tcc guilherme urguisa 2011.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO GUILHERME URQUISA LEITE João Pessoa - PB Dezembro de 2011

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Page 1: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

GUILHERME URQUISA LEITE

João Pessoa - PB

Dezembro de 2011

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GUILHERME URQUISA LEITE

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

junto ao curso de Engenharia Civil da

Universidade Federal da Paraíba como

requisito parcial à obtenção do Titulo de

Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Fábio Lopes Soares

JOÃO PESSOA, PB 2011

Page 3: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

ii

GUILHERME URQUISA LEITE

ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO DE OBRAS DE CONTENÇÃO

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________ ____________________

Prof. Fábio Lopes Soares, DSc (UFPB) (Orientador)

__________________________________________ ____________________

Prof. Leonardo V. Soares, DSc (UFPB) (Examinador interno)

__________________________________________ ____________________

Prof. Clovis Dias, MSc (UFPB) (Examinador interno)

João Pessoa, 19 de dezembro de 2011.

Page 4: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

iii

A todas as pessoas que

contribuíram para esta conquista.

Page 5: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço, antes de tudo, a Deus, que na sua infinita bondade me fez capaz de discernir, entre

tantos caminhos, o que me levaria à honradez, à integridade, ao cidadão que hoje sou.

Aos meus pais, que me carregaram enquanto aprendia a caminhar com os meus próprios

passos e continuam me guiando, apoiando as minhas escolhas e aplaudindo as minhas

conquistas.

Aos meus irmãos e a toda a minha família pelo carinho.

A Juliane França, por estar comigo nos momentos mais difíceis e pelo incondicional apoio na

realização deste trabalho.

A Maria do Socorro França, pelo grande auxílio na reta final deste trabalho.

Aos meus amigos colegas de curso, em especial Romero, Nicholas e Rodolfo que entre os

momentos de estudo e “azilação” muito contribuíram para a minha formação.

Ao meu orientador, professor Fábio Lopes pelos ensinamentos, pela paciência e dedicação

com que me auxiliou na conclusão deste trabalho.

A todos os professores do curso de Engenharia Civil da UFPB, pela amizade e dedicação com

que nos passam conhecimento.

Ao meu chefe José Roberto Ferreira Chaves, pelos ensinamentos, pelas dicas profissionais e

compreensão com o qual trata seus estagiários.

A todos, muito obrigado!

Page 6: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

v

“Nossa maior fraqueza está em desistir. A maneira mais segura de ter sucesso é

sempre tentar mais uma vez.”

Thomas Edison

Page 7: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

vi

RESUMO

Fatores como o crescimento das cidades tem levado a deflagração de processos de

instabilidade de taludes. Dentre as várias formas de se estabilizar um talude, as obras de

contenção mostram-se uma eficiente medida de controle desse processo e são amplamente

utilizadas em contenções de taludes naturais, de cortes ou aterro, além da necessidade de

utilização na criação de subsolos de edifícios. Existem várias obras desse tipo, entretanto a

realização de cada uma é um empreendimento singular, devendo, portanto, a escolha por uma

delas promover uma solução eficaz e econômica. Este trabalho visa à elaboração de uma

análise orçamentária comparativa de alguns métodos de contenção mais recorrentes,

apresentando assim propostas econômicas no que diz respeito à execução desse tipo de obra.

Foram feitos alguns pré-dimensionamentos, nos quais se considerou duas situações, uma na

qual o talude tinha altura total de 3 metros e outra na qual o talude tinha altura total de 6

metros sendo que as características do solo foram mantidas em ambos os casos. Então foram

realizadas as análises orçamentárias e foi constatado que os muros de pedra argamassada

obtiveram os resultados mais econômicos, apesar de ocupar muito espaço, e as cortinas

atirantadas os mais onerosos. Entretanto, em uma situação real, outros fatores também devem

ser analisados.

Palavras chave: Obras de contenção; Estabilidade de taludes; Orçamento

Page 8: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

vii

ABSTRACT

Factors such as the growth of cities have led to trigger processes such as slope

instability. Among the various ways to stabilize a slope, barring structures show to be an

efficient measure to control this process and are extensively used in contention of natural

slopes, cut or embankments, and in creating of basements of buildings. There are several

kinds of barring structures, however the performance of each one is a unique enterprise, and

therefore the choice of performing must promote an effective, economical solution. This work

aims at developing a comparative budgetary analysis of some methods of barring structures

more likely, thus presenting economic proposals regarding the implementation of this type of

structures. Some pre-sizing have been made, in which two situations are considered, one in

which the slope had a total height of 3 meters and another in which the slope had a total

height of 6 meters and characteristics of the soil were kept in both cases. So the budgetary

analysis was performed and it was found that the walls of mortared stone obtained results

more economical, while taking up too much space and the most expensive are cable-stayed

curtains. But in a real situation more factors must be considerate.

Keywords: barring structures, stability of slopes; Budget

Page 9: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

viii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................12

1.1 Escopo da monografia.........................................................................13

2. OBJETIVOS......................................................................................15

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................16

3.1 Desastres naturais................................................................................16

3.2 Escorregamentos.................................................................................19

3.2.1 As quedas de blocos (FALLS)..................................................20

3.2.2 Os rastejos.................................................................................20

3.2.3 As corridas................................................................................20

3.2.4 Escorregamentos propriamente ditos........................................21

3.3 Estabilidade de Taludes......................................................................23

3.4 Obras de contenção.............................................................................26

3.5 Tipos de obras de contenção...............................................................28

3.5.1 Muros de pedra seca.................................................................28

3.5.2 Muros de pedra argamassada...................................................28

3.5.3 Muros de concreto ciclópico....................................................29

3.5.4 “Crib walls”.............................................................................30

3.5.5 Muros de gabião.......................................................................32

3.5.6 Muros de solo-cimento ensacado.............................................34

3.5.7 Muros de bolsacreto.................................................................35

Page 10: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

ix

3.5.8 Muros de concreto armado......................................................36

3.5.9 Cortinas cravadas.....................................................................38

3.5.10 Cortinas Atirantadas..............................................................40

3.5.11 Solo grampeado.....................................................................42

3.5.12 “Terra armada”......................................................................44

3.5.13 Solo reforçado com geossintéticos (soil nailing)...................45

4. METODOLOGIA............................................................................47

4.1 Revisão da literatura...........................................................................47

4.2 Elaboração de pré-dimensionamentos................................................47

4.3 Elaboração de orçamentos..................................................................48

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................50

5.1 Muro de pedra argamassada...............................................................50

5.2 Muro de gabião..................................................................................51

5.3 Muro de concreto armado..................................................................53

5.4 Cortina atirantada...............................................................................54

5.5 Solo grampeado..................................................................................55

5.6 “Terra armada”...................................................................................57

5.7 Solo reforçado com geossintéticos.....................................................58

5.8 Análise dos resultados........................................................................59

6. CONCLUSÕES................................................................................63

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................64

Page 11: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

x

LISTA DE QUADROS E FIGURAS

Quadro 01 - Ocorrências de desastres naturais no mundo (1950-2008). Fonte: Kobiyama

(2011). ________________________________________________________________ 16

Figura 01 - Ocorrências de desastres naturais no mundo (1950-2008). Fonte: Kobiyama

(2011). ________________________________________________________________ 17

Figura 02 - Distribuição dos tipos de desastres naturais no mundo (1900-2006). Fonte:

Marcelino (2007). _______________________________________________________ 17

Figura 03 - Distibuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período

de 1988 a 2009. Fonte: IPT. ______________________________________________ 19

Figura 04 - Esquema de escorregamento planar ou translacional de solos. Fonte: Acervo IG.

Citado em Tominaga et al, (2009). _________________________________________ 22

Figura 05 - Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). Citado em

Tominaga et al, (2009). __________________________________________________ 22

Figura 06 - Esquema de escorregamento em cunha. Fonte: Tominaga et al, (2009). __ 23

Figura 07- Conformação de um talude. Fonte: Manhago (2008). _________________ 24

Figura 08 - Muro tipo “gravidade” de pedra seca. Fonte: IPT.___________________ 28

Figura 09 - Muro tipo “gravidade” de pedra argamassada. Fonte: IPT. ____________ 29

Figura 10 - Muros tipo “gravidade” de concreto ciclópico. Fonte: IPT. ____________ 30

Figura 11 - Contenção com crib-walls. Fonte: IPT. ___________________________ 31

Figura 12- Contenção com gabiões. Fonte: IPT. ______________________________ 33

Figura 13 - Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado(perspectiva). Fonte: IPT._ 34

Figura 14 - Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (seção). Fonte: IPT. ____ 35

Figura 15 - Exemplo de aplicação de bolsacreto. Fonte: DER/SP. ________________ 36

Figura 16 - Muros de concreto armado tipo flexão. Fonte: IPT. __________________ 37

Figura 17 - Muros de concreto armado tipo flexão (com contrafortes). Fonte: IPT. ___ 38

Figura 18 - Exemplo de cortina cravada. Fonte: IPT. __________________________ 39

Figura 19 - Detalhes de um tirante. Fonte: IPT. _______________________________ 40

Figura 20 - Exemplo de aplicação de uma cortina atirantada. Fonte: IPT. __________ 41

Figura 21 - Detalhes de grampos mais comuns. (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior

a 20mm; (b) barra de aço com diâmetro inferior. Fonte: Solos e Rochas. São Paulo, 16, (4):

291-304. Dez. 1993. ____________________________________________________ 42

Page 12: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

xi

Figura 22 - Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis,

1999, citado em Lima(2007). _____________________________________________ 43

Figura 23 - Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999,

citado em Lima (2007). __________________________________________________ 43

Figura 24 - Detalhes de uma “terra armada” (seção). Fomte : IPT. ________________ 44

Figura 25 - Detalhes de uma “terra armada” (perspectiva). Fonte: IPT. ____________ 45

Figura 26 - Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.

Fonte: IPT.____________________________________________________________ 46

Figura 27 - Perfil representativo do muro de pedra argamassada. _________________ 50

Figura 28 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=3m). ___________________ 51

Figura 29 - Perfil representativo do muro de Gabião (H=6m). ___________________ 52

Figura 30 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 3m). __________ 53

Figura 31 - Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 6m). __________ 54

Figura 32 - Perfil representativo da Cortina Atirantada. _______________________ 55

Figura 33 - Perfis representativos do Solo Grampeado._________________________ 56

Figura 34 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 3m).____________________ 57

Figura 35 - Perfil representativo da Terra Armada ( H = 6m). ___________________ 58

Figura 36 - Perfis representativos do Solo Reforçado com geossintéticos. __________ 59

Figura 37 - Custo por Obra para um talude de 3m. ____________________________ 60

Figura 38 - Custo por Obra para um talude de 6m. ____________________________ 60

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12

1. INTRODUÇÃO

A deflagração de instabilizações de taludes tem-se mostrado cada vez mais frequentes.

Um dos fatores que muito contribui para isso é o crescimento das cidades, na maioria das

vezes, desordenado, o que leva a construções em áreas que devido a sua topografia acidentada

já apresentam riscos de escorregamentos, ricos esses que são potencializados pela ausência de

infra-estrutura, como sistemas de disciplinamento de águas pluviais ou esgotamento sanitário.

Outro importante fator é o desflorestamento de áreas próximas, deixando os taludes

diretamente expostos aos pingos de chuva ou outros agentes externos. Também as intempéries

contribuem para esse processo de instabilização, uma vez que provocam enfraquecimento

gradual do solo causando diminuição dos seus parâmetros de resistência.

Escorregamentos são movimentos rápidos de porções de taludes naturais, de cortes ou

de aterros. Ocorrem devido ao aumento dos esforços atuantes ou a diminuição da resistência

dos materiais que o compõem, ou seja, a resistência ao cisalhamento do próprio material se

contrapõe à tendência natural do talude sofrer escorregamento devido à força gravitacional.

Os prejuízos gerados por estes escorregamentos são incalculáveis, devido ao caráter

catastrófico que causam às áreas afetadas, como a destruição de patrimônios públicos e

privados, obstrução de rodovias e até mesmo a perda de vidas humanas, podendo, dessa

forma, caracterizar-se como um desastre natural.

A fim de minimizar e prevenir a ocorrência de escorregamentos faz-se necessário o

desenvolvimento de formas para conter o talude. Uma das mais eficientes medidas de controle

desses processos é a execução de obras de contenção. Estas são estruturas que elevam as

forças de resistência oferecendo uma configuração estável ao maciço. Podem ser simples ou

muito complexas, dependendo da situação.

Nas obras civis, a contenção de taludes é necessária e da maior importância, a exemplo

das obras de escavações, principalmente naquelas localizadas em áreas limitadas, áreas

urbanas. A necessidade de realização destas contenções nesse tipo de obra está diretamente

relacionada à segurança, uma vez que as escavações são feitas geralmente no solo, um

material muito heterogêneo, cujas propriedades podem variar drasticamente, tornando-o

susceptível a desmoronamentos que põem em risco toda a obra, inclusive os equipamentos,

mas, principalmente, as vidas humanas que nela trabalham.

Há necessidade de obras de contenção, também em encostas, onde a execução de

cortes provoca alterações no estado de tensões atuantes no maciço, o que tende a instabilizar a

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13

região montante do talude. As tensões de tração que vêm a ocorrer podem provocar o

aparecimento de trincas, às quais podem preencher-se de água, fato esse associado a inúmeros

casos de escorregamentos.

Também importantes são as obras de contenção em rodovias, uma vez que os órgãos

rodoviários têm convivido com um número muito grande de passivos ambientais relacionados

aos processos de movimentação de terra. Sabe-se que importantes rodovias brasileiras

apresentam muitos taludes afetados por escorregamentos de diferentes portes. Considerando a

influência das rodovias no desenvolvimento de um país e, no Brasil em particular, os custos

diretos para as recuperações somando-se aos custos indiretos, como as interdições das pistas e

os congestionamentos que promovem deterioração de cargas e atraso nas entregas, têm sido

extremamente elevados.

Diante dessa realidade, estudos relacionados à instabilidade de taludes e suas formas

de contenção tem se mostrado de extrema importância para o entendimento, e

conseqüentemente, para contribuir com a minimização e prevenção desses fenômenos.

Existem vários métodos de se conter um talude, daí, a importância de se avaliar o tipo

de contenção adequada a cada situação, pois cada obra é um empreendimento singular. Dessa

forma, seu plano de execução deve ser modelado a atender as especificidades e necessidades

visando sempre uma solução eficaz e econômica.

1.1. ESCOPO DA MONOGRAFIA

O presente estudo é dividido em 6 capítulos, sobre os quais são apresentados uma

breve descrição a seguir:

No capítulo 1 é feita a introdução ao assunto com apresentação de problemas

relacionados à instabilidade de taludes, sejam eles em casos de encostas naturais ou em obras

de engenharia, também é dado ênfase à importância das obras de contenção. Por fim é

apresentado o escopo da monografia.

O capítulo 2 consiste na descrição do objetivo do trabalho.

No capítulo 3 é feita a revisão bibliográfica, englobando conceitos de desastres

naturais, escorregamentos, obras de estabilização de taludes e obras de contenção. Também

são descritos vários tipos de obras de contenção.

O capitulo 4 representa a metodologia empregada no trabalho, caracterizando as

principais etapas para a elaboração do estudo. É feita a enumeração dos tipos de obras de

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14

contenção consideradas, bem com a descrição dos parâmetros utilizados para o pré-

dimensionamento das estruturas e para a elaboração dos orçamentos.

No capítulo 5 são apresentados os resultados dos pré-dimensionamentos e dos

orçamentos, também é feita a comparação custo-benefício entre as obras de contenção

consideradas.

Por fim, no capítulo 6 são apresentadas as conclusões do trabalho.

Page 16: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

15

2. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é fazer uma comparação entre alguns tipos de obras de

contenção, levando em consideração os custos e os benefícios gerados, bem como o espaço

ocupado e o tempo de construção. Para enfim apresentar a proposta mais econômica, porém

viável a determinada situação, servindo como base teórica para uma possível escolha entre

esses tipos de obra.

Page 17: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 DESASTRES NATURAIS

Desastres naturais podem ser definidos como o resultado do impacto de fenômenos

naturais extremos ou intensos sobre um sistema social, causando sérios danos e prejuízos que

excedem a capacidade da comunidade ou da sociedade atingida em conviver com o impacto

(Tobin e Montz,1997; Marcelino, 2008).

No Brasil, desastre é conceituado como: “Resultado de eventos adversos, naturais ou

provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos,

ambientais e/ ou materiais com conseqüentes prejuízos econômicos e sociais” (Castro, 2000a:

11).

Segundo Kobiyama et al. (2006), os desastres naturais são determinados a partir da

relação entre o homem e a natureza. Ou seja, são os resultados das tentativas humanas em

dominar a natureza, que, na maioria das vezes, acaba derrotada. Além do que, a intensidade, a

magnitude e a frequência dos impactos tendem a aumentar quando não são aplicadas medidas

para a redução dos efeitos desses desastres. Assim, grande parte da história da humanidade foi

influenciada pela ocorrência de desastres naturais, principalmente os de grande magnitude.

O Quadro 1 mostra as classificações, antiga e atual, e alguns dos principais tipos de

desastres.

Quadro 1: Classificação dos desastres naturais do CRED (Centre for Research on the Epidemiology of

Disasters) + MunichRe (Munich Reinsurance company). Fonte: Modificado de Kobiyama (2011).

A figura 1 representa a ocorrência de desastres naturais no mundo. Nela percebe-se o

aumento considerável do número de eventos, o que ocorreu devido à ocupação humana em

áreas impróprias ou que ofereceram algum risco. Alguns cientistas também relacionam esse

aumento às mudanças climáticas com tendência para o aquecimento global, isto leva a um

aumento de extremos climáticos. Nesta situação, os eventos de temporais, de chuvas intensas,

de tornados ou de estiagens severas, entre outros, podem tornar-se mais frequentes,

aumentando a possibilidade de ocorrência de desastres naturais (Tominaga et al, 2009).

Tempestades

Inundações, movimentos de massa (úmidos)

Temperaturas extremaas, secas, incêdios

Epidemias, pragas e infestações de insetos

Hidrometeorológico

Biológico

Meteorológico

Hidrológico

Climatológico

Biológico

Classficação Antiga Classificação Atual Principais Tipos

Geológico Geofísico Terrmotos, vulcões, movimentos de massa (secos)

Page 18: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

17

Figura 1: Ocorrências de desastres naturais no mundo no período 1950-2008.

Fonte: Kobiyama (2011).

Já a figura 2 representa a ocorrência de desastres naturais, distribuídos de acordo com

o tipo, correspondentes a cada continente.

Figura 2 - Distribuição dos tipos de desastres naturais no mundo, período 1900-2006 (Marcelino, 2007).

Legenda: IN - inundação, ES - escorregamento, TE - tempestades (furacões, tornados e vendavais), SE -

secas, TX - temperatura extrema, IF - incêndios florestais; TR - terremoto; VU vulcanismo; RE - ressaca.

Segundo Alcántara-Ayala (2002), a ocorrência de desastres naturais está ligada não

somente à susceptibilidade de ocorrência dos mesmos, devido às características

geoambientais, mas também à vulnerabilidade do sistema social sob impacto, isto é, o sistema

econômico-social-politico-cultural. Normalmente os países em desenvolvimento não possuem

boa infra-estrutura, sofrendo muito mais com os desastres do que os países desenvolvidos,

principalmente quando se compara o número de vítimas.

Page 19: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

18

Nos países em desenvolvimento, o perigo devido a desastres naturais está aumentando,

pois o aumento da pressão populacional e o desenvolvimento econômico forçam cada vez

mais a população, em especial a de baixa renda, a mudar para as áreas de risco, as quais são

menos adequadas para agricultura e para o adensamento populacional (Vanacker et al, 2003

apud kobiyama et al, 2006). As intervenções antrópicas nestes terrenos, tais como,

desmatamentos, cortes, aterros, alterações nas drenagens, lançamento de lixo e construção de

moradias, efetuadas, na sua maioria, sem a implantação de infraestrutura adequada, aumentam

os perigos de instabilização dos mesmos. Quando há um adensamento destas áreas por

moradias precárias, os desastres associados aos escorregamentos e inundações assumem

proporções catastróficas causando grandes perdas econômicas e sociais (Fernandes et al,

2001; Carvalho e Galvão, 2006; Lopes, 2006; Tominaga, 2007).

Segundo Tominaga et al. (2009), o Brasil é um país privilegiado no âmbito de

desastres naturais de grande porte e magnitude como terremotos, erupções vulcânicas ou

fenômenos do tipo, porém é expressivo o número de ocorrências de desastres derivados da

dinâmica externa da Terra, tais como, inundações e enchentes, escorregamentos de solos e/ou

rochas e tempestades, acarretando prejuízos e perdas significativas, inclusive de vidas

humanas. Estes fenômenos ocorrem normalmente associados a eventos pluviométricos

intensos e prolongados, nos períodos chuvosos que correspondem ao verão na região sul e

sudeste e ao inverno na região nordeste.

Apesar das inundações serem os processos que produzem as maiores perdas

econômicas e os impactos mais significativos na saúde pública, são os deslizamentos que

geram o maior número de vítimas fatais. Este fato justifica a concepção e implantação de

políticas públicas municipais específicas para a gestão de risco de deslizamentos em encostas

(Carvalho & Galvão 2006; Augusto Filho, 1994) e foi crucial para a escolha do tema e

concepção desse trabalho.

A figura 3 representa um gráfico com a distribuição anual do numero de óbitos

causados por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a 2009, onde podemos perceber o

grande número de vítimas fatais desses fenômenos no nosso país.

Page 20: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

19

Figura 3 - Distribuição anual do número de mortes por escorregamentos no Brasil no período de 1988 a

2009. Fonte: Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT).

3.2 ESCORREGAMENTOS

Os escorregamentos, também conhecidos como deslizamentos, são processos de

movimentos de massa envolvendo materiais que recobrem as superfícies das vertentes ou

encostas, tais como solos, rochas e vegetação. Estes processos estão presentes nas regiões

montanhosas e serranas em várias partes do mundo, principalmente naquelas onde

predominam climas úmidos. A contribuição de outro meio, como água ou gelo se dá pela

redução da resistência dos materiais de vertente e/ou pela indução do comportamento plástico

e fluido dos solos. No Brasil, são mais frequentes nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste

(Tominaga et al, 2009).

Estes movimentos podem ocorrer principalmente com elevados volumes de

precipitação e/ou terremotos. Tanto chuvas intensas de curta duração quanto de longa duração

(chuvas contínuas) fornecem condições propícias para a diminuição da resistência do solo,

atuando como um dos principais agentes deflagradores de movimentos de encostas em

ambientes tropicais úmidos (Guidicini & Iwasa, 1976).

É importante lembrar que movimentos de massa são fenômenos que ocorrem

naturalmente e fazem parte da evolução geomorfológica de regiões serranas, porém a

ocupação humana em áreas desfavoráveis, sem o adequado planejamento do uso do solo e

sem a adoção de técnicas adequadas de estabilização, está disseminando a ocorrência de

acidentes associados a estes processos, que muitas vezes atingem dimensões de desastres

(Tominaga, 2007; Kobiyama et al, 2006; Bigarella et al, 1996; Casseti, 1991). Para Carvalho

Page 21: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

20

& Galvão (2006), pode-se mesmo dizer que, numa escala de tempo geológica (milhares de

anos), é certo que algum deslizamento vai ocorrer em todas as encostas. No entanto, a

remoção da vegetação original e a ocupação urbana tendem a tornar mais frágil o equilíbrio

naturalmente precário, fazendo com que os deslizamentos passem a ocorrer em escala humana

de tempo (dezenas de anos ou mesmo anualmente).

Em uma classificação feita por Augusto Filho (1994) destacam-se quatro tipos de

movimentos básicos, são eles:

3.2.1 AS QUEDAS DE BLOCOS (FALLS)

Caracterizam-se quando rochas desprendem-se de encostas extremamente íngremes

(próximo a 90°), num movimento tipo queda livre de alta velocidade (vários m/s). Neste

fenômeno a maior preocupação é com a trajetória dos blocos, ou seja, durante a queda e o

rolamento (Augusto Filho, 1994).

3.2.2 OS RASTEJOS (CREEP)

É um fenômeno bem lento (cm/ano) e a energia destrutiva, consequentemente, é

menor que a dos demais tipos. Entretanto, podem ser facilmente identificados pela mudança

na verticalidade das árvores, postes, muros, etc. (Selby, 1993; Augusto Filho, 1994).

3.2.3 AS CORRIDAS

São movimentos muito rápidos (m/s), devido às características do material

transportado que se comportam como fluidos altamente viscosos. Apesar de serem mais raras

de ocorrer, produzem estragos maiores que os escorregamentos. O fluxo destrói tudo no seu

caminho, ou seja, no local de formação (encosta), durante o caminho (cursos d‟água e fundo

de vales) e na área de deposição (planícies). Dependendo da viscosidade e do tipo de material,

podem receber outros nomes como, fluxos de terra (earthflows), fluxos de lama (mudflows) e

fluxos de detrito (debrisflows) (Selby, 1993; Augusto Filho, 1994; Marcelino, 2003a).

Page 22: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

21

3.2.4 ESCORREGAMENTOS PROPRIAMENTE DITOS

Os escorregamentos propriamente ditos, como os rotacionais e os translacionais, são

movimentos rápidos com velocidades médias a altas (m/h a m/s), de curta duração e de

elevado poder destrutivo, em função do material transportado encosta abaixo (rocha, solo,

detritos, árvores, etc.). Por ser um fenômeno bastante comum em todo mundo, a sociedade

busca entender a dinâmica do fenômeno (modelagem) e mapear as áreas de risco, com o

intento de evitar grandes danos e prejuízos (Guidicini & Nieble, 1993; Augusto Filho, 1994).

Em termos gerais, um escorregamento ocorre quando a relação entre a resistência ao

cisalhamento do material e a tensão de cisalhamento na superfície potencial de movimentação

decresce até atingir uma unidade, no momento do escorregamento (Guidicini & Nieble, 1984

apud Tominaga et al, 2009).

Kobiyama et al. (2006) relatam que os estados brasileiros mais afetados por

escorregamentos são: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,

Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba.

Os escorregamentos propriamente ditos podem ocorrer de três formas diferentes:

planar ou translacional, rotacional ou em cunha. Dependendo da superfície de ruptura.

ESCORREGAMENTOS PLANARES OU TRANSLACIONAIS

São os mais freqüentes entre todos os tipos de movimentos de massa. Formam

superfícies de ruptura planar associadas às heterogeneidades dos solos e rochas que

representam descontinuidades mecânicas e/ou hidrológicas derivadas de processos

geológicos, geomorfológicos ou pedológicos. A morfologia dos escorregamentos

translacionais caracteriza-se por serem rasos, com o plano de ruptura, na maioria das vezes, a

0,5 a 5,0 m de profundidade e com maiores extensões no comprimento, conforme está

representado na figura 4. Os escorregamentos translacionais ocorrem em encostas tanto de

alta como de baixa declividade e podem atingir centenas ou até milhares de metros

(Fernandes & Amaral, 1996; Guidicini & Nieble, 1984).

Os materiais transportados pelos escorregamentos translacionais podem ser

constituídos de rocha, de solo e de solo e rocha (Tominaga et al, 2009).

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22

Figura 4. Esquema de escorregamento planar ou translacional de solos. Fonte: Acervo IG. Citado em

Tominaga et al, (2009).

ESCORREGAMENTOS ROTACIONAIS

Os escorregamentos rotacionais caracterizam-se por uma superfície de ruptura curva

ao longo da qual se dá um movimento rotacional do maciço de solo, conforme representado

na figura 5. A ocorrência destes movimentos está associada geralmente à existência de solos

espessos e homogêneos, como os decorrentes da alteração de rochas argilosas. O início do

movimento muitas vezes é provocado pela execução de cortes na base destes materiais, como

na implantação de uma estrada, ou para construção de edificações, ou ainda pela erosão

fluvial no sopé da vertente (Fernandes & Amaral, 1996).

Figura 5. Esquema de escorregamento rotacional. Fonte: Lopes (2006). Citado em Tominaga et al, (2009).

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23

ESCORREGAMENTOS EM CUNHA

Os escorregamentos em cunha têm ocorrência mais restrita às regiões que apresentam

um relevo fortemente controlado por estruturas geológicas. São associados aos maciços

rochosos pouco ou muito alterados, nos quais a existência de duas estruturas planares,

desfavoráveis à estabilidade, condiciona o deslocamento de um prisma ao longo do eixo de

intersecção destes planos, tal ocorrencia está representado na figura 6.

Ocorrem principalmente em taludes de corte ou em encostas que sofreram algum tipo

de desconfinamento, natural ou antrópico (Infanti Jr. & Fornasari Filho, 1998).

Figura 6. Esquema de escorregamento em cunha. Fonte: Tominaga et al, (2009).

3.3 ESTABILIDADE DE TALUDES

Segundo Caputo (1988), sob o nome genérico de taludes compreende-se quaisquer

superfícies inclinadas que limitam um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha. Podem

ser naturais, casos das encostas, ou artificiais, como os taludes de cortes e aterros.

A figura 07 ilustra um talude e a terminologia usualmente empregada, além de indicar

os elementos básicos que o compõem.

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24

Figura 7. Conformação de um talude. Fonte: Manhago (2008).

A verificação da estabilidade de taludes se faz necessária devido à possibilidade da

ocorrência de escorregamentos ou movimentos de massa, induzidos pelo aumento das

solicitações (tensões cisalhantes) ou pela redução da sua resistência. No primeiro caso, o

aumento das solicitações ocorre, em geral, devido: a sobrecargas no topo (aterros,

construções, etc.), ao descarregamento na base (cortes, escavações, erosões, etc.) e a vibrações

(terremotos, máquinas, etc.). No segundo caso, os fatores mais comuns para a redução da

resistência são: intemperismo dos minerais, modificações estruturais (fissuração,

amolgamento, etc.), aumento das poropressões (Duran & Santos Jr, 2005).

Existem vários tipos de obras de estabilização de taludes disponíveis na Engenharia

nos dias de hoje. A escolha por um ou outro método depende do tipo de problema a ser

resolvido, viabilidade de execução e viabilidade financeira do projeto a ser desenvolvido.

Carvalho (1991) cita alguns métodos de estabilização de taludes. São eles:

Reconstrução em aterro: Consiste na reconstrução total do talude tomando os

cuidados básicos necessários para um bom aproveitamento do mesmo como a

escolha da jazida de solo adequada; Tratamento prévio dos solos da jazida;

Limpeza adequada do terreno para preparo da fundação, tomando o cuidado de

remover toda a vegetação, bem como suas raízes; Estocagem do solo

superficial e do solo com matéria orgânica para futura utilização na fase final

da execução do aterro; Preparação da superfície de contato entre o terreno e o

aterro, quando inclinado, em forma de degraus; Implantação de uma drenagem

de base eficiente sempre que existirem surgências d´água ou a possibilidade de

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25

infiltraçõe significativas pelo aterro; Compactação adequada do aterro com

equipamentos específicos para esse fim e em concordância com as normas;

Retaludamento: É um processo de terraplanagem através do qual se alteram,

por cortes ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado

local para se conseguir uma estabilização do mesmo. Das obras de

estabilização de taludes é a mais usada devido à sua simplicidade e eficácia.

Geralmente é associado a obras de controle de drenagem superficial e de

proteção superficial, de modo a reduzir a infiltração d´água no terreno e

disciplinar o escoamento superficial, inibindo os processos erosivos.

Obras de drenagem: Têm por finalidade a captação e o direcionamento das

águas do escoamento superficial, assim como a retirada de parte da água de

percolação interna do maciço. Representa um dos procedimentos mais

eficientes e de mais larga utilização na estabilização de todos os tipos de

taludes, tanto nos casos em que a drenagem é utilizada como único recurso,

quanto naqueles em que ela é um recurso adicional, utilizado conjuntamente

com obras de contenção, retaludamento ou proteções diversas. São divididas

em dois grandes grupos: Superficial e profunda.

Obras de proteção superficial: A proteção superficial desempenha um papel

extremamente importante na estabilização de taludes de corte ou aterro, pois

sua função é impedir a formação de processos erosivos e diminuir a infiltração

de água no maciço através da superfície exposta do talude. Classificam-se em

naturais ou artificiais.de acordo com o material utilizado.

Obras de Contenção: Entende-se por obras de contenção todas aquelas

estruturas que, uma vez implantadas no talude, oferecem resistência à

movimentação deste ou à sua ruptura, ou ainda aquelas que reforçam uma parte

do maciço, de modo que esta parte possa resistir aos esforços tendentes à

instabilização do mesmo.

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26

3.4 OBRAS DE CONTENÇÃO

“Os registros mais antigos de obras de contenção apontam para muros de alvenaria de

argila contendo aterros na região sul da Mesopotâmia (Iraque) construídos por sumerianos

entre 3.200 e 2.800 a.C. Obras construídas seguindo preceitos de engenharia moderna

começaram a surgir apenas no inicio do século XVIII, fruto de trabalhos de engenheiros

franceses.

De fato, a engenharia moderna de obras de contenção iniciou-se com o trabalho de

Coulomb publicado em 1776, sobre regras de máximos e mínimos aplicadas a estrutura de

arrimo, o que causou enorme impacto na concepção destas estruturas. O desenvolvimento

desta ciência, naquela época, fora motivado pela expansão colonizadora européia, iniciada no

século XVI, que requereu a construção de diversas estruturas de defesa e fortificações

militares, em locais e terrenos os mais variados possíveis, em quase todos os continentes da

Terra.

Foram esses tipos de estrutura as primeiras obras introduzidas no Brasil no século

XVIII (fortes costeiros) e que tiveram seu uso expandido para obras portuárias e contenções

urbanas no século XIX, na Bahia e no Rio de Janeiro, com a vinda da Corte Portuguesa. A

difusão deste tipo de estrutura no Brasil só iria ocorrer no século XIX, com a expansão das

obras ferroviárias particulares (Imperial Estrada de Ferro de Petrópolis, 1854) e estatais

(Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II, 1864).” (ABMS/ABEF, 1997 apud MEDEIROS,

2005).

Uma definição postulada por Barros (2005) foi que estruturas de contenção ou de

arrimo são obras civis construídas com a finalidade de prover estabilidade contra a ruptura de

maciços de terra ou rocha. São estruturas que fornecem suporte a estes maciços e evitam o

escorregamento causado pelo seu peso próprio ou por carregamentos externos. Exemplos

típicos de estruturas de contenção são os muros de arrimo, as cortinas de estacas prancha e as

paredes diafragma. Embora a geometria, o processo construtivo e os materiais utilizados nas

estruturas citadas sejam muito diferentes entre si, todas elas são construídas para conter a

possível ruptura do maciço, suportando as pressões laterais exercidas por ele.

Para Medeiros (2005) a contenção é feita pela introdução de uma estrutura ou de

elementos estruturais compostos, que apresentam rigidez distinta daquela do terreno que

conterá.

As obras de contenção do terreno não são aplicadas somente nas encostas naturais,

estão cada vez mais presentes nos projetos de engenharia devido à crescente ocupação das

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27

áreas urbanas, realizadas para aproveitar melhor os espaços, inclusive em obras civis como a

construção de subsolos de edifícios ou contenção na escavação de valas (Medeiros, 2005).

Carvalho (1991) classifica essas obras de contenção como:

Muros de Arrimo;

São estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em

uma fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em

concreto (simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais (Carvalho, 1991).

O sistema estrutural constitui-se por paramento e fundação e, eventualmente, por

elementos de reforço do maciço. Os paramentos podem ser de concreto armado, concreto

ciclópico, pedra argamassada, crib-wall, gabião, solo-cimento compactado, solo-cimento

ensacado, enrocamento, alvenaria armada etc. Além desses elementos, normalmente

compõem o muro de arrimo elementos drenantes e filtrantes como filtros de areia ou brita,

drenos profundos, barbacãs, drenos subhorizontais e canaletas. Os muros de arrimo podem ser

de vários tipos: gravidade, quando opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio

(construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão, que utilizam parte do peso

do maciço como elemento estabilizante (podem ou não ter contrafortes) (DER/SP, 2006).

Obras especiais de estabilização;

São obras que utilizam estruturas de ancoragem, como tirantes ou chumbadores, para

apresentarem uma configuração estável. Estas estruturas de ancoragem reforçam o maciço

atravessando a zona instável e fixando-se em uma zona resistente. Podem ser protendidos

(tirantes) ou não (chumbadores).

Soluções alternativas em aterros.

Consistem na introdução de elementos de materiais mais resistentes no corpo do aterro

que, uma vez solicitados, passam a trabalhar em conjunto com o solo compactado. Os

processos mais conhecidos são o reforço pela introdução de fibras metálicas ou de geotêxteis

(Carvalho, 1991).

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3.5 TIPOS DE OBRAS DE CONTENÇÃO

3.5.1 MUROS DE PEDRA SECA

Muro construído com pedras arrumadas manualmente, a resistência do muro resulta

unicamente do embricamento dos blocos de pedras. Este muro apresenta como vantagens a

simplicidade de construção e a dispensa de dispositivos de drenagem, pois o material do muro

é drenante. Outra vantagem é o custo reduzido, especialmente quando os blocos de pedras são

disponíveis no local. No entanto, a estabilidade interna do muro requer que os blocos tenham

dimensões aproximadamente regulares, o que causa um valor menor do atrito entre as pedras.

Muros de pedra sem argamassa devem ser recomendados unicamente para a contenção

de taludes com alturas de até 2m. A base do muro deve ter largura mínima de 0,5 a 1,0m e

deve ser apoiada em uma cota inferior à da superfície do terreno, de modo a reduzir o risco de

ruptura por deslizamento no contato muro-fundação (Carvalho, 1991). A figura 8 ilustra este

tipo de contenção.

Figura 8. Muro tipo “gravidade” de pedra seca. Fonte: IPT.

3.5.2 MUROS DE PEDRA ARGAMASSADA

Semelhante ao muro de pedra seca, sendo que os vazios são preenchidos com

argamassa de cimento e areia e podem ser utilizados blocos de dimensões variadas. Esse

arranjo com pedras de dimensões variadas, bem como seu rejuntamento, confere maior

rigidez no muro, possibilitando seu uso em contenções de taludes com alturas de até 3 metros,

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29

porém elimina a sua capacidade drenante. É necessário então implementar os dispositivos

usuais de drenagem de muros impermeáveis, tais como dreno de areia ou geossintético no

tardoz e tubos barbacãs para alívio de poropressões na estrutura de contenção (Carvalho,

1991).

A figura 9 representa uma seção genérica de um muro de pedra argamassada.

Figura 9. Muro tipo “gravidade” de pedra argamassada. Fonte: IPT.

3.5.3 MUROS DE CONCRETO CICLÓPICO

São estruturas constituídas de concreto e agregados de grandes dimensões. Sua

execução consiste no preenchimento de uma fôrma com concreto e blocos de rocha de

dimensões variadas. Podem ser usados para contenção de taludes com altura superior a 3

metros. Devido à impermeabilidade deste muro, é imprescindível a execução de um sistema

adequado de drenagem.

A seção transversal é usualmente trapezoidal, com largura da base da ordem de 50%

da altura do muro, conforme a apresentada na figura 10. A especificação do muro com faces

inclinadas ou em degraus pode causar uma economia significativa de material.

Os furos de drenagem devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto visual

devido às manchas que o fluxo de água causa na face frontal do muro. Alternativamente,

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pode-se realizar a drenagem na face posterior (tardoz) do muro através de uma manta de

material geossintético (tipo geotêxtil). Neste caso, a água é recolhida através de tubos de

drenagem adequadamente posicionados (Carvalho, 1991).

Figura 10. Muro tipo “gravidade” de concreto ciclópico. Fonte: IPT.

3.5.4 “CRIB WALLS”

“Crib Walls” são estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto

armado, madeira ou aço, encaixadas entre si no local da obra, em forma de “fogueiras”

justapostas e interligadas longitudinalmente, formando uma espécie de gaiola ou caixa cujo

espaço interno é preenchido com material granular graúdo, ou de preferência com blocos de

rochas, seixos de maiores dimensões ou ainda entulhos. Este material fornece o peso da

estrutura, enquanto que as peças de concreto armado respondem pela resistência da mesma e

manutenção de sua forma geométrica. Funcionam como muros de gravidade.

Geralmente são utilizados na construção de aterros em encostas e, devido a sua forma

construtiva, são estruturas naturalmente bem drenadas e pouco sensíveis a movimentações e

recalques, razões pelas quais se adaptaram muito bem à execução de estradas pioneiras em

regiões serranas.

São implantadas em encostas bastante íngremes e em locais pouco estáveis, podem

atingir alturas de até 20 metros, considerada elevada mesmo para muros de arrimo de concreto

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31

armado. Deve ser provido de filtro na interface entre o crib-wall e o aterro para evitar a fuga

de materiais, por exemplo, com uso de mantas geotêxteis (Carvalho, 1991).

A figura 11 ilustra a configuração desse tipo de contenção.

Figura 11. Contenção com crib-walls. Fonte: IPT.

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32

3.5.5 MUROS DE GABIÃO

Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas construídas com fios de

aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção preenchidas com pedras arrumadas

manualmente e costuradas umas as outras por arame, formando muros de gravidade de

diversos formatos.

São utilizados como proteção superficial de encostas, proteção de margens de rios e

riachos, são também utilizados com muros de contenção, até alturas de alguns metros.

As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal

quadrada com 1m de aresta. No caso de muros de grande altura, gabiões mais baixos (altura =

0,5m), que apresentam maior rigidez e resistência, devem ser posicionados nas camadas

inferiores, onde as tensões de compressão são mais significativas. Para muros muito longos,

gabiões com comprimento de até 4m podem ser utilizados para agilizar a construção.

A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No

caso da ruptura de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a

flexibilidade da malha, absorvendo as deformações excessivas. O arame dos gabiões é

protegido por uma galvanização dupla e, em alguns casos, por revestimento com uma camada

de PVC. Esta proteção é eficiente contra a ação das intempéries e de águas e solos agressivos.

As principais características dos muros de gabiões são a flexibilidade, que permite que

a estrutura se acomode a recalques diferenciais e a permeabilidade. Deve-se utilizar geotêxtil

ou areia grossa como elemento de transição entre os gabiões e o material de corte ou aterro

(Barros, 2005; Carvalho, 1991).

São encontrados de três formas:

Gabião tipo caixa: Estrutura metálica em forma de paralelepípedo, utilizada

para compor o corpo da contenção (Barros, 2005);

Gabião tipo saco: Estrutura metálica em forma de cilindro, geralmente

empregada como apoio para estruturas de contenção (Barros, 2005);

Gabião tipo manta: é uma estrutura metálica, em forma de paralelepípedo, de

grande área e pequena espessura, São estruturas flexíveis adequadas para a

construção de obras complementares tais como plataformas de deformação

para proteger a base dos muros, canaletas de drenagem, revestimento de

taludes além de sua função principal, que é atuar como revestimento flexível de

margens e fundo de cursos d‟água.

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Um perfil genérico para o muro de gabião, bem como os tipos de gabião estão

representados na Figura 12.

Figura 12. Contenção com gabiões. Fonte: IPT.

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3.5.6 MUROS DE SOLO – CIMENTO ENSACADO

Os muros são constituídos por camadas formadas por sacos de aniagem ou de

geossintéticos, preenchidos por uma mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em

volume). Tal mistura é colocada em sacos, com preenchimento até cerca de dois terços do

volume útil do saco. Procede-se então o fechamento mediante costura manual. O ensacamento

do material facilita o transporte para o local da obra e torna dispensável a utilização de fôrmas

para a execução do muro.

No local de construção, os sacos de solo-cimento são arrumados em camadas

posicionadas horizontalmente e, a seguir, cada camada do material é compactada de modo a

reduzir o volume de vazios. O posicionamento dos sacos de uma camada é propositalmente

desencontrado em relação à camada imediatamente inferior, de modo a garantir um maior

intertravamento e, em consequência, uma maior densidade do muro. A compactação é em

geral realizada manualmente com soquetes.

As faces externas do muro podem receber uma proteção superficial de argamassa de

concreto magro, para prevenir contra a ação erosiva de ventos e águas superficiais.

Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não

requerer mão de obra ou equipamentos especializados (Carvalho, 1991).

As figuras 13 e 14 representam uma contenção em solo-cimento ensacado.

Figura 13. Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (perspectiva). Fonte: IPT.

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Figura 14. Exemplo de aplicação de solo-cimento ensacado (seção). Fonte: IPT.

3.5.7 MUROS DE BOLSACRETO

As estruturas em bolsacreto normalmente são empregadas nas situações de difícil

acesso e logística para os equipamentos.

O bolsacreto nada mais é que um saco de tecido permeável, que é preenchido com

concreto bombeado de um local mais acessível, funcionando como uma estrutura de

gravidade. Pode ser utilizado como contenção de talude junto a cursos de água, proteção e

contenção de margens, controle de erosão de solos, marítima e fluvial, minibarragens, etc.

Após os trabalhos preliminares de remoção do material rompido e escorregado, dá-se

início ao ensecamento da área a ser restaurada. Tal ensecamento deverá ser feito utilizando o

próprio bolsacreto em alturas compatíveis com a variação do nível d‟água previsto para o

período de execução da obra.

As propriedades e características do concreto bombeável, que irá preencher a bolsa,

deverão estar condizentes àquelas recomendas pelo fabricante.

Com o ensecamento da área executado, inicia-se a escavação de preparação da base de

assentamento do bolsacreto.

Os serviços prosseguem com o assentamento das camadas de bolsacreto conforme

disposto em projeto. Após cada camada, é feito o respectivo reaterro compactado.

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Deve ser prevista a instalação de manta geotêxtil entre o tardoz da estrutura em

bolsacreto e o reaterro compactado. E deve ser executada drenagem utilizando barbacãs de 50

mm de diâmetro a cada camada de bolsacreto.

Terminada a execução da estrutura em bolsacreto executa-se o reaterro compactado até

a cota prevista para prosseguimento da reconstrução do pavimento, calçada, guardacorpo e

execução da proteção superficial do talude. O perfil da estrutura pronta é mostrado na figura

15.

Eventualmente é necessária a execução de revestimento com argamassa desempenada

na superfície do bolsacreto sujeita à variação de níveis freáticos (EMLURB, 2004).

Figura 15. Exemplo de aplicação de bolsacreto. Fonte: DER/SP.

3.5.8 MUROS DE CONCRETO ARMADO

Muros de Flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L”

ou “T” invertido que resistem aos empuxos por flexão. Geralmente estão associados à

execução de aterros ou reaterros, uma vez que, para sua estabilidade contam com o peso

próprio e com o peso de uma porção de solo adjacente apoiada sobre a sua base, que funciona

como parte integrante da estrutura de arrimo.

Em geral, são construídos em concreto armado. A laje de base costuma ter largura

entre 50 e 70% da altura do muro. A face trabalha à flexão e pode ou não, empregar vigas de

enrijecimento.

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Para muros com alturas maiores, é conveniente a utilização de contrafortes (ou

nervuras), para aumentar a estabilidade contra o tombamento. Quando estão sobre a laje de

base interna, ou seja, sob o retroaterro, os contrafortes devem ser adequadamente armados

para resistir a esforços de tração. No caso de laje externa ao retroaterro, os contrafortes

trabalham à compressão. Esta configuração é menos usual, pois acarreta perda de espaço útil a

jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes são em geral espaçados de cerca de 70% da

altura do muro.

Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores

(rocha) para melhorar sua condição de estabilidade. Esta solução de projeto pode ser aplicada

quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha sã ou alterada) e quando há

limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões necessárias

para a estabilidade.

A execução de um sistema de drenagem adequado é imprescindível, e deve ser

realizada através de barbacãs e dreno de areia (Carvalho, 1991; DER/SP, 2006).

As figuras 16 e 17 representa o perfil de um muro de concreto armado.

Figura 16. Muros de concreto armado tipo flexão. Fonte: IPT.

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Figura 17. Muros de concreto armado tipo flexão (com contrafortes). Fonte: IPT.

3.5.9 CORTINAS CRAVADAS

Outro tipo de estrutura de contenção é aquela constituída por estacas ou perfis

cravados no terreno, trabalhando à flexão e resistindo pelo apoio da ficha (parte enterrada do

perfil). Trata-se de obras contínuas (estacas-prancha ou estacas justapostas) ou descontínuas

(nas quais estacas ou perfis metálicos são cravados a uma certa distância um do outro, sendo o

trecho entre eles preenchido por pranchões de madeira ou placas de concreto armado).

Este tipo de estrutura é muito utilizado em obras de contenção provisória, daí a

predominância do uso de perfis metálicos cravados e pranchões de madeira.

Em obras definitivas, não se usa madeira e os perfis metálicos devem ser protegidos

contra corrosão.

As alturas atingidas são modestas, de alguns poucos metros e as estruturas, devido ao

funcionamento à flexão, costumam ser bastante deformáveis (Carvalho, 1991).

A figura 18 representa uma contenção com cortinas cravadas.

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Figura 18. Exemplo de cortina cravada. Fonte: IPT.

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3.5.10 CORTINAS ATIRANTADAS

Consiste na execução de elementos verticais ou subverticais de concreto armado, que

funcionam como paramento e que são ancorados no substrato resistente do maciço através de

tirantes protendidos.

Os tirantes têm como objetivo ancorar massas de solo ou blocos de rocha, pelos

incrementos de força gerados pela protenção destes elementos, que transmitem os esforços a

uma zona mais resistente do maciço através de fios, barras ou cordoalhas de aço.

O paramento de concreto pode ser constituído de placas isoladas para cada tirante, de

placas englobando dois ou mais tirantes ou de cortina única, incorporando todos os tirantes. A

execução em caso de cortes é sempre feita de cima para baixo, por patamares sendo que um

patamar só é executado quando o anterior já está com as placas executadas e os tirantes

protendidos. Já no caso de aterros a seqüência é inversa com a execução dos patamares à

medida que o aterro vem sendo alteado. O uso de estruturas de contenção atirantadas exige

uma única premissa básica: a presença de horizontes suficientemente resistentes para a

ancoragem dos tirantes, a profundidades compatíveis. Este tipo de contenção pode ser usado

em qualquer situação geométrica, quaisquer materiais e condições hidrológicas (Carvalho,

1991).

A figura 19 representa um tirante, e seus elementos característicos; e a figura 20

representa uma contenção realizada em cortinas atirantadas.

Figura 19. Detalhes de um tirante. Fonte: IPT.

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Figura 20. Exemplo de aplicação de uma cortina atirantada. Fonte: IPT.

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3.5.11 SOLO GRAMPEADO (SOIL NAILING)

Essa técnica vem sendo utilizada há cerca de quatro décadas. Trata-se de uma

estabilização temporária ou permanente de taludes naturais ou de aumento da segurança em

escavações de maciços cujas condições adjacentes às mesmas são susceptíveis às

instabilidades. Consiste na inserção de barras de aço ou de fibras sintéticas (com resistência a

tração equivalente a do aço) no subsolo, aliado ao revestimento com tela metálica.

O comportamento mecânico do solo grampeado está baseado na idéia que o solo atrás

do talude possa ser subdividido em duas zonas: a primeira, mais próxima da superfície do

talude, denominada de zona ativa, limitada pela superfície potencial de ruptura, e a segunda,

passiva, onde os grampos ou chumbadores deverão ser fixados.

Os chumbadores (grampos) são barras de aço fixados com calda de cimento ou resina,

com objetivo de conter blocos isolados ou fixar obras de concreto armado sem o uso de

protensão (Carvalho, 1991), representado na figura 21.

Dois fatores determinam o comprimento total dos grampos: o primeiro, a profundidade

da cunha de deslizamento crítica que deverá ser transpassada pelos chumbadores e segundo, o

comprimento necessário para que os grampos transmitam suas tensões ao solo por adesão

lateral (comprimento ancorado).

O processo de estabilização nos taludes é realizado respectivamente, na escavação,

perfurações do solo, inserção dos grampos e revestimento da face do talude. Este processo

pode ser executado por equipamentos mecânicos ou manuais (Silva, 2006; Franco, 2010),

conforme está registrado nas figuras 22 e 23, respectivamente.

Figura 21. Detalhes de grampos mais comuns: (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior a 20mm; (b)

barra de aço com diâmetro inferior. Fonte: Solos e Rochas. São Paulo, 16, (4): 291-304. Dez. 1993.

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Figura 22. Construção em solo grampeado com equipamentos mecânicos. Fonte: Zirlis, 1999, citado em

Lima (2007).

Figura 23. Construção em solo grampeado com equipamentos manuais. Fonte: Zirlis, 1999, citado em

Lima (2007).

Page 45: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

44

3.5.12 “TERRA ARMADA”

São constituídos pela associação de solo compactado e armaduras, completada por um

paramento externo composto de placas, denominado pele.

Os elementos de reforço são tiras metálicas, que recebem tratamento especial

anticorrosão. Estas tiras são presas a blocos de concreto que protegem a face, para que se

evite deslocamento excessivo das mesmas. Cabe lembrar aqui que estes blocos de concreto

não possuem função estrutural.

Os três componentes principais da „terra armada” são:

O solo que envolve as armaduras e ocupa um espaço chamado “volume

armado”;

As armaduras, elementos lineares e flexíveis que trabalham à flexão e devem

apresentar boa resistência à corrosão. São fixadas às “peles” por parafusos.

Normalmente, são feitas de aço de galvanização especial e, no caso de obras

marítimas ou obras provisórias, de alumínio ou mesmo aço de baixo teor de

carbono;

A “pele”, que é o paramento externo, geralmente vertical. Pode ser constituído

por escamas metálicas flexíveis ou por placas rígidas de concreto armado.

A execução desse tipo de obra é feita sob supervisão e assistência da empresa que

detém a patente deste processo no Brasil, visto que é uma tecnologia patenteada

(Carvalho,1991). Tal obra está representada nas figuras 24 e 25.

Figura 24. Detalhes de uma “terra armada” (seção). Fonte: IPT.

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45

Figura 25. Detalhes de uma “terra armada” (perspectiva). Fonte: IPT.

3.5.13 SOLO REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS

É um maciço formado por uma composição básica de dois materiais: solo e mantas

geotêxteis.

Este maciço funciona basicamente como uma estrutura de contenção convencional,

podendo-se inclusive realizar as verificações usuais de estabilidade do conjunto, ou seja,

resistência ao deslizamento na base, equilíbrio ao tombamento, verificação da capacidade de

carga da fundação e segurança a ruptura geral.

Internamente, cabe às mantas geotêxteis, além do confinamento do solo junto á face

externa, resistir aos esforços de tração desenvolvidos no maciço. A proteção externa (face do

talude) do geotêxtil é de fundamental importância, para que o mesmo não se deteriore com a

radiação solar, conforme pode ser observado na figura 26.

As vantagens na utilização deste tipo de obra são: baixo custo, rapidez e facilidade na

execução (Carvalho, 1991).

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46

Figura 26. Exemplo de utilização de solo reforçado com geotêxtil e detalhes construtivos.

Fonte: IPT.

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47

4. METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido em três etapas principais: revisão da literatura,

elaboração de pré-dimensionamentos das obras de contenção e elaboração de orçamentos.

4.1 REVISÃO DA LITERATURA

Esta etapa consistiu na pesquisa de estudos relacionados ao tema, os quais foram

responsáveis pelas definições expressas neste trabalho, além de sugerirem a apresentação de

vários tipos de obras de contenção de taludes, e suas metodologias de projeto e execução. Tal

etapa também foi importante para o entendimento dos fatores condicionantes de um

escorregamento e de instabilidade de taludes.

4.2 ELABORAÇÃO DE PRÉ-DIMENSIONAMENTOS

Esta etapa consistiu na aplicação dos conceitos apresentados na revisão da literatura.

Nela foram feitos pré-dimensionamentos de alguns dos tipos de obras de contenção mais

recorrentes, principalmente na região Nordeste do Brasil.

Foram realizados os pré-dimensionamentos das seguintes estruturas:

Muro de pedra argamassada;

Muro de gabião;

Muro de concreto armado;

Cortina atirantada;

Solo grampeado;

Contenção em “terra armada”;

Solo reforçado com geossintéticos.

Para efeito de comparação foi admitida uma situação ideal, onde todas essas obras

seriam possíveis de serem construídas para conter o talude em questão, dessa forma, a análise

tornou-se mais direta e baseada primordialmente no custo.

Foram consideradas duas situações, a primeira com um talude de altura total H=3

metros e a segunda com um talude de altura total H=6 metros, com exceção da cortina

atirantada a qual não foi considerada para o primeiro caso, pois não costuma ser uma solução

usual para esta altura. As características do solo foram mantidas para as duas situações.

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48

Os pré-dimensionamentos foram feitos levando-se em consideração os seguintes

parâmetros relacionados ao solo:

Solo predominantemente Arenoso;

Peso Específico: ;

Ângulo de Atrito Interno: ;

Coesão: , com exceção dos casos de solo grampeado e cortina atirantada,

onde foi considerado , já que para execução é necessário uma altura

crítica de pelo menos 1 metro de bancada.

Fator de atrito entre o solo e a contenção: ;

Tensão admissível na fundação: ;

E .

O nível freático foi admitido como abaixo das camadas de suporte, sendo assim, não

foram consideradas poro-pressões atuantes nesse maciço.

É importante lembrar que as dimensões para as obras de contenção adotadas neste

trabalho foram calculadas por um mero pré-dimensionamento, e que cada obra tem suas

particularidades e seus parâmetros. Sendo assim, os autores não se responsabilizam por obras

baseadas apenas nas dimensões adotadas nos exemplos a seguir.

4.3 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS

Nesta etapa foram elaborados os orçamentos referentes às obras de contenção citadas

na etapa anterior, os mesmos levam em consideração as singularidades de execução de cada

um dos métodos apresentados.

Os orçamentos foram realizados com base nos custos presentes no SICRO2 do DNIT,

na vigência de julho de 2011, e SINAPI da Caixa Econômica Federal e IBGE, na vigência de

outubro de 2011, ambos com preços de referência para o estado da Paraíba. Também foram

utilizados composições de serviços do ORSE (Orçamento de Obras de Sergipe), e mediante

pesquisas por telefone junto a empresas fornecedoras de materiais de construção específicos

de determinado tipo de obra.

Não foram considerados nos orçamentos os serviços preliminares como alojamento,

placas de obras ou locações topográficas, bem como serviços de investigação geológico-

geotécnica, uma vez que se admitiu que esses serviços são comuns a todos os tipos de obras

não sendo, portanto, parâmetros relevantes de comparação.

Page 50: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

49

Também não foram considerados os valores de Lucros ou Despesas Indiretas (LDI),

pelo mesmo motivo descrito acima e por representarem uma porcentagem em cima do custo

original, sendo assim, a comparação adquiriu um caráter mais direto, onde se comparou a obra

contenção em si.

Os orçamentos foram feitos para uma faixa de 1 metro. Sendo assim, a diferença entre

os custos de cada obra deve, ainda, ser multiplicado pelo comprimento total do muro.

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50

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 MURO DE PEDRA ARGAMASSADA

Os pré-dimensionamentos feitos para o muro de pedra argamassada apresentaram

perfis representados nas figuras 27:

Figura 27: Perfil representativo do muro de pedra argamassada.

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51

O primeiro caso (para H=3m) consiste em uma solução bastante simples e econômica,

tendo um custo de R$ 763,63/m.

Já o segundo (para H=6m), apesar de ser uma alternativa relativamente barata (R$

2.329,80/m), nem sempre é uma opção viável, pois demanda uma área muito ampla. Também

é necessário um estudo mais detalhado da argamassa e pedra utilizada, pois os esforços

gerados pelo empuxo de terra e pelo próprio peso do muro podem ser maiores do que a

capacidade do material, o que pode causar o declínio da estrutura.

O muro de pedra argamassada é indicado principalmente em taludes rodoviários,

sejam eles de corte ou aterro, e em contenção de encostas naturais, de preferência fora das

áreas urbanizadas.

5.2 MURO DE GABIÃO

O muro de gabião é uma solução semelhante ao de pedra argamassada, funcionando

como muros de gravidade. Os perfis calculados para este estão representados nas figuras 28 e

29.

Figura 28: Perfil representativo do muro de Gabião (H=3m).

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52

Figura 29: Perfil representativo do muro de Gabião (H=6m).

Os resultados dos orçamentos indicaram o valor de R$ 1.106,75/m para o muro de

H=3m e de R$ 3.693,13/m para o de H=6m. Percebe-se que o consumo de material no muro

de H=6m acaba elevando muito o custo da obra tornando mais evidente a discrepância entre

os custos relacionados ao de pedra argamassada.

As grandes vantagens do gabião são a capacidade drenante, a flexibilidade, a rapidez

de construção e o baixo impacto ambiental, podendo ser empregado até mesmo, parcialmente

submerso, ou como proteção de margens.

O gabião também pode ser usado associado com outros elementos deixando de atuar

como muro de gravidade e se assemelhando mais à “terra armada”.

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53

5.3 MURO DE CONCRETO ARMADO

A utilização dos muros de concreto armado parte do pressuposto de se economizar

áreas a jusante do muro, se apresentando como uma parede esbelta e vertical. Em

conseqüência disto, são incorporadas pesadas armaduras na junção de sua laje vertical com a

horizontal, a fim de resistir aos esforços de flexão gerados.

As seções dimensionadas para esse tipo de muro estão apresentadas nas figuras 30 e

31.

Figura 30: Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 3m).

O custo do muro de concreto armado de H=3m ficou em R$ 2.160,39/m e o de H=6m

R$ 5.645,58/m representando uma solução bastante onerosa principalmente devido aos custos

com o aço e com as formas.

Cabe à avaliação da importância da área a jusante decidir a utilização ou não desse

tipo de contenção.

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54

Figura 31: Perfil representativo do muro de concreto armado (H = 6m).

O muro de concreto armado é indicado principalmente em aterros e reaterros em locais

que não dispõem de muita área e sendo, portanto, inviável a utilização de alguma das soluções

anteriores.

5.4 CORTINA ATIRANTADA

Esse tipo de contenção é realizado principalmente em áreas urbanas. Os tirantes

proporcionam a ancoragem da estrutura, pois quando a nata de cimento é injetada sob pressão,

ela cria um bulbo de ancoragem o qual proporciona a prática da protenção.

Devem ser feitos ensaios para se determinar um horizonte resistente e estável o

suficiente para garantir a ancoragem dos tirantes, a uma profundidade compatível.

Caracteriza uma solução especializada com técnicas caras, por isso não costuma ser

utilizada em taludes baixos. Sua execução deve ocorrer principalmente em ocasiões onde não

Page 56: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

55

há a possibilidade de destruição do talude e também se deseja preservar as áreas à jusante do

muro. O custo calculado para esta estrutura com H=6m foi de R$ 6.564,46/m e o perfil da

estrutura dimensionada é apresentado na figura 32:

Figura 32: Perfil representativo da Cortina Atirantada.

Apesar de ser uma estrutura cara, ela pode ser aplicada em qualquer situação

geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica, garantindo segurança e versatilidade.

5.5 SOLO GRAMPEADO

Esta estrutura apresenta funcionamento semelhante à anterior, com a diferença da

protenção que, neste caso, não é executada. O solo grampeado é uma técnica que vem sendo

muito utilizada, principalmente devido ao baixo custo comparado ao atirantamento.

Ao longo do comprimento dos grampos origina-se uma zona denominada do maciço

“zona armada” que funciona como muro de gravidade.

A figura 33 representa os perfis dimensionados que tiveram o custo calculado de R$

966,44/m para o talude de H=3m e R$ 3.567,68/m para o talude de H=6m.

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56

'

Figura 33: Perfis representativos do Solo Grampeado.

O solo grampeado deve ser utilizado em situações semelhantes às da cortina

atirantada, porém quando os esforços forem menores, em taludes de corte e aterro.

Ensaios de arrancamento de grampos devem ser realizados na obra, a fim de se obter

parâmetros de dimensionamentos como a carga de trabalho e o comprimento de ancoragem de

cada chumbador.

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57

5.6 “TERRA ARMADA”

A terra armada é uma solução bastante eficaz podendo ser utilizada em taludes de até

20 metros, é comum a sua utilização em aterro. A sua configuração é bastante flexível devido

aos encaixes da “pele”, admitindo por isso, recalques diferenciais. Outra vantagem está na

rapidez de construção.

O reaterro deve ser feito com um material com boas características de atrito interno

para então, garantir uma boa interação com as armaduras.

A armadura é fixa na “pele” dando suporte à estrutura e resistindo aos esforços devido

à força de atrito na interação com o solo. Ao longo do seu comprimento gera uma zona no

maciço que funciona como muro de gravidade.

Os custos calculados foram R$ 1.372,72/m para o muro de H=3m enquanto que para o

de H=6m tais custos foram de R$ 3.033,18/m.

As figuras 34 e 35 representam os perfis dimensionados para este tipo de obra de

contenção.

Figura 34: Perfil representativo da Terra Armada ( H = 3m).

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58

Figura 35: Perfil representativo da Terra Armada (H= 6m).

5.7 SOLO REFORÇADO COM GEOSSINTÉTICOS

O solo reforçado com geossintéticos é uma alternativa bastante simples de se conter

taludes. As camadas de aterro são realizadas com espessura entre 0,2 e 0,8 metros. Ao final a

porção de solo reforçada se comporta como um muro de gravidade. A face externa deve ser

recoberta de alguma forma para evitar deteriorização da geogrelha devido a exposição aos

raios UV. O orçamento constatou que o muro de H=3 m custa R$ 1.092,82/m já o de H=6m

custa R$ 2.608,49/m.

Na figura 36 são apresentados os perfis dimensionados para a situação acima.

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59

Figura 36: Perfis representativos do Solo Reforçado com geossintéticos.

5.8 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Por fim, os resultados obtidos a partir dos orçamentos foram plotados em forma de

gráficos, sendo que os resultados para o talude de H=3m estão apresentados na figura 37, e os

do talude de H=6m estão na figura 38.

Page 61: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

60

Figura 37: Custo por Obra para um talude de 3m.

A partir da análise da figura 37 se percebe que as obras que apresentaram um custo

menor foram o muro de pedra argamassada e o solo grampeado, com predominância da pedra

argamassada, enquanto que a obra mais cara está representada pelo muro de concreto armado.

As demais obras apresentaram valores intermediários.

Figura 38: Custo por Obra para um talude de 6m.

763,63 1106,75 2021,55

1092,82 966,44 1379,72

0

2000

4000

6000

8000

Tipos de Obras de Contenção

Custos por Metro Corrido de Obras de Contenção com H = 3m

Pedra Argamassada Gabião

Concreto Armado Cortina Atirantada

Solo Reforçado com Geossintético Solo Grampeado

"Terra Armada"

2329,80

3696,13

5645,58 6564,46

2608,49

3877,28 3033,18

0,00

2000,00

4000,00

6000,00

8000,00

Tipos de Obras de Contenção

Custos por Metro Corrido de Obras de Contenção Com H = 6m

Pedra Argamassada Gabião

Concreto Armado Cortina Atirantada

Solo Reforçado com Geossintético Solo Grampeado

"Terra Armada"

Page 62: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

61

Pode-se perceber a partir da figura 38 que novamente o muro de pedra argamassada

foi a opção mais econômica, enquanto que a cortina atirantada representou a opção mais

onerosa.

Esse fato é explicado devido às diferenças de tecnologias aplicadas a um ou a outro.

Enquanto o muro de pedra argamassada é executado manualmente sem a necessidade de mão

de obra especializada, a cortina atirantada é executada com equipamentos sofisticados e com

alto grau de especialização.

Os gráficos mostrados representam uma boa ferramenta na escolha de um desses tipos

de obra para execução, mas vale lembrar que apesar dos gráficos mostrarem diferenças

consideráveis de preços entre um tipo de contenção e outro, em uma situação real, outros

critérios também devem ser considerados, critérios estes que podem inviabilizar algumas

dessas obras. Além disso, a gama de sistemas de contenção presente na literatura é muito

maior do que os aqui sugeridos, existindo ainda uma infinidade de métodos e materiais, ou

associação destes, que podem ser mais adequados a uma determinada situação.

Cada uma dessas obras tem aplicação para um objetivo específico. A escolha do tipo

de contenção adequado leva em consideração alguns critérios e benefícios que dependem do

local da construção bem como a disponibilidade de recursos. São eles: a rapidez de execução,

a disponibilidade de mão de obra especializada, a demanda de áreas, a necessidade de

escavações, flexibilidade e acomodação da estrutura, capacidade drenante, a suscetibilidade a

vandalismos, entre outros.

Tais critérios, bem como as obras que os apresentam serão explicados e

exemplificados a seguir:

Rapidez de execução:

Este critério é muito importante e pode ser crucial para a escolha da obra, como por

exemplo, em casos de contenção de barreiras antes da época de chuvas. É um critério que se

observa em contenções do tipo solo reforçado com geossintéticos, terra armada ou muro de

gabião.

Disponibilidade de mão de obra especializada:

Tal critério deve ser considerado, principalmente no desenvolvimento do projeto, pois

a falta deste pode inviabilizar ou encarecer bastante a obra. É um critério dispensável para os

muros de pedra argamassada, gabião e solo reforçado com geossintéticos.

Page 63: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

62

Demanda de áreas:

Talvez este seja o critério mais importante e que pode inviabilizar a utilização de

muitos tipos de obras, principalmente os muros de gravidade. Este critério é dispensável nos

casos de solo grampeado, cortinas atirantadas, muros de concreto armado e terra armada.

Necessidade de escavações:

Tal critério associado ao anterior pode inviabilizar a maioria dos tipos de obra,

quando, por exemplo, há a presença de construções no topo do talude, o que impossibilita

escavações. É dispensável nos casos de solo grampeado e cortina atirantada.

Flexibilidade e acomodação da estrutura:

Esse critério deve ser considerado principalmente em locais onde o solo não apresenta

boas características de suporte e pode necessitar de algum tipo de reforço, o que pode

encarecer a obra. Os tipos de contenção flexíveis e capazes de tolerar recalques diferenciais

são: os muros de gabião e a terra armada.

Capacidade drenante:

Esse critério é importante, quando se deseja uma contenção em locais de interação

com água, por exemplo, na margem de rios. Tal critério é observado principalmente no muro

de gabião.

Suscetibilidade a vandalismos:

Esse critério deve ser considerado em áreas urbanas, e devem ser tomadas medidas de

proteção. É um critério importante principalmente nos muros de gabião.

Todos esses fatores são importantes para a escolha da contenção adequada, devendo

todos serem considerados e avaliados a fim de garantir o objetivo desejado através da solução

mais econômica.

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63

6. CONCLUSÃO

Pode-se concluir então que para as duas situações consideradas, o muro de pedra

argamassada apresentou-se como a opção mais econômica. Em contrapartida, a cortina

atirantada e muro de concreto armado apresentaram-se como as soluções mais caras.

Embora os custos relativos a alguns tipos de obra sejam determinantes para a escolha

da contenção a utilizar, outros critérios também são relevantes, e podem inviabilizar alguns

desses tipos. Atentando para a rapidez de execução, demanda de áreas e necessidade de

escavações, os principais desses fatores. Ou seja, em algumas ocasiões o custo da obra não

será determinante na escolha, sendo assim, em uma situação hipotética onde há a necessidade

de preservação de áreas, cortinas atirantadas podem ser mais adequadas do que o muro de

pedra argamassada, por exemplo.

Os benefícios que uma obra de contenção tem em relação à outra devem ser

considerados de acordo com esses critérios, dessa forma, irão depender do que se deseja

conseguir com a construção.

É importante lembrar que esses custos são referentes a cada metro corrido de

construção, portanto, as diferenças desses valores tendem a ser muito maiores, quando

multiplicados pelo comprimento de uma determinada obra. Sendo assim, quanto maior uma

obra, maior será a economia no caso da escolha correta ou o prejuízo no caso da escolha

errada.

Em suma, a escolha correta pelo tipo de contenção é de grande importância, sobretudo

na execução de obras sob licitação onde se considera, principalmente, a segurança e a

economia. Assim, antes de qualquer projeto de contenção de taludes, devem ser elaborados

estudos de viabilidade e de custos a fim de se desenvolver critérios para a escolha mais

adequada à situação.

Page 65: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

64

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DECKERS, J.; BIEVRE, B. Linking hydrological, infinite slope stability and land-use change

models through GIS for assessing the impact of deforestation on slope stability in high

Andean watersheds. Geomorphology, v. 52, p.299- 315, 2003.

Page 69: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

APÊNDICE – PLANILHAS ORÇAMENTÁRIAS

Page 70: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48

1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00

1,48

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 15 5,16 77,40

77,40

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 1A0140701 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira m³ 0,17 170,61 29,00

3.2 SICRO2 2S0530100 Alvenaria de pedra argamassada m³ 3 135,03 405,09

434,09

Drenos

4.1 SICRO2 2S0399101 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

4.2 SICRO2 1A0189401 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59

60,25

Aterro e Reaterro

5.1 SICRO2 1A0189302 Reaterro e compactação m 10 19,04 190,40

190,40

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

3

Item Origem Código Natureza dos Serviços

Sub total- Movimentações de Terra

763,63

0

763,63

Sub total - Aterro e Reaterro

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra

4

5

Preço

Unitário

Sub total- Drenos

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Muro de Pedra Argamassada H = 3m

Sub total- Serviços Preliminares

Total

1

2

Un. Qtde

Page 71: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00

2,96

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 30 5,16 154,80

154,80

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira m³ 0,32 170,61 54,60

3.2 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada m³ 12 135,03 1620,36

1674,96

Drenos

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,10

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 2,4 39,66 95,18

116,28

Aterro e Reaterro

5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 20 19,04 380,80

380,80

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Item Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde

2329,80

0

2329,80

4

5

Sub total - Aterro e Reaterro

Sub total- Drenos

Muro de Pedra Argamassada H=6m

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

Sub total- Serviços Preliminares

Preço

Unitário

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Total

1

2

3

Page 72: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00

1,48

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 15 5,16 77,40

77,40

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,17 170,61 29,00

3.2 SICRO2 2 S 05 302 05 Muro gabião cx1,00 alt.8X10 ZN/AL D=2,7mm m³ 3,5 226,59 793,07

822,07

Drenos

4.1 SICRO2 M903 Geotêxtil não tecido agulhado RT-09 m² 4 3,85 15,40

15,40

Aterro e Reaterro

5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 10 19,04 190,40

190,40

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

Sub total- Serviços Preliminares

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Muro de Gabião H = 3m

1106,75

Total

1

2

3

0

1106,75

Sub total - Aterro e Reaterro

4

5

Sub total- Drenos

Preço

UnitárioItem Origem Código Natureza dos Serviços Un. Qtde

Page 73: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00

2,96

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 30 5,16 154,80

154,80

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (camada abaixo do muro) m³ 0,42 170,61 71,66

3.2 SICRO2 2 S 05 302 05 Muro gabião cx1,00 alt.8X10 ZN/AL D=2,7mm m³ 13,5 226,59 3058,97

3130,62

Drenos

4.1 SICRO2 M903 Geotêxtil não tecido agulhado RT-09 (entre o muro e o solo) m² 7 3,85 26,95

26,95

Aterro e Reaterro

5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 20 19,04 380,80

380,80

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Muro de Gabião H = 6m

Total

1

2

Un. Qtde

3696,13

0

3696,13

Sub total - Aterro e Reaterro

Orçamento Referencial por Metro de Obra

4

5

Preço

Unitário

Sub total- Drenos

Sub total- Estruturas e Infraestruras

3

Item Origem Código Natureza dos Serviços

Sub total- Movimentações de Terra

Sub total- Serviços Preliminares

Page 74: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25

1,89

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20

103,20

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,27 170,61 46,06

3.2 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 1,65 228,50 377,03

3.3 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (90 kg/m³ de conc.) Kg 148,5 5,53 821,21

3.4 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 9,68 33,71 326,31

1570,61

Drenos

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita (Material drenante atrás do muro) m³ 1,2 39,66 47,59

60,25

5.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 15 19,04 285,60

285,60

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Natureza dos Serviços Un. QtdeItem Origem Código

Muro de Concreto Armado H = 3m

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Sub total- Serviços Preliminares

Sub total- Movimentações de Terra

4

2

3

Preço

Unitário Total

1

Sub total- Drenos

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total - Aterro e Reaterro

2021,55

0

2021,55

5 Aterro e Reaterro

Page 75: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50

3,78

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 40 5,16 206,40

206,40

3.1 SICRO2 1 A 01 407 01 Confecção e lançam. De concreto magro em betoneira (Camada abaixo do muro) m³ 0,47 170,61 80,19

3.2 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 5,25 228,50 1199,63

3.3 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (90 kg/m³ de conc.) Kg 472,5 5,53 2612,93

3.4 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 18,7 33,71 630,38

4523,11

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita (Camada atrás do muro) m³ 2,4 39,66 95,18

107,84

5.1 SICRO2 1 A 01 422 01 Concr estr fck=25MPa contr raz uso ger conf e lanç m³ 1,5 228,50 342,75

5.2 SICRO2 2 S 03 580 02 Fornecimento, preparo e colocação formas aço CA 50 (40 kg/m³ de conc.) Kg 60 5,53 331,80

5.3 SICRO2 2 S 05 302 03 Forma comum de madeira m² 9,05 33,71 305,08

979,63 233,24

6.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m 30 19,04 571,20

571,20

SUB TOTAL

BDI (%) 0

TOTAL R$

5645,58

0

5645,58

Preço

Unitário

5

Drenos

Aterro e Reaterro

Contrafortes (Espaçados a cada 4,2m)

Total

1

Qtde

Movimentações de Terra

Serviços Preliminares

4

Código

Estruturas e Infraestruturas

6

Por metro linear →

2

3

Item Origem

Orçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Muro Concreto Armado H = 6m

Sub total - Aterro e Reaterro

Subtotal - Contrafortes

Sub total- Drenos

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

Sub total- Serviços Preliminares

Natureza dos Serviços Un.

Page 76: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2

2,96

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,6

51,6

3.1 SICRO2 2 S 05 340 01 Execução cortina atirantada conc. Armado fck=15MPa m² 6 942,91 5657,46

3.2 SICRO2 5 S 05 900 01 Execução tirante protendido cortina atirantada m 5,125 143,64 736,155

6393,615

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,1

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 2,4 39,66 95,184

116,284

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

6564,46

Estruturas e Infraestruturas

Natureza dos Serviços Un. Qtde

0

6564,46

Sub total- Drenos

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Cortina Atirantada H = 6m

Sub total- Serviços Preliminares

4

Preço

Unitário

Drenos

Movimentações de Terra

Serviços Preliminares

Total

1

2

3

Item Origem Código

Page 77: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64

1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25

1,89

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20

103,20

Estruturas e Infraestruturas

3.1 Maccaferri® Maccaferri® Fonecimento da geogrelha MacGrid® WG 120 m² 20 22,57 451,40

3.2 SICRO2 T 701 Servente (para colocação da geogrelha) h 7 5,88 41,16

3.3 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 15 19,04 285,60

3.4 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada (fundação da proteção) m³ 0,16 135,03 21,60

3.5 SICRO2 1 A 00 902 01 Alvenaria de tijolos m² 3 42,57 127,71

927,47

Drenagem

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59

60,25

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

CódigoItem

Sub total- Movimentações de Terra

1092,82

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra

Preço

Unitário

Sub total- Estruturas e Infraestruras

4

Un.

0,00

Origem Natureza dos Serviços

Sub total - Aterro e Reaterro

1092,82

Contenção em Solo Reforçado" H = 3m

Sub total- Serviços Preliminares

Total

1

2

3

Qtde

Page 78: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28

1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50

3,78

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 40 5,16 206,40

206,40

Estruturas e Infraestruturas

3.1 Maccaferri® Maccaferri® Fonecimento da geogrelha MacGrid® WG 120 m² 60 22,57 1354,20

3.2 SICRO2 T 701 Servente (para colocação da geogrelha) h 21 5,88 123,48

3.3 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 30 19,04 571,20

3.4 SICRO2 2 S 05 301 00 Alvenaria de pedra argamassada (fundação da proteção) m³ 0,25 135,03 33,76

3.5 SICRO2 1 A 00 902 01 Alvenaria de tijolos m² 6 42,57 255,42

2338,06

Drenagem

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

4.2 SICRO2 1 A 01 894 01 Lastro de brita m³ 1,2 39,66 47,59

60,25

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

QtdeOrigem Natureza dos Serviços

Sub total - Aterro e Reaterro

2608,49

Contenção em Solo Reforçado" H = 6m

Sub total- Serviços Preliminares

Total

1

2

3

CódigoItem

Sub total- Movimentações de Terra

2608,49

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra

Preço

Unitário

Sub total- Estruturas e Infraestruras

4

Un.

0,00

Page 79: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 6 0,08 0,48

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 4 0,25 1,00

1,48

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,60

51,60

3.1 REFERNECIA Perfuração rotativa em solo m 4,2 81,56 342,55

3.2 REFERNECIA Grampo aço CA 50, diam. 20mm, incl. materiais, excluindo perf. e enchimento m 4,2 35,66 149,77

3.3 SICRO2 M814 Injeção de nata de cimento m 4,2 11,00 46,20

3.4 SICRO2 2 S 03 328 00 Conc.estr.fck=25 MPa-contr.raz.uso ger.conf.e lanç (placas de transf.) m³ 0,009 232,59 2,09

3.5 ORSE 00007155 Tela aço sold. Nerv. CA-60, Q-138, malha 10x10cm D=4,2mm + colocação m² 3 16,08 48,24

3.6 ORSE 03085 Concreto simples usinado fck=35 Mpa, bombeamento e proj. em paredes m 0,3 523,46 157,04

745,90

4.1 SICRO2 3 S 04 590 00 Assentamento de dreno profundo m 3 51,60 154,80

4.2 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 1,5 8,44 12,66

167,46

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

966,44

Estruturas e Infraestruturas

Natureza dos Serviços Un. Qtde

Movimentações de Terra

Serviços Preliminares

Total

0

966,44

Sub total- Drenos

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Solo Grampeado H = 3m

Sub total- Serviços Preliminares

4

Preço

Unitário

Drenos

1

2

3

Item Origem Código

Page 80: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

1.1 SICRO2 3 S 01 100 02 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 12 0,08 0,96

1.2 SICRO2 2 S 01 000 00 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 8 0,25 2,00

2,96

2.1 SICRO2 2 S 01 100 09 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 10 5,16 51,6

51,6

3.1 REFERENCIA Perfuração rotativa em solo m 24 81,56 1957,44

3.2 REFERENCIA Grampo aço CA 50, diam. 20mm, incl. materiais, excluindo perf. e enchimento m 24 35,66 855,84

3.3 SICRO2 M814 Injeção de nata de cimento m 24 11,00 264,00

3.4 SICRO2 2 S 03 328 00 Conc.estr.fck=25 MPa-contr.raz.uso ger.conf.e lanç (placas de transf.) m³ 0,018 232,59 4,19

3.5 ORSE 00007155 Tela aço sold. Nerv. CA-60, Q-138, malha 10x10cm D=4,2mm + colocação m² 6 16,08 96,48

3.6 ORSE 03085 Concreto simples usinado fck=35 Mpa, bombeamento e proj. em paredes m 0,6 523,46 314,08

3492,02

4.1 SICRO2 2 S 03 991 01 Dreno de PVC D=75 mm und 2,5 8,44 21,10

4.2 SICRO2 3 S 04 590 00 Assentamento de dreno profundo m 6 51,60 309,60

330,70

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Sub total- Estruturas e Infraestruras

Sub total- Movimentações de Terra

3877,28

Estruturas e Infraestruturas

Natureza dos Serviços Un. Qtde

Movimentações de Terra

Serviços Preliminares

Total

0

3877,28

Sub total- Drenos

Oraçamento Referencial por Metro Linear de Obra

Solo Grampeado H = 6m

Sub total- Serviços Preliminares

4

Preço

Unitário

Drenos

1

2

3

Item Origem Código

Page 81: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 8 0,08 0,64

1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 5 0,25 1,25

1,89

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 5,16 103,20

103,20

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 2 S 05 303 04 Terra armada - ECE - pé de talude 0,0<h<6,00m m³ 1 365,00 365,00

3.2 SICRO2 2 S 05 303 10 Concr. soleira e arremates de maciço terra armada m³ 0,053 204,43 10,83

3.3 SICRO2 2 S 05 303 09 Escamas de concreto armado para terra armada m³ 0,47 520,35 244,56

3.4 SICRO2 2 S 05 303 11 Montagem de maciço terra armada m² 3,15 86,20 271,53

891,93

4.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 15 19,04 285,60

285,60

5.1 SICRO2 2 S 04 500 03 Dreno longitudinal prof. p/corte em solo - DPS 03 m 1 48,59 48,59

5.2 SICRO2 M904 Geotextil não tecido agulhado RT-9 m² 4,5 5,78 26,01

5.3 SICRO2 M704 Areia lavada m³ 0,90 25,00 22,50

97,10

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$1379,72

5 Drenagem

Sub total - Aterro e Reaterro

Contenção em "Terra Armada" H = 3m

Sub total- Serviços Preliminares

Total

1

2

Un.

1379,72

0,00

Origem Código

Sub total - Aterro e Reaterro

3

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra

Preço

Unitário

Sub total- Estruturas e Infraestruras

4 Aterro e Reaterro

QtdeItem Natureza dos Serviços

Sub total- Movimentações de Terra

Page 82: TCC Guilherme Urguisa 2011.2

Unidade:

Serviços Preliminares

1.1 SICRO2 3S0110002 Corte e liimpeza de áreas gramadas m² 16 0,08 1,28

1.2 SICRO2 2S0100000 Desm. dest. Limpeza áreas c/arv. diam. Até 0,15m m² 10 0,25 2,50

3,78

Movimentações de Terra

2.1 SICRO2 2S0110009 Esc. Carga tr. Mat 1ª c. DTM 50 a 20m c/carreg. m³ 20 40 800,00

800,00

Estruturas e Infraestruturas

3.1 SICRO2 2 S 05 303 04 Terra armada - ECE - pé de talude 0,0<h<6,00m m³ 1 365,00 365,00

3.2 SICRO2 2 S 05 303 10 Concr. soleira e arremates de maciço terra armada m³ 0,14 204,43 28,62

3.3 SICRO2 2 S 05 303 09 Escamas de concreto armado para terra armada m³ 1,2 520,35 624,42

3.4 SICRO2 2 S 05 303 11 Montagem de maciço terra armada m² 6,3 86,20 543,06

1561,10

4.1 SICRO2 1 A 01 893 02 Reaterro e compactação m³ 30 19,04 571,20

571,20

5.1 SICRO2 2 S 04 500 03 Dreno longitudinal prof. p/corte em solo - DPS 03 m 1 48,59 48,59

5.2 SICRO2 M904 Geotextil não tecido agulhado RT-9 m² 4,5 5,78 26,01

5.3 SICRO2 M704 Areia lavada m³ 0,90 25,00 22,50

97,10

SUB TOTAL

BDI (%)

TOTAL R$

Contenção em "Terra Armada" H = 6m

Sub total- Serviços Preliminares

Total

1

2

Un.

3033,18

0,00

Origem Código

Sub total - Aterro e Reaterro

3

5 Drenagem

Sub total - Aterro e Reaterro

3033,18

Orçamento Referencial po Metro Linear de Obra

Preço

Unitário

Sub total- Estruturas e Infraestruras

4 Aterro e Reaterro

QtdeItem Natureza dos Serviços

Sub total- Movimentações de Terra