teoria do conhecimento - ijopa

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Page 1: Teoria Do Conhecimento - IJOPA
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Reflexão crítica do problema do conhecimento humano, por seus fundamentos, critérios, legitimidade e valor. Estudo dos princípios elucidados pelos filósofos ao longo da história da filosofia. Análise do realismo, idealismo, racionalismo, empirismo, criticismo, tomismo e posições epistemológicas contemporâneas.

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Fornecer um panorama histórico sobre a problemática do conhecimento;

Apresentar as várias teorias referentes ás fontes do conhecimento;

Identificar os vários tipos e formas de conhecimentos;

Abordar a posição de vários filósofos acerca do valor do conhecimento

Demonstrar a relação entre conhecimento, ciência e tecnologia;

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Epistemologia (teoria do conhecimento); As formas do conhecimento humano; As fontes do conhecimento; Os tipos de conhecimento; A Questão do método para se chegar a

verdade.

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A Teoria do Conhecimento é uma investigação sobre a origem, extensão e limite do conhecimento. Outros nomes são tidos como equivalentes a esta disciplina como epistemologia, gnoseologia. Segundo Carvalho, a epistemologia e a teoria do conhecimento têm finalidades diferentes:

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Por estar diretamente ligada aos problemas da ciência e do conhecimento, às vezes a epistemologia foi confundida com a teoria do conhecimento. Entretanto devemos evitar este equívoco, pois, enquanto a teoria do conhecimento sempre fez parte da filosofia, ao longo de sua história, procurando tratar do problema do conhecimento humano como um todo, o termo epistemologia só foi utilizado, no final do século XIX, inicialmente por alguns membros do “Círculo de Viena”, que usaram o termo para designar os estudos especificamente voltados para problemas das ciências empíricas (CARVALHO, p. 14).

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Perguntas da Teoria do Conhecimento: O que podemos conhecer? Como podemos conhecer? Podemos chegar à verdade? O que é um conhecimento legítimo?

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Na Antiguidade e na Idade Média não pode se falar de uma Teoria do Conhecimento como uma disciplina específica da filosofia. Platão e Aristóteles desenvolveram numerosas reflexões epistemológicas, mas a autonomia desta disciplina só aparece na modernidade. John Locke é o primeiro a abordar de modo específico e sistemático sobre o problema na sua obra “Ensaio sobre o Entendimento Humano” (1690).

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Em seguida, outros escreveram tratados específicos: Leibnitz (1765) escreveu “Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano” refutando as ideias de Locke. Berkeley escreveu em 1710 o “Tratado dos Princípios do Conhecimento Humano”; Hume escreveu “Investigação sobre o Entendimento Humano”, em 1748.

Depois, Kant em sua “Crítica da Razão Pura” (1781) faz uma crítica do conhecimento, cujo método ele chama de ‘método transcendental’.

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Porém, estas diferentes acepções não estão bem convencionadas. Abbagnano diz que as diferenças possuem mais razões linguísticas:

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Em italiano, o termo mais usado é gnoseologia. Em alemão, o termo Gnoséologie, cunhado pelo wolffiano Baumgarten, teve pouco sucesso, ao passo que o termo Erkenntnistheorie, empregado pelo kantiano Reinhold (Versuch einer neuen Theorie des mensch-lichen Vorstellungsvermõgens, 1789) foi comu-mente aceito.

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Em inglês, o termo Epistemology foi introduzido por J. F. Ferrier (Institutes of Metaphysics, 1854) e é o único empregado comumente; Gnoseology é bem raro. Em francês, emprega-se comumente Gnoséologie e, mais raramente, Épistemologie. Todos esses nomes têm o mesmo significado...(ABBAGNANO, p. 183).

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O que se pode conhecer?

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É a posição que admite uma verdade absoluta além do ser humano, além do espaço e do tempo, ele pode acessá-la. Para o dogmático é evidente que o sujeito pode apreender o objeto pelo ato cognitivo.

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É a postura de quem afirma que não é possível saber se pode ou não conhecer um objeto/ente. Não há negação total, apenas dúvida sobre a possibilidade de conhecer. O sujeito não pode apreender o objeto. Estamos impossibilitados de formular juízos.

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Górgias de Leontini (484-374 a.C.): “nada existe e se algo existe não é cognoscível pelo homem e se fosse cognoscícel seria incomunicável aos outros”. Há uma contradição lógica interna a ser resolvida.

Há a negação da validade do pensamento, da capacidade de ele exprimir o ser. Portanto, o discurso se vale do poder coercitivo já que não há um limite objetivo.

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Esta postura sustenta que há uma verdade, mas ela tem validade limitada, está limitada ao sujeito que conhece e a julga.

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É não aceitação de verdade absoluta, universalmente válida; toda verdade é relativa, apenas tem uma validade limitada.

Os sofistas são os primeiros relativistas. O princípio de Protágoras (séc. V a. C.): “O homem é a medida de todas as coisas”.

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É uma modalidade positiva do ceticismo. Esta postura não admite a concordância entre o pensamento e o ser. E supera a negação intrínseca do ceticismo com um novo conceito de verdade. Verdadeiro é o que é útil. Os pragmatistas entendem que o homem é um ser prático.

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Esta postura assume uma posição intermediária entre dogmatismo e ceticismo. Admite que é possível conhecer, que existe uma verdade. Porém, exige um exame de todas as afirmações da razão, nada pode aceito despreocupadamente.

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Qual é o objeto do conhecimento?

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Segundo Platão as ideias que são o objeto do conhecimento, através da consciência delas é que possuímos a (episteme). Do mundo físico só possui ciência verdadeira possuímos opinião (doxa).O objeto do conhecimento suscita a discussão sobre os universais. Desde a antiguidade que já se pergunta pelo objeto do conhecimento, mas é na Idade Média com a discussão dos universais é a discussão ganha sistematização.

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As propostas estão assim formuladas:Realismo, nominalismo e

conceitualismo

Realismo:

Os universais possuem existência no pensamento (transcendentalmente) ou nas coisas (imanentemente).

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Nominalismo: Tudo que existe são particulares, não admite a existência dos universais nem nas coisas e nem no pensamento. O universal é puro nome (flatus vocis).

Conceitualismo: Os universais são apenas conteúdos da nossa mente, representações das coisas no intelecto.

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Como se conhece?Qual é a origem do conhecimento?

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Racionalismo: A fonte do conhecimento é o pensamento, a razão. Conhecimentos verdadeiros devem ser lógicos e universalmente válidos.

Empirismo: A fonte é a experiência, não há conteúdos a priori na mente do cognoscente. Todos os conceitos gerais e abstratos procedem da experiência.

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Intelectualismo: Admite a participação da razão e da experiência na produção do conhecimento. Há juízos logicamente necessários e universalmente válidos. O conhecimento é tirado da experiência, mas julgados com conteúdos da razão.

Apriorismo: Admite também a participação da razão e da experiência na produção do conhecimento, mas a mente possui elementos a priori, independentes. A experiência preenche estas formas.

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Como podemos verificar nossos conhecimento?

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A Teoria do Conhecimento tem como tarefa também discutir critérios para verificar a validade de um conhecimento.

Princípio cartesiano: Uma ideia é verdadeira, quando é clara, simples, distinta e indubitável.

Princípio da coerência: As inferências devem ser inferidas a partir de postulados verdadeiros.

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Princípio da autoridade: Postula a existência de uma fonte infalível de conhecimento.

Princípio pragmático: Um conhecimento é verdadeiro quando passa pela prova da experiência e auxilia na resolução de problemas.

Princípio da conformidade: Um conhecimento é verdadeiro quando há adequação entre a proposição verbal e a realidade descrita.

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PRINCIPAIS TEORIASDO

CONHECIMENTO

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DESCARTES

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Descartes construiu um sistema científico de bases ou princípios firmes e indubitáveis. Sua ideia sobre o conhecimento é toda racionalista com base no modelo matemático. A ciência deveria de princípios metafísicos e a partir dos quais com rigor e ordem seriam deduzidos os conhecimentos restantes.

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John Locke rejeita a existência de ideias inatas. Ele dá o exemplo do comportamento das crianças que não demonstra já ter ideias. Para o filósofo, o ser humano nasce com a mente vazia, em contato com a realidade, ele vai a preenchendo com os dados da experiência, estes são as ideias.

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KANT

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Método da “crítica”. Dupla ordem de realidades: Fenômeno e

Númeno. Doutrina das formas a priori da

sensibilidade (espaço e tempo). Doutrina das formas a priori do

entendimento (categorias ou conceitos puros).

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Emanuel Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o Racionalismo de Descartes e Leibniz, onde impera a forma de raciocínio e a tradição empírica inglesa (de Hume, Locke ou Berkeley, que valoriza a indução).

Sobretudo em três obras as questões filosóficas comparecem diante de um tribunal, especialmente formado para julgar a razão: a crítica. O problema do conhecimento é examinado na Crítica da Razão Pura (1781); A Crítica da Razão Prática (1788) analisa o problema da moral. E a Crítica da Faculdade de Julgar (1790) estuda a beleza natural e artística e o pensamento biológico.

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Crítica da Razão Pura

Método: busca do conhecimento seguro de uma ciência.

Questão: na medida em que há razão nas ciências, algo nelas tem de ser conhecido a priori, isto é, isoladamente e sem se mesclar com qualquer outra fonte.

Matemática e Física são exemplos de dois conhecimentos teóricos da razão que determinam seus objetos de uma forma a priori e alcançaram o conhecimento seguro de uma ciência.

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Há duas formas de conhecimento

◦ Empírico ou a posteriori (dados oferecidos pela experiência).

◦ Puro ou a priori (não depende de nenhuma experiência sensível e distingue-se do conhecimento empírico pela universalidade e necessidade.

A experiência sensível por si só jamais produz juízos necessários e universais. Todas as vezes em que se está diante desse tipo tem-se um conhecimento puro ou a priori. Por exemplo na proposição “a linha reta é a distância mais curta entre dois pontos”. Nessa proposição nada se afirma a respeito de determinada linha reta, mas de qualquer linha reta (universalidade); por outro lado, não se declara que a linha reta é a mais curta em certas condições, mas sem quaisquer condições (necessidade).

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Juízo Analítico: o predicado já está contido no sujeito de tal forma que o juízo em questão consiste apenas em um processo de análise, através do qual se extrai do sujeito aquilo que já está contido nele. Ex: Os corpos são extensos.

Juízo Sintético: une o conceito expresso pelo predicado ao conceito do sujeito, constituindo o único tipo de juízo que enriquece o conhecimento. Ex: todos os corpos se movimentam.

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Kant solucionou esses problemas mediante uma revolução (semelhante à de Copérnico na astronomia) no modo de encarar as relações entre o conhecimento e seu objeto. A revolução consistiria em, em vez de admitir que a faculdade de conhecer se regula pelo objeto, mostrar que o objeto se regula pela faculdade de conhecer.

A Filosofia deveria, então, investigar a possível existência de certos princípios a priori, que seriam responsáveis pela síntese dos dados empíricos. Estes, por sua vez, deveriam ser encontrados nas duas fontes de conhecimento, que seriam a sensibilidade e o entendimento.

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Na Crítica da Razão Pura, Kant mostra que tempo e espaço são formas fundamentais de percepção (formas da sensibilidade) que existem como ferramentas da mente, mas que só podem ser usadas na experiência.

Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão no espaço. A mente humana não pode produzir tal idéia. Nada pode ser percebido exceto através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente. Assim, já vemos que não podemos conhecer fora do espaço e do tempo.

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““O nosso conhecimento procede de duas fontes O nosso conhecimento procede de duas fontes fundamentais do espírito: a primeira é o poder fundamentais do espírito: a primeira é o poder de receber representações (receptividade ou de receber representações (receptividade ou sensibilidade) a segunda, o de conhecer por sensibilidade) a segunda, o de conhecer por meio dessas representações (espontaneidade meio dessas representações (espontaneidade dos conceitos ou entendimento). Pela primeira dos conceitos ou entendimento). Pela primeira um objeto é-nos dado, pela segunda, ele é um objeto é-nos dado, pela segunda, ele é pensado. Intuições e conceitos constituem os pensado. Intuições e conceitos constituem os elementos de todo o nosso conhecimento de elementos de todo o nosso conhecimento de maneira que um sem o outro, podem dar maneira que um sem o outro, podem dar conhecimento”. conhecimento”.

Crítica da Razão PuraCrítica da Razão Pura

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São duas as formas a priori da sensibilidade: Espaço e Tempo. São apriorísticas e, portanto, independentes da experiência sensível.

Espaço: não é porque o sujeito cognoscente percebe as coisas como exteriores a si mesmo e exteriores umas à outras que ele forma a noção de espaço; ao contrário, é porque possui o espaço como uma estrutura inerente à sua sensibilidade que o sujeito pode perceber os objetos como relacionados espacialmente. Se pode abstrair todas as coisas que estão no espaço, mas não se pode abstrair o próprio espaço.

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Tempo: A argumentação em relação ao tempo é fundamentalmente a mesma: a simultaneidade das coisas e sua sucessão não poderiam ser percebidas se a representação do tempo não lhes servisse de fundamento; acrescente-se a isso o fato de que todas as coisas que se enquadram dentro do tempo podem desaparecer, mas o próprio tempo não pode ser suprimido.

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Espaço e tempo representam as condições sem as quais é impossível conhecer. Mas o conhecimento universal e necessário não se esgota neles. É preciso os elementos apriorísticos do entendimento.

Além das formas da sensibilidade, espaço e tempo, Kant afirma haver também o entendimento, que seria uma faculdade da razão. É o entendimento que nos fornece as categorias com as quais podemos operar as sínteses do diverso da experiência.

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Assim, como seriam possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori - como causa e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.

Contudo, diz Kant, as categorias são próprias do conhecimento da experiência. Elas não podem ser empregadas fora do campo da experiência. Daí porque, na filosofia crítica de Kant, não nos é possível conhecer a coisa em si (o incondicionado), ou aquilo que não está no campo fenomenológico da experiência.

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Kant denominou a filosofia crítica de “ idealismo transcendental". Apesar da interpretação exata desta frase ser contenciosa, uma maneira de a compreender é através da comparação de Kant, no segundo prefácio à "Crítica da Razão Pura", da filosofia crítica com a revolução copernicana na astronomia.

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“(...) tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos mesmos que deve estabelecer algo sobre os objetos antes de nos serem dados. O mesmo aconteceu com o primeiros pensamentos de Copérnico que, depois das coisas não quererem andar muito bem com a explicação dos movimentos celestes admitindo-se que todo o exército de astros girava em torno do espectador, tentou ver se não seria mais bem-sucedido se deixasse o expectador mover-se e, em contrapartida, os astros em repouso.

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Na metafísica pode-se então tentar algo similar no que diz respeito à intuição dos objetos. Se a intuição tivesse que se regular pela natureza dos objetos, não vejo como se poderia saber algo a priori a respeito da última; se porém o objeto (como objeto dos sentidos) se regula pela natureza de nossa faculdade de intuição, posso então representar-me muito bem essa possibilidade.”

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Resumindo: Antes era o objeto que focava todas as atenções, subvertendo a relação ativa do conhecimento; agora é o sujeito ou as suas estruturas que se tornam o centro privilegiado da relação. Nesta nova fase será o mundo dos objetos que terá de tomar como referência central o sujeito.

Kant chama-nos a atenção para a importância do objetos no mundo mas, simultaneamente, dá uma importância decisiva às intuições intelectuais não podendo, no entanto, nenhuma das partes, por si só, fornecer-nos o conhecimento.

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Resumo: Da dedução da nossa capacidade de conhecimento da nossa capacidade de conhecimento a a prioripriori, na primeira parte da Metafísica, extrai-se umMetafísica, extrai-se um resultado insólitoresultado insólito e aparentemente muito desfavorável à sua finalidade, da qual trata a segunda parte; ou seja, que deste modo não podemos nunca ultrapassar os limites da experiência possível, o que é precisamente a questão mais essencial desta ciência. Porém, a verdade do resultado que obtemos nesta primeira apreciação do nosso conhecimento racional a priori é-nos dada pela contra-prova da experimentação, pelo fato desse conhecimento apenas se referir a fenómenos e não as coisas em si que, embora em si mesmas reais, se mantém para nos incognoscíveis. (CRP – Prefácio)

Resultado: Não podemos conhecer o que ultrapassa os limites da experiência, ou seja só podemos conhecer os fenômenos (os objetos tal como nos são dados e nunca as coisas em si). Nos domínios da metafísica é possível pensar, mas não é possível conhecer.

Qual é a distinção que Kant estabelece para resolver o problema dos objetos que ultrapassam os limites da experiência possível? A distinção fenomeno / Númenofenomeno / Númeno

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1º nível do conhecimento

1º nível:Conhecimento sensível

Percepções

Espaço TempoSensibilidade

Fenómenos

Númeno = “coisa em si”

A construção do conhecimento, numa primeira fase - sensibilidade ou receptividade – é feita através desta faculdade que está “equipada” com as intuições puras do espaço e do tempo. Podemos organizar os fenómenos em percepções. A este nível do conhecimento podemos chamar nível da intuição.

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2º nível do conhecimentoNuma segunda etapa - a do entendimento - os fenómenos estabelecem relações entre si, organizando as percepções correspondentes, através da faculdade da imaginação, num nível superior que chamaremos de representação ou de conhecimento, através do auxílio de um conjunto de regras a priori designadas de categorias - quantidade, qualidade, relação e modalidade. Em sentido próprio só neste momento podemos falar de conhecimento, pois só aqui os objectos são pensados. Este conhecimento será constituído por um conjunto de juízos sintéticos a priori que se identificam, na prática, com o conhecimento científico.

2º nível: Conhecimento Científico

Juízos sintéticos a priori

Entendimento

RelaçãoModalidade

QualidadeQuantidade Conceitos puros

Conhecer

Espaço Tempo 1º nivel:Conhecimento sensível

Sensibilidade

Percepções

Fenómenos

Númeno = coisa em si

Percepções

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Este edifício não ficaria completo se Kant não pensasse um nível superior completamente metafísico constituído, não por conhecimentos mas, por um conjunto de ideias reguladoras do qual faz parte a faculdade da razão. Estes ideais, por oposição à sensibilidade, são perfeitamente vazios, tendo como finalidade estabelecer a unidade racional de todo o conhecimento. A nível científico, os objectos nunca serão conhecidos em si mesmos enquanto noumeno); só podem mesmo ser conhecidos como algo para nós (como fenómenos) porquanto têm de se submeter a um conjunto de regras ou princípios a priori.

Ideais reguladores

Juízos sintéticos a priori

Razão

DeusAlma Mundo

Conceitos racionais

Pensar

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Pensar

Conhecer

Espaço Tempo

1º nivel:Conhecimento Sensivel

2º nível: Conhecimento Científico

Sensibilidade

Percepções

Intuições Sensíveis

Fenómenos = objectos

Ideais reguladores

Juízos sintéticos a priori

Entendimento

Razão

Númeno = coisa em si

RelaçãoModalidade

QualidadeQuantidade

Causalidade

DeusAlma Mundo

Conceitos racionais

Conceitos puros

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Deste modo, a razão especulativa concede-nos, ainda assim, campo livre para essa extensão, embora o tivesse que deixar vazio, competindo-nos a nós preenchê-lo, se pudermos, com os dados práticos, ao que por ela mesmo somos convidados”. (CRP – Prefácio)

Qual a solução de Kant para o problema do conhecimento apresentado aqui? A distinção entre coisas dadas (fenómeno) e coisas em si (noumeno).

Se o incondicionado (as coisas em si) não podem ser conhecidas como é possível pensar nelas? A partir da faculdade da razão que regula e estabelece os limites do entendimento.

Depois de traçar estes limites ao conhecimento, como é possível falarmos de Deus, alma e mundo?Só é possível ultrapassar os limites do conhecimento apenas do ponto de vista prático (moral).

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“Não há fatos, há interpretações”. Nietzsche afirma uma radical contingência do conhecimento. Ele critica a busca por conceitos universais, verdades. Os conceitos são criados historicamente. A finalidade do ato de conhecer é buscar respostas úteis à conservação da espécie.

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A verdade é a concordância do pensamento consigo mesmo. Um juízo é verdadeiro quando construído segundo as leis e normas do pensamento. De acordo com essa concepção, a verdade significa algo puramente formal. Ela coincide com a correção lógica.

A verdade do conhecimento só pode consistir, portanto, na produção de objetos em conformidade com as leis do pensamento, vale dizer, na concordância do pensamento com suas próprias leis.

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MONDIN, B. Introdução à Filosofia: O problema gnosiológico. São Paulo: Paulinas, 1980.

CERRUTTI, Pedro. A caminho da verdade suprema. Rio de Janeiro: Universidade Católica, 1968.

HESSEN, JOHANNES. Teoria do Conhecimento. Trad. de João Vergílio G. Cuter. Martins Fontes: São Paulo, 2000.

MOSER, P.; MULDER, D.; TROUT, J. A teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2004.