto com originalidade e

em profundidade, considerando todos os ângulos e aspectos”, afirma Medeiros (1999, p. 189).

Alguns autores como Salomon (1977, p. 219), classificam a monografia em dois

sentidos: lato – que resulta de investigação científica (relatórios, tesinas, informes científicos,

artigos) e estrito – que deve apresentar uma contribuição relevante à ciência (teses).

Um acadêmico de graduação ao pesquisar em uma dezena de livros, textos e sites,

e um doutorando, ao buscar conhecimento em uma centena de livros, textos e sites, ao

escreverem os resultados e conclusões a que chegaram, estarão escrevendo uma monografia.

Assim, ao nosso ver e no entender de autores como Medeiros (1999, p. 188-189) há um

equívoco, quando são usadas expressões que graduam em níveis as monografias, tais como

dissertação, tese, monografia, afinal, todas são trabalhos científicos, dissertativos, comunicam

os resultados de uma pesquisa e de uma reflexão. São elaborados sob as mesmas diretrizes

metodológicas do trabalho científico, têm que conter originalidade e podem apresentar uma

ou mais teses. O que, na verdade, tem nível diferenciado de profundidade e abrangência é a

pesquisa que precede a monografia.

45

4 ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO

A estrutura do trabalho acadêmico compreende os elementos pré-textuais, textuais

e pós-textuais. Os elementos pré-textuais são apresentados antes da introdução e, no seu

conjunto, ajudam na identificação e utilização do trabalho. Os elementos textuais apresentam

os resultados da investigação em três partes logicamente relacionadas: introdução,

desenvolvimento e conclusão. Os elementos pós-textuais apresentam informações que

complementam o trabalho. A apresentação, ou não, dos itens constantes nos elementos pré e

pós-textuais é determinada pela natureza do trabalho e de seu conteúdo específico. A ordem

dos elementos aqui apresentada reproduz o que determina a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (2002b, p. 3).

4.1 Elementos pré-textuais

a) capa (obrigatório, conforme modelo no anexo A, p. 75);

b) lombada (opcional);

c) folha de rosto (obrigatório, conforme modelo no anexo B, p. 76);

46

d) errata (opcional, conforme modelo no apêndice A, p. 65);

e) folha de aprovação (obrigatório, conforme modelo no anexo C, p. 77);

f) dedicatória(s) (opcional, conforme modelo no apêndice B, p. 66);

g) agradecimento(s) (opcional, conforme modelo no apêndice C, p. 67);

h) epígrafe (opcional, conforme modelo no anexo D, p. 78);

i) resumo na língua vernácula (obrigatório, conforme modelo no anexo E, p. 79);

j) resumo em língua estrangeira (obrigatório, conforme modelo no anexo F, p.

80);

k) lista de ilustrações (opcional, conforme modelo no anexo I, p. 85);

l) lista de tabelas (opcional, conforme modelo no anexo H, p. 84);

m) lista de abreviaturas e siglas (opcional, conforme modelo no anexo J, p. 86);

n) lista de símbolos (opcional);

o) sumário (obrigatório, conforme modelo no anexo G, p. 81).

4.2 Elementos textuais

a) introdução;

b) desenvolvimento;

c) conclusão.

4.3 Elementos pós-textuais

47

a) referências (obrigatório);

b) glossário (opcional);

c) apêndice(s) (opcional, texto ou documento elaborado pelo autor);

d) anexo(s) (opcional, texto ou documento não elaborado pelo autor);

e) índice(s) (opcional).

48

5 FORMATAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO

5.1 Papel

Deve ser utilizado papel branco, formato A4 (21,0 cm x 29,7 cm), com digitação

no anverso da folha, na cor preta (exceto ilustrações), com fonte tamanho 12, ficando o

projeto gráfico sob responsabilidade do autor do trabalho. Recomenda-se, entretanto, o uso de

fontes arredondadas como a Times New Roman ou Arial.

5.2 Margens

Objetivando permitir uma boa visualização do texto, assim como reprodução e

encadernação corretas, as margens adotarão as medidas a seguir:

a) superior: 3 cm;

b) inferior: 2 cm;

c) esquerda: 3 cm;

49

d) direita: 2 cm;

e) parágrafo: recuo da primeira linha a partir da margem esquerda;

f) citação longa: 4 cm (recuo a partir da margem esquerda) com espaço interlinear

simples e fonte tamanho 10;

g) Nota de rodapé: deve ser digitada dentro das margens indicadas, com espaço

interlinear simples e fonte tamanho 10, devendo ficar separada do texto por um

filete de 3 cm a partir da margem esquerda.

5.3 Espacejamento

Os títulos das seções primárias e secundárias deverão ser apresentados em

destaque, ficando separados, do texto que os precede ou que os sucede, por dois espaços

duplos.

O texto deve ser digitado ou datilografado em espaço duplo, exceto as citações

longas, notas de rodapé, referências, resumos em língua vernácula e em língua estrangeira,

que deverão ser digitados em espaço simples.

5.4 Paginação

As páginas devem ser numeradas seqüencialmente, em algarismos arábicos. A

numeração é colocada no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda, e a contagem será

50

feita a partir da folha de rosto. A numeração será registrada a partir da primeira folha da parte

textual até o final do trabalho. Os números devem ser colocados sem traço, ponto ou

parênteses. A paginação das referências, dos anexos e apêndices deve ser contínua. As

páginas que não podem ser numeradas (mapas, documentos, etc.) devem ser contadas.

5.5 Numeração progressiva

A numeração progressiva deverá ser adotada para as seções do texto onde os

títulos das seções primárias, que se caracterizam como as principais divisões de um texto,

devem iniciar-se em folha distinta (8 cm a partir da borda superior), podendo ser utilizados,

para destaque, os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal, e outros,

conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003). Deverá, ainda, o indicativo

numérico de uma seção preceder seu título, alinhado à esquerda por um espaço de caractere.

Os títulos sem indicativo numérico, como lista de abreviações, sumário, resumo, referências e

outros, devem ser centralizados (8 cm a partir da borda superior).

5.6 Referências

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002c, p. 2) a referência é

um “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite

sua identificação individual.” As referências devem ser apresentadas em espaço intelinear

51

simples e separadas entre si por espaço duplo. Para a elaboração da referência, a Associação

Brasileira de Normas Técnicas (2002c) deverá ser consultada. Alguns exemplos dos

principais tipos de referências são encontrados no apêndice D.

5.7 Citação

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002a, p. 1), citação é uma

“menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.” Ela pode ser direta, indireta e

citação de citação. A citação é considerada direta, quando houver transcrição ipsis litteris, isto

é, com as mesmas palavras do autor consultado. A citação é indireta, quando se reproduz

livremente, na forma de paráfrase, a idéia do autor. A citação de citação pode ser considerada

direta ou indireta e indica que a idéia pertence a um determinado autor, mas que foi extraída

da obra de outro autor.

A identificação das citações inseridas no texto pode ser feita pelo sistema autor-

data ou pelo sistema numérico. O sistema autor-data identifica a fonte pelo sobrenome do

autor, data de publicação da obra e página de onde foi extraída a informação. O sistema

numérico identifica as fontes em notas de rodapé ou em notas no final do texto (capítulo ou

trabalho). Exemplos de textos elaborados pelo sistema autor-data, com notas de rodapé ou no

final do texto, podem ser encontrados nos anexos K, L e M.

A citação direta pode ser curta ou longa. Observe como devem ser apresentadas

no texto:

a) quando a transcrição for curta (até três linhas):

• fica inserida no texto;

52

• deve estar entre aspas duplas;

• deve ser usada a mesma fonte do texto;

b) quando a transcrição for longa (mais de três linhas) deve:

• ser recuada (4 cm) da margem do texto;

• constar em fonte menor (tamanho 10);

• ser apresentada com o mesmo tipo de letra;

• ser digitada com espaço interlinear simples e sem aspas.

5.8 Ilustrações

As ilustrações constituem unidade autônoma que explicam ou complementam

visualmente o texto. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002b, p. 6) classifica

como ilustrações os quadros, lâminas, plantas, fotografias, gráficos, desenhos e outros.

[...] A identificação [das ilustrações] aparece na parte inferior, precedida da palavradesignativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismosarábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa de forma breve e clara,dispensando consulta ao texto, e da fonte. A ilustração deve ser inserida o maispróximo possível do trecho a que se refere, conforme o projeto gráfico.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002b, p. 6).

As ilustrações devem apresentar lista própria, conforme sua designação

específica. Veja modelo de lista de ilustrações (lista de gráficos) no anexo I.

5.9 Tabelas

53

Todo documento que apresentar duas ou mais tabelas, deve constar o número de

identificação no seu topo, feita em algarismos arábicos, precedidos pela palavra tabela,

podendo estar subordinadas a capítulos e seções, permitindo assim, uma melhor localização.

O título é um elemento essencial que deve constar no topo da tabela indicando a natureza, as

abrangências geográficas (sem abreviações), e temporal dos dados numéricos utilizados.

A lista de tabelas deve ser elaborada “de acordo com a ordem apresentada no

texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número

da página.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002b, p. 4). Veja

modelo de lista de tabelas no anexo H.

54

REFERÊNCIAS

AMBONI, N.; AMBONI, N. de F. Resenha crítica. Florianópolis: ESAG/UDESC, 1996.Não publicado.

ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 2. ed. São Paulo:Atlas, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação edocumentação, apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 2002a.

______. NBR 14724: informação e documentação, trabalhos acadêmicos, apresentação. Riode Janeiro, 2002b.

______. NBR 6022: apresentação de artigos em publicações periódicas. Rio de Janeiro, 1994.

______. NBR 6023: informação e documentação, referências, elaboração. Rio de Janeiro,2002c.

______. NBR 6024: informação e documentação, numeração progressiva das seções de umdocumento escrito, apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 6027: informação e documentação, sumário, apresentação. Rio de Janeiro,2003.

______. NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro, 1990.

55

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BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas,engenheiros e estudantes. São Paulo: T. A. Queiroz, 1986.

BEBBER, G.; MARTINELLO, D. Metodologia científica: orientações para projetos,pesquisa bibliográfica e de campo, relatórios e monografias. Caçador: Universidade doContestado, 1996.

BENEDET, M. B. A produção textual escrita e a prática pedagógica. 2001. 159 f.Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão,2001.

CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,1978.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica: para uso de estudantesuniversitários. 3. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1983.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1998.

GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harper, 1986.

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 11. ed. Rio de Janeiro: FundaçãoGetúlio Vargas, 1983.

GIL, A. C. Metodologia do ensino superior. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

HERDT, M. L. Metodologia científica: um instrumento auxiliar para produzir, sistematizar epublicar conhecimentos. Palhoça, 2000. Não publicado.

JAPIASSU, Hilton. Introdução ao pensamento epistemológico. 7. ed. rev. e ampl. Rio deJaneiro: F. Alves, 1992.

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. rev. e ampl. Porto Alegre:Vozes, 1988.

56

KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática dapesquisa. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997.

KNABBEN, Jane. O desafio da resolução de problemas na perspectiva vygostskyana.2002. 98 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade do Sul de Santa Catarina,Tubarão, 2002.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed.São Paulo: Atlas, 1996.

LUCKESI, Cipriano Carlos et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 2. ed. SãoPaulo: Cortez, 1985.

MARCANTONIO, A. T.; SANTOS, M. M. dos; LEHFELD, N. A. de S. Elaboração edivulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1996.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 5. ed. SãoPaulo: Atlas, 2001.

MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. SãoPaulo: Atlas, 1997.

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SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 5. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1977.

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SALVADOR, A. D. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica: elaboração e relatóriosde estudos científicos. 6. ed. rev. e aum. Porto Alegre: Sulina, 1977.

57

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 14. ed. São Paulo: Cortez, 1986.

SOARES, M.; CAMPOS, E. N. Técnica de redação: as articulações lingüísticas comotécnica do pensamento. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978.

58

APÊNDICES

APÊNDICE A – Modelo de errata 59

ERRATA

Folha Linha Onde se lê Leia-se32 3 pubicacao publicação

8 cm

3 cm 2 cm

2 cm

(dois espaços duplos)

APÊNDICE B – Modelo de dedicatória 60

DEDICATÓRIAS

Xxxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx

xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx.

Xxxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx

xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx.

3 cm 2 cm

2 cm

APÊNDICE C – Modelo de agradecimentos 61

AGRADECIMENTOS

Xxxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx

xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx.

Xxxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx

xxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx xxxxxx xxxx xxxx

xxxx xxxxxx xxxx xxxx.

3 cm 2 cm

2 cm

APÊNDICE D – Modelo de referências em sistema numérico 62

REFERÊNCIAS*

1 URANI, A et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil.Brasília, DF: IPEA, 1994.

2 WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998.Disponível em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

3 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n.º 14. Não é admissível, por atoadministrativo, restringir, em razão de idade, inscrição em concurso para cargo público.Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: 29 nov.1998.

4 SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 set.1998. Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>.Acessoem: 19 set. 1998.

* Esta lista contém os principais tipos de referências utilizados na produção acadêmica. Leia na legenda os

principais modelos:1 Mais de três autores de livro2 Matéria de revista com autoria desconhecida3 Súmula em meio eletrônico4 Artigo de jornal assinado em meio eletrônico5 Organizador de livro6 Matéria de jornal não assinada7 Documento com três autores8 Base de dados em meio eletrônico9 Software educativo CD-ROM10 Um autor de livro11 Autor entidade12 Capítulo de livro13 Artigo de revista

8 cm

2 cm

3 cm 2 cm

(dois espaços duplos)

APÊNDICE D – Modelo de referências em sistema numérico 63

5 FERREIRA, L. P. (Org.). O fonoaudiólogo e a escola. São Paulo: Summus, 1991.

6 ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:<http:// www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998.

7 PASSOS, L. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segundasérie, 2, primeiro grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.

8 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de Ciência e Tecnologia. Mapas.Curitiba, 1997. Base de Dados em Microlsis, versão 3.7.

9 PAU no gato! Por quê? Rio de Janeiro: Sony Music Book Case Multimidia Educational,[1990]. 1 CD-ROM. Windows 3.1.

10 GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p.

11 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação decitações em documentos: procedimento. Rio de Janeiro, 2002.

12 SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In:______. História do Amapá,1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3, p. 15-24.

13 GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio deJaneiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

APÊNDICE E – Modelo de referências em sistema alfabético 64

REFERÊNCIAS

ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:<http:// www.diariodonordeste.com.br>. Acesso em: 28 nov. 1998.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: apresentação decitações em documentos: procedimento. Rio de Janeiro, 1998.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n.º 14. Não é admissível, por atoadministrativo, restringir, em razão de idade, inscrição em concurso para cargo público.Disponível em: <http://www.truenetm.com.br/jurisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: 29 nov.1998.

FERREIRA, L. P. (Org.). O fonoaudiólogo e a escola. São Paulo: Summus, 1991.

GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137 p.

GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio deJaneiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

PASSOS, L. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segunda série,2, primeiro grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.

PAU no gato! Por quê? Rio de Janeiro: Sony Music Book Case Multimidia Educational,[1990]. 1 CD-ROM. Windows 3.1.

SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In:______. História do Amapá, 1ºgrau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3, p. 15-24.

(dois espaços duplos)

APÊNDICE E – Modelo de referências em sistema alfabético 64

SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 19 set. 1998.Disponível em: <http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>.Acesso em: 19set. 1998.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de Ciência e Tecnologia. Mapas.Curitiba, 1997. Base de Dados em Microlsis, versão 3.7.

URANI, A et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil.Brasília, DF: IPEA, 1994.

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set. 1998.Disponível em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

3 cm 2 cm

65

72

ANEXO

66

ANEXO A – Modelo de capa 67

MARCIA BORGES BENEDET

A PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Tubarão, 2001

3 cm 2 cm

3 cm

2 cm

ANEXO B – Modelo de folha de rosto 68

MARCIA BORGES BENEDET

A PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Dissertação apresentada ao Curso de Mestradoem Educação, como requisito à obtenção dotítulo de Mestre em Educação.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientadora Profª. Dr.ª Vera Lúcia Chacon Valença

Tubarão, 2001

3 cm 2 cm

3 cm

2 cm

ANEXO C – Modelo de folha de aprovação 69

MARCIA BORGES BENEDET

A PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Dissertação apresentada ao Curso de Mestradoem Educação, como requisito à obtenção dotítulo de Mestre em Educação.

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________, ___de _______________de ______. Local dia mês ano

____________________________________Prof. Xx. Xxxxxxx Xxxxx

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________Prof. Xx. Xxxxxxx Xxxxx

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________Prof. Xx. Xxxxxxx Xxxxx

Universidade do Sul de Santa Catarina

3 cm 2 cm

3 cm

2 cm

ANEXO D – Modelo de epígrafe 70

O que eu pediria à escola, se não me faltassem luzes

pedagógicas, era considerar a poesia como primeira visão

direta das coisas, e depois como veículo de informação

prática e teórica, preservando em cada aluno o fundo

mágico, lúdico, intuitivo e criativo, que se identifica

basicamente com a sensibilidade poética... Alguma coisa

que se ‘bolasse’ nesse sentido, no campo da educação,

valeria como corretivo prévio de aridez com que se

costumam transcorrer destinos profissionais, murados na

especialização, na ignorância do prazer estético, na tristeza

de encarar a vida como dever pontilhado de tédio.

(Drummond, 1974).

3 cm 2 cm

2 cm

ANEXO E – Modelo de resumo na língua vernácula 71

RESUMO

A presente dissertação volta seu foco de interesse para a produção textual escrita, tendo comomaior objetivo a procura de subsídios nessa área que ajudem a tornar mais eficiente o trabalhodo professor em classe, de acordo com a literatura contemporânea. Nessa busca as leiturasforam constantes, permeando as atividades de campo, a elaboração do material escrito e aspossíveis interpretações dos fatos observados. A solicitação da produção de um texto escritoem quatro classes da terceira série do ensino fundamental, de duas escolas localizadas nomunicípio de Tubarão, foi o ponto de partida para o estudo de aspectos relevantes que seriamdecorrentes (ou não) do fato de as escolas trabalharem de formas diferentes a fase depreparação que antecede o texto escrito. Além disso, os textos produzidos foram a base de umestudo sobre a coesão e a coerência. O capítulo teórico aborda a teoria do desenvolvimento deJean Piaget, com a leitura de Emilia Ferreiro voltada para a linguagem escrita, enfocandotambém as grandes contribuições de Vygotsky e Luria, que incluem considerações a respeitodo papel regulador da linguagem sobre o comportamento humano. São abordados, ainda,aspectos específicos do texto escrito na visão de estudiosos da linguagem, aspectos relativos àavaliação dos textos pelas professoras das classes participantes da pesquisa e peloseducadores em geral, bem como a questão da formação do profissional do magistério e a suaresistência diante das mudanças. Direcionando-se para uma abordagem que valoriza asrelações sociais, acredita-se, neste estudo que, para atribuir sentido ao ensino, a aprendizagempressupõe a necessidade de interagir, interpretar, compreender e participar. Para que o alunocompreenda as modalidades da língua que serão a base para as suas expressões, é necessárioque faça parte de diferentes situações de interatividade, e, em particular, da produção escrita,que, por sua vez, resulta de uma organização de idéias baseada nos vários discursos existentesno meio social. A escola surge como o espaço que deve impulsionar inúmeras situações deprodução, com vários procedimentos metodológicos que permitirão ao aluno a manifestaçãode seus conhecimentos e experiências de vida, explicitados através da interação linguagemoral e escrita. O professor, nesta perspectiva, será aquele que irá assegurar continuidade àsconquistas do aluno, promovendo a interação em classe, enquanto constrói (e divulga,também em momentos de interação com os colegas) o próprio saber.

Palavras-chave: Linguagem e educação, Educação – Textos, Linguagem textual,Comunicação escrita

2 cm

8 cm

3 cm 2 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO F – Modelo de resumo em língua estrangeira 72

ABSTRACT

The present dissertation stresses its interest focus on the written textual production, having asits main objective the search for subsidies within this area in order to make the teacher’s workin class become more efficient, in accordance with contemporary literature. Literature readingwas a constant matter in this search, spreading field activities, elaboration of written materialand the possible interpretations of observed facts. The request of two schools located in thecity of Tubarão to produce a written text in four third grade classes of fundamental teaching,was considered to be the start line for the study of relevant aspects that might (or not)originate from the fact that both schools worked in different ways on the preparation thatprecedes the written text. Besides, the produced texts were the base of a study on the cohesionand coherence. The theoretical chapter approaches Jean Piaget’s development theory, with thereading of Emilia Ferreiro turned to the written language, also focusing on the greatcontributions of Vygotsky and Luria, that include considerations on the language regulatorrole over human behaviour. Written text specific aspects are also approached according to theview of language scholars, such aspects related to texts evaluation on the part of the teachersof research participant classes and by general educators, as well as the teaching professionalformation matter and his resistance before changes. By being directed to an approach thatincreases the value of social relations, it is believed in this study that in order to attributesense to teaching, learning presupposes the need for interacting, interpreting, comprehendingand participating. For the student to understand the language modalities which will be theground for his expressions, it is necessary to be engaged into different interactivity situations,and in particular the written production, that in turn results in an organization of ideas basedon various existing discourses amid the social means. School emerges as a space that shouldboost the many production situations, with various methodological procedures that shall allowthe student to manifest his knowledge and experiences of life, explicit by means of oral andwritten language interaction. Within this perspective, the teacher will be the one who willassure the continuation of the student’s conquests, by providing class interaction, whilebuilding up (and spreading, also in interacion moments with his peers) his own knowledge.

Key words: Language and education, Education -Texts, Textual language, Writtencomunication

2 cm

8 cm

3 cm 2 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO G – Modelo de sumário 73

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................9

2 SUBSÍDIOS TEÓRICOS CONTEMPORÂNEOS PARA A PRÁTICA

PEDAGÓGICA ....................................................................................................................14

2.1 Olhares contemporâneos sobre a linguagem escrita.........................................................15

2.1.1 Jean Piaget e Emilia Ferreiro ........................................................................................16

2.1.2 L. S. Vygotsky e A. R. Luria ........................................................................................24

2.1.3 Piaget e Vygotsky: o debate ..........................................................................................31

2.2 A escola: espaço de intervenção e de produção ...............................................................34

2.2.1 A intervenção pedagógica mediadora ...........................................................................35

2.2.2 A produção textual ........................................................................................................48

2.2.2.1 A coerência e a coesão ...............................................................................................55

2.2.3 A intervenção mediadora e a produção textual na escola fundamental.........................62

3 UMA EXPERIÊNCIA DE CAMPO: SUBSÍDIOS PARA A PRÁTICA

PEDAGÓGICA ....................................................................................................................65

3.1 Aspectos metodológicos ...................................................................................................65

3 cm 2 cm

2 cm

8 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO G – Modelo de sumário 74

3.1.1 Objetivos propostos ......................................................................................................66

3.1.2 Definição dos locais e sujeitos do estudo ......................................................................67

3.2 Relato da experiência .......................................................................................................71

3.2.1 O levantamento dos dados textos ..................................................................................71

3.2.2 O processo de análise dos dados ...................................................................................73

3.2.3 Análise dos dados: abordagem quantitativa e qualitativa..............................................75

3.2.3.5 Os tipos de textos produzidos...................................................................................107

3.2.3.6 A escola pública e a particular: um paralelo ............................................................110

3.3 O que dizem os professores (e o que se diz deles) ........................................................115

3.3.1 A avaliação de textos na visão das professoras das classes envolvidas na pesquisa

e de acordo com a literatura atual ........................................................................................116

3.3.2 Por que os professores resistem às mudanças?............................................................121

3.3.3 A formação dos professores ........................................................................................125

4 UNINDO TEORIA E PRÁTICA: O QUE SE PROPÕE QUE A ESCOLA FAÇA .130

4.1 Quanto à busca de conhecer novas experiências ............................................................131

4.2 Quanto à mediação e à interação na produção textual....................................................132

4.3 Quanto à atuação na ZDP ...............................................................................................136

4.4 Quanto à busca de novas sugestões para a prática pedagógica .....................................139

5 CONCLUSÃO..................................................................................................................146

REFERÊNCIAS .................................................................................................................151

ANEXOS .............................................................................................................................156

ANEXO G – Modelo de sumário 75

Anexo A – Grade de análise do fator coerência ...................................................................157

Anexo B – Grade de análise do fator coesão........................................................................158

ANEXO H – Modelo de lista de tabelas 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Categorias de análise ............................................................................................47

Tabela 2 – Desempenho por categoria ...................................................................................50

3 cm 2 cm

2 cm

8 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO I – Modelo de lista de ilustrações 77

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Análise e interpretação do problema ... ...............................................................51

Gráfico 2 – Desempenho na categoria 2 – relação teórico-prática ........................................51

Gráfico 3 – Desempenho na categoria 3 – nível de integração interdisciplinar ... .................52

Gráfico 4 – Desempenho na categoria 4 – motivação para resolver o problema ..................52

Gráfico 5 – Desempenho na categoria 5 – efetiva resolução da situação-problema ...... .......53

Gráfico 6 – Média do desempenho em cada categoria ... .......................................................53

Gráfico 7 – Porcentagem do desempenho para a categoria 1 ................................................61

Gráfico 8 – Porcentagem do desempenho para a categoria 2 ................................................61

Gráfico 9 – Porcentagem do desempenho para a categoria 3 ................................................62

Gráfico 10 – Porcentagem do desempenho para a categoria 4 ..............................................62

Gráfico 11 – Porcentagem do desempenho para a categoria 5 ..............................................63

8 cm

3 cm 2 cm

2 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO J – Modelo de lista de abreviaturas 78

LISTA DE ABREVIATURAS

∆d – variação de fonte

∆p – variação de pressão

A – área

Gi – freqüência

Fc – freqüência cardíaca

Fr – freqüência respiratória

h – altura

P – pressão

Q – vazão

r – raio

UTI – unidade de terapia intensiva

v – velocidade

V. – Vygotsky

8 cm

3 cm 2 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO K – Modelo de sistema de chamada – autor-data 79

1 PESQUISA PURA E APLICADA*

1.1 Conceituação

São muitos os critérios adotados para constituir uma taxionomia dos tipos de

pesquisa. Por exemplo, se classificarmos as pesquisas quanto ao procedimento adotado na

coleta de dados, teremos, segundo Köche (1988, p. 78), pesquisa bibliográfica, descritiva e

experimental. Se o critério adotado for o do objeto de estudo, é possível afirmar que, para

cada ciência, há um tipo de pesquisa, ou seja, em educação, pesquisa educacional; em

sociologia, pesquisa sociológica; em história, pesquisa histórica, etc. Se o critério estabelecido

for os fins para os quais se justifica a realização, ou não, de uma pesquisa, teremos, então, o

que convencionalmente se costuma chamar pesquisa pura e aplicada. Segundo Castro (1978,

p. 59), “não é absolutamente vital estabelecer se uma pesquisa é básica ou aplicada.” A

importância maior reside no tipo de justificativa que se apresenta para a realização de uma ou

de outra.

* Parte do trabalho apresentado pelos mestrandos Vilson Leonel, João Buss e Angélica Porto à disciplina de

Metodologia da Pesquisa, do Curso de Mestrado em Educação da UNISUL, no 2º semestre de 1998.

8 cm

3 cm 2 cm

2 cm

(dois espaços duplos)

(dois espaços duplos)

ANEXO K – Modelo de sistema de chamada – autor-data 80

1.2 Ciência pura e neutra: uma reflexão necessária!

Até poucas décadas atrás, nem os mais extremistas intelectuais que contestavam

todas as instituições existentes ousavam criticar a ciência. Pelo contrário, estavam todos

convencidos de que a ignorância era a fonte de todos os males, e a ciência era a única capaz

de resolver todos os problemas. Hoje, já existem aqueles que acreditam estar a ciência na

origem de muitos males. Mesmo assim, a filosofia das luzes continua bastante viva.

Poderíamos até dizer que existe uma verdadeira fé na ciência e em seus resultados: o domínio

da natureza, a riqueza material, a organização eficaz da vida social, etc. Contudo, são cada dia

maiores as suspeitas sobre o número crescente de conseqüências do desenvolvimento

científico. O que outrora era promessa de felicidade, torna-se, hoje, ameaça de morte.

[...] a desagregação das relações individuais nas sociedades industrializadas, autilização das pesquisas científicas para fins destruidores, a possibilidade demanipulação crescente dos indivíduos, a utilização maciça dos cientistas, de seusmétodos e de seus ‘produtos’ para fins repressivos, a obsessão patológica peloconsumo, gerando um esgotamento irracional dos recursos naturais e uma poluiçãopraticamente irreversível do meio ambiente, etc. (JAPIASSU, 1979, p. 139).

Esta situação começou a gerar uma reação que tem levado a um questionamento

acerca da significação real da ciência. Com efeito, para o senso comum, a ciência é como um

poder onipotente, mágico, admirado, temido, enfim, um poder que atinge a totalidade da vida

das pessoas. No dizer de Japiassu, a sociedade está a venerar uma nova Santíssima Trindade:

Ciência-Técnica-Indústria. Apesar de o saber pelo saber estar na base do desenvolvimento da

ciência, esta desempenha um papel importante no desenvolvimento das forças produtivas. A

pesquisa científica, cada vez mais, comanda o desenvolvimento econômico. Há muito que ela

é cúmplice do processo de industrialização. Por esse motivo,

[...] foi levada a multiplicar a estatura de seus próprios empreendimentos, o poderde seus instrumentos, a resistência de seus materiais e, por conseguinte, a ampliar o

3 cm 2 cm

2 cm

ANEXO K – Modelo de sistema de chamada – autor-data 81

campo de suas investigações: do microcosmo (química do ser vivo, física daspartículas) ao macrocosmo (exploração do espaço). (JAPIASSU, 1992, p. 144).

Com a industrialização, a prática científica mudou de escala e de natureza. A

ciência acadêmica, autônoma e livre, foi dando lugar a uma ciência dependente do Estado ou

da indústria, fazendo por inseri-la, sempre mais, no jogo diplomático das políticas nacionais

da ciência.

ANEXO L – Modelo de sistema de chamada numérico – lista de notas no final do texto 82

1 PESQUISA PURA E APLICADA¹

1.1 Conceituação

São muitos os critérios adotados para constituir uma taxionomia dos tipos de

pesquisa. Por exemplo, se classificarmos as pesquisas quanto ao procedimento adotado na

coleta de dados, teremos, segundo Köche, pesquisa bibliográfica, descritiva e experimental².

Se o critério adotado for o do objeto de estudo, é possível afirmar que, para cada ciência, há

um tipo de pesquisa, ou seja, em educação, pesquisa educacional; em sociologia, pesquisa

sociológica; em história, pesquisa histórica, etc. Se o critério estabelecido for os fins para os

quais se justifica a realização, ou não, de uma pesquisa, teremos, então, o que

convencionalmente se costuma chamar pesquisa pura e aplicada. Segundo Castro, “não é

absolutamente vital estabelecer se uma pesquisa é básica ou aplicada.”³ A importância maior

reside no tipo de justificativa que se apresenta para a realização de uma ou de outra.

1.2 Ciência pura e neutra: uma reflexão necessária!

8 cm

3 cm 2 cm

(dois espaços duplos)

(dois espaços duplos)

ANEXO L – Modelo de sistema de chamada numérico – lista de notas no final do texto 83

Até poucas décadas atrás, nem os mais extremistas intelectuais que contestavam

todas as instituições existentes ousavam criticar a ciência. Pelo contrário, estavam todos

convencidos de que a ignorância era a fonte de todos os males, e a ciência era a única capaz

de resolver todos os problemas. Hoje, já existem aqueles que acreditam estar a ciência na

origem de muitos males. Mesmo assim, a filosofia das luzes continua bastante viva.

Poderíamos até dizer que existe uma verdadeira fé na ciência e em seus resultados: o domínio

da natureza, a riqueza material, a organização eficaz da vida social, etc. Contudo, são cada dia

maiores as suspeitas sobre o número crescente de conseqüências do desenvolvimento

científico. O que outrora era promessa de felicidade, torna-se, hoje, ameaça de morte.

[...] a desagregação das relações individuais nas sociedades industrializadas, autilização das pesquisas científicas para fins destruidores, a possibilidade demanipulação crescente dos indivíduos, a utilização maciça dos cientistas, de seusmétodos e de seus ‘produtos’ para fins repressivos, a obsessão patológica peloconsumo, gerando um esgotamento irracional dos recursos naturais e uma poluiçãopraticamente irreversível do meio ambiente, etc.4

Esta situação começou a gerar uma reação que tem levado a um questionamento

acerca da significação real da ciência. Com efeito, para o senso comum, a ciência é como um

poder onipotente, mágico, admirado, temido, enfim, um poder que atinge a totalidade da vida

das pessoas. No dizer de Japiassu, a sociedade está a venerar uma nova Santíssima Trindade:

Ciência-Técnica-Indústria. Apesar do saber pelo saber estar na base do desenvolvimento da

ciência, esta desempenha um papel importante no desenvolvimento das forças produtivas. A

pesquisa científica, cada vez mais, comanda o desenvolvimento econômico. Há muito que ela

é cúmplice do processo de industrialização. Por esse motivo,

[...] foi levada a multiplicar a estatura de seus próprios empreendimentos, o poder deseus instrumentos, a resistência de seus materiais e, por conseguinte, a ampliar ocampo de suas investigações: do microcosmo (química do ser vivo, física daspartículas) ao macrocosmo (exploração do espaço).5

ANEXO L – Modelo de sistema de chamada numérico – lista de notas no final do texto 84

Com a industrialização, a prática científica mudou de escala e de natureza. A

ciência acadêmica, autônoma e livre, foi dando lugar a uma ciência dependente do Estado ou

da indústria, fazendo por inseri-la, sempre mais, no jogo diplomático das políticas nacionais

da ciência.

2 cm

ANEXO L – Modelo de sistema de chamada numérico – lista de notas no final do texto 85

NOTAS

1 Parte do trabalho apresentado pelos mestrandos Vilson Leonel, João Buss e Angélica Porto àdisciplina de Metodologia da Pesquisa, do Curso de Mestrado em Educação da UNISUL, no2º semestre de 1998.

2 KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. rev. e ampl. PortoAlegre: Vozes, 1988, p. 122–126.

3 CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,1978, p. 59.

4 JAPIASSU, Hilton. Introdução ao pensamento epistemológico. 7. ed. rev. e ampl. Rio deJaneiro: Francisco Alves, 1992, p. 139.

5 Ibid., p. 144.

8 cm

(dois espaços duplos)

ANEXO M – Modelo de sistema numérico – nota de rodapé 86

1 PESQUISA PURA E APLICADA1

1.1 Conceituação

São muitos os critérios adotados para constituir uma taxionomia dos tipos de

pesquisa. Por exemplo, se classificarmos as pesquisas quanto ao procedimento adotado na

coleta de dados, teremos, segundo Köche, pesquisa bibliográfica, descritiva e experimental2.

Se o critério adotado for o do objeto de estudo, é possível afirmar que, para cada ciência, há

um tipo de pesquisa, ou seja, em educação, pesquisa educacional; em sociologia, pesquisa

sociológica; em história, pesquisa histórica, etc. Se o critério estabelecido for os fins para os

quais se justifica a realização, ou não, de uma pesquisa, teremos, então, o que

convencionalmente se costuma chamar pesquisa pura e aplicada. Segundo Castro, “não é

absolutamente vital estabelecer se uma pesquisa é básica ou aplicada.”3. A importância maior

reside no tipo de justificativa que se apresenta para a realização de uma ou de outra.

1 Parte do trabalho apresentado pelos mestrandos Vilson Leonel, João Buss e Angélica Porto à disciplina de

Metodologia da Pesquisa, do Curso de Mestrado em Educação da UNISUL, no 2º semestre de 1998.2 KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Vozes,

1988, p. 122–126.3 CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978, p. 59.

8 cm

3 cm 2 cm

2 cm

(dois espaços duplos)

(dois espaços duplos)

ANEXO M – Modelo de sistema numérico – nota de rodapé 87

1.2 Ciência pura e neutra: uma reflexão necessária!

Até poucas décadas atrás, nem os mais extremistas intelectuais que contestavam

todas as instituições existentes ousavam criticar a ciência. Pelo contrário, estavam todos

convencidos de que a ignorância era a fonte de todos os males, e a ciência era a única capaz

de resolver todos os problemas. Hoje, já existem aqueles que acreditam estar a ciência na

origem de muitos males. Mesmo assim, a filosofia das luzes continua bastante viva.

Poderíamos até dizer que existe uma verdadeira fé na ciência e em seus resultados: o domínio

da natureza, a riqueza material, a organização eficaz da vida social, etc. Contudo, são cada dia

maiores as suspeitas sobre o número crescente de conseqüências do desenvolvimento

científico. O que outrora era promessa de felicidade, torna-se, hoje, ameaça de morte.

[...] a desagregação das relações individuais nas sociedades industrializadas, autilização das pesquisas científicas para fins destruidores, a possibilidade demanipulação crescente dos indivíduos, a utilização maciça dos cientistas, de seusmétodos e de seus ‘produtos’ para fins repressivos, a obsessão patológica peloconsumo, gerando um esgotamento irracional dos recursos naturais e uma poluiçãopraticamente irreversível do meio ambiente, etc.4

Esta situação começou a gerar uma reação que tem levado a um questionamento

acerca da significação real da ciência. Com efeito, para o senso comum, a ciência é como um

poder onipotente, mágico, admirado, temido, enfim, um poder que atinge a totalidade da vida

das pessoas. No dizer de Japiassu, a sociedade está a venerar uma nova Santíssima Trindade:

Ciência-Técnica-Indústria. Apesar do saber pelo saber estar na base do desenvolvimento da

ciência, esta desempenha um papel importante no desenvolvimento das forças produtivas. A

pesquisa científica, cada vez mais, comanda o desenvolvimento econômico. Há muito que ela

é cúmplice do processo de industrialização. Por esse motivo,

4 JAPIASSU, Hilton. Introdução ao pensamento epistemológico. 7. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Francisco

Alves, 1992, p. 139.

ANEXO M – Modelo de sistema numérico – nota de rodapé 88

[...] foi levada a multiplicar a estatura de seus próprios empreendimentos, o poder deseus instrumentos, a resistência de seus materiais e, por conseguinte, a ampliar ocampo de suas investigações: do microcosmo (química do ser vivo, física daspartículas) ao macrocosmo (exploração do espaço).5

Com a industrialização, a prática científica mudou de escala e de natureza. A

ciência acadêmica, autônoma e livre, foi dando lugar a uma ciência dependente do Estado ou

da indústria, fazendo por inseri-la, sempre mais, no jogo diplomático das políticas nacionais

da ciência.

5 JAPIASSU, 1992, p. 139.