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TERAPÊUTICA E PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM ODONTOLOGIA Renato Aló da Fontoura

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TERAPÊUTICA E PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM ODONTOLOGIARenato Aló da Fontoura

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VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E FARMACOCINÉTICA

ANAMNESE, EXAME FÍSICOE SINAIS VITAIS

CONTROLE DA DOR INFLAMATÓRIA

CONTROLE DE ANSIEDADE

PRESCRIÇÃO EM ODONTOLOGIA

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS

EM PERIODONTIA

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM

ODONTOPEDIATRIA

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM

CIRURGIA ORAL

FARMACOTÉCNICA

FISIOPATOLOGIA DA DOR:importância para o diagnóstico em Odontologia

ANESTÉSICOS LOCAIS

USO RACIONAL DE ANTIBIÓTICOS

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM ENDODONTIA

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM IMPLANTODONTIA

PROTOCOLOS MEDICAMENTOSOS EM ESTOMATOLOGIA

EFEITOS ADVERSOS DOS MEDICAMENTOS NA CAVIDADE BUCAL

CAPÍTULO

01022

CAPÍTULO

03034

CAPÍTULO

05058

CAPÍTULO

07082

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CAPÍTULO

11134

CAPÍTULO

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CAPÍTULO

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CAPÍTULO

02030

CAPÍTULO

04040

CAPÍTULO

06072

CAPÍTULO

08094

CAPÍTULO

10116

CAPÍTULO

12146

CAPÍTULO

14164

CAPÍTULO

16196

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SUM

ÁRIO

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ANAMNESE, EXAME FÍSICOE SINAIS VITAIS

Águida Maria Menezes Aguiar MirandaSimone Macedo Amaral

Juliana de Noronha Santos NettoFábio Ramôa Pires

CAPÍTULO

01

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01CAPÍTULO

O objetivo do exame clínico é a obten-ção de dados que constituirão a base do diagnóstico. Para um bom exame clínico exige-se: apuro dos sentidos, capacidade de observação, bom senso, critério e dis-cernimento, além do conhecimento básico sobre as doenças.

O exame clínico divide-se em:

Anamnese ou exame subjetivo e exame físi-co ou exame objetivo.

1.1. ANAMNESE OU EXAME SUBJETIVO

O termo anamnese significa recordação e in-dica tudo o que se refere à manifestação dos sintomas da doença, desde suas manifesta-ções prodrômicas (do início da doença) até o momento do exame, além da saúde geral do paciente. Para a realização da anamnese é importante que o profissional fique atento às seguintes orientações: manter um diálo-go franco com o doente; ter disposição para ouvir; deixar o paciente falar à vontade, inter-rompendo-o o mínimo possível; demonstrar interesse não só pelos problemas do pa-ciente, mas por ele, como pessoa; possuir conhecimento científico, controle emocional, dignidade, bondade, afabilidade e boas ma-neiras, a fim de obter um relato completo e poder chegar a um diagnóstico.

As diversas fases do interrogatório que cons-titui a anamnese são as seguintes:

1.1.1. Identificação

A identificação do paciente pode ser realiza-da tanto pelo profissional como por pessoal auxiliar. É recomendado, sempre que possí-vel, que os elementos de identificação sejam tomados por um auxiliar antes que o pacien-te entre em contato com o profissional. Tal prática permite que se tenha uma primeira noção de quem atenderá, facilitando enta-bular aquela conversa inicial tão importante para o relacionamento profissional/paciente.

Na identificação, os seguintes elementos de-vem ser considerados:

a. Nome: o nome completo do paciente, além de permitir o arquivamento do prontuá-rio, estabelece uma relação afetiva e de con-fiança do paciente para com o examinador.

b. Endereço: o endereço completo, inclusi-ve com o telefone, é uma necessidade para garantir comunicação imediata com o pa-ciente, em casos de complementação de informações, mudança de horário de con-sulta, cancelamento ou qualquer outro tipo de contato urgente.

c. Idade: é importante o conhecimento da idade, pois existem certas doenças que inci-dem com maior frequência em determinadas faixas etárias. Por exemplo, a ocorrência de cárie dentária é mais frequente na infância e na puberdade, ao passo que a doença pe-riodontal é característica da idade adulta.

d. Estado Civil: deve ser referido com veraci-dade o solteiro, o casado, o viúvo, o desqui-tado e o divorciado, principalmente no que diz respeito à problemática psicológica que poderá intervir conforme o estado civil.

e. Sexo: existe predileção de certas doenças por um dos sexos.

f. Cor de pele: há determinadas afecções mais comuns de acordo com a raça.

g. Profissão: certas profissões podem pre-dispor o indivíduo a determinadas doenças.

h. Procedência: deve ser referida sempre, em razão da existência de zonas endêmicas ou epidêmicas de determinadas moléstias.

1.1.2. Queixa principal

Representa o motivo fundamental que levou o paciente à consulta e pode ser represen-tada pela presença de indícios de anorma-lidade (um ou mais sinais e/ou sintomas),

1. EXAME CLÍNICO

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ANAMNESE, EXAME FÍSICO E SINAIS VITAIS

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024evolução não satisfatória de algum tratamen-

to realizado que leva o paciente a procurar outro profissional ou, ainda, uma simples consulta de rotina sem sintomas presentes. Sempre que possível o relato da queixa deve ser registrado com as próprias palavras do paciente, desde que razoavelmente inteligí-veis e não excessivamente prolixas.

1.1.3. História da doença atual (H.D.A)

É a parte mais importante da anamnese e a mais difícil da propedêutica que o dentista aprende e aperfeiçoa durante toda a sua vida profissional.

A H.D.A. resulta no histórico completo e de-talhado da queixa apresentada em toda sua evolução temporal e de sintomas. Abrange a doença desde o seu estado prodrômico até o momento do exame. Os sintomas referidos sobre o problema principal (quei-xa) devem ser examinados e algumas per-guntas são quase sistemáticas, na grande maioria dos casos, não podendo ser omiti-das pelo examinador.

Assim temos:

▪ tempo de evolução do processo, isto é, quando se iniciaram os sintomas;

▪ como eram no início os sinais e/ou sintomas;

▪ ocorreram episódios de exacerbação ou remissão do quadro clínico;

▪ recorde-se de algum fato que possa estar ligado ao aparecimento da doença;

▪ no caso de lesões assintomáticas, como era quando percebeu sua existência em re-lação ao estado atual.

1.1.4. História Odontológica

Deve investigar todo antecedente estomato-lógico do paciente, compondo um completo histórico das ocorrências odontológicas.

Nesta fase do exame clínico, é importante saber:

▪ frequência de visitas ao dentista;

▪ experiências passadas, durante e depois da aplicação da anestesia local e de extra-ções dentais;

▪ tratamentos realizados anteriormente – ci-rúrgicos, ortodônticos, protéticos, periodon-tais, endodônticos, etc.;

▪ hábitos e dores na região da ATM: aperta-mento dos dentes; mordedura de lábio, muco-sa jugal ou língua; projeção lingual; respiração bucal; dificuldade em abrir a boca extensamen-te; movimentos alterados; sons articulares.

1.1.5. História Médica ou História Patológica Pregressa

Visa a obtenção de informações detalhadas sobre todas as doenças de caráter sistê-mico que acometeram o paciente desde o nascimento até a data atual. Existem diver-sos modelos de questionários, sendo o ideal aquele que melhor se adapta à clientela a ser atendida, sempre em linguagem que o paciente entenda como leigo, para que não gere dúvidas.

A importância desta etapa da anamnese se resume nos seguintes tópicos:

a. Averigua a presença de alguma doença de ordem geral do paciente, ou o fato do mesmo estar tomando algum medicamento destina-do ao seu tratamento e que poderá prejudicar o correto atendimento odontológico;

b. Assegura que o tratamento odontológico não prejudique o estado geral do paciente nem seu bem- estar;

c. Auxilia no diagnóstico de uma doença ig-norada que exija um tratamento especial;

d. Representa um documento legal que pode ser útil em casos de reclamação judicial que questione a competência profissional.

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1.1.6. História Familiar

Tem por objetivo a obtenção de informações sobre o estado de saúde, principalmente, de pais, irmãos, avós, esposa (o) e filhos, na busca de uma eventual doença herdada ou com tendência familiar. Esta fase da anam-nese é importante frente à suspeita de dia-betes, doença cardiovascular, tuberculose, distúrbios hemorrágicos, doenças alérgicas e nervosas e neoplásicas.

1.1.7. História Pessoal

O conhecimento de hábitos adquiridos pelo paciente, frequentemente, se constitui em um elemento chave para elaborar o diagnóstico e fundamentar o prognóstico. Hábitos nocivos, como tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e drogas, devem ser minuciosamente deter-minados quanto ao tipo, ao tempo de uso, à quantidade, às variações ou interrupções.

As seguintes questões devem nortear o Questionário Médico:

Sistema Cardiovascular

▪ Doença Cardiovascular

1. Doença Cardíaca/Angina do peito/Infarto/Hipertensão/Cirurgia Cardíaca

▪ Presença de dor no peito com exercícios físicos?

▪ Utiliza algum tipo de medicamento? Qual?

▪ Descrição dos episódios de angina/infarto.

▪ Descrição dos episódios de crise hipertensiva.

▪ O que precipitou?

▪ Qual a frequência dos episódios? Quando ocorreu o último?

▪ Precisou ficar hospitalizado? Por quanto tempo?

2. Sopro/Doença Cardíaca Reumática/Arritmia

▪ Qual tipo?

▪ Tem restrições?

▪ Profilaxia Antibiótica?

▪ Utiliza algum tipo de medicamento? Qual?

3. Desordens Sanguíneas/Uso de Anticoa-gulantes

▪ Qual tipo?

▪ Tem restrições?

▪ Já teve hemorragias?

▪ Utiliza algum tipo de medicamento? Qual?

4. Asma/Bronquite/Doença Pulmonar

▪ Portador de asma?

▪ Qual a frequência de episódios agudos?

▪ Qual o tratamento na crise aguda?

▪ Já foi necessário ser hospitalizado?

▪ Utiliza algum tipo de medicamento? Qual?

5. Acidente Vascular Encefálico

▪ Quando ocorreu?

▪ Qual o tipo?

▪ Utiliza algum tipo de medicamento? Qual?

▪ Precisou ficar hospitalizado? Por quanto tempo?

▪ Grau de déficit neurológico.

6. Alergias

▪ A que substâncias?

▪ Quando ocorreu?

▪ Imediata ou tardia?

▪ Qual o tratamento realizado?

7. Histórico de Câncer e outras neoplasias

Como e quando foram tratadas?

Qualquer outra pergunta que o profissional julgue pertinente.

Registrado em prontuário, assinado e data-do pelo profissional e pelo paciente.

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ANAMNESE, EXAME FÍSICO E SINAIS VITAIS

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1.2. EXAME FÍSICO OU EXAME OBJETIVO

Geralmente sucede a anamnese e objetiva a pesquisa de sinais presentes. No exame físico, utilizam-se fundamentalmente os sentidos na-turais do profissional na exploração dos sinais.

As manobras clássicas são: inspeção, pal-pação, percussão, auscultação e olfato.

1.2.1. Inspeção

É a avaliação visual sistemática do paciente submetido ao exame. O examinador utiliza--se da inspeção a cada momento em que olha o paciente, observando os traços ana-tômicos, fisiológicos e psíquicos.

Todas as características observadas e que se constituem em alterações da normalidade de-vem ser minuciosamente descritas no prontuá-rio do paciente, tais como: localização precisa, dimensão, forma, cor, relações com estruturas normais, aspectos da superfície, etc.

1.2.2. Palpação

A palpação deve abranger todas as estruturas extra e intra-bucais sob a responsabilidade do cirurgião-dentista e, inclusive, as mais afastadas que possam apresentar alterações relacionadas aos tecidos bucais. Ela nos fornece informações a respeito da consistência, dos limites, da sensi-bilidade, textura superficial, infiltração, pulsação, flutuação, mobilidade e temperatura das lesões. No exame dos dentes utiliza-se a chamada pal-pação indireta através de sonda exploradora.

De modo geral, as estruturas moles são exa-minadas pelo que se denomina de palpação bidigital, digital e dígito-palmar.

▪ Exame das principais cadeias linfáticas da face e do pescoço.

a. Parotídea, localizada na região anterior e inferior da orelha. É subdividida em nódulos pré-auriculares e infra-auriculares.

b. Submandibular, sob a borda inferior inter-na da mandíbula. É dividida em nódulos pré--glandulares e intra-glandulares.

c. Submentoniana, abaixo e atrás do mento.

e. Júgulo-carotídea, segue o curso da veia ju-gular e da artéria carótida, situando-se à frente e atrás do músculo esternocleidomastoideo.

▪ Estudo clínico das linfadenopatias.

Um linfonodo considerado normal tem o ta-manho aproximado de uma ervilha, é indolor à palpação, liso, móvel e de consistência macia.

Um nódulo inflamado ou infectado costu-ma apresentar-se aumentado de volume, pouco ou intensamente doloroso à pal-pação ou com a própria movimentação da cabeça ou pescoço do paciente, liso, temperatura aumentada e móvel. Nos pro-cessos crônicos, estes sinais e sintomas costumam aparecer atenuados e, ocasio-nalmente, gerar o que é denominado de hiperplasia linfoide benigna com persistên-cia do aumento do volume, mas, em mui-tos casos, assintomática.

Em condições agudas, eventualmente, o gânglio pode necrosar e supurar.

Em contrapartida, os nódulos metastáticos se apresentam aumentados de volume, in-dolores na maioria dos casos, com superfí-cie irregular, muito duros à palpação e geral-mente fixos, em decorrência da proliferação das células tumorais romper sua cápsula e se fixar às estruturas próximas.

No entanto, é de extrema importância lem-brar que, inicialmente, todo gânglio metas-tático passa por um processo semelhante ao que ocorre na vigência de uma inflama-ção crônica ou aguda e que apenas em es-tádios posteriores apresenta as característi-cas citadas.

1.2.3. Percussão

Manobra semiológica de uso restrito em Es-tomatologia. É um teste simples, aplicado principalmente no diagnóstico de odontal-gias. Normalmente utiliza-se o cabo de um espelho dental batendo-o contra a coroa de um dente, em direção ao seu longo eixo.

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ISBN 978-85-60842-52-0