shavuot a outorga da torá

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Iyar / Sivan 5776 1 SHAVUOT A outorga da Torá

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Page 1: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 1

SHAVUOTA outorga

da Torá

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Iyar / Sivan 5776 5

Um filho de três anos

costumava

brincar próximo a uma janela de vidro.

Batucava com sua mão no vidro, às ve-

zes chutava-o, e chegava até a experi-

mentar o barulho que a cabeça emitia

contra o vidro.

Percebendo o risco iminente, o pai

explicou ao garotinho o perigo da brinca-

deira. Mas não adiantou. Então o pai or-

denou que o menino parasse de brincar.

Ele não deu ouvidos. O pai levantou a voz,

dando um pequeno susto no filho. Nada.

Afastou-o da janela. Ele voltou. Deixou-o

de castigo por cinco minutos. Meia hora

depois lá estava ele novamente. Nada de

doces até o fim do dia!

Em Shavuot costuma-se ler Megui-

lat Rut. Este livro representa o símbolo

de chêssed – da bondade. Em Shavuot

comemoramos a Outorga da Torá. Como

a Torá manifesta a Bondade Divina do

começo ao fim, estudamos Meguilat Rut

justo nesta oportunidade.

Cientes da característica absoluta de

Bondade Divina, muitos yehudim afir-

mam: “Eu não cumpro todos os manda-

mentos da Torá, mas não consigo acredi-

tar que receberei punições por isso. D’us

não é cruel! Certamente Ele não me casti-

garia nem Se vingaria de mim porque eu

não cumpro o Shabat e não como casher!”.

Este argumento é forte e parte de

uma premissa certa: D’us não é cruel e

não faz o mal a alguém por não cumprir

Sua vontade.

Para elucidar melhor o conceito

de punição, o melhor é lembrar-se do

exemplo do pai que educa seu filho. Ao

educar uma criança, explicar, advertir,

fixar limites, corrigir e castigar são os

maiores símbolos do amor que o pai

sente pelo filho. Assim também, há re-

médios muito amargos aplicados com

muito carinho. Quase sempre os trata-

mentos corretivos – físicos ou não – são

mais dolorosos para o pai amoroso do

que para o filho.

A atenção que o pai concede ao filho

é prova de sua preocupação e carinho.

Deixar o filho agir a bel-prazer, sem qual-

quer reprimenda ou corretivo, é prova de

crueldade.

Que pai amoroso deixaria seu filho

comer qualquer coisa, frequentar qual-

quer ambiente, viajar de carro em meio

a uma tempestade?

D’us não prescreveu punições a Seus

filhos que transgridem Sua vontade por

mal, por vingança, mas unicamente por

Sua Bondade absoluta.

D’us, que criou o mundo, o corpo e a

alma das pessoas, conhece os melhores

caminhos e os melhores corretivos para

o corpo e para a alma.

Ao comemorarmos Shavuot, lembre-

mos da Bondade Divina e dos corretivos

consequentes dela. Lembremos também

que um pai bondoso incentiva, premia e

acaricia com muito mais veemência do

que pune. Lembremos, principalmente,

de agradecer e agradar a nosso Pai, cuja

Bondade é infinita.

Editorial

Page 6: SHAVUOT A outorga da Torá

6 Iyar / Sivan 5776

Nº 144

Capa:

Shavuot

Comemorando I, pág. 18.

SHAVUOTA outorga

da Torá

A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da

Congregação Mekor Haim.

Rua São Vicente de Paulo, 276 CEP 01229-010 - São Paulo - SP Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400

Fax: 11 3660-0404 e-mail: [email protected]

supervisão: Rabino Isaac Dichi

diretor de redação: Saul Menaged

colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland

e Silvia Boklis

projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente

editora: Maguen Avraham

tiragem: 10.500 exemplares

O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos

assinados são de inteira responsa bilidade de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou

de seus associados.

Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar

sobre a supervisão rabínica.

a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.

Expediente

2118Comemorando I “A Outorga da Torá”.Rabino I. Dichi

51Comemorando II “Lembrete”.

08Pensando Bem I“Dois nomes, um povo!”.A história de um Berit Miláapós um atentado terrorista

14Variedades I“Frutas Exóticas”.

25Variedades II “Esses CarrosCuriosos!...”

Nesta Edição

Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de Shevat e Adar.

Page 7: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 7

22Era Uma Vez “Diamantes ou Conforto?”.

Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.

30

12Dinheiro em Xeque “Nome do Filho”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.

43Visão Judaica“A Outra Realidade”.Yochanan David Salomon

24Pensando Bem II“Pensamentos”.

55De Criança para Criança“ChocolateAmargo”. Chayim Walder

39Variedades III “MaravilhosoMundo Animal”.

49Passatempos “Palavras Cruzadas e Ilusão de Ótica”.

28Leis e Costumes “A Importância das Berachot”.Rabino I. Dichi

37Guimatriyá“Shavuot”.

Page 8: SHAVUOT A outorga da Torá

8 Iyar / Sivan 5776

Pensando Bem I

Em novembro de 2015 a família Rosen,

de Miami, Flórida, estava celebrando

o nascimento de seu filho, um menino cujo nome

ainda não haviam decidido. Todos estavam real-

mente muito animados. Já tinham feito todos os

preparativos para o Berit Milá, mas ainda não

sabiam que nome dar à criança.

Indecisos, os Rosen procuraram um rabino a

fim de obterem alguma ajuda na escolha do nome.

O rabino lhes respondeu que todo pai e mãe ju-

deus são abençoados com a inspiração Divina no

momento em que escolhem um nome para seus

filhos. Um nome judaico não é apenas um apelido

que se atribui a alguém, mas um nome sagrado,

que surge com um propósito e uma missão es-

pecíficas nesse mundo – o nome de um indivíduo

descreve de fato a sua essência.

Após esta conversa, os pais da criança se

Dois Nomes,Um Povo!Dois dias após um trágico atentado terrorista em Chevron, a família Rosen, em Miami, recebeu a inspiração necessária para dar o “nome certo” a seu filho recém-nascido – uma surpreendente homenagem a três almas judias – mesmo sem saberem.

“Andrew Rosen e sua esposa não sabiam que nome dar ao seu filho, até que

tiveram uma ‘inspiração’.”

Page 9: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 9

Pensando Bem I

puseram a rezar para encontrar o

“nome certo”.

Em uma quinta-feira, três dias

antes do Berit Milá, a Sra. Rosen

conversou com o seu pai sobre sua

indefinição na escolha do nome do

bebê. Seu pai mencionou a ela so-

bre um avô que ele teve, que fora

uma pessoa muito especial, digno

de homenagens. Seu nome era Da-

vid Chay. Caso eles decidissem dar

o nome do avô a este novo descen-

dente, certamente seria um grande

mérito em memória de sua alma,

além de servir como bom exemplo e

influência para a criança.

No domingo, dia 15 de novembro

de 2015, durante o Berit Milá, eis

que chega o momento de nomear

o bebê. O Sr. Andrew Rosen, agora

bastante seguro quanto ao nome

escolhido, dita o nome de seu filhi-

nho para o rabino repetir: “Netanel

Yaacov”!

Os pais não sabiam de onde

havia surgido o nome mas, de al-

guma maneira, algo em seu íntimo

dizia ser o “nome certo” para aquele

bebê.

Mais tarde, naquele mesmo dia, a

Sra. Rosen recebeu um telefonema de

sua mãe. Ela estava muito emociona-

da e orgulhosa de sua filha. A mãe

da Sra. Rosen recebera um telefone-

ma de uma amiga elogiando muito

o nome que tinham escolhido para

o bebê. Disse que fora muito nobre

e louvável da parte da família Rosen

escolher os nomes das vítimas de um

atentado terrorista em Israel na sex-

ta-feira anterior ao Berit.

Pai e filho, Yaacov (44) e Netanel

(18) Litman, haviam sido assassi-

nados dois dias antes daquele Berit

Milá, no dia 13 de novembro, em um

atentado terrorista na cidade de Che-

vron. Toda a família Litman estava

dentro do carro a caminho do “Sha-

bat Chatan” – o Shabat anterior ao

casamento de uma das filhas da fa-

mília – quando foram surpreendidos

por um grupo de palestinos armados

que não hesitou em abrir fogo contra

“Caso eles decidissem dar o nome do avô, David Chay, este certamente seria um grande

mérito para sua alma.”

“Quando a Maguen David Adom chegou, já não havia mais tempo para salvar Yaakov e Netanel.”

“Seu filho mais velho, Netanel, ainda teve tempo de entrar em contato com as autoridades, mas logo foi abatido.”

Page 10: SHAVUOT A outorga da Torá

10 Iyar / Sivan 5776

o carro de Yaacov Litman. Seu filho

mais velho, Netanel, ainda teve tempo

de entrar em contato com as auto-

ridades, mas foi logo abatido pelos

terroristas. Em um ato de bravura, o

filho mais novo de Yaacov conseguiu

chamar a Maguen David Adom, mas

quando a ambulância chegou já não

havia tempo para salvar seu pai e

irmão. Ele, sua mãe e as irmãs mais

novas, de 11, 9 e 5 anos, escaparam

do massacre. É possível que os terro-

ristas não os tenham visto no banco

traseiro, por conta do vidro escuro

adesivado do carro. A irmã mais ve-

lha, que se preparava para casar, não

estava no carro.

Entretanto, esses tristes aconte-

cimentos não haviam chegado aos

ouvidos dos Rosen antes do Berit

Milá. Eles nunca pensaram em ho-

menagear as vítimas do brutal aten-

tado terrorista.

A história por si só já parecia

bastante fascinante, a ponto de os

pais começarem a pesquisar em

suas árvores genealógicas se havia

algum registro de um nome similar,

mas não acharam nada. Decidiram

então estender suas buscas para os

artigos publicados sobre a família

vítima do atentado. Foi então que

ficaram pasmos ao descobrir que os

dois homens que foram assassina-

dos no atentado não tinham apenas

um nome. Cada um deles possuía

um segundo nome: Rabi Yaacov cha-

mava-se “Yaacov David”, enquanto

Netanel chamava-se Netanel Chay!

Era como se o avô David Chay, que

eles pensaram em homenagear a

princípio, tivesse escolhido a dedo

o nome dos dois mártires para a

criança!

O vivo e o morto, o assassinado

e o recém-nascido, as gerações pas-

sadas e futuras do povo judeu estão

de fato conectadas. Mesmo separa-

das por fusos horários, oceanos e

continentes, a alma do povo judeu

é uma só e está ligada em todo o

mundo, seja em momentos alegres

ou tristes.

Parabeniza a Congregação pela divulgação dos valores

judaicos!

Pensando Bem I

“Era como se o avô David Chay tivesse escolhido a dedo o nome dos dois mártires para a criança!”

“Ficaram pasmos ao descobrir que os dois homens que foram

assassinados possuíam um segundo nome.”

Page 11: SHAVUOT A outorga da Torá

[email protected] (11) 99138-2476

Personal dietReeducação alimentar

Obesidade, Hipertensão, Diabetes,Colesterol, Triglicerídeos

Aqui você encontra as últimas edições da sua revista Nascente e muito mais:

Fotos e vídeos dos eventos da comunidade judaica

Áudios e vídeos com ensinamentos do Rabino Isaac Dichi

Aulas de Daf Hayomi com o Rabino Daniel Faour

E muito mais!www.revistanascente.com.br

Portal judaico brasileiro

Page 12: SHAVUOT A outorga da Torá

12 Iyar / Sivan 577612

Dinheiro em Xeque

Sará era uma senhora viúva que sofria

muito com o recente falecimento de

Efráyim, seu querido marido.

Mas, Baruch Hashem, logo ela foi brindada com

o nascimento de um lindo netinho.

A alegria em toda a família foi enorme!

Seu filho Reuven e todos os demais familiares

queriam muito homenagear o falecido pai dando

seu nome para o bebê. Porém, quando ficou saben-

do, Sará pediu ao filho para não dar à criança o

nome de seu falecido marido. Ela alegava que, toda

vez que fosse olhar para seu neto, iria se lembrar

de Efráyim e começaria a chorar.

Reuven ficou muito chateado com o pedido da

mãe. Ele achava que ela não tinha razão e que seu

pedido era injusto. Dizia que seu pai merecia esta

linda homenagem.

O dia do Berit Milá aproximava-se e Reuven foi

perguntar ao seu rabino se deveria dar o nome de

seu pai para o bebê ou se deveria escutar sua mãe e

não dar o nome de Efráyim para o filho.

O Veredicto

O Rav Yitschac Zilberstein Shelita fez esta per-

gunta ao seu cunhado, o Gaon Rav Chayim Ka-

nievsky Shelita, que respondeu para não dar o nome

do falecido para o bebê. Apesar de ser uma mitsvá

honrar o pai falecido desta forma, isso machucaria a

viúva. Neste caso, devemos nos preocupar mais com

o seu sofrimento, e abdicar de honrar o pai.

Nome do Filho

Page 13: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 1313

Dinheiro em Xeque

O comentar ista do Shulchan

Aruch Shabetay Cohen (o Shach),

escreveu (Yorê Deá 240, 20) que

apesar de um filho estar isento de

honrar um pai malvado, de todos os

modos está proibido de lhe causar

um sofrimento.

O Kêssef Mishnê (Hilchot Muma-

rim 6, 7) diz que, para não causar

sofrimento ao pai, o filho deve estar

disposto a perder todo o dinheiro do

mundo.

Portanto, de todas essas opi-

niões, aprendemos que devemos nos

preocupar mais com o sofrimento do

que com a honra dos pais.

Além disso, podemos acrescen-

tar às palavras do Rav Kanievsky

Shelita o que foi dito pelo concei-

tuado sábio “Nodá Bihudá”. No caso

de pais separados que solicitam si-

multaneamente favores ao filho, ele

pode decidir a quem quer obedecer

primeiro. Porém, no caso de uma

viúva é diferente. Suponhamos que

o pai lhe ordenou, ainda em vida,

que seguisse determinado compor-

tamento após sua morte. Se a mãe

viúva lhe ordenar algo diferente, en-

tão o filho precisa abrir mão da hon-

ra do pai e deve honrar a mãe, pois

é melhor honrar uma pessoa viva do

que a uma pessoa morta.

Apesar de que precisamos hon-

rar os pais tanto em vida quanto

após a morte, de qualquer maneira,

a honra principal que precisa ser

concedida é em vida.

Sendo assim, o f i lho deve dar

preferência à honra da mãe, uma

vez que está viva, em detrimento à

honra do pai, que já faleceu.

Independente disso, supomos

também que Efráyim, agora no seu

descanso eterno, ficaria muito feliz

em não receber essa homenagem,

sabendo que com isso evitaria o so-

frimento de Sará.

Finalmente, uma última conside-

ração é levar em conta que a opção

de nomear um filho com o nome de

Efráyim permanece, uma vez que no

futuro o filho ainda poderá ganhar

outros bebês e homenagear o pai

sem causar sofrimento à mãe, uma

vez que a dor da perda do marido

não estará tão recente.

Do semanário “Guefilte-mail” ([email protected]).

Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita

Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são

facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode

alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na

prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.

Mauricio Dayan

TEL: 99933-8828/ 3666-0438

AULAS DE BAR-MITZVAH

LEILÃO DE IMÓVEIS

Sami Raicher|LEILOEIRO OFICIAL JUCESP 930

e-mail: [email protected]

www.raicherleiloes.com.br

Page 14: SHAVUOT A outorga da Torá

14 Iyar / Sivan 5776

MALÁSIA

F R U T A SE X Ó T I C A S

RambutãoNome científico: Nephelium lappaceumNatural de: MalásiaConhecida também como “delícia do pacífico”, essa

frutinha avermelhada se assemelha bastante à lichia e ao

longan, com uma casca grossa (não comestível) e polpa

bastante doce.

Adepto ao clima tropical, o rambutão já teve seu plantio

introduzido no Brasil para cultivo comercial. Apesar de

poder ser utilizado na produção de sucos e sobremesas, o

mais comum é o consumo in natura.

A diversidade das frutas é enorme. O que é comum aqui, pode ser considerado uma iguaria bastante rara do outro lado do mundo.

Embarque conosco nessa viagem pelos continentes, conheça um pouco sobre as frutas mais exóticas que existem por aí e descubra um novo mundo de

formas, cores e sabores!

Entre as maravilhas do Universo, estão as belas e saudáveis

Variedades I

Page 15: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 15

AckeeNome científico: Blighia sapidaNatural de: Costa da GuinéApesar de a fruta ser nativa da África, seu consumo é

muito apreciado na Jamaica, onde o ackee é ingrediente

do principal prato da culinária local, servido com

bacalhau.

Apesar da aparência vistosa e suculenta, seu consumo

deve ser feito de maneira cautelosa, já que apenas a

polpa branca é apta para o consumo. Já a semente

preta e a parte alaranjada são repletas de um veneno

conhecido como “hipoglicina”, capaz de causar vômito

e até levar ao óbito quando ingerido em grandes

quantidades.

SalakNome científico: Salacca zalaccaNatural de: IndonésiaOriundo das ilhas da Indonésia, mais exatamente de

Java e Sumatra, o salak é também conhecido como

“fruta-cobra”, por conta de sua casca que se assemelha

às escamas de uma serpente.

Essa frutinha exótica tem a crocância de uma maçã e

um aroma que se assemelha bastante ao de um lírio.

É rica em cálcio, ferro, potássio, vitamina C, beta-

caroteno e, principalmente, em carboidratos.

GUINÉ

INDONÉSIA

Variedades I

Page 16: SHAVUOT A outorga da Torá

16 Iyar / Sivan 5776

DuriãoNome científico: Durio zibethinusNatural de: Brunei, Indonésia e MalásiaConhecido como “o rei das frutas”, o durião lembra

bastante uma jaca, tanto na aparência quanto no

tamanho. Sua marca registrada é o seu cheiro forte,

geralmente associado à carne podre. Não por acaso é

proibido transportá-lo em alguns ambientes públicos

na Ásia.

Nativos locais descrevem seu sabor e textura como um

creme de ovos com um toque de amêndoas. Se você

estiver interessado em aventurar-se e provar o durião,

comece com a fruta verde, de sabor menos acentuado...

KinoNome científico: Cucumis metuliferusNatural de: África do SulTambém conhecido como “pepino africano” ou

“chifrudo”, o kino tem a sua casca coberta por pequenos

espinhos, enquanto o interior lembra bastante um

pepino ou um maxixe.

Se colhido verde, para amadurecer separado da planta,

possui um sabor similar ao do kiwi. Se for colhido já

maduro, seu paladar se acentua e lembra bastante o

gosto da banana.

ÁFRICA DO SUL

INDONÉSIA

Variedades I

Page 17: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 17

FRUTAS BRASILEIRAS

Nome científico: Spondias tuberosaNatural de: Caatinga

Nome científico: Mauritia flexuosaNatural de: Cerrado

Nome científico: Scheelea phalerataNatural de: Cerrado / Mata dos Cocais

Umbu

O umbuzeiro é denominado por muitos autores como

a “árvore sagrada do sertão”. O nome da fruta vem do

tupi-guarani, “ymbu”, que quer dizer “árvore que dá de

beber”.

De textura aveludada e sabor levemente azedo, o umbu

é bastante rico em vitamina C e utilizado em doces e

geleias.

O buriti é o fruto de uma palmeira bastante alta que

pode ser encontrada por toda a região do cerrado

brasileiro.

Rico em vitaminas A, B e C, o fruto do buriti é bastante

utilizado na produção de doces, sucos, sorvetes, licores e

vinhos. O óleo extraído da fruta é rico em caroteno.

O bacuri é uma das frutas mais populares da região

norte e de outros estados vizinhos à região amazônica,

sendo inclusive o símbolo da cidade de Teresina, no

Piauí.

A fruta mede em torno de 10 cm de diâmetro e tem uma

casca bastante dura e resinosa. Tanto o óleo quanto a

manteiga de bacuri têm aplicações fitoterápicas.

Buriti

Bacuri

Variedades I

Page 18: SHAVUOT A outorga da Torá

18 Iyar / Sivan 5776

Comemorando I

Em Shavuot comemora-se a Outorga da

Torá. Vejamos algumas considerações

sobre este magno acontecimento e sobre os Dez

Mandamentos.

Em Parashat Vaetchanan, que aborda os Dez

Mandamentos, a Torá pede para que sempre nos

recordemos do que nossos olhos viram quando

D’us outorgou a Torá no Monte Sinai (Devarim

04:09): “Rac hishámer lechá ushmor nafshechá

meod pen tishcash et hadevarim asher raú enê-

cha ufen yassúru milevavechá col yemê chayêcha

vehodatam levanêcha velivnê vanêcha” – Somente

guarda-te a ti mesmo e guarda muito tua alma,

para que não esqueças as coisas que os teus olhos

viram e que não saiam de teu coração todos os

dias de tua vida e as farás conhecer aos teus fi-

lhos e aos filhos de teus filhos.

Três dias antes da Outorga da Torá, o Todo-Po-

deroso disse a Moshê que avisasse o povo para que

se preparasse de forma adequada para recebê-la.

Um acontecimento de tamanha importância não

poderia ser realizado repentinamente, sem os devi-

dos preparativos.

Normalmente as pessoas querem saber o con-

teúdo e as condições de uma proposta antes de

comprometerem-se a cumpri-la. Porém, antes de

o Todo-Poderoso outorgar a Torá, o povo, ao ser

consultado, disse: “Naassê venishmá” – faremos e

ouviremos. Estavam dispostos a aceitar os manda-

mentos sem contestá-los e somente depois saber do

que se tratava.

Sobre isso, o Talmud relata que D’us exclamou:

“Quem contou aos Meus filhos o segredo dos anjos?”

Pois os anjos não têm vontade própria. Estão sem-

pre fazendo a vontade do Criador. No momento em

que os Filhos de Israel disseram “faremos e ouvire-

mos”, D’us constatou que eles estavam se conduzin-

do como os anjos. Observariam Suas vontades sem

contestar. Então o Todo-Poderoso “Se perguntou”:

“Quem é que descobriu esta fórmula: a de anular to-

talmente as próprias vontades perante as vontades

de D’us e aceitar a Torá sem questionar?” Este foi

um sinal de que naquele momento atingiram o nível

dos anjos, que não possuem vontade própria e estão

sob controle da vontade de D’us. Somente naquele

instante os judeus atingiram este grau.

Sabemos que estavam presentes no Matan Torá

– a Outorga da Torá – todas as pessoas que saíram

A Outorga da ToráD’us prefere, quase sempre, que Suas vontades se realizem sem que sejam milagres aparentes; que sejam encobertas pelo meio comum – a natureza – que é comandada por Ele.

Rabino Isaac Dichi

Page 19: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 19

Comemorando I

do Egito (600.000 homens entre 20

e 60 anos, mais idosos, mulheres e

crianças) e também todas as almas ju-

dias que já passaram por este mundo

ou ainda passarão. Como consequên-

cia, não somente aqueles que saíram

do Egito se comprometeram com o

“faremos e ouviremos”, mas nós tam-

bém participamos desta declaração

e incluímo-nos neste compromisso.

Por isso, todo o judeu possui dentro

de si uma força de vontade embutida

para cumprir as mitsvot, mesmo que

eventualmente queira primeiro saber

os motivos.

Diz o Rambam zt”l – o Maimô-

nides – que devemos cumprir a Torá

porque nossos antepassados a recebe-

ram no Monte Sinai e porque a acei-

tamos, declarando “faremos e ouvi-

remos”. Porém, isso não nos exime de

tentar compreender o conteúdo sagra-

do da Lei de D’us. Temos uma obriga-

ção de dia a dia procurar entender os

mandamentos da Torá. Evidentemen-

te, quando o indivíduo compreende

os mandamentos, mesmo que apenas

uma parte de sua essência, cumpre

-os com muito mais entusiasmo e de-

dicação.

O “faremos e ouviremos” é o sím-

bolo do judeu. Caso alguém diga que

só cumprirá as mitsvot depois de en-

tendê-las, talvez nem procure seu sig-

nificado e passe a vida inteira sem as

cumprir.

A Torá nos conta que o Monte Si-

nai era o mais baixo dos montes; no

entanto, foi ele o escolhido para a Ou-

torga da Torá. O Todo-Poderoso quis

assim ensinar a virtude da humilda-

de.

Este monte estava totalmente en-

volvido pelo fogo e no seu pico ele era

mais intenso. Nossos sábios dizem

que o Har Sinay era um “mini” Bêt

Hamicdash (Templo Sagrado). O mon-

te era o Bêt Hamicdash, lugar onde a

Shechiná – a Presença Divina – pode-

ria pousar e o cume da montanha era

como se fosse o Côdesh Hacodashim

– o lugar mais sagrado –, pois foi de

lá que o Todo-Poderoso transmitiu os

Dez Mandamentos.

A Presença Divina no Grande

Templo era mais concentrada, ape-

sar de sabermos que a Shechiná – a

Presença Divina – está em todos os

lugares. É nesse sentido, então, que o

Har Sinay era como um pequeno Bêt

Hamicdash, pois foi o lugar da con-

centração da Presença Divina na Ou-

torga da Torá.

Vemos desta ocasião e de algumas

outras, que o fogo é um símbolo na

Torá. Na primeira vez que o Todo-Po-

deroso apareceu a Moshê foi por in-

termédio de um arbusto que ardia em

fogo, mas não se consumia. O elemen-

to que mais desperta medo no homem

é sem dúvida o fogo; um medo até ins-

tintivo. Esta era uma forma que D’us

poderia mostrar para a humanidade

Sua santidade e o quanto é elevado.

Algo que o ser humano pudesse com-

preender.

O interessante é que Moshê en-

trou no meio desse fogo para subir

no monte. Para que Moshê entrasse,

D’us fez uma passagem. Ele poderia

ter feito com que Moshê entrasse no

fogo sem nenhuma passagem e que

ele milagrosamente não se queimas-

se. Contudo não optou por esse cami-

nho; o Criador sempre prefere a for-

ma mais natural, a que seja “menos

milagrosa”. D’us dá preferência, sem-

pre que possível, que Suas vontades

se realizem sem que sejam milagres

aparentes; que sejam encobertas pelo

meio comum – a natureza – que é co-

mandada por Ele.

Existe um versículo na Torá que

diz (Devarim 33:04): “Torá tsivá lánu

Moshé” – A Torá nos foi outorgada por

Moshê. Este versículo nos dá um rê-

mez – uma referência – de que exis-

tem 613 mandamentos na Torá. Isso

porque o valor das letras da palavra

Torá é 611 ( 200 = ר + 6 = ו + 400 =ת +

”Substituindo a palavra “Torá .(5 = ה

neste versículo por seu valor numéri-

co, temos: “Seiscentos e onze (man-

damentos) nos foram outorgados por

intermédio de Moshê”. Porém, dois

mandamentos foram transmitidos

diretamente pelo Todo-Poderoso (os

dois primeiros dos Dez Mandamen-

tos): “Eu sou o Eterno teu D’us” e “Não

terás outros deuses diante de Mim”.

Após ouvir estes dois mandamen-

tos, diretamente do Todo-Poderoso,

o povo, muito assustado, pediu que

Moshê fosse o intermediário para os

demais mandamentos.

Os Dez Mandamentos não são

mais importantes do que as outras

mitsvot da Torá. De certa forma, eles

englobam os 613 mandamentos, mas

não têm mais valor que outros. Na

real idade, nós não sabemos qual

a recompensa por cada mitsvá da

Torá.

Refletindo um pouco sobre os Dez

Mandamentos, chegamos à conclusão

que o mais difícil de ser aceito é o últi-

mo: “Não cobiçarás”. Os nove primei-

ros são relativamente fáceis de serem

aceitos. Vejamos: basta ter fé para

acreditar no primeiro mandamento

(Eu sou teu D’us que te tirei do Egito)

e aceitar o segundo (Não terás outros

deuses). Com um pouco de dignida-

de compreendemos que não podemos

usar o nome de D´us jurando em vão

(o terceiro mandamento). Vemos que

existem muitas pessoas cumprindo o

Shabat e que para elas não é tão di-

fícil; pelo contrário, é até um grande

prazer. Sobre a mitsvá de honrar os

pais, dizem nossos sábios que esta

mistvá é chamada “mitsvá sichlit” –

uma mitsvá racional – mesmo que

ela não tivesse sido escrita na Torá, a

Page 20: SHAVUOT A outorga da Torá

20 Iyar / Sivan 5776

consciência do ser humano o obriga-

ria a respeitar quem o trouxe para o

mundo e o criou. Não é difícil também

compreender e cumprir o preceito de

não matar. Não adulterar (o sétimo

mandamento) é um conceito que pes-

soas de boa formação compreendem

perfeitamente – não somente porque

a Torá prescreve, mas também pela

própria consciência. Seria necessário

ter muita vontade de prejudicar al-

guém para transgredir o oitavo ou o

nono mandamento (não sequestrar e

não prestar falso testemunho).

O último mandamento (não cobi-

çar), no entanto, é de difícil observân-

cia.

O sábio Rabi Avraham Even Ezra

zt”l, contemporâneo de Rambam,

explica os Dez Mandamentos e se

prolonga neste último. Diz que mui-

tas pessoas estranham como a Torá

pode proibir que uma pessoa cobice

algo bom. Respondendo a isso, ele

traz o exemplo de um camponês que

vê todas as virtudes na filha do rei.

Nunca passaria pela sua cabeça que

um dia o rei lhe daria sua filha em

casamento. Assim também devem

ser vistas as coisas que pertencem

ao próximo – analogamente à filha

do rei. Os bens materiais, assim

como uma esposa bonita, são dá-

divas Divinas e não dependem dos

esforços das pessoas. Assimilando

esta forma de encarar os fatos, pas-

sa-se a ter consideração pelos bens

do próximo e a considerá-los intocá-

veis, sabendo que se o outro os pos-

sui é porque D’u assim quis.

Sobre o quinto mandamento, de

honrar o pai e a mãe, observamos

um fato interessante. Os manda-

mentos da primeira pedra são pre-

ceitos entre o homem e o Criador

e os da segunda, entre o homem

e seu próximo. Aparentemente, o

mandamento de honrar os pais é

um mandamento entre o homem e

seu próximo, mas está na primeira

pedra. Sabemos, todavia, que exis-

tem três “sócios” responsáveis pelo

nascimento do ser humano: o pai, a

mãe e o Criador. Sendo assim, esse

mandamento é um elo entre as mit-

svot do ser humano para com seu

semelhante e as mitsvot do ser hu-

mano para com o Criador. Por isso,

honrar o pai e a mãe é o últ imo

mandamento da primeira pedra,

ligando estes dois tipos de manda-

mentos. Sobre uma família na qual

o filho respeita seus pais, o Talmud

expl ica que é como se o próprio

D’us morasse com eles e estivesse

sendo honrado. Por isso, esta não é

uma mitsvá apenas entre o ser hu-

mano e seu semelhante – honra-se,

ao mesmo tempo, a D’us.

Ainda sobre o quinto manda-

mento, observamos que a Torá se

refere, neste caso, primeiramente

ao pai e depois à mãe (honrarás o

teu pai e a tua mãe). No entanto, em

outra oportunidade (Vayicrá 19:03)

consta: “Ish imô veaviv tirau” – A

tua mãe e a teu pai temerás. Quan-

do refere-se a “honrar”, a Torá cita

primeiramente o pai, e quando refe-

re-se a “temer”, cita a mãe primeiro.

Por mais singela que seja a lingua-

gem da Torá, todos os detalhes têm

seus motivos. O Talmud explica que

o Todo-Poderoso sabe que o f i lho

tem com a mãe mais contato, mais

intimidade. Honrar significa ajudar,

servir, e normalmente a tendência é

honrar mais a mãe e temer mais o

pai. Por isso a Torá inverte a posição

das referências, manifestando com

isso: Já que você respeita sua mãe,

cuide-se para respeitar igualmente

seu pai – citado antes neste caso. Da

mesma forma, procure temer tam-

bém a sua mãe – citada antes nesta

outra oportunidade.

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Page 21: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 21

Comemorando II

Conta-se uma história sobre um

senhor idoso que rela-

ta a seu amigo sobre um excelente restaurante.

– A comida lá é ótima! – diz o homem.

– Os preços são razoáveis e o ambiente é real-

mente elegante!

Seu amigo lhe pergunta o nome do restaurante e

o senhor idoso faz um enorme esforço tentando lem-

brar. Então, pedindo ajuda ao amigo, ele pergunta:

– Existe uma flor com belas pétalas...

Ela tem um cabo longo... Cheio de espinhos!...

Como se chama mesmo?

– Seria uma rosa? – sugere o amigo.

– Sim! É isso mesmo! – diz o senhor enquanto

se volta em direção à cozinha. Então ele grita: – Ei,

Rosa! Qual é mesmo o nome do restaurante onde

comemos ontem à noite?

* * *

Em nosso afã diário, esquecemos muitas coisas

e não paramos para pensar, para fazer balanços

e autoavaliações. Às vezes precisamos de um pe-

queno lembrete – mesmo para as coisas evidentes,

que já sabemos. E isso nos traz a festa de Shavuot.

Shavuot é um lembrete anual que D’us deu a Torá

ao povo judeu e que o estudo da Torá é o “sangue

de nossas veias”!

Meor Hashabat Semanal

LembreteQual o nome daquela flor, mesmo?

Page 22: SHAVUOT A outorga da Torá

22 Iyar / Sivan 5776

Diamantes ou ConfortoNo século passado, eram muito comuns as grandes feiras comerciais de produtos específicos, inclusive de joias e pedras preciosas, que atraíam comerciantes de várias cidades, próximas ou não.

Era Uma Vez

Page 23: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 23

Era Uma Vez

Como de costume, um

bem-sucedido ne-

gociante de joias pôs-se a caminho

de uma cidade comercial a fim de

participar da feira anual de pedras

preciosas. Como sempre, apesar da

moderna carruagem na qual viajou,

o percurso demorou vários dias. As

dificuldades da longa viagem eram

amenizadas pelo fato de o comer-

ciante viajar de primeira classe, re-

pousando nos melhores hotéis das

cidades intermediárias.

Durante uma semana, o comer-

ciante negociou com vários vende-

dores de pedras preciosas e reali-

zou bons negócios. No último dia da

feira, todo o dinheiro que trouxera

destinado para as compras tinha se

esgotado. Sobrara apenas o neces-

sário para gastar com o transporte

e os hotéis durante a viagem de re-

gresso.

No final do dia, quando o comer-

ciante dava uma última volta para

despedir-se dos amigos, um dos ven-

dedores conhecidos aproximou-se

dele com uma oferta irrecusável. O

vendedor lhe ofereceu um magnífi-

co lote de brilhantes por um preço

muito abaixo do mercado. Já estava

no final da feira e o homem estava

ansioso por vender sua mercadoria.

Então, resolveu fazer uma última

proposta irresistível para conseguir

o dinheiro à vista que necessitava.

Como o comerciante dispunha

apenas do dinheiro necessário para

uma viagem confortável para a sua

cidade, viu-se em um dilema. Se re-

cusasse a oferta, certamente per-

deria um dos melhores negócios da

sua vida. Se aceitasse, teria de abrir

mão de qualquer comodidade du-

rante a viagem de volta. O dinheiro

que lhe restaria caso comprasse os

brilhantes, mal e mal seria suficien-

te para viajar de última classe, per-

noitando em hospedagens populares

e fazendo refeições leves.

O comerciante demorou alguns

minutos aflito até tomar a decisão

corajosa. Passaria alguns apertos

durante a viagem em troca da re-

compensa que obteria, depois, com

os valiosos brilhantes.

De fato, a viagem de regresso

não foi confortável.

Em uma das pousadas, aproxi-

mou-se do comerciante um rapaz

que o conhecia como um rico ho-

mem de negócios, perguntando-lhe:

– Desculpe a minha curiosidade

e a minha intromissão... mas eu sei

quem é o senhor e sei também que

não deveria estar hospedado nesta

pensão. O que houve?

O comerciante contou ao jovem

sobre o ocorrido e sobre a sua de-

cisão. Intrigado com a situação, o

rapaz disse:

– Entendo sua posição, mas ago-

ra que a decisão foi tomada, como

o senhor consegue suportar os mo-

mentos de aperto? O senhor não pa-

rece angustiado!...

– De fato – respondeu o comer-

ciante – tenho passado por várias

situações dif íceis. Mas quando eu

começo a ficar aborrecido, faço algo

que logo me reanima. Eu abro minha

bagagem e pego a caixinha que con-

tém aqueles lindíssimos diamantes.

Então eu fico observando as pedras

preciosas até sentir-me revigorado

para seguir a viagem.

* * *

Muitas vezes, em nossa “viagem”

por este mundo, nós abrimos mão de

vários confortos para poder cumprir

da melhor forma nossas obrigações.

Nossos f i lhos, nossas mitsvot, as

boas ações que realizamos e o estu-

do da Torá são muito mais valiosos

que as mais raras pedras preciosas.

Então, quando, em algum momento,

sentimo-nos aborrecidos ou angus-

tiados, basta passar algum tempo

examinando essa fortuna para con-

seguirmos recobrar o ânimo e o vi-

gor para seguir a viagem.

Baseado no Chafets Chayim

Page 24: SHAVUOT A outorga da Torá

24 Iyar / Sivan 5776

PensamentosCuide para que suas palavras sejam doces e macias; nunca se sabe quando terá de tornar a engoli-las.

Você não conseguirá uma segunda oportunidade para causar uma primeira impressão!

A dor na vida é inevitável. Sofrer, não!

As maiores alegrias e satisfações da vida são obtidas com os maiores esforços.

Existem duas maneiras de fracassar: agir sem pensar e pensar sem agir!

Pensando Bem II

Dê preferência a quem

colabora com a divulgação dos valores

judaicos

PRESTIGIEDê preferência

a quem colabora com a divulgação dos valores

judaicos

OS ANUNCIANTES DA

Page 25: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 25

Variedades II

CURiOsOs!...EssEs CARROs

Para alguns, o carro serve apenas como meio de transporte e utilitário doméstico. Já para uma outra parte da população

mundial, os carros são verdadeiros xodós, totalmente customizáveis para atender a todas as necessidades de seus donos. Confira abaixo

alguns veículos bastante curiosos e suas histórias.

O Renault Twizzy é, atualmente, o carro

mais leve produzido em escala industrial.

Construído em aço e recoberto de plástico e

fibra, o pequeno notável mede apenas 2,32m

de comprimento. Totalmente elétrico, o Twizzy

pesa apenas 450kg, pouco menos da metade do

peso médio de um carro “tradicional”.

Suas características peculiares fizeram

com que vários órgãos regulamentadores o

incluíssem no grupo dos quadriciclos, em vez

de compará-lo aos demais carros.

O mais leve da atualidade

Reparou que o carro da

foto ao lado tem outros dois

carros menores sob seu chas-

si? Pois é, e não são de brin-

quedo não!

O monstro da foto ao lado

é uma réplica de um Dodge

Power Wagon, porém oito

vezes maior que o original e

pesando mais de cinquenta

toneladas.

Com todo esse tamanho,

será que o dono dele consegue

encontrar vagas para estacio-

nar?

O maior

Page 26: SHAVUOT A outorga da Torá

26 Iyar / Sivan 5776

Variedades II

O carro ao lado é um exemplar da

série TF-X, cuja patente pertence à

empresa norte-americana Terrafugia.

As protuberâncias nas laterais, entre

o espaço que normalmente seria da

porta traseira e o porta-malas, na ver-

dade correspondem às asas dobráveis

do protótipo.

Ainda não há uma data prevista

para a entrada do TF-X no mercado,

mas já é possível encontrar vídeos de

testes tripulados na Internet.

O carro voador

Você já tinha visto um Chevy Cavalier com

a carroceria toda feita em madeira?

A raridade ao lado é o fruto de um ano de

trabalho do norte-americano George Heslop,

responsável pelo design e produção de todas as

peças. Pelo nível de detalhes dos ornamentos,

vê-se que George, além de apaixonado por car-

ros, é um excelente artesão.

O carro de madeira

O Thrust SSC (“SuperSonic Car”) foi o pri-

meiro veículo em terra a quebrar a barreira do

som (de aproximadamente 1235 km/h), atin-

gindo impressionantes 1.149,29 km/h, em 1997.

Não satisfeitos com a marca, a equipe bri-

tânica responsável pela supermáquina foi para

as pistas novamente após um mês e obteve im-

pressionantes 1.228 km/h, marca que ainda não

foi quebrada.

Atualmente a mesma equipe está desen-

volvendo um novo modelo do SSC, chamado

“Bloodhound”, cuja meta é bater os 1.600 km/h.

O supersônico

Page 27: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 27

Variedades II

Embora existam relatos de que o automóvel já es-

tava dentro dos planos do inventor Leonardo Da Vinci

durante o século XV, o mais provável é que os créditos

da invenção do carro como o conhecemos hoje per-

tençam a Karl Benz, inventor alemão do século XIX.

Na foto ao lado vemos um dos primeiros modelos

de um carro movido a gasolina, com produção em

série durante o ano de 1886.

Será que muita coisa mudou nesses últimos 130

anos?

O primeiro de muitos

O barco com rodas

Mark Ray havia feito uma aposta com a

sua família, de que seria capaz de transfor-

mar um velho barco em um carro que pudesse

trafegar pelas ruas de forma legal. Depois de

gastar cerca de £6.000, o projeto ficou pronto

e recebeu até mesmo propostas de compra de

colecionadores.

O Peel P50 é um microcarro com apenas três

rodas, que foi comercializado entre 1962 e 1965

pela Peel Engineering Company.

Em 2010 o P5 entrou para o livro dos recordes

como o menor carro do mundo produzido em larga

escala, com apenas 1,37m de comprimento.

Uma curiosidade sobre o P5 é que ele não pos-

sui a marcha ré. Em seu lugar, na parte de trás do

carro, há uma alça para que o carro seja “mano-

brado” de forma manual.

O modelo Mini

Page 28: SHAVUOT A outorga da Torá

28 Iyar / Sivan 5776

Leis e Costumes

As berachot equivalem ao cumprimento de

todas as mitsvot!

“Ta’amu Ur’u ki tov Hashem” – Provai (saboreai)

e vede que D’us é bom (Tehilim 34:9). “Disse o Todo

-Poderoso: ‘Cumpre todas as mitsvot que te dei na

Torá. Se comeres dos frutos da terra ou das árvores,

recita a berachá sobre eles, pois se os comeres e

não fizeres a berachá, estarás roubando os frutos,

a árvore e a terra, Àquele Que os faz crescer. Se, no

entanto, o indivíduo comer e recitar a berachá, ele

coroa Aquele Que os criou. Por isso, provai (sabo-

reai) e vede que D’us é bom.’” (Yalcut Shim’oni, para

Tehilim 34).

O comentário Záyit Raanan sobre o Yalcut

Shim’oni (Tehilim 34), declara: “‘Todas as mitsvot’

significa que se recitares as devidas berachot sobre

todas as coisas, é como se cumpriste todas as mits-

vot.”

Pelas palavras do Yalcut Shim’oni e do Zayit

Raanan conclui-se, que aquele que recita as devidas

berachot antes de comer, alcança um grau muito

elevado e se compara àquele que cumpre todas as

mitsvot da Torá. Por que será?

O Rabi Yaacov Chayim Sofer Shelita, em seu livro

Ner Yehudá, escreve, que esse midrash ajusta-se

perfeitamente com o que o Yalcut Shim’oni escreve

a respeito do capítulo 16 do Tehilim: “Disse o Santo,

bendito seja Ele: ‘Se comeste e disseste: Baruch Atá

Hashem (Bendito és Tu, Hashem) – ‘Tovati bal alê-

cha’ – não penses que te fiz um favor em te dar de

comer do que é Meu; pois comeste do que é teu, e é

como se tiveste cumprido toda a Torá, conforme está

escrito: ‘Veachaltá vessaváta uverachtá’ (Devarim,

Parashat Êkev, cap. 8, versículo 10) – Comerás, satis-

fazer-te-ás e abençoarás – e pouco antes no capítulo

8, versículo 1 está escrito: ‘Col hamitsvá...’ (Devarim,

Parashat Êkev, 8:1) – Toda a mitsvá...”

Portanto, aquele que faz a berachá sobre os ali-

mentos, é como se tivesse obtido licença de D’us para

tirar proveito do Seu mundo. Faz com que a comida

seja considerada sua e dessa maneira não a está

roubando de D’us. E mais ainda: seu mérito é tão

grande, como se ele tivesse cumprido toda a Torá.

Por que o peso das berachot equivale ao cumprimen-

to de todas as mitsvot da Torá?

As berachot levam à fé em D’us

Na continuação do midrash trazido no Yalcut

Shim’oni está escrito: “Outra explicação para ‘Bal

alêcha’ – é somente de você: Yuvelu col hatovot shel-

chá vivalu vach. Ainda outra explicação: mevalê ani

col hatovot shebegufechá vegufechá enô balê.”

A importância das BerachotAs berachot equivalem ao cumprimento de todas as mitsvot!

Rabino I. Dichi

Page 29: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 29

Leis e Costumes

O livro Alê Shur (parte 2 pág. 316)

explica as palavras do midrash: “Por

intermédio das berachot podemos

degustar a bondade Divina na fruta da

qual tiramos proveito: cada prazer e

o seu gostinho especial. Se comermos

sem fazer a berachá, estamos simples-

mente ingerindo um bom alimento.

Em contrapartida, aquele que faz a be-

rachá coroando o Criador e perceben-

do que está comendo coisas sagradas,

acaba por experimentar a essência da

bondade Divina dentro do seu prazer.

Assim, adquire mais fé e reconheci-

mento da benevolência de D’us em

cada prazer que tiver neste mundo.”

Baseando-se em suas palavras,

podemos deduzir que as berachot são

a chave para uma compreensão mais

aprofundada e para uma sensação

mais clara da Providência Divina no

mundo. Ou seja; aquele que come algo

e deixa de fazer a berachá, acaba fican-

do somente com o lado material, físico.

Em compensação, a consciência de

que tudo aquilo que o homem alcança,

emana da bondade Divina, fortifica-se

dentro daquele que faz a berachá do

fundo de seu coração antes de comer.

Esta contemplação incute no coração

do homem uma fé concreta em D’us,

reconhecimento de Sua bondade e

sentimentos de gratidão para com Ele.

As berachot que fazemos com fervor e

com atenção, nos conduzem a um reco-

nhecimento geral da bondade Divina, a

uma ligação espiritual mais profunda

com a Torá e também ao cumprimento

mais preciso das mitsvot de Hashem.

Portanto, vemos que as berachot real-

mente podem nos levar a cumprir todas

as mitsvot. Agora, o midrash que inter-

liga as duas coisas torna-se bem claro.

A berachá e seu significado –

uma chave para o serviço Divino

O livro “Cad Hakêmach” traz, no

verbete “berachá”: “Já que encontra-

mos um versículo inteiro na Torá que

nos ordena a fazer berachá sobre o

alimento, concluímos que temos uma

obrigação veemente em tomar cuidado

com as berachot obrigatórias e tam-

bém com as berachot de deleite. Todo

aquele que zela pelas berachot, mani-

festa sua fé e a pureza de seu coração,

e demonstra que seu judaísmo tem

raízes fortes e que ele é um chassid

(pio, devoto) e yerê chet (temente ao

pecado).

Ou seja, o modo pelo qual o indi-

víduo faz a berachá e o costume de

fazer questão de recitar a berachá com

intenção e fervor, demonstram sua fé e

seu temor a D’us. Ser temente a D’us e

temer o pecado é facilmente reconhe-

cido pela maneira com que o indivíduo

faz a berachá. É algo que atesta a inte-

rioridade do homem.

Subentende-se que há também

um caminho do exterior para o inte-

rior, ou seja, aquele que faz questão

de prestar atenção ao significado das

berachot, acabará sentindo a bonda-

de Divina; e seu amor e seu temor

a D’us ficarão cada vez mais fortes.

Quanto maior for a intenção, mais sa-

grado será seu interior e mais ligado

estará a D’us.

O Midrash Tanchumá (Parashat

Vayêshev, 7) escreve sobre a declara-

ção da Torá “A morte e a vida estão

nas mãos da língua e aqueles que a

amam comerão dos seus frutos”. “Diz

Rabi Chiyá bar Abá: ‘Alguém tem um

alimento feito com figos perante si. Se

comer dele sem fazer a berachá – a

morte está nas mãos da língua [a mor-

te como ausência de espiritualidade;

insensibilidade e apatia aos fatos espi-

rituais]. Se, no entanto, fizer a berachá

antes de comer – a vida está nas mãos

da língua.’”

Vemos, pelas palavras do mi-

drash, que a diferença entre a bera-

chá e a falta dela é tão decisiva que é

equiparada à diferença entre a vida e

a morte. A berachá traz vida e a falta

dela é comparada à morte, porque

aquele que comeu (sem fazer a bera-

chá), transgride o mandamento Divi-

no que ordena fazermos a berachá,

ficando somente com o lado físico,

absolutamente destituído de espiri-

tualidade.

Rabi Yehonatan Eibeschütz zt”l

escreve em seu livro Yearot Devash,

parte 1, derashá 11: “Deve-se tomar

cuidado em não transgredir os precei-

tos Divinos, estudar as leis da Torá e

resguardar os pequenos pecados que

se costuma desprezar – principalmen-

te as leis de Shabat e yom tov e as leis

de birchot hanehenin.

De acordo com suas palavras, a

chave para o serviço Divino é o co-

nhecimento das leis de forma clara.

Afinal, não há meios de servir o Rei

sem saber qual é a Sua vontade. As-

sim também, não há possibilidade de

cumprir as mitsvot de Hashem sem

saber de forma clara os detalhes das

mitsvot que Ele quer que cumpra-

mos, e os detalhes das proibições que

Ele está interessado que nos distan-

ciemos. As leis de Shabat e yom tov

são leis que possuem muitos detalhes

e, sem conhecimento claro, é muito

fácil errar. As leis de berachot tam-

bém são muito complexas, e, sem

conhecimento profundo, é muito fácil

enganar-se. A forma de passar por

estas leis sem incorrer em obstácu-

los é estudá-las minuciosamente.

Aquele que é perito, poderá seguir o

caminho das mitsvot, sem tropeçar.

O indivíduo não deve se iludir, que

sem conhecimento profundo das leis,

ele também cumpre as mitsvot devi-

damente. As coisas não são assim e

a experiência atesta que somente a

perícia na lei é a garantia para im-

pedir que sucumbamos à cilada dos

pecados.

Page 30: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776

Nossa GenteNascimentos

No Berit Milá do filho do R. Yossef Sisro

• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Avraham Yeshayáhu Behar, Edy Isaac Kayeri, Ezra Dayan, Felipe Spett, Marcelo Feldman e Tony Shayo.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para a família Avraham Behar.

Veja 16 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 31: SHAVUOT A outorga da Torá

31

Nossa Gente

No Berit Milá do filho de Ezra Dayan

Veja 10 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 32: SHAVUOT A outorga da Torá

32 Iyar / Sivan 5776

No bar mitsvá de Ori Fridlin em Israel

No bar mitsvá de Yaakov Harari em Israel

Bar Mitsvá

• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Baruch Jankovits, Gabriel Yair Dlin, Shlomo Mordechay Reichman e Yaakov Harari.

No Berit Milá do filho de Avraham Yeshayáhu Behar na Argentina

Victor Cohen, como sandac,deu berachot no Berit Milá de seus netos

Veja 5 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Veja 11 fotos e 3 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 33: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 33

No casamento de Mike e Shiri Sisro

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Nossa Gente

• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Nasser e Chouveke (Efraim e Michal), Karaguila e Chammah (Chaim e Rivka), Ades e Azrak (Daniel e Denise), Manela e Sarue (Yuri e Alessandra).• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Muhafra e Tawil (David e Sara), Sisro e Michanie (Mike e Shiri), Dabbah e Szajnbok (Eliel e Yentel), Meta e Nehmad (David e Miriam Hodaya) Hefetz e Farhi (Mark David e Esther), Jankovits e Tyberg (Yisrael e Chana Rachel), Meyer e Hassid (Elchanan Simcha e Mimi), Raichik e Steinmetz (Yossef Yitzchak e Chana), Kraus e Junger (Eliyáhu e Necha).

Casamentos

Page 34: SHAVUOT A outorga da Torá

34

Nossa Gente

Purim na Yeshivá Guevohá

Veja 12 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Purim na Yeshivá Shaarê Dáat em Israel

Veja 4 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 35: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776

Nossa Gente

Shuc Shushan de Purim na Escola Maguen Avraham

Veja 13 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Page 36: SHAVUOT A outorga da Torá

36 Iyar / Sivan 5776

No Movimento Infantil Darkênu

Nossa Gente

Purim na Congregação

Veja 14 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

Veja 7 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

A Família Sterenfeld

Deseja Chag ShavuotSamêach para toda a kehilá

Deseja Chag ShavuotSamêach para toda a kehilá

Page 37: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 37

Guimatriyá

As festas de Pêssach e Shavuot estão ligadas

pelos 49 dias da contagem do Ômer. Nes-

tes dias deve acontecer um refinamento das virtu-

des humanas, como preparativo para a Outorga da

Torá em Shavuot.

Outro nome da festa de Shavuot é Atsêret. O pe-

queno número de Atsêret (עצרת) é igual ao de Pêssach

,o que mostra a ligação entre Pêssach e Atsêret ,(פסח)

ambos ligados às 22 letras do alfabeto hebraico e a

todos os múltiplos sentidos profundos envolvidos.

22 = (4) ת + (2) ר + (9) צ + (7) ע

22 = (8) ח + (6) ס + (8) פ

O sentido literal de Atsêret expressa a idéia

de “assembleia, reunião de pessoas”. Isso indica a

união das diferentes partes do povo neste mês de

sivan – sob o signo “teomim” (gêmeos) – e demonstra

o sentimento de unidade que reina no povo.

É esta unidade que faz de Israel “uma realeza

de sacerdotes”. A própria palavra Atsêret expressa

também a idéia de realeza, já que o herdeiro da co-

roa é chamado de “yoresh êtser” – príncipe herdeiro.

Portanto, a unidade e a realeza, dois sentidos

da palavra Atsêret, estão ligados. Encontramos esse

mesmo elo de outra forma interessante: nas letras

da palavra “mêlech” (מלך – rei), anagrama da palavra

“culam” (כלם – todos). Quando “todos” estão unidos,

o “rei” pode governar de forma eficiente.

A festa de Shavuot chega após 49 dias de prepa-

ração, durante os quais o homem prepara um “bom

coração” (lev tov – טובלב). A soma dessas letras é uma

alusão aos 49 dias de preparação.

32 = (2) ב + (30) ל

17 = (2) ב + (6) ו + (9) ט

Total: 32 + 17 = 49

De fato, lev tov – um bom coração – é uma quali-

dade fundamental para todas as outras. Aprendemos

isso em uma das mishnayot do Pirkê Avot (2:13):

“Ele (Raban Yochanan ben Zacai) lhes disse:

Observai qual o bom caminho a que se deve ape-

gar o homem. Rabi Eliêzer diz: um bom olho; Rabi

Yehoshua diz: um bom companheiro; Rabi Yossê diz:

um bom vizinho; Rabi Shim’on diz: aquele que prevê

o que vai acontecer; Rabi El’azar diz: um bom cora-

ção. Disse-lhes (Raban Yochanan ben Zacai): prefiro

a opinião de El’azar ben Arach às vossas, pois nela

já estão contidas as vossas.”

Sendo que ter um bom coração é uma qualidade

que é um fundamento para todas as outras, “lev

tov” (טובלב – bom coração) e “midá” (מדה – qualidade)

somam o mesmo valor.

49 = (2) ב + (6) ו + (9) ט + (2) ב + (30) ל

49 = (5) ה + (4) ד + (40) מ

A preparação para a outorga da Torá durante os

quarenta e nove dias do Ômer deve passar por um

refinamento das qualidades humanas, que são um

pré-requisito para a Torá, como nos ensinam nossos

sábios: “Dêrech êrets cadmá Latorá – a civilidade

precede a Torá”.

shavuotA festa de Shavuot é comemorada cinquenta dias após a noite do Sêder de Pêssach e consagra a plenitude da alma que, neste dia, brilha como uma luz pura e abre ao judeu as portas da eternidade.

Rabino Isaac Dichi

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38 Iyar / Sivan 5776

Guimatriyá

Sendo assim, a expressão “lev tov

– bom coração”, incitou o Benê Yissa-

char a dividir o período de preparação

de 49 dias em duas partes, cada uma

em alusão a uma dessas palavras.

A primeira, desde o primeiro dia do

Ômer até Lag Baômer, não incluído,

ou seja, de 32 dias, correspondente ao

valor de “lev” (32 – לב). E uma segun-

da parte, de Lag Baômer até Shavuot,

ou seja, de 17 dias, correspondente ao

valor de “tov” (17 – טוב).

Em Lag Baômer foi revelada a tra-

dição esotérica, a parte mais oculta

da Torá, por Rabi Shim’on Bar Yochai

que, conforme esta mesma tradição,

era a reencarnação da alma de Moshê

Rabênu.

A importância de Lag Baômer

transparece no seu valor numérico,

igual ao de Moshê e ao dos nomes Di-

vinos “Kel Shacay”.

+ (40) מ + (70) ע + (2) ב + (3) ג + (30) ל

345 = (200) ר +

345 = (5) ה + (300) ש + (40) מ

345 = (10)י + (4) ד + (300) ש + (30) ל + (1)א

Estes 49 dias do Ômer também são

dias de julgamento. Como o Todo-Po-

deroso Se aproxima de Seu povo du-

rante este período, a proximidade da

Santidade implica em maiores exigên-

cias morais e espirituais. Esta idéia

transparece no valor numérico da ex-

pressão: “Kel Chay” (קל חי – o D’us vivo).

49 = (10) י + (8) ח + (30) ל + (1) א

O “D’us vivo” reside no meio de nós

durante os 49 dias de preparação para

Shavuot.

O Ômer (a oferenda de cevada que

era feita na época do Templo Sagrado)

é o símbolo do “yesh”, da materiali-

dade. Essa idéia transparece no valor

numérico de “Ômer” (עמר), que é igual

ao valor da palavra “yesh” (יש).310 = (200) ר + (40) מ + (70) ע

310 = (300) ש + (10) י

As letras guturais são intercam-

biáveis, e cada letra gutural é mais

forte que a precedente na série álef

Sendo assim, a .(ח) chet ,(ע) áyin ,(א)

palavra “Ômer” (עמר) está entre “omer”

.(matéria – חמר) ”e “chômer (dizer – אמר)

Omer (אמר – dizer) representa o

fundamento espiritual do mundo,

criado pelas dez palavras Divinas.

Durante a contagem do Ômer (עמר) se

purifica o chômer (חמר – matéria) para

formar omer (אמר – dizer), as palavras

da Torá que recebemos na Outorga da

Torá. Isso acontece após o refinamento

das qualidades morais durante as sete

semanas da contagem do Ômer.

Vita S. Gomel

Baseado no livro “La Guematria”, do rabino Matityahu Glazerson

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Page 39: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 39

Variedades III

MUNDOANIMAL

A intervenção diretA de um Autor do universo pode ser constAtAdA nA imensidão dAs gAláxiAs, nA perfeição do corpo humAno, nA mArAvilhosA

diversidAde dA botânicA e nA observAção do extrAordinário e impressionAnte

fis

hnado A foto ao lado é o

registro de um momento raríssimo em que os peixes jack se agrupam para um ritual de acasalamento conhecido como “agregação”.O registro foi feito pelo pesquisador Octavio Aburto, que só teve êxito em sua missão depois de inúmeras tentativas.Entre a imprensa mundial, o fenômeno acabou apelidado como fishnado, o “tornado de peixes”.

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40 Iyar / Sivan 5776

UM

BARAT

ÃO Apesar de ser parecido com um tatuí gigante, o “bichinho” da foto ao lado está mais para um grande baratão mesmo.O isópode gigante pode chegar a medir até 60 centímetros de comprimento e vive no fundo do oceano, alimentando-se de peixes mortos e outros detritos que encontra pelo caminho.A espécie já era conhecida desde o século XIX, mas só foi vista em vídeo há pouco tempo, quando um submarino japonês de alta profundidade decidiu registrar o que

acontecia com um peixe morto no oceano.

só d

e o

lho Isso que você está vendo

não é uma máscara milenar enterrada na areia, mas sim um exemplar de peixe carnívoro da espécie miracéu esperando por alguma presa incauta.Sua estratégia é justamente enterrar-se por inteiro na areia, deixando apenas os seus olhos de fora, pronto para dar o bote. Uma vez que o ataque vem de baixo para cima, dificilmente há chance de escapatória.

Variedades III

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Iyar / Sivan 5776 41

PIR

ACEM

A Em algum momento da sua vida adulta, os salmões do Oceano Pacífico retornam para os córregos montanhosos onde nasceram, com o objetivo de desovar e perpetuar a sua espécie.Quem mais se beneficia com este evento chamado piracema são os ursos-pardos do Alasca, que ficam literalmente parados e de boca aberta, apenas esperando que o almoço vá direto de encontro a eles.

É M

EU! O norte-americano

Dan Carlin estava posando para uma foto com o peixe que havia acabado de fisgar, quando foi atacado por um leão marinho faminto.O susto foi imenso, principalmente porque Dan, de 62 anos, acabou arrastado para a água até uma profundidade de seis metros, quando conseguiu se soltar.

Variedades III

Page 42: SHAVUOT A outorga da Torá

42 Iyar / Sivan 5776

mig

raç

ão Todos os anos, milhões

de caranguejos vermelhos deixam as suas tocas na Ilha Christmas, na Austrália, e vão de encontro ao mar para colocar seus ovos.A migração sincronizada é tão grande que a população local é obrigada a criar barreiras naturais nas ruas e estradas para evitar acidentes e que muitos exemplares morram.

ZONA A

BISS

AL A zona abissal é a região

mais profunda dos oceanos, abaixo de dois mil metros de profundidade. Além de possuir pressão extremamente alta, é muito fria e escura.Lá são encontrados animais surpreendentes adaptados. A bioluminescência, a capacidade de emitir luz, é uma das estratégias que facilita a atração de presas.O peixe da foto é um “peixe pescador”, que recebeu este nome por conta da “vara luminosa” existente em sua testa.

Variedades III

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Iyar / Sivan 5776 43

Visão Judaica

No começo do livro de “Bere-

shit” a Torá des-

creve que D’us criou o homem e colocou-o no “Gan

Êden” – o Jardim do Éden. Lá, D’us fez nascer da

terra todos os tipos de árvores agradáveis à vista

e com saborosas frutas. O local geográfico do Gan

Êden está descrito detalhadamente na Torá. Esta

descrição usa, como base, lugares e rios bastantes

conhecidos. Depois disso, quando o homem pecou,

foi expulso do Gan Êden e nunca mais lhe foi per-

mitido voltar.

Uma Pergunta Geográfica

Algumas vezes, no jardim de infância, depois

que a professora conta esta história da Torá, uma

das crianças faz uma pergunta simples, mas não

fácil: Onde é o Gan Êden?

A professora fica confusa. O que responder à

criança?

O que nós responderíamos? “O Gan Êden está no

céu” não é absolutamente uma resposta! Afinal, está

escrito claramente na Torá que as árvores cresciam

“da terra” e que seu fruto era de sabor agradável.

Então, como dizer que este lugar está no céu?

Admitamos a verdade! Nós também temos dificul-

dade em aceitar esta resposta. É certo que reconhece-

mos que existem mundos espirituais ocultos a nós. Os

mundos espirituais estão distantes da nossa realidade

em todos os sentidos, de modo que todas as caracte-

rísticas físicas deste nosso mundo não existem neles.

Porém, é difícil incluir nestes mundos espirituais um

Gan Êden que contenha lindas árvores que nascem da

terra. Além disso, que sentido faz, num mundo total-

mente espiritual, onde não existe fome ou sede, algo

que seja agradável à vista ou bom ao paladar?

Há algumas dezenas de anos alguém poderia

simplesmente responder que este lindo jardim se

encontra em algum lugar distante e não conheci-

do do globo. Hoje, no entanto, é quase impossível

aceitar esta resposta. Existem mapas detalhados de

todo o mundo. Cada metro de terra já foi revelado e

fotografado por aviões e submarinos. Nada escapa

às suas lentes e radares. Onde, então, é o lugar do

Gan Êden no mundo?

As Camadas da Cebola e o Mundo

Em princípio, a existência física da matéria não

nos deixa dúvidas sobre a sua realidade, já que esta

existência é captada por nossos sentidos – vemos e

sentimos os objetos. No entanto, parece que as coi-

sas não são assim tão simples. Retire de um quarto

toda a sua mobília. Dizemos que este quarto ficou

totalmente vazio. Esta afirmativa, porém, não é exa-

ta. O quarto pode estar vazio de objetos que nos são

visíveis, mas ele está repleto de ar. A maior parte da

história se passou até que o homem percebesse que

vive num gigantesco oceano de ar.

No passado, os homens conseguiam notar o ar

apenas em movimento, na forma de vento, mas pa-

rado não percebiam a sua existência. Com o passar

A Outra RealidadeExistem mapas detalhados de todo o mundo. Onde, então, é o lugar do Gan Êden?

R. Yochanan David Salomon

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44 Iyar / Sivan 5776

do tempo, o homem entendeu que a

visão e o tato não são os únicos meios

de se captar a realidade.

Mesmo que conseguíssemos reti-

rar todo o ar do quarto e então um ho-

mem do século passado poderia jurar

que o quarto está realmente vazio, ain-

da assim ele estaria enganado. Qual-

quer criança nos nossos dias sabe que

o vazio do quarto está repleto de ondas

eletromagnéticas de um sem número

de estações de rádio, cada uma com a

sua freqüência. Um cientista dos nos-

sos dias explicaria que o quarto está

repleto de energias de diferentes tipos

e com freqüências distintas. Parte des-

tas energias podem ser transformadas,

através do rádio, em vozes de todas as

línguas e acordes musicais. Outra par-

cela desta energia pode ser transfor-

mada em imagens. Outras formas de

energia conhecidas hoje, tais como a

radiação, podem ser percebidas com

outros aparelhos diversos.

O homem conseguiu aperfeiçoar

seus sentidos através de uma apare-

lhagem avançada que inventou, au-

mentando assim o alcance da rea-

lidade perceptível. O telescópio, o

microscópio, aparelhos que captam

raios infravermelhos e tantos outros

aumentam o alcance de percepção de

nossos sentidos, acrescentando novas

partes à realidade física que, primiti-

vamente, não conhecíamos. Ninguém

pode afirmar que não continuaremos

a descobrir outras formas de existên-

cia que no momento nem desconfia-

mos que existam.

A realidade é constituída de cama-

das, assim como as camadas de uma

cebola. Camada após camada ela vai

se desvendando diante da ciência do

homem, que escava em busca do inte-

rior desta realidade. Nós temos a obri-

gação de conhecer o mundo em que

vivemos em todas as suas diferentes

camadas para podermos adaptar nos-

sos atos de acordo com esta realidade.

Bendito que Faz o Cego Ver

A Torá nos conta que Hagar, escra-

va de Avraham, e seu filho perambula-

vam pelo deserto sem água. Então D’us

ouviu as suas preces (Bereshit 21:19):

“E abriu D’us seus olhos e viu um poço

de água”. Não está escrito que foi cria-

do um poço de água para dar-lhes de

beber, mas sim que Hagar pôde ver um

poço que já estava ali desde a Criação

do Mundo. Sobre isto, disseram nossos

sábios: “Todos estão sob o vigor da ce-

Visão Judaica

Page 45: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 45

gueira até que D’us abra seus olhos”.

Outro acontecimento parecido

encontramos no livro de Melachim II

(cap. 6). O jovem que acompanhava

o Profeta Elishá acorda, levanta-se

e vê um forte exército com cavalos e

carros de guerra, do inimigo Arameu,

que cercava a cidade. Elishá acalma o

rapaz dizendo: “Não temas, pois são

mais os que nos acompanham do que

os que estão com eles”. Então, Elishá

faz uma prece para D’us: “Abre seus

olhos e ele verá”. E abriu D’us os olhos

do moço e ele viu o monte repleto de

cavalos e carros de guerra de fogo.

Lembramos também que o perver-

so Bilam não percebeu a presença do

anjo que obstruía seu caminho até que

a Torá relata (Bamidbar 32:31): “E des-

vendou D’us os olhos de Bilam e viu o

anjo de D’us parado no caminho com

sua espada desembainhada na mão.”

Assim, parece claro que existe

uma realidade, na qual vivemos, que

nos é invisível por algum impedimen-

to do nosso sentido visual. Quando a

visão encoberta é desvendada, pode-

mos ver esta outra realidade da mes-

ma forma que percebemos a realidade

a qual estamos habituados.

Estamos acostumados ao pensa-

mento de que existe um mundo espiri-

tual elevado e sublime, conhecido e en-

tendido por homens também elevados.

Este mundo espiritual está separado

do nosso mundo material, pois só pode

ser percebido pela mente, enquanto

que, no mundo físico, a realidade é

percebida pelos nossos sentidos.

No entanto, notamos agora, que

existe mais uma realidade física, que

normalmente nos é invisível, porém

é perceptível aos sentidos de quem é

meritório de tal visão. O poço visto por

Hagar é um poço visível a olhos reais,

com águas que podem ser bebidas e

que matam a sede. Deste poço Hagar

encheu seu odre para o resto da sua

viagem. As camadas da realidade físi-

ca “comum” são reveladas através de

diversas aparelhagens exteriores que

aumentam o alcance da nossa percep-

ção. A “outra” realidade física é revela-

da através da extensão da capacidade

dos nossos próprios sentidos. Esta am-

pliação dos sentidos ocorre por meio

de um processo interior, como a prece

no caso de Hagar ou a profecia no caso

de Elishá, e de várias outras maneiras.

O que Vê

Enquanto que Hagar e o acompa-

nhante de Elishá tiveram o privilégio

desta fantástica capacidade de visão

apenas por alguns instantes uma úni-

ca vez, o homem elevado, como o pro-

feta, tem este mérito por muito tempo.

Antigamente, o profeta era chamado

também de “o que vê”, pois ele conse-

guia ver o que acontecera no passado

em lugares distantes de onde estava

(Shemuel I, 9:20) e o que aconteceria

no futuro (idem 10:2).

Os limites de tempo e lugar são

limites impostos por nossos sentidos

neste mundo material e limitado. Po-

rém, numa existência mais elevada

não existem estas limitações. Com

a luz criada pelo Todo-Poderoso na

Criação, podia-se ver de um lado ao

outro do mundo; ou seja, essa era a

capacidade visual natural do homem

em sua criação. D’us, no entanto, es-

condeu essa luz de forma a não ser

permitido a qualquer pessoa utilizá

-la, exceto os tsadikim (Chaguigá 12).

Adam, o homem da primeira geração

da Criação, podia ver e contemplar

além dos limites de tempo e espaço.

O midrash nos conta que ele viu todos

os seus descendentes no decorrer de

toda a história, geração após geração

(Bereshit Rabá 24).

Visão Judaica

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Page 46: SHAVUOT A outorga da Torá

46 Iyar / Sivan 5776

A visão elevada, alcançada pelas

pessoas de espírito superior, pode ser

exclusiva daquele que tem esse mérito,

enquanto que pessoas que estão junto

deste nada vêem. Quando Avraham,

acompanhado por seu filho Yitschac,

aproximou-se do local indicado por

D’us, “viu o lugar de longe”. Avrah-

am e Yitschac viram a singularidade

do lugar – uma nuvem estava ligada

à montanha segundo a explicação de

Rashi. Avraham percebeu, porém, que

seus outros acompanhantes, “homens

ligados a matéria”, não viam nada, e

então disse para eles: “Sentem aqui

com o burro...” (N.T.: chamor, burro

em hebraico, está relacionado aqui

com a palavra chômer, matéria).

Surdos: Ouçam!

Quando uma pessoa morre, sua

voz vai de um lado ao outro do mun-

do (Yomá 20b). Quem escuta esta voz?

Quem dera nós possuíssemos uma ca-

pacidade auditiva elevada além das li-

mitações materiais, então poderíamos

ouvir esta voz. Certamente, as pessoas

que a guemará conta que ouviram vo-

zes saídas do céu – denominadas no

Talmud de “bat col” – eram capazes de

ouvir também esta voz. Nas histórias de

grandes tsadikim ouvimos muitas ve-

zes sobre o sentimento do bem causado

pela saída da alma de outro tsadic deste

mundo. Uma pessoa com sentidos ele-

vados percebe a bondade que envolve o

mundo quando um tsadic morre.

Todos os dias uma voz sai do Monte

Chorev anunciando e dizendo: “Coitadas

das criaturas pela vergonha da Torá”

(Avot 6), porém nossos ouvidos materiais

estão tapados para ouvi-la. Há quem

diga que esta voz não é perdida. Sem que

a pessoa saiba, esta voz é captada por

sua alma, e é a fonte dos pensamentos de

teshuvá, de retorno ao caminho correto,

que aparecem naturalmente no coração

de todas as pessoas.

E Cheirará seu Temor a D’us

Quando o Profeta Yeshayáhu (cap.

11) conta sobre o Mashiach, o grande

tsadic que será reconhecido por todos

os povos, ele relata suas característi-

cas e seu nível espiritual. Entre outras

coisas, Yeshayáhu escreve: “E cheirará

seu temor a D’us, e não pela visão de

seus olhos julgará e não pela audição

de seus ouvidos advertirá”. O Mashia-

ch não se baseará sobre a visão, que é

algo superficial, mas sim “cheirará” o

temor a D’us da pessoa que estiver na

sua frente. Isto nos mostra que o temor

a D’us é algo que pode ser cheirado;

porém, a fragilidade do nosso sentido

olfativo nos impede de fazer isto.

Quando Yaacov entrou na tenda de

Yitschac para receber as bênçãos antes

do falecimento do seu pai, estava vesti-

do como seu irmão Essav e com os bra-

ços e mãos cobertos com peles de bode

arrancados pouco antes. É sabido que o

cheiro dos bodes é dos mais desagradá-

veis. Mas eis que Yitschac fala (Bereshit

27:27): “Veja! O cheiro de meu filho é

como o cheiro do campo abençoado por

D’us”. Sobre isso, Rashi explica que jun-

to com Yaacov entrou o cheiro do Gan

Êden. O sentido olfativo de Yitschac,

em seu nível superior, permitiu que ele

sentisse o cheiro elevado do Gan Êden.

Este cheiro maravilhoso se sobrepôs ao

cheiro dos couros de bode eliminando

-o, assim como o cheiro de um ótimo

perfume se sobrepõe a outro cheiro

mais fraco deixando-o imperceptível.

Surge, no entanto, uma pergun-

ta: De onde veio este cheiro do Gan

Êden que, segundo Rashi, entrou com

Yaacov na tenda de Yitschac? Afinal,

desde que Adam e sua mulher foram

expulsos do Gan Êden, não foi mais

permitido a ninguém entrar lá.

Antes de responder a esta pergun-

ta, façamos algumas considerações.

Adam Harishon estava num degrau

espiritual muito elevado. Todos os

seus sentidos estavam desenvolvidos

em toda a potencialidade de um ser

criado pelas mãos de D’us, e funcio-

navam conforme este potencial. Ele

passeava por este “campo abençoado

por D’us” e comia dos frutos de suas

árvores. Quando pecou e comeu da ár-

vore proibida, sua materialidade se so-

brepôs à espiritualidade, seus sentidos

enfraqueceram, sua visão se enevoou

e o Gan Êden que existia à sua volta

desapareceu.

Um exemplo semelhante é o de um

homem que se encontra sentado num

salão de concertos e ouve uma músi-

ca magnífica. De repente, ele pega dois

tampões e cobre os seus ouvidos. Ain-

da que os músicos continuem tocando e

lindas melodias flutuem à sua volta, ne-

nhum som chega aos seus ouvidos. Para

ele, é como se a música não existisse.

Na realidade, o homem não foi

expulso do Gan Êden, mas sim o Gan

Êden foi expulso pelo homem de seu

meio. O Jardim do Éden certamente

continua existindo como antes, porém,

em relação ao homem que pecou, o ho-

mem materialista, ele deixou de existir.

No princípio o homem foi criado com

sentidos elevados, que o permitiam ter

uma visão de uma outra realidade na

qual ele vivia naturalmente. O pecado

do homem foi o que tampou seus ouvi-

dos, encobriu seus olhos e o impediu

de perceber a realidade que o rodeia.

Quando um homem isolado con-

segue se elevar e se purificar, pode

alcançar um degrau elevado e mais

próximo do nível de Adam Harishon

antes do pecado. Nesta situação vol-

tam a ele, ainda que apenas um pouco

e parcialmente, alguns dos sentidos e

qualidades do primeiro homem, con-

forme sua natureza original e confor-

me foi criado no princípio.

Yaacov Avínu, em seu nível ele-

vadíssimo, não voltou mesmo para o

Gan Êden, porém o cheiro deste jar-

Visão Judaica

Page 47: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 47

Visão Judaica

dim o acompanhava quando entrou

na tenda de seu pai. Um homem qual-

quer não poderia sentir este cheiro,

mas Yitschac, em seu degrau elevado,

pôde senti-lo. Era o cheiro fantástico

e sublime que envolvia o primeiro ho-

mem no princípio de sua vida. Assim,

com espanto e alegria, Yitschac disse:

“Veja! O cheiro de meu filho é como o

cheiro do campo abençoado por D’us!”

Um homem que se elevou espiri-

tualmente pode se isolar por comple-

to da sua existência física comum e

continuar a sua vida numa existência

diferente, mais espiritual. É como se

este homem apoiasse um de seus pés

nesta existência mais elevada e pu-

xasse o outro pé, tirando-o da nossa

realidade material. Nessa existência

diferenciada, mais elevada, não exis-

te doença ou morte. Quem retorna à

realidade do Gan Êden pode continuar

a viver eternamente, conforme o que

fora programado para o homem antes

do pecado.

Assim aconteceu com o Profeta

Eliyáhu. Ele está na outra realidade

existente aqui conosco em nosso mun-

do, porém nós não podemos vê-lo. Da

mesma forma que se enfraqueceram

nossos sentidos materiais nos impe-

dindo de perceber a luz oculta, assim

também não podemos ver o profeta Eli-

yáhu, que também foi ocultado (Rashi,

Melachim II, 2:16). No entanto, ele se

revela àqueles que se elevam um pouco

acima das nossas fronteiras materiais.

Estas pessoas podem sentir um pouco

das delícias do mundo onde ele vive.

Eliyáhu Hanavi não é uma alma

sem corpo. Ele vive, assim parece,

num corpo, e deve cumprir os man-

damentos da Torá, mas sua vida é co-

mandada por uma realidade que não

é captada pelos nossos sentidos.

Tempo e Espaço

A realidade do nosso mundo é

formada por várias camadas, uma

encobrindo a outra. Nós só podemos

perceber e sentir a realidade estrita-

mente material. Existem, no entanto,

muitos pontos de ligação entre nossa

realidade material, na qual vivemos,

e a outra realidade. Existe aquele que

ouve uma voz vinda do Além e aque-

le que tem o mérito de ver o Profeta

Eliyáhu. Há quem beba das águas do

poço de Miryam e quem acorde com

um pensamento de teshuvá por ter ou-

vido uma voz quase obrigatória saída

do Monte Chorev.

Quem teve o mérito de ao menos

espiar a outra realidade percebe que

todas as experiências de tempo e es-

paço não existem lá. Antigamente, as

pessoas iam a Jerusalém nas festas e

se ajuntavam apertadas aos milhares

no pátio do Templo Sagrado. No en-

tanto, durante as orações, no momen-

to que precisavam se ajoelhar, mila-

grosamente havia um espaço de dois

em um click ! CaminhaCadeira para

De

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Page 48: SHAVUOT A outorga da Torá

48 Iyar / Sivan 5776

metros para cada pessoa. Isto ocorria

para que um não ouvisse as confis-

sões e os pecados do outro (Yomá 21

e Rashi no local). As pessoas perce-

biam, então, que o conceito de espa-

ço era totalmente diferente na outra

realidade.

Quando um judeu tem o mérito de,

no dia do Shabat, se abrigar à sombra

de um dos tsadikim da geração e tem a

oportunidade de, com sua alma com-

plementar desse dia, sentir a essência

do Shabat, ele sente que se encontra

numa esfera temporal tirada de uma

outra existência, da eternidade.

Guiado por Instrumentos

Nossas ações e nossos pensamen-

tos têm efeito em nosso mundo ma-

terial e também na outra realidade

oculta que nos cerca. Nesta situação,

parecemo-nos com um piloto que faz

um vôo cego guiado apenas pelos ins-

trumentos e aparelhagens de coman-

do do avião.

A Torá nos indica o que fazer em

todos os caminhos de nossas vidas,

de forma que nossos atos combinem

com a outra realidade, ainda que não

possamos vê-la. Se nos fosse possível

perceber a aparência na outra reali-

dade de uma comida que não é casher,

não precisaríamos saber as leis de

cashrut. Não precisaríamos tampouco

ouvir advertências a respeito de seu

consumo, da mesma forma que não

se precisa advertir alguém com olfa-

to normal para não comer um peixe

estragado.

Grandes tsadikim tiveram o mé-

rito de sentir o aspecto negativo que

acompanha uma comida proibida. Um

pouco deste sentido recaiu até mesmo

sobre seus animais. Conta-se sobre o

burro de Rabi Pinechas ben Yair que

ele se recusou a ingerir uma comida

da qual não se havia tirado o dízimo

(Chulin 7a). Também é conhecida a

história da vaca de um chassid que,

mesmo depois de vendida para um

gentio, se recusou a trabalhar no Sha-

bat (Midrash Assêret Hadibrot, quarto

mandamento). Parece que a vaca sen-

tiu a presença especial do Shabat. A

essa conclusão chegou também o gen-

tio que comprou a vaca. Ele acabou

se convertendo graças a este aconte-

cimento, estudou Torá e se tornou um

dos sábios de Israel.

Nós, judeus comuns, não chega-

mos nem mesmo ao nível do burro de

Rabi Pinechas ben Yair e nem ao ní-

vel da vaca daquele chassid. Nós não

sentimos diretamente a outra reali-

dade. Nossos atos são dirigidos con-

forme exames materiais, avaliações

das informações que chegam a nós em

nossa realidade puramente material

e pelos caminhos em que a lei judaica

nos guia. Nós sabemos que uma comi-

da não é casher somente através dos

exames e critérios materiais que nos

revela a lei judaica e não por uma sen-

sação direta do que é ou não é casher.

Guiamo-nos segundo o relógio e o ca-

lendário para saber quando começará

o Shabat e então cumprimos suas leis

especiais. Nós, judeus comuns, não

possuímos um sentimento direto da

santidade do Shabat. Desta forma, a

Torá é o nosso plano de vôo.

Pilotando Segundo a Halachá

Toda a humanidade anseia, a maio-

ria sem ter pleno conhecimento, voltar

ao nível do primeiro homem antes do

pecado. Desta forma o homem poderia

completar sua jornada através de sen-

sações diretas da realidade em que vive.

Enquanto isso, enquanto não vol-

tamos a esse nível ideal, não há nada

como o direcionamento que nos dá a

halachá, a lei judaica. Ela nos garan-

te que agimos conforme o que deve

ser feito e nos afastamos daquilo que

nos é prejudicial. A precisão com que

cumprimos as leis judaicas é vital

para nós assim como a precisão da

aparelhagem para o piloto quando

tudo o que vê à sua frente é neblina.

Pilotar a vida segundo a lei judai-

ca é o que precede o desenvolvimento

dos nossos sentidos espirituais e abre

a cortina que nos separa da realidade

completa na qual vivemos.

www.fivebras.com.br Tel.: 11 3207-9444Saiba mais,acesse o site

Visão Judaica

Page 49: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 49

Passatempos

P A RRC U Z DA VL A S

SA A

Page 50: SHAVUOT A outorga da Torá

50 Iyar / Sivan 5776

Passatempos

ILUSÃO DE ÓTICAILUSÃO DE ÓTICAILUSÃO DE ÓTICAPercorra com os olhos rapidamente as figuras do quadro abaixo.

Qual delas está girando?

Page 51: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 51

Iyar 09 de Maio de 2016 a06 de Junho de 2016

ROSH CHÔDESH Domingo e segunda-feira, dias 8 e 9 de maio.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA

Início (conforme costume sefaradi): Sábado, 14 de maio, às 18h13m

(horário para São Paulo).Final: Manhã de sábado, 21 de maio,

às 6h36m (em São Paulo).

PÊSSACH SHENIDomingo, 22 de maio – não se fala Tachanun.Na época do Bêt Hamicdash, esta data representava uma segunda chance de trazer a Oferenda Pascal a quem não tivera a oportunidade de fazê-lo em Pêssach.

5776

LAG BAÔMER

Quinta-feira, 26 de maio – não se fala Tachanun (nem em Minchá da véspera).

Lag Baômer é uma alegre comemoração realizada no 33º dia da Sefirat Haômer.

A Sefirat Haômer é a contagem de 49 dias desde o dia em que era realizada a oferenda do Ômer no Bêt Hamicdash, no segundo dia de Pêssach, até a festa de Shavuot. Esta contagem é uma mitsvá

da Torá. Durante os dias da Sefirat Haômer procuramos nos elevar espiritualmente, aprimorando nossas virtudes interiores, para que

estejamos preparados para o dia de Shavuot, no qual se comemora a outorga da Torá.

Dois motivos tornam o dia de Lag Baômer festivo:1. Neste dia cessou a epidemia que atacou os

discípulos de Rabi Akivá.2. É o dia da morte do grande sábio Rabi Shimon bar Yochai.

Antes da sua morte, Rabi Shimon pediu que o dia de seu passamento fosse comemorado com grande alegria e não com tristeza.

Jacob Freilich e Famíliadesejam paz

e prosperidade para todaa kehilá!

Sra. Rina Hamoui deseja paz, saúde

e muitas alegrias

para toda a

comunidade

Albert Chouekee família

Parabenizam a

Congregação Mekor Haim

pelo belíssimo trabalho de

divulgação da nossa

sagrada Torá

Datas & Dados

Page 52: SHAVUOT A outorga da Torá

52 Iyar / Sivan 5776

ROSH CHÔDESHTerça-feira, 7 de junho.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.

TACHANUNNão se recita Tachanun

nos 12 primeiros dias de sivan, até 18 de junho, inclusive.

Sivan 07 de Junho de 2016 a 06 de Julho de 2016

5776

SHAVUOT

Domingo e segunda-feira, 12 e 13 de junho. Recita-se o Halel completo nos dois dias.

Shavuot comemora o majestoso acontecimento testemunhado pelo povo de Israel sete semanas

depois de sua saída do Egito, quando estava acampado ao pé do Monte Sinai. Nesta ocasião,

D’us manifestou Sua vontade a Israel e nos revelou os Dez Mandamentos.

Embora estes mandamentos não cons tituam toda a Torá, que consiste de 613 mandamentos – taryag mitsvot – eles são

o seu fundamento. Esses dez mandamentos se tornaram a base das leis de grande parte da civilização ocidental. O nome Shavuot,

pelo qual a Torá se refere a esta data, significa sim plesmente “semanas” e deriva do fato de Shavuot ser observado depois de se contar sete semanas completas, a partir

do segundo dia de Pêssach.Ticun Lêl Shavuot: Durante a primeira noite de Shavuot existe o bonito costume de se passar a noite em claro,

estudando Torá e mishná. Este ano, o estudo se realizará na sábado à noite, dia 11 de junho.

Shavuot é chamada também de “Chag Habicurim” (Festa das Primícias), “Chag Hacatsir” (Festa da Ceifa do Trigo) e “Zeman Matan Toratênu” (Época da Outorga da nossa Torá).

BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUAInício (conforme costume sefaradi): Domingo, 12 de junho, a partir das 17h57m (horário para São Paulo).Final: Madrugada de segunda-feira, 20 de junho, até 1h06m (horário para São Paulo).

Edmond Khafif e família

Congratulam-se com a kehilá

pela passagem da festa de

Shavuot desejam muita

paz e saúde

para todo

Am Yisrael!

Datas & Dados

Page 53: SHAVUOT A outorga da Torá

Iyar / Sivan 5776 53

HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT E YOM TOV EM SÃO PAULO13 de maio - 17h13m20 de maio - 17h10m27 de maio - 17h08m03 de junho - 17h07m 10 de junho - 17h07m11 de junho - 17h07m

12 de junho - a partir de 18h07m17 de junho - 17h08m24 de junho - 17h09m01 de julho - 17h11m08 de julho - 17h14m 15 de julho - 17h17m

PARASHAT HASHAVUA 14 de maio - Parashat: Kedoshim Haftará: Halidrosh Oti Atem Baim (sefaradim)21 de maio - Parashat: Emor Haftará: Vehacohanim Halviyim28 de maio - Parashat: Behar Haftará: Vayômer Yirmeyáhu04 de junho - Parashat: Bechucotay Haftará: Hashem Uzi Umauzi11 de junho - Parashat: Bamidbar Haftará: Vehayá Mispar Benê Yisrael18 de junho - Parashat: Nassô Haftará: Vayhi Ish Echad Mitsor’á25 de junho - Parashat: Behaalotechá Haftará: Roni Vessimchi Bat Tsiyon02 de julho - Parashat: Shelach Lechá Haftará: Vayishlach Yehoshua Bin Nun09 de julho - Parashat: Côrach Haftará: Vayômer Shemuel el Haam16 de julho - Parashat: Chucat Haftará: Veyiftach Haguil’adi23 de julho - Parashat: Balac Haftará: Vehayá Sheerit Yaacov

HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê). Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil) e 08h45m (ashkenazim). Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m. Minchá - De domingo a quinta - 15min. antes do pôr do sol.Arvit - De domingo a quinta - 10 min. após o pôr do sol, 19h00m e 20h00m (de segunda a quinta).

MINCHÁ DE SHABAT14 de maio - 16h50m21 de maio - 16h45m28 de maio - 16h45m04 de junho - 16h45m11 de junho - 16h45m18 de junho - 16h45m25 de junho - 16h45m02 de julho - 16h50m09 de julho - 16h50m16 de julho - 16h55m

MINCHÁ DE ÊREV SHABAT 13 de maio - 17h13m20 de maio - 17h10m27 de maio - 17h08m03 de junho - 17h07m10 de junho - 17h07m17 de junho - 17h08m24 de junho - 17h09m01 de julho - 17h11m08 de julho - 17h14m15 de julho - 17h17m

Próximas Comemorações Judaicas

Datas & Dados

Page 54: SHAVUOT A outorga da Torá

54 Iyar / Sivan 5776

TABELA DE HORÁRIOS IYAR / SIVAN 5776

São Paulo

Dia Zeman Tefilin

Nets Hachamá (nasc. Sol)

Alot Hashá-

charChatsot

Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-

do-sol)

Minchá Guedolá de alot

a tsetdo nets à shekiá

de alot a tset

do nets à shekiá

de alot a tset (72m)

de alot a tset

do nets à shekiá

do nets à shekiá

de alot a tset

Maio

17:3517:3517:3417:3417:3317:3317:3217:3217:3117:3117:3117:3017:3017:2917:2917:2917:2917:2817:2817:2817:2817:2817:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2717:2817:2817:2817:2817:2817:2917:2917:2917:2917:3017:3017:3017:3117:3117:3117:3217:3217:3217:3317:33

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Datas & Dados

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“Chocolate Amargo”Chayim Walder

Meu nome é Yoav.Eu moro em Zichron Yaacov.Estou escrevendo esta carta no meu quarto. São oito da noite. Eu estou mui-

to tenso e com medo.Há uma hora, meu pai foi para a reunião de pais e mestres.Quando saiu de casa, ele se aproximou de mim, abraçou-me e disse:– Estou indo encher meus bolsos de satisfações!Aí ele beliscou minha bochecha com carinho e saiu alegremente.Eu fiquei aqui, com meu coração batendo selvagemente. Estou muito tenso e

triste.Sabem por quê? Porque meu pai não retornará tão feliz. Ele voltará triste e,

provavelmente, me punirá com muitos castigos. Ele ouvirá coisas muito graves

De Criança Para Criança

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Vocês podem perguntar por que ele saiu com tanta alegria... eu explico:Eu era considerado um bom aluno. Em todas as provas recebia boas notas. Sem-

pre preparava minhas lições de casa com boa letra e meus boletins estavam cheios de “Muito Bom” e “Excelente”.

Sempre que papai voltava da reunião de pais e mestres, ele brilhava de tanta satis-fação. Abria o caderno de anotações e lia tudo de bom que ouvira. Depois, ele me dava uma deliciosa barra de chocolate que comprava no caminho de casa.

Porém, desta vez estou com medo do “presente” que ele me trará, e mais ainda, da decepção que ele terá de mim.

Nos últimos dois meses decaí muito nos estudos. Preparei as lições de casa com desleixo. Recebi notas que até tenho vergonha de contar. Em muitas aulas eu fiquei so-nhando, e por diversas vezes os professores chamaram minha atenção.

Até hoje eu não entendo por que decaí nos estudos. A verdade é que eu nunca parei para pensar por que estou estudando menos do que antes e por que eu não preparo as lições.

Agora eu também sinto muito por não ter falado com meu pai, para que ele me desse algum conselho. Mas é tarde demais. Ele já deve ter ouvido toda a verdade... Ih! Acho que estou escutando um barulho... Sim! Ele está chegando! Voltarei a escrever mais tarde!...

Dez da noite:Pronto. Agora tudo já passou, graças a D’us!Há uma hora, papai bateu à porta do meu quarto. Abri com medo e receio. Papai

olhou para mim e disse:– Se você está esperando por um presente, então pegue.Ele colocou a mão no bolso e tirou uma barra de chocolate. Depois, virou-se e co-

meçou a sair.Corri atrás dele, chorando, e agarrei-o.– Papai, fale comigo, não vá embora assim!– Você já ganhou o chocolate – ele disse. – O que mais você quer?– O caderno de anotações – respondi. – Eu quero saber o que está escrito no seu

caderno de anotações sobre o que falaram de mim na reunião.– Mas você já deve saber muito bem – disse papai, entrando novamente no meu

quarto.Bem baixinho, meu pai leu no caderno tudo o que contei antes.

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Ao terminar, ele se dirigiu a mim e disse:– Yoav, eu não estou bravo pelo seu declínio nos estudos. Eu estou triste por isso,

mas não bravo. O que me deixa bravo é ter ouvido tudo isso com um atraso de dois meses, e não da sua boca.

– Eu tinha medo de lhe contar, papai – eu disse choramingando.– Tinha medo?! De mim? Você acha mesmo que eu o castigaria se você tivesse me

contado que estava decaindo nos estudos?Eu não tinha o que responder.– Será que eu não tentaria ajudá-lo? – ele continuou a perguntar.Continuei calado. Eu definitivamente sabia que meu pai tinha toda a razão.Ele se sentou na cama, ao meu lado, e me abraçou com força. De repente, me senti

tão seguro, tão amado... eu sabia que daquele momento em diante teria a força de inver-ter a situação e começar a ser aplicado novamente.

Depois disso, conversei com papai sobre como poderei voltar a obter bons resul-tados nos estudos. Papai me contou que ele também tinha recaídas nos estudos na sua infância. Ele disse que isso ocorre com quase todo mundo. Papai me explicou exatamente como acontece de cairmos nos estudos e me disse novamente que ele não estava bravo pelo declínio em si, mas pelo fato de que eu o escondi dele e da mamãe.

No final, meu pai disse que poderia ficar comigo quase todos os dias para revisar-mos a matéria e me ajudar a preparar as lições.

Ao terminarmos a conversa, papai me deu um beijo e foi saindo do quarto. Antes que ele saísse, eu exclamei:

– Papai!Ele se virou.– P... P... Por que você comprou o chocolate? – perguntei.Ele riu e disse:– Eu o comprei porque gosto de você.– Mas você ouviu coisas que não são boas, e eu não mereço!– Ah! – ele disse. – olhe bem para o chocolate e entenderá que, de qualquer forma,

eu lhe dei uma dica.Disse e saiu.Tirei o chocolate do saquinho e entendi tudo. Era um chocolate amargo...

Tradução de Guila Koschland WajnrytPermissões exclusivas para a Nascente

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Leiluy Nishmat

Aldo Michel Mizan ben Olga z ’’l

Israel Iossef ben Isser z ’’l

Nissim ben Emilie z’’l

Raffaele ben Salha Piciotto z ’’l

Samuel Michel Mizan ben Olga z’’l

Victor Haim ben Ester z’’l

Ester bat Sofi Shafia z ’’l

Regina Malca bat Adele z ’’l

Rita bat Salma z’’l

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