teatro de pompeu

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TEATRO DE POMPEU As ruínas do Teatro de Pompeu podem ser encontra- das no Largo di Torre Argentina e próximas à Via Di Grotta Pinta abaixo do nível do solo, em Roma. Ele foi construído cerca de 55 a.C. e foi o primeiro teatro permanente construído em alvenaria em Roma, os mais antigos eram anfiteatros construídos em madeira. Foi ainda o maior teatro a nível mundial. Pompeu financiou a construção desse teatro na mesma época em que participou do primeiro Triunvi- rato com Crasso e Júlio César. Com a ambição de ganhar popularidade, Pompeu não se limitou a cons- trução de um teatro, incluía um grande jardim central, decorado com grandes estátuas de atores e artistas, um espaço preparado para encontros do Senado e havia também um templo dedicado à Deusa Vênus. O Teatro de Pompeu além de ter sido palco dos dramas romanos também foi marco de acontecimen- tos históricos: Júlio César foi assassinado no grande pórtico anexo ao teatro dando ao elemento arquite- tônico um novo valor simbólico. Roma é uma cidade onde cada ruína significa algo, é preciso saber ver para entender. HISTORIA ANTIGA Professora Solange Schramm Aluna Hortênsia Gadelha 0288788 O interesse em escolher um prédio como o Teatro de Pompeu está relacio- nado ao fato dele agrupar, numa mesma arquitetura um valor artístico e de lazer. Abriga uma programa cenográfico e muitas vezes ilusório. Nele são estabele- cidas estratégias para uma apresentação teatral que faça referência a realidade. Tirando o público de seu estado crítico levando-o a adentrar o mundo e momen- to histórico onde é imaginada a peça teatral.

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disciplina de historia. análise de um edifício greco-romano. 2010.2

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Page 1: teatro de pompeu

TEATRO DE POMPEU

As ruínas do Teatro de Pompeu podem ser encontra-das no Largo di Torre Argentina e próximas à Via Di Grotta Pinta abaixo do nível do solo, em Roma. Ele foi construído cerca de 55 a.C. e foi o primeiro teatro permanente construído em alvenaria em Roma, os mais antigos eram anfiteatros construídos em madeira. Foi ainda o maior teatro a nível mundial. Pompeu financiou a construção desse teatro na mesma época em que participou do primeiro Triunvi-rato com Crasso e Júlio César. Com a ambição de ganhar popularidade, Pompeu não se limitou a cons-trução de um teatro, incluía um grande jardim central, decorado com grandes estátuas de atores e artistas, um espaço preparado para encontros do Senado e havia também um templo dedicado à Deusa Vênus.O Teatro de Pompeu além de ter sido palco dos dramas romanos também foi marco de acontecimen-tos históricos: Júlio César foi assassinado no grande pórtico anexo ao teatro dando ao elemento arquite-tônico um novo valor simbólico.Roma é uma cidade onde cada ruína significa algo, é preciso saber ver para entender.

HISTORIA ANTIGAProfessora Solange SchrammAluna Hortênsia Gadelha 0288788

O interesse em escolher um prédio como o Teatro de Pompeu está relacio-nado ao fato dele agrupar, numa mesma arquitetura um valor artístico e de lazer. Abriga uma programa cenográfico e muitas vezes ilusório. Nele são estabele-cidas estratégias para uma apresentação teatral que faça referência a realidade. Tirando o público de seu estado crítico levando-o a adentrar o mundo e momen-to histórico onde é imaginada a peça teatral.

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CONTEXTO HISTÓRICO

Os Teatros romanos eram constantemen-te feitos a partir de uma adaptação dos Teatros gregos para abrigar as apresenta-ções, dramas romanos.Ainda na Grécia, quando não existia exata-mente uma cidade amadurecida haviam manifestações que podem ser entendidas, de acordo com Lewis Mumford (L.M.), como uma forma embrionária de teatro: nos ritos de fertilidade da aldeia, para a primavera e a colheita. “O pátio circular de debulha passou a ser o palco no novo teatro e os próprios alde-ões separaram-se dos protagonistas, passando a constituir o coro e deixando de ser atores, porém, ainda demasiado ativos e loquazes para serem considerados meros espectadores.” L.M.Os festivais dos quais surge o teatro eram de natureza religiosa, onde os sacerdotes ocupavam a primeira fila da “orquestra”. A medida que a cidade foi se desenvolven-do o teatro perdia sua acepção religiosa, “(...)um divertimento mais cerebral tomou o lugar dos ritos, a tragédia agora abordava os problemas do desenvolvimento humano abertos pela nova ordem urbana: o destino, a oportunidade, o livre arbí-trio.” L.M.Os romanos aprenderam e adquiriram muitas estratégias gregas da linguagem arquitetônica. As principais características do teatro romano derivam principalmente das do teatro grego, uma vez que a própria

arquitetura romana deriva diretamente da arquitetura grega. Conceitos como o de “ordem”, o antropomorfismo, a escala humana foram adaptados e modificados na cultura romana. Multiplicam-se os progra-mas arquitetônicos, surge o conceito de “tipo” contrariando o de “ordem”, amplia-se a escala.Roma também reinventou sua própria forma de teatros. Estes tipos de edifícios, que possuem uma escala gigantesca e abri-gavam milhares de pessoas para entreteni-mento, foram nomeados de “Vomito-rium” devido a reunião e movimento das massas ao esvaziarem rapidamente o esta-belecimento. Nome que veio muito a calhar, pois exprime ainda seu caráter e prática em relação a população que vivia do pão e circo. O auditório que na Grécia era muitas vezes um círculo, em Roma passou a formar apenas um semi-círculo. A área central ao nível do solo onde se localizava o coro, a orquestra, tornou-se, em Roma, parte do auditório transformando-se em locais privativos para senadores e dignida-des locais. O palco foi levantado e teve uma conexão direta com o auditório. Dife-rente da Grécia, os Teatros em Roma não eram escavados aproveitando a inclinação de um monte, mas eram também construí-dos de abóbadas de concreto suportando as fileiras de assento embaixo das quais haviam corredores, passagens usadas nas apresentações nas saídas e entradas dos atores.O concreto usado não era como o conhe-cemos hoje, era feito de pedra e uma espécie de argamassa romana. Os primei-ros teatros eram construídos de madeira e eram destruídos depois que terminava o espetáculo, havia uma lei que proibia teatros permanentes. Foi assim que surgiu o Teatro de Pompeu, templo que burlava essa lei.

1. Sítio mais antigo, lugar para o exercito.2. Sítio quando começam a surgir prédios3. Peças arqueológicas encontradas3. Reconstrução a partir das ruínas existentes.

1.

3.

2.

4. 4.

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LEITURA DO EDIFÍCIO

O sítioO teatro de Pompeu foi construído na parte sul do Campus Martius, o Campo de Marte (Field of Mars), na antiga Roma. Este espaço era completamente vazio, era o local onde o exército romano era reunido antes de mar-char contra os inimigos da cidade e contra as características topográficas (pântanos, riachos, um lago grande). Isso Incentivava a não construção de estruturas extensas.Porém, no final do século II a.C. alguns prédios passaram a ser construídos no local. E depois que foi construído o Teatro de Pompeu, o local se desenvolveu rapidamen-te.As ruínas do Teatro podem ser encontradas atualmente no Largo di Torre Argentina e algumas outras provenientes da parte circu-lar do auditório na Via di Grottapinta. Esta rua semi-circular com a construção de curvas frentes segue a borda da zona antiga orquestra em frente ao palco gigante.

Registros ArqueológicosO bairro onde estava localizado o Teatro era densamente habitado na Renascença, por isso a maioria das escavações começa-ram como projetos de construção. Flavio Biondo publicou o primeiro guia, feita a partir de uma descoberta de uns operários. Eles estavam cavando uma adega de profun-didade perto do local quando encontraram uma significativa pedra quadrada que dizia “genivs theatri pompeiani”, “o gênio do teatro Pompeu”. Depois foram encontrados outros fragmentos do teatros pelo entorno. Em meados do século XVIII, uns alunos de topografia romanos tinham identificado esses restos como as do teatro de Pompeu.As primeiras reconstruções do Teatro

foram feitas por Luigi Canina, arquiteto romano que o re-projetou na primeira metade do século 19. Combinando as ruínas com os escritos de Vitrúvio.Victoire Baltard, arquiteto francês também fez uma reconstrução do projeto através do trabalho de Vitrúvio em fragmentos da Forma Urbana e também ainda no estudo de Canina.Atualmente, com os novos meios digitais é possível obter uma forma mais completa do Teatro de Pompeu. É possível fazer estudos arqueológicos mais precisos e obter informações mais confiáveis e realis-tas.

Análise Arquitetônica (espaços)O teatro de Pompeu tinha o palco isolado da paisagem circundante por uma parede decorada atrás do palco. Ela chega a mesma altura que o topo do auditório para que a platéia e os atores fosse encer-rados por todos os lados.Havia uma extensão atrás do palco onde existia uma praça com um pórtico gigante e jardins de esculturas, além de tavernas para os lazeres amorosos dos romanos. Esse complexo inclui um centro de con-venções com uma estátua de Pompeu.Atrás dos templos na “Área Sacra”do Largo di Torre Argentina podemos ver vestígios da Cúria temporária. A parte do auditório estava mais a oeste, nele haviam entradas com vários portais por onde o público podia começar a subir. Colunas de diversas ordens foram enfileiradas mos-trando a posse da cultura grega. O templo dedicado à Deusa Vênus era localizado na parte mais leste do teatro.

BIBLIOGRAFIA:

MUMFORD, Lewis. A cidade na História. Editora Itatiaia Ilimitada, 1965.FLETCHER, Banister. A history of archi-tecture. Architectural Press, 20th edition, 1996

http://www.pompey.cch.kcl.ac.uk/http://formaurbis.stanford.edu/index.php

1. Corte do desenho de Baltard2. Corte do desenho de Canina3. Prédios no local do Teatro, formam a mesma configuração.

1. 2.

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PLANTABAIXAesc.: 1: 1500

103,108 297,20738,870 81,119 92,768 84,455

236,

196

109,359

17,4

7810

9,35

9

218,

691

24,2

63

179,977

69,5

60

Scenae frons (frente do cenário, do palco)

Orchestra, onde se sentavam as autoridades

Cavea, local dos espectadores

Vomitoria, entra-das por onde se acessava a Cavea

Proscaenium,onde ficavam os atores

Porticus post scaenam (Pórtico detrás do cenário)

Aditus, corredores laterais

Jardins com esculturas