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UNIVERSIDADE PAULISTA JÚLIO SÉRGIO DE MORAES GESTÃO DE RISCO BRASÍLIA - DF 2014

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Page 1: TCC - Final

UNIVERSIDADE PAULISTA

JÚLIO SÉRGIO DE MORAES

GESTÃO DE RISCO

BRASÍLIA - DF 2014

Page 2: TCC - Final

JÚLIO SÉRGIO DE MORAES

GESTÃO DE RISCO

Trabalho de conclusão de curso para

obtenção do título de Especialização em

Administração de Fianças e Banking

apresentado à Universidade Paulista –

UNIP.

Orientador: Profª. Camilla Crivelaro

BRASÍLIA - DF 2014

Page 3: TCC - Final

JÚLIO SÉRGIO DE MORAES

GESTÃO DE RISCO

Trabalho de conclusão de curso para obtenção

do título de Especialização em Administração

de Fianças e Banking apresentado à

Universidade Paulista – UNIP.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___

Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP

BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___

Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP

BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___

Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP

Page 4: TCC - Final

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha companheira ANA LUCIA GILLET LOMONACO, por ter

me acompanhado nesta jornada, fazendo com que me sinta mais vivo dе verdade.

Obrigado pelo carinho, а paciência е pоr sua capacidade dе me trazer pаz nа correria

da vida.

Page 5: TCC - Final

Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.

Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice. Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

Lewis Carroll

Page 6: TCC - Final

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma breve explanação a respeito do

risco nas empresas, suas mensurações e como promover um gerenciamento de

riscos de forma a aproveitar as oportunidades de negócios e transformá-la em

ganhos para a organização. Dos conceitos mais básicos, passando por modelos

tradicionais e avançados, analisando as implicações da implantação de normas

reconhecidas, busca demonstrar a necessidade de um rígido monitoramento dos

processos empresariais e apresenta a NBR ISO 31000 como uma ferramenta para o

gerenciamento de riscos.

Palavras-chave: Risco. Gerenciamento de Riscos. CAPM. ATP. NBR ISO 31000.

Page 7: TCC - Final

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 — Esquema da correlação dos componentes para o gerenciamento de

riscos

Figura 2 – Processo de Gestão de Riscos

Page 8: TCC - Final

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 9

2. RISCO .........................................................................................................................................10

3. RETORNO E RISCO .................................................................................................................13

4. GESTÃO DE RISCO .................................................................................................................13

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................28

REFERÊNCIAS: .............................................................................................................................29

Page 9: TCC - Final

9

1. INTRODUÇÃO

A Gestão de Riscos já não pode ser considerada uma novidade junto às

lideranças coorporativas ou empresariais de qualquer porte financeiro. Não é

incomum encontrar um tomador de decisão que não possua uma mínima noção dos

prejuízos causados aos seus empreendimentos por um tratamento equivocado em

situações com alto potencial de perigo, seja de natureza financeira, seja operacional

ou estratégica. Com a ampliação de regulamentações de governança corporativa e a

crescente preocupação com a sustentabilidade nos negócios, a forma de

gerenciamento de riscos que as empresas analisam e executam suas decisões

interferem diretamente nas opções de investidores quanto à aplicação de seus

recursos e na potencialidade de geração de valor para os mesmos. Nas análises

geradas a partir dos gestores, aliadas ao aumento da interdependência dos

mercados, pode-se inferir o quanto a atividade empresarial é mais ou menos

vulnerável aos diversos fatores de risco. Com a propagação e efetiva rapidez de

movimentações competitivas, juntamente com mutações no contexto econômico e

político, a má gestão em riscos pode afetar, consideravelmente, os resultados dos

empreendimentos.

Para auxiliar dentro desta ótica, o presente trabalho pretende apresentar as

definições e conceitos relacionados à Gestão de Risco, suas principais ferramentas

para administrá-lo, e alguns modelos utilizados para sua mensuração e estimação,

como o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (MPAF) ou CAPM (Capital

Asset Pricing Model) e Arbitrage Pricing Theory (ATP), que é uma alternativa ao

CAPM. Será analisado, também, as diretrizes da NBR ISO 31000 que foi instituída

para as empresas princípios básicos do gerenciamento de riscos e a da importância

do monitoramento dos processos empresariais com objetivo de mensurar e controlar

os diversos fatores de riscos nos empreendimentos.

Page 10: TCC - Final

10

2. RISCO

Para ter um entendimento a respeito de Gestão de Risco, faz necessário

determinar alguns conceitos e definições que serão utilizadas no decorrer do

trabalho. Esses conceitos são largamente fixados e fazem parte do dia a dia de

investidores e gestores empresariais.

2.1. Definição de Risco

De acordo com Assaf Neto (2001) ―o conceito de risco pode ser entendido de

diversas maneiras, dependendo do contexto da pessoa que o está avaliando‖.

Genericamente podemos definir risco como um valor, estimado, da probabilidade da

ocorrência de um determinado fato ou da gravidade deste. Ou seja, considera-se

como risco a probabilidade da ocorrência de um fato. Dentro de um contexto

financeiro entende-se como risco a probabilidade de ocorrência de prejuízos

financeiros advindos de determinado investimento ou a variabilidade dos retornos

esperados de determinado ativo (SOUZA, 2003). Pode-se definir risco, também,

como a volatilidade de resultados inesperados, relacionados a possíveis perdas ou

impactos negativos (DUARTE JÚNIOR, 2005)

2.2. Dimensões de Risco

Quando se trata de risco, deve-se lembrar que a natureza a ele associado vai

determinar a sua dimensão. No caso dos investimentos, foca-se em quatro grandes

áreas, que se estuda em primeiro lugar separadamente, para posteriormente

integrá-los. A classificação de risco é determinada pelos tipos de fatores que geram

incertezas sobre cada um deles (DUARTE JÚNIOR, 2005):

Riscos de mercado;

Riscos operacionais;

Page 11: TCC - Final

11

Riscos de crédito; e

Riscos legais.

2.2.1. Risco de mercado

Define-se risco de mercado como a probabilidade da ocorrência de perdas

decorrente de flutuações em valores de mercado relacionado com os preços de

ativos ou de passivos das empresas. O risco de mercado pode ser definido com a

volatilidade dos preços, incluindo as operações sujeitas à variação cambial e das

taxas de juros. Variações acentuadas em seus elementos ou decorrentes de

políticas públicas mal dimensionadas podem levar empresas a grandes perdas

(SOUZA, 2003).

2.2.2. Risco operacional

Como o próprio termo indica, é o risco relacionado à operação da empresa e

seus controles. Os riscos operacionais são consequência de erros humanos,

obsolescência de máquinas e equipamentos, não observância de normas e

regulamentações técnicas ou operações de alto risco de acidentes. Neste risco inclui

as falhas de segurança que permitam fraudes ou roubo de segredos de mercado e

baixa qualificação da mão-de-obra utilizada (DUARTE JÚNIOR, 2005).

2.2.3. Risco de crédito

Está relacionado à possibilidade de perdas decorrentes da inadimplência de

clientes ou da deterioração de créditos de terceiros através de emissão de títulos ou

tomada de empréstimos. Relaciona-se, também, a operações de crédito vinculadas

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12

a recebíveis sem a devida reserva para liquidação duvidosa estabelecida

(GASTINEAU, 2004).

2.2.4. Riscos legais

Segundo o Banco Central do Brasil (Circular nº 3.647/13), o risco legal se

refere à perda decorrente de mudanças nas normas legais ou regulatórias, direitos

de propriedades ou em função de legislação ou regulamentação de legislação

obscura ou pouco esclarecedora. O risco legal está associado, também, as

violações de legislação, criação ou alteração de alíquotas tributárias ou de contratos

cuja redação não demonstre clareza ou falta de documentação legal para exercício

de atividades (DUARTE JÚNIOR, 2005).

2.2.5. Outras classificações de risco

Existem, dentre outras, duas classificações de risco que devem ser muito bem

interpretadas: a do risco sistêmico e do risco não-sistêmico. Por risco sistêmico

entende-se como um choque que atinge todo ou parcialmente um sistema,

independente da ação de uma ou outra empresa para tentar controlá-lo. O exemplo

mais claro desse risco é citado pelo Comitê de Bancos da Basiléia que apontou

como risco sistêmico a inadimplência de uma instituição financeira para honrar

compromissos e, em uma reação em cadeia, contaminar um determinado sistema

financeiro (BORGES, 2010).

O risco não-sistêmico é inerente a própria empresa, ou seja, ocorrências que

somente a afetam independentemente das ações de outras empresas, sejam

concorrentes ou não. O exemplo clássico se refere ao direito de greve. O retorno ao

trabalho de uma paralisação dos empregados somente depende das negociações

que a empresa realiza com os mesmos (BORGES, 2010).

Page 13: TCC - Final

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3. RETORNO E RISCO

Ross (1998) define como retorno a relação entre a quantidade de recursos

ganhos ou perdidos, em casos de retorno negativo, resultante de um dado

investimento e a quantidade de recursos aplicados neste investimento. O risco

associado a esse retorno será definido com a dispersão do retorno deste

investimento em torno de seu valor esperado. A combinação desta relação entre

retorno e risco permite classificar o investidor em três categorias, a saber:

Propenso ao risco, que são investidores denominados arrojados, que buscam

maiores ganhos sabendo que enfrentarão maiores riscos;

Avessos ao risco, que são investidores denominados conservadores, que

buscam seus ganhos, entretanto preferem correr riscos menores; e

Indiferentes ao risco, que são indiferentes a investimentos de mesmo retorno,

não se referenciando aos respectivos riscos.

Para determinar o retorno do investimento pode-se utilizar uma métrica

simples - ROI (Return On Investiment). Essa métrica permite mensurar o rendimento

obtido dado uma quantidade recursos aplicados (SANTOS, 2010). Para seu cálculo

subtraí do ganho obtido o valor do recurso gasto com o investimento e divide-se pelo

valor do recurso gasto com o investimento:

𝑅𝑂𝐼 =𝐺𝑎𝑛𝑕𝑜 𝑂𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

4. GESTÃO DE RISCO

A Gestão de Riscos realiza-se com adoção de práticas políticas e

metodológicas empresariais, que permita melhor aproximação dos limites aceitáveis

de risco quando aplicado o investimento. Podem-se obter resultados favoráveis

gerenciando o risco no aceite de oportunidades de investimentos que, em um

primeiro momento, não se apresente atrativo. Dois pontos devem ser observados

em um investimento: o risco financeiro, que compreende os ganhos ou perdas de

Page 14: TCC - Final

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recursos financeiros alocados, e o que se diz respeito à volatilidade, que são os

resultados não esperados relativos aos valores de ativos ou passivos da empresa

(HERBERT, 2005; MATSURA, 2007).

Os riscos financeiros de um investimento podem ser classificados como

estratégicos, que são os que os investidores assumem por estarem dispostos a se

expor em virtude do sucesso do investimento, e os não-estratégicos, que não podem

ser controlados, relacionados a efeitos exógenos ao investimento (ASSAF NETO,

2001; DUARTE JÚNIOR, 2005).

4.1. Modelos de avaliação de investimentos

Em suas decisões, os investidores buscam, entre as diversas oportunidades

de investimentos, as que, em primeiro momento, lhes garantem as melhores taxas

de retorno. Para isso, recorrem a diversos modelos de avaliação de investimentos,

que vão dos tradicionais relacionados à análise do comportamento de fluxos de

caixa futuros, aos de precificação de ativos. Em se tratando de Gestão de Riscos,

deve-se verificar quais são esses modelos utilizados para avaliação de

investimentos e, principalmente, quais as limitações que esses impõem no momento

da tomada de decisão.

4.1.1. Modelos tradicionais

Os modelos tradicionais de análise para investimentos mais utilizados pelos

tomadores de decisão das empresas são (SANTOS, 2010):

Valor Presente Líquido;

Taxa Interna de Retorno;

Payback Simples; e

Payback Descontado.

Page 15: TCC - Final

15

Em modelos tradicionais, para avaliar os resultados de viabilidade de um

investimento, usam-se indicadores econômicos e financeiros que permitam analisar,

através de aproximações e projeções, os retornos do investimento (SANTOS, 2010;

ASSAF NETO 2001; ROSS, 1998).

Para tanto, usualmente são elegíveis os seguintes indicadores: Valor

Presente Líquido – VPL, Taxa Interna de Retorno – TIR, Prêmio de Risco e o Prazo

de Retorno do Investimento ou Pay-Back.

Adicionalmente, para uma melhor avaliação, são utilizados os seguintes

indicadores: Taxa de Retorno, Análise de Sensibilidade, Relação Benefício/Custo e

EVA© - Economic Value Added, ou Valor Econômico Agregado.

O modelo do Valor Presente Liquido (VPL), com certeza, é a técnica de

analise de investimento mais conhecida e mais utilizada. O VPL consiste na

concentração de todos os valores futuros de um fluxo de caixa na data zero. Para

efetivar o cálculo do VPL, calcula-se a TMA – Taxa Mínima de Atratividade, que é

estipulada a partir de parâmetros determinados pelo investidor.

n

jj

j

i

FCVPL

0 )1(

onde:

FCj = Fluxo de Caixa no momento j;

J = Momento considerado do fluxo de caixa.

A taxa interna de retorno (TIR), por definição, é a taxa de desconto que torna

o VPL de um fluxo de caixa igual a zero:

n

jj

j

i

FCTIR

0 )1(

onde:

FCj = Fluxo de Caixa no momento j;

J = Momento considerado do fluxo de caixa.

Page 16: TCC - Final

16

Premio de Risco (PR), corresponde à diferença entre a TMA e a TIR, ou seja,

será o premio obtido em um investimento de um determinado ativo, em detrimento

de um outro ativo:

TMATIRPR

Pay-Back e utilizado como referencia para julgar a atratividade relativa das

opções de investimento. Deve ser encarado com reservas, apenas como um

indicador, não servindo para seleção entre alternativas de investimento.

Taxa de Retorno (TR), que é o percentual do retorno do investimento:

𝑇𝑅 =𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎

𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠 ã𝑜× 100

Analise de Sensibilidade indica até que ponto as diferentes variações de

custos e receitas podem afetar a rentabilidade do projeto.

Relação beneficio/custo corresponde aos benefícios recebidos e aos custos

ocorridos ou incorridos.

𝑅𝐶𝐵 =𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓 í𝑐𝑖𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑖𝑠𝑡𝑜𝑠

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝐸𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠

O valor econômico agregado (EVA) compreende o montante do capital e o

custo do capital investido no projeto. Nesse cômputo, devem entrar todas as

despesas, mesmo as não financeiras, como o treinamento do pessoal envolvido.

EVA=Receita Operacional Líquida–[capital x custo de capital]

Segundo Souza & Clemente (2004), a vantagem de se usar esses modelos

para análise de investimentos está centrado na ausência de dificuldade para a

compreensão e utilização por parte dos gerentes das empresas. Acontece que

esses modelos apresentam as seguintes restrições:

• Estipula uma taxa mínima de atratividade igual para toda a empresa,

implicando que uma mesma taxa pode ser fato de rejeição de projetos de

investimento consideráveis viáveis;

Page 17: TCC - Final

17

• Considera a incertezas de forma isolada na realização de uma composição

de diversificação dos investimentos, pois desta forma, os projetos de investimentos

propostos podem concorrer para a diminuição do risco total da organização.

Uma forma de aliviar essas restrições é adotar novas técnicas de análise tais

como os modelos de precificação, Capital Asset Pricing Model – CAPM, e de

arbitragem, Arbitrage Pricing Theory – APT (DUARTE JÚNIOR, 2005).

4.1.2. Capital Asset Pricing Model – CAPM

Desenvolvido na década de 1960 pelos americanos William Sharpe e John

Lintner, é fruto de uma prova matemática que existe um relação linear entre o

excesso de investimento e o excesso de retorno de mercado, dentro de uma

situação de equilíbrio. Essa relação foi denominada beta e é expressa pela seguinte

equação (ROSS, 1998; MOTTA & CALÔBA, 2002):

𝛽 =𝑅𝑝−𝑅𝑓

𝑅𝑚 − 𝑅𝑓

onde:

Rp – é a taxa mínima de atratividade ou retorno médio de um ativo

Rm – é a taxa média de retorno de mercado

Rf – é a taxa de retorno livre de risco

β – é a volatilidade do retorno do investimento em relação ao retorno de mercado

Resolvendo essa equação para Rp, se obtêm a equação do modelo como é

largamente conhecida no mercado:

𝑅𝑝 = 𝑅𝑓 + 𝛽 𝑅𝑚 − 𝑅𝑓

O modelo Capital Asset Pricing Model – CAPM, é considerada uma

ferramenta poderosa de gestão de risco de mercado, uma vez que em uma

avaliação do ativo a ser investido o retorno pode ser separado em:

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Um componente sistemático, relacionado ao mercado;

Um componente residual, relacionado a um ativo sob análise com valor

esperado igual a zero.

Desta forma, o CAPM apresenta o custo do capital da empresa mediante o

retorno mínimo esperado pelo investidor, dado o nível de risco sistemático. Isso

implica na relação entre o retorno de um projeto e o retorno do mercado.

Adaptando os parâmetros americanos utilizados por Sharpe e Lintner ao caso

brasileiro, podemos considerar como sendo as seguintes variáveis do modelo

(DUARTE JÚNIOR, 2005):

Retorno livre de risco: adota-se a taxa média SELIC (Sistema Especial de

Liquidação e Custódia), que registra as transações com títulos públicos,

portanto livre de risco;

Retorno de mercado: adota-se o índice médio IBOVESPA e;

Beta do investimento: é dado pelo coeficiente da regressão dos retornos

realizado pelo investimento, sobre os retornos realizados pelos índices de

rentabilidade do mercado:

𝛽 = 𝐶𝑜𝑣 𝑅, 𝑅𝑚

𝛿2 𝑅𝑚

Apesar do modelo ter consistência, apresenta uma importante restrição: em

seu funcionamento básico exige que as empresas sejam cotadas em bolsa, o que

torna um problema quando se for avaliado um investimento em empresa não cotada.

Essa restrição pode ser atenuada se estimar o beta através de dados contabilísticos

da empresa, que no caso brasileiro, nem sempre retratam a realidade das

empresas. Desta forma, o beta seria estimado da seguinte forma (ROSS, 1998):

𝛽 =𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑜𝑠

𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎 çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠

Quanto ao resultado matemático da expressão do beta, classifica-se o

investimento como:

> 1 Agressivos ou Volátil

= 1 Neutros

< 1 Conservadores ou Pouco Volátil ou Defensivo

Page 19: TCC - Final

19

4.1.3. Arbitrage Pricing Theory – APT

Duarte Júnior (2005) se refere ao modelo ATP, a partir do artigo: ―The

Arbitrage Theory of Capital Asset Pricing‖ que Stephen A. Ross publicou no Journal

of Economic Theory em 1976, onde o autor realiza o relacionamento dos retornos

mediante uma série de fatores no âmbito setorial ou macroeconômico.

O diferencial entre o modelo APT e o modelo CAPM é que, o primeiro não se

baseia na irrestrita carteira de mercado, pois considera plausível a existência de

várias fontes causadora de risco sistemático. Essas fontes podem ser reflexos de

movimentações de vários índices representativos do mercado, como flutuações do

preço internacional de petróleo, da taxa de juros, da taxa de câmbio, do produto

interno bruto, da taxa de inflação, entre outros.

Ross (1998) aponta que a principal diferença entre o modelo CAPM e o

modelo APT está centrada nas várias fontes causadoras do risco sistemático. Dessa

forma em sua composição o APT fornece um valor de retorno mais ajustado, uma

vez que é compensado pelo risco sistemático do investimento. Visto em seu

desenvolvimento, de certa forma o CAPM pode ser analisado como uma resultante

simplificada do APT. A equação a seguir demonstra a mecânica do modelo e suas

variáveis:

𝐸 𝑅 = 𝑅𝑓 + 𝛽 𝑅𝑚 − 𝑅𝑓 + 𝛽𝑘1𝐸 𝑅𝑚 − 𝑅𝑓 + 𝛽𝑘2𝐸 𝑅𝑚 − 𝑅𝑓 + ⋯ + 𝛽𝑘𝑛𝐸 𝑅𝑚 − 𝑅𝑓

onde (Duarte Júnior, 2005):

E{R} – é o retorno esperado do ativo;

(Rm – Rf) – é a rentabilidade do ativo livre de risco.

E(Rm – Rf) – é os retornos esperados de k fatores de mercado

β – é beta do investimento, calculado a forma do CAPM e demonstra a volatilidade

do investimento em relação ao retorno de mercado;

Page 20: TCC - Final

20

βk – é as exposições do retorno esperado do ativo aos k fatores de mercado

selecionados.

Como modelo de modelagem multifatorial, o APT afirma que o retorno

esperado de um ativo pode ser completamente determinado pelo retorno esperado

de fatores de mercado selecionados e pelos parâmetros de exposição do ativo a

cada fator de mercado (DUARTE JÚNIOR, 2005), diferentemente do CAPM que é

restrito apenas a um fator de mercado.

Com o Retorno Esperado de um Ativo pode ser representado em termos

percentuais, o resultado da aplicação do modelo APT define a utilização de uma

TMA específica para o projeto de investimento de forma mais ajustada, o que

beneficia, em muito, a tomada de decisões.

4.2. Estratégias na gestão de riscos

Independente do porte ou do setor de atividade que uma empresa opere, ela

está exposta a riscos. Isto posto, deve ser considerado quando da formulação de

seu planejamento estratégico. A gestão de risco é um ponto no planejamento muito

mais amplo do que meramente escolhas financeiras, engloba, também, as decisões

que, de modo crítico, influenciará o futuro e a continuidade da empresa.

Uma grande parcela dos gestores quando definem as estratégias de risco,

optam por restringir suas ações à redução dos impactos do risco no planejamento

empresarial. Damodaran (2004) trás a argumentação de que essa redução de risco

é apenas parte do gerenciamento e o seu contexto deve ser ampliado de modo a

incluir dentro dos processos de planejamento ações que busquem a explorar

incertezas, tomando algumas decisões em que aumenta a exposição ao risco dado

que a empresa possua diferenciais competitivos. Desta forma, uma empresa que

compra contratos futuros com intuito de proteção as oscilações do mercado, terá um

resultado melhor em sua ação caso otimizar seus processos produtivos, invista em

adequações e modernizações de infra-estrutura, tornando essa decisão em uma

vantagem competitiva de longo prazo. Da mesma forma, pode-se reduzir riscos com

Page 21: TCC - Final

21

ações que independem da produção ou do nível tecnológico da empresa, quando da

contratação de seguros, sejam de bens, sejam de problemas produtivos.

Fica desta forma claro que gerenciar riscos exige um posicionamento

estratégico quando se utiliza essa gestão para criar vantagens competitivas e

proteção sobre fatores externos extremos que a visão somente associada à redução

de riscos empregando unicamente instrumentos financeiros.

Duarte Júnior (2005) vai além. Defende a criação de Comitê de Risco dentro

do Âmbito empresarial, como um fórum onde se busca de posições mais assertivas

em relação ao gerenciamento de risco da empresa. Esse comitê auxilia a direção na

tomada de decisões e nas principais políticas empresariais no tocante ao

planejamento estratégico, estipulação de metas, além de servir de melhor referência

no relacionamento com empregados e acionistas. Ressalta que esse comitê deve

ser composto exclusivamente com pessoas com efetivo poder de decisão.

Damodaran (2004) elabora um esquema de modelagem de estratégia de

gerenciamento de risco em 4 etapas:

Etapa 1 – realização de inventário dos riscos potenciais que a empresa está

exposta durante suas atividades;

Etapa 2 – do inventário, classificar os riscos segundo a probabilidade de

ocorrência e impactos nas decisões gerenciais para decidir quais os riscos

serão objeto de contratação de proteção, considerando se os instrumentos

contratados serão efetivos e os custos compensados;

Etapa 3 – realizar a análise de SWOT para definir quais riscos a empresa

compreende melhor que os concorrentes;

Etapa 4 – a partir das informações coletadas formular a estratégia

propriamente dita, criando diferenciais competitivos.

Page 22: TCC - Final

22

4.3. Risco e possibilidade de ganho

A grande vantagem de um gerenciamento de risco é abrir possibilidades das

empresas serem mais eficiente no momento de buscar novas fontes de recursos ou

de novos acionistas. Quando uma empresa opera desta forma é dito que está

alavancada. Estar alavancada significa a possibilidade de obter recursos para novos

investimentos ou da realização de novas operações. Essa operação permite que

uma empresa se fortaleça em uma posição utilizando capital de terceiros ao invés do

seu capital próprio. A empresa alavancada, na prática, investe mais do que

realmente possui (DUARTE JÚNIOR, 2005; ROSS, 1998).

Para a alavancagem obter êxito, a condição primordial é que as expectativas

realmente se confirmem. Os ganhos decorrentes dos investimentos têm que superar

o custo do capital captado. Somente com as informações sobre os investimentos e

com a estratégia de risco bem definida é que uma empresa pode afirmar estar

alavancada.

Na linguagem financeira, a alavancagem mostra o total de capitais de

terceiros utilizado em investimentos por uma empresa. Isso em sentido amplo.

Olhando de forma restrita, alavancagem pode ser determinada pela relação entre

endividamento de longo prazo e o capital próprio empregado pela empresa. Quanto

maior este quociente, ou quanto maior for a utilização de capitais de terceiros a

longo prazo, diz-se que a empresa possui maior grau de alavancagem (ASSAF

NETO, 2001; DAMODARAN, 2004). A empresa que realiza seus investimentos

utilizando capital de terceiros, apesar de estar alavancada, e, portanto ser atraente

do ponto de vista de seus investidores, apresenta um elevado risco embutido. Os

lucros decorrentes desses investimentos devem compensar os custos dos capitais

captados junto a terceiros utilizados (ROSS, 1998; MOTTA & CALÔBA, 2002).

Para decidir investir em uma determinada empresa, não basta somente

verificar se ela está ou não operando alavancada, e qual o grau de alavancagem. Se

for muito alto, mesmo que a empresa tenha um desempenho extraordinário nos

próximos anos, sobrará pouco ou nenhum lucro para ser distribuído entre os

acionistas, já que boa parte da receita será utilizada para cobrir obrigações.

Page 23: TCC - Final

23

4.4. Gerenciamento de risco e Governança Corporativa

Um dos processos que auxiliam no gerenciamento de risco em empresas é a

adoção da prática de Governança Corporativa. Para entender essa prática, faz-se

necessário definir o que seria a Governança Corporativa. Segundo o Instituto

Brasileiro de Governança Corporativa- IBGC é:

O sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e

incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de

Administração, Diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança

Corporativa convertem princípio em recomendações objetivas, alinhando interesses

com a finalidade de preservar e otimizar valor da organização, facilitando seu acesso

a recursos e contribuindo para sua longevidade. (IBGC, 2009, p.19)

Como dito anteriormente, o processo de gerenciamento de risco constitui-se

da adoção de práticas políticas e mercadológicas de maneira integrada. Dentro

desta ótica, a Governança Corporativa apresenta um fator vital nas tomadas de

decisões, uma vez que, decisões tomadas pelos dirigentes afetam não somente o

financeiro da empresa, mas também na sua imagem perante o público e

principalmente, investidores (BARALDI, 2005).

A Governança Corporativa parte dos níveis hierárquicos mais elevados da

empresa, que são os formuladores das estratégias, e que devem analisar os riscos

que podem ocorrer quando da implantação de novos mecanismos de controle de

uma gestão. Desta forma, os gestores devem adequar seus produtos a Governança

Corporativa para que as informações contidas nestes sejam de acordo com os riscos

envolvidos, após análise de sensibilidade, requeiram mais ou menos atenção

conforme as situações projetadas (DAMODARAN, 2004; BARALDI, 2005).

Page 24: TCC - Final

24

4.5. Gestão de riscos — Princípios e diretrizes: ABNT NBR ISO 31000

A norma NBR ISO 31000 foi estabelecida para fornecer princípios e diretrizes

genéricas para gestão de riscos em organizações (empresas). A sua utilização

independe do porte ou da origem do patrimônio (se privada ou pública). Não tem

como objetivo promover uniformidade da gestão de risco nas empresas, mas sim

clarificar os processos que envolvam a gestão de risco, fornecendo uma abordagem

que possa apoiar normas que se referem a risco. A NBR ISO 31000:2009 não é

destinada a certificações.

A NBR ISO 31000 caracteriza os processos que evolvem gestão de risco

como um conjunto de atividades devidamente planejadas para dar suporte e controle

para uma empresa no que se refere ao risco nas suas diversas formas. Ao criar uma

estrutura para gerenciar os riscos, cria-se um conjunto de informações que

fundamentam a implantação, monitoramento e análise dos riscos decorrentes da

atividade empresarial, gerando uma melhoria continua na gestão de risco (ABNT,

2009).

4.5.1. Estrutura geral da ABNT NBR ISO 31000

Segundo a ABNT NBR ISO 31000 para a gestão de risco obter sucesso

dependerá do que a estrutura da empresa fornecerá aos princípios que regem o

gerenciamento de risco, em todos os níveis empresariais. A estrutura auxilia

eficazmente o gerenciamento dos riscos dos processos que envolvem a empresa

em diferentes níveis organizacionais. A estrutura garante que as informações dos

riscos decorrentes dos processos organizacionais sejam corretamente direcionada e

utilizada nas tomadas de decisão e determinando a responsabilidade em cada nível

da empresa.

A Figura 1 demonstra os componentes da estrutura de gerenciamento de

risco e a maneira que essas se correlacionam.

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Figura 1 — Esquema da correlação dos componentes para o gerenciamento de riscos Fonte: ABNT NBR ISSO 31000 (p.9)

A estrutura proposta pela NBR ISO 31000 não determina um sistema de

gestão, mas se propõem a auxiliar a empresa a integrar a gestão de risco ao

sistema de gestão geral da organização (ABNT, 2009).

Uma vez que as práticas de gestão de risco já estejam implantadas na

organização, estas devem ser constantemente analisados a fim de estabelecer a

sua suficiente eficácia.

A NBR ISSO 31000 estabelece que o processo de gestão de risco é

composto por 7 etapas, demonstrado na Figura 2.

Figura 2 – Processo de Gestão de Riscos Fonte: ABNT NBR ISSO 31000 (p.14)

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O primeiro processo é e da Comunicação e Consulta, que prioriza o

desenvolvimento dos planos de comunicação interna para que os agentes

responsáveis pela gestão de risco tenha entendimento exato a respeito da

fundamentação da tomada de decisão. Essa etapa visa assegurar que, uma vez o

risco identificado, reúna as áreas especializadas para sua análise e garanta o apoio

ao planejamento de tratamento de riscos e aprimoramento da gestão de longo

prazo.

O segundo processo, Estabelecimento do Contexto, tem como foco a

articulação dos objetivos organizacionais, determinando parâmetros externos e

internos que serão considerados no gerenciamento de riscos. Nesta etapa estipula o

escopo e os critérios para serem adotados frente aos riscos para o restante do

processo. Determinam, também, as responsabilidades, métodos e estudos a serem

realizados.

A etapa seguinte, Processo de Avaliação de Riscos, é desmembrada em 3

processos:

Identificação de Risco: que identifica a fonte de risco. Um risco não

identificado não será analisado e avaliado, o prejudica o processo

como um todo;

Análise de Risco: envolve o exame das causas e fontes de risco e seus

impactos, sejam positivos ou negativos e os efeitos da ocorrência; e

Avaliação de Risco: que auxilia a tomada de decisão, comprando o

nível de risco analisado com os parâmetros estabelecidos pela

empresa no processo de contextualização.

Na sequência, Tratamento de Riscos, é a etapa onde se seleciona as opções

para tratar como a empresa deve se comportar frente ao risco.

O último processo. Monitoramento e Análise Crítica, é a etapa de

retroalimentação do processo de gestão que visa garantir controle sobre os

processos anteriores aperfeiçoando todo o processo de gerenciamento de risco.

A NBR ISO 31000 preconiza que as atividades do processo de gestão devem

ser rastreáveis, para que seus fundamentos permitam uma melhora contínua nos

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processos gerenciais. Esses processos devem se tornar cultura da empresa e não

uma atividade em separada da empresa.

4.6. Monitoramento de risco

Como dito anteriormente, a NBR ISO 31000 preconiza a necessidade do

monitoramento do risco como fator retroalimentador do gerenciamento de risco.

Esse processo busca apresentar as respostas frente ao risco de forma ágil e

continua, para apresentar possibilidades de correção de atuação ou, em certos

momentos, promover a mudança de comportamento.

Monitoramento, então, é avaliar a existência e o desempenho dos processos,

tanto no ambiente interno da empresa, quanto em seu ambiente externo. No

ambiente interno, avaliar se os objetivos propostos estão bem definidos e fixados por

parte dos responsáveis pelos controles. Se os mecanismos de identificação de

riscos estão sendo utilizados de maneira eficiente e se o fluxo de informações está

sendo dinâmico para que as ações de mitigação do risco estejam sendo realizadas.

As deficiências devem ser remetidas imediatamente para as instâncias competentes

(IBGC, 2009). Em nível externo, manter atualizados os dados da concorrência e

sobre o comportamento mercadológico, principalmente no tocante as novas

demandas do mercado e mutações tecnológicas.

A eficácia do gerenciamento de riscos de uma empresa depende diretamente

do grau de monitoramento dos processos por ela efetuado. Quando esse

monitoramento é feito de forma mais eficaz, as inconsistências nos processos são

mais facilmente identificadas, permitindo, assim, que as medidas corretivas sejam

mais rapidamente processadas.

Todos os processos devem passar por avaliações constantes e de

preferência de forma independente, para que os agentes responsáveis não

influenciem nas modificações necessárias para as correções estruturais ou

estratégicas da empresa. Em geral, essas avaliações independentes ocorrem após a

constatação de fato que demonstra a ineficiência do monitoramento ou do controle

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de procedimentos e, portanto, fazendo com que a empresa enfrente um risco

desnecessário ou avalie de forma equivocada os impactos dos riscos em seus

resultados (IBGC, 2009)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Gestão de Riscos se tornou uma importante ferramenta empresarial em

que, se bem utilizada, permite a obtenção de ganhos, quer financeiros, quer

competitivos, em curto, médio e longo prazo. Foi demonstrado que não existe uma

única maneira de gerenciar os riscos inerentes a atividade empresarial, mas formas

de torná-lo uma fonte de possibilidades de oportunidades. Dos modelos tradicionais,

onde pequenas empresas podem ter uma visão mais clara na hora da tomada de

decisão, a modelos mais elaborados que permitem um norteamento no momento de

realizar ou não um investimento, conhecer esses mecanismos permite um aumento

na probabilidade de ganhos.

Ao indicar a utilização de uma normativa, verifica-se que, independente do

porte da empresa ou de seus objetivos, todos os processos empresariais devem ser

bem definidos e controlados, inclusive indicando, claramente, os responsáveis em

cada momento de ação nos procedimentos organizacionais. Regras claras,

resultados alcançados.

Gerenciar Riscos é gerenciar as atividades internas e externas a empresa, ter

mecanismos de enfrentamento de potenciais perigos a sua atividade e saber como

se comportar quando esses perigos se concretizem. Ter o conhecimento da

natureza do risco e como transformá-lo em oportunidade tornou-se peça

fundamental na gerência das empresas.

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