sócrates, platão e os sofistas
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Aula de Filsofia Pré Federal BH 2012TRANSCRIPT
SÓCRATES E OS SOFISTAS
SOFÍSTICA
Em meados do século V a.C., irrompeu na Grécia
um movimento cultural sui generis, que teve
consequências decisivas para o mundo ocidental.
Nascia a Sofística, promovida pelos Sofistas.
Identificados como educadores profissionais que
davam instruções a jovens, e exercícios públicos de
eloquência, por pagamento.
OS SOFISTAS
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de
sophia «sabedoria», e designa todo o homem que
possui conhecimentos consideráveis em qualquer
ramo do saber, nomeadamente gramática,
astronomia, geometria, música, entre outras.
Os sofistas ensinavam qualquer um que desejasse
aprender, não importando a origem social do mesmo.
Eles realmente cobravam por seus ensinamentos,
mas não exigiam do aluno qualquer conhecimento
prévio.
Assim seus cursos partiam desde os níveis mais
elementares. Recebendo sempre alunos em
diferentes níveis de aprendizagem.
Numa sociedade que desprezava os trabalhos
técnicos, os sofistas não se intimidavam em aprender
e ensinar estas artes.
Protágoras, um dos mais importantes sofistas dava
primazia ao ensino da técnica.
Eram herdeiros tanto dos filósofos pré-socráticos
(estudiosos da física), como dos poetas.
O sofista era alguém a que hoje
chamaríamos de sábio.
Ensinavam tudo o que se podia
ensinar, "tinham a pretensão de
formar homens completos,
habituados a todas as subtilezas do
pensamento refletido, hábeis em
manejar a palavra, corajosos e
fortes na ação, dignos de todos os
triunfos, de todas as felicidades".
Landormy (1985:13).
EM OUTRAS PALAVRAS...
A QUEM DIGA, NO ENTANTO:
Que os sofistas praticavam um ensino desligado de
preocupações de ordem ética.
Como diz Landormy (1985:15), fingiam "adoptar as
opiniões comuns, a moral das pessoas honestas, os
preconceitos ou as superstições do povo" de modo a
agradarem ao maior número de pessoas.
O seu objetivo principal era agradar de forma a
obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos
valores essenciais.
Daí o uso artificioso da oratória e da retórica como
forma precisamente de, através da palavra,
conseguir persuadir os cidadãos.
Pelo contrário, como diz
Bonnard (1980: 442) "Sócrates
quer educar o seu povo, conduzi-
lo à consciência do seu
verdadeiro bem, ao perigo e à
nobreza da escolha. Quer libertá-
lo da servil obediência à opinião
estabelecida, para o
comprometer no livre serviço da
verdade severamente verificada.
SÓCRATES
....Quer tirá-lo da infância, que pensa e age por
imitação e constrangimento, para fazer dele um povo
adulto, capaz de agir por razão, de praticar a virtude
não por temor das leis e do poder (ou de deuses ao
seu dispor), mas porque sabe de ciência certa que a
felicidade é idêntica à virtude" .
Sócrates acreditava que se, através do seu método,
conseguisse levar as pessoas a descobrirem o que é
a aretê(VERDADE), então esta descoberta obrigaria
os seus interlocutores a agir de forma virtuosa.
DIÁLOGO COM PROTÁGORAS
O ponto curioso deste diálogo é que, na primeira fase da
discussão, Sócrates dúvida que a virtude possa ser ensinada,
enquanto Protágoras, como sofista, entende que sim.
Mas, no decorrer da argumentação, Sócrates vai analisar as
várias virtudes e conclui que todas elas são uma única, que todas
se identificam com o conhecimento do Bem.
Nesse momento, acaba por concluir que a virtude pode ser
ensinada e é Protágoras quem passa a considerar duvidosa essa
possibilidade.
Uma outra diferença fundamental separa Sócrates dos
Sofistas.
É que, enquanto aqueles se consideravam sábios,
profundamente conhecedores de várias matérias, e,
justamente por essa razão, se faziam pagar pelos seus
ensinamentos, Sócrates defendia aquela fórmula tão célebre
quanto enigmática pela qual ficou para sempre conhecido:
"Só sei que nada sei"
Sócrates combateu os sofistas, julgou com
severidade o uso que faziam da arte da palavra, que
segundo ele não visava estabelecer o verdadeiro mas
produzir a aparência.
Sócrates defendia energicamente a necessidade e
a possibilidade de conhecer a verdade.
Sócrates está à procura do logos, o sentido do ser
em si mesmo.
O logos filosoficamente falando é a razão que se dá
de algo, ou o que hoje chamaríamos de conceito.
Ele tomou como ocupação exclusiva da sua vida, ajudar a
descobrir em cada homem a verdade que nele existia.
Mesmo sem salário e quase sem esperança, exerceu até à
morte este serviço de educador do seu povo, o mais
insubmisso de todos os povos.
É esta a sua maneira de ser cidadão.
PLATÃO E ARISTÓTELES
Apesar de não cobrarem por seus
ensinamentos como os sofistas, Platão e
Aristóteles recebiam presentes de seus alunos,
entre eles Alexandre (O Grande), e boa parte
da aristocracia grega.
Na verdade para ser membro da Academia (escola de
Platão), ou do Liceu (escola de Aristóteles), eram exigidos
conhecimentos prévios que só filhos da aristocracia
poderiam ter.
E, ao que consta, os tais presentes eram bastante
generosos, para sustentar tanto a Academia quanto o
Liceu, e seus respectivos mestres.
PLATÃO
Platão, o mais famoso dos discípulos de Sócrates,
nasceu no seio de uma das mais tradicionais famílias da
aristocracia política de Atenas.
Ao completar 20 anos, conheceu seu mentor, que
mudaria para sempre o rumo da sua vida.
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-platao-
contra-os-sofistas#ixzz2CChCsLvG
"Platão era de família aristocrática, o que torna
notável o fato de ele acreditar que os governantes
não deveriam ser escolhidos por sua origem, e sim
pela inteligência e força de caráter.
Acima de tudo, o oportunismo dos políticos
atenienses, que acabou culminando no julgamento e
na sentença de morte de Sócrates, convencera
Platão a considerar com muita seriedade as
qualidades necessárias a um bom líder", explica
Drosdek (p. 26).
Em 387 a.C. Platão criou a
Academia, o primeiro centro
de ensino superior do
Ocidente, afirma Leite (p.
27):
"Até então, a educação
superior nunca havia
assumido essa forma
corporativa, organizada,
sedentária, com distribuição
de cursos e matérias, que
imprimiu Platão à Academia
Com relação à sua doutrina, é interessante
recorrer ao "mito da caverna", incluído no livro VII
de "A República", recomendam Aranha e Martins (p.
121):
Leia mais: http://jus.com.br/revista/texto/20758/etica-direito-e-justica-socrates-e-
platao-contra-os-sofistas#ixzz2CCiBzPnD
O MITO DA CAVERNA
"Platão imagina uma caverna onde pessoas estão
acorrentadas desde a infância, de tal forma que, não
podendo ver a entrada dela, apenas enxergam o seu
fundo, no qual são projetadas as sombras das coisas
que passam às suas costas, onde há uma fogueira.
Se um desses indivíduos conseguisse se soltar das
correntes para contemplar à luz do dia os
verdadeiros objetos, ao regressar, relatando o que
viu aos seus antigos companheiros, esse o tomariam
por louco e não acreditariam em suas palavras."
Aqui, em termos relacionados ao conhecimento
(epistemologia), faz uma separação entre mundo
sensível (dos fenômenos) e mundo inteligível (das
idéias gerais).
O mundo sensível é percebido pelos sentidos,
sendo ilusório, múltiplo, com réplicas imperfeitas do
verdadeiro.
Para Platão, o mundo das idéias gerais refletia a
doutrina de Parmênides, nos quais o ser é imóvel,
enquanto o mundo sensível se espelhava em
Heráclito, que afirmava a mutabilidade essencial do
ser. Na vida terrena, se experimenta a mutabilidade;
no Hades (além-vida), a permanência.
Parmênides
defende a idéia
da identidade
do Ser.
PARMÊNIDES E HERÁCLITO
Heráclito
defende a idéia de
que tudo está em
movimento.
EM SUMA
Para Platão, a verdade é absoluta e a Filosofia é a
busca da verdade pela intelectualidade.
Chamada de Idealismo, a Filosofia Platônica
considera a idéia como o princípio da realidade.
A IDÉIA
A sociedade atual é materialista no sentido que o
princípio do materialismo não é a idéia, mas a
matéria.
Para Platão, a idéia de uma coisa é a realidade
dessa coisa.
A idéia é uma abstração. É a essência e é invisível.
A IDEIA
Quando entendemos alguma coisa é porque
idealizamos essa coisa.
A idéia é universal, conceitual e abstrata.
É única e imutável.
É eterna, pois reside na alma.
As coisas têm aparência e essência.
A essência de alguma coisa é o que esta coisa é e
não a aparência.
A aparência é a sombra e é ilusória sempre.