CEC – CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL

EXPANSÃO URBANA E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO BAIRRO ITAMARATI.

PETRÓPOLIS

DEZEMBRO 2013

1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios o homem sempre necessitou conhecer o meio em que está vivendo, por inúmeras questões seja por segurança, orientação, enfim, antigamente a representação do espaço só se baseava em observação, depois da invenção de certas tecnologias e equipamentos de medição criou-se uma nova disciplina o Geoprocessamento. Essa nova ciência tem como maior vantagem o aumento da precisão de informações e como consequência disso podemos fazer levantamentos com menos repetições e em menor tempo.

2. OBJETIVOS

Evidenciar a expansão urbana em Petrópolis fazendo um estudo sobre o bairro Itamarati, usando métodos de geoprocessamento. Apontar problemas e suas respectivas soluções ou levantar alguma hipótese para a melhoria do Bairro.

3. HISTORIA DO ITAMARATI

O Itamarati é, a rigor, o berço de Petrópolis. Foi lá que o sargento-mor - Bernardo Soares de Proença, entrando na posse de “uma légua em quadra atrás da Serra do Frade e Toucaia Grande” concedida em 11 de novembro de 1721, pelo Governador Aires Saldanha e Albuquerque, construiu sua residência.

Não foi sem motivo que o Sargento-Mor assim procedeu. Conhecedor da região sabia que os terrenos do Alto da Serra não ofereciam as mesmas vantagens daqueles situado no “Tamarati”. Colocou, por isso, sua casa no ponto extremo da propriedade, ou seja, exatamente, no local onde hoje funciona a Fábrica de Papel. Onde se ergue a chaminé mais alta, achava-se, há 292 anos, a esquina da morada.

Foi ali, na sua fazenda “Tamarati” situada no seio da mata virgem, que Bernardo Soares de Proença hospedou os parentes e amigos e os induziu a obterem sesmarias à beira do novíssimo caminho de Minas por ele mesmo aberto.

Garantiu, de tal maneira, a conservação da nova picada, à cuja margem se estabeleceu uma luta ininterrupta de novas fazendas. E toda a região, em breve se desenvolveu. O Itamarati constituiu iniludivelmente, o primeiro solo urbano de Petrópolis, não havendo exagero algum, portanto, em considerá-lo o verdadeiro berço da nossa cidade.

Foto 1. – Ilustração da Fazenda do Itamarati na época de sua fundação.

O termo brasileiro Itamarati foi aplicado inicialmente ao rio que tem as nascentes em elevado trecho da Serra da Estrela conhecido pelo nome de Ventania.

Vários escritores antigos, no relato de suas excursões ao interior, batizaram-no de Tamarati.

Comprometeu-se a natureza, de dispor ajuntamentos de grandes pedras soltas em diversos trechos do Itamarati; e em vários outros, nos intervalos do curso superior, correm as águas sobre um pedral, unindo o móvel que cobre o leito, por vezes, com ajuntamento tão perfeito que dir-se-ia obra talhada pelo homem.

Foram estas singularidades que impressionaram o silvícola ou o colonizador europeu, justificando o nome cuja tradução encontramos em Teodoro Sampaio (O Tupi na Geografia Nacional): Itamaraty, corruptela de itamarã-ty, a torrente por entre pedras soltas; pode proceder também de itá-moroti, as pedras branqueadas, as pedras alvíssimas.

A primitiva fazenda, depois quarteirão, hoje bairro do Itamarati, está situada entre o Quissamã, o Caxambu, a Saudade e a Cascatinha.

Com a morte de Bernardo Soares de Proença, seu filho Antonio Proença Coutinho Bittencourt tornou-se o segundo proprietário das terras do Itamarati que, entretanto, já possuíam somente a testada de 750 braças, isto é parte da sesmaria.

O terceiro proprietário da fazenda foi o filho de Antonio Proença Coutinho Bittencourt, capitão Antonio Bernardo Proença que, a 19 de novembro de 1789, a venderia a João Leite Pereira. Quatro anos mais tarde, há nova transferência de propriedade, que é vendida ao alferes Jacó Mounier.

Com a morte do alferes Jacó Mounier e sua mulher, herdou a fazenda a filha do casal Catarina Mounier, casada com o cirurgião Reginaldo José Cardoso.

A 6 de maio de 1803 seriam as terras vendidas por Reginaldo José Correia de Matos pelo preço de dois contos e quatrocentos mil reis, compreendendo a casa de campo, estrebaria, móveis de adorno da casa, 14 cabeças de gado e 11 bestas.

O oitavo proprietário da fazenda foi Francisco Antônio Correia casado com Marcelina Maria de Jesus. Falecendo ambos, e procedidas ao inventário dos bens, os herdeiros requereram a venda da propriedade, alegando que a mesma se achava abandonada e havia muitas dividas a pagar.

Os irmãos Eduardo e Joaquim Carneiro de Mendonça arremataram a fazenda por vinte contos de reis na praça realizada a 20 de dezembro de 1849.

Finalmente, D Pedro II compraria uma parte da fazenda por vinte e quatro contos aos irmãos Carneiro de Mendonça e, a 8 de abril de 1885, compraria, por vinte contos, a parte restante ao major José Inocêncio de Oliveira Matos que por sua vez, a comprara de Alexandrino Ribeiro de Menezes a quem havia sido vendida pelos mesmos irmãos Carneiro de Mendonça.

De posse da totalidade das terras da antiga fazenda, D. Pedro II incorporou-a à Imperial Fazenda de Petropolis criando, sob o nome de Itamarati, um novo quarteirão, cujos prazos começaram a ser aforados a partir de 11 de novembro de 1885.

Como já havia desaparecido a sesmaria, desapareceu também a fazenda do Itamarati.

Mas ficou-nos um bairro progressista e populoso a honrar a tradição de ser o verdadeiro berço de Petrópolis.

O Bairro do Itamarati fica situado no distrito de Cascatinha, que possui 67.000 habitantes (2010), representando um total de 22% da população petropolitana, em uma área de 274 km². Sendo o maior distrito de Petrópolis.

Esse distrito é dividido em vários bairros, tendo como principais:ITAMARATI - CORRÊAS - NOGUEIRA - QUISSAMÃ - BAIRRO DA GLÓRIA – Etc.

Em 17 de setembro de 1873, o imperador autorizava o funcionamento da Cia. Petropolitana de Tecidos, indústria que atraiu grandes levas de trabalhadores imigrantes italianos àquele distrito, inclusive algumas famílias de imigrantes oriundas de Schio, tais como: Baldisserotto, Bianco, Coaduro, Dal Bosco, Gavasso, Gonella, Marin, Pavan, Pedron, Pietrobelli, Pigato, Rigo, Robazza, Strolin, dentre outros.

Esta fábrica, pelos dados colhidos em 1906, ocupava cerca de 1.100 operários, quase todos italianos. Segundo uma publicação do FANFULLA, órgão da imprensa italiana de São Paulo daquela época, falando sobre a eficiência do ensino de italiano na escola de Cascatinha assim se manifesta: Miglior fortuna ha avuto la scuola italiana di Cascatinha, un piccolo borgo di 3.500 abitanti poco distante da Petropolis, dove si trovano più di 2.000 italiani, parte impegnati nella fabbrica di tessuti che dà vita alla località e parte dediti all'agricoltura, la scuola è mantenuta dalla Società di Mutuo Soccorso ed è molto frequentata, perché ha un eccelente maestro.(Traduzindo do italiano para o português, pode-se ler: “Melhor sorte teve a escola italiana de Cascatinha, uma pequena aldeia de 3.500 moradores não muito longe de Petrópolis, onde existem mais de 2.000 italianos, parte se dedica ao fabrico de tecidos que dá vida ao local e parte dedicada à agricultura, a escola é mantida pela Sociedade de ajuda mútua e é muito popular porque tem um professor muito bom

Fotos 2 e 3 - Operários da Fábrica.

A partir desse marco na história de Petrópolis o bairro Itamarati como dito antes foi o berço industrial da cidade, onde até hoje é de extrema importância seja no aspecto cultural ou financeiro.

4. SAÍDA DE CAMPO.

O trajeto escolhido pelo grupo foi pegar a avenida principal do bairro Itamarati, no mesmo momento em que íamos contando o número de estabelecimento presentes na rua estávamos perguntando aos moradores locais problemas relacionados a região, na tabela abaixo segue descrito os estabelecimentos adjacentes a avenida onde como é de costume de um cidade turística o número de edifícios do ramo de serviços foi imensamente superior ao resto.

Foto 4. – Imagem do trajeto percorrido em satélite.5. DADOS DO BAIRRO

ItamaratiEstrutura Econômica do bairro:

Oficina mecânica 12Super mercado 3Salão de beleza 9Banco 3Posto de gasolina 1Costureira 1Loja de materiais de construção

7

Loja de móveis 2Loja de automóveis 3Escola 3Marcenaria 1Fábrica 4Bar 13Mercadinho 3Restaurante 4Loja de Roupa 1Lanchonete 7Disk Pizza 2Casa de festa 2Lava Jato 2

Auto Peças 3Loja Elétrica 2Veterinário 1Padaria 2Locadora 2Petshop 2Lan House 2Restaurante/Pizzaria 2Galpão 1Escritório (administração)

2

Loja de Pipa 1Vidraçaria 3Loja de Eletrônicos 2Loja de concerto de eletrônicos

2

Sex Shop 2Pizzaria 1Salgados Caseiros 1Loja de Material de Limpeza

1

Bazar 2Fábrica de Jeans 1Loja de Roupa 2Creche 2Clube 1Tatuador 2Loja de Ferramentas 3Madeireira 1Estacionamento 1Distribuidor de gás 1Loja de Material Escolar

1

Sorveteria 1Academia 3Loja de Materiais domiciliar

1

Clínicas médicas 5Farmácia 3Loja de Artigos Religiosos

1

Loja de utensílios em geral 1

Açougueiro 2Restaurante/Padaria 1Posto de Saúde 1

Loja de Colchões 1Hiper Mercado 1Terminal Rodoviário 1Casa Lotérica 1Hospital 1Fábrica de faixas de anúncios

1

Loja de manutenção em geral 1

O bairro se encontra a 68 km do Rio de janeiro e possui um clima tropical de altitude.

Distrito: CascatinhaSubdistrito: Itamarati

Total de endereços encontrados: 823Domicílios particulares: 641 Estabelecimentos de outras finalidades (comercial, religioso, outros): 164

Distrito: CascatinhaRua: Bernardo ProençaTotal de endereços encontrados: 209Domicílios particulares: 147Estabelecimentos de ensino: 4Estabelecimentos de saúde: 3Estabelecimentos de outras finalidades (comercial, religioso, outros): 51Edificações em construção: 4Quantidade estimada de moradores nesse logradouro: 435Rendimento médio estimado de moradores nesse logradouro: R$ 739,91

Informações baseadas em dados obtidos no IBGE (CENSO 2010)

O bairro tem uma grande importância para Petrópolis e é um dos mais independentes de nossa cidade, pois seu comércio é variado, atendendo as principais demandas da população local.

Por esse motivo o bairro itamarati acaba por ser um válvula de escape para do centro de Petrópolis pessoas que não querem pegar trânsito para ir para Corrêas/Centro ou vice e versa costumam optar por passar por dentro de Itamarati, isso acaba gerando um engarrafamento nas imediações do bairro além do problema do estacionamento de carros pois quando fizemos a visita no bairro não foi encontrado nenhum problema mas, o que mais foi notado foi a dificuldade de estacionar o carro no bairro.

“A Prefeitura de Petrópolis, através da Companhia Petropolitana de Transportes (CPTrans), precisa tomar providências urgentes em relação ao trânsito aqui no bairro Itamarati. Estacionamentos em mão dupla e até triplos complicam diariamente o tráfego de veículos no local, colocando em risco motoristas, pedestres e prejudicando o comércio local. O prefeito Paulo Mustrangi ainda mora no bairro. Será que ninguém da Prefeitura pode tomar providências e enviar agentes de trânsito para ajudar nossa comunidade???? Será que só depois que ele sair do cargo????

Alô Prefeitura, alô agentes da CPTrans nos também pagamos nossos impostos e estamos de olho!!!!! “http://noticiasdoitamarati.blogspot.com.br/2011/05/alo-prefeitura-o-transito-esta-caotico.html

Este trecho retirado de um blog de um morador a quatro anos atrás já levanta o problema do trânsito.

6. SOLUÇÕES PROPOSTAS.

Mobilidade Urbana:Para o problema de estacionamento, nosso grupo escolheu a criação de pólos comercias, no

bairro. Só existe um. Nele está contido um grupo razoável de lojas com o adicional de estacionamento.

Para o escoamento do trânsito, infelizmente não conseguimos pensar em nada por enquanto, pois se retirarmos a via de acesso do Centro e Correas passando pelo Bairro o volume de carros iria ser caótico.

7. ANEXOS

Segue abaixo algumas fotos da nossa visita:

Foto 5. – Principal colégio do Itamarati Foto 6. – Banco Itaú

Foto7. – Bramil (Principal Supermercado) Foto 8. – UPA e Delegacia