semiótica russa e análise do discurso

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Page 1: Semiótica Russa  e Análise do Discurso
Page 2: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

• “Essa foto representa as seguintes formas: pose (a senhora posicionada logo à frente do quadro, com as mãos em

posição de oração nos passa a mensagem de uma pessoa devota), objeto (o quadro posicionado atrás da senhora reforça a religiosidade e nossa passa a mensagem de

comparação: “a santa do quadro” e a “santa da vida real”), fotogenia (o ângulo escolhido para a foto posiciona a

senhora de uma forma elevada, assim como a santa do quadro. A foto tirada de baixo faz com que a pessoa ou o

objeto pareça maior, ou mais elevada do que é. Além disso, o quadro foi desfocado, mantendo a atenção na benzedeira),

sintaxe (a imagem não dialoga com a legenda, porém é traduzida pelo texto, que conta a história de devoção da

benzedeira).” (Camila, Luiza, Maristela e Thamires)

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Page 4: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

•“Nessa imagem, há o processo de conotação ‘objeto’, no caso, a bacia, com roupas sendo carregada por um homem. Caso este objeto não estivesse compondo a imagem, esta teria um outro sentido possível (ou vários). A pose é outro processo de conotação. O ângulo em que foi tirada dá sentido à ideia de despedida, já que a criança, está olhando para o lado contrário à sua caminhada no colo do policial, o que dá a ideia de que está olhando para o lugar que deixa para trás”. (Camila F, Gabriela e Monique).

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• “Trucagem: alteração das cores, auréola sendo colocada propositalmente, rementendo à ‘santidade’. As estrelas que compõem a auréola, por sua vez, remetem ao símbolo do PT. Esses elementos ironizam o filme que trata da história de Lula. Sintaxe: Há um encadeamento entre as duas fotos que compõe a imagem. Em uma delas, aparece uma das cenas do filme, em que o povo ‘clama’ Lula em um de seus discursos. Abaixo, a outra imagem é composta por Lula já ‘endeusado’. Esse encadeamento de fotos se refere ao texto da legenda” (Laísa, Renata e Samanta).

• (...) Sintaxe: “a imagem de Lula dialoga com o texto quando apresenta o endeusamento do político. A pose remete à controvérsia de comportamento: em uma é representado como santo e em outra como um baderneiro”. (Camila, Luiza, Maristela e Thamires)

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Page 8: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

• “(...) Os fotografados foram estrategicamente posicionados (pose e trucagem), para dar espaço ao objeto de fundo que compõe a geração de sentidos. O objeto, por sua vez, demonstra tanto o que liga como o que separa pai e filhos: a política. O objeto que os separa é uma foto da época da ditadura, representando a luta das pessoas, como Cosiuc, comparando com a falta de luta de hoje, em jovens como Ana Maria.” (Amanda, Daniel, Luis Ricardo, Luana e Thiago)

• “Os personagens da fato, em cada extremidade (...) demonstram a ideia de distância entre as gerações e oposição de ideias. Como diz o texto, o principal fator de discordância é o envolvimento com questões políticas, representado com o objeto (quadro), ao centro” (Fabiana, Mariana F.; Sofia Fucchi).

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• “Há pose, pela imagem que remete os seus braços cruzados, que caracteriza, entre outras possibilidades, o símbolo da cruz do veneno, ou até mesmo representando a morte (...)”. (Beatriz, Isabela e Murilo).

• “A foto de Cazuza trata-se de uma trucagem, por conta da luz que foi usada no rosto, a mudança na coloração de Cazuza e o foco de profundidade no pescoço bem magro. Também pode ser considerada a pose, pelo fato de ao mesmo tempo que sua posição demonstra fragilidade, defesa e morte”. (Pedro, Mariana Cruz)

• “A palavra ‘agoniza’, pela sintaxe com a foto, ajuda a reforçar a ideia de morte próxima já mostrada pela imagem.” (Felipe).

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Semiótica Russa e Análise do Discurso

Page 12: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

Mikhail Bakhtin (1895-1975)1929 – Marxismo e Filosofia da Linguagem

Saussure: signo é a união de um significante e de um significado. Fruto de uma construção mental.

Bakhtin: signo é espaço de concretização da ideologia. Fruto de uma construção político-cultural.

Bakhtin e a análise do discurso de linha francesa (Pêcheux e Foucault)

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O caminho: •Saussure: Língua / Fala // Sintagma /

Paradigma.

• Bakhtin: “Os signos emergem e significam no interior das relações sociais; estão entre seres socialmente organizados; não podem, assim, ser concebidos como resultados de processos apenas fisiológicos e psicológicos de um indivíduo isolado, ou determinados apenas por um sistema formal abstrato. Para estudá-los é indispensável situá-los nos processos sociais globais que lhe dão significação.”

Page 14: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

Conceitos chaves da semiótica russa:

•Ideologia

•Dialogismo;

•Polifonia.

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Ideologia (Marx)

•“As relações que no nível profundo são relações de exploração (apropriação do valor gerado por um trabalho não pago) aparece como troca; a opressão, como igualdade; a sujeição, como liberdade. As relações que, no nível da superfície, apresentam-se como relações entre os indivíduos são, no nível essência, uma relação entre as classes sociais, uma que se apropria do valor produzido pelo trabalho não pago e outra que vende sua força de trabalho e é espoliada”. (Fiorin, 2001, p. 27)

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Polifonia• O sentido do texto e a significação das

palavras dependem da relação entre sujeitos, ou seja, constroem-se na produção e na interpretação dos textos;

• A relação entre os interlocutores não apenas funda a linguagem e dá sentido ao texto, como também constrói os próprios sujeitos produtores de textos.

• Pêcheux (1938-1983): “interdiscurso”: todo conjunto de formulações já feitas e já esquecidas que determinam o que dizemos. No que dizemos, “fala uma voz sem nome”.

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Dialogismo

“Viver significa tomar parte do diálogo: fazer perguntas, dar respostas, dar atenção, responder, estar de acordo e assim por diante. Desse diálogo, uma pessoa participa integralmente e no correr de toda a sua vida: com seus olhos, lábios, mãos, alma, espírito, com seu corpo todo e com todos os seus efeitos”. (Faraco, 2006, p.72-3)

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•“Combinando uma simulação como uma dissimulação, o discurso é uma trapaça: ele simula ser meu para dissimular o que é do outro”. (Edward Lopes)

Page 19: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

•O homem fala ou é falado? A ilusão da liberdade discursiva.

•Pêcheux: esquecimentos – sujeito se coloca como quem diz. Esquece uma “forma” para reafirmar a sua.

•Michel Foucault (1926-1984): “Em suas casas brancas, se manifesta em profundidade como já presente, esperando em silêncio o momento de ser enunciada”

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Análise do Discurso

•Marxismo, psicanálise e linguística.•“Visa a compreensão de como um objeto

simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos”. (Orlandi, 2002, p. 26)

Page 21: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

O que é analisar um discurso?•“A análise do discurso visa a compreensão

de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos. Essa compreensão, por sua vez, implica em explicitar como o texto organiza os gestos de interpretação que relacionam sujeito e sentido. Produzem-se assim novas práticas de leitura”. (Orlandi, 2002, p. 26-27).

Page 22: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

Aspectos para a análise:•Quem fala para quem?•De que lugar fala?•O discurso contrário é desqualificado? •O que o discurso carrega dos estereótipos

sobre o assunto?•Contradições? Reafirmações?•Palavras em sentido conotativo. Qual a

função que elas desempenham?•Pressupostos e implícitos?•Polissemia? Polifonia? Dialogismo?

Page 23: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

Rios sem discurso – João Cabral de Mello Neto

Quando um rio corta, corta-se de vezo discurso-rio de água que ele fazia;

cortado, a água se quebra em pedaços, em poços de água, em água paralítica.Em situação de poço, a água equivalea uma palavra em situação dicionária:

isolada, estanque no poço dela mesma, e porque assim estanque, estancada;

e mais: porque assim estancada, mudae muda porque com nenhuma comunica,

porque cortou-se a sintaxe desse rio, o fio de água por que ele discorria.

Page 24: Semiótica Russa  e Análise do Discurso

O curso de um rio, seu discurso-rio,chega raramente a se reatar de vez; um rio precisa de muito fio de água

para refazer o fio antigo que o fez.Salvo a grandiloqüência de uma cheia

lhe impondo interina outra linguagem, um rio precisa de muita água em fios

para que todos os poços se enfrasem: se reatando, de um para outro poço,

em frases curtas, então frase e frase, até a sentença-rio do discurso único

em que se tem voz a seca ele combate.