tat - esquema de interpretação da análise de conteúdo

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T.A.T.: ESQUEMA DE INTERPRETAÇÃO DA ANÁLISE DE CONTEÚDO Profª Ana Luiza Alves

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Esquemas de interpretação e análise do Teste de Apercepção Temática - TAT.

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T.A.T.:

ESQUEMA DE INTERPRETAÇÃO DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

Profª Ana Luiza Alves

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TEMA 

() CLICHÊ () NÃO CLICHÊ

Nível descritivo - resumir a história relatada pelo examinando numa forma mais simples.

Nível interpretativo – alcançar o significado oculto obtido no nível descritivo.

Nível diagnóstico – transformar as impressões do nível interpretativo em uma formulação definitiva.

IDENTIFICAÇÃO DO HERÓI

- O personagem com quem o sujeito se identifica e também o mais parecido com ele quanto ao sexo, idade, sentimentos, dificuldades e emoções.

- Pode ser representado por um ou mais personagens; a identificação do sujeito poderá modificar-se no decorrer da história com o aparecimento de diversos heróis; pode haver heróis competidores...Ex: policial e ladrão – um deles pode estar representando forças do superego (o policial) contra impulsos anti-sociais (o ladrão) – é a expressão de uma situação conflitiva interna, configurando um conflito entre duas instâncias da personalidade, projetado no conteúdo manifesto da verbalização.

- O sujeito pode narrar uma história que contenha outra, isto é, o herói conta uma história em que observa outro herói com que se simpatiza – nesse caso há um herói primário e um herói secundário.

- Quando o herói se identifica com um personagem do sexo oposto, expressa deste modo essa parte de sua personalidade.

- As relações que se estabelecem entre o herói e os demais personagens podem refletir atitudes conscientes ou inconscientes do sujeito frente aos mesmos, bem como podem revelar os papéis que estes desempenham (frustração, estimulação, etc.).

- Quando não são introduzidas relações interpessoais, pode-se levantar a hipótese de pobreza quanto à sociabilidade e às relações objetais.

- É importante identificar traços e tendências, bem como atitudes frente à autoridade, sendo possível relacionar: superioridade (capacidade, prestígio, poder); inferioridade (incapacidade, desprestígio, debilidade); introversão; extroversão.

- Atitudes frente à autoridade: domínio ou submissão; dependência ou independência; medo ou agressão; gratidão ou ingratidão; orgulho ou humildade.

- A adequação do herói será observada através da habilidade do personagem para realizar tarefas em circunstâncias de dificuldades externas e/ou internas, de maneira que resultem aceitáveis: social, moral, intelectual e emocionalmente.

NECESSIDADES DO HERÓI

- As necessidades podem ser expressas como impulsos, desejos ou intenções ou, ainda, como traços de condutas manifestos nas histórias.

- Constructo que representa uma força, de modo a transformar uma situação insatisfatória existente, gera um estado de tensão que conduzirá à ação, reduzindo a tensão inicial e restabelecendo o equilíbrio.

- Pode ser produzida por forças internas ou externas, sendo sempre acompanhada por sentimento ou emoção.

- A identificação das necessidades se faz através das declarações explicitas do sujeito: “ele quer...” – “ela procura...” ou, a partir do comportamento do herói.

- Murray (28 itens): realização; aquisição; aventura; curiosidade; construção; oposição; excitação; nutrição; passividade; gozo lúdico; retenção; sensualidade; conhecimento; afiliação (estar junto de amigos); agressão; domínio; exposição; proteção; reconhecimento; rejeição; sexo; socorro; humilhação; autonomia; evitação de culpa; deferência (respeito e consideração); evitação de dano; exibicionismo.

FIGURAS, OBJETOS OU CIRCUNSTÂNCIAS INTRODUZIDAS

- Quando o examinando inclui na história, determinados personagens, objetos ou circunstâncias que não estão presentes na lâmina é porque se trata de elementos que representam determinadas necessidades.

- Examinar os personagens ou outros elementos justificados pela realidade da lâmina.

- Reconhecer aqueles presentes no estímulo mas que se apresentam de forma distorcida.

- Se o sujeito introduz situações de alimentação pode-se pensar em necessidades de gratificação oral.

- Se a mãe aparece quando não há personagens femininas pode-se pensar em dependência.

FIGURAS, OBJETOS E CIRCUNSTÂNCIAS OMITIDAS OU DISTORCIDAS

- Quando o examinando exclui o que é evidente no estímulo é porque se trata de elementos que representam determinada necessidades.

- Reconhecer aqueles presentes no estímulo mas que se apresentam de forma distorcida.

- Identificar os personagens ou objetos não suscitados pelos elementos da realidade da lâmina mas que são introduzidos pelo sujeito, justificados pela imaginação mas frequentemente a serviço de objetos defensivos.

- Especialmente importantes parecem ser os elementos utilizados como distorcidos com o fim de obstruir um determinado estímulo ou conflito.

CONCEPÇÃO DO AMBIENTE

- Aqui se trata de determinantes do meio externo que podem impedir a satisfação da necessidade representando a forma como o sujeito vê ou interpreta o seu meio.

- É essencial identificar as pressões que o herói percebe como advindas do ambiente e os efeitos das mesmas.

- Perceber como tais pressões são enfrentadas, desviadas, negadas ou deformadas.

- Podem ser encontrados referências de meios protetores, ameaçadores, hostis, amistosos, rejeitadores, acolhedores e etc.

- O ponto básico a ser considerado é se o sujeito percebe o seu ambiente para dificultar, obstaculizar ou favorecer as suas necessidades, seus motivos e intenções.

- Algumas das principais pressões, reais ou fantasiadas que o sujeito recebe e que representariam as necessidades das pessoas com as quais ele se relaciona: aquisição, afiliação, agressão, conhecimento, deferência, conformismo, respeito, domínio, exemplo, exposição, proteção e rejeição.

FIGURAS PERCEBIDAS COMO... REAÇÃO DO HERÓI

- É importante saber como o herói vê as figuras dos pais ou outras figuras de autoridade bem como, as da sua mesma faixa etária e as mais jovens que ele.

- Qual é a reação dele a tais figuras?

CONFLITOS SIGNIFICATIVOS

- Consistem em estados interiores do herói, desejos incompatíveis e concomitantes. Os conflitos transparecem através da ação de forças ou tendências opostas da personalidade e podem se expressar pela oposição entre as necessidades, pela presença de heróis com traços opostos ou pelas oposições manifestadas nos personagens. Refletem o choque de diferentes instâncias da personalidade evidenciando-se mais nitidamente entre os seguintes pares de opostos: passividade/ atividade; dependência/ independência; realidade/ prazer.

- Referem-se a desejos incompatíveis, impulsos que se opõem ao superego ao ambiente.

- Podem ser expressos nas histórias, através de diferentes ações, desejos, pensamentos do herói, afetos do herói ou então, como o sujeito articula a trama de seu relato.

- A intensidade do conflito precisa ser avaliada. A vulnerabilidade costuma transparecer através de forte mobilização afetiva e ansiedade.

- Examinar quais tipos de afetos, em qual direção e de que forma.

- Examinar como surgem e como se resolvem.

- Quais estados interiores parecem importantes?

- Como são as manifestações de amor e de sentimento de culpa?

Quais conflitos aparecem?

NATUREZA DA ANSIEDADE

- É importante identificar o tipo de ansiedade que se faz presente (persecutória, de separação, de abandono...). A ansiedade é o resultado de uma expectativa de invasão do organismo por excesso de tensões e estímulos.

- Surge de uma situação perigosa incorporada, que uma vez foi sentida como externa.

- Surge da introjeção de ameaças de punição ou perda de amor, sustentadas nas normas morais e experienciadas como sentimento de culpa.

- As ansiedades referem-se ao que está por trás do conflito: o quê incomoda o sujeito? O quê ele não gostaria de perceber? O quê está tentando preservar?

- Ansiedades mais freqüentes são relativas a: auto-imagem, sexualidade, abandono, perda do objeto de amor, solidão, depressão, tristeza, desespero, punição, desaprovação, males ou danos físicos, privação, destruição, morte, loucura, impotência, passividade, submissão, agressividade, conteúdos internos de modo geral e perdas.

- Verificar a presença de ansiedade perturbadora ou distanciamento excessivo dos temas.

ADEQUAÇÃO DO SUPEREGO

- A ação do superego pode ser identificada nas expressões de culpa ficando implícito que um castigo é merecido ou então, surgir na forma de autojustificativa (em termos de aprovação e desaprovação, crítica e na exigência de reparação).

- Trata-se da relação entre a manifestação do impulso e as conseqüências.

- O grau de severidade do superego deve ser avaliado analisando-se a relação existente entre o tipo de castigo e a magnitude da ofensa: o castigo é proporcional ao crime?

- Determinar se o superego do herói é severo, rígido ou indulgente: superego severo: o sujeito é exigente consigo mesmo; superego rígido: o herói é punindo de forma drástica e definitiva pelo menor deslize; superego atuante: a punição é compatível com a ofensa; superego flexível: permite certos deslizes sem conseqüências; superego frágil: não apresenta qualquer punição aos atos anti-sociais do herói.

INTEGRAÇÃO DO EGO

- A maneira como o herói lida com os problemas que enfrenta nas lâminas possibilita-nos a compreensão da força do ego, o quanto o sujeito está consciente de seus conteúdos e sua capacidade para elaborá-los.

- De acordo como o sujeito maneja os impulsos do id, as exigências da realidade e as ordens do ego poder-se-á compreender a integração ou não do ego.

- Considerar a qualidade do relato, a riqueza das histórias, as interferências da ansiedade, o uso e eficiência das defesas e os desenlaces.

- Devem ser considerados: qualidade do relato; riqueza das histórias; interferência da ansiedade (hesitações, fuga do tema, longo tempo de latência, pausas); uso e eficiência das defesas; desenlace das tramas.

- Boa integração do ego: bom nível de vocabulário e riqueza de conteúdo nas histórias; os desenlaces são realistas e as soluções são adequadas.

- Integração razoável: aumento da ansiedade e das defesas, desenlaces fantásticos ou dependentes do meio, não há busca de soluções e nem perspectivas para saídas de crescimento.

- Fraca integração do ego: relato pobre, descritivo, hesitante, contraditório. Uso intenso de mecanismos de defesa.

- Ego desestruturado: conteúdos inconscientes invadem o consciente sem qualquer defesa – o contato com a realidade fica comprometido; relato com pouca ou nenhuma relação com o estímulo.

COMPORTAMENTOS

- É essencial estar atento para os aspectos disfóricos (alterações mórbidas, mal estar) e maníacos: como aparecem? Como se sucedem? Como são resolvidos?

- Exclamações ou comentários: o sujeito perde a distancia em relação ao estímulo e deixa-se levar por ele – refletem impulsividade e instabilidade emocional.

- Digressão: comentários alheios ao teste, desejo de sair da situação para aliviar a ansiedade provocada pelo estímulo.

- Necessidade de aprovação: busca de apoio, emocionabilidade lábil e ansiedade.

- Ansiedade manifesta: toda manifestação de temor ou de mal-estar – o relato é perturbado pelo fracasso no uso das defesas.

- Observações críticas sobre o teste, sobre o material, sobre o examinador ou sobre o personagem: agressividade devido à ansiedade aumentada.

- Recusa em contar uma ou mais histórias: rejeição à prancha, intensa agressividade associada a certo afastamento.

DEFESAS MAIS FREQUENTES

- Racionalização: evidencia-se pelo uso de argumentos lógicos que podem ser convincentes ou não, para justificar uma atitude do herói ou uma ação por ele sofrida.

- Negação: manifesta-se através da negação do conteúdo ansiógeno – Exemplo: “ele poderia não estar triste...”.

- Anulação: substituição da história por outra – Exemplo: “ele matou a mulher... não, ele está cansado!”

- Formação reativa: determinado conteúdo esperado apresenta-se sob a forma de seu oposto, em todo o protocolo – Exemplo: pranchas que sugerem agressividade trazem relatos com conteúdo de apoio.

- Projeção: alguns conteúdos se apresentam no comportamento das personagens secundárias e não do herói – Exemplo: “alguém matou a mulher... um ladrão, talvez” – é freqüente a introdução de personagens que sirvam de receptáculo a esses conteúdos.

- Repressão: ausência de qualquer referência ao conteúdo ansiógeno ao longo de todo o protocolo (agressividade, sexualidade, etc.).

- Regressão: o comportamento do herói é inadequado à faixa etária a ele atribuída ou o discurso é infantilizado como: “coitadinho” – “tristinho” – “mamãezinha, assim não dá...”.

DESFECHO

- Permite a avaliação da adequação ou não à realidade e a compreensão da força do ego.

- Qual é o desenlace?

- Como o herói resolve suas dificuldades e seus conflitos?

- Como trabalha suas necessidades internas?

- Como enfrenta as pressões que provêm do ambiente?

- Identificar o êxito ou fracasso na resolução das dificuldades, verificando qual a proporção existente entre os finais felizes e infelizes, claros e indecisos, otimistas e pessimistas, mágicos e realistas ou ainda convencionais.

- Examinar se o herói demonstra insight das suas dificuldades, se dissocia no desfecho ou integra suas percepções conseguindo chegar a conclusões ou não.

Tempo de latência:

Tempo total:

Principais dados: