sentir pensar e agir
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SUMÁRIO
_ Introdução _ ............................................................................. Pág. 03
_ Capítulo 1 _ Crenças Limitantes................................................. Pág. 07
_ Capítulo 2 _ Valores – (Missão e Visão) ................................... Pág. 14
_ Capítulo 3 _ Ansiedade e Metas –(o processo de decisão)......... Pág.17
_ Capítulo 4 _ Medo e Metas – (a culpa, o erro e o fracasso)........ Pág. 30
_ Capítulo 5 _ Autoestima e Metas –(a liderança) ........................ Pág.40
_ Capítulo 6 _ Amor e Metas- (a Motivação)................................. Pág.67
_ Capítulo 7 _ Tristeza e Metas – (a sabotagem e a mudança)...... Pág.71
_ Capítulo 8 _ Felicidade e Metas – (a criatividade)....................... Pág.83
_ Capítulo 9 _ EU e as Metas _ (tarefas, princípios e ferramentas). Pág.94
_ Capítulo 10 _ Autodesenvolvimento Sustentável (ADS)............... Pág.121
. e o processo de coaching aberto (plano de ação)
- Quem Somos – ELEVER BRASIL ................................................... Pág. 131
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Introdução:
Sentir, Pensar e Agir é uma viagem para dentro do leitor, para que ele observe em que
situações e momentos foram geradas crenças que viraram sentimentos que interferem no corpo,
que viram atitudes e bloqueiam áreas da vida. Além disso, mostra como criar estratégias para
implementar um plano, conduzido pela própria pessoa, e que pode mudar sua vida.
Sentir, Pensar e Agir não é um livro de autoajuda, que tem como objetivo inflar o
leitor como uma bola de encher de aniversário e que, com o passar do tempo, perde sua energia e
se esvazia. O livro tem em seu bojo uma gama de conhecimentos de diversos segmentos que visa a
um crescimento sustentável, que o ajudará no desenvolvimento pessoal e na realização de seus
objetivos pelo conhecimento da linguagem de comunicação do nosso cérebro, através do processo
de coaching, unido a exercícios, técnicas de programação neurolinguística (PNL) e auto-hipnose,
baseado em recentes estudos e conceitos modernos de neurociência e psicologia positiva.
Utilizando uma metodologia simples e acessível, tem como público alvo estudantes
de ensino médio e fundamental, universitários, esportistas, professores, educadores, pais,
profissionais liberais e qualquer pessoa que queira aprender a se desenvolver, alcançar metas e
crescer como ser humano, para aprender a conviver com outros e interagir da melhor forma
possível.
Para isso, traz um conceito novo de auto coaching, que se baseia em capacitar o leitor
a passar por situações de vida que poderiam limitá-lo gerando bloqueios, utilizando fórmulas de
sucesso antes restritas ao conhecimento de poucos e inacessíveis ao público em geral e métodos
que não necessitam de um grande conhecimento, para que possam assimilar e entender os
processos mentais de funcionamento da nossa máquina mais importante, o cérebro, bem como
formas de potencializá-lo, desenvolvê-lo e “desatar seus nós”.
A grande maioria desses “nós” tem origens que não nos pertencem, que foram se
incorporado e agora fazem parte do nosso dia a dia, por meio de sentimentos que afloraram na
sociedade moderna.
Nesse caminho, vamos nos deparar com nomes conhecidos: ansiedade, medo,
autoestima, baixa autoestima, amor, felicidade e tristeza, sentimentos que, junto a crenças
limitantes, fazem com que nossas metas dancem com os estados emocionais, seguindo rumos
diferentes dos planejados e impedindo que utilizemos as ferramentas (decisão, liderança,
criatividade, motivação, adaptação etc.), escondidas nessas emoções a nosso favor.
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4 Como sentimos e reconhecemos essas emoções?
As emoções estão sempre ligadas à natureza humana e perceptíveis nas situações da
vida.
Como percebemos as situações da vida que acontecem ao nosso redor?
Elas são percebidas pelos nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).
Ou seja, quando olhamos, ouvimos, sentimos ou cheiramos alguma coisa, criamos
um conceito: grande/pequeno, feio/bonito, rico/pobre, bom/ruim, gosto/não gosto.
Tudo é percebido por meio dos sentidos e gera uma carga emocional.
Toda carga emocional cria caminhos neurais em nosso cérebro, gera um julgamento
e um sentimento associado ao julgamento.
Situações iguais ou semelhantes reforçam esses caminhos neurais, transformam
esse julgamento em verdade, confirmam esse sentimento e geram uma ação ou atitude.
Então, em momentos similares, teremos atitudes ou ações já programadas
anteriormente em nosso cérebro e reforçadas pela repetição (inprint). Estamos programados a
tomar certas decisões pelo método automático da repetição de processos mentais, o que pode
limitar determinados segmentos de nossa vida.
Existem segmentos da vida em que nos sentimos limitados (financeiro, amoroso,
profissional, familiar, social etc.) e essas situações tornam a se repetir de forma contrária aos
nossos interesses.
E, se mudássemos os programas cerebrais, de forma a criarmos atalhos neurais que
tivessem novas percepções, julgamentos, sentimentos e atitudes ou ações, esses favoráveis a
nossos objetivos e desejos?
Mas como reprogramar o cérebro para que tenha respostas diferentes em situações
em que me vejo limitado?
A ideia deste E-book é que o leitor passe por um processo de consciência e
definição de metas. O processo se chama Coaching, trabalha inicialmente com a tomada de
conhecimento de sua situação atual e a definição de seus pontos fortes; numa segunda etapa, a
definição de estratégias e objetivos do leitor e, na terceira etapa, a implantação de um plano de
ação para a realização de suas metas e técnicas para o acompanhamento dos resultados.
E como reverter e descobrir formas de se comunicar consigo e com os outros de
maneira mais produtiva e utilizando recursos para obter os resultados desejados?
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5 Vamos analisar o paradoxo que a afirmação abaixo nos causa:
“O nosso cérebro é como se fosse o gênio da lâmpada mágica, pois realiza todos os
nossos pedidos.”
Por que, em determinados segmentos de nossa vida, nossos sonhos não se realizam
da maneira como queremos?
Por que os nossos pedidos não estão sendo realizados?
Porque nós comunicamos de maneira errada com nosso cérebro. Da forma como
fazemos os nossos pedidos, obtemos resultados diferentes dos desejados por nós. Como
continuamos a fazer os pedidos da mesma maneira, passamos a ter resultados diferentes dos
nossos objetivos. O somatório desses pedidos cada vez mais nos afasta do que queremos, gerando
sentimentos negativos, confirmando crenças que nos foram colocadas, nos envolvendo numa bola
de neve e nos fazendo reforçar os caminhos neurais que nos levam a esse caminho.
Agora, chegou o momento de desconstruirmos crenças e obtermos os resultados que
queremos, desejamos e merecemos. Com o objetivo de ampliarmos o nosso conhecimento em nós
mesmos e na procura de nosso crescimento pessoal, vou propor ao leitor ao fim de cada capítulo a
execução de tarefas simples, que ajudarão a desenvolver e potencializar segmentos da vida por
meio do autoconhecimento.
No último capítulo, todas essas tarefas e alguns ensinamentos vão ser englobados,
dentro desse conceito de auto coaching, que propõe ao leitor um processo entre o E-BOOK e ele.
O que é exatamente o processo de auto coaching?
O processo de auto coaching consiste na utilização de técnicas que tem por objetivo
facilitar a realização de suas metas e transportar o leitor para levá-lo da situação atual para a
situação ideal, por meio da definição de valores, da diminuição das interferências que possam criar
bloqueios (filtros, crenças limitantes, histórico de vida, memória etc.), induzindo você a um novo
mapa mental, para superar barreiras e criar um plano de ação para a realização de seus objetivos
pessoais e profissionais, dos mais simples aos mais complexos, utilizando-se da unificação dos
diversos métodos que serão devidamente exemplificadas nos próximos capítulos, sustentando esse
ideal.
Considere esse um E-book de trabalho, em que a meta é seu bem-estar, marque
partes que sejam mais interessantes para você e retorne a leitura de páginas que já foram lidas.
Essas experiências serão de grande importância, pois pode haver insights que necessitam, às vezes,
de tempo para que maturem. Espero que todos tirem grande proveito dos ensinamentos para si e
para outros.
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6 Mãos à obra! O caminho é longo, mas os benefícios serão vantajosos para todos os
que completarem o percurso. Lembre-se: uma grande caminhada começa a ser vencida com um
pequeno passo. BOA VIAGEM!...
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Capítulo 1: CRENÇAS
Nossa viagem começa agora! Coloque o cinto e respeite o aviso de não fumar.
Como as pessoas veem o mundo? Pensamos no mundo como o vemos? Vemos o
mundo como acreditamos? Ou como nos fizeram acreditar? Nós somos o que comemos? O que
pensamos? Ou como outros nos fizeram pensar?
Para a nossa surpresa, na verdade vemos o mundo com os olhos de outros, que
nos passaram a sua visão e suas crenças como uma herança. Na grande maioria das vezes, com a
melhor das intenções, mas nos desestabiliza e, por vezes, bloqueia o nosso potencial.
Como?
Quando somos crianças, os adultos nos colocam pequenas crenças: papai Noel,
coelhinho da Páscoa, monstro do armário, o velho do saco, citando as mais conhecidas. Algumas
dessas crenças têm a intenção de estimular o lado lúdico e outras, de inibir uma possível
curiosidade da parte das crianças em se afastar demais de seus responsáveis. É claro que não são
essas crenças que limitariam a vida de ninguém, acredito que todos superaram essa fase com maior
ou menor facilidade. Então, vimos que existem crenças que são positivas e crenças que são
negativas.
E o que são crenças?
Todas as pessoas têm valores e crenças. Não podemos falar de crenças sem uma
breve explicação sobre o que são valores. Valores compõem o nosso círculo principal em volta do
nosso EU. Amor, felicidade, fé, prosperidade e solidariedade são alguns dos nossos valores e
representam os nossos guias de conduta em relação a nós mesmos e à sociedade. Existem valores
fins (principais) e valores meios (que podem mudar nossa vida em função de crescimento pessoal
ou mudança de conceitos da sociedade como um todo). Esses valores variam para cada pessoa em
função da família, da criação, da sociedade e do país. Vamos falar mais deles e descobrir quais os
principais para você mais à frente.
As crenças também fazem parte de um círculo que envolve o nosso EU, mas seria
uma segunda esfera que estaria ligada a conceitos que recebemos de outros e igualmente da
sociedade. Crenças seriam mensagens com diversos significados e sentidos passados por pessoas
próximas que tenham alguma autoridade em relação a quem as recebem, elas têm como objetivo
ser uma bússola de conduta. O problema é que determinadas crenças, às vezes, tornam-se uma
verdade absoluta e acabam por trazer alguma limitação em vários aspectos, tais como a vida
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8 financeira, amorosa, sentimental, social ou em qualquer outro segmento em que estejam
vinculadas.
Temos ainda outros dois círculos que compreendem o nosso EU. A terceira esfera é a
missão e a quarta é a visão, que completam o nosso EU pleno e que abordaremos quando falarmos
de valores.
As crenças são divididas em três tipos: crenças sobre causa, crenças sobre significado e
crenças sobre identidade.
_ Crenças sobre causa _ São crenças sobre o que causa alguma coisa como, por
exemplo, as citações: “Beleza é a porta do sucesso”, “Dinheiro não traz felicidade”, “Felicidade é
para poucos”, “Os ricos não entram no céu” ou “Trocar de parceiro é trocar de problema”. Essas
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9 crenças fazem com que, se o indivíduo acredite que “X” seja o causador de alguma coisa, defina seu
comportamento a fazer “X” se for ensinado a ele como resultado positivo ou fazer parar de
acontecer se “X” tem consequências negativas.
_ Crenças sobre significado _ São crenças que vêm como se tivessem um significado
associado. Como exemplos, teríamos as seguintes situações: “Fulano tem câncer”, “Fulano é viciado
em cigarro” ou “Fulano não consegue viver sem determinada pessoa ou coisa”. Esses comentários
teriam uma associação negativa em relação à doença (câncer), já que a pessoa seria ruim ou
mereceria ser punida, ao vicio do cigarro, visto que a pessoa seria fraca e em relação a outra pessoa
ou algo, pois não teria vontade própria.
_ Crenças sobre identidades _ São crenças que envolvem causas, significados e limites.
São as mais difíceis de desconstruir, especialmente quando o indivíduo não tem consciência delas e
as incorporou por identificação como, por exemplo, as frases “Não valho nada”, “Não mereço ter
sucesso”, “Tudo é tão difícil para mim”, “Tenho espírito de pobreza”, “Sou azarado no amor”. A
pessoa se identifica com esses termos e considera-os como uma verdade absoluta e limitante.
Essas definições de crenças são reforçadas por estudos recentes no campo da
neurociência e descobriu-se que as conexões em nosso cérebro são ativadas em grande parte pela
associação de uma rede interligada a outra e assim, sucessivamente e quanto mais recorrentes e
constantes essas ligações, mais fortalecidos são os circuitos sinápticos e mais fácil é a fixação na
memória da origem que desencadeia essa associação e, quanto mais vínculos e relações são
armazenados, mais reforçado fica esse conteúdo, sendo gravado em nosso cérebro, o que provoca
um mesmo estado fisiológico sempre que uma situação semelhante se repete.
O que isso quer dizer?
Em outras palavras, quando acreditamos que algo é uma verdade irrefutável, ela cria em
nosso cérebro conexões que determinam padrões de comportamento que nos remetem a sempre
tirarmos as mesmas conclusões.
E o que fazer para reverter isso?
Podemos descontruir essas ideias substituindo os padrões anteriores e criando um atalho
neural, associando uma nova informação ao ponto na memória onde se originam o entendimento
dessas verdades, vinculando um novo conteúdo, reforçando e armazenando uma informação
positiva em nosso arquivo de conhecimento.
Ou seja, para deixarmos de acreditar em uma verdade que consideramos suprema e
que nos traga alguma limitação, temos de desconstruí-la, atribuindo outro significado e
substituindo-a por uma nova crença que nos traga uma sensação positiva, devendo reforçá-la,
ligando-a a um valor que para nós tenha importância significativa.
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10 A Neurociência acredita que o cérebro se desenvolva com a interação do corpo com o
meio e que, quando uma pessoa tem acesso a duas situações, uma com carga emocional e outra
neutra, o evento com maior peso emocional é o que ficará gravado em nosso cérebro. Essa é uma
das razões pelas quais as crenças, sejam positivas ou negativas, consolidam-se em nossas vidas.
Crenças que nos limitem à vida financeira, estética, amorosa ou social acabam por
restringir nosso potencial e nos direcionam para onde não queremos ir. O mundo como
aprendemos a ver é um reflexo do nosso mundo interior e reflete os pensamentos do nosso íntimo.
Se crescermos num ambiente onde nós somos desvalorizados, teremos dificuldades em relação à
nossa autoestima. Se nos fizeram acreditar que somos incapazes, será mais complicado realizar
ações e, se fomos taxados de sem atrativos, nossas relações com os outros se tornarão mais
difíceis.
Quem nos faria isso?
Pessoas próximas como pais, mães, avôs, avós, parentes, professores, amigos e pessoas
as quais tenhamos um sentimento de autoridade em relação a nós.
Mas por que pessoas que nos são tão importantes fariam isso conosco?
Sem saber, essas pessoas nos colocam crenças que podem ser positivas ou negativas, que
nos limitam ou nos diminuem, pelo simples desconhecimento da linguagem e do funcionamento do
nosso cérebro.
Um exemplo disso pode ser dado através de uma historinha rápida.
Um grupo de pesquisadores fez uma simples pergunta a alunos do ensino infantil,
fundamental e médio, em ambiente escolar e na presença dos alunos e dos professores:
_ Quem é inteligente levante a mão?
Na educação infantil (entre 5 e 6 anos), quase a totalidade das crianças levantaram
a mão.
No ensino fundamental básico (entre 7 e 12 anos), um número bem menor de
crianças levantou a mão.
Nas crianças do ensino fundamental final e do ensino médio (entre 13 e 17 anos), a
mesma pergunta foi feita e poucos levantaram as mãos.
Como conclusão, poderíamos imaginar que, quanto mais estudamos, mais
ignorantes nos tornamos. Isso seria uma falácia!
Na verdade, muitas dessas crianças e adolescentes sofreram pela introdução de
crenças que as limitavam ou que diminuíam seu potencial. As crianças quando ouvem um
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11 comentário ou uma ordem de um adulto são encorajadas a segui-lo, independente de pensarem
sobre o assunto, mas se agem de forma contrária ao comentário são recriminadas e
desencorajadas. Quando ouvimos as opiniões limitantes de parentes, amigos e professores,
estamos encampando suas verdades, mesmo que essas verdades desrespeitem o tempo de
aprendizado e o tempo de resposta de cada um, criando bloqueios que nos levam a acreditar
nessas crenças como se fosse uma verdade.
Então, preste muita atenção às mensagens que você passa a crianças, filhos ou
alunos, pois podemos estar criando mapas e programas mentais através da linguagem que, quando
ouvidos, podem de alguma maneira se transformar em crenças, que viram verdades e
desencadeiam sentimentos limitadores.
Quando um comentário é limitador?
Quando contem uma mensagem que possa incutir uma restrição a algum
seguimento da vida que, por algum motivo, ainda está por se desenvolver na pessoa. Como
exemplo, citaremos alguns aleatoriamente:
Pelo visto, matemática não entra na sua cabeça.
Assim você vai ter de trabalhar na enxada.
Fulano é melhor que você em tudo.
Dessa forma, o sucesso vai ser difícil para você.
Acho que você não é inteligente.
Comentários desse tipo geram crenças que se associam a sentimentos, criando
muralhas emocionais que nos levam a pensar de forma negativa e ter comportamentos iguais,
gerando resultados que não são o que desejamos.
E como funciona o nosso cérebro em relação à percepção da realidade?
A nossa máquina, embora tenha milhares de anos de evolução, guarda dentro dela
um formato relacionado a suas reações primitivas e interpreta a realidade através dos nossos
sentidos, que passam por filtros, valores, crenças, pelos históricos de vida, que provocam emoções
e geram reações fisiológicas e tomadas de decisões em função desse caminho. As interpretações
criam mapas mentais por meio de ligações sinápticas em nosso cérebro, que se consolidam com a
repetição.
Que negócio complicado!
Então, vamos descomplicar.
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12 Quando uma situação acontece ao nosso redor, nós a percebemos através de nossos
sentidos (visão, audição, olfato, toque ou tátil e do sabor ou gustativa). Nesse momento, ela é
recebida pelo cérebro que a faz passar por nossos filtros, que a definem em três partes (omissão,
generalização ou distorção), ou seja, não damos importância (omissão), a colocamos num sentido
amplo (generalização) e adaptamos o seu sentido conforme imaginamos (distorção). Esses filtros e
suas conclusões estão ligados aos nossos valores, crenças, memórias e histórico de vida. Essas
conclusões definem um mapa mental que cria hábitos e provocam em nós reações: emoções e
sentimentos, que desencadeiam no nosso corpo comportamentos e ações. A constância dessas
situações definem padrões de comportamento similares e por vezes prejudiciais.
Um mesmo tipo de acontecimento externo tem interpretação diferente para cada
pessoa, pois cada um tem um tipo de filtragem diferente para cada situação, em função de seus
valores, memórias e seu próprio mapa mental. Isso provoca diferentes tipos de sentimentos e, em
função disso, ações distintas.
Outro tipo de comunicação errada com o nosso cérebro diz respeito à nossa forma de
linguagem negativa, que é interpretada inversamente por ele. Frases do tipo:
NÃO vá sair com aquela pessoa.
NÃO vai engravidar aquela menina.
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13 NÃO gaste dinheiro na rua.
NÃO vá repetir o ano.
O nosso cérebro não visualiza mentalmente a palavra NÃO, apenas a sua grafia, ou seja,
a sua forma escrita, interpretando as frases acima da seguinte maneira:
Vá sair com aquela pessoa.
Vai engravidar aquela menina.
Gaste dinheiro na rua.
Vá repetir o ano.
Procure ser mais específico em suas mensagens, associe o que você quer dizer a um
valor que a pessoa que vai recebê-la tenha.
Essa pessoa é perigosa, preste atenção.
Se for transar, use camisinha.
Poupe, pois estamos precisando de dinheiro.
Estude, você tem condições de passar de ano direto e ter mais dias de férias.
Nesse capítulo, vimos as CRENÇAS e algumas formas de nos comunicarmos com o nosso
cérebro. Mais à frente, veremos as diferenças entre SONHOS E METAS e, com isso, facilitar a
realização de seus objetivos. Abaixo, temos uma tarefa.
Vamos aproveitar esse momento para refletirmos sobre nós mesmos. Você se sente de
alguma maneira limitado em relação a algo ou alguém? Pense se, em algum segmento de sua vida,
você não consegue se sentir realizado (dinheiro, relacionamentos amorosos, amizades, confiança,
sexo, trabalho, vida social, família, negócios...) Sem pressa, pois olhar para nós mesmo requer
atenção e carinho, existem pontos que às vezes não desejamos mexer e, de certa maneira,
bloqueiam nossa vida.
Nossa tarefa nesse fim de caminho é relacionar os segmentos que sentimos dificuldades.
Muitas vezes, são mais de um. Anote-os. Tente se lembrar de algum desses assuntos, se estariam
relacionados a crenças que recebeu de alguém, parentes, amigos, professores ou pessoas que
tiveram relevância em sua vida. Às vezes, levaremos um tempo para defini-los e teremos de esperar
“a ficha cair”. Não se esqueça de anotar os sentimentos, sensações, período da vida e pessoas
relacionadas a ele, pois mais adiante iremos trabalhá-los.
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14
Capitulo 2: VALORES:
Inicialmente, vamos ilustrar os valores através de histórias para que o leitor possa
melhor entender o seu sentido.
Uma pessoa tem o seu telefone cortado indevidamente pela companhia
telefônica e, também neste dia, perde um familiar ao qual era muito ligado, não podendo ser
avisado do enterro no dia seguinte ao falecimento e, por conseguinte, faltando nesse dia que ele
considera muito importante.
Então, ele entra com uma ação contra a companhia telefônica e comprova o
corte indevido através do histórico de suas ligações e a grande afinidade com o parente falecido.
Durante o julgamento, no qual ele pleiteia uma indenização em dinheiro de valor considerável, a
companhia telefônica reconhece a sua falha e oferece um valor de 15% do pretendido para nosso
personagem. O juiz informa que considera a proposta boa e que ele próprio dificilmente chegaria a
um valor maior, pois considerava que o motivo do corte de um aparelho telefônico não justificava o
valor total pedido. O seu próprio advogado argumenta para que aceitasse a proposta.
Ele pergunta se poderia se dirigir para o juiz, que concorda, e argumenta dizendo
que nessa situação existiam duas opiniões: a do juiz, que achava o valor justo, e a dele, que achava
que apenas o valor integral seria o suficiente. Continuando a sua explanação, justificou a sua
posição da seguinte forma: preferiria não aceitar e deixar que o juiz definisse, mesmo que o valor
fosse menor ou inexistente, pois assim ele saberia na hora em que fosse se deitar em sua cama e
recostar sua cabeça para descansar. Ele pensaria: “A justiça errou”. E dormiria tranquilamente.
O juiz o ouviu e se pronunciou: diante de sua explicação, tinha reformulado o seu
pensamento vendo o sentimento do declarante e concedeu o valor pedido pelo mesmo.
A história acima retrata que o valor dentro dessa situação é o da FAMÍLIA e o
interesse nada tinha a ver com o lado material. O objetivo da ação era para evitar novamente o
acontecido, pois o sentimento de perda e de não poder se despedir de um ente querido se
transforma numa situação irreversível.
Outra história, muito mais conhecida, retrata outro tipo de valor e vamos
descrevê-la abaixo:
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15 No reinado de Salomão, duas mulheres declaram ser a mãe da mesma criança,
uma declara que teve o filho roubado e o encontrou em posse da outra, enquanto a segunda diz
que a mulher era louca e queria roubar o seu filho.
O rei Salomão então decidiu que se cortasse a criança ao meio e que se entregasse
metade a cada uma. A primeira mulher se desespera e pede então que entregue a criança para a
segunda. A segunda mulher, por sua vez, concorda com a solução do rei.
Salomão, com toda a sua sapiência, ordena que a criança seja entregue à primeira
mulher e manda que a segunda seja presa.
Essa história tem como valor central o AMOR de forma incondicional, inclusive
com o desapego à criança em troca de sua vida.
Em função dessas histórias, percebesse que VALOR é o eixo central de cada ser.
Cada pessoa tem dentro de si uma série de valores que foram passados por seus familiares e
também por um consenso geral (sociedade). Amor, família, honestidade, ética, liberdade, alegria,
segurança, conforto, fé são alguns dos valores que as pessoas têm. Esses valores são norteados
pelas ideias de convívio em sociedade, são guias de conduta para se viver em grupo e consigo
mesmo.
Transgredir seus valores principais pode gerar sentimentos negativos e transformar
a vida de uma pessoa em um grande desconforto, sem um sentido, e levá-la a se sabotar.
O valor principal de uma pessoa é seu verdadeiro EU e a leva a seguir adiante na
vida de forma segura. Alguns valores podem ser substituídos por outros, desde que num processo
de crescimento e desenvolvimento da pessoa em relação a si, a sociedade ou outras pessoas que
para ela sejam importantes.
O VALOR vem numa tríade, junto a ele vem a MISSÃO e a VISÃO de cada um nós.
Missão _ É o seu proposito, é a forma ardente expressa por sua vontade, é ela que
determina os fatores que sustentam seus valores e determina a necessidade de mudanças de
crenças que limitem a realização de objetivos. É a busca e a tentativa da realização dos sonhos
pessoais. A missão varia de acordo com os desejos de cada pessoa, podendo ser mais simples ou
mais complexas. Está ligada a quem você é e o que você quer.
Visão _ Diz respeito às perspectivas maiores do futuro e do mundo. Refere-se ao
legado, ao sentido mais amplo, à ciência de pertencermos a um sistema maior que nós próprios. É o
nível onde está tudo em que acreditamos, o que queremos e o que somos, projetado em um
ambiente onde desejamos que todos estejam juntos e bem.
Como um exemplo meramente ilustrativo, podemos citar a vida das abelhas.
Para alguns, a sua curta vida se resumiria a apenas nos dar o mel e preservar sua espécie, essa seria
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16 uma definição da missão. Em um sentido mais amplo, a polinização das flores, frutos e suas
diversidades seriam seu legado, sua visão.
Em outro capítulo, vamos desenvolver mais o assunto e definir qual é a sua missão e
visão.
Como tarefa, queria pedir ao leitor que escolhesse, entre alguns valores, aqueles
que mais se identificassem com você. Se por acaso existirem para você outros valores que não
estejam relacionados, fique à vontade para acrescentá-los:
Honra - Felicidade - Honestidade – Integridade – Amor – Coragem - Conexão – Saúde – Paz
Conforto – Segurança – Fé – Contribuição – Alegria – Aventura –Disciplina – Prosperidade
Criatividade - Amizade – Espiritualidade- Solidariedade – Respeito – Confiança
Família – Assertividade – Altruísmo – Perseverança – Resiliência - Camaradagem
Desses valores, escolha os 10 mais importantes para você, pode sublinhá-los ou anotar
em algum lugar de sua preferência, pois essas marcações vão ajudá-lo a melhor definir sua MISSÃO
e VISÃO quando discutirmos sobre esses assuntos. Não se preocupe em marcar o livro, considere-o
um livro de trabalho, cujo objetivo é se conhecer melhor, se autodesenvolver para poder realizar
suas metas sem barreiras.
Depois de escolher os 10 valores, defina os 03 que considere ser os mais importantes para
você e anote-os. Esses são seus valores mais íntimos e é importante conhecê-los e respeitá-los. Não
tenha pressa! Esse momento é todo seu. Bom trabalho!
Essa é a primeira escala de nossa viagem, demos uma volta pelo nosso cérebro.
Agora iremos mais para o interior rumo aos nossos sentimentos. Espero que tenhamos tirado
proveito dessa parte. Vejo vocês mais à frente. Preparar para zarpar...
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17
Capítulo 3:
ANSIEDADE e METAS
Você decide o quê? O que decidem para você? Ou decide o que é melhor para
você?
A ansiedade, embora seja um nome conhecido, citado como um dos males da
sociedade moderna, vem nos protegendo desde nossa origem. É ela que, ainda nas cavernas,
deixava-nos em estado de alerta em situações que não conhecíamos e pegava-nos de surpresa
quando saíamos para a caçada.
Hoje em dia, o fato de não sabermos aproveitá-la como um mecanismo de
defesa e também de ataque é que faz com que ela nos deixe paralisados, bloqueados diante de
situações do dia a dia. Essa incerteza, fruto, na maioria das vezes, de crenças que nós temos e que
nos levam a não aproveitá-la e melhor usufruir das vantagens que a ansiedade controlada nos traria
na obtenção de nossas metas e na tomada de decisões.
Mas por que a ansiedade é boa para as decisões?
A ansiedade bem controlada é uma excelente base para se tomar as melhores
decisões. O estado de alerta e força que envolve esse sentimento favorece as escolhas e divide
entre os hemisférios direito e esquerdo a oportunidade de participar ativamente no processo
decisório, de forma analítica e criativa. Esse somatório traz novas e importantes soluções quando
implantado de maneira correta.
E como a ansiedade pode prejudicar as decisões e dificultar as metas?
Os hormônios são as armas extremamente poderosas do arsenal da ansiedade
e a relação entre controle e descontrole dela. Eles podem potencializar ou impedir o processo
decisório, bem como a realização de metas. As barreiras mentais e físicas que a ansiedade impõe
quando desafiada criam muralhas que parecem intransponíveis. A ansiedade não deve ser
enfrentada, a melhor solução é pedir licença, reconhecer todo seu poder e ela será concedida.
E pior, essa sequência de situações em que não conseguimos controlá-la
desencadeiam outros sentimentos que, somados e em escala, afastam-nos de nossas metas e
reforçam crenças, criando o espiral descendente de nossas emoções. Em breve, falaremos sobre os
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18 sentimentos gerados pela falta de controle da ansiedade e do espiral descendente e como
transformá-lo em algo positivo, através do espiral ascendente.
O desvio do alvo provocado pela ansiedade, quando gerada por crenças, tira o
foco de sua vida para a realização de seus objetivos e o coloca em problemas. Quando focamos em
alguma coisa, fazemos com que ela aumente de tamanho Então, quando colocamos nossa atenção
nos problemas, temos a noção que as dificuldades serão maiores e começamos a nos desfocar de
nossas metas. O foco é como uma lente de aumento, tudo que está no foco fica maior e tem maior
carga emocional envolvida.
Não se foque nos problemas, não coloque a culpa em outros ou em algo. As
soluções estão em você, concentre sua atenção na conquista de seus resultados e direcione suas
atitudes para seu alvo minimizando as interferências. Insista em suas atitudes produtivas e
mantenha-se na direção certa.
Qual a diferença entre metas e sonhos?
Sonhos são fantasias ou ideias que poderiam ser geniais se postas em prática. As
metas são sonhos com prazos determinados e estratégias elaboradas que devem ser colocadas em
prática imediatamente ao desenho de sua realização.
E em que o processo de coaching pode ajudar em nossas metas?
O processo de coaching é realizado entre o coach (técnico - tradução do inglês),
aquele que vai facilitar o processo, e o player (alguns preferem o termo coachee para definir o
nome dado ao cliente, que se beneficiará do processo). Sua origem vem do esporte e tem a função
de ultrapassar dificuldades em busca de um resultado desejado.
Esse processo saiu das quadras esportivas e foi transportada para a vida com a
mesma função de interpretar a realidade do player (cliente), diminuir as interferências
(emocionais), criar um plano de ação para atingir suas metas (estratégias), superar as
barreiras e monitorar seu desempenho até a realização do objetivo final, as metas (se
necessário, realizando correção de rumos).
A ideia do processo é desenvolver um plano que seja desenvolvido
rapidamente pelo player, posto em prática imediatamente e tendo um período
definido para ser realizado. Quando existe mais de uma meta, o ideal é que se faça
um alinhamento delas, uma definição de curto, médio e longo prazo e a criação de
submetas para que haja um monitoramento mais fácil de suas realizações e
andamento.
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19 Vou ilustrar o processo de coaching contando uma história sobre
esporte que devido à sua dinâmica e envolvimento emocional nos ajudará a
reconhecer o processo de ansiedade, o reforço de crenças negativas e algumas
emoções atreladas que provocam interferências que dificultam a realização dos
objetivos e como conseguimos entendê-los e reverter a situação.
A nossa história retrata a vida de um jovem atleta. Vamos
chamá-lo de Lucas. Ele é um jogador de basquete considerado pelos que o
acompanham como um prodígio e nome de futuro para as olimpíadas. Lucas treina
diariamente com muito afinco, é parceiro de seus colegas de equipe e considerado
por eles um líder. Ele utiliza a sua individualidade em função do coletivo, criando um
espírito de equipe e unindo todos de forma positiva. Ele tinha como meta tornar se
campeão e, com isso, ser convocado para a seleção nacional.
Jovem, forte e alto, ele chama a atenção de todos ao seu redor.
Paulo Brito, seu treinador, era um técnico experiente e um grande incentivador desse
atleta. Ele aposta nesse jovem pelo seu talento e por suas qualidades fora da quadra,
embora repare que Lucas é um pouco introvertido.
Lucas, embora sinta muita confiança em si mesmo, guarda
consigo um segredo no qual procura não mexer. Vai vivendo com isso, pois acredita
que com o tempo ele sumirá. Na verdade, foi lhe colocada uma crença. Seu pai,
chamado Agnaldo, mesmo sendo seu amigo, sempre teve insucesso nos negócios e,
assim como o avô de Lucas, também não dera sorte como comerciante. Hoje,
Agnaldo trabalha em uma repartição pública municipal numa função simples e
honesta, mas que o deixa frustrado, sentindo-se derrotado pela vida. Por vezes,
quando Lucas ainda era uma criança e na sua adolescência, ouvia o pai se lamuriar e
repetir que era um derrotado. Como seu pai, inconscientemente, Lucas foi
incorporando essas reclamações como se fosse um mantra. Essa herança negativa ia
aos poucos penetrando no seu íntimo e estava apenas à espera de um
acontecimento para se manifestar.
Lucas nunca tinha jogado numa grande equipe, apenas em
times pequenos. Com isso, não queria perder essa oportunidade, treinando com
muito afinco. O campeonato vinha se desenrolando e sua equipe ganhando os jogos.
Ele se destacava cada vez mais.
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20 Aproximavam-se, então, as finais do primeiro turno. Seria a
primeira final que Lucas disputaria em sua vida e, era um momento muito
importante para sua carreira. Seria seu primeiro título. Paulo Brito, o técnico,
observava Lucas nos treinamentos. Ele analisava sua técnica apurada e observava
que todos os seus fundamentos eram refinados, principalmente seus arremessos de
lance-livre, o que exige grande concentração, pois são arremessos de uma mesma
distância fixa. Nesse momento, a torcida se manifesta intensamente para incomodar
os adversários, tirando a concentração deles.
É chegado o grande dia: toda a equipe está ansiosa. As finais de
turno garantem ao vencedor o passaporte para a final do campeonato. É um grande
passo para ser o campeão brasileiro e uma possível convocação para a seleção
nacional. Com isso, melhores negociações salariais, mais divulgações e aparecimento
nas mídias (televisão, internet, jornais e revistas especializadas).
No vestiário, todos conversam sobre táticas, jogadas e motivam-se
uns aos outros. Chega o momento de ir para a quadra. Ginásio lotado, muitos
torcedores, camisas, bandeiras, imprensa... Sem dúvida, um jogo especial com duas
equipes muito qualificadas.
Começa o jogo e, de cara, percebe-se que as equipes são muito
parelhas. O jogo será definido no final. Lucas se porta muito bem durante o jogo,
fazendo pontos e ajudando seu time de todas as maneiras. Encerra-se o primeiro
tempo do confronto. O placar está empatado.
Os times vão para os vestiários. Recebem as últimas instruções
para o retorno à quadra e a definição do primeiro turno e, enfim, o campeão será
conhecido.
Os atletas dão as mãos e gritam os seus brados de guerra. Começa
o segundo tempo e, como no período anterior, o jogo se desenrola duro e igual. As
duas equipes se alternam no placar e o tempo vai passando e vai chegando ao fim.
Restam, então, pouco menos de um (01) minuto. A equipe de Lucas
está vencendo por apenas dois (02) pontos. A posse da bola está com o time
adversário, que adentra a quadra da equipe de Lucas. Trabalham uma jogada. Os
jogadores se movimentam muito até a bola sobrar para o melhor jogador adversário.
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21 Ele arremessa da linha de três pontos e converte a cesta. Ficam na frente do jogo por
um (01) ponto.
Paulo Brito para o jogo. Pede um tempo para que possa conversar
com sua equipe e definir a melhor estratégia. Como faltam poucos segundos, pede
que seu time faça uma jogada combinada e que a definição fique a cargo de Lucas, o
melhor jogador da partida.
As equipes retornam a quadra para o fim do jogo. O time de Lucas
começa a realizar a jogada combinada. A defesa do outro time está bem aguerrida.
Faltam oito (08) segundos. A bola chega até Lucas. Ele bate a bola. A marcação do
outro time se aproxima, restam cinco (05) segundos. Ele tem de mudar de direção.
Novamente, a defesa se posiciona. Lucas dá um drible e se aproxima da cesta. Ao
fundo, ouve-se a torcida gritar. O tempo passa, 03...02...FALTA EM LUCAS. E resta um
(01) segundo.
Lucas vai bater a falta. Serão dois lances livres, cada um valendo
um (01) ponto. Se converter os dois (02), será campeão. Se fizer apenas um (01), o
jogo ficará empatado e irá para a prorrogação. Paulo Brito está tranquilo, pois Lucas
é um grande arremessador de lance livre.
Enquanto se encaminhava para arremessar a bola da linha do lance
livre, Lucas lembrou-se de seu pai Agnaldo, de suas lamentações em relação às
derrotas de sua vida. Nesse momento, sentiu o seu coração bater mais rápido e uma
sensação de desconforto tomou seu corpo.
Lucas tentou se concentrar, mas a palavra derrota vinha a todo o
momento em sua mente. Já estava posicionado para arremessar a bola, enquanto
sentia seu coração batendo forte. Balançou a cabeça de um lado para o outro e, sem
perceber, fazia um movimento de negação que foi percebido pelo seu técnico Paulo
Brito.
Recebeu a bola e a arremessou... A bola sequer chegou a bater no
aro. A torcida adversária gritava ensandecida sem acreditar no erro tão crasso. Ainda
restava um arremesso e o jogo poderia ir para a prorrogação se a cesta fosse
convertida. Nesse momento, a torcida gritava cada vez mais alto.
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22 Mas Lucas sequer ouvia o barulho fora da quadra, só ouvia a sua
mente.
`Sou de uma linhagem de perdedores: avô perdedor, pai perdedor
e filho perdedor ``
Lucas sentia um forte peso no peito, que se tornava cada fez
mais forte. Tentava se concentrar, mas a palavra “derrotado” se tornava maior e
maior a cada momento: DERROTADO.
Lucas recebe a bola, respira e arremessa... Errou. A equipe
adversária já sai a comemorar. Repórteres saem à procura dos campeões.
Lucas se sente só. Alguém lhe dá um tapinha nas costas, mas
agora nada importa. Ele já sabe que é um perdedor. Vai paro o vestiário, lá alguns
colegas de time tentam confortá-lo. Mas, nesse momento, ele não escuta mais nada,
só a voz de sua mente e vai embora, o peso no peito não some, aliás dificulta até sua
respiração. Ele vai para sua casa, o lar dos derrotados.
Lucas não consegue dormir. Toda a ansiedade se transforma em
angústia. Essa angústia, traduzida pelo peso no peito, vem da sua convicção de ser
um derrotado. Uma noite sem dormir, sem banho. Seus pais estão preocupados, ele
não tem fome, comer para quê?
Ele está estressado. Já é a segunda noite sem sono, sem banho,
sem comida. Está num processo de desilusão apreendida, quando a crença faz com
que o indivíduo acredite firmemente em sua verdade.
Lucas não foi treinar, aliás, não saiu de sua cama. Comeu
qualquer porcaria. Logo ele, tão preocupado com sua alimentação. Tomou uma
chuveirada, mas não fez a barba. Mal dormiu pela terceira noite. Hoje tem treino,
treinar para quê? Não foi treinar.
Seus pais estão preocupados. Lucas cai em profunda depressão.
Se a história acabasse agora, o esporte perderia mais um grande
talento, como já aconteceu com muitos jovens nos mais variados esportes. Não só
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23 nós esportes, mas em todas as áreas da vida: com estudantes, jovens profissionais
(médicos, administradores, dentistas, advogados etc.).
Mas a história não acaba agora, como diria, “vamos dar um
tempo” para podermos analisar todos esses sentimentos em tão poucas linhas.
Lucas, o nosso personagem, era um jovem atleta que convivia
com uma crença limitadora. Essa convivência pacífica teve seu fim quando ele foi
exposto a uma situação a qual ele teve de confrontá-la. Deve ter acontecido em
outros momentos também, mas de forma mais amena, de maneira que Lucas não
teria percebido a sua intensidade na situação do lance livre. Ela tomou um vulto
maior se manifestando de forma física e mental, tornou-se uma verdade. Chamamos
isso de “desilusão apreendida”, algo que se enraizou no seu ser de forma definitiva e
incontestável.
A ansiedade gerada nesse momento fez com que seu cérebro
inundasse seu corpo de adrenalina. A falta de controle desse sentimento fez com que
ele não se beneficiasse dessa reação e, assim, produzisse cada vez mais adrenalina,
bloqueando-o fisicamente em vez de dá-lo mais força. Lembre-se que, no começo do
capítulo, dissemos que a adrenalina era usada por nós humanos em situações
desconhecidas. Ou que nos pegassem de surpresa e para a caça.
Após esse momento, Lucas começou a sentir-se angustiado, fato
comprovado pelo peso que ele sentia no peito e a sensação de desconforto em seu
corpo. Todos esses sentimentos que se apoderaram de sua mente e seu corpo
geraram estresse e o levaram a se focar no problema e aumentar a sua dimensão.
Resumindo, uma crença de origem familiar se transforma em uma
desilusão apreendida que gera ansiedade. A falta de controle desse sentimento
bloqueia o seu potencial físico e seu conhecimento técnico (para arremessar a bola
de basquete na cesta do lance livre). Essa situação leva à angústia e, o continuar
desse estado, se transforma em estresse. Esse é um caso clássico de espiral
descendente.
Espiral descendente e uma reação em cadeia que faz que o
indivíduo entre num processo de depreciação.
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24 Desempenho negativo gera baixa autoestima , provoca uma
reação inadequada do corpo, que faz um feedback negativo (análise de retorno
pessoal) da situação e determina uma autodepreciação, num processo em espiral. Ele
retorna a ter desempenho negativo, dando prosseguimento a todos os outros
sintomas. Esse processo o tira do foco e suas metas parecem se tornar impossíveis de
alcançar.
Aprender a identificar a crença limitadora que origina todo esse
processo, desconstruí-la substituindo- a por outra crença positiva, associá-la a um
valor importante para ancorar e fixar essa nova crença é o fator chave para resolver
a questão.
Identificados os sentimentos e todo o seu desenrolar, vamos
continuar a história e ver, na prática, como Lucas vai sair dessa situação, quem irá
ajudá-lo e de que forma.
Lucas acorda de um sono que não o revigorou. Teve sonhos
estranhos que o deixaram com uma sensação de cansaço. Sua mãe, ao vê-lo
acordado, trouxe um copo grande de leite com achocolatado e um misto quente.
Lucas diz que não queria e sua mãe o obriga a comer. Ela o avisa que tem treino, mas
Lucas está em silêncio e pensativo.
Treinar para quê? Ele se pergunta mais uma vez.
Seu silêncio é interrompido pela campainha da casa. Ele ouve sua
mãe abrindo a porta e conversando com alguém, mas novamente ele se distancia.
Começa a ouvir sua mente em um monólogo próprio, uma conversa interna. Quando
olha para a porta do quarto, vê o seu técnico Paulo Brito entrando e se dirigindo à
sua cama.
- Por que não foi treinar ontem? - pergunta com firmeza.
- Levante-se dessa cama e vá tomar um banho, que vamos juntos
ao treino. - sentencia ele.
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25 Resignado, Lucas se levanta e se direciona ao banheiro. Pensa em
dizer alguma coisa, mas, antes de ameaçar pronunciar qualquer coisa, ouve mais um
comando de seu técnico.
- Faça a barba e mude essa postura corporal. Parece que o mundo
acabou. Perdeu-se uma batalha, mas temos uma guerra pela frente. - diz Paulo Brito.
Lucas fecha a porta do banheiro. “Que guerra?” - pensa ele.
Alguns minutos depois, Lucas entra na sala de sua casa e vê seu
técnico e sua mãe conversando animadamente. Ele já esta arrumado para o treino e
com a barba feita, mas ainda desanimado.
Descem até o carro de Paulo Brito e, ao entrar, Lucas se senta no
banco do carona cabisbaixo e apenas sente o carro saindo do lugar.
- Qual a razão de tamanho abatimento? - pergunta Paulo Brito.
Lucas não sabe o que responder.
- Era apenas um jogo, ainda virão muitos outros. - complementa seu
técnico.
- Qual a razão de você ter balançado a cabeça antes dos lances
livres? - dispara Paulo Brito.
Após segundos de silêncio, Lucas responde que não estava
conseguindo se concentrar e balançou a cabeça para que sumissem os pensamentos.
- Quais pensamentos? - rapidamente questiona seu técnico.
- Pensamentos negativos. - balbucia ele.
- Especificamente, que pensamentos negativos? - interpela Paulo
Brito.
- Sobre derrotas. - responde Lucas.
- Qual razão lhe faz pensar sobre isso? - continua Paulo Brito.
- Acredito que é um problema de família.
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26 - O que lhe faz acreditar nisso?
- Meu avô era um fracassado, meu pai é um derrotado e acho que
essa é minha sina.
Paulo Brito percebe em seu atleta um valor em relação à família e
argumenta:
- Pelo que vejo, seu avô criou muito bem seu pai, que é uma ótima
pessoa. Ele criou muito bem você. Seu pai é uma pessoa correta, tem um trabalho
simples, mas digno e é seu fã como também sua mãe.
Paulo Brito prepara uma pergunta poderosa:
- O que você tem de fazer para ser um campeão?
Um grande silêncio toma o carro. Lucas reflete e tem um insight.
Relembra-se que, mesmo jovem, já enfrentara inúmeros desafios. Já fora campeão
no colégio. Lembra-se do carinho que sempre seus pais tiveram com ele e responde:
- Acreditar em mim!
Nesse momento, Lucas sente uma corrente passando pelo corpo
todo, como se uma lâmpada se acendesse. Descobre que as soluções estão dentro
dele. Paulo Brito para o carro, pois chegaram à quadra. Os dois saem do carro e
Lucas, sorrindo e já correndo, fala ao técnico:
- Aguardo-te lá dentro, tenho muito que treinar.
Paulo Brito está sorrindo e pensa consigo: “A maior parte do
treino ele já fez.”
O segundo turno está para começar e Lucas recuperou a vontade
de jogar. Jogo a jogo, ele exibe seu talento, vencendo, ajudando sua equipe e
consolidando sua nova crença.
Lucas cada vez mais acredita em si e, com a sequência de vitórias,
mais uma vez são chegadas as partidas das finais.
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27 O grande dia chega. Todo o time de Lucas está pronto para o
jogo. Eles entram em quadra para jogar contra a mesma equipe com a qual
disputaram o primeiro turno. Dessa vez, eles vencem com facilidade. Lucas joga
muito bem. Seu time é campeão do segundo turno do campeonato, Lucas tem seu
primeiro título. O time se classificou para as finais do campeonato e novamente
contra a mesma equipe.
Os times têm agora uma grande rivalidade entre si. Todos querem
sentir o gosto de ser campeão mais uma vez. Em alguns dias, eles se enfrentarão
novamente. Lucas está muito motivado e tem treinado como nunca.
Hoje é o dia da grande final. Os jogadores estão no vestiário se
arrumando para o jogo. Paulo Brito está fazendo a preleção. Lembra a todos dos
sacrifícios que cada um fez para estar agora disputando essa partida. Pede que
joguem com muita vontade e determinação, mandando os jogadores para quadra em
seguida.
O jogo tem seu início e, como da última vez em que se
enfrentaram, a partida está muito disputada. O jogo vai caminhando para o fim. Deve
ser decidido apenas no final. A cada lance, a partida ganha novas emoções. Faltando
poucos segundos, o adversário está na frente. Dessa vez, Paulo Brito não pode pedir
tempo para orientar sua equipe e os jogadores terão de resolver por conta própria.
A poucos segundos do fim, Lucas recebe a bola precisando da
cesta para a vitória e recebe a falta para bater os lances livres, precisando converter
os dois.
Enquanto se encaminha para arremessar a bola, Lucas se recorda
do primeiro jogo e seu coração volta a bater mais forte. Ele se lembra de seu pai e de
todo o carinho que um tem pelo outro. Lucas recebe a bola, percebe a torcida a gritar
ao longe, arremessa a bola e... Cesta. Ele precisa fazer mais uma cesta, recebe a bola,
respira, arremessa e... A bola entra de chuá. Lucas é campeão e está pronto para
seguir em frente.
A nossa história tem o seu fim, mas nós podemos analisar agora
toda a trajetória de recuperação do nosso personagem.
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28 Em um primeiro momento, seu técnico fez um trabalho de
COACHING, transportando Lucas do estado em que se encontrava para um estado
desejado, através de perguntas poderosas. Foi identificado um valor (família) e
desconstruída uma crença. Essa foi substituída por outra positiva. Livre dessa crença
e agarrado a seus valores como forma de âncora, Lucas superou os obstáculos.
Passou a usar sua ansiedade em seu favor num espiral ascendente, onde ele
ACREDITA, tem POTENCIAL, parte para a AÇÃO e chega ao RESULTADO, retornando a
acreditar e, assim por diante, numa direção ascendente e pronto para realizar suas
metas.
Aqui, encerramos esse capítulo. Falamos num primeiro momento
da ansiedade, da crença limitante, da desilusão apreendida, do processo da angústia,
estresse, depressão e o espiral descendente (desempenho negativo, baixa
autoestima, reação inadequada, feedback negativo e autodepreciação). Num
segundo momento, vimos um trabalho de coaching com perguntas que levam à
reflexão, à desconstrução de uma crença, à substituição por uma crença positiva
ligada a um valor pessoal e ao processo de espiral positivo (acreditar, potencial, ação
e resultado).
Agora, como tarefa, faremos um trabalho de auto-hipnose
(relaxamento). Não se preocupe, você não parecera nem sonâmbulo, nem zumbi,
apenas poderá melhorar sua concentração e o conhecimento de seu corpo. Em
momentos de ansiedade, pode ser um grande aliado e, para sair desse estado, basta
abrir seus olhos quando desejar, você estará sempre consciente, o ideal é que da
primeira vez que você fizer o exercício alguém comande para que você mentalize os
comandos e possa depois realizá-los sozinho. Preparado? Então vamos...
Em um local calmo, coloque-se numa posição confortável, pode ser sentado,
em pé ou deitado, feche os olhos e ouça os barulhos, acostume-se com eles. Se
houver novos sons, não se distraia, são apenas sons. Comece a se concentrar na sua
respiração, inspire e expire lentamente, inspire pelo nariz e expire pela boca...
Aprofunde a respiração, não respire só com os pulmões, encha a barriga com o ar
(respiração abdominal) e depois expire esvaziando a barriga, inspire e expire,
concentre-se no seus pés... Nos dedos dos pés... Sinta-os levemente formigando,
continue respirando... Sinta o peito do pé, o formigamento vai ficando mais forte...
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29 Sinta os tornozelos, espalhe esse formigamento... Canela... Concentre-se e continue
respirando... Depois a batata da perna, tudo formigando, sinta os joelhos... Suba para
as coxas, continue expandindo o formigamento... Pélvis, subindo até o abdômen... A
ponta dos dedos da mão... Sinta a sensação de tranquilidade tomando seu corpo,
continue subindo, antebraço... Braço... Peitoral... Ombros... Pescoço... Sinta o
relaxamento do seu corpo... A face... O topo da cabeça... Sinta todo seu corpo
relaxado... Conte 3, 2, 1 e abra os olhos.
Qual local você sentiu o maior formigamento? Esse é o seu ponto mais forte
de relaxamento, anote ou guarde na memoria esse local, pois vamos usá-los outras
vezes para um trabalho de relaxamento mais rápido.
O que você achou? Gostou? Você pode usá-lo sempre que quiser. Se
preferir, peça para alguém fazer os comandos para você, falando em tom baixo e sem
pressa, no ritmo da sua respiração. Esse exercício é bom antes de dormir, quando
estiver tenso, antes de uma prova, se for praticar esportes, faça-o antes do
alongamento e depois faça um aquecimento. Isso prepara você para se manter
focado e tranquilo e é um grande aliado para a obtenção de suas metas. Aproveite...
Em breve, falaremos sobre a RODA DA VIDA e como ela pode servir para
você ter informações importantes sobre vários aspectos da sua vida e como
alavancar as partes que podem influenciar positivamente na conquista de suas
metas.
Nossa viagem pelos sentimentos continua. Agora é a vez do
Medo, a forma com que ele pode dificultar a realização de nossas metas pela culpa, o
erro e o fracasso. Iremos mais para dentro das cavernas escuras do seu ser. Vamos
descobrir e enfrentar a aura de mistério desse sentimento em especial. Vamos mais
fundo, baixem o periscópio...
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30
Capítulo 4 :
O MEDO e as METAS
Você tem medo de quê? Você tem medo dos outros ou de você?
Você tem medo do fracasso, do erro ou do sucesso?
O medo nos acompanha provavelmente desde a época em que
éramos humanoides, andando em pé ou ainda nas árvores ou remonta períodos
anteriores que originaram a nossa espécie. É um sentimento que tem a ver com o
instinto de preservação da vida, protegendo-nos do inesperado e do desconhecido. O
medo dos ratos e das baratas tem sua origem na Idade Média, está relacionado às
doenças e a sujeira. O medo do escuro vem de períodos anteriores à descoberta do
fogo, quando andávamos na escuridão e virávamos alimentos de predadores com
melhor visão que a nossa à noite. O medo de cobras vem da origem dos mamíferos e
provavelmente do fim dos dinossauros.
Na verdade, o medo deveria ser considerado uma qualidade para
nossa espécie. Quando bem controlado, nos torna mais prudentes e eficazes. Mas,
para os humanos, tudo que funciona para o bem, se potencializa e acaba
prejudicando.
E o que o medo tem a ver com as metas?
Tudo. Nós somos seres emocionais e, quando sentimos medo, ficamos
paralisados, temos a nossa criatividade bloqueada, evitamos correr riscos e
acabamos presos à culpa, ao erro e ao fracasso. Com isso, deixamos de ir direto ao
nosso alvo e ficamos ligados a uma sequência de outros sentimentos ligados ao
medo.
Quando vimos no capitulo 1 sobre como interpretamos a realidade por
meio dos sentidos e decidimos pelo mapa mental e o estado emocional para ter
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31 ações e comportamentos padronizados, a realidade marca o nosso cérebro criando
caminhos que se consolidam e o estado emocional é que determina os
comportamentos e as ações.
Nos dias de hoje, aprendemos a classificar o medo por graduação, em
forma de escalas. Elas começam por uma leve ansiedade e passam por emoções
bem mais complexas como inveja, raiva, ódio (a raiva canalizada a alguém ou a
alguma coisa) e tem como seu maior grau da escala o pavor. Algumas dessas
emoções ainda vêm acompanhadas de um novo elemento que nos liga ao
desconhecido e ao sentimento de perda, a violência.
Crenças limitantes podem estar ligadas a esse sentimento e acabam
por fazer com que os nossos objetivos passeiem por essas emoções que citamos
acima e dificultem ou impossibilitem a realização das metas traçadas.
O medo do erro é um dos principais meios de interferência para
realizar o trajeto correto para se chegar ao objetivo final. O erro deve ser encarado
como passo para o acerto.
Uma pequena história remonta a descoberta da lâmpada por Thomas
Edison, que teria realizado 5000 (cinco mil) experiências que deram resultado errado
para a realização de sua meta. Quando confrontado por outros para que desistisse,
pois já errara um número enorme de vezes, ele comentou que agora estaria 5000
(cinco mil) vezes mais perto de sua meta e acabou por realizá-la. A nossa relação com
o erro é que nos tira do caminho certo e parece ter um fundo cultural, pois em
outros países essa concepção do erro é semelhante à história acima.
Mais forte ainda é o medo do fracasso que, além do sentimento de
culpa, gera ainda a preocupação com o prejuízo financeiro e limita a criatividade e as
adaptações que são necessárias a realização das metas.
Mas como o medo do fracasso entra em nossa mente?
O cérebro entende como fracasso quando nos comprometemos a
fazer uma coisa e deixamos de fazê-las, mesmo que sejam coisas simples e pequenas
do dia a dia, tais como: trocar uma lâmpada que está queimada num cômodo pouco
usado da casa, pendurar um quadro que fica no chão da casa, ajeitar a caixinha do
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32 correio que precisa de um parafuso novo no portão da entrada, comprar uma lixeira
nova para substituir a antiga, sem tampa, que exala mau cheiro, ou colocar o espelho
no banheiro das crianças.
Essas atitudes bobas criam caminhos e conexões entre os neurônios
(sinapses) que relacionam essas experiências a sensações negativas que já foram
vividas. Quando passamos na vida por situações que se assemelham às vividas,
utilizamos os mesmos caminhos e conexões que produzem resultados que se
relacionam diretamente àquelas pequenas experiências, provocando ações
indesejadas no corpo, no pensamento, nos sentimentos e na vida da pessoa.
A mudança dessas atitudes cria atalhos (novos caminhos neurais) em
nosso cérebro que se associam a lembranças positivas anteriores e desvinculam das
sensações negativas passadas, proporcionando um sentimento de realização,
inversamente proporcional e extremamente positivo. A manutenção dessas atitudes
consolida as novas conexões neurais (sinapses), mantendo a associação e um
sentimento positivo da situação.
As interferências no ambiente e nas experiências faz com que se
provoquem mudanças anatômicas e funcionais no cérebro, criando reconexões
sinápticas, reprogramando as experiências, criando uma sensação positiva e obtendo
novos resultados.
As crenças também têm forte influência no processo do medo do fracasso
e, muitas vezes, as crenças remetem a um medo que é paradoxal ao fracasso, o
medo do sucesso, que também pode ser descontruído com uma nova programação
mental, por meio da substituição do significado. A técnica de METAPOSIÇÃO com
ancoragem que veremos no capítulo 9, “EU E AS METAS”, nos ajudará a resolver essa
situação.
E como superar metas que nos deixam em conflito?
Veja o preço que você tem de pagar para a realização de seus objetivos.
Defina se estão indo contra seus valores ou alinhados a eles. Supere as dificuldades e
crie estratégias para vencê-las. Pague o preço que tem de pagar e conquiste os seus
objetivos para que possa se realizar.
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33 Quando falamos em metas, temos de estar conectados à realidade, pois
elas têm de ser palpáveis de serem realizadas e estar numa esfera de nossas
possibilidades. O nosso cérebro não consegue processar metas muito difíceis, nem
muito fáceis, as metas têm de ser reais e sustentáveis, mesmo as mais simples e
pessoais até as mais complexas (profissionais), que envolvam aprendizagem e
evidência de retorno.
Para ilustrar algumas dessas emoções e sentimentos ligados a medo e
metas, vamos a mais um caso relacionado a uma meta pessoal, seus
desdobramentos e conclusões.
A nossa personagem chama-se Ana, foi criada pela mãe na casa que
seu pai deixou ao falecer quando Ana ainda era pequena. Ana cursou até o ensino
médio e aprendeu o ofício da mãe que era costureira e trabalhava em casa. Como
estava sempre em casa, aprendeu a cozinhar muito bem e tornou-se, como sua mãe,
uma ótima costureira.
Embora já tenha namorado, Ana nunca se interessou muito por rapazes.
Com o passar do tempo, acabou se acostumando com a vida que levava e colocou
como seus objetivos cuidar de sua mãe na velhice, trabalhar e cozinhar. Mas logo sua
mãe veio a falecer, Ana se sentiu sozinha e colocou como sua meta pessoal ser mãe.
Então, uma de suas clientes, chamada Alzira, muito boa conhecedora de
ervas e plantas, perguntou se ela não gostaria de ser apresentada a um senhor, que
por ela tinha muita admiração. Carlos era viúvo, já fora cliente de sua mãe e
conheceu-a quando pequena. Era bem mais velho e queria companhia. Ana estava
com 33 anos, mas parecia mais experiente e interessou-se em conhecê-lo sem
compromisso.
Com sua meta na cabeça e por Carlos ser uma pessoa gentil e educada,
Ana aprovou a ideia e, com o tempo, passaram a morar na casa de Ana. Carlos tinha a
saúde fraca, mas era boa companhia e, para surpresa de todos, Ana rapidamente
engravidou.
A gravidez trouxe uma alegria extrema para Ana, que agora poderia
realizar sua meta e descobrir o sentido de sua vida, ser mãe. Durante esse período,
ela costurou inúmeras roupas para o bebê e para ela própria, que começou a ganhar
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34 peso e contornos de grávida. Nesse período, a saúde de Carlos foi piorando e, logo
depois do nascimento, ele veio a falecer. A notícia não abalou tanto Ana, pois sabia
da saúde frágil de Carlos e o homenageou dando seu nome ao filho.
Carlinhos cresceu rápido e forte, Ana usava suas economias para criá-lo e
a pensão de Carlos, embora pouca, ajudava bastante. Ele era o grande amor de Ana,
nunca deu trabalho na escola e agora já estava na faculdade e ia ser advogado.
No ano em que iria se formar, Carlinhos acabou por surpreender sua mãe
ao informa-la que estava namorando uma menina da sua sala da faculdade. Pediu
para a mãe fazer um almoço no domingo para conhecê-la e mostrar suas qualidades
na cozinha.
Ana sabia que Carlinhos tinha umas amigas, mas nada sério. A notícia
tinha mexido com ela de forma estranha. Decidiu fazer um almoço caprichado:
frango assado, batatas, macarrão com molho, arroz, feijão, salada e, de sobremesa.
pudim de leite, a sobremesa favorita de seu filho. Chegou o grande dia, a comida
estava caprichada e ela aguardava ansiosa para conhecer a namorada de seu filho.
Eles chegaram juntos e abraçados. Carlinhos, à frente, veio apresentá-la.
- Mãe, esta é Letícia. Letícia, esta é minha mãe, Ana.
Elas se cumprimentaram e Ana não conseguiu deixar de reparar. Letícia
era jovem e bonita, de forma que ela nunca fora. Letícia fora simpática e educada e
dissera que Carlinhos sempre falava da deliciosa comida de sua mãe. Ana agradeceu
e a convidou para entrar e se sentar, pois já iria servir o almoço e se dirigiu para a
cozinha.
Ao chegar à cozinha algo a dominava e remoia o seu pensamento.
“Falante, ‘toda toda’ e cheia de si.”
Quando se faz chegar à voz de Carlinhos na cozinha.
- Mãe, Letícia é uma das melhores alunas da sala e estamos estagiando
juntos num escritório aqui perto de casa.
Letícia elogia seu filho e começa a falar de trabalho, de faculdade, de
prosperidade e futuro.
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35 Ana não acreditava no que ouvia. Cada som era uma facada em seu
coração. Ela não sabia o que falar. Até que uma ideia estranha passa pela sua cabeça
e ela faz um convite:
- Já que vão trabalhar aqui perto, quero que venham almoçar aqui todo dia,
isso se Letícia gostar da minha comida.
E já adentrou a sala com o frango com batatas e o macarrão nas mãos. A
jovem levanta para ajudá-la e ela pede que fique sentada, pois está acostumada a
servir, virando-se em direção à cozinha para pegar os outros pratos.
Na cozinha, Ana entra meio perdida. Mal consegue pensar direito, pega os
outros pratos e retorna à sala já servindo a convidada. Mal ouve os elogios sobre
seus pratos, está perdida em seus pensamentos. Quando viu que a jovem tinha
acabado, apressou-se em trazer a sobremesa favorita de seu filho. Letícia, ao ver a
sobremesa, diz ser a sua favorita e Carlinhos comenta que eles combinam em tudo.
Ana está perplexa e serve aos dois. Consegue vê-la falando e, de repente,
um beijo entre os dois e, em seguida, uma longa troca de olhares. Nesse momento,
Ana fala que pelo visto ela teria gostado de sua comida e que não haveria motivo
para eles deixarem de almoçar ali todos os dias. Letícia tentou argumentar que seria
muito trabalhoso. Ouviu como resposta que seria uma desfeita. A jovem então aceita
e quando vê já esta com uma xícara de café na mão. Ela agradece e diz que adora um
café feito na hora. Carlinhos comenta que nisso eles não combinam.
Ana ouve essa parte com atenção.
A nova namorada de seu filho se oferece para ajudar com a louça. Ana
comenta que eles são jovens e tem de se divertir, sugere que vão ao cinema e,
praticamente colocando-os na porta de casa, despede-se dos dois.
Ana já tem um plano. Agora apenas tem de imaginar como.
“Vou matá-la!”
Chega o momento de uma parada para respirarmos e imaginarmos o que
motivaria uma pessoa correta a cometer uma insanidade.
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36 Um medo irracional seria capaz de gerar uma ansiedade leve. Levá-la a se
transformar num sentimento de inveja em relação a uma pessoa, entrar em um
processo de raiva e usar o ódio extremo com uso de violência para uma solução que
a traria de volta a sua meta.
A nossa personagem tem medo de ficar sozinha em sua velhice e perder o
seu grande amor. Na vida real, vemos episódios semelhantes quase todos os dias,
muda um pouco para lá ou para cá. Muda o enredo ou personagens e o que se vê são
pessoas que não controlam suas emoções, desembocando em ações errôneas e
radicais, que depois de consumadas estão numa via sem retorno.
Voltemos à nossa história. Veremos como se desenrolará esta situação que
mexe com corações e mentes de algumas pessoas, que agora de alguma maneira já
nos são queridas.
Ana sai à procura de Alzira. Acredita que ela irá entendê-la e ajudá-la. Seu
conhecimento de ervas e plantas será muito útil nesse momento. Ao chegar à casa de
Alzira, percebe que ela está bem velhinha, mas continua com a mente em
funcionamento normal. Alzira fala da saudade da amiga, que está bem de saúde,
pergunta por seu filho, sua vida, seu trabalho. Ana responde a todas as perguntas.
Diz que precisa da ajuda da cliente, que virou sua amiga e mudou sua vida com a
chegada de seu filho.
Chega o momento e Ana, sem pensar, abre o jogo com Alzira e explica o
seu plano de matar a jovem namorada de seu filho, colocando um veneno em seu
café após o almoço. Alzira reluta, pondera, mas Ana esta irredutível em seu plano
macabro. Enfim, Alzira concorda em ajudar devido à convicção da amiga. Ela se
levanta, vai até a cozinha e volta com um pó branco, recomenda que coloque uma
quantidade pequena, pois vai intoxicá-la aos poucos. Pede que, durante esse
período, ela trate a jovem muito bem para não chamar atenção e se despede da
amiga desejando-lhe êxito em seu plano.
Letícia passa a frequentar a casa de Ana todos os dias, elogiando os
almoços, ajudando a servir, ajudando com os pratos e as louças, conversando e se
divertindo. Sempre, na hora do café, Ana é a responsável por servir. Ana percebe que
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37 a intimidade entre Carlinhos e a jovem aumenta dia a dia e essa situação lhe deixa
preocupada, pois em breve Letícia estará totalmente intoxicada pelo veneno.
O tempo vai passando e o ambiente da casa continua igual. Os jovens
conversam bastante e ela, orientada por Alzira, mostra-se interessada e participante
para não demonstrar qualquer tipo de suspeita.
Até que um dia Ana se pega pensando em Letícia, em quanto seu filho
está feliz e como sua casa está alegre e movimentada. Ela crê que seu plano não mais
deva ir em frente, quando ouve seu filho Carlinhos a gritar ao lado de fora de casa.
Letícia chega carregada por ele e Ana pensa no pior.
“Meu Deus, eu matei essa jovem.”
Carlinhos entra e vai dizendo que Letícia está passando mal. Ana se
desespera, não sabe o que fazer. Carlinhos continua falando e diz para sua mãe que
ela vai ser vovó. Letícia vomita e Carlinhos a limpa, ela se vira para Ana e diz:
_ Se for menino, chamaremos de Carlos e, se for menina, chamarei de Ana
Letícia.
Nesse instante, Ana sai correndo e vai em direção da casa de Alzira. Pensa
em tudo o que fez, na pessoa maravilhosa que se revelou ser essa jovem, no amor
que seu filho tem por ela e no mal que ela pode estar fazendo ao filho deles. Ana
chega à casa de Alzira aos prantos e lhe explica a situação, perguntando se existe
uma maneira de reverter o mal que ela fizera a todos eles.
Alzira fica em silêncio por um instante, tenta acalmar a amiga e então fala;
- Amiga, não tema, eu não lhe dei nenhum veneno, eu lhe dei um punhado
de açúcar. Quando vi sua convicção em realizar seu intento, tive que lhe enganar, eu
temia que se não a ajudasse você poderia fazer outra loucura. Pedi que a tratasse
bem na intenção de que, com o passar do tempo, você refletisse e visse que estava
errada em seu julgamento dessa jovem.
Ana cai ao chão e se desmorona em lágrimas.
- Como pude ser tão egoísta fazendo mal a uma pessoa que mal conhecia e
a meu filho que tanto amo?
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38 Alzira, com toda sua experiência, lhe ordena.
- Vá e se desculpe com os dois. Conte toda a verdade.
Ana retruca que não será desculpada, que perdera a todos.
Mas, pelo menos, se for verdadeira, você poderá conviver consigo mesmo.
Ana foi para casa e contou a verdade e se desculpou de coração. Disse que
antes do acontecido já estava arrependida e entregava o seu destino a eles. Carlinhos
ficou horrorizado. Quando ia falar, sentiu Letícia colocar as mãos em seus lábios,
disse que a perdoava, que o momento era de comemoração e pediu um tempo para
pensar em tudo.
Ana agradeceu e entendeu. Ela se sentia mais leve. Agora tinha uma meta
real: reconquistar sua nova família.
Nessa história, vimos todos os sentimentos envolvidos num processo de
medo relacionado a uma meta pessoal não palpável, pois ser mãe não é uma meta,
criar os filhos seria uma meta realizável. Essa relação do medo, onde o ódio esteve
presente aparentemente, estava associada a uma crença aparente ligada ao ninho
vazio e a opção de Ana em ficar com a mãe para cuidar dela com a esperança que a
história se repetisse.
O medo, no dito popular, cura-se com o enfrentamento do próprio e, outras
culturas mais espiritualizadas, tem na meditação e no autoconhecimento uma forma
eficaz de por fim nesse sentimento e permitir a plena realização de suas metas.
Queria propor como tarefa, nesse capítulo, um exercício para mostrar a força
que existe dentro de nós e fazer com que vocês descubram a energia que existe em
nosso corpo com um trabalho que une a auto- hipnose (relaxamento) e a bioenergia.
No capítulo anterior, fizemos um exercício de relaxamento e inicialmente
vamos utilizá-lo para acelerar todo o processo.
Primeiro, feche os olhos e concentre-se na sua respiração. Inspire pelo nariz
e expire pela boca, procure fazer a respiração abdominal, enchendo e esvaziando a
barriga, continue respirando. Quando se sentir bem relaxado, ainda com os olhos
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39 fechados, deixe os braços caídos ao lado do corpo, abra as mãos e gire-as com força
rapidamente, virando as palmas da mão para dentro e para fora.
Em seguida levante os braços em paralelo na altura dos ombros e a sua
frente, bata palmas com força de duas a quatro vezes e depois esfregue as mãos com
vigor. Com os braços esticados e as mãos em paralelo sem se tocar, sinta a energia
que começa a aparecer entre elas, sinta como essa energia vai aumentando. Ainda
sem tocar as mãos, gire-as como se tivesse modelando uma bola de neve, continue
sentindo a energia e vá aumentando o tamanho da bola até o de uma bola de futebol
de salão. Faça os movimentos circulares, vá diminuindo o tamanho da bola e volte a
colocar as mãos em paralelo sem se tocarem e dobre os cotovelos, levando as duas
mãos até perto dos seus lábios, conte “3, 2, 1”, sopre com força e estique e abra os
braços. A energia se foi, abra os olhos.
Você sentiu a energia? Sentiu uma sensação positiva? Se achar melhor,
peça a alguém de sua confiança para comandar essa experiência de forma lenta e
vagarosa. No próximo capítulo, usaremos um exercício semelhante que ajudará você
a potencializar seus objetivos. Há alguns milhares de anos, na Grécia antiga, o filósofo
Sócrates já perguntava a seus seguidores: “O que vocês farão com o enorme poder
que tem em suas mãos?”. Vamos procurar coisas positivas e direcionar essa energia
para melhor beneficiar-nos.
Veremos, em um próximo capítulo, o RELÓGIO DO TEMPO, como ele
poderá lhe mostrar onde você está gastando sua energia e como alavancar suas
metas redirecionando melhor as suas atitudes.
Fomos fundo num sentimento que incomoda, assusta e, ao mesmo tempo,
diverte muitas pessoas. Agora iremos em direção à autoestima e a sua meia irmã, a
baixa autoestima. Àqueles que estão nos acompanhado, boa viagem! Soltem os
lastros...
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40
Capítulo 5:
AUTOESTIMA E AS
METAS
Autoestima para quê? Liderar para quem? Liderar para todos e para
você?
Por definição, seria a estima que a pessoa tem por si mesma. É o
conceito ligado ao íntimo de cada um. Se nos aceitamos, se nos aprovamos, se somos
felizes, se representamos o que vemos quando nos olhamos no espelho. Seria a
nossa própria forma de interpretarmos a consciência. O meio em que vivemos,
nossos objetivos, nossa forma de agir conosco e com os outros. As coisas as quais
damos valor e que estão ligados à nossa autoestima, que é um potente estado para
nos ajudar a realizar as metas.
Em nosso cérebro (a autoestima). está ligado o hemisfério direito. No
self 2 (como é conhecido o lado direito do cérebro), essa área é ligada ao lado
artístico, à criatividade e à busca por soluções diferenciadas e inovadoras. A
autoestima é ligada à atração e o processo da liderança se baseia em atrair pessoas
para ajudar na realização de suas metas.
O equilíbrio e a confiança criam condições emocionais para o melhor
estilo de liderança que se apoia no exemplo e no poder de comunicação. A
autoestima permite que, por meio do processo de liderança, seja valorizado o fato de
que, quando não se sabe algo ou alguma coisa, é importante ter a humildade de
reconhecer e perguntar como se faz e aprender uma nova informação do que se
manter no desconhecimento.
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41 O sentimento de autoestima, como tudo em nós, está condicionado a
experiências e crenças que tivemos em nosso passado e ligado à maioria das nossas
emoções. A forma como fomos criados contribui para a maneira com que lidaremos
com a vida.
A autoestima é um sentimento que, no decorrer da vida, pode ser
modificado, se houver interesse do indivíduo num processo de crescimento interno e
busca de conhecimento, ou quando acreditamos que estamos indo na direção
errada, oposta a nossos valores e as metas que queremos alcançar.
Hoje em dia, a autoestima é classificada em três (03) categorias, todas
com características próprias e muitas vezes antagônicas entre si. Tem origens na
forma como o indivíduo foi criado na infância ou na adolescência e são: alta
autoestima, baixa autoestima e a autoestima expandida.
Alta autoestima – O individuo se ama, aceita-se e se valoriza como é.
A alta autoestima tem características muito positivas para a realização de
metas. A pessoa com esse tipo de sentimento sobre si mesmo tem uma grande
facilidade de adaptação ao meio: local de trabalho, casa, vida social etc. É um
indivíduo que tem facilidade para criar projetos, executar tarefas, melhorá-las e
desenvolvê-las, não teme desafios e defende suas posições. Sente-se bem consigo
mesmo, expressa suas opiniões e não teme falar com pessoas. Sabe identificar suas
emoções, bem como as das outras pessoas, são obstinados, gostam de aprender
novas atividades, perguntam quando não sabem, estão cientes de suas qualidades e
de seus defeitos. Aceitam críticas e reconhecem seus erros, assumindo-os. São
líderes natos.
Sua formação tem origem quando ainda pequenos, são tratados com
carinho e amor, num ambiente que transmita segurança e que tenha regras firmes,
mas não violentas. São ensinados a tratar as pessoas com respeito, principalmente
outras crianças e os idosos. Tem permissão para sonhar e sabe que é possível realizar
seus sonhos, utilizando estratégias. É incentivado a ser independente e participativo
e se preocupa com sua saúde e alimentação. Tem o sentimento de participar de uma
família e de um grupo (sociedade) e de ser amado.
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42 Baixa autoestima – O indivíduo não se ama, não se aceita e não se
valoriza.
A baixa autoestima tem características que fazem com que os
indivíduos se sintam diminuídos em relação ao todo. São indecisos e têm dificuldades
de tomar decisões, o que dificulta a realização de suas metas, pois têm medo do erro,
já que o erro expõe suas falhas. Pensam que não podem ou não sabem e, com isso,
não valorizam seus talentos, subestimando-os e se sentindo ansiosos e nervosos.
Temem o novo e evitam o risco, com isso são passivos e sem iniciativa. Isolam-se e
têm poucos amigos, não compartilhando com outros. São introspectivos, têm
dificuldades com as emoções e com críticas. Não aceitam erros e procuram ou criam
culpados para seus erros. Não se sentem atraentes e são pessimistas. Têm
dificuldades com objetivos e procuram se aproximar dos líderes para executá-los.
Não têm sua vida sobre controle.
A origem da baixa estima, normalmente, é vinculada ao
condicionamento de sentimento, a algum tipo de resultado (“Se tirar nota baixa no
colégio, mamãe não vai te amar mais”), a uma grande repetição de negativas (“Não
pode sair, não faça isso, não vai brincar”), a regras conflitantes (um dos pais
determina algo e o outro o contrário), a ambientes repressivos, violentos ou
tumultuados, indiferença de parentes (em relação à escola, alimentação e momentos
de doenças), a regras rígidas e castigos desnecessários que exponham a pessoa, a
diferença do que é dito para o que é feito (“Não roube”- a pessoa que dá o comando
rouba; “Não minta” - a pessoa mente), a perdas importantes (pai e mãe), a abuso
sexual, pais alcoólatras ou drogados e situações estressantes e relacionadas a
problemas financeiros. As crenças limitantes estão fortemente vinculadas a essas
pessoas e a mudança de padrão mental gera uma reciclagem do comportamento.
Autoestima expandida – O indivíduo se ama sobremaneira e valoriza
exageradamente suas virtudes.
A autoestima expandida tem como característica um forte
sentimento de superioridade em relação ao outro, o que o isola e dificulta a
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43 concretização de metas. Desapego aos sentimentos alheios, sensação de poder,
certeza de razão absoluta, segurança extrema e a ultrapassar os limites de risco,
centralizador, tende a afastar as pessoas, fala em excesso porque quer impressionar
os demais. É escandaloso quando contrariado, gosta de elogios, é super otimista e se
acha merecedor de mais que os outros. Tem dificuldade para dividir, não aceita
críticas e, quando erra, culpa os outros e se vangloria de suas posses e realizações.
Como origem, tem na criação um amor doentio que o torna sem
limites e sem normas. Como se fosse o centro das atenções, normalmente não
respeita os outros, principalmente as crianças e os idosos. Recebe como
ensinamentos que os objetivos estão acima de tudo, independentemente dos meios.
Sente a necessidade de satisfazer todas as suas vontades e inferioriza os outros.
Segmenta as pessoas (pobres, feios, ignorantes etc.) e se aproxima por interesse,
sente-se atraente, persegue estereótipos utilizando-se de subterfúgios (mulher
magra - anorexia, bulimia) e homem forte (esteróides). É um líder negativo.
Todas as características acima envolvendo os 3 (três) tipos de
autoestima são genéricas. O leitor pode até reconhecer pessoas que muito se
assemelham a esses tipos, mas são apenas formas de ilustrar esses indivíduos. Não
necessariamente uma pessoa tem que ter todas para estar enquadrada nesse ou
naquele grupo, a criação pode ser diferente e gerar resultados desiguais em qualquer
indivíduo. Os seres humanos são únicos e especiais, desenvolvem características
próprias em cada meio e evoluem a todo o momento seguindo seus desejos.
Como esses sentimentos têm início na infância, muitas dessas
características podem ser também introduzidas como crenças e como tal
desconstruídas e substituídas por outras que nos tornem mais fácil à vida, a relação
com as pessoas, ao nosso trabalho, nossas relações sociais e amorosas.
Independente de suas origens, o ser humano tem um grande poder de adaptação e
sua vontade bem direcionada, o poder de mudar o caminho para onde se deseja ir.
A história que abaixo contaremos tem como cunho o ambiente de
uma empresa. Em função disso, cabe ressaltar particularidades do ambiente
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44 empresarial como a diferença entre ser líder e ser gerente, entre eficácia e eficiência,
sobre o que é beber CHA, o que é zona de conforto e o que é nível de aprendizagem.
Mais para que eu preciso saber disso?
São maneiras de se chegar às metas e, por mais estranho e
complicado que pareça, tudo que se comentou acima, é usado na sua vida o tempo
todo. Uma dona de casa gerencia seu lar, comprando alimentos, produtos de limpeza
e higiene, remédios, mantendo sua casa arejada, limpa e confortável. Gerenciar é
cuidar de processos (no caso da dona de casa, as compras) e controle (para a dona de
casa, sua casa).
Liderar é motivar pessoas e fazer com que elas o sigam e o ajudem a
realizar metas, que o tenha como exemplo. Uma dona de casa, quando incentiva seu
filho a estudar, cuida de sua alimentação balanceada, ensina o valor de escovar os
dentes e de praticar esportes, ensinar a gastar menos energia elétrica e água
tomando banhos mais rápidos, a apagar as luzes quando sair de um cômodo está
liderando sua casa e, ainda mais, está criando um novo líder.
A liderança tem a ver com pessoas e a gerência com processos. Liderar
é motivar a seguir uma ideia por meio do exemplo e da influência do líder sobre o
todo e não ao poder que ele tenha, que limita e desmotiva. O líder tem de criar
novos lideres que vão substitui-lo quando subir de cargo ou patamar.
A gerência tem a ver com gestão de processo e cobrança e,
independente de pessoas, o resultado se baseia em análise de desempenho do
sistema em si.
Qual é a diferença entre eficiência e eficácia?
Eficiência é quando um indivíduo faz parte do processo da empresa e
eficácia é quando ele está comprometido com a empresa. Como exemplo, vamos
imaginar um rapaz, que de dia é zelador de um prédio. À tarde, ele trabalha numa
fábrica de doces, na limpeza. São serviços semelhantes que normalmente gerariam
tédio. Um dia, um morador do prédio onde ele trabalha faz uma visita à fábrica onde
ele também trabalha. Reconhece-o e o vê varrendo o chão, como ele costuma fazer
no prédio e lhe pergunta:
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45 - O que você esta fazendo aqui?
Existem duas respostas para essa pergunta:
- Estou varrendo o chão.
Ele é parte do processo, faz apenas mais um trabalho.
E como seria a segunda resposta?
- Estou ajudando a vender doces.
Ele tem a filosofia da empresa está comprometido com ela. Existe uma
grande diferença entre as duas.
Comprometa-se, seja eficaz em sua vida, isso faz a diferença.
O que é beber CHA?
CHA é a abreviatura de três palavras (conhecimento – habilidade –
atitude). Quando se diz beber CHA, a intenção é implementar um plano de ação,
utilizando seu conhecimento, suas habilidades e a atitude ou ação.
Um exemplo simples seria você se imaginar programando um
churrasco de aniversário de seu filho. Você determina o local e o dia (conhecimento),
compra as carnes, bebidas, acompanhamentos, sobremesa e o bolo, contrata o
churrasqueiro, o assistente, o DJ, e seus apetrechos (habilidades), convida os amigos,
parentes e vizinhos e prepara o local (atitude). Está pronto seu plano de ação. Boa
festa!
O que é zona de conforto?
No ambiente empresarial, zona de conforto é quando um funcionário
se sente sem motivação. Parece estar no local onde se sente seguro, e não tem
interesse em criar situações que possam provocar novas atitudes e correr riscos.
Dentro da empresa, esse é um momento delicado, pois quando notado pode ser
considerado descartável.
Na vida urbana, essa situação lembra a tétrade: sofá, televisão, pizza
por telefone e obesidade. Mexa-se, saia de sua zona de conforto!
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46 O que é nível de aprendizagem?
O nível de aprendizagem mede o quanto um profissional está treinado
para executar suas funções, ela é medida em 4 (quatro) níveis, que citarei abaixo, já
dando um exemplo para não estender demais e entrarmos em nossas histórias.
- Incompetência inconsciente – Não sei que eu não sei.
A empregada doméstica que faz as atividades do lar - Todas as vezes
que passa as roupas acaba queimando uma das peças por desconhecer qual
temperatura. Deve ajustar o ferro para cada tipo de tecido.
- Incompetência consciente – Eu sei que eu não sei.
O ajudante de pedreiro que sabe passar a massa na parede, mas não
coloca os azulejos.
- Competência inconsciente – Eu sei tanto que eu não sei.
O técnico de prensa hidráulica se considera tão acostumado a acionar
a máquina que se esquece das normas de segurança e se envolve em um acidente de
trabalho.
- Competência consciente – Eu sei tanto que eu sei.
A enfermeira que repassa em todos os pacientes a rotina de remédios,
banhos e alimentação indicada na planilha de cada um duas vezes para evitar riscos.
Os exemplos servem para qualquer profissão, das mais complicadas às
mais simples. Tem como objetivo apenas medir em escala o nível de treinamento,
atenção e risco que cada indivíduo está correndo ou colocando terceiros em perigo.
A nossa história começa na infância de Tiago, criado pelos pais. Foi
aguardado com muito amor, pois Teresa tivera alguma dificuldade para engravidar,
Renato seu pai era advogado e trabalhava no fórum da cidade. Ele estudava para
fazer uma prova para defensor público.
Tiago cresce sadio em um ambiente motivador e conectado. Começa o
período escolar e o menino vai se alfabetizar. Ele não apresenta nenhuma
dificuldade. No primeiro dia de aula, quando algumas crianças tem dificuldade de
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47 separar dos pais para entrar no colégio, muitos choram, outros não querem ir para a
sala de aula, Tiago, ao ser colocado no chão, correu para os braços da professora e
perguntou o seu nome.
- Tia Carla - respondeu ela com um sorriso.
- Meu nome é Tiago - rapidamente retrucou ele.
Teresa chegou a ficar decepcionada pelo fato de se sentir descartada
tão fácil. Mas o que fazer, criava-o para o mundo, ela estava ali só para desfrutar
desses pequenos momentos que ficariam para toda sua vida em sua memória. Como
mãe zelosa, cuidava de sua alimentação de forma a sempre introduzir um novo
alimento por semana. Ao terminar as refeições, nem mais era necessário lembrá-lo
de escovar os dentes e passar o fio dental. Renato chegava à casa depois do trabalho
cansado, mas vibrante, pois o fórum era um lugar cheio de novidades e histórias.
Muitas contava para Tiago, que aguardava para ouvi-las e se divertirem com elas. Ao
final, ia dormir e era quando Renato ia estudar para se preparar para o concurso que
estava por vir.
Tiago agora estava para concluir o ensino fundamental. Lembrava com
alegria do seu tempo de criança quando comentava sobre que profissões teria
quando adulto:
“Na segunda-feira, serei bombeiro. Na terça-feira, vou ser médico para
tratar dos outros. Na quarta-feira, serei advogado, na quinta-feira, veterinário,
na sexta-feira, serei vendedor, no sábado, vou ser jogador de futebol e no
domingo...”
Nesse momento, era cortado pela sua mãe que sempre lhe dizia:
- Vai cuidar dos meus netos e da sua esposa porque ninguém é de ferro.
E ele morria de rir.
Tiago sentia a curiosidade de trabalhar numa grande empresa quando
terminasse a faculdade, ele colocou isso como uma meta pessoal de cunho
profissional, anotou na porta interna de seu armário e sempre lia para si mesmo. Ele
também queria conhecer pessoas diferentes, ter desafios, vender ideias, mas, como
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48 dizia seu pai, “um passo de cada vez”. Agora era a hora de se preparar e o tempo foi
passando, passando, concluiu o ensino fundamental, chegou ao ensino médio e foi
fazer a prova para o vestibular de administração de empresas.
Estudou com um grupo de amigos, cada dia na casa de um, e o
lanche no fim da tarde ficava por conta do anfitrião. Era o momento que eles mais
aguardavam, pois trocavam suas experiências, compartilhavam seus sonhos e
estabeleciam metas próprias.
O vestibular não era só uma prova, era um teste emocional, uma
competição que determinava o destino ou o começo do destino de cada um. Mas
todos do grupo que estudaram juntos conseguiram superar. Todos foram aprovados
para suas respectivas áreas, o que também representava que se veriam menos.
Representou uma fase importante na vida de cada um deles e agora começava um
novo teste que encaminharia para o início da vida adulta. Tiago se sentia confiante.
Em casa, a comemoração foi grande. Renato e Teresa estavam
extremamente felizes com o resultado de seu filho. Ele fora aprovado para uma
faculdade relativamente perto de casa, o que implicaria num deslocamento menor e
menos cansativo. Desejaram muita sorte. Ele estudou muito e fez por merecer o
resultado. Tinha se esforçado para conseguir.
A faculdade era tudo que Tiago imaginava: gestão, processos, pessoal.
Todas as dinâmicas eram interessantes para ele. No fim do segundo período, ele
sentiu a necessidade de vivenciar essas disciplinas na prática e começou a estagiar
numa empresa de venda de seguros. Ao fim do período, foi contratado antes mesmo
de concluir a faculdade.
Ao se formar, recebeu uma proposta para trabalhar numa grande
empresa na área de venda de consórcios de automóveis e motocicletas, seria gerente
do setor de vendas de consórcios de motos recém-inaugurado. Depois de conversar
com seus pais, ele aceitou o convite e partiu confiante para o novo desafio.
Tiago vai ao seu quarto, abre a porta do armário e vê o bilhete no qual
escrevera ainda no fim do ensino fundamental: a sua meta de trabalhar em uma
grande empresa quando se formasse na faculdade.
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49 Ao chegar à empresa, foi recebido pelo diretor de vendas de
consórcios de automóveis e motos, Sr. Eduardo, raposa velha do setor de vendas,
deu os parabéns pela conquista da vaga. Ele fora muito bem referendado pelo setor
de recursos humanos (RH) da empresa que viu nele qualidades positivas num
processo de seleção, onde sem saber ele teria eliminado muitos concorrentes mais
experientes e bem qualificados.
Sr. Eduardo era responsável pela venda de dois setores de consórcios.
Um ficaria a cargo de Tiago e o outro era gerenciado por Ricardo, jovem e
empreendedor que já estava na empresa há 2 (dois) anos. Ele também passou pelo
processo de seleção para a vaga de Tiago, mas não foi selecionado por opção pessoal
do diretor, que queria uma competição entre os setores e evitar uma zona de
conforto em função da acumulação de cargos por Ricardo. Sr. Eduardo apresentou as
dependências onde Tiago trabalharia e a equipe que já fora selecionada com o
aproveitamento de vendedores do setor de automóveis e novos vendedores
recrutados. Apresentou também sua secretaria Carla, que já estava na empresa há
três (03) anos.
Em seguida, o diretor convidou para almoçar e conhecer o seu novo
colega Ricardo e trocarem ideias. Avisou-o que Ricardo era bastante competitivo e
pediu que procurassem ter um relacionamento profissional. No almoço, Ricardo
sempre demonstrou um sentimento de superioridade em relação ao seu
departamento. Falava efusivamente sobre as suas conquistas e criava algumas
dificuldades em relação ao início do novo setor. No fim do almoço, apertaram as
mãos, mas Tiago percebeu que Ricardo não o olhara nos olhos quando se
despediram e dirigia-se sempre ao diretor.
O diretor acompanhou Tiago ao seu departamento e pediu que
apresentasse um plano de ação até a semana seguinte, despedindo-se e desejando
boa sorte. Tiago foi recebido por Carla com um sorriso e se encaminhou com ela para
sua sala. O departamento era um grande salão com boxes laterais onde cada
vendedor tinha o seu. Um grande espaço central vazio e a sala de Tiago ao fundo,
resguardado pela mesa de Carla, o espaço tinha o mesmo desenho do departamento
de automóveis dirigido por Ricardo.
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50 Tiago chamou Carla para sua sala e conversou demoradamente com ela
sobre a empresa, os vendedores, sobre seu diretor e suas expectativas. Começava ali
a beber CHA (conhecimento – habilidade – ação). Sugando as informações da
secretária, iniciava assim o desenvolvimento do seu plano de ação. Pediu a Carla que
marcasse uma reunião com sua equipe de vendas para o outro dia. Pediu também
que ela conseguisse um novo mobiliário. Carla confirmou ser possível conseguir no
almoxarifado da empresa. Seriam trazidos pela manha antes da reunião. Essa era a
primeira surpresa, 1x0, e Tiago comemorava, pois agora tinha uma nova meta de
desenvolver e ampliar o seu departamento, que seria escrita e checada
constantemente assim que definida.
Quando os vendedores chegaram, tiveram uma surpresa. Uma grande
mesa com muitas cadeiras ocupava o espaço antes vazio do centro do salão. Esse
espaço foi batizado por Tiago como o centro de convivência da equipe, que deveria
ser usado para trocas de experiências e informações. Tiago se apresentou e pediu
que todos fizessem o mesmo. Um pequeno lanche foi trazido por Carla e os
vendedores começaram a se comunicar.
Na reunião, foram definidas as áreas de cada vendedor, os pontos de
venda em concessionárias de motos e as atribuições dos vendedores. No fim da
reunião, Tiago pegou a sua relação de clientes de quando ele vendia seguros
automotivos. Ele dividiu entre os vendedores, o que agradou a todos, pois eram
potenciais clientes. A reunião foi muito proveitosa e, com o passar do tempo, o
centro de convivência era o local mais movimentado do departamento. A troca de
informação de clientes virou uma prática comum e produtiva para todos, rendendo
comissões e estreitando os laços de amizade da equipe.
Tiago apresentou o seu plano de ação ao Sr. Eduardo. Entre as novidades,
estava a contratação de uma equipe de telemarketing ativo (venda de consórcios por
telefone) e telemarketing receptivo (para resolver problemas, renegociar dívidas e
ouvir críticas). O diretor aprovou de imediato e gostou das primeiras informações
sobre as vendas, marcando uma reunião em 60 (sessenta) dias.
Ricardo tinha como meta ocupar o lugar de Eduardo como diretor da
empresa e precisava acumular o cargo que agora estava com Tiago. Quando começa
a ter notícias positivas sobre o departamento dele e sobre sua forma de
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51 administração participativa, imediatamente começa a cobrar cada vez mais da sua
equipe, estabelecendo metas de vendas altas para cada vendedor. Seu linguajar rude
cria atritos em sua equipe, suas atitudes intempestivas como demissões, repercutem
nos profissionais da área de recursos humanos preocupados com a saúde física e
emocional dos funcionários do setor de Ricardo.
Chega o dia da avaliação bimestral feita pelo diretor Eduardo. Ele fica
surpreso com as vendas da equipe de Ricardo, que tiveram aumento, mas é só
elogios para Tiago. Sua equipe teve uma venda fantástica e as projeções são ainda
melhores. As informações sobre o ambiente positivo de seus vendedores e a sua
gestão moderna são motivos de orgulho para a empresa.
Ricardo rebate reclamando que teria condições diferenciadas de Tiago.
Responsabiliza o RH (recursos humanos) por terem retirado vendedores de sua
equipe e passado para Tiago e diz que os que ficaram não rendiam o esperado por
ele.
Sr. Eduardo não concorda com as alegações de Ricardo, pois seus
vendedores tiveram um bom desempenho e que os que foram para a equipe de
Tiago foram por ele mesmo dispensados. Informa que ele pode copiar os métodos de
Tiago, alega que o departamento dele estava sendo eficiente e o de Tiago eficaz.
Ricardo engole em seco o comentário, mas agradece “entre os dentes”, de forma
diplomática. Tiago comemora 2x0 e pede para falar. Ele secretamente desenvolvera
sua nova meta e agora iria expor.
Então, apresenta um plano de negócios para um novo seguimento de
consórcio no setor de imóveis (casas e apartamentos). Apresenta uma planilha de
investimento, seu tempo de retorno e sugere a utilização de espaço ocioso dentro da
própria empresa para esse setor. Eduardo ficou surpreso pela novidade e pela
qualidade de informações do plano. Novamente, elogia Tiago e argumenta que iria
estudar com carinho a implantação do projeto. Tiago é só alegria. Despede-se dos
dois e segue para seu departamento. No trajeto pensa: “Com essa, 3x0.”
Ricardo está estressado. Não tem com quem compartilhar suas
preocupações, pois movimenta seu departamento com mão de ferro, sem delegar
poder a ninguém. Precisa de uma ideia rápida e impactante para recuperar a sua
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52 tranquilidade e melhorar seu conceito com seu diretor. Ele faz algumas ligações. Logo
está sorrindo sozinho, acredita na sua capacidade e acha que encontrou uma solução
para seu problema, pelo menos por hora.
Ricardo entra em contato com uma empresa asiática que recentemente se
instalou no Brasil. Ela tem como vantagem competitiva os preços dos seus veículos.
Ele se associa a ela para ser seu representante exclusivo de consórcios. Copia a ideia
de Tiago e cria uma área de telemarketing ativo e receptivo. Comunica a seus
vendedores e, já estabelecendo altas cotas de vendas como metas, implanta todo o
sistema de vendas sem informar a seu diretor. Queria surpreendê-lo! Os resultados
vêm quase imediatamente, o preço dos veículos potencializam as vendas e o
telemarketing ativo faz com que as vendas decolem ainda mais.
Tiago cuida de seu departamento com carinho e firmeza. Incentiva a sua
secretária a terminar a faculdade, pois ela a trancou no último período. Carla se
anima, ao conhecer os modernos métodos de gestão de seu gerente. O clima dos
vendedores é muito positivo e Carla tem um papel importante, integrando todos os
setores e usando sua sensibilidade para equacionar problemas importantes, antes
que se tornem urgentes, contribuindo para que tudo seja resolvido a contento.
Tiago está um pouco ansioso, pois em breve haverá a nova reunião
bimestral. Suas vendas estão como o planejado nas projeções, até superiores, mas
ele aguarda noticias do seu diretor sobre o seu plano de consórcio para residências.
Ricardo está extremamente feliz com as vendas. Volta e meia, ouve as
reclamações dos vendedores sobre as altas metas, mas pensa que eles só querem
moleza, vendedor com preguiça de vender, depois só falta reclamar da comissão. Ele
está pensando na reunião com seu diretor daqui a quinze (15) dias e resolve dar uma
apertada no ritmo, aumentando ainda mais as metas de vendas.
- Preciso de grandes números para realizar minhas metas pessoais. - pensa
com seus botões.
Começam a chegar reclamações de clientes no tele marketing receptivo,
em relação à qualidade dos acabamentos dos carros asiáticos. A secretária de Ricardo
vai avisá-lo e recebe uma enorme bronca e uma ordem de resolver o problema, pois
ele tinha coisas mais importantes a fazer do que ouvir críticas de carro de pobre.
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53 As criticas e comentários negativos aumentam consideravelmente. Agora
não só sobre acabamento, mas também sobre a segurança dos veículos. O RH recebe
também dos vendedores de Ricardo muitos pedidos de afastamento do serviço e
dispensas. Alegam estafa física e mental. O departamento comunica ao Sr. Eduardo
que coloque na pauta da reunião dali a alguns dias.
Faltam 03 (três) dias para a reunião e Ricardo chega querendo saber
dos números das vendas. Ao chegar ao seu departamento, sente um clima pesado.
Sua secretária está nervosa e ele pergunta de forma grosseira se ela esta de TPM. Ela
responde que não e pergunta se ele viu o jornal da manhã, pois um grave acidente de
carro matou toda uma família que voltava da praia no domingo à tarde.
Ricardo, já aos berros, pergunta por que ele se importaria com isso, pois
acontece todo dia. Na verdade, o que ele queria saber era sobre as vendas do
consórcio. Sua secretária argumenta que o motivo do acidente se devia à falta de
qualidade do veiculo. Ela é bruscamente interrompida por ele, que repete que não
tem interesse no assunto e quer os relatórios de vendas, pois precisa se preparar
para a reunião e adentra a sua sala.
O tele marketing receptivo recebe uma tsunami de reclamações e
pedidos de cancelamentos de consórcios. Encaminha-os ao departamento de
Ricardo, sua secretária recebe esses memorandos e os coloca ao lado dos relatórios
de vendas.
Ricardo está focado unicamente em suas metas. Os números estão
ótimos nas vendas. Ele resolve sair para almoçar com sua glória, passa por sua
secretária e lhe informa que vai sair para um almoço de negócios e voltara à tarde.
Ao sair da empresa, desliga o celular para ter um momento só para curtir seu sucesso
e comprar uma roupa nova para a reunião do dia seguinte.
Ao chegar do almoço, percebe que todos os vendedores estão no
departamento. Vai logo gritando que eles deveriam estar trabalhando, quando é
informado que o governo proibiu a venda dos veículos e os clientes estão cancelando
os consórcios. Ele grita ainda mais se dirigindo para sua secretária, chamando-a de
incompetente por não tê-lo avisado da situação, deixando algo importante se tornar
urgente. Ela se levanta, vai à mesa de seu gerente e pega os memorandos, nos quais
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54 estão relatados todos os acontecimentos que não foram lidos por Ricardo e lhe
informa que o Sr. Eduardo pediu que assim que ele chegasse fosse à sala dele.
Tiago soube da situação e também fora chamado a participar da
reunião com Ricardo. Sua secretária Carla já tinha comunicado a ele sobre o
acontecido, pois soubera pela secretária do outro departamento que a situação só
vinha piorando em função de seu gerente não querer ouvir ninguém e por isso deixar
o problema se agravar. Tiago recebe um telefonema e se dirige à sala de seu diretor.
Sr. Eduardo está com os relatórios em mãos e vê que a situação agora é
bem pior que imaginava. O número de consórcios vendidos era muito grande. Ele
não conhecia a empresa que fabricava os veículos e as informações que obteve era
que ela já teria tido problemas anteriores e estava proibida de comercializar seus
veículos em outros países.
Ricardo chega e logo é autorizado a entrar. O Sr. Eduardo esta em
silêncio lendo alguns relatórios e Ricardo começa a argumentar. Seu diretor olha-o
fixamente e pede que aguarde a chegada de Tiago.
Ricardo diz não entender a necessidade da presença dele e é
interrompido por Eduardo que, por conta da grave situação, acredita que toda a
ajuda é bem vinda. Ricardo retorna a argumentar que já tem uma estratégia para
remediar a situação. Em tom ríspido, Sr. Eduardo diz estar ansioso para saber qual
seria a estratégia, mas que aguardaria Tiago, pois muitas cabeças pensam melhor do
que uma e nesse momento Tiago adentra a sala.
O diretor pede que Tiago se sente, olha para Ricardo e pergunta por
que não havia sido informado do acordo com uma montadora de veículos, que
jamais ouvira falar e que acabara por envolver o nome da empresa numa situação
que jamais tivera passado.
Ricardo, confiante, alega que teria encarregado sua secretária de tomar
as informações de mercado da referida empresa, que a mesma lhe informara ser
uma empresa próspera e segura e que sua intenção era aumentar as vendas do setor
e informá-lo posteriormente, inclusive tinha encaminhado um memorando, mas o
mesmo não devia ter sido entregue pela incompetência de sua secretária.
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55 O diretor ouviu com atenção toda a explicação e perguntou pela
estratégia para solucionar o problema ocorrido. Ricardo, sentindo-se cada vez mais
confiante, disse a seu diretor ter um amigo num alto escalão do governo e que
telefonara para ele pedindo ajuda para resolver o problema da proibição da venda de
veículos. Ele teria pedido que aguardasse uns dias para que a imprensa parasse de
divulgar o acontecido. Depois, com uma módica propina, seria liberada a venda dos
veículos, os asiáticos já tinham concordado com o pagamento e assim estaria
resolvida a questão.
Sr. Eduardo vira-se para Tiago e pergunta se ele concorda com a solução.
Tiago se levanta e diz não entender o que estaria resolvido e pergunta o que seria
feito com os outros clientes que adquiriram os consórcios, se isso seria o ideal para a
empresa e sugere que se tente trocar os consórcios dos veículos por outros, como
forma de passar credibilidade para os clientes e proteger o nome da empresa.
Então, é rispidamente cortado por Ricardo. Aos berros, questiona a
necessidade da opinião dele, pois não tinha a experiência para lidar com esse tipo de
situação, que não conhecia como funcionam as coisas no mundo dos negócios e olha
para Tiago com um ar ameaçador. Em seguida, vira-se para seu diretor para esperar o
apoio devido.
Tiago se sente intimidado e pergunta ao Sr. Eduardo se quer que ele se
retire. Eduardo pede para ele se sentar, vira-se para Ricardo e entrega duas folhas de
papel com algo impresso.
Ricardo lê e pergunta o que era aquilo. Eduardo calmamente explica que um
dos papéis era para demiti-lo. O outro era para ele se demitir e que ele deveria
escolher o seu destino, pois o caminho era o mesmo. Pede que ele se retire e se
encaminhe para o RH (recursos humanos). Ricardo se levanta intempestivamente e
se vai com toda sua empáfia.
- Sr. Eduardo, o que está havendo? - pergunta Tiago.
- Tiago, de agora em diante, me chame apenas de Eduardo. Queria
parabenizá-lo pela sua conduta.
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56 Sua pergunta não era um teste, pois já imaginava a resposta que ele daria,
pretendia que ele acumulasse a gerência que pertencia a Ricardo e providenciasse a
contratação de um subgerente para apoiá-lo nesse momento de crise.
Tiago agradece a confiança e diz já ter a pessoa para o posto, sugerindo
Carla, sua secretária, e que a submeteria ao RH. Eduardo diz que não existe
necessidade e que o cargo é dela. Pede que ele comece imediatamente. Tiago se
levanta e, quando está chegando à porta, volta a ser chamado e se vira para seu
diretor que fala:
- Vamos resolver isso rápido, pois o consórcio de residências já está aprovado
e preciso de você para implementá-lo. Parabéns!
Tiago agradece, fecha a porta e comemora 10x0. Agora ao trabalho...
Acabamos de nos deparar com dois tipos de autoestima e suas formas de
realizar suas metas em dois personagens diferentes.
Ricardo, dono de autoestima expandida, gerencia suas metas de forma
centralizada, sua sensação de superioridade faz com que trate de maneira rude os
funcionários e seu colega gerente do outro departamento. Como só tem olhos para
si, não consegue observar o lado positivo de quem concorre com ele. Quando
confrontado, prefere adotar uma postura de intimidação. Em relação aos problemas,
procura culpar outros ao invés de reconhecer seus erros e recorre a todos os tipos de
métodos para atingir seu objetivo, independentemente dos danos que isso cause a
outros. Em relação ao seu nível de aprendizagem, ele é competente inconsciente,
pois sabe tanto que não sabe, ou seja, arrisca-se acima de seus limites ou
competências, colocando em risco suas metas e também a outros por conta de sua
confiança. Quando descoberto, é facilmente identificado como líder negativo e
precisa ser substituído por essas características.
Tiago tem uma alta autoestima, metas claras e escritas. Sua gestão é
participativa e as funções são delegadas, ficando com ele a cobrança dos resultados e
a avaliação de novas metas. Não tem dificuldade de colocar ideias e aceitar
sugestões, trata a todos com respeito sem perder a autoridade, procurando
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57 estimular o crescimento do grupo através de ações individuais. Está no nível de
treinamento de consciente competente, pois sabe que sabe, tendo uma visão global
de toda a ação, assim minimizando os danos e prejuízos. É um líder nato,
estimulando a outros que estão com ele a também ter o papel da liderança, pois um
líder não cresce sozinho, precisa deixar outro líder em seu lugar quando estiver
subindo, é um criador de líderes.
Repare que Tiago comemora suas vitórias, colocando um placar: 1x0, 2x0,
3x0, 10x0. Esse tipo de atitude cria no cérebro novas conexões que estarão ligadas a
vitórias em sua vida.
Comemore as vitórias da sua vida por menores que sejam e desenvolva em
seu cérebro um caminho neural ligado a suas conquistas.
Vamos desenvolver mais uma história para ilustrar a baixa autoestima e as
metas e usaremos um assunto moderno relacionado à internet.
Gabriel fora criado pela mãe com dificuldade. Ela trabalhava de diarista em
várias residências distantes da sua casa e se ausentava praticamente todo dia, só
retornando à noite, tendo apenas os domingos para cuidar de sua casa e de seu filho.
Guerreira, expulsara o pai de Gabriel de casa quando ele tinha dez (10) anos, cansada
da violência dele para com ela e seu filho. Gabriel estudava pela manhã e, à tarde,
ficava com sua tia-avó, que tomava conta dele na ausência da mãe. Em função da
idade, ela não conseguia participar da vida de Gabriel, que acabou se criando
sozinho.
Quando Gabriel tinha quinze (15) anos, sua mãe ganhou de presente de
uma de suas clientes um antigo computador. Ela, com sacrifício e em etapas, levou o
computador para casa e o deu de presente para o rapaz.
O jovem ficou radiante e passava todo o tempo no equipamento. Com o
passar do tempo, Gabriel montava e desmontava o computador. Aprendeu sozinho a
criar programas cada vez mais sofisticados e, com a chegada da internet e do celular,
não saia mais do quarto, permanecendo nele quase todos os dias e estabelecendo
como sua meta ir para a faculdade de informática, para desenvolver todo seu
potencial.
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58 Gabriel tinha poucos amigos, dentre eles um primo, que sua mãe
classificava como “fumo ruim”. Seu nome era Agnaldo, mas todos o chamavam de
“Camarão” (uns diziam que era porque tinha o tom de pele avermelhado, outros
porque tinha caca na cabeça - o segundo motivo era mais provável).
Camarão começou a estar sempre presente na casa da tia-avó de Gabriel
durante a semana e tentava convencê-lo a fazer umas coisinhas para ganhar dinheiro
fácil com seu conhecimento sobre informática. Primeiro, convenceu Gabriel a criar
um site para receber donativos para uma enchente que acontecera numa cidade do
sudeste, numa conta que ele abrira com documentos roubados de um senhor que
havia falecido há pouco tempo.
O negócio deu certo por um tempo. Mas, como o gerente do banco
estranhou a movimentação da conta, eles tiveram de parar com o intento, embora
tenha ganhado uma boa grana. Camarão comprou roupas e tênis e Gabriel sofisticou
o seu equipamento, tornando-o mais potente e difícil de ser identificado.
Camarão sugeriu a criação de outro site pedindo a contribuição para uma
associação que cuidava de deficientes físicos. Vinculou-a a uma grande empresa de
prestação de saúde, a qual tinham invadido o site e gerado boletos extras solicitando
essa contribuição, tudo ligado a uma conta salário de um produtor rural que mal
sabia ler.
A ideia prosperou, mas logo estava na televisão e o coitado do produtor
estava sendo preso acusado de crimes que sequer sabia que existiam. Gabriel ficou
muito assustado com a repercussão e não queria participar de mais nada, ficou com
medo de ser preso, mas seu primo constantemente pressionava-o a criarem
alternativas e a desenvolver formas de proteção através da aquisição de
equipamentos mais modernos e poderosos. Camarão sentia ser essa uma maneira de
convencer seu primo, pois fazia que ele se sentisse mais confiante e diminuísse as
suas restrições quanto à pratica de crimes pela internet, onde sem fazer nada ele
conseguia uma boa grana.
Gabriel comentou que uma forma interessante seria por meio de telefones
celulares, pois, com os chips, ele poderia conseguir dados bancários e fazer saques
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59 menores sem grandes consequências para terceiros, pois os bancos assumiriam os
prejuízos.
Rapidamente, Camarão se tornou um dos maiores receptadores de
celulares roubados da região. Com isso, contas de clientes foram saqueadas.
Paralelamente, Gabriel criou um vírus que invadia computadores através de spans ou
mensagens falsas e pegava dados pessoais e bancários. Ele desenvolveu também um
sistema que passava essas informações pelos computadores de inúmeros usuários,
inclusive de outros países, o que dificultava a descoberta da origem do vírus.
Camarão cercava de mimos seu primo, enchendo de elogios por sua
capacidade e dando-o o apelido de “Cabeça”, pela sua capacidade de raciocínio, e
brincava que a dupla era Cabeça e Camarão, o que incomodava um pouco Gabriel,
pois da forma como ele falava, com a língua presa, soava como “Cabeça de
Camarão”, mas ele relevava por entender que inteligência não era o forte de seu
primo e a intenção era o que contava.
O dinheiro começou a jorrar como água. Camarão comprou uma moto e
uma casa para morar sozinho num bairro vizinho, roupas novas, relógio, óculos de
marca e tênis. Gabriel pedia que não chamasse tanta atenção. Ele próprio comprara
uma televisão para sua mãe e uma para sua tia-avó, mais uns apetrechos para seus
computadores (uma cadeira ergométrica com encosto de cabeça para ter mais
conforto). Não tinha muitos desejos, nem grandes ambições, e escondia o dinheiro
dentro do estrado de sua cama.
Sua mãe estranhara todos aqueles presentes e como Camarão mudara seu
estilo de vida. Gabriel dizia para ela que tinham uma empresa que fazia programas
para computadores e que Camarão era quem os vendia no comércio, por isso
ganhava mais que ele. Sua mãe tinha dificuldade de acreditar naquilo, mas, como não
entendia do assunto, evitava confrontar o filho, apenas recomendava que ele se
mantivesse longe de problemas, pois era muito novo.
Camarão passou a gastar muito dinheiro. Ia a todos os bares, pagando
bebidas para todos em sua mesa, muitas mulheres e amigos imediatamente surgiram
do nada e ele ficou muito popular. Começou a chamar a atenção da malandragem
local. Em uma boate, numa dessas noites, foi abordado por um cara barra pesada do
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60 bairro, chamado Cotovelo, que tentou puxar conversa para saber a origem da bolada
que ele vinha gastando. Ele tentou desconversar, o negócio acabou ficando quente
entre os dois e o malandro avisou que iria cobrar pela segurança e que ele tratasse
de molhar a mão ou então haveria problemas. Camarão saiu fugido e, no dia
seguinte, estava na casa de Gabriel para pedir socorro ao primo.
- Eu lhe avisei para evitar chamar atenção - disse lhe o amigo.
Camarão argumenta que foi ameaçado, que precisava de dinheiro rápido,
sugerindo uma grande tacada: dar um grande golpe em uma instituição financeira
pública, pois era época de declaração de imposto de renda e fugiriam todos, não só
do bairro, nem da cidade, mas do estado.
Gabriel argumenta que era perigoso e como ele explicaria isso para sua mãe
e sua tia-avó, que iriam querer saber o motivo dessa viagem. Então, pede para que
ele dê algum dinheiro para o bandido. Camarão diz que está sem dinheiro, pois
gastou muito. Seu primo então tira um pacote de dinheiro de debaixo do estrado da
cama. Pede que ele entregue ao cara que o ameaça, ele agradece e se dirige ao local
onde seu algoz está para pagar por sua segurança.
Quando chega, depara-se com Cotovelo e alguns comparsas. Ele entrega a
grana e, quando o meliante recebe e conta o dinheiro, pede dez (10) vezes o valor
que tinha recebido. Camarão fala que esse dinheiro ele não tem e começa a ser
agredido por todos os que estão no local. No final, é ameaçado de morte se o
dinheiro não for pago até o fim do mês.
Com medo, ele vai direto para a casa de seu primo, que se espanta ao vê-
lo todo machucado. Camarão relata que fora ameaçado de morte se deixar de pagar
ao bandido até o fim do mês. Pede que realizem o golpe para poderem fugir com o
dinheiro dali. Gabriel, a contragosto, começa a bolar todo o esquema para retirar
dinheiro por meio de um site fictício que receberia dinheiro de pagamentos de
imposto de renda. Utilizou todo seu conhecimento para aumentar a arrecadação dos
outros golpes, ampliando para cartões de crédito e contas poupança. O fim da data
limite do pagamento dos valores devidos ao imposto de renda está próxima e
rapidamente o faturamento aumenta consideravelmente.
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61 A polícia local recebe uma denuncia de extorsão e a repassa para a
polícia federal, que é acionada, pois a informação é de que os valores da transação
são muito altos. Quando os federais entram no caso, são informados de que um
bandido local está tentando extorquir um jovem que estaria gastando muito dinheiro
na região. A origem desse dinheiro era desconhecida. A polícia aciona uma
seguradora que estaria sendo lesada em crimes de internet, cobrindo rombos em
muitos bancos cobertos por ela.
Pedro é o diretor da área de crimes financeiros na internet da
seguradora e é convidado para participar da operação dando apoio logístico. Por
meio de escutas telefônicas, consegue informações que ajudam a monitorar as
transações e percebe o alto grau de sofisticação da quadrilha. Em dez (10) dias, eles
monitoram toda a movimentação financeira dos envolvidos e se preparam para
prender a todos os envolvidos, inclusive os bandidos ligados a Cotovelo que querem
extorquir a quadrilha.
É chegado o dia e toda a operação está pronta para começar. Pedro,
que há mais de um (01) ano está envolvido na busca dessa quadrilha, pede
autorização para participar da operação, agora batizada de “Banco Virtual”. Ele
recebe a permissão em função de toda ajuda que dera no caso e vai entrar junto com
os agentes da área de informática da polícia federal, depois que a quadrilha estiver
dominada, para pegar os equipamentos de informática que serviram como provas
dos desvios efetuados pelos mesmos.
São cinco horas da manhã e a operação Banco Virtual está pronta para
se iniciar. Todos os policiais estão a postos para invadir a casa da tia-avó de Gabriel,
como também a de Camarão e o antro de Cotovelo, todas ao mesmo tempo e,
quando a ação é deflagrada em questão de minutos, os locais são dominados por
inúmeros agentes muito bem armados e então rendidos. É sabido pela inteligência da
policia federal que Cabeça está em casa, onde ficam os computadores.
Pedro aguarda ansioso por entrar e conhecer o chefe de uma das mais
eficientes quadrilhas que conhecera. Por sorte, acabaram presos por uma denúncia
de extorsão que nada tinha a ver com os crimes que cometiam. Com o local
dominado, os agentes da área de informática entram para pegar as máquinas e
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62 Pedro vai junto. Ao chegar à casa, encontra duas senhoras assustadas e um garoto
cabisbaixo. Os computadores começam a ser lacrados.
Pedro dirige-se a senhora mais nova, ela lhe informa que seu filho era um
bom menino, que o pai batia muito nele quando criança, que o expulsara e, desde
então, cria o filho com muita dificuldade. Gabriel era muito quieto e, desde então,
tinha apenas como amigo um primo que ela sempre avisara que não era boa coisa e
que recebera o primeiro computador a pouco mais de dois (02) anos.
Pedro vai ao encontro do rapaz que estava na sala ao lado, já sendo
interrogado pelos agentes. Um deles está saindo do cômodo e diz que o rapaz já dera
com a língua nos dentes e Pedro pergunta se poderia falar com ele. Autorizado, ele
se aproxima daquele que era conhecido como Cabeça e que agora sabia seu nome,
Gabriel. Ao vê-lo se aproximar, o jovem abaixa os olhos e Pedro lhe pergunta:
- Onde você estudou informática?
- Aprendi mexendo sozinho, senhor. - responde Gabriel.
- Em quanto tempo? - retruca Pedro.
- Rápido, em uns três (03) meses. - continua o jovem.
- Quantos anos você tem, rapaz? - indaga mais uma vez.
- Faço dezoito em dois meses. - mais uma vez responde.
- Nos vemos no tribunal, até lá você vai ter muito tempo para pensar. -
sentencia Pedro.
Vamos parar a historia por aqui. Esse seria um exemplo de criação que gerou
baixa autoestima. O histórico de violência doméstica praticado pelo pai contra a mãe
e o filho, fruto às vezes do uso de drogas ou álcool. A criação afastada da mãe, por
conta da vida sofrida, e o acompanhamento distante da tia-avó, por conta da idade,
geraram na criança uma sensação de inferioridade, provocando o isolamento e a
contínua incompreensão de seus sentimentos.
A desilusão da não concretização de suas metas, a confirmação de crenças
limitantes e a dificuldade de liderar mais a companhia de um primo que o incentivava
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63 a usar seus potenciais na direção que não era desejada, resultou numa vida de crimes
e facilidades que eram aproveitadas apenas por Camarão, que exercia uma liderança
negativa. Gabriel desconhecia o talento natural que possuía na área de informática
por estar focado apenas nas metas negativas de seu primo.
E agora deixemos a história se desenrolar.
Chega o dia do julgamento e Gabriel está preocupado. Ele é conduzido à
sala onde esta o juiz. Ao se dirigir para uma bancada, avista sua mãe e sua tia-avó.
Logo ao lado delas, está o senhor que conversara rapidamente com ele no dia de sua
prisão. Ele é chamado pelo nome e se dirige à frente do juiz, que estava com uma
roupa preta e com a aparência séria. Ele pergunta se ele sabe da gravidade da
situação e Gabriel responde que sim. O juiz faz outra pergunta: se estava arrependido
do que fizera e, novamente, o rapaz responde que sim.
O juiz chama, então, o senhor que Gabriel vira em sua casa. Ele se dirige
para o lado do rapaz e o magistrado o chama pelo nome.
- Sr. Pedro, recebemos uma petição na qual a empresa seguradora se
responsabilizaria pela guarda restritiva do rapaz. A responsável pelo menor concorda
com a atitude. O senhor poderia explicar ao jovem Gabriel o conteúdo dessa petição
e se ele concorda com a proposta feita pela empresa que o senhor representa?
Pedro vira-se para Gabriel e começa a explicar as condições da proposta
que faria.
- Caro Gabriel, a empresa onde trabalho vê em você um grande potencial na
área de segurança bancária na internet. Todo seu conhecimento do sistema o torna
um expert nesse segmento. Queremos dar-lhe a preparação necessária para
desenvolver o que naturalmente você já tem, junto a isso colocaremos um
profissional na área de coaching para facilitar a obtenção desses resultados e dar
sustentação emocional a você.
Seremos responsáveis também pelo seu aprimoramento escolar e lhe
daremos uma bolsa para a faculdade de informática, enquanto você estiver
estagiando conosco, com uma possível efetivação no final do processo. Gostaria de
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64 saber se você estaria interessado nessa proposta e, se tudo estiver a contento,
retiraremos o processo que depois será avaliado pelo juiz. O que você acha?
Gabriel mal sabia o que falar, mas, entre os dentes, diz que sim e agradece
muito a oportunidade de consertar o mal que fizera. Tinha colocado como meta se
formar na faculdade e acabara por esquecer por deixar se manipular por outros.
Pedro, então, avisa que para alcançar suas metas dependia somente dele
mesmo.
O juiz encerra a sessão e libera o rapaz, que será monitorado diretamente
por ele por meio de relatórios do Sr. Pedro.
Sua mãe corre até ele, abraça-o com carinho e, em seu ouvido, pede que
agarre com unhas e dentes essa oportunidade e, em seguida, dá um beijo nele.
Gabriel olha em seus olhos, pede desculpas por seus erros e diz que esse é
o seu maior sonho e ele irá realizá-lo.
A história mostra a recuperação do personagem do processo de baixa
autoestima através do potencial natural que o mesmo tinha e não acreditava, o que
impossibilitou a realização de suas metas, transformando-as em sonhos. Sua falta de
iniciativa e introspecção fazia com que fosse manipulado por um líder negativo e
ficasse sem o controle de sua vida.
Quando teve o reconhecimento de seu talento, sentiu-se fortalecido e
começou a enfrentar o processo e a poder restabelecer suas metas. Como apoio, terá
a sustentação de sessões por um profissional de coaching, para que reconheça suas
crenças limitantes e as desconstrua e conheça melhor seus sentimentos. A
continuação de seus estudos e o estágio na empresa com a possibilidade de
efetivação completarão o processo.
Finalizamos mais um capítulo e, nesse, vimos como os três tipos de
autoestima que interagem com nossas metas, o processo decisório, as diferenças
entre elas, as relações com a criação e com crenças, conceitos empresariais com
liderança e gerencia, zona de conforto, tomar CHA (conhecimento – habilidade –
ação) e o plano de ação, nível de aprendizagem (inconsciente incompetente –
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65 inconsciente competente – consciente incompetente – consciente competente) e
sua relação com a vida no dia a dia.
No fim de mais um capítulo, gostaria de sugerir mais uma tarefa. Você sabe
dizer NÃO? Você diz SIM, quando gostaria de dizer NÃO? Você tem seu espaço
respeitado? Até onde você tolera situações que acabam por invadi-lo?
Faça uma lista de situações que você tolera e acabam por drenar sua
energia. Podem ser situações de trabalho, em casa, com amigos, parentes, no
trânsito, financeira ou na vida amorosa.
Anote-as e defina um prazo para resolvê-las. Essas pequenas situações do dia
a dia criam vácuos em sua mente, que acabam ocupando seu tempo, sua vontade e
afastando você de seus objetivos. Em um capítulo à frente, veremos como colocar
nossas ideias para outras pessoas de forma harmônica e sem ferir os sentimentos e a
identidade por meio do FEEDBACK.
Abaixo, vamos definir mais uma tarefa, utilizando a auto-hipnose e a
bioenergia, criando um atalho para a realização de objetivos.
Quando fizemos a primeira tarefa de auto-hipnose, pedi para que você
percebesse onde o relaxamento (formigamento) corporal era mais intenso, agora
vamos utilizar esse ponto e expandir para outro local.
Antes de realizar o relaxamento, pense em uma qualidade que você
considera forte em você e depois uma qualidade que você queira melhorar e
memorize-as.
Vamos iniciar o processo. Começamos fechando os olhos e ouvindo os
barulhos a seu redor, acostume-se com eles. Agora vá se concentrando na sua
respiração, inspire pelo nariz e expire pela boca, continue respirando, aprofunde a
respiração e transforme-a na respiração abdominal, inchando a barriga quando
inspirar e esvaziando-a quando expirar. Mantenha a respiração e, quando se sentir
relaxado, procure se concentrar no ponto que tem maior facilidade para sentir o
relaxamento. Comece a sentir o formigamento nesse ponto e, quando o relaxamento
estiver forte, transfira o formigamento para sua mão direita. Quando sentir o
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66 formigamento, mentalize a qualidade que você acha forte em você e transfira essa
energia para sua mão direita. Continue respirando e sentindo o relaxamento.
Canalize essa energia e a transfira para sua mão esquerda. Continue respirando e
mentalize a qualidade que você quer potencializar, direcione-a para sua mão
esquerda, sinta a energia em suas mãos. Mantenha a respiração e, quando a energia
estiver forte, faça com que ela suba pelos dois braços na direção dos seus ombros,
sinta essa energia passando pelo seu corpo e, quando ela estiver na altura dos
ombros, direcione os dois lados para que essas energias se concentrem no seu peito.
Em seguida, junte suas mãos também na direção de seu tórax. Continue sentindo a
energia e mentalize as duas qualidades que pensou anteriormente. Diminua a
respiração, separe as mãos e sopre entre elas, prepare-se para abrir os olhos, conte
3, 2, 1 e abra os olhos.
Esse trabalho pode ser feito com outra pessoa comandando, se você preferir,
e busca criar atalhos mentais valorizando seus pontos fortes e espalhando essa
energia positiva para pontos que você queira desenvolver.
Como foi? Sentiu-se bem? Procure reforçar esse exercício sempre que puder,
inclusive mudando os objetivos para outros pontos que queira melhorar.
Seguimos a nossa caminhada, agora como destino o coração. Falaremos do
amor e da forma como as metas interagem com esses sentimentos por meio da
motivação. Embarcaremos nesse clima de romance, aguardo você no próximo
capítulo para desvendarmos os mistérios e segredos desses sentimentos. Vamos em
paz...
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67
Capítulo 06 :
AMOR e METAS
“Ouça seu coração!” Você já deve ter ouvido essa frase antes, pelo
menos algumas vezes.
Mas você já parou para pensar qual é o sentido mais profundo dessa
pergunta? O que ela tem de mais oculto? Qual seria o segredo que ela nos guarda?
Qual seria a intenção positiva por trás de uma pergunta tão simples?
Quando nos pedem para que ouçamos o nosso coração, pedem para
que olhemos para dentro do nosso ser, que procuremos em nós mesmos as coisas as
quais damos valor, o que realmente é importante em nossa vida e qual é a melhor
atitude a tomar para, assim, determinarmos a melhor forma de nos conduzirmos às
nossas metas.
A paixão é parte incondicional no processo motivacional e na sensação
do bem estar, por meio das endorfinas associadas ao sistema de recompensa que
temos quando estamos motivados e imbuídos de realizar nossos objetivos. A
motivação estimula a interação com o nosso EU e define que nossas metas
representam o que ouvimos do nosso coração.
E o que acontece quando ouvimos nosso coração?
Nós paramos para ouvir o que queremos, nos damos a devida
importância, lembramos que somos o nosso todo, não apenas algumas pequenas
partes que se somam, que somos queridos por nós mesmos, que pensamos em nós
mesmos e que estamos prontos para fazer escolhas, determinar objetivos e ouvir os
outros.
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68 Outro tipo de audição chama-se ESCUTA ATIVA e é um exercício diário
que devemos travar com nós mesmos para nos desenvolver, pois irá nos servir em
todos os seguimentos de nossa vida (no trabalho, em casa, nos relacionamentos e na
vida social) e estimular a nossa capacidade de estar atento quando estamos
recebendo informações de pessoas que podem nos ajudar a executar nossos planos.
Quando interrompemos alguém que está falando, estamos informando
que não estamos interessados no que ele está dizendo, que apenas estamos
preocupados com o que queremos dizer, e enviamos um sinal que evidencia que essa
pessoa não é importante para nós.
Atitudes como essas fecham portas de relacionamentos, negócios,
amizades e acabam por afastar pessoas que poderiam completar nossa vida e ajudar
a obtermos resultados de forma mais fácil.
As pessoas se afastam das pessoas que mantem relacionamentos para
exercer poder e preferem as que convivem numa relação de respeito e igualdade. As
relações em que o poder é a base causam inquietação e, aos poucos, essa sensação
cria a revolta, que provoca mudanças ou determina seu prazo ou fim.
O amor é um sentimento que, embora não possa ser medido em escalas,
tem em seu roteiro uma série de cenários que, por muitas vezes, assemelham-se,
seguindo uma sequência que, mesmo que a ordem seja mudada, são muito
semelhantes entre si: química, paixão, encantamento, romance, carinho, magia,
amor. São partes integrantes desse processo, seguidos depois de outros valores que
vão determinar o tempo de duração deste sentimento: confiança, respeito,
equilíbrio, fidelidade e perdão, que servem para medir o grau de maturidade da
vivência desse sentimento.
Essa sequência de sentimentos e valores pode mudar a direção de seu alvo.
A motivação é a alavanca para a conquista de suas metas e está presa aos
sentimentos que você nutre por seu objetivos, de forma que você tem de estar
apaixonado pelas suas metas e esse fator motivador abre novas perspectivas em
relação ao êxito de suas ações.
Quase todas as metas dizem respeito ao relacionamento com pessoas e,
por ventura, resultam em insucesso, devido ao não conhecimento de como elas
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69 funcionam no seu nível neurológico, onde um dos sentidos básicos é prioritário sobre
os outros. Segundo o PNL (programação neurolinguística), as pessoas são divididas
em três grupos: visuais, auditivas e sinestésicas. Essas informações são importantes
para sabermos como agir com cada grupo de pessoas. Abaixo, segue uma breve
definição de cada um desses grupos e suas características.
Existem ainda as gustativas e olfativas, mas, normalmente, essas também se
enquadram em um dos três grupos acima como segundo sentido básico.
- Visuais são aquelas que têm na visão o seu sentido prioritário,
necessitam de espaço para que possam observar o mundo ao seu redor, pois têm
visão global, conseguem ter um distanciamento de situações que incomodariam aos
auditivos e se sentem incomodados pela proximidade dos sinestésicos. Geralmente,
posiciona-se de frente para os outros e mantem o olhar fixo nos olhos dos
interlocutores.
- Auditivos são aqueles que, por sua vez, têm na audição o seu
sentido mais apurado, tem na proximidade uma das suas características, pois
necessitam estar perto da origem do som, são curiosos, pois são movidos pela
sonoridade. Posicionam-se de forma lateral, para aproximar o som da voz do
interlocutor de seus ouvidos.
- Sinestésicos são aqueles que têm no tato o seu sentido principal,
necessitam do toque, da proximidade, são afetivos, carinhosos, gostam de abraçar,
do contato. Posicionam-se bem perto de seu interlocutor e valorizam a intimidade
como ponto central do relacionamento. Eles têm seus pensamentos ligados à
emoção e, por vezes, riem de uma piada bem depois de ela ter sido contada.
A PNL (Programação Neurolinguística) criou uma forma de criar empatia,
ou seja, uma técnica de quebrar o gelo para a aproximação de pessoas, muito usada
por vendedores e empresários que tiveram o acesso a esse conhecimento, chamado
Rapport.
A abordagem é feita utilizando o espelhamento corporal: o tom de voz e
da respiração do interlocutor e, de forma mais efetiva, quando se tem algum
conhecimento prévio da pessoa, se identifica as características, gostos e valores.
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70 O Rapport cria uma aproximação mais fácil entre as pessoas e é quebrada,
por uma mudança do ritmo do espelhamento, onde a química é desfeita.
Normalmente, quando a venda ou o negócio é efetivado em pessoas sem ética, isso
se torna prejudicial a outros, pois pode virar um vício e uma forma de se beneficiar
envolvendo terceiros em interesses próprios.
A principal forma de estar bem para a conquista de suas metas é o Amor
Próprio. Ele é o sentimento base para se sentir seguro de seus objetivos. Amar-se é
se conhecer e estar pronto para reconhecer nos outros aqueles que compartilham da
realização de seus planos. O Amor Próprio é ligado à autoestima pessoal e a
aceitação de si mesmo.
Como todo sentimento, o amor não se diferencia de sua origem e
herança. A criação transmitida por meio dos familiares, amigos, educadores, bem
como as crenças, algumas limitantes, definem como uma bússola a direção que toma
o nosso coração e nossas metas e, por conseguinte, as nossas vidas.
As metas tiram como lição do amor a motivação e o querer. Esse é o
grande diferencial para a realização delas. A técnica de abordagem chamada Rapport
também pode ajudá-lo na criação da empatia, junto com o conhecimento dos
sentidos prioritários de cada um (visual, auditivo e sinestésico), pode ajudar nas
conclusões do que queremos para nós.
Desbravamos seu coração e nos motivamos a seguir no descobrimento
da importância da consciência do nosso ser, para que possamos encontrar a
verdadeira direção dos nossos caminhos. Seguimos agora em direção ao escuro da
tristeza e a sua perspectiva de mudanças. Vamos para as sombras... Mas sempre para
frente...
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71
Capítulo 7:
TRISTEZA E AS METAS Você é triste por quê? Para quê? Para quem? E o que é tristeza para
você?
Tristeza é o antônimo de felicidade, pelo menos é o que se ensina
nas escolas, mas esse sentimento pode ser gerado de dentro para fora da pessoa,
pela criação, crenças limitantes e experiências de vidas, pela não adaptação ao meio
ou pela exclusão dos outros que vivem nesse meio.
Em pesquisas, a tristeza é apontada como um momento que
representa um grande fator para se tomar decisões acertadas que possam estar
relacionadas a mudanças, seja do meio, de atitudes ou do papel que você
desempenha para o meio, e ao crescimento, focando o individuo no rumo da busca
de melhores formas de encontrar o caminho de saída dos problemas vividos.
O processo de sabotagem de seus objetivos também é muito comum
quando relacionado a esse sentimento. O dualismo provocado pela tristeza é, sem
dúvida, o maior problema para a realização de metas e a adaptação às mudanças é
fator decisivo para a saída desse estado emocional.
A tristeza é o momento da mudança quando nos sentimos
incomodados com a realidade e aptos a nos adaptarmos às exigências que, nessas
novas interpretações da vida, vão ser necessárias para que possamos realizar nossas
metas.
Outras informações sobre estudos ligados à tristeza revelam que o
período da vida onde mais estamos suscetíveis a ela é a meia idade, onde a
inadaptação a fim de relacionamentos, síndrome do ninho vazio (saída dos filhos do
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72 lar), problemas profissionais e sexuais se acentuam, levando a pessoa a experimentar
com maior amplitude esse sentimento.
O sentimento de tristeza provoca reações físicas como choro, dor no
peito, insônia, falta de apetite, taquicardia e, em caso graves, até ataques do
coração. Uma sequência de emoções pode estar associada à tristeza: como o
arrependimento (a tristeza pelo erro, ligada à culpa), a desilusão (a tristeza pala
perda de alguém ou algo onde fora depositada alguma expectativa), o
desapontamento (a tristeza pelo erro do outro), a angústia (a tristeza da alma), a
melancolia (a tristeza pela saudade), a frustração (a tristeza pela não-realização), o
desgosto (a tristeza por deixar de gostar de si), o luto (a tristeza pela morte).
A sensação de um gosto amargo, a insegurança relacionada às trevas e o
sentido de incapacidade podem potencializar a tristeza e gerar depressão. O uso de
remédios antidepressivos ou para dormir são é solução imediata, porém não trata da
raiz do problema, que acaba por ser encoberto diminuindo os questionamentos
sobre emoções mal resolvidas, crenças limitantes e impede a busca do crescimento
pessoal e a realização de seus objetivos de vida. Por isso, é um momento importante
para as mudanças e a adaptação a esses novos rumos.
A baixa autoestima é um dos fatores que se associam ao sentimento de
tristeza e causam em nós a certeza de que não podemos realizar nossos objetivos,
jogando-nos em um espiral descendente, em que acreditamos que nosso
desempenho seja fraco, reforçando a baixa autoestima e fazendo com que tenhamos
um comportamento inadequado e, quando avaliamos o retorno da situação, vemos
como negativa, o que nos leva a autodepreciação e nos faz retornar a um
desempenho abaixo do esperado.
Vamos analisar a história abaixo que pretende ilustrar um viés desse
sentimento ligado a metas.
Bruno começou a ganhar peso desde pequeno, era criado dentro de casa
e passava parte do seu tempo assistindo à televisão, que era sua principal
companhia. Suas aventuras estavam relacionadas ao lado lúdico, que desenvolvera
para se afastar da solidão na qual vivia.
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73 Há muito tempo, não tinha contato com sua mãe, que saíra de casa para
viver com outra pessoa e, desde então, seu pai Humberto o criava, embora sem
muita presença devido ao trabalho, o que o obrigava a se afastar por grande parte do
dia. Sua responsável era uma senhora idosa que fora babá de seu pai ainda quando
criança e que se juntara a eles após a saída de sua mãe.
A amargura de Humberto era sentida pelo filho sempre que ele chegava
do trabalho pelo jeito rude de falar e pelas cobranças que eram feitas, o que gerava
um afastamento entre os dois. A hora do jantar era o momento de maior contato
entre os dois, mas passavam quase todo o tempo em silencio e, pela dificuldade de
se comunicarem entre si, os diálogos ficavam restritos a conversas internas dentro de
cada um, seu pai remoendo suas dores e angústias e ele alimentando seus sonhos e
sua insegurança.
A mudança de colégio que iria ocorrer nesse ano era uma meta que
Bruno escolhera, embora a troca de uma escola pequena para uma maior criasse
expectativas e mexia com a parte emocional de Bruno que, aos treze anos, sentia-se
ansioso e preocupado pela novidade que ocorreria em sua vida.
Sempre estudara no mesmo lugar e, embora não tivesse muitos amigos,
sentia-se seguro pelo apoio dos professores, que controlavam a turma de poucos
alunos. Em breve, estaria entre muitas outras crianças, com turmas cheias, em um
grande colégio que teria muitas instalações e prédios.
O primeiro dia de aula é sempre mais complicado e Bruno tem a
companhia da empregada, o que dá um pouco de confiança ao chegar à frente do
colégio. Ele repara a diferença em relação à escola anterior pela quantidade de
crianças, movimento dos carros e aglomeração de vendedores ambulantes.
Ao passar pela portaria, percebe que os jovens interagem em diversos
grupos, uns trocam figurinhas e outros jogam bola. Grupos de meninas conversam
sem parar e meninos, em bolinhos variados, exibem-se para chamar atenção. É
justamente isso que Bruno não quer fazer, chamar atenção, e por ele estaria pintado
com uma tinta invisível ou vestindo uma capa que pudesse garantir essa
invisibilidade.
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74 A vontade de ir embora só era menor que o medo que tinha de ter de
explicar a seu pai por que não ficara e, por isso, ele se dirige à sala de aula. Escolhe
uma carteira no fundo e em uma lateral da sala perto da janela. A sala vai enchendo
e, aos poucos, vários grupos vão entrando e procurando lugares vagos.
A entrada do professor causa um pequeno alvoroço e, logo a seguir, um
silencio. Ele fica de pé em frente à turma, aproveita o instante de calmaria para se
apresentar e, em seguida, pede para que, quando estiver fazendo a chamada, o
aluno chamado se levante, diga a idade e de que escola está vindo.
Um a um, os alunos vão se apresentando. Como a chamada é feita por
ordem alfabética, o nome de Bruno é logo chamado. Quando ele se levanta e vai se
apresentar, sua voz perde a potência e sai fina. Alguns alunos riem, mas ele se
recupera, engrossa a voz e, mesmo vermelho, consegue terminar a frase com as
informações pedidas pelo professor, que continua a chamada aparentemente sem
reparar ou dar atenção à falha do agora ruborizado rapaz.
Um colega ao lado brinca com ele que o primeiro dia era assim mesmo e o
direciona um sorriso, o que, de certa maneira, dá certa tranquilidade naquele
momento. A aula segue depois da chamada e o mestre inicialmente dá as boas vindas
aos novos alunos, desejando uma rápida adaptação a todos e recomendando que
comecem a estudar para que não fiquem precisando de notas maiores no último
bimestre, quando a matéria dada já tem um grande volume.
Em seguida, faz uma breve apresentação pessoal e da matéria que será
vista durante o ano letivo. Pede para que os alunos abram o livro e, em seguida,
começa uma leitura do primeiro capitulo e ao final manda que eles façam os
exercícios. Quando toca a campainha do término da aula, significa que logo virá o
recreio e rapidamente a sala se esvazia.
O primeiro recreio representa o momento em que os alunos estão apenas
entre eles mesmos, o que deixa Bruno pouco à vontade e se sentido exposto. Ele se
dirige à lanchonete, onde encontra o colega de turma que sorriu para ele e aproveita
para puxar conversa perguntando seu nome. Ouve como resposta que ele se chama
Roberto e também se apresenta, trocam rápidas palavras e ele se vai, aproximando-
se de um grupo de meninos que estava por perto. Bruno se senta sozinho e começa a
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75 comer seu lanche em uma mesa distante dos outros grupos. Pouco depois, ele ouve a
campainha que determina o retorno à sala.
Bruno entra em casa e se sente aliviado, pois sobrevivera ao primeiro dia de
aula que tanto o tinha atormentado nos últimos dias. Conhecera Roberto e tivera a
chance de se apresentar e, embora a voz tenha falhado, ele conseguira consertar e
não chamar muita atenção, como era o seu objetivo. Ia tomar banho e depois iria ver
televisão até seu pai chegar para o jantar, onde teria a chance de conversar com ele
sobre seu dia de aula no novo colégio e todas as mudanças que estavam para ocorrer
em sua vida.
Quando seu pai entra em casa, Bruno se dirige a ele ansioso para falar do seu
primeiro dia de aula, mas logo é cortado pelo pai, que se diz cansado e que iria tomar
um banho para jantar, já se dirigindo ao quarto e fechando a porta ao passar por ela.
O menino se sente frustrado e vai para a sala, para ver televisão.
Na hora do jantar, seu pai se senta à mesa e com ele uma série de cobranças:
pergunta sobre seu excesso de peso, pela televisão, pelos deveres do colégio,
perguntas, perguntas... E não existe tempo para que ele ouça as respostas, todos os
questionamentos se sobrepõem e o menino se apequena diante de tantas críticas.
Bruno ainda tenta mudar o rumo da conversa, mas seu pai não lhe da atenção e
continua com os questionamentos, sem se importar com o que o jovem tenha a
dizer.
A volta à escola, nos dias seguintes, acaba sendo mais fácil que o esperado e,
embora ainda não tenha feito um grande amigo, aos poucos ele vai adquirindo
confiança, com o passar dos dias, e se adapta gradativamente à nova vida. No
recreio, ele observa como são disputadas as partidas de futebol e a grande rivalidade
entre os jogadores.
Bruno não se aventura, pois esporte não é sua atividade preferida, em
função de seu peso que não o permite uma grande movimentação e velocidade. Hoje
é dia da aula de educação física, que será seu primeiro contato só com os meninos
em uma disputa.
Em seguida ao fim do recreio, os alunos se dirigem ao ginásio. Eles vão para
o vestiário se preparar para a prática da atividade física e, depois de prontos, todos
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76 se reúnem no meio da quadra onde se encontra o professor, que os separa em
grupos e pedem que deem as tradicionais voltinhas em torno da quadra para que
aqueçam para a realização da aula.
Bruno enfrenta uma grande dificuldade para correr. Logo para com uma dor
no estomago que o impede de continuar, mas é advertido pelo professor e tenta
persistir. Novamente se vê obrigado a parar pela incapacidade de respirar, em função
do incômodo e da dor que sente em seu abdômen.
O professor pede para que ele se sente ao lado da quadra e divide os outros
alunos em equipes de futebol. Os meninos se agrupam e começam a jogar,
demonstrando a mesma determinação e disposição que jogam no recreio. Roberto,
aquele que sorrira para Bruno, era o que mais se destacava e um dos mais
competitivos, o jogo pegava fogo e as divididas de bolas eram muito fortes.
Bruno fica assustado com tanta agressividade. Quando ele vê o
professor se aproximar e perguntar se ele gostaria de jogar, ele responde que não
está se sentindo bem, o que é uma mentira, pois na verdade ele está com medo de
se machucar em função da disposição dos outros meninos e pelo fato de não gostar
de praticar esporte por nunca ter sido incentivado a tal.
Seu professor o avisa que ele deverá entrar nas próximas aulas e que iria
colocá-lo na divisão dos times do campeonato do colégio, que era aguardado por
todos e se iniciaria na próxima semana durante as aulas de educação física. Ele o
sugeriu que desse umas caminhadas para perder um pouco de peso. Bruno
continuou assistindo às partidas e, ao final dos jogos, o professor dividiu os times
para um pequeno campeonato, para a alegria de todos. Bruno ficou no time de
Roberto, em um dos quatro times e, na semana seguinte, as equipes que vencessem
disputariam a final do campeonato.
Bruno até tentou caminhar durante o fim de semana, mas seu sobrepeso
dificultava e lhe assava a pele por entre as coxas, o que o desanimou e fez com que
ele se desligasse da ideia da caminhada e se entregasse à sua atividade favorita, ficar
em frente da televisão.
Durante a semana, não houve novidades e a adaptação gradativamente vinha
se realizando a contento para Bruno. A única nota complicada era a insistência de
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77 Roberto para que ele participasse dos jogos no recreio, mas ele constantemente se
negava a participar, alegando uma contusão que na verdade inexistia. As desculpas
estavam acabando, o que fizera com que ele até se escondesse no banheiro durante
todo o recreio para fugir da insistência do amigo de time.
Chega o dia da aula de educação física e junto vinha o primeiro jogo das
equipes. Bruno não teve como fugir de jogar no recreio, pois Roberto o cercou e o
levou para a quadra. Quando a pelada começou, logo se percebeu a falta de jeito do
menino para o futebol, o que enfureceu Roberto, seu parceiro de time, que começou
a reclamar constantemente da falta de coordenação e das constantes falhas dele. Ao
fim do recreio, as críticas continuaram e Bruno se sentia pressionado e inseguro pela
insistência e agressividade de Roberto.
Mal tendo tempo para se recuperar, pois logo depois viriam os jogos do
campeonato do colégio, os alunos partem para a quadra onde já se encontra o
professor com as bolas e o apito, pois ele acumulava a função de juiz para controlar
os garotos.
O primeiro jogo era de dois outros times e a equipe de Roberto e Bruno
jogaria em seguida. Roberto falava constantemente cobrando mais atitude e vontade
de Bruno, que estava prestando atenção, porém em estado de pânico. O primeiro
jogo acaba e a equipe favorita vence com facilidade. Eles aproveitam para provocar
Roberto, dizendo que o esperam na final. O time dele é favorito à vitória, pois ele é o
melhor jogador.
O segundo jogo tem seu inicio e logo Roberto começa a se destacar
chutando bolas perigosas e numa dessas acaba por fazer um gol. Ele orientara a
Bruno a chutar as bolas e não tentar dominá-las. Na primeira jogada depois do gol, a
bola vai à sua direção e ele dá uma furada e a bola sobra para um adversário que faz
o gol de empate. Roberto começa a gritar como um louco reclamando da falha do
colega de time.
A partida recomeça e novamente o melhor do time assume as melhores
jogadas, criando perigo constante para o time adversário, que tem no goleiro seu
melhor jogador e, depois de uma grande defesa em um forte chute de Roberto, a
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78 bola rebatida permite um contra-ataque e Bruno sem querer faz um gol contra,
praticamente no mesmo momento que acaba o primeiro tempo.
Roberto corre na direção de Bruno e o dá um safanão. Os outros atletas da
equipe reclamam e decidem colocá-lo no gol no segundo tempo. O jovem está
inseguro e o encontrão que levara do craque do time mexera com sua autoestima e
agora estava com os olhos marejados.
O começo do segundo tempo não podia ser pior, pois a primeira bola que foi
na direção do gol passou por entre as pernas de Bruno, além das cobranças e
reclamações de toda a equipe, que agora perdia de 3x1.
No novo recomeço, a equipe ataca constantemente e o goleiro do outro time
se destaca defendendo de todas as maneiras as bolas que vão à direção do seu gol. O
tempo está acabando e, em um chute de longe contra o gol de Bruno, ele se enrola e
a bola entra. O gol leva à loucura os colegas de equipe, que o culpam mais uma vez e,
em seguida, o professor encerra a partida, porem não se encerram as reclamações,
que prosseguem até o vestiário, onde Roberto começa a hostilizar Bruno, colocando
apelidos como “rolha de poço”, “saco de banha” e “peitinho de moça”; As ofensas
levam-no às lágrimas, mas não representam o fim e outros do time também se
aproveitam da situação para humilhá-lo e espezinhá-lo. Ele acaba sendo defendido
pelo professor, que percebe situação e sai em sua defesa, acabando com as
hostilidades.
Arrasado, Bruno vai para casa, mas não sem antes ouvir mais algumas
piadinhas dos jogadores dos outros times enquanto saia do ginásio e se dirigia para a
saída do colégio. Ele não esperava passar por essa situação, principalmente por achar
que tudo ia bem. Sentia-se sozinho por não ter com quem compartilhar a sua dor
nesse momento difícil. Acreditava que, com a vinda do fim de semana, na segunda-
feira tudo estaria mais tranquilo e de certa maneira esquecido.
Os finais de semana eram sempre complicados, pois Humberto destilava
toda sua frustração em cima de Bruno, por meio de cobranças que, embora
pudessem ter fundamento, não apontavam uma solução para o menino que se
refugiava cada vez mais na sala de televisão.
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79 Começa a semana e a expectativa da aula tortura Bruno, que caminha até o
colégio a passos lentos. Ao chegar, de longe avista Roberto e, como uma espécie de
fuga, direciona-se para o banheiro, onde vai ao sanitário, fecha a porta e se senta
nele para ganhar coragem para enfrentar a turma.
Para sua surpresa, começa a ouvir seu nome gritado em coro por alguns
garotos que adentraram o banheiro. Sente a porta ser forçada por alguém, seu
instinto faz com que ele se coloque contra a porta, o coro continua e agora seguem
insultos relacionados ao seu peso e começam a jogar água por cima da porta,
acabando por deixá-lo molhado. A chegada de outras pessoas faz com que os
agressores sumam rapidamente, mas Bruno nessa hora já está molhado e assustado.
Ele sai de dentro do reservado e vai à frente do espelho e tenta se secar
com o papel absorvente, sem muito êxito. Nesse momento, escuta a campainha que
avisa do início da aula e corre para sua sala. Ao entrar, ainda molhado, é recebido
com uma grande gargalhada pela turma e o professor pergunta se teria vindo
correndo, pois estava todo suado. Ele assenta com a cabeça em sinal afirmativo e se
dirige para seu lugar.
Durante toda a semana, Bruno vinha sendo motivo de piadinhas e
gozações por parte de um grupo de meninos e, aos poucos, via que o número de
pessoas que falavam com ele de forma jocosa ia aumentando. Sentia-se como alvo
de inúmeras brincadeiras que partiam de todos os cantos da turma e, por vezes, até
dos professores que, por conta de indiretas ou implicâncias dos outros alunos,
sentiam-se na liberdade de participar das chacotas praticadas pelo grupo.
Roberto liderava um grupo de meninos e meninas e, de certa maneira,
comandava as situações que deixavam Bruno exposto ao resto da turma: desenhos
no quadro em que um elefante tinha como legenda o nome do garoto, fotos de
baleia que eram coladas na frente da carteira onde ele se sentava, bem como
petelecos, pescotapas e outras leves agressões e ameaças em relação ao próximo
jogo de futebol que decidiria quem seria o terceiro colocado e o último (o quarto
colocado) na aula de sexta-feira na educação física.
Chega o dia em que teria a aula de educação física e o jogo. Bruno simulou
estar doente e conseguiu faltar ao colégio e, com isso, sentiu-se mais confortável,
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80 pois não precisaria jogar e assim estaria livre da responsabilidade pelo resultado e
das gozações da turma e de Roberto, podendo ter alguma tranquilidade e a sensação
de perseguição aliviada.
Tudo o que ele estava passando deixava-o triste e assustado, a lembrança
do episódio que passara no banheiro e as piadas a que era submetido na turma
faziam com que ele acabasse comendo cada vez mais e ficasse inerte em frente à
televisão, muitas vezes perdido em suas lembranças e se remoendo dentro de sua
cabeça sobre a sua insignificância.
A chegada de mais um final de semana também servia para que ficasse
mais amedrontado pelas críticas que viriam de seu pai sobre coisas que não tinha
motivação para resolver. Sua postura física vinha se modificando, encurvando suas
costas e fazendo com que ele sempre estivesse olhando para o chão, cabisbaixo e
desanimado, devido talvez à tamanha carga negativa que carregava em seus ombros.
O inicio da semana trazia também a esperança de que as coisas teriam
mudado e tudo entraria em uma nova rotina menos desgastante e mais produtiva.
Ledo engano! Ao adentrar a sala, já fora questionado por Roberto por que não fora
participar do jogo e que sua ausência seria a responsável pela derrota do time, por
não ter o número mínimo de jogadores, o que ocasionara a eliminação da equipe que
ficará em último colocado no campeonato.
Começaram as agressões verbais, chamavam-no de covarde, amarelão e,
como um vírus se propagando um canto unissônico, espalhava-se pela sala,
espezinhando o menino e transferindo uma enorme culpa. Uma grande pressão
dentro dele começa a se formar, até que ele não aguenta mais e estoura em um grito
de revolta e, em um movimento brusco, sem querer acerta o rosto de Roberto com
as costas da mão.
O acontecido pega a todos de surpresa, inclusive Bruno, que tenta se
desculpar, mas recebe imediatamente um violento tapa no rosto. Alguns garotos se
aproximam com a intenção de machucá-lo. Nesse momento, entra na sala o
professor que percebe a movimentação, mas não a intenção do grupo e, em voz alta
e firme, manda que todos se sentem. Começa uma breve bronca generalizada, ainda
não se dando conta da situação ocorrida e, em seguida, começa a aula.
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81 Enquanto o professor está dando a matéria, Roberto ao fundo ameaça o
agora rival e avisa que vai pegá-lo na saída. Alguns meninos ajudam a criar um clima
de guerra entre os dois. Bruno entra em pânico, não sabe o que fazer, pois nunca
tinha passado por uma situação parecida. Imagina que teria de fugir para não
apanhar de Roberto, que era maior e mais forte. Mentalmente, em seu desespero,
acredita poder no recreio tentar ir embora do colégio e se lembra de uma janela no
banheiro, que pela posição daria para a lateral da escola e seria uma rota de fuga
provável.
A campainha do recreio e a saída do mestre da sala era sinal do início do
terrorismo por parte de alguns alunos e o canto de “Vai morrer, vai morrer...”ecoava
na sala e eram direcionados a Bruno, que rapidamente se levanta e sai debaixo do
mesmo cântico. Direciona-se à cantina e sorrateiramente, enquanto o espaço vai se
enchendo de outras crianças, encaminha-se para o banheiro em busca da fuga para
evitar o confronto que Bruno queria evitar.
O banheiro estava cheio de garotos e Bruno aproveita para observar
como chegar à janela que dá acesso à lateral do colégio. Ele vê que um dos
reservados fica embaixo da janela que está entreaberta. Bruno entra no reservado,
sobe no sanitário, tenta abri-la e percebe que ela está bloqueada por um prego que
impede a sua abertura. Nesse instante, ele ouve uma voz que denuncia sua intenção
gritando: “Gordo fujão, gordo fujão”. Imediatamente, Roberto entra no banheiro
junto com outros garotos e, enquanto isso, Bruno abre a porta do reservado
tentando sair. Ele é empurrado por Roberto de volta, é esmurrado, recebe joelhadas
e, em um movimento rápido, Bruno é virado e colocado de cabeça para baixo dentro
do vaso sanitário, sendo filmado pelo celular de um dos garotos que está dentro do
banheiro sob as gargalhadas e gritos de todos. O aviso da aproximação do inspetor
faz com que rapidamente o banheiro seja evacuado e Bruno, machucado, molhado e
humilhado, tranca-se no reservado. Quando o inspetor chega, observa que não há
nada e vai embora.
Bruno enxuga as lágrimas e, envergonhado, aguarda no mesmo local até
que o sinal da saída dos alunos toque e vá para casa. No caminho, encontra com
alguns grupos de meninos e meninas que estão rindo e olhando para os seus
celulares e ouve deles que ele estaria bonito na internet. Um dos grupos inclusive
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82 mostra a cena em que é mergulhado no vaso do banheiro. No caminho, triste,
desiludido e tomado por um gosto amargo, sente-se impotente e desanimado,
jurando que não mais voltaria ao colégio.
Em casa, vai para o chuveiro e depois para o quarto e, quando seu pai
chega à noite para jantar, Bruno se diz sem fome e permanece no quarto até o dia
seguinte, muito embora não tenha conseguido dormir devido à conversa interna em
sua cabeça, que remoía a sensação de fracasso. Pela manhã, ouve o barulho da saída
de seu pai e vai até seu quarto à procura de algo e, quando encontra, dirige-se para o
colégio.
Bruno chega cedo e fica perto do banheiro. Alguns garotos da galera de
Roberto também chegaram cedo, foram zoar o menino e foram avisados por ele que
estaria esperando Roberto e o faria sentir o mesmo que ele estava sentindo. Ao
entrar no colégio, Roberto é avisado e se dirige junto a um grande grupo na direção
de Bruno que, ao avistá-lo, entra no banheiro.
O clima se acirra e todos se aglomeram para entrar no banheiro. Quando
todos estão lá dentro, ouve-se o barulho de um tiro e todos saem correndo e, por
último, vem Roberto com a expressão de desespero em seu rosto. Em breve, ele
saberá o que Bruno estava sentindo e sentirá essa TRISTEZA para sempre...
A história acima ilustra de forma irrefutável a exclusão pelo meio, que
gera um espiral descendente de emoções, reforçando crenças de não aceitação,
gerando a falta de prazer e entusiasmo, a baixa autoestima, a autoimagem negativa,
sensação física de um gosto amargo e insônia e um desfecho indesejado.
Em um capítulo à frente, veremos como substituir o termo crítica
construtiva e colocar nossas ideias para outras pessoas de forma harmônica e sem
ferir os sentimentos e a identidade por meio do FEEDBACK.
E a nossa viagem segue agora se despedindo da tristeza. Em algumas
trajetórias, encontraremos caminhos pedregosos e deles devemos tirar os melhores
ensinamentos e vislumbrar os atalhos para melhor nos adaptarmos às mudanças do
caminho. No próximo capítulo, falaremos sobre a felicidade e o que ela pode fazer
para a plenitude do desenvolvimento da criatividade. Segure a emoção e respire
porque nosso vagão está saindo...
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83
Capitulo 08:
FELICIDADE E METAS
Quem é feliz? O que é felicidade? Você é feliz para você ou para
alguém? Ser feliz é ter as necessidades atendidas? Ou atender as necessidades que
nos colocam? Ser feliz é realizar suas metas.
Ser feliz é estar em contato com seu verdadeiro EU, é se sentir pleno,
unificando todos os “eus” e tendo a evidência do seu EU consciente. É ter
conhecimento dos seus valores, de suas crenças positivas e das que limitam o
percurso do caminho da felicidade.
É ir em frente, controlar a ansiedade, enfrentar o medo, manter a
energia da autoestima e estar preparado para amar e ser amado. Quase tão
importante quanto ser feliz e estar pronto para percorrer o trajeto da felicidade e se
sentir realizado no fim, mesmo sabendo que o fim não existe e você deve estar alerta
para continuar sempre por essa peregrinação.
Em nosso cérebro, revelam estudos recentes, existem centros de
prazer, que estão ligados ao querer, ao gostar e ao prazer consciente e todos estão
ligados ao sentimento de felicidade e com isso maximizam o processo de criação. O
prazer envolve e potencializa todo o processo que faz com que o cérebro tenha de
trabalhar com várias áreas em conjunto para criar essa emoção e que liga desde o
desejo, a compulsão e a satisfação da sensação de felicidade.
É o melhor sentimento para elaborar e concluir metas pelo equilíbrio
emocional, que permite racionalizar as ações e superar barreiras utilizando a
criatividade e decidindo os passos de forma consciente e determinada. O processo
criativo contribui para recompensas financeiras e para o sucesso e, em épocas de
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84 crise, é o insumo que pode criar um diferencial extremamente positivo para a
realização de projetos.
Hoje em dia, a criatividade não é mais considerada um dom de poucos
felizardos, e sim um processo psíquico, que pode ser induzido por meio de processos
de estimulação e indução de um estado criativo. Uma sequência de ações visa a
aumentar o processo de criação que se faz até dormindo e de forma controlada.
A indução ao cérebro para que saia do processo de concentração quando
estamos resolvendo um problema faz com que se inibam as chamadas ondas beta e
passe a funcionar com as ondas alfa no córtex pré- frontal, diminuindo o controle
cognitivo e facilitando os processos do pensamento inconsciente que potencializam o
surgimento de novas ideias.
Existem formas também de induzirmos mentalmente o processo da felicidade
e, assim, facilitar a realização de metas. Nossas emoções são controladas pelo
hemisfério direito do cérebro e, nele, existem 3 (três) níveis que levam ao caminho
da felicidade. Essas sensações unificadas fortalecem o indivíduo potencializando esse
sentimento e criando condições para a realização de objetivos que são: aceitação,
prazer e entusiasmo.
- Aceitação _ É o fato de se reconhecer como pessoa, aceitar-se e gostar
de si mesmo, de suas atitudes, de se respeitar e se fazer respeitar pelos outros
apenas pela sua presença. É o respeito a seus valores principais. É a base da
liderança.
- Prazer _ É ter a ciência de seus objetivos, para onde se quer ir, como
chegar lá e o que se tem de fazer para se manter lá. Diz respeito à missão e o
conhecimento dessa missão pela pessoa.
- Entusiasmo _ É a motivação para atingir os resultados mais
importantes, o querer, o fato de se adaptar para vencer as adversidades e se superar.
Segue a linha da visão do indivíduo, o que ele tem reservado como maior carinho e
cuidado em sua relação com os outros, com o mundo e consigo mesmo.
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85 Definidos esses conhecimentos, podemos então entender o que seria
o Princípio da Manifestação da Felicidade, onde existe uma sequência de relações
que deve estar enraizada no indivíduo no caminho para a felicidade. Autoestima,
autoimagem, autoideal (valor, crenças, atitudes) e autoconsciência (vejo, sinto e
ouço).
Esses são a tétrade que assegura a manutenção do estado pleno de
felicidade e realização do indivíduo, e a procura do equilíbrio delas é a garantia do
bem estar que condiciona o indivíduo a se manter nesse estado e manter um mapa
mental positivo.
O bom humor, a alegria, atitudes proativas e a flexibilidade diante das
situações do cotidiano representam um mapa mental positivo em relação à vida e à
procura por sua essência. Algumas atitudes simples sinalizam que você está bem, um
exemplo disso é sorrir.
O sorriso é uma mensagem na qual dizemos para o cérebro que está tudo
bem conosco, além de ser um ótimo exercício para o rosto pela quantidade de
músculos que se movimenta. Sorria mais para a vida e sinalize sua felicidade.
A preocupação e a reflexão têm efeitos diretos na felicidade. Falar em
preocupação na vida parece ser uma redundância, pois nos preocupamos com tudo
e, na grande maioria das vezes, não conseguimos sequer dormir em função das
lembranças que a preocupação nos traz. Mas, se pudéssemos fracionar a
preocupação, como seria?
Como assim fracionar a preocupação?
Para simplificar seu significado vamos fracionar apenas a palavra
PREOCUPAÇÃO, pré- ocupação, seria a pré ocupação da mente por um problema
que ainda esta por vir e que pode até não acontecer. Um exemplo para dar uma
clareada na ideia poderia ser explicado assim: pré-ocupação é como pagar juros de
uma dívida que ainda sequer foi feita. Vamos tentar substituir a pré-ocupação pela
reflexão.
O que é refletir?
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86 Refletir é pensar em como EU penso e buscar soluções que possam viabilizar
problemas, dando tempo para que soluções apareçam. Você é o que você pensa. Não
sofra com o que você não sabe se lhe vai ser cobrado, planeje e desenvolva ideias
que possam ser desenvolvidas por você. Refletir é usar os sentidos internamente e
criar estratégias para solucionar problemas.
Outra coisa que nos tira o sono é a decepção. As grandes expectativas geram
grandes decepções. A maior parte das decepções diz respeito à nossa interação com
outras pessoas. Essas interações criam sensações negativas que nos jogam para baixo
em função das frustações que vêm juntas.
E como proceder para sair dessas situações que nos consome?
Perdoar é, sem dúvida, o melhor caminho. Perdoar é se libertar do problema,
mas perdoar de forma verdadeira. Isso não quer dizer que teremos que voltar a
conviver ou retornar a situação como era anteriormente, apenas sair da prisão em
que estávamos e acabar com o ciclo negativo a que estávamos presos, isto é, estar
livre do problema. O perdão é o retorno ao caminho da felicidade.
O estado mental positivo facilita o processo de criação induzindo a pessoa a
abordar problemas com a mente aberta e sem restrição de pensamentos,
comportamentos e ações. Em algumas empresas, trabalha-se com um sistema de
captação de ideias chamado brainstorming (a tradução literal seria “chuva de
cérebros” e visa a que vários setores da empresa contribuam para a elucidação de
um problema através de várias ideias que são colocadas sem restrições, de forma a
obter ideias inovadoras), muito embora, às vezes, isso limite ou iniba o potencial
criativo individual, em função do julgamento social.
Edson já se formara na faculdade e, em breve, faria a prova para exercer a advocacia. Ele colocara como meta de vida ocupar o lugar de seu pai no escritório, mas por enquanto ele tratava de aproveitar a vida com os amigos, praia e boate. Era a tríade que envolvia sua vida de solteiro nesse momento.
Aprendera a viver com o exemplo de seu pai nas muitas festas que vira em sua
casa e que, Invariavelmente, terminavam com o dia clareando e muita gente saindo engatinhando em função do excesso de bebidas.
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87 Romeu também lhe ensinara o outro lado da moeda. Implantando no escritório um ritmo de excelência e muita competência em relação aos clientes e seus processos. Romeu liderava seus comandados, sócios e estagiários de forma dinâmica, delegando poderes e cobrando a responsabilidade na execução das tarefas diárias de cada um.
Quando Edson estava no escritório, seu pai o explicava calmamente todos os
processos, individualmente, num passo a passo, para que entendesse a padronização das atitudes na busca da perfeição. Ele participava de reuniões com clientes e na elaboração de todo o controle de pagamentos para que tivesse uma visão global da
firma. Edson, quando não estava no escritório, vivia cercado de amigos, de paqueras,
aproveitando a vida de solteiro. Naquele fim de semana, haveria a inauguração da boate e ele já fora convidado para a área vip, com tudo liberado e direito a uma balada especial.
Os amigos combinaram de se encontrar antes para o aquecimento, que eles
chamavam de pré night. Em um barzinho perto da casa noturna. Ao anoitecer, a galera estava animada e começaram os preparativos com muita bebida rolando até a hora de partir para a noite na festa propriamente dita.
A boate era exuberante, muito luxuosa, a área reservada estava lotada de
gente bonita e animada e Edson, naquela altura, estava turbinado. Quando um dos amigos colocou alguma coisa em sua boca mandando que ele engolisse, ele o fez. Rapidamente, tudo ficou mais colorido, a música era especial e as pessoas eram mais lindas, e Edson bebia cada vez mais e não se sentia embriagado. O ambiente todo foi ficando cada vez mais descontraído.
Ora rolava um beijinho, partia para outra, ora dava uns amassinhos. “ - Que vida, isso é que é felicidade!” – pensava ele. E a festa não para. Três, quatro, cinco horas da manhã e Edson resolve ir
embora. “ ‘Tô’ louco e perdi a minha ‘periguete’. Vou nessa!” – ele fala consigo. Vai saindo da boate e indo para o carro com as chaves na mão. Entra no carro e
continua com sua conversa interna. Dialogando sozinho e distraindo a mente, não se dá conta que está acelerando cada vez mais seu carro. Quando faz uma curva, o
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88 veículo sai da pista e capota. Edson está sem o cinto de segurança. O carro capota mais duas vezes e para de cabeça para baixo.
Romeu é acordado com o telefone tocando, são sete horas. Ele ainda está com
sono quando atende a ligação, imagina que seja algum cliente que se enrolou na
malha fina. Uma voz firme pergunta se ele seria pai de Edson, que o jovem sofrera um acidente de carro e estava em um hospital.
Romeu imediatamente se arruma, dirige-se ao hospital e, ao chegar, é
encaminhado para o centro cirúrgico.
É informado pelo médico responsável que o rapaz teve múltiplas fraturas e
que, provavelmente, ficará paralítico. Ele está em coma induzido até que tenha condições de ser operado. As notícias são como uma facada no peito de Romeu, ele se lembra de todo o carinho com que criou seu filho, de todo amor que sempre demonstrou, dos ensinamentos.
Mas se lembra que o rapaz estava constantemente dirigindo depois de beber.
Ele mesmo também tinha essa mania e, por isso, não se sentia à vontade para recriminá-lo e essa lembrança fez com que ele se sentisse culpado pela situação que agora se presentava sem solução que dependesse dele.
A família se reúne na sala ao lado ao centro médico aguardando notícias sobre
Edson. Já se passaram dois dias e ele esta na CTI do hospital. Enquanto esperam,
recebem ligações de amigos e parentes, apenas uma pessoa pode entrar por vez e as noticias só chegam ao fim do dia e pela manhã.
Romeu está, vendo-o todo intubado e imóvel e isso provoca um enorme
sofrimento. “ - Ele é jovem e forte, vai sair dessa” – pensa ele.
Nunca fora muito religioso, mas a situação em que Edson se encontra faz com
que buscasse energia e força positiva enquanto aguarda a chegada do médico. Ele olha para o rapaz deitado na cama do hospital esperando algum tipo de movimento. Imagina-se vendo-o abrir os olhos e sorrindo, quando nota que está sendo observado pelo médico de plantão, que acabara de chegar.
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89 Ele logo começa a examinar Edson em silêncio. O médico, após o exame, vira-se para Romeu e diz que iria diminuir a sedação para o garoto começar a sair do coma induzido, mas isso não queria dizer muita coisa ainda.
Passaram-se 33 (trinta e três) dias e Edson não tinha saído do coma. Romeu ia
trabalhar apenas pela manhã e praticamente abandonou o escritório nesse período para se dedicar a ficar ao lado do filho. Revezava-se com duas enfermeiras que ele contratara, indicada pelos hospital, e uma fisioterapeuta que trabalhava para que a musculatura do jovem não atrofiasse ao longo tempo parado.
Várias músicas que o rapaz ouvia anteriormente tocavam durante o dia como forma de estimular o despertar dele. Em alguns momentos, percebiam-se movimentos nos olhos e eventualmente alguma movimentação corporal. Romeu ficava toda tarde com Edson e seu passatempo era a leitura em voz alta dos processos que pertenciam ao escritório, que eles, pai e filho, discutiam. passo a passo, cada um dos casos. Os médicos não alimentavam esperanças sobre a saída do coma, muito embora acreditassem na possibilidade. Viam na dedicação do pai um fator que potencializava a situação.
Miriam era uma jovem fisioterapeuta. Ela se empenhava em seu trabalho na
manutenção corporal de Edson e, naquela tarde, durante a sessão, percebeu que o
rapaz reagira de forma mais evidente ao tratamento. Para sua surpresa, percebe que ele a está olhando com os olhos totalmente abertos.
Calmamente, chama a enfermeira. Ela imediatamente aciona o medico de
plantão e o pai do jovem que estavam conversando do lado de fora do quarto. Ambos entram apressadamente e se deparam com Edson começando a sair do estado de coma. O médico faz uma rápida avaliação e pede a enfermeira que o prepare para uma bateria de exames. Ele vira-se para Romeu e diz que aquele era o provavelmente o fim da primeira fase e, em breve, teria de reforçar o tratamento de fisioterapia e a adaptação do rapaz para que pudesse voltar à vida normal com as limitações que seriam impostas a ele pelas sequelas do acidente.
Após os exames, o médico avaliou que Edson não teria sequelas mentais e que,
infelizmente, perderia os movimentos das pernas, mas que, como previra antes com fisioterapia, o jovem seria reinserido à vida normal. Romeu chamou Miriam e perguntou se a jovem poderia ajudá-lo na recuperação de seu filho, pois sabia que ela tinha experiência com a reabilitação de pessoas vindo do estado de coma. A
fisioterapeuta se mostra disponível e motivada na recuperação do rapaz.
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90 Os dias se seguiam e Miriam se mantinha incansável no intuito de recuperar
Edson. Ele teve de reaprender a falar, a comer, a reforçar a musculatura superior e depois a aprender a andar de cadeira de rodas. Gradativamente vinha evoluindo e acelerando os procedimentos e novas aprendizagens do processo de reinserção à
vida. Edson já se dá conta de sua situação. Em um primeiro momento, revolta-se
com o fato de ficar paraplégico devido ao acidente automobilístico, principalmente pelo fato de ter
bebido e se drogado antes de dirigir. Por essa atitude irresponsável, pagaria o preço por toda a vida.
O que mais lhe chamava a atenção era o fato de, nesse período todo, entre o
coma e a recuperação, os amigos que eram tão próximo terem sumido. A sensação de abandono só era minimizada pela presença constante de Miriam e sua dedicação para seu retorno à convivência social.
Seus pais também tinham uma importância crucial nesse processo de
recuperação, o incentivo constante e os pequenos desafios estimulavam-no a continuar a recuperação.
Praticamente dois meses depois do início do tratamento, Miriam começa a dar
por encerrado o processo de recuperação. Gradativamente, ia integrando Edson ao mundo e fazendo com que ele entendesse as adaptações necessárias para interagir com a sociedade. O carinho da fisioterapeuta fez com que Edson admirasse cada vez mais os valores dessa profissão.
O jovem estava preparado para retornar à fase final da recuperação, a volta ao
escritório e a preparação para a prova que o habilitaria para começar a atividade da advocacia. Aos poucos, começou também a treinar para dirigir um veiculo adaptado para sua deficiência. A revolta inicial tornou-se uma obstinação grande em ajudar aos outros que estavam em situação semelhante e não tinham as condições que ele tinha.
A dedicação aos estudos trouxe retorno imediato, pois Edson passou na prova. Ele começou a trabalhar com o pai no escritório, mas algo dentro dele o incomodava, o deixava inquieto, ele ainda não entendia o seu destino.
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91 Seu pai tinha muitos imóveis pela cidade e os alugava e pediu que Edson visse em que estado estava um imóvel que ele comprara quando ele tinha se acidentado para que pudesse alugá-lo também.
Edson, ao chegar ao imóvel, vê uma casa antiga com uma rampa na frente, o que o proporciona um acesso fácil para a cadeira de rodas. Ao lado, um pequeno
jardim mal cuidado. No fim da rampa, a casa tinha uma porta dupla e um salão grande, os corredores eram largos, bem como as portas internas dos quartos e banheiros. Nos fundos, havia uma piscina coberta e um grande salão com banheiros.
“ - Antiga, mas com muita acessibilidade.” - ele pensou.
Aquelas palavras entraram em seu coração com muita intensidade.
Imediatamente, ligou para Mirian, já tinha algum tempo que não se falavam. Ela atende e o cumprimenta com carinho. Ele diz que queria mostrar algo. A fisioterapeuta se diz livre e se propõe a ir até o local.
Na casa. Edson revela sua intenção a Miriam. De pronto, ela concorda em
participar. O jovem mostra a residência. No fundo, mostra a piscina. Ele expõe a ideia e quer saber sua opinião sobre transformar o local em uma ONG de tratamento para deficientes físicos. A jovem diz que, com poucas adaptações, ela estaria pronta para funcionar. Edson parte para conversar com seu pai no escritório.
Ao chegar ao escritório, ele se dirige à sala de seu pai. Edson informa que. com
poucas adaptações, o imóvel estaria apto a ser alugado. Teria inclusive um pretendente. Ele então conta para Romeu seu plano. Seu pai escuta em silêncio e ao fim pergunta se é isso mesmo que ele queria.
Edson acena com a cabeça um sinal positivo e Romeu se diz contaminado pela ideia e que iria ajudá-lo a realizar esse plano.
Edson e Miriam envolvem várias pessoas no projeto. Todos têm a sensação de
estarem criando algo de uma dimensão maior. Aos poucos, outras pessoas que residem perto e tem filhos e parentes com deficiência se juntam. Um se propõe a cuidar do jardim, outra a tratar da piscina e, assim como uma epidemia, rapidamente, a casa está pronta e a ONG é batizada de “Ser Feliz”. Na inauguração, o grande divulgador é Romeu, que capta recursos e orienta seu filho a desenvolver projetos e parcerias.
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92 Em poucos meses, a casa está em pleno funcionamento. Vários profissionais de diversos segmentos dão ajuda, bem como os pais e parentes dos que se beneficiam do projeto. A casa passa por mais adaptações e inclui crianças especiais atraídas pelo trabalho na piscina.
Logo o espaço fica pequeno e eles necessitam de uma segunda casa, mais mobilizações, mais pessoas, mais amigos do projeto e um novo núcleo começa a surgir. Edson e Miriam se desdobram para atender todas as necessidades. Ele dá assistência jurídica àqueles que precisam. Tornou-se um defensor dos direitos de acessibilidade dos cadeirantes junto aos órgãos municipais.
A contaminação crescia e se multiplicava. O trabalho era elogiado por vários
setores, mas era do olhar daqueles que se sentiam acolhidos que existia o maior retorno. Todos que gravitavam ao redor eram atraídos e compelidos a ajudar. Algumas vezes, Edson ainda se sentia impotente por querer fazer cada vez mais, preenchia seu tempo atendendo e participando de todas as etapas e via em Miriam uma grande companheira e essa atração acabou por juntá-los.
Essa relação, incentivada por todos que estavam ao redor, rendeu frutos. Casaram-se e tiveram filhos e Edson enfim entendeu o que é ser feliz.
A história mostra o altruísmo, a adaptação a novas metas, o processo de liderança pelo exemplo e a procura do seu verdadeiro EU consciente. O processo de
aceitação da situação atual, da recuperação do prazer e entusiasmo pela vida. A redefinição de seus Valores num processo de crescimento, a definição de sua missão e, num sentido mais amplo, a sua visão do mundo. O perdão a si mesmo o liberta da culpa e da frustação e o prepara para viver livre.
Nesse capítulo, vimos os três níveis de do caminho da felicidade: aceitação, prazer e entusiasmo, o que é valor, missão e visão, os princípios da manifestação da felicidade (autoestima, autoimagem, autoideal (valor, crença, atitude), autoconsciência (vejo, sinto, ouço).
A nossa viagem percorreu o nosso corpo, por meio do cérebro e dos nossos
sentimentos e procurou demonstrar que o conhecimento deles e de suas características pode facilitar a nossa vida.
Agora, estamos prontos para explorarmos o nosso EU mais íntimo... Na
procura do caminho desejado.
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93 Aqueles que já superaram alguns dos percalços dessa trajetória, com certeza estarão preparados a melhor definirem a situação em que se encontram e criar estratégias para a realização de seus objetivos.
Vamos rumo a você...
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94
Capitulo 9:
EU E AS METAS
Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de conhecer uma
série de fatores que dificultam a realização de nossas metas, muitas fruto de uma
teia de crenças que se ligam a sentimentos e provocam adaptações e mudanças em
metas traçadas por nós e que se direcionam para lugares que não são o que
almejamos e determinamos anteriormente.
Agora, vamos sintetizar as tarefas que realizamos anteriormente e
outras que serão propostas abaixo para que possamos definir como estabelecer
maneiras objetivas de concretizar nossas metas, estabilizando os estados emocionais
e as respostas programadas por nosso cérebro em função do nosso mapa mental,
neutralizando as interferências.
Conheceremos os princípios que regem as metas e que foram
mencionadas no livro, mas serão definidos em ordem de importância em uma
sequência que deve sempre ser respeitada para que possamos monitorar a conclusão
delas, bem como ferramentas que também facilitarão as suas realizações.
Vamos utilizar os exercícios que foram propostos para definir o seu
estado atual, eles serão o ponto de partida para começarmos o processo de coaching
propriamente dito, que almeja chegar à sua situação ideal. Essa fase é chamada
bagagem de mão e ela é importante para a colheita de informações e o
conhecimento de como o leitor está no momento e quais estratégias ele utilizará
para definições da construção do plano de ação que facilitará a realização de suas
metas.
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95 No processo de coaching, o coach (facilitador do processo) não participa
das decisões que são unicamente do player (cliente), apenas desenvolve etapas que
visam à plena realização da meta do seu cliente (no caso, o leitor), por meio da
definição da possibilidade da realização do objetivo, a previsão e eliminação de
barreiras, introdução do plano de ação e o monitoramento deste a sua conclusão. O
player participa ativamente de todo o processo e é o responsável pelo seu
encaminhamento junto ao seu coach. Veremos esse desenrolar no próximo capítulo
sobre o novo conceito de Autodesenvolvimento Sustentável ( ADS ).
Iniciando o trabalho de bagagem de mão, vamos retornar ao capítulo 1 –
Crenças limitantes. A tarefa proposta era que o player realizasse um trabalho de
introspecção e olhasse para dentro de si à procura de áreas de sua vida em relação a
algo ou alguém onde sentisse algum tipo de limitação: o lado financeiro, saúde,
amizade, família, confiança, espiritual, sentimental, do relacionamento social,
amoroso, sexual etc. Também foi pedido para que fosse observado o possível autor
dessas crenças e em que período da vida elas foram criadas.
Espero que tenham sido motivados a fazê-lo; se não, gostaria que o fizesse
agora, pois sem isso nossas informações ficarão defasadas e o resultado
comprometido. Não pule as etapas, elas estão ligadas e o desrespeito à sua
sequência também pode comprometer todo o processo. Não tenha pressa, esse
momento é de grande importância. Bom trabalho!
Se desejar, pode utilizar o trabalho de auto-hipnose (relaxamento) ou o
exercício de bioenergia, ambos ajudarão nesse momento do processo, transmitindo a
concentração e força necessária à ultrapassagem dessa etapa.
Seria interessante você reler o capítulo 1 ou partes dele para relembrar
trechos importantes. Esse retorno pode evocar insights que podem ser de grande
importância no processo, bem como reler os pequenos resumos que são feitos ao fim
de cada capítulo, eles tem como função explicitar todas as técnicas envolvidas no
processo. Essa técnica de releitura se chama back tracking ou eco inteligente, e tem o
objetivo de fixar a aprendizagem e absorção de informação e, por isso, é interessante
de se revisitar.
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96 Definidas as áreas que sinta limitação, estamos caminhando para a
desconstrução das mesmas. Coloque-as no papel ou anote-as onde se sentir mais à
vontade. O mais importante é reconhecer em quais pontos você precisa de uma
alavanca e a tomada de consciência já é parte do processo de desconstrução.
Agora vamos ter de nos questionar sobre as crenças. Você vai ter de se
perguntar sobre as causas e consequências dessas crenças. Trabalhe com perguntas
abertas (não use o porquê, ele sugere respostas como sim ou não). Não precisa ter
cerimônia, você sabe quem você é e não tem como mentir para si mesmo. Utilize
perguntas que iniciem com: onde , quando, como, o que ou quanto. Elas são mais
abrangentes. Questione-se!
Como sua vida estaria melhor se não tivesse essa limitação?
Essa mudança está alinhada a seus valores?
A origem dessa crença certamente não é sua.
Você acha que vale a pena manter essa limitação?
Especificamente o que te impede de mudar algo que te amarra?
Relembre momentos em outras áreas de sua vida em que você viveu
situações que envolviam sentimentos de sucesso e vitória.
Transfira essa sensação para o que o incomoda e substitua a antiga
lembrança por essa mais positiva.
Repita para você: EU posso.
EU quero.
EU MEREÇO.
Você já tem ciência do que precisa ser mudado e é uma escolha inteligente
criar um novo mapa mental onde novas escolhas são bem vindas.
Trabalhe na fixação dessa nova imagem e sempre procure associar essa nova
sensação emocional a um de seus principais valores em relação à sua mudança de
atitude.
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97 Lembre-se: estamos numa época em que as mudanças acontecem em
velocidade e que a única constante é a mudança.
EXERCÍCIO DE METAPOSIÇÃO
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98
Vamos realizar agora um trabalho de metaposição, que visa a criar um
novo significado para situações ou segmentos de sua vida em que você sinta alguma
limitação. Esse novo mapa mental deve ser associado a lembranças positivas que
você tenha e serão explicadas como abaixo:
PASSO 1 – Em local reservado, posicione-se de pé com os braços caídos ao
lado do corpo.
Comece a trabalhar sua respiração abdominal e vá aprofundando-
a.
Imagine-se estar dentro de um círculo de segurança, associe esse
local a algum local que lhe transmita segurança e que você tenha alguma lembrança
emocional e positiva ligada a ela como: sua casa, uma praça, uma praia. Guarde essa
lembrança e a utilize sempre nesse local.
Sinta a sensação de segurança e a espalhe por todo seu corpo.
PASSO 2- Agora, perceba que seu círculo está dentro de um triângulo com as
bases ao seu lado e a ponta à sua frente.
Dê um passo para a sua direita e associe mentalmente esse local a
um lugar ou situação que você tenha vivido ou alguém que você respeite tenha
vivido e você saiba que represente um momento de vitória. Guarde essa lembrança e
a utilize sempre nesse local.
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99 Associe esse sentimento que você está sentindo agora com o que
você quer que mude em sua vida.
Sinta essa sensação de vitória e a espalhe pelo seu corpo.
Agora diga: EU ESTOU FELIZ DE ESTAR AQUI.
Repita para você três vezes: EU QUERO.
Retorne ao círculo de segurança e procure se lembrar do momento
e do local em que você se sente seguro e associe novamente a esse local em que
você está agora.
PASSO 3 – Dê um passo à sua esquerda e associe esse local a uma lembrança
de conquista que o tenha deixado contente e otimista e associe essa lembrança a
esse local. Guarde essa lembrança e a utilize sempre nesse local.
Sinta essa sensação de conquista e a espalhe pelo seu corpo.
Agora diga: EU SEI QUE EU SEI.
Repita para você três vezes: EU POSSO.
Retorne ao círculo de segurança e volte à lembrança desse local.
PASSO 4 – Dê um passo à frente e associe esse local a como seria bom para
você essas mudanças, associe a uma lembrança de mudança positiva e ligue-a a esse
local. Guarde essa lembrança e a utilize nesse local.
Sinta essa sensação de mudança e a espalhe pelo seu corpo.
Agora diga: EU ME IMPORTO COMIGO E ME VALORIZO.
Repita para você três vezes: EU QUERO
EU POSSO
EU MEREÇO.
PASSO 5 - Retorne ao círculo, ele agora é sua zona de confiança.
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100 Imagine-se vivendo esses momentos de felicidade e sem
limitações, associe emoções positivas a esse momento.
SEJA FELIZ.
A metaposição é uma técnica de programação
neurolinguística que trabalha posições mentais com ancoragem (processo que
otimiza a sensação de segurança). que potencializa a uma nova interpretação do
mapa mental. Ele é um potente desconstrutor de crenças e visa a gravar em seu
cérebro um novo significado para a crença, desconstruindo-a por meio dessas novas
posições mentais.
Agora trabalharemos os VALORES e definiremos a sua MISSÃO e a sua
VISÃO.
No capítulo 2, vimos a importância dos valores para a nossa vida e
propusemos a realização de uma tarefa que definiria os nossos valores e, dentro
deles, os nossos principais. Vamos refazer o mesmo exercício sem olhar para o
anterior para ver se houve alguma modificação.
VALORES
Honra - Felicidade - Honestidade – Integridade – Amor – Coragem - Conexão – Saúde
– Paz - Conforto – Segurança – Fé – Contribuição – Alegria – Aventura –Disciplina –
Prosperidade - Criatividade - Amizade – Espiritualidade- Solidariedade – Respeito –
Confiança - Família – Assertividade – Perseverança – Altruísmo - Resiliência
Desses valores, escolha os 10 mais importantes para você, pode sublinhá-
los ou anotar em algum lugar de sua preferência. Essas marcações vão ajudá-los a
melhor definir sua MISSÃO e VISÃO, quando discutirmos sobre esses assuntos. Não
se preocupe em marcar o livro, considere-o um livro de trabalho, cujo objetivo é se
conhecer melhor, autodesenvolver-se para poder realizar suas metas sem barreiras.
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101 Depois de escolher os 10 valores, defina os 3 que considere serem os mais
importantes para você e anote-os. Esses são seus valores mais íntimos e é
importante conhecê-los e respeitá-los. Não tenha pressa, esse momento é todo seu.
Bom trabalho!
Os 10 primeiros valores que você marcou são seus valores-meio, compare com o
exercício anterior e veja se houve alguma variação em relação a seus valores-meio.
Agora, defina entre os 3 valores-fim e coloque-os em um triangulo com
duas bases embaixo e um vértice apontado para cima. Na ponta, coloque aquele
valor que para você é o mais importante e, nas bases seguindo o sentido horário, os
seus dois valores principais e de base. Você tem sua tríade de valores.
*valor principal
*valores principais (base)
Tudo na vida tem um fator de motivação para que aconteça, algo que o
empurra na direção de seus objetivos. Para alguns, seria a felicidade, o conforto, a
honestidade e a espiritualidade, para outros a prosperidade, a solidariedade, a
amizade e a família. Esse querer é a nossa missão e ela tem a ver com o propósito de
cada um. Faça sua declaração de missão, aborde sobre como seus valores podem
ajudar a realizar suas metas e alinhá-las, fazendo com que trabalhem em conjunto
para você.
Propósito:
Minha Missão é
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102 Agora, vamos definir sua Visão. Ela tem a ver com o que você quer deixar
como legado, o que você quer transformar em sua vida que contaminará a outros,
envolvendo os que estiverem ao seu redor.
Propósito: Minha visão de vida é
_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
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_____________________________________________________________________
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Definimos suas crenças limitantes, valores, missão e visão. Agora, vamos
fazer uma avaliação da situação atual da sua vida para que possamos aferir mais à
frente as mudanças que estamos nos propondo a realizar.
No fim do capítulo 3, Ansiedade, esse tema foi abordado no resumo e agora
realizaremos uma tarefa que vai medir o grau de satisfação de sua vida em variados
segmentos, chamada RODA DA VIDA. Com ela, teremos um parâmetro inicial de
como sua vida está rodando e em que ponto deverá trabalhar para alavancar
resultados.
O gráfico abaixo, em forma de pizza, está dividido em doze partes. Cada
parte representa um segmento de sua vida e você dará uma nota de 1 a 9 sobre cada
um dos segmentos e depois juntará os raios para que veja como sua vida está
rodando. Você perceberá que a pontuação vai de 0 a 10, mas as notas mínimas serão
de 1 a 9.
Iremos analisar, depois de interligados, os pontos no formato de uma roda,
formas de alavancar áreas que estiverem com uma pontuação baixa. Vamos
considerar baixa pontuação menor que 5, entre 5 e 6, área neutra e, maiores que 7,
partes mais fortes, as quais poderemos mexer para fortalecer outras, fazendo com
que a roda da vida rode de forma mais homogênea.
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103
Vamos identificar as áreas que estão mais fracas e procurar identificar
formas de alavancá-las utilizando segmentos de nossa vida que estão com maior ou
menor pontuação, de forma a potencializar e equilibrar a circunferência de nossa
RODA DA VIDA.
Como?
Por exemplo, se nossa vida financeira está com nota fraca e o relacionamento
social e o lazer estão com nota alta, devemos usar os relacionamentos sociais para
aumentar a rede de network e fazer novos negócios ou saber de novas
oportunidades, bem como, se o lazer está com uma nota alta, seria prudente e
inteligente diminuir os gastos e equilibrar o lado financeiro.
Outros exemplos?
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104 Se seus relacionamentos pessoais estão em baixa, você deve aumentar o
seu relacionamento social e o lazer para alavancar seus relacionamentos e conhecer
mais pessoas.
Se sua saúde está com nota baixa, aumente sua atividade física e
potencialize várias áreas ao mesmo tempo.
Após você terminar de definir as notas e descrever o formato de sua roda,
essa será uma primeira amostra do momento que você está vivendo hoje, por meio
desse tirar conclusões sobre o melhor caminho para sua vida e suas metas.
Olhe para você e defina a melhor estratégia para trazer para o eixo o domínio
do destino de sua RODA chamada VIDA.
No capítulo 4, MEDOS, falamos do RELÓGIO DO TEMPO. Ele serve para
identificarmos onde estamos gastando o nosso tempo e como podemos administrar
melhor para potencializar e canalizar as ações em função de nossas metas. Essas
análises servem para ver onde estão os ralos de nossa vida.
Como referência, vamos imaginar o nosso tempo como um relógio sem
ponteiro, só que com espaço para 16 horas ativas (fora as 8 horas de sono) e vamos
considerar todos os segmentos que utilizamos para o RELÓGIO DA VIDA para
novamente criarmos parâmetros.
Agora, vamos imaginar que teríamos de colocar nessas 16 horas a média de
tempo que gastamos durante a semana (inclua sábado e domingo) para cada uma
das áreas que vimos no exercício anterior (12), ou seja, teremos de somar quantos
minutos ou horas gastamos em cada um dos segmentos durante a semana e tirarmos
uma média para sabermos quanto tempo estamos desprendendo para cada uma das
doze partes.
Por exemplo: dividir as 16 horas para cada uma das áreas (12) pela média
dos 7 dias das semana.
- 6 horas trabalhando, em média, por 7 dias – 06 horas
- 2 horas de lazer _ 02 horas
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105 - 2 horas de espiritualidade _ 02 horas
- 1 hora de saúde _ 01 hora
- outros - X / TOTAL 16
HORAS
No relógio, haverá 16 divisões e você representará o tamanho de cada
hora pelo tempo que gasta para cada coisa e seguirá a numeração ao lado para
identificar cada um dos seguimentos.
Com o RELÓGIO DO TEMPO, podemos analisar como estamos utilizando o
nosso tempo e vermos se estamos com desempenho fraco em determinado
seguimento por falta de maior estímulo de tempo por estarmos gastando mais
energia com coisas que não estão ajudando a trabalhar por nossas metas.
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106 Procure maximizar seu tempo para atividades que sejam produtivas para
você, não seja escravo do tempo, procure ser o senhor do seu relógio e faça o tempo
andar para você não perder o seu tempo.
No capítulo 5, AUTOESTIMA, a tarefa consistia em detectar e anotar situações do seu
dia a dia que drenam suas energias e o tiram de seu foco. Relações familiares,
amizades, vida amorosa, sexual, profissional, espiritual ou qualquer área em que seu
gasto de esforço esteja maior que o necessário.
Quero que anote as situações e pessoas que drenam sua força na
planilha abaixo e as classifique como importantes ou urgentes, estabelecendo prazos
para resolvê-los.
As ações classificadas de importantes não são urgentes e você deve
estabelecer um prazo para resolvê-las. Defina o prazo para solucioná-las. A perda dos
prazos transforma ações importantes em ações urgentes. Resolva suas metas
respeitando o seu prazo.
As ações urgentes devem ter prioridade na resolução dos
problemas, pois já passaram do prazo, deixando de ser importantes. Estabeleça
metas imediatas ou breves para resolver essas ações.
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107
No capítulo 6, AMOR, falamos sobre uma técnica de abordagem que
tem como finalidade facilitar a quebra de gelo chamada RAPPORT. Essa forma de
criar empatia funciona de maneira interessante quando o ambiente é novo ou
quando existe um conflito anterior.
O objetivo do RAPPORT é gerar um ambiente de harmonia na
comunicação em momentos de crise ou de primeiro contato. A técnica se baseia em
um alinhamento de ações e comportamentos onde se faz um trabalho de
espelhamento da expressão facial, da respiração, da voz, do jeito de falar, do corpo,
da postura e dos movimentos corporais.
No primeiro contato, reflita a expressão facial da pessoa (observe se
está sorrindo ou com uma expressão neutra ou séria), ajuste o tom, a velocidade e o
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108 ritmo de sua voz para o mesmo dela, assim como a sua respiração, alinhe seu corpo e
espelhe a mesma posição corporal (se esta em pé ou sentando, a posição dos braços
e pernas - dobradas ou estendidas). Se souber termos ou palavras que o interlocutor
costuma usar, repita-os.
Mantenha-o em seu campo visual e use a escuta ativa para perceber
o conteúdo de suas informações. Quando sentir que foi estabelecido o RAPPORT,
vagarosamente experimente mudar sua posição corporal e veja se seu parceiro o
acompanha na mudança corporal (descruze ou cruze braços ou pernas).
Normalmente, ele irá acompanhá-lo na mudança corporal.
Agora, você está conduzindo a conversa e pode encaminhar as suas
ideias. Continue acompanhando e conduzindo, esse processo é uma dança e, como
tal, presume-se que tenha uma intenção que seja positiva. Para que o processo
continue, é necessário que se tenha muita atenção no comportamento e mantenha a
capacidade de perceber o que vê, ouve e sente seu interlocutor.
Para quebrar o RAPPORT, diminua o contato visual, olhe para um
celular ou um relógio e diga que se perdeu no horário e que tem de sair.
Essa forma de contato é muito eficiente e traz grande retorno em
função de ser um facilitador da abordagem, quando em conflitos familiares,
profissional ou entre amigos.
No capítulo 7, TRISTEZA, falamos de uma técnica que substitui a crítica
construtiva de forma muito mais positiva, o FEEDBACK, onde nos utilizamos de um
desafio para promover as mudanças que achamos pertinentes que sejam feitas.
Quando falamos para alguém que vamos fazer uma crítica construtiva,
o cérebro dela só registrou a palavra CRÍTICA e, com isso, fica refratário a novas
ideias. O FEEDBACK intercala entre o desafio duas características positivas da pessoa,
sendo a segunda a mais forte e, se possível, ligada a um valor importante para ela.
Etapa 1 – Você narra uma característica positiva da pessoa (ressalte se
é pontual, educado, amigo, rápido, trabalhador, criativo etc.)
Etapa 2 – Você lança o desafio que a pessoa terá de enfrentar para a
mudança que você acredita ser oportuna.
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109 Etapa 3 – Você narra a característica positiva mais forte, elogiando a
capacidade do outro de realizar a mudança proposta pelo desafio em função de um
valor dela (Você é inteligente, honesto, corajoso, entre outras qualidades, para
vencer esse desafio com facilidade).
Em muitos casos, a pessoa ainda acredita que a ideia pertence a ela.
No capítulo 8, FELICIDADE, nós falamos sobre o que vimos no capítulo 1
sobre como interpretamos a realidade.
Quando olhamos para alguém ou alguma coisa pela primeira vez, aquela
situação é levada para o nosso cérebro e registrada através de conexões sinápticas e
todas as emoções captadas nesse contato também estão registradas junto, ou seja,
se gostei ou não desse contato (se teve uma impressão boa ou ruim, se achou bonito
ou feio, se atraiu ou trouxe repulsa).
Essa interpretação é registrada e, toda vez que nós nos depararmos com a
mesma situação (algo ou alguém), teremos a mesma impressão, pois a informação
vai percorrer o mesmo caminho de conexões sinápticas e resultar na mesma
fisiologia (corporal) e mesmos comportamentos e ações do processo inicial.
Quando nos deparamos com a realidade, ela é abalizada por nossos
filtros psicológicos em três categorias (Omissão – quando não damos valor/
Generalização – colocando-o em um sentido amplo / Distorção – quando adaptamos
o sentido).
Depois, a realidade passa por nossas crenças, nossos valores, histórico de
vida, memórias e forma o nosso mapa mental que, em função do nosso estado
emocional, desencadeia ações.
Na verdade, decidimos, em função de nosso mapa mental (que acontece
naquele primeiro momento onde são feitas as conexões sinápticas) e em cima da
emoção que estamos vivenciando naquele instante (o que pode mudar todo o
contexto).
Se observarmos quando uma situação que nos incomoda tem seu início,
devemos substituir mentalmente essa sensação por uma positiva e procurar um
valor importante para nós e uma memória de vida que seja similar e compararmos as
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110 situações de forma a criar uma nova conexão mental para essa nova informação,
mudando a interpretação do nosso mapa mental e mudando o resultado das ações
que o incomodam.
Como eu posso potencializar minha inteligência?
Primeiro, temos de ter uma definição do que é a inteligência, ela é a
capacidade de fazer distinções sobre algo ou alguém, utilizando o maior número de
sentidos. Se você quiser aumentar sua inteligência deve treinar para desenvolver
mais todos os seus sentidos.
Uma tarefa interessante é que, em cada dia da semana, você se dedique
a estimular mais um dos seus sentidos. No primeiro dia, estimule a sua visão e
observe com mais atenção e diminua um pouco a sensação de seus outros sentidos.
No outro dia, a audição, depois o toque (experimente fazer tudo com sua mão
contrária), a gustação e o olfato, e perceberá como você às vezes se limita a um
sentido principal.
Abaixo o gráfico para melhor visualização do processo de
interpretação de realidade.
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111
Vamos avaliar como estão seus sentimentos como forma de determinar seu
estado emocional. Complete a tabela abaixo para analisar o que teremos de
equilibrar para potencializar a resolução de nossos objetivos.
Marque na escala como você se sente em relação às suas
emoções:
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112
Quando a avaliação de suas emoções for menor ou igual à nota 4, elas
necessitam de atenção urgente, de 5 a 7 estão em equilíbrio e acima de 8 estão
trabalhando com sobra de reservas.
Acredito que todas as tarefas e informações que obteve até agora já
devam dar subsídios interessantes do seu EU e definir a sua situação atual. Com isso,
podemos passar para como devemos escolher nossas METAS, que princípios teremos
de seguir nessa e que ferramentas deveremos usar para maximizar a concretização
de nossas metas.
Como definir minhas METAS?
Metas devem ser norteadas por objetivos ligados a seus valores, sua
missão e sua visão e devem estar alinhadas para que uma ajude na conquista da
outra, de forma a criar um efeito em cascata de seus benefícios e a sensação de
dever cumprido.
Metas podem ser pessoais ou profissionais?
Metas podem ser pessoais (reatar relações familiares, de amizade,
amorosa, de saúde, de espiritualidade etc.), profissionais (conflitos em empresa de
família, promoção no trabalho, aumento de salário, dificuldade de falar em público
etc.) ou empresariais (falha de comunicação, de delegar poder, zona de conforto,
queda nas metas, inibição etc.)
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113 Que tipos de METAS existem?
Podemos definir em três tipos as metas, sendo elas pessoais, profissionais e
empresarial (empresa):
- METAS de aprendizagem – São ligadas à qualificação, em função do
crescimento pessoal, diz respeito à relação da evolução do processo de vida
(aprender a viver).
- METAS de evidência – São ligadas ao retorno, ao que é palpável e visível
ao que os outros veem.
- METAS de desempenho – São ligadas ao retorno pessoal, ao objetivo, à
conclusão e à conquista.
Quais sãos os princípios das METAS?
- METAS não são sonhos, têm data de nascimento e data de validade.
- METAS têm de ser reais, com possibilidade de realização.
- METAS têm de ser escritas para serem gravadas no seu cérebro e, de
preferência, sempre lidas.
- METAS têm de estar alinhadas aos seus valores.
- METAS longas ou diversificadas devem ter submetas para serem
monitoradas.
- METAS têm de ser positivas.
- METAS têm de vir de dentro para fora, da alma.
- METAS têm de ter avaliação de fora para não perder o foco.
- METAS não são imutáveis ou eternas, são adaptáveis.
- METAS são feitas para serem alcançadas. Não desista de suas metas!
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114 Esses são os 10 princípios das metas. Leia com atenção e veja se suas metas
se encaixam com as regras acima para facilitar a obtenção das mesmas.
Quais as ferramentas que podemos usar para ajudar na realização das
METAS?
Nos já falamos das ferramentas que potencializam as metas e falaremos
agora da criatividade.
Hoje em dia, a criatividade é considerada matéria-prima para a construção de
qualquer ideia em que se planeje sucesso. Mas não uma criatividade passiva, é
necessária a CRIA/TIVIDADE, criar ativamente participando do processo do
nascimento, da implantação e da obtenção do resultado da ideia.
A criatividade, segundo pesquisas no campo da neurociência, não é um dom
que nasce com alguns, mas uma sequência de processos mentais que podem ser
desenvolvidos. Abaixo, vamos ver esses procedimentos em etapas:
ETAPA 1 – Quando você se encontra diante de um problema onde não vê
solução, seu cérebro entra em processo de frustração e o seu hemisfério esquerdo
(analítico) desiste da solução do problema (o cérebro não gosta de atividades nem
muito difíceis, nem muito fáceis) e, nesse momento, o hemisfério direito (criativo)
entra em ação e procura por caminhos pouco usuais para solução do problema.
Nessa fase, podem ocorrer situações de insight onde a solução pode chegar de forma
surpreendente.
ETAPA 2 – A criatividade depende do trabalho duro e é importante você estar
preparado para começar o trabalho inicialmente sozinho, de forma a não limitar sua
abordagem e depois desenvolver em grupo uma ideia, pois isso facilita a tarefa de
sintetização do projeto.
ETAPA 3 - Quando não encontramos a resposta na etapa anterior, não
devemos desistir. A persistência é um fator crucial para a resolução de um problema.
Por vezes, a solução necessita de mais tempo para acontecer, volte e trabalhe duro
para que a resolução se encaixe através de um momento de genialidade.
ETAPA 4 - Quando a persistência e o trabalho duro (individual e em grupo) ainda
não deram o resultado desejado, o ideal é abandonarmos por um tempo à procura
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115 da solução. Dê uma volta de carro, tome um bom banho, passeie em um shopping ou
uma praça. Tire o foco do problema nesse momento, pois, quando a mente está
relaxada, as onda alfa de seu cérebro parecem aumentar e, com isso, eliminam
bloqueios ou frustações e liberam novas ideias.
ETAPA 5 – Quando, ainda na etapa 4, não houve solução para a questão,
devemos utilizar outra estratégia e dormirmos.
Mas como dormindo vamos ter ideias criativas?
Quando dormimos e sonhamos, diminuímos os mecanismos de censura
e da razão, o que acaba por criar um ambiente propício a adaptarmos a realidade,
arrumando-a de forma aleatória e surpreendente. Ao deitar-se, anote em um bloco o
problema e mentalize a pergunta antes de dormir. Se durante o sono você tiver um
insight, ao acordar relembre o sonho em detalhes e depois anote tudo: primeiro os
tópicos principais até pequenos acontecimentos e veja como eles podem ajudar na
elaboração das soluções. Pode demorar mais de uma noite para que esses insights
aconteçam e você absorva o processo mental de indução à resposta em sonho.
Insista!
ETAPA 6 – Se as etapas anteriores ainda não deram resultado faça uma viajem.
Quando estamos em um lugar que nunca estivemos antes, as diferenças culturais
estimulam a nossa criatividade a se expandir. É lógico que eu não iria pedir para que
você fizesse uma viagem internacional para solucionar um problema, mas podemos
fazê-la mentalmente. Escolha o roteiro da viagem e, se precisar recorrer a imagens
desse local, use-as e imagine-se nesse local. Pergunte-se sobre características locais,
como de quanto é a gorjeta que você daria a um garçom ou a um taxista, qual prato
tradicional você pediria em um restaurante e procure se sentir como se realmente
estivesse fora de seu país. Depois da viagem, volte sua atenção para o problema.
ETAPA 7 – Outra forma de ampliar a capacidade criativa é observar como esse
problema é abordado por outros e criar planos alternativos ou compartilhar ideias de
sucesso em outras áreas e tentar adaptá-las para a resolução de suas metas. Procure
também manter o bom humor e atitudes positivas. Outro estímulo ao processo
criativo está ligado à preparação do ambiente de trabalho, e ouvir música clássica é
outro importante recurso.
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116 ETAPA 8 - Na última etapa desse processo, é necessário que procuremos uma
abordagem nova, um novo ponto de observação para o problema. Imagine-se agora
como se você fosse uma criança de 7 anos, procure se lembrar de alguma que você
conheça ou faça um exercício mental para tirar a criança de dentro de você mesmo.
Faça perguntas descompromissadas, relacione o problema a coisas simples e
desfoque ideias iniciais pensando sempre o contrário do que faria.
Essas são as cinco etapas da busca pela criatividade. Se, por acaso, ainda não
sentiu nenhum lampejo dela, comece todo o processo de novo e volte a etapa 1,
frustre-se e assim por diante. Boa sorte...
EXISTEM MAIS FERRAMENTAS PARA METAS?
Sim, temos mais algumas, dentre elas a DECISÃO. Durante o dia inteiro, estamos
decidindo coisas: o que vamos comer, qual o melhor caminho para o trabalho, o
melhor curso de línguas, a todo momento tomamos decisões.
O processo decisório ocorre dentro do nosso cérebro quando a decisão é
simples ou recorrente, o nosso organismo tem um padrão automático para escolher
o caminho que já teve êxito anteriormente, mas, quando nos deparamos com algo
novo, os hemisférios começam a trabalhar e passam a responsabilidade de um para o
outro, na procura da melhor decisão e, normalmente, não fazemos as escolhas só
pelo método analítico, mas contamos também com nossa intuição e experiência de
vida.
Procure trabalhar seu processo decisório, utilizando sempre as informações
concretas e as subjetivas para diminuir as margens de erro, procure o ponto de vista
de alguém que não esteja ligado ao processo para ter um parâmetro e de alguém que
esteja participando do processo para ter um choque de realidade com sua decisão e
terá maior chance de acerto.
Lembre-se: muitas cabeças pensam melhor que uma no processo de decisão.
Outra ferramenta para metas é a MOTIVAÇÃO, seria MOTIVAR/AÇÃO, a força
que nos move em direção de nossos objetivos é o querer, está interligada à nossa
visão e alinhada aos nossos valores, relacionada ao comprometimento que temos
para a conquista do que queremos.
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117 Estudos comprovam que, em nosso cérebro, existe um sistema dedicado à
motivação e à recompensa. Quando a pessoa é afetada positivamente por algo, a
região responsável pelos centros de prazer produz uma substância chamada
dopamina. A ativação desses centros gera bem-estar, que mobiliza a atenção da
pessoa e reforça o comportamento dela em relação ao objeto que o afetou.
A motivação tem a ver com a paixão, que nos faz passar por situações em que
acharíamos impossível de realizar, é não se ater aos problemas e desnudar soluções,
imbuído de uma força interna que impulsiona na direção que nos motiva.
Estar motivado é fator preponderante para a realização de metas e altamente
contaminante, podendo disseminar uma ideia positiva e fazê-la se expandir, gerando
motivação em outros, de forma a facilitar a realização a que todos se propõem.
Temos ainda como ferramenta de grande importância para a realização de
nossas metas a ADAPTAÇÃO, ligada ao poder da mudança, da oscilação. Quando
oscilamos, conseguimos observar de outra posição e percebemos que existem outros
pontos de vista, podendo criar soluções que não sejam estáticas.
Poderíamos usar como exemplo a água: - no frio, ela congela, ficando resistente
e dura.
- no ambiente, ela é maleável e
multiforme.
- no calor, ela evapora e aparece em
outro lugar.
Nos dias atuais, a adaptação a períodos de crise é extremamente valorizada, as
pessoas que se adaptam melhor às situações ultrapassam barreiras com maior
facilidade e, em um mundo onde a única constância é a mudança, essa ferramenta é
de grande valia.
Preste atenção nas características da água. Existem momentos na vida em que
temos de ser duros e resistentes, outros que temos de ser maleáveis e multiformes e,
em outros, temos de ceder espaço para, à frente, tomarmos o controle e fazer as
adaptações necessárias.
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118 Mais alguma ferramenta?
A LIDERANÇA é também uma ferramenta para a realização de metas. Quando
temos metas, somos nós que teremos de conduzir o processo de realização delas.
Então, nós teremos de ter o controle de nossa vida.
Nós somos o piloto do nosso carro chamado vida e, se imaginarmos que
estamos em uma corrida e que estamos à frente de todos, estamos liderando e,
quando olhamos para trás, vemos que os outros estão nos seguindo.
Leve essa sensação para sua vida. Liderar é fazer com que outros lhe sigam,
mas não pelo poder ou pela força, e sim pelas ideias e os exemplos que dá e, assim,
conseguiremos arrebatar aqueles que precisamos para concluir nossos propósitos.
Uma meta vai ser alcançada de forma mais fácil quando conseguimos motivar
outros para nos ajudar a realizá-la. Essa união por uma causa já é o primeiro sinal de
uma conquista.
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119
GRÁFICO DE AVALIAÇÃO ATUAL DE FERRAMENTAS:
Procure manter como nota básica a média entre 5 e 7. Se sua avaliação
for inferior, veja maneiras de alavancar essas ferramentas que facilitarão a efetiva
realização de suas metas.
Estamos chegando ao fim deste capítulo, onde conseguimos realizar todo o
processo de coleta de informações sobre a sua situação de vida atual. Também
falamos sobre os tipos de metas, princípios e ferramentas para realizá-las.
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120 No próximo capítulo, acredito que estejamos prontos para o processo de
coaching com a técnica para implementação de nosso PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO
para a realização de suas metas. Mas, antes, conheceremos alguns dos fundamentos
desse novo conceito denominado AUTODESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que
certamente vai trazer uma ideia nova em relação a seu lugar no mundo como pessoa.
A viagem se prepara para chegar ao seu destino final. Acredito que tenha
sido de grande valia para todos, mas temos mais uma parada. Ela é muito importante
para completar esse giro por você.
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121
Capitulo 10:
AUTODESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
O conceito do autodesenvolvimento sustentável se pauta em um processo
de monitoramento constante de sua situação atual, através de gráficos ou
mensurando o estado emocional de forma a acompanhar as interferências que se
apresentam para reestabelecer novas metas ou submetas para a manutenção de
todo o estado pleno de consciência.
O monitoramento traz a luz de escala se houve mudanças no período em
que as metas estavam agindo e que novas estratégias deverão implementar para que
o quadro se mantenha em progressão.
As informações e definições de valores, missão, visão, desconstrução de
crenças limitantes, os gráficos da roda da vida, do relógio do tempo, das emoções e a
lista de tolerância fornecem elementos que ajudam a definir sua situação atual e,
com a exposição dos conceitos sobre metas, seus princípios e ferramentas habilitam
você a escolher as metas de forma correta, que é verdadeiramente importante para
reverter situações que o estejam incomodando.
Agora que você já consegue diagnosticar seu estado e suas metas, precisa
entender seu posicionamento no mundo. O Autodesenvolvimento Sustentável
gostaria que você se colocasse no seu lugar, no centro de seu espaço, de forma a
controlar o destino de sua vida e se preparar para toda sorte de eventualidade.
E como eu posso definir meu lugar?
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122 Seu lugar é definido por suas atitudes e pelo seu querer, e compreender isso
já ajuda a se localizar, mas, como temos a dificuldade de nos colocarmos à frente de
nossa vida, acabamos nos estabelecendo em segundo plano. Para isso, criamos o
conceito de ECO EU CENTRISMO.
É o que é isso?
É um dos pilares de sustentação dessa nova proposta. ECO EU
CENTRISMO visa reposicionar você e o devolve a seu devido lugar, colocando-o no
centro de seu meio ambiente e procura que você acredite que, quando você se
coloca como centro do seu mundo, consegue se notar, valorizar e se preocupar
consigo mesmo.
Em que isso vai poder me ajudar?
Sabendo sua real condição, você pode ajudar de maneira muito mais efetiva.
O objetivo é proteger seu espaço para que você tenha uma margem para manobras
em caso de contratempos e saiba como e de que maneira você possa realmente
resolver problemas para você e para outros.
Como?
Vamos estabelecer um objetivo de quatro passos:
Passo 1 – primeiro EU
Passo 2 – segundo EU
Passo 3 – terceiro EU
Passo 4 – agora posso ajudar os outros, pois já tenho de sobra.
Isso não é egoísmo?
Sim, é o egoísmo consciente, só que ele tem intenção positiva, tem
relação com o consumo consciente (consumir sem destruir suas reservas, tendo
relação com a sustentabilidade). O EGOÍSMO CONCIENTE tem como objetivo
proteger as suas reservas (emocionais, financeiras, afetivas, sociais etc.) para que
você esteja preparado para momentos de crise. Entretanto, só com reservas você
não consegue ajudar a ninguém, pois, se elas acabarem, você começará a doar as
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123 suas reservas e ficará em estado de carência, e carência não atrai, na verdade afasta
e a atração é um processo precioso para a realização de metas. Você só atrai pessoas
iguais a você em consonância com as ondas que esteja enviando, só no magnetismo
que polos opostos se atraem, na vida, pessoas se ligam ao que elas se espelham.
Se só reservas não bastam para ajudar o outro, o que fazer?
Você deve se esforçar mais e criar super reservas. São elas que viabilizaram a
ajuda aos outros, pois a perda dela não representará para você a carência. A carência
faz nascerem em você vácuos mentais que tiram o foco de suas metas.
Evidências neurocientíficas indicam que há uma correlação entre um ambiente
rico e o aumento das sinapses (conexões cerebrais).
Acima, quando colocamos os quatro passos:
Passo 1 – primeiro EU
Passo 2 - segundo EU (é onde criamos as
reservas)
Passo 3 – terceiro EU (é onde passamos a
ter as super reservas)
Passo 4 – Agora, temos condições de
ajudar emocionalmente, financeiramente e de todas as outras formas, pois
estaremos dentro de um equilíbrio que garante a nossa sustentabilidade.
O egoísmo consciente permite que você seja generoso consigo mesmo para
poder ser generoso com outros. Suas ações determinam suas escolhas, opte por
ações produtivas, verdes, e elimine ações vermelhas.
O que são ações vermelhas e ações verdes?
As ações vermelhas são responsáveis pela manutenção das situações que
não queremos mais como crenças que nos tragam alguma limitação, foco caótico em
relação a seus objetivos e o desgoverno de sua vida.
As ações verdes são as responsáveis pela mudança de comportamento e
atitudes através de releitura de situações limitantes, definição do seu conteúdo
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124 íntimo, utilização de técnicas de auto-hipnose para relaxamento e concentração,
escolha de metas pertinentes e suas realizações.
O conceito de Autodesenvolvimento passa então pelo ECO EU CENTRISMO e
seu reposicionamento no mundo, pela definição de reservas e super reservas, pelas
ações vermelhas e ações verdes e se ancora na TEORIA DOS 3 R’s.
O que é a TEORIA DOS 3 R’s?
A TEORIA DOS 3 R’s dá apoio ao Autodesenvolvimento Sustentável,
trabalhando em cima dos elementos ligados diretamente à sustentabilidade do
indivíduo e se baseia em três pontos: REDUZIR – RECICLAR – REUTILIZAR.
_ REDUZIR as ações vermelhas.
– RECICLAR para ações verdes.
– REUTILIZAR as técnicas e informações para monitoramento de sua realidade
e a direção de suas metas.
Para que serve o processo de coaching no Autodesenvolvimento Sustentável?
O Autodesenvolvimento Sustentável se apoia no processo de coaching para se
estabilizar e se manter. Vamos trabalhar em como estabelecer, elaborar e realizar um
plano de ação para que possamos alcançar as nossas metas, finalizando o processo
de coaching.
O primeiro passo é definir suas metas. Trabalhe com até três metas, de
preferência que possam ser alinhadas para que a realização de uma estimule a
realização das próximas.
Se as metas forem de longo prazo, por exemplo, uma promoção que necessita
de aprendizagem (cursos, línguas, treinamentos, desenvolvimento de currículo etc.),
devem ter submetas para aferir o andamento e o progresso de suas metas principais.
A principal parte da realização de metas é estar imbuído do “fazer acontecer”
as suas metas e a perseverança, a resiliência e o altruísmo são valores importantes
nessa etapa de construção de sua meta. Pesquise sua essência e descobrirá
excelentes formas de realizar metas verdadeiras.
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125 Se as metas forem dissonantes, o ideal é criar um plano de ação para cada
meta e desenvolver uma atenção especifica para cada uma delas, de forma a atender
cada uma das exigências para a realização especifica de todas.
Vamos a seu PLANO DE AÇÃO:
_ ETAPA 1 – DEFINIÇÃO DAS METAS.
_ ETAPA 2 – REALIDADE- observar se as metas são possíveis, realizáveis e se
são o reflexo do que está acontecendo ao seu redor.
_ ETAPA 3 – QUAIS AS OPÇÕES? Determine quais estratégias você pode usar
para realizar suas metas. Trabalhe com pelo menos quatro estratégias diferentes
para implantar seu plano de ação.
_ ETAPA 4 – O QUE VOCÊ FARIA? Em função das quatro estratégias, crie um
nível de hierarquia para escolher a melhor, a segunda melhor, a terceira e a quarta
melhor estratégia.
_ ETAPA 5 – SE NÃO SOUBER QUAL É A MELHOR? Se pergunte se você conhece
quem teria essa informação e, se não souber de ninguém, leia biografias de pessoas
famosas e de sucesso ou pesquise sobre como alguém conseguiu definir qual seria a
ordem das melhores estratégias.
_ ETAPA 6 – QUE BARREIRAS PODEM SURGIR? Vislumbre potenciais
dificuldades que possa ter para implementar sua estratégia e se a combinação de
mais de uma estratégia seria necessária ou se só adaptações resolveriam a questão.
Determine seus pontos fortes e pontos fracos. Defina se tem os recursos financeiros,
de tempo, emocionais e de capacitação para viabilizar o seu plano de ação.
_ ETAPA 7 – ESTABELEÇA PRAZOS - Coloque prazos para início e fim das metas.
_ ETAPA 8 – COMEMORE SUAS VITÓRIAS - Pratique o otimismo consciente e
comemore suas vitórias, por menores que sejam.
Abaixo, existem tabelas que irão ajudar a definir seu plano de ação, por meio
de modernos conceitos de planejamento e gestão estratégica, utilizados por
empresas e adaptados ao processo de coaching para o indivíduo.
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126 Estas tabelas ajudarão a preparar suas estratégias para as mais variadas metas
e formas de maximizar e minimizar situações, que devem ser identificadas antes de
sua implementação, diminuindo desvios.
No primeiro quadrante, defina os seus pontos fortes e como eles podem
alavancar suas metas. Com eles, crie estratégias para facilitar e potencializar
seus objetivos.
No segundo quadrante, utilize seus pontos fortes para se defender das
interferências. Essas informações são úteis para se proteger das dificuldades.
No terceiro quadrante, defina seus pontos fracos, veja como eles podem
limitar a realização de suas metas e procure criar estratégias para evitar essas
limitações.
No quarto quadrante, veja como seus pontos fracos podem criar problemas
e que atitudes você deve tomar para evitá-los.
Mapa estratégico
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127 O mapa estratégico serve para que você organize, para cada uma das
situações acima, atitudes que contribuirão para definir as estratégias de seu plano de
ação.
Para cada quadrante da planilha acima, defina formas de alavancar,
defender e limitar os problemas em torno de sua meta.
Crie estratégias para cada uma das situações e formas de atenuar,
minimizar e potencializar cada um dos desdobramentos possíveis.
Situe cada etapa – objetivo estratégico –
alavancar/defender/limitar/prever problemas
Indicadores – quais as informações que sustentam
essas posições.
Situação Atual – pontos fortes e pontos fracos.
Meta – defina para cada meta.
Projeto – Plano de ação.
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128 MAPA
ESTRATÉGICO
ANÁLISE ESTRATÉGICA 5W 3H
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129
Para cada uma das metas, utilize esse plano estratégico: defina o que fazer
(tópicos do plano de ação), onde fazer (em que segmento), qual o propósito dessa
atitude (o benefício que terá), quem vai fazer (assine e date para o início do
processo), quando será feito (data de início e fim), como o fará ( tópicos das
estratégicas), quanto custará (não deixe nada sem custo, tudo tem um custo, procure
estimar sempre um valor real) e como vai monitorar (procure envolver pessoas que
estejam fora e dentro do processo para obter informações de suas ações e como elas
estão vendo o andamento da conquista de suas metas).
É importante manter o controle dos planos de ação estratégicos, pois são eles
que nortearão a realização de suas metas e o monitoramento constante resulta em
sucesso. A releitura persistente reforça o comprometimento e facilita o processo de
mentalização, bem como o surgimento de insights que podem dar novo impulso a
suas metas, por meio de uma nova avaliação criativa na busca de soluções, melhores
decisões, do trabalho duro, da adaptação e da sua liderança, transformando suas
ações e tornando-as muito mais eficazes.
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130 Acredito que, agora, você esteja bem preparado para reestabelecer e concluir
suas novas metas de vida através dos conhecimentos, informações e técnicas que
vimos durante a nossa viagem, onde visitamos seu íntimo, seus sentimentos, suas
emoções e desnudamos seu EU. Espero que, aqueles que completaram a jornada,
tenham se sentido engrandecidos. Lembre-se que começaram essa viagem com
apenas um pequeno passo e o fizeram com a força de quem quer transformar seus
sonhos em metas.
Desejo-lhes tudo de bom e boa sorte!
E queria lembrá-los que a nossa viagem não tem um FIM...
Até breve!
Mauricio Braz
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Quem somos
A Empresa
A Elever Brasil® nasce com o seu propósito baseado em impulsionar, elevar,
conquistar e avançar uma nova fase de sucesso para seus clientes, tornando eles e
todos os que estão envolvidos cada vez melhores do que já são.
Os serviços oferecidos pela Elever Brasil® são altamente tecnológicos e com
técnicas avançadas que estão focadas em suprir as necessidades demandadas pelo
público alvo, além de ser um impulsionador de realização de sonhos.
Serviços como o de Master Neuro Coaching® e os Neuro Treinamentos® são
exclusivos e estão entre as principais ofertas da Elever Brasil®.
Seus sócios possuem capital intelectual vasto e em espiral crescente, onde,
seus títulos, certificados, diplomas internacionais e experiência transformam seus
conhecimentos, habilidades e atitudes em um know-how que garantem a qualidade
do que a empresa oferecerá.
Os principais serviços da Elever Brasil® possuem embasamento cientifico e
muitos deles com relatórios e comprovação de sua eficácia com comprovação
cientifica.
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Posicionamento estratégico da empresa:
VISÃO:
Ser reconhecida nacionalmente como a empresa que leva seus clientes a
conquistar suas metas e objetivos de forma consistente, prática e duradoura,
tornando-os sustentáveis, felizes e plenos.
MISSÃO:
Oferecer soluções para o desenvolvimento humano e empresarial com
recursos tecnológicos e know-how diferenciado, afim de tornar o nosso cliente único
e admirado.
VALORES:
Os valores da Elever Brasil® são os alicerces nos quais as decisões serão
pautadas. Os valores servirão como uma bússola para orientar a Elever Brasil® na
condução administrativa, estratégica e operacional.
Sendo assim, os valores da Elever Brasil®são:
Respeito com o próximo e conosco.
Integridade moral, física e espiritual.
Pessoas o nosso bem maior.
Qualidade em tudo.
Inovação para estar sempre a frente.
Desenvolvimento humano e empresarial. Prosperidade em 360°.
Bem-estar, viver plenamente e feliz.
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133 SÓCIOS DIRETORES:
Dr°. Helber Nogueira
É empresário, advogado com larga experiência nas áreas empresarial, civil e
relações de consumo. Formado em Direito e pós-graduando em Direito Empresarial
pela Universidade Candido Mendes.
É Master Neuro Coaching pela Elever Brasil com conhecimentos em
Neurociências, Psicologia Positiva, PNL e técnico para operar equipamentos de
vanguarda com alta tecnologia.
Possui formação em Live & Executive Coaching pelo ICE/ISE/ICML e pela
International Corporate Coach U, além de ser consultor e instrutor do Sebrae/RJ em
frente de projetos como, por exemplo, o Sebrae no Pódio para as Olimpíadas Rio
2016.
Vem destacando-se por levar seus coachees a alcançar resultados antes
inesperados. Além de aplicar com eficácia os conhecimentos da PNL e Coaching nas
audiências jurídicas que atua.
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Maurício Braz
É empresário, mas acima de tudo um empreendedor com habilidades e
conhecimentos pela pluralidade conquistada ao logo da experiência no mundo dos
negócios. Empreendedor em vários nichos de mercado como o de tecnologia,
serviços e construção civil.
É Master Neuro Coaching pela Elever Brasil com conhecimentos em
Neurociências, Psicologia Positiva, PNL e técnico para operar equipamentos de
vanguarda com alta tecnologia.
É Master Coach pela ICI - International Association of Coaching Institutes,
onde, este certificado é reconhecido em mais de 40 países, podendo atuar como
Coach e como formador/treinador de novos Coachs.
Formado em Administração de Empresas, é pós-graduado em Psicologia
Positiva ambos pela UCAM. É Coach com certificações por The Inner Game School
Internacional – TIGIS (conclusão na California/USA), hoje é Coach Senior da escola.
Formado em Lider Coach pela Corporate Coach U e Live & Executive Coach pela
ICML. Possui formações em Coaching ainda nas áreas do esporte e treino mental com
o Sérgio Guerreiro de Portugal realizado no INAP/RJ e Coaching Quântico Sistêmico –
Metaforum com Bernd Isert da Alemanhã. Além de possuir várias capacitações em
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135 PNL (Programação Neurolinguística) em várias áreas. É técnico em hipnose formado
por Tesser/SP e hipnose Ericksoniana formado no INAP/RJ. Além da Hipnose
Comportamental Cognitiva formado por Benomy Siberfard/RS. Em sua formação
complementar possui certificações em Gestão e Planejamento Estratégico,
Negociação, Gerenciamento de Projetos todas pela FGV.
Willian Moliari Júnior
É empresário, administrador de empresas e tecnólogo em Processos Gerenciais
com ampla visão de negócios e habilidades para desenvolver estratégias para
gerenciamento de empresas e gestão de pessoas.
Pós-graduado em Gestão de Negócios e Marketing e MBA em Recursos
Humano com ênfase em Gestão de Pessoas, ambos pela Universidade Candido
Mendes e Gestão de Projetos PMI pela Fundação Getúlio Vargas.
É Master Neuro Coach, formação com alicerces em Neurociências,
Programação Neurolinguística, Psicologia Positiva e know-how técnico para operar
alta tecnologia em equipamentos de vanguarda.
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136 É também Master Coach pela ICI - International Association of Coaching
Institutes, formado por Arline Daves/USA, onde, este certificado é reconhecido em
mais de 40 países, podendo atuar como Coach e como formador/treinador de novos
Coaches. Possui mais quatro certificações internacionais: uma pela Ebracoaching em
“The Coaching Clinic” em parceria com a Corporate Coaching U International do
Canadá, como Líder Coach, outra pela The Inner Game School Internacional – TIGIS,
escola do Tim Galwey (Fundamentals) e outra pela World Coaching Council em
parceria com a EbraCoaching (Escola Brasileira de Coaching).
Formação em Life & Executive Coaching pela ICE/ISE/ICML. Além de ter várias
certificações com habilitação em Programação Neurolinguística.
Formado em Neuromarketing pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e
Marketing) no Rio de Janeiro.
É Consultor e Instrutor do SEBRAE/RJ nas áreas de empreendedorismo,
marketing, administração estratégica e recursos humanos, com larga experiência em
consultorias e palestras nas áreas e subáreas acima informadas. E multiplicador de
metodologias formado pela Universidade corporativa Sebrae em Brasilia/DF.