tendências culturais em portugal
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TENDÊNCIAS CULTURAIS EM PORTUGAL
Raquel Oliveira 12º14
PINTURA
Portugal permanece com os padrões estéticos do séc.
anterior.
O naturalismo era o estilo preferido, difundido por
Malhoa e Columbano e tendo seguidores como Carlos
Reis e Alberto de Sousa.
A pintura obedecia a regras e era aprendida nas academias de Belas-Artes.
O poder republicano, nacionalista e eleitorista
acarinhava as velhas tendências culturais.
Em 1911, cristiano Cruz, Santa-Rita, Amadeo de Souza-Cardozo, Almada Negreiros, Mário Sá Carneiro,
Fernando Pessoa, Eduardo Viana, Bernardo Marques,
Abel Manta, Dordio Gomes, Mário Eloy e Júlio reis
Pereira, lutaram para por Portugal no mapa cultural da
europa.
Muitos estudaram em Paris e ficaram fascinados pelas
vanguardas artísticas.
Os modernistas substituíram a iconografia rústica,
melancólica e saudosa por mundanismo boémio,
estilizaram em vez de conferirem volume, apoiaram-se
no plano e não na sucessão, foram cubistas,
impressionistas, futuristas, abstraccionistas,
expressionistas e surrealistas.
O PRIMEIRO MODERNISMO
(1911-1917) Ficou ligado a um conjunto de exposições em Lisboa e
Porto, com artistas como Manuel Bentes, Emmérico
Nunes, Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Stuart
Carvalhais, Jorge Baradas, António Soares, Mily Possoz.
Os seus desenhos representavam sátira política, social a
anticlerical e tinham enquadramentos boémios e urbanos.
Praticava-se a estilização formal dos motivos, esbatia-se
a perspetiva, usavam-se cores claras e contrastantes.
Sofreu um impulso com a Primeira Guerra Mundial, pois
regressaram artistas como Amadeo Souza-Cardoso,
Guilherme Santa-Rita, Eduardo Viana, José Pacheco e o casal Robert e Sonia Delaunay.
Formaram-se dois polos: em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e que criaram a revista Orpheu, e no
Porto, liderado pelo casal Delaunay, Eduardo Viena e
Amadeo.
Criou-se o manifesto Anti-Dantas.
Em 1916, Amadeo fez duas exposições individuais, que
favoreceram a aproximação do grupo Orpheu.
Em 1917 foi feito um Ultimatum futurista às gerações
portuguesas do séc. XX, no teatro República, em Lisboa,
feito por Almada Negreiros.
Saiu o número único da revista Portugal Futurista, com
trabalhos de Santa-Rita, Souza-Cardozo, Pessoa, Sá-
Carneiro, Marenetti, Apollinaire e Blaise Cendrads.
O SEGUNDO MODERNISMO
(ANOS 20 E 30) As mortes prematuras de Sá-Carneiro, Santa-Rita e
Amadeo, o regresso dos Delaunay a França e a partida
de Almada para Paris encerraram o primeiro
modernismo português.
Os anos 20 e 30 foram um novo ciclo no movimento
modernista, que conciliaram letras com artes plásticas (escritores como José Régio, João Gaspar Simões e
Adolfo Cascais Monteiro) 8pintores como Dordio
Gomes, Mário Eloy, Sarah Afonso, Carlos Botelho, Abel
Manta, Bernardo Marques, Júlio Pereira, Maria Silva)
Almada regressou.
Apareceram revistas como a Contemporânea, Presença, Ilustração Portuguesa, Domingo Ilustrado,
ABC, Ilustração, Sempre Fixe.
Os artistas eram rejeitados e realizavam exposições
independentes nos cafés e clubes (decoração A
Brasileira).
Em 1933, António Ferro assume direcção do
secretariado da Propaganda e consegue que Salazar
aprove os artistas fazer novidades pois argumenta que o
país devia apoiar a novidade para se destacar.
António Pedro organizou exposições Artistas Modernos
Independentes e vai ser um dos principais promotores
do grupo surrealista português.
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO
Nasceu em Amarante, a 14 de Novembro de 1887. Fez
o liceu no Tâmega e arquitetura na Academia de Belas-
Artes em Lisboa. Vai para Paris e troca a arquitetura
pela pintura. Em 1913 é reconhecido. Regressado a
Portugal, aplica as tendências vanguardistas. Em 1916,
expõe em Lisboa e no Porto, mas obtém incompreensão da crítica e do público.
A sua obra é multifacetada: desenho cubista,
abstraccionista, expressionista, futurista e dadaísta.
Amadeo contribuiu para o amadurecimento do
modernismo português, contactando com o grupo
Orpheu, especialmente com Almada Negreiros.
Participa no Portugal Futurista.
JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS
Nunca frequentou escolas de Belas-Artes. Viveu dez
anos no colégio de Jesuítas, em Campolide. Publica o
primeiro desenho aos 18 e participa no I Salão dos
humoristas em 1912. No ano seguinte realiza a sua
primeira exposição e fica amigo de Fernando Pessoa,
colaborando em Orpheu e Portugal Futurista.
Produziu o Manifesto Anti-Dantas, Cenas de Ódio e k.4
Quadrado Azul. Depois de 1 ano em Paris, redecorou A
Brasileira. Parte para Madrid , onde se inicia na técnica
do mural e decora as Gares Marítimas de Lisboa. Volta
a Portugal e realiza Maternidade. Almada tornou-se um
artista emblemático e prestigiado. Em 1954 pintou o retrato de Fernando Pessoa.
EDUARDO VIANA
Em 1905 abandona o curso da Academia Nacional de
Belas-Artes e parte para Paris, estuda e viaja e deixa-se
fascinar por Cézanne. Em 1945 instala-se como o casal
Delaunay em Vila do Conde.
As suas obras fazem-se na decomposição das formas,
de uma maneira cubista, e da luz. Deixa-se fascinar pelo brilho do sol português e pelas cores alegres da olaria
minhota. A modernidade de Viana reside na pujança
da cor, utilizada em contrastes vibrantes e luminosos,
sejam nus, retratos, paisagens ou natureza morta.
ESCULTURA
A escultura ficou marcada pela hegemonia do gosto
naturalista. Mestre António Teixeira Lopes foi o grande
cultor desta corrente.
As caraterísticas modernistas manifestaram-se
timidamente, em escultores como francisco Franco,
Diogo de Macedo e Canto da Maia, inspirados em Paris.
O seu modernismo expressou-se pela simplificação
geométrica das formas e volumes, na busca da
essencialidade plástica ou na facetação das
superfícies.
A escultura acabou condicionada nos anos 30 e 40 pelas encomendas oficiais, submetendo-se ao Estado
Novo.
ARQUITETURA
Cristina da Silva, Carlos Ramos, Pardal Monteiro,
Corttinelli Telmo e Cassiano Branco são os primeiros
autores de projetos arquitectónicos modernistas.
A modernidade manifestou-se no uso do betão
armado, no predomínio da linha reta sobre a curva, no
despojamento decorativo das paredes, na utilização de grandes superfícies de vidro, nos terraços e coberturas
de planos.