tireoide semio

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SEMIOLOGIA DA TIREÓIDE ANATOMIA E FISIOLOGIA ANAMNESE SINAIS E SINTOMAS EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES AS PRINCIPAIS DOENÇAS DA TIREÓIDE Grupo: Amanda Pimentel, Bárbara Gehrke, Bruna Futer, Cecília Prais, Felipe Figliuzzi Neto, Jaqueline Santiago, Juliana Santos e Sheyla Viana Enfermaria 18 Professor Lucas

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Semiologia

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Page 1: Tireoide Semio

SEMIOLOGIA DA TIREÓIDEANATOMIA E FISIOLOGIA

ANAMNESE SINAIS E SINTOMASEXAME FÍSICO

EXAMES COMPLEMENTARESAS PRINCIPAIS DOENÇAS DA TIREÓIDE

Grupo: Amanda Pimentel, Bárbara Gehrke, Bruna Futer, Cecília Prais, Felipe Figliuzzi Neto, Jaqueline Santiago, Juliana Santos e Sheyla VianaEnfermaria 18Professor Lucas

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Anatomia

• Dois lobos conectados pelo istmo da faringe

• Localização: Região anterior do pescoço, abaixo da cartilagem cricóide, margeando as asas da cartilagem tireoidiana, na frente da traquéia

• Irrigação: dois pares de artérias tireoidianas inferiores

• Inervação: simpática por filetes nervosos que nascem no gânglio cervical e parassimpática pelo n. vago

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Fisiologia

• Usa como matéria-prima o iodo, o qual é absorvido na forma de iodeto

• Captação por transporte ativo, sob comando de TSH

• Parte do iodo captado é oxidado e incorpora-se a tireoglobulina

• Iodeto + Iodotirosina = Monoiodotirosina

• Monoiodotirosina + Diiodotirosina = Triiodotirosina (T3)

• Diiodotirosina + Diiodotirosina = Tetraiodotirosina (T4)

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• T3 e T4 são armazenados ou liberados em função do TSH

• T4 se converte em T3 para atuar no organismo

• Função: atua no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, com aumento do consumo de O2, produção de calor, elevação da FC e do DC e da excitabilidade neural

• Importante no crescimento somático e no desenvolvimento do SNC

• Atua no metabolismo de colesterol diminuindo seus níveis séricos

• Atua sobre o sistema cardiovascular

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Anamnese Sinais e Sintomas

Anamnese:

• ID: sexo, idade, naturalidade, procedência e profissão.

• QP: “problema da tireóide”

“cansaço/nervosismo”

“palpitações”

“caroço no pescoço”

• Fatores desencadeantes ou concomitantes (puberdade, gestações, traumas e infecções)

• Uso de medicamentos (substâncias iodadas)

• Fatores auto-imunes

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Sinais e Sintomas no Hipertireoidismo

• Locais: dor, disfonia, disfagia, aumento de volume

• Gerais: sudorese, perda ponderal, fraqueza muscular

• Neuropsiquiátricos: irritabilidade, insônia, tremores, labilidade emocional, hiperreflexia

• Cardiovasculares: síndrome hipercinética

• Gastrointestinais: diarréia, aumento do apetite

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• Pele úmida e quente

• Exoftalmia – acompanhado de outros sintomas

• Aparelho reprodutor:

- masculino: diminuição da libido, impotência, ginecomastia

- feminino: oligo/poli/amenorréia, abortos repetidos

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Sinais e Sintomas no Hipotireoidismo Cansaço Hipersensibilidade ao frio Ganho ponderal Letargia Bradicardia Constipação Diminuição da sudorese Pele seca e descamativa Cabelo e unha quebradiços Mixedema

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Exame Físico

• Compreende:- Inspeção- Palpação - Ausculta

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Inspeção

• A tireóide não é visível normalmente, podendo ser em pacientes muito magros, ou quando a glândula estiver aumentada nos casos em que o paciente apresentar bócio.

• Localiza-se cartilagem cricóide e tireóide.

• Pede-se ao paciente para realizar extensão do pescoço associado a deglutição em ambiente iluminado.

• Observação de simetria glandular: Aumentos simétricos sugerem bócio difuso, assimétricos bócio nodular.

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Bócio difuso Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com

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Palpação

• Realizada anterior ou posteriormente.

• Anterior:

-paciente sentado frente ao examinador.

-cabeça em discreta flexão anterior.

-localizar cartilagem tireóidea e cartilagem

cricóide, o istimo estará logo abaixo desta.

-posiciona-se polegar direito abaixo da cartilagem cricóide, solicitando ao paciente que degluta, percebe-se o istmo.

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Palpação

• Anterior:-Técnica monomanual

fonte:http://nonaenfermaria.blogspot.com

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Palpação

• Anterior:- Técnica bimanual

Fonte:http://nonaenfermaria.blogspot.com

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Palpação

• Posterior: - Paciente flerte cabeça antero-lateralmente,

relaxando músculo esternocleidomastóideo.

Fonte:http://nonaenfermaria.blogspot.com

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Palpação

• Investigação:

-Forma e volume

-Superfície (lisa ou com nodulações?)

-Consistência (elástica ou firme?)

-Sensibilidade (dor ao toque?)

-Mobilidade

-Pulsações

-Frêmito

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Ausculta

• Deve ser sempre pesquisado, principalmente quando há aumento da glândula.

• Normalmente ausculta-se somente a pulsação das artérias carótidas, mas quando há aumento circulatório, existe sopro contínuo, pela hiper função da glândula.

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Sinal de Pemberton

• Bócio nodular pode comprimir traquéia, e quando retro external,a veia cava superior (bócio mergulhante).

• Paciente suspende braço acima da cabeça, apresentando : dispinéia e estridor, pela compressão dos vasos adjacentes.

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Sinal de Pemberton

Fonte: http://br.amomedicina.com/

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Exames Complementares Tipos:

• Dosagens hormonais (Exame de sangue)• Captação de iodo radioativo• Cintilografia Tiroidiana• Ultra-sonografia• Dosagem de anticorpos tiroidianos• Exame citológico

Os exames de dosagem hormonais podem confirmar diagnóstico de hipertireoidismo e hipotireoidismo, porém não apontam a causa específica.

Para a causa específica ser identificada deve-se levar em consideração a história clínica, exame físico e outros exames complementares

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Dosagens Hormonais :

• Realizadas por radioimunoensaio

• Técnica baseada na reação antígeno-anticorpo

• Marcação de anticorpos com material radioativo

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Pacientes com Hipotireoidismo:

• Níveis reduzidos de hormônios tireoidianos (T3 e T4)

• Aumento na dosagem de TSH (feedback negativo)

Pacientes com Hipertireoidismo:

• Níveis elevados de hormônios tireoidianos (T3 e T4)

• Diminuição na dosagem de TSH (feedback negativo)

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Captação de iodo radioativo e Cintilografia Tireoidiana:

• Caracterizam alterações anatômicas

• Classificação dos nódulos (normocapcantes, hipercaptantes e hipocaptantes)

• Utilização de iodo marcado com material radioativo ingerido

• Faz-se contagem de irradiação de 2 a 24h

• Iodo ingerido é captado pela tireóide

Observação do percentual de marcação:

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Ultra-sonografia:

• Aumento do volume tiroidiano

• Presença de nódulos e suas características

• Agenesias

• Relações com estruturas vizinhas

• Acompanhamento terapêutico

• Realização de biópsia dirigida

• Tratamento de lesões císticas ou adenomas

• Útil na identificação de tiroidites

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Dosagem de anticorpos tireoidianos (exames imunológicos):

• Antitireoglobulínicos e antimicrossômicos

• Aumento da dosagem dos anticorpos na doença de Hashimoto e doença de Graves

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Exame citológico:

• Punção aspirativa com agulha fina

• Realização de esfregaços em lâmina

• Avaliação citológica do material tireoidiano

• Não requer anestesia local

• Procedimento feito em nível ambulatorial ou em consultório

• Diagnóstico de várias afecções tireoidianas

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Principais Doenças da Tireóide

• Bócio

• Tireoidites

• Câncer da Tireóide

• Hipotireoidismo

• Hipertireoidismo

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Bócio• Aumento da tireóide

• Pode ser difuso, nodular ou difuso com nódulos

• Tóxico ou atóxico

1- Bócio difuso atóxico:

• Não há sintomatologia de disfunção

• Tireóide indolor, sem limites precisos e superfície lisa

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2- Bócio difuso tóxico:

• É acompanhado de sintomatologia de hipertireoidismo

• Consistência firme, elástica, com a superfície lisa

• Percebe-se frêmito e sopro sistólico sobre a glândula

3- Bócio uninodular atóxico:

• Nódulo único, sem sinais e sintomas de disfunção

• Firme, duro ou pétreo, ou de consistência cística

• Pode ser móvel a deglutição ou aderido aos planos superficiais e profundos

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4- Bócio uninodular tóxico:

• Nódulo único acompanhado de sintomas e de sinais de hipertireoidismo

• Restante da glândula é impalpável e aparece como nódulo “quente”

5- Bócio multinodular (tóxico ou atóxico):

• Apresentam longa evolução, com consistência firme, elástica ou endurecida

• Presença de sinais e sintomas de hipertiroidismo

• Deficiência de iodo ou displasia nodular

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Câncer na tireóide

• São pouco freqüentes e de pequena malignidade

• O achado ao exame físico

• Diagnóstico

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Tireoidites

DEFINIÇÃO:

Inflamação da tireóide

1- Tiroidite de Hashimoto ( Tiroidite linfocítica):

• Doença auto-imune

• Fase inicial determina hipertireoidismo , porém a principal consequência é o hipotireoidismo

• O bócio geralmente é difuso com superfície irregular, firme ou firme-elástica e indolor.

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2- Tireoidite aguda:

• Decorrente de invasão bacteriana da glândula

• Manifestações clínicas a dor, calor e rubor local

3-Tireoidite subaguda:

• Causada por vírus ou por agressão auto-imune com mecanismo fisiopatológico desconhecido

• Manifestações são dor local intensa, irradiada para os arcos da mandíbula, acompanhada de febre, mal-estar geral, astenia e sintomatologia de hipertireoidismo

• Confunde-se a dor com faringite ou amigdalite

• Bócio com baixa captação de iodo e velocidade de sedimentação das hemácias elevada

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4-Tireoidite de Riedel (tiroidite fibrosa):

• Muito rara com mecanismo fisiopatológico desconhecido

• Caracteriza-se pela proliferação de tecido fibroso em áreas localizadas e se estende por toda a tireóide

• Geralmente é assintomática e pode ser confundida com câncer

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Hipotireoidismo

• Síndrome causada pela secreção diminuída de T3 e T4. Níveis de TSH estão elevados

• Pode ou não haver bócio e a tireóide é impalpável

• Modificações clínicas no recém-nascido: choro rouco, icterícia prolongada, língua protusa, dificuldade de sugar, apatia, hérnia umbilical

• Detecção precoce: “Teste do Pezinho”

• No adulto: Tireoidite de Hashimoto Doença auto-imune

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Hipertireoidismo• Síndrome causada pela exposição a quantidades excessivas de T3

e T4

• Dentre os pacientes, a maioria sofre de Doença de Graves

• Aumento difuso da tireóide, seus outros componentes são a oftalmopatia, o mixedema pré-tibial e a acropatia

• No hipertiroidismo provocado por bócio nodular (único ou múltiplo) não ocorrem alterações auto-imune, não surgindo oftalmopatia ou dermopatia

• O hipertiroidismo da síndrome de Jod-Basedow

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Casos Clínicos

Anamnese:

ID: JSV, feminino, 41 anos, casada, natural do Rio de Janeiro, moradora do bairro do Flamengo, professora, mãe de dois filhos.

QP: “estou suando demais”

HDA: paciente relata que há aproximadamente três meses iniciou quadro de sudorese profusa acompanhada de intolerância ao calor. Relata também perda ponderal de 10 kg apesar de apresentar um aumento do apetite. Associado a esse quadro, a paciente apresenta nervosismo, insônia, tremor fino de extremidades, palpitações e episódios cada vez mais freqüentes de diarréia. Nos últimos dias, sentiu fraqueza muscular principalmente nos membros inferiores e superiores.

HPP: dci, nega diabetes ou hipertensão, apendicectomia.

H.F: menarca aos 12 anos, gesta 3, para 2, 1 aborto.

H. Social: alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, relata sofrer pouco stress no seu dia-a-dia, bebe socialmente (em média 3 latas de cerveja no fim de semana), nega tabagismo.

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H. Familiar: Pai falecido de AVC, mãe viva saudável. Sua tia é portadora de Doença de Graves em tratamento. Um irmão saudável. Dois filhos saudáveis.

Exame físico:

Paciente agitada, regular estado geral, emagrecida, eupnéica, acianótica e anictérica. Pele úmida e quente.

Peso 59kg, altura 1,66m.

PA: 130/80 mmHg.

T ax.: 37,2°C

FC= 106 bpm, FR= 18 irpm.

Cabeça e pescoço: exoftalmia, tireóide levemente aumentada, ausência de nódulos.

ACV: RR2T, bulhas normofonéticas.

AP:mv universalmente audível, ausência de ruídos adventícios.

ABDOME: ndn

MMII: paresia bilateral.

Foi solicitado dosagem de TSH, T3 e T4 livre para a confirmação de suspeita de hipertireoidismo

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• Anamnese:

ID: B.R.F.C, mulher, 52 anos, branca, casada, professora, natural do Rio de Janeiro, residente em Vila Isabel.

QP: “estou muito cansada ultimamente”

HDA: Paciente relata que há cerca de 6 meses apresenta cansaço intenso ao menor esforço, anedonia, MMII edemaciados, hiporexia e ganho ponderal embora esteja se alimentando como de costume. Além disso, tem tido constipação frequente e queda de cabelo.

HPP: Hipertensa há 7 anos em tratamento com hidralazina 50 mg. Doenças comuns da infância. Nega cirurgia, alergia e hemotransfusões.

H Fisiológica: Menopausa aos 45 anos, gesta 3:2 com um aborto espontâneo no início da gestação.

H Familiar: Mora com o marido e um dos filhos, que é solteiro. Pai falecido por AVC hemorrágico e mãe viva diagnosticada com tireoidite de Hashimoto. Filhos saudáveis. Um irmão hipertenso e diabético.

HP (psicossocial): Não bebe, nunca fumou e alimenta-se qualitativamente e quantitativamente bem.

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