trabalho de tintas automotivas

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[TINTAS AUTOMOTIVAS] Aluno: Caio César Lourenço UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Departamento de Química Tintas e Vernizes QUI179

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Page 1: Trabalho de Tintas Automotivas

[TINTAS AUTOMOTIVAS]

Aluno: Caio César Lourenço

Professora: Kátia Monteiro Novack

26/03/2013

Tintas Automotivas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

Departamento de Química

Tintas e Vernizes QUI179

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No setor automotivo, a pintura é responsável pela proteção e pela beleza. A tinta representa 0,8% do valor gasto em um veículo, mas é um fator determinante na hora da compra. Preferência, trabalho, revenda. Existem vários motivos. Entenda um pouco mais sobre esse item que o brasileiro leva bastante em consideração na hora de escolher o carro que vai levar para casa.

Composição: A tinta é composta, basicamente, por duas partes: uma solúvel e outra sólida. A solúvel representa os solventes ou a água e a sólida é formada pelos aditivos, pigmentos, resinas e cargas. As resinas oferecem quase todas as características de uma tinta – brilho, espessura, dureza, resistência - enquanto os pigmentos dão as tonalidades.

Mas, nem toda tinta é igual. As tintas automotivas se dividem em três tipos: sólida, metálica e perolizada. A sólida apresenta as características básicas, as metálicas recebem no pigmento partículas de alumínio, e as perolizadas ganham pigmentos de pérola - mais brilhantes e menos visíveis à noite. Os preços de cada uma obedecem também a essa escala de produção. Cada montadora trabalha com uma faixa de preço, que pode variar também de acordo com cada veículo.

O produto guarda outras particularidades. Também há diferenças de composição de acordo com a finalidade do produto. A tinta para repintura recebe alguns cuidados diferentes. Não é uma questão de qualidade, por que as duas são iguais nesse quesito. É uma diferença de composição. Na pintura, a carcaça faz a secagem na estufa, que atinge 150/160 Cº. No entanto, na repintura, o carro não pode entrar na estufa, pois se fosse exposto a essa temperatura danificaria a parte interna e toda a parte elétrica. Por isso, a tinta fica em temperatura ambiente ou até 60 Cº.

Existem basicamente três tipos de tintas automotivas: As tintas de poliéster, tintas a base de laca de nitrocelulose (conhecidas como Duco) e tintas acrílicas. As tintas de poliéster são indicadas para pinturas coloridas e brilhantes. As tintas Duco, formam uma camada meio que plástica e possuem vários tons. Praticamente todas as cores estão nessa segunda categoria. As tintas acrílicas devem ser diluídas em verniz acrílico e não atacam pinturas metálicas ou transparências.

Além disso, existe um terceiro material que é chamado de primer. Ele ajuda a aderir a tinta no plástico, uma vez que ela foi feita para aderir em metal e necessita de um fixador para grudar em outras superfícies. As tintas duco atacam o plástico (assim como alguns solventes), por isso, o uso de primer não é só recomendado, como obrigatório. Outra opção para se aderir tinta no plástico são os chamados "promotores de aderência". Um composto feito exclusivamente para esta função, servindo como base ou podendo ser usado antes do tradicional fundo (de cor cinzenta).

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A diluição da tinta depende do fabricante que a vende. Alguns as vendem já com um pouco de solvente, de modo que a quantidade necessária é menor. Outros as vendem quase in-natura, parecendo uma pasta grossa, de modo que é necessário muito mais solvente.

Para dissolver as tintas automotivas, recomenda-se usar o diluente apropriado, normalmente recomendado para o tipo de tinta a ser usada. Costuma-se usar o Thinner, que é um solvente (são destinados principalmente à limpeza dos materiais de pintura) como diluente, o que merece uma atenção um pouco maior. Tintas acrílicas só devem ser dissolvidas em verniz acrílico, caso contrário, pode ocorrer o "queimado" da cor, ou decantação do pigmento no fundo.

Assim como existem as tintas automotivas, existe também o verniz automotivo, que tem a mesma função do verniz convencional. A vantagem é que este, sendo próprio para o tipo de tinta, não reage com a mesma, causando mudanças de cor ou defeitos na pintura tipo enrugamento. Além disso, o verniz automotivo é bem mais resistente ao tempo, e não amarela com facilidade. Existem dois tipos de vernizes, os pronto para uso que é só diluir e usar, e os chamados "bi-componentes". Este último, como o nome diz, é dividido em dois compostos, a tinta e o catalisador, uma espécie de "secante".

Trabalhar na produção de tintas requer cuidado. Os técnicos devem utilizar macacão especial, óculos de segurança e luvas (para evitar o contato e a inalação de substâncias tóxicas). Porém, uma vez com a roupa de segurança, não existe um limite de contato do copo e da tinta. Nas montadoras, os trabalhadores costumam fazer um revezamento, mas não devido ao tempo de exposição à substância, mas por causa do cansaço físico. Além da preocupação com a saúde, o manuseio dos componentes também requer atenção. Os produtos não podem ser contaminados, por isso a vestimenta também é importante.

Aplicação: Até chegar ao resultado final, as peças se submetem a um longo processo. Primeiro é o pré-tratamento seguido do KTL, onde recebem a produção anticorrosiva. Em seguida, são elas mandadas para a secagem na estufa e, depois de secas, vão para o primer, a primeira pintura. A última etapa é o acabamento, onde é aplicada uma base e depois o verniz, para dar brilho. A única peça que exige uma pintura especial é o para-choque, que exige uma outra aplicação por ser plástico. Na repintura, o processo é um pouco diferente. A maioria das tintas de repintura automotiva é aplicada por meio do sistema de automatização em que é usada uma pistola de trabalho que funciona com ar comprimido. Os equipamentos mais modernos já não ‘sugam’ mais a tinta. Eles trabalham com um sistema de administração de materiais por gravidade. Isso aproveita melhor o material, dá um excelente acabamento e também garante um redução de até 30% na emissão de compostos orgânicos voláteis.

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A manutenção da pintura é simples. É aconselhável que o condutor lave o carro com produtos neutros, para que não ter problema com a acidez ou alcalinidade. A cera é recomendada para carros mais velhos e os que estão com a pintura desgastada. Mas, nas grandes cidades, essa necessidade é antecipada. A própria exposição à chuva e à poeira vai desgastando a pintura. Outra recomendação está na maneira de lavar o carro. Deve-se evitar alguns lava-rápidos. Por tratar-se de uma ‘linha de produção’, alguns estabelecimentos não possuem o devido cuidado com a mistura de sabão e água, podendo esta mistura até ser reutilizada. Soma-se a isso o uso do mesmo pano com impurezas acumuladas de outros carros, o que pode riscar a pintura. Para o condutor mais cuidadoso, é indicado a utilização de ceras feitas a base de óleo de carnaúba ajudam na manutenção e dificultam o acúmulo de impurezas na superfície do carro. Sem dúvida, as cores escuras exigem mais cuidados, pois qualquer risco ou mancha fica em evidência.

Polimento e Cristalização: A idade do carro não afeta somente a parte mecânica, mas também a pintura. A cor fica mais desgastada, surgem manchas e até rachaduras. Esses sinais indicam que o veículo precisa de mais cuidados. Toda a exposição à intempérie (chuva, areia, folhas) pode desgastar a pintura. Em locais com chuva ácida, isso ocorre mais rapidamente. Para recuperar o brilho perdido, uma dica é recorrer ao polimento. Visa corrigir possíveis imperfeições da camada de acabamento final ou meramente a eliminação de pequenas impurezas. Com o tempo, a tinta vai perdendo o verniz, que é recuperado pela técnica. O verniz é que perde o brilho, e o polimento o recupera. Em um carro que é melhor cuidado, pode durar até 3 meses. Na indústria esse procedimento também é usado. O polimento auxilia na extração de impurezas que caíram durante a produção, acumulo de tinta e também as rebarbas que podem aparecer durante o processo de pintura. Mas não se deve abusar da prática. O uso excessivo do polimento pode remover a camada protetora o e verniz, devido ao seu processo inicial de desgaste para conseguir reparar a pintura. O serviço é delicado e pode demorar até um dia para ficar pronto. O preço gira em torno dos R$200. Depois do polimento a outra opção é recorrer a cristalização. É a aplicação de uma cera de proteção que não agride a superfície aplicada. Cria-se uma película de teflon (um material que não reage com outras substâncias) impermeável que impede que a sujeira atinja a pintura. O uso é ilimitado, já que o ideal é que seja feito a cada seis meses. Porém, é indicado que o polimento seja feito primeiro. O polimento é o responsável pela recuperação do brilho, a cristalização só mantém.

Cores: As cores representam a vida de um carro, por isso a escolha é um dos fatores determinantes na hora da compra. No Brasil, carro é sinônimo de status, por isso as cores mais sóbrias, como prata, preto e cinza, são as mais procuradas. Os fatores culturais, além de psicológicos, também interferem na preferência por algumas tonalidades. As cores vermelhas e amarelas são geralmente mais voltadas para o público jovem e, aqui no Brasil, o branco não tem muita procura, pois é sinônimo de taxi. Segundo levantamento feito pela Jato do Brasil, a cor prata foi a campeã de 36,32% dos veículos

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fabricados. A cor preta ficou em segundo lugar, com 28,37%, e a cinza, com 18,41%, terminou com a terceira posição. A variação das tonalidades é muito semelhante no mundo inteiro. Na Europa, a preferência é a mesma dos brasileiros, mas nos Estados Unidos e na Ásia, o branco e o vermelho também aparecem nas primeiras posições. Os mexicanos são apaixonados por cor. Por isso, vermelho e azul são as preferidas. Então, seja na pintura interna ou na externa temos que colocar um friso azul ou uma faixa para agradá-los. Outro fator que também é considerado é o perfil do cliente e o perfil do carro. O Ecosport é um carro de pessoas aventureiras, um público mais jovem e representado 50% por mulheres, por isso o vermelho acaba significando 10% das vendas. No entanto, a cor que sai mais no Fusion é o preto, que está relacionado ao luxo. As cores ganham ainda mais significado. Pensando no marketing, as montadoras costumam utilizar cores fortes para chamar a atenção dos novos compradores. Mas, essas mesmas cores podem perder o efeito em alguns casos. Cores fortes (amarelo, laranja e azul royal - por exemplo) costumam sofrer menor oscilação na revenda e são mais atrativos ao novos compradores. O tempo de revenda de um automóvel segue em média a ordem de cores mais procuradas na compra.

Existem três cores que requerem um maior cuidado. Preto, vermelho e azul-escuro. O preto e o azul-escuro evidenciam a sujeira e o vermelho, desbota mais rapidamente. Os preços dos serviços prestados nesses carros também são maiores em algumas oficinas. As outras cores costumam durar cinco anos, ante apenas três desse trio.

Em São Paulo, os táxis são brancos por que essa cor retém menos o calor, tornado os veículos sem ar-condicionado mais confortáveis para trabalhar no dia-a-dia, principalmente em dias quentes. Em Nova York, os famosos táxis amarelos têm uma explicação: a visibilidade. Em 1905, John Hertz, de Chicago, ouviu no boletim da Universidade de Chicago que a cor amarela misturada com um pouco de vermelho, pode ser vista de longe com facilidade. A partir de então, começou a pintar 400 veículos dessa cor, embora apenas em 1970 é que foi estabelecido o padrão para os táxis.

Uma simples encostadinha na parede ou no portão na hora de estacionar o carro já é o suficiente para tirar a pintura do carro. Por isso, o para-choque costuma ser a peça com o maior volume de repintura. Entre 10 casos que atendemos por dia, 8 são para reparo do para-choque. Já na produção, a peça exige um cuidado especial e uma pintura diferenciada pelo tipo de material com que é fabricada. A repintura da peça custa em média R$ 300.

Novidades no mercado: · A PPG lança o verniz Ceramiclear. O produto desenvolvido a partir da nanotecnologia é 100 vezes mais resistente que os antigos. Segundo a marca, a tecnologia avançada proporciona mais brilho e maior durabilidade da cor. O verniz, desenvolvido para a repintura automotiva, garante maior resistência a riscos e manchas. A oficina de pintura é o setor que consome mais energia em uma montadora. Representam cerca de 70% do gasto de energia elétrica e 80% da energia de aquecimento.

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Visando reverter esse quadro, a Geico tem uma proposta a longo prazo. "Temos uma meta muito ambiciosa que é o 'Dia da Independência da Energia' programado para 16 de junho de 2020 quando queremos oferecer ao mercado uma oficina de pintura autosuficiente", disse Dr. Ali Reza Arabnia, Presidente e CEO da empresa. Entre as propostas, a marca pretende reduzir em 20% do consumo de energia e em outros 20% das emissões de CO2 e produzir 20% da energia através de fontes renováveis.

A 3M começa a vender duas novas massas poliéster que prometem melhor aderência em chapas de aço, metal, alumínio, plástico SMC, fibras de madeira e de vidro. Além disso, o tempo de secagem também ficou mais rápido e a peça pode ser lixada depois de 20 minutos da aplicação do produto. “O mais importante para o consumidor é o rendimento do produto na hora da aplicação, portanto, a Massa Poliéster 3M é mais vantajosa, já que apresenta rendimento 40% superior se comparada às outras massas disponíveis no mercado”, afirma Juliana Rodrigues da Silva, especialista de marketing da divisão de Autos na 3M do Brasil.

Referências Bibliográficas

Matéria Auto Esporte: COELHO, Simone; Especial Pintura Automotiva; data da matéria: 14/04/2011

BASF TINTAS: http://www.basf.com.br/default.asp?id=3690 ; Acesso 18/03/2013

POLICROMA TINTAS AUTOMOTIVAS: http://www.policroma.com.br/br/produtos/1/AUTOMOTIVA ; Acesso 18/03/2013