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São Paulo, 17 de maio de 2011 Sistemas de Informações Governamentais Otavio Prado Tópicos •O uso estratégico da Tecnologia da Informação; •Prestação de contas; •Prestação de serviços aos cidadãos; •Participação democrática no ambiente digital; •Estágios de Governo Eletrônico e e-democracia; •Transparência e Accountabillity.

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São Paulo, 17 de maio de 2011

Sistemas de Informações Governamentais

Otavio Prado

Tópicos

•O uso estratégico da Tecnologia da Informação;•Prestação de contas;

•Prestação de serviços aos cidadãos;•Participação democrática no ambiente digital;

•Estágios de Governo Eletrônico e e-democracia;•Transparência e Accountabillity.

O que são TICS - Tecnologias de Informação e Comunica ção?

Algumas definições:

“Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) podem ser entendidas como a utilização de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação”. (Freitas Jr., 2003)

“Todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar e/ou processar dados e ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada ao produto, quer esteja aplicada ao processo.” (Cruz, 2003).

“(TI) é a logística indispensável à realização do processo de informação, a qual não se reduz somente à informática, como poderia parecer inicialmente. Define-se o sistema de informação como o conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da organização, das tecnologias de informação (hardware e software), dos procedimentos e métodos que deveriam permitir à empresa dispor, no tempo desejado, das informações que necessita (ou necessitará) para seu funcionamento atual e para sua evolução”. (Mañas, 1999).

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Evolução da TICs

Emergência das novas TICs está ligada ao desenvolvimento da informática e dos sistemas de transmissão de dados.

Desenvolvimento tecnológico que deu origem à denominada Era da Informação surge contemporaneamente aos movimentos de Reforma do Estado.

Reforma do Estado

Emergem nos países capitalistas a partir da década de 1980, como tentativa de resposta à grande crise do Estado intervencionista de tipo keynesiano e aos modelos de Welfare State construídos no pós-guerra.

Primeiros sintomas : Anos 1970. Recessão econômica, enormes déficits fiscais e o conseqüente questionamento das despesas públicas, em particular as do Welfare State. Problemas se tornam mais agudos com a globalização e as mudanças tecnológicas dos anos 1990.

17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

Primeira geração:Os primeiros movimentos da Reforma visavam diminuir o tamanho do aparato estatal e diminuir os gastos públicos.Viés claramente fiscalista, mas que visava também proporcionar uma reestruturação do modo de intervenção e gestão do aparelho estatal.

Ideia recorrente: A diminuição do tamanho do Estado, tirando-o de áreas que não fossem diretamente ligadas às suas finalidades estratégicas, resultaria o aumento da sua eficiência.

Segunda geração:anos 1990. Centrou a discussão na necessidade de tornar mais eficiente a gestão dos recursos públicos e de aumentar a participação da sociedade na sua gestão e na supervisão dos serviços públicos.

Controle e a responsabilização democrática são temas fundamentais nas discussões sobre as reformas da gestão pública.

Temas da accountability, transparência e controle social entram na agenda dos governos.

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O que é Governo eletrônico?

Surgimento

Apesar dos governos sempre terem feito uso das TICs disponíveis, o conceito surge apenas no final dos anos 1990, associado à disseminação e consolidação da idéia de comércio eletrônico (e-commerce).

Definição sintética

Governo eletrônico é o uso das modernas TICs, em especial da internet, pelos governos.

Três objetivos sobressaem nas definições:

1) Promoção de um governo mais eficiente (1ª geração);

2) Provimento de melhores serviços aos cidadãos;

3) Melhoria do processo democrático (2ª geração).

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Contexto do Surgimento do Governo Eletrônico

•Surgimento das novas TICs, a partir da década de 1970;

•Movimentos de Reforma do Estado, a partir da década de 1980.

•Vertiginoso desenvolvimento da informática e da Internet;

•Emergência de temas como accountability e transparência.

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Perspectiva histórica e temporal

Uso da expressão governo eletrônico deriva da associação com a disseminação e consolidação do comércio eletrônico (e-commerce), na segunda metade da década de 1990, em analogia ao uso das novas TICs nos diversos níveis de governo.

Duas gerações de programas de governo eletrônico (PR ADO, 2009).

A primeira caracterizada pelo surgimento de programas voltados às questões internas do governo, com foco na busca de eficiência e controle de custos, objetivos da primeira geração de reforma do Estado.

Na segunda geração de programas de governo eletrônico, passam a predominar ações ligadas à melhoria das relações do governo com seu público externo, mostrando um movimento em direção à maior disponibilização de serviços via internet e melhoria da transparência governamental, associada à necessidade de aumento da credibilidade do governo perante o público externo. Nesta geração o tema do controle social é colocado.

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Tipos de Governo eletrônico segundo foco das aplica ções

Grönlund e Horan (2004):O termo governo eletrônico deveria se referir a todas as ações que ocorrem dentro de uma organização governamental, ainda que o mesmo seja freqüentemente usado, de forma restrita, para aquelas atividades que provêm serviços aos cidadãos. Este termo seria preferível sempre que se considerasse o uso das TICs na esfera pública. O uso das TICs envolvendo o relacionamento do governo com a sociedade deveria ser preferencialmente tratado por meio do termo “governança eletrônica ”.

Maggiolini (2005):Hoje a expressão e-government é sinônimo de utilizações da Tecnologia da Informação e Comunicação na administração pública. Porém, em sua definição, o governo eletrônico é uma maneira avançada, eficiente e eficaz de governar ou de dar suporte as atividades de governo. Esta é a definição. Mas atualmente o que temos de fato nesse campo é somente um modo fortalecido, diferente e inovador de organizar a gestão interna da administração pública, a gestão de pessoal, a gestão de recursos – como qualquer empresa faz. O governo eletrônico também é utilizado para fornecer novos serviços públicos, além de disponibilizar antigos serviços públicos de modo mais desenvolvido. [Estes serviços] não têm propriamente nada a ver com atividades de governo, e sim com e-administration, ou administração eletrônica.17/05/2011 Sistemas de Informação Governamentais

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Sociedadecivil

Público

Setores do governo

Setor privado Rede integrada

Instâncias de governo(nacional e subnacional)

Modelo de governo eletrônico proposto pela ONU

Fonte: UNITED NATIONS, 2004, p.10.

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Portal de Atendimento(INTERNET)

SistemasInternos

(INTRANET)

Sistemas Estruturadores

(EXTRANET)

Atendimento ProcessosGestãoInterna

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rutu

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Apl

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ão

Interação com Cidadão(Cidadãos, Empresas, Governos, Poderes,

Academia, Comércio)

Integração entre Serviços (SIAFI, SIAPE, SIASG,

Educação, Saúde, Previdência, etc.)

Infraestrutura Tecnológica(TIC)

Modelo de Integração de Sistemas de Governo Eletrônico

Fonte: DINIZ, BARBOSA, JUNQUEIRA, 2006.

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Etapas:

Atores:

FatoresInfluenciadores:

AspectosPolíticos

Elaboração de Políticas de

e-Gov

Concepção de Projetos de

e-Gov

Implantação de Projetos de

e-Gov

AltaCúpula

Governo

Alta Cúpula Local

EquipeTécnica

Aspectos Institucionais

Aspectos de Implementação(TI + Negócio)

Institucionalização de Programas de Governo Eletrôn ico

Legenda:: Forte Ligação : Média Ligação : Fraca Ligação

Operação e Manutenção de

Projetos de e-Gov

Fonte: Barbosa; Junqueira; Diniz; Prado, 2007

17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

Análise histórica de E-gov no Brasil

19601950 2000

Fonte: Adaptado de Reinhard; Dias, 2005; Diniz, 2005

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Exemplo do Programa Federal de Governo Eletrônico

Fonte: Prado, 200917/05/2011 Sistemas de Informação Governamentais

Otávio Prado

Classificação em estágios de desenvolvimento de governo eletrônico utilizada pela ONU em seus benchmarks.

É feita pela observação de portais governamentais. De forma sintética, os estágios propostos pela ONU são:

•Estágio I - Emergente: nota-se uma simples presença on-line do governo.•Estágio II - Aprimorado: existem mais dados e informações sobre o governo e os links para tais informações podem ser facilmente acessados por meio do portal.•Estágio III - Interativo: os portais permitem a realização de serviços online.•Estágio IV - Transacional: os portais passam a permitir a comunicação dos governos com os cidadãos em uma via em duplo sentido. Transações podem ser realizadas on-line.•Estágio V - Conectado: o governo se transforma em uma entidade conectada que permite responder às necessidades dos cidadãos por meio do desenvolvimento de uma infra-estrutura integrada. (UNITED NATIONS, 2008, p. 16)

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Classificação do Brasil nos Benchmarks da ONU

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Síntese - Governo Eletrônico

Compreende o uso pelos governos das TICs, compondo um Sistema Integrado de Gestão.

•Atividades de planejamento;•Agregação dos sistemas de informação específicos de cada setor da organização;

•Centrais de atendimento e ouvidoria;•Gestão orçamentária, de custos, financeira e contábil;•Gestão de suprimentos, compras, licitações, contratos e materiais;

•Gestão tributária e de arrecadação;•Protocolo e controle de processos;•Fiscalização;

•Gestão de projetos e obras;•Recursos humanos e folha de pagamentos;•Integração interna e com agentes externos.

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Democracia Representativa

Sartori (1994): Para haver uma democracia, é necessário um governo que represente o povo governante, e essa representação é obtida por meio de eleições. Como as eleições devem representar as decisões do povo, é necessário considerar-se como o povo adquire opiniões que o facultem a decidir por um ou outro governante.

Ao escrever sobre a democracia e poder invisível, Bobbio (1986) cita um dos lugares comuns sobre a democracia: de que ela é o governo do visível e que por princípio nada deva permanecer escondido. Democracia é o “governo do poder público, em público”.

E-democracia

Segundo o conceito do Government Online International Network (GOL-IN, 2001), a e-democracia passa por quatro etapas:

• Assegurar acesso e acessibilidade às informações governamentais;• Conduzir projetos pilotos na área de consultas públicas em meio eletrônico;• Coordenar projetos pilotos, compilar os resultados e desenvolver padrões para consultas públicas eletrônicas;• Ajustar formalmente os processos políticos, operando mudanças na legislação e nas instituições para se adequar a e-democracia.

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Accountability

Accountability democrática inclui distintas etapas: 1) prestação de contas dos governantes, em especial quanto à disponibilização de informação correta e transparente aos cidadãos e 2) sua responsabilização no sentido estrito, isto é, envolvendo a aplicação de recompensas aos governantes ou punições.Accountability refere-se não só à prestação de contas pelos governantes, mas também às sanções que possam ser aplicadas pelos cidadãos.

Transparência

• Publicização: ato de tornar algo público, de disponibilizar informações públicas. • Prestação de contas: implica não só na disponibilização de informações, mas também na existência de justificativa, por parte da administração, sobre as informações prestadas.• Responsabilização (accountability): refere-se à análise do ciclo completo da accountability.

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Fonte: PRZEWORSKI; STOKES; MANIN [org.], 1999, p. 9.

Preferências > Sinais > Mandatos > Políticas > Resultados

Responsividade (Stimson)

Responsividade(Stokes)

Sanções

Accountability

Relações do processo da accountability

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ServidorPúblico

Judiciário

Accountability externa

PolíticosLegislativo

Accountability interna

Gerencial Legal

Gerentes superiores

Política

Financeira

ProvedoresFinanceiros

Pública

Profissional

Cidadãos

Parceiros profissionaisinternos e/ou externos

Dimensões da accountability no setor público

Fonte: HEEKS, 1998, p. 9.

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Categorias de prestação de contas (PRADO, 2004).

•Publicização: corresponde a verificação da disponibilidade de informações. A publicização, entendida como o ato de tornar algo público, relaciona-se diretamente à transparência.

•Prestação de contas: corresponde a uma etapa mais avançada de análise, em que se verifica não só a disponibilidade de informações, mas também a justificativa, por parte da agência, sobre as informações apresentadas.

•Responsabilização ( accountability): refere-se a análise do ciclo completo da accountability, não só sobre a prestação de contas, mas também em relação a existência de possíveis sanções ou incentivos decorrentes da prestação de contas.

Para uma efetiva transparência, não basta apenas que as informações estejam disponíveis, mas que tenham consistência e inteligibilidade, estando “decodificadas” em linguagem acessível para entendimento do público em geral. (SARTORI, 2001).

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Exemplos de uso do Governo Eletrônico no controle soc ial

ComprasNet

Instituído em 1997 para publicar via Internet os avisos e editais de licitação e os resumos dos contratos assinados pela administração pública federal. Em dezembro de 2000, com a criação do pregão eletrônico, o site passou a ser usado para aquisições em tempo real, operando um novo tipo de licitação. Em outubro de 2001, o Comprasnet sofreu uma nova transformação, tornando-se um portal de compras.

Objetivo: disponibilizar para toda a sociedade, informações referentes às licitações e contratações promovidas pelo Governo Federal, bem como permitir a realização de processos eletrônicos de aquisição, também conhecido como pregão eletrônico.

É um módulo do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG, composto, atualmente, por diversos subsistemas com atribuições específicas voltadas à modernização dos processos administrativos dos órgãos públicos federais integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG.

Site: http://www.comprasnet.gov.br/17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

Portal da Transparência

Criado em novembro de 2004 pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Objetivo: Fornecer um canal de acesso ao cidadão para acompanhamento do uso dos recursos públicos, envolvendo desde o detalhamento da execução financeira dos programas do governo federal até informações sobre os repasses do Governo Federal para os estados, municípios e Distrito Federal, assim como informações sobre os gastos do Governo Federal em compras e contratação de obras e serviços, entre outras. A intenção da CGU com essa iniciativa foi colaborar com o aumento da transparência da gestão pública e com o combate àcorrupção no Brasil.

Site: http://www.portaltransparencia.gov.br/

Páginas da transparência : Criada em 2005, obriga a publicação em seus sites na internet dos dados referentes às despesas realizadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal com informações sobre execução orçamentária, licitações, contratos, convênios, diárias e passagens que ocorrerem em seus respectivos âmbitos.

Site: http://www1.transparencia.gov.br/TransparenciaCliente/17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

Dispositivos Legais

Lei de Contas Públicas (caso de Lei que não pegou):

Lei nº 9.755/98. A partir da publicação desta Lei, o Tribunal de Contas da União (TCU) criou uma homepage, denominada Contas Públicas, em que são divulgadas informações sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Toda entidade gestora de recursos públicos está sujeita a divulgar suas contas na Homepage Contas públicas. Enquadram-se nessa categoria, entidades públicas das esferas federal, estadual e municipal, da Administração Pública direta, indireta, autárquica e fundacional, dos poderes legislativo, executivo e judiciário.

As entidades federais que aderiram ao uso de sistemas corporativos da Administração Pública Federal, estão dispensadas de divulgar as informações supridas pelos respectivos sistemas.

Problema: Essa Lei não é cumprida! Hipótese para isso é a falta de institucionalização. Aviso na página principal: Não foram estabelecidas punições relativas ao descumprimento da IN TCU 28/99.

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Lei de Responsabilidade Fiscal

A Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, teve por finalidade estabelecer normas de finanças públicas voltadas à responsabilidade na gestão fiscal.

Estabelece regras obrigando os entes federativos a apresentar relatórios e demonstrativos fiscais, que devem ser publicados em meio de amplo acesso público, inclusive na internet.

Com isso, além dos Tribunais de Contas, outras instituições públicas, como o Ministério da Fazenda e o Ministério Público dos estados, passaram a analisar mais detalhadamente a situação fiscal dos entes federativos no Brasil.

Ao mesmo tempo, a ampla divulgação das informações permitiu que qualquer cidadão pudesse acompanhar o desempenho fiscal do governo.

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Sistemas de Gestão

Definiçãoconjunto de componentes inter-relacionados criado para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações, tendo como finalidade auxiliar as atividades de planejamento, controle, coordenação e análise de informações necessárias ao processo decisório de uma organização.

Evolução

Primeira geração : década de 1920 - necessidade de racionalização do trabalho -sistemas voltados às tarefas, não aos processos.

Segunda geração : anos 1980/90 - reengenharia dos processos - sistemas tipo ERP, CRM e SCM.

Terceira geração : década de 1990 - sistemas com orientação voltada a componentes e integração por meio de Web Services – padrões SOA.

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Customer Relationship Management (CRM)

Sistemas que automatizam as funções de contato de uma empresa com seus clientes.

Suas funções são armazenar e operacionalizar informações sobre suas atividades e interações dos clientes com a empresa.

A idéia é desenhar o processo de um negócio tendo o cliente como centro, de forma a buscar maior interação e perceber e antecipar as necessidades destes (atuais e potenciais) de forma a procurar supri-las da melhor forma.

Estratégia de negócio > sistema integrado de gestão com foco no cliente.

A tecnologia empregada auxilia na captura de dados acerca do cliente e fontes externas e na consolidação de uma base de dados central (data warehouse), de modo a tornar a estratégia global do CRM mais inteligente.

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ERP (Enterprise Resource Planning) - Sistemas Integrados de Gestão Empresarial

São sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em um único sistema.

O tipo de integração pode ser:•Funcional - integra sistemas diferentes, como p.ex.: finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc;•Sistêmica - integra os sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão etc.

Importância do ERP nas corporações

•Permite maior confiabilidade dos dados > monitoramento em tempo real;•Diminuição do retrabalho;•Melhoria do processo de tomada de decisões.

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Supply Chain Management - SCM

Corresponde ao gerenciamento da cadeia de suprimentos de uma empresa.

É um sistema pelo qual organizações e empresas entregam seus produtos e serviços aos seus consumidores, numa rede de organizações interligadas.

O SCM lida com problemas de planejamento e execução envolvidos no gerenciamento de uma cadeia de suprimentos.

O objetivo de um SCM é a redução dos estoques, com a garantia de que não faltará nenhum produto quando este for solicitado.

O desenvolvimento de técnicas e ferramentas para melhorar a gestão da cadeia de fornecimento contribuem para uma melhor estratégia e prática. A aplicação dessas ferramentas leva a alternativas que permitem tomar melhores decisões.

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Business Process Management Suite (System) - BPMS

É um tipo de sistema que automatiza a gestão de processos de negócio (execução, controle e monitoração).

Inclui os seguintes componentes:

•Mapeamento dos processos de negócio ponta-a-ponta;

•Desenho dos fluxos e formulários eletrônicos;

•Definição de workflow;

•Regras de negócio;

•Integradores;

•Monitoração em tempo real das atividades;

•Alertas.

Sua função básica é auxiliar na gestão dos processos de uma organização.

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Características de um BPMS :

Não necessita de substituição de sistemas: Permite continuidade e operação de sistemas legados.

Permite integração de sistemas de informação que permite definir os fluxos de execução, regras, eventos e demais especificações necessárias à operação e gerenciamento do processo de negócio.

Conceito dinâmico : substituição rápida e simples de software e subsistemas, integração com outros sistemas.

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Service-oriented architecture (SOA)

Pode ser traduzido como arquitetura orientada a serviços.

É um estilo de arquitetura de software cujo princípio fundamental preconiza que as funcionalidades implementadas pelas aplicações devem ser disponibilizadas na forma de serviços

Os processos são tratados de “ponta-a-ponta”, se estendem além das fronteiras da organização.

Arquitetura do tipo "find-bind-execute paradigm", ou "procura-consolida-executa".

Processos flexíveis para absorver as contínuas mudanças nas demandas do e no público atendido, no corpo de colaboradores, que, ao ser alterado, também traz novos processos decisórios e novas prioridades, porque muda a base de conhecimentos da organização.

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Os serviços são organizados através de um "barramento de serviços" que disponibiliza interfaces, ou contratos, acessíveis por meio de web services ou outra forma de comunicação entre aplicações.

Serviços: corresponde à função de um sistema computacional que édisponibilizado para outro sistema. Deve funcionar de forma independente do estado de outros serviços e ter interface bem definida. Comunicação é feita via web services.

Processos : SOA influencia regras e processos de negócios > pode significar reengenharia de sistemas.Serviço: Cada uma das funções independentes do sistema, que aceita uma ou mais requisições e devolve uma ou mais respostas através de uma interface padronizada e bem definida.

Orquestração : processo de sequenciar serviços e prover uma lógica adicional para processar dados. Não inclui uma representação de dados.

Provedor: O recurso que executa o serviço em resposta a uma requisição de um consumidor.

Consumidor: É quem consome ou pede o resultado de um serviço fornecido por um provedor.17/05/2011 Sistemas de Informação Governamentais

Otávio Prado

Algumas Considerações finais

A implantação de um programa de governo eletrônico pode dotar de maior transparência a administração pública, e esta transparência, por extensão, pode melhorar a accountability dos governos. Apesar disso, esta relação não pode ser considerada unívoca, como aponta grande parte da literatura.

A transparência governamental depende muito mais de uma política consistente de disponibilidade de informações públicas, associada à existência de mecanismos institucionais que favoreçam a accountability, do que da mera implantação de um programa de governo eletrônico.

Há pouca relação entre a percepção da corrupção e a corrupção de fato. Nem sempre a informação transmitida é relevante ou inteligível, não permitindo inferir que sua mera presença possa ser garantia incondicional de governos mais transparentes (SARTORI, 2001). Informação não é conhecimento (SARTORI, 1994). Ao mesmo tempo, uma possível apatia do público quanto as questões de corrupção não permite correlacionar “percepção” com corrupção de fato.

O Brasil avançou muito em relação à transparência do atos públicos nos últimos anos. Apesar disso, ainda há muito o que ser feito. Um bom exemplo é a falta de uma legislação nos moldes das Freedom of Information Acts (68 países).

17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

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17/05/2011 Sistemas de Informação GovernamentaisOtávio Prado

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